17

FICHA PARA CATÁLOGO - Operação de migração para o ... · informado é uma das condições básicas de sobrevivência, ... Guia de Programação NET ... porém ainda há jornalistas

Embed Size (px)

Citation preview

FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

Título: A notícia e a EJA.

Autor Professora PDE: Iracema Pereira.

Escola de Atuação Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela.

Município da escola Ibiporã.

Núcleo Regional de Educação Londrina.

Orientador Professor Doutor: Paulo Tarso Galembeck.

Instituição de Ensino Superior UEL.

Disciplina/Área Língua Portuguesa.

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática.

Relação Interdisciplinar História, Geografia (Humana).

Público Alvo Alunos da EJA.

Localização Rua Alcides Pelisson. Nº. 85.

Apresentação: O material didático – pedagógico a ser desenvolvido, objetiva

conhecer, estudar e perceber a evolução do processo de ensino

– aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos, bem como o

reconhecimento de fatores históricos e culturais que

contribuíram para a formação do público alvo dessa unidade

didática (EJA) na atualidade, através do trabalho com o gênero

notícia aliado ao gênero reportagem.

A partir das atividades propostas, o professor possibilitará ao

aluno meios de desenvolver habilidades de leitura, produção e

análise de textos jornalísticos, propiciando, por meio desse

trabalho, uma aproximação pessoal do aluno com a vida

cotidiana, tendo com referência o processo histórico – social

representado nas notícias e reportagens apresentadas nessa

unidade didática.

Palavras-chave Gênero textual; notícia; EJA.

Introdução:

Ao desenvolver um trabalho com leitura na Educação de Jovens e Adultos (EJA), nos

depararmos com dois fatores que merecem destaque. Temos alunos mais compromissados com a

educação e que acreditam na escola como meio de socialização e oportunidade de ingresso no

mercado de trabalho e, por outro lado, há uma dificuldade por parte do professor, ao selecionar o

tipo de texto que melhor se aproprie à classe, uma vez que cada aluno faz parte de uma faixa etária

de idade diferente, com realidades diversificadas. Encontramos, na mesma sala, alunos de oitenta

anos e alunos de dezoito.

Alguns textos são considerados retrógrados ou “caretas” por alunos jovens, enquanto outros

são vistos como “loucos”, “sem sentido” pelos discentes mais velhos.

Nesse contexto, o professor precisa ter em mãos, textos que se adaptem às necessidades de

toda a sua clientela. O trabalho com o gênero notícia e reportagem jornalística facilita e atende ao

público em questão, tendo em vista que apresentam temas atuais, fatos reais e cotidianos, além de

informar, requisito básico para a formação do pensamento crítico e atuação do indivíduo na

sociedade.

O presente material didático se desenvolverá ao longo de dez aulas duplas, ou seja, vinte

aulas em dez dias distintos. É preciso ter em mente que o trabalho com a EJA se desenvolve de

forma mais lenta que no ensino regular e também há uma possibilidade maior na realização de

discussões, apresentações de opiniões e relato de experiências com ênfase na oralidade sendo essa o

ponto de partida para as aulas.

1ª Aula: Percepção da sala de aula e introdução ao conceito de gênero textual.

Mostrar ao aluno o objetivo do trabalho a ser desenvolvido, explicitando a importância do

mesmo para o aprimoramento da linguagem oral e escrita.

Esse primeiro momento deverá ser concretizado de forma oral e informal para que o aluno

expresse as suas expectativas e o seu conhecimento prévio a cerca do estudo com gêneros textuais.

É importante que saibamos que quando usamos a linguagem oral para nos comunicar e

interagir com o outro, escolhemos as palavras e também formas de organizá-las. Nesse processo,

temos como produto final um texto.

O texto pode ser produzido com formas e características variadas. Basta verificarmos que

uma receita de bolo é diferente de uma poesia, ou de uma bula de remédio, ou então de um recado

via e-mail.

As diferenças estabelecidas pelo tipo de textos a ser desenvolvido, se organiza a partir dos

gêneros textuais e, esses, são vividos em nossas situações cotidianas de comunicação.

