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0 José Angelo de Jesus da Cruz GESTÃO DE ESTOQUES COM ENFOQUE COMERCIAL: Ferramentas, disponibilidade e organização dos espaços físicos a partir do ponto de vendas em empresa do ramo varejista Taubaté – SP 2004

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José Angelo de Jesus da Cruz

GESTÃO DE ESTOQUES COM ENFOQUE COMERCIAL:

Ferramentas, disponibilidade e organização dos

espaços físicos a partir do ponto de vendas em

empresa do ramo varejista

Taubaté – SP

2004

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José Angelo de Jesus da Cruz

GESTÃO DE ESTOQUES COM ENFOQUE COMERCIAL:

Ferramentas, disponibilidade e organização dos

espaços físicos a partir do ponto de vendas em

empresa do ramo varejista

Monografia apresentada para obtenção do Certificado

de Especialização em MBA Gerência Empresarial do

Departamento de Economia, Contabilidade e

Administração da Universidade de Taubaté.

Orientador: Professor Doutor José Luís Gomes da Silva

Taubaté – SP

2004

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JOSÉ ANGELO DE JESUS DA CRUZ

GESTÃO DE ESTOQUES COM ENFOQUE COMERCIAL: ferramentas,

disponibilidade e organização dos espaços físicos a partir do ponto de vendas em

empresa do ramo varejista.

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ – TAUBATÉ - SP

Data:________________________________________ Resultado: ___________________________________

COMISSÃO JULGADORA

Professor Doutor José Luís Gomes da Silva Assinatura __________________________________ Professor Doutor Antônio Pascoal Del’Arco Júnior Assinatura___________________________________ Professor Mestre Paulo César Lindgren Assinatura __________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa

Regiane, pelo incentivo, colaboração e compreensão.

Aos meus pais e irmãos,

Aos meus filhos Camila e Rafael.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar por tudo que me foi concedido.

À empresa Arthur Lundgren Tecidos S/A, pelo estímulo contínuo ao desenvolvimento

pessoal e profissional.

Ao meu mestre Professor Doutor José Luís Gomes da Silva, pela habilidade com que

orientou este trabalho.

Ao Coordenador do Curso Professor Doutor Edson Aparecida de Araújo Querido

Oliveira, pela oportunidade e incentivo.

Ao meu amigo e principal incentivador Décio Pedro Thomé, que acreditou em meu

potencial e inspirou-me a seguir em frente, na conquista de realizar o sonho de

acumular e distribuir conhecimentos.

Aos meus amigos e colegas de trabalho que sempre me apoiaram, e direta ou

indiretamente me ajudaram a atingir este objetivo.

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CRUZ, José Angelo de J. da. Gestão de estoques com enfoque comercial:

ferramentas, disponibilidade e organização dos espaços físicos a partir do ponto de

vendas em empresa do ramo varejista. 2004. 70 f. Monografia (Especialização, gestão

empresarial e negócios) – Departamento de Economia, Contabilidade, Administração

e Secretariado – ECASE, Universidade de Taubaté, SP.

RESUMO

Estoque é a composição de materiais (matérias-primas, materiais em processamento,

materiais semi-acabados, materiais acabados, produtos acabados, etc.) que não é

utilizada em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de

futuras necessidades; no varejo o próprio estoque é o “produto”.

Os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a empresa possa

produzir e vender com mínimo de preocupação. A administração de estoques

apresenta aspectos financeiros que exigem um estreito relacionamento entre o órgão

ou órgãos da empresa que cuidam de estoques.

Como os estoques constituem um investimento, torna-se necessário minimizar tal

investimento acelerando a rotação dos estoques, como objetivo financeiro. Mas esse

objetivo pode conflitar com a manutenção de estoques suficientes para atender as

necessidades da produção e reduzir o risco de faltas de estoque.

Assim, a empresa precisa determinar o nível ótimo de estoques capaz de conciliar

esses objetivos antagônicos e conflitantes. De um lado, evitar estoques excessivos

que levam ao desperdício de dinheiro e a perdas financeiras decorrentes de custos

mais elevados de aquisição e manutenção de estoques desnecessários. De outro

lado, evitar estoques insuficientes que levam a falta de produtos para atender os

desejos dos clientes, o que também provoca prejuízos à empresa.

O estudo em questão avalia o comportamento do estoque com mais de setenta e

cinco dias de idade e quais as soluções para que ocorra um giro do estoque adequado

às necessidades da empresa.

Foi necessária a aplicação de treinamento voltado à motivação para as pessoas

envolvidas, reestruturação das áreas de reservas, aquisição de estoques com mais de

setenta e cinco dias de idade de outras lojas, reorganização do leiaute e plano de

vendas adequado para o estudo.

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Verificou-se que após sua implantação o giro do estoque alcançou melhores

desempenhos devido às ferramentas disponibilizadas para o estudo, essa atenção

direcionada proporcionou uma melhoria interna que se tornará constante.

Palavras-chave: (estoque, varejo, giro do estoque).

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CRUZ, José Angelo de J. da. Stock management with trade focus: tools, space

availability and organization from the Sales place in retailing company. 2004. 70 f.

Monograph (Specialization, management and business) – Economy, Accounting,

Administration and Secretarial Department. ECASE- University of Taubaté, Taubaté.

ABSTRACT

Stock is the supllies composition (raw material, processing materials, semi-finished

materials, finished materials, finished products, etc) which is not used at a certain point

in the company, but it has to exist in case of future necessity; in retail, the stock is the

“product” itself.

Stocks have a necessary current asset in order that the company can produce and sell

with the minimum worry. Stocks administration shows financial features that require a

close relationship between the company department or departments in charge of them.

As the stocks make up an investment, it is necessary to reduce such investment

speeding up the stock rotation, as a financial objective. But this objective can conflict

with the stock maintenance enough to serve the production necessary and reduce the

risk of lack of stock.

This way the company needs to determine a high level of stocks able to match these

antagonistic and conflicting objectives. On the one hand, avoiding axcessive stocks

that lead to the waste of money and financial loss related to higher cost of unnecessary

stocks aquisition and maintenance. On the other hand, avoiding insufficient stocks that

lead to a lack of products to serve the costumer expectations, what causes loss to the

company too.

The study in question considers the behavior of stocks which are over seventy-five

days old and what the solutions are so that it can occur an appropriate stock rotation

that the company needs.

It was necessary the application of a training section in order to motivate people in

charge of it, a reorganization in the stock space, acquisition of stock with over seventy-

five days old from other stores, layout reorganization and appropriate trade plan to the

study.

It was noticed that, after its introduction, the stock rotation achieved a better

performance due to the tools available to the study, this straigh attention offered an

internal improvement which will become constant.

Key words: (stock, retail, stock rotation).

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA............................................................................................................. 3

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 4

RESUMO...................................................................................................................... 5

ABSTRACT.................................................................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. 10

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

1.1 NATUREZA DO PROBLEMA .............................................................................. 12

1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 12

1.2.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 12

1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO............................................................................... 13

1.4 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................................................ 13

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO........................................................................ 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 15

2.1 ESTOQUE ............................................................................................................ 15 2.1.1 A Necessidade de se Estabelecer uma Visão Atual em Relação ao .................

Controle de Custos ................................................................................................. 15

2.1.2 Agregando Valor à Organização .................................................................... 16

2.1.3 Ser Eficiente na Gestão de Estoque e Controlar os Custos com Estoques é

uma Questão de Competitividade ........................................................................... 18

2.2 ESTRATÉGIAS .................................................................................................... 19 2.2.1 Gestão Estratégica de Estocagem................................................................. 19

2.2.2 Gestão Estratégica de Estoque na Indústria .................................................. 20

2.2.3 Gestão Estratégica de Estoque no Varejo...................................................... 21

2.3 GESTÃO DE ESTOQUE NO VAREJO................................................................. 22

2.4 DESPERDÍCIO DE CAPITAL............................................................................... 25

2.5 CUSTO FINANCEIRO DOS ESTOQUES............................................................. 26 2.5.1 Custo de Oportunidade .................................................................................. 26

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2.5.2 Taxa de Oportunidade ................................................................................... 27

2.5.3 O cálculo do Custo Financeiro de Estoque .................................................... 28

2.6 ESTRUTURA DE EQUIPE MULTIFUNCIONAL................................................... 28 2.6.1 A Performance dos Indivíduos Como Diferencial Competitivo........................ 29

2.7 LEIAUTE - ARMAZENAGEM............................................................................... 30

2.8 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) NA GESTÃO DE ESTOQUES E OS CONTANTES DESAFIOS ............................................................ 32

2.8.1 Porque Usar a Tecnologia da Informação (TI)................................................ 32

2.8.2 Estratégia....................................................................................................... 32

2.8.3 Como Usar a Tecnologia da Informação (TI) ................................................. 33

2.8.4 Fator de Sucesso........................................................................................... 35

3 PROPOSIÇÃO ........................................................................................................ 36

3.1 GIRO DO ESTOQUE............................................................................................ 36

4 ESTUDO DE CASO–EMPRESA VAREJISTA DIAMANTE AZUL .......................... 38

5 RESULTADOS........................................................................................................ 45

6 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 60

GLOSSÁRIO .............................................................................................................. 62

ANEXO 1- RELATÓRIO OPERACIONAL DE ARTIGO ............................................ 64

ANEXO 2- RELATÓRIO OPERACIONAL DE ARTIGOS POR VENDEDOR ............. 65

ANEXO 3 - CONTROLE DIÁRIO DE VENDAS – RESULTADO OPERACIONAL DE LOJA.......................................................................................................................... 66

ANEXO 4 – RELATÓRIO DE GESTÃO DE ESTOQUE POR LOJA .......................... 67

ANEXO 5 – POSIÇÃO DO ESTOQUE DA LOJA....................................................... 68

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Leiaute da loja .............................................................................................. 30

Figura 2 Fluxo operacional para a atualização da posição de estoque ....................... 34

Figura 3 Ambiente da loja ........................................................................................... 38

Figura 4 Localização de produtos com mais de setenta e cinco dias de idade ........... 40

Figura 5 Localização de produtos com mais de setenta e cinco dias de idade ........... 40

Figura 6 Reorganização e otimização de espaço na área de reserva......................... 41

Figura 7 Esforço promocional de vendas a partir da organização dos espaços .............

físicos ................................................................................................................. 43

Figura 8 Evolução dos estoques por bimestre- (bim2) em relação ao (bim1)............. 46

Figura 9 Participação dos estoques das lojas em relação ao estoque da região ........ 47

Figura 10 Vendas em quantidade de peças dos produtos com mais de 75 dias de

idade................................................................................................................... 48

Figura 11 Desempenho de vendas do número de peças – artigos com mais ................

de 75 dias de idade (bim1) e (bim2).................................................................... 50

Figura 12 Participação de estoque das melhores lojas em relação ao estoque da

região.................................................................................................................. 52

Figura 13 Comparativo de participação de estoque entre as melhores da região ....... 54

Figura 14 Crescimento de vendas do (bim2) em relação ao (bim1) ............................ 55

Figura 15 Comportamento do giro de estoque............................................................ 56

Figura 16 Giro de estoque – Simulação levando-se em consideração a evolução do

estoque da região ............................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

A gestão de estoques no varejo brasileiro foi, durante muito tempo, relegada a um

segundo plano nas preocupações dos gestores das empresas varejistas. Antes da

época inflacionaria, em virtude da quase inexistência de grandes redes varejistas e,

portanto, pouquíssima competição, a maioria das lojas era gerenciada por seus

proprietários e estes executavam a gestão de seus negócios utilizando sua

experiência prática. Faziam reposição de mercadorias ou compra dos itens “da moda”

quando visitados por representantes dos fornecedores, definindo quantidades a

comprar de maneira empírica.

Durante os 35 anos em que a inflação moldou a prática de gestão do varejo, apesar de

começarem a aparecer grandes lojas individuais e algumas redes, a questão dos

estoques não era uma preocupação muito grande pelo fato que ter estoque era

garantia de valorização do dinheiro investido.

Nesta última década três fatos começaram a influenciar os administradores das

empresas varejistas para que eles passassem a dedicar maior atenção aos estoques e

compras:

A redução das taxas de inflação, havendo anos em que esta taxa atualizada não

passou de um dígito, levou os executivos varejistas a perceber que investir em

estoques não era mais uma atividade lucrativa já que estes não mais se valorizavam

com a subida dos preços das tabelas dos fornecedores, como na época inflacionária.

