Fisiologia del Habla y la Fonoarticulacion-c.r.douglas

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Capitulo 33 del texto de Carlos Roberto Douglas "Fisiología Aplicada à Fonoaudiologia" 2ª edición. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2006

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  • captulo 33

    Introduo

    A fonoarticulao um processo complexo, o qualenvolve vrias reas ligadas ao SNC; a parte motora(neuromuscular), as estruturas perifricas; alm dointer-relacionamento respectivo. Pode ser definidacomo a emisso da voz e o mecanismo de forma-o das palavras. Se for comparada a diferenaexistente entre os animais e o homem, poder-se-iacertamente afirmar que a funo fonatria passa a seruma caracterstica quase especfica do ser humano.

    Existiria uma comunicao presente nos animais,porm esta comunicao no contm classes lexicaisou semnticas e gramaticais. Sua comunicao ba-seada de acordo com suas necessidades primordiaiscom um nvel de complexidade varivel conforme aescala zoolgica - alimentao, sobrevivncia, peri-go, acasalamento etc. - portanto, diferenciada do serhumano.

    Comportamento da comunicao

    A palavra "comunicao", do latim communicare =tornar comum, representa o bsico para se tornar co-mum, ento deve existir um emissor que utiliza umsistema de sinais com informao atravs de um ca-nal de informao, bem como um receptor quepossui o papel de captar a mensagem, tornando-a"comum" transmisso. Esta mensagem, para serentendida ou tornar-se comum, deve ser codificada;esta codificao para os seres humanos denomina-selinguagem, que representa um modelo de carter detempo-espao. O processo pode ser codificado atra-vs de um modelo matemtico, criando-se com issoos princpios da teoria da informao.

    Fisiologia da Falae da Fonoarticulao

    c. R. Douglas

    Medida da informao

    Como toda teoria matemtica, ela deve ser apoia-da em cdigos com sinais fundamentais; um conjun-to coerente destes sinais denominado de alfabe-to, cuja combinao dentro de determinadas regrasgera o lxico (palavras). As palavras agrupadas comum significado - definindo uma configurao -gera a semntica, que regida pela sintaxe, na cria-o de textos decodificveis e retransmitidos.

    IA LINGUAGEM VERBAL I

    A linguagem verbal exige uma intensa atividadeneural. Se se imagina o processo desde a estrutura-o das idias a serem transmitidas at a sua transfor-mao em um conjunto de sons, que, emitidos, cons-tituiro as palavras verbalizadas por um sistemaque envolve msculos, ossos e sistemas, como o res-piratrio, estomatogntico e posturais, alm do que aspalavras so colocadas de tal forma, que sua sinta-xe seja correta para poder haver uma decodificaopor parte de outro ser inteligente. Ademais, pouco sesabe sobre os princpios que regem a codificao deinformaes no sistema nervoso. Esta linguagempode aparecer de vrias formas, por exemplo:

    Sinais naturais, visuais, auditivos, tteis -mas o homem pode representar estas sensaes, ga-rantindo ao interlocutor uma decodificao, atravsde formas verbais como:

    - falando;- escrevendo, imitando a fala com sinais escritos

    ou grficos; ou- lendo, imitando os sons das palavras.

  • Fisiologia Aplicada Fonoaudiologia

    Esta complexa, porm extremamente fina, com-binao, entre o mecnico e o emprico da idealizaolgica, aparentemente distingue o homem dos ani-mais. Estes apresentam, como foi dito anteriormen-te, uma comunicao voltada somente defesa indi-vidual e coletiva, alm da reproduo e alimentao,simplesmente mecanizando um cdigo gentico.Agora, quanto aos primatas e, recentemente, aos gol-finhos e baleias, o processo se torna mais difcil de dis-tingui-los, de algumas atribuies ditas humanas, nos a mmica, como sons complexos e, at, no caso dofamoso Washos, um chimpanz que aprendeu cercade 150 sinais, chegando a criar frases para fugir deobjees, com clara noo de singular e plural, eviden-ciando uma capacidade de conceituar. Com base nis-so, deve-se tomar um cuidado especial, quando seanalisa o homem e deixa-se de olhar o mundo porvolta; claro que o sistema fonoarticulador no homematingiu uma escala to elaborada, que, provavelmen-te, determinou uma nova espcie, aprendendo e apri-morando seu uso, tornando-se a fonoarticulao dossons to intrinsecamente ligada ao homem.

    Aprendizado da linguagem verbal

    o aprendizado da linguagem verbal requer osmeios comuns a todo aprendizado, comportamentoinato, condicionamento pavloviano, condicionamen-to operante e aprendizado imitativo.

    O choro, por exemplo, representaria um tipo pri-mordial de comunicao, um comportamento inato,emitido imediatamente aps o nascimento e que, aolongo dos anos de vida, vai sendo aperfeioado comomeio de comunicao mais sofisticado em situaessociais limtrofes; da mesma forma, o sorriso.

    A criana est pronta em termos neurolgicospara aprender a reproduzir os sons de forma ade-quada a partir dos 3 anos de idade; nesta idade, asconexes nervosas se tornam viveis.

    O ser humano tem o potencial hodolgico paradesenvolver o sistema da fala; porm, para aprender,necessita de uma interao com outro sistema ner-voso mais evoludo para nortear seu aprendizado;nestas circunstncias, a interao com os outros sen-tidos receptivos fundamental, como viso, tato epresso, e, principalmente, audio.

    No caso da fala, crianas criadas em ambientesem que so pouco estimuladas, ao crescerem, apre-sentaro dificuldades em vocalizar as palavras.

    Filo e ontogenia da linguagem

    Provavelmente, deve ter evoludo da mmica, quepossui gestos e forma um potente alfabeto, atingindo

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    seu desenvolvimento mximo, por exemplo, nos sur-dos-mudos, que podem se comunicar quase to bemquanto aqueles que utilizam a fala. Provavelmente,deve ter surgido alguma espcie intermediria, j ex-tinta, porque seria inadmissvel supor que o desenvol-vimento de uma estrutura to complexa tenha evolu-do abruptamente de alguma espcie, mas determinan-do uma nova espcie. Para refletir, uma das condiesespeciais para gerar os sons ao nvellarngeo, exige daposio ereta; se o homem tivesse conservado a pos-nua quadrpede, no haveria sido possvel desenvol-ver o fenmeno da vocalizao. Ou seja, na filogenia,primeiro foi estabelecido o equilbrio e, logo, a fala.

    I CARACTERSTICAS FSICAS DO SOM IPara a abordagem, mais adiante, das funes de

    cada estrutura, alguns conceitos de fsica ondulat-ria aplicados ao aparelho fonador so importantes deanalisar previamente.

    Amplitude ou intensidade (sonoridade)

    um parmetro fsico diretamente ligado fun-o subgltica da coluna area, porque depende daquantidade de energia contida na corrente area pro-duzida pelos pulmes (energia cintica); no entan-to, depende tambm do nvel de tenso das pregasvocais e de sua aduo. Acusticamente, depende damaior ou menor amplitude da vibrao, ou seja, dadistncia entre a referncia e o ventre da onda, que similar, distncia quanto ao vale. A sensao psi-cofsica relacionada intensidade, ou seja, como ohomem julga um som, considerando-o mais forte oumais fraco, recebe o nome de sonoridade tloudness),

    A intensidade expressa em escala de decibis,acreditando-se que o nmero de decibis correlacio-na-se ao de loudness.