Quando mandamos um convite de casamento, estamos vivenciando o gênero convite que

também pode conter uma poesia em seu corpo, assim como podemos enviar uma carta ou e-mail

contendo uma receita de bolo. Portanto, os gêneros textuais diferenciam-se um do outro,

dependendo da situação de comunicação visando um interlocutor, mas não são isolados entre si e

pertencem a um contexto de produção.

Essa conversa com o aluno servirá para a contextualização do trabalho a ser desenvolvido,

possibilitando a descoberta, por meio do estudo de gêneros, da função social da escrita.

2ª Aula: O contato com o jornal.

Na conversa com nossos amigos, é comum o relato de fatos noticiados em jornais ou

telejornais. E, quantas vezes não nos sentimos bem, quando não sabemos discutir sobre algum

assunto, por não estarmos bem informados. Vale lembrar que, na atualidade, manter-se bem

informado é uma das condições básicas de sobrevivência, afinal basta pensarmos que se uma pessoa

cujo conhecimento sobre alta de juros é nulo, ir às compras e fazê-las a prazo, poderá vir a passar

necessidades. Sem contar que um indivíduo bem informado, normalmente, tem mais assunto para

conversar e se expressar, favorecendo até mesmo na busca por vagas de emprego.

É importante lembrar que só ouvir ou ler fatos noticiados, não é o bastante. É preciso que se

reflita acerca deles e também se faça uma análise crítica do assunto. Portanto, quando essa análise

ocorre na interação de grupos, essa atinge dimensões imensuráveis.

Dentre os gêneros textuais, o jornal é um veículo de comunicação muito utilizado em nosso

dia- a- dia.

Há alguns anos, o jornal não era acessível à população mais carente da sociedade. Hoje,

devido à concorrência e ao desenvolvimento dos meios de comunicação como televisão e

computadores, os jornais podem ser acessados com grande facilidade, sem contar que a maior parte

dos ambientes públicos como escolas, bancos, consultórios e outros deixam a disposição de seus

frequentadores exemplares de jornais, diariamente.

Após essa conversa com os alunos, o professor apresentará à sala uma variedade de jornais

para que os alunos possam manuseá-los, ver como eles se compõem, quais os cadernos que

constituem e quais conteúdos cada um deles aborda.

Poderão formar grupos para discussão e conversa sobre jornais diferentes, anotando

conclusões para serem expostas ao final da atividade.

3 ª Aula: O jornal e a tendência.

Mostrar para o aluno que o jornal, assim como a televisão, revela as intenções, mesmo que

implicitamente, do produtor ou da emissora responsável pela produção do jornal, portanto nenhum jornal é

totalmente imparcial. Cada jornal propõe um juízo de valor a cerca de um assunto a veicular.

Para entendermos melhor como cada jornal pode propor uma linhagem diferente ao veicular sua

notícia, veja uma simulação de como diferentes jornais poderiam noticiar “o fim do mundo”:

The New York TimesO MUNDO VAI ACABAR

Obsservatore RomanoMUNDO ACABA OUTRA VEZ

Times (Londres)RAINHA TEME VER DIANA DEPOIS DO FIM DO MUNDO

El Pais (Madrid)SE HÁ GOVERNO NO OUTRO MUNDO, SOMOS CONTRA

Diário de LisboaLEIA AMANHÃ COMO O MUNDO ACABOU HOJE

Jornal da LBVJESUS CRISTO VOLTA HOJE

O GloboGOVERNO ANUNCIA O FIM DO MUNDO

Jornal do BrasilFIM DO MUNDO ESPALHA TERROR NA ZONA SUL

Folha de São Paulo(ao lado de um imenso infográfico) SAIBA COMO VAI SER O FIM DO MUNDO

O Estado de São PauloCUT E PT ENVOLVIDOS NO FIM DO MUNDO

Noticias PopularesPSICOPATA MATA A MÃE, DEGOLA O PAI, ESTUPRA A IRMÃ E FUZILA O IR-MÃO AO SABER QUE O MUNDO VAI ACABAR!

Tribuna de AlagoasDELEGADO AFIRMA QUE FIM DO MUNDO SERÁ CRIME PASSIONAL

Estado de MinasSERÁ QUE O MUNDO ACABA MESMO?

Jornal do ComércioJUROS FINALMENTE CAEM!

