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Fundação Educacional do Município de Assis Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis Campus “José Santilli Sobrinho” FERNANDO VERÍSSIMO SILVA JÉSSICA EDUARDA SIQUEIRA MARINI JORNALISMO DENUNCIATIVO: A DISTORÇÃO DO GÊNERO INVESTIGATIVO Assis 2010

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Fundação Educacional do Município de Assis

Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis Campus “José Santilli Sobrinho”

FERNANDO VERÍSSIMO SILVA

JÉSSICA EDUARDA SIQUEIRA MARINI

JORNALISMO DENUNCIATIVO: A DISTORÇÃO DO GÊNERO INVESTIGATIVO

Assis 2010

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FERNANDO VERÍSSIMO SILVA

JÉSSICA EDUARDA SIQUEIRA MARINI

JORNALISMO DENUNCIATIVO: A DISTORÇÃO DO GÊNERO INVESTIGATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo do Instituto Municipal de Ensino Superior

de Assis - IMESA, como requisito à obtenção do Certificado de Conclusão.

Orientadora: Maria Lídia de Maio Bignoto

Área de concentração: ______________________________________

Assis 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA

SILVA, Fernando Veríssimo. MARINI, Jéssica Eduarda Siqueira Jornalismo Denunciativo: A Distorção Do Gênero Investigativo/ Fernando Veríssimo Silva; Jéssica Eduarda Siqueira Marini. Fundação Educacional do

Município de Assis – FEMA - Assis, 2010. 53 p.

Orientadora: Maria Lídia de Maio Bignoto Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino Superior

de Assis – IMESA.

1. Jornalismo Investigativo 2. Denúncia 3. Repórter Record

CDD: 070

Biblioteca da FEMA

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JORNALISMO DENUNCIATIVO: A DISTORÇÃO DO GÊNERO INVESTIGATIVO

FERNANDO VERÍSSIMO SILVA

JÉSSICA EDUARDA SIQUEIRA MARINI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis, como

requisito do Curso de Graduação analisado pela seguinte comissão examinadora.

Orientadora: ____________________________________________________

Analisador: _____________________________________________________

Assis 2010

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AGRADECIMENTOS

FERNANDO VERÍSSIMO SILVA

Agradeço em primeiro lugar a Deus, que me deu e renovou minhas forças

todos os dias, além de ter iluminado meu caminho e colocando pessoas

especiais em minha vida.

Aos meus pais, Sheila Veríssimo Silva e Mário Brússulo da Silva, pela força,

pelos sábios conselhos, por ter acreditado e me apoiado em todos os

momentos. Só Deus sabe as dificuldades que passamos durante esses quatro

anos, mas agora, frutos colhidos. Obrigado por serem exemplos de vida, de

honestidade e de perseverança!

Também ao meu irmão Pedro, que mesmo não me entendendo muito, sempre

me recebeu com um beijo carinhoso. Amo vocês!

Agradeço a minha família toda, por ter me apoiado! De coração, obrigado por

tudo! Vocês são os melhores. Não vou citar um por um, porque a prole é

grande! Mas, todos são importantes para mim! Amo cada um de vocês.

À minha tia Raquel, que mesmo de longe, acompanhou essa trajetória,

ajudando de todas as formas possíveis para que eu me formasse! Tia Quel,

muito obrigado por tudo. Não sei como agradecer, de verdade!

Não poderia deixar de agradecer também, Márcia Valéria, que me ajudou

desde que nasci. O que você fez por mim, muitos pais/familiares não

fazem/fariam por seus próprios filhos, e você ajudou mesmo não tendo nenhum

grau de parentesco comigo. Só posso agradecer por Deus ter colocado você

na vida de minha família.

Aos meus amigos de classe, que nesses quatro anos, estiveram junto comigo,

tanto nos bons, como nos maus momentos. Obrigado por me agüentarem por

tantos anos na faculdade! Em especial: Claudio, Duda, Geisla e Vivi, com quem

me identifiquei desde o primeiro dia de aula. Amo vocês!

Ao pessoal do Labcom, desde a Era Silvana, Alzimar, Noeli e Alex. Sobrevivi a

todas elas! Vocês são parte de mim. Afinal, três anos e meio, de tantas

mudanças, tanta gente nova, tantas risadas e tantas tensões. Obrigado pela

paciência que tiveram comigo. Tanta gente passou por esse laboratório, que

fica chato citar nomes e esquecer-se de alguém. Então, obrigado a todos os

amigos.

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Agradeço também ao Rafael, amigo que sempre tem palavras de ânimo. Ao

Mauro, pelas boas conversas e risadas (antes mesmo de eu entrar para a

faculdade). Ao Rogério, pela preocupação, pelas palavras animadoras,

conversas e disponibilidade de tempo só para me ouvir reclamar. . Mesmo nos

vendo pouco, vocês são muito especiais para mim. Obrigado por estarem do

meu lado.

Às pessoas que direta ou indiretamente, contribuíram comigo. Que Deus os

abençoe de coração.

À minha companheira de TCC, Jéssica Eduarda (Duda) – ela odeia que a

chamem de Jéssica Eduarda, mas este é um caso especial. – Duda, obrigado

de coração, sem você, este projeto não seria e não sairia a mesma coisa!

Obrigado de coração. Terminou! Agora, é daqui pra Globo!

À minha professora orientadora, Maria Lídia, que tanto gosto, respeito e

admiro. Obrigado pelas risadas, pelos e-mails desesperados, pelas conversas

no corredor e principalmente, por ter acreditado neste projeto de conclusão de

curso. Tia Lídia, obrigado por tudo! E acabou a faculdade criançada!!!

Amo vocês, de coração!

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AGRADECIMENTOS JÉSSICA EDUARDA SIQUEIRA MARINI

Muitas pessoas passaram por mim durante esses quatro anos, e sinto de

verdade que devo a cada uma delas o meu muito obrigada por essa conquista.

Afinal diretamente ou indiretamente todas elas contribuíram de alguma forma,

seja com uma palavra de incentivo, um ombro amigo nas horas incertas, ou até

mesmo com uma crítica.

Mas primeiramente agradeço a você, que há quatro anos questionou o Sr.

Antonio Marini, perguntando quem ele pensava que era para ter filho em

faculdade. Graças a você, hoje ele pode lhe responder: “Eu sou pai daquela

que está prestes a se formar em jornalismo”.

Meu muito obrigada também a você que tentou por diversas vezes me fazer

mudar de opinião ao optar pelo jornalismo como profissão e me basear em

cursos que estivessem em ascensão no mercado. Talvez se não fosse isso,

meu coração não teria gritado tão alto para seguir apenas o que ele dizia.

Agradeço principalmente ao meu pai, Antonio Marini, e a minha mãe Eunice de

Siqueira Marini, a quem eu devo muito mais do que eu poderia retribuir minha

vida inteira. Obrigada por entre tantas opções, terem escolhido me amar, por

nunca desistirem de mim e por acreditar sempre em meus sonhos.

A toda minha família e amigos próximos, que acompanharam de perto o quanto

foram difíceis esses quatro anos, obrigada pela contribuição financeira, quando

necessária, mas principalmente por sonhar comigo o que hoje se torna

realidade.

Aos amigos que ficaram pelo caminho, aos que encontrei nessa nova

caminhada e aos que sempre estiveram aqui. Obrigada pela paciência, pelo

carinho e pela saudade.

Ao meu amigo, Fernando Veríssimo, e orientadora Maria Lídia de Maio

Bignoto. Dois bons motivos, de minha calma e desespero, mas também de

muitos risos, os quais transformaram esse trabalho prazeroso.

A meus queridos mestres e amigos, Alzimar Ramalho e Eduardo Reis, duas

grandes referências profissionais em minha trajetória.

E por fim meu agradecimento especial ao meu eterno Ícaro, Felipe Modesto,

que me mostra dia após dia que há sempre mais a alcançar, a buscar, e mais e

mais a brilhar!

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A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece um jornalismo melhor.

