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Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

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Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente

Prof. Giácomo Balbinotto NetoPPGE/UFRGS

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IntroduçãoHistoricamente, o mercado de capitais no Brasil desempenhou um papel secundário no atendimento às necessidades financeiras das empresas, já que elas foram atendidas por meio de seus próprios lucros retidos e por fontes de financiamento governamental.

Na década houve significativas transformações na economia brasileira: privatizações, estabilização da economia, abertura do mercado tanto no setor produtivo como no setor financeiro, a globalização se tornou mais intensa.

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Inflação Mensal (%)

-20,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

C

Cruzado

Bresser

Verão

Collor 1

Color 2

Real

IGP-DI mensal de Jan/85 à Abril/97

Inflação Mensal – 1985 a 1997

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IntroduçãoAs empresas fazem face a uma intensa concorrência internacional, que exige delas mais capital para crescerem e se modernizarem e enfrentarem as ameaças competitivas.

O ponto fundamental é que esta demanda por recursos financeiros somente pode ser atendida pelo crescimento e desenvolvimento do mercado de capitais local.

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IntroduçãoO crescimento dos mercados de capitais, resultante da liberalização dos investimentos em portfólio nos países desenvolvidos e emergentes, ampliou o debate, que passou a contemplar também a forma de representação dos interesses dos investidores institucionais nos diversos mercados em que atuam.

Organizações multilaterais como IFC e OCDE passaram a incorporar essa preocupação nas suas políticas de investimento.

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Grau de evolução – Governança Corporativa

Empresas Fechadas de controle familiar

- Pouca informação (mínimo e obrigatório por lei)- Transparência quase inexistente- Geralmente pouco profissionalizadas- Indefinição de limites entre pessoa física e pessoa jurídica - Processo de decisão informal e nem sempre focado em resultado

Empresas capitalizadas por Fundos de Private Equity

- Auditoria independente- Alinhamento interesses acionistas e executivos- Alta qualidade gestão- Conselho atuante- Orçamento e metas aprovadas em Conselho

Empresas Abertas

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O Que é Governança Corporativa?O Que é Governança Corporativa?

“Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital”.

Fonte:CVM – Comissão de Valores MobiliáriosCVM – Comissão de Valores Mobiliários

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Introduçãohttp://www.bovespa.com.br/Empresas/NovoMercadoNiveis/cias_niveisdif_intro.asp

No Brasil, uma parte significativa das companhias abertas já se empenha em oferecer aos seus investidores melhorias nas práticas de governança e de transparência.

A adesão aos "Níveis Diferenciados de Governança Corporativa" da BOVESPA dá maior destaque aos esforços da empresa na melhoria da relação com investidores e eleva o potencial de valorização dos seus ativos.

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Nova Lei das SAs Nova Lei das SAs (10.303/2001)(10.303/2001)

CVMCVM

IBGCIBGC

BOVESPA – Novo MercadoBOVESPA – Novo Mercado

Referências Legais

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Tag-along para companhias constituídas antes da lei

10.303/2001:

A alienação de ações representativas do controle da companhia

somente deve ser contratada sob a condição de que o

adquirente realize oferta pública de aquisição de todas as

demais ações da companhia pelo mesmo preço, independente

de espécie ou classe

Nova Lei das SAs (10.303/2001)Nova Lei das SAs (10.303/2001)

Incentivo ao Incentivo ao tag-along para preferencialistastag-along para preferencialistas

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Nova Lei das SAs (10.303/2001)Nova Lei das SAs (10.303/2001)Incentivo ao Incentivo ao tag-along para preferencialistastag-along para preferencialistas

Tag-along para companhias constituídas após a

lei 10.303/2001:

Os preferencialistas terão pelo menos uma dos

seguintes direitos previstos no estatuto social:

participação no dividendo líquido, dividendo

diferenciado) ou “tag along” ou direito de saída

conjunta.

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As decisões de alta relevância devem ser deliberadas

pela maioria do capital social, cabendo a cada ação um

voto, independente de classe ou espécie:

aprovação de laudo de avaliação de bens que serão incorporados ao capital social

alteração do objeto social

redução do dividendo obrigatório

fusão, cisão ou incorporação

transações relevantes com partes relacionadas

CVMCVMProteção aos acionistas minoritáriosProteção aos acionistas minoritários

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Deve atuar de forma a proteger o patrimônio

da companhia, perseguir a consecução de seu

objeto social e orientar a diretoria a fim de

maximizar o retorno do investimento,

agregando valor ao empreendimento

CVMCVMConselho de AdministraçãoConselho de Administração

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IBGCIBGCPropriedadePropriedade

Cada sócio é um dos proprietários da sociedade, na

proporção de sua respectiva participação no capital

social.

Direito de voto deve ser assegurado a todos os sócios,

independente da espécie ou classe de suas ações/quotas

e na proporção destas vinculação proporcional entre

poder de voto e participação no capital é fundamental

para favorecer alinhamento de interesse entre todos os

sócios.