O surgimento de sistemas computadorizados de gestão empresariais, mais adaptados

ao ambiente de varejo, que possuem parâmetros e algoritmos de cálculo das

quantidades a comprar das mercadorias comercializadas. Tais sistemas obrigaram os

profissionais de compras e, mais recentemente, de logística, a começarem a se

interessar em aprender as técnicas de planejamento de estoques e passarem a

estabelecer políticas de gestão das mercadorias de maneira mais científica.

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O aumento da competição, em boa parte promovida pela entrada dos primeiros

grandes grupos de varejo internacional no mercado brasileiro. Estas empresas

passaram a ocupar fatias de mercado das empresas brasileiras, forçando a rápida

melhoria dos métodos de gestão destas, mormente na área de estoques.

Além disso, o aumento do número de lançamento de produtos por parte das indústrias,

tornando a problemática de planejar as compras cada vez mais complexas, o início do

novo formato de negócio por meio das vendas pela internet, e a necessidade de

competir pela preferência de um consumidor cada dia mais exigente, tornaram o

assunto de gestão dos estoques e das compras crucial para a sobrevivência do ramo

do varejo.

1.1 NATUREZA DO PROBLEMA

Surgiu a oportunidade de melhorar o giro dos estoques da Loja Diamante Azul,

quando foi percebida uma quantidade significativa de estoques com mais de setenta e

cinco dias de idade, oriundos de coleções passadas e classificados como artigos de

baixo giro, com relativa deficiência operacional, a saber: preços errados nas etiquetas,

falta de identificação, organização física confusa dos produtos na área de vendas e

estoques, além de misturada com artigos novos. Foi notada também a falta de foco da

liderança da loja na gestão destes artigos, por motivos óbvios ao estabelecer as

prioridades de planejamento das atividades diárias.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar vivências no ambiente produtivo, com foco na gestão de estoques, utilizando-

se das ferramentas disponíveis, relacionado a gestão de estoques com enfoque

comercial.

1.2.2 Objetivos Específicos

Melhorar o giro dos estoques com mais de setenta e cinco dias de idade.

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1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

A abrangência do estudo limita-se exclusivamente às avaliações e observações de

processos de manuseio de estoque no ponto de vendas, priorizando o giro dos

produtos. Excluem-se desta análise questões relativas a registros contábeis e legais,

estratégias logísticas e de administração de compras. O estudo em análise foi

realizado em um pequeno ambiente de lojas de departamentos, com exclusividade no

setor de vestuário, avaliando as possibilidades reais de agregação de valor à empresa

a partir de observações e ações envolvendo a reorganização dos espaços físicos,

como leiaute da área de vendas, leiaute da área de depósitos, arrumação da loja,

utilização de ferramentas de gestão de estoques e capacitação da equipe de vendas.

1.4 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

A gestão de estoques com enfoque comercial atua pelo menos com duas vertentes,

uma que exerce o papel de controle destes estoques, e a outra que valoriza a

flexibilidade, possibilitando ao gestor pensar e agir estrategicamente, apoiando-se em

relatórios eficientes e criados para oferecer indicadores de resultados, tanto para as

lideranças, quanto para os liderados. A forma de atuação é simples, os colaboradores

da loja passam a dar foco às ações propostas, sempre liderados pelo gerente. O

significado para a Loja Diamante Azul da aplicação do estudo proposto é o de

melhoria do giro dos produtos, liberando espaço para a exposição de novos produtos,

melhoria dos resultados operacionais da loja, oferta de estoques sempre renovados

aos consumidores, maior motivação da equipe de vendas e liderança, e a conquista de

maior valor à unidade em termos de gestão de estoques, portanto, com o aumento do

giro dos produtos, a unidade passa a ser vista como loja que executa bem a gestão de

seus estoques. A importância deste estudo está focado em uma visão comercial que,

ao ser aplicada com sucesso, poderá ser expandida para outras lojas da região e

empresa. Os benefícios são: melhoria do giro dos produtos com mais de setenta e

cinco dias de idade, e a equipe passa a dar foco no processo e eficiência operacional.

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1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho estrutura-se em 6 capítulos:

O primeiro capítulo descreve a introdução, a natureza do problema, o objetivo, a

delimitação do estudo, sua relevância e a organização do trabalho.

O segundo capítulo descreve a visão relacionada aos estoques, a necessidade de

uma gestão organizada e focada em obter giro de estoques adequados, controle dos

custos de estoques no setor varejista e a necessidade de gerir com eficiência para

obter a tão perseguida equação de valor para a organização. Demonstra ainda a

importância das estratégias, que motiva a organização a garantir a gestão de seus

estoques com foco no giro do produto, os custos dos estoques, as estratégias de

estoques, tanto varejistas quanto industriais e com foco no varejo, seguido do estudo

relativo ao giro dos estoques no varejo, o capital da empresa voltado para o estoque, o

custo financeiro do estoque, as equipes multifuncionais, o leiaute e a tecnologia da

informação.

O capítulo três descreve a preposição do estudo, com foco no giro dos estoques com

idade superior a setenta e cinco dias.

O capítulo quatro descreve o ambiente onde o estudo foi conduzido e suas etapas.

O capítulo cinco apresenta os resultados obtidos.

O capítulo seis descreve as conclusões e discussões realizadas.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ESTOQUE

Segundo Miguel Abuhad, em artigo publicado em 01 de outubro de 2003 pelo jornal

Diário Catarinense, "Estoque alto é dinheiro parado e isso é prejudicial não só à loja,

mas à economia do país, se considerarmos que mais de 10% do PIB são estoques e

metade disso fica parado". ( VASCONCELOS, 2003)

O varejista e o atacadista necessitam determinar os estoques de que devem dispor ao

início do mês relativamente às vendas previstas para as suas empresas. Os estoques

existentes, mais a entrada prevista de mercadorias durante o mês, devem ser

suficientes para permitir que se alcance o volume previsto de vendas. Por outro lado,

os estoques devem ser mantidos a níveis razoáveis para minimizar os possíveis

prejuízos decorrentes de modificações de estilos, obsoletismo e excesso de capital

preso a estoques. O delicado equilíbrio dos estoques exige a utilização de juízos

sensatos, além de empregos das abordagens analíticas normais. Portanto, o estoque

é o principal foco da empresa varejista.

É necessário conhecer o gosto dos consumidores, para que se possa estocar

exatamente as mercadorias que o cliente alvo está interessado em adquirir. Também é

preciso que se conheça a quantidade demandada pelo cliente, para se estabelecer

níveis de estoques ajustados ao nível de vendas.

O controle de estoque requer do administrador talento para conciliar qualidade exigida

pelo cliente e quantidade para atender a sua fatia de mercado. Ele precisa perceber o

que o cliente está precisando e em que quantidade, adotar e, principalmente, seguir

uma política de controle da qualidade de fornecimento e armazenamento de

mercadorias e, fazer isto com o menor custo, isto é, comprando bem e barato, de

modo que o estoque possa ser escoado com rapidez e com boas margens.

2.1.1 A Necessidade de se Estabelecer uma Visão Atual em Relação

ao Controle de Custos

Alguns indicadores se fazem necessários para o controle de custos:

• Período médio de estoque, que indica quantos dias, em média, um item

permanece em estoque;

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• Quantidade mínima de estoque, abaixo da qual a empresa pode sofrer perda

de vendas por falta de mercadoria;

• Ponto de compra, que estabelece em que momento a compra precisa ser feita

para não haver falta, nem excesso de estoque. (Dila Maria Pimenta, 2004)

Há também as pesquisas de mercado, que são muito úteis para quem quer

dimensionar vendas e, por conseqüência, compras e estoque.

Mas, para se tomar decisões com base nestes indicadores e pesquisas, o

administrador precisa conhecer o mercado e, mais do que conhecer, precisa ser capaz

de influenciá-lo a ponto de induzi-lo a adquirir mercadorias que ainda estão no

estoque, por um período considerado ‘alto’ pela empresa, ou que são interessantes

que sejam vendidas.

O conhecimento base dos principais conceitos de custos é de fundamental

importância, tanto para aplicação de uma metodologia de custeio dos estoques,

quanto para utilização destas informações de custos nas decisões relativas à gestão

de estoque e ao planejamento da demanda. Por sua vez, a visão financeira da

influência do estoque no retorno sobre o patrimônio líquido também é importante para

se entender o estoque na perspectiva dos acionistas e da alta administração.

2.1.2 Agregando Valor à Organização

Hoje as empresas devem adotar política de gestão de estoques adequada, mantendo

os custos sob controle. Tornam-se competitivas e mais rentáveis aos acionistas, as

empresas varejistas que seguem esse conceito.

Para o setor varejista, o resultado esperado pelos acionistas obtém-se com dois

pontos importantes: planejamento dos estoques e atendimento ao cliente.

Planejamento dos estoques: o planejamento e acompanhamento dos resultados dos

estoques devem ser realizados em diferentes níveis de agregação, isto é, para toda a

empresa, para as lojas, para departamentos, para categorias, subcategorias, até para

produtos individuais. A gestão varejista deve utilizar dois níveis de planejamento e

acompanhamento de resultados: para as lojas e regiões, e para os diferentes níveis da

estrutura de linha de produtos.

As previsões de vendas também são fundamentais para a definição das quantidades a

serem compradas. No varejo, os erros nas previsões de vendas causam falta de

produtos ou excessos de estoques, provocando graves problemas aos varejistas. Em

geral, as vendas são estimadas para períodos mensais. Em muitos casos, como no

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varejo de confecções, ou em categorias sazonais, as vendas são estimadas para a

estação, analisando-se os seguintes aspectos:

• Sensibilidade do consumidor ao preço;

• Preço dos substitutos;

• Grau de competitividade;

• Tendência no ciclo de vida da categoria;

• Previsões econômicas.

Já as categorias de vendas não-sazonais apresentam regularidade e um

comportamento sem fortes oscilações. Existem meses que habitualmente registram

um aumento ou declínio nas vendas. No Brasil, por exemplo, nas cidades sem

atrativos turísticos, as vendas de janeiro costumam ser mais baixas, já que muitas

pessoas saem da cidade, viajando no período de férias escolares.

Neste estudo trataremos da questão dos estoques com mais de setenta e cinco dias

de idade, que são considerados muito antigos pela empresa e que devem ter alguma

destinação - a liquidação, venda – devendo, ainda, ser evitados, garantindo o giro dos

estoques que costumam ter participação significativa nos investimentos ativos da

maioria das empresas.

Na realidade os estoques demandam grande volume de recursos imobilizados,

aplicados em itens de baixa liquidez, por isso as empresas devem promover uma

rápida rotação de seus estoques como forma de elevar sua rentabilidade e contribuir

para a manutenção de sua liquidez.

Atendimento ao cliente: em qualquer organização, os funcionários que interagem

diretamente com os clientes são as chaves para o crescimento lucrativo, mas em

nenhum outro setor isso é mais importante do que no varejo.

Embora muitos varejistas se concentrem em fornecer os melhores produtos ao melhor

preço, alguns também se esforçam para propiciar a melhor experiência dentro da loja.

Eles sabem que uma má experiência com um vendedor ou caixa faz a loja perder um

cliente. O consumidor, neste final de século, está muito mais exigente. Ele não admite

mais apenas a cortesia formal, o tratamento indiferente e o mau atendimento. A

disseminação dos conceitos de Qualidade Total e dos direitos do Código de Defesa do

Consumidor, a estabilidade econômica e a facilidade do acesso à informação,

tornaram a qualidade de atendimento ao cliente o fator primordial para a sobrevivência

das empresas.

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Existem três tipos de atendimento ao cliente:

1.BÁSICO - o esperado por todos, satisfazendo a necessidade ou o pedido do cliente;

2.SURPREENDENTE - soma-se o básico ao atendimento diferenciado, aquele algo

mais que faz diferença

3.ENCANTADOR - soma-se o surpreendente a uma inovação ou ao inesperado

agradável oferecido ao cliente. Há empresas que treinam seus funcionários para

prestar o atendimento ao cliente nos diferentes níveis. Porém outras, mais

competitivas e arrojadas, querendo obter a confiança e fidelidade do cliente,

aprimoram este contato, chegando até a colocar a disposição do cliente "Serviços de

Atendimento ao Cliente". Este é um tipo de atendimento encantador e está

fundamentado em cinco atitudes ou passos básicos, que podem ser ensinados pela

empresa ou ser assumidos pelo funcionário, são eles: competência; cortesia;

credibilidade; presteza e receptividade.

