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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Edition nº 296 | Série II, du 08 février 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais PUB Morreu Joaquim Pires, professor de língua e cultura portuguesa na associação APCS de Pontault-Combault 05 Joaquim Pires PUB Nantes. A Mairie de Nantes promete dis- ponibilizar um outro local para instalar a antena do Consulado Geral de Portugal em Paris. 04 Música. Tony Carreira vai lançar esta semana o terceiro álbum para o mercado francês intitulado “Le coeur des femmes”. 09 CFA. O Lusitanos de Saint Maur ganhou ao Boulogne-Billancourt e isola-se no co- mando do Campeonato CFA de futebol. 20 PSG. O internacional português, ex-Benfica, Gonçalo Guedes, joga agora no PSD e espera ter o apoio dos Portugueses de França. 21 Quinteto formado pelo músico algarvio radicado em Paris Júlia Rodriguez 07 Marco Martins Quintet edita álbum “Roadbook”

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FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Edition nº 296 | Série II, du 08 février 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais

PUB

Morreu Joaquim Pires, professorde língua e cultura portuguesa na associação APCS de Pontault-Combault

05

Joaquim Pires

PUB

Nantes. A Mairie de Nantes promete dis-ponibilizar um outro local para instalar a antenado Consulado Geral de Portugal em Paris.

04 Música. Tony Carreira vai lançar estasemana o terceiro álbum para o mercadofrancês intitulado “Le coeur des femmes”.

09

CFA. O Lusitanos de Saint Maur ganhouao Boulogne-Billancourt e isola-se no co-mando do Campeonato CFA de futebol.

20 PSG. O internacional português, ex-Benfica,Gonçalo Guedes, joga agora no PSD e esperater o apoio dos Portugueses de França.

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Quinteto formado pelo músico algarvio radicado em ParisJúlia Rodriguez

07

Marco Martins Quintetedita álbum “Roadbook”

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02 OPINIÃO Le 08 février 2017

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LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, CindyPeixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira,Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie deOliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenuede la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: février 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Desde que o XXI Governo assumiufunções pude trabalhar, juntamentecom a Direção Geral dos AssuntosConsulares e das Comunidades Portu-guesas (DGACCP) e o Gabinete deEmergência Consular (GEC), no acom-panhamento próximo dos Portuguesesque têm vivido situações de grave pe-rigo e sentido ter as suas vidas amea-çadas por acontecimentos de caráterextraordinário. Nestes acontecimentosestão os atentados terroristas, os aci-dentes rodoviários, ferroviários, deaviação, homicídios, raptos, sismos,naufrágios, tiroteios, vandalismo,doenças ou mortes súbitas, explosões,ondas de violência, tentativas ou gol-pes de Estado. Em 2016 tivemos 85ocorrências desta natureza em 39 paí-ses de todos os continentes. Destesacontecimentos com caráter extraordi-nário resultaram 40 Portugueses mor-tos, 31 feridos graves e 3 detidos.Contudo, além dessas ocorrências ex-traordinárias, os serviços consulares,diplomáticos e, muito particular-mente, o GEC (Gabinete de Emergên-

cia Consular), recebem diariamentepedidos de informação e de apoio degrande diversidade e complexidade,provenientes de todo o mundo. Esta-mos a falar de uma média mensal demil pedidos de apoio/esclarecimento,via telefone e e-mail, sobre o paradeirode familiares, perda e/ou roubo de do-cumentos de identificação e de via-gem, até à falta de recursos para podergarantir o regresso seguro a Portugal.Este é um trabalho quotidiano de umaequipa de funcionários que, todos osdias, 24 sobre 24 horas, se entrega aoapoio e proteção consulares e a quemé merecido público reconhecimento.Ao longo deste último ano pude serconfrontado com duas questões muitopráticas: a de saber se há Portuguesesnessas regiões onde ocorrem os acon-tecimentos de caráter extraordináriose sobre o modo mais eficaz de lhesprestar o apoio das autoridades nacio-nais e/ou mobilizar o apoio das autori-dades dos países de acolhimento.Ora, como é do domínio público, mui-tos dos Portugueses, lusodescenden-

tes e cidadãos com dupla-nacionali-dade, têm hoje uma vida em mobili-dade, por razões de estudo, de inves-tigação, de trabalho ou turismo.Muitos deles, pela natureza da suadeslocação, não promovem a sua ins-crição nos serviços consulares. Foramestas as razões que nos levaram, Mi-

nistério dos Negócios Estrangeiros, adesenvolver uma aplicação para tele-móvel que permite corresponder aestes dois principais objetivos: deter-minar a existência de Portuguesesnos locais onde ocorrem essas cir-cunstâncias de emergência e mobili-zar mais eficazmente o apoio con-

sular e diplomáticos, na devida arti-culação com as autoridades locais.A aplicação é gratuita e a segurançae confidencialidade dos dados pes-soais encontra-se devidamente prote-gida pela Direção Geral dos AssuntosConsulares e Comunidades Portugue-sas (DGACCP). É complementar atodo o trabalho desenvolvido nos pos-tos consulares e diplomáticos. Per-mite aceder e receber um vastoconjunto de informações de carátergeral relativos aos cuidados que háque ter na preparação da viagem e nopaís de destino. Em casos excecio-nais permite ativar um SOS comenvio de breve mensagem possibili-tando a identificação e a localizaçãodos portugueses em perigo. É tam-bém devido um agradecimento à RTPe à TAP, bem como aos outros órgãosde comunicação social, por terem de-monstrado disponibilidade para seassociarem à divulgação desta impor-tante ferramenta tecnológica de su-porte e apoio aos portugueses nomundo.

Viajar mais seguroOpinião de José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Après la parution du LusoJornal dela semaine dernière, j’ai eu uneagréable surprise où les paradoxess’entremêlaient joyeusement, sanspour cela être antinomiques, je vousl’accorde. Et pourtant…(Entre nous, ils font exactement lamême chose en France, ce qui estdrôle cette fois, c’est qu’ils sont dela même couleur, pour ce qui est desodeurs?) Leurs finalités restant lamême… Le pouvoir…Une certaine presse française, fusti-geant un homme politique commenotre ami François, il y a quelquetemps et tous ces articles au jour lejour sur Mr Soares, plus encomias-tiques les uns que les autres et quime laissent comme un goût amer aufond de la gorge.J’avoue que je ne voulais pas êtrel’élément perturbateur de ces hom-mages panégyriques, aussi élogieuxsoient-ils, mais il faut bien l’avouer,

si on connait un tant soit peu l’his-toire de ces deux nations, on ne peuts’empêcher de faire le parallèleentre «ces deux pays et ses deuxroses».Et à tous ceux qui connaissent unpeu d’histoire, dans l’article de MrPedro da Nóbrega, ils ne peuventqu’approuver, ou alors on a perduquelque chose en route, c’est sûr!?Ha! Cette mémoire collective…Je viens donc, en toute objectivité etsans aprioris aucune, appuyer cet ar-ticle, qui me paraît plein de bonsens et va certainement déchainerles foudres d’une foule et d’un paysbien trop statique et ne sachant quemettre des sparadraps là où il fautde vrais remèdes.Juste une chose, si je puis en apartéa l’intention du héros: Légion Verdeintégrée à la Légion Azul (couleur deschemises falange Espagnol 250èmerégiment pour les premiers). Merci Mr

Spinola et les «autres» pour tout ceque vous avez fait pour le pays, lesvrais héros sont vite oubliés, on le saitbien.Il ne parle pas d’histoires parasitesou folkloriques, non! Ce sont là desfaits, rien que des faits, sauf quenotre histoire, on nous la vole, toutcomme pour le reste d’ailleurs. Nousrestons toujours et encore dans cettepassivité et cet engouement pour le«bouche à oreille» et à nous decroire tout ce que l’on dit, comme sic’était parole d’évangile.En tant que Portugais dit moyen,voire d’un «François», moyen soit-il,dans les deux cas, «le degré de mé-connaissances générales s’ap-plique» faut-il encore se remettre enquestion…Est-il le seul à avoir une vue holis-tique, un certain sens de l’analyse etde ces faits et méfaits?Pourtant nous avons tous vu les dé-

boires d’un Portugal lancé dans unecourse au maillot jaune de l’Europe«en vieux vélo», d’un Monsieur«plus» qui donnait le treizièmemois, voir le quatorzième, puis d’au-tres les retiraient et ce, de façon in-constitutionnelle. De ces retraitesnon financées (depuis quand avons-nous cotisé?), il ne fallait pas pren-dre la législation et le Code civilfrançais.De ces crédits accessibles à tous età tout, même à la grand-mère quin’avait pas de revenus, il faut vousdire que maintenant, elle n’en a tou-jours pas. Elle doit de l’argent toutsimplement…Depuis quand fallait-il distribuer desgourmandises si ce n’est pour mieuxnous les reprendre? Etions-nousprêts pour le déferlement? On peutsérieusement se poser la question,peut-ont se prévaloir de cela?J’en ai pour preuve, la Grèce, l’Es-

pagne (peut-être un peu plus intelli-gente que nous autres, car pour avoirtravaillé avec eux, je peux vous direqu’il y a de l’industrie lourde et pasque du soleil) et les autres pays…Sans commentaires. Les vélos sontencore plus vieux…Faire comme en France, Mr Giscardd’Estaing, «un bon Président», MrChirac un bon Président, Mr….Un bon Président… Mitterrand.Il y avait une vraie parallèle entre cesdeux hommes là, sauf que la petite«droite rosacée», c’était lui, et il fautbien nous l’avouer… je ne sais paspar contre, si il en était conscient.«Et pour finir et coller un peu à l’ac-tualité française d’aujourd’hui, justeun petit mot «au nom de la liberté,de l’égalité, de la fraternité et retireles doigts de ton nez». Je revendiquepour chacun d’entre nous, la possi-bilité d’embaucher des employeursfictifs… Surtout à ces prix-là.

La senteur de la rose n’a d’égale que le mordant de ses piquantsOpinião de José Marreiros, Artiste peintre

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POLÍTICA 03

Aprender português pelainternet: apresentaçãoda Plataforma“PortuguêsMais Perto”

O Ministro dos Negócios Estrangei-ros, Augusto Santos Silva, e o Secre-tário de Estado das ComunidadesPortuguesas, José Luís Carneiro, es-tiveram presentes na sessão de apre-sentação da Plataforma “PortuguêsMais Perto”, que decorreu no dia 7de fevereiro, já depois do fecho destaedição do LusoJornal, no Auditóriodo Instituto Camões.A Plataforma “Português Mais Perto”constitui uma nova ferramenta para oensino e a aprendizagem da línguaportuguesa, reunindo dezenas deaulas interativas.Concebida como um apoio às famí-lias, na sua esfera educativa, esta Pla-taforma permite uma experiência deestudo orientada para a aprendiza-gem individual e autónoma do aluno,e será complementada, numa se-gunda modalidade, com a possibili-dade de apoio de um tutor.A Plataforma destina-se, sobretudo, aauxiliar as crianças e os jovens queiniciaram o percurso educativo emPortugal e que, em virtude da emigra-ção temporária dos seus pais, resi-dem no estrangeiro, mas que aindatêm no seu horizonte o regresso aosistema escolar português. As crian-ças e os jovens de origem portuguesaescolarizados no estrangeiro, para osquais foi criada a oferta de PortuguêsLíngua de Herança, constituem, tam-bém, um alvo desta nova ferramentade aprendizagem.“Trata-se, assim, de mais um instru-mento, flexível e adaptado aos con-textos familiares e pessoais, que visagarantir que a língua portuguesa e,portanto, a identidade nacional per-maneçam vivas entre todos os portu-gueses, onde quer que estejam” dizuma nota do MNE enviada às reda-ções.Esta não é a primeira plataforma deensino à distância que o Governoapresenta. Aliás já uma plataformacriada com a mesma Porto Editora foiapresentada com pompa e circuns-tância pelo então Secretário de Es-tado, também Socialista, AntónioBraga. Nos primeiros meses chega-ram mesmo a ser anunciadas milha-res de inscrições (anunciaram-secerca de 4.000 inscritos), mas o pro-jeto acabou por ser esquecido doisanos depois.A Plataforma “Português Mais Perto”resulta da colaboração entre uma edi-tora nacional, a Porto Editora, e o Ca-mões, IP.

Governo lança política comum de divulgaçãocultural no estrangeiro

Os Ministérios da Cultura e dos Negó-cios Estrangeiros vão coordenar emconjunto a política estratégica de pro-moção da cultura portuguesa no es-trangeiro, tendo previstas já para esteano cerca de 1.300 iniciativas em 75países, foi anunciado na semana pas-sada.A ação cultural externa vai envolvertodos os organismos e serviços públi-cos com atuação internacional nasáreas da cultura e será coordenadapelo Instituto Camões, na alçada doMinistério dos Negócios Estrangeiros,e pelo Gabinete de Estratégia, Planea-mento e Avaliação Culturais, do Minis-tério da Cultura.“Trata-se de integrar, articular e coor-denar, e pôr sob uma estratégiacomum as ações que o Estado portu-guês ou agentes culturais, com oapoio do Estado, realizam no estran-geiro com vista à promoção, divulga-ção, difusão da cultura portuguesa”,

disse o Ministro da Cultura, Luís FilipeCastro Mendes, durante a apresenta-ção pública do programa.O governante adiantou ainda que ha-verá uma reserva financeira consti-tuída por 10% do orçamento datotalidade dos organismos envolvidos.“A globalidade dos organismos temque dar 10% para a internacionaliza-ção e é isto que chamamos reserva fi-nanceira constituída para a açãocultural externa”, explicou o Ministroda Cultura.Luís Filipe Castro Mendes especificouque isto “não quer dizer que cada en-tidade seja obrigada a dar 10%, umaspodem dar mais, outras podem darmenos”, mas o bolo final terá que per-fazer aquele valor.Entre estas entidades, o governantedistinguiu “dois tipos de entidades: asque apoiam agentes culturais - comoa Direção-Geral das Artes - a fazer ini-ciativas no estrangeiro, o caso de Vhils

em Banguecoque, e as que realizamas suas próprias atividades de inter-nacionalização, caso de uma digres-são do Teatro de São Carlos, ou deuma digressão internacional do TeatroD. Maria II, por exemplo, que estaráno Festival de Avignon”.Segundo o Ministro dos Negócios Es-trangeiros, Augusto Santos Silva,passa a haver também a obrigação devários outros serviços, alguns de pro-moção da economia portuguesa e doturismo português, de incluírem nassuas atividades a dimensão culturalde promoção da cultura portuguesa.Para Augusto Santos Silva, mais doque as iniciativas previstas, “o que émais relevante é o seu alcance geo-gráfico”, porque é “praticamente emtodo o mundo que se realizarão em2017 ações de promoção da culturaportuguesa”.“Nós temos 75 países cobertos, 31dos quais na Europa, o que quer dizer

que 44 deles estão fora da Europa eestão no Magrebe e no Médio Oriente,estão na África Subsariana, estão naAmérica Latina, estão na América doNorte, estão na Ásia Central, estão naÁsia Pacífica, porque é essa dimensãoglobal da língua portuguesa que seconstata e é a dimensão global dasculturas que se exprimem em portu-guês que nós devemos também valo-rizar”, afirmou.O programa de ação externa 2017 vaipermitir incentivos financeiros paraapoiar, por exemplo, atividades de tra-dução e ilustração de autores portu-gueses no estrangeiro, bem como atradução de obras portuguesas.No âmbito dos incentivos estão con-templados os prémios instituídos porPortugal, como o Prémio Camões e oPrémio Luso-Espanhol de Arte e Cul-tura, a que se acrescenta o novo Pré-mio Luso-Brasileiro de LiteraturaInfanto-Juvenil.

Augusto Santos Silva e Luís Filipe Castro Mendes

PSD interroga Governo sobre repercussõesdo acordo para a troca automática de informações financeirasOs deputados do PSD eleitos peloscírculos da emigração apresentaramuma pergunta ao Governo sobre asrepercussões para as Comunidadesportuguesas do acordo para a trocaautomática de informações financei-ras que entrou em vigor no passadodia 1 de janeiro no espaço europeudemonstrando a sua preocupaçãopela falta de informação que existesobre o mesmo e apelando, comotal, para que o Governo possa levara cabo uma campanha de informa-ção para todos os Portugueses queresidem no estrangeiro sobre os efei-tos fiscais deste novo acordo.O Decreto-Lei nº 64/2016, de 11 deoutubro, veio estabelecer novas re-gras sobre o regime de acesso e trocaautomática de informações financei-ras no domínio da fiscalidade, defi-nindo, por um lado, as regrascomplementares para a implementa-

ção dos mecanismos de cooperaçãointernacional e de combate à evasãofiscal.Ao mesmo tempo foram, definidastambém novas regras sobre a obriga-toriedade de cumprimento de nor-mas de comunicação e diligênciadevida em relação a contas finan-ceiras qualificáveis como sujeitasa comunicação de titulares ou be-neficiários residentes noutros Esta-dos-Membros da União Europeiaou em outras jurisdições partici-pantes.“Com estes novos procedimentos,pretende-se promover um maior alar-gamento no acesso e troca automá-tica de informações para finalidadesfiscais sobre dados de contas finan-ceiras, tomando como base a normamundial única desenvolvida pela Or-ganização para a Cooperação e De-senvolvimento Económico” diz o

texto do PSD.Para o PSD, as normas que entraramem vigou no dia 1 de janeiro “irãotambém abranger os muitos milharesde Portugueses que residem no es-trangeiro, nomeadamente, aquelesque estão radicados na Suíça e nou-tros países europeus, sendo funda-mental que estejam plenamentecientes das novas regras e daquiloque elas implicam para o futuro emtermos de fiscalidade”.No caso concreto da Suíça, os dadosbancários poderão ser recolhidos a jáem 2017 e, a partir de 2018, as au-toridades fiscais suíças irão receber,automaticamente, dos países daUnião Europeia informações sobre ascontas dos clientes de bancos euro-peus que vivam no país. Por isso,para os Deputados do PSD, “é impor-tante que se possa fazer uma cam-panha de informação que permita

dar os esclarecimentos necessários atodos os Portugueses que residem noestrangeiro e que terão este ano dedeclarar ao fisco os bens que pos-suem no estrangeiro. Até ao mo-mento não houve qualquer avançoneste sentido não sendo conhecidaqualquer iniciativa do Governo portu-guês que vá no sentido de informaros nossos compatriotas que residemfora de Portugal”.Os Deputados do PSD eleitos pelaemigração - Carlos Gonçalves, CarlosPáscoa e José Cesário perguntam aoGoverno: “Está o Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros a acompanharesta situação tendo em conta os inte-resses das Comunidades portuguesasresidentes no estrangeiro?” e “Nessesentido, está a preparar alguma cam-panha de informação sobre este temaque permita esclarecer as dúvidasque possam surgir sobre este tema?”

Le 08 février 2017

Ministros da Cultura e dos Negócios EstrangeirosLusa / Tiago Petinga

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LusodescendenteAntónio Castelbrancoé candidato àCâmara deAbrantes

O arquiteto António Castelbranco,nascido em Paris há 53 anos, é ocandidato do PSD à Câmara deAbrantes nas eleições autárquicasa realizar este ano, propondo-se“abrir Abrantes ao Mundo”.Em declarações à Lusa, o arqui-teto de Abrantes e professor naFaculdade de Arquitetura de Lis-boa, disse que, com esta candida-tura, defende para Abrantes “umamaior abertura para o mundo,para as oportunidades que nos es-peram quando temos coragem,vontade e imaginação”, tendolembrado que “Abrantes já foiassim”.António Castelbranco, que as-sume-se como “uma pessoa forte-mente ligada às problemáticasambientais e à necessidade de sepensar no planeta de uma formaglobal”, fez notar que, “no pas-sado, Abrantes deu grandes ho-mens ao mundo e, talvez um dosseus maiores nomes, tenha sidoaquele que, de facto, deu início àglobalização: Francisco de Al-meida, o primeiro Vice-Rei daÍndia”.“Nos últimos anos, o concelho deAbrantes perdeu dezenas de mi-lhares de habitantes mas, o que émais grave, é que temos perdidojovens. Jovens que foram para Lis-boa e para o estrangeiro e nós pre-cisamos deles em Abrantes.Todavia, estes jovens só voltarãose lhes dermos oportunidades, selhes dermos apoio e se lhes der-mos esperança. E, é exatamenteisto que tem faltado no nosso con-celho”, vincou.Natural de Paris e com 53 anos deidade, António Castelbranco é onome em quem os sociais-demo-cratas de Abrantes apostam para“conquistar a Câmara Municipal”,gerida, quase sempre, por execu-tivos de maioria socialista.A apresentação oficial do candi-dato do PSD à Câmara Municipalde Abrantes vai decorrer no sá-bado, às 11:00, na sede do par-tido.

04 COMUNIDADE

A Mairie de Nantes vai propor espaço alternativopara serviços consulares portugueses

A Mairie de Nantes vai propor espaçosalternativos para o Posto consular por-tuguês naquela cidade, com dois fun-cionários, que deverá sair até ao finaldo ano das instalações atuais, disse oSecretário de Estado das ComunidadesPortuguesas.Os serviços consulares de Portugal emNantes, que servem uma população de10 mil portugueses, já funcionam numespaço do município francês, que serásujeito a obras até ao final deste ano.O Secretário de Estado das Comunida-

des Portuguesas, José Luís Carneiro,reuniu-se com a autarca de Nantes, Jo-hanna Rolland, e disse à Lusa ter rece-bido a garantia de que as autoridadeslocais francesas irão propor dois ou trêsespaços alternativos para a colocaçãodos serviços consulares, cabendo de-pois ao Estado português escolher olocal.Portugal paga “uma pequena renda” aomunicípio de Nantes pelas instalaçõesatuais e o objetivo é que o próximo es-paço tenha melhores condições, com o

Governo a admitir a colocação, no fu-turo, de uma mesa eleitoral.“Com a qualificação das condições fí-sicas do Consulado e com a garantia deque todos os Partidos políticos têm con-dições para integrar a mesa eleitoral, hátoda a disponibilidade do Governo paraque seja um local a receber uma mesaeleitoral”, no futuro, acrescentou JoséLuís Carneiro que foi a Nantes com oCônsul Geral António Moniz.Até aqui, depois do encerramento doVice-Consulado de Nantes, os Portu-

gueses daquela região tiveram de sedeslocar 400 quilómetros para votar,em Paris.O posto consular de Nantes foi encer-rado em 2014 e, desde então, funcionanaquela cidade uma presença consularcom dois funcionários que, no ano pas-sado, realizaram 4.000 atos consula-res.Durante a deslocação a Nantes, o Se-cretário de Estado reuniu-se tambémcom representantes de associações deemigrantes e de empresas.