Jornal dos SportsNEM O FIM DO MUNDO SEGURA O MENGÃO

Correio BrasilienseCONGRESSO VOTA CONSTITUCIONALIDADE DO FIM DO MUNDO

Gazeta MercantilDECRETADA A FALÊNCIA DO FIM DO MUNDO

Jornal da TardeFIM DO MUNDO.E DAÍ?

Gazeta EsportivaTIMÃO DESFALCADO PARA O FIM DO MUNDO

VejaEXCLUSIVO! ENTREVISTA COM DEUS- Por que o apocalipse demorou tanto?- Especialistas indicam como encarar o fim do mundo. - Paulo Coelho: “O profeta viu o fim do mundo e chorou”.

NovaO MELHOR DO SEXO NO FIM DO MUNDO

PlayboyNOVA LOIRA DO TCHAN: UM APOCALIPSE DE SENSUALIDADE

Exame100 DICAS DE COMO APROVEITAR O WINDOWS THE END!

ÉpocaATÉ O FIM DO MUNDO SUA REVISTA “ÉPOCA” ESTARÁ CUSTANDO R$ 2,80

Guia de Programação NETEXCLUSIVO: O FIM DO MUNDO NA GNT

SuperinteressanteDO BIG BANG AO FIM DO MUNDO

Casa CláudiaCOMO DECORAR A SUA CASA PARA O FIM DO MUNDO

Diário Oficial (Campinas)PREFEITA MARCA REUNIÃO PARA SABER COMO AGIR NO FIM DO MUNDO, MAS JÁ ADIANTA QUE A CULPA NÃO É DELA

Diário Oficial da UniãoPRESIDENTE FAZ A SUA ÚLTIMA VIAGEM

Diário do CongressoACABOU A MAMATA!

(autor desconhecido)

www.snap.com.brPublicado em Humor |

É importante que o professor explique como cada meio de comunicação expõe as notícias e que atente para termos que são desconhecidos a linguagem vocabular utilizada pelos alunos.

Com essa atividade, espera-se que o aluno perceba que não há uma verdade absoluta, tão apregoada pelos jornais e também sobre a influência que esse meio de comunicação possui para forçar opinião pública a respeito de crimes, política, além de emitir e reafirmar padrões preconceituosos, além de emitir a consciência do “ter” refletindo ideias capitalistas. Por isso, jornais precisam apurar o máximo de informações possíveis a respeito de um fato e nunca deve omitir algo para favorecer interesse de alguém.

O jornal Folha de São Paulo traz em seu Novo Manual da Redação:

“Notícia: puro registro dos fatos, sem opinião. A exatidão é o elemento chave da notícia, mas vários fatos descritos com exatidão podem ser justapostos de maneira tendenciosa. Suprimir ou inserir uma informação no texto pode alterar o significado da notícia. Não use desses expedientes.”

Como você pode perceber, alguns jornais têm uma preocupação com a problemática da tendência, porém ainda há jornalistas que agem de maneira arbitrária a isso, pois acabam deixando prevalecer o seu modo de interferir, relatando os fatos de acordo com a visão que tem deles, sem checar os dados, sem investigação, tão somente na ânsia de dar a notícia em primeira mão.

Agora é a sua vez:

Em dupla, irão escrever uma notícia sobre um atropelamento ocorrido com alguém da escola, se possível com uma pessoa pela qual você tem admiração. Não se esqueça de dados como velocidade, invasão de rua, falar ao celular, faixa de pedestres e outros.

Professor: Espera-se com essa atividade que os alunos demonstrem se são parciais ou imparciais no relato do fato. Cabe a você, a responsabilidade de observar e levar os alunos a refletir sobre isso.

Após os comentários, entregar o texto “Sensacionalismo e Imparcialidade” retirado da livro “Estrutura da Notícia” de Nilson Lage para que os alunos, em conjunto com o professor, façam suas explanações sobre a leitura realizada.

4ª Aula: Um pouco da Historia da Notícia.

Iniciar a aula perguntando quais notícias foram importantes a ponto de não serem mais esquecidas pelos alunos. Ouvem-se os relatos e fazem-se comentários orais acerca deles.

É importante salientar que a notícia, na Idade Média, era disponibilizada à população através de decretos, proclamações e nos sermões das cantigas e fábulas dos trovadores.

Nesse momento se faz necessário rever conceito e movimento das cantigas trovadorescas.Após as explicações e discussão, distribuir aos alunos o texto “A História da Notícia”

extraído do livro de Nilson Lage “Estrutura da Notícia”, páginas 9, 10, 11,12e13.Ao término da leitura silenciosa, poderá ser realizada uma leitura crítica e coletiva com

expressão de opinião. É interessante falar também que por volta do século quinze, as pessoas, quando quisessem

que algum recado fosse passado a várias pessoas, tinham que escrevê-los repetidas vezes. Havia até mesmo a profissão de copista, ou seja, aquele que se encarregava de copiar os escritos várias vezes. Foi através do descobrimento da impressão pelo alemão Gutenberg que os copistas deixaram de existir.

Agora é sua vez:

Imagine que você estudasse em uma sala de aula do século quinze, seu professor é muito severo, vocês são em trinta alunos, não terão intervalo para adiantar conteúdo,sua mãe aguarda todos para a festa de seu aniversário e você não terá como convidá-los, pois havia deixado para fazer, ou seja, copiar os convites, no intervalo. Pense em uma solução viável e a apresente à sala:

5ª Aula: Características da Notícia.

Nessa aula, o aluno poderá adquirir conhecimento relacionado a passos para produção de uma notícia. O que é permitido ou não na construção de uma notícia.

O professor pode questionar os seus alunos quanto ao que julgam importante e o que não pode faltar no conteúdo a ser noticiado. Para tal, é importante que o docente vá anotando as conclusões no quadro, dessa forma, os alunos terão mais tempo e menos timidez ao se pronunciar frente a frente com o professor (atitude comum na Educação de Jovens e Adultos), além de que as respostas serão comparadas às informações contidas no texto a ser distribuído posteriormente.

Entregar o texto “Restrições Pragmáticas” do livro “Estrutura da Notícia” para análise e observações referentes à produção de notícia jornalística.

“... sendo construção retórica referencial, a notícia trata das aparências do mundo. Conceitos que expressam subjetividade estão excluídos: não é a notícia o que alguém pensou, imaginou, concebeu, sonhou, mas o que alguém disse, propôs, relatou ou confessou...”. (Nilson Lage)

Agora é sua vez:

Você sabia que a notícia expõe um assunto e que expor é diferente de narrar? Parece estranho, mas se você chegar ao trabalho, abrir a porta, guardar a bolsa no armário, ligar o computador, for até a sala do chefe, abrir a porta, percebe haver um cadáver no chão, verifica se é mesmo o chefe, corre ao telefone e conta o fato a alguém. É bem provável que você irá expor, primeiramente, que encontrou o chefe morto em sua sala e não relatar as outras ações praticadas ao adentrar o seu ambiente de trabalho. Isso ocorre porque os fatos são noticiados por ordem de importância ou interesse, tanto de quem conta e, sobretudo, na perspectiva de quem ouve.

A partir do exemplo relacionado, fica claro para você que a notícia precisa ter uma seleção de fatos, ou seja, aqueles que possuem mais significação para o leitor, além de que deve haver uma nomeação, isto é, dependendo do interlocutor, a palavra “cadáver” poderia ter outra denominação para causar impacto e provocar o interesse no leitor.

Como você já leu o texto, já sabe o que é um lead e como os fatos devem ser noticiados, imagine-se um editor de jornal em sua cidade. Você deverá escolher uma notícia para publicar em seu jornal. Dentre os títulos abaixo, qual você escolheria e por quê?

-Vereadores trocam ofensas e são presos em Ibiporã.- Dona de casa cai da cadeira ao limpar vidraça.- Acidente no centro da cidade deixa oito feridos gravemente.- Escola central tem sua merenda roubada.

Já que você optou por esse título, escreva a notícia, observando os critérios estudados.

6ª aula: Notícia e Reportagem.

Como o jornal visa interessar seus leitores para que haja maior tiragem e, dessa forma, maior lucro. Sendo assim, o jornal, além de informar, também veicula opiniões, diverte, comenta fatos, faz anúncios e outros.

Segundo Nilson Lage, o futuro do jornal parece estar mais ligado à reportagem, pois nela os assuntos estão sempre disponíveis “a informação é matéria-prima abundante, como o ar, e não carente, como o petróleo” e podem ser ou não atualizados por um fato acontecido.

Na reportagem, a linguagem é mais livre, tudo depende do veículo de comunicação, do público a ser alcançado e do assunto a ser levantado.

A notícia cuida da cobertura de um fato ou de uma série de fatos. No caso do jornal impresso, a notícia sofre algumas desvantagens, pois os fatos a serem noticiados, muitas vezes, chegam mais rápido através da televisão, do rádio e da internet.

A reportagem, mesmo que discretamente, propõe algumas interpretações, por outro lado, a notícia, quando veiculada com seriedade, expõe os fatos conforme aconteceram, sem o uso de interpretações.

Outro aspecto merece destaque quanto ao papel da notícia no meio social e político. Segundo Lage, é aquele que atribui à imprensa o direito à informação e a liberdade de informar, pois, na verdade, o jornal sofre o controle de dados de alguns países, como Estados Unidos. Os países periféricos ficam impedidos de produzir conhecimento técnico, bem como ter autonomia para resolver seus problemas com lhe convém. Isso contribui , no Brasil, para que as redes de televisão e algumas agências de notícia operem com base nos valores da classe consumidora de bens do eixo Rio-São Paulo, o que proporciona o rebaixamento de empresas jornalísticas regionais importantes , além da transformação de outras em meras reprodutoras de dados.

Agora é sua vez:

Leia o texto Pesquisa diz que principais alvos de bullying são alunos populares na escola (www.folhavitoria.com.br/ 30/03/11) e Russos investigarão racismo contra Roberto Carlos (Folha de Londrina, 24/03/11). Discuta com seu colega as características de cada texto, classificando-os como notícia ou reportagem:

Professor: Pode também ser trabalhado com a reportagem “ Bullying também ocorre no ambiente de trabalho (Folha de Londrina, 13/06/11- Empregos e Concursos.p. 07). Caso haja necessidade, apresente o quadro de atitudes negativas entendidas como bullying, publicado na Folha de Londrina de13/06/11.

Sugestão: O professor pode, nesse momento, levar os alunos para visitar uma empresa de

jornalismo da região. É importante que se prepare algumas perguntas de acordo com as dúvidas apresentadas pela turma no decorrer das aulas.

7ª Aula: Eu e o preconceito.

Nessa aula, o aluno poderá expor sua opinião a respeito de atitudes preconceituosas, além de relatar fatos ou situações de preconceito vivenciadas.

O professor deverá direcionar o assunto e tomar as devidas precauções durante a conversa, para que se evitem situações constrangedoras e propícias ao preconceito e à discriminação, uma vez que não houve nenhuma especificação quanto ao tipo de discriminação a ser abordado, podendo, dessa forma, serem expostas situações de discriminação de gênero (mulheres em situação de inferioridade com relação ao homem), de religião(aspectos culturais), de sexo( homofobia), de raça (negro/índio), econômica(pobre), entre outros. Por se tratar de assunto polêmico e abrangente, é possível que se passe a aula discutindo e ouvindo relatos. Há de se esperar também que haja rejeição dentre os membros do grupo, cabendo ao professor o dever de conduzir o trabalho mostrando que as diferenças não tornam as pessoas desiguais.

Alguns conceitos vocabulares devem ser introduzidos e esclarecidos nessa aula.É aconselhável que se leve para a sala de aula uma lista de palavras que podem ser

esclarecidas através do uso de dicionários:

- Preconceito:- Discriminação:- Bullying:- Ressocialização:- Discriminação de Gênero:- Assédio:- Homofobia:

É preciso salientar que fatos envolvendo situações preconceituosas estão constantemente sendo noticiadas pelos meios de comunicação, como poderemos ver nas próximas aulas.

Agora é sua vez:

Na próxima aula, iremos conhecer algumas situações preconceituosas que são noticiadas pelos jornais. Você também deverá pesquisar em jornais impressos ou pela internet, notícias que retratem essas situações e trazê-las para a nossa sala, para fins de análise.

Professor: Espera-se que o aluno tenha em mente a diferença entre notícia e reportagem, porém é de se esperar que ele traga reportagens ao invés de notícias. Nesse momento, o professor tem a oportunidade de retomar a aula e explicar novamente as características de cada uma.

8ª Aula: Notícias que retratam o preconceito.

Apresentar aos alunos a notícia da Folha de Londrina de três de abril de dois mil e onze “Racismo pode levar à cassação de Bolsonaro”.

Explicar quem é Bolsonaro e que cargo desempenhava dentro do Congresso Nacional.

Ler o conteúdo da notícia com os alunos, comentando alguns pontos:

1) Porque imunidade parlamentar?2) O vem a ser crime inafiançável e imprescritível?3) Onde e como foi veiculada a entrevista de Bolsonaro? 4) Como se caracteriza o programa CQC da Rede Bandeirantes de Televisão?

Após o questionamento, os alunos deverão responder ao questionário:

1) Onde e quando aconteceu a situação de preconceito?2) Quem foi preconceituoso?3) Como se apresentou a situação?4) Você conseguiu perceber alguma situação de parcialidade no texto?

Nesse momento o professor deve relembrar a estrutura de formação da notícia e seus elementos essenciais.

O professor poderá pedir também que os alunos escrevam suas opiniões a respeito da notícia analisada.

9ª Aula: Vamos à Reportagem.

Apresentar à sala a reportagem “Preconceito atrapalha ressocialização de ex-detentos”. (Folha de Londrina, 26/05/2011).

Questionar os alunos antes da leitura:

1) Você acredita que ex-detentos possam ser ressocializados?2) Como você imagina ser a oportunidade de emprego destinada a eles?3) Você acredita que a sociedade está preparada para recebê-los?4) Quais os empecilhos para a ressocialização desses cidadãos?5) Além do preconceito, da baixa escolarização e da falta de cursos profissionalizantes, que

outros fatores concorrem para a marginalização de um ex-detento? 6) Analise e discorra sobre a afirmação:

“... baixa escolaridade e falta de cursos profissionalizantes são fatores que impedem o ingresso dos ex-detentos no mercado de trabalho.”

Após as atividades relacionadas, ler a reportagem e confrontar suas ideias e respostas, podendo ser feita também uma produção escrita a partir das conclusões.

Agora é sua vez: Na aula de hoje, você pode conhecer melhor a estrutura de uma reportagem. Após o trabalho, quais conclusões você pode relacionar? Escreva um pouco sobre isso.

10º Aula: A adoção e o preconceito.

Iniciar a aula falando sobre o ato de adotar uma criança e ouvir relatos de adoção.

Questionar os alunos sobre o perfil das crianças que aguardam para serem adotadas, o que leva uma mãe a abandonar os filhos e outros assuntos de ordem social.

Ler a reportagem: “Perfil mais buscando para adoção representa apenas 3% dos abrigados” e “Preferência por crianças brancas de até 1 ano. (Folha de Londrina 26/05/11 página 9)”.

Pedir que escrevam relatos de experiências testemunhadas à respeito de adoção e preconceito racial.

Ler os relatos e propor uma discussão.

Agora é sua vez:

Agora que você já teve a oportunidade de perceber a diferença entre notícia e reportagem, escreva uma notícia baseada no assunto da reportagem que você leu. Fique atento às características da notícia e capriche, pois ela vai ser lida por todos da sala!

Avaliação.

A avaliação é um processo contínuo e tem por objetivo, nessa unidade climática, diagnosticar os fatores positivos e negativos para fins de mudança de pratica pedagógica. Não tem caráter eliminatório e nem classificatório, portanto está voltada ao trabalho de forma a contribuir para o bom andamento das atividades como um todo. Com relação aos aspectos quantitativos, ou seja, atribuição de “notas”, cada professor deve entender e propor parâmetros para sua realização.

Referências Biográficas:

BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando Com Gêneros do Discurso – Notícia. FTD, 2002.

GERALDI, João W. O Texto na Sala de Aula. 3ed. Paraná: Assoeste, 1987. 126p.

LAGE, Nilson. Estrutura da Notícia. São Paulo: Ática, 2004.

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos.

PUBLIFOLHA (ed.) Manual da Redação da Folha de São Paulo. Publifolha. 2001