Para encantar, é preciso que o funcionário esteja motivado e encantado pela sua

profissão, pelo que faz, pela empresa, e serviço que ela oferece ao cliente.

2.1.3 Ser Eficiente na Gestão de Estoque e Controlar os Custos com

Estoques é uma Questão de Competitividade

No varejo, o único custo que se tem é o das mercadorias, ou melhor, quanto se gasta

com a compra delas, o restante são classificados como despesas, gastos que são

realizados com o objetivo de se viabilizar a obtenção da receita.

O custo é a base para a formação do preço de venda. Para gerir bem uma empresa é

preciso apurar, calcular, acompanhar e analisar os custos.

Existem dois aspectos principais a analisar:

* Qualidade;

* Quantidade.

Qualidade é importante, porque mercadorias que não são conferidas na entrada no

estoque e/ou que não correspondem à expectativa de uso do consumidor,

representam prejuízo para o varejista a curto e médio prazo. Os consumidores

simplesmente deixam de comprar e propagam a falta de qualidade da mercadoria.

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Quantidade é igualmente importante, porque é o que indica o valor total despendido.

Deve-se estar atento para ver: primeiro, se o valor unitário é capaz de realizar margem

satisfatória de comercialização, considerando o preço que o mercado está disposto a

pagar; segundo, se o valor total pode ser pago com folga, considerando vendas,

pagamento de impostos, formas de tomada e concessão de crédito.

O modelo de análise apresentado define como controlar as mercadorias para que não

alcancem setenta e cinco dias em estoque, gerando custos e conseqüentemente,

redução do lucro.

Controles auxiliados pela informatização da empresa promovem uma apuração com

maior rapidez e precisão das informações necessárias para a análise dos estoques.

O objetivo desse trabalho é, através de estratégia, controles e dados analisados,

verificar o comportamento dos produtos parados no estoque e minimizar os custos da

organização.

2.2 ESTRATÉGIAS

Neste estudo, adota-se a Administração por Objetivos, que, segundo Reinaldo O. da

Silva (2004), pode ser definida “como um estilo ou sistema de administração que

relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimento individual,

por meio do envolvimento de todos os níveis administrativos” .

Características principais a serem analisadas para a implantação:

• Estabelecer conjuntos de objetivos entre gerentes e subordinados;

• Estabelecer objetivos para cada departamento ou seção;

• Interligar os objetivos departamentais;

• Elaborar planos operacionais, com ênfase no controle;

• Avaliar, revisar e reciclar os planos;

• Chefia atuante: estimular o envolvimento dos subordinados.

2.2.1 Gestão Estratégica de Estocagem

Variação entre a demanda real e sua previsão são inevitáveis. Praticamente sempre

haverá um erro de previsão. No entanto, dependendo da dimensão desse erro, os

impactos podem ser bastante prejudiciais para o processo de planejamento. Do ponto

de vista da gestão de estoques não basta saber se há erros, mas quanto se erra e

como este erro varia. Esforço na tentativa de se aprimorar a precisão da previsão,

empregando técnicas quantitativas e analisando os possíveis cenários, são essenciais

para diminuir os custos gerados pelo excesso ou falta de estoques.

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O nível ótimo de estoque é o que:

• Garante um estoque suficiente para obter as vendas esperadas;

• Não apresenta excessos de capital, ou seja, produtos com estoques muito

acima dos níveis de estoque de segurança;

• Apresenta níveis baixos e aceitáveis de ruptura, ou seja, produtos sem

estoques;

• Proporciona bons índices de giro de estoque e de retorno sobre o investimento.

2.2.2 Gestão Estratégica de Estoque na Indústria

Com respeito ao planejamento da produção, confronta-se com a necessidade de

planejar um equilíbrio ótimo entre as vendas, os estoques e a produção. O problema é

especialmente complexo neste ponto, porque, das três variáveis mencionadas, apenas

uma é conhecida, qual seja, o volume de vendas.

Se um equilíbrio ótimo não for alcançado no planejamento deste triplo conjunto de

operações, muitos outros aspectos do plano de lucro podem ser afetados de modo

adverso. Um programa de produção bem equilibrado é necessário para uma

fabricação em termos econômicos. Custos baixos de produção geralmente resultam

da padronização de produtos e de níveis estáveis de produção. Os representantes de

vendas são, em geral, agressivos ao solicitar novos produtos e alterações nos

produtos já vendidos de uma empresa. Pode haver uma pressão, tanto do setor de

vendas como do de fabricação, para níveis mais elevados de estoques. Entretanto, é

essencial que exista uma coordenação entre os planos de vendas, planos de produção

e política de estoques.

Os estoques de produto acabado, matéria-prima e material em processo não serão

vistos como independentes. Todas as decisões tomadas sobre um dos tipos de

estoque, influenciarão os outros tipos. Às vezes acabam se esquecendo dessa regra

nas estruturas de organização mais tradicionais e conservadoras.

O controle de estoque tem também o objetivo de planejar, controlar e replanejar o

material armazenado na empresa.

A administração geral da empresa deverá determinar ao departamento de controle de

estoque o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões

que sirvam de guias aos programadores e controladores e também de critérios para

medir o desenvolvimento do departamento.

Estas políticas são diretrizes que, de maneira geral, são as seguintes:

• Metas da empresa quando a tempo de entrega dos produtos ao cliente;

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• Definição do número de depósitos de almoxarifados e da lista de materiais a

serem estocados nele;

• Até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa

demanda, ou uma alteração de consumo;

• As definições das políticas são muito importantes para o bom funcionamento

da administração de estoques.

Para se organizar um setor de controle de estoque, inicialmente deve-se descrever

suas principais funções:

• Determinar o que deve permanecer em estoque. Número de itens;

• Determinar quando se deve reabastecer o estoque. Prioridade;

• Determinar a quantidade de estoque que será necessário para um período pré-

determinado;

• Acionar o departamento de compras para executar a aquisição de estoque;

• Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as

necessidades;

• Controlar o estoque em termos de quantidade e valor e fornecer informações

sobre sua posição;

• Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos

materiais estocados;

• Identificar e retirar do estoque os itens danificados.

Existem determinados aspectos que devem ser especificados, antes de se montar um

sistema de controle de estoque.

Um deles refere-se aos diferentes tipos de estoques existentes em uma fábrica. Os

principais tipos encontrados em uma empresa industrial são: matéria-prima, produto

em processo, produto acabado e peças de manutenção.

2.2.3 Gestão Estratégica de Estoque no Varejo

Juracy Parente (2000) comenta a existência de três métodos que podem ser utilizados

para determinar os níveis adequados de estoque:

• Método da relação estoque/vendas;

• Método da variação percentual;

• Método do estoque básico.

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Método da relação estoque/vendas: esse é um método simples, pois define o estoque

por meio da aplicação do índice estoque/vendas sobre as vendas previstas do

período. Esse índice indica o volume de estoque que o varejista deverá ter no início do

mês para sustentar um volume de vendas no período do mês.

Método da variação percentual: é particularmente adequado para situações de forte

sazonalidade nas vendas, ou seja, quando o volume de vendas varia muito, de mês

para mês. O método ajusta o estoque às variações de vendas, procurando, porém,

amortecer o impacto dessas variações. A fórmula é:

( )

( )mêsVendasdeMédia

mêspplanejadasVendasmédioEstoquemêscomeçoobjEstoque

/1

2

1)(/.

+×=

Método do estoque básico: é aplicado quando a gerência acredita que um dado nível

de estoque (estoque básico) deve estar sempre disponível e quando o giro é menor do

que seis vezes ao ano. Esse método é semelhante ao anterior, porém provoca

maiores oscilações nos níveis de estoque porque responde mais diretamente ás

variações de vendas.

( ) ( )mêsvendasMédiamêsplanVendasmédioEstoquemêsComeçoObjEstoque −+= /./.

2.3 GESTÃO DE ESTOQUE NO VAREJO

A gestão de estoques no varejo é a procura do constante equilíbrio entre a oferta e a

demanda. Este equilíbrio deve ser sistematicamente aferido através de, entre outros,

os seguintes quatro importantes indicadores de desempenho:

• Giro dos estoques

• Prazo médio de estocagem

• Cobertura dos estoques

• Nível de serviço ao cliente

Giro dos estoques: é um indicador do número de vezes em que o capital investido em

estoques é recuperado através das vendas. Usualmente é medido em base anual e

tem a característica de representar o que aconteceu no passado, sendo calculado pela

fórmula mostrada a seguir:

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)13(

)12(

mesesúltimosperíodonomédioestoquedoCusto

mesesúltimosvendidassmercadoriadasCustoGIRO =

Quanto maior for a freqüência de entregas dos fornecedores, logicamente em menores

lotes, maior será o índice de giro dos estoques, também chamado de índice de

rotatividade de estoques.

Importante perceber que, se a venda for lucrativa, isto é, se o valor recebido pela

venda for superior ao custo direto da mercadoria, esta diferença é considerada como

margem de contribuição da venda e servirá para pagar os custos fixos da empresa,

além de contribuir também para o lucro final do negócio. Assim, o giro é fundamental

para obter lucro em ambiente competitivo, onde as margens de lucro unitárias tendem

a diminuir.

Um alto índice de rotação dos estoques é fator fundamental na redução da

necessidade de investimento em capital de giro para um determinado nível de vendas.

Prazo médio de estocagem: é a indicação do tempo médio necessário para a completa

renovação dos estoques da empresa:

360xvendidosprodutosdosCusto

médioEstoquePME =

Quanto maior for este índice, maior será o prazo que os diversos produtos

permanecerão estocados e conseqüentemente, mais elevadas serão as necessidades

de investimentos em estoques. Esse indicador afere, na realidade, a eficiência com

que os estoques são administrados e a influência que exercem no retorno sobre o

ativo.

Ao se dividir 360 (ou 12, se o prazo de estocagem vier expresso em meses) pelo

prazo de estocagem, tem-se o giro (rotação) dos estoques, o que identifica o número

de vezes que os estoques giraram (se renovaram) no ano considerado. (Alexandre

Assaf Neto, 2003)

Cobertura dos estoques: é a indicação do período de tempo que o estoque, em

determinado momento, consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.

Este índice é, muitas vezes, calculado de maneira errônea, com uma fórmula baseada

em média de vendas passadas. No varejo, a existência de demandas sazonais e de

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eventos de grande impacto nas vendas, distorce completamente as médias de vendas

passadas, o que inviabiliza o uso destas para o cálculo da cobertura. Assim,

recomenda-se o cálculo utilizando a projeção de demanda futura, conforme fórmula:

( )

( )valorouquantidadefuturasvendasdeevisão

valorouquantidadedataadaeremEstoqueEstoquesdosCobertura

Pr

mindet=

Quanto menor for o estoque em relação à projeção de vendas tem-se menor cobertura

em dias, semanas, etc. Isto significa que se corre o risco de faltar mercadoria para

atendimento ao cliente quando a cobertura de estoques for muito baixa, mas, no caso

contrário, com o índice de cobertura muito alto, também se corre o risco de ter

estoques obsoletos em face das mercadorias "saírem de moda" ou por perderem

qualidade com o tempo de exposição na loja ou de permanência em depósito.

Nível de serviço ao cliente: O indicador de nível de serviço ao cliente para o ambiente

do varejo de pronta entrega, isto é, aquele segmento de negócio em que o cliente quer

receber a mercadoria imediatamente após a escolha, seja pelo self-service ou pelo e-

commerce, demonstra o número de oportunidades de venda que podem ter sido

perdidas pelo fato de não existir a mercadoria em estoque.

Como é impossível no ambiente de varejo de pronta entrega saber se o cliente

gostaria de comprar uma mercadoria que não existe em estoque, o indicador de nível

de serviço somente pode medir o número de ocorrências de faltas de estoque de uma

mercadoria, conforme demonstrado pela fórmula abaixo:

( )100

ºº

º*º. x

períododoúteisdiasdenestoqueemskusden

períododoúteisdiasdenvendasemskusdenclienteservNível

×

×=

*Skus – Stock keeping unit – nível mais detalhado de identificação de um item, o que

torna um item diferente entre si.