    Freqncia ou altura

    Este parmetro relaciona-se com a vibrao daspregas vocais, ou seja, quantas ondas foram ge-radas em um perodo de tempo. Por definio, a fre-qncia de vibrao das pregas vocais a freqn-cia da fonte gltica (fg), A freqncia fundamen-tal da voz (fg) est relacionada com a L" harmnica(f1) e a freqncia da onda complexa (fo) da seguinteforma, segundo' 1'osi;

    fg = fo = f1Assim, existe uma relao ntima entre o cha-

    mado som fundamental e seus harmnicos. Mais

  • Fisiologia da Fala e da Fonoarticulao

    adiante, ver-se- como as pregas vocais trabalhamestas grandezas.

    A sensao psicofsica relacionada altura, ouseja, como julgado um som, considera-o mais gra-ve ou mais agudo, dependendo basicamente da fre-qncia fundamental desse som (havendo tambma influncia da ressonncia e da intensidade). Quan-to grandeza fsica do tom, sua unidade o hertz, esempre esta medida expressa em uma escala detempo (Hz).

    Ressonncia

    Consiste na modificao do som pelo reforoda intensidade de sons de determinadas freqn-cias do espectro sonoro e no amortecimento de ou-tras. Do sistema de ressonncia vocal, consta umasrie de estruturas do aparelho fonador (pulmes, la-ringe, faringe, cavidades bucal e nasal, e seios para-nasais) conhecidas, de conjunto, como caixas deressonncia.

    A ressonncia pode ser vista como caractersticaesttica de uma voz, podendo ser classificada numaemisso, como oral, nasal ou laringofarngea.

    Qualidade vocal (timbre)

    um termo usado para designar o conjunto decaractersticas que identificam uma voz humana.Relaciona-se com os harmnicos compostos deuma onda sonora.

    INEUROFISIOLOGIA DA LINGUAGEM I

    Pela sua complexidade, o controle neural daemisso da voz envolve diversas reas. Dentre es-tas, o crtex cerebral fundamental. A linguagem controlada pelo crtex cerebral, j que leses am-plas do crtex determinam srias alteraes da lin-guagem.

    Papel do crtex de associao

    Na fala, todo o crtex cerebral participa, mas se-ria papel do crtex de associao estabelecer asidias, pensamentos e contedos da fala, bem comoda deciso da mesma fala e das caractersticas geraisdessa fala. Contudo, a execuo da fala exige o pa-pel de outras estruturas cerebrais; entre elas, outrastrs reas corticais, denominadas especificamente dereas da fala, como so as reas de Broca, de "Ver-nicke e de Penfield.

    Regio frontal da linguagem,rea de Broca ou rea primria

    Corresponde s reas 44 e 45 de Brodman liga-das expresso da linguagem. Quando lesada, a com-preenso da linguagem fica intacta, mas h grave di-ficuldade de expresso motora; quando esta soli-citada, h, praticamente, incapacidade de falar es-pontaneamente. Isso constitui a afasia motora. Aexecuo da fala realizada pela respirao, larin-ge e pelos msculos faciais e mastigatrios (muscu-latura estomatogntica), controlados pela rea mo-tora pr-central (Fig. 33-1). A rea de Broca fica abai-xo e adiante da rea motora, e sua funo coorde-nar a ao motora da fala, mas a execuo contro-lada diretamente pela rea motora pr-central, demodo que as partes mais inferiores desta ltima es-to ligadas funo da garganta e, para cima, emordem sucessiva: lngua, mandbula, lbios e, final-mente, vocalizao. Assim, enquanto o controle davoz pr-central e dos dois hemisfrios, a rea deBroca refere-se somente a hemisfrio categricodominante, isto , o hemisfrio esquerdo (por isso, dominante quanto linguagem). Se acontecer umaleso da rea frontal esquerda de Broca na infncia,o hemisfrio direito pode passar a assumir a domi-nncia e desenvolver a capacidade de integrar a ex-presso da linguagem, porm este poder de compen-sao do outro hemisfrio do crebro somente podeocorrer antes dos 10 anos de idade. Aps essa idade,o crebro perde a capacidade de adaptao da lin-guagem, talvez pela maior diferenciao do hemis-frio direito na orientao espacial e coordenao docorpo no espao. Acredita-se que a capacidade defalar v-se desenvolvendo lentamente, na infncia,e seja devida formao de mltiplas sinapses queestruturam modelos neuronais na rea de Broca.Apresenta-se algo semelhante no processo de apren-dizado de uma segunda lngua no adulto. Eviden-temente que, por estes fatos, a criana poderia apren-der vrias lnguas com muita facilidade.

    Regio temporalde Wernicke ou secundria

    Refere-se a uma regio amplamente localizada nolobo temporal abaixo do sulco longitudinal (Sylvius).Quando esta estrutura lesada, apresenta-se pertur-bao na compreenso da linguagem, o que se de-nomina afasia sensorial. '1'ambrn se apresenta de-senvolvida no hemisfrio esquerdo, hemisfrio cate-grico ou dominante quanto linguagem. Esta rearepresenta uma rea de associao auditiva e visual,

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  • Fisiologia da Fala e da Fonoarticulao

    adiante, ver-se- como as pregas vocais trabalhamestas grandezas.

    A sensao psicofsica relacionada altura, ouseja, como julgado um som, considera-o mais gra-ve ou mais agudo, dependendo basicamente da fre-qncia fundamental desse som (havendo tambma influncia da ressonncia e da intensidade). Quan-to grandeza fsica do tom, sua unidade o hertz, esempre esta medida expressa em uma escala detempo (Hz).

    Ressonncia

    Consiste na modificao do som pelo reforoda intensidade de sons de determinadas freqn-cias do espectro sonoro e no amortecimento de ou-tras. Do sistema de ressonncia vocal, consta umasrie de estruturas do aparelho fonador (pulmes, la-ringe, faringe, cavidades bucal e nasal, e seios para-nasais) conhecidas, de conjunto, como caixas deressonncia.

    A ressonncia pode ser vista como caractersticaesttica de uma voz, podendo ser classificada numaemisso, como oral, nasal ou laringofarngea.

    Qualidade vocal (timbre)

    um termo usado para designar o conjunto decaractersticas que identificam uma voz humana.Relaciona-se com os harmnicos compostos deuma onda sonora.

    INEUROFISIOLOGIA DA LINGUAGEM I

    Pela sua complexidade, o controle neural daemisso da voz envolve diversas reas. Dentre es-tas, o crtex cerebral fundamental. A linguagem controlada pelo crtex cerebral, j que leses am-plas do crtex determinam srias alteraes da lin-guagem.

    Papel do crtex de associao

    a fala, todo o crtex cerebral participa, mas se-ria papel do crtex de associao estabelecer asidias, pensamentos e contedos da fala, bem comoda deciso da mesma fala e das caractersticas geraisdessa fala. Contudo, a execuo da fala exige o pa-pei de outras estruturas cerebrais; entre elas, outrastrs reas corticais, denominadas especificamente dereas da fala, como so as reas de Broca, de \Ver-nicke e de Penfield.