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Estatuto ou Contrato Social deve prever com clareza

as situações nas quais o sócio terá direito de retirar-

se da sociedade e as condições para qual, que

deverão obedecer a critérios de valor econômico.

IBGCIBGCCondições de saídaCondições de saída

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Introdução

Neste contexto é que a governança corporativa torna-se importante, visto lidar com os problemas de assimetria de informação, buscando maior transparência na obrigatoriedade de divulgação de informações e na proteção dos direitos dos acionistas minoritários.

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Melhorar o desempenho da empresa;

Aumentar a confiança dos investidores;

Facilitar o acesso ao capital.

BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇAAUMENTAM O VALOR DA EMPRESA

Os Objetivos da

Governança Corporativa

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Criação dos Segmentos Diferenciados

Base: Estudo “Desafios e Oportunidades para o Mercado de Capitais Brasileiro”, elaborado em junho de 2000

Causas da atrofia do mercado de capitais no Brasil:

1) necessidade limitada de investimentos (economia fechada) e de recursos (recursos governamentais subsidiados),

2) desinteresse das empresas em abrir o capital (informalidade e predominância de estruturas familiares),

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Criação dos Segmentos Diferenciados

Base: Estudo “Desafios e Oportunidades para o Mercado de Capitais Brasileiro”, elaborado em junho de 2000

Causas da atrofia do mercado de capitais no Brasil:

3) legislação inadequada (regulamentação insuficiente para proteger adequadamente o investidor e garantir os fundamentos da boa governança),

4) falta de liquidez e de densidade do mercado (ciclo vicioso),

5) oferta insuficiente de papéis de qualidade (empresas com boas perspectivas e com práticas de governança corporativa).

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Criação dos Segmentos Diferenciados

Condições para o desenvolvimento do mercado de capitais: estudos (1) relacionam a maior proteção ao acionista minoritário a (i) mercados acionários relativamente maiores; (ii) menor grau de concentração da propriedade de empresas abertas; (iii) maior número de empresas abertas; (iv) maior número de IPOs; (v) maior captação de recursos por intermédio do mercado acionário; e (vi) melhor avaliação das empresas por parte do mercado (investidores tendem a aplicar descontos nas ações devido à falta de transparência e de direitos)

(1) Por exemplo, La Porta et al. (1997), (1998) e (1999)

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Governança Corporativa e “Precificação”

Valor justo (=) valor de mercado

- Transparência - Participação

Governança

- Representação - Remuneração

Valor ajustado ao risco da empresa

Desconto por falta de informação

Desconto por desigualdade de direitos

Valor ajustado ao risco do investidor

(-) desconto pela baixa transparência

(-) desconto pelo desequilíbrio de direitos

Fonte: Seminário Bradesco Templeton

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Governança Corporativae Mercado de Capitais

Governança Corporativa permite o alinhamento de interesses:

Para o investidor: mitigação de riscos;

Para a companhia: redução do custo financeiro e acesso ao capital (“precificação” mais favorável);

Boas práticas de governança corporativa tendem a aumentar o valor das empresas, diante dos novos parâmetros para a avaliação risco x retorno, proporcionando condições mais favoráveis a novas aberturas de capital.

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Criação dos Segmentos Diferenciados

Criação de um mercado específico (segmento diferenciado), pautado por critérios de governança corporativa e regulado por contratos privados entre a BOVESPA e as companhias listadas (auto-regulação).

Concepção dos segmentos diferenciados voltados à proteção dos acionistas minoritários, caracterizados (i) por um conjunto de regras de governança corporativa; (ii) por um fluxo contínuo de informações relevantes (disclosure); e (iii) por mecanismos que permitam aos investidores que seus direitos sejam efetivamente respeitados (enforcement).

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A Governança no Brasil

Em 2001, a BOVESPA cria o Novo Mercado, composto por ações de empresas que se comprometem com as melhores práticas de Governança Corporativa.

O Novo Mercado é dividido em três estágios:

- Nível 1,

- Nível 2 e

- Novo Mercado em si

O que distingue cada nível de estágio é o seu maior comprometimento para com regras específicas de governança.

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A Governança no Brasil

A adesão de uma empresa é voluntária e concretiza-se com a assinatura de um contrato entre a companhia, seus controladores, administradores e a própria BOVESPA.

Foi instituída pela BOVESPA a Câmara de Arbitragem com o objetivo de agilizar a solução de eventuais conflitos societários.

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Iniciativas do Setor Privado:BOVESPA

Novo Mercado Adesão voluntária da empresa;

Equilíbrio dos direitos dos acionistas;

Maior transparência, mais informações ao mercado (disclosure) – dados acurados, registros contábeis fora de dúvida e relatórios entregues nos prazos combinados.

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Segmentos DiferenciadosCaráter Privado e Contratual

Criação dos Níveis 1, 2 e do Novo Mercado, em dezembro de 2000, consistiu numa alternativa de âmbito privado para o aperfeiçoamento do mercado acionário.

Em 2005, foi criado o BOVESPA MAIS, mercado de balcão organizado, baseado no Novo Mercado e destinado a empresas que pretendam acessar o mercado de forma gradual.

