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GENEROS TEXTUAIS Para se produzir um bom texto é necessário que o escritor tenha um prévio conhecimento do assunto que irá abordar. Além disso, a clareza das idéias é fundamental ao entendimento do leitor. O texto estará claro para quem lê quando tiver idéias bem articuladas e objetivas. Para isso, é importante uma seleção cuidadosa das palavras, que deverão ser distribuídas em períodos curtos. Dessa forma, o escritor evitará erros quanto à coerência e coesão dos fatos apresentados e o leitor não ficará perdido em meio a tantos argumentos. A coerência nos diz da organização das partes para formar o todo do texto. Os tipos de produção textual, sem exceção, necessitam de sentido, de ter significado, ou seja, precisam ser coerentes. Um texto será coeso se houver um acordo entre as partes do mesmo, de modo que os elementos que dão continuidade à produção estejam em harmonia. Logo, a clareza de um texto advém da coerência dos fatos, os quais se encadeiam através dos elementos de coesão, que por sua vez devem estar perfeitamente enquadrados. Um episódio que compromete a clareza textual e que é habitual em redações é a redundância, juntamente com a repetição desnecessária de palavras e idéias. Reler o texto é uma opção de excelentes resultados, pois o autor chamará para si a responsabilidade e aprenderá que o processo da escrita e aperfeiçoamento da mesma vem com o tempo, com a prática. Além disso, ao fazer a releitura textual o escritor observará palavras e trechos desnecessários, idéias vagas , exposições inadequadas, períodos longos e confusos, e assim por diante. Comumente surgem questionamentos sobre a semelhança entre o título e o tema em uma produção textual. Mas será que são palavras sinônimas? Como já é do nosso conhecimento , a boa qualidade de um texto depende de uma série de fatores que colaboram para a clareza das ideias transmitidas. Todos os elementos precisam estar em sintonia entre si, principalmente o tema e o título, pois ambos mantêm uma relação de dependência, representando o assunto abordado. É preciso tomar muito cuidado para não confundir título com tema. Um é a extensão do outro, mas para que fique clara esta distinção, os conheceremos passo a passo:

generos textuais

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GENEROS TEXTUAIS

Para se produzir um bom texto é necessário que o escritor tenha um prévio conhecimento do assunto que irá abordar. Além disso, a clareza das idéias é fundamental ao entendimento do leitor.

O texto estará claro para quem lê quando tiver idéias bem articuladas e objetivas. Para isso, é importante uma seleção cuidadosa das palavras, que deverão ser distribuídas em períodos curtos. Dessa forma, o escritor evitará erros quanto à coerência e coesão dos fatos apresentados e o leitor não ficará perdido em meio a tantos argumentos.

A coerência nos diz da organização das partes para formar o todo do texto. Os tipos de produção textual, sem exceção, necessitam de sentido, de ter significado, ou seja, precisam ser coerentes.

Um texto será coeso se houver um acordo entre as partes do mesmo, de modo que os elementos que dão continuidade à produção estejam em harmonia. Logo, a clareza de um texto advém da coerência dos fatos, os quais se encadeiam através dos elementos de coesão, que por sua vez devem estar perfeitamente enquadrados.

Um episódio que compromete a clareza textual e que é habitual em redações é a redundância, juntamente com a repetição desnecessária de palavras e idéias.

Reler o texto é uma opção de excelentes resultados, pois o autor chamará para si a responsabilidade e aprenderá que o processo da escrita e aperfeiçoamento da mesma vem com o tempo, com a prática. Além disso, ao fazer a releitura textual o escritor observará palavras e trechos desnecessários, idéias vagas, exposições inadequadas, períodos longos e confusos, e assim por diante.

Comumente surgem questionamentos sobre a semelhança entre o título e o tema em uma produção textual. Mas será que são palavras sinônimas?

Como já é do nosso conhecimento, a boa qualidade de um texto depende de uma série de fatores que colaboram para a clareza das ideias transmitidas. Todos os elementos precisam estar em sintonia entre si, principalmente o tema e o título, pois ambos mantêm uma relação de dependência, representando o assunto abordado. É preciso tomar muito cuidado para não confundir título com tema. Um é a extensão do outro, mas para que fique clara esta distinção, os conheceremos passo a passo:

O Tema é o assunto proposto para a discussão, possui uma característica mais abrangente, pois é visto de uma maneira global. Para melhor exemplificarmos, tomemos como exemplo a questão da violência. Este tema engloba vários tipos de violência, como a física, verbal, violência racial, infantil e outras.

Ao delimitarmos este assunto, falando da violência em um bairro específico da cidade, estamos nos restringindo somente àquele lugar. Este, portanto, caracteriza o Título.

Não esquecendo nunca de que o parágrafo é de fundamental importância na construção textual, sua principal função é de articular as ideias, fazendo com que as mesmas fiquem distribuídas de maneira clara, precisa e objetiva. A seguir, veremos um texto no qual fica evidente a marca dos itens acima relacionados: Bomba na meia-idade

Em julho, a bomba atômica fez cinquenta anos. A primeira arma nuclear da história foi testada às 5h29min45s do dia 16 de julho de 1945, em Alamogordo, Novo México, Estados Unidos.

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Libertou energia equivalente a 18toneladas de TNT e encheu de alegria cientistas e engenheiros que haviam trabalhado duro durante três anos para construir a bomba. Menos de um mês depois, quando uma explosão semelhante dizimou as cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão, a alegria deu lugar à vergonha. 

Superinteressante, São Paulo, fev.2003. 

Destacamos como Título - Bomba na meia-idade. Tema - Os cinquenta anos de criação da bomba atômica. Os Parágrafos estão divididos em três, como bem mostra a delimitação dos mesmos no texto.

A autocorreção traz benefícios para o emissor e para o receptor da mensagem, pois evita a obscuridade textual e o desinteresse. Do mesmo modo, quando o escritor se distancia de seu texto e coloca-se na posição de leitor, tem maior percepção a respeito do que foi escrito, se é compreensível ou não.

Através dessa reflexão a respeito da produção textual, observamos que somente as correções ortográficas e gramaticais não são suficientes, mas também a análise textual a partir da colocação das idéias. O que torna ainda mais necessário a releitura, pois a apreciação de um texto requer tempo e disposição.

Portanto, a revisão do texto deve ser feita sempre, a fim de que haja um bom resultado, ou melhor, um bom texto.

A magia que envolve a linguagem é algo incomensurável. A mesma possui o poder de transformar gerações, promover a troca de experiências entre diversas culturas, e, sobretudo, de fazer com que nos tornemos seres únicos e aptos a compartilhar do cotidiano social.

