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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONFIGURAÇÃO SEGUNDO AS MELHORES PRÁTICAS DA ITIL Área de Sistemas de Informação por Gustavo Oliveira de Oliveira Ademir Goulart, M. Sc. Orientador Adriana Gomes Alves, M. Eng. Co-orientadora Itajaí (SC), Novembro de 2009

Gustavo Oliveira de Oliveira TCC

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Um cluster de computadores pode, em poucas palavras, ser definido como sendo um conjunto de computadores que juntam forças para resolver um problema computacional em comum, sendo que este problema pode ser representado pela necessidade de um maior poder de computação ou então pela exigência de disponibilidade para o processamento de um serviço qualquer. Os três tipos mais comuns de clusters de computadores encontrados atualmente são os de Alta Disponibilidade (High Availability – HA), de Alto Desempenho de Computação (High Performance Computing – HPC) e o de Balanceamento de Carga (Horizontal Scaling – HS) [1].

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  • UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA

    CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS DA TERRA E DO MAR

    CURSO DE CINCIA DA COMPUTAO

    SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONFIGURAO SEGUNDO AS

    MELHORES PRTICAS DA ITIL

    rea de Sistemas de Informao

    por

    Gustavo Oliveira de Oliveira

    Ademir Goulart, M. Sc.

    Orientador

    Adriana Gomes Alves, M. Eng.

    Co-orientadora

    Itaja (SC), Novembro de 2009

  • UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA

    CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS DA TERRA E DO MAR

    CURSO DE CINCIA DA COMPUTAO

    SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONFIGURAO SEGUNDO AS

    MELHORES PRTICAS DA ITIL

    rea de Sistemas de Informao

    por

    Gustavo Oliveira de Oliveira

    Relatrio apresentado Banca Examinadora do

    Trabalho de Concluso do Curso de Cincia da

    Computao para anlise e aprovao.

    Orientador: Ademir Goulart, M. Sc.

    Itaja (SC), Novembro de 2009

  • ii

    SUMRIO

    LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................. iv

    LISTA DE FIGURAS ................................................................................. v

    LISTA DE TABELAS .............................................................................. vii

    RESUMO .................................................................................................. viii

    ABSTRACT ................................................................................................ ix

    1 INTRODUO .................................................................................... 10 1.1 PROBLEMATIZAO ................................................................................... 11

    1.1.1 Formulao do Problema ............................................................................... 11

    1.1.2 Soluo Proposta ............................................................................................. 12

    1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 12

    1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 12

    1.2.2 Objetivos Especficos ...................................................................................... 13

    1.3 METODOLOGIA .............................................................................................. 13

    1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 14

    2 FUNDAMENTAO TERICA ...................................................... 16 2.1 GERENCIAMENTO DE SERVIOS DE TI ................................................ 16

    2.2 MELHORES PRTICAS E PADRO GSTI ................................................ 18

    2.2.1 ITIL (Information Technology Library) ...................................................... 18

    2.2.2 COBIT (Control Objectives for Information and related Technology) .... 24

    2.2.3 MOF (Microsoft Operations Framework) ................................................... 26

    2.2.4 ISO/IEC 20000 (International Organization for Stardardzation /

    International Eletrotechnical Commission) ............................................................ 28

    2.3 GERENCIAMENTO DE CONFIGURAO ............................................... 29

    2.3.1 Banco de Dados do Gerenciamento de Configurao ................................. 36

    2.4 FERRAMENTAS DE PROGRAMAO ...................................................... 37

    2.4.1 Sistemas Web ................................................................................................... 37

    2.4.2 Programao de Sistemas WEB .................................................................... 39

    2.5 SOLUES SIMILARES ................................................................................ 41

    3 PROJETO ............................................................................................. 45 3.1 DEFINIO DO ESCOPO .............................................................................. 45