Comunidade não aprecia atuais instalações

Gabinete de Apoio ao Emigrante começoua funcionar na LousãO Gabinete de Apoio ao Emigrante e In-vestidor da Diáspora começou a funcio-nar este mês, na Lousã, ao abrigo deum Protocolo firmado entre a CâmaraMunicipal e a Direção-Geral dos Assun-tos Consulares e Comunidades Portu-guesas (DGACCP).Instalado pela autarquia, na sequênciado acordo assinado em setembro, o Ga-binete “prestará serviço gratuito ao emi-grante, residente ou não em Portugal,bem como aos seus familiares, aju-

dando-o na resolução dos diferentesproblemas com que se depare e pres-tando ainda apoio no seu regresso ereinserção” na sociedade portuguesa.Será prestado “um serviço gratuito, efi-ciente, atencioso e de proximidade aoscidadãos” que desejem emigrar eàqueles “que já regressaram ou queestão a pensar regressar definitiva-mente ao país de origem, ajudando-osna sua reintegração e informando-osdos seus direitos”, refere em comuni-

cado a Câmara da Lousã, presidida pelosocialista Luís Antunes. “Sempre quenecessário, o Gabinete de Apoio aoEmigrante e Investidor da Diáspora pro-move o encaminhamento dos utentespara outras entidades e instituições quepossam auxiliar na resolução de assun-tos da sua competência”, adianta.Pretendendo que o serviço prestado“seja ágil e eficiente”, a Câmara Muni-cipal disponibilizou “diversas ferramen-tas para facilitar o atendimento dos

utilizadores”.Quem tiver necessidade, pode recorrerà plataforma Skype (utilizador: Gabi-nete de Apoio ao Emigrante - Lousã) ouà página no Facebook “Lousanensespelo Mundo - Gabinete de Apoio aoEmigrante - Lousã”."Foi também disponibilizado um for-mulário que permite o registo dosutentes e o agendamento de atendi-mentos presenciais ou ‘online’”, se-gundo a nota.

Lei da Nacionalidade para netos de Portugueses emigrados volta a ser debateA finalização do processo de regula-mentação da Lei da Nacionalidadevai permitir aos Portugueses no Brasilverem reconhecido o direito à nacio-nalidade dos netos de cidadãos na-cionais, disse à Lusa o Secretário deEstado das Comunidades Portugue-sas. “Como prometeu e como assu-miu este compromisso desde o iníciodas suas funções o Governo e, no-meadamente, o Ministério da Justiçaestá a finalizar o processo de regula-mentação da Lei da Nacionalidadeque vai permitir aos portugueses dasComunidades, nomeadamente à co-munidade do Brasil, ver reconhecidoo legítimo direito à nacionalidade por-tuguesa dos netos de cidadãos já na-

cionais”, afirmou José Luís Carneiro.Segundo o Secretário de Estado, apossibilidade de ser atribuída nacio-nalidade portuguesa aos netos é um“objetivo desde há muito desejadopor parte dos Portugueses que viveme têm as suas vidas hoje estabeleci-das no estrangeiro”.No entanto, o Parlamento iniciou nasemana passada o debate para alte-rações à Lei da Nacionalidade, como PSD a propor a eliminação da“efetiva ligação à Comunidade”para netos de Portugueses, e oBloco de Esquerda a sugerir cidada-nia portuguesa para crianças nasci-das em Portugal.Os requerimentos apresentados por

PSD e BE para que os projetossejam discutidos na comissão parla-mentar de Assuntos Constitucionais,Direitos, Liberdades e Garantiasforam aprovados por unanimidade.No debate das iniciativas, ambas aspropostas mereceram críticas dosgrupos parlamentares do PS, PCP eCDS-PP, apesar de, em alguns aspe-tos, haver abertura dos Partidos paraaprofundar a discussão, que seráagora feita na primeira comissão. Em maio de 2015, PSD/CDS-PP ePS aprovaram um diploma que alar-gou a possibilidade de aquisição danacionalidade portuguesa origináriaaos netos de Portugueses nascidosno estrangeiro. No entanto, a lei

aguarda regulamentação, que deve-ria ter sido apresentada em finais deagosto passado. “É muito impor-tante que esta matéria seja tão con-sensual quanto possível, porque éuma matéria de grande importânciae sensibilidade”, afirmou José LuísCarneiro.O Secretário de Estado disse tam-bém estar convencido que todos vãocontribuir para que a “iniciativa doMinistério da Justiça seja colocadao mais rapidamente possível emprática e possa responder às legíti-mas expetativas daquele que tendoascendentes portugueses esperamver reconhecida também a sua na-cionalidade”.

Le 08 février 2017

Lusa / Tiago Petinga

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Peça de teatro vaiapresentartouradas e cante alentejano em Paris

A companhia Rêves Lucides vai apre-sentar “La Dernière Corrida”, umacriação teatral com cante alentejano,no teatro La Croisée des Chemins, emParis, de 23 de fevereiro a 7 de abril.O espetáculo pretende transmitir “aalma do Alentejo” através de cantoscomo “Não quero que vás à monda”ou “É tão grande o Alentejo” e deuma “tourada simbólica”, disse àLusa o encenador, Carlos Balbino.“Cantamos mais sobre a vida doAlentejo e as músicas mais emble-máticas porque é a alma do Alentejoque nós estamos a apresentar atravésda tourada, porque a tourada, final-mente, nunca a chegamos a ver.Vemos é a vida à volta da tourada,mas sempre com um olhar alente-jano que é um olhar um bocado es-pecífico”, explicou o também ator ecantor.Carlos Balbino, que veio para Parisem 2011 para terminar os estudos deteatro na École International de Théâ-tre de Jacques Le Coq, quis levar aopalco o cante alentejano e o tema dastouradas depois de o primeiro espe-táculo da companhia, “L’Architectedes Rêves”, em 2013, ter recorridoao canto polifónico russo numa peçasobre a sociedade russa durante aconstrução dos Jogos Olímpicos deInverno.“A Última Tourada” foi escrita pelofrancês Xan Reinosa, a partir da ideiado encenador português que se ins-pirou na demolição da arena de Cas-cais, onde viveu, porque, “mesmonão sendo um aficionado de toura-das, foi duro assistir à destruição deum edifício simbólico”.Em palco, há apenas três atores-can-tores, Carlos Balbino, Aline Boucraute Clémentine Savine, que falam emfrancês e cantam em português, fa-zendo “um teatro mais do imaginário,mais físico” e uma “recriação docanto alentejano”.A companhia de teatro quer levar “AÚltima Tourada” a Portugal e “dar avolta a França”, enquanto o grupo decante alentejano vai ser acompa-nhado, nos próximos 10 dias, ematuações “em frente ao Sacré Coeur,à Torre Eiffel” para a criação de umdocumentário do realizador Tiago Pe-reira, fundador do projeto “A MúsicaPortuguesa a Gostar Dela Própria”que, desde 2011, se tem dedicado àrecolha e gravação de música popu-lar e tradicional em Portugal.

COMUNIDADE 05

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Morreu Joaquim Pires, professor de língua e culturaportuguesa na APCS de Pontault-Combault

Morreu na semana passada, em Lis-boa, o antigo professor de portuguêsda Associação Portuguesa Cultural eSocial de Pontault-Combault (77) ecofundador do Instituto Lusófono,Joaquim Pires. Morreu vítima dedoença prolongada.Desde 1981 que Joaquim Pires - oQuim, como era conhecido - ensi-nava a língua, a história e a litera-tura portuguesa na APCS dePontault-Combault e na MJC deTorcy.Joaquim Pires era animador socio-cultural e organizou durante algunsanos, intercâmbios juvenís e cam-pos de férias em Portugal. É fre-quente encontrar jovens adultos quedizem ter descoberto Portugal gra-ças aos campos de férias que Joa-quim Pires enquadrou.Também se destacou enquanto pe-dagogo. Utilizou o teatro como su-porte pedagógico para o ensino dalíngua e da cultura portuguesa. “Lu-

sitânia, Minha Terra”, “Histórias Ver-dadeiras para Bisnetos” e “Resistên-cia” são apenas algumas das peçasque escreveu e que depois encenoucom os alunos.“Eu achei que era muito mais impor-

tante mostrar a história de Portugaldo que ensinar a história de Portugal”dizia Joaquim Pires. A primeira peçaque escreveu e encenou chamava-se“Um Povo, Uma História”. A peça co-meçava no século 12, com o nasci-

mento de Portugal, até ao 25 de abril.“Utilizávamos uma espécie de metá-fora. O espetáculo começava com osalunos mais pequeninos e depois, àmedida que Portugal crescia, os ato-res/alunos também iam crescendo”explicava o professor.Joaquim Pires também esteve impli-cado no grupo coral da associação.“É importante dar a conhecer ascanções de intervenção, com men-sagens” dizia.E era uma das peças da FestaFranco-Portuguesa que a associaçãoorganiza todos os anos.A doença tinha-o afastado das APCSe das aulas de português, tendo sidosubstituído por Débora Arruda, aatual professora-coordenadora daassociação.Apesar de o saberem doente, os di-rigentes e os membros da associa-ção ficaram consternados com anotícia da morte de Joaquim Pires ealguns dos seus dirigentes, como oPresidente Mário Castilho e o Vice-Presidente Cipriano Soares.

Por Carlos Pereira

Vítima de cancro

Le 08 février 2017

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Emigrantes Lesados do BES/NovoBanco, enganados por Cavaco, Pas-sos e Portas, não queremos ser en-ganados por Marcelo e Costa.Onde estão as promessas do dia 11de junho de 2016, no antigo bairrode lata em Champigny-sur- Marne?Onde está a justiça? Três anos,desde a resolução do BES, no dia 3de agosto de 2014, que as pessoasesperam. Neste intervalo de tempomais 6.000 famílias voltaram a serenganadas sem que ninguém fi-zesse nada senão deixar-se enga-nar… outra vez!E até hoje nada foi feito pelas 2.000outras famílias que recusaram serenganadas uma segunda vez.Ninguém fez nada por estas pessoashonestas que sofreram para procurar

o pão que o país que os viu nascerlhes negou. Muitos deles vieram asalto, fugindo do fascismo, salaza-rismo, mas sobretudo da miséria. Vi-veram em condições precárias eindignas! Eram os “refugiados deoutrora” e hoje sentem-se discrimi-nados, roubados e quando a socie-dade fala deles é quase como sefossem pestiferados! Quando sãoeles as vítimas que confiaram nopaís e foram levados por gestores ebanqueiros desonestos.Senhores Deputados, Senhor Secre-tário de Estado das Comunidades,Senhor Presidente da República,Senhor Primeiro Ministro, SenhoresGovernantes de uma forma geral,devolvam a dignidade a estas famí-lias antes que seja tarde demais.

Recentemente, um grupo de Lesa-dos que se autoproclama o “ELI”acaba de ser criado em Paris, comobjetivo de organizar ações de lutapara atrair a atenção dos nossos go-vernantes. Mesmo se a AMELP sedesmarca de todo o tipo de violên-cia, temos de admitir que estas pes-soas têm razão.Os dirigentes da AMELP têm vindoa alertar as entidades envolvidas e oRepresentante nomeado pelo Go-verno, o Doutor Diogo Lacerda Ma-chado, para o facto de nãopodermos conter o desespero das fa-mílias por muito mais tempo.O Governo e o Presidente da Repú-blica devem pressionar o NovoBanco para que este aceite vir àmesa das negociações. Foi feito um

pedido de mediação entre a AMELPe o Novo Banco endereçado pela en-tidade mediadora CMVM, pedidoque entrou no Novo Banco no dia11 de janeiro e que até hoje se en-contra sem resposta!Devolvam a dignidade a estas famí-lias, apaguem esta mancha negra naemigração, antes que seja tarde de-mais.Façam a vossa parte, não se trata sóde fazer justiça por e para alguns,mas trata-se também de dar umanova confiança a todo um sistemafinanceiro e banqueiro completa-mente descredibilizado com osacontecimentos dos últimos anos. Eesta confiança passará sempre porações, decisões e medidas tomadaspelos poderes governativos.

Carta Aberta aos nossos GovernantesOpinião de Helena Batista (AMELP)

LusoJornal / Carlos Pereira

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SIRHA confirmoucrescimentoda BalançasMarques emFrança

A Balanças Marques faz um exce-lente balanço da sua participaçãona SIRHA, que se realizou de 21 a25 de janeiro, em Lyon.A SIRHA não podia ter corrido me-lhor para a empresa do GrupoJosé Pimenta Marques. Duranteos cinco dias de duração destaque é uma das maiores e mais im-portantes feiras mundiais dedica-das à restauração e hotelaria, ostand da Balanças Marques rece-beu inúmeros visitantes, tendosido estabelecidos diversos con-tactos promissores com potenciaisnovos clientes.“A SIRHA correu muito bem,tendo ultrapassado mesmo asnossas melhores expectativas”, re-vela Rafael Barbosa, Diretor Co-mercial da empresa em França.“Fizemos imensos contactos extre-mamente interessantes, de poten-ciais novos revendedores, o quenos abre ótimas perspectivas decontinuarmos a crescer num mer-cado tão fundamental como ofrancês”. De facto, uma das ideiasresultantes da presença na SIRHAé a de que a empresa e os seusprodutos estão a conquistar es-paço neste mercado tão apetecívelquanto difícil. “Temos sentido, defeira para feira, um interesse cadavez maior pelos nossos equipa-mentos e o feedback que nos étransmitido nestes momentospelos nossos atuais revendedorese os seus clientes tem sido o me-lhor”, acrescenta Rafael Barbosa.De forma esperada, a balançaBM5 XS, um dos mais recentesequipamentos da Balanças Mar-ques a chegar a França, centrouas principais atenções dos visitan-tes de entre as várias soluções depesagem e sistemas de POS apre-sentadas pela empresa.

06 EMPRESAS

Les Saveurs du Portugal au salon ViniDôme

Le 26ème Salon ViniDôme a eu lieu àla Grande Halle d’Auvergne à Cournond’Auvergne, du 3 au 6 février, un ren-dez-vous attendu par tous les Auver-gnats. Avec quatre jours et plus de360 exposants, il attire plus de50.000 visiteurs chaque année.C’est le 6ème événement viticolegrand public de France qui a ouvertses portes pour le plus grand plaisirdes visiteurs venus de toute la régionrenouveler leur cave, découvrir denouveaux produits de la gastronomie,les fromages et passer un momentagréable autour des plaisirs de latable.Pas besoin de faire le tour du salon,je découvre une échoppe sur l’allée A«Terroir du Portugal». Drapeau portu-gais affiché, saucisse de salpicão, dé-gustation d’huile d’olive sur du pain,

impossible de se tromper, José, Nico-las et Pierre, des jeunes qui depuis 10ans font découvrir des produits portu-gais, des vins régionaux, blanc, rosé,rouge, le Porto et de l’huile d’olive.«Madame, Monsieur, venez dégusternos vins portugais» dit Pierre. «Ah! DuPorto»! s’exclame un amateur de vin.Pierre m’explique que le vin de Portovient directement du propriétaire ré-coltant de Quinta de Santa Eufémia.C’est une exploitation familiale cente-naire dans le cœur du Haut Douro.Les chalands découvrent le vin dePorto Ruby pour la première fois, par-fois méconnu du grand public, ce vinest jeune, fruité, riche, intense, portésur les fruits rouges et noirs, avec desnotes d’épices contrairement au PortoTawny, plus patiné, évolué, avec desnotes boisées, épicées et des arômesde fruits séchés prenant le pas au fildu vieillissement du vin. Après ces dé-

licieuses dégustations, conquise jesuis repartie avec une bouteille.Contrairement aux idées reçues, unedes premières appellations d’origineest portugaise (DOC au Portugal) estcelle du Porto. Elle date de 1756! Ilne s’agissait, à l’époque, que d’unedélimitation géographique des vignespouvant produire le vin de Porto.Au Terroir du Portugal, on y découvreaussi des vins de la vallée du Douro,de la Coopérative de viticulteurs etd’oléiculture de Freixo de Numão, dudistrict de Guarda (au nord du Portu-gal), ainsi que l’huile de Trás-os-Montes.A ViniDôme on peut trouver des viti-culteurs venus de toutes les régionsde l’Hexagone, proposant leurs pro-ductions. Dans les allées des vins ré-gionaux d’Auvergne, j’y rencontreune sommelière venue étoffer lacarte des vins d’un restaurant gastro-

nomique de la ville d’Orcet (63). «Lacarte des vins des côtes d’Auvergnemarche très bien», me dit-elle.Dans les montagnes volcaniques, il ya le Boudes, le Chanturgue, le Châ-teauguay, le Corent, les cépages uti-lisés sont le Chardonnay pour leblanc, le Gamay pour le rosé, maisaussi le Pinot noir. Dans le Bourbon-nais, on peut apprécier le Saint-Pour-çain rouge, cépage Gamay et Pinotnoir, rosé Gamay et blanc Chardon-nay, Sauvignon et Tressallier, un cé-page local.Tandis que le producteur se dit ravide pouvoir vendre ses vins sur uncircuit court. ViniDôme c’est unsalon plein de rencontres, qui rap-pelle que la viticulture au Portugalest riche par son histoire et ses va-riétés, et que le vin Auvergnat quiest en pleine expansion, a beau-coup d’avenir devant lui.

À Cournon d’Auvergne

Par Céline Pires

La CCILF organise un séminaire sur «Investir au Portugal: quelles opportunitéspour les entreprises françaises»A l’occasion des 130 ans de la Cham-bre de Commerce et d’Industrie Luso-Française (CCILF) basée au Portugal,l’association organise à Paris, une ac-tion de promotion du Portugal, intitu-lée «Investir au Portugal: quellesopportunités pour les entreprises fran-çaises», suivie d’un déjeuner entrechefs d’entreprises.L’évènement aura lieu le jeudi 2mars, dans les locaux de la CCI Paris,place de la Bourse. Y seront présentsdes experts du marché, des chefsd’entreprises français ayant déjà in-vesti au Portugal, ainsi que des repré-sentants de la CCILF.La France est le premier investisseurau Portugal. La présence française auPortugal ne cesse de se renforcer

avec plus de 750 entreprises implan-tées qui réalisent un chiffre d’affairesde 9,5 milliards d’euros et emploientprès de 60.000 salariés.Selon la CCILF, le Portugal offre denombreux atouts, parmi lesquels laproximité géographique et culturelle,une main-d’œuvre qualifiée, une fis-calité attractive, des infrastructuresde qualité, un contexte politique etéconomique stable. Le Portugal estégalement reconnu pour son savoirfaire industriel dans les secteurs tradi-tionnels (maroquinerie et chaussure,textile, céramique et métallo-méca-nique) et certains secteurs de pointe(moules, plasturgie, aéronautique,électronique).C’est dans ce «contexte favorable»,

que la CCILF organise cet atelier quipermettra aux participants «d’avoir lesclés d’accès au marché» à travers desthèmes suivants: «Les atouts pour uninvestisseur», «Les démarches et la rè-glementation» et «Le partage d’expé-riences d’entrepreneurs français».Un déjeuner clôturera la matinée etpermettra un échange entre chefsd’entreprises français et portugais. Ilsera présidé par Pierre Debourdeau,membre de la CCILF, et Président desConseillers du Commerce Extérieur,et par l’Ambassadeur du Portugal enFrance, José Filipe Moraes Cabral.Selon le programme de l’évènement,vont intervenir, le Président de laCCI Paris Ile de France, CarlosAguiar, Président de la Chambre de

Commerce et d’Industrie Luso-Fran-çaise (CCILF), Laurent Marionnet,Directeur Général de la CCILF, Phi-lomène Dias, Directrice Adjointe dela Direction Commerciale et Corpo-rate de l’AICEP Portugal, JoséDuarte, PDG de Effigest - Stratégieet Expertise Comptable, Manuel daSilva Gomes, Associé Senior dePLMJ - Sociedade de Advogados,RL, Abdelkader Mouloudji, Direc-teur de Développement de IAD Por-tugal, Hélio Pereira, DirecteurRégional et du Négoce Internationalde CGD France, Géraldine Dussau-bat, Responsable de la Délégationde la CCILF à Porto, ainsi que San-tiago Fornaguera, Gérant de Delia-Pack, Lda.