Ela traz em si, mistérios, segredos, surpresas, entre outras características, que nós, como interlocutores de todo um processo, precisamos desvendar e apreciar. Tal afirmativa reside-se no fato da importância de nos envolvermos completamente diante da leitura de um texto, e, sobretudo, sermos hábeis em apreendermos o que ele realmente quer nos dizer.

Fato é que esta competência, infelizmente, não pertence a todos, mas que poderá perfeitamente ser conquistada de maneira gradativa. Bastando para isso, um pouco de esforço e dedicação.

Ao enfatizarmos sobre as finalidades discursivas que perfazem em um texto, salienta-se que há alguns recursos, os quais funcionam como subsídios que visam ao aprimoramento desta competência – a de analisarmos a essência, a ideia principal, presente em qualquer ato comunicativo.

Reportando-nos ao ambiente escolar, quando por inúmeras vezes nos pegamos na tentativa de encontramos uma melhor forma para compreendermos sobre determinada disciplina, que, por razões diversas, deixou algo a desejar.

Diante deste fato, cita-se o esquema como um recurso altamente proveitoso na compreensão das ideias principais ligadas a um determinado assunto. Por meio dele extraímos os pontos relevantes em comum, para que no momento das avaliações, possamos estar munidos de uma bagagem cultural que atenda às nossas necessidades.

Dentre estes benefícios, o esquema também nos auxilia na produção textual, permitindo-nos traçar diretrizes, elencando argumentos suficientes de modo a defendermos nosso ponto de vista de maneira clara e coerente

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Os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. O emissor e o receptor devem estar em concordância para que haja entendimento. Assim sendo, cada ocasião exige uma linguagem diferente.

Temos uma norma que rege a língua escrita que é a gramática. No entanto, a fala não se trata de uma convenção, mas do modo que cada um utiliza esse acordo. Portanto, a língua falada é mais desprendida de regras, e, portanto, mais espontânea e expressiva. Por este motivo, está suscetível a transformações, diariamente. Assim, a mudança na escrita começa sempre a partir da língua falada e, por este motivo, esta é tão importante quanto à língua escrita. Contudo, não é toda alteração na fala que é reconhecida na escrita, mas somente aquelas que têm significação relevante à sociedade.

O que determinará o nível de linguagem empregado é o meio social no qual o indivíduo se encontra. Portanto, para cada ambiente sociocultural há uma medida de vocabulário, um modo de se falar, uma entonação empregada, uma maneira de se fazer as combinações das palavras, e assim por diante.

A linguagem, por conseguinte, deve estar de acordo com o contexto em que o emissor da mensagem e o destinatário se encontram. Claro, porque você não conversa com o vizinho da mesma forma que conversa com o professor ou conversa com o representante de sala da mesma forma que conversa com o diretor ou com este do mesmo jeito que com os pais.

Então, para cada situação linguística, há uma linguagem adequada.

Os sinônimos são muito importantes em um texto,

As palavras possuem relação com outros termos de significados idênticos ou semelhantes, bem como com vocábulos de sentidos totalmente contrários.

Assim, temos os sinônimos e antônimos. Esses últimos fazem referência às significações contrárias de elementos, enquanto os primeiros aos significados análogos.

Vejamos: professor - sinônimos: educador, mestre, mediador do saber, docente, mentor. Antônimo: não há.

Os sinônimos são muito importantes em um texto, já que repetições desnecessárias de termos empobrecem o texto, causam confusão e tornam a leitura monótona. Veja:

O professor perguntou à criança se ela queria ler. A criança disse que não ao professor. Então, o professor sorriu e perguntou à outra criança se ela queria ler.

Agora veja como fica quando colocamos os sinônimos:

O professor perguntou à criança se ela queria ler. A menina(o) disse que não. Então, o educador sorriu e dirigiu a mesma pergunta a outro aluno.

Tudo depende de um contexto: às vezes os sinônimos de menina poderão ser: garota, criança, moleca. Em outras ocasiões, poderão ser: aluna, criança, infante, aprendiz.

O importante é se ater às significações que ficam coerentes de acordo com o que se está falando, ou melhor, com o contexto.

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Assim, procure reler o texto, pois é a oportunidade de rever o que foi escrito, a fim de retirar expressões ou palavras desnecessárias e de substituir termos por seus sinôni

O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de algum tema atual e de interesse de muitos.

É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e admissíveis.

Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.

Contudo, em vestibulares, a assinatura é desnecessária, uma vez que pode identificar a autoria e desclassificar o candidato.

É muito comum artigos de opinião em jornais e revistas. Portanto, se você quiser aprofundar mais seus conhecimentos a respeito desse tipo de produção textual, é só procurá-lo nestes tipos de canais informativos. A leitura é breve e simples, pois são textos pequenos e a linguagem não é intelectualizada, uma vez que a intenção é atingir todo tipo de leitor.

Uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas.

Como dito anteriormente, a linguagem é objetiva e aparecem repletas de sinais de exclamação e interrogação, os quais incitam à posição de reflexão favorável ao enfoque do autor.

Outros aspectos persuasivos são as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.

Geralmente, é escrito em primeira pessoa, já que trata-se de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de subjetividade, porém, pode surgir em terceira pessoa.

Durante a produção de um texto é comum surgir dúvidas quanto à grafia de uma palavra, concordância verbal e nominal, pontuação, acentuação, entre outros. Essas dúvidas são bastante comuns e podem ser sanadas com maior facilidade em sala de aula. Quando o indivíduo não aprende nesse ambiente é muito importante que ele busque informações através de outros meios, entre eles, livros, revistas, sites educacionais, etc. Dessa forma, poderá suprir as falhas ocasionadas pelo ensino de pouca qualidade.

Conheça os erros mais cometidos na escrita:

Errado Correto

Sou de menor Sou menor

Mandato de segurança Mandado de segurança

Fiquei fora de si Fiquei fora de mim

Tenho menas sorte Tenho menos sorte

Passar de ano (na escola) Passar o ano (na escola)

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O paciente sofreu melhoras O paciente sentiu melhoras

Tudo acabou entre eu e você Tudo acabou entre mim e você

É meio dia e meio É meio dia e meia

Iremos aprender mais melhor Iremos aprender mais e melhorProduzir um texto não é tarefa fácil, pois existem inúmeras coisas que podem comprometer o mesmo de forma a dificultar o entendimento daqueles que estão lendo. Existem alguns erros que são rotineiramente cometidos em produção de textos como:

Pleonasmo: Também conhecido como redundância, consiste na utilização desnecessária ou repetida de idéias ou apenas palavras que comprometem o entendimento do texto. Pode ser empregado como vício de linguagem ou como figura de linguagem, porém ambos interferem na clareza do texto.

Ex. Vamos subir pra cima. Estou cursando o curso de Engenharia.