    Regio frontal da linguagem,rea de Broca ou rea primria

    Corresponde s reas 44 e 45 de Brodman liga-das expresso da linguagem. Quando lesada, a com-preenso da linguagem fica intacta, mas h grave di-ficuldade de expresso motora; quando esta soli-citada, h, praticamente, incapacidade de falar es-pontaneamente. Isso constitui a afasia motora. Aexecuo da fala realizada pela respirao, larin-ge e pelos msculos faciais e mastigatrios (muscu-latura estornatogntica), controlados pela rea mo-tora pr-central (Fig. 33-1). A rea de Broca fica abai-xo e adiante da rea motora, e sua funo coorde-nar a ao motora da fala, mas a execuo contro-lada diretamente pela rea motora pr-central, demodo que as partes mais inferiores desta ltima es-to ligadas funo da garganta e, para cima, emordem sucessiva: lngua, mandbula, lbios e, final-mente, vocalizao. Assim, enquanto o controle davoz pr-central e dos dois hemisfrios, a rea deBroca refere-se somente a hemisfrio categricodominante, isto , o hemisfrio esquerdo (por isso, dominante quanto linguagem). Se acontecer umaleso da rea frontal esquerda de Broca na infncia,o hemisfrio direito pode passar a assumir a domi-nncia e desenvolver a capacidade de integrar a ex-presso da linguagem, porm este poder de compen-sao do outro hemisfrio do crebro somente podeocorrer antes dos 10 anos de idade. Aps essa idade,o crebro perde a capacidade de adaptao da lin-guagem, talvez pela maior diferenciao do hemis-frio direito na orientao espacial e coordenao docorpo no espao. Acredita-se que a capacidade defalar v-se desenvolvendo lentamente, na infncia,e seja devida formao de mltiplas sinapses queestruturam modelos neuronais na rea de Broca.Apresenta-se algo semelhante no processo de apren-dizado de uma segunda lngua no adulto. Eviden-temente que, por estes fatos, a criana poderia apren-der vrias lnguas com muita facilidade.

    Regio temporalde Wernicke ou secundria

    Refere-se a uma regio amplamente localizada nolobo temporal abaixo do sulco longitudinal (Sylvius).Quando esta estrutura lesada, apresenta-se pertur-bao na compreenso da linguagem, o que se de-nomina afasia sensorial. '1'ambrn se apresenta de-senvolvida no hemisfrio esquerdo, hemisfrio cate-grico ou dominante quanto linguagem. Esta rearepresenta uma rea de associao auditiva e visual,

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  • Fisiologia Aplicada Fonoaudiologia

    reas motoras

    Fig. 33-1 - Esquema das reas corticais cerebrais rela-cionadas com a linguagem.

    que se estende tambm ao lobo parietal, especialmen-te ao giro angular e supramarginal (Fig. 33-1).

    Regio terciria de Penfield

    Descrita por Penfield, localiza-se no lobo frontal, naparte mais alta e parcialmente interna, no sulco inter-hemisfrico (superfcie mediai). Esta rea desempe-nharia um papel similar ao de outras reas descritas e,talvez, estaria ligada aos fenmenos associados fala,como contar, ler, escrever, estabelecendo uma seqn-cia motora especfica.

    Estas reas esto ligadas entre si, atravs do fas-cculo longitudinal superior (arcuato).

    Alis, foi demonstrada que, em seres humanosconscientes, o fluxo sangneo cerebral aumenta de-finidamente na rea de Broca quando o indivduoconversa, e no giro temporal superior durante aleitura, o que indica a seletividade da circulao ce-rebral, segundo a atividade que estiver sendo reali-zada pelo crebro.

    Papel do corpo estriado ou estriato

    Aps a excitao do crtex motor corresponden-te regio orofacial, esta determina definida excita-o dos ncleos da base, que j tem estabelecidaprvias seqncias sinpticas entre diversos ncle-os de neurnios, prprios do mecanismo de apren-dizado, condio sine qua non para a fala, dado que oindivduo ser incapaz de falar se no tiver aprendi-do previamente a mecnica da fala. Ora, toda me-cnica motora estabelecida por inter-relaciona-mentos entre o crtex cerebral, os ncleos da base,o ncleo rubro e o cerebelo, de modo que se esta-belecem circuitos - muitos de reverberao - en-tre eles, que so armazenados como programas mo-

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    tores, podendo ser executados quando houver esti-mulao cortical adequada, como seria o caso da fala,em que o crtex determina um certo propsito es-pecfico da fala, mas que exige, para sua realizao,a existncia de um programa motor adequado paraos propsitos ou objetivos desse programa pretendi-do de fala. Ora, dentro das estruturas motoras basais,o corpo estriado parece ser preponderante porque ossinais corticais chegam a ele, e da partem impulsosque integraro todo o programa motor preexistenteentre os ncleos da base, ncleo rubro e cerebelo.

    Papel da formao reticular

    Na efetuao da fala, a integrao neural na for-mao reticular parece ser fundamental, dado que,a partir de excitaes promovidas basicamente apartir do corpo estriado excitando-se trs nveis di-ferentes e seqentes da formao reticular que per-mitem a realizao integral da fala. Os nveis nervo-sos em referncia so: adaptao respiratria; emis-so do som elementar ou fonao na laringe e nosistema estomatogntico a articulao da voz.

    Excitao do centro respiratrio

    Os denominados grupos dorsal e ventral localiza-dos no ncleo do trato solitrio da formao reticularbulbar so fundamentais na localizao da respiraopulmonar. O primeiro, determinando o fenmeno ins-piratrio, e o segundo, facilitando a extenso suficien-te da inspirao ou permitindo a expirao ativa, se foro caso, ou controlando a durao do processo expira-trio, fundamental para a fala. Na fala, ambos parecemimportantes. Pela ao do corpo estriado, excita-se pri-meiro, ao parecer, o ncleo de Btzinger, modifican-do-se o programa rtmico, agora apropriado para a fala,mas logo aps intervm no grupo dorsal, determinan-

    If

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    \\,',(3)

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  • Fisiologia da Fala e da Fonoarticulao

    do inspirao que se torna profunda (intensa) pela pros-secuo funcional do grupo dorsal. Determina-se as-sim uma inspirao profunda seguida de uma expira-o longa, mantida no tempo (Fig. 33-2).

    Esta modificao da ventilao pulmonar seriaprimordial na excecuo da fala, porque cria umgrande fluxo expiratrio (mais de 1.000 ml) que seprolonga no tempo, mantendo um fluxo areo im-portante e mantido que passa pela laringe, condioestrita para a funo fontica.

    Excitao do ncleo motor dovago (X par)

    o corpo estriado excita, logo aps, o ncleomotor do nervo vago (X par), localizado tambmna formao reticular bulbar. O vago excitado, atra-vs do nervo recorrente (ou larngeo inferior) elarngeo superior, estimula os msculos intralarn-geos, determinando respostas contrteis, que, de al-guma maneira, modificam a funo das pregas vo-cais, alterando principalmente sua tenso, pelo queestas estruturas passam a vibrar passagem do flu-xo areo expiratrio. O grau de tenso determina-da nas pregas vocais pode ser varivel, dependen-do fundamentalmente da ao do nervo recorren-te sobre a laringe.