Le 08 février 2017

LusoJornal / Céline Pires

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CULTURA 07

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Jazz: Marco Martins Quintet acaba de editar o primeiro álbum “Roadbook”Acaba de ser editado em Paris oálbum “Roadbook” do Quinteto deJazz Marco Martins, que, para alémdo músico algarvio agora radicado emParis, integra também Pierre Bernierno saxofone, Florent Souchet na gui-tarra, Benjamin Thiebault no piano, eSimon Bernier na bateria.Antes de chegar a Paris, Marco Mar-tins começou por tocar em grupos derock e de funk, até que conheceu JoséEduardo, o professor que o levou a in-teressar-se pelo jazz. Teve aulas na Fi-larmónica de Faro e continuou aestudar até que surgiu a oportunidadede integrar o Curso de Jazz da Univer-sidade de Évora que concluiu em2012.“Quando acabei o meu curso, tinha aideia de sair do país e tinha vontadede conhecer outras coisas. Paris foiuma opção muito bonita que se apre-sentou”. A companheira de MarcoMartins é a atriz Carolina Santos quefoi convidada para fazer uma tournéde 3 anos com uma companhia fran-cesa. “Acabei por vir para Paris comela, mesmo se à partida pensava irpara Londres, já que conhecia melhora língua. Mas finalmente foi Paris,onde tive que aprender a falar fran-cês” diz a sorrir.“Paris sendo uma cidade cara,apercebi-me rapidamente que asminhas economias iam ser poucase tive que procurar trabalho e pa-ralelamente dar a conhecer aminha música” explica ao LusoJor-nal. Mas na capital francesa nãofaltam músicos de grande quali-dade. Também há muitos eventosartísticos, “o que me obrigou a es-tudar ainda mais e aplicar-me bas-tante”.Depois... a vida é feita de encontros.Conheceu o guitarrista Florent Sou-chet, que acabou por ser uma peçacentral no seu projeto pessoal. “En-contrei-o num projeto que não tinhanada a ver com jazz, eles procuravamum baixista, passei a audição e fiqueino projeto”. Curiosamente foi numa

pausa de um concerto que começa-ram a tocar jazz. “Ele começou a tocarum standard, eu alinhei com ele, de-pois passou para outro tema, o pú-blico começou a interessar-se peloque faziamos e ele, surpreendido poreu tocar jazz, convidou-me a casa delee foi assim que tudo começou”.Algum tempo depois, Marco Martinsmostrou a Florent Souchet alguns dostemas que tinha composto em Paris.“O Florent gostou das minhas compo-sições, mas aconselhou-me a dar-lhesmais força”. Em 2014 começou aprocurar músicos para dar corpo aoprojeto. “Curiosamente, o baterista eo saxofonista são irmãos, que já co-nheciam o Florent e muito natural-mente nos reunimos, assim como opianista que também veio da partedele”.Nasceu assim o Marco Martins Quin-teto, em abril 2015. “Primeiro come-çámos por criar o repertório, deixar amúsica amadurecer um pouco, e aliásos temas continuam a evoluir, a mú-sica continua a mudar ainda hoje”.Seguiu-se uma residência artística noCAPA, no Algarve, alguns concertospor ali “para testar o repertório”,

assim como em Paris, no Sunset e LeDisquaires.Quando o grupo começou a ficar ro-dado decidiu entrar em estúdio, emmarço do ano passado, mas o disco sóacabou por sair no fim do ano.Desde que deixou o seu Algarve natal- é de Loulé - em 2012, até hoje,Marco Martins passou por uma fasede adaptação e descoberta da cidade,em 2014 dedicou-se ao trabalho decomposição e em meados de 2015,criou o seu próprio quinteto, para lan-çar agora o álbum. “Quando começoua escrever os temas do álbum, sentia-se “perdido, à procura de referen-ciais”. Mas agora diz que, “o quepassou para a música foi outra coisa,inspirei-me nas histórias, nas situa-ções e nas pessoas que fui encon-trando por aqui e há uma música quefala do Algarve”.Diz que está “muito ligado” ao Al-garve, mas “neste momento nãopenso em regressar a Portugal. Hátoda a nostalgia da família e dos ami-gos, mas por outro lado há a expeta-tiva de poder desenvolver trabalho”.Tenta acompanhar o “mundo portu-guês” em Paris. Diz-se leitor assíduo

do LusoJornal e conheceu o pianistaJúlio Resende na Casa de PortugalAndré de Gouveia. “A Casa de Portu-gal tem ajudado muito os artistas,acho bom”. Mas não encontrou mui-tos artistas portugueses de jazz aqui.“Curiosamente o primeiro concertoque vi em Paris foi o do Mário Lagi-nha”, sorri.“Há todo um mar de músicos quechegam a Paris e os clubes estão comprogramação cheia. Eu tenho a sortede estar cá e de trabalhar com músi-cos franceses, mas se tivesse que ir evir, pagar viagens e alojamento, seriamuito complicado” confessa.Sobre o olhar dos Franceses, MarcoMartins confirma que “há ainda umasérie de clichés dos anos 70 e 80 quevão perdurando, mas estamos a lutarcontra isso, e já há outro olhar sobreos artistas portugueses”. Diz que porvezes se admiram de verem um Por-tuguês a tocar jazz, “mas a situaçãoestá a mudar muito, até porque hámuitos lusodescendentes a tocar mú-sica”.Marco Martins trabalhar atualmentena preparação de uma tourné para oquinteto. Por enquanto não está nada

definido, “mas queremos encontraralguém que nos represente e tentaruma tourné em França e na Noruega,onde temos alguns contactos de inte-ressados” disse ao LusoJornal.Mas continua sempre com “um olho”em Portugal. “Vou lá sempre que pos-sível. Ainda este mês de fevereiro voutocar com o José Eduardo e levo umbaterista francês. Vou matar sauda-des”.Reconhecendo que teve “muitasorte”, diz que encontrou “pessoasque me apoiaram” como a Casa dePortugal André de Gouveia, o InstitutoCamões ou ainda a Municipalidade deLoulé para a gravação do álbum.Com o álbum queria fazer “a ponte”entre Portugal e a França. “Não con-segui com os músicos porque sãoFranceses, nem com a equipa téc-nica, em termos de estúdio, masconsegui com o trabalho de ima-gem”. A companheira Carolina San-tos tornou-se videasta e fotógrafa,trabalhou também com um fotógrafoportuguês e um designer de Faro e“consegui juntar assim duas equi-pas, porque não esqueço de ondevenho”.

Por Carlos Pereira

Músico algarvio mora em Paris desde 2012

Le 08 février 2017

Raquel Camarinha ultrapassada por Léa Desandrenos “Victoires de La Musique Classique”A soprano portuguesa Raquel Cama-rinha, que estava nomeada para oprémio “Victoires de La MusiqueClassique”, na categoria “RevelaçãoArtista Lírica”, foi ultrapassada pelacantora francesa Léa Desandre.Raquel Camarinha interpretou, nanoite das Victoires, “Giuditta” deFranz Lehár, na cerimónia de entregados prémios, em Paris, transmitidaem direto no canal televisivo France3 e na estação de rádio France Musi-que, tendo sido comparada, pelaapresentadora, a Maria Callas.O maestro francês Frédéric Lodéon eo cantor alemão Jonas Kaufman rece-beram um Victoire d’Honneur de laMusique, a francesa Marianne Cre-bassa foi distinguida como a artista lí-rica do ano, o pianista Adam Laloumvenceu na categoria de melhor solista

instrumental, Adelaïde Ferrière ga-nhou na categoria revelação solistainstrumental, o francês Thierry Es-caich venceu o prémio de compositordo ano e o prémio de gravação foipara o disco “Burning Bright”, de Hu-gues Dufour com Les Percussions deStrasbourg.Os prémios “Victoires de la Musique”foram criados em 1986, com o obje-tivo de distinguir os melhores intér-pretes, em França. A área da músicaclássica tem uma cerimónia própriadesde 1994, tendo sido premiadosintérpretes como as sopranos BarbaraHendricks e Natalie Dessay, o tenorRoberto Alagna ou o contratenor Phi-lippe Jaroussky.Raquel Camarinha foi a primeira por-tuguesa candidata ao prémio.A cantora da Póvoa de Varzim, que

vive em Paris desde 2009, onde in-terpretou quatro óperas no Théâtre duChâtelet - “Orlando Paladino”, deHaydn, “O Rei Pastor”, de Mozart,“La Pietra del Paragone”, de Rossini,e “Carmen La Cubana” - tinha dito àLusa, dias antes do prémio, que, estarnomeada, constituia “uma honra” epermitia “uma grande visibilidade”.Ainda que esteja “mais especializadaem ópera, no repertório barroco eclássico”, nomeadamente em Han-del, Bach, Mozart, Rossini, Donizetti,Raquel Camarinha também faz reci-tais de canção de câmara, com reper-tório de ‘mélodie française’ deDebussy, Fauré e Poulenc e de ‘lied’alemão de Schubert, Schumann,Wolf, Brahms, gostando também departicipar em criações contemporâ-neas.

A cantora lírica estreou, entre outras,duas óperas do compositor portuguêscontemporâneo Luís Tinoco, “EvilMachines” (2008) e “Paint Me”(2010), “La Passion de Simone”, dafinlandesa Kaija Saariaho (2014), e“Giordano Bruno”, do italiano Fran-cesco Filidei (2015).Raquel Camarinha começou os estu-dos musicais no Conservatório daPóvoa de Varzim, tirou uma licencia-tura em Canto na Universidade deAveiro e, em 2009, veio para Parisonde tirou dois mestrados em Cantoe em Música de Câmara, no Conser-vatório Nacional Superior de Músicae Dança de Paris, e obteve os Diplo-mas de “Artista Intérprete em Canto”e “Artista Intérprete em RepertórioContemporâneo e Criação”.Para Portugal está agendada a subida

ao palco em “A Paixão segundo SãoJoão”, de Bach, com a Orquestra XXI,de 27 a 29 de abril, na Sé Catedralde Viseu, no Teatro Aveirense, emAveiro, e no Centro Cultural de Belém,em Lisboa.Em França, Raquel Camarinha esteveno Festival de música clássica FollesJournées de Nantes na quinta-feira dasemana passada, em Nîmes, dia 23de fevereiro, na Villa Medicis, emRoma, dia 2 de março, na Cathédraledes Invalides, em Paris, no dia 12 deabril, e no Thêatre des Champs Ely-sées, também na capital francesa, emjunho.A cantora está, ainda, a preparar, como pianista francês Yoan Héreau, umprojeto de gravação de um CD com aintegral das melodias de Chopin paraser editado em França.

Carlos Pinto

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08 CULTURA

ASP levou fadistas portugueses a Sèvres

Foi de novo com grande ambiente quea sala Brimborion acolheu no passadosábado 4 de fevereiro, aquela que foijá a 14ª noite de fado da “AssociationSèvrienne des Portugais” (ASP). Sem-pre no primeiro fim de semana de fe-vereiro, tornou-se ao longo dos anosnuma data tradicional do panoramafadista da região de Paris e viu assimreforçado esse estatuto.Com um elenco composto pelo con-sagrado Alves de Oliveira que regres-sava a Sèvres após alguns anos, porMónica Cunha que é já uma habituéda sala e pela estreante Tereza Carva-lho, foram acompanhados à guitarraportuguesa por Lino Ribeiro e à violapor Casimiro Silva tendo a “soirée”iniciado, precisamente, com um ins-trumental que antecedeu os fadoscantados.E Tereza Carvalho abriu com “Estra-nha forma de vida” e “Só à noitinha”,ambos popularizados pela grandeAmália Rodrigues, prosseguindo de-pois com “Procuro e não te encontro”que nos recordou o saudoso Tony deMatos, “À janela do meu peito” querevisitou de novo Amália terminandoa primeira série com “Saudade de si-lêncio e sombra”, fado celebrizado porTeresa Tarouca.

Mónica Cunha foi a segunda fadistaem palco e “Sou do fado” trouxe-nosmemórias de Carlos do Carmo. Ani-mou depois com “Lisboa antiga”,prosseguiu com “Zanguei-me com omeu amor” também de Amália Rodri-gues, vindo depois o popular “FadinhoSerrano” que antecedeu o final desérie com “Aí Maria”, fado antigo,ainda que, recentemente revisitadopor Kátia Guerreiro.Alves de Oliveira era o cabeça de car-taz e foi o 3º a atuar. Muito ligado aofado de Coimbra, iniciou com “Dochoupal até à Lapa” que nos recordouJosé Afonso, seguindo depois com a“Canção da emigração” que, não obs-tante ser normalmente associada aofado de Coimbra, é uma canção ga-lega que foi popularizada por AdrianoCorreia de Oliveira. Terminou a sériecom “Oh Nostalgia”, uma baladaigualmente muito popular de Arlindode Carvalho.O jantar foi servido, as iguarias agra-daram e com a noite a seguir animadasurgiram, fora do programa, TeresaRodrigues que interpretou “BarcoNegro” - nova referência a Amália - eArminda Vaz que surpreendeu com asua capacidade vocal interpretando“Rapsódia do fidalgo” que teve exce-lente recetividade tendo escutado nofinal um caloroso aplauso.

Tereza Carvalho regressou e recordou-nos de novo Amália Rodrigues can-tando “Carmencita”, terminando asua atuação com chave d’oiro inter-pretando “Xaile de minha mãe”. Foium dos momentos altos da noitenuma atuação que veio em crescendoe que deixou no final um bom am-biente e portas abertas para um futuroregresso.Mónica Cunha terminou a sua atua-ção evocando uma vez mais Amália,com a marcha “Cheira bem cheira aLisboa” e com o fado “Vou dar debeber à dor”. Foi uma atuação segura,

constante, sem faltas e de alto nível aque a artista já habituou o público deParis, sendo por ele acarinhada. Foipremiada com forte aplauso.Alves de Oliveira encerrou a noite com“A minha mãe” de José Afonso e nos-talgicamente com a popular “Baladada saudade” de Fernando Machadode Castro que antecedeu a apoteosefinal com todos os artistas em palco.O fado de Coimbra, mais denso, porventura mais triste, não é tão popularcomo o de Lisboa ou do Ribatejo. Masse bem cantado proporciona momen-tos de elevado nível artístico e Alves

de Oliveira proporcionou-os sendodisso evidência a forma como, semesforço, silenciou a sala durante assuas atuações. É um grande fadistade Coimbra da nossa Comunidade.Com a boa disposição e sentimento dedever cumprido patente nos rostos detodos os organizadores do evento, anoite chegou ao fim. A Presidente Cé-line Marcos congratulou-se com oêxito ainda que lamentando a coinci-dência do início de férias escolaresdeste ano com o primeiro fim de se-mana de fevereiro que afastou algunsdos espetadores habituais. Por outrolado, José Ferreira - Tesoureiro da ASP- transmitiu-nos o seu ânimo paracontinuar face aos resultados que têmalcançado, nomeadamente ao nívelemocional, pelo retorno que obtêmpor proporcionarem uma noite agra-dável de convívio e de cultura portu-guesa. Adiantou ainda que o próximoevento será na mesma sala a 26 demarço em que se comemorará o 35ºaniversário da ASP com almoço etarde dançante com animação pre-vista pelo conjunto “100 Limite”, pre-tendendo assim agradar a outro tipode público. Em 3 e 4 de junho o játradicional Torneio de futebol dePente Costes e Festival de Folcloreterão lugar de novo no estádio JeanWagner também em Sèvres.

“Association Severienne des Portugais”

Por Luís Rocha

Le 08 février 2017

Fado na Maison de l’Université de Saint EtienneA Maison de l’Université de SaintEtienne, vai acolher a 5ª edição daNoite de Fado na próxima quinta-feira,dia 16 de fevereiro, a partir das20h00.Com um elenco bastante atrativo, abor-dar-se-ão musicalidades africanas ebrasileiras com repercussões da mornae do folclore brasileiro. Assim, o espe-táculo de 16 de fevereiro vai dividir-seessencialmente em duas partes: umadestinada à música lusófona e a outra,e mais importante, dedicada ao Fado.Na primeira parte, o público vai poderassistir a duas intervenções musicaislusófonas: Gerson Fonseca e Luís Bap-tista, com música caboverdiana, e Phi-lippe Pastour e Giovanni Mazzuca commúsica brasileira.Gerson Fonseca, originário de São Vi-cente, Cabo Verde, é cantor, composi-tor, guitarrista e luthier de profissão.Inspirado nos ritmos de Cesária Évora,Gerson não só interpreta canções ca-boverdianas, como também músicasda sua autoria. Philippe Pastour é umcantor, compositor e guitarrista de na-cionalidade francesa com vários álbunsoriginais publicados. Philippe Pastourtoca musicalidades do Brasil, como oForró, o Samba e a Bossa Nova.A segunda parte contará com a parti-cipação dos fadistas Sara Paixão eCésar Matoso, acompanhados à gui-tarra por Ricardo Martins e Paulo Fei-teira - os quatro artistas portuguesesforam escolhidos por Michel Costa, umdos maiores promotores do Fado na re-gião de Lyon.Sara Paixão é natural de Lisboa, ondenasceu em dezembro de 1991. Apai-xonou-se pelo Fado durante a adoles-cência graças à fadista AmáliaRodrigues e a partir daí não cessou decantar. Venceu em 2011 o Concurso

de Fado Vadio da cidade de Olhão e vá-rias competições de Fado em Loulé ePortimão, que a tornaram rapidamentefamosa entre o meio da música portu-guesa. Atuou em diversas casas deFado em Lisboa, em eventos privados,em espetáculos na região do Algarve,no Ribatejo e no estrangeiro - Suíça,Espanha e Holanda.Quanto a César Matoso, nasceu emagosto de 1991, em Alte, no Algarve.A sua paixão pela música, em particu-lar pelo Fado, acompanhou-o desde asua infância. César Matoso desdemuito novo começou a participar emconcursos e programas televisivos decanto e rapidamente se tornou numcantor profissional muito apreciado emPortugal.O Fado, reconhecido pela UNESCO

como Património Imaterial da Huma-nidade, não só é um género musical eum símbolo de Portugal, como tam-bém é património de todos. Por isso, aUniversidade Jean Monet de SaintEtienne pretende partilhá-lo e pro-movê-lo, junto dos alunos, da comuni-dade académica e do público em geral.Além de ser um evento de elevada di-mensão que apela à valorização da cul-tura portuguesa, é de referir queenvolve também a participação dosalunos de Estudos Portugueses da Uni-versidade Jean Monnet, nomeada-mente, na comparência nas atividades,na venda de bilhetes para o espetá-culo, na realização de trabalhos paraexposição e na visualização do filme“Fados” de Carlos Saura, que será pro-jetado, um dia antes do concerto, no

dia 15 de fevereiro.Uma conferência foi organizada pelaAssociation Culturelle des Monts duMatin, ligada à ‘Université Pour Tous’da Universidade Jean Monnet, sobre ahistória do Fado e sobre o Fado de Lis-boa e de Coimbra. Esta será uma con-ferência a duas vozes proferida porRosa Maria Fréjaville e por AndreiaSilva, teve lugar no dia 3 de fevereiro,em Saint Martin en Haut, no CinemaParadiso.Também o Deputado Paulo Pisco vaiproferir uma conferência dedicada aoFado, no dia 16 de fevereiro, na Biblio-teca Universitária da UniversidadeJean Monnet e terá como tema “Ele-mentos de Filosofia Portuguesa - Con-ceitos de Diáspora, Saudade e Fado”.Entre os dias 6 e 17 de fevereiro está

patente na Biblioteca Universitária aexposição “Guitarras Clássicas e Cava-quinhos”, com alguns exemplares deinstrumentos de corda e trabalhos depesquisa realizados pelos alunos deEstudos Portugueses sobre a história,origens e importância do fado e dosinstrumentos musicais nele utilizados.Por fim, no átrio da Biblioteca Univer-sitária haverá, a 16 de fevereiro, umworkshop onde o artista caboverdianoLuís Baptista, luthier de profissão, ani-mará uma sessão sobre vários instru-mentos de corda: guitarra clássica,guitarra portuguesa, cavaquinho, etc.

Maison de l’Université10 rue TréfilerieSaint EtienneInfos: 04.77.42.18.45

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Paphos2017:MusicorbaDuo na CapitalEuropeia daCultura

O duo Musicorba vai participar, noChipre, na programação da CapitalEuropeia da Cultura Paphos2017.Desde a chegada dos primeiros Por-tugueses às costas do Japão, no iníciodo século XVI, que se criaram laçosde uma profunda curiosidade e ad-miração entre Japão e Portugal.Uniam-se os extremos da Eurásia.Cerca de cinco séculos depois, emParis, dois talentosíssimos pianistasrepetem o feito. O Português RicardoVieira e o Japonês Tomohiro Hattavêm contribuir mais uma vez paraeste encontro, recorrendo à maisuniversal das linguagens que é amúsica, capaz de unir culturas,povos e países, independente-mente das suas raízes, do seuidioma e das suas tradições, numexercício de tornar próximo e fami-liar o que é aparentemente tão dis-tante.O resultado é o projecto MusicOrba,em que se pode ouvir Tomohiro Hattaa tocar o portuguesíssimo “Fado Bur-nay” ou Ricardo Vieira a juntar-se àinterpretação de duas peças do japo-nês Yoshinao Nakada. Ainda nestaviagem através da música pode-mos encontrar outros olharessobre Portugal com a “Balada” deAntónio Victorino d’Almeida e ahomenagem às terras entre Douroe Vouga, composta pelo argentinoDaniel Schvetz. A inspiração ita-liana chega-lhes através da mú-sica de Joly Braga Santos, semdúvida um dos compositores por-tugueses mais importantes do sé-culo XX. A França, país que uniuestes dois pianistas, surge atravésda música para quatro mãos deMaurice Ravel.Considerados por muitos artistascomo um dos melhores duos parapiano do planeta, e tendo pisado opalco com nomes nacionais comoMisia ou Katia Guerreiro, RicardoVieira e Tomohiro Hatta apresen-tar-se-ão dia 8 de fevereiro na-quele que é considerado o maisimportante evento cultural da Eu-ropa, Capital Europeia da CulturaPaphos2017.Residentes em Paris, e depois deChipre, o duo tomará rumo até àTurquia, Estados Unidos e Japão.

CULTURA 09

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Tony Carreira lança terceiro disco em francês

O novo disco de Tony Carreira, emfrancês, sai já esta sexta-feira, dia 10de fevereiro e chama-se “Le coeur desfemmes”. O “cantor roântico” apre-sentou o seu trabalho na semana pas-sada, no L’Arc, um estabelecimento napraça do Etoile, em Paris, perante ummar de jornalistas franceses, mas tam-bém algumas das fãs do artista.“No fundo, canto neste disco aquiloque eu sempre fiz: cantar canções deamor” disse nessa noite. Escolheu as“mais bonitas canções francesas”neste género, por vezes reinterpretadaspor outros artistas e edita agora 11duetos com Lara Fabian, Chico & TheGypsies, Daniel Guichard, Mickaël dosSantos, Julie Zenatti, David Gategno,Ishtar, Didier Barbelivien, Michel Fu-gain, Ricky Martin e com o filho, DavidCarreira.“Queria reunir num disco só cançõesde amor. Uma vez que era para Françaquis fazer uma recolha de canções eque tivessem sido cantadas em dueto.Ou por quem as criou ou por quem ascantou e através desses cantores, ascanções guardaram o seu sucesso.Quando não foi possível, quis cantá-las com outros artistas” disse o cantoraos jornalistas.Alguns destes cantores passaram pelo“L’Arc” para cantar com Tony Carreira,como foi o caso de Miguel Fugain, “omais português dos cantores france-ses” anunciou Tony Carreira perante osorriso contagiante de Fugain. “Sem-pre que convidei um artista, a respostafoi rápida e objetiva: tiveram muitoprazer em gravar comigo e agradeço-lhes, claro, por esta homenagem aoamor e à mulher”.“Foi uma honra cantar com o TonyCarreira. Nem sequer pensei em recu-sar fazê-lo” disse Michel Fugain.“Cantar com ele é, para mim, umagrande honra. Ele é um artista impor-

tante, conhecido, mas tirando isso,quando acabámos de cantar, é umhomem normal e simpático, comquem nos podemos divertir e issoaprecio bastante”.Tony Carreira e Michel Fugain can-tam juntos “Une belle histoire”.“Aqui temos a impressão que ele éPortuguês, mas também é Francês.É uma bela história que começou háalguns meses. É uma pessoa quequando se conhece, sabemos que énosso amigo”. E Michel Fugain jápercebeu que o público de Tony Car-reira é essencialmente feminino.“Aqui dirigimo-nos essencialmenteàs mulheres” ri.Apesar de cantar há mais de 50 anos,Michel Fugain diz que “nunca tive aoportunidade de cantar em Portugal.Quem sabe quando for muito velhi-nho...”. E, referindo-se aos 51 anos decarreira, diz que “não me arrependode nada, tive muita sorte, fiz o quequeria fazer, parei quando quis e reto-mei também quando quis”.Na apresentação do álbum, Tony Car-reira cantou “Histoire d’un amour”com Ishtar, “Là-bas”, de Jean-Jacques

Goldman, com Julie Zenatti e “La ten-dresse” com Daniel Guichard, “que eume habituei a ver na televisão quandoera pequeno” atreveu-se a dizer TonyCarreira. O público retomou o referãoda canção em coro.Por fim, cantou “Vous les femmes”,com Mickaël dos Santos, o finalistado concurso televisivo “La France aun incroyable talent”.“Contaram-me a história dele e já quehavia este tema para este disco, acheibonito convidar um português paraparticipar” explica Tony Carreira. “De-sejo-lhe o melhor do mundo e a his-tória dele é tão triste que acaba porser uma força para ele, para aquiloque ele quer, que é a música, e temde facto muito talento”.“Espero que tenhas muita sorte comas mulheres” lançou-lhe Tony Carreirano fim do dueto, enquanto os jorna-listas se apressavam para tirar foto-grafias.Com 5 milhões de discos vendidos,muitos de platina, grandes sucessospor todo o mundo, Tony Carreira dizque nunca pára. “O disco também saiem Portugal, como aqui, no mesmo

dia, embora não seja o mesmo, temmuitos temas em comum. Em Portu-gal chama-se ‘Sempre mais’ porque éa minha forma de estar na vida, achoque parar é morrer, nunca nada é ad-quirido para sempre, e quis sempremais, é este o meu lema de vida”.Em 2009 Tony Carreira entrou para oGuiness Book com o número deaplausos que teve num concerto emLisboa, perante 700 mil pessoas.“Mas não teve grande significado,não é relevante, é a minha ligaçãocom o público em global que me im-porta e que as pessoas gostem de meouvir cantar” diz o artista aos nossoscolegas da Rádio Alfa e da Luso-Press.A tournée começa só em finais de se-tembro, em França, mas em Portugalcomeça já em fevereiro. “Espero quetenha muito sucesso” diz Tony Car-reira.Em França, a digressão vai começarno Grand Rex, em finais de setembroe depois vai passar por toda a França,antes de regressar a Paris para con-cluir nos finais de dezembro ou emjaneiro.

Por Carlos Pereira

“Le coeur des femmes”

Le 08 février 2017

Dès le premier morceau («A ponte»)de ce deuxième disque, Carminhomet les points sur les i’s: sa voix estencore au rendez-vous, à la fois pré-cise, puissante et maîtrisée. Pointbesoin de la forcer pour faire passerle chant. Une vraie chanteuse. Et enplus de son trio de base - AngeloFreire à la guitarra portuguesa,Diogo Clemente à la viola et en gé-néral Marino de Freitas à la Baixo -l’artiste se fait accompagner par denombreux musiciens dont quelquespointures: Jaques Morelenbaum vio-loncelliste et chef d’orchestre brési-lien (ayant accompagné entre autresGal Costa), Javier Limon à la guitarraflamenca et António Serrano à l’har-monica sur «Na ribeira deste rio» (cedernier a participé récemment auconcert en hommage à Paco deLucia), Ruben Alves au piano, JoãoFrade à l’acordéon et la participationde la chanteuse brésilienne MarisaMonte sur «Chuva no mar». Sansnégliger Bernardo Couto, Luís Guer-reiro et Vicky Marques jouant sur

plusieurs morceaux.Pour les textes, outre deux chansonsd’elle, Carminho fait appel à quel-ques poètes et compositeurs connuset pas les moindres: Fernando Pes-soa avec une musique de Mário Pa-checo pour «Na ribeiro deste rio»(l’un des meilleurs morceaux de l’al-bum), Pedro Homem de Melo avec

une musique de Casimiro Ramospour «Espera», Maria do Rosário Pe-dreira avec une musique de JoséAntónio Sabrosa pour «Vem», pourciter les plus célèbres. La qualitédes textes est un de ses soucis ma-nifestes. Diego Clemente intervientaussi beaucoup dans l’écriture deschansons en plus de son travail

d’instrumentiste et de producteur.Ce disque respecte une alternanceentre morceaux relativement lentsou calmes et ceux plus rapides quidonnent vie et rythme au disque.Outre «Na ribeira deste rio» et «Es-pera», j’aime tout particulièrement«Saia Rodada» (pour le rythme etles percussions de Vicky Marques),«A Ponte» (pour le chant), «Chuvano mar» (pour le duo avec MarisaMonte), «Contra a maré» (pour lechant et l’accompagnement), «Des-tino» (pour le rythme et la mélodiede Diogo Clemente) et «Vem» (pourle texte de Maria do Rosário Pedreiraet l’interprétation).Avec «Canto», Carminho nous offreun excellent disque, puissant, varié,rythmé et servi par des auteurs etmusiciens de qualité. Le prochaindisque sera une épreuve, car il fau-dra faire fort pour maintenir le ni-veau des deux premiers.

“Canto”, CD de Carminho. WarnerMusic Portugal. 2014.

CD «Canto» de CarminhoNote d’écoute par Patrice Perron

Bruno Tocaben

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10 CULTURA

Guimarães Rosa:une œuvre plurielle, un auteur insaisissable

Il y a cinquante ans, décédait l’un desplus grands écrivains brésiliens duXXe siècle, João Guimarães Rosa.Dans le cadre des commémorationsliées à cet événement, une Journéeinternationale d’études intitulée «D’unSertão à l’Autre: Guimarães Rosa 50ans après» était organisée, le 31 jan-vier dernier, à la Gulbenkian de Paris,en collaboration avec l’Université dela Sorbonne Nouvelle - Paris 3.L’irruption de Guimarães Rosa (1908-1967) dans le monde des lettres eutlieu en 1946 avec la publication deson livre de contes “Sagarana”. Puis,un autre de ses livres, publié en1956, bouleversa le panorama litté-raire brésilien, le roman «Grande Ser-tão: Veredas» (édité en français sousle titre de «Diadorim»). Tant par laqualité des récits que par le traite-ment innovateur des thèmes liés ausertão et, surtout, par leur style inven-tif concernant le langage, ces livreseurent un grand retentissement dansles milieux littéraires de l’époque.En prélude à cette Journée d’études,le public a pu assister à une perfor-mance théâtrale de Mariana Camargo(Compagnie Amaü) autour d’un texted’Aleilton Fonseca, tiré de son romanécrit en hommage à Guimarães Rosa,«Nhô Guimarães». Puis, en sessiond’ouverture, Marcelo Marinho, profes-seur à la Sorbonne Nouvelle - Paris 3,après avoir donné quelques éléments

biographiques de Guimarães Rosa, afait une brève analyse de «GrandeSertão: Veredas». S’appuyant sur ceroman et sur sa «poétique de l’incer-titude», la communication de MarceloMarinho («Entre l’indicible et l’innom-mable: la disparition autofictionnellede Guimarães Rosa») avait pour fina-lité d’évoquer les diverses interpréta-tions, rationnelles et irrationnelles, dela mort énigmatique de GuimarãesRosa.La table ronde da la matinée a été ani-mée par Michel Riaudel, professeur àl’Université de Poitiers («De quelquesmystères d’un petit âne: Sete-de-Ouros»), Fernanda Vilar, chercheuse,traductrice et stagiaire à la Commis-sion Européenne («Entre le ‘fortleben’benjaminien et Guimarães Rosa ‘adimmortalitatem’: le Verbe et leLogos») et Alberto da Silva, professeurà l’Université de Paris - Sorbonne(«Guimarães Rosa au cinéma»).Pour Michel Riaudel, les pistes de lec-ture de Guimarães Rosa sont nom-breuses et parfois contradictoires.S’appuyant sur sa propre expériencede traduction (il vient de traduire «OBurrinho Pedrês» - premier texte de«Sagarana» - en français, sous le titrede «Sept-de-Carreau», éd. Chan-deigne) et aussi sur la correspondanceentre Guimarães Rosa et la traductriceHarriet de Onis, il évoque la questiondu régionalisme et de l’aspect docu-mentaire dans l’œuvre de GuimarãesRosa, et souligne que «Sagarana» a

aussi «une dimension créative et poé-tique». De son côté, Fernanda Vilar,partant d’un texte «très énigmatique»,celui du discours inaugural de Guima-rães Rosa à l’Académie Brésiliennedes Lettres, durant lequel celui-ci neput retenir sa peur de mourir, se pro-posait d’analyser l’art de GuimarãesRosa de parler de soi-même en par-lant d’un autre. Rappelons que lespersonnages cités par GuimarãesRosa dans ce texte avaient tous euune mort brutale ou inattendue. Pré-sentant d’abord le contexte littérairede l’époque, Alberto da Silva, quant àlui, a offert au public un panoramaassez complet des adaptations ciné-matographiques de l’œuvre de Guima-rães Rosa (des extraits de films ont étéprojetés), soulignant qu’il est «l’undes écrivains brésiliens les plus adap-tés au cinéma, avec des thématiquestoujours à la frontière entre le local etl’universel, le merveilleux et le fantas-tique».En deuxième partie de cette Journéed’études, Gabriel Borowski, professeurà l’Université Jagellone de Cracovie, aabordé la question de la traduction etde la réception de Guimarães Rosadans la presse polonaise, soulignantnotamment les divergences d’appré-ciation de son œuvre en Pologne. Ma-thieu Dosse, traducteur, dans sacommunication intitulée «Le Sertãoest partout: Guimarães Rosa enquinze langues», a expliqué, à partirde quelques exemples, que la langue

de Guimarães Rosa «peut être tra-duite sous différents angles, soit dansun parler rural, soit dans un langageplus académique, car il y a dans salangue une double culture». Pour Ca-mila Moreira César, professeur à laSorbonne Nouvelle - Paris 3, «l’œuvrede Guimarães Rosa est aussi com-plexe que sa biographie». Dans sonexposé intitulé «Médias et fictionsbiographiques: trois articles fonda-mentaux sur la mort énigmatique deGuimarães Rosa», elle a notammentabordé la question du rapport entrejournalisme et littérature, ou commentla presse est tentée d’expliquer l’inex-plicable.Enfin, pour clôturer cette commémo-ration littéraire, Daniel-Henri Pageaux,professeur émérite à la SorbonneNouvelle - Paris 3, a prononcé uneconférence sous le titre «Espace etécriture dans ‘Grande Sertão: Vere-das’. De la géopoétique à la géosym-bolique». Il a souligné, entre autresaspects, le fait que dans son roman,Guimarães Rosa «met en valeur la di-mension symbolique de l’espace» etque «cet espace, pour le conteur, estmythique». Par ailleurs, la lutte entreDieu et le diable, soit entre les person-nages Riobaldo et Diadorim, «est lamétaphorisation de l’art d’écrire».D’une façon générale, conclut Daniel-Henri Pageaux, «le sertão règne danstout le texte de ‘Grande Sertão: Vere-das’, gagnant ainsi une dimensionpoétique insaisissable».

Journée d’Études à la Fondation Gulbenkian de Paris

Par Dominique Stoenesco

Peça sobre Sarah Bernhardt no S. LuizUm itinerário pela memória de umaatriz e de um teatro através de umarepresentação quase fantasmagóricaé como o encenador Miguel Loureirodefine a peça “Paris >Sara >Lisboa”que se estreou na semana passada,no S. Luiz, em Lisboa.Com texto, encenação e espaço cé-nico de Miguel Loureiro, a peça, inter-pretada por Beatriz Batarda, é uma“efabulação com base documental”sobre a atriz Sarah Bernhardt, que sedesenvolve como se, numa noite, estavoltasse ao teatro.A peça centra-se na atriz que tambémdirigiu o Théâtre de La Ville, em Paris- onde o espetáculo se estreou em

maio do ano passado, com interpreta-ção de Astrid Bas -, e tem por objetivoser um itinerário sobre a figura quemuitos consideraram “a atriz mais im-portante da história”, disse à Lusa Mi-guel Loureiro.A peça surgiu de um desafio que oTeatro S. Luiz e Tiago BartolomeuCosta fizeram ao autor e encenador,que acabou por criar um espetáculopara o teatro onde a atriz representoupela primeira vez em Lisboa, em1899, das cinco vezes em que atuouem Portugal, acrescentou Miguel Lou-reiro.No Théâtre de la Ville, que chegou ater o nome de Sarah Bernhardt antes

da invasão de Paris pela forças nazis,na II Guerra Mundial, a peça come-çava num espaço que terá sido o ca-marim da atriz e desenrolava-se porvários locais do teatro.No S. Luiz, o espetáculo desenvolve-se a partir do ‘foyer’, passando depoispara o janelão junto ao jardim de in-verno, seguindo para junto de um bio-mbo próximo do primeiro balcão,terminando mais tarde no jardim deinverno de novo, disse o autor. “Maisdo que uma peça, é como se aquelamulher fantástica, que rompia con-venções sem nunca se ter intituladofeminista, fosse um fantasma e vol-tasse a habitar o teatro”, frisou.

“Porque Sarah não se limitava a inter-pretar. Para ela, o teatro era a vida eela levava-o para vida”, observou.Com participação especial e coorde-nação de figurinos de Vera Kalantrup-mann e desenho de luz de DanielWorm d’Assumpção, a peça está emcena até 11 de fevereiro.Miguel Loureiro foi artista residente do7º Chantiers d’Europe, onde desenvol-veu uma primeira versão do texto“Paris > Sarah > Lisboa”. A peça éuma produção executiva da Culturpro-ject, por encomenda e com coprodu-ção do Thêatre de la Ville/Chantiersd’Europe e do São Luiz Teatro Muni-cipal.

Le 08 février 2017

«La Pérégrination»,de FernãoMendes Pinto

Le titre complet de ce livre est «La Pé-régrination - La Chine et le Japon auXVIe siècle vus par un Portugais - Fer-não Mendes Pinto» (éd. Calmann-Lévy, 1980, présentation de AntónioJosé Saraiva). Il ne s’agit donc pas dutexte intégral de la première édition por-tugaise («Peregrinação») publiée en1614, après la mort de son auteur, Fer-não Mendes Pinto. La présente éditionreproduit les chapitres 71 à 142 del’ouvrage original qui en contient 226,traduit en 1628 par Bernard Figuier, unPortugais exilé à Paris. Par ailleurs, cetexte a été «modernisé» afin d’être plusaccessible à un lecteur contemporain.Le récit de Fernão Mendes Pinto estl’une des premières relations sur laChine et le Japon au XVIe siècle. Il offrele double intérêt d’un témoignage etd’une expérience vécue par «unUlysse portugais au temps de la Re-naissance», selon António José Sa-raiva. Après une jeunesse où l’espritd’aventure commençait à naître en lui,et après avoir servi dans les flottes duroi, Fernão Mendes Pinto (1509-1583)accomplit une longue pérégrination enExtrême-Orient, de 1537 à 1558. Aucours de ses voyages mouvementés,sur mer et sur terre, il fut - comme il lerapporte lui-même - «treize fois esclave,dix-sept fois vendu, aux Indes, enAfrique heureuse, en Chine, en Tarta-rie, à Madagascar, en Sumatra et enplusieurs autres royaumes et provincesde cet archipel des confins de l’Asieque les auteurs chinois, siamois,guéos, léquiens, nomment avec raison,les cils du monde».Fernão Mendes Pinto est un anti-héros et se présente comme tel sousles traits du principal personnage deson livre, qui n’est autre que lui-même. «Il excelle - affirme AntónioJosé Saraiva - dans la description descoutumes dont il sait voir le pitto-resque et le surprenant. L’anecdote,qu’il s’agisse de naufrage, d’emprison-nement ou d’intrigues de cour, fleuritsous sa plume avec un charme quiannonce le XVIIIe siècle». Outre unebrève bibliographie sur FernãoMendes Pinto et des notes, le présentouvrage contient aussi une vingtained’illustrations (cartes, bateaux, villes,personnages, etc.).

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

LusoJornal / Dominique Stoenesco

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Edition nº 1 | Série III, du mercredi 05 Janeiro 2011 Hebdomadaire Franco-Portugais

Os primeiros soldados do contingente que Por-tugal enviou para combater em França na IGuerra Mundial chegaram à Flandres fezquinta-feira da semana passada, dia 2 de feve-reiro, 100 anos, numa participação sem brilhoe que culminou no desastre da Batalha de LaLys.A chegada dos militares portugueses a França,em janeiro de 1917, marca o início do grandeesforço militar português durante a I GuerraMundial.Apesar de Portugal ter combatido os alemãesem África, em defesa dos territórios das antigascolónias - sobretudo Angola, mas também Mo-çambique - as imagens mais impactantes paraa sociedade portuguesa de então chegaram daguerra no teatro de operações da Europa, dachuva, do frio e da lama num pequeno troço detrincheiras na Flandres francesa.O governo português insistiu na participaçãomilitar na Frente Ocidental - apesar de contar,inclusivamente, com a oposição inicial daaliada Inglaterra - para consolidar a posição da(ainda) jovem República Portuguesa perante asgrandes nações da Europa (em contraste coma vizinha Espanha, que tinha optado pela neu-tralidade).No entanto, o objetivo estratégico último do go-verno português de então era salvar a integri-dade colonial em África, quer por receio deataques diretos dos alemães ou por temer que,sem Portugal sentado à mesa dos vencedores,as colónias portuguesas fossem usadas comomoeda de troca pelos ingleses no final do con-flito.Portugal não quis deixar dúvidas de que estavaempenhado em lutar ao lado dos aliados e paraisso treinou e mobilizou para França uma divi-são reforçada de 35 mil homens, sobretudo in-fantaria apoiada por artilharia de campanha,

com a designação Corpo Expedicionário Portu-guês. Esta força passaria mais tarde a duas di-visões, num total de 55 mil homens.Em todo o conflito (de 1914 a 1918), Portugaldestacou pouco mais de 105 mil homens (55mil para o teatro europeu e os restantes paraÁfrica, sobretudo Angola).A 2 de fevereiro de 1917 os primeiros soldadosportugueses desembarcaram em Brest, sendodepois levados de comboio para o vale do Lys,para cobrir um setor entre Armantières e LaBassée, Merville e Béthune. A frente a cargodos portugueses oscilou entre os quatro e os 11quilómetros, consoante a evolução dos comba-tes.Seguindo o procedimento típico da guerra detrincheiras, a frente portuguesa estava organi-zada em três linhas de defesa: uma perto daterra de ninguém, com duas linhas de trinchei-ras, uma intermédia e uma última linha comfortificações de campanha de maior enverga-dura e com vias de comunicação para a reta-guarda.As tropas portuguesas combateram ali de feve-reiro de 1917 a abril de 1918, sofrendo (e re-pelindo) cerca de 60 assaltos e 20bombardeamentos de artilharia dos alemães. Jáo lado português lançou dez ofensivas (infrutí-feras) para tentar romper as linhas alemãs.Nestes meses, as forças portuguesas terão so-frido mais de 600 baixas (pouco mais de 100mortos, 350 feridos e 160 prisioneiros).O soldado de infantaria António Gonçalves Cu-rado foi o primeiro militar português a morrerna sequência de combates na Flandres. A fichado CEP indica que “faleceu na primeira linhaem 04 de abril de 1917, por virtude de feri-mentos recebidos em combate, ficando sepul-tado no Cemitério inglês de Laventie”.No entanto, quatro dias depois, o Comandante-

chefe do CEP, o General Tamagnini de Abreu eSilva, escreveu no seu diário o que realmentese passou: “Chegou a comunicação oficial dosingleses da morte do soldado e dos ferimentosdos outros. Afinal, não foram estilhaços da gra-nada que o mataram. Caiu sobre o abrigo emque os homens estavam uma granada que fezabater o tecto e o soldado ficou com a cabeçaesmigalhada e os outros, feridos. (…) Aquelepobre soldado que estava abrigado à retaguardamorre esmagado por um desabamento! C’est laguerre!”.O episódio acabaria por ilustrar a participaçãoportuguesa no teatro europeu da I Guerra Mun-dial: um desmoronamento com pouco brilho enenhuma glória.A 09 de abril de 1918 - com Portugal em ebu-lição com um novo Governo em Lisboa, o de Si-dónio Pais, na sequência de um golpe deEstado - os alemães lançaram uma ofensivasobre la Lys que rompeu as linhas e obrigou aorecuo das forças aliadas para a retaguarda.Com material danificado pelo inverno de 1917,desmoralizados e sem reforços enviados de Lis-boa, o contingente português foi submetido auma forte barragem de artilharia e “atropelado”pelas divisões alemãs. Na Batalha de La Lysmorreram mais de 1.300 portugueses, outros4.600 ficaram feridos, 1.900 foram dadoscomo desaparecidos e mais de 7.700 foram fei-tos prisioneiros.Uma derrota humilhante (apesar da forte resis-tência dos portugueses e de algumas históriasindividuais de heroísmo) que marcou o iníciodo fim da participação portuguesa na I GuerraMundial. Os efetivos ainda aptos do CEP foramposteriormente formados em três batalhões deinfantaria, e integrados no exército inglês, noqual lutaram até ao armistício, em novembro de1918).

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LusoJornal le 08 février 2017 | Caderno especial Este caderno faz parte integrante do LusoJornal Edition nº 296 | Série II

Le Portugaldans la GrandeGuerre

En 1916, le Portugal est rentré en guerre.Le Corps Expéditionnaire Portugais (CEP),constitué de 55.000 soldats a participé,aux cotés des Français et des Anglais, à laPremière Guerre Mondiale, en Flandresfrançaise. Ils sont arrivés en 1917 par ba-teaux et ont débarqué à Brest.La Bataille de La Lys, le 9 avril 1918, aété la plus grande défaite militaire portu-gaise après Alcacer Quibir au Maroc.Mais, de la participation du Portugal danscette guerre on ne parle pratiquement ja-mais, en France.Néanmoins, l’avenue des Portugais, prèsde l’Étoile, à Paris, a ainsi été baptisé enhonneur des soldats portugais. Le blasonde la Mairie de Lille porte les armes portu-gaises pour remercier les Portugais d’avoiraidé à libérer la ville.Reste également un Cimetière MilitairePortugais avec 1.831 tombes, à Riche-bourg, où tous les ans a lieu une cérémoniecommémorative avec les autorités portu-gaises et françaises. Dans la ville voisinede La Couture, il y a un imposant Monu-ment aux Soldats Portugais, créé par un ar-tiste portugais et offert par le Portugal.A la fin de la Guerre, plusieurs jeunes sol-dats portugais ont décidé de rester enFrance. Jeunes, travailleurs, rudes, issusdes zones rurales les plus pauvres du pays,ils ont saisi les opportunités d’une Franceà reconstruire, pratiquement sans jeuneshommes. Environ 2.000 d’entre eux se-raient restés en France.