Adesão das companhias às regras é voluntária (base contratual): companhias assumem compromissos e a BOVESPA fiscaliza o seu cumprimento.

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Segmentos DiferenciadosEstrutura

Requisitos de governança corporativa adicionais aos exigidos pela regulamentação

Trinômio: dispersão acionária (liquidez e potencial de representação no Conselho de Administração), transparência (fornecimento de informações para acompanhamento e fiscalização) e eqüidade (maior equilíbrio de direitos entre os acionistas)

Mecanismo de enforcement: aplicação de multas e sanções e solução de controvérsias por meio de arbitragem

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As Questões de Governança Corporativa no Brasil

No Brasil, a principal fonte de conflito decorre do relacionamento entre os acionistas controladores e minoritários.

A estrutura de controle brasileira, altamente concentrada e a falta de proteção aos direitos dos acionistas minoritários estão por detrás dos problemas mais relevantes de governança.

[cf. Silvia Valadares (2002 a, b) e Okimura (2003)]

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Controle acionário da maioria das empresas é familiar ou exercido por um grupo regido por acordo de acionistas.

Normalmente, os controladores fazem parte da diretoria ou, no mínimo, do Conselho de Administração, exercendo interferência direta nas ações da diretoria.

As Questões de Governança Corporativa no Brasil

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As Questões de Governança Corporativa no Brasil

Não temos acionistas ausentes (embora tenhamos outro tipo de problema em função desta estrutura, principalmente a limitação ao crescimento das empresas).

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Como Lidar com os Problemas de Governança Corporativa

- Alteração na Lei das S.A (2001)

- Alteração na Lei do Mercado de Valores

- Introdução do Novo Mercado e Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa (dez/2000)

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Estrutura Acionária e Mercado para o Controle Corporativo

- mais de 60% das empresas de capital aberto contam com um único acionista que controla mais de 50% das ações com direito a voto e, em média, detém 70% do total do capital votante.

- isto implica que existe um espaço bastante limitado para tomadas de controlo hostis. Assim, a disciplina de administração imposta por tais mecanismos não é um aspecto relevante do mercado para o controle de empresas no Brasil.

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Altas taxas de juros deslocando a poupança para o segmento de renda fixa - necessidade de financiamento do setor público;

Obstáculos culturais – imagem do mercado;

Inexistência de incentivos ficais para empresas e investidores;

Modelo de privatização que não favoreceu a pulverização das ações;

Globalização - tendência do mercado de procurar os grandes centros de liquidez.

Obstáculos ao Desenvolvimento do Mercado de Ações no Brasil

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Empresas Listadas no Bovespa

Listagem Tradicional (cumpre a lei)

Nível 1 de Governança Corporativa (mais transparência)

Nível 2 de Governança Corporativa (mais transparência + direitos para os acionistas)

Novo Mercado (só ações ordinárias)

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Níveis de Governança Corporativa no Brasil - Bovespa

Mercado Tradicional

Nível 1 Nível 2 Novo Mercado

Atender a Regulamentação

Adicionalmente, atender

requisitos de transparência

Adicionalmente, atender requisitos

societários

Ter apenas ações

ordinárias

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Níveis de Governança Corporativa no Brasil - Bovespa

A BOVESPA define como um conjunto de normas de conduta para empresas, administradores e controladores consideradas importantes para uma boa valorização das ações e outros ativos emitidos pela companhia.

A adesão a essas práticas distingue a companhia como Nível 1 ou Nível 2, dependendo do grau de compromisso assumido pela empresa.

Todas essas regras estão consolidadas em um Regulamento de Listagem, cuja adesão é voluntária. Os compromissos assumidos pela companhia, seus controladores e seus administradores são firmados em contrato entre essas partes e a BOVESPA.

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Níveis de Governança Corporativa no Brasil - Bovespa

As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Assim, as principais práticas agrupadas no Nível 1 são:

Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% do capital;

Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;

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Níveis de Governança Corporativa no Brasil - Bovespa

Melhoria nas informações prestadas trimestralmente, entre as quais a exigência de consolidação das demonstrações contábeis e de revisão especial de auditoria;

Informar negociações de ativos e derivativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa;

Disponibilização de um calendário anual de eventos corporativos; Apresentação das demonstrações do fluxo de caixa.

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Níveis de Governança Corporativa no Brasil - Bovespa

Para a classificação como Companhia Nível 2, além da aceitação das obrigações contidas no Nível 1, a empresa e seus controladores adotam um conjunto bem mais amplo de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários. Resumidamente, os critérios de listagem de Companhias Nível 2 são:

Conselho de Administração com mínimo de cinco membros e mandato unificado de um ano;

Disponibilização de balanço anual seguindo as normas do US GAAP ou IFRS;

Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 70% deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along);

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Níveis de Governança Corporativa no Brasil - Bovespa

Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, como transformação, incorporação, cisão e fusão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que sejam deliberados em assembléia geral;

Obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste Nível;

Adesão à Câmara de Arbitragem para resolução de conflitos societários.

