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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Edgar Luis de Souza Bomfim Marcelo Augusto da Silva Rogério Lucio Sponton Ronaldo Aparecido Meira da Silva GESTÃO DE ESTOQUES Equipav S/A Açúcar e Álcool Promissão-SP LINS – SP 2010

GESTÃO DE ESTOQUES Equipav S/A Açúcar e Álcool … · Gestão de Estoque: Equipav S/A Açúcar e Álcool / Edgar Luis ... juntamente com o meu grupo, mas que trouxe muita satisfação

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Edgar Luis de Souza Bomfim

Marcelo Augusto da Silva

Rogério Lucio Sponton

Ronaldo Aparecido Meira da Silva

GESTÃO DE ESTOQUES

Equipav S/A Açúcar e Álcool

Promissão-SP

LINS – SP

2010

1

EDGAR LUIS DE SOUZA BOMFIM

MARCELO AUGUSTO DA SILVA

RONALDO APARECIDO MEIRA DA SILVA

ROGÉRIO LUCIO SPONTON

GESTÃO DE ESTOQUES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob a orientação dos Professores M.Sc. Francisco Cesar Vendrame e Especialista Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2010

2

DEDICATÓRIAS

Bomfim, Edgar Luis de Souza; Silva, Marcelo Augusto; Sponton, Rogério Lucio; Silva, Ronaldo Aparecido Meira Gestão de Estoque: Equipav S/A Açúcar e Álcool / Edgar Luis de Souza Bomfim; Marcelo Augusto da Silva; Rogério Lucio Sponton; Ronaldo Aparecido Meira da Silva. – – Lins, 2010.

71p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2010.

Orientadores: Francisco Cesar Vendrame; Ana Beatriz Lima

1. Unificação. 2. Gestão de Estoque. 3. Material. I Título.

CDU 658

B683g

3

EDGAR LUIS DE SOUZA BOMFIM

MARCELO AUGUSTO DA SILVA

RONALDO APARECIDO MEIRA DA SILVA

ROGÉRIO LUCIO SPONTON

GESTÃO DE ESTOQUES

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do Titulo de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Profº Orientador: Francisco César Vendrame

Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba

Assinatura:____________________________

1º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:____________________________

2º Prof(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:____________________________

LINS – SP

2010

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pois sem ele, nada seria

possível e não estaríamos aqui reunidos, desfrutando juntos, destes momentos

tão importantes.

À minha esposa Céusa, minhas filhas Camila e Rafaela, pelo incentivo e

apoio, e por compreenderem a minha ausência durante a realização deste

trabalho.

Aos meus pais “in memorium”, todos os meus irmãos, cunhados, pelo

incentivo, cooperação e apoio.

Ao meu primo Luis Henrique, pela sua contribuição.

A todos os professores e colegas que nos ajudaram nesta jornada, pois,

sem eles, ela não teria sido cumprida.

Edgar Luis Bomfim

5

DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente a Deus, pois através dele é que fazemos as

coisas certas.

À minha mãe, que sempre me incentivou a continuar meus estudos e

fazer as escolhas certas.

A toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediu

esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

A todos os meus colegas e amigos de classe, que sempre estiveram ao

meu lado nesses quatro anos de aprendizado.

Marcelo Augusto da Silva

6

DEDICATÓRIA

Dedico a DEUS, em primeiro lugar, pois foi ele quem me deu a

oportunidade de concluir este trabalho árduo, juntamente com o meu grupo,

mas que trouxe muita satisfação.

À minha mãe e ao meu pai, que souberam compreender, muitas vezes, a

minha ausência no decorrer desta jornada.

Aos professores e alunos que estiveram conosco no decorrer de todo o

curso, sem dúvida, contribuíram para que o objetivo fosse alcançado.

Rogério Lucio Sponton

7

DEDICATÓRIA

Dedico a DEUS por ter me dado forças para concluir esta caminhada.

À minha família, pelo apoio.

Aos meus amigos por terem me incentivado a retomar meus estudos.

Aos meus parceiros da monografia, aos meus colegas de classe, aos

professores da instituição e a todas as pessoas que, direta ou indiretamente,

contribuíram através de incentivo ou ajudando para que nós atingíssemos

nosso objetivo.

Ronaldo Aparecido Meira da Silva

8

AGRADECIMENTOS

No final deste percurso, queremos agradecer a todos que, de alguma

forma, participaram dessa conquista, pois tenham certeza de que foram de

extrema importância para a conclusão desse trabalho.

À Professora Ana Beatriz Lima, agradecemos pelo suporte dado a nós,

no decorrer do trabalho.

Ao professor Francisco Cesar Vendrame, nosso orientador, gostaríamos

de expressar nossa satisfação pela disponibilidade, pelo entendimento nos

momentos de dificuldade, pela dedicação e motivação, que contribuiu

sobremaneira para a construção deste trabalho.

À Equipav S/A Açúcar e Álcool que nos abriu a porta para, que esse

trabalho acontecesse e, em especial, ao Dr. Luis Henrique Ferreira, que nos

recepcionou, atendeu-nos e disponibilizou acesso e material, para que esse

projeto se concretizasse.

9

RESUMO

Com o mercado cada vez mais competitivo, os grandes grupos estão buscando, assiduamente, uma administração eficiente e eficaz, para se manterem forte no mercado. Uma das ferramentas mais utilizadas e priorizadas para essa administração é a gestão de estoque em que se destaca a área de suprimentos, que é a responsável pela gestão de uma parte significativa dos recursos financeiros dos grupos, compras e de almoxarifados. Tem papel importante, porque nessas áreas existem vários fatores que devem ser rigorosamente observados e controlados. A gestão de estoque também está relacionada à satisfação do cliente, pois pode determinar precisão no atendimento de pedidos com a disponibilidade dos materiais. Hoje, cada vez mais, está prevista a reestruturação da gestão de estoque nas empresas e são visíveis os resultados positivos que ela traz e os valores que unem as atividades relacionadas à mesma. Com o objetivo de verificar a importância da gestão de estoque, focando as atividades de materiais de registro unificado foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Equipav, localizada em Promissão-SP. Após a pesquisa, verificou-se que os grupos que mantêm um registro atualizado, permitem que as áreas de compras e almoxarifados alcancem melhores resultados. Palavras-chave: Unificação. Gestão de Estoque. Material.

10

ABSTRACT

With the market increasingly competitive, large groups are assiduously seeking an efficient and effective administration, to stay strong in the market. One of the most used tools for this administration is management of stock where the supplies area, which is responsible for managing a significant part of the financial resources of groups, shopping and warehouse. Has an important role, because in these areas there are several factors that must be strictly observed and controlled. The inventory management also related to customer satisfaction because it may determine accuracy in order fulfillment with the availability of materials. Today, more and more is planned restructuring its management of stock companies and are visible in the positive results it brings and the values that unite the activities related to it. Aiming to verify the importance of inventory management, focusing the activities of unified registration materials has been carried out field research in company Equipav, located in Promissão-SP city. After search it was found that the groups that keep an updated record, allows warehouses and shopping areas to achieve better results. Keywords: Unification. Inventory Management. Material.

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Foto aérea da Usina Equipav.................................................. 18

Figura 2: Processo de fabricação do açúcar.......................................... 19

Figura 3: Processo de fabricação do álcool........................................... 20

Figura 4: Outras áreas de atuação......................................................... 20

Figura 5: Co-geração............................................................................. 21

Figura 6: Projeto Formare...................................................................... 24

Figura 7: Organograma Equipav............................................................ 26

Figura 8: Tela do cadastro de perfil de compras.................................... 50

Figura 9: Tela de geração de cotação.................................................... 51

Figura 10: Tela do cadastro de item novo................................................ 53

Figura 11: Tela ressuprimento................................................................. 54

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Comparativo de produção anual............................................. 22

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADC: Associação Desportiva

ERP: Enterprise Resource Planning

FORMARE: Programa de Formação e Reciclagem do Educador

IOCHPE: Fundação Iochpe

MEC: Ministério da Educação

ORACLE: Oráculo (Banco de Dados)

12

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................... 15

CAPÍTULO I – EQUIPAV: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO.......................... 17

1 A EMPRESA EQUIPAV S/A.......................................................... 17

1.1 Histórico......................................................................................... 17

1.2 Equipav S/A Açúcar e Álcool......................................................... 17

1.3 Produtos......................................................................................... 18

1.4 Cogeração...................................................................................... 21

1.5 Responsabilidade social................................................................ 22

1.5.1 Projeto Formare............................................................................. 23

1.6 Responsabilidade ambiental.......................................................... 24

1.7 Organograma................................................................................. 25

CAPÍTULO II – GESTÃO DE ESTOQUE...................................................... 27

2 GESTÃO DE ESTOQUE............................................................... 27

2.1 Inventário físico.............................................................................. 27

2.2 Nível de serviço.............................................................................. 28

2.3 Cobertura de estoque.................................................................... 28

2.4 Acurácia dos estoques................................................................... 28

2.5 Problemas de estoque................................................................... 29

2.6 Controle de estoque....................................................................... 30

2.6.1 Controle de material em poder de terceiros................................... 30

2.7 Tipos de controle de estoque......................................................... 31

2.7.1 Sistema de gaveta......................................................................... 32

2.7.2 Renovação periódica..................................................................... 32

2.7.3 Sistema de estocagem para um fim específico............................. 33

2.7.4 Sistema de ordem de produção..................................................... 33

2.7.5 Sistema Just-in-time....................................................................... 33

2.7.6 Curva ABC..................................................................................... 34

2.8 Gerenciamento da cadeia de suprimentos.................................... 35

2.9 Gerenciamento informatizado........................................................ 36

13

2.10 Suprimento físico........................................................................... 36

2.11 Giro de estoque.............................................................................. 37

2.12 Custos do estoque......................................................................... 38

2.12.1 Custo de aquisição......................................................................... 39

2.12.2 Custo de manutenção.................................................................... 39

2.12.3 Custo de espaço para armazenamento......................................... 39

2.12.4 Custo de capital............................................................................. 39

2.12.5 Custo de serviço............................................................................ 40

2.12.6 Custo de risco................................................................................ 40

2.12.7 Custo por falta de material............................................................. 40

2.12.8 Custo total de estoque................................................................... 40

2.12.8.1 Controle dos custos totais.............................................................. 41

2.13 Estudo dos estoques..................................................................... 41

2.13.1 Planejamento de estoque.............................................................. 42

2.13.2 Tipos de cadeia de suprimentos.................................................... 43

CAPÍTULO III – A PESQUISA....................................................................... 44

3 INTRODUÇÃO............................................................................... 44

3.1 Relato e discussão sobre gestão de estoque na Equipav............. 44

3.1.1 Unificação de cadastro de materiais.............................................. 45

3.1.2 Almoxarifado.................................................................................. 45

3.1.2.1 Estrutura dos almoxarifados.......................................................... 46

3.1.2.2 Gestão dos almoxarifados............................................................. 47

3.1.2.3 Relacionamento com os departamentos e seus usuários............. 48

3.1.3 Compras......................................................................................... 49

3.1.3.1 Estrutura do setor de compras....................................................... 49

3.1.3.2 Parametrização dos compradores................................................. 49

3.1.3.3 Alçadas de aprovadores cotação................................................... 50

3.1.3.4 Desmembramento dos pedidos de compras................................. 50

3.1.4 Custo do estoque........................................................................... 51

3.1.5 Implantação do sistema................................................................. 52

3.1.6 Reposição de estoque................................................................... 54

3.2 Parecer final do caso..................................................................... 55

14

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.................................................................. 57