    3.2 ANLISE DE REQUISITOS ........................................................................... 47

    3.2.1 Requisitos Funcionais ..................................................................................... 48

    3.2.2 Requisitos No Funcionais ............................................................................. 49

    3.2.3 Regras de Negcio ........................................................................................... 49

    3.3 DIAGRAMA DE CASOS DE USO ................................................................. 49

    3.4 DIAGRAMA DE BANCO DE DADOS (MER) ............................................. 51

    3.5 CODIFICAO ................................................................................................ 53

  • iii

    3.5.1 Criao do Banco de Dados ........................................................................... 53

    3.5.2 Codificao PHP ............................................................................................. 54

    3.6 SGCMPI APRESENTAO, SIMULAO E TESTE ........................... 57 3.6.1 Teste 1: Simulando um Ambiente Real......................................................... 57

    3.6.2 Teste Especfico ............................................................................................... 69

    CONCLUSES ......................................................................................... 71

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................... 73

    A. QUESTIONRIO ADAPTADO MANDATORY CRITERIA....... 77

  • iv

    LISTA DE ABREVIATURAS

    BDGC Banco de Dados do Gerenciamento de Configurao

    BSD Biblioteca de Software Definitivo

    COBIT Control Objectives for Information and related Technology

    DHD Depsito de Hardware Definitivo

    GITIMM Government IT Infraestruture Management Method

    GSTI Gerenciamento de Servios de TI

    HTML Hyper Text Markup Language

    IC Item de Configurao

    IEC International Eletrotechnical Commission

    ISO International Organization for Stardardzation

    ITIL Information Tecnology Infraestructure Library

    MOF Microsoft Operations Framework

    OGC Office Government Commerce

    PHP Hypertext Preprocessor

    SGCSMPI Sistema de Gerenciamento de Configurao Segundo as Melhores Prticas

    da ITIL

    TCC Trabalho de Concluso de Curso

    TI Tecnologia da Informao

    TIC Tecnologia da Informao e Comunicao

    UNIVALI Universidade do Vale do Itaja

    XML eXtensible Markup Language

  • v

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Alinhamento da TI com o Negcio ................................................................................... 10 Figura 2 Mtodos de GSTI mais utilizados ..................................................................................... 17 Figura 3 Organizao dos processos da ITIL no livro Service Delivery ......................................... 19 Figura 4 Organizao dos processos da ITIL no livro Service Support .......................................... 20 Figura 5 Relao da ITIL e seus livros com o negcio e a tecnologia. ........................................... 21 Figura 6 Escala de maturidade X tempo ......................................................................................... 22 Figura 7 Entrada de Melhores Prticas na Governana de TI ......................................................... 25 Figura 8 Pirmide de atuao da ITIL e COBIT ............................................................................. 26 Figura 9 Viso dos mtodos do MOF ............................................................................................. 27 Figura 10 Viso dos Livros da ITIL V3 .......................................................................................... 27 Figura 11 Elementos que compem o Gerenciamento de Servios ................................................ 29 Figura 12 - Alguns Exemplos de ICs ................................................................................................. 31 Figura 13 - Relacionamento entre ICs ................................................................................................ 32

    Figura 14 Relacionamento do Gerenciamento de Configurao com demais processos da ITIL .. 33 Figura 15 Exemplo de atributos de um IC ...................................................................................... 36 Figura 16 Modelo de estrutura de sistemas Web ............................................................................. 37 Figura 17 Exemplo de integrao de PHP e HTML. ...................................................................... 41 Figura 18 Tela do sistema Qualitor 5.20 ......................................................................................... 43 Figura 19 - Comparativo de solues comerciais similares ............................................................... 44