Alberto Dines

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RESUMO

Este trabalho tem por finalidade apresentar que a prática do jornalismo

investigativo vem sofrendo distorções ao longo dos anos. As principais causas

dessas mudanças é a velocidade da mídia sob grande demanda de

informações e principalmente o uso indevido de instrumentos de alta

tecnologia. Para demonstrar, contaremos com o auxílio de suportes teóricos

para fazer uma análise das técnicas empregadas em um programa de

denúncia da atualidade, Repórter Record. O programa é produzido por

jornalistas que se denominam especialistas em investigação, e é exibido pela

Rede Record de Televisão, sob o comando do jornalista Roberto Cabrini.

Palavras-chave: Jornalismo Investigativo; Denúncia; Mídia.

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ABSTRACT

This paper has the purpose of showing that the practice of investigative

journalism has been suffering distortions over the years. The main causes of

these changes are the speed of the media under great demand of information

and especially because of the misuse of high-end instruments. To demonstrate

that, we’ll be counting with the help of theoretical support to analyze one of the

techniques used in a program of actual problems exposition, Repórter Record.

The program is produced by journalists that call themselves specialists in

investigation, and is exhibited by Rede Recorde de Televisão, under the

command of the journalist Roberto Cabrini.

Keywords: Investigative Journalism; denounces; Media

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Primeiro Registro de Cartoon ......................................................... 24

Figura 2 – Modelo de Pintura Rupestre ........................................................... 28

Figura 3 – Modelo de Escrita Cuneiforme ....................................................... 29

Figura 4 – Modelo de Escrita Hieróglifo ............................................. .............. 29

Figura 5 – Manuscrito do Novo Testamento .................................................... 29

Figura 6 – Máquina Tipográfica de Gutenberg ................................................ 30

Figura 7 – Primeiro Modelo de Telégrafo ........................................................ 31

Figura 8 – Primeiro Telefone no Brasil ............................................................ 31

Figura 9 – Registro da Primeira Fotografia ...................................................... 32

Figura 10 – Câmera Escura ............................................................................. 32

Figura 11 – Roquette Pinto Inaugura a Rádio Nacional do Rio de Janeiro com

Discurso ........................................................................................................... 33

Figura 12 – Assis Chateaubriand em Frente à Câmera da Tv Tupi ................ 34

Figura 13 – Primeiro Computador Criado pela Empresa ARPA para Armazenar

Dados do Pentágono ....................................................................................... 35

Figura 14 – Pesquisadores Utilizando a Conexão após ser Liberada ............. 35

Figura 15 – Logo do Myspace: Vice-Líder Em Redes Sociais Nos Eua .......... 37

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Figura 16 – Logo da Rede Social Orkut ........................................................... 37

Figura 17 – Fotografia de Orkut Büyükkökten, Criador da Rede Social, que

Recebeu seu Nome ......................................................................................... 38

Figura 18 – Perfil Fake de Personalidade Americana ..................................... 38

Figura 19 – Versão 2010 do Orkut ................................................................... 39

Figura 20 – Logo da Rede Social Facebook .................................................... 39

Figura 21 – Logo da mais Nova Rede Social Twitter, Cuja Tradução é “Pios de

Pássaro” ........................................................................................................... 40

Figura 22 – Fotografia da Primeira Reunião para a Criação de uma Nova Rede

.......................................................................................................................... 40

Figura 23 – Logo do Programa Repórter Record ............................................ 42

Figura 24 – Fotografia de Alguns dos integrantes da Equipe do Programa

Repórter Record Recebendo o Prêmio Vladimir Herzog De Jornalismo ......... 48

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

1. JORNALISMO NO BRASIL ................................................................ 16

1.2 GÊNEROS JORNALÍSTICOS .................................................. ............ 18

1.3 JORNALISMO INFORMATIVO .................................................... ......... 18

1.3.1 Nota ...................................................................................................... 19

1.3.2 Notícia .................................................................................................. 19

1.3.3 Reportagem ......................................................................................... 20

1.3.4 Entrevista ............................................................................................ 20

1.4 JORNALISMO OPINATIVO .................................................................. 21

1.4.1 Editorial ............................................................................................... 21

1.4.2 Artigo .................................................................................... ............... 22

1.4.3 Resenha ............................................................................................... 22

1.4.4 Coluna .................................................................................... ............. 23

1.4.5 Crônica ................................................................................................ 23

1.4.6 Caricatura, Charge e Cartum .............................................. ............... 24

1.4.7 Cartas do Leitor .................................................................................. 25

1.5 JORNALISMO INTERPRETATIVO ...................................................... 25

1.6 JORNALISMO INVESTIGATIVO .......................................................... 26

2. TECNOLOGIA NO JORN ALISMO ....................................................... 28

2.1 PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES .......................................................... 28

2.2 A TECNOLOGIA A FAVOR DO HOMEM ........................... .................. 30

2.3 VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA ..................................... 33

2.4 INTERNET COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO ................................... 34

2.4.1 Internet No Brasil ................................................................................ 36

2.4.2 Redes Sociais ..................................................................................... 37

3. REPÓRTER RECORD ......................................................................... 42

3.1 O PROGRAMA ..................................................................................... 42

3.2 UMA INFÂNCIA PERDIDA PARA O TRÁFICO .......................... ......... 43

3.3 EQUIPE DE PRODUÇÃO .................................................................... 45

3.4 PRÊMIO VLADIMIR HERZOG DE JORNALISMO ............................... 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 48

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 50

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade analisar as distorções que o jornalismo

vem sofrendo diante da contribuição que a tecnologia lhe proporciona e seu

efeito no caráter investigativo.

Embora assumido como uma especialidade da área a denominação “jornalismo

investigativo” continua gerando polêmica entre os acadêmicos. A divergência

ocorre devido o termo ser considerado redundante, já que toda prática

jornalística deve exigir uma apuração adequada.

Porém a produção jornalística investigativa se diferencia das demais

especialidades em inúmeros fatores. Desde a escolha do tema,

desenvolvimento da notícia, e principalmente na forma de divulgação, o que

acaba exigindo um empenho maior do profissional.

Os assuntos abordados são sempre questões polêmicas, o que dificulta a

busca de informações oferecendo muitas vezes riscos ao jornalista. A pesquisa

demanda mais tempo, por ser mais aprofundada que as demais, e a forma de

divulgação muitas vezes é feita por séries especiais, vídeo documentários, ou

programas independentes.

Ao longo dos anos, o jornalismo vem acompanhando o período de constante

desenvolvimento que a tecnologia vive. Equipamentos estão sendo criados

com o objetivo de facilitar a vida do homem, o que consequentemente acaba

influenciando na forma de se comunicar.

A evolução dos meios de comunicação e a velocidade da mídia estão afetando

cada vez mais na qualidade da informação, pois tão eficaz quanto a

contribuição tecnológica, está também as conseqüências pelo seu mau uso.

Enfocando na maneira de como produzir programas jornalísticos de denúncia

para a TV sem perder o caráter investigativo, o estudo visa analisar a forma

como isso vem sido desempenhado atualmente no país.

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O trabalho terá início com uma breve análise teórica do que é jornalismo e sua

trajetória no Brasil. Apresentará a maneira tradicional dos gêneros e como é

veiculado nos diversos formatos no país.

O segundo capítulo aborda a revolução tecnológica no jornalismo trazendo as

possíveis causas das transformações sofridas em seu caráter investigativo. O

uso de instrumentos como internet, câmera oculta, gravadores e grampo

telefônico são fatores destacados.

Como objeto de pesquisa, o terceiro capítulo apresentará uma análise do

programa Repórter Record, exibido pela Rede Record de Televisão. Serão

exploradas todas as técnicas empregadas desde a escolha do assunto

abordado até a sua exibição.

O trabalho demonstra que o jornalismo nos dias de hoje pode estar perdendo

sua característica investigativa, tornando-se apenas um jornalismo de

denúncia. E assume caráter inteiramente acadêmico para servir de alerta aos

iniciantes da área de comunicação.

A partir do momento que esta hipótese é desconsiderada automaticamente

estará contribuindo para que qualquer pessoa com equipamentos apropriados,

sem qualquer tipo de formação, possa ser considerada como um profissional

de jornalismo.

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1. JORNALISMO NO BRASIL

"O jornalismo é, antes de tudo e, sobretudo, a prática diária da inteligência e o

exercício cotidiano do caráter." (Cláudio Abramo)

Com três séculos de atraso a imprensa se estabelece no Brasil no ano

de 1808 no momento de transição em que deixa de ser colônia e passa a ser

sede do poder real. Entretanto o título de precursor do jornalismo ainda é tema

de controvérsia entre os estudiosos.