CONCLUSÃO................................................................................................ 58

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 60

APÊNDICES.................................................................................................. 62

15

INTRODUÇÃO

Os resultados positivos de uma empresa estão relacionados à gestão de

estoque eficiente. Martins; Alt (2003), afirmam que a gestão de estoques

constitui-se em ações que permitem ao administrador, analisar se os estoques

estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e controlados.

Estoques excessivos significam gastar dinheiro a toa, é assumir custo

que não retorna beneficio algum.

De acordo com Tófoli (2008), cada empresa deve determinar qual o

sistema mais conveniente e mais econômico pra o controle de seus estoques.

A unificação do cadastro teve como foco a economia de tempo e

resultados com custos, sendo assim, possibilitou efetuar todas as compras de

uma forma integrada para todas as unidades de negócio que compõe o grupo

Equipav, pois se obteve aumento do volume a comprar, proporcionando melhor

poder de negociação.

Diante do exposto foi levantada a seguinte questão:

A unificação do cadastro resulta em uma gestão de estoques mais eficaz

e lucrativa?

Em resposta a tal questionamento, foram apresentados os seguintes

pressupostos:

A unificação do cadastro, atualmente, é um procedimento fundamental

para as empresas que atuam na gestão corporativa, sendo crucial para que a

empresa não sofra prejuízos financeiros e operacionais, pois as

reestruturações dos estoques estão ligadas a toda a cadeia produtiva,

financeira e contábil.

Evidenciando esse pressuposto, foi realizada uma pesquisa de campo

no período de fevereiro a outubro de 2010 na Equipav S/A Açúcar e Álcool.

Para o Estudo de Caso: foram entrevistados o gerente de suprimentos,

os colaboradores da empresa e o assistente de suprimentos.

As técnicas utilizadas foram:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

Roteiro Histórico da Equipav S/A Açúcar e Álcool (Apêndice C);

16

Roteiro de entrevista para o Gerente de suprimentos (Apêndice D);

Roteiro de entrevista para o Assistente de suprimentos (Apêndice E);

Roteiro de entrevista para os Usuários do almoxarifado (Apêndice F);

Outros registros: foram utilizados materiais ilustrativos.

O presente trabalho está assim estruturado:

Capitulo I: descreve o histórico da empresa, contando sua trajetória,

demonstrando seu portfólio de produtos, responsabilidade ambiental e social.

Capitulo II: revela os conceitos da gestão de estoque, mostrando quais

ferramentas podem ser utilizadas, bem como as novas tecnologias.

Capitulo III: apresenta a introdução, o relato do trabalho referente ao

assunto estudado, a discussão, o parecer final sobre o caso e as sugestões

sobre a teoria, manutenção ou modificação de procedimentos.

Por fim vem a proposta de intervenção e as considerações finais.

17

CAPÍTULO I

EQUIPAV: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO

1 A EMPRESA EQUIPAV S/A

1.1 Histórico

Em 1960, em Campinas, os empreendedores Carlos de Moraes Toledo,

Geraldo Natividade e Vital Vettorazzo, homens de perseverança e visão do

futuro, fundaram o Grupo Equipav S/A Pavimentação Engenharia e Comércio.

A Equipav iniciou suas atividades numa época em que a produção de

bens e insumos, necessários à demanda nacional, não tinha bom escoamento

das suas fontes produtoras, em razão da precariedade das estradas, mas os

homens que formaram o grupo de empresas eram visionários, e acreditavam

em si mesmos e na potencialidade do país.

Com apenas um rolo, uma caldeira, um caminhão, muita perseverança,

muito trabalho e muita fé no futuro, a Equipav provou seu potencial e novos

trabalhos surgiram, levando os sócios a ampliarem suas atividades para a

produção de concreto e argamassa, além de extração de pedra e areia, indo

além construção civil.

Hoje, está presente também nos setores agroindustrial, ambiental e de

concessões. Com os olhos no futuro, o Grupo Equipav continua apostando na

diversificação, sempre buscando a qualidade máxima de seus produtos e

serviços.

1.2 Equipav S/A Açúcar e Álcool

Com a visão de suprir suas necessidades, o Grupo Equipav S/A investiu

18

em diversas áreas, proporcionando desenvolvimento e crescimento para o

país, sendo uma delas a sucroalcooleira. A Equipav S/A Açúcar e Álcool surgiu

com o incentivo do governo para a produção de combustíveis alternativos, o

álcool combustível. Fundada em 07 de julho de 1980, com Cadastro Nacional

de Pessoa Jurídica (CNPJ) nº 43.932.102/0005-81 e Inscrição Estadual (IE) nº

564.005.959.112, está estabelecida na Rodovia Marechal Rondon, km 455,

Fazenda Água Branca, Bairro Patos, na cidade de Promissão-SP.

Sua capacidade de produção inicial, em 1982, era de 28 milhões de

litros; em 1992, 160 milhões de litros e 250 mil sacas de açúcar, passando, em

1994, para 1 milhão de sacas de açúcar.

Em 1997, inicia-se a produção de levedura seca de cana-de-açúcar,

comercializada para a produção de ração animal. Diante da crise brasileira e

devido à falta de energia elétrica, causada pela privatização e estiagem, a

Equipav S/A passa a investir em sua termoelétrica com tecnologia, caldeiras e

geradores para atender sua demanda interna e ao mercado externo,

ampliando, assim, sua variedade de produtos e serviços oferecidos.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 1: Foto aérea da Usina Equipav

1.3 Produtos

A Equipav S/A Açúcar e Álcool produz atualmente, açúcar, álcool,

19

levedura e energia.

A produção de açúcar cristal iniciou em 1993, quando a usina passou a

vender para o mercado de produtos alimentícios e bebidas. Nesse ano, a

produção de açúcar na usina de Promissão, atingiu 250 mil sacas e, no ano

seguinte, saltou para 1 milhão de sacas. Em 2005, a produção da Equipav foi

de 3,9 milhões, com um total de 48 mil hectares de área plantada de cana-de-

açúcar. Além disso, a empresa ampliou suas instalações e construiu um novo

barracão com capacidade de armazenamento de 1 milhão e 600 mil sacas de

50 kg, além de uma nova linha de moagem.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 2: Processo de fabricação do açúcar

A usina Equipav S/A Açúcar e Álcool produz o álcool etílico anidro

carburante, o álcool etílico hidratado carburante e o álcool etílico anidro

industrial e, desde o início, vem superando a produção da primeira safra, que

era de 28 milhões de litros de álcool. Na segunda safra, de 1983, atingiu 58

milhões; em 1992, o índice de produção chegou a 160 milhões de litros; em

2007 foram produzidos 260 milhões e, em 2009, a produção foi de 347 milhões

de litros.

20

Fonte: Equipav (2010)

Figura 3: Processo de fabricação do álcool

A atual oferta da Equipav S/A Açúcar e Álcool é composta, também, por

levedura seca de cana-de-açúcar, destacando-se o produto Nutripav. Trata-se

de um micro ingrediente que apresenta proteína de alto valor biológico, ideal

para bovinos, aves, crustáceos e peixes, exportado para muitos países.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 4: Outras áreas de atuação

A usina Equipav sempre produziu energia para consumo próprio,

21

utilizando o bagaço da cana-de-açúcar.

Com a crise de energia elétrica, em 2001, a empresa investiu em co-

geração, instalando uma termoelétrica. Com os investimentos, passou a

produzir toda a energia necessária para a sua produção e a comercializar o

excedente.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 5: Co-geração

1.4 Co-geração

Em 2001, com a crise energética que atingiu o Brasil, o famoso apagão,

a Usina Equipav transformou a ameaça em oportunidade, passando a investir

na co-geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar. A

estratégia de investir em bioenergia deu tão certo que, em 2006, a empresa

iniciou a segunda fase de co-geração, adquirindo novos geradores de alta

potência. Hoje, a Equipav é a maior geradora de energia elétrica, obtida de

biomassa, no país, segundo estimativas da União da Indústria de Cana-de-

Açúcar (UNICA).

Conheça alguns números:

22

ENERGIA VENDIDA

ANO MWH

2005 160

2006 160

2007 175

2008 320

POTÊNCIA INSTALADA ACUMULADA

ANO MW

2007 58

2008 203*

2009 295*

Fonte: Usinas Equipav e Biopav (2010)

Quadro 1: Comparativo de produção anual

As perspectivas para as próximas safras mostram um crescimento ainda

maior, contando com a participação da segunda Usina de Açúcar e Álcool do

Grupo, a Biopav, instalada no município de Brejo Alegre-SP, com cerca de 70

km de distância de Promissão, a qual iniciou sua produção em outubro de

2009.