    Figura 20 Organizao do BDGC ................................................................................................... 46 Figura 21 Atributos dos ICs ............................................................................................................ 47 Figura 22 Diagrama de Caso de Uso no Mdulo de Gesto. .......................................................... 50 Figura 23 Diagrama de Casos de Uso no Mdulo de Outros Processos ......................................... 51 Figura 24 - Diagrama MER ................................................................................................................ 52 Figura 25 - Interface do phpMyAdmin .............................................................................................. 53 Figura 26 Exemplo de criao de uma tabela no Banco de Dados. ................................................ 54 Figura 27 - Codificao de controle de relaes entre ICs ................................................................ 56 Figura 28 Cdigo para tela de autenticao. ................................................................................... 56 Figura 29 Andar Diretoria Executiva - 3 Andar ............................................................................ 58 Figura 30 Andar de Produo Estratgica- 2 Andar ...................................................................... 59 Figura 31 - Andar de Produo Operacional - 1 Andar .................................................................... 59

    Figura 32 - Andar de Servidores (CPD) - Subsolo ............................................................................. 60 Figura 33 - Definio dos Tipos de IC no IT Manager ...................................................................... 60

    Figura 34 - Comparao Jogo X Testes ............................................................................................. 61 Figura 35 - Tela Inicial do Sistema .................................................................................................... 62 Figura 36 - Tela exemplo para cadastro de Categorias (UC01.02) .................................................... 63

    Figura 37 - Tela exemplo para cadastro de Subcategorias (UC01.03) ............................................... 63 Figura 38 - Tela exemplo para cadastro de Locais (UC01.05) .......................................................... 63

    Figura 39 - Tela exemplo para cadastro de Fornecedores (UC01.06) ............................................... 64 Figura 40 - Tela exemplo para cadastro de Fabricantes /Marcas (UC01.07) ..................................... 64 Figura 41 - Tela para cadastro de Status (UC01.08) .......................................................................... 64

    Figura 42 Tela de cadastro de um IC do tipo hardware. ................................................................. 65 Figura 43 - Tela com link para definir relacionamentos entre ICs ..................................................... 66 Figura 44 - Tela para cadastro de nova relao entre ICs .................................................................. 66 Figura 45 - Tela com exemplo de Cadastro de um incidente sobre um IC ........................................ 67

    Figura 46 - Relatrio de um IC em formato HTML .......................................................................... 68

  • vi

    Figura 47 - Relatrio de um IC no formato XML .............................................................................. 68

  • vii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Ganhos aps a implementao da ITIL ............................................................................ 24 Tabela 2 Prejuzos por interrupo de servio ................................................................................ 30

  • viii

    RESUMO

    OLIVEIRA, Gustavo Oliveira de. Sistema de Gerenciamento de Configurao segundo as

    melhores prticas da ITIL. Itaja, 2009. 79 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em

    Cincia da Computao)Centro de Cincias Tecnolgicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itaja, Itaja, 2009.

    A TI (Tecnologia da Informao) surgiu como uma revoluo que automatizou vrios processos nas

    indstrias e facilitou o desenvolvimento de organizaes de todo o mundo. A rea, antes conhecida

    como CPD (Central de Processamento de Dados), era apenas um parceiro nas organizaes

    fornecendo e suportando ferramentas tecnolgicas para que os objetivos do negcio fossem

    atingidos. Com isso, a competitividade de mercado fez elevar o valor e a dependncia da TI no

    objetivo do negcio, ela comeava a tomar decises para fazer o negcio atingir suas metas e

    necessitou uma melhor gesto em seus recursos. Ao final da dcada de 80 um rgo do governo

    britnico props um modelo de gesto conhecido e utilizado at hoje chamado ITIL (Information

    Technology Infraestructure Library). O presente trabalho aborda os conceitos da ITIL e seu

    processo denominado Gerenciamento de Configurao que tem como objetivo fornecer informaes

    detalhadas de uma infraestrutura de TI mantendo um controle e um relacionamento entre os itens

    que fazem parte dela. Aps o estudo, proposto um sistema que atenda o Gerenciamento de

    Configurao desenvolvido em plataforma orientada para web e com o objetivo de melhorar a

    gesto dos recursos disponveis em uma infraestrutura de TI aumentando a qualidade na entrega e

    suporte das operaes de TI das organizaes.