D. João VI sai de Portugal e chega ao Brasil na fuga das tropas

napoleônicas e encontra um país onde não há universidades e a população era

em sua maior parte rural, e analfabeta, sem uma imprensa popular.

O país enfrentava a censura causada pelo decreto da Carta Régia em

1947, na qual proibia a impressão de livros e de todo e qualquer papel avulso.

A palavra impressa foi considerada crime, sujeita a pena de prisão e até exílio.

Determina-se como marcos fundadores do jornalismo o lançamento, em

Londres, do Correio Braziliense, em 1º de junho, e a criação da Gazeta do Rio

de Janeiro em 10 de setembro, ambos em 1808.

O primeiro foi fundado por Hipólito José da Costa, que mais tarde

receberia o título de patrono da imprensa brasileira. Na fuga dos cárceres da

imprensa ele foi exilado na capital londrina onde comandou a primeira

publicação em língua portuguesa, de esquerda e livre de censura.

Apesar de impressa no exterior, sua veiculação era voltada para o Brasil,

com acesso através de navios como o nome remete. Costa em seu livro

explica, “chamamos de Braziliense, no natural do Brasil, Brasileiro, o português

europeu, ou o estrangeiro que lá vai negociar-se ou estabelecer-se...” (Apud

BRAZ, 1990, p.32)

Longe do país Costa pode fazer uso do jornal para exercer sua opinião e

descarregar críticas contra a moral corrupta do absolutismo. Entre os seus

ideais ele apoiava a monarquia constitucional, liberdade de imprensa, abolição

da escravatura e a instituição das universidades.

Em contrapartida três meses depois, D. João VI criava a Imprensa Régia

responsável pela edição do jornal Gazeta do Rio de Janeiro. Embora a

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princípio negasse, o veículo era inteiramente oficial destinado a publicar

relatos, proclamações, ordens e contra-ordens militares, e decretos.

“Esta Gazeta ainda que pertença por privilégios aos

officiaes da secretaria de Estado dos Negócios

Estrangeiros e da Guerra na He com tudo official; e o

Governo somente responde por aquelles papeis, que

nella mandar imprimir em seu nome.” (PENA, 1990, p.

57)

Hipólito José da Costa passou a ser visto como um revolucionário. No

Brasil o jornal Correio Braziliense, é proibido, apreendido, e processado, porém

sem sucesso, já que em Londres o jornal contava com a proteção da lei.

O Governo chega a mudar sua estratégia, lançando uma edição inglesa

com o nome Investigador Português para destilar ataques ao jornalista, mas

também não foi capaz de impedir o jornal de esquerdista circular durante 14

anos no país.

Já a Gazeta do Rio de Janeiro refletiu durante 13 anos a sociedade da

época, tendo sua última publicação no dia 31 de dezembro de 1821. A partir

daí era lançado então o Diário do Governo, e todo o acervo da Imprensa Régia

passa à Imprensa Nacional.

Além da Gazeta do Rio de Janeiro e do Correio Braziliense outros

jornais passam a circular em território nacional. A época é marcada por uma

intensa atuação panfletária que refletia opiniões, ideais, e também revoltas.

Os dois jornais narram junto a história da imprensa brasileira e

contribuem para as reformas importantes que culminaram na independência

Nacional, em 7 de setembro de 1822.

Do fim do século XIX para o início do século XX a imprensa sofre uma

grande mudança de perfil. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o

jornalismo impresso passa a ter um caráter informativo e deixa o opinativo, em

que suas publicações eram carregadas de anúncios políticos, decretos, e

ideologias.

Resultado da grande busca de informações sobre o conflito, a alteração

no caráter impresso ocasiona diretamente na expansão dos meios de

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comunicação no Brasil. Os jornais passam a se estabelecer no país, o que

contribuiu mais tarde para o surgimento do Rádio e da TV.

1. 2 GÊNEROS JORNALÍSTICOS

Os gêneros jornalísticos são determinados no processo de produção da

informação e podem ser classificado pelo conteúdo, formato ou meio de

veiculação.

Apesar da estrutura sofrer abalos com o surgimento das novas mídias,

sendo considerado muitas vezes como inexistente, este trabalho apresentará o

modelo tradicional mais aceito entre os estudiosos.

Felipe Pena em seu livro Teoria do Jornalismo apresenta a proposta dos

professores Luiz Beltrão e José Marques de Melo, pioneiros no Brasil,

baseadas nos seguintes critérios:

1. Finalidade do texto ou disposição psicológica do autor, ou ainda

intencionalidade.

2. Estilo

3. Modos de escrita, ou morfologia, ou natureza estrutural.

4. Natureza do tema e topicalidade.

5. Articulações interculturais.

Embora haja uma dificuldade em encontrar uma única classificação de

gêneros, com base no critério apresentado, o jornalismo é dividido em quatro

categorias: Informativo, Opinativo, Interpretativo e Investigativo.

1.3 JORNALISMO INFORMATIVO

A denominação da categoria “informativa” é considerada pelos

pesquisadores como um paradoxo, já que toda atividade jornalística tem como

principal finalidade o ato de informar.

A prática teve início somente após a Segunda Guerra Mundial (1939-

1945) com a expansão da mídia impressa no Brasil. Época em que o

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jornalismo perde de vez sua característica oficial, em que suas edições eram

baseadas em decretos e anúncios políticos, e passa então interpretar a

realidade.

A mudança de perfil refletiu diretamente na transformação da imprensa

como uma atividade comercial, baseada unicamente nos fatos. O aumento nas

vendagens exigiu um número maior de profissionais, que por sua vez tinham

que ser cada vez mais especializado.

Na busca por uma tentativa de se organizar, com base no conteúdo, no

formato e principalmente na progressão dos acontecimentos o jornalismo

informativo é apresentado em quatro formatos: nota, notícia, reportagem e

entrevista.

1.3.1 NOTA

A Nota pode ser classificada como uma rápida notícia com as principais

informações sem aprofundamento. Caracterizada pela brevidade tem como

elemento principal o “lead” baseado nas perguntas Quem? Quando? Onde?

Como? Por que?.

Sua maior frequência no rádio e na TV se deve ao fato de relatar

assuntos atuais, ou seja, que estão acontecendo, por isso muitas vezes a nota

também é usada como ponto de partida para uma notícia.

Na televisão ainda pode ser encontrada em três tipos, pelada, coberta e

nota pé. A primeira consiste na informação sendo passada pelo próprio repórter

ou apresentador. A nota coberta conta com o auxílio de imagens relacionadas

ao assunto, e a nota pé é uma última informação lida ao final da matéria.

1.3.2 NOTÍCIA

Notícia é um fato do cotidiano – novidade – que surge e que desperta o

interesse do público, ou seja, são informações veiculadas pelos meios de

comunicação, como rádio, tevê, revistas, jornais, internet.

A notícia também é conhecida como a “matéria-prima” do Jornalismo. É

caracterizada por ser impessoal, onde há o predomínio da narração e discurso

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em terceira pessoa. É estruturada pelo lead e pelo corpo (informações

adicionais relevantes). Segundo Pena, “A notícia é a inteligência exata e

oportuna dos acontecimentos, descobertas, opiniões e assuntos de todas as

categorias que interessam aos leitores” (2007, p.71).

1.3.3 REPORTAGEM

A reportagem é tudo aquilo que foi apurado pelo repórter. Ela vai mais

além do que a notícia, já que nela, o assunto pautado será mais desenvolvido

pelo jornalista, que tem como dever esgotar o assunto abordado. Para isso

contara com uma série de entrevistas, outros tipos de fontes e também

agências de notícias e assessorias de imprensa numa forma de enriquecer o

trabalho.

Para se fazer uma reportagem é essencial que o jornalista dê ganchos

ao assunto para que não fique repetitivo e ficar sempre atento às informações

relevantes que o ajudarão a prender a atenção do leitor/telespectador do

começo ao fim.

Felipe Pena traz em seu livro entre outras citações, a definição do

professor João de Deus Corrêa, que apresenta como principal diferencial, o

nível de aprofundamento do assunto abordado.

“Reportagem é um relato jornalístico temático, focal,

envolvente e de interesse atual, que aprofunda a

investigação sobre fatos e seus agentes” (Apud

CORRÊA, 2007, p. 75)

1.3.4 ENTREVISTA

Uma das definições mais freqüentes de entrevista é: conversação entre

duas pessoas, afim de obter informações para sua matéria através de

perguntas e respostas. E só então a partir dos dados obtidos, o jornalista

poderá produzir uma reportagem com as declarações e falas.

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Muitas vezes o entrevistado se torna destaques de assuntos abordados

pela mídia, o que faz com que ele não tenha interesse em responder as

perguntas. Isso faz com que a arte de entrevistar seja uma tarefa nada fácil,

mas que com a prática e o passar do tempo possa-se conseguir respostas

surpreendentes.

1.4 JORNALISMO OPINATIVO

O jornalismo opinativo, ou de opinião, foi o primeiro a ser praticado no

Brasil. Como dito no início deste capítulo, as primeiras manifestações

jornalísticas eram feitas através de anúncios oficiais e decretos. Logo, já

traziam uma interpretação política dos fatos.

Essa especialidade jornalística apresenta-se na forma de texto

discursivo e tem por finalidade disseminar opiniões e persuadir o receptor por

isso suas principais características são a objetividade e a precisão.

Atualmente o jornalismo opinativo encontra-se presente nos meios de

comunicação na forma de editorial, comentário, artigo, resenha, coluna,

crônica, caricatura e carta.

1.4.1 EDITORIAL

Editorial é um texto reservado nos veículos impressos para textos

imparciais que trazem a opinião da empresa, da direção ou da equipe de

redação. Geralmente são destacados dos demais textos para que desde o

início o leitor saiba que além da informação encontrará uma interpretação.

Nos principais veículos é localizado logo nas primeiras páginas, mas

pode também ter outro espaço predeterminado. Apresenta também como outra

característica a ausência de assinatura do autor, por trazer a opinião do veículo

e não de alguém em particular.

Vale lembrar que embora o editorial seja o espaço delimitado para

expressar a visão do veículo, deve-se saber que a opinião estará presente do

inicio ao fim da publicação, desde a escolha dos assuntos abordados até a

organização das páginas.

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1.4.2 ARTIGO

Artigo são textos carregados de informação aliados a opinião do autor.

Por exigir muito conhecimento, muitas vezes são escritos por estudiosos,

pesquisadores ou especialistas convidados pelo veículo.

Aborda assuntos em evidências voltados para o público em geral ou são

escritos em linguagem especifica quando escrito para um grupo determinado.

Sendo para publicação ou para via acadêmica.

O autor além de expressar sua opinião apresenta também resultado de

pesquisas com o objetivo de levar o leitor a uma reflexão. Para isso usa de

comentários, análises, críticas e também ironia para desenvolver seu ponto de

vista.

Por não refletir a opinião da empresa, todos os artigos são devidamente

assinados já que a responsabilidade pelo que é escrito cabe inteiramente ao

articulista.

1.4.3 RESENHA JORNALÍSTICA

Resenha é um texto jornalístico usado para apresentar uma breve

análise seguida de opinião sobre o que esta sendo apresentado. Podendo ser

um filme, livro ou álbum.

De uma forma resumida, deve-se fazer uma descrição sobre o que será

abordado, apresentar um levantamento de todas as informações relevantes

encontradas sobre o assunto e por último a opinião do autor.

O texto de caráter descritivo e crítico têm como principal objetivo orientar

o leitor, e levá-lo a conferir para que seja capaz de tirar suas próprias

conclusões. O importante é sempre manter o leitor interessado em seu texto.

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1.4.4 COLUNA

A denominação coluna surgiu no século XIX, quando ao diagramar um

jornal tudo que não era considerado informação era colocado numa única

coluna vertical, de alto a baixo da página. Porém com o passar do tempo isso

deixou de ser uma limitação.

São publicadas regularmente nos diversos veículos de comunicação,

sendo encontrada com mais freqüência na internet por ter como características

principais a brevidade, abordar assuntos do cotidiano e se apresentar em

formato de nota ou crônica.

Até a década de 90 as colunas continham temas específicos e

delimitava que cada autor, não necessariamente um jornalista, expressasse

sua opinião. Hoje os autores ganharam destaques e conquistaram seu próprio

espaço, podendo assim discursar sobre diversos assuntos.

Entre os colunistas mais importantes no Brasil, destacam-se Ricardo

Noblat, Mônica Bergamo, Luis Fernando Veríssimo, Carlos Heitor Conny

Gilberto Dimenstein e Diogo Mainardi.

1.4.5 CRÔNICA

Crônica é um texto encontrado nos veículos impressos, e hoje também

na web, carrega do inicio ao fim pela visão pessoal do autor. É escrita com

base em situações do cotidiano e tem como finalidade apresentar outra visão

sobre um acontecimento fazendo o leitor refletir.

Tem como principal característica o texto em primeira pessoa em

formato de narrativa. E pode ser considerada como uma intersecção entre o

jornalismo e a literatura, pois ao contrário dos outros formatos pode fazer uso

de artifícios da ficção, humor ou sentimentalismo ao ser escrito.

Consta como primeiro registro da mais antiga e famosa crônica a "Carta

de Achamento do Brasil", de Pero Vaz de Caminha, na qual são narrados à D.

Manuel, rei português, o descobrimento do Brasil e os primeiros dias aqui.

De acordo ainda com o seu conteúdo, a crônica ainda pode ser

classificada como descritiva, narrativa, dissertativa, narrativo-descritivo,

humorística, lírica, poética, jornalística e histórica.

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1.4.6 CARICATURA, CHARGES E CARTUM

Caricatura, charge e cartum são ilustrações que embora tenham

características diferentes são usadas com a finalidade de expressar opinião

através do humor e da sátira sobre assuntos atuais ou que estejam em

destaque.

A palavra caricatura vem do italiano caricare, que significa carregar

nesse sentido, exagerar. Os desenhos são usados para caracterizar artistas ou

políticos e para isso trazem suas principais características físicas, gestos,

vícios ou hábitos particulares bem demarcados através da ilustração.

Através dessa modalidade, as críticas sociais são feitas em ve ículos

impressos desde o século XVIII e ganham páginas de jornais e internet até os

dias de hoje.

No cenário brasileiro se destacam os cartunistas Raul Pederneiras

(Raul), Calixto Cordeiro (K. Lixto) e J. Carlos, como pioneiros, Nair de Tefé, a

primeira mulher caricaturista do mundo, Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar e

Henfil entre outros.

A charge é um desenho que exprime uma critica político-social através

da caricatura e que por ser de fácil entendimento não tem a obrigatoriedade de

ser um assunto atual. Para poder interpretá-la, o leitor deve estar interado dos

fatos ocorridos para poder entender a ironia transmitida pela ilustração.

Como seu poder de alcance é grande, quando há censura, elas são os

primeiros alvos para que saiam de cena.

Cartoon, palavra de origem britânica, usada pela primeira vez em 1840,

pela revista Punch. A sátira fazia crítica à condenação do povo inglês, aos

cartoons expostos no Palácio de Westminster à pedido do Príncipe Albert.

"Cartoon no.1: Substance and Shadow"

(1843) de John Leech satiriza cartoons para

os frescos no Palácio de Westminster, que

criaram o conceito moderno dos cartoons.

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1.4.7 CARTAS DO LEITOR

Espaço reservado para expressar a opinião dos leitores sobre algum

assunto abordado pela publicação. Em sua maioria apresentam opiniões

condizentes com o editorial, mas também aquelas que contêm idéias opostas,

com o objetivo de ser imparcial.

A escolha feita pela redação do veículo é pelas cartas bem escritas que

trazem bons argumentos e idéias claras.

1.5 JORNALISMO INTERPRETATIVO

Teve início nos anos 60, quando na imprensa brasileira houve a ditadura

do “lead” que impera até os dias de hoje. Com a concorrência do rádio e

televisão (que passou a ser em cores), levou os jornais a se modernizarem e

sair do padrão clássico.

Logo surgiram editoras e empresas investindo em revistas de

reportagens, onde os textos são mais flexíveis e interpretativos.

Porém, a televisão passou a ser o principal concorrente do jornal, que se

consolidou totalmente na década de 60, fazendo com que surgisse uma grande

mudança no estilo jornalístico e assim reconfigurando o modelo do leitor.

Assim, o jornalismo interpretativo, é em outro plano, uma retomada do

jornalismo investigativo. Em 1964, por conta da Ditadura Militar, esse tipo de

jornalismo praticamente desaparece.

Além de terminar com a ditadura do “lead”, a reportagem começa a ser

mais valorizada e faz com que surja uma elite de repórteres especiais, que

voltaram com velhos estilos literários, além de dar mais criatividade e ousadia

ao texto.

Surge também no jornalismo impresso, a partir desse jornalismo

interpretativo, o uso de gráficos, infográficos e ilustrações, fazendo com que o

jornal despertasse o mesmo interesse da televisão.

O jornalismo interpretativo é uma alternativa interessante, para que os

profissionais que trabalham no impresso possam passar, com maior

profundidade, os fatos do cotidiano para seus leitores.

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1.6 JORNALISMO INVESTIGATIVO

Leandro Fortes em seu livro, Jornalismo Investigativo, afirma que a

polêmica envolvendo a denominação dessa especialidade jornalística assume-

se como uma verdade inexorável com a chegada da tecnologia.

De fato, até o surgimento das facilidades das

ferramentas elet rônicas de busca, toda apuração, por

mais simples que fosse, tomava ares de investigação.

(FORTES, Leandro. Jornalismo Investigativo, 2007,

p.09)

O verbo investigar é o ato de tentar, se empenhar em descobrir algo e

embora o jornalismo em si seja uma constante busca por informações, o

investigativo se diferencia quanto ao seu objetivo ou alvo.

Os assuntos abordados são polêmicos, e muitas vezes intervêm com

interesses alheios, o que dificulta a coleta por informações, tornando-se muitas

vezes uma profissão de risco. Um exemplo, no informativo pode-se encontrar

a matéria sobre o aumento da criminalidade, já no investigativo o foco seria os

envolvidos no contrabando de armas brasileiro.

Assim, fica claro que em seu caráter informativo, o jornalista continua

tendo o dever de apuração, porém seu trabalho acaba sendo muito mais de

coleta ao reunir dados e fontes, do que uma investigação.

Por assumir essa característica descrita acima, a tecnologia é vista

como principal aliada dessa especialidade. Gravadores, grampos telefônicos,

câmeras escondida são usados constantemente já que algumas fontes

trabalham na contramão dificultando a busca pela verdade.

O jornalista assume função de defensor dos direitos da sociedade ao

obter informações de interesse público, mas deixa de ser visto dessa forma

quando utiliza de maneira errada instrumentos tecnológicos.

“O fato é que essa questão tem dois tratamentos, e

em ambos deve-se valer do princípio da honestidade

de quem faz, das circunstâncias da reportagem, da

intenção da pauta e dos limites que o bom senso e a

ética impõe.” (FORTES, Leandro. Jornalismo

Investigativo, 2007, p.53)

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Na afirmação acima, Fortes, apresenta os dois lados que envolvem a

questão, que segundo ele é determinada pela forma que o profissional conduz

seu trabalho. Devido a casos de corrupção e crime organizado estarem cada

vez mais presentes na mídia nos dias de hoje, isso exige matérias elaboradas,

e recursos eficientes de pesquisa e apuração.

Em contrapartida, alguns profissionais vêem no jornalismo de denúncia,

aquele que não oferece o tratamento devido a matéria, como uma maneira de

driblar a velocidade e a necessidade de informações que a sociedade

demanda.

Para isso, se preocupam apenas com o seu formato ou em apresentá -la

primeiro, deixando de lado seu desfecho, o que resulta em uma carência de

informações como define o jornalista Percival de Souza em seu livro,

Narcoditadura.

“O jornalista, como se pode comparar, também se

preocupa muito com o formato e pouco, ou nada, com

o conteúdo, permanecendo escravo das regras

convencionais e ausente do que seria o grande

interesse público a exigir sempre grandes

reportagens.” (SOUZA, Percival de. Narcoditadura,

2002. p. 231)

Em meio a polêmicas a sociedade se sente “invadida” quando são pegos

desprevenidos em meio a uma investigação, independente de sua finalidade. E

a partir daí deixam de se deslumbrar com a realidade apresentada pela mídia,

e passam a fazer o velho questionamento, se o fim realmente justifica os

meios.

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2. TECNOLOGIA NO JORNALISMO: O BEM E O MAL DA

PROFISSÃO

Estudos comprovam que desde o surgimento do homem, a comunicação

sempre foi uma de suas maiores necessidades. Isso se deve ao fato da

maneira como o ser humano se relaciona exercer influência direta com o meio

em que vive, podendo ser de modo positivo ou não.

Acompanhe logo abaixo, uma análise cronológica da comunicação rumo

à tecnologia. Desde seus primeiros passos e manifestações até a facilidade

encontrada nos dias de hoje, vista por muitos comunicólogos como

contribuição e por outros como um agravante da profissão.

2.1 PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES

As primeiras manifestações foram através de gestos e expressões

faciais que mais tarde ganhariam formas de pinturas rupestres em cavernas ou

rochas. Feitas com sangue, saliva, argila ou excrementos de morcegos o

homem já buscava através da arte retratar sua realidade.

Seus desenhos representavam cenas do cotidiano, como animais em

caçadas, danças típicas e mulheres.

Pintura rupestre encontrada na Gruta do Alentejo em Portugal

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Quando as manifestações corporais e artísticas já não eram suficientes

o ser humano desenvolveu então a fala e logo em seguida a escrita. A

necessidade a princípio era de apenas registrar informações, mas dessa forma

era dado início a construção do conhecimento humano.

Embora tenha sido desenvolvida em vários lugares de forma

independente, como registro das escritas mais antigas estão, a cuneiforme e os

hieróglifos, criado há cerca de 5500 anos, entre sumérios e egípcios.

Modelo de escrita cuneiforme Modelo de escrita hieróglifo

Desenvolvido também pelos egípcios está o papiro (pelo latim papyrus

do grego antigo πάπσρος), considerado como o precursor do papel. Sua

origem é da planta Cyperus papyrus, que depois de prensado era enrolado a

uma vareta de madeira ou marfim para criar o rolo que seria usado na escrita.

Manuscrito do Novo Testamento

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2.2 A TECNOLOGIA A FAVOR DO HOMEM

A tipografia, método de impressão, embora tenha sido criada pelos

chineses, foi adaptada mais tarde no século XV por Johannes Gutenberg na

Alemanha. O diferencial no formato alemão era que as peças poderiam ser

reutilizadas em diferentes textos, método usado até os dias de hoje.

Até então os livros eram produzidos manualmente em um processo

chamado escribas, que dava trabalho e demandava muito tempo. O que torna

o modelo de Gutenberg como maior responsável pela difusão da informação.

Modelo de tipografia de Gutenberg

Seguindo o processo evolutivo, o americano Samuel Finley Breese

Morse, inventava no ano de 1937 o telégrafo, aparelho que permitia a

transmissão de mensagens através de códigos de um ponto para o outro em

grandes distâncias.

O código mais utilizado ficou conhecido pelo nome de seu criador,

Código Morse, e chegou a ser uti lizado por indústrias, empresas, governo e

também pelas Forças Armadas, principalmente no período a partir da Segunda

Guerra Mundial (1939-1945). Usado até os dias de hoje pela Marinha.

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Modelo de telégrafo

Em 1876 a comunicação ganha mais um recurso com a invenção de

Alexandre Graham Bell, o telefone. As mensagens passariam então a ser

transmitidas de forma verbal, aproximando cada vez mais as pessoas,

independente da sua localidade.

No Brasil o primeiro telefone chega em 1879, instalado para atender a D.

Pedro II em ligações locais no Palácio São Cristovão, Rio de Janeiro. A

chamada interurbana passa a ser utilizada quatro anos depois e somente em

1888 é criada a primeira companhia telefônica brasileira.

Com o passar dos anos o aparelho também sofreu alterações não só em

seu formato, mas também em seus recursos que estão cada vez melhores,

oferecendo opções para atender a necessidade do mercado.

Primeiro modelo de telefone instalado no Brasil

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Considerada como a primeira fotografia na história está o experimento

produzido pelo francês Joseph Nicéphore Nièpce entre 1926 e 1927. Porém

deve-se lembrar que a invenção foi resultado de inúmeras tentativas de

químicos e alquimistas desde meados do século XVI.

Primeiro registro fotográfico inventado por Joseph Nicéphore Nièpce

Além dos materiais químicos, um dos princípios básicos da criação foi a

câmera escura, origem não identificada. Uma caixa preta com ausência de luz,

com apenas um orifício em um dos lados, em que quando posicionada de

frente a um objeto refletia a imagem ao fundo da caixa.

Modelo de câmera escura

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O modelo de Nicéphore Nièpce trouxe a inovação de revelar a imagem

através de uma chapa metálica emulsionada em uma espécie de verniz

chamado Betume de Judéia. Processo que ele nomearia mais tarde como

Heliografia ou Escrita do Sol.

A partir daí o processo continuou sendo aperfeiçoado pó outros

químicos, chegando então a película de rolo de celulóide criada por George

Eastman e ainda usada nos dias de hoje.

Porém com o desenvolvimento da informática as imagens passaram a

ser digitalizadas e os fi lmes substituídos por micro compartimentos, os chips,

que além de praticidade, oferece maior capacidade de armazenamento de

imagens.

2.3 VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA

A primeira transmissão de rádio foi realizada pelo italiano Guglielmo

Marconi, no ano de 1896. A distância alcançada a principio foi de apenas cem

metros, mas viria a se expandir após inúmeras pesquisas feitas por estudiosos

como, Aleksander Popov, Henry Jackson, Oliver Lodge, entre outros.

A nova tecnologia chegaria ao Brasil no ano de 1922, e somente

quatorze anos depois seria instaurada a primeira emissora de rádio no país. No

dia 12 de setembro de 1936, foi inaugurada a Rádio Nacional do Rio de

Janeiro, e começava a partir daí a Era do Rádio, um marco na história da

comunicação.

Roquette Pinto inaugura a Rádio Nacional do Rio de Janeiro com um discurso

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A televisão foi inventada pelo russo Vladmir Zworkin no início da década

1920 nos Estados Unidos. 30 anos depois da primeira transmissão, surgia no

Brasil a TV Tupi, primeira emissora brasileira, criado por Assis Chateaubriand,

responsável por disponibilizar a princípio 200 aparelhos ao país.

Passado seis anos da chegada da tevê, o número de televisores no

Brasil, já ultrapassava 1,5 milhões. O telejornalismo utiliza-se da mão de obra

oriunda do rádio.

De acordo com o IBOPE, em 2008, 93% dos domicílios brasileiros

contavam com televisores.

Assis Chateaubriand em frente à câmera da TV Tupi

2.4 INTERNET COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO

Assim que a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) chegou ao fim, um

novo conflito surge – a Guerra Fria – e o mundo passa a ter duas potências

mundiais, os Estados Unidos e a URSS (União das Repúblicas Socialistas

Soviéticas).

De um lado, os norte-americanos representando o capitalismo, e de

outro, os soviéticos que representavam o socialismo. Ambos disputavam a

liderança mundial, e sabiam da importância dos meios de comunicação para a

conquistar novos aliados.

Os Estados Unidos, temendo ataques da URSS ao Pentágono, que tinha

apenas um computador central, onde se guardam segredos e informações

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sigilosas do Governo, tomaram providências por estarem muito vulneráveis a

essas possíveis sabotagens.

A internet começava a surgir no auge da Guerra Fria para fins militares

A ARPA (Advanced Research and Projects Agency) foi a responsável

pelo projeto de conectar todos os departamentos de pesquisa americanos.

Assim, a empresa criou a ARPANET, sistema em que integrou todos os

computadores e passou a não ter um centro definido, tornando-se um sistema

quase indistrutível.

Na década de 70, a tensão entre os EUA e a URSS começam a

diminuir. Logo, o governo norte-americano permitiu que a ARPANET entrasse

nas universidades do país para que os cientistas desenvolvessem suas

pesquisas.

O Governo americano decide liberar a ARPANET para cientistas e pesquisadores

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O índice de adesão da ARPANET foi grande, e logo problemas

começaram a aparecer no sistema. Então, o sistema foi dividido em dois

grupos: a MILNET, que tinha propriedades militares e a nova ARPANET, que

não possuía as propriedades militares.

Pesquisadores e alunos tiveram mais contato com o projeto da ARPA e

passaram a aperfeiçoar o sistema que estava sobrecarregado. Como a

empresa havia crescido demais, o protocolo de computação tornou-se

inadequado, obrigado-os a desenvolver um novo protocolo.

Este novo protocolo foi chamado de TCP/IP (Transfer Control

Protocol/Internet Protocol). Sua principal vantagem na época era o crescimento

ilimitado da rede. Elas estavam conectadas pelo IP do computador para que

pudessem trocar informações entre si.

O Governo americano investiu na criação de computadores que são

capazes de manter e enviar grande quantidade de dados, através de diversas

tecnologias criadas. Empresas privadas também atuam, porém com menor

intensidade.

No ano de 1990, o cientista Tim Berners-Lee, do CERN, criou a World

Wide Web, o famoso “WWW” que digitamos para entrar em qualquer site.

Através dele, foi possível colocar imagens e sons nas páginas da internet,

ajudou os usuários a localizar arquivos e informações a partir de endereços

únicos, podendo ser encontrado por qualquer internauta.

2.4.1 INTERNET NO BRASIL

No Brasil, os primeiros passos da grande rede, iniciou-se no ano de

1988, onde faculdades brasileiras e americanas estavam conectadas.

Até 1994, a internet no Brasil estava restrita à comunidade acadêmica.

No ano seguinte, o Governo decide fornecer e abre conexão para outros

consumidores, mas a população deveria pagar pelo serviço, enquanto os

pesquisadores estavam liberados das taxas.

A Internet no Brasil começou com a linha discada, no qual o usuário

precisa conectar um modem e uma linha telefônica para poder ter acesso a

rede mundial de computadores.

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Esse tipo de conexão foi pioneira, mas com as novas tecnologias, a

internet discada perdeu espaço para a chamada Banda Larga, onde não é

preciso usar a linha do telefone. Entre eles estão, conexão via cabo, via rádio,

ADSL, 3G entre outros mais recentes.

A internet banda larga e a 3G já atendem, cada uma, quase 12 milhões

de consumidores em todo o país. Segundo o site UOL, o uso da rede no Brasil

é uma das mais caras do mundo. Isso se deve a falta de concorrência entre as

empresas e a alta carga tributária.

2.4.2 REDES SOCIAIS

"O homem é, por natureza, um ser social"

(Aristóteles)

Criado no ano de 2003, o Myspace conta com

mais de 100 milhões de usuários no mundo. Esta

rede social tem praticamente as mesmas

funções do Orkut. No entanto, uma de suas

vantagens, é a capacidade do site hospedar

MP3, o que fez com que muitas bandas fizessem

páginas para divulgar seu trabalho.

Assim como suas concorrentes, o Myspace criou aplicativos de notícias,

humor, música e ainda conta com fóruns, comentários, classificados, causando

assim, uma das maiores reclamações de quem usa o site, a lentidão no

sistema.

No dia 24 de janeiro de 2004, entrava na

rede mundial de computadores, aquele que

seria e, ainda é a popular das redes sociais

no Brasil, o Orkut.

Criado pelo turco Orkut Büyükkökten, tinha como público alvo os norte-

americanos, porém a rede caiu na graça de brasileiros e indianos. Só em 2008,

o Brasil tinha mais de 23 milhões de perfis registrados.

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Perguntado pelo jornal O Globo sobre como teve a idéia de criar um site

de relacionamentos tão eficaz e simples, o fundador disse à reportagem que foi

em “um momento de puro ócio.”

Orkut Büyükkökten criou a rede social em um momento de ócio

Para poder participar da nova mania nacional, o internauta deveria

receber um convite de alguém que já estava cadastrado no site. No ano

seguinte (2005), o Orkut lança a versão em português do site, o que ajudou a

popularizá-lo ainda mais no Brasil. Além de manter um perfil, os orkuteiros,

podem criar comunidades e participar de fóruns debatendo assuntos em

comum com pessoas que nunca tiveram contato.