I Guerra Mundial

I GUERRA MUNDIAL

Primeiros soldados portugueseschegaram à Flandres há 100 anos

E S P E C I A L

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12 I GUERRA MUNDIAL

Emigrante tem coleção de quatro mil objetos da Grande Guerra

Entre armas, uniformes, capacetes,cartucheiras e cartas de amor, sãocerca de quatro mil os objetos daPrimeira Guerra Mundial que ÁlvaroSimões Rodrigues juntou “em home-nagem ao avô e a todos os soldados”que participaram na Grande Guerra.O avô, o pescador de bacalhau ÁlvaroRodrigues, foi feito prisioneiro pelosalemães em 1917, mas viria a inte-grar o Corpo Expedicionário Portuguêscomo soldado auxiliar. “O barco depesca de bacalhau onde ele estavachamava-se Loanda e foi fundeadoem 1917 por um submarino alemãoao largo da costa portuguesa”, contouo neto. “Foi feito prisioneiro e fugiudo barco alemão a nado porque,como era pescador de bacalhau e le-vava muito bacalhau para a Noruega,conhecia muito bem a costa fran-cesa. Quando passou ao largo deDunquerque mandou-se à água, ànoite. Foi apanhado pelas tropas in-

glesas que o levaram para as tropasportuguesas”.O avô participou na Batalha de LaLys, a 9 de abril de 1918, tendo fi-cado ferido nas pernas por uma gra-nada e sido repatriado em fevereirode 1919 para Portugal, sem nuncater recebido um apoio para veteranosde guerra.A ferida acompanhou-o toda a vida eem 1965 foi amputado de ambas aspernas, acabando por morrer a 31 dedezembro de 1965, sem que o netose pudesse despedir por ter fugido daditadura para França, em 1964. “Fiza minha coleção pelo meu avô, umhomem de quem eu gostava muito,que era muito especial. O meumuseu é uma homenagem ao meuavô e a todos os combatentes que sebateram nesta guerra, seja soldadoalemão, inglês, francês ou portuguêsporque todos tinham mãe, pai, mu-lher, filhos e morreram todos porculpa de alguns políticos”, lançou.O interesse pela história do avô nas

trincheiras francesas nasceu em1963, na “última vez” que estevecom ele, aos 17 anos, quando o avôlhe contou a história que até aí tinhaguardado em silêncio. “Fui com eleao monumento aos mortos da GrandeGuerra a Lisboa e foi aí que ele mefalou da guerra dele, porque nuncafalava disso. Para ele, aquilo era umpassado. Nunca me tinha falado daguerra dele. Ele tinha uma lem-brança alemã na gaveta: um revólveralemão. Quando ele morreu, eu es-tava cá em França e não pude ir aPortugal para recuperar a arma, mas,em França, consegui arranjar umaigual e gravei o nome do meu avô”,contou.A arma com o nome do avô foi a pri-meira da coleção do neto e hoje a suacasa, em Châteauneuf-sur-Cher, acerca de 250 km de Paris, transfor-mou-se num “museu” onde ÁlvaroSimões Rodrigues quer expor o espó-lio no centenário da Batalha de LaLys, a 09 de abril de 2018.

“Tenho um museu com mais de qua-tro mil peças, 170 metros quadradose o espaço não chega. Acho que aquiem França, mesmo na Europa, souum dos maiores colecionadores sobreo material português. Tenho peças detodas as tropas que se bateram nafrente. Tenho, desde o pincel dabarba, à metralhadora e de materialportuguês tenho armas, roupas, selasde cavalaria, capacetes”, descreveu.Este ano, Álvaro pretende criar umapetição para angariar fundos juntodos Portugueses que vivem emFrança para reparar as lápides do ce-mitério de Richebourg-L’Avoué, umcemitério militar português da Pri-meira Guerra Mundial, 230 quilóme-tros a norte de Paris, onde foramenterrados 1.831 soldados lusos, in-cluindo três familiares seus, nomea-damente António Gonçalves Curado,o primeiro soldado do Corpo Expedi-cionário Português morto em com-bate a 4 de abril de 1917.“O meu avô disse-me que tinha pes-

soas da família enterradas cá. Haviao Brigas Alfredo que esteve na Infan-taria número 12, soldado número18.424; o Manuel Rodrigues Carola,soldado 16.626 da Infantaria 9 e oAntónio Gonçalves Curado, soldadoda Infantaria, que foi transladadopara Portugal”, descreveu.No ano passado, a 11 de junho,aquando da visita ao cemitério por-tuguês pelo Presidente da República,Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo Pri-meiro-Ministro, António Costa, ÁlvaroRodrigues chamou o Chefe de Go-verno e foi mostrar-lhe o estado daslápides de granito, muitas delas apa-gadas, pedindo-lhe para intervir nareparação.De galochas calçadas, visto que o ce-mitério estava ligeiramente alagado,António Costa seguiu o portuguêspelas filas de lápides e ouviu-o aten-tamente, afirmando “sim, sim”, emsinal de compreensão do pedido,mas sem avançar se ia ou não tratardo assunto.

Em Vierzon

Por Carina Branco, Lusa

Le 08 février 2017

Participação portuguesa constitui “um vazio” na historiografia francesa

A presença de soldados portuguesesnas trincheiras da Flandres durante aI Guerra Mundial constitui “um vazio”na historiografia francesa, disse àLusa o historiador Georges Viaud, su-blinhando que há um século essa pre-sença era “bem conhecida”.“A presença portuguesa na GrandeGuerra era bem conhecida naquelaépoca. O Le Figaro, o Le Matin, oL’Express du Midi de Toulouse são jor-nais que falaram da presença portu-guesa na guerra. Mais tarde há umvazio que se instala porque deixa dese falar da presença portuguesa eagora os historiadores franceses nãoestudaram essa presença”, indicou oPresidente da Sociedade de Históriae Arqueologia do 14° bairro de Paris.Quando se assinala o centenário da

chegada à Flandres dos primeiros sol-dados portugueses que participaramna I Guerra Mundial, Georges Viauddestacou que “há muitos documentosde época que falam disso”, exempli-ficando com a edição de 10 de abrilde 1918 do jornal Le Figaro, que falada Batalha de La Lys, e as edições de15 de julho de 1918 do Le Matin edo l’Express du Midi que mencionamos Portugueses no desfile de vitóriados Aliados em Paris a 14 de julho.Para o historiador francês EmmanuelSaint-Fuscien, professor na Escola deAltos Estudos em Ciências Sociais deParis, a participação de Portugal naPrimeira Guerra Mundial é, simples-mente, “um ângulo morto da historio-grafia europeia”, sobretudo francesa.“A participação portuguesa é poucoconhecida e pouco desenvolvida. Porum lado, a participação das unidades

portuguesas à escala da guerra é tar-dia e ocorre pouco tempo antes do fa-lhanço da Ofensiva Nivelle de 16 deabril de 1917, a qual vai provocar mo-tins no exército francês e é um eventoque passa por cima de tudo o resto”,explicou.A segunda hipótese prende-se com adeterminação de França “em insistirna participação do conjunto danação”, ou seja, nas “regiões até aquiconsideradas como periféricas - comoo oeste da Bretanha, a Córsega, algu-mas partes do Midi e as colónias - oque apaga algumas participações es-trangeiras”, concluiu EmmanuelSaint-Fuscien.Victor Pereira, historiador e professorna Universidade de Pau, no sul deFrança, sublinhou à Lusa que“quando se fala nos não francesesque participaram na guerra pensa-se

nos ingleses - que eram os principaisaliados - e nos Estados Unidos”, con-siderando que “as outras nações queajudaram França, como Portugal, sãoum pouco esquecidas”.“No conjunto dos soldados, os 50 milenviados por Portugal não fizeramuma diferença maior (…). Por outrolado, como Portugal não participou naII Guerra Mundial e nas grandes guer-ras do século XX, há muitas vezes aideia de que Portugal sempre estevefora dos assuntos europeus”, expli-cou.Jean Yves Lenaour, especialista fran-cês da Grande Guerra, também admi-tiu que “os Franceses ignoramgeralmente a participação de umaunidade portuguesa na Frente Oci-dental” porque “a participação dePortugal é, acima de tudo, simbólicae garante-lhe um bom lugar na Con-

ferência de Paz” e porque “Portugalestá longe do teatro da guerra”.O tema também não merece destaqueno universo editorial francês, o quelevou o historiador Manuel do Nasci-mento a publicar dois livros sobre otema, “A Batalha de La Lys” e “Pri-meira Guerra Mundial: Os soldadosportugueses das trincheiras da Flan-dres e a mão-de-obra portuguesa a pe-dido do Estado francês”.“Quando apresentei o primeiro livro àeditora disseram-me que os Francesesdesconheciam o tema. Sempre quevou a palestras, todos os Francesesficam de boca aberta porque desco-nhecem a participação portuguesa”,afirmou Manuel do Nascimento quetem agendadas conferências sobre aprimeira Guerra Mundial a 18 e 23 demarço em Viroflay e Marly-le-Roi, nosarredores de Paris.

Por Carina Branco, Lusa

Carina Branco

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I GUERRA MUNDIAL 13

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Confirmada candidatura de cemitério português a património da UNESCO

A delegação francesa da UNESCOconfirmou na semana passada àLusa que foi apresentada uma can-didatura a Património Mundial daUNESCO de “locais funerários e me-moriais da I Guerra Mundial (FrenteOcidental)”, na qual se inclui o Ce-mitério Militar Português de Riche-bourg.O cemitério português, no norte deFrança, com 1.831 campas de sol-dados lusos da I Guerra Mundial, es-tava, desde abril de 2014, na “listaindicativa” de França para futurascandidaturas a património da Orga-nização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura(UNESCO).Na “lista indicativa”, uma versão pré-via à candidatura final, havia umconjunto de 80 locais referentes àGrande Guerra e o cemitério de Ri-chebourg L’Avoué aparecia em sé-timo lugar, assim como a Capela deNossa Senhora de Fátima, em Lor-gies, mesmo em frente do cemitério.Em décimo lugar, aparecia a necró-pole nacional de Notre-Dame-de-Lo-rette, um cemitério militar junto aoqual se encontra o Memorial Interna-cional de Notre-Dame-de-Lorette,uma escultura monumental emforma de círculo - “Anneau de la Mé-moire” - onde estão inscritos osnomes de 579.606 soldados de 40nacionalidades mortos na GrandeGuerra, incluindo 2.266 nomes por-tugueses.A candidatura final, de acordo com ocomunicado do Ministério da Cul-tura, apresenta “139 locais” - 96 emFrança, 27 na Flandres e 16 na Va-lónia, na Bélgica, visto que se trata

de uma candidatura conjunta franco-belga.Além dos “locais funerários e memo-riais da I Guerra Mundial (Frente Oci-dental)”, a França apresentou outracandidatura a Património Mundial daUNESCO, intitulada “Nîmes, l’Anti-quité au présent”.A delegação francesa da UNESCOexplicou à Lusa que, ainda que acandidatura tenha sido apresentadaeste ano, só vai ser avaliada no Co-mité do Património Mundial em julhode 2018.

O Cemitério de Richebourg é um ce-mitério militar exclusivamente portu-guês, no qual, entre 1924 e 1938,se sepultaram 1.831 soldados, dosquais 238 são desconhecidos, prove-nientes de outros cemitérios france-ses de Le Touret, Ambleteuse eBrest, de Tournai, na Bélgica, e tam-bém os corpos de prisioneiros deguerra mortos na Alemanha.Como “justificação para o valor uni-versal excecional”, a versão inicial doprojeto - ainda disponível na páginainternet da UNESCO na secção das

“listas indicativas” - explica que,com a Grande Guerra, “uma novamemória funerária exprime-se atra-vés de cemitérios constituídos porcampas individuais que se repetemem grande número”, marcados pela“homogeneidade”, e através da “ins-crição de nomes nos mausoléus ememoriais que responde à vontadede guardar a memória de combaten-tes cujos corpos não foram encontra-dos ou identificados”.“Estes elementos são representativosda enorme diversidade de nações e

de povos que estiveram implicadosneste conflito mundial, com uma di-mensão nunca então alcançada. Elescompõem uma paisagem evocativarepresentativa da extensão geográficada frente (mais de 700 km), dosgrandes momentos da sua história edas suas evoluções ao longo daguerra”, descreve o documento.“Todos estes elementos refletem,também, o caráter internacional doconflito, seja através de cemitériosexplicitamente associados a um dosbeligerantes ou ao homenagear sol-dados oriundos do mundo inteiro”,continua o documento, lembrando,ainda que “os memoriais são monu-mentos totalmente novos em relaçãoa guerras anteriores”.A recordar a presença portuguesa naPrimeira Guerra Mundial em Françahá, ainda, o monumento de La Cou-ture, do escultor português AntónioTeixeira Lopes e inaugurado a 10 denovembro de 1928, e o CemitérioMilitar Britânico de Boulogne, ondehá um talhão português com 44campas.O Cemitério Militar de Richebourg, acapela Nossa Senhora de Fátima e omonumento aos mortos de La Cou-ture são palco, todos os anos, emabril, de uma cerimónia evocativa daBatalha de La Lys.Os primeiros soldados do contingenteque Portugal enviou para combaterem França na I Guerra Mundial che-garam à Flandres faz quinta-feira100 anos, numa participação sembrilho e que culminou no desastre daBatalha de La Lys.A chegada dos militares portuguesesa França, em janeiro de 1917, marcao início do grande esforço militar por-tuguês durante a I Guerra Mundial.

Resposta em julho de 2018

Por Carina Branco, Lusa

Le 08 février 2017

Adriano de Sousa Lopes, o pintor-soldadodos Portugueses na Grande GuerraNem só de armas viviam os soldadosportugueses na Primeira Guerra Mun-dial, houve quem tivesse levado o ca-valete de pintura e travasse uma outrabatalha: a de “salvar” as imagens doshomens das trincheiras e o lado menosheroico da guerra.Adriano de Sousa Lopes (1879-1944)foi o pintor oficial do Corpo Expedicio-nário Português, depois de ter pedidoao Ministro da Guerra para o enviarpara a frente da Flandres, tendo reali-zado nas trincheiras desenhos, gravu-ras a água-forte e, aparentemente,telas.“Não há dúvida que ele pintava nastrincheiras. Alguns relatos de comba-tentes indicam que Sousa Lopes mon-tava o cavalete nas trincheiras epintava com a maior das calmas comas bombas a explodirem por perto.Numa entrevista, ele conta um episó-dio em que estava com o CapitãoAmérico Olavo e ambos são detetadospelo inimigo e têm que fugir da arti-lharia”, referiu Carlos Silveira, cujatese de doutoramento intitulada

“Adriano de Sousa Lopes - Um Pintorna Grande Guerra” deverá ser publi-cada este ano.Adriano de Sousa Lopes chegou aosetor português no norte de França emsetembro de 1917 e, apesar de umperíodo inicial de grande frustraçãopor não estar na primeira linha, aca-bou por conseguir ir para as trincheirase ser homenageado com um “baca-lhau à Sousa Lopes”, descrito em“Memórias da Grande Guerra” deJaime Cortesão. “Ele convivia comtodos os oficiais que eram escritores epessoas da cultura, como Jaime Cor-tesão, Augusto Casimiro, André Brun,Hernâni Cidade. Eles combinam fazerum almoço de homenagem àquelepintor que se tinha voluntariado paraestar junto dos soldados - o que erauma coisa invulgar na época - e con-fecionam um bacalhau que denomi-nam ‘Bacalhau à Sousa Lopes’, comingredientes que encontraram nafrente”, contou Carlos Silveira.No entanto, os primeiros tempos nafrente não foram fáceis porque “os ofi-ciais do Estado-Maior e os oficiais doquartel-general não percebiam muito

bem a função dele e ele era arregi-mentado para outras funções que nãoa pintura oficial”, acrescentou o inves-tigador, lembrando que às vezes o pin-tor era confundido com o oficial doserviço postal e outras com o capelãomilitar.A vontade de ir para a batalha foi des-pertada logo no início da guerra por-que o pintor vivia em Paris desde1903 - chegando a expor com regula-ridade no “Salon de Paris” e no GrandPalais - e viu muitos dos companheirosdo mundo da arte a alistarem-se noexército. Nessa altura, Adriano deSousa Lopes era desconhecido nomeio artístico português, mas depoisdo sucesso da primeira exposição in-dividual em Lisboa, em 1917, pediuao Ministro da Guerra que o enviassepara a frente como oficial artista, àimagem do que já tinha feito a Françaao contratar artistas de guerra.Depois da guerra, o Governo encomen-dou-lhe uma série de pinturas monu-mentais que hoje decoram as salas daGrande Guerra do Museu Militar deLisboa, como “A Rendição” que“mostra bem a degradação humana

que era aquela guerra”.“Vê-se um pelotão a sair das trinchei-ras, as figuras são pintadas ao tama-nho natural, vê-se a exaustão e oabatimento psicológico que era estaruma semana ou mais quase sem dor-mir naquelas trincheiras”, descreveuCarlos Silveira.Ainda no museu militar, pode ver-se“Remuniciamento de Artilharia” quefoi apresentado apenas em 1932 etem “uma visão diferente dos que eletinha conseguido dez anos antes,sendo o mais sombrio, o mais apoca-líptico, com uma visão mais distan-ciada e mais crítica do conflito”.Dividido entre França e Portugal,Adriano de Sousa Lopes regressou aopaís-natal em 1927 para uma grandeexposição e foi, depois, nomeado parasuceder a Columbano Bordalo Pi-nheiro na Direção do Museu Nacionalde Arte Contemporânea.A história portuguesa voltaria a estarnas suas mãos quando foi convidadopara executar pinturas a fresco para oSalão Nobre do Palácio de São Bento,“mas só consegue terminar o primeiropainel relativo ao Infante D. Henri-

que”, morrendo em 1944, precisouCarlos Silveira.De acordo com o investigador, algu-mas obras de Sousa Lopes vão inte-grar uma exposição sobre os impactossociais e culturais da Grande Guerraque se vai realizar, este ano, na Fun-dação Calouste Gulbenkian, em Lis-boa.Entre julho e novembro de 2015, oMuseu Nacional de Arte Contemporâ-nea-Museu do Chiado apresentouuma retrospetiva intitulada “SousaLopes 1879-1944. Efeitos de luz”,com cerca de 100 obras, incluindotrês quadros pertencentes ao Muséede l’Armée de Paris, numa exposiçãocomissariada por Carlos Silveira eMaria de Aires Silveira.A 17 de janeiro celebrou-se o cente-nário da publicação, no Diário do Go-verno, do decreto nº 2938 que publicaum “Relatório acerca da participaçãode Portugal na Guerra Europeia” emanda “proceder à concentração deum corpo expedicionário destinado acombater em França contra a Alema-nha, ao lado dos exércitos das naçõesaliadas”.

Por Carina Branco, Lusa

LusoJornal / Luís Gonçalves

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Poesia:Campos devida e mortePor Carlos Manuel de Azevedo Candeias

Nos campos de vida e morteMilhões de homens perderam a vidaPais e filhos tiveram a mesma sorteVitimas de uma bala perdida

Não foi o arado que lavrou a terraMas sim a loucura da guerraQue rasgou sulcos de destruiçãoSem piedade e sem perdão

Eram simples homens do povoEsses soldados de um momentoPara eles a guerra era algo de novoNum presente triste e violento

Noites e dias de bombardeamentoForam longos anos de sofrimentoNas trincheiras e no arame farpadoViveram, lutaram e morreram lado a lado

Foi o sacrificio de GeraçõesDesses jovens de várias NaçõesFrança, Alemanha, Inglaterra, PortugalTodos vitimas desta guerra mundial

Foi há mais de cem anosQue a grande guerra começouHoje com tristeza recordamosTodos aqueles que a morte ceifouNão podemos ignorar nem esquecerÉ esse o nosso grande deverPois o tempo nada mudou

Câmara deMoura homenageiaseis militaresdo concelhoA Câmara Municipal de Moura, nodistrito de Beja, homenageou seis mi-litares do concelho que morreram naI Guerra Mundial, com o descerrar deuma placa evocativa na bibliotecamunicipal da cidade.Segundo o município, a placa evocae inclui os nomes, as naturalidades eas datas de falecimento dos militaresAntónio Prata, António Valério, Fran-cisco Carolino, José António Gonçal-ves, José Serrano Fachina e NarcisoCadeirinhas Serrano.A homenagem decorreu no âmbitodos 100 anos da partida do Corpo Ex-pedicionário Português para França,a principal força militar que Portugalenviou para este país durante a IGuerra Mundial.

14 I GUERRA MUNDIAL

Arnaldo Garcez, o fotógrafo que fez daGuerra a sua obra-prima

Mais do que um simples alferes equi-parado, Arnaldo Garcez (1885-1964)era o fotógrafo oficial das tropas por-tuguesas que foram enviadas para astrincheiras da Flandres e foi a maiortestemunha da participação lusa na IGuerra Mundial.“O Garcês foi fundamental para docu-mentar para o futuro toda a máquinado Corpo Expedicionário Português noterreno, os seus serviços, os diferentesbatalhões, os diferentes locais ondeestavam concentradas as tropas”,descreveu à Lusa o historiador de arteCarlos Silveira, a propósito do cente-nário da chegada à Flandres, dos pri-meiros soldados portugueses queparticiparam na I Guerra Mundial.Quando as tropas chegaram a França,em fevereiro de 1917, enquadradasno Corpo Expedicionário Português(CEP), Arnaldo Garcez acompanhou-as, a convite do Ministro da Guerra, oGeneral Norton de Matos, que já otinha mandatado para realizar a co-bertura fotográfica dos exercícios depreparação militar, em 1916, nocampo de manobras de Tancos.Na frente ocidental, Arnaldo Garcezproduziu “milhares de fotografias”,uma das quais mostra um pequenogrupo de soldados a olhar para a ob-jetiva, dentro de uma trincheira, comtábuas a sustentarem a terra de umlado e mais tábuas a servirem demesa para meia dúzia de bolas depão, quase tantas quantos os soldadosque posam. “Há uma fotografia deque eu gosto muito que mostra umgrupo de soldados na trincheira acomer pão e queijo na sua refeiçãodiária. Uns sorriem, outros com armais triste e o fotógrafo tem ali uminstantâneo da vida quotidiana do sol-dado português nas trincheiras.

Temos uma lente mais próxima doquotidiano de combate nessas ima-gens do Garcez”, contou Carlos Sil-veira.Para o historiador, há outra imagemicónica da participação portuguesa naGrande Guerra que é “uma fotografiana qual um soldado sai daquela posequotidiana de estar a desempenhartarefas rotineiras, tira o capacete,ergue-o ao alto e está a gritar”, numgesto interpretado como sinal de vitó-ria, ainda que não se saiba quando foicaptada a imagem.Nas fotografias de Arnaldo Garcez, aguerra é retratada a preto e branco,não há feridos, nem cadáveres, não há“situações que pudessem ser consi-deradas como desmoralizantes” por-que o fotógrafo foi usado como aprincipal arma de propaganda doexército português e “não era propria-mente uma testemunha indepen-dente”, continuou Carlos Silveira.