    Palavras-chave: Melhores Prticas do ITIL. Gerenciamento de Configurao. Infraestrutura de TI.

    Gerenciamento de Servios de TI.

  • ix

    ABSTRACT

    The IT (Information Technology) surged like a revolution that atomized various industries and

    increased organization on a global level. An area, better known as CPD (Central Processing Data)

    was a simple organizational partner offering and supporting technological tools in order to reach

    business objectives. With that, competition in the market place elevated the value and dependence

    in IT. The market began making decisions to reach business goals that required enhanced resource

    management. In the late 1980s, a branch of the British government proposed a managing model

    known as ITIL (Information Technology Infrastructure Library). Currently, jobs include concepts of

    the ITIL and its process managing denomination of configuration that offers detailed information in

    IT infrastructure. ITIL maintains a control and relationship between the items that make part of it.

    After a study, a system is proposed that attends the Configuration Manager developed in a platform

    oriented towards the web. The objective is to enhance resource management available in the

    infrastructure of IT, increasing the quality and support of operations in organizations.

    Keywords: ITIL Best Practices. Configuration Management. IT Infraestructure. IT Service

    Manager.

  • 1 INTRODUO

    As empresas atualmente esto cada vez mais dependentes de tecnologias informatizadas

    para que suas metas sejam alcanadas. Em geral, as grandes companhias esto buscando adotar

    modelos de gerncia para aperfeioar a utilizao dos recursos da informao e alinh-los ao foco

    do negcio (WEILL; ROSS, 2005).

    O mercado moderno exige das organizaes preos competitivos, que significa custos

    baixos e sob controle alm de alta qualidade. Essas exigncias tornam a Tecnologia da Informao

    (TI) parceira estratgica para as empresas que desejam situar-se entre as vencedoras em seus

    respectivos nichos de mercado (FOINA, 2001).

    Com o passar dos anos, a conhecida TI, responsvel pela manipulao dos dados e gerao

    da informao, agregou valores, somando a capacidade do poder da comunicao. Assim, passou a

    ser conhecida tambm como Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC). Essa nova

    nomenclatura um conjunto de recursos tecnolgicos que, se estiverem integrados entre si, podem

    proporcionar a automao e/ou comunicao de vrios tipos de processos existentes nos negcios,

    no ensino e na pesquisa cientfica, na rea bancria e financeira, etc. (MENDES, 2009)

    O foco do negcio precisa estar totalmente alinhado com esses novos atributos da TI. Com

    isso, o aproveitamento dos recursos computacionais ser maximizado acompanhando a elevao da

    produtividade e do crescimento do negcio. A Figura 1 aborda como a TI e os objetivos do negcio

    precisam estar alinhados para conseguir uma maior sinergia em seus processos.

    Figura 1 Alinhamento da TI com o Negcio

    Fonte: Beal (2009).

    A rea de TI influencia o contexto do negcio e vice-versa. Se os esforos das reas no

    tiverem um objetivo comum, a sinergia entre os processos estar comprometida. A fim de evitar um

    desalinhamento estratgico necessria a adoo de uma abordagem que maximize a eficincia e a

  • 11

    eficcia da TI para a Organizao, fazendo com que exista um aumento da produtividade

    (MAGALHES e PINHEIRO, 2007).

    1.1 PROBLEMATIZAO

    1.1.1 Formulao do Problema

    A dependncia das empresas com relao aos sistemas de informao, alm de servir para

    obter vantagem competitiva no mercado econmico e consequentemente sobre suas rivais, elevou

    os investimentos em produtos tecnolgicos. Contudo, ainda h uma resistncia elevada por parte

    dos gestores em prover esses investimentos. Essas resistncias esto relacionadas principalmente

    com a falta de justificativa da rea da TI em mostrar como esses futuros investimentos sero

    aplicados em melhoria para os processos do negcio.