1.5 Responsabilidade social

A Equipav S/A Açúcar e Álcool tem hoje vários projetos sociais e

trabalha com muito respeito nas comunidades em que sua empresa está

inserida, sendo essa uma filosofia do Grupo. Podem-se citar alguns projetos

conduzidos pela empresa, como o Projeto Social de Valorização do

Colaborador; Projeto Recreação para Todos e o grande destaque que é o

Projeto Formare. São desenvolvidos, também, projetos culturais, como o que

23

existe dentro de sua planta, que é o Projeto Memorial Equipav – Projeto

Cultural, que valoriza toda história de surgimento da usina e demonstra, com

fotos e murais explicativos, essa trajetória de sucesso.

1.5.1 Projeto Formare

O Formare é um projeto social de muito destaque para a Equipav S/A

Açúcar e Álcool. O programa nasceu em 1988, dentro das empresas Lochpe-

Maxion S.A., em Canoas-RS e São Bernardo do Campo-SP, como uma

oportunidade de formação profissional de jovens de baixa renda na própria

empresa.

Passados 20 anos, o Formare é um modelo vitorioso de educação

profissional de nível básico, o qual está presente em mais de 42 empresas,

multiplicando-se por diferentes ambientes de trabalho.

Outro fator de destaque é a capacitação e a motivação que envolve os

colaboradores da empresa quando aderem ao projeto como educadores

voluntários. Todas as empresas que possuem Escolas Formare são compostas

por Escolas de Educação Profissional, instaladas dentro das empresas, e que

oferecem instalações, benefícios e tempo para que seus funcionários atuem

como educadores voluntários dos jovens.

Os cursos, com duração de no mínimo 800 horas/aula, são

desenvolvidos pela equipe pedagógica do Formare, de acordo com as

características de cada empresa e a realidade do mercado de trabalho

local.

A orientação pedagógica baseia-se nas diretrizes do Ministério da

Educação, que prevê o desenvolvimento de competências e habilidades

obtidas por meio da associação de teoria e prática. Os cursos são certificados

por instituição federal de ensino vinculada ao MEC.

Na Usina Equipav, o Programa Social Formare teve início em março de

2007, em parceria com a fundação IOCHPE. O programa visa a profissionalizar

jovens de baixa renda, com o objetivo de integrá-los à sociedade com melhores

índices de empregabilidade.

24

A primeira turma foi formada por 20 jovens, com idade entre 17 e 18

anos, moradores das cidades de Brejo Alegre-SP, Birigui-SP e Promissão-SP.

O curso de Operador de Produção em Processos Contínuos teve duração de

um ano e foi realizado dentro da empresa Equipav que, além de beneficiar os

adolescentes carentes com uma bolsa educação, possibilitou o ingresso

desses jovens no mercado de trabalho, com grande probabilidade de serem

absorvidos pelas Usinas de Promissão e Brejo Alegre.

E foi o que realmente aconteceu. A primeira turma do Formare foi

absorvida pela usina Equipav S/A Açúcar e Álcool, em abril de 2008. Os

primeiros egressos do projeto de capacitação profissional foram efetivados

como colaboradores na usina, enquanto uma nova turma iniciava as aulas. A

formatura aconteceu no dia 27 de abril de 2008, às 19h30, no Clube ADC em

Promissão.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 6: Projeto Formare

1.6 Responsabilidade ambiental

A Equipav Açúcar e Álcool tem uma preocupação com o meio ambiente

e com a sustentabilidade. Diante disso, tem uma política que está voltada para:

25

a) a aquisição de novos equipamentos com tecnologia e desempenho

superiores aos que estão em operação (caldeiras e sistema de

controle para lançamento de particulado na atmosfera);

b) redução do uso de recursos hídricos (investimento em torres de

resfriamento da água);

c) circuito fechado possibilitando a reutilização da água;

d) melhoria e aproveitamento das águas no processo de

fertirrigação;

e) aproveitamento de subprodutos, eliminando passivos ambientais e

gerando divisas, como o bagaço da cana-de-açúcar para produzir

vapor e gerar energia elétrica;

f) o resíduo do processo de fermentação para produção de levedura

seca para alimentação animal;

g) o resíduo da destilação do álcool;

h) a vinhaça aplicada no solo, em dosagem adequada, contribuindo na

reposição de nutrientes; e

i) o resíduo do processo de decantação do caldo, a torta de filtro

incorporada no solo, o resíduo do sistema de lavagem da fuligem,

que será misturado com as cinzas das caldeiras e incorporado no

solo.

A Equipav está executando, também, projetos como:

a) a ampliação da adutora de vinhaça em aproximadamente 22 km com

estação de bombeamento e equipamentos para aplicação;

b) a aquisição de máquinas para colheita mecanizada e consequente

redução da queima da palha da cana;

c) políticas para reutilização do material ou descarte que possibilite a

reciclagem dos resíduos;

d) conservação das áreas de preservação permanentes; e

e) recomposição da vegetação da mata ciliar em vários projetos com a

manutenção do plantio de aproximadamente 180.000 mudas de

espécies nativas da região.

1.7 Organograma

26

Fonte: Equipav (2010)

Figura 7: Organograma Equipav

Com o surgimento de vários seguimentos do grupo, nasce a Controlpav,

empresa que passa a administrar todos os segmentos, sendo que, atualmente,

a administração geral do Grupo Equipav está a cargo da Central de Serviços

Compartilhados (CSC), instalada na cidade de Campinas, interior de São

Paulo.

A decisão pela centralização teve como principal objetivo a maximização

dos resultados em benefício de todos, garantindo um retorno positivo aos

acionistas do capital aplicado de maneira segura e sustentada.

As atividades de compras de bens e serviços, gestão de recursos

humanos, desenvolvimento de tecnologia e infra-estrutura da empresa, que

envolvem a alta gerência, a assessoria de comunicação, jurídica, financeira e

contábil, são de responsabilidade da CSC.

A criação da unidade de serviços compartilhados proporcionou ao Grupo

a simplificação das estruturas organizacionais das unidades de negócio,

fazendo com que os responsáveis por essas unidades dispusessem de tempo

adicional para a coordenação das atividades, diretamente relacionadas com o

produto e/ou serviço, alcançando, assim, melhores resultados.

27

CAPÍTULO II

GESTÃO DE ESTOQUE

2 GESTÃO DE ESTOQUE

De acordo com Slack et al. (2008), todos os recursos transformados,

como materiais, informação, dinheiro e, às vezes, clientes, são considerados

estoques. Os clientes são considerados como estoque nas operações de

serviços, quando fazem filas, sendo necessário para o término do processo,

seu atendimento e satisfação. Podem-se citar como exemplos, os bancos, as

lotéricas e qualquer tipo de abordagem que são úteis em uma operação.

Todos os processos, redes de suprimentos e operações acumulam

estoque. No caso de materiais, pode-se citar como exemplo o material de

limpeza que, na operação de montagem de um computador, é de baixo valor e

relativamente sem importância para a operação, porém os estoques de

componentes para a montagem são de alto valor e vital para a operação

contínua. Entretanto, em empresas que prestam serviços de limpeza industrial,

a falta do material de limpeza poderia parar todo o processo produtivo. Se o

suprimento de um item ocorresse exatamente quando fosse a demanda, o item

nunca seria armazenado.

Conforme Cruz; Santos Junior; Oliveira (2006), a Gestão de Estoques

permite ao administrador verificar se os estoques estão bem utilizados e

localizados, em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e

controlados, tendo indicadores de produtividade para controlar, como:

diferenças entre o inventário físico e o contábil, acurácia dos controles, níveis

de serviço, giro e cobertura de estoques.

2.1 Inventário físico

O inventário físico é a contagem física de itens em estoque, caso haja

28

diferenças entre o inventário físico e contábil, terá que fazer ajuste conforme

recomendações contábeis.

Segundo Martins; Alt (2006), o inventário deve ser efetuado em dois

modos: periódico, que normalmente é feito no final do exercício fiscal ou duas

vezes por ano, colocando várias pessoas para fazer a contagem física; e

rotativo, quando contam os itens em estoque, sendo contados pelo menos uma

vez dentro do período fiscal.

2.2 Nível de serviço

O Nível de Serviço é indicado para atender as solicitações do usuário,

quanto mais requisições forem atendidas, maior será o nível de serviço.

2.3 Cobertura de estoque

A Cobertura de Estoques indica os dias em que o estoque médio será

suficiente para cobrir a demanda média, sendo calculado pela venda média,

levando-se em conta os dias úteis de venda.

2.4 Acurácia dos estoques

De acordo com Martins; Alt (2003), a acurácia dos estoques é o calculo

efetuado para medir qual o percentual de itens corretos, tanto em quantidade

como valor.

Acurácia = N° de itens corretos N° total de itens

Acurácia = Valor de itens corretos

Valor total de itens

29

Com isso, pode-se determinar o percentual de acerto no controle do

estoque, para determinar em que proporções são aceitáveis.

2.5 Problemas de estoque

Afirmam Slack et al. (2008), que o estoque envolve muitos problemas,

como: quando se torna obsoleto ou quando um item é perigoso de ser

armazenado, se danifica, e perde a localização, ou se exige um espaço

excessivo e pode ser duplicado em diversos locais envolvendo vários custos

administrativos.

Mesmo com os efeitos negativos, quando um cliente compra em outro

lugar por estar faltando apenas um item, ou quando um grande projeto está

esperando apenas por um pequeno item, o valor dos estoques parece

indiscutível.

Uma operação do varejo não pode prever a demanda sobre o prazo de

entrega, por isso o estoque pode ser um pulmão contra flutuações inesperadas

no suprimento e na demanda. Como exemplos podem-se citar os estoques de

sangue nos hospitais, pois os mesmos têm que trabalhar com estoques de

segurança. Da mesma forma, serviços de manutenção, de veículos, fábricas e

linhas aéreas podem manter estoques de peças críticas selecionadas de forma

que a equipe de manutenção possa reparar as falhas mais comuns sem

atraso.

O estoque pode contrabalancear a falta de flexibilidade, isto é chamado

de estoque de ciclo, e acontece quando uma empresa possui um mix de

produtos, e, para produzir necessita, fabricar cada produto em grandes lotes,

atendendo a demanda de cada tipo entre os momentos em que cada lote fica

pronto para venda.

Assim, mesmo quando a demanda é fixa e previsível, sempre existirá

algum estoque para compensar o suprimento intermitente de cada tipo de

material.