As fotografias foram “muito utilizadaspela propaganda e informação doCEP”, nomeadamente através da re-vista Portugal na Grande Guerra, quefoi o órgão oficial do exército, assimcomo, em 1918, na generalidade daimprensa, sobretudo na IlustraçãoPortuguesa.Outro momento marcante da carreirado atípico “alferes” foi a exposição fo-tográfica inter-aliada no Museu Jeu dePaume, em Paris, em novembro de1917, na qual mostrou “77 amplia-ções fotográficas que fez todas sozi-nho”, uma exposição “paradigmáticada importância que os aliados e os be-ligerantes devam à fotografia queganha uma visibilidade enorme naGrande Guerra”, acrescentou CarlosSilveira.Arnaldo Garcez também publicou, emParis - na época áurea do postal ilus-trado - três conjuntos de 24 postaisbilingues, em português e francês,

“para dar uma imagem internacionalda participação portuguesa na guerra”e “não há qualquer exposição ou obrasobre a Grande Guerra que não apre-sente estas imagens”.O fotógrafo retratou a vida nas trin-cheiras, cobriu as festas da vitória emParis, Londres e Bruxelas, onde as tro-pas portuguesas também desfilaramem julho de 1919, casou com umafrancesa e só regressou a Portugal em1921, documentando as cerimóniasfúnebres dos soldados desconhecidosda Europa e da África, em Lisboa e naBatalha, a 9 e 10 de abril desse ano.Pouco depois, abriu uma loja de foto-grafia em Lisboa e deixou o fotojorna-lismo.De acordo com Carlos Silveira, as fo-tografias de Garcez deverão fazerparte de uma exposição sobre os im-pactos sociais e culturais da GrandeGuerra na Fundação Gulbenkian, emLisboa, este ano.

Vai ter uma exposição na Gulbenkian em Lisboa

Por Carina Branco, Lusa

Christiano Cruz, o tenente médico que pintou as trincheiras

Os contornos negros e o traçado ex-pressionista de Christiano Cruz(1892-1951) ganharam uma novadimensão e simbolismo nas trinchei-ras do norte de França, onde o artistaretratou a tragédia da Grande Guerrajunto dos soldados portugueses.Christiano Cruz tinha o posto deTenente médico no primeiro CorpoExpedicionário Português que de-sembarcou em França em fevereirode 1917, mas nunca abandonouos pincéis e os lápis na linha dafrente.Nas trincheiras, o artista produziuautorretratos e imagens de um quo-tidiano marcado pela tensão e pelamorte, como “Rebentar de uma Gra-nada”, “Soldados à mesa de umcafé” e “Cena de Guerra”, uma pin-tura a guache sobre cartão, de for-mato reduzido, exposta no Museu doChiado, que “faz lembrar uma pin-tura pop dos anos 60”, afirmou àLusa Carlos Morgado, que fez umamonografia sobre o pintor pela Facul-

dade de Letras da Universidade deLisboa.“Ele pinta quase como se fosse ummosaico, quase como se fosse umvidro que se estilhaçasse (…) É umaimagem apontada como um trabalhopop antes do tempo. No momentoem que está a explodir, o soldado éprojetado nos ares. Isto foi pintado60 anos antes da arte pop em quehavia as onomatopeias das explosõesde Lichtenstein”, descreveu, a pro-pósito do centenário da chegada àFlandres dos primeiros soldados por-tugueses, a 02 de fevereiro de 1917.A “cena de guerra” mostra a explo-são de uma granada, com pincela-das de vermelho no solo e umsoldado com uma farda azul, de mo-chila nas costas, em primeiro plano,mas Christiano Cruz também dese-nhou cartas para a família a mostrar“uma imagem de bonomia daguerra”.“Nas horas vagas, o que ele fazia erapintar, desenhar. Conhece-se a obradele no período da guerra, desenhosque ele fazia para enviar à família,

junto com os postais que pretendiamdescansar a família e que se calharnão correspondiam tanto à realidadeque ele tinha no dia-a-dia. Ele dese-nhava os postais com as barracasonde estavam alojados, com as trin-cheiras, os soldados, os cavalos”,acrescentou Carlos Morgado.As obras realizadas pelo artista nastrincheiras, incluindo um álbum comesboços de situações quotidianas,exigiam poucos meios logísticos eeram de pequeno formato: “De 15por 20, 20 por 20, ele não usavatelas, pintava sobre cartão”, acres-centou o autor de “Christiano Cruz.O outro lado do espelho”, publicadona revista Artis, do Instituto de His-tória de Arte da Faculdade de Letrasde Lisboa, em 2006.As obras criadas, mesmo em palcode guerra, testemunham a vitalidadeartística deste veterinário de forma-ção que, entre 1909 e 1913, foiconsiderado como um dos pioneirosdo primeiro modernismo portuguêspor ter rompido com os convenciona-lismos oitocentistas pela via da cari-

catura e do desenho.Almada Negreiros chegou a classificarChristiano Cruz como um dos melho-res da sua geração e apontou o slogando artista - “guerra à bota-de-elástico!”- como o grito de uma geração inteiracontra a opinião dominante, mas acarreira de Cruz terminaria pouco de-pois do fim da I Guerra Mundial devidoa várias deceções no mundo da arte.“No pós-guerra, ele ainda tentoufazer vida como artista plástico, masa sociedade estava a mudar de umaforma que não lhe agradou. Os artis-tas que ele tinha conhecido no pe-ríodo anterior à guerra morreram,outros tinham emigrado e ele acaboupor emigrar para as colónias onde fezum trabalho ao nível da agropecuáriae veterinária. Nem os filhos sabiamque ele tinha sido um grande motordo primeiro modernismo em Portu-gal”, acrescentou Carlos Morgado.Christiano Cruz regressou a Portugaldepois do Armistício, em novembrode 1918, e partiu para LourençoMarques (Moçambique), no outonode 1919.

Por Carina Branco, Lusa

Le 08 février 2017

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CULTURA 15

Théâtre: Pour Lionel Cecílio le voyage continue

Et oui «Voyage dans la mémoire d’unfou» contenue sa route. La pièce dethéâtre a un seul acteur… mais quelacteur! Lionel Cecílio.Ce fut très émouvant d’assister lejeudi 2 février à la première d’unnouveau voyage.Après deux passages au Festivald’Avignon et une saison à Paris, Lio-nel Cecílio a choisi de faire revivrela pièce dans la capitale. Un spec-tacle à ne pas manquer.C’est une pièce sur la vie, vie seméed’embuches, de rencontres. L’artistejoue à la fois plusieurs personnages,s’amuse et nous amuse avec troislangues: le français, le portugaiset… le frantugais!Au début de la pièce vous avezl’homme… se suivent, le professeurd’école, l’élève, le docteur, le jeunehomme, la femme bourgeoise, labonne portugaise, le frère, le prê-tre… Albert Einstein et même Dieu.Lionel Cecílio se raconte. Racontequelques uns de ses souvenirs,quelques uns de nos souvenirs. Ons’y retrouve une peu tous à un mo-ment de notre vie. N’attendons pasd’avoir mal pour apprécier la vie, vi-vons la vie tous les jours.Attendez-vous à sourire, voir à rire,mais aussi attendez-vous à vivre le

silence de la salle, les plus sensiblessentiront la goute humide sur le vi-sage, l’émotion, émotions partagéespar la proximité entre l’artiste et sonpublic.On n’en sort pas indemne d’unepièce comme celle que Lionel Cecí-lio nous propose.Et quel exploit! Seul sur scène,c’est une performance d’athlète. Letitre de la pièce évoque la «mé-moire». Lionel, chapeau… quellemémoire.Il y a, dans «Voyage dans les mé-moires d’un fou», des appels, desalertes, mais c’est aussi surtout un

bol d’air salutaire dans notre mondeun peu trop pollué.Lionel Cecílio nous prévient etconseille de nous «appliquer dansnos erreurs, les gens ne se souvien-nent que de nos faux-pas», les ré-ponses que nous donnons «sont lesbonnes, puisqu’elles sont les nô-tres…». De quoi nous faire réfléchir,non?Vous en voulez d’autres? «Nos plusbeaux tableaux sont nos fenêtres,mais personne ne les regarde jamaisvraiment», «rien n’existe si on n’ycroit pas», «le bonheur c’est la bonneheure, c’est une heure d’osmose tout

au plus». Cher bachelier, entrainez-vous, en voilà des sujets de philoso-phie pour le bac.Lionel Cecílio est heureux sur scène:«sur scène on ne meurt pas».Terminant par les mots de LionelCecílio, au lendemain de cette nou-velle première du 2 février nous dit:«Nous avons tous notre lot de souf-frances. Les miennes ne valent niplus ni moins que celles de tout unchacun. Mais moi j’ai cette chanceinouïe de pouvoir les fuir en partantdans ce Voyage et de les faire ou-blier aussi à ceux qui partent avecmoi. Ce métier permet ça, même

s’il est dur par d’autres aspects.Mais rien que pour ça, il est si beau.Comme disait Emily Dickinson, ‘lerivage est plus sûr mais j’aime mebattre avec les flots’. Hier, au mo-ment des saluts, je pensais à voustous et je mesurais combien je suischanceux de faire ce métier, dansces conditions et combien je vousdois cette chance!»

Voyage dans la mémoire d’un fouLes jeudis, vendredis et samedisAu Théâtre l’Archipel17 boulevard de Strasbourg75010 Paris

«Voyage dans la mémoire d’un fou»

Par António Marrucho

Le 08 février 2017

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Lionel Cecílio avec ses parents: ses premiers fansLusoJornal / António Marrucho

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16 CULTURA

Gilda Martins: la thérapie par l’art

Est-ce un phénomène de notre temps,est-ce une mode… l’engouement ac-tuel pour les médecines dites paral-lèles ou n’assistons-nous pas à uncertain retour à un passé bien loin-tain? A l’exemple de médecine chi-noise, d’autres médecines, prennentracine dans la nuit des temps.Les maux de notre civilisation, telsque: le stress, la déprime, le mondequi bouge à une trop grande vitesse,ne conduisent-ils pas, à que de plusen plus d’hommes et de femmescherchent dans cette médecine, sou-lagement aux douleurs physiquesmais aussi aux douleurs psychiques?LusoJornal est allé à la rencontre deGilda Martins, une femme qui n’étaitpas prédestinée à priori à soigner etsoulager quelques uns des maux denotre temps… soulagement par l’art.Gilda Martins est née en 1959, dansun petit village du Portugal, pas trèsloin de Fátima et a émigrée en Franceavec sa famille en 1964. Elle habiteactuellement à Annoeullin, on appellece coin du Nord, les Weppes. Ses pa-rents et grands-parents avaient desqualités artistiques: ils étaient coutu-riers.Pour sa part, sa passion pour leslangues étrangères l’a amenée à fairedes études de lettres puis en Com-merce International. Elle a exercé lemétier d’assistante de direction pen-dant 30 ans.Gilda Martins a pratiqué le yoga pen-

dant 17 ans, avant de devenir la Pré-sidente de son association en 2001.Son besoin d’expression artistique l’apoussée à suivre des cours d’arts-plas-tiques. S’exprimer en exposant sesœuvres tant collectivement, qu’indivi-duellement a été pour elle l’aboutis-sement d’un travail, la reconnaissanceet le retour à une certaine paix, grâceau partage de ses connaissances et deson art.A la suite d’une maladie, en 2007,Gilda Martins fait un bilan de compé-tences qui lui révèle d’indéniablesqualités artistiques et d’écoute enversles autres. Elle fait alors le choix d’al-lier sa passion artistique à un métierqui vient en aide à la personne ensouffrance.Gilda Martins entreprend des étudesd’art-thérapie en 2010 et obtient lediplôme universitaire d’art-thérapeuteà la Faculté Libre de Médecine deLille en 2012.Cela conduit Gilda Martins vers unenouvelle carrière en tant qu’entrepre-neuse en 2013. Elle anime, depuis,des ateliers à l’épicerie sociale de sacommune et aide les personnes endifficulté sociale à reprendreconfiance en elles, en leur faisant dé-couvrir le potentiel artistique qu’ils onten eux, grâce au dessin et la peinture.Depuis l’an dernier, elle anime égale-ment des ateliers d’arts-plastiquespour enfants et adultes dans une as-sociation à Phalempin.

Vous vous sentez plutôt portugaise ou

française?Je me sens européenne, puisque jesuis considérée comme portugaise enFrance et française au Portugal.

Être d’origine portugaise est pour vousune richesse ou un handicap?Je l’ai toujours ressenti comme une ri-chesse, ne serait-ce la possibilité depouvoir m’exprimer dans plusieurslangues.

Quel art arts pratiquez-vous?Je me suis inscrite dans une associa-tion artistique en 2000. J’y pratiquele dessin, la peinture et le chant enchorale.

Vous exercez vos dons également àtravers la thérapie. Pourquoi?

Le métier d'art-thérapeute m’était in-connu jusqu’à mon bilan de compé-tences. J’y ai eu recours pendant mamaladie. La thérapie par l’art, je l’aivécue et je m’étais promis si je sortaisde ma dépression d’aider les autres,d’aller vers les autres.

Vous intervenez dans quels milieux?J’interviens dans un milieu social, leCCAS d’Annœullin et dans un milieuassociatif: l’Association Loisirs et Cul-ture de Phalempin.

Au niveau de la peinture, la femmeest souvent le sujet de vos tableaux,y-a-t il une raison?En me penchant sur mon parcours ar-tistique, je me suis aperçue quej’avais beaucoup de tableaux repré-

sentant la femme. Je projette beau-coup de mes ressentis dans mes ta-bleaux. C’est d’ailleurs en les revoyantque j’ai vu la fracture qui se produisaitdans ma vie. Je suis convaincue quedans toute expression artistique, il y ale révélateur de ce que nous sommesau plus profond de nous et que nousexprimons sans nous en rendrecompte.

Des projets?Je vais participer à quelques manifes-tations dont j’ai déjà les dates: leSalon de la femme et du bien être àla salle Monet à Dourges, le samedi11 mars, la Journée de la femme à 17mars à Courrières, le Printemps desartistes à la Salle Polyvalente de Wa-vrin le lundi 8 mai, l’Exposition despeintres e par l’Office du Tourisme desWeppes à Aubers, les 13 et 14 mai…

Avez-vous une réflexion sur le «de-main», sur l’avenir de notre monde?J’ai un regard assez partagé sur notretemps. J’ai une profonde confiance enl’homme car je suis croyante. Jepense que tous les mouvements idéo-logiques, religieux, fascistes, sont per-vertis par le pouvoir, que certainss’octroient des droits, des avantages,alors même qu'ils ne pensent pas aubien de tous, mais oui à leur propreambition. Par ailleurs je déplore tousles retours en arrière sur les droits desfemmes. Je souhaite que les hommesretiennent les leçons du passé et nemènent pas notre monde à sa perte.

Diplômée d’art-thérapeute par la Faculté Libre de Médecine de Lille

Par António Marrucho

Le 08 février 2017

«Biotiful Planète»: quand Jéromine Pasteur filme le Mozambique

Produite en France en 2009, et diffu-sée de nouveau le jeudi 2 février surFrance Ô, l’émission relative au ParcNational des Quirimbas, au Mozambi-que, fait partie intégrante du pro-gramme «Biotiful planète» dirigé parJéromine Pasteur.La petite fille de Louis Pasteur, explo-ratrice et aventurière de longue date,a publié moult ouvrages et récits deses voyages.En compagnie de Mozambicains en-gagés dans la défense de la biodiver-sité, Jéromine Pasteur nous faitdécouvrir à travers le petit écran, dansun premier temps le Parc National desQuirimbas, situé tout au nord du Mo-zambique à la frontière de la Tanzanie.Puis en seconde partie d’émission, l’îleIbo, attenante au Parc, pour ses sanc-tuaires marins sur l’océan indien. Sansoublier l’activité humaine, économi-que, sociale et culturelle encouragéeet développée au profit des popula-tions qui y séjournent.Ce vaste programme unique au mondeen son genre, se fait avec l’aide del’AFD (Agence Française de Dévelop-pement) et la WWF.Ce Parc créé à la demande des com-munautés locales en juin 2002, d’unesuperficie de 7 500 km2 a pour ob-jectif la mise en place d’un cadre degestion concertée pour une cohabita-tion intelligente et durable entre les

différents occupants: Populations lo-cales, 11.000 éléphants, 449 espè-ces d’oiseaux, 375 de poissons, et 52de coraux, sans négliger la protectiondes forêts pour la préserver de ses cou-pes sauvages de bois précieux, et gérerau mieux les surfaces cultivées par lesagriculteurs.Pas moins de 300 gardes communau-taires, 40 Rangers, arrivent à traquerles braconniers et inciter les cultiva-

teurs à l’alternance des aires d’utilisa-tion, sur le principe de la jachère, etéviter ainsi la pratique difficilementcontrôlable du brulis.Et surtout donner accès à l’eau potableà tous les êtres vivants répartis sur ces7.500 km2.Le même principe est applicable enmer en délimitant des sanctuaires ma-rins, les uns en permanents et les au-tres en temporaires. A la fois pour

permettre la sauvegarde des certainesespèces menacées, mais aussi autori-ser les pêcheurs à subvenir à leurs be-soins tout en leur inculquant leprincipe du rejet à la mer des espècestrop petites, comme les poissons na-poléon, et maintenir le registre comp-table, astreignant certes, des quantitésprises, par espèces, pour satisfaire àcourt et long terme, aux besoins despopulations.

Pour compléter ce documentaire,quelques images proches du paradissur terre, d’écotourisme durable misen place par Amy Carter-James depuisune quinzaine d’années au GuludoBeach Lodge sur les bords de l’océanindien au nord du Parc National desQuirimbas. Les 9 suites ont chacuneétait construite le long de la plage,avec des matériaux locaux: carrelagesde terre cuite, bambous, casiers depêche en fibres végétales tressées, ré-cupérés en guise de claustras, feuillesde manguier pour la décoration floraleréalisée par les femmes du village,vastes salles de douche rudimentaireset «raisonnées» à ciel ouvert: l’eau estrare… Le tout sans électricité. Cetteéconomie tournée vers le tourismede luxe permet à Amy Carter-Jamesde donner du travail aux Mozambi-cains habitant à proximité mais ausside financer la scolarité et les soinsmédicaux de leurs enfants. Par l’in-termédiaire de la NEMA associationcaritative qu’elle a créée, en accordavec les autorités gouvernementales.De quoi offrir aux touristes des safarisphoto dans le Parc, de la plongéesous-marine à partir d’embarcationstraditionnelles à voile latine, des sor-ties ornithologiques dès l’aube.Pour le plus grand plaisir des unsvenus de si loin et pour l’immense es-poir de progression sociale, économi-que et financière des Mozambicainstout en les incitant à rester au pays.

Par Gracianne Bancon

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CULTURA 17

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Liceu Camille Jullian de Bordeauxtem uma Secção europeia de português

Para além das aulas de português nor-mais, em LV1 ou LV2, o liceu CamilleJullian em Bordeaux (33) distingue-se dos outros estabelecimentos com aSecção europeia de português na qualos alunos podem ter aulas de históriaou geografia em língua portuguesa.Uma jornada portas abertas teve lugarno sábado passado para apresentar aSecção europeia de português queatualmente sofre de “fracas inscri-ções”.Martine Frágoas, professora de portu-guês no liceu, explicou que há umahora semanal na Secção europeia deportuguês. “Não se trata de uma Sec-ção internacional, esta Secção jáexiste desde os anos 90 e trata-se deuma disciplina não linguística (DNL)dada por um professor nativo. Nestecaso a professora que dá essas aulasé brasileira, Cristina Silva, e dá aulasde história e geografia de Portugal oudo Brasil em português”.Para poder frequentar a Secção euro-peia de português tem que estar ma-triculado obrigatoriamente no liceu eter um bom conhecimento em línguaportuguesa. Segundo a professora, oensino da Secção europeia é um ró-tulo de qualidade que vai selecionaros melhores alunos e prepará-los me-

lhor para depois do Bac. “Com o es-tudo aprofundado da língua e das cul-turas lusófonas, o aluno poderácontinuar os seus estudos de portu-guês na Universidade Michel de Mon-taigne ou no Instituto de SiencesPolitiques no curso integrado Bor-deaux-Coimbra”.No contexto atual, a escolha de umalíngua como o Português pode reve-lar-se como uma boa estratégia para amobilidade e inserção profissionalporque “em situação de concorrência,permite distinguir-se e a diferença

será uma real vantagem”.A Secção europeia de português pro-põe vários projetos culturais abertosao mundo lusófono, através de encon-tros com escritores e artistas, demons-trações de Capoeira no âmbito dahistória do Brasil, ou ainda viagenslinguísticas e culturais a Portugal. Osalunos passam os exames do BAC emLV2 ou LV1 e têm uma prova oral emportuguês sobre o programa dado emhistória e geografia. Ter uma menção‘Português classe europeia’ é um sinalde terem um conhecimento aprofun-

dado das culturas lusófonas e da lín-gua portuguesa, que não devemos es-quecer é a 3ª língua europeia maisfalada no mundo”, apontou ao Luso-Jornal.O liceu Camille Jullian, situado nocentro da cidade de Bordeaux, temexcelente reputação e é solicitado pormuitos alunos. Esta oferta da Secçãoeuropeia que também propõe aulasde alemão e de russo, é uma mais-valia para o estabelecimento. Mas nãosó atrai os melhores alunos como tam-bém dá a possibilidade, de acordo

com Martine Frágoas, de acolher osalunos do colégio Edouard Vaillant anorte da cidade. “Este colégio quetem menos boa reputação, permiteautomaticamente aos alunos de ma-tricularem-se neste liceu e poderembeneficiar da Secção europeia. Depa-ramo-nos assim com alunos de meiossociais diferentes, aqui no liceu, masque se dão muito bem uns com os ou-tros”.Tanto Martine Frágoas como CristinaSilva “puxam muito pelos alunos”para irem o mais longe possível. “ASecção de português acolhe na maio-ria lusófonos, mas também francesese malgaxes. Contudo precisamos dedar mais visibilidade à Secção de por-tuguês para atrair mais alunos”. Aprofessora acrescentou ainda quemuitos alunos temiam a sobrecargade trabalho com opções facultativas,daí a importância de bem aconselharà partida os alunos para motivá-los ainscreverem-se na Secção. “Temosbons argumentos e casos de exemplosde alunos bem sucedidos”, concluiu.A Secção europeia de português noliceu Camille Julian proporciona todasas vantagens e argumentos para con-vencer todos aqueles que possam teralgumas dúvidas.

www.camillejullian.com

Jornada Portas Abertas tenta inscrever mais alunos

Por Clara Teixeira

Le 08 février 2017

Maria Ivone Frutuoso anima há quase 10 anoso blogue “Aldeia de Gralhas”

Mesmo se vive em Paris, Maria IvoneFrutuoso anima há quase 10 anos, oblogue “Aldeia de Gralhas”. No iníciotratou-se de um blogue destinado afalar da aldeia dos pais, mas pouco-a-pouco foi-se transformando numblogue cultural, vitrina de vários pro-jetos culturais portugueses, mostrasde fotografias e de outros projetos ar-tísticos, que apaixonam a autora.Maria Ivone Frutuoso é lusodescen-dente, nasceu em Paris, e trabalhanuma instituição bancária.