    Atualmente o cenrio enfrentado pelas empresas que necessitam de TIC de alguma forma

    para seguir adiante com seus negcios resumido como um caos, onde no h um controle exato

    dos produtos de TI existentes e as informaes desses produtos so inexatas no contexto da gesto

    de TIC. Essa informao pode ser comprovada pela experincia de muitos profissionais de TIC que

    buscam diariamente, atravs de softwares, uma soluo para esse problema.

    Para minimizar problemas com a gesto de TIC foi necessria a criao de um modelo a ser

    seguido, o qual prope conduzir a TIC ao melhor gerenciamento de seus recursos. A proposta,

    tambm, uma melhor prtica que visa controlar a infraestrutura para fcil manuteno, estudo de

    capacidade, disponibilidade, controle de erros e impactos causados ao negcio final. Um dos

    modelos que busca ter esse controle a ITIL Information Technology Infrastructure Library

    (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2004). Atravs de uma srie de livros, a ITIL

    modela a infraestrutura para adotar, auditar e manter melhores prticas de TIC.

    Mesmo aps um padro de gesto ter sido definido, houve pouco interesse em fazer adoo

    deste. A questo envolvendo os investimentos na rea da TIC, anteriormente citada, ainda era um

    grande impedimento para a gesto mais controlada dos recursos computacionais nas empresas. Os

    profissionais envolvidos com tecnologia, aos poucos, comearam a demonstrar interesse na ITIL.

    A questo que perturba a mente dos gestores de TIC se resume na frase de Peter Ducker: O

    que no se pode medir, no se pode gerenciar (MANSUR, 2007). Ento necessrio se ter um

  • 12

    sistema que possa medir o valor dos itens de infraestrutura de uma empresa para que haja um

    completo entendimento de como esses itens se comportam e se relacionam entre si.

    Dos processos da ITIL, um em especfico visa controlar os ativos de TI bem como manter

    atualizado a existncia do mesmo dentro da infraestrutura de TIC. Esse processo chama-se

    Gerenciamento de Configurao, descrito no Livro Service Support (BERKHOUT et. al., 2000), e

    suas definies ainda no foram completamente exploradas no mbito acadmico.

    1.1.2 Soluo Proposta

    Com base em um cenrio de falta de controle, se faz necessrio o desenvolvimento de um

    sistema que apie a implementao da ITIL. Para esse trabalho, o processo de Gerenciamento de

    Configurao foi escolhido para expor as competncias de um bacharel em Cincia da Computao

    em seu Trabalho de Concluso de Curso. O Gerenciamento de Configurao o processo da ITIL

    que tem como objetivo fornecer informaes detalhadas de uma infraestrutura de TI mantendo um

    controle e um relacionamento entre os itens que fazem parte dela.

    Em consequencia deste maior controle sobre a infraestrutura da TI esse sistema poder

    auxiliar todos os demais processos da ITIL fornecendo informaes relevantes da TI. Porm, o

    escopo deste trabalho descrever e implementar somente o processo de Gerenciamento de

    Configurao.

    Alm disso, uma anlise sucinta mostrada comparando as ferramentas existentes que

    possuem capacidades para a modelagem do Gerenciamento de Configurao. Os sistemas

    analisados so geralmente empregados em organizaes que possuem viabilidade financeira e de

    recursos humanos para a adoo da ITIL.

    1.2 OBJETIVOS

    1.2.1 Objetivo Geral

    Desenvolver um sistema que atenda exclusivamente o propsito do processo de

    Gerenciamento de Configurao conforme a abordagem da ITIL.