Ambigüidade: Também conhecida como anfibologia, consiste no emprego de palavras que possuem duplicidade de sentido. É considerada vício de linguagem, pois pode ser utilizada de forma inconsciente, por descuido ou ainda de forma proposital. Normalmente acontece quando não existem vírgulas na frase ou quando são utilizadas palavras indevidas.

Ex. Venceu o Brasil a Argentina. Onde está a cadela da sua irmã?

Cacofonia: Consiste na utilização de palavras que produzem sons desagradáveis ou ainda idéias pejorativas, obscenas e engraçadas.

Ex. Vou-me já. Eu continuo a amar ela. Ele pagou mil reais por cada bolsa.

Apesar de existirem vários outros empregos que dificultam a interpretação de um texto, esses são os que mais ocorrem.Inferindo-nos aos gêneros textuais, ressaltamos que estes compõem as diversas modalidades sociocomunicativas que permeiam nosso cotidiano linguístico.

Trata-se de uma atividade comunicativa na qual a intencionalidade discursiva pauta-se pelo caráter persuasivo, visto que o objetivo dos interlocutores é divulgar uma determinada informação relacionada à venda, aluguel, troca, oferta de serviços especializados e emprego.

Os mesmos veiculam em canais de comunicação como os jornais, revistas e sites que priorizam este ramo de atividade. Daí a denominação de “classificados”, pois são divididos por categoria.

Quanto à estrutura, geralmente são compostos por uma linguagem clara, concisa e objetiva, sem dispor de nenhum recurso visual atrativo, como é o caso de imagens criativas. Entre os elementos que o constituem, ressalta-se como relevantes:

# O título – o mesmo é retratado de maneira evidente, visando chamar a atenção do leitor.

# O discurso, ou seja, a mensagem específica – Consta-se dos dados essenciais do produto ofertado. Nesse caso há a prevalência de adjetivos, os quais reforçam ainda mais a finalidade persuasiva.

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# E por último é disponibilizado um meio de contato para que o receptor possa obter maiores informações sobre o que foi divulgado, podendo o anunciante identificar-se ou não.

CRÔNICA

Antes de adentrarmos às características inerentes a este tipo de texto, torna-se relevante destacarmos que a nomenclatura “crônica” deriva-se do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo). Em função desse tempo é que podemos assemelhá-lo à narração, ao se tratar de um relato sobre um ou mais acontecimentos permeados em um determinado tempo.

Perfazendo-se de poucos personagens, ou em muitos casos isentos dos mesmos, tal modalidade tem como principal eixo temático fatos corriqueiros inerentes ao cotidiano social, político ou cultural. Desta feita, o cronista, lançando mão de sua criatividade imaginativa, incrementa-os com toque de bom humor e ironia, de modo a permitir que as pessoas vejam por outra ótica aquilo que lhes parece relativamete óbvio.

Trata-se de um texto essencialmente veiculado por jormais e revistas, razão pela qual ele oscila entre jornalismo e literatura pelo fato de que o emissor parte da observação dos fatos reais, embora os relate de forma predominantemente subjetiva.

Entretanto, em determinadas ocasiões, este lado poético cede lugar a um instinto opinativo, no qual a realidade observada passa a ser retratada como forma de protesto em função de um fato polêmico. Atribui-se a este caso o que denominamos de crônica argumentativa.

Tal posicionamento defendido materializa-se por meio da argumentação e da exemplificação. Neste caso, ironia e sarcasmo parecem fundir-se ao mesmo tempo, caracterizados pela forma em que o cronista se propõe a defender seu ponto de vista, divergindo-se da maneira pela qual a maioria o concebe.

Atendendo à proposta de aprimorarmos nosos conhecimentos sobre o gênero em evidência, analisaremos a seguir alguns fragmentos da crôncia de Mário Prata, intitulada “No Topo”:

[...] A pichação é a consequência dessa contadição. Quando o garoto começa a perceber que seu futuro está muito mais para a fábrica de parasfusos do que para jogador da seleção brasileira, que o único lugar em que as pesoas lerão seu nome será na etiqueta de seu macacão, resolve fazer fama por suas próprias mãos: pega um spray de tinta e escreve seu nome no alto dos prédios. Os pichadores competem para ver quem chega mais alto, quem escreve o nome no lugar mais difícil. [...] De uma certa forma, é mais ou menos isso que o pichador está fazendo: conquistando seus 15 palmos de fama na imensidão das grandes cidades. Ele nunca chegará ao topo da sociedade; seu nome, sim.

(Capricho, 20/4/2003)

GÊNERO TEXTUAL - CARTAZ

Todo o momento deparamo-nos com uma grande diversidade de textos, mas por razões diversas não nos atemos para uma análise mais detalhada no que concerne aos mesmos.

O cartaz compõe o quadro de mais um dos gêneros textuais que circundam o nosso

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cotidiano. Podemos encontrá-lo nas ruas, repartições públicas, estabelecimentos comerciais, em cinemas, teatros, dentre outros.

Como todo texto, ele também possui finalidades específicas, tanto serve para instruir, informar, quanto para persuadir. Para que possamos entender melhor sobre tais funções, tomemos como exemplo os seguintes casos: 

-  Ao adentrarmos em um evento, podemos identificá-los em locais estratégicos, funcionando como uma espécie de guia. Sua ocorrência se dá no sentido de informar ao público a indicação de salas, horários, entre outros aspectos ligados à tal ocorrência. 

-  Cita-se como outro exemplo, o caso de cartazes geralmente fixados em locais públicos informando-nos sobre uma loja em liquidação, sobre o lançamento de um produto no comércio e até mesmo sobre a realização de um show artístico.

Diante dos referidos exemplos percebemos a intencionalidade discursiva presente entre ambos, principalmente pelo emprego da função apelativa.

No que se refere aos recursos linguísticos, o cartaz possui uma linguagem sintética, amplamente objetiva, contendo todas as informações necessárias para alcançar os objetivos pretendidos por meio do discurso. Imagens e criatividade também são pertinentes, no caso da característica persuasiva.

Portanto, o cartaz figura-se como uma importante modalidade textual, informando-nos sobre um determinado acontecimento ligado aos acontecimentos sociais ou instruindo-nos de alguma forma.