O número de participantes cresceu rapidamente e logo, os convites

deixaram de ser obrigatórios. Além dos perfis verdadeiros, começavam a surgir

os fakes, usuários que usam fotos de pessoas famosas ou de modelos, se

passando por eles, ou simplesmente para poder vasculhar no Orkut de uma

pessoa sem ser identificada por ela.

Perfil fake no Orkut: fotos de famosos e modelos incomodam muitos usuários

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Após alguns anos sem modificar quase nada em sua estrutura, em 2008,

o Orkut disponibiliza mais de 600 aplicativos para seus usuários. Os campeões

de adesão são o BuddyPoke e a Colheita Feliz, com mais de dois milhões de

perfis participantes.

A segunda grande modificação foi em seu visual no ano de 2009. A

página inicial deixava de ser a clássica azul e rosa (como demonstrado acima

com o perfil fake) e os próprios usuários passaram a personalizar sua página,

além de outras vantagens. A idéia não agradou parte dos orkuteiros que

voltaram para a versão clássica.

Versão 2010 do Orkut Novo

Com diversas transformações inúteis, bugs e vírus, usuários ficaram

revoltados e o Orkut perdeu terreno para o Twitter e o Facebook.

Um dos maiores sites de relacionamentos do

mundo, o Facebook foi lançado nos Estados

Unidos pouco menos de um mês depois

Orkut, no dia 4 de fevereiro de 2004.

O estudante de Harvard, Mark Zuckerberg, criou inicialmente esta nova

rede apenas para os alunos da universidade, entretanto o novo site foi aceito

rapidamente na Universidade de Massachusetts, Universidade de Boston e em

muitos colégios dos Estados Unidos.

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Com a abertura do site para novos estudantes, faculdades e empresas,

em 2006, pessoas com mais de 13 anos tiveram a permissão de criar perfis na

rede social.

Assim como o Orkut, os usuários do Facebook podem adicionar amigos,

criar grupos e fóruns de discussão, além de contar com aplicativos que

cativaram pessoas a criar contas só para o dessas ferramentas. O número de

perfis que antes era pequeno e limitado aos Estados Unidos, hoje passa dos

400 milhões no mundo todo.

Com tantos usuários ativos dentro e fora dos Estados Unidos, o lucro da

rede social deverá passar de R$ 1.8 bilhão em 2011 somente em publicidade,

segundo o site Abril.

Fundado em março de 2006, por Jack Dorsey, Evan

Williams e Biz Stone, o Twitter, como conhecemos

hoje, passou por algumas modificações no seu projeto

inicial. Dois anos antes, um grupo de amigos saiu do

Google e fundaram a Odeo, uma empresa de

podcasting. Passando por uma crise financeira, o

americano Dorsey teve a idéia de criar um serviço de troca de status, como um

SMS.

Reunião na Odeo em 2006 sobre um novo serviço de mensagens instantâneas

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O primeiro protótipo do Twitter foi feito, mas o serviço de mensagens era

usada somente pela apenas pela Odeo, sendo lançado em 2006, não apenas

para celulares, mas também pra computadores.

Em julho do mesmo ano, durante um festival de música e filme realizado

nos Estados Unidos, os amigos levaram a idéia para que os participantes

pudessem trocar mensagens entre si, numa tela de 60’ no palco central. O

domínio twitter.com foi registrado em agosto.

O sucesso do novo serviço foi grande e a ferramenta acabou sendo

contemplada com o prêmio Web Award, concedido pelos organizadores do

evento.

Com a rápida difusão na internet sobre o novo serviço de microblog, o

Twitter logo ganhou a atenção de milhares de internautas. Hoje, são mais de

75 milhões de perfis, segundo a companhia RJ Metrics. Mas, somente 25

milhões são usuários ativos.

Com tantos usuários, os perfis fakes invadem também o Twitter. Para

evitar que pessoas sejam enganadas, artistas e personalidades recebem um

selo de Conta Verificada (Verified Account) que fica à esquerda dos profi les.

Uma das reclamações de quem usa o microblog para tuitar, é o número

de caracteres por mensagem, apenas 140. De acordo com os criadores, a

intenção é exatamente esta, limitar o número de palavras, como se fosse um

SMS, como eles pensaram inicialmente em seu projeto.

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3. REPÓRTER RECORD

“O maior inimigo do jornalismo investigativo não está no crime organizado, no

governo, no Congresso ou no judiciário. Está na grande imprensa, que maltrata

cotidianamente: tanto quanto decide não o fazer como quando o faz de forma

malfeita.”

(Diego Escosteguy)

3.1 O PROGRAMA

Repórter Record foi uma das

produções jornalísticas mais

tradicionais exibida pela Rede

Record de Televisão. O programa foi

exibido pela primeira vez no ano de

1995 e permaneceu na programação

durante 15 anos. Data de sua última

apresentação cinco de julho 2010.

Desde seu surgimento, passou por diversas alterações em seu formato,

apresentação e horário, chegando a ficar fora do ar no ano de 2009 e

retornando à grade da emissora no ano seguinte. Entretanto, permaneceu

pouco mais de seis meses, sendo retirado definitivamente logo após para ceder

espaço ao programa humorístico Show do Tom.

Em meados dos anos 90 o programa foi exibido em forma de telejornal

diário ao meio-dia, horário habitual das emissoras concorrentes. No ano 2000

passa a ser semanal e a transmitir matérias especiais nas noites de segunda-

feira, formato aprovado por quase nove anos.

Sua grande reformulação se deu no dia 19 de abril de 2009, quando o

programa Repórter Record assume caráter investigativo, abordando temas

polêmicos aos domingos em horário nobre.

Um dos motivos de sucesso do programa, durante esses 15 anos, foi o

comando da atração por jornalistas renomados como, Carlos Oliveira, Gourlart

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de Andrade, Rodolpho Gamberini, Celso Freitas, Roberto Cabrini e Marcos

Hummel.

3.2 UMA INFÂNCIA PERDIDA PARA O TRÁFICO

No dia 10 de maio de 2009, a Rede Record de Televisão, exibiu no

programa Repórter Record o documentário Uma Infância Perdida para o

Tráfico. Com quase meia hora de duração, o vídeo foi dividido em quatro

blocos e apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini.

A primeira parte da reportagem mostrou através de relatos, a rotina

vivida por menores da periferia de São Paulo que enxergam, como único meio

de sobrevivência, a entrada para o mundo do tráfico.

As imagens mostram todos os garotos envolvidos com os rostos

cobertos e usando diversos materiais como canos de PVC e isopor, como se

fossem armas. Entre as brincadeiras, eles simulam um assalto a um carro, e

chama a atenção ao não pensar duas vezes em matar uma vítima que já tinha

se rendido.

Todos eles abrem mão da própria infância e a partir daí entram para o

crime organizado, com rotinas e horários como qualquer outro trabalho.

Acompanhe abaixo a tabela que mostra a hierarquia do tráfico e suas funções.

Dono da Boca

(chefe do tráfico)

Gerente

(segundo estágio, responsável por preparar as drogas para serem vendidas)

Subgerente

(terceiro estágio)

Vapor ou aviãozinho

(segundo estágio, responsável pela vigília e vendas de drogas menores)

Antena ou olheiro

(primeiro estágio, até ganhar confiança)

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No segundo bloco, o jogador Robinho e o rapper Rappin’ Hood, são

apontados como dois exemplos de superação, que apesar de terem crescido

na periferia, se tornaram ídolos nacionais sem qualquer envolvimento com o

crime. Porém, ao questionar os menores sobre quem seriam seus ídolos, a

resposta foi direta: “Quero ser bandido, quero ser chefe da boca.”

O documentário segue mostrando imagens de um garoto, 17 anos, o

qual recebe o nome fictício de Fernando, fazendo a comercialização de drogas.

Ao efetuar a venda, ele justifica como muitos o seu envolvimento com o tráfico,

como alternativa de obtenção de dinheiro rápido e fácil.

Em contrapartida pesquisas realizadas pela Organização Internacional

do Trabalho, revelam que o principal motivo da inserção de jovens com a

criminalidade é sua identidade com o grupo, o fascínio pelo perigo,

característico da idade e só por último, a dificuldade financeira.

Embora Fernando, já esteja envolvido no comércio de drogas, ele

surpreende ao declarar ser contra a entrada do irmão mais novo, também para

a criminalidade. “Não quero isso nem pra mim e nem pra ele. Vou ter que tirá-lo

daqui”, afirma.

No terceiro e quarto bloco, são apresentadas as duas realidades que

compõem este cenário da infância perdida para o tráfico. De um lado, as

dificuldades enfrentadas por uma mãe que de sete filhos, dois deles estão

presos por se envolverem ainda crianças. Do outro a dor vivida pelos pais de

uma garota que perdeu a vida em um assalto, feito por um menor.

No primeiro caso, dona Maria Zênia Oliveira se queixa das inúmeras

vezes que teve que buscar seu filho na delegacia sem que as autoridades

tomassem alguma providência, chegando a questionar o delegado. “Eu já vim

aqui porque o senhor pegou meu filho com arma. Hoje ele tava assaltando e

amanhã, eu vou vir aqui limpar o sangue de alguém?” diz Zênia, revoltada.

E por fim, a família Araújo narra a forma cruel em que sua filha Emily, de

apenas 13 anos foi morta com um tiro na testa, disparado por um menor da

mesma idade, ao tentar roubar uma câmera fotográfica. Hoje, o autor do crime

está detido em uma unidade de detenção da capital.

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Nota-se que na maior parte do vídeo-documentário Uma Infância

Perdida Para o Tráfico, há uma repetição desnecessária da imagem dos

menores, e uma exibição excessiva de dramas vividos por pais com o único

objetivo de chocar e comover a sociedade.

Este tipo de reportagem, em que há uma ausência de finalidade é

apontado por profissionais de comunicação, como um dos principais motivos

da perda da credibilidade do jornalismo investigativo, sendo interpretado por

muitos como sensacionalista.

Os recursos que contribuem para que leigos ou iniciantes na área de

jornalismo confundam a prática de denúncia com a especialidade investigativa,

são os artifícios usados na edição, como distorção de imagens, vozes e fontes

anônimas.

O jornalismo de denúncia é visto por algumas empresas e profissionais

como uma alternativa de driblar a grande demanda de informação, já que uma

investigação exige não só tempo, mas também um grande investimento. Essa

situação está sendo vista como a crise do jornalismo investigativo, e o

resultado é uma superficialidade de conteúdo. Questão essa levantada pelo

jornalista Diego Escosteguy.

Quando se fala de “denuncismo”, não se diz nada. É

um termo absolutamente vazio, oco, pura retórica.

Afinal, o que é “denuncismo”? São acusações sem

provas, consistência ou correspondência com a

realidade? (Apud FORTES, Leandro, p. 92)

3.3 EQUIPE DE PRODUÇÃO

Abaixo, acompanhe a relação dos últimos profissionais a integrar a

equipe do programa jornalístico de denúncia, Repórter Record. Em destaque,

alguns dos profissionais que participaram do vídeo-documentário Uma Infância

Perdida para o Tráfico.

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APRESENTAÇÃO

Marcos Hummel

EDITOR-CHEFE

Rafael Gomide

EDITORES EXECUTIVOS

Pablo Toledo

Celso Zambel

CHEFE DE PRODUÇÃO

Fabiana Corrêa

PRODUTORES

Alan Covas

Cristiano Teixeira

Gustavo Costa

Mariana Pinto

Matheus Lombardi

EDITORES

Catia Mazin

Fernanda Antunes

Célio Galvão

Luciane Rodrigues

CINEGRAFISTAS

Flávio Roderley

Luis Lima

Rodrigo Bettio

AUXILIARES

Ariovaldo Severino

Paulo Fernando

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EDITORES DE IMAGEM

Reginaldo Bezerra

Luiz Henrique Faria

Eduardo Campos

PÓS-PRODUÇÃO

Aretê Prieto

Carolina Ligas

Rebeca Fernandes

Sonia Cristina

ESTAGIÁRIOS

Ana Carolina Guilherme

Ana Julia Agostinho

Filipe Callil

AUXILIAR ADMINISTRATIVO

Julio Teruyu

3.4 PRÊMIO VLADIMIR HERZOG DE JORNALISMO

No dia 26 de outubro de 2009, a Rede Record de Televisão recebeu o

prêmio jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos pelo

documentário “Infância perdida para o tráfico”, exibido pelo programa Repórter

Record.

A equipe recebeu destaque pelo trabalho desempenhado em

acompanhar o drama vivido por aqueles que tiveram seus filhos vítimas da

criminalidade, e pelos relatos apresentados por menores que não conseguem

sonhar com um futuro longe de sua realidade, o tráfico.

Concedido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São

Paulo desde 1979, Vladimir Herzog é considerado um dos maiores prêmios na

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área do jornalismo. O nome faz menção ao jornalista Vladimir Herzog, morto e

torturado durante o regime militar em 1975.

Entre os indicados o episódio concorreu com outras 44 produções

enviadas de todo o Brasil. Com mais esta premiação, a emissora acumula três

vitórias consecutivas na categoria documentário de TV, sendo os outros “Pará,

Terra sem Lei” e “Terra de Fogos”, exibidos em 2007 e 2008 respectivamente.

Foto: Mário Terra Neto/Record/Divulgação

Cátia Mazin (editora), Letícia Gil (repórter), Paulo Fernando (produtor), Cristiano

Teixeira (repórter) e Flávio Roderley (produtor)

Em entrevista ao site Record Entretenimento, da própria emissora, a

repórter Letícia Gil falou das dificuldades encontrada ao colher os depoimentos.

"Entrevistamos pais e mães de crianças envolvidas com o tráfico. Tem família

que não quer mais falar sobre esse assunto. São historias dramáticas,

demorou bastante tempo para tudo ser feito. Aconteceram vários imprevistos,

mas receber esse Prêmio é uma grande recompensa", concluiu.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos o programa Repórter Record, da Rede Record de

Televisão, fora do ar atualmente, pudemos identificar a diferença do gênero

investigativo para o jornalismo de denúncia.

Embora tenha como semelhanças, a abordagem de assuntos polêmicos

e muitas vezes, os instrumentos e recursos utilizados ao desenvolvê-los,

apresentam objetivos distintos.

O primeiro tem como finalidade, não só informar a sociedade de um

problema, mas também apontar as causas e soluções do mesmo. Enquanto o

outro busca apenas dar destaque para sua existência, sem se preocupar com

as medidas que serão tomadas a partir daí.

Isso se deve a competição acirrada que há entre os meios de

comunicação, preocupados apenas em ser o primeiro a noticiar o fato. Para

isso, muitas vezes fazem uso de instrumentos tecnológicos, como gravadores,

câmeras ocultas e grampos telefônicos, infringindo as leis e colocando a vida

de profissionais em risco.

Sendo considerado este momento como a chamada Crise do Jornalismo

Investigativo, cabe aos cidadãos, mas principalmente, aos iniciantes na

profissão, saber identificar a diferença. Fazendo isso, estará contribuindo para

a permanência da credibilidade jornalística, colocada em risco por pessoas não

especializadas envolvidas nesta prática.

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REFERÊNCIAS

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São Paulo: Ática, 1990.

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Janeiro: Record, 2009.

BUCCI, Eugenio. Sobre a ética e imprensa. São Paulo: Companhia das letras,

2000.

CORRÊA, João de Deus. Pesquisa em jornalismo. São Paulo: Edusp, 1992.

FORTES, Leandro. Jornalismo investigativo . São Paulo: Contexto, 2007.

KAUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo: Norte e Sul: Manual de

Comunicação. Trad. Rafael Varela Jr. – 2ª Ed. 1. reimp. – São Paulo: Editora

da Universidade de São Paulo, 2002.

KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. 4ª Ed. São Paulo: Ática, 2003.

LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica. Rio de Janeiro: Record, 2001.

LOPES, Dirceu; PROENÇA, José Luiz (orgs.). Jornalismo investigativo.

São Paulo: Publisher, 2003.

PENA, Felipe. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2007.

SEQUEIRA, Cleofe Monteiro de. Jornalismo Investigativo – o fato por trás

da notícia. São Paulo: Summus, 2005.

SILVA, Juremir Machado de. A miséria do jornalismo Brasileiro: as

(in)certezas da mídia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

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SOUZA, Percival de. Narcoditadura: O caso Tim Lopes, crime organizado e

jornalismo investigativo no Brasil. São Paulo: Labortexto Editorial, 2002