O estoque permite tirar vantagens nas oportunidades de compra, a um

curto prazo, pois se um fornecedor pode ter uma boa oferta, de alguns itens,

30

em um determinado período que ele queira reduzir seus estoques de produto

acabado, o departamento de compras pode tirar vantagem do bom preço á

curto prazo. (SLACK et al., 2008)

Segundo Martins; Alt (2006), a gestão de estoques constitui em ações

que permitem o administrador analisar se os estoques estão sendo bem

utilizados, bem localizados, bem manuseados e controlados.

2.6 Controle de estoque

Segundo Martins; Alt (2006), na busca constante e incansável dos

gerentes de reduzir os estoques, seja de matéria prima, de produtos em

processo ou produtos acabados, o desenvolvimento de novas técnicas de

administração e novas filosofias gerenciais são importantes.

Afirma Tófoli (2008) que cada empresa deve determinar qual o sistema

mais conveniente e mais econômico para o controle de seus estoques. Alguns

sistemas de controle de estoque básicos são: sistema de duas gavetas,

sistema de renovação, sistema de estocagem para fim específico, sistema

curva ABC e outros. Podem ser realizadas combinações ou adaptações,

utilizando simultâneamente vários sistemas.

Segundo Fernandez (2003), os estoques representam capital investido,

lançado no ativo da empresa, sendo assim, torna-se estratégico, para qualquer

empresa, o controle adequado de seus estoques, de forma a reduzir os custos

gerados pela existência deles.

2.6.1 Controle material em poder de terceiros

Com a terceirização do fornecimento de materiais e a prestação de

serviços para as empresas, essas passaram a ter um controle maior,

verificando sempre os requisitos necessários para um controle eficaz e

eficiente. (ROSA, 2003)

31

O almoxarifado efetuará este controle, mediante o próprio documento de

compra, ou número de registro e código do equipamento ou material. (ROSA,

2003)

A ficha de controle conterá os dados da placa de identificação do

fabricante, que deverá estar fixada no corpo do equipamento. O equipamento é

enviado para terceiros, mediante Nota de Simples Remessa. No corpo da nota,

deverá estar claramente identificada a finalidade do envio e o prazo do retorno,

assim como as condições em que o produto está sendo entregue. (ROSA,

2003)

Este controle é feito com requisição do usuário ou ordem de compra,

que constam: código, em que verifica a compatibilidade do material em relação

à sua descrição; ordem de compra, pois o número da ordem de compra facilita

a identificação por compras e fornecedor, podendo ser apenas o nome pelo

qual ele é mais conhecido. (ROSA, 2003)

2.7 Tipos de controle de estoque

Conforme Gelatti et al. (2007), os estoques são bens destinados à venda

ou produção, ligados aos objetivos e atividades da empresa, apresentando-se

em alguns tipos:

a) mercadorias para revenda: composta por todos os materiais

adquiridos de terceiros para a revenda;

b) produtos acabados: representam os produtos prontos produzidos na

própria empresa e disponíveis para revenda;

c) produtos em elaboração: compostos pelos bens já requisitados que

estão em processo de transformação e todos os custos diretos e

indiretos relativos à produção ainda não concluída no encerramento

do balanço;

d) matérias-primas: representadas pelos materiais que irão ser

aplicados na produção;

e) materiais auxiliares: compostos por todos os itens destinados à

manutenção das atividades da produção e de consumo geral;

32

f) material de embalagem: composto pelos itens destinados à

embalagem ou acondicionamento dos produtos acabados;

g) importações em andamento: engloba todos os custos já incorridos

referentes à importação em andamento realizadas pela empresa, e

h) almoxarifado: engloba todos os itens de estoques de consumo em

geral, podendo incluir produtos de alimentação do pessoal, materiais

de escritório, peças em geral e uma variedade de itens. Muitas

empresas, por questão de controle para fins contábeis, adotam a

prática de já lançar tais estoques como despesas no momento da

compra, somente mantendo controle quantitativo, pois muitas vezes

representam uma quantidade muito grande de itens, mas de pequeno

valor total, não afetando os resultados.

Os estoques merecem uma atenção especial por parte do auditor fiscal,

porque a sua avaliação, no início e no fim do período contábil, reflete

diretamente na apuração do lucro líquido de cada exercício, já que terá efeito

no custo dos produtos vendidos.

2.7.1 Sistema de duas gavetas

No sistema de Duas Gavetas, calcula-se um determinado nível de

estoque e, quando o item atingir o nível estabelecido, deve ser efetuada uma

solicitação, cujo sistema pode ser chamado de estoque mínimo. (TÓFOLI,

2008)

A denominação “duas gavetas ou duas caixas” explica a idéia de

guardar um mesmo item em duas gavetas ou caixas (TÓFOLI, 2008). É

utilizado primeiramente o item da primeira gaveta e, ao se iniciar a utilização do

item da segunda gaveta, é o momento de um novo pedido de reposição de

estoque. A quantidade da segunda gaveta deve ser suficiente para atender a

demanda até a chegada do novo pedido. (TÓFOLI, 2008)

2.7.2 Renovação periódica

33

Conforme Tófoli (2008), o sistema de renovação periódica acontece

quando os pedidos de reposição são realizados em tempos fixos estabelecidos

para cada item, assim minimizando o custo de estocagem, porém a soma da

quantidade existente em estoque deve ser suficiente para atender a demanda

até a reposição do pedido seguinte. Se a demanda for variável e o tempo de

reposição também, será necessária a criação de estoque de segurança.

2.7.3 Sistema de estocagem para um fim específico

O sistema de estocagem para um fim específico é um sistema elaborado

para atender um programa de produção pré-determinado, ou atender

especificamente a uma ordem de produção ou requisição. (TÓFOLI, 2008)

O programa de produção pré-determinado é utilizado em indústrias de

tipo contínuo ou semi-contínuo. A programação de materiais deve ser coerente

com a programação geral das atividades produtivas. Essa programação é feita

para vários períodos, considerada imutável e congelada para o período

seguinte. (TÓFOLI, 2008)

2.7.4 Sistema de ordem de produção

De acordo com Tófoli (2008), já a ordem de produção é método

empregado nas indústrias do tipo intermitente, quando os produtos a serem

produzidos serão fabricados sob encomenda.

2.7.5 Sistema Just-in-time

De acordo com Martins; Alt, (2006), o fato de considerar os estoques

como um desperdício levou os japoneses a desenvolverem as técnicas do Just-

34

in-time com a utilização do sistema Kanban. Essas técnicas são amplas e

importantes e acabaram tornando-se uma filosofia gerencial.

Afirma Rosa (2003) que o Just-in-time é um conjunto de atividades que

busca um volume elevado na produção, com uso mínimo de estoques de

matérias-primas, estoques intermediários e estoques de produtos acabados.

Estas peças atingem seu objetivo “justo a tempo” e atingem rapidamente

o fim da operação, sem atrasos.

Mas, para que o Just-in-time funcione corretamente, deve haver total

participação dos envolvidos. Uma das ferramentas que lhe agregam valor é o

Kaizen que visa à contínua melhoria e utiliza sugestões dos colaboradores.

Para atingir objetivos, o Just in time requer total participação do empregado, e

as particularidades do mundo ocidental são um pouco mais complicado que a

oriental, pois o compromisso com o empregador é bem diferente e necessita de

constantes trabalhos de aproximação e motivação. (ROSA 2003)

2.7.6 Curva ABC

Na análise de estoques, uma das formas mais usuais é a Curva ABC,

que consiste na análise em certo tempo, na maioria das vezes de, 6 meses ou

1 ano. Para os itens mais importantes com maior valor e quantidade, dá-se a

denominação de classe A; aos intermediários, classe B e, aos menos

importantes, classe C. (MARTINS; ALT, 2006)

Afirma Fernandez (2003) que a curva ABC classifica os produtos em três

categorias, das quais o valor de A representa maior parte do valor dos bens

estocados (80%), apesar de ser a menor parte em quantidade (15 a 20%). B,

por sua vez, representa de 35 a 40% dos bens, porém valendo em torno de

15% do total estocado, enquanto C representa a grande maioria dos materiais

(40 a 50%), valendo apenas de 5 a 10% do total do estoque. Isso significa que

os esforços no controle de estoque numa empresa devem ser centralizados

nos itens que compõem a classe A, os mais valiosos, mas em menor

quantidade, mas não se deve deixar de controlar as classes B e C. O uso dos

computadores e programas de gestão auxiliam em muito o processo de

35

controle dos estoques.

2.8 Gerenciamento da cadeia de suprimentos

Segundo Slack et al. (2008), o gerenciamento dos relacionamentos e

fluxos e as operações constituem o gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Seu objetivo é satisfazer as necessidades dos clientes finais, contribuindo para

qualquer mix de qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo que

o cliente final necessite.

O conceito da cadeia de suprimentos refere-se às redes internas de

processo, bem como às redes externas de suprimentos. Qualquer falha

individual da operação, em qualquer um destes objetivos, pode se multiplicar

por toda a cadeia de suprimentos. Embora o desempenho de cada operação

possa ser adequado, o desempenho de toda cadeia poderia ser ruim. (SLACK

et al., 2008)

Gerenciar cadeia de suprimentos é gerenciar relacionamentos, porque o

relacionamento influencia o fluxo regular entre as operações e os processos.

(SLACK et al., 2008)

Os relacionamentos podem ser transacionais, distanciados, baseados no

mercado e relacionamentos de parcerias próximas e de longo prazo. (SLACK

et al., 2008)

Os relacionamentos transacionais envolvem as compras de bens e

serviços, normalmente à procura do melhor fornecedor, cada vez que se torna

necessário fazer uma compra. (SLACK et al., 2008)

Tem como algumas vantagens manter a competição entre os

fornecedores alternativos, flexibilidade inerente em terceirizar fornecedores e

podem explorar as inovações. (SLACK et al., 2008)

As desvantagens são que os fornecedores devem pouca lealdade aos

clientes e a tomada de tempo e esforço para escolher de quem comprar.