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Entrada nos níveis mais elevados de Governança

Corporativa

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Próximas OfertasNOVO MERCADONOVO MERCADO

Lojas RennerOfertas Primária e Secundária

Adesão de companhias já listadas:

Ofertas Iniciais (IPOs):

OHLOfertas Primária e Secundária

EDPOfertas Primária e Secundária

Nossa CaixaOferta Secundária

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Situação atualParticipação dos Segmentos Participação dos Segmentos EspeciaisEspeciais

14,4%

23,3% 24,5%

33,8% 44,0%

2001 2002 2003 2004 mai/ 05

19 29 36 5247

Volume Negociado

número de empresas

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Situação atualParticipação dos Segmentos Participação dos Segmentos EspeciaisEspeciais

15,9%

24,0%28,0%

35,4% 46,8%

2001 2002 2003 2004 mai/ 05

número de empresas

19 29 36 5247

Número de Negócios

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Situação atualParticipação dos Segmentos Participação dos Segmentos EspeciaisEspeciais

19,1%23,3%

35,0% 39,1% 40,9%

2001 2002 2003 2004 mai/ 05

Capitalização de Mercado

número de empresas

19 29 36 5247

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Segmentos DiferenciadosRegras Incrementais

Mercado Tradiciona

lNível 1 Nível 2

Novo Mercad

o

Atender à regulamentaçã

o

Mercado Tradicional + requisitos de

dispersão acionária e

transparência

Nível 1 + requisitos

societários e arbitragem

Nível 2 + ações

ordinárias exclusivame

nte

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O prêmio de governança corporativa

O fato de que o mercado está disposto a pagar um “prêmio de governança” sobre o preço das ações parece estar relacionado ao menor risco de crédito associado a essas empresas.

Isto seria devido a que a governança corporativa, ao propiciar a redução da assimetria de informação existente entre as empresas e os gentes envolvidos, tende a provocar a redução no custo de capital.

[cf. Vieira & Mendes (2004,p.117)]

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PRINCIPAIS PONTOS CRÍTICOS PARA O

EXERCÍCIO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA

E DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

CÓDIGO BRASILEIRO DAS MELHORES PRÁTICAS DE

GOVERNANÇA CORPORATIVA

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:

a) Transparência (disclosure)

b) Eqüidade (fairness)

c) Prestação de Contas (accountability)

d) Cumprimento das Leis (compliance)

e) Ética

GOVERNANÇA CORPORATIVA

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04/11/23 PROF. GIACOMO BALBINOTTO NETO [V.2004]

PropriedadePropriedade

Uma ação/um votoUma ação/um voto

Esse princípio deve valer para todos os tipos de sociedades.

As empresas que contemplam a abertura de capital devem pensar exclusivamente em ações ordinárias.

As empresas com capital já aberto, com ações ordinárias e preferenciais, devem pensar em converter estas em ordinárias, ou, se houver dificuldades intransponíveis, em conceder às preferenciais voto restrito aos assuntos de interesse direto dos preferencialistas..

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04/11/23 PROF. GIACOMO BALBINOTTO NETO [V.2004]

PropriedadePropriedade

Mudança no controle da empresa

Tendo em vista que a maioria das empresas brasileiras tem um controlador ou um grupo controlador, a compra do controle ou o fechamento do capital são, na atualidade, dois dos problemas mais críticos da governança corporativa no Brasil.

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04/11/23 PROF. GIACOMO BALBINOTTO NETO [V.2004]

PropriedadePropriedade

Opção de venda dos minoritários (tag along)

A transferência do controle deve ser feita a preço transparente.

As vendas das participações dos minoritários e/ou preferencialistas devem ser feitas nas bases previstas no estatuto, que deve ter as condições de venda bem definidas.

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04/11/23 PROF. GIACOMO BALBINOTTO NETO [V.2004]

PropriedadePropriedade

Fechamento de capital

Um controlador ou grupo de controle que queira obter 100% do capital e proceder ao fechamento do capital da empresa deve informar os demais acionistas de suas intenções.

Para companhias fechadas ou limitadas devem também valer sempre que possível, os mesmos princípios.

O controlador não deve valer-se de sua posição de único comprador para deprimir o preço de aquisição.

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

Conselho de Administração - representando a propriedade

Independentemente de sua forma societária e de ser aberta ou fechada, a empresa deve ter conselho de administração.

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

Missão do Conselho de Administração

A missão do Conselho de Administração é proteger o

patrimônio e maximizar o retorno do investimento dos

proprietários, agregando valor ao empreendimento.

O Conselho de Administração deve zelar pela

manutenção dos valores da empresa, crenças e

propósitos dos proprietários, discutidos, aprovados e

revistos em reunião do Conselho de Administração.

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

Conselheiros internos e externos

Há três classes de conselheiros:- Independentes

- Externos (conselheiros que não trabalham na empresa, mas não são independentes)

- Internos (conselheiros que são diretores ou empregados da empresa)

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O conselho fiscaliza a gestão dos diretores.