GENERO TEXTUAL PROCURAÇÃO

A procuração é um documento pelo qual uma pessoa dá a outra poder para agir em seu nome. A procuração pode ser escrita de próprio punho ou datilografada com reconhecimento da firma (por instrumento particular) ou lavrada por tabelião em cartório (por instrumento público). O indivíduo que concede a procuração é chamado de mandante, constituinte ou outorgante. Aquele que recebe a procuração é chamado de o mandatário, o procurador ou o outorgado. A procuração deve ser lavrada em papel ofício, iniciando o texto com identificação e qualificação do outorgante e do outorgado. Os poderes, a finalidade e o prazo de validade da procuração são expressos de forma precisa. Após o texto, a localidade, a data e a assinatura são expressas. Veja a estrutura de uma procuração:

PROCURAÇÃO

Por esse instrumento particular de procuração, DANIEL ALVES RIBEIRO, com R.G. 21.449.336, brasileiro, solteiro, comerciante, residente e domiciliado em Goiânia, na Rua Barão do Rio Branco, 372, nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. EDUARDO FONSECA, com R.G. 27,235.568, solteiro, professor, residente e domiciliado em Trindade, na Rua Dr. Irani Ferreira, 674, para o fim especial realizar a matrícula da outorgante na ESCOLA ESTADUAL PROF. RAINER RODRIGUES no terceiro ano do Ensino Médio para o ano letivo de 2008, podendo o outorgado assinar todos os atos que se tornem necessários para o bom e fiel cumprimento do presente mandato assim como substabelecer.

Goiânia, 22 de dezembro de 2007.

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Daniel Alves Ribeiro

GENERO TEXTUAL - A DECLARAÇÃO

A declaração é mais um gênero textual que comumente circunda em nosso cotidiano. Sua finalidade restringe-se à veracidade prestada por alguma informação a fim de que se possa comprovar algo.

Tendo em vista que, na presente sociedade, a qual estamos inseridos, não podemos confiar somente em algo como sendo fruto da verbalização. Diante disso é que surge, cada vez mais, a necessidade de que tudo seja documentado para fins comprobatórios.

Tal medida faz com que sintamos mais seguros e amparados mediante as nossas iniciativas. Haja vista que a escrita possui um padrão formal, de modo a permitir que todo tipo de comunicação, independente de sua modalidade, torne-se registrado.

Desta maneira, a declaração é um tipo de documento destinado a uma pessoa de maior influência, pertencente às mais variadas instituições, sejam escolas, universidades, empresas públicas ou privadas, dentre outras.

Em decorrência de a mesma pertencer ao padrão escrito da linguagem, perfaz-se de algumas particularidades para sua composição. As quais serão descritas a seguir, no objetivo de contemplarmos ainda mais os nossos conhecimentos sobre as peculiaridades referentes à linguagem: A função da descrição é informar as características do que está sendo apresentado.

Enquanto uma narração faz progredir uma história, a descrição consiste justamente em interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar, etc. Na descrição o ser e o ambiente são importantes. Assim, o substantivo e o adjetivo devem ser explorados para traduzirem com ênfase uma impressão.

A descrição pode ser objetiva, dando destaque para os elementos característicos daquilo que se descreve e subjetiva, quando as impressões, sensações e emoções do autor também são apresentadas interferindo, modificando as características daquilo que está sendo apresentado.

- Geralmente, tal documentação é redigida em papel timbrado, focalizando bem o objetivo pretendido com o mesmo, ou seja, o termo “Declaração” é grafado com letras maiúsculas, tornando-se evidente. 

- Em seguida, atribui-se as informações, compondo-se de todos os elementos necessários à efetivação da mensagem. 

- Em última instância, cita-se o local seguido da correspondente data em que foi redigido, acrescido da assinatura do emissor e sua respectiva função.

Observemos o exemplo abaixo:

 

D E C L A R A Ç Ã O

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DECLARO para os fins que se fizerem necessários que o funcionário -----------------(nome completo do mesmo) trabalhou nesta empresa ------------------(nome da empresa) situada à -----------------------------(endereço completo) como auxiliar de produção durante o período de 26 de janeiro de 2008 a 31 de outubro de 2009.

Por ser verdade firmo o presente

-------------------------- (local e data) -----------------------------(assinatura do emissor) Chefe do Departamento de Recursos Humanos

TEXTUALIDADE: COERENCIA E COESÃO TEXTUAL

Na maioria das vezes, sentimo-nos despreparados quando estamos diante de uma folha de papel em branco no propósito de fazer uma redação, não é mesmo?

As ideias não fluem, o tempo passa muito rapidamente, e quando percebemos... Lá se foi, não atingimos o objetivo almejado. Então, vamos nos familiarizando mais com a escrita lembrando da palavra texto, ela, assim como muitas outras, origina-se do latim “textum”, que significa tecer, entrelaçar ideias, opiniões e pensamentos.

Mas existe uma fórmula mágica para se construir um bom texto? A resposta é simples. Basta lembrarmos de que toda escrita requer praticidade, conhecimento prévio do assunto abordado, e, sobretudo, técnicas, que constituem a performance de todo texto bem elaborado.

Para que um texto fique claro, objetivo e interessante, o mesmo precisa realçar beleza, para que sua estética seja vista de maneira plausível. E fazendo parte desta estética, estão uma infinidade de elementos que participam da construção textual, entre eles, a coesão e a coerência. A coesão nada mais é que a ligação harmoniosa entre os parágrafos, fazendo com que os mesmos fiquem ajustados entre si, mantendo uma relação de significância. Para melhor entendermos como isso se processa, imaginemos um texto sobrecarregado de palavras que se repetem do início ao fim. Então, para evitar que isso aconteça, existem termos que substituem a ideia apresentada, evitando, assim, a repetição.

Falamos das conjunções, dos pronomes, dos advérbios e outros. Como exemplo, veremos um parágrafo para verificarmos a ocorrência:

Tamanha é a magia das palavras, pois elas expressam a força do pensamento. As mesmas tem o poder de transformar, de conscientizar e de sentirmos que somos capazes.

Podemos perceber que as expressões: elas e as mesmas referem-se ao termo - “palavras”.

Quando falamos sobre coerência, nos referimos à lógica interna de um texto, isto é, o assunto abordado tem que se manter intacto, sem que haja distorções, facilitando assim o entendimento

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da mensagem. Estes são apenas alguns dos requisitos para a elaboração de um texto, e estas técnicas vão sendo apreendidas à medida que nos tornamos escritores assíduos.

GENERO TEXTUAL - O manifestoO manifesto é um tipo de texto dissertativo que vem sendo explorado pelos vestibulares como opção de redação.

Ao longo da história, ouvimos falar de vários manifestos: comunista, futurista, antropófago, poesia Pau Brasil, etc. Todos com motivações e alvos diferentes, mas utilizando do mesmo canal de comunicação: a escrita. Não uma simples escrita, mas um manifesto.

Afinal, no que consiste esse gênero textual? O objetivo aqui é impactar a opinião pública e, portanto, a linguagem persuasiva é fundamental.

Lembra-se do que é persuasão? Vejamos: É quando queremos induzir alguém a apoiar nossa opinião sobre determinado assunto. Assim, a linguagem persuasiva deve ter argumentos convincentes e expositivos e, para tanto, enfatizará os aspectos positivos ou fará um apelo emocional sobre uma situação.

Quando se trata de emoção, o manifesto levanta argumentos sobre algo que já é polêmico, a fim de despertar indignação, revolta e protestos.

Logo, o princípio e a intenção de convencimento fazem com que o manifesto tenha um caráter político, que atrai a opinião pública e incita a comunidade a tomar uma atitude frente ao problema denunciado.

Quando decidir por fazer um manifesto nas aulas de redação ou no vestibular, lembre-se de colocar: título, local, data e escreva “assinaturas” ao final. Nunca se identifique em um concurso, pois sua produção textual pode ser anulada.

Além disso, deixe bem claro: o problema discutido, a análise pessoal do autor a respeito do problema e os argumentos-chaves que justificam a escrita do manifesto.

Não há uma estrutura fixa a ser seguida, pois se trata de um texto dissertativo. A linguagem deve estar de acordo com o público-alvo. No entanto, não utilize gírias, tampouco palavras de baixo calão. Geralmente, os verbos estão ou no presente do indicativo (vamos, temos, queremos, lutamos) ou no imperativo (Veja, lute, conquiste)!

GENERO TEXTUAL – CARTA AO LEITOR

Os leitores de jornais e revistas têm um espaço nesses veículos de comunicação reservado para suas sugestões, críticas, opiniões e reclamações. Dessa forma, o leitor tem a oportunidade de participar da formação da opinião pública, sempre que discordar de alguma informação, ou quiser, por exemplo, dar uma sugestão. É fato que os jornais e as revistas noticiam muitos fatos e da mesma forma que em algumas situações o leitor concorda com o que foi dito, em outras discorda. Assim, ele tem espaço para suas manifestações. Diariamente os jornais e revistas veiculam cartas de leitores. Veja os exemplos:

Senhores Diretores e Editores, Constituiu-se motivo de muita alegria para mim a circulação no final da tarde de segunda-feira, dia 10 de abril de 2006, do jornal "Correio da Tarde", que na certa vem assinar uma importante

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página no jornalismo escrito do Estado do Rio Grande do Norte. Excelentes reportagens, colunas as mais variadas e um conteúdo dos mais completos, fazem do jornal Correio da Tarde uma leitura obrigatória da maioria dos potiguares, a cada final de tarde. Parabéns e muitos anos de circulação é o que desejo aos que fazem o CORREIO DA TARDE.

José Maria Alves Advogado e jornalista Liberdade I - Mossoró RN

9.Jan.2008 | Ao Jornal O Progresso

A/C: Diretoria Estimada Adiles do Amaral Torres, Diretora Presidente de "O Progresso" Com muita amizade, saúdo-a respeitosamente agradecendo por tudo o que "O Progresso" vem fazendo pelo bem da coletividade, inclusive da Igreja Católica. Maravilhosa a mensagem de Natal expressa pelo "Editorial" de hoje! Com os votos mais cordiais de Boas Festas, peço a Deus que lhe dê saúde e forças para continuar por longos anos a árdua e importante tarefa que assumiu com os meios de comunicação social.

Dom Redovino Rizzardo, cs.

CARTAS

Assim, quando quiser redigir uma carta é importante, antes de tudo, especificar o assunto, o objetivo da carta, o destinatário e escolher o tipo de linguagem que será usado (familiar informal

ou impessoal formal).

É importante que essa seja bem escrita e observar a comprovação (provando o seu ponto de vista) e a clareza (informação clara e precisa).

TEXTOS HUMORISTICOSTanto na linguagem falada quanto na escrita, se analisarmos o significado da palavra humor, percebemos que esta nos remete à ideia de comicidade, de riso e descontração. Mas os mesmos podem também possuir outra finalidade, que é a crítica a um determinado contexto social, principalmente no campo da política.

Dentre os textos humorísticos estão: As Piadas, que geralmente apresentam uma sequência de ações, cujo desfecho é sempre cômico. Vejamos um exemplo:

Joãozinho botou uma placa na porta de casa dizendo “CUIDADO COM O CÃO”. Aí a mãe dele viu e disse: - Meu filho, por que você está colocando esta placa se o nosso cão é tão pequeno? Joãozinho respondeu: - Ora mãe, por isso mesmo: para ninguém pisar nele.

As Tiras Humorísticas, que consistem num segmento de história em quadrinhos, são compostas de quadros, nos quais as falas dos personagens aparecem sob a forma de legenda ou dentro de balões, chamados onomatopeias. Como exemplo temos:

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As Charges, que são originárias do francês Charger (carregar, exagerar), é uma espécie de crônica humorística, pois expressam o ponto de vista do emissor. Como já foi dito anteriormente, as mesmas vinculam-se ao contexto político. Observemos:

CARTA ABERTADentre os gêneros que figuram nas mais diversas circunstâncias comunicativas, há aqueles que permitem ao emissor exercer seu pleno exercício de cidadania. Entre tais, destacamos o manifesto, o abaixo-assinado e a carta aberta.

Enfatizaremos, pois, acerca das características inerentes a esta última modalidade, a qual se difere da carta pessoal pelo fato de que ela retrata assuntos de interesse particular no que se refere aos interlocutores – remetente e destinatário. Já a carta aberta revela assuntos relacionados a interesses coletivos, uma vez que a finalidade discursiva representa uma forma de protesto, feita por intermédio de várias pessoas, no intento de ressaltar um determinado problema social, com vistas a promover um alerta ou até mesmo uma conscientização por parte do público em geral ou por parte de alguém que, hierarquicamente, exerça uma maior influência (no caso, uma autoridade política) a respeito da problemática levantada.

Como se trata da exposição de um determinado assunto, tal aspecto faz com que a modalidade integre os chamados gêneros argumentativos, pois no intento de convencer os interlocutores sobre a opinião expressa, a argumentação com base em elementos sólidos e confiantes funciona como fator de extrema preponderância.

Em termos estruturais, ressalta-se o fato de que a carta não possui uma forma rígida. Geralmente, comparando-se aos demais, ela apresenta uma introdução, na qual se evidencia o assunto a ser discutido, um desenvolvimento, constando-se de todos os argumentos necessários à

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concretização do objetivo pretendido pela mensagem e, por último, a conclusão, na qual se reafirma o pedido de solução, ou até mesmo se propõe sugestões, apresentando propostas para que o objetivo realmente se efetive.

No intuito de efetivarmos nosso conhecimento sobre a maneira pela qual se materializa a modalidade em questão, observemos um exemplo representativo:

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.

Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.

Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.

Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!

É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.

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SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

Fonte: http://www.amazoniaparasempre.com.br

Por Vânia DuarteGraduada em Letras

TIPOS DE DISCURSO

Discurso é toda situação que envolve a comunicação dentro de um determinado contexto e diz respeito a quem fala, para quem se fala e sobre o que se fala. Quanto à fala, na narração pode vir de três formas: discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. Vejamos cada um dos tipos de fala das personagens a seguir:

Discurso Direto

O discurso direto é o registro das palavras proferidas por uma personagem. O narrador deve expor a fala da personagem através do recurso gráfico: travessão ou aspas. É um tipo de discurso alheio a quem narra a história, ou seja, não há interferência por parte do narrador. Alguns verbos, chamados de elocução, são utilizados no começo, no meio ou após os discursos, são eles: dizer, perguntar, responder, exclamar, ordenar, falar, protestar, contestar, alegrar, alegar, concordar, etc..

Exemplo:

- Por que você não vai à festa? – perguntou Maria. João, muito feliz com a pergunta, respondeu: - Sim, vou acompanhar você, ou achou que a deixaria ir sozinha?

Discurso Indireto

O discurso indireto é definido como o registro da fala da personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência. Observe:

Discurso direto:

- Eu vou à festa se você me acompanhar. – disse João.

Passando para o Discurso Indireto:

João disse que ia à festa se Maria o acompanhasse.

Discurso Indireto Livre

O discurso indireto livre ocorre quando a narrativa é interrompida para dar lugar a uma fala da personagem sem, contudo, utilizar o recurso gráfico (aspas, travessão) do discurso direto. As falas ou pensamentos das personagens surgem abruptamente durante a narração e, por este motivo, o leitor deve estar atento ao que lê.

Exemplo: Maria falava muito baixo, quase cochichando, independente de onde estava. Não achava ético conversar, mesmo que com o som da voz moderado, normal para a maioria.

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Conversar para os outros ouvirem? Para que? E todo mundo tem que saber o que faço ou o que penso? Alguns pensavam que era timidez, mas ela não se importava.

Gírias

O que é gíria? Gíria é um tipo de linguagem empregada em um determinado grupo social, mas que pode se estender à sociedade em razão do grau de aceitação.

Portanto, a gíria pode ficar restrita ou pode se tornar pública. Trata-se de um fato social obtido através da língua e, por este motivo, é definido como fenômeno linguístico e compreende:

Gíria de grupo – É restrita às pessoas do grupo, pois só elas são capazes de decifrar o que está sendo dito; código entre seus membros; meio de identificação própria, peculiar; expressão de sentimentos de restrição relativos à sociedade; representa uma escolha social.

Gíria comum – É aquela que tomou proporções maiores e atingiu a população; ocasiona vínculo com os demais, a fim de se formar uma identidade nacional; rompe com a formalidade; expressão de sentimentos de frustração, felicidade, concordância e discordância.

A expansão da gíria ocorre de acordo com a proporção social que atingiu. Então, é comum se ouvir nas ruas algo que está sendo dito em uma novela ou programa de audiência.

A gíria também acompanha os movimentos de ordem política e podem surgir nos palanques, nas manifestações de reivindicação por melhoras, nas reuniões sindicais, nas propagandas, etc.

É importante estudar a gíria e seu efeito em relação aos valores sociais, pois é um meio de se entender o mundo atual e a repercussão que os canais de comunicação detêm. No entanto, sempre estabelecendo os limites e os motivos pelos quais tal fenômeno é usado. Pois há muitos que o utilizam desordenadamente. Saber por que as variações linguísticas ocorrem é válido, no entanto, deve-se ter cuidado para não se fazer apologia em respeito a elas.

Alguns tipos de gírias comuns:

“Abrir o jogo”- contar a verdade “Baixar a bola” – acalmar “Arregaçar as mangas” – dar início a um trabalho “paty” ou “patricinha” – rica, bem-vestida, mulher fresca “baranga”, “tribufu” – mulher feia “playboy” ou “mauricinho” – garoto rico ou que quer aparentar que é “bater na mesma tecla” – insistir “bater boca” – brigar, discutir “com a faca e o queijo na mão” – com tudo para resolver um problema “dar com a língua nos dentes” – fofocar, contar um segredo “fazer vista grossa” – fingir que não viu algo importante, negligenciar “Mudar da água para o vinho” – mudar radicalmente para melhor

argumentaçãoO que nos faz seres ímpares é, entre outros fatores, nossa autonomia em expressar sentimentos, em revelar nossa posição crítica frente à realidade a qual estamos inseridos, o poder de tomar decisões em relação às nossas escolhas e, sobretudo, o fato de expressarmos opiniões diante de um determinado assunto.

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A todo  momento e nas mais variadas situações, estamos revelando sobre a maneira pela qual concebemos os fatos ligados ao nosso cotidiano. Tal fato revela não sermos alienados aos mesmos, já que possuímos opiniões e argumentos que nos são próprios.

Seja na família, numa roda de amigos, ou em outros contextos, parece inacreditável, mas involuntariamente, ou não, tentamos convencer o “outro” de que temos razão naquilo que ora proferimos. Diante deste embate, salienta-se para algumas divergências no que se refere às ideias, mas é justamente aí que reside a essência positiva frente a esses posicionamentos, a troca de experiências, fonte de crescimento pessoal.

Essa “argumentação” se dá de forma espontânea. Contudo, há aquelas em que prevalece um clima de formalidade, como é o caso dos chamados debates regrados ao público, os quais assistimos pelos meios de comunicação em massa. Os mesmos contam com a participação de um mediador que desempenha a função de organizar o tempo em relação às falas dos participantes, atribuindo o direito de réplica, entre outros.

O assunto geralmente é um tema de interesse coletivo com vistas a revelar sobre o posicionamento, sobre a ideologia de pessoas com certa influência na sociedade. Uma ocorrência típica desta modalidade é em campanhas eleitorais, mais precisamente às vésperas da eleição.

Diante disso, o importante é considerarmos que o debate nos permite expor livremente nossas ideias, como também exige estarmos aptos a respeitar as opiniões alheias. Independente do resultado, essa experiência é extremamente enriquecedora, pois debater significa modificar as pessoas e a nós mesmos. É, antes de tudo, um exercício de cidadania.

O ato da escrita, na maioria das vezes, representa um estigma para muitos. Verdade é que se posicionar diante deste procedimento não é uma tarefa tão simples assim, uma vez que inúmeros fatores estão a ele correlacionados, ou seja, não é somente elencar ideias e transpô-las ao papel, mas também ter habilidade suficiente para que estas estejam dispostas de forma clara, precisa e coerente.

Tal afirmativa nos remete à noção dos requisitos que constituem a modalidade em foco, sobretudo no que diz respeito aos conhecimentos linguísticos que, de forma paulatina, o interlocutor, mediante sua prática como redator, vai aprimorando juntamente às habilidades necessárias à realização plena do exercício.

Indubitavelmente, em meio ao desenvolvimento destas habilidades, algumas falhas são passíveis de acontecer e, funcionando como verdadeiros entraves, estas acabam interferindo na qualidade textual. Sendo assim, o presente artigo pauta-se por enfatizar acerca de uma dessas falhas, visto que, por mais imperceptível que pareça, uma grande parte dos usuários são adeptos da mesma.

Referimo-nos, por excelência, à perissologia, ora concebida como um desvio linguístico, que, como tal, deve ser extinto o quanto antes de nossa convivência. Semelhantemente ao pleonasmo, a perissologia consiste no emprego de termos desnecessários, fazendo referência a um pensamento anteriormente expresso, contribuindo assim para a prolixidade do discurso.

Com base nesses pressupostos, vejamos alguns exemplos que ilustram a referida circunstância linguística:

* Planejar antecipadamente, visto que “planejar” já denota a ideia de algo previamente preparado.

* Principal protagonista da história, uma vez que “protagonista” já é alguém que se destaca entre os demais.

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* Inaugurar um novo estabelecimento, uma vez que nunca inauguramos algo já existente.

* Fazer uma breve alocução, sendo que “alocução” já se refere a um breve discurso.

Assim como esses, vários outros tendem a se manifestar.

Diante de tais pressupostos, torna-se relevante mencionar que dentre os aspectos relacionados a uma boa produção, a releitura funciona como fator preponderante, posto que por meio dela essas “falhas” podem ser detectadas e, consequentemente, corrigidas.

Quanto à estrutura do texto dissertativo, sabemos que por tratar-se de um texto objetivo, não é permitido traços de pessoalidade.

Mas na verdade, conforme a situação comunicativa, a argumentação tanto pode ser objetiva quanto subjetiva.

Dissertação Argumentativa

A Dissertação Argumentativa requer uma linguagem mais objetiva, baseada em argumentos sólidos, na qual o emissor tem o compromisso de não se envolver emocionalmente com o assunto, por tarar-se de um leitor “universal”.

É um tipo de texto bastante requisitado em exames do Enem, Vestibulares e Concursos de uma forma geral.

Nesse caso, não há relação de familiaridade, de convivência mais íntima entre ambos, pois é primordial que haja credibilidade diante do assunto abordado.

Já quando falamos em subjetividade, logo nos remetemos a ideia de um envolvimento maior, retratando impressões pessoais, revelando emoções e sentimentos e até mesmo utilizando-se de certo tom conotativo.

Entretanto, subjetividade neste caso, não significa ausência de informações, nem tão pouco argumentos irrelevantes. Há sim uma diversidade de ponto de vista sobre um determinado assunto que não faz parte de uma homogeneidade, assim como é na dissertação argumentativa.

Vejamos a seguir um poema com esta estrutura:

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

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tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

Podemos identificar que a poesia pauta-se na defesa de uma tese sobre as transformações inerentes à vida humana, vistas sob um plano físico e também psicológico, bem como a busca pela própria identidade, que em meio a um mundo tão conturbado em que vivemos, às vezes nos sentimos assim.

É bastante comum vermos pessoas insatisfeitas com determinadas situações no que se refere ao cotidiano de uma forma geral.

Se direcionarmos agora para um contexto histórico, recordaremos que o país tornou-se “democrático” há muito, porém sentimo-nos ainda pequenos e incapazes para solucionar os problemas sociais que tanto nos aflige.

Entretanto, diante desta “pequenitude”, ainda há certos procedimentos que revelam que o ser humano, mesmo correndo o risco de não ser atendido, opta por demonstrar sua insatisfação diante de algum fato ligado à esfera social. Tal medida comprova que, com o passar do tempo, as pessoas estão mais aptas em reivindicar seus direitos enquanto cidadãos críticos e conscientes.

Abaixo-Assinado

Dentre essas tomadas de atitude figura-se o Abaixo-Assinado, que como toda linguagem escrita, requer técnicas específicas para redigi-lo. Suas características principais são a argumentação e a persuasão, onde um grupo de pessoas envolvidas num só objetivo se une para solicitar melhorias ou mudanças, reivindicar sobre algum fato decorrente, ente outros.

É importante lembrarmos que o público-alvo a quem serão direcionadas as reivindicações serão pessoas influentes e com total autonomia para tomar o poder de decisão.

Quanto à linguagem, esta deverá ser clara, objetiva e precisa seguindo o padrão formal da linguagem, e estruturalmente, compõe-se das seguintes particularidades:

- Vocativo - No qual conterá o nome do destinatário e/ou o cargo acompanhado do respectivo pronome de tratamento, dependendo do grau de formalismo e da posição ocupada perante a sociedade.

- Corpo do texto - Neste deverá constar a exposição do problema apontado seguido de uma argumentação convincente que a justifique.

- Local data e assinaturas das pessoas envolvidas na situação - Lembrando que junto ao nome das mesmas, poderá constar dados pessoais tais como o número de um documento pessoal, cargo ocupado ou endereço

Acróstico

Acróstico é uma composição poética onde as letras iniciais, intermediárias ou finais formam palavras ou até mesmo frases.

Veja um exemplo de acróstico na canção de Roberto Carlos:

Acróstico

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M ais que a minha própria vida A lém do que eu sonhei pra mim R aio de luz I nspiração A mor você é assim R ima dos versos que eu canto I menso amor que eu falo tanto T udo pra mim A mo você assim

M eu coração E ternamente U m dia eu te entreguei

A mo você M ais do que tudo eu sei O sol R aiou pra mim quando eu te encontrei

Agora veja o poema que Ofélia Queirós dedicou a Fernando Pessoa:

Fazia bem em me dizer E grata lhe ficaria Razão porque em verso me dizia Não ser o bom-bom para si... A não ser que na pastelaria Não lho queiram fornecer D’outro motivo não vi Ir tal leva-lo a crer. Não sei mesmo o que pensar Há fastio para o comer? Ou não tem massa pr’o comprar?!

Peço porém me desculpe Este incorrecto poema Seja bom e não me culpe Sou estúpida, e tenho pena O Sr. é muito amável Aturando esta... pequena.

“REQUERIMENTO”.

.. Enfatizando a necessidade de aperfeiçoarmos nosso domínio linguístico, atentaremo-nos para o sentido denotativo regido pelo termo – “requerimento”.

Requerer significa solicitar, estar em busca de algo, podendo ser este um documento pessoal, um título de qualificação profissional, um documento comprobatório, dentre outros. O público-alvo a que este é direcionado poderá ser um órgão público, uma escola, faculdade, empresa, entre outros destinatários.

É um tipo de texto que faz parte do nosso dia a dia, e por pertencer à modalidade escrita da língua, mais precisamente à chamada redação técnica, torna-se necessário estarmos aptos a priorizar as regras composicionais que o estruturam. Dentre elas configuram-se:

# Vocativo – deverá constar-se do nome do destinatário, seguido do pronome de

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tratamento a que lhe for conveniente e o cargo de ocupação.

# Corpo do requerimento – É fator imprescindível o registro de todos os dados do requerente, tais como, nome completo, número da identidade e CPF, nacionalidade e estado civil. Como também ressaltar o motivo principal da referida solicitação seguida de uma fundamentação legal e documentos anexos, se for o caso. Tais informações deverão constar em único parágrafo.

# Fecho – O mesmo deverá pautar-se pelos seguintes dizeres: Pede e aguarda deferimento, que em uma linguagem abreviada, obteríamos: P. e A.D.

# Data e assinatura do requerente.

No intuito de fixarmos mais os nossos conhecimentos sobre o assunto, observemos um exemplo

Magnífico Reitor da Universidade Pontifícia

-----------------(O nome completo do requerente seguido de seus dados pessoais) vem requerer de Vossa Magnificência a grade curricular pertencente ao curso de Direito, tendo em vista a transferência para outra instituição de ensino.

Nestes termos, Pede e aguarda deferimento

------------------------------ local e data ------------------------------ assinatura do requerente

conto fantástico

Você deve pensar que nunca leu nenhum conto fantástico, tampouco sabe o que é e quais são as características do mesmo. Contudo, já deve ter lido muitos, principalmente ao longo da sua infância. Afinal de contas, A Bela Adormecida, Os três porquinhos, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, dentre outros, são histórias tradicionais que se repetem entre as gerações desde que existem.

Mais recentemente, temos a trilogia de Shrek, Senhor dos Anéis, Harry Potter e as crônicas de Nárnia que saíram das páginas e viraram “filmes de grande bilheteria”, como dizem na linguagem cinematográfica.

Esse tipo de gênero textual já foi tema em provas de literatura e uma das propostas de redação de vestibulares.

Então, vejamos suas características e como fazer esse tipo de produção literária.

Como pode perceber, em todos os contos fantásticos citados acima, vemos um mundo irreal, situações improváveis, ações que transpassam a realidade e que vão além do humano. Há presença de magia que dá margem para que fatos absurdos aconteçam ao longo da narrativa. Logo, situações contrárias à vida comum acontecem como se fossem normais: seres mágicos aparecem e desaparecem com facilidade.

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Na maioria das vezes o herói possui um caráter excepcional, contudo, precisa vencer o inimigo que se mostra mais forte do que ele ou poderoso demais para ser vencido com as forças físicas. Nesta hora, surge um ser ou um objeto provido de poderes extraordinários que ajuda o herói a derrotar o mal.

O que distingue o conto fantástico dos outros tipos de produção literária, como a fábula, por exemplo, é justamente a presença do fator mágico, da magia que envolve as personagens principais e que dá o desfecho da história.

Um fator que aproxima o conto fantástico dos leitores é o de que o protagonista da história possui características humanas e também limites físicos e emocionais, porém, consegue enfrentar o problema e resolvê-lo com a ajuda do sobrenatural.

Portanto, se você pretende escrever um conto fantástico, baseie-se em uma história que conhece, contudo, não plagie, seja criativo e original.

CARTA DE UM LOUCO PARA UM MALUCO !!

ERA UMA NOITE EM QUE O SOL BRILHAVA NO HORIZONTE MONTANHOSO. ESTAVA EU PARADA NUMA PEDRA DE MADEIRA DE CABEÇA BAIXA OLHANDO PARA AS ESTRELAS, QUANDO NÃO MUITO LONGE DALI HAVIA UM BOSQUE... SEM ÁRVORES. OS PASSARINHOS PASTAVAM ALEGREMENTES ENQUANTO AS VACAS CANTAVAM PULANDO DE GALHO EM GALHO À PROCURA DE SEUS NINHOS E OS ELEFANTES DESCANSAVAM À SOMBRA DE UM PÉ DE ALFACE. RESOLVI VOLTAR PARA CASA DEPRESSA CHEGUEI E ENTREI PELA PORTA DA FRENTE QUE FICAVA NOS FUNDOS. NO QUARTO DEITEI MEU PALITÓ NA CAMA E ME PENDUREI NO CABIDE, PASSEI A NOITE EM CLARO POIS ESQUECI DE APAGAR A LUZ. LEVANTEI-ME E FUI AO BANHEIRO ONDE RESOLVI ALMOÇAR, SENTI UM GOSTO ESTRANHO NA BOCA, LOGO CONCLUI QUE HAVIA COMIDO O GUARDANAPO E LIMPADO A BOCA COM O BIFE. FUI ENTÃO ATÉ O JARDIM E LÁ ENCONTREI UM PAPEL EM BRANCO QUE DIZIA: -HAVIAM TRÊS PROFETAS, JACÓ E JEREMIAS QUE CONCLUÍRAM... "O MUNDO É MESMO

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UMA BOLA QUADRADA, DIANTE DISSO EU PREFIRO A MORTE DO QUE PERDER A VIDA" !!!

Coesão textual: ocorre quando você utiliza os termos corretos para fazer a ligação entre as frases do texto.Exemplo de texto coeso:Uma garota precisa de prática para entender os relacionamentos amorosos, por isso Priscila, que já namorou mais de quinze rapazes, se considera apta para dar conselhos a outras meninas.Repare que o conectivo por isso é adequado para fazer a ligação entre as duas frases.Exemplo de texto sem coesão:Uma garota precisa de prática para entender os relacionamentos amorosos, no entanto Priscila, que já namorou mais de quinze rapazes se considera apta para dar conselhos a outras meninas.Repare que o conectivo no entanto deixa o texto sem lógica.

Coerência textual: ocorre quando a idéia que você apresenta é mantida durante todo o texto.

Exemplo de texto coerente: Namorar faz bem ao coração, deixa a pessoa mais feliz consigo mesma e com os outros.O ato de namorar libera substâncias no organismo que nos deixam mais propícios para o relacionamento com os outros.

Exemplo de texto incoerente: Namorar faz bem ao coração, deixa a pessoa mais feliz consigo mesma e com os outros.O ato de namorar libera substâncias no organismo que nos deixam mais nervosos e inclinados a brigas.Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar, etc., ou seja, o texto é uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos um texto em que há coerência.

A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressuposto para o(s) que lhe estender(em), formando assim uma cadeia em que todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um anterior, perde-se a coerência textual.

A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extraverbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).

Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa. No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a realidade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apresentar elementos lingüísticos instruindo o receptor acerca dessa anormalidade. Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalidade do fato narrado

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