(SLACK et al., 2008)

As relações de parceria a longo prazo são acordos cooperativos entre

empresas, envolvendo fluxos e ligações para realização conjunta dos objetivos,

36

a missão coorporativa de cada empresa patrocinadora. (SLACK et al.,

2008)

É esperado dos clientes e dos fornecedores que cooperem, mesmo a

ponto de compartilhar habilidades e recursos, para alcançar os benefícios

conjuntos além daqueles que eles atingirão agindo sozinhos. (SLACK et al.,

2008)

As vantagens são compartilhar o sucesso, a comunicação que não fica

restrita a canais formais, o aprendizado em conjunto e transferência da

informação entre outros. (SLACK et al., 2008)

2.9 Gerenciamento informatizado

Grandes estoques necessitam de gerenciamento por sistemas de

informação, o uso de leitores de código de barras, identificação por rádio

freqüência agilizam o processo final, atualizam os registros de estoque, geram

pedidos, possuem relatórios de estoques mais precisos que auxiliam na

decisão. (SLACK et al., 2008)

Porém, mesmo com o sistema de informação, os estoques estão sujeitos

a problemas comuns como erros de digitação, erros de quantidade de itens

colocados ou retirados do estoque, produtos danificados ou deteriorados não

registrados, itens roubados dos estoques e outros. (SLACK et al., 2008)

Nestes casos, é necessário, além do inventário anual, inventários por

amostragem ou periódicos, para um melhor controle. (SLACK et al., 2008)

2.10 Suprimento físico

Afirma Hara (2005) que o suprimento físico é definido como conjunto de

atividades destinadas ao abastecimento de matérias-primas e componentes

vitais para a realização de suas atividades e também materiais de menor valor

agregado. A área de compras está muito ligada ao suprimento físico, às vezes

37

confundido, em suas atividades, dentro de um contexto. Com o incremento da

tecnologia na área de suprimento físico e compras, causou-se uma redução em

massa no número de compradores, em média de 40 para 5, todos respaldados

por computadores e internet.

Tudo isso implica menos pessoas nas organizações e as que ficam,

trabalham com apoio de tecnologias avançadas, desenvolvendo serviços que

precisam de várias pessoas. As atividades manuais tendem a desaparecer,

substituídas por robôs e computadores. Isso reflete que a área de suprimento

físico e as demais áreas da organização passaram a valorizar mais a

informação e conhecimento como ferramentas para a obtenção de resultados.

(HARA, 2005)

Afirmam Martins; Alt (2003) que, na localização dos estoques, a

utilização de tecnologias para identificação dos itens e a determinação de

critérios de endereçamento para a fácil localização dos itens desejados,

agilizam o acesso.

2.11 Giro de estoque

O giro de estoque mede quantas vezes, por unidade de tempo, o

estoque se renovou ou girou. Esse indicador é calculado a partir do quociente

entre custo de mercadorias vendidas e o valor do estoque médio da empresa,

sendo melhor que uma empresa tenha um giro alto de estoque, pois isso é um

indicador de maior volume de vendas. (LOPRETE et al., 2009)

Segundo Martins; Alt (2003), medem-se quantas vezes este estoque foi

reposto, ou seja, quantas vezes foram renovadas de período em período.

De acordo com Gitman (2004), o giro resultante passa a ter significado

quando comparado ao de outras empresas, que atuam no mesmo setor. Assim,

o giro de estoque pode ser facilmente convertido em índice de idade média dos

estoques.

ou

38

2.12 Custos dos estoques

Segundo Hara (2005), o conceito de consórcio modular que são

fornecedores que se estabelecem na própria empresa, diminui os custos de

transporte e armazenagem.

Os conceitos teóricos definem aquisição como função organizacional,

com planejamento de aquisição, compras, controle de estoque, transporte,

recebimento, inspeção de recebimento, operações de estocagem e pagamento.

(HARA, 2005)

A maioria das empresas brasileiras não aderiu ao sistema, para os

poucos que aderiram, os resultados começaram a aparecer. O principal fator

para esses ganhos está nos investimentos em tecnologia, computadores e

leitores de barras que estão no mercado, mas o maior desafio é a troca

transparente entre fabricantes e varejistas, o que é complicado por envolver

mudanças culturais. (HARA, 2005)

Empresas precisam armazenar produtos, matéria-prima, material em

processamento ou produtos acabados até serem vendidos, pois o ciclo de

produção e de consumo, dificilmente coincide. Estocagem é sinônimo de

produtos disponíveis para serem entregues aos clientes rapidamente, mas gera

custos. A armazenagem é seguramente um dos gargalos da agroindústria. A

estocagem se faz necessária, quando a produção de bens não acompanha o

consumo. Ela pode aumentar o valor dos produtos, mas instalações

especializadas de armazenagem reduzem custo e melhor atendem os clientes,

(HARA, 2005)

Conforme Bertaglia (2003), as empresas preferem utilizar métodos

intuitivos para tomadas de decisão que envolvem a administração de estoques.

Como as empresas utilizam altos volumes de estoque, seria conveniente

aplicar métodos mais analíticos que suportem as tomadas de decisão. Já o

departamento financeiro, prefere manter estoques mínimos, aumentando a

freqüência de compras no decorrer de um dado período. Os departamentos de

vendas e manufatura preferem manter estoques altos para não haver

surpresas de desabastecimentos. Para melhor resolver a questão nada mais

que um gerenciamento baseado em bom–senso e métodos analíticos.

39

2.12.1 Custos de aquisição

De acordo com Bertaglia (2003), essa análise dos estoques é

fundamental para a identificação dos custos.

Os principais custos de estoques são: custo de aquisição, relacionado

aos custos de pedir e obter o material, dividindo-se em custos fixos e variáveis.

(BERTAGLIA, 2003)

Custo fixo, associado aos salários dos funcionários responsáveis pela

emissão das requisições, já o custo variável, aumenta na proporção em que se

aumenta o número de pedidos. (BERTAGLIA, 2003)

2.12.2 Custos de manutenção

O custo de manutenção de estoques consiste na existência do estoque

desde o momento de sua obtenção até o seu consumo, acumulando quando se

armazenam itens físicos. (BERTAGLIA, 2003)

2.12.3 Custos de espaço para armazenagem

É o custo do espaço físico necessário para armazenar o material, que

pode ser alugado ou próprio. Seus componentes estão associados ao valor

operacional do armazém ou aluguel, recursos utilizados na movimentação e

armazenagem, pessoas necessárias, energia elétrica, ar-condicionado,

telefone e água. (BERTAGLIA, 2003)

2.12.4 Custo de capital

Dinheiro empatado no estoque, esse custo é bastante subjetivo ainda

40

que represente um percentual extremamente alto na composição dos custos

totais de estoque. (BERTAGLIA, 2003)

2.12.5 Custo de serviço

É uma parte importante do custo de manutenção dos estoques,

relacionando à proteção contra roubos, incêndios e outras características que

possam danificar o produto, inutilizando em quantidade e qualidade.

(BERTAGLIA, 2003)

2.12.6 Custo de risco

Relacionado basicamente à obsolescência do material. (BERTAGLIA,

2003)

2.12.7 Custo por falta de material

O custo por falta de estoque traz sérias consequências econômicas para

a empresa e provoca um impacto externo e interno. Os impactos externos

incluem atrasos de pedidos e perdas de lucros provenientes das perdas de

vendas, interferindo na reputação e futuras vendas da empresa. Os impactos

internos incluem perdas de produção, reprogramações e atrasos no

atendimento das datas. (BERTAGLIA, 2003)

2.12.8 Custo total dos estoques

Este é representado pela soma dos custos de aquisição e os custos de

41

manutenção de estoques. (BERTAGLIA, 2003)

2.12.8.1 Controle dos custos totais

Afirmam Slack et al. (2008) que, o estoque pode reduzir os custos totais,

pois ser ele relativamente grande, pode trazer economias que são maiores que

o custo de mantê-los. Isso acontece quando as grandes compras atingem

custos baixos, ou quando grandes pedidos reduzem o número de pedidos a

serem colocados, assim, diminuem os custos associados de administração e

manuseio de material, podendo ser chamado de lote econômico de compras.

Os gerentes operacionais têm como objetivo reduzir o nível de estoques

e custos totais dos estoques, enquanto gerenciam um nível aceitável de

serviços ao cliente. (SLACK et al., 2008)

2.13 Estudo dos estoques

Afirmam Martins; Alt (2006) que, como estoques representam parte

substancial dos ativos das empresas, devem ser vistos como fator potencial de

geração de negócios e lucros. Com isso, cabe ao administrador verificar se a

utilidade é adequada ou se é peso morto, não apresentando o retorno sobre o

capital investido. Em épocas de alta inflação, manter estoques altos poderia ser

adequado para se obterem lucros, pois a reposição dá-se sempre a preços

bem maiores. Em economia mais estável e de baixa inflação, isso não é

adequado, uma boa gestão de estoques poderá ser responsável pelo lucro.

O material, capital e mão-de-obra formam o tripé que sustenta uma

organização, pois sem o capital não se adquire o material, e sem o material

não há como uma organização atingir seu objetivo seja na produção ou

prestação de serviço. O controle desses pontos é fundamental, para que a

empresa possa reduzir seus custos com estoques e aquisições de materiais,

pois uma adequada gestão de estoque permite à empresa se manter no

42

mercado, garantindo assim seu papel que é de gerar lucros e crescimento

constante. É por isso que o material deve ser tratado como estratégico,

assim como o capital e o conhecimento agregados as organizações. (ROSA,

2003)

Segundo Rosa (2003), 1990 foi um período marcante para o setor de

materiais, pois nesse tempo os profissionais encarregados pela produtividade

viram o quanto era importante o controle e verificação de armazenamento,

estoque, movimentação, tanto das matérias-primas, materiais auxiliares,

produtos semi-acabados, em fabricação ou acabados, já que estes itens

compõem uma grande parcela do custo da mercadoria ou serviço fornecido,

como também, viram que a informática seria uma forte aliada para promover

melhorias dos serviços de materiais.

A manutenção dos estoques é a atividade reguladora entre a demanda e

a disponibilidade dos produtos, responsável por, aproximadamente, um a dois

terços dos custos logísticos, a administração dos estoques busca manter os

níveis de estoque o mais baixo possível e, ao mesmo tempo, promover a

disponibilidade desejada pelos clientes. (POZO, 2008)

2.13.1 Planejamento de estoque

Afirmam Santos; Pereira (2010) que, para garantir total eficiência entre

as atividades de suprimento, produção, distribuição e pós-venda, tem-se que

cumprir um nível de resultado na gestão de estoque, relacionando-se a índices

elevados na satisfação dos clientes.

O planejamento estratégico tem como objetivo a maior competitividade e

as operações de gestão de estoque estão diretamente ligadas à competência

da administração. Para isso, a cadeia de suprimentos deve aproximar os

centros de distribuição com os centros clientelistas, formando uma rede em

que, de um lado, estão os fornecedores e, do outro, os consumidores. Uma

maneira de aperfeiçoar os resultados dos processos logísticos, por meio de

seus estoques de segurança e do controle de seus custos. (SANTOS;

PEREIRA, 2010)

43

2.13.2 Tipos de cadeia de suprimentos

Segundo Slack et al. (2008), existem dois tipos cadeias de suprimentos,

a enxuta e a ágil. As cadeias enxutas (ou eficientes) são adequadas para

produtos e serviços funcionais estáveis. Já as cadeias ágeis (ou responsáveis)

são adequadas para produtos e serviços inovadores e menos previsíveis.

44

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Os resultados positivos de uma empresa estão relacionados à gestão de

estoque eficiente. Martins; Alt (2003) afirmam que a gestão de estoques se

constitui de ações que permitem ao administrador analisar se os estoques

estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e controlados.

Estoques excessivos significam gastar dinheiro à toa e assumir custo

que não retorna benefício algum.

De acordo com Tófoli (2008), cada empresa deve determinar qual o

sistema mais conveniente e mais econômico para o controle de seus

estoques.

Com o objetivo de demonstrar a importância da gestão de estoque

através da reestruturação do cadastro, foi realizada uma pesquisa de campo no

período de fevereiro a outubro de 2010, na empresa Equipav S/A.

A Equipav empresa do ramo sucroalcooleiro possui uma filial instalada

na cidade de Promissão-SP e outra na cidade de Birigui-SP, também o grupo

possui outras empresas em ramos diversificados, por isso a necessidade de

uma reformulação em sua gestão de materiais.

A unificação do cadastro teve como foco a economia de tempo e

resultados com custos, sendo assim, possibilitou efetuar todas as compras de

uma forma integrada para todas as unidades de negócio que compõem o grupo

Equipav, com isso se obteve aumento do volume a comprar, proporcionando

melhor poder de negociação.

Para realização da pesquisa, utilizaram-se dos métodos de observação

sistemática, estudo de caso e histórico.

3.1 Relato e discussão sobre gestão de estoque na Equipav

45

Diante da pesquisa realizada na Equipav, demonstrar-se-ão, a seguir,

todo relato e discussão do caso.

3.1.1 Unificação de cadastro de materiais

A unificação do cadastro de materiais para o grupo Equipav veio pela

necessidade de um melhor gerenciamento de suprimentos, tendo como foco

principal os almoxarifados e compras, pois cada unidade de negócio

contava com um setor de compras e almoxarifados que não se

relacionavam.

Com a unificação do cadastro de materiais, houve, também, uma melhor

adequação quanto à estocagem desses materiais no almoxarifado e uma

melhor informação técnica quanto às descrições desses materiais, as quais são

muito importantes para os usuários.

Foram realizados vários trabalhos preparatórios para essa unificação. O

mais complexo foi recadastrar todos os itens, unificando o cadastro com as

demais empresas do grupo, relacionando todas as informações, tais como:

unidades de medidas, referências, marcas. Isso foi necessário porque um

rolamento, que era usado na unidade de negócio na cidade de Campinas, tinha

um código e o mesmo rolamento na unidade de negócio da cidade de

Promissão, outro código completamente diferente. Foram necessários quatro

meses para desenvolver esse trabalho.

A unificação também solucionou o problema de atendimento aos

usuários, devido à junção de marcas originais e paralelas e a junção dos

mesmos materiais que possuíam, nas diferentes localidades, códigos

diferentes. Isso acarretava um novo trabalho para os almoxarifes, no controle

destes materiais, na reposição e no recebimento e, ainda, para os usuários, no

momento da solicitação, pois a possibilidade de solicitar uma peça errada era

muito grande.

3.1.2 Almoxarifado

46

O almoxarifado foi foco principal na unificação, pois é o setor que mais

sofreu mudanças. Todas as atividades do almoxarifado estão ligadas aos

materiais, sejam eles de estoque, aplicação direta ou investimento. Conforme a

pesquisa, cada unidade de negócio tinha seu sistema informatizado e cada

almoxarifado seu cadastro de materiais. Com a unificação, cada unidade de

negócio passou a utilizar o mesmo sistema informatizado e um único cadastro

de materiais.

Durante os trabalhos de unificação do cadastro, foram encontrados

vários materiais em duplicidade no estoque, também materiais com marcas

diferentes, porém utilizados numa mesma aplicação ou num mesmo

equipamento. Isso acabou diminuindo a quantidade de locações dos materiais

nas prateleiras e também diminuindo a quantidade de itens a serem

negociados pelo setor de compras. Isso refletiu no atendimento ao cliente

interno, pois algumas pessoas mantinham o hábito de utilizar somente uma

determinada marca de material, mesmo após pesquisas efetuadas em que

comprovou-se que outras marcas, com custo muito mais baixo, poderiam suprir

tanto em qualidade como em tempo de duração da peça, em sua aplicação.

Peças originais com um custo muito alto foram substituídas por paralelas de

custo mais baixo, porém sem perder a qualidade do serviço. Para que isso

acontecesse, foi importante a participação dos colaboradores dos setores de

manutenção automotiva e industrial. Todas as dúvidas técnicas foram

resolvidas com os profissionais de cada área e a inclusão de uma nova marca,

somente acontece depois que estes profissionais efetuam os testes de

durabilidade e qualidade.

3.1.2.1 Estrutura dos almoxarifados

Os almoxarifados contavam com uma estrutura independente para cada

unidade negócio. Desta maneira, era difícil identificar se determinado material

também era item de estoque de um outro almoxarifado. Com a unificação do

cadastro, os almoxarifados são integrados, diferenciados por código, tendo

como parâmetros, empresa e filial. O cadastro de materiais é único, todas as

47

unidades conseguem consultar, se para um determinado item, existe saldo em

estoque, em um desses almoxarifados. Isso facilita o atendimento de uma

urgência, por exemplo, em situações em que o material esteja em falta no

mercado ou até mesmo ter um prazo de entrega extenso. O almoxarifado que

possuir este item em estoque, pode atender essa necessidade através de uma

transferência ou uma venda entre filiais.

Outra vantagem ocorrida com a unificação é que, como as frotas das

empresas são únicas, ou seja, de uma mesma marca, e como as condições de

trabalho dos equipamentos variam, conforme qualidade das estradas por onde

trafegam, pode ocorrer que em uma filial, exista uma grande quantidade de

determinado material estocado. Assim, essa filial poderá transferir parte deste

saldo para outra que necessita do item, reduzindo assim, as quantidades em

seu estoque.

As quantidades em estoque foram disponibilizadas para consultas para

todas as demais filiais, permitindo aos supervisores, efetuarem tais trocas.

3.1.2.2 Gestão dos almoxarifados

Os almoxarifados tinham uma gestão própria e independente para cada

unidade. Com a unificação, continuaram com uma gestão independente, porém

foram criados procedimentos que todos têm que cumprir. A solicitação de

cadastro é um desses procedimentos, o setor de cadastro foi centralizado na

unidade Promissão, pois nela está concentrada a maior quantidade de itens em

estoque e tem o maior fluxo de entrada e saída de materiais do almoxarifado.

O procedimento de estocagem passou a ter a mesma metodologia,

sendo utilizados os parâmetros prateleira e Box. Assim, nas consultas, todos

conseguem entender a localização dos materiais.

Outro procedimento foi o cadastro de mínimo e máximo para todos os

itens de estoque. Esses parâmetros foram criados através de relatório de

consumo semestral.

Mesmo em setores, como o de insumos agrícolas e posto de

combustíveis, passaram por transformações após a reestruturação do cadastro

48

de materiais. No caso do setor agrícola, os defensivos, que têm um alto custo,

foram cadastrados pela sua fórmula e no setor de posto de abastecimento itens

como lubrificante e graxas também classificados pela sua composição química.

3.1.2.3 Relacionamento com os departamentos e seus usuários

Como já visto, os departamentos mais envolvidos e focados foram:

compras e almoxarifado, e estes por sua vez, têm um relacionamento

importante com o departamento de manutenção, que foi o maior beneficiado,

pois a unificação do cadastro de materiais deixou a comunicação técnica entre

eles muito mais clara e objetiva, sendo que as solicitações de compras feitas

pelo almoxarifado ou diretamente pelo setor de manutenção chegam com o

máximo de informação técnica e, assim, o departamento de compras consegue

atender com eficiência essas solicitações, quanto a prazo e com material

correto. Dessa forma, a empresa ganha muito em custo, pois um equipamento

ou veículo parado é um prejuízo significativo, porque o andamento produtivo da

empresa está todo relacionado a eles. Sem contar que o relacionamento

interpessoal ficou mais profissional e agradável.

Um dos trabalhos mais importantes no almoxarifado é o atendimento de

requisições de materiais, uma vez que ele trata de uma prestação de serviço

que envolve contato com o usuário, e a unificação do cadastro veio trazer

benefícios para esse relacionamento, visto que os almoxarifes conseguem

atender uns dos requisitos mais almejados pelo usuário, que é o tempo de

atendimento das requisições no balcão do almoxarifado. Com aplicação das

tecnologias que a unificação trouxe, esse atendimento ficou mais rápido e

eficiente, pois essas tecnologias deixaram todo processo informatizado, com

destaque para localização dos materiais, que é o parâmetro principal para a

separação dos materiais solicitados.

Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradora. (MARTINS; ALT, 2003, p. 137)

49

3.1.3 Compras

O setor de compras junto com o almoxarifado foram os que mais

sofreram as mudanças, porque todo processo de suprimentos passa por estes

setores. Antes da unificação do cadastro e implantação do sistema corporativo,

as compras eram realizadas em cada unidade de negócio. Com a unificação,

todas as compras passaram a ser corporativas e com apenas duas sedes, uma

na matriz em Campinas e em Promissão, que é a unidade de mais fluxo de

solicitações.

3.1.3.1 Estrutura do setor de compras

O setor de compras passou por reestruturação, as compras deixaram de

ser locais e passaram a ser corporativas. Compradores de todas as unidades

de negócio foram remanejados para as duas sedes, Campinas e Promissão. O

novo sistema permitiu que os compradores adquirissem por grupos de

materiais e não mais pelos materiais da unidade local, porque, com a

unificação do cadastro, os códigos passaram a ser os mesmos para todas as

unidades.

Toda estrutura de aprovação das cotações também foi modificada,

passaram a ser via sistema e por alçadas de competência e valor.

3.1.3.2 Parametrização dos compradores

Em toda a unificação do cadastro, os materiais foram classificados e

cadastrados por grupos e subgrupos, sendo utilizado o parâmetro grupo para

parametrização dos compradores. Como exemplo, pode-se citar o grupo de

materiais elétricos que, quando solicitados por todas as unidades, serão

encaminhados via sistema a um determinado comprador.

50

Fonte: Equipav (2010)

Figura 8: Tela cadastro de perfil de compras

3.1.3.3 Alçadas de aprovadores cotação

A parametrização dos aprovadores foi definida por alçadas de

competência e valores, sendo que para cada cotação há dois campos para

alçada de competência: uma do gerente técnico da área, que aprova

tecnicamente as especificações do material e uma do diretor de suprimentos,

que aprova quanto aos fornecedores e preço dos materiais. Depois, existe a

aprovação pelas alçadas de valor, que é exigida quando a cotação atinge

determinado valor, essa aprovação é feita pelo superintendente ou um sócio da

empresa.

3.1.3.4 Desmembramento dos pedidos de compras

Como já foi dito, com a unificação do cadastro, a compra passa ser

corporativa e cada comprador passa a comprar por grupo ou grupos de

materiais. Sendo assim, os itens a serem comprados, por determinado

51

comprador, podem vir de várias unidades diferentes, porém são enviados via

sistema, todos agrupados e somente com uma marcação do parâmetro de

empresa e filial diferente.

Somente após a cotação, negociação e aprovação dessa cotação, o

comprador vai emitir os pedidos de compra, sendo o sistema responsável por

desmembrar os itens pertinentes a cada empresa e filial, com as quantidades

respectivas a cada solicitação.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 9: Tela geração de cotação

3.1.4 Custo do estoque

A partir da implantação efetuada, pode-se ter um parâmetro dos custos

ociosos com materiais que possuíam quantidades inadequadas em estoque.

Aquelas que estavam em excesso foram remanejadas para outras filiais,

muitos itens foram reaproveitados, principalmente com a construção da nova

filial em Brejo Alegre-SP, que minimizou o impacto com aproveitamento dessas

peças. A junção dos itens possibilitou que a empresa ganhasse com agilidade

dos processos internos, o almoxarifado ganhou no tempo de reposição de

52

materiais, podendo-se concentrar num controle mais eficaz dos materiais

armazenados e em tarefas como limpeza e atendimento ao cliente com mais

qualidade.

O departamento de compras também baixou seus custos na aquisição

de materiais, pois, comprando para várias filiais, foi possível ter mais poder de

compras com os lotes econômicos.

Os usuários ganharam tempo na solicitação de materiais, bem como na

entrega e execução dos serviços prestados. Além de a empresa baixar seus

custos de armazenamento e aquisição de materiais, houve também um ganho

na mão-de-obra, pois os colaboradores foram mais aproveitados em suas

funções e, em alguns casos, até remanejados; em outros, baixando a

quantidade de pessoas alocadas no almoxarifado, porém mantendo a

qualidade dos serviços prestados.

3.1.5 Implantação do sistema

Para a unificação acontecer, a empresa comprou um sistema

informatizado corporativo, reestruturando todo o departamento de informática,

já que, a partir da implantação desse sistema, todas as unidades de negócio

passaram a se relacionar.

Foi utilizado o sistema ERP em um banco de dados Oracle, pois até

então, o grupo contava com um sistema próprio, o que tornou possível o

planejamento para um novo recadastramento de todos os itens do Grupo

Equipav. Os focos da unificação foram para os setores de almoxarifado e

compras, porém outros setores também foram beneficiados, como a

contabilidade e o setor fiscal, e ainda, com a compra em lotes econômicos,

também diminuíram sensivelmente os trabalhos do setor financeiro,

principalmente em contas a pagar. Com isso, estes departamentos ficaram

centralizados, suas atividades deixaram de ser executadas individualmente e

passaram a ser para todo grupo.

No recadastramento, a empresa criou um departamento de cadastro,

seus integrantes foram formados por profissionais de unidades de negócio

53

diferentes, isso para minimizar as dúvidas pertinentes a essa unidades de

negócio. A equipe foi formada por um diretor de suprimentos, um supervisor de

suprimentos, um assistente de suprimentos e mais quatro almoxarifes, todos

exclusivamente envolvidos nessa unificação. Após o término dos trabalhos de

recadastramento, esse setor foi reduzido, porém permaneceu, uma vez que

todo um cadastro novo efetuado nas empresas do grupo, fosse ele para

estoque ou aplicação direta em um equipamento, foi direcionado para o setor

de cadastro, que analisa estas solicitações e, em caso de falta de informações,

retorna ao solicitante para complementação. Com isso, os solicitantes

passaram a ser responsáveis por seus pedidos o que culminou na redução de

compras de materiais com parâmetros errados, tanto pelo comprador, quanto

pelos usuários.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 10: Tela cadastro de item novo

Com um cadastro mais completo, foi possível investir em novas

tecnologias relacionadas à informatização do setor de almoxarifado. Uma delas

foi a implantação de um sistema de códigos de barras, o equipamento utilizado

foi um leitor de código de barras, via rádio frequência. Com esse aparelho, o

almoxarife pode se deslocar por toda área do almoxarifado, executando

diversas tarefas como: entrega locação e recebimento dos materiais.

No ato do recebimento, todas as informações da entrada da nota fiscal

estão disponibilizadas no leitor, que indica a quantidade para conferência, bem

54

como o local exato onde o material deve ser alocado. No momento do

atendimento das requisições de materiais, essa tecnologia dá qualidade ao

atendimento, pois assim que a requisição é aprovada em seus setores, já fica

disponível no leitor, que indicará a localização exata do material, bem como a

quantidade a ser atendida.

Todo esse aparato veio dar rapidez aos trabalhos dos almoxarifes,

porque, no passado, o almoxarife era quase que um técnico, tinha que

conhecer a peça e, às vezes, saber onde ela deveria ser aplicada, para poder

efetuar o atendimento ao cliente. Hoje, o sistema informa com exatidão onde a

mesma se encontra e faz um melhor controle no recebimento e atendimento.

Aliás, o incremento da tecnologia nas áreas de suprimentos físico de compras vem causando alguns efeitos que são notabilíssimos, especialmente, para quem esteve presente em uma grande organização dos anos 1980 até hoje. (HARA, 2005, p. 64)

3.1.6 Reposição de estoque

As reposições dos estoques também são feitas da mesma forma, via

sistema, com base no cadastro de mínimo e máximo para o cadastro de cada

item. Quinzenalmente é rodada essa reposição em todas as unidades, pois

esse procedimento tem como finalidade melhorar o fluxo de compras, que

passou ser corporativo.

Fonte: Equipav (2010)

Figura 11: Tela ressuprimento

55

Também existem procedimentos de reposição para atender as urgências,

uma vez que unidades, como a usina Equipav, contam com vários fatores de

imprevisibilidade, como sazonalidade, condições meteorológicas e área

agrícola de trabalho.

Esses fatores podem influenciar no consumo de um determinado material

de estoque, assim o almoxarifado tem que executar o processo para repô-lo

com urgência. Então, é feita uma solicitação só para esse item.

No caso das Usinas de Açúcar e Álcool, o consumo da safra e da

entressafra é muito adverso, pois durante o período de entressafra a empresa

faz reforma em seus equipamentos tanto no setor industrial, como no setor

agrícola, reformando caminhões, tratores, colheitadeiras e outros. Já no

período de safra, ela tem seus gastos mais envolvidos em adquirir matéria-

prima para a produção de seus produtos.

3.2 Parecer final do caso

A administração de estoque é uma ação que sofre interferência e

influência de diversos fatores e que acarreta benefícios, facilidades e pronto

atendimento ao usuário e custos decorrentes de manter produtos estocados.

Para a administração de estoque corporativo, a unificação do cadastro é de

suma importância, pois todas as empresas da corporação podem compartilhar

dos resultados alcançados, monitorando o desempenho de cada empresa.

Segundo Martins; Alt (2003, p. 137), “atender aos clientes na hora certa,

com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria das

empresas.” Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias

assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma

vantagem competitiva duradoura.

Diante da pesquisa realizada, chega-se a um parecer positivo da

unificação do cadastro, haja vista a economia de tempo e diminuição de custos

na aquisição de materiais, porque as compras passaram a ser corporativas,

dando mais poder de negociação ao departamento de compras, devido ao

aumento dos itens a serem comprados. A gestão do almoxarifado ficou mais

56

eficiente, já que ficou totalmente informatizada, aprimorando os controles dos

materiais, deixando o relacionamento com o departamento de manutenção e

compras muito mais técnico e com um melhor relacionamento interpessoal.

Outro fator importante foi a agilidade ao atendimento do usuário no

balcão do almoxarifado, trazendo satisfação e diminuindo o tempo desse

profissional parado e, consequentemente, agilizando a liberação do

equipamento ou veículo parado na manutenção, sendo que esse tempo

representa custo e está relacionado diretamente à produtividade da empresa.

Outra mudança importante foi a unificação das marcas originais com as

marcas paralelas e exclusão de códigos duplicados, sendo que as marcas

originais representam um custo mais elevado, sem contar que diminuíram as

quantidades de itens estocados, reduzindo custos.

Com a unificação, a gestão corporativa das unidades de negócio do

grupo Equipav teve um ganho expressivo. Elas, agora, relacionam-se, sendo

possível enxergar todos os estoques. Dessa forma, uma unidade pode estar

atendendo à outra em uma emergência.

Observa-se que a empresa obteve muitos pontos positivos, atingindo a

diminuição de custos, satisfação do usuário e eficiência na gestão do processo

de suprimentos, agregando valor para empresa. Mas foi observado um ponto

negativo: alguns usuários não possuem habilidades quanto à utilização do

sistema, o que prejudicou o fluxo diário de seu trabalho, mas sem comprometer

os resultados da unificação.

Uma característica importante observada é a conscientização por parte

de todos, que uma empresa que mantém um cadastro atualizado e unificado,

vai ter menos possibilidades de adquirir itens errados e manter em estoque

quantidades de materiais muito elevadas.

Ballou (1993) afirma que se deve sempre ter o produto de que se

necessita, mas nunca se pode ser pego com algum estoque elevado. É uma

frase que descreve bem o dilema da descrição de estoques.

Diante do exposto, conclui-se que a pergunta problema foi respondida e

a hipótese de que a unificação de materiais ajuda na gestão de estoque foi

comprovada.

57

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Dentro do resultado obtido pela pesquisa realizada na Equipav S/A

Açúcar e Álcool, no período de fevereiro a outubro de 2010, propõe-se que a

empresa crie um programa de treinamento específico para os usuários, a fim

de sanar a deficiência da operacionalidade do sistema e agregar praticidade

operacional e aprimorando a eficiência da ferramenta.

Em conformidade com a conclusão propõe-se:

a) a criação de uma sala específica para o treinamento de todos os

usuários que têm acesso às ferramentas do sistema, podendo

implantar esse treinamento como procedimento na integração de

novos colaboradores;

b) a empresa deve determinar um cronograma para treinamento dos

usuários, com a finalidade de os manter sempre atualizados quanto

às alterações e novas opções do sistema; e

c) finalmente, a empresa deve promover um treinamento permanente

dos usuários o qual trará o conhecimento necessário para que eles

desenvolvam suas atribuições com eficiência. Dessa forma, ela

conseguirá manter seu cadastro eficaz, pois o sucesso dessa eficácia

está ligado ao conhecimento desses usuários.

58

CONCLUSÃO

O estudo responde à pergunta formulada, pois demonstra que a

unificação do cadastro proporcionou diminuição de custo, eficácia na gestão de

estoques e os resultados apurados foram extremamente positivos. A unificação

do cadastro trouxe eficácia administrativa e operacional para todos os setores

envolvidos, destacando-se o departamento de compras, o almoxarifado e o

departamento de manutenção, que são departamentos vitais para as empresas

do seguimento sucroalcooleiro.

O departamento de compras, após a unificação, começou a efetuar as

compras de forma corporativa, para todas as unidades de negócio do grupo,

aumentando assim as quantidades a serem negociadas, o poder de

negociação dos compradores e, consequentemente, fechando suas

negociações com preços mais baixos, tendo grandes valores economizados.

O almoxarifado conseguiu eficácia nas suas rotinas administravas e

operacionais, uma vez que a unificação trouxe a diminuição de itens duplicados

ou itens com a mesma empregabilidade. Com isso, a reposição de estoque

tornou-se mais eficiente, repondo menos itens e em menos quantidades.

Também, deve-se destacar a rotina operacional dos almoxarifados: antes da

unificação, os almoxarifados das unidades de negócio não interagiam e, com a

unificação, todos se auxiliam em uma urgência ou falta de um determinado

material, ação esta que pode resultar em uma economia de valores

significativos, visto que um equipamento ou veículo parado é prejuízo,

influenciando diretamente na produtividade da empresa.

O departamento de manutenção também aprimorou sua

operacionalidade, porque as informações técnicas que foram agregadas no

recadastramento dos itens, trouxeram agilidade para os usuários e a

eliminação de requisições de materiais emitidas de forma errônea, com isso

resultado do departamento se tornou muito mais eficiente.

Um fator muito importante constado foi o melhor relacionamento entre

esses departamentos, pois com a unificação o almoxarifado conseguiu suprir

um requisito muito almejado pelo usuário da manutenção, que é o tempo de

atendimento das requisições no balcão do almoxarifado.

59

Conforme foi relatado na pesquisa, aconteceram dificuldades no início

da implantação, como por exemplo, um pouco de resistência por parte dos

colaboradores, porque as mudanças foram grandes, mas em pouco tempo,

todos assimilaram e entenderam e puderem visualizar os benefícios que

unificação trouxe.

60

REFERÊNCIAS

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. CRUZ, M. C.; SANTOS JUNIOR, M. P.; OLIVEIRA, R. B. Gestão de estoque. 2006. Monografia (Graduação em Administração) – Centro Universitário Salesiano Auxilium, Lins. EQUIPAV. Grupo Equipav. Disponível em: <http://www.grupoequipav.com.br>. Acesso em: 10 jun. 2010. FERNANDEZ, H. M. Controle dos estoques e logística: receita de sucesso. 2003. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/integra_documento? documento=CF 878195F1B76DB9832572E1004FA2C8>. Acesso em: 21 ago. 2010. GELATTI, C. B. et al. A importância da auditoria nos estoques. 2007. Santa Maria-RS. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/revistacontabeis/anterior/artigos/v Vn01/t009.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010. GITMAN, L. J. Principio de administração financeira. 10. ed. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. HARA. M. T. Logística: armazenagem, distribuição e trade marketing. Campinas: Alínea, 2005. LOPRETE, D. et. al. Gestão de estoque e a importância da curva ABC. 2009. Monografia (Graduação em Administração) – Centro Universitário Salesiano Auxilium, Lins. MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de matérias e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2003. ______. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 5. ed., São Paulo: Atlas, 2008. ROSA, C. B. Gestão de almoxarifado: uma abordagem prática. São Paulo: Edicta, 2003. SANTOS, J. P.; PEREIRA, C. D. S. Estudo de caso: análise critica da utilização do modelo de gestão de estoque adotado pelo centro de distribuição da companhia brasileira de distribuição na regional Brasília. Disponível em:

61

<http://html-pdf-convert.com/cari/estudo-de-caso-planejamento-e-controle-de-estoque.html>. Acesso em: 13 ago. 2010. SLACK. N. et. al. Gerenciamento de operações e de processos. Tradução de Sandra de Oliveira. Porto Alegre: Bookman, 2008. TÓFOLI. I. Administração financeira empresarial: uma tratativa prática. Campinas: Arte Brasil, 2008.

62

APÊNDICES

63

APÊNDICE A – Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

Será realizada uma pesquisa no período de fevereiro a outubro de 2010

na Equipav S/A Açúcar e Álcool, empresa que atua no setor sucroalcooleiro,

localizada no Estado de São Paulo, mais precisamente na cidade de

Promissão-SP, analisando os aspectos voltados para as técnicas de gestão de

estoques. Serão descritos os métodos e técnicas utilizados no levantamento de

dados, assim como as facilidades e dificuldades encontradas.

1.1 Relato do trabalho realizado ao assunto estudado

a) descrição das técnicas de gestão de estoque da Equipav S/A Açúcar

e Álcool;

b) depoimentos do gerente de suprimentos para o desenvolvimento do

estudo de caso; e

c) relato das técnicas mais utilizadas pela empresa.

1.2 Discussão

Será feita uma análise confrontando a teoria sobre as técnicas de gestão

de estoque com a prática utilizada pela empresa.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou

modificação de procedimentos.

64

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I – IDENTIFICAÇÃO

1 Razão Social:_______________________________________________

2 Endereço:__________________________________________________

3 Sócios:____________________________________________________

4 N° de funcionários:___________________________________________

II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da empresa

2 Alteração na aquisição de materiais

3 Qualidade

4 Satisfação dos clientes internos

5 Métodos utilizados de gestão de reposições das materiais

6 Métodos de trabalho

7 Procedimentos operacionais

8 Gestão de estoque

65

APÊNDICE C – Roteiro Histórico da Equipav S/A Açúcar e Álcool

I – IDENTIFICAÇÃO

Razão Social ____________________________________________________

Endereço _______________________________________________________

Sócios _________________________________________________________

N° de funcionários ________________________________________________

II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Data da Fundação

2 Evolução das atividades econômicas

3 Diversificações dos itens

4 Quantidades de fornecedores

5 Diversificações das atividades

6 Outros

66

APÊNDICE D – Roteiro de entrevista para o Gerente de suprimentos

I – IDENTIFICAÇÃO

1 Escolaridade _______________________________________________

2 Tempo de Empresa __________________________________________

3 Cargo_____________________________________________________

4 Outras experiências

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual o impacto da unificação do cadastro e o recadastramento dos

itens?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Qual o objetivo central dessa unificação?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 A adaptação das mudanças foi satisfatória?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3.1 Se sim, por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 A gestão de estoque é importante para o desempenho positivo da

empresa?

67

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4.1 Se sim, como?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 As técnicas de gestão de estoque são aplicadas continuamente?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5.1 Se sim, de que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

68

APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para Assistente de suprimentos

I – IDENTIFICAÇÃO

1 Escolaridade _______________________________________________

2 Tempo de Empresa __________________________________________

3 Cargo_____________________________________________________

4 Outras experiências _________________________________________

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 O espaço físico atende as necessidades de estocagem dos itens?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 A unificação melhorou o fluxo de desenvolvimento das atividades na

prática?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 São apurados e registrados resultados da implantação da unificação?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3.1 Se sim, como?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Quais técnicas estão sendo mais utilizadas na gestão de estoque da

empresa?

_______________________________________________________________

69

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 O relacionamento com o usuário melhorou?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

70

APÊNDICE F – Roteiro de entrevista para os Usuários do almoxarifado

I – IDENTIFICAÇÃO

1 Escolaridade _______________________________________________

2 Tempo de Empresa __________________________________________

3 Cargo_____________________________________________________

4 Outras experiências _________________________________________

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 O recadastramento dos itens melhorou o atendimento?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Do que foi vivenciado do anteriormente em seu setor, o que mudou

depois deste processo de unificação?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 A adaptação a unificação atende suas expectativas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Qual a mudança que ficou mais evidenciada para sua atividade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 Com as mudanças melhoraram o relacionamento com os demais

setores que envolvem sua atividade?

71

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________