Fiscalizar a si mesmo é uma situação típica

de conflito de interesses.

Por conseguinte, deve-se evitar acumulação

de cargos entre conselheiros e diretores.

Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

A maioria do conselho deve ser formada de

conselheiros independentes.

O conselho, como um todo, deve reunir

diversidade de conhecimentos e experiências.

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração2.16. Conselheiro independente

A definição de independência é:

- Não ter qualquer vínculo com a empresa, exceto eventual participação de capital

- Não ter sido empregado da empresa ou de alguma de suas subsidiárias

-Não estar oferecendo serviço ou produto à empresa

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

- Não ser empregado de entidade que esteja oferecendo serviço ou produto à empresa

- Não ser cônjuge ou parente até segundo grau de algum diretor ou gerente da empresa;

- Não receber outra remuneração da empresa além dos honorários de conselheiro e eventuais dividendos (se for também proprietário)

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Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

O conselho da empresa deve ser formado, em sua maioria, por conselheiros independentes.

O conselheiro deve trabalhar para o bem da empresa e, por conseguinte, de todos os acionistas.

O conselheiro deve buscar a máxima independência possível em relação ao acionista, grupo acionário ou parte interessada que o tenha indicado ou eleito para o cargo, consciente de que, uma vez eleito, sua responsabilidade refere-se ao conjunto de todos os proprietários.

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63

Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

Presidente do conselho e presidente da diretoria

Deve-se buscar a separação dos cargos do presidente

do conselho e do presidente da diretoria (executivo

principal - CEO).

A lógica é a mesma do caso de evitar conselheiros

internos. O conselho fiscaliza a gestão dos diretores.

Por conseguinte, o presidente do conselho não deve

ser também presidente da diretoria.

Page 64: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

64

Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

Liderança independente do conselho

No caso em que o presidente do conselho e o

presidente da diretoria sejam a mesma pessoa, é

importante que o conselho tenha um membro de peso,

respeitado por seus colegas e pela comunidade

empresarial em geral, que possa servir como um

contrapeso ao poder da pessoa que é presidente do

conselho e da diretoria.

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65

Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

Relacionamento com o executivo principal (CEO)

e a diretoria

O Conselho de administração elege e destitui o

executivo principal (CEO) e fixa sua remuneração.O

conselho decide sobre a proposta de eleição de

diretores apresentada pelo executivo principal (CEO).

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66

Gestão – executivoGestão – executivo principal (CEO) e diretoria principal (CEO) e diretoria

Transparência (disclosure)Transparência (disclosure)

O executivo principal (CEO) deve prestar todas

as informações de real interesse, obrigatórias

ou espontâneas, para os proprietários e para

todas as partes interessadas.

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67

Relatório Anual

Código das Melhores Práticas de Código das Melhores Práticas de Governança CorporativaGovernança Corporativa

O relatório anual deve conter uma

declaração a respeito de quais práticas

de governança corporativa são cumpridas

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68

Transparência

Transparência Transparência

As informações da empresa devem ser As informações da empresa devem ser

equilibradas, abordando tanto aspectos equilibradas, abordando tanto aspectos

positivos quanto negativos, para positivos quanto negativos, para

facilitar ao leitor a correta avaliação da facilitar ao leitor a correta avaliação da

empresa. empresa.

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69

Código de ÉticaCódigo de Ética

A diretoria deve desenvolver um código A diretoria deve desenvolver um código

de ética a ser aprovado pelo conselho de de ética a ser aprovado pelo conselho de

administração.administração.

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70

Relacionamento com a partes interessadas (stakeholders)

As partes interessadas são normalmente empregados, clientes, fornecedores, bancos, governos, organizações ambientais, organizações não governamentais, entre outros.

O executivo principal (CEO) e a diretoria devem satisfação a elas e são responsáveis pelo relacionamento com as partes interessadas.

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Direito & Finanças: O Caso do Brasil

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72

Mercados Financeiros mais TransparentesMercados Financeiros mais Desenvolvidos

A predição fundamental da abordagem legal das finanças é que a proteção aos investidores, sejam eles acionistas ou credores, encoraja o desenvolvimento dos mercados financeiros. Quando os investidores são protegidos da expropriação, eles tendem a pagar mais por ações, tornado mais atrativo para os empresários emitir ações.

Isto se aplica também aos credores. O direito dos credores encoraja o desenvolvimento de empréstimos. Países que protegem melhor seus credores, tem um mercado de crédito maior.

[cf. La Porta (2000,p. 15)]

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73

A Pirâmide Legal do Sistema Financeiro[cf. Beim & Calomiris (2001, p. 152)]

Regras básicas do cumprimento das leis prevalecem: pouca corrupção. Direitos de propriedade bem definidos, contratos

facilmente feitos cumprir

Proteção anti-fraude

Proteção de minoritários

Padrões de informação

Capacidade de manter e dividir as garantias; leis de falência

Regulação financeira

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74

Law & Finance[La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)]

La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998,p.1114) destacam que os direitos relacionados as ações tornam-se críticos quando os administradores das firmas agem em seu próprio interesse [ou seja, quando o problema de agência for significativo].