  • 13

    1.2.2 Objetivos Especficos

    Pesquisar e compreender detalhadamente a aplicabilidade da ITIL, especificamente no

    processo de Gerenciamento de Configurao, em um sistema de gesto da infraestrutura;

    Pesquisar e analisar abordagens ou solues similares;

    Estudar as ferramentas computacionais necessrias para a construo do sistema;

    Definir o escopo do sistema;

    Modelar o sistema utilizando UML;

    Implementar o sistema respeitando a delimitao definida;

    Verificar o comportamento dos relacionamentos entre os Itens de Configurao (ICs) no

    sistema;

    Testar e validar a implementao do sistema; e

    Documentar o desenvolvimento e os resultados obtidos.

    1.3 METODOLOGIA

    A realizao dos estudos aplicados a esse trabalho segue a mesma metodologia de trabalhos

    cientficos. O conhecimento cientfico no algo pronto e acabado, isso permite que os contextos

    existentes sejam interpretados e discutidos de diferentes formas por diferentes pessoas.

    Com vrios questionamentos, possvel propor uma ou mais solues para um referido

    problema. Mtodos cientficos so as formas mais seguras inventada pelo homem para controlar o

    movimento das coisas que cerceiam um fato e montar formas de compreenso adequadas de

    fenmenos (BUNGE, 1974).

    Abaixo est descrita a metodologia seguida para o desenvolvimento deste Trabalho de

    Concluso de Curso:

    1- Determinao do tema problema tese do trabalho: Nesta fase, foi verificada uma

    necessidade, um contexto no explorado, detalhado no incio das atividades do trabalho

    de concluso de curso e descrito na pr-proposta posteriormente avaliada por dois

    membros do corpo docente da instituio acadmica;

  • 14

    2- Levantamento da bibliografia: Com o ponto focal do trabalho estabelecido, foi efetuado

    um levantamento sobre os recursos bibliogrficos disponveis para a fundamentao do

    contedo do assunto;

    3- Leitura e documentao: Foi de competncia desta fase, a filtragem e entendimento do

    material encontrado conforme a relevncia da publicao;

    4- Construo lgica: As ideias da pesquisa foram estruturadas conforme as exigncias

    racionais da sistematizao prpria do trabalho;

    5- Construo do texto e articulao dos pargrafos: O desenvolvimento do texto foi

    organizado em captulos em cada qual abordava diferentes nfases com pargrafos

    individuais;

    6- Projeto e desenvolvimento: Fase prtica da explorao das referncias bibliogrficas que

    tem finalidade de mostrar, no formato visual, os resultados das pesquisas; e

    7- Concluso: Terminado as fases anteriores, a concluso define os resultados obtidos,

    reflexo sobre a aplicabilidade da ITIL neste contexto, assim como pontos para

    discusses e trabalhos futuros.

    1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

    Este trabalho est divido em trs captulos. O captulo 1 d nfase ao estado atual dos

    modelos de gesto da TIC. Os conceitos bsicos, que sero abordados mais profundamente durante

    o captulo 2, so mostrados nesta etapa. A situao problema, soluo proposta, objetivos e a

    metodologia de como foi realizado o trabalho fazem parte dos tpicos inseridos nesse captulo.

    O captulo 2 ser responsvel pela fundamentao do Gerenciamento de Servios de TI e o

    processo de Gerenciamento de Configurao da ITIL. As metodologias, modelos, frameworks e a

    viso tcnico-operacional esto sucintamente explicados. A ITIL, ponto focal deste trabalho,

    explorada nesse captulo para que a partir de ento os sistemas que adotam os conceitos abordados

    nesse trabalho possam ser analisados para permitir que um sistema seja modelado no prximo

    captulo. Ainda no captulo 2, as tecnologias que envolvem a plataforma web tambm so

    estudadas.

  • 15

    O captulo 3 apresenta os requisitos funcionais e no funcionais e delimitao do escopo do

    sistema. O MER (Modelo Entidade-Relacionamento) do banco de dados e a descrio das tabelas

    do mesmo tambm esto neste captulo. Finalizando, explicado como o sistema desenvolvido

    funciona, mostrando de forma prtica as telas e teste realizados.