    Excitao do ncleo mesenceflico

    Este ncleo est localizado na formao reticu-lar mesenceflica e controla muito efetivamente aexcitabilidade do ncleo motor do trigmio (V par),via de regra atravs do ncleo supratrigeminal, si-tuado j na formao reticular pontina. O nervo tri-gmio crtico na articulao da voz pela sua aosobre a mandbula e os msculos supra-hiideos.Contudo, a partir do ncleo supratrigeminal (da for-mao reticular pontina), h controle tambm dosmsculos motores do VII par ou facial, sendo parti-cularmente importantes na fala o bucinador e orbi-cular dos lbios; XII par ou hipoglosso, controladorda musculatura da lngua, tambm primordial na ar-ticulao da voz, o IX par ou glossofarfngeo, quecontrola parte da lngua e o palato mole, enquanto oXI par ou acessrio que age sobre os msculos cer-vicais permitiria a postura de extenso da cabea, ne-cessria para a fala adequada.

    Papel do hipotlamo

    Sabe-se que toda fala inclui determinadas carac-tersticas afetivas, ou seja, ao falar, o indivduo en-

    volve-se num contedo emocional, porque no falado mesmo jeito quando est alegre, contente, ouquando est triste, preocupado ou furioso. Estas ca-ractersticas emticas da fala so controladas princi-palmente pelo hipotlamo, que controla bastantea funo dos ncleos da base, principalmente o cor-po estriado.

    A interferncia hipotalrnica se efetua conspi-cuamente no controle da respirao, mas tambm naarticulao da voz e talvez, em menor grau, na me-cnica larngea da fonao. Vide Fig. 33-3 acerca dainterveno do hipotlamo nos centros neurais asso-ciados fala.

    FISIOLOGIA MECNICADA FONOARTICULAO

    Caractersticas gerais da fonoarticulao

    A voz pode ser descrita sumariamente pela pro-duo de um som pela laringe (fonao) e pelassuas modificaes ulteriores por ressonncia do arnos vrios espaos localizados entre a laringe e os l-bios, bem como outros processos (articulao).Ambos os fenmenos so controlados pelo sistemanervoso central e podem gerar uma considervelvariedade de sons; porm, praticamente imposs-vel estabelecer o grau de participao das diferen-tes estruturas da articulao da voz na modificaodo som iniciado pela fonao larngea.

    O tono das fundamentais pode variar no homemde 90 Hz (voz baixa masculina) a 300 Hz (voz agudafeminina) durante a fala habitual.

    Obviamente, o trax tambm tem um papel nafonoarticulao, pela maior ou menor ressonnciaque pode produzir; alm do mais, pode-se observarque, durante a emisso da voz, o ritmo regular dainspirao e expirao est modificado. A inspiraoocorre muito rapidamente ao final das frases, ouentre as pausas produzidas. A expirao apresen-ta-se prolongada e dura entre pausa e pausa. Poroutra parte, atravs da respirao, pode-se controlara profundidade da voz; ao se aumentar a pressodo ar expirado, aumenta-se a profundidade da vozou como ocorre especificamente no canto.

    Mecnica da fonao

    Este assunto tratado mais apropriadamente noCap.34.

    Ora, lembrando os fatos fundamentais, a laringeest formada por cartilagens (onze no total) ligadas en-tre si por msculos intrnsecos que se classificam

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  • Fisiologia Aplicada Fonoaudiologia

    Corpoestriado

    N. supra-seminal

    N. motor do vago

    Grupodorsal

    Fig. 33-3 - Esquema acerca das inter-relaes neurais que realizam a efetuao da fala, atravs dos ncleos dabase - principalmente corpo estriado - que vai promover primeiro CD ao sobre o centro respiratrio bulbar, logosobre corresponde ao ncleo motor do vago que permite a produo da fonao; finalmente,@determinante daarticulao da voz pelo sistema estomatogntico.

    em trs grupos, segundo sua ao sobre as bordas li-vres das cordas vocais (Fig. 33-4). Estes msculos so:

    1)Msculo tensor das cordas vocais (mscu-lo cricotireideo);

    2)Msculo dilatador da glote (cricoaritenideoposterior);

    3) Msculos constritores da glote (cricoari-tenideo lateral, tireoaritenideo inferior, tireoa-ritenideo superior e ariaritenideo).

    Exceto o ltimo, todos os msculos so pares. Soinervados pelo nervo Iarngeo inferior ou recor-rente, ramo do nervo vago, com exceo do mscu-lo cricotireideo (tensor das cordas vocais) que inervado pelo ramo motor do nervo larngeo supe-rior, tambm ramo do vago. Maiores detalhes noCap.34.

    Internamente, a laringe apresenta duas pregasbilaterais de direo ntero-posterior: a corda vo-cal e a banda ventricular ou corda falsa. A cordavocal contida dentro do ligamento tireoaritenideo

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    Cartilagemtireide

    Cordas

    Glote

    Cartilagemcrlclde

    Msculotireoaritenideo

    "" (constritor)

    , ~ Cartilagemaritenide

    Msculocricoaritenideo

    posterior(dilatador)

    Msculoaritenideotransverso(constritor)

    Fig. 33-4 - Seco transversal da laringe, onde se evi-denciam as cartilagens e msculos do rgo da fona-o.

  • Fisiologia da Fala e da Fonoarticulao

    inferior, estando nela inserido o msculo tireoari-tenideo inferior. Quando se observa a glote pelolaringoscpio, pode-se avaliar que sua forma e di-menses so variveis de acordo com a fase respira-tria: na inspirao, as cordas vocais se afastam, en-quanto se aproximam, levemente, na expirao. Nafonao, as cordas se aproximam, ficando paralelase tensas, fechando a glote. A glote tem uma carac-terstica bsica durante a respirao, j que as mu-danas que se apresentam na fonao esto super-postas posio bsica respiratria e, em grandeparte, dependem dela. Ao mesmo tempo em que ascordas vocais se adaptam na emisso da voz, h umposicionamento (aprendido) da mandbula, faringee lngua, de modo a haver uma sincronizao moto-ra bucal e larngea com a respirao, o que determi-na a fonao eficiente que, de fato, constituiria umaadaptao geral da respirao.

    Pode-se estudar a funo das cordas vocais atra-vs do registro eletrolaringogrfico, colocando-sedois eletrodos na superfcie cutnea a cada lado dalaringe; de acordo com as modificaes da impedn-cia do instrumento, registram-se as aproximaes eseparaes das cordas vocais.

    Reflexos larngeos adaptativos

    Obviamente, os movimentos das cordas vocaisexigem alta preciso, de modo que o sistema de con-trole porfeedback deve ser muito estrito. Um cantorcapaz de produzir 2.000 graus de tom deve modifi-car o comprimento de suas cordas entre 1 e 1,5 mmpara cada variao de tom. Isso ocorre por reflexosadaptativos.

    A parte aferente do reflexo inicia-se, quer emmecanorreceptores mucosos (a menor parte),quer em terminaes nervosas corpusculares exis-tentes nas articulaes ou juntas da mesma larin-ge, estes ltimos receptores se adaptam velozmen-te, o que importante na velocidade de ajuste dosfenmenos larngeos. '1'ambrn h receptores fu-sais no msculo, mas bem primitivos, nos mesmosmsculos larngeos. O controle da tenso muscular controlado por um grande nmero de terminaesnervosas em espiral dos msculos larngeos.

    Papel das falsas cordas

    As bandas ventriculares ou falsas cordas tm, apa-rentemente, como funo, manter lubrificadas ascordas vocais, isso porque contm um alto nmerode glndulas mucosas, cuja secreo aumenta como maior exerccio da voz. Acredita-se tambm que

    estas bandas ventriculares controlariam a vibra-o das verdadeiras cordas vocais na emisso denotas de tom excessivamente alto.

    Controle extralarngeo da fonao

    Se a funo larngea, bsica e adaptativa, depen-de da tenso e posio das cordas vocais, por umaparte, e pela presso do ar expirado, por outra, poder-se-ia controlar a emisso da voz controlando-se estesdois fatores primrios. No obstante, a boca e a farin-ge representam estruturas importantes nesta regula-o. Assim, por exemplo, segundo a concepo deHusson, a linguagem oral no deveria ser considera-da como uma simples funo de mecnica estomatog-ntico-Iarngea, mas como uma conduta de naturezaverbal que tem um sentido dirigido de natureza me-cnica, visando a um determinado objetivo. Esta con-duta verbal seria de natureza motora complexa quepode incluir mltiplas modalidades de funcionamen-to, mas que, resumidamente, seriam as seguintes:

    1) Condutas fonatrias: agindo sobre a varia-bilidade de intensidade, freqncia ou timbre dossons emitidos pela laringe;

    2) Condutas articulatrias: agindo sobre a va-riabilidade de fatores que determinam a articulaodo som (ver mais adiante);

    3) Condutas lingsticas: referem-se aos fato-res que atuam no estilo da linguagem, isto , na es-colha particular das palavras, na seqncia das fra-ses, no sotaque; enfim, no conjunto de elementosque determinam o significado e a caracterstica "pes-soal" da voz.

    Estes trs elementos constituintes da conduoverbal, ou da expresso oral da linguagem - que sode natureza motora - de acordo com Jenkine, en-globam dois sistemas neuromusculares diferentes:

    1) Um bloco neuromuscular pneumo-trqueo-larngeo- faringeano;

    2) Um bloco neuromuscular bucolabial.

    Como estabelecido previamente, ambos so con-trolados pelo SNC. Os efetores so principalmentemsculos esquelticos, j que as glndulas excri-nas e a musculatura lisa tm uma importncia secun-dria, assim os msculos esquelticos recebem im-pulsos nervosos das reas corticais motoras (giro pr-central) ou das reas corticais de associao, passan-do pelo estriato at chegar aos ncleos da formaoreticular. Contudo, a rea somatossensorial ou ps-central do crtex seria tambm importante, ligando-

    461

  • Fisiologia Aplicada Fonoaudiologia

    se aos ncleos motores dos nervos cranianos; teriaespecial importncia a prega curva na regio parietal.

    No controle da fonao, alm dos sinais de ori-gem cortical ou cerebelar, apresentam-se reflexosperifricos que controlam certas caractersticas davoz. Estes reflexos so:

    Reflexo trigmio-recorrencial.rea de Maurau

    o sistema de ondas sonoras emitidas pela larin-ge provoca impacto na mucosa da cavidade bucal, es-pecialmente da rea mais anterior do palato duro.Nesta regio, existem receptores sensveis vibra-o provocada pela onda sonora, em particular porharmnicas de 2.500 cps que, pelo seu especial com-primento de onda, determinam a excitao destesreceptores palatinos. Esta rea, sensvel a este com-primento de onda, denomina-se rea de Maurau.Pela via trigeminal, os impulsos chegam at a forma-o reticular, em que as fibras fazem sinapse com oncleo sensorial principal do trigmio que, por suavez, se associa por colateral ao ncleo motor do vago.O vago, atravs do nervo larngeo recorrente, deter-mina na musculatura vocal um aumento do tom, sen-do o principal fator que mantm este estado tnicovocal. Ora, as harmnicas de 2.500 cps dependem di-retamente deste tono muscular vocal, pelo que sepode deduzir que a manuteno destas harmnicasdepende do controle do reflexo trigmio-recorren-cial, agindo atravs de umfeedback positivo de ma-nuteno do tono das cordas vocais (Fig. 33-5).

    Ncleo motordo vago --z:...

    Viasensitiva

    Vago

    Nervorecorrente

    Palato duro

    J rea de Maurau

    Laringe

    )))))-,Onda sonora

    Fig. 33-5 - Representao esquemtica do reflexotrigmio-recorrencial.

    462

    Reflexo ccleo-recorrencial

    Contudo, tambm o ouvido interno pode ser ex-citado pelas ondas sonoras que o prprio indivduoemite na produo de sua voz. Esta excitao leva aum ligeiro aumento da amplitude e manutenoda freqncia das oscilaes das cordas vocais. Oreflexo se produz em alta velocidade, porm se man-tm durante todo o perodo de emisso da voz. Estereflexo controla, por conseguinte, a prpria voz, mo-dificando a tenso da musculatura larngea atravsdo nervo recorrente, ramo do vago.

    Reflexo retculo-recorrencial

    Quando a formao reticular ativada, por impul-sos provenientes da rea de Maurau ou do ouvido(cclea), aumenta tambm o tono do esfncter glti-co. Assim, por exemplo, quando se eleva o hiide porao da formao reticular ou por efeito cortical, podeaumentar o tono muscular que leve excitao doncleo motor do nervo vago no bulbo que, por viado nervo recorrente, estimula a musculatura da cor-da vocal, aumentando seu tono.

    I FISIOLOGIA DA ARTICULAO DA VOZ I

    A articulao da voz se refere s funes asso-ciadas do sistema farngeo-bucolabial, que determi-na modificaes do som fundamental produzido ini-cialmente nas cordas vocais. Quando as ondas sono-ras entram no canal farngeo-bucal, ocorrem varia-es do tono e da intensidade produzidas pela con-trao fsica dos msculos farngeo-bucolabiais oumusculatura estomatogntica, em geral.

    Impedncia farngeo-bucal

    Quando se fala de impedncia, refere-se resis-tncia oposta a uma presso para determinar umavariao de fluxo quando esta presso modificada,ou seja, por definio, a impedncia em mecnicarefere-se relao entre a fora exercida sobre umcorpo e a velocidade resultante que se consegue im-primir a este corpo.

    Em que na boca seria:

    I = impedncia;PiO = presso intra-oral aplicada;qmd = fluxo mdio da distenso das estruturas orais.

  • TABELA 331

    Freqncias caractersticas das vogais (Hz)

    Vogal Baixa Altaemitida freqncia freqncia

    U (aberta) 400 800

    U (fechada) 475 1.000

    OU 500 850

    O 700 1.150

    A 825 1.200

    E (aberta) 550 1.900

    E (fechada) 500 2.100

    EI 550 2.100

    I 375 2.400-

    Fisiologia da Fala e da Fonoarticulao

    Representaria assim uma resistncia passagemdo fluxo areo atravs da boca.

    ,1'rata-se, neste caso, de uma irnpedncia acsti-ca que depende de vrios fatores, entre outros das carac-tersticas das paredes anfractuosas do canal farngeo-bucal, dos turbilhes produzidos no fluxo de ar, das di-ferentes posturas dos rgos moles bucais e farn-geos, do aporte de harmnicas de alta freqncia ca-pazes de criar zonas de ressonncia etc. Ento, a im-pedncia significaria para a laringe uma resistncia que,se no for vencida pela presso do fluxo de ar expulso,far com que a emisso sonora pelas cordas vocais dei-xe de ocorrer; por isso, a impedncia farngeo-bucal se-ria capaz de introduzir modificaes no comportamen-to gltico, tais como o reflexo trigmio-recorrencial.Alis, a impedncia farngeo-bucal, quando produz dis-tenso da glote, o faz como mecanismo protetor das cor-das vocais, cuja natureza exata ainda pouco conhecida.

    As chamadas tcnicas vocais esto baseadas nasvariaes da impedncia, de maneira a aument-la,como, por exemplo, produzindo um alongamento dafaringe por descenso da laringe, como o que aumen-taria o comprimento total do canal farngeo-bucal. Aimpedncia, por conseguinte, representa um fator mo-dificador da qualidade da voz e um mecanismo prote-tor e controlador da funo larngea, Assim, por exem-plo, quando a impedncia for baixa, a voz apresenta-se insignificante, apagada; quando for alta, a voz sombria, cavernosa. A voz habitual depende da regu-lao adequada e dirigida da impedncia.

    Ora, a funo estomatogntica, fundamental nafala, se efetua por meio de variaes da impedncia.

    A boca como ressonador

    Uma funo importante na articulao da voz acapacidade da boca de agir como caixa de ressonn-cia, como se pode evidenciar na emisso das vogais.Quando se emitem diferentes vogais, porque hvariaes na presso e no tono do som ao nvel dasestruturas bucais. Contudo, alm das modificaesbucais, a emisso das vogais depende inicialmenteda laringe, sem obrigatoriedade de ulteriores modi-ficaes do ressonador bucal.

    Teoria da dupla ressonncia

    Atravs de metodologias diferentes, tem sido de-monstrado que as vogais consistem em sons que tm umanora fundamental (a "formadora ") que varia de uma paraoutra vogal, e que depende da caracterstica de cada vozem particular; alm

  • Fisiologia Aplicada Fonoaudiologia

    Mas, considerando-as no contexto articulador,seriam estas cmaras ou compartimentos:

    a) Na mesma laringe, o vestibulo entre as ver-dadeiras e falsas cordas;

    b) Cmara entre a laringe e a base da lngua,envolvendo a epligote;

    c) Espao entre a parede farngea, o palato molee a vula;

    d) Compartimento formado entre o dorso da ln-gua e a superfcie posterior do palato duro;

    e) Cmara entre o dorso da lngua e a superfcieanterior do palato duro;

    f) Espao vestibular entre os dentes e os lbios.

    Aceita-se, em geral, que o tono inferior (me-nor freqncia) de uma vogal seja produzido pelascmaras farngeas de ressonncia, enquanto aque-le tono mais alto (maior freqncia) seria produzi-do pelas ressonncias originadas nas cmaras bu-cais.

    Posio dos ressonadores orais

    Na emisso de vogais, o fluxo de ar passa inin-terruptamente, via de regra, sem maior interfern-cia da impedncia, que pode variar por interposi-o da lngua, lbios e estruturas farngeas, ademaisdas bochechas e dentes. Alm disso, as modificaesso muito rpidas e variveis, tornando seu estudomuito difcil. Registros oscilogrficos da voz mostramque a onda padro tpica para cada som no pro-duzida instantaneamente. Pelo menos, aproximada-mente 1/4 da durao total do som seria preenchidopor sons intermedirios atpicos. Em parte, j noincio da fala, os rgos da fonoarticulao ado-tam uma posio correta, mas, parcialmente ao final,tomam uma posio j preparatria para o prximosom. Por exemplo, quando se produz o som "ah",parece que as posies das estruturas orais seriam in-significantes quanto s suas modificaes, mas a ca-racterstica inicial seria o estreitamento entre aepiglote e a parede farngea, seguida por uma am-pla abertura da boca, que tende a acentuar todosos sobretonos, sem ser seletiva. Nas vogais I e E, afaringe abre-se e amplia-se, a lngua dobra-se aomeio e se encosta firmemente contra o palato duro,adotando sua forma. Na vogal U, os lbios tm umpapel fundamental, assim como as bochechas. Os di-tongos so combinaes de duas vogais seguidas ra-pidamente, de maneira que o movimento executa-do pelas estruturas orais depende da passagem deuma vogal para a seguinte.

    464

    Relao fonao/articulao

    A importncia relativa da fonao e da articulao,ao formar os sons da fala, embora no conhecida comexatido. Tem-se estabelecido que o sussurro con-siste somente em fenmeno articular, sem a partici-pao das cordas vocais, pelo que deduzido que afonao no seria essencial na gnese dos sons, masrepresentaria um importante mecanismo de amplia-o, conferindo inflexo e qualidade emocional voz; porm, isso se aplica somente s lnguas quepodem ser sussurradas, como so as lnguas ociden-tais em geral: portugus, ingls, espanhol ou francs,excluindo-se outras lnguas diferentes como o chinsou os dialetos africanos. Nestas ltimas, a inflexo fundamental, e a fonao se torna fator essencial, nopodendo haver sussurro diferente da fala. No obs-tante, trabalhos mais recentes permitem suspeitar deque, de fato, a fonao seja importante tambm nosussurro, j que, durante sua produo, h captaode potenciais eltricos nos msculos larngeos e, soblaringoscopia, observam-se modificaes da forma daglote. Para apoiar estas observaes, a ttulo de exem-plo podem-se considerar as consoantes De' 1', que di-ferem entre si, somente pelo fato de que a primeirano acompanhada de fonao, enquanto a ltima o. Ora, se a fonao no interferisse no sussurro, essasduas consoantes se confundiriam, mas, na realidade,isso no acontece, pela prvia fonao. Pode-se en-to concluir que h participao das cordas vocais ain-da no sussurro, embora com papel possivelmente me-nor, no sendo to fundamental na compreenso daverbalizao, como tem sido postulado.

    Emisso de consoantes

    As consoantes so produzidas por interrupo dapassagem do ar atravs da faringe e boca, seja pela ln-gua, dentes ou lbios, provocada basicamente pelomesmo mecanismo da impedncia. Usando o modelode Paget, quando se interrompe temporariamente o flu-xo atravs de pipas em srie, podem-se produzir sonsbastante semelhantes s consoantes; por exemplo, se omodelo reproduzir "ah", mas for tampado com a palmada mo e logo aps rapidamente aberto pela remooda mo, haver emisso de "pah" ou "bah". As conso-antes, assim como as vogais, ocorrem por impedncia eressonncia das cmaras farngeo-bucais, e seus sonstambm poderiam ser analisados em dois tonos princi-pais. Os sons nasais M, N, NH so mais complexos, com-postos por trs principais, sendo o terceiro produzidoquando a boca est obstruda e o som orientado paraas cavidades nasais (sons nasais). Algumas consoantescomo P, B, '1' e D diferem das vogais pelo fato de que

  • Fisiologia da Fala e da Ponoarticulao

    as estruturas orais tm que se movimentar enquanto elasesto sendo pronunciadas, havendo assim um certo graude velocidade de mudana do tono, que precisamen-te o que ajuda a diferenciar estas consoantes. tambmevidente que as ressonncias para as consoantes va-riam de acordo com a vogal a elas associada, possivel-mente, pela posio adequada e oportuna procurada pe-la lngua, para associar a vogal com a consoante. Nos pa-latogramas, tm sido estudadas as posies da lnguaem relao ao palato duro, durante a pronunciao dasconsoantes. Anthony usou nos palatogramas a distribui-o de um corante aplicado previamente no palato duro.Estes palatogramas so usados assim na avaliao dasmudanas da relao lngua-palato depois da instalaode prteses, por exemplo. Podem-se tambm avaliar aspresses de aplicao da lngua contra o palato. Es-tas presses variam entre 35 e 160 g X cm " durante afala e entre 140 e 320 g X cm-2 durante a deglutio.

    As consoantes diferem umas das outras pela impe-dncia produzida, dependendo do fato de serem ou noacompanhadas de fonao. Quando so acompanhadasde fonao, chamam-se consoantes vocalizadas;quando no o so, chamam-se consosantes no-voca-lizadas. Assim, as principais diferenas entre S e Z, P eB, por um lado, ou F e V, por outro, residem no fato deque as cordas vocais esto silenciosas em S, P e F, masparticipam da emisso de Z, B e V. No obstante, duran-te o sussurro das chamadas consoantes vocalizadas (Z,B e V), ocorrem mudanas nas falsas cordas (bandas ven-triculares), com o que muda a ressonncia produzida pe-la cmara interposta entre as cordas verdadeiras e falsas.

    Caractersticas defreqncia das consoantes

    Como se pode observar na Tabela 33-II, na g-nese das consoantes h variaes importantes das

    freqncias que, alm disso, fazem variar a caixa deressonncia onde so produzidas. preciso desta-car que a ressonncia bucal resultaria fundamentalpara a emisso de todas as consoantes.

    Classificao das consoantes

    As consoantes podem ser classificadas de vrios mo-dos, como pode ser avaliado nos Boxes 33-II e 33-III.

    Boxe 33-11Classificao das consoantes, de

    acordo com as estruturas que causamimpedncia ou interrupo do fluxo de ar

    - bilabiais, como B, P e M;- labiodentais, como F e V;- linguodentais, como D e T;

    linguopalatais, como G e K.

    Boxe 33-111Classificao das consoantes, de

    acordo com suas caractersticas sonoras

    - Nasal, como em N, M ou NH, que requerem obs-truo da boca com passagem nasal aberta;

    - Lateral, como em L; o ar forado a lateralizar-sena boca;Enrolada, como em R;Plosiva, como em P, B, T, D, G e K, que requeremuma completa parada do fluxo de ar. Sendo cha-madas tambm de consoantes de deteno;

    - Fricada ou fricativa, como em F e V, que preci-sam s de uma parada parcial;

    - Africada ou africativa, como em CH e J, que, em-bora abrangendo uma parada parcial do fluxo dear, tambm precisam de liberao rpida de ar.

    TABELA 33-11 - Caractersticas de freqncia das consoantes (Hz)

    Som Ressonncia Ressonncia Ressonncialarngea nasal bucal

    L 250-400 600 2.000-3.000

    N 200-250 600 1.400-2.000

    NH 200-250 600 2.300-2.600

    M 250-300 600 900-1.700I

    R 500-700 1.000-1.600 1.800-2.400I~--

    465

  • Fisiologia Aplicada Fonoaudiologia

    Papel das estruturas moles

    As consoantes labiais so produzidas fechando-se os lbios e, logo aps, reabrindo-os abruptamen-te. Nas consoantes labiodentais, o lbio inferior en-contra o incisivo superior e rapidamente remo-vido. As consoantes linguodentais so produzidaspor remoo da ponta da lngua dos incisivos ou dopalato duro, imediatamente posterior aos dentes. Asconsoantes sibilantes, como S, X ou Z, dependemda passagem do ar expirado atravs de um espaomuito estreito, entre a ponta da lngua e a parte an-terior do palato duro, com fonao, no caso de Z, ou,sem fonao, no caso de S, CH e J. Requerem amaior parte da superfcie da lngua em contato como palato duro, mas permitindo um espao mais lar-go do que no caso de S ou Z e, logo aps, rpida re-tirada da lngua do palato. O enrolado R devido rpida vibrao da ponta da lngua. L produzi-do por desvio do ar expirado do centro da boca paraambos os lados. M som labial, enquanto N seriasom mais dental, mas com desvio aos condutos na-sais, havendo ressonncia nasal durante sua produ-o. Alis, merece destacar o papel do palato mole.Na produo da maior parte das consoantes (me-nos M, N e NH), o palato mole fecha a passagemda orofaringe para a nasofaringe, por movimentosde ascenso do palato mole, que volta a descerquando cessa a pronncia destas consoantes. Estemovimento parece ser fundamental; acompanha-sede discreta, mas constante, elevao da faringe.A elevao do palato mole pode atingir total ou par-cialmente a parede farngea, especialmente comvogais mantidas.

    Controle reflexo da articulao da voz

    Existe um controle reflexo dos movimentos dafaringe, e especialmente da boca, durante a verba-lizao. Este controle da articulao inicia-se na c-clea, como tambm em receptores da lngua, sen-do aparentemente estes ltimos os mais importan-tes, como se pode avaliar na anestesia da superfcieda lngua, no bloqueio da transmisso nervosa origi-nada na lngua, e ao impedir a ao do ouvido pelautilizao de rudo intenso em ambos os ouvidos. Soos reflexos ccleo-oral e glosso-oral.

    A parte anterior da lngua a responsvel porarticulaes complexas, como as de S e CH, porqueestruturas dessa regio tm mais receptores do tato,rgos tendneos e receptores fusais, do que na par-te posterior da lngua, responsvel por movimentosmais grosseiros.

    466

    Evoluo ontognica dafonoarticulao. Vocalizao

    A primeira manifestao sonora do homem ogrito do rcem-nascido devido simples reao fren-te entrada de ar nos pulmes.

    Logo aps, aparece a balbuciao que represen-ta uma expresso de jbilo e caracteriza-se pelo apa-recimento de consoantes, diversamente do grito, emque s h vogais. Neste perodo, tanto o grito comoo balbucio so exteriorizao de expresses emocio-nais independentes das acsticas. Constituem a de-nominada vocalizao.

    Inicia-se ento a associao acstica de sonsemitidos, ou seja, associao sensorial-motora entreo som emitido e o som ouvido, o que permite o de-senvolvimento da linguagem, como a imitao fon-tica do que escutado, isto , repetio dos estmu-los auditivos (fala, msica, rudos); o que se deno-mina perodo de eco.

    Quando aparece a compreenso, e sua ligao expresso verbal, nasce, de fato, a linguagem, ou seja,com 12-18 meses de idade. A fala inicial constitui-sede palavras isoladas; no processo evolutivo, aparecemas ligaes, formando frases com sentido. J, a partirdo stimo ano de vida, a capacidade infantil para a lin-guagem similar do adulto. A partir do que foi ex-posto, pode-se salientar a importncia da audio noprocesso de aprendizagem e formao da linguagem.

    Alteraes fundamentais da linguagem

    Alm das afasias motora e sensorial, devem-se considerar:

    Alexia a incapacidade para ler, que pode, ou no, ser

    acompanhada de afasia (motora ou sensorial). Iso-ladamente, pode manifestar-se devido a alteraesdo lobo occipital do hemisfrio categrico.

    Oislexia uma alexia incompleta; o indivduo afetado no

    pode ler alm de algumas poucas palavras, entenden-do bem; contudo, com maior quantidade, faz confu-so. '1'rata-se transtornos das vias de projeo anteri-or aps a excitao dos lobos ocipital e parietal.

    Alteraes da evoluo da linguagem

    Durante o desenvolvimento da linguagem, podemapresentar-se distrbios por causas muito va-riveis, como retardo mental, surdez congnita total ou

  • fina do palato mole e dos pilares posteriores da amg-dala. Pode-se acompanhar de vibraes dos lbios e dasjanelas do nariz. Robin determinou que, na maioria daspessoas que roncam, h uma obstruo do canal nasal,que leva a um aumento de resistncia nasal res-pirao, com ligeira depresso da ventilao pulmonar,queda de p02 e aumento de pC02, estimulando aven-tilao pulmonar e determinando maior fluxo de are vibrao do palato mole, porm baixa freqn-cia respiratria. A obstruo nasal pode ser produzi-da por aumento de tamanho das adenides e eventual-mente, tonsilas,alm de rinite vasomotora, deslocamen-to do septo nasal ou outros defeitos nasais. Todavia, adepresso fisiolgica respiratria do sono no-REMseria um fator importante na determinao do ronco.

    Fisiologia da Fala e da Fonoarticulao

    Referncias Bibliogrficas

    parcial, leses cerebrais, alteraes na maturao neural,perturbaes congnitas dos rgos da fonao, fatoresemocionais ou, o que muito freqente, falta de est-mulo auditivo ou emocional, fatores que levam a umaevoluo rpida e eficiente da linguagem, como falhaque acontece em grupos humanos pouco desenvolvidos,ou em indivduos isolados de outros seres humanos.

    Ronquido

    '1'rata-se de uma ao involuntria que se produzno sono de ondas lentas (SOL, no-REM nas fases IHou IV), e cessa imediatamente com o despertar ou pas-sagem fase REM. A ronquido causada pela vibra-o - usualmente durante a inspirao - da borda

    1. A linguagem constitui o principal meca-nismo de comunicao entre seres humanos.' 1'odoo crtex cerebral determina a funo de expressolingstica; porm, trs reas parecem essenciaisna expresso verbal: primria de Broca (frontal),secundria de Wernicke (temporal) e terciria dePenfield (frontal superior).

    2. Atravs do crtex motor pr-central -correspondente ao controle da motricidade oro-facial- inicia-se a fala, atuando como gatilho doprograma motor verbal iniciado pelos ncleosbasais - preponderadarnente o corpo estriado- cerebelo e ncleo rubro. H interferncia dohipotlamo conferindo o tono afetivo da ver-balizao.

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    SINOPSE

    3. O corpo estriado controla trs nveis mo-tores da fala: 1)Centro respiratrio (grupos dorsale ventral) da formao reticular bulbar, determi-nando inspirao profunda e expirao prolonga-da; 2) Ncleo motor do vago, que, atravs donervo recorrente, modifica a funo larngea oufonao; 3) Ncleos mesenceflico e su pra-trigeminal da formao reticular mesenceflica-pontina, controlando a musculatura estoma-togntica: articulao da voz.

    4. H controle da fonao por reflexos origina-dos na laringe (msculos e articulaes) e na boca(reflexos trigmio-recorrencial, ccleo-recorrenci-al). Reflexos originados no mesmo sistema estoma-togntico modulam a articulao da voz.

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    468

    ((Quieresser elfantasma que sople, solitrio cercadei mar su estril) triste instrumento?

    Si solamente llamaras, su prolongado son, sumalfico pito ... ))

    Barcarola, Pablo Neruda

    Page 1Titlescaptulo 33 Introduo Comportamento da comunicao Fisiologia da Fala c. R. Douglas Medida da informao I A LINGUAGEM VERBAL I

    Page 2Titles456 Aprendizado da linguagem verbal Filo e ontogenia da linguagem I CARACTERSTICAS FSICAS DO SOM I Amplitude ou intensidade (sonoridade) Freqncia ou altura

    Page 3TitlesRessonncia Qualidade vocal (timbre) I NEUROFISIOLOGIA DA LINGUAGEM I Papel do crtex de associao Regio frontal da linguagem, Regio temporal de Wernicke ou secundria 457

    Page 4TitlesRessonncia Qualidade vocal (timbre) I NEUROFISIOLOGIA DA LINGUAGEM I Papel do crtex de associao Regio frontal da linguagem, Regio temporal de Wernicke ou secundria 457

    Page 5TitlesRegio terciria de Penfield Papel do corpo estriado ou estriato Papel da formao reticular Excitao do centro respiratrio 458 , , ,

    Page 6TitlesExcitao do ncleo motor do Excitao do ncleo mesenceflico Papel do hipotlamo FISIOLOGIA MECNICA Caractersticas gerais da fonoarticulao Mecnica da fonao 459

    Page 7Titles460

    Page 8TitlesReflexos larngeos adaptativos Papel das falsas cordas Controle extralarngeo da fonao 461

    Page 9TitlesReflexo ccleo-recorrencial I FISIOLOGIA DA ARTICULAO DA VOZ I Reflexo retculo-recorrencial Impedncia farngeo-bucal J )))))- , Reflexo trigmio-recorrencial. rea de Maurau 462

    Page 10TitlesA boca como ressonador Teoria da dupla ressonncia Os ressonadores orais Boxe 331 Cmaras orais de ressonncia

    TablesTable 1

    Page 11Titles464 Posio dos ressonadores orais Relao fonao/articulao Emisso de consoantes

    Page 12TitlesCaractersticas de Classificao das consoantes 465

    TablesTable 1

    Page 13Titles466 Papel das estruturas moles Controle reflexo da articulao da voz Evoluo ontognica da Alteraes fundamentais da linguagem Alteraes da evoluo da linguagem

    Page 14TitlesRonquido SINOPSE Referncias Bibliogrficas 467

    Page 15Titles468 ((Quieres ser el fantasma que sople, solitrio cerca Si solamente llamaras, su prolongado son, su Barcarola, Pablo Neruda