Tais direitos dariam aos investidores o poder de extrair dos administradores os retornos sobre seus investimentos.

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75

Civil Law é o Sistema Adotado no Brasil

- os códigos como sistemas fechados;

- as cortes não têm o poder de revisar as decisões executivas ou legislativas;

- distinção entre direito público vs. direito privado;

- é assumido que os juízes não fazem as leis;- importância da doutrina

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76

http://www.droitcivil.uottawa.ca/world-legal-systems/eng-monde.html

http://www.droitcivil.uottawa.ca/world-legal-systems/eng-tableau.html#B

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77

O Direito dos Acionistas

1 - uma ação, um voto;2 - procuração pelo correio;3 - ações não bloqueadas antes das assembléias;4 - representação proporcional;5 - Minoria oprimida;6 - direito de subscrever novas emissões;7 - percentual do capital necessária para convocar uma nova assembléia;8 - índice de direitos anti-controlador;9 - dividendos obrigatórios;

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78

O Direito dos Acionistas[La Porta et. Al (1998)]

Item Brasil EUA Alemanha Japão Chile

Procuração pelo correio 0 1 0 0 0

Ações não bloqueadas antes da assembléia

1 1 0 1 1

Minoria oprimida 0 1 0 1 1

Direito de subscrever novas emissões

1 0 0 0 1

% do capital para convocar assembléia extraordinária

0,05 0,10 0,05 0,03 0,10

Índice de direitos anticontrolador

3 5 1 4 5

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79

O Direito dos Credores [La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)]

O problema da proteção dos credores diz respeito ao comprometimento da firma com relação a certos fluxos de caixa sobre a firma. O principal problema aqui é o de especificar o comprometimento com relação a certos fluxos de caixa.

Deste modo o problema com relação aos direitos dos credores é o de especificar o que acontece quando as dívidas não são pagas.

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80

O Direito dos Credores [La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)]

1- cerceamento do direito a firma de reter ativos quando da concordata;

2- senioridade dos credores assegurada em casos de falência;

3- restrições para entrar em concordata;

4- interventor em caso de concordata

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81

Países Índice Países Índice

Suécia 83 Alemanha 62

Reino Unido 78 Coréia 62

Cingapura 78 Dinamarca 62

Finlândia 77 Itália 62

Malásia 76 Bélgica 61

Austrália 75 México 60

Canadá 74 Nigéria 59

Noruega 74 Índia 57

Estados Unidos 71 Grécia 55

África do Sul 70 Áustria 54

Nova Zelândia 70 Brasil 54

França 69 Chile 52

Hong Kong 69 Turquia 51

Suíça 68 Colômbia 50

Filipinas 65 Argentina 45

Formosa 65 Venezuela 40

Japão 65 Peru 38

Espanha 64 Portugal 36

Holanda 64 Uruguai 31

Israel 64 Egito 24

Tailândia 64

Fonte: La Porta, Lopes-de-Silanes & Shleifer (1998)

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82

Rule of Law [La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)]

1- Eficiência do sistema judiciário;2- Rule of Law;3- Corrupção;4- Risco de expropriação;5- Risco de repúdio dos contratos;6- Padrão contábil.

Page 83: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

83

Rule of Law [La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)]

País Eficiência do Sistema

Judiciário

Rule of Law Corrupção Risco de Expropriação

Risco de Repúdio

contratual

Austrália 10,00 10,00 8,52 9,27 8,71

Canadá 9,25 10,00 10,00 9367 8,96

Hong Kong 10,00 8,22 8,52 8,29 8,82

Reino Unido 10,00 8,57 9,10 9,71 9,63

EUA 10,00 10,00 8,63 9,98 9,00

Argentina 6,00 5,35 6,02 5,91 4,91

Brasil 5,75 6,32 6,32 7,62 6,30

França 8,00 8,98 9,05 9,65 9,19

Itália 6,75 8,33 6,13 9,35 9,17

Coréia do Sul 6,00 5,35 5,30 8,31 8,59

Alemanha 9,00 9,23 8,93 9,90 9,77

Japão 10,00 8,98 8,52 9,67 9,69

Finlândia 10,00 10,00 10,00 9,67 9,15

Suécia 10,00 10,00 10,00 9,40 9,58

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84

Qualidade Percebida das Instituições PúblicasFonte: World Economic Forum (2004)

BRASIL EUA Alemanha Argentina México

Índice de Leis e Contratos

4,03 5,28 5,89 2,59 3,60

Proteção legal dos acionistas minoritários (1)

4,50 6,1 6,10 3,7 4,50

Padrões contábeis e de auditoria (2)

5,00 6,1 6,10 3,7 4,50

Efetividade da lei de falências (3)

4,30 6,3 6,50 3,7 4,40

Regulação das trocas (4)

5,20 5,8 6,20 4,8 5,30

Prevalência de fusões e aquisições (5)