  • 16

    2 FUNDAMENTAO TERICA

    Este captulo aborda os conceitos que envolvem o contexto deste TCC fazendo uma reviso

    bibliogrfica sobre o tema para que aps a aquisio do conhecimento possa ser proposto um

    sistema aplicando tais fundamentos.

    2.1 GERENCIAMENTO DE SERVIOS DE TI

    Com o elevado nvel de alinhamento do foco do negcio com TI, vrias empresas

    constataram a necessidade de poder controlar melhor o uso de recursos tecnolgicos para obter

    alguma vantagem, tanto sobre suas concorrentes quanto para dinamizar os processos internos.

    A Tecnologia da Informao tem sido considerada como um dos principais fatores

    responsveis pelo sucesso das organizaes, tanto no nvel de sobrevivncia, quanto no aumento de

    competitividade. Sob o ponto de vista da organizao, a Tecnologia da Informao uma fora

    fundamental na remodelagem de empresas (BOAR, 2002).

    O conceito de Boar pode ser comprovado atravs da anlise de Carr (2003) que mostra a TI

    como uma comodity que est sendo absorvida por qualquer empresa comparando-a com o incio da

    energia eltrica, linhas ferrovirias e demais marcos iniciais que alguns anos atrs eram diferenciais

    e hoje aparecem nas empresas como itens comuns e necessrios.

    Para obter um forte alinhamento da TI com o foco do negcio preciso ter um nvel maduro

    na gesto dos processos que envolvem a TIC. Esses processos estendem-se desde as atividades dos

    recursos humanos quanto os recursos computacionais disponveis, estes por sua vez, precisam estar

    cientes de que as atividades internas claramente definidas ajudam na gesto de hoje e do futuro. Ter

    um entendimento claro da misso e da viso de futuro o passo inicial na hora de desenvolver e

    implantar os planos de ao na rea de TI evitando riscos (BEAL, 2009).

    Foina (2001) defende a tese que nas empresas de sucesso, os estgios de maturidade de

    tecnologia de informao sucedem-se com o passar do tempo e com as experincias adquiridas pela

    organizao.

    O Gerenciamento de Servios de TI (GSTI) o marco inicial para a adoo de uma postura

    proativa com relao ao atendimento das necessidades da organizao. Esse conceito prima pela

    qualidade percebida pelos clientes e usurios na entrega e suporte na operao de servios de TI.

  • 17

    Uma pesquisa realizada pela International Network Services, apresentada na Figura 2, constatou

    quais os mtodos de GSTI so usados entre 194 organizaes. (MAGALHES; PINHEIRO, 2007)

    Figura 2 Mtodos de GSTI mais utilizados

    Fonte: Adaptado de Magalhes e Pinheiro (2007).

    Conhecendo totalmente as necessidades da estratgia de negcio de uma organizao, o

    GSTI ser implantado sem burocracias e com menor risco alcanando alguns resultados como:

    Aumento da efetividade e da eficincia dos servios de TI;

    Alinhamento da estratgia da rea de TI com as necessidades das reas de negcio da

    organizao;

    Servios de TI cujo desempenho pode ser medido e comparado com os nveis de servio

    acordados tanto interna quanto externamente;

    Identificao completa e justificativa dos custos envolvidos na prestao dos servios de

    TI; e

    Flexibilidade para adaptar-se s mudanas impostas pelas reas de negcio.

  • 18

    2.2 MELHORES PRTICAS E PADRO GSTI

    Para alcanar um bom nvel de maturidade dos servios de TI, os processos internos e

    externos de uma empresa precisam estar bem definidos para se obter um plano de trabalho a ser

    seguido.

    O conjunto de procedimentos padres que adotam uma postura frente a entrega, suporte e

    gesto da TI so conhecidos como melhores prticas dos servios de TI. Dentre as mais conhecidas

    so possveis citar a ITIL voltado para a infraestrutura geral da organizao, o PMBOK (Project

    Management Body of Knowledge) no que rege gerncia de projetos, o COBIT (Control Objectives

    for Information and related Technology) na governana de TI e outras lderes em suas reas.

    J padro pode ser definido no como a postura adotada, mas sim como uma norma que

    deve ser seguida para garantir qualidade e o mnimo de critrios necessrios para cumprir as

    determinaes exigidas tanto nacionalmente como mundialmente.

    Esse TCC ir abordar profundamente a melhor prtica da ITIL que segue o que

    estabelecido no padro ISO 20000. Para justificar sua escolha e seus benefcios, mostrada uma

    coletnea dos padres e melhores prticas mais usadas no mundo que visam alm de um melhor

    gerenciamento da TI um alinhamento das exigncias do negcio.

    2.2.1 ITIL (Information Technology Library)

    Inicialmente batizado como GITIMM (Government IT Infraestruture Management Method),

    o modelo de gesto dos processos tecnolgicos do governo da Inglaterra foi batizado como ITIL em

    meados dos anos 80 aps estender suas disciplinas para as organizaes.

    Aps ser adaptada para as demais organizaes, a ITIL props inicialmente quarenta livros,

    ficando tambm conhecida como biblioteca das melhores prticas. Entre 2000 e 2002 a OGC

    (Office of Government Commerce) revisou os processos e conceitos da ITIL V1 e lanou a ITIL V2

    com sete livros. Entre eles os dois primeiros so os considerados essenciais para a implantao do

    GSTI:

    Service Delivery: neste livro esto definidos conceitos de como os servios de TI sero

    definidos e entregues aos clientes. Os processos, conforme organizados na Figura 3,

    deste livro so:

  • 19

    o Gerenciamento de Nvel de Servio;

    o Gerenciamento Financeiro para Entrega de Servios de TI;

    o Gerenciamento de Capacidade;

    o Gerenciamento de Disponibilidade; e

    o Gerenciamento de Continuidade dos Servios de TI.

    Figura 3 Organizao dos processos da ITIL no livro Service Delivery

    Fonte: Adaptado de Bartlett et. al. (2000).

    Service Support: neste livro esto definidos conceitos de como suportar as operaes

    cotidianas relacionados com a rea de TI. Um dos processos deste livro, conforme

    Figura 4, est no escopo deste TCC, o Gerenciamento de Configurao:

    o Gerenciamento de Incidentes;

    o Gerenciamento de Problema;

    o Gerenciamento de Mudanas;

    o Gerenciamento de Liberao; e

  • 20

    o Gerenciamento de Configurao.

    Figura 4 Organizao dos processos da ITIL no livro Service Support

    Fonte: Adaptado de Berkhout et. al. (2000).

    Planning to Implement Service Management: neste livro esto definidos conceitos de

    como iniciar e manter o Gerenciamento de Servios de TI com base no negcio e nas

    tecnologias. Alm de abordar a cultura e mudana organizacional com a implantao do

    GSTI;

    Business Perspective: neste livro esto descritos os mtodos de como a TI pode

    contribuir com os objetivos das organizaes e como seus servios podem ser alinhados

    ao pretendido pelo negcio para maximizar sua contribuio ao mesmo;

    Application Management: neste livro esto definidos os conceitos da gesto das

    aplicaes que esto disponveis na organizao, sendo acompanhado desde o fluxo de

    pedido e compra at a manuteno do mesmo garantindo a viabilidade dos custos

    envolvidos;

  • 21

    ICT Infraestructure Management: este livro possui a abrangncia de todos os aspectos

    da infraestrutura, desde os requisitos comerciais, instalao at a operao contnua da

    TIC; e

    Security Management: neste livro esto definidas as premissas de segurana que

    acompanham o que instrudo nos demais livros da ITIL contemplando ainