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 O psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932) lançou, em 1890, as bases do que viria mais tarde a ser os estudos da Psicologia da Forma (originalmente, Gestaltpsychologie). Sua primeira constatação foi a divisão de duas espécies de “qualidades da forma”: as sensíveis, próprias do objeto, e as formais, próprias da nossa concepção. São as primeiras agrupadas de acordo com as últimas que formam o conjunto e possibilitam a percepção. A teoria da forma GESTALT Gestalt: [Alem.] Padrão . Pregnância da forma. Teoria psicológica alemã sobre o fenômeno da percepção visual, que considera que fatores como equilíbrio, clareza e harmonia das formas que vemos, contribuem para a melhor estruturação dessas imagens em nosso cérebro, por atenderem a padrões de organização desenvolvidos pelo sistema nervoso. UNIT - Design Gráfico Produção e Análise da Imagem Profa. Márjorie Garrido Severo 01

Gestalt_aula II Unidade

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GESTALT A teoria da formaGestalt: [Alem.] Padro. Pregnncia da forma. Teoria psicolgica alem sobre o fenmeno da percepo visual, que considera que fatores como equilbrio, clareza e harmonia das formas que vemos, contribuem para a melhor estruturao dessas imagens em nosso crebro, por atenderem a padres de organizao desenvolvidos pelo sistema nervoso.

O psiclogo austraco Christian von Ehrenfels (1859-1932) lanou, em 1890, as bases do que viria mais tarde a ser os estudos da Psicologia da Forma ( o r i g i n a l m e n t e , Gestaltpsychologie). Sua primeira constatao foi a diviso de duas espcies de qualidades da forma: as sensveis, prprias do objeto, e as formais, prprias da nossa concepo. So as primeiras agrupadas de acordo com as ltimas que formam o conjunto e possibilitam a percepo. 01

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As formas psicolgicas, o verdadeiro objeto de interesse da Teoria da Gestalt, so o aspecto subjetivo (isto , no-material) das formas fisiolgicas e fsicas. A forma psicolgica s existe na percepo humana e nesse contexto que a Gestalt a analisa. ela, pois, a forma que ns absorvemos quando percebemos uma imagem, e atravs dela podemos realizar nossas representaes e assimilaes de informao.

A outra grande (e talvez mais importante) descoberta da Teoria da Gestalt foi a chamada Lei da Pregnncia, um conceito que pode ser sintetizado na frase de Paul Guillaume: O sistema tende espontaneamente estrutura mais equilibrada, mais homognea, mais regular, mais simtrica. Assim, a pregnncia (ou fertilidade) da imagem diz respeito ao caminho natural que ela segue em direo boa forma, que , idealmente, a mais simples de todas. E essa simplicidade formada justamente por equilbrio, homogeneidade, regularidade e simetria.

Entre os princpios da Gestalt, destaca-se como fundamental referncia para as composies grficas, o seguinte conceito: "o todo mais do que a soma das partes". Isto equivale a dizer que "A + B" no simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C" que possui caractersticas prprias.MOURA, Ana Clara Mouro e RIBEIRO, Rosemary Campos MOURA

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Leis gestaltistas da organizaoA Teoria da Gestalt, em suas anlises estruturais, descobriu certas leis que regem a percepo humana das formas, facilitando a compreenso das imagens e idias. Essas leis so nada menos que concluses sobre o comportamento natural do crebro, quando age no processo de percepo. Os elementos constitutivos so agrupados de acordo com as caractersticas que possuem entre si, como semelhana, proximidade e outras que veremos a seguir. O fato de o crebro agir em concordncia com os princpios Gestlticos j poderia ser considerado a evidncia fundamental de que a Lei da Pregnncia verdadeira. So estas, resumidamente, as Leis da Gestalt: PREGNNCIA SEMELHANA PROXIMIDADE BOA CONTINUIDADE CLAUSURA EXPERINCIA PASSADA

PREGNNCIAA mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sinttica. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu carter mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma reta e um crculo, e um homem pode ser um aglomerado de formas geomtricas. o princpio da simplificao natural da percepo. Quanto mais simples, mais facilmente assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho a mais regular, que requer menos simplificao.

Do livro: Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual da forma / Joo So Paulo, Escrituras Editora, 2000.

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PREGNNCIA

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SEMELHANAOu similaridade, possivelmente a lei mais bvia, que define que os objetos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode acontecer na cor dos objetos, na textura e na sensao de massa dos elementos. Estas caractersticas podem ser exploradas quando desejamos criar relaes ou agrupar elementos na composio de uma figura. Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a percepo visual como, por exemplo, o uso de texturas semelhantes em elementos do fundo e em elementos do primeiro plano.

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PROXIMIDADEOs elementos so agrupados de acordo com a distncia a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que esto mais perto de outros numa regio tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.

Do livro: Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual da forma / Joo So Paulo, Escrituras Editora, 2000.

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BOA CONTINUIDADEEst relacionada coincidncia de direes, ou alinhamento, das formas dispostas. Se vrios elementos de um quadro apontam para o mesmo canto, por exemplo, o resultado final fluir mais naturalmente. Isso logicamente facilita a compreenso. Os elementos harmnicos produzem um conjunto harmnico.

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CLAUSURAOu fechamento, o princpio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completssemos visualmente um objeto incompleto. Ocorre geralmente quando o desenho do elemento sugere alguma extenso lgica, como um arco de quase 360 sugere um crculo. O conceito de boa continuidade est ligado ao alinhamento, pois dois elementos alinhados passam a impresso de estarem relacionados.

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EXPERINCIA PASSADAEsta ltima relaciona-se com o pensamento pr-Gestltico, que via nas associaes o processo fundamental da percepo da forma. A associao aqui, sim, imprescindvel, pois certas formas s podem ser compreendidas se j a conhecermos, ou se tivermos conscincia prvia de sua existncia. Da mesma forma, a experincia passada favorece a compreenso metonmica: se j tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memria.

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Exerccios

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