3,7 6,1 4,90 3,5 3,40

Média (2) – (6) 4,54 6,08 5,96 3,88 4,42

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85

Qualidade Percebida da Governança ao nível de firmas - Fonte: World Economic Forum (2004)

BRASIL EUA Alemanha Argentina México

Eficácia dos Conselhos de Administração (1)

4,4 5,6 5,4 4,4 4,4

Comportamento Ético das Firmas (2)

4,7 5,8 6 3,8 4,2

Confiança na Administração Profissional (3)

5,3 6,2 6,1 4,6 4,3

Média (1) – (3) 4,8 5,87 5,83 4,27 4,30

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86

Doing Business 2004

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87

Competitividade & InstituiçõesFonte: Doing Business 2004

País Iniciar um novo negócio

Número de dias Número de procedimentos

EUA 5 5

Inglaterra 18 6

Brasil 152 17

Argentina 32 15

México 58 8

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88

Competitividade & InstituiçõesFonte: Doing Business 2004

Iniciar um négócio

Indicador Brasil Média Regional OECD

Número de procedimentos

17 11 6

Tempo (Dias) 152 70 25

Custo (% da renda per capita)

11,7 60,4 8

Capital Min. (% da renda per capita)

0,0 28,9 44,1

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89

Competitividade & Instituições Fonte: Doing Business 2004

País Cumprimento de um contrato [enforcing a contract]

Dias Procedimentos

EUA 250 17

Inglaterra 288 14

Brasil 566 25

Argentina 520 33

México 421 37

Page 90: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

90

Competitividade & Instituições Fonte: Doing Business 2004

País Registro da Propriedade

Dias Procedimentos

EUA 12 4

Inglaterra 21 2

Brasil 42 14

Argentina 44 5

México 74 5

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91

Competitividade & Instituições Fonte: Doing Business 2004

País Índice de Dificuldade de Contratação

Índice de Rigidez de horas

Índice de dificuldade de demissão

Índice de rigidez de emprego

Custo de demissão [em semanas]

EUA 0 0 10 3 8

Inglaterra 11 40 10 20 25

Brasil 67 80 70 72 165

Argentina 44 80 30 51 94

México 67 60 90 72 83

Page 92: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

92

Competitividade & Instituições Fonte: Doing Business 2004

País Resolução da Insolvência

EUA 3,0

Inglaterra 1,0

Brasil 10,0

Argentina 2,8

México 1,8

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93

Complexidade Judicial e Corrupção

Page 94: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

04/11/23

16

18%

20%

22%

24%

26%

28%

30%

0Anglo-saxão

USUK

Europa Continental

Italy

Switzerland

GermanyFranceSpain

America Latina

ChileArgentinaMexico

Brazil

Columbia

Venezuela

Taiwan

Asia

Japan

Indonesia

Korea

ThailandMalaysia

Source:McKinsey Investor Opinion Survey 1999/2000

Greece

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95

IGC x IBOVESPA x IBRX 50Performance Comparada

mar/06 2006 desde 26/06/01IGC -2,31% 15,86% 324%

IBOVESPA -1,71% 13,44% 161%

IBRX50 -2,82% 13,58% 245%

4.238

3.455

2.614

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

IGC

IBOVESPA

IBRX 50

Page 96: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

96

IGC x Ibovespa - Performance Comparadahttp://www.acionista.com.br/governanca/cotacoes.htm

Page 97: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

97

Características da Governança Corporativa no Brasil

- estrutura de propriedade com forte concentração das ações com direito a voto (ordinárias) e alto índice de ações sem direito a voto (preferenciais);

- empresas com controle familiar ou compartilhado por alguns poucos investidores alinhados por meio de acordo de acionistas para resolução das questões relevantes;

- presença de acionistas minoritários pouco ativos;

Page 98: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

98

Características da Governança Corporativa no Brasil

- alta sobreposição entre propriedade e gestão, com membros do conselho representando os interesses dos acionistas controladores;

- Pouca clareza na divisão dos papéis entre conselho e diretoria, principalmente nas empresas familiares;

- escassez de conselheiros profissionais no conselho de administração;

- Remuneração dos conselheiros como fator pouco relevante;

- Estrutura informal do conselho de administração, com ausência de comitês para tratamento de questões específicas, como auditoria e sucessão;

Page 99: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

99

Características da Governança Corporativa no Brasil

- há um elevado índice de emissão de ações sem direito a voto (preferenciais). Segundo o estudo de Leal (2002, p.10), cerca de 11% das companhias abertas não adotam esta estratégia, que compromete, em média, 46% do capital total das companhias abertas.

A principal implicação disto é que há uma separação entre a propriedade e o controle, permitindo que o acionista majoritário mantenham o controle com uma participação menor no capital da empresa e, conseqüentemente, aumentando o incentivo para a expropriação dos acionistas minoritários.

Page 100: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

O CASO GERDAU

Page 101: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

“Ser reconhecido pelo esforço de

divulgação de informações ao mercado,

pela transparência, seriedade,

lucratividade, solidez e segurança”

02

Fonte: Objetivo no Balance Scorecard do Grupo

O Grupo Gerdau busca ...

Page 102: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

102

Estratégias de ComunicaçãoAgentes Reguladores do Mercado

PRINCIPAIS PRODUTOS/ DOCUMENTOS PRODUZIDOS PARA ATENDER EXIGÊNCIAS LEGAIS

PRODUTO PERIODICIDADE PRAZO

Demonstrações contábeis Anual 90 dias

Informações relevantes Trimestral 45 dias

ITRs (arquivo CVM) Trimestral 45 dias

IAN (arquivo CVM) Anual 150 dias

DFP (arquivo CVM) Anual 90 dias

Form 20-F (arquivo SEC) Anual 180 dias

Posições de debêntures Trimestral 15 dias

Pagamento de dividendos Trimestral -15 dias

Relatório Instrução CVM 358 Mensal 10 dias

Relatório Nível 1 Bovespa Mensal 10 dias

Apresentação Pública com Analistas Anual -

06

Page 103: Governança Corporativa: A Experiência Brasileira Recente Prof. Giácomo Balbinotto Neto PPGE/UFRGS

103

205 VISITAS ( recebidas e realizadas)

Brasil: 32

Exterior: 173

55 INSTITUIÇÕES QUE COBREM GERDAU

Buy-Side: 27

Sell-Side: 28

24 APRESENTAÇÕES INSTITUCIONAIS

Exterior: 8

Brasil: 16

08 TELECONFERÊNCIAS

Audiência: 244 (por telefone)

Website: 260 (webcasting)

Replay: 137 (website)

ATENDIMENTOS E CONSULTAS

Telefonemas (consultas)

7.331

E-mails (consultas)

6.121

Tempo médio de resposta

1 dia

E-mails de alerta disparados (website)

195.229

E-mails disparados para o mercado

25.860

RI em Números - 2003

PÚBLICO CADASTRADOTotal de Acionistas: aproximadamente 72 mil

Registros voluntários no site: 6.000 endereços (acionistas e público em geral)

Registros específicos: 1.000 (analistas e investidores)08

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104

Resultados da Estratégia deComunicação

09

Aumento na liquidez das ações

Incremento no número de negócios

Aumento do volume negociado

Públicos diferentes acessando informações específicas

Maior número de analistas (sell-side e buy-side) cobrindo as

ações do Grupo

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105

Estratégias Complementares

10

Cotações unitárias

Bonificações em ações

Política de dividendos crescentes

Pagamentos trimestrais de dividendos

Entrada no Latibex

Adesão ao Nível 1 de Governança Corporativa

Registro dos ADRs na Bolsa de Nova York

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106

Fonte: Economática – Base 100

Período: 04.01.1999 a 04.06.2004

Ajustado por proventos11

Resultado das Estratégias AdotadasPerformance das Ações – em US$

PERFORMANCEJANEIRO 99 - JUNHO 04

GGBR4 = 920%GOAU4 = 967%

IBOVESPA = 10%DOW JONES = 12%

BONI 100%30.04.03R$ 15,78

-

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

jan-99 jan-00 jan-01 jan-02 jan-03 jan-04

ADR NÍVEL 2 GGB

na NYSE10.03.99

Adesão Nível 1 Bovespa

GGBR26.06.01

CotaçõesUnitárias

GGBR/GOAU30.04.03

Split 100%GGBR/GOAU

17.04.00 GGBR noLatibex

02.12.02Adesão

Nível 1 BovespaGOAU

25.06.03

Boni 30%GGBR

30.04.03

Boni 100%GOAU

30.04.03

Boni 30%Split 70%

GOAU30.04.04

Boni 100%GGBR

29.04.04

Gerdau S.A.

Metalúrgica Gerdau S.A.

Ibovespa

Pgto.Trimestral de Dividendos31.03.03

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107

Fonte: EconomáticaData Base: 04.06.2004Ajustado por Proventos

EUA (NYSE)

Gerdau S.A.

Metalúrgica Gerdau S.A.

Ibovespa

Gerdau S.A. - ADR

Dow Jones

1 ano 3 anos 5 anos

DOW+13%

DOW-7%

DOW-5%

GGB+260%

GGB+293%

GGB+107%

Resultado das Estratégias AdotadasValorização das Ações - em US$

12

1 ano 3 anos 5 anos 10 anos

GGBR4+117%

GGBR4+390%

GGBR4+394%

GOAU4+141%

GOAU+659%GOAU4

+565%

IBOV+34%

IBOV-2%

IBOV-1%

IBOV+66%

GGBR4+1.170%

GOAU+867%

BRASIL (Bovespa)

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108

Sites Recomendadoshttp://www.acionista.com.br/governanca/cotacoes.htm

http://www.novomercadobovespa.com.br/

http://www.gerdau.com.br/relatoriogerdau/2004/port/governanca.asp

http://www.kornferry.com.br/pt/informacao/artigos_360.asp

http://www.randon.com.br/home_Empresas.asp

http://www.weg.com.br/index.htm

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Giácomo Balbinotto Neto

PPGE/UFRGS

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