Um indicador de nível de serviço ao cliente de 100% significa que o sortimento de uma

loja esteve totalmente presente nas prateleiras, ou, em outras palavras, que durante o

período analisado, qualquer cliente que tivesse entrado na loja não teria deixado de

comprar alguma mercadoria por falta da mesma. Considera-se que todos os skus que

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estavam sendo comercializados, permaneceram devidamente expostos na área de

vendas.

Um sistema informatizado que permita calcular o nível de serviço ao cliente também

deve permitir que se calcule o valor das vendas perdidas, por meio da multiplicação do

preço dos produtos que estiveram em falta pelo número de dias em que esta falta

ocorreu e ainda multiplicando pela média de demanda diária de tais itens.

2.4 DESPERDÍCIO DE CAPITAL

Desperdício de capital significa recursos parados ou improdutivos que se concentram

em: atrasos e inadimplências nas contas a receber, excessos de estoques e

equipamentos e instalações ociosas ou mal localizadas.

Para os materiais obsoletos, no caso deste estudo, a única destinação é a

“liquidação”, “queima-de-estoques”, onde se perde tempo e recursos investidos da

empresa, após são vendidos por preços de custos ou abaixo do custo, para que haja

descarte total do produto.

Segundo Juracy Parente (2000), “os excessos de estoques são especialmente

nocivos porque provocam outros desperdícios – de instalações, de manuseios,

seguros e da própria obsolescência dos produtos”.

A restrição de capital para novos investimentos faz com que as empresas tenham que

maximizar o retorno do capital empregado. Para isto, é necessário gerar o máximo

possível de resultado com o mínimo possível de capital. Do ponto de vista operacional,

isto é equivalente a maximizar o lucro e ao mesmo tempo minimizar os ativos. Assim,

a idéia de desmobilizar ativos tem ganhado força dentro das empresas.

Para isto, algumas práticas tornaram-se comuns ao longo dos últimos anos, tais como:

• Vender ativos fixos, como prédios e fazer opção por alugá-los;

• Terceirizar atividades intensivas na utilização de ativos que não façam parte do core business da companhia;

• Optar por leasing ou aluguel de meios de produção;

• Reduzir os níveis de estoques, conseqüentemente diminuindo esta conta do ativo.

A diminuição do nível de estoque é, aparentemente, entre os tópicos citados, a maneira mais fácil e rápida de se reduzir os ativos. Além disto, no mais longo prazo, quando as outras contas do ativo conseguem ser reduzidas, a conta de estoque deve decrescer pelo

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menos na mesma proporção das demais. Caso contrário ela se torna mais representativa no ativo total, deixando o retorno sobre o patrimônio líquido mais sensível a variação na conta estoque, forçando, ainda mais a sua redução. (LIMA, 2003)

2.5 CUSTO FINANCEIRO DOS ESTOQUES

Segundo Maurício Pimenta Lima (2003), antes de calcular o custo financeiro de

estoque é importante destacar que, por se tratar de um custo de oportunidade, ele não

está ligado a um desembolso e também não aparece em nenhuma conta ou nota de

pagamento.

2.5.1 Custo de Oportunidade

O conceito de custo de oportunidade se refere a uma possível perda de rendimentos pela opção por uma determinada alternativa em detrimento de outra. Seu cálculo pode ser feito em função da diferença de resultado entre duas alternativas: a que de fato se concretizou e a que teria se concretizado caso a opção tivesse sido diferente. Para se analisar esta diferença é preciso considerar as possíveis receitas e custos das duas alternativas.

Assim, o custo financeiro do estoque faz referência a um possível rendimento que o capital imobilizado teria, caso fosse aplicado em algum outro projeto da empresa. Neste caso, a aplicação em outro projeto seria a alternativa à decisão tomada de investir o capital em uma conta do ativo.

Para visualizar o conceito pode-se imaginar um exemplo no qual um pequeno comerciante, dono do imóvel da sua loja, deve decidir se continua ou não com o seu negócio. É claro que para este comercio valer a pena o seu resultado mensal deve ser superior a um possível aluguel do seu prédio, pois em caso contrário, seria melhor fechar a loja e alugar o prédio. Neste exemplo, o aluguel é visto como uma alternativa e, por isto, o seu possível valor poderia ser considerado como um custo de oportunidade da utilização do imóvel para o seu negócio.

De maneira abrangente, se considera que o custo de oportunidade de um ativo é calculado multiplicando-se o seu valor de mercado pela taxa de oportunidade da empresa. (LIMA, 2003)

tC ooVm×=

Onde:

deoportunidadeCustoCo=

mercadodeValorV m=

deoportunidadeTaxato=

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2.5.2 Taxa de Oportunidade

Todo investimento gera um ativo, podendo ser financiado, ou por terceiros (tendo sua contrapartida no passivo), ou por acionistas (tendo sua contrapartida no patrimônio líquido), ou por uma parcela de cada uma destas contas. Assim, a taxa de oportunidade é a média ponderada entre a taxa média de juros referente ao passivo (dívidas e obrigações) e a taxa de retorno esperada dos acionistas, referente ao patrimônio líquido, sendo utilizados como ponderadores as respectivas proporções destas contas sobre o ativo. (LIMA, 2003)

Outra possibilidade, em vez de utilizar a taxa de oportunidade da empresa para

calcular o custo financeiro de estoque, pode-se considerar a taxa de rendimento de um

possível investimento no qual este capital pudesse ser empregado, ou então, a taxa de

juros de uma conta de financiamento do passivo que pudesse ser abatida, caso este

valor não fosse imobilizado em estoque. Estas opções são mais apropriadas para

análises mais pontuais, que envolvem o conceito de custo marginal, em um horizonte

de curto prazo.

Exemplificando o calculo da taxa de oportunidade, e ao considerar um investimento

que foi financiado em sua totalidade, gera-se um ativo. Neste caso, 60% deste ativo foi

financiado por terceiros, tendo desta forma sua contrapartida o passivo. Os outros

40%, foram financiados pela própria empresa, tendo como contrapartida o patrimônio

liquido.

Para este exemplo foi considerado as seguintes taxas:

Remuneração esperada pelos terceiros: 10% ao ano.

Remuneração esperada pelos acionistas: 15% ao ano.

Calculo da taxa de oportunidade:

)()( acionistaspelosesperadaoremuneraçãxPPLativodomédiaoremuneraçãxPPTO +=

Legenda:

TO: taxa de oportunidade

PP: proporção do passivo

PPL: proporção do patrimônio líquido

TO = (60% x 10%) + (40% x 15%) = 12%

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2.5.3 O cálculo do Custo Financeiro de Estoque

No caso de uma empresa varejista, o custo financeiro de estoque pode ser calculado

multiplicando-se o valor dos produtos em estoque pela taxa de oportunidade da

empresa, independente do prazo da decisão que se pretende tomar. Pois neste caso,

o estoque é valorado com base no preço de compra, o qual, na grande maioria das

vezes, é um custo totalmente variável. Assim, em uma análise de custo marginal, o

mesmo valor do bem poderia não ser imobilizado, caso este não fosse comprado.

tV oeCFE ×=

Onde:

estoquedofinanceiroCustoCFE =

estoqueemprodutosdosValorV e=

deoportunidadeTaxato=

2.6 ESTRUTURA DE EQUIPE MULTIFUNCIONAL

As pessoas estão sendo solicitadas a desenvolver, cada vez mais, novas

competências, tais como: capacidade de trabalhar em equipe, multifuncionalidade,

criatividade, colaboração, inovação, aquisição de novos conhecimentos, aprendizado

de novas tarefas, apresentação de sugestões e comprometimento com os objetivos

estratégicos, dentre outras.

Para os cargos multifuncionais, a empresa visa incentivar o colaborador a procurar

qualificar-se cada vez mais, adquirindo habilidades. Dentro dessa linha,

estabeleceram-se as habilidades que as empresas normalmente requerem de seus

funcionários. São elas:

• Realização de trabalhos;

• Aquisição de conhecimentos;

• Desempenho satisfatório em nível de qualidade: produtividade e

comportamento.

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2.6.1 A Performance dos Indivíduos Como Diferencial Competit ivo

ZEITHAML (1982) e BERRY & PARASURAMAN (1992) afirmam que a qualidade do

serviço prestado é mais difícil de ser copiada que o conceito de um serviço, desde que

a empresa possua uma cultura empresarial de fato, voltada para o cliente. Ao

analisarem a competitividade modernamente propiciada pelos serviços, os autores

atestam que o benefício essencial de um produto decorre da associação do serviço à

mercadoria. É a sinergia do tangível com o intangível que forma o total de benefícios

procurados pelos clientes, propiciando a criação de um produto diferenciado e de valor

agregado, aos olhos dos clientes. Um dos aspectos intangíveis, que, sob o ponto de

vista estratégico, melhor pode agregar valor a um serviço, é a confiabilidade que ele

denota nos seus clientes. Essa confiabilidade pode proporcionar uma diferenciação

competitiva, através da criação de benefícios significativos sob o aspecto

mercadológico, como um elevado índice de retenção de clientes, crescimento do

volume de negócios com os atuais clientes, sem que haja necessidade de

dispendiosos esforços para conquistar novos, maior volume de comunicação boca-a-

boca, promovendo a empresa e uma maior possibilidade de flexibilização do preço em

função do valor percebido pelo cliente. A confiabilidade decorre da habilidade da

organização em propiciar a liderança do serviço no seu contexto interno, bem como da

sua capacidade de criar e gerir uma infra-estrutura de pessoal para a prestação de

serviços. Além da confiabilidade, outros aspectos considerados para a dimensão

competitiva dos serviços são as percepções de valor por parte do cliente, quando da

personalização dos serviços, bem como da sua suplementação através da agregação

de valores extras, não regularmente esperados pelos clientes, que o diferenciem dos

concorrentes.

Os funcionários se orgulham quando percebem a sinceridade da gerência em servir

clientes e tendem a melhor contribuir quando solicitados, pois percebem que a

empresa os considera. ALBRECHT (1992) e ALBRECHT e BRADFORD (1992),

reforçam este ponto ao analisar a necessidade de se ter funcionários convictos da

qualidade do serviço proporcionado por sua organização e da importância de seus

papéis na prestação desse serviço. Em relação às políticas de pessoal, o autor

considera que a mudança freqüente do enfoque pretendido pela empresa, leva à

perda de sua credibilidade junto aos funcionários, uma vez que nada dura o suficiente

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para apresentar resultados. Outro fator apontado é a sobrecarga de programas que,

ao priorizarem tudo, na prática não priorizam nada.

Uma idéia clara e bem formada do serviço orienta o comportamento do funcionário e

liberta-o de regras e normas, eliminando tudo que restrinja sua liberdade no serviço.

Os clientes querem ser atendidos por prestadores de serviços “pensantes”, sendo,

necessário para isto, programas de treinamento que evidenciem mais valores e menos

regras, estimulando a criatividade e iniciativa. ZEITHAML et al. (1990) complementam

esta idéia ao afirmarem que, por vezes, os funcionários são excessivamente

gerenciados e minimamente liderados e que os manuais de regras de atendimento

acreditam que haja bom julgamento dos servidores da linha de frente. Os autores

consideram que a excelência na qualidade dos serviços prestados está relacionada à

liderança que se desenvolve em toda a estrutura da organização, motivando pessoas

a prestarem serviços de qualidade.

2.7 LEIAUTE - ARMAZENAGEM

Nas decisões de leiaute, Juracy Parente (2000) comenta que os varejistas estudam

minuciosamente a posição que os diferentes departamentos vão estar distribuídos na

loja, quais departamentos e categorias deverão ocupar as localizações mais

privilegiadas, e quais ficarão nas áreas de menor circulação. O leiaute deverá também

proporcionar um fluxo suave de tráfego de consumidores, segurança, conforto e

oferecer prazer ao consumidor no ato de compra, conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1 Leiaute da loja

Fonte: Loja Diamante Azul

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Os acionistas por sua vez, estão preocupados em ter leiautes nas lojas que permitam

aumentar consistentemente a produtividade dos espaços disponíveis, demonstrado

não só por meio de maiores vendas, mas principalmente, por maiores margens de

lucros. No tocante à produtividade das vendas e serviços, ao se decidir por um leiaute

é interessante considerar que algumas partes da loja têm mais valor que outras. Por

exemplo, os produtos que estão localizados nas partes da frente da loja serão muito

mais visíveis do que os localizados nos fundos da loja. Os varejistas, ao se depararem

com a decisão sobre leiaute, acabam convivendo com o dilema estratégico do

negócio: um dos maiores dilemas é o da decisão de localizar alguns departamentos e

categorias em área de maior visibilidade e destaque, em detrimento de outros

departamentos e categorias em áreas menos privilegiadas.

Quem indica a hora da mudança é o consumidor; é ele quem vai dizer se a “cara” da

loja está pouco atual, quando deixa de freqüentar o ambiente. "A mudança é para

atrair novos e antigos compradores, mas cabe à loja descobrir se o problema é apenas

uma questão de comunicação com o cliente ou se ainda há pendências estruturais e

administrativas para serem resolvidas". (ANGELO, 2000)

O melhor leiaute é aquele que otimiza a satisfação dos vários stakeholders(*) dos varejistas. O consumidor deseja que seu processo de compra seja uma experiência confortável, divertida e estimulante, em que ele possa facilmente localizar e escolher os produtos. Para o acionista, o bom leiaute é aquele que, além de maximizar a satisfação do cliente, também estimula o volume de vendas, favorece a composição de margem, minimiza os custos operacionais e otimiza a lucratividade da loja. Para o funcionário o melhor leiaute é aquele que proporciona mais satisfação durante seu trabalho.(PARENTE, Juracy 2000; p.307)

Pontos essenciais:

• Luminosidade (entrada de luz natural na loja);

• Pintura;

• Iluminação artificial da loja;

• Instalações comerciais (móveis e equipamentos);

• Interatividade;

• Uniforme dos funcionários.

(*) Stakeholders – são as pessoas que possuem interesse no sucesso da empresa e

são responsáveis por ele. Incluem funcionários, acionistas, clientes, fornecedores,

parceiros de negócios, consumidores finais, etc.

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32

2.8 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) NA GESTÃO

DE ESTOQUES E OS CONTANTES DESAFIOS

O varejo é uma das áreas mais dinâmicas do mercado brasileiro e nele, imperam a

força criativa, versatilidade e o desafio de conviver no dia-a-dia, com processos

administrativos, financeiros e comerciais. O desenvolvimento organizacional consiste

na busca da melhoria dos processos, através de ações que busquem a otimização da

qualidade e produtividade, as quais só se alcança no âmbito das organizações se

conseguir cristalizar a consciência de que a eficácia deve ser considerada como

essencial para a administração.

2.8.1 Porque Usar a Tecnologia da Informação (TI)

A globalização e a necessidade de fazer sempre mais, com maior precisão,

segurança e com menor tempo. Abertura do mercado em 1990, grande concorrência

entre as empresas nacionais e internacionais, motivando as empresas nacionais a

investirem em modernização e buscando no mercado de trabalho pessoas mais

capacitadas, ou investindo na capacitação daqueles já existentes.

O custo com a modernização, adequação das margens de lucro “caindo”, adequação

do preço final, investimento na atualização do parque industrial e ganho de

produtividade, fez com que as organizações passassem a quebrar paradigmas,

deixando de aplicar métodos e costumes até então adotados por décadas.

A empresa do estudo em pauta, líder de mercado no seu segmento e possuidora de

notório know-how, percebeu naqueles tempos que a TI seria uma estratégia de

negócios e não mais uma área de processamento.

2.8.2 Estratégia

Apoiada pela direção da empresa, a decisão de manter-se atualizada é o diferencial

ao pensar nos investimentos de curto, médio e de longo prazo, isto é, crescimento

alicerçado por projetos meticulosamente estudados, pesquisados entre as melhores

empresas e com seus custos totalmente otimizados dentro da organização. A decisão

na atualização da Plataforma Data Center, de todo Hardware, Software, redes e

telecomunicações, foi fundamental no processo estratégico de renovação dos últimos

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anos, sendo que esta mega-operação de inovação foi meticulosamente conduzida

passo-a-passo e conforme planejamento de investimento. A empresa em questão

passou a ganhar ainda mais competitividade no mercado varejista em que atua.

A operação mais delicada foi o desligamento do Computador Central, Mainframe, e a

transferência de todo Banco de Dados para servidores super-potentes.

A filosofia de Desenvolvimento de Software é corporativa, com visão modular, sob o

ponto de vista de freqüentes inovações e toda ela desenvolvida no ambiente de Banco

de Dados Oracle. Como diferencial de competitividade no negócio foi feita a opção por

desenvolvimento próprio, nossos sistemas são criados com base na necessidade de

operação e de interesses comerciais.

A filosofia de Desenvolvimento de Hardware, por sua vez, é de processamento

centralizado/cooperativo.

2.8.3 Como Usar a Tecnologia da Informação (TI)

O modelo operacional é compartilhar serviços-rede.

Cada unidade de negócios possui PDV´s, WorkStations, Impressoras e um Servidor. A

comunicação é por rede WAN e LAN. A cada final de dia, tudo é transferido para a

central Plataforma Data Center – que encontra-se instalada na unidade denominada

de CD, que processa tudo e devolve os bancos de dados todos atualizados.

Para sistemas considerados estratégicos em termos de negócios, como, por exemplo,

cadastramento de clientes, consulta de extratos, compra a prazo, pagamentos de

prestações e outros, o modelo operacional é on-line.

A base das informações de saída é o PDV, a partir daí é que cada módulo de sistemas

são alimentados com as informações e atualizados.

A base das informações de entradas é o Servidor do CD; a partir daí todas as bases

são atualizadas. Com este modelo operacional a empresa consegue, sem criar re-

trabalho, manter sempre atualizada sua posição de estoque no CD e em cada

estabelecimento - loja.

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34

PDV SAÍDA

SERVIDOR LOJA

CD ENTRADA SERVIDOR

TRANSF. LOJA

SERVIDOR CD

CONTAS A PAGAR

BAIXA PEDIDO

FLUXO DE CAIXA

Figura 2 Fluxo operacional para a atualização da posição de estoque

Fonte: Desenvolvida pelo autor

E com esta rotina diária de atualização, a organização garante que o sistema de

gestão de estoque esteja sempre atualizado e que os relatórios possam ser utilizados

como forte ferramenta de gestão.

A filosofia de gestão de TI é de racionalidade, não é foco da empresa permitir o ócio

de hardware, as informações disponíveis são aquelas essenciais para o negócio. O

desafio é o de utilizar estas informações, agregando valor às operações da empresa.

As máquinas são disponibilizadas em primeiro plano para o atendimento dos clientes,

e nosso objetivo é utilizá-las em 100% do tempo, em modelo compartilhado.

O grande avanço das tecnologias da informação e comunicação elevou a

competitividade a níveis jamais imaginados, mas vem causando desequilíbrios

estruturais nas Corporações e provocando profundas e freqüente mudança nos

ambiente corporativos.

SERVIDOR

DATA

CENTER

SERVIDOR LOJA BASE

ATUALIZADA

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35

Destaca-se como “principais instrumentos de gestão” os sistemas comerciais,

estoques, crediário e recursos humanos - estes possibilitam a tomada de decisão em

tempo razoável, de forma a permitir maior eficiência no conjunto dos negócios.

2.8.4 Fator de Sucesso

A arte de motivar e incentivar as equipes a utilizar as ferramentas oferecidas pela TI, é

uma constante na empresa em estudo, e se a Tecnologia da Informação

disponibilizada for bem utilizada, será um diferencial na unidade de negócio.

A organização em questão é reconhecida por sua capacidade de realização, onde tem

forte foco em desenvolvimento de tecnologia para munir as diversas áreas da empresa

com informações fundamentais para a gestão do negócio. Diferente de outras

organizações, a Diamante Azul consegue realizar importantes projetos envolvendo a

área de TI, sem ter que adquirir no mercado a receita pronta, esta visão, na gestão do

negócio de varejo e com o apoio da tecnologia da informação gera significativo valor

às suas operações e grande motivação as equipes envolvidas, sendo fator competitivo

em seu ramo de negócio. Alguns destaques:

• Utiliza o mínimo de terceirização para implantação e treinamento do time.

• No quesito Desenvolvimento de software, a gerência do projeto é sempre da casa,

“analistas” podem ser terceirizados.

• Helpdesk e assistência técnica são terceirizadas.

• As soluções de software são em sua maioria desenvolvidas internamente.

• A estratégia de desenvolvimento é por modulo.

• Os colaboradores são valorizados e tem alta motivação, isto permite uma gestão

muito participativa, onde é presenciado muitas sugestões de melhorias e

inovações, voltado a operacionalização dos sistemas.

• E por fim, a prontidão e o atendimento parceiro do Departamento de Tecnologia é

notório no ambiente organizacional.

O modelo desenvolvido com o apoio de tecnologia da informação, utilizado no sistema

de gestão de estoques, não é o mais comum, porque os módulos são desenvolvidos

de acordo com as necessidades das lojas. Existe um sistema de controle de estoques

muito bom e que fornece as lojas toda condição de realização de controles e ações

com enfoque comercial, possibilitando com isto que a gestão com foco na redução da

idade dos produtos com mais de 75 dias e de melhoria no índice do giro do estoques,

seja uma realidade.

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36

3 PROPOSIÇÃO

3.1 GIRO DO ESTOQUE

Benefícios da gestão de estoques:

• Redução dos estoques envelhecidos;

• Melhoria do giro dos estoques;

• Redução da falta de produtos na loja gerando aumento de vendas;

• Diminuição de estoques/aumento de capital de giro:

o No fabricante, em trânsito, no centro de distribuição, na retaguarda da

loja, na gôndola.

• Diminuição de erro de estimativa de vendas;

• Produção dos fornecedores baseada em pedidos programados com maior

antecedência;

• Diminuição do custo logístico e administrativo:

o Racionalização de transportes;

o Diminuição do manuseio de produtos;

o Redução generalizada de erros e re-trabalhos;

o Diminuição do custo de gestão de pedidos;

o Liberação de tempo dos compradores e vendedores para atividades de

maior valor agregado.

Cada vez mais os estoques são considerados prioridades nas organizações, os

gestores estão dedicando muito tempo às questões relacionadas a giro de estoques,

isto em função dos altos custos financeiros e de investimentos, e também pelo motivo

da necessidade de ser eficiente e apresentar resultados de produtividade e giro dos

estoques conforme expectativa dos acionistas. É a busca constante de melhores giros,

com a aplicação de ferramentas de gestão e motivação da equipe.

Os estoques costumam manter uma participação significativa no total dos investimentos ativos da maior parte das empresas industriais e comerciais. Na realidade, por demandarem vultuosos volumes de recursos (imobilizados) aplicados a itens de baixa liquidez, devem as empresas promover rápida rotação em seus estoques como forma de elevar sua rentabilidade e contribuir para a manutenção de sua liquidez. No entanto esse objetivo requer atenções mais amplas, principalmente ao se procurar evitar que se estabeleçam volumes insuficientes para o atendimento das vendas. (ASSAF NETO, Alexandre 2003; p.520)

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37

Tendo em vista as ferramentas facilitadoras de uma correta gestão de estoques, e ao

ser identificado uma quantidade significativa de estoques com mais de setenta e cinco

dias de idade, na Loja Diamante Azul, e considerando que o giro adequado é fator

significativo de sobrevivência à organização em tempos de alta competitividade e

custos elevados do capital, através deste estudo deseja-se responder às questões:

É possível gerar valor às organizações, através da gestão de estoques a partir do

ponto de vendas , com o suporte de ferramentas e foco no giro do estoque?

Registram-se diferenças no desempenho da loja, após avaliação das planilhas de

desempenho e indicadores? A que se atribui esta diferença?

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38

4 ESTUDO DE CASO–EMPRESA VAREJISTA DIAMANTE AZUL

O estudo será conduzido em uma das lojas de uma grande empresa varejista

denominada neste trabalho de Loja Diamante Azul, instalada no Vale do Paraíba que

corresponde a 8% do mercado regional, parte da qual é mostrada na Figura 3. Tratar-

se-a somente dos artigos de vestuários com mais de setenta e cinco dias de idade em

estoque e em sua maioria, artigos da coleção verão. Para este estudo respeita-se em

sua totalidade a filosofia da organização em termos de: distribuição do leiaute e

atividades de visual e merchandising.

Figura 3 Ambiente da loja

Fonte: Loja Diamante Azul

Neste ambiente serão realizadas todas as intervenções estratégicas em relação ao

objetivo, de melhorar a performance dos estoques com mais de setenta e cinco dias

de idade. Desenvolvendo junto aos colaboradores as seguintes tarefas: reorganização

física dos produtos com mais de setenta e cinco dias de idade na área de vendas e

reservas, localização de todos os produtos em questão, e identificação. A fundamental

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39

importância será a disponibilidade de ferramentas direcionadas com a finalidade de

focar a gestão de estoque.

Através de treinamento e motivação dos gestores e colaboradores, pretende-se

alcançar o envolvimento e comprometimento da equipe: sugerindo, criticando e agindo

de forma equilibrada para que desenvolvam a percepção da importância em organizar

e desempenhar as vendas e ações adequadas para a redução do estoque com mais

de setenta e cinco dias de idade.

Preocupadas com os altos índices de investimentos em estoques, as empresas

varejistas desenvolvem ferramentas a partir da política de gestão de estoque, que

possibilita a realização das ações operacionais de manuseio dos estoques. No caso

deste estudo, existe a disponibilidade muito rica de informações onde é dada grande

ênfase a esses tipos de ferramentas, permitindo analisar informações consistentes por

diversas perspectivas, o que torna o sistema eficiente e oferece ao colaborador a

possibilidade de agir para reduzir o tempo de idade dos produtos relacionados no

relatório operacional.

O “Relatório Operacional de Artigo” relaciona os seguintes aspectos de análise:

departamental, seção, artigo, descrição do artigo, idade do artigo, entrada no mapa,

estoque inicial, objetivo, venda acumulada, saldo do estoque e preço unitário de

vendas, a qual é demonstrada no Anexo 1.

Esse relatório fornece ferramentas que propõem a realizar qualquer manuseio no dia-

a-dia de produtos com mais de setenta e cinco dias de idade. Pode ser utilizado com

objetivos individuais como: localização e identificação dos produtos, e também

avaliação do desempenho da equipe, seção e departamento. A informação de idade

do artigo norteia as equipes na localização do produto e a ação para realização de

vendas, melhorando o giro dos estoques, propósito da política de gestão de estoques.

O relatório é alimentado pelos gestores comerciais, que incluem eletronicamente os

artigos de baixo giro e com idade comprometida, a seguir, o departamento de vendas

ao tomar conhecimento de cada atualização, tem como objetivo a agilidade para

liquidação dos produtos desse relatório.

Após a separação do estoque, identificação e organização por seção no ponto de

vendas, as equipes devem adequar o leiaute da loja respeitando a filosofia macro,

porém com proposta agressiva em termos comerciais passando a ocupar espaço

estratégico de forma a propiciar condições de melhoria contínua, como demonstrado

nas Figuras 4 e 5, a seguir.

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40

Figura 4 Localização de produtos com mais de setenta e cinco dias de idade

Fonte: Loja Diamante Azul

Figura 5 Localização de produtos com mais de setenta e cinco dias de idade

Fonte: Loja Diamante Azul

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41

A área de reserva será reorganizada e otimizada com base nos espaços disponíveis,

de forma a permitir que os produtos com mais de setenta e cinco dias de idade sejam

organizados através de uma estratégia comercial e de execução consistente. Este

trabalho tem a finalidade de demonstrar em sua totalidade o volume de estoque a ser

manuseado e colabora para a reposição dos produtos na área de vendas conforme

demonstrado nas Figuras 4 e 5 na página anterior, onde se espera obter maior

eficiência nos quesitos de localização dos produtos, conhecimento do estoque

existente pela equipe e maior agilidade na reposição, parte da qual é mostrada na

Figura 6, abaixo.

Figura 6 Reorganização e otimização de espaço na área de reserva

Fonte: Loja Diamante Azul

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Considerando que a organização de produtos na área de reserva baseia-se em

volume de produtos a serem manuseados e que exige um trabalho de reposição mais

freqüente, a busca incansável da melhor otimização do pouco espaço disponível torna-

se indispensável.

O “Relatório Operacional de Artigos por Vendedor” (Anexo 2), contém as seguintes

informações: número do vendedor, data da venda, número da nota, caixa, artigo,

descrição e quantidade vendida. A partir deste relatório pode-se controlar tanto o

desempenho da equipe diariamente, quanto o desempenho individual e de cada seção

envolvida, para que ao final possa-se obter dados estatísticos e manter a equipe

motivada, incentivando o espírito crítico e visão de melhorias.

Em função da alta complexidade registrada na gestão de estoques em lojas de varejo

e para atender a necessidade de se ter um conjunto de dados estatísticos e que

ajudasse na elaboração de uma ampla avaliação da proposta, sentiu-se a necessidade

de ter os números iniciais do estoque com mais de setenta e cinco dias e a

conseqüente venda diária e semanal destes produtos. A partir desta necessidade

passou-se a obter o resultado do desempenho de vendas dos produtos com mais de

setenta e cinco dias de idade, por meio do sistema comercial, com acesso a

subsistema de administração de estoque é possível consultar o “Controle diário de

vendas – resultado operacional de loja” (Anexo 3).

O acompanhamento do relatório objetiva a comparação do desempenho da loja em

relação a região e aos meses anteriores.

Ao aplicar ações relacionadas a melhoria do giro dos estoques com mais de setenta e

cinco dias de idade, como a reorganização de espaços, localização de produtos,

prioridade de exposição na área de vendas em local considerada nobre e sempre com

o apoio da equipe, verifica-se a necessidade de um conjunto de ações promocionais

de vendas, onde através de campanhas internas e externas, incluí-se estes produtos

de forma atrativa, transferindo-os de seu local habitual, para uma área nobre da

organização do leiaute, ou seja, a frente e os corredores sinalizando-os com preço

competitivo e criando clima favorável junto à equipe com objetivo de aumentar o giro

destes produtos, conforme pode ser visto na Figura 7, onde é demonstrado a

adequação de área de exposição com a respectiva transferência dos produtos das

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áreas sinalizadas com triângulo na cor vermelho, para as áreas sinalizadas com

círculos na cor amarela.

Figura 7 Esforço promocional de vendas a partir da organização dos espaços

físicos

Fonte: Loja Diamante Azul, com adaptações realizadas pelo autor

Legenda Figura 7:

Áreas nobres localizadas na organização do leiaute, como porta e corredores.

Áreas consideradas menos nobres na organização do leiaute.

Organização dos equipamentos, a saber: araras, gôndolas e móveis de caixas. Indica a localização dos corredores.

As empresas, quando definem a política de gestão de estoque, estabelecem padrões

e regras que passam a ser a estratégia de gestão da empresa, entre as várias

ferramentas de controle, convive-se com a maioria delas no âmbito operacional, mas

ao considerar a complexidade e a importância financeira que está envolvida com os

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ativos – estoques, e a própria evolução que se tem observado neste campo de gestão

de estoques no setor varejista, se faz necessário o controle de giro anual de estoques

para que o gerente da loja possa tomar as decisões necessárias.

Outra informação disponível na organização é o “Relatório de gestão de estoque por

loja” (Anexo 4), que oferece ao gestor as possibilidades de ações para a melhoria do

desempenho, com informações como: estoque por idade, departamental, seção, nível,

artigo, quantidade em estoque, quantidade de vendas e giro anual por produto.

Permite ainda, avaliar se o giro anual encontra-se adequado ao objetivo da empresa

estabelecido anualmente.

No “Relatório posição do estoque da loja” (Anexo 5), encontram-se registros de

entrada e saída dos estoques da loja, sua utilidade está mais relacionada com o

controle físico do estoque da loja e tem como objetivo manter o estoque atualizado

para consulta e conferência.

A emissão mensal tem a finalidade de registrar os produtos por artigo, descrição,

estoque anterior, entradas seja por transferência entre lojas, fornecedor e/ou

devoluções, saídas seja por transferências entre lojas e/ou vendas, estoque final, além

de registros específicos como o de ajustes por falta de produtos, produtos em trânsito,

valor de vendas e valor de custo. É um relatório com dados contábeis que obedece a

regimes de contabilização (ferramenta esta que não é alvo neste caso) porém, está

sendo citado em função da importância no conjunto das ferramentas de gestão de

estoques.

O estudo foi realizado no período de 24 de maio a 19 de junho de 2004, totalizando

vinte e sete dias, período este que consideramos ideal para a seleção de todos os

dados necessários, análises e avaliações das ações práticas de gestão de estoque

com enfoque comercial, e observações pertinentes. Justifica-se ainda a decisão do

tempo de estudo, em função da complexidade do tema, adicionado ao grande número

de dados e análises envolvidas, no entanto, com a certeza de se trabalhar com dados

confiáveis. Os dados obtidos através de observações e feedback dos colaboradores

são fundamentais para o complemento do trabalho e nos permite uma avaliação mais

apropriada do estudo em questão ao se somar com os resultados quantitativos.

Cabe ainda, o registro de que não foi criada nenhuma nova ferramenta, estas já

existentes e sendo aplicadas na Loja Diamante Azul, o que se questiona é a aplicação

de um modelo de gestão de estoques, focada em estoques com mais de setenta e

cinco dias de idade e estratégias para sua rotação.

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45

5 RESULTADOS

Após quatro semanas de estudo, foram analisadas informações desde março de 2004

através de relatórios e levantamento de dados que demonstraram:

• Março de 2004 (vendas normais)

• Abril de 2004 (acréscimo de estoque com mais de setenta e cinco dias de

idade)

• Maio de 2004 (início do estudo)

• Junho de 2004 (término implantação do estudo)

A empresa em estudo, Loja Diamante Azul esta representada graficamente pela cor

amarela.

Será feito um comparativo, demonstrando o desempenho da Loja Diamante Azul nos

meses citados, e seu desempenho com as outras lojas da mesma empresa varejista

da região.

O mês de março de 2004 apresentou vendas normais do estoque com mais de setenta

e cinco dias de idade, nota-se que em abril de 2004 houve um aumento considerável

de estoques adquirido de outras lojas para que pudesse ser verificado a eficiência do

estudo, e se a localização da loja poderia influenciar seu equilíbrio mensal de vendas.

Esse estoque adicional correspondeu a 171% de aumento dos estoques, comparado à

evolução bimestral: bimestre um (bim1) março de 2004 e abril de 2004, bimestre dois

(bim 2) maio de 2004 e junho de 2004, como verificado na Figura 8. Observa-se a

seguir qual a influência que este estoque adicional trará para os resultados das vendas

da Loja Diamante Azul, com relação às demais Lojas da Região.

Este aumento superou até o total da evolução de estoques da Região que foi de

27,10%.

Para uma análise mais apurada se faz necessário comparar a Figura 8 com as Figuras

9 e 10.

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46

A

B C

DE

F

G

HI

J

L

M

Total

DIAMANTE AZUL

-50%

0%

50%

100%

150%

200%

Evolução dos Estoques Linear (Evolução dos Estoques)

171%

27,10%

Figura 8 Evolução dos estoques por bimestre- (bim2) em relação ao (bim1)

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

Em março de 2004 os estoques são normais, ou seja, é base de comparação para o

estudo, sendo que em abril de 2004, foi recebido o estoque adicional. Já em maio de

2004 e junho de 2004, meses observados e aplicados treinamentos com a equipe de

vendas, organização dos estoques na área de vendas, adequação e melhor utilização

dos espaços físicos com alguns ajustes no leiaute, completa revisão e atualização dos

preços dos produtos, organização dos produtos nas áreas de reservas e o foco nesse

tipo de estoque no quesito relacionado a melhoria do giro, as vendas cresceram

77,00%, conforme demonstrado na Figura 10.

No comparativo de participação de estoques entre as Lojas da Região da Figura 9,

verifica-se que das lojas que apresentaram o maior desempenho de vendas, cinqüenta

por cento tiveram a sua participação de estoques em relação ao estoque da região

reduzidos e a outra metade tiveram o maior incremente de estoque registrado entre

as lojas da amostra avaliada, este resultado se deve ao trabalho de gestão dos

estoques, o que permitiu apurar um número adequado no início do período de

estoques com mais de setenta e cinco dias de idade, são elas: Loja J cresceu -

46,00%, Loja C cresceu - 13,00%, Loja I reduziu – 19,86% e Loja D reduziu – 6,17%.

Além da redução dos estoques com mais de setenta e cinco dias de idade da região,

que representou 53,85%, devido o empenho da equipe de vendas.

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47

A comparação em questão foi feita levando-se em consideração o estoque total da

região apresentado em cada mês, e os resultados comentados foram apurados com

base no desempenho dos bimestres um (março de 2004 e abril de 2004) e dois (maio

de 2004 e junho de 2004).

-

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

Estoque 01/03/04 Estoque 01/04/04 Estoque 01/05/04 Estoque 01/06/04

Os

valo

res

indi

cado

s sã

o pe

rcen

tuai

s (

% )

A B C D E F G H I J DIAMANTE AZUL L M

17,64%17,18%

9,06%7,21%

8,21%

8,01%6,35%4,77%

Figura 9 Participação dos estoques das lojas em relação ao estoque da região

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

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Pode-se avaliar na Figura 10 o desempenho em numero de peças vendidas das lojas

e região. Demonstra-se que no mês de maio de 2004, a região obteve um crescimento

de 15,33% em número de peças vendidas dos produtos com mais de setenta e cinco

dias de idade.

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000

mar/04

abr/04

mai/04

jun/04

A B CD E FG H IJ DIAMANTE AZUL LM Total Linear (DIAMANTE AZUL)

3172 peças

1827 peças

17.684 peças

15.333 peças

Crescimento

de 15,33%Crescimento de

73,61%

Figura 10 Vendas em quantidade de peças dos produtos com mais de 75 dias de

idade

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

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A loja que apresentou maior volume de peças vendidas foi a J com 43,72% e

contrariando a tendência a Loja Diamante Azul produziu um resultado de venda

73,61% a mais, motivado pelo trabalho iniciado em 17 de maio de 2004. Pode-se

atribuir este resultado ao comprometimento da equipe que não mediu esforços na

execução da preparação e organização dos estoques e, que com todo engajamento e

motivação conseguiu realizar o resultado positivo.

Os dados representados na Figura 10 foram analisados comparando-se o mês de

maio de 2004 em relação a abril de 2004.

Ao avaliar a Figura 11, pode-se analisar o desempenho da Loja Diamante Azul, que

atingiu 77% a mais em números de peças vendidas dos artigos com mais de setenta e

cinco dias de idade. As lojas que mais se aproximaram foram:

Loja D - 33,56%

Loja J - 38,81%

Entretanto houve algumas com desempenho negativo, sendo as mais significativas:

Loja F - ( -19,05%)

Loja G – ( -17,02%)

A região produziu um total de 12,11% a mais em numero de peças vendidas.

Essencial citar que a loja L que é da mesma empresa varejista e da mesma região,

historicamente produz vendas de artigos com mais de setenta e cinco dias de idade

muito superior a loja Diamante Azul, como se pode observar na figura analisada, as

vendas do bimestre um (bim1) da loja L foi de 6.355 peças e a da Loja Diamante Azul

foi 3.035 peças, a loja L vendeu 109% a mais. Contrariando o histórico, ao analisar o

bimestre dois (bim2) verifica-se que a loja L vendeu 6.147 peças e a Loja Diamante

Azul vendeu 5.372 peças, neste caso apenas 14,42% a mais. Relevante ainda

mencionar que a loja L líder em vendas de artigos com mais de setenta e cinco dias de

idade, teve seu desempenho negativo em 3,27% comparando o (bim2) em relação

ao (bim1). A afirmativa de que a Loja Diamante Azul tem potencial e mercado para

desenvolver e aplicar este tipo de ação é verdadeiro, a Figura 11 demonstra que o

desempenho da Loja Diamante Azul foi de 77,00% a mais em numero de peças

vendidas.

A análise feita na figura 11, compara as vendas bimestralmente em número de peças.

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Figura 11 Desempenho de vendas do número de peças – artigos com mais de 75 dias de idade (bim1) e (bim2)

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

-1000

2000

5000

8000

11000

14000

17000

20000

23000

26000

29000

32000

35000N

umer

o de

peç

as

A B C D E F G H I J DIAMANTE AZUL

L M Total

(bim 1)Vendas março + abril (bim 2)Vendas maio + junho (até dia 21)

+ 77%

+ 12,11%

+ 33,56%

- 19,05%

- 17,02%

+ 38,81%

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A Figura12 demonstra a participação das melhores lojas da Região em estoque,

comparadas mês a mês, e com o total da própria região, apontando que a Loja

Diamante Azul teve melhor desempenho em relação às outras; seus estoques se

elevaram devido a aquisição, e mesmo assim, após a implantação do estudo, seu

desempenho melhorou bastante em relação a ela própria. Os meses de maio de 2004

e junho de 2004 são mais evidentes, pois participaram com 17% de estoque em

relação a região.

Comparando a Loja Diamante Azul com ela própria, podemos afirmar que os seus

estoques de produtos com mais de setenta e cinco dias de idade, ao ser comparado

ao estoque inicial de junho de 2004 com participação de 17,64%, em relação ao

estoque março de 2004 que teve uma participação de 7,21%, registra-se um aumento

de participação em relação ao estoque total da região de 145% nos estoques da Loja

Diamante Azul, contra um crescimento de 27,10% da região em número de peças.

A venda da Loja Diamante Azul no primeiro bimestre foi de 3.035 peças, contra 5.372

peças no segundo bimestre, o que permite afirmar um crescimento de 77,00% nas

vendas da Loja Diamante Azul. A região, por sua vez, produziu uma venda no primeiro

bimestre de 26.442 peças, contra 29.643 peças no segundo bimestre, registrando-se

um crescimento de 12,10% nas vendas da região (Figura 11).

Por outra perspectiva pode-se ainda citar o resultados de vendas obtido pela Loja

Diamante Azul no mês de junho de 2004, onde atingiu o índice de 35,70% em número

de peças vendidas em relação ao seu estoque inicial. A região por sua vez conseguiu

o resultado de 36,63%, o que pode-se tratar como empate em termos de apuração. No

entanto é essencial considerar para efeito de análise que a Loja Diamante Azul teve

sua participação de estoques aumentados em 114,14% ao comparar com o estoque

total da região, tendo como base de comparação (bim2) contra (bim1), o que pode ser

visto na Figura 12. Em numero de peças a Loja Diamante Azul teve uma aumento de

estoques de 171%, contra 27,10% da região (Figura 8).

Possível analisar que o aumento de vendas da Loja Diamante Azul em 77%, contra

12,11% da região, representa 5,35 vezes a mais o desempenho de vendas em relação

a região (figura 11). Da mesma forma ao demonstrar o estoque da Loja Diamante Azul

que aumentou em 171%, contra 27,10% da região, representa 5,30 vezes a mais o

aumento de estoques em relação a região (Figura 8).

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52

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

Estoque 01/03/04 Estoque 01/04/04 Estoque 01/05/04 Estoque 01/06/04

%

C D J DIAMANTE AZUL

7,21% 9,06%

17,18% 17,64%8,13%

17,41%

Figura 12 Participação de estoque das melhores lojas em relação ao estoque da região

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

+ 114,14%

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53

As figuras 13 e 14 demonstram a participação do desempenho de vendas e evolução

dos estoques da Loja Diamante Azul, em relação ao estoque total e venda da região,

comparando a evolução do (bim2) em relação ao (bim1). É possível verificar que

mesmo com a transferência de estoques com mais de setenta e cinco dias de idade

para a Loja Diamante Azul vinda de outras Lojas da empresa, não interferiu no

desempenho das vendas , o estudo aplicado surtiu efeito de 6,64% pontos percentuais

a mais no desempenho de vendas da Loja Diamante Azul e demonstrou que também

a transferência de estoques para Lojas com mercado mais atrativo pode melhorar o

desempenho da região e especificamente das Lojas isoladamente. Vale ressaltar que

ao considerar que a organização já investiu dinheiro em estoques e estes já se

encontram com seus prazos de validade vencidos, demonstra que o estudo em

questão aponta, que mesmo tendo re-trabalho na organização dos produtos, emissão

de notas fiscais e processamentos, fretes e circulação por outras áreas, como centro

de distribuição, os resultados obtidos validam como sendo uma ação positiva a

decisão de transferir produtos com mais de setenta e cinco dias de idade de uma loja

para outra. Nenhuma loja conseguiu no período de estudo aproximar-se da Loja

Diamante Azul em desempenho de numero de peças vendidas, o melhor resultado foi

o da loja J que conseguiu melhorar a sua participação em 2,06% pontos percentuais a

mais comparando desempenho de vendas do (bim2) em relação ao (bim1). Este

resultado embora significativo, seja ainda 4,58% pontos percentuais menor que a

participação de vendas da Loja Diamante Azul em relação ao desempenho da região

ao comparar o (bim2) em relação ao (bim1).

No figura 13 é possível observar que a evolução dos estoques da Loja Diamante Azul

ao comparar o (bim2) em relação ao (bim1) foi de 9,27% pontos percentuais. A

evolução de vendas para o mesmo período comparado foi de 6,64% pontos

percentuais (figura 14). Pode-se questionar que a evolução dos estoques foi superior

a evolução das vendas, no entanto, cabe a argumentação de que estes estoques já

estão com suas validades vencidas e que estrategicamente para a organização é

vantajoso agrupa-los em lojas com potencial de mercado e com condições de aplicar

as ações de gestão de estoques com enfoque comercial, utilizando-se das

ferramentas de gestão.

A aplicação do estudo com resultado positivo é demonstrada na Figura 14.

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0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

%

C D J DIAMANTEAZUL

Bimestre 1(bim1) Bimestre 2(bim2)

17,41%

8,13%

Evolução de 9,27 pontos percentuais

Figura 13 Comparativo de participação de estoque entre as melhores da região

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

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55

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

16,00%

18,00%

20,00%

Bimestre 1(bim1) Bimestre 2(bim2)

11,48%

18,12%Crescimento de 6,64pontos percentuais

Figura 14 Crescimento de vendas do (bim2) em relação ao (bim1)

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

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Um dos maiores desafios de uma organização do ramo varejista é o de manter o giro

de estoque dentro de um nível adequado.

As figuras 15 e 16 demonstram a evolução do giro de estoque obtido pela Loja

Diamante Azul e região da amostra em questão. Na figura 15 pode-se analisar o

desempenho do giro de estoques dos produtos com mais de setenta e cinco dias de

idade e o que se pode constatar é que mesmo com o brutal aumento da participação

de estoque da Loja Diamante Azul em 114,14% em relação ao estoque da região,

contra apenas 27,10% de evolução do número de peças da região, registra-se um

resultado de giro de produtos no mínimo na média da região, o que é possível

classificar como bom em termos de gestão de estoques o desempenho da Loja

Diamante Azul.

Figura 15 Comportamento do giro de estoque

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Região Loja "DIAMANTE AZUL"

Giro

(qu

antid

ade

de e

stoq

ue)

março abril maio junho

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57

A figura 16 mostra a simulação do crescimento da Loja Diamante Azul nos mesmos

patamares do crescimento obtido pela região, ou seja, Loja Diamante Azul cresceu

114,14%, região cresceu 27,10%, gerando uma diferença de 87,04% e pode gerar

questionamentos, uma vez que trata parte da demonstração com “suposições”, por

outro lado é uma visão interessante e o que vale ressaltar é que ao deduzir do estoque

da Loja Diamante Azul os 87,04% que é a exata diferença de sua evolução de

estoques para a região da amostra, a Loja Diamante Azul passa a obter um

desempenho de giro de estoque nos meses de maio de 2004 e junho de 2004,

superior ao já alcançado por ela, se comparado com a região, a saber: março de

2004 – Loja Diamante Azul 0,53 e a região 0,35, abril de 2004 – Loja Diamante Azul

0,58 e a região 0,44, maio de 2004 - Loja Diamante Azul 0,92 e a região 0,42 e junho

de 2004 – Loja Diamante Azul 0,64 e a região 0,29. Finalmente demonstra-se que o

giro de estoque da Loja Diamante Azul obteve melhores desempenhos, e que é viável

para a empresa aplicar ações como a deste estudo, certamente pode se afirmar que

foi aferido ganho de valor na operação de gestão de estoques com enfoque comercial.

Figura 16 Giro de estoque – Simulação levando-se em consideração a evolução

do estoque da região

Fonte: Desenvolvido pelo autor utilizando-se do banco de dados da Loja Diamante Azul

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

Região Loja "DIAMANTE AZUL"

Giro

(qu

antid

ade

de e

stoq

ue)

março abril maio junho

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6 CONCLUSÃO

A aplicabilidade de um projeto de gestão de estoques com enfoque comercial, e com a

utilização das ferramentas que existem na empresa Diamante Azul, em conformidade

com o método proposto, que consiste em dar foco à gestão de estoques em produtos

com mais de setenta e cinco dias de idade é um desafio constante da liderança de

cada loja. Desafios que só são superados com engajamento, dedicação e

perseverança dos colaboradores, que se organizaram com o mais alto espírito de

equipe e realizaram cada uma das etapas do trabalho proposto e com entusiasmo

peculiar de uma equipe que é treinada e desenvolvida conforme planejamento.

Algumas oportunidades surgiram e foram bem aproveitadas, não obstante, outras

foram criadas a partir de uma visão de realizar um trabalho focado, aproveitando os

recursos já existentes, organizando e, gerando através de motivação da equipe, ações

de organização, controle e vendas, que ao final proporcionou um resultado

significativo. O gestor da loja envolveu sua equipe e criou um ambiente muito favorável

à realização de todas as atividades necessárias para o sucesso deste projeto. O

objetivo do trabalho, que, em resumo, foi o de gerar valor à organização e aplicar foco

na gestão dos estoques com mais de setenta e cinco dias de idade, foi atingido.

As ferramentas disponibilizadas pela Loja Diamante Azul, foram utilizadas conforme

proposta do objetivo do trabalho, e verificando que quando se dá foco ao

planejamento, execução e controle com enfoque comercial, é possível obter resultados

ainda mais importantes e consistentes com o mesmo esforço e investimento de tempo.

As considerações relevantes a respeito do período que a loja esteve aplicando o

método proposto foram:

• Quando a equipe estava organizando os produtos na área de reserva, foi

necessário atualizar muitos códigos de produtos e preços que estavam incorretos;

• Havia muitos produtos com mais de setenta e cinco dias de idade, que estavam

misturados na loja com produtos novos;

• Muitos produtos não estavam identificados pelos colaboradores como sendo

produtos vencidos;

• Quando a equipe é motivada a focar a gestão de estoques, os resultados

aparecem;

• Atitudes simples em relação a motivação, gera um grande resultado prático;

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• As reuniões com a equipe sempre tiveram o foco de motivação, as questões de

organização, e adequações da execução vieram em seguida;

• A organização e manutenção dos produtos com mais de setenta e cinco dias de

idade nos setores, foi fundamental para o sucesso do projeto;

• A equipe assumiu o compromisso de dar foco na venda dos produtos com mais de

setenta e cinco dias de idade;

• A equipe esteve todo o tempo estimulada, e o interesse na realização das ações

foi o ponto alto.

Em discussão que foi realizada com o gestor da Loja Diamante Azul, e todas as

lideranças das lojas da região, por unanimidade, validaram o trabalho como um

conjunto de ações que, se bem aplicado, estará gerando ganho de valor para a loja na

individualidade, bem como para a área envolvida e também para a empresa como um

todo. Após a apresentação dos resultados obtidos pela Loja Diamante Azul, as

lideranças das lojas da região concluíram que o trabalho em questão foi positivo e

gerador de valor, com significativa melhoria do giro dos estoques. Observou-se ainda,

nesta discussão, que as lideranças acharam interessante o conjunto de ações, ou

seja, ter o controle dos estoques, mas com o enfoque comercial.

Foi recomendado à empresa alvo do estudo que aplique o modelo de gestão de

estoques para produtos com mais de setenta e cinco dias de idade, nos moldes como

o aplicado na Loja Diamante Azul. Cabe ressaltar que o ambiente para esta

aplicabilidade está perfeito, e podemos destacar os seguintes diferenciais: equipe

motivada e disposta a realizar, ferramentas e tecnologias disponíveis, ambientes com

facilidades de adequação e por fim as lideranças muito motivadas e com espírito de

equipe em alta. Isto tudo, se aplicado conjuntamente, agregará muito valor à

organização e o giro dos estoques apresentará melhor desempenho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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competitiva. São Paulo: Makron Books, 1992. 215 p.

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a maneira de tratar os seus clientes. São Paulo: Pioneira, 1992. 254 p.

ANGELO, Cláudio Felisoni de. Finanças no varejo 2 edição 2000: Cap. 17

Reduzindo as perdas do estoque. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 286 p.

ANGELO, Cláudio Felisoni de. Finanças no varejo 2 edição 2000: Cap. 18 Layout da

loja. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 286 p.

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003. 609 p.

BERRY, Leonard L. & PARASURAMAN, A. Serviços de Marketing - Competindo

através da qualidade. São Paulo: Maltese - Norma, 1992. 212 p.

CORONADO, Osmar. Controladoria no atacado e varejo: 2.7 Característica

operacional das áreas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 338 p.

GRAZZIOTIN, Gilson. A arte do varejo – O pulo do gato está na compra. 3. ed. São

Paulo: Senac São Paulo, 2003. 422 p.

LEVY, Michael e WEITZ, Barton A. Administração de Varejo: Tradução de Érika Suzuki da 3ª edição, 1998 – São Paulo: Atlas, 2000. 312 p.

LIMA, Mauricio Pimenta. Artigos Cel. Rio de Janeiro, Disponível em: <http: //www. Coppead.ufrj.br.2003

MARTINS, Eliseu e ASSAF NETO, Alexandre. Administração Financeira. 1. ed. São

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PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia. 1. ed. São Paulo: Atlas,

2000. 388 p.

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Disponível em: <http://www.varejista.com.br/novo_site>. Acesso em: 17 maio 2004.

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61

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. 1. ed. São Paulo: Pioneira

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VASCONCELOS, Antônio Galvão. Estoques elevados podem fechar portas. Varejista,

São Paulo, 01 outubro 2003. Disponível em: <http://www.varejista.com.br/novo_site>.

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WELSCH, Glenn A. Orçamento Empresarial: Planejamento e controle do lucro; tradução de Antônio Zoratto Sanvicente. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1974. 625 p.

ZEITHAML, Valaire A. How consumer Evaluation Processes Differ between Goods

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ZEITHAML, Valaire, PARASURAMAN, A. e BERRY, Leonard L. Delivering Quality

Service - Balancing Customer Perceptions and Expectations. New York: The Free

Press, 1990. 226 p.

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GLOSSÁRIO

Self-service – Auto-serviço.

E-commerce – Comércio eletrônico.

Core business – Negócio central.

Know-How – Conhecimento sobre determinado assunto.

Plataforma Data Center – Local onde fica armazenado um conjunto de dados

organizados de acordo com uma lógica que permita o

acesso por um computador.

Hardware – Equipamento. São os componentes físicos de um

computador.

Software – Programas, procedimentos, e a documentação relativa a

operação de um sistema de computação.

Mainframe – Computador de grande porte.

Oracle – Banco de dados.

PDVs – Terminal ponto de vendas.

Workstations – Estações de trabalho.

Rede Wan – Mecanismo através do qual computadores podem se

comunicar.

Rede Lan – Rede privada instalada em uma empresa.

CD – Centro de distribuição.

Helpdesk – Área existente em empresas, que possuem pessoas

treinadas para auxiliar os usuários de sistemas em

momentos de dificuldades. Normalmente é uma área de

tecnologia de informação.

Merchandising – Mercadorias. Para este estudo o sentido da palavra é o

de executar o trabalho que envolve mercadorias, obtendo

desempenho adequado nos quesitos de coordenação de

peças, organização e utilização das técnicas existentes

de arrumação de produtos.

Feedback – Retroalimentação. Para este estudo o sentido da palavra

é estabelecer um canal de comunicação com os

colaboradores, dando a oportunidade a todos de

transmitir a sua percepção a respeito das atividades

envolvidas.

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63

On-line – Na linha, relativo ao processamento de uma informação,

onde os dados entram no sistema diretamente em sua

origem.

Leasing – É uma forma de arrendamento, cujo bem financiado fica

alienado a financeira, e após sua quitação, passa a

pertencer ao tomador.

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ANEXO 1- RELATÓRIO OPERACIONAL DE ARTIGO

DIAMANTE AZUL RELATÓRIO OPERACIONAL DE ARTIGO

Referência: ___/2004

Página..: xx

Emissão: __/__/2004 Loja..: _______________________________________________________________

Depto: _______________________________________________________________

Seção: _______________________________________________________________

Artigo Idade (dias)

Entrada no Mapa

Estoque Inicial

Qtde Objetivo

Venda Acumumulada

% Venda

% Venda Sobre ObJetivo

Saldo Estoque

Qte Outras E/S

% Desconto Concedido

Preço Unitário de Venda

Quantidade

Preço Oferta

120700-7 75 01/04/04 125,00 62,50 62,50 100 100 62,50 5,00 9.90

Totais da Seção:...

125,00

62,50

62,50

100

100

62,50

5,00

9,90

Fonte: Loja Diamante Azul

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ANEXO 2- RELATÓRIO OPERACIONAL DE ARTIGOS POR

VENDEDOR

DIAMANTE AZUL

RELATÓRIO OPERACIONAL DE ARTIGOS POR VENDEDOR Página: ________ Estabelecimento : _______ Data:___/___/2004 Vendedor Nível Data Nota Caixa Oper. Artigo Descrição - 75 dias + 75 dias

900-2 C 21/06/04 00550 01 120700-7 Camiseta 1,00

Total da Loja: 1,00 Fonte: Loja Diamante Azul

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ANEXO 3 - CONTROLE DIÁRIO DE VENDAS – RESULTADO OPERACIONAL DE LOJA

DIAMANTE AZUL

Relatório Operacional de Loja – Venda de Artigos com mais de 75 dias de idade

Parâmetros

% de

% até

Artigo

Tipo

OK

Vendas S/Estoque ○ Valor Vendas S/ Objetivo

○ Estoque com mais de setenta e cinco dias de idade

○ Quantidade CANCELA

Desconto * Valores expressos em milhares de reais e ou em quantidade de peças Mês / Ano /

Departamento Estoque Inicial Objetivo

Venda Acumulada

% Venda

% Venda s/ Obj.

Saldo Estoque

Outras E/S

% Desc.

Vestuário 200,00 100,00 100,00 50,00 100,00 100,00 8,23 Totais : Seções

Relatório gerado para consulta diária. Fonte: Loja Diamante Azul

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ANEXO 4 – RELATÓRIO DE GESTÃO DE ESTOQUE POR LOJA

DIAMANTE AZUL RELATÓRIO DE GESTÃO DE ESTOQUE POR LOJA

Emissão: __ / __ / ____ __:__ Pág.: ____ Estoque atualizado até: __ / __/ ____ - Vendas dos últimos ____ dias Loja : _____

Dias Estoque Qtde. Dias

Preço Médio

Artigo/Descrição do produto Estoque Part. % Venda Part.% Venda Mês

Idade Corporativa

Acum. Mês Total Estoque Venda Giro Anual

129614–Cueca Samba Canção 107 29.7 46 26.6 12 26 123 196 149 7.90 7.90 4.6 TOTAL – SANBA CANÇÃO 360 13.9 173 8.8 84 38 110 94 148 11.47 11.60 4.6 TOTAL - CUECAS 2.598 61.4 1.977 55.0 850 43 70 67 112 11.00 10.76 4.7

Fonte: Loja Diamante Azul

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ANEXO 5 – POSIÇÃO DO ESTOQUE DA LOJA

DIAMANTE AZUL POSIÇÃO DO ESTOQUE DA LOJA

Emissão: __/__/2004 Página: ___ Loja: ______________ Estoque : REGIME DE ESTOQUE POR CUSTO MÉDIO COMERCIALIZAÇÃO Data: ______ / 2004 Seção: ________________ Situação: ______________

Artigo/Descrição Estoq.

Rotativo Acum.

Estoq. Anterior

ENTRADAS SAÍDAS Estoque final

Trânsito

Estoque Final +

Rotativo - Trânsito

Valor Venda

Valor Custo

Receb. Outras Transf. Vendas Outras Transf.

067145-Cueca 0,00 36,00 0,00 0,00 0,00 14,00 0,00 0,00 22,00 0,00 22,00 283,80 90,64

Fonte: Loja Diamante Azul

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Autorizo cópia total ou parcial desta obra, apenas para fins de

estudo e pesquisa, sendo expressamente vedado qualquer tipo

de reprodução para fins comerciais sem prévia autorização

específica do autor.

JOSÉ ANGELO DE JESUS DA CRUZ

Taubaté, Setembro de 2004.