Onde é esta aldeia de Gralhas?Gralhas é em Trás-os-Montes, do con-celho de Montalegre. Os meus pais,avós e bisavós são de lá. É uma aldeiapequena, dizem que é fria, perto daGaliza.

Nasceu lá?Os meus pais vieram para França nosfinais dos anos 60. Eu já nasci cá,mas vivi dos 8 aos 12 anos em Portu-gal. Conheci o dia-a-dia transmontanodurante esse tempo. Senão, eu ia aGralhas quando era miúda, comomuitos emigrantes faziam, iam para aaldeia no mês de agosto, mas nós cu-riosamente íamos sempre em julho.Pouco a pouco deixei de ir a Gralhas.Os meus pais acabaram por comprarcasa em Braga e durante anos acabeipor passar mais tempo no Minho doque em Trás-os-Montes.

Como surgiu o blogue?

Nasceu há 9 anos. Foi após uma via-gem que fiz com os meus pais à al-deia, e durante esse tempo o meu paifalou-me da aldeia, encontrámos pes-soas e juntamente com as recorda-ções que tinha do meu lado, quis apartir dessa viagem fazer qualquercoisa. Era uma maneira de recolherinformações do passado, da aldeia,das vivências da minha família, comouma memória no fundo. Era uma es-pécie de homenagem aos meus pais,aos meus antepassados.

E como evoluiu?Pouco a pouco foi evoluindo porquerealmente falar sempre do mesmo as-sunto pode ser aborrecido. Depois,acabou por se aproximar daquilo queeu sou, do que eu gosto. Com temasmais ligados à arte, sem esquecer astradições, os antigos, de Trás-os-Mon-tes. Quis que se tornasse mais viradopara a lusofonia, o que me corres-ponde mais. As minhas pesquisas nainternet levaram-me a conhecer váriaspessoas em diferentes domínios, fotó-grafos, artistas variados e comecei ainteressar-me por novos temas e a di-vulgar o máximo de informações queeu tinha. Provavelmente não interassamuita gente, mas são temas e ideiasque me correspondem e o meu bloguereflete o que eu sou.

O blogue é seguido por muita gente?O blogue é dinâmico e alimentado re-gularmente. Algumas pessoas procu-ram temas ligados a Portugal ou àtradição e o meu blogue pode ser um

daqueles que é mais proposto. Nasredes sociais, tenho algumas pessoasque me acompanham, mas não sãoassim tantos, também não quero terPortugal inteiro atrás (risos). Para tra-zer mais pessoas era preciso abordaroutros temas e eu não sei desenvolvercertos temas, como o futebol ou a re-ligião. Quero mostrar o que gosto.

O que se pode ver no blogue?Nestes últimos tempos tenho faladomuito em fotografias, porque tenhoencontrado vários fotógrafos portugue-ses e franceses que têm fotos lindasde Portugal. Também posso falar de

arte contemporânea, de ilustração,adoro banda desenhada, posso falarde tradições, de música diversa, masnão falo de futebol nem de religião, anão ser que a fotografia fale disso.

Ao criar o blogue esperava este im-pacto?Não, no início não pensava que ia tertanto sucesso. Não contava que gos-tassem tanto. É uma satisfação paramim. No fundo, o que eu quero é sa-tisfazer, e que as pessoas tenham oseu interesse em consultar o meu blo-gue. A parte estética também é im-portante, o visual é importante, tenho

sempre o cuidado de retocar as foto-garfias, de reler os textos, e o bloguetem dado a conhecer muitas pessoascom grande riqueza e isso é um dosmaiores presentes para mim. Toda aaprendizagem com as pesquisas e apartilha das informações é muito en-riquecedor.

O blogue ocupa-lhe muito tempo?Faço muitas pesquisas. As pesquisasé algo que faço por exemplo ao dia-a-dia. É uma procura constante. Estousempre a vigiar o que se passa, segosto ou não, todos os dias vejo o quehá, o que posso partilhar, quando leioo jornal, quando vejo a televisão,quando vou na rua, quando os outrostambém me dão ideias sobre umafesta ou um evento qualquer. Vousempre procurar informações, é umtrabalho diário, quando tenho ideiasmais formatadas, ao fim de semanatenho mais tempo para estar tranquilae dedico mais tempo ao blogue. Possopassar 4 ou 5 horas seguidas a traba-lhar.

Porquê ter mantido o nome Aldeia deGralhas se entretanto o projeto evoluiupara áreas culturais?Porque é complicado mudar o nomedo blogue, porque a aldeia também éo lugar onde o povo se exprime. Gra-lhas também é um pássaro, tambémé um erro ortográfico. Mas penso queo nome ‘aldeia’ vai bem finalmentecom o blogue, um lugar onde toda agente pode exprimir-se e partilharideias.

Por Carlos Pereira

LusoJornal / Carlos Pereira

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18 RELIGIÃO

Pastoral portuguesa de Lyon prepara para a Crisma

A Pastoral portuguesa da Diocese deLyon (69) iniciou o seu ciclo de for-mação e de preparação ao sacramentodo Crisma no passado dia 19 de ja-neiro, nos locais da Paróquia de S.Nome de Jesus. A cerimónia do“Crisma”, vai ter lugar no decorrer doencerramento dos festejos do cente-nário das Aparições de Nossa Senhoraem Fátima, no domingo 15 de outu-bro.Quatorze jovens adultos, vindos de di-versos pontos da região da cidade deLyon, fazem esta preparação sob aresponsabilidade do padre Eric Bes-son, novo Capelão da Comunidadeportuguesa, nomeado em setembropassado, em substituição do PadreJosé Luís de Almeida, de partida parauma nova missão na região de Paris.“Neste ano de 2017, é já a quarta vezque fazemos a preparação ao Crismapara jovens adultos da Comunidadeportuguesa. Estamos a somar cercade noventa rapazes e raparigas quemostraram o seu desejo de construí-rem nas suas vidas de cristãos, algoque os enriquece e faz crescer ao nívelespiritual”, explica Georgina Santos,membro da Pastoral. “Na nossa Co-munidade, aqui na região do grandeLyon, infelizmente o percurso dos jo-vens portugueses ao nível dos Sacra-

mentos, é quase inexistente e tem pa-rado, segundo vários testemunhos, aonível do Batismo ou da Primeira Co-munhão. Falta de vontade ou de inte-

resse da parte deles e das famílias, etambém falta de estruturas ao nível daDiocese, que lhes façam propostas,fazem com que esta situação seja

uma realidade negativa e comum amuitos”, concluiu a Georgina Santosao LusoJornal.“A Comunidade portuguesa ‘afastou-

se’ muito da vida da igreja e da reli-gião, ou até esqueceu, que ao desejarseguir uma vida no seio da igreja ca-tólica, isto é ser cristão, tem que viveros Sacramentos, e seguir as forma-ções adequadas para esses fins, queé o adquirir os ensinamentos, que lhedão a riqueza espiritual e a cultura re-ligiosa. Por vezes descobrem com sur-presa, que para casar têm que sercrismados, ter feito a primeira comu-nhão, e estarem batizados, e que têmum problema a resolver se isso nãoaconteceu. O mesmo caso de exigên-cias, será para quem desejar ter a res-ponsabilidade de ser Padrinho deBatismo ou de Casamento. Ao níveldas leis da igreja, estas exigências,são postas em Portugal, como tam-bém em França e não poderá havercompromissos”.Hoje a Pastoral portuguesa de Lyonpropõe aos jovens e aos adultos que odesejarem de participarem nestas for-mações, que levam cerca de um ano,com dez encontros de duas horas, eno final haverá a cerimónia do Crisma.Para outubro de 2017, o Cardeal Phi-lippe Barbarin de Lyon, presidirá àscerimónias do Crisma na Basílica deFourviere, a partir das 14h30.

Pastoral Portuguesa de LyonInfos: 04.78.87.86.72Paroisse de S. Luc S. Foy-les-Lyon

Responsáveis notam “desinteresse” da Comunidade portuguesa

Por Jorge Campos

Le 08 février 2017

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LusoJornal / Jorge Campos

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Ahmed Hassan, umbracarense no CAN

O Egito acabou por ser derrotadona final do CAN pelos Camarõespor 2-1, deixando assim escapar aconquista do título continental.Nesta equipa egípcia, há um joga-dor que atua em Portugal, noSporting de Braga: Ahmed Has-san. O LusoJornal falou com o jo-gador antes das meias-finais, queo Egito venceu frente ao BurkinaFaso de Paulo Duarte.

Quais eram os objetivos do Egito?O Egito sempre pensa em vencera Taça. O Egito é o país que ga-nhou mais vezes a Taça Africanadas Nações e toda a gente co-nhece o Egito. Temos uma certapressão porque temos de ir à final.

Até à meia-final, não tinham so-frido golos…É algo muito importante e muitobom para a equipa não sofrergolos. Estamos a defender muitobem. Acreditamos sempre quenão vamos sofrer golos e é o quefazemos. Ainda por cima, conse-guimos marcar.

Foi o seu primeiro CAN, como foiessa experiência?Este é o primeiro CAN na Seleçãoprincipal, mas já joguei duas TaçasAfricanas com os sub-20. Claroque este é diferente com os senio-res, porque é um outro nível. É umsentimento muito bom, entrar,jogar e ajudar a equipa. É umsonho de criança chegar à finaldesta prova.

Não foi uma opção principal du-rante o Torneio, antes de se lesio-nar, como viveu essa situação?São as opções do Treinador. Estousempre disponível quando ele pre-cisar. Eu respeito todos os colegasque jogam na minha posição e omeu Treinador. Quando tenho aoportunidade de jogar, tenho dedar o máximo para mostrar aminha qualidade.

Ahmed Hassan terminou a provacom a medalha de prata após aderrota na final frente aos Cama-roneses. Agora o avançado vai re-gressar ao Sporting de Braga, eleque também já representou emPortugal, o Rio Ave.

20 DESPORTO

Les Lusitanos: seule équipe au niveau nationalinvaincue depuis le début du Championnat

En disposant de l’AC de Boulogne-Bil-lancourt (ACBB), 3 buts à 0, les Lusi-tanos de Saint Maur n’ont pasmanqué leurs débuts officiels, en2017, accentuant au passage leursavances en tête de Championnat.Si les Lusitanos étaient frustrés par lereport successivement de ses pre-miers matchs de l’année, l’ACBB peutdésormais témoigner que cela étaitvraiment le cas. A l’occasion du chocde la 18ème journée entre Saint-Mauret Boulogne-Billancourt, c’est unepartie de haute volée que se sont li-vrés le leader invaincu du Groupe Bde CFA et son dauphin au classement.Pourtant, le club du 92 savait qu’iln’avait pas le droit à l’erreur et nemanquait pas sa volonté de mettresous pression les Lusitanos d’entréede jeu. Toutefois, les rares offensivesboulonnaises n’étaient pas assez pro-noncées pour mettre en danger un im-

périal Revelino Anastase. Et c’estSaint Maur qui allait prendre les com-mandes logiquement. Sur l’un de sespremiers corners, Jony Ramos profited’un léger cafouillage pour tromper leportier de l’ACBB, Nicolas Caraux, quine peut que constater les dégâts (0-1, 16ème minute).Derrière, l’ACBB tentera bien de réagirmais sans succès. Le meilleur buteurboulonnais, Mohamed Chalali, pen-sera égaliser en fin de première pé-riode mais Kévin Diaz suppléera àmerveille son gardien, pour une fois,battu. Dès la reprise, l’ACBB opterapour un jeu plus physique et plus di-rect qui n’empêchera pas les Lusita-nos de continuer sur leur lancée. Al’heure de jeu, Jony Ramos prouveraque le stage au Portugal avait permisde bien recharger les batteries en ins-crivant son deuxième but de la partie.Bien lancé en profondeur, Kevin Diazadresse un ballon parfait au secondpoteau pour le buteur portugais qui

inscrit son 9ème but de la saison (0-2, 61ème). Un sérieux coup dur pourles Boulonnais qui ne s’en remettrontpas et qui verront même Kevin Faradetoucher le poteau.Saint Maur finira pour accentuer sonavantage grâce à Sitou Ayi, à la89ème, d’une frappe en pivot chirur-gicale (0-3).Pour Carlos Secretário, la victoire étaitplus que méritée. «On a fait une bellepartie. On a su se montrer plus fortque notre adversaire dans tous lescompartiments du jeu. On a su répon-dre sur le terrain face à une belleéquipe de Boulogne. On continue surnotre lancée. On ne va pas se prendrepour des autres. Le plus importantétant de valider notre premier objectifqui est le maintien avant de prendrece qu’il y aura à prendre en fin de sai-son».Pour Ousmane Kanté, c’est avant toutune grande performance collective quia permis de réussir une belle opéra-

tion au Stade Marcel Bec de Meudon.«Cette victoire est avant tout celle detout un groupe. On a joué tous ensem-ble les uns pour les autres. C’est notregrande force. Quand on défend, çacommence de notre attaquantjusqu’au gardien. On se bat tous en-semble sur chaque ballon. On ne lâ-chera rien jusqu’au bout». Avec 36points au classement, les Lusitanosprennent le large et prouvent qu’ils necalent pas sur le terrain avec 5 pointsd’avance sur l’ACBB et 7 points surl’Entente SSG. La première bonnenouvelle étant que Saint Maur a déjàfait un grand pas vers le maintien.Mais est-ce vraiment là l’essentiel?Surtout que les Lusitanos restent laseule équipe invaincue dans sonChampionnat. Une performance re-marquable au niveau national, de laLigue 1 au CFA2, personne ne faitmieux. La preuve que tous les rêvessont aujourd’hui permis du côté deSaint Maur.

Football / CFA

Par Eric Mendes

Paulo Duarte terminou no terceiro lugarcom o Burkina Faso

O Treinador português Paulo Duarte,acabou no terceiro lugar do Campeo-nato Africano das Nações (CAN), eleque comanda a Seleção do BurkinaFaso. No entanto o percurso não foifácil.O Burkina Faso venceu na cidade dePort-Gentil, o Gana por 1-0, golo deAlain Traoré, na luta pelo terceirolugar. Um resultado que deixou PauloDuarte satisfeito. “Penso que foi umterceiro lugar merecido, mas pensoque se alguém devia estar na finalera o Burkina Faso. Ninguém nos ga-nhou. Ganhámos três jogos, empatá-mos três. O melhor jogo que fizemosfoi frente ao Egipto onde tivemos65% de posse de bola. Sempre acre-ditei que a Taça ia para o Burkina”disse ao LusoJornal.O Treinador admitiu que o jogo foicomplicado frente ao Gana. “Não foi

fácil frente ao Gana recuperar a con-fiança. Aliás sentimos isso visto quena primeira parte o Gana foi muitosuperior, até porque refrescou aequipa com sete jogadores novos, en-quanto o Burkina manteve a mesmabase. No intervalo corrigimos o queestava mal. Os jogadores percebe-ram. Ganhámos, o Gana tambémpodia ter ganho. Criamos muitasoportunidades e concretizámos umade maneira soberba. O terceiro lugaré merecido. O balanço é extraordiná-rio para o Burkina, que até agora sófez uma final e é o primeiro terceirolugar que alcança, mas sempre comum sabor amargo na boca”, subli-nhou Paulo Duarte.Paulo Duarte ainda estava algo ma-goado com a derrota da sua equipafrente ao Egipto por 4-3 na marcaçãodas grandes penalidades, após o em-pate a uma bola no tempo regulamen-tar e no prolongamento. “Parabéns ao

Egipto que venceu. Parabéns ao Trei-nador, grande profissional. Parabénsaos meus jogadores que fizeramgrandes jogos com uma grande qua-lidade. E dar os parabéns à arbitra-gem, que nos proibiu de vencer.Ninguém nos derrotou. Um egípciocortou a mão perto da área, e nemdeu cartão amarelo, e apitou porqueo auxiliar insistiu. Houve ainda umpenálti claro a nosso favor. Durante ojogo jogado, o Burkina Faso merecevencer. O Egipto merece vencer nasgrandes penalidades, tem um grandeguarda-redes”.Quanto aos jogadores que falharamnas grandes penalidades, PauloDuarte não culpa ninguém. “Não éjusto falar daqueles que marcaram asgrandes penalidades. Trabalhámosum mês, e sabíamos quais eram osmelhores jogadores para marcaressas grandes penalidades. Escolhe-mos simplesmente os melhores. Se

toda a gente pensa que vai falhar,ninguém vai rematar. Até os melho-res do mundo falham”.Paulo Duarte relembrou que agora oobjetivo da equipa vai passar peloapuramento para o Mundial de 2018que vai decorrer na Rússia. “O Bur-kina soube compreender o sistemade jogo do Egipto. O estilo de jogo émuito calculista. Nós fizemos umjogo inteligente. Acelerámos quandopodíamos. Obrigámos a defesa a ficaratrás. Estou feliz pela postura e o ca-minho que fizemos. Sempre acrediteique podíamos trazer a taça para oBurkina. Agora vamos pensar no apu-ramento para o Mundial. Temos devalorizar o facto de não termos sidoderrotados neste CAN”.Paulo Duarte arrecadou pela pri-meira vez uma medalha no CAN,após duas participações anterioresnas quais tinha sido eliminado nafase de grupos.

Futebol

Por Marco Martins

Le 08 février 2017

Por Marco Martins

Lusitanos de Saint Maur / EM

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O FC Porto, segundo classificado da ILiga de futebol, emprestou Sérgio Oli-veira ao Nantes até ao final da época.O médio, de 24 anos, vai representara equipa comandada por Sérgio Con-

ceição na Ligue 1, depois de no FCPorto não ter convencido o TreinadorNuno Espírito Santo.Esta época, Sérgio Oliveira jogou ape-nas 54 minutos em jogos oficiais,

acabando por ser dispensado dos tra-balhos do plantel principal pelo téc-nico dos ‘dragões’ juntamente comAdrián López e Evandro.O brasileiro foi entretanto vendido aosingleses do Hull City, de Marco Silva,enquanto Adrián López foi empres-tado aos espanhóis do Villarreal.O contrato de empréstimo do interna-cional português sub-21 será até aofinal desta época e não contemplaopção de compra.Já em França, Sérgio Oliveira disseque pretende “ajudar a equipa” e pro-meteu “trabalho, trabalho, trabalho”no clube francês.Apresentado ao lado do Treinador,Sérgio Conceição, e do Diretor dele-gado do clube, Franck Kita, o atleta,de 24 anos, prometeu “trabalhar eajudar a equipa”, garantindo estar “fi-sicamente preparado” e com vontadede trabalhar.“Não tenho medo de trabalhar. Sinto-me fisicamente preparado e, quandotiver a confiança do Treinador, estareipronto para jogar ao máximo”, acres-centou.O internacional sub-21 portuguêsmostrou-se ainda agradado com o“clube histórico” que vai representar

e com o facto de conhecer o novo téc-nico “desde menino, primeiro comojogador e depois como Treinador”.“Sei que é um clube histórico, um dosmais titulados de França. Os adeptosapoiam muito o clube, o que é impor-tante para os jogadores”, disse omédio, que admitiu que “não é fácilnão jogar”, mas que continuou “a daro máximo nos treinos e a respeitar asopções do Treinador” dos ‘dragões’,Nuno Espírito Santo.Sérgio Conceição mostrou-se satis-feito pela chegada do compatriota,que ajuda a criar “um grupo maisforte que vai conseguir atingir os ob-jetivos do clube”.“É um jogador tecnicamente dotado.Vem de uma boa escola, do FC Porto.Traz qualidade técnica, construção dejogo e vai continuar a evoluir con-nosco. É um pouco diferente dos ou-tros médios do clube”, acrescentou oTécnico.Esta época, Sérgio Oliveira cumpriuapenas 54 minutos em jogos oficiais,sendo dispensado dos trabalhos doplantel principal. O contrato de em-préstimo do internacional portuguêssub-21 será até ao final desta épocae não contempla opção de compra.

lusojornal.com

Gonçalo Guedes espera contar com apoiodos Portugueses em Paris

O futebolista português Gonçalo Gue-des disse que espera contar com oapoio dos Portugueses quando jogarao serviço do Paris Saint-Germain.Gonçalo Guedes foi apresentado à im-prensa, em Paris, ao lado dos jogado-res alemão Julian Draxler e argentinoGiovani Lo Celso, no auditório do Par-que dos Príncipes, tendo agradecido“a confiança que depositaram” nele“o Presidente, o Clube e o Treinador”.“Uma coisa que pesou muito foi havermuitos Portugueses em Paris, cercade um milhão. É muito importantepara mim. Como já tiveram cá outrosjogadores portugueses em França e ascoisas correram da melhor forma, euacreditei que também possa aconte-cer comigo. O clube tem grandes jo-gadores, tem um grande Treinador[Unai Emeri], é um bom clube paraeu evoluir cada vez mais porque souum jogador jovem”, referiu o antigo jo-gador do Benfica.O jogador estreou-se no PSG frente aoMónaco, entrando aos 86 minutos,numa partida que se saldou a um em-pate a um golo. Os escassos minutosem campo foram suficientes paraGonçalo Guedes se “sentir muito bemnum Parque dos Príncipes cheio” ecom apoio português nas bancadas.“Escolhi Paris não só por ser umgrande clube, mas também por seruma grande cidade, por a claque e osadeptos parisienses, muitos deles,serem portugueses e isso também mevai ajudar muito e teve muito peso naminha decisão vir para o Paris. É maisfácil para a minha adaptação ter mui-tos Portugueses e como já vi no está-

dio, há muitos Portugueses nas ban-cadas e isso é muito importante. Es-pero que me ajudem e espero quegostem do meu trabalho”, reiterou.O extremo de 20 anos disse que vaijogar “onde o ‘mister’ mandar”, subli-nhando que joga “nas três posiçõesda frente”, ainda que até agora tenhajogado “mais à ala”, insistindo estar“pronto para jogar em qualquer umadas posições”.Patrick Kluivert, Diretor para o futeboldo PSG, avançou que Gonçalo Gue-des é “um jogador muito vertical, comum muito bom drible, que trabalha

muito pela equipa” e que “pode jogarem três posições de avançado”.“Seguimos o Gonçalo há algunsmeses. Estamos muito felizes por tero Gonçalo aqui porque é um dos joga-dores mais talentosos do futebol por-tuguês. O clube tem uma longahistória com o futebol português etenho a certeza que o público no Par-que dos Príncipes vai gostar do seuestilo de jogo”, justificou Patrick Klui-vert.Quando questionado sobre a transfe-rência do Benfica para o PSG, o joga-dor disse que “o Benfica é um clube

que tem muita exigência, tem muitapressão, porque luta sempre para ga-nhar todos os títulos”, mas que “emParis também é a mesma coisa, ape-sar de ter um nível de jogadores com-pletamente diferente”.“É um sítio onde posso evoluir cadavez mais”, concluiu, em referência aoCampeão em título em França, lan-çando, em francês: “Paris est magi-que!”O extremo, de 20 anos, tinha oficiali-zado a sua transferência do Benfica,que rendeu aos ‘encarnados’ 30 mi-lhões de euros.Gonçalo Guedes vai vestir a camisolanúmero 15 e é o 11º jogador portu-guês do PSG, depois de FernandoCruz (1970-1971), Humberto Coelho(1975-1977), João Alves (1979-1980), Daniel Kenedy (1996-1997),Manuel Hélder (1998-1999), Joa-quim Agostinho (2001-2002), HugoLeal (2001-2004), Felipe Teixeira(2002-2005), Marino Hélder (2004-2005) e Pedro Pauleta (2003-2008).O avançado, natural de Benavente,assinou pelo Paris Saint-Germain até2021, após ter cumprido toda a suaformação no Benfica, clube no qualse estreou na equipa principal naépoca 2014/15, sob o comando deJorge Jesus.Já sob a orientação de Rui Vitória, ga-nhou espaço no ‘onze’, tendo mar-cado 11 golos em 68 presenças, echegou à Seleção portuguesa, con-tando duas internacionalizações.Em abril de 2015, Gonçalo Guedestinha prolongado o seu contrato como Benfica, até junho de 2021, acor-dando uma cláusula de 60 milhões deeuros.

Novo jogador do PSG

Por Carina Branco, Lusa

FC Porto empresta Sérgio Oliveira ao Nantes até ao final da época

DESPORTO 21

Sporting de Braga emprestaXeka ao Lille

O médio Xeka vai jogar até ao final datemporada nos Franceses do Lille,por empréstimo do Sporting deBraga, informou fonte do clube da ILiga de futebol.O médio, de 22 anos, começou aépoca na equipa B dos bracarenses,tendo sido chamado à formação prin-cipal por José Peseiro pela primeiravez à oitava jornada, na receção aoDesportivo de Chaves.Xeka veio encontrar no Lille - 11º clas-sificado do Campeonato gaulês - osportugueses Rony Lopes e Éder. OLille fica com opção de compra sobreo jogador no final do empréstimo.Entretanto, o avançado sul-africanoLuther Singh é reforço da equipa Bdos ‘arsenalistas’, transação confir-mada pela Liga de clubes. LutherSingh tem 19 anos e alinhava noGais, da segunda divisão da Suécia.

Ténis deMesa: AS Pontoise nafrente da eliminatória da Liga dos CampeõesRealiza-se na próxima sexta-feira, dia10 de fevereiro, a 2ª mão dos Quartosde final da Liga dos Campeões deténis de mesa, definindo-se aquiquais as quatro semi-finalistas destaedição do evento.A equipa do AS Pontoise-Cergy, como atleta Marcos Freitas e companhia,recebe a formação do GV Henne-bont, pelas 19h00 horas, tendo con-seguido uma importante vantagemna eliminatória, depois da brilhante vi-tória por 3-0, alcançada na casa doopositor.Deste modo, Marcos Freitas está en-caminhado para alcançar as semi-fi-nais da Liga dos Campeões,competição na qual o AS Pontoise éo atual detentor do título e onde o ma-deirense tem brilhado ao longo dosúltimos anos. O internacional madei-rense alcançou um determinantetriunfo sobre o Chen Chien-An, noprimeiro encontro, esperando-se quese consiga novamente impor nestesegundo confronto entre as duasequipas francesas.Nesta fase da competição estão inte-gradas três formações francesas, ou-tras tantas alemães, uma equiparussa e outra oriunda da Suécia,sendo que apenas a eliminatória doPontoise se evidenciou menos equili-brada na primeira mão, relevando-seum equilíbrio nas restantes.

Le 08 février 2017

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Lusa / Carina Branco

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22 TEMPO LIVRE

Boa notícia

«Não vim revogar, mascompletar»No Evangelho do próximo domingo,dia 12, Jesus recorda-nos que a Leide Moisés proíbe o homicídio e oadultério; prevê a possibilidade de di-vórcio e obriga que sejam respeitadosapenas os compromissos seladoscom um juramento.Matar, trair, repudiar, jurar… «Eu,porém, digo-vos!» Com esta expres-são Jesus introduz quatro novos ensi-namentos que completam a antiga Leie que podemos muito brevementesintetizar da seguinte maneira:1) Não basta “não matar”: é necessá-rio cultivar o respeito absoluto pelavida e pela dignidade de cada pessoa.2) Não basta uma fidelidade sexual,mas devemos também esforçarmo-nos por purificar o nosso coração e osnossos pensamentos.3) Apesar dos nossos limites e fragili-dades, é preciso continuar a acreditarno matrimónio cristão: não nos pode-mos simplesmente render à “solu-ção” do divórcio.4) A necessidade de jurar implica aexistência de um clima de descon-fiança que é incompatível com o“Reino”. Entre os discípulos devehaver um tal clima de sinceridade econfiança que os simples “sim” e“não” são suficientes.

São quatro ensinamentos que concre-tizam e revelam a lição mais impor-tante: um verdadeiro caminho de fénão pode reduzir-se à observância dealgumas regras, mas implica uma au-têntica conversão do coração! Mas seestes mandamentos indicam o Cami-nho que conduz à vida plena, não po-demos no entanto aplicá-losfanaticamente (tal como faziam os es-cribas e fariseus) e nem condenar ce-gamente quem os quebra, pois issoseria trair o espírito cristão que deveanimar a nossa doutrina. A lei não éum ídolo e a justiça de Deus não écega, pois Ele vê e ama cada um denós.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse de St. Joseph des Nations161 bis rue Saint Maur75011 ParisDomingo às 9h30

Le 08 février 2017

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Jusqu’au 12 février Exposition de 40 œuvres de l’artisteportugais Miguel Blanco dans le cadrede «Black Deer - Résonances, Enlève-ments, interférences», au Musée de laChasse et de la Nature, 62 rue des Ar-chives, à Paris 3. Du mardi à dimanche,de 11h00 à 18h00. Le mercredijusqu’à 21h30. Fermé le lundi.

Jusqu’au 18 février Exposition «Dialogue avec un Crom-lech» (un cromlech est un alignementde menhirs...), de Susana Machado, àla Galerie Le Génie de la Bastille, 126rue de Charonne, à Paris 11. De 14h00 à 20h00 (fermé le 13 fé-vrier).

Jusqu’au 26 février «Dépenses», premier volet de «La tra-versée des inquiétudes», une trilogied’expositions librement inspirée de lapensée de Georges Bataille. Participa-tion des artistes portugais Julião Sar-mento et Marco Godinho. Labanque,44 place Georges Clemenceau, àBéthune (62).

Jusqu’au 26 février Exposition Archéologie(s) d’Inez deCastro - exposition d’œuvres plastiqueset chorégraphiques de Lídia Martinez,autour du personnage de la ReineMorte. Maison du Portugal André deGouveia, Cité Universitaire Internatio-nale, 7P boulevard Jourdan, à Paris 14.Infos: 01.70.08.76.40.

Jusqu’au 16 avril Ângelo de Sousa «La couleur et le grainnoir des choses». Commissaire: JacintoLageira. Fondation Calouste Gulben-kian, Délégation en France, 39 boule-vard de La Tour Maubourg, à Paris 07.Infos: 01.53.85.93.93.

Le mercredi 8 février, 19h00 Conférence de Régis Debray et MichelCrépu sur «Culture et civilisation».Cycle Carte blanche proposé par l’Ins-titut Aspen France. Fondation CalousteGulbenkian, Délégation en France, 39boulevard de La Tour Maubourg, à Paris07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le mardi 14 février, 19h00 Conférence par Alexis Nuselovici(Nouss) sur «Exil et migrations au-jourd’hui», en partenariat avec le Col-lège d’études mondiales - FondationMaison des sciences de l’homme. Fon-dation Calouste Gulbenkian, Déléga-tion en France, 39 boulevard de LaTour Maubourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le lundi 27 février, 18h30 Conférence d’Euridice Monteiro sur«Les deux mains de Eurydice: autourde son roman A ponte de Kayetona(2016) et de sa réflexion sur les pro-blématiques de genre dans la sociétécapverdienne» dans le cadre du cycled’études interdisciplinaires sur l’Afri-que lusophone organisé par Maria-Be-nedita Basto et Agnès Levécot. Fondation Calouste Gulbenkian, Délé-gation en France, 39 boulevard de LaTour Maubourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le jeudi 9 février, 19h00 Rencontre-performance autour des Let-tres d’amour de Pedro et Inez, dans lecadre de l’exposition «Archéologie(s)d’Inez de Castro», mise en espace etlectures par Eliane Béranger, Graça dosSantos, Clermont Pithan, Egídia Souto,José Manuel Esteves. Composition ori-ginale de João Costa Lourenço pour

une Lettre d'amour d’Inez (chant etpiano), danse par Isabelle Dufau etLidia Martinez. En partenariat avec laChaire Lindley Cintra de l’UniversitéParis Nanterre et le Lectorat de Paris8. Maison du Portugal André de Gou-veia, Cité Universitaire Internationale,7P boulevard Jourdan, à Paris 14.Infos: 01.70.08.76.40.

Jusqu’au 11 mars, 21h00 «La tour de pise» de Diasteme, mise enscène et interprétation de Suzana Joa-quim Maudslay, Cie Le Ruban Boréal.Théâtre de Ménilmontant, 15 rue duretrait, à Paris 20. Infos: 01.46.36.98.60.

Jusqu’au 25 mars Spectacle musical «On Henri encore!»,avec Stéphane Lébé et Dan Inger, enhommage à Henri Salvador. Tous lessamedis à 16h30, et pendant les va-cances scolaires de la zone C, du lundiau vendredi à 10h00. Théâtre Clavel,3 rue Clavel, à Paris 19. Infos: 09.75.45.60.56.

Du 23 février au 7 avril, 21h30 «La Dernière corrida», spectacle sur les«forcados» portugais, par la compagniedes Rêves Lucides. Une pièce avec unconcept original sur les «corridas» por-tugaises, l’Alentejo et le chant del’Alentejo. Tous les jeudis et vendredis,au Théâtre La Croisée des Chemins, 43rue Mathurin Régnier, à Paris 15.

Le jeudi 9 février, 19h45 Apéro fado avec Tereza Carvalho, ac-compagnée par Filipe de Sousa (gui-tarra) et Nuno Estevens (viola). LaChapelle des Lombards, 19 rue deLappe, à Paris 11. Infos: 01.43.57.24.24.

Le vendredi 10 février Concert de Katia Guerreiro au ThéâtreMunicipal de Grenoble, 4 rue HectorBerlioz, à Grenoble (38). Infos: 04.76.44.03.44.

Le vendredi 10 février, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupe,accompagnée par Manuel Miranda(guitarra) et Flaviano Ramos (viola).Restaurant O Forno, 28 rue LéonBlum, à Epernay (51). Infos: 03.26.32.03.68.

Les 10 et 11 février L’Académie de Fado présente SophiePaula accompagnée par Diogo Arsénioà la guitare portugaise et DominiqueOguic à la guitare classique. Au Théâ-tre en Bord d’Ô, 25 quai de Marne, àThorigny-sur-Marne (77). Infos 01.72.84.82.03.

Le samedi 11 février Concert de Katia Guerreiro au CentreCulturel Léo Lagrange, Quartier Esca-naux, place Flora Tristan, à Bagnols-sur-Cèze (30).

Le samedi 11 février, 19h30 Soirée Fado suivie de bal, avec TerezaCarvalho, accompagnée par Lino Ri-beiro et Vítor do Carmo, organisée parl’association Mogadouro no Coração.Salle des Fêtes, Place de la Libération,à Goslay (95). Infos: 06.50.11.32.01.

Le jeudi 16 février, 20h00 5ème Soirée Fado avec Sara Paixão etCésar Matoso. En première partie G.Fonseca (Cap Vert) et P. Pastour (Bré-sil). Maison de l’université, 10 rue Tré-filerie, à Saint Etienne (42).

Le samedi 18 février, 19h30 Dîner et spectacle de fado avec Concei-ção Guadalupe et Arnaldo Santos ac-compagnés des musiciens JoséRodrigues et Casimiro Silva, organisé

EXPOSITIONS CONFÉRENCES

DANSE

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SORTEZ DE CHEZ VOUS

FADO

THÉÂTRE

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TEMPO LIVRE 23Le 08 février 2017

par L’Amicale des Travailleurs sansFrontières de Bezons, Salle Gavroche,35 rue des Barentins, à Bezons (95).Réservations: 06.11.19.43.70.

Le samedi 18 février, 19h30 Soirée Fado avec Tereza Carvalho, Isade Castro et Luís Fortunato, accompa-gnés par Lino Ribeiro et Vítor doCarmo, organisée par l’Association Es-trelas do Mar. Salle Emile Zola, 28 rueEmile Zola, à Nogent-sur-Marne (94).Infos: 06.09.65.00.43.

Le jeudi 23 février, 19h45 Apéro fado avec Eunice Ferreira, ac-compagnée par Filipe de Sousa (gui-tarra) et Nuno Estevens (viola). LaChapelle des Lombards, 19 rue deLappe, à Paris 11. Infos: 01.43.57.24.24.

Le vendredi 24 février, 19h30 Soirée Fado avec Tereza Carvalho, ac-compagnée par Lino Ribeiro et Vítor doCarmo. Restaurant Patrízia, 72 terroute de la reine, à Boulogne (92).Infos: 01.49.09.17.40.

Le samedi 25 février, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupeet Arnaldo Santos, accompagnés parManuel Corgas (guitarra) et FlavianoRamos (viola). Restaurant La Mendi-gote, 60 avenue du Général Leclerc, àSaint Prix (95). Infos: 01.34.16.25.75.

Le samedi 25 février, 20h00 Café-concert avec Mónica Cunha, orga-nisé par l’Association Portugaise Cul-turelle et Sociale, 62 rue LucienBrunet, à Pontault-Combault (77). Infos: 01.70.10.41.26.

Le jeudi 2 mars, 20h00 Concert de Ricardo Ribeiro pour pré-sentation de son nouvel album “Hoje éassim, amanhã não sei”. Café de laDanse, 5 passage Louis-Philippe, àParis 11.

Le vendredi 3 mars, 21h00 6ème Grande Soirée de Fado de Paris,avec Júlia Silva, Tony Gama, TerezaCarvalho, Manuel Miranda, Isilda Mi-randa et Lauriano, accompagnés parManuel Miranda, Flaviano Ramos etTony Correia. Salle Vasco da Gama, 1rue Vasco da Gama, à Valenton (94).

Le jeudi 9 mars Concert de Misia à l’Auditorium JeanCocteau, 34 cours des Roches, à Nois-iel (77).

Le jeudi 9 mars, 19h45 Apéro fado avec Lúcia Araújo, accom-pagnée par Filipe de Sousa (guitarra)et Nuno Estevens (viola). La Chapelledes Lombards, 19 rue de Lappe, àParis 11. Infos: 01.43.57.24.24.

Le vendredi 10 mars Concert de Misia au Théâtre Munici-pal, 6 rue Guy le Lan, à Rezé (44).

Le samedi 11 mars Concert de Misia au Le Vingt-Sept,boulevard d’Encamp, à Rouillac (16).

Le samedi 18 mars, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupeet Maria da Saudade, accompagnéespar Manuel Corgas (guitarra) et Fla-viano Ramos (viola). Restaurant VilaNova, 53 rue Maurice Sarraut, à Tour-coing (59). Infos: 03.20.25.02.80.

Le samedi 29 avril Concert de Mariza au Palais desCongrès de Paris, 2 place de la PorteMaillot, à Paris 17.

Le mercredi 8 février, 20h00 Enregistrement concert privé de Bé-vinda «Mes Suds», accompagnée parPierre- Michel Sivadier (piano,chœurs, arrangements et directionmusicale), Benoît Dunoyer de Segon-zac (contrebasse), Mimi Sunnerstam(violoncelle), Marco Thèves (violon),au Studio Davout, 73 boulevard Da-vout, à Paris 20. M° Porte de Mon-treuil.

Les 9 et 10 février Concert de Aurélie & Verioca (musiquebrésilienne) dans le cadre du FestivalJeunesses Musicales JMFrance, àPithiviers (45).

Le dimanche 12 février, 16h00 Concert de chant et piano avec AlmaIbérica, avec Inês Simões (soprano) etDaniel Godinho (piano). Œuvres decompositeurs ibériques: Jesus Guridi,Pedro Blanco, Eurico Carrapatoso eFrederico de Freitas. En partenariat

avec la Chaire Lindley Cintra de l'Uni-versité Paris Nanterre et le Lectorat deParis 8. Maison du Portugal André deGouveia, Cité Universitaire Internatio-nale, 7P boulevard Jourdan, à Paris14. Infos: 01.70.08.76.40.

Le dimanche 26 février Concert de Aurélie & Verioca (musiquebrésilienne), à l’Auditorium des Ate-liers du Jour, à Montceau-les-Mines(71).

Le dimanche 26 février, 16h00 Concert de la pianiste Olesya Kyba.Oeuvres de Chopin, Schumann et Fra-goso. En partenariat avec la ChaireLindley Cintra de l'Université ParisNanterre et le Lectorat de Paris 8.Maison du Portugal André de Gouveia,Cité Universitaire Internationale, 7Pboulevard Jourdan, à Paris 14. Infos: 01.70.08.76.40.

Le samedi 11 février, 19h30 Dîner dansant animé par Tony doPorto, Daniel Marques, José Cunha,Leticia Risto et Diane Santos, accom-pagnée par Manuel Corgas et FlavianoRamos. Organisé par l’associationAgora, au profit de la Santa Casa daMisericórdia de Paris. Salle Jean Vilar,9 boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).Infos: 06.24.25.79.27.

Le samedi 11 février, 19h30 Dîner dansant avec Tony do Porto, Da-niel Marques, José Cunha, LeticiaRisto e Diane Santos accompagnéepar Manuel Corgas e Flaviano Ramos.Organisé par l’association AGORA eten collaboration avec la Santa Casa deMisericórida. Salle Jean Vilar, 9 bou-levard Héloïse, à Argenteuil (95). Infos: 06.24.25.79.27.

Le samedi 11 février, 21h00 Bal animé par Trio Hexagone, NelsonCosta et Augusto Canário, organisé parl’Amicale Franco-Portugaise de Cla-mart. Salle des Fêtes, Place Jules Hu-nebelle, à Clamart (92). Infos: 06.25.06.22.89.

Le samedi 18 février, 19h30 Dîner dansant avec les chanteurs Nelo& Varzia, organisé par l’association‘Portugal em Festa’, Salle Parc des

Sports, boulevard Ducher, à St Ouenl’Aumône (95). Infos: 01.34.21.85.59.

Le samedi 18 février, 20h00 Folklorique avec les groupes EstrelaDourada et AFP Saudades de Portu-gal, la chanteuse Tita et Trio NovoSom de Paris. Salle St Urbain, rue deLiepvre, à Neudorf (67). Infos: 06.73.15.19.18.

Le samedi 18 février, 20h00 Dîner-dansant avec José Cunha. Co-zido à portuguesa, Organisé par l’As-sociation Centre Pastoral Portugaisd’Argenteuil. Salle Jean Vilar n°2, 9boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).Infos: 06.72.26.23.44.

Le samedi 18 février, 20h00 Soirée dansante avec la chanteuseSylvia - menu de St. Valentin - orga-nisé par l’Association Raízes de Por-tugal d’Ablon-sur-Seine. 81 rue duGénérale de Gaulle, à Villeneuve-le-Roi(94). Infos: 06.72.15.82.54.

Le samedi 18 février, 21h30 Baile das Rifas avec le groupe folklo-rique Saudades et le duo Tony &Sonia. Organisé par le Groupe Sau-dades de Montpellier, Maison pourTours Marcel Pagnol, 64 route de La-vérune, à Montpellier (34).

Le samedi 18 février, 21h00 Festival Lusophone, à la Salle deFêtes de Montmagny, à Montmagny(95).

Le dimanche 19 février, 14h00 Spectacle avec Nelson Costa et Leti-cia Risto (tous les profits seront rever-sés à la Fondation Delta Plus, afin definancer un voyage au Portugal), orga-nisé par la Fondation Delta Plus etl’émission de radio RTF «Le Top duPortugal». Salle des Fêtes, Place de laRépublique Centre Bourg, à Panazol(87).

Le dimanche 19 février Repas dansant avec Arroz de Sarra-bulho (avec la Confraria do Sarrabulhode Ponte de Lima), animé par Lau-rence et le groupe Romarias do Minhode Drancy, organisé par l’AssociationDranceènne des Amis du Portugal. Es-pace Culturel du Parc, 120 rue Sadi

Carnot, à Drancy (93). Infos: 06.09.30.10.77.

Le dimanche 26 février, 15h00 Spectacle de Sandra Helena avec sonorchestre, Fernando Correia Marques,Dj Rico et Big Tom, organisé par l’as-sociation Agora. Salle Jean Vilar, 9boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).

Le samedi 4 mars 10ème anniversaire de l’Académie duBacalhau de Lyon, avec les groupesSangre Ibérico et Nova Imagem. Es-pace Ecully, 7 rue Jean Rigaud, àEcully (69). Infos: 06.82.80.52.75.

Le samedi 11 mars, 19h00 14ème anniversaire de l’émission deradio Bomdia Portugal, avec Hugo Ma-nuel, Felizardo, Carlos Pires, SandraHelena, Nelson Costa, José Gipsy Fu-sion, présentés par Carlos Tavares.Avec dîner. Salle Georges Brassens, àVilleneuve Saint Germain (02). Infos: 06.84.78.28.53.

Le samedi 11 mars, 20h00 Soirée spéciale pour la Journée de laFemme, avec Némanus, Morgane,Paulo Madeira et Serge & Alzira, orga-nisé par l’Association Lusophone.Salle des Fêtes Jean Ferrat, rue de laFontaine des Noues, à Varennes-sur-Seine (77). Infos: 06.34.56.65.12.

Le dimanche 12 février, 14h00 Festival de folklore organisé par l’As-sociation Franco-Portugaise d’As-nières, avec les groupes Danças eCantares de Almeirim de Levallois,Romarias do Minho de Drancy, Estre-las do Norte de Mitry-Mory, EstrelasDouradas de Versailles, Minhotos Uni-dos de Noisy-le-Sec et Flores doMinho d’Asnières. Espace ConcordeFrancis Delage, 27 rue de laConcorde, à Asnières-sur-Seine (92).

Le dimanche 19 février, 15h00 Tournoi de Sueca organisé par l’Asso-ciation Folklorique Juventude Portu-guesa de Paris 7. Salle C3B, 54 rueEmeriau, à Paris 15. Infos: 06.08.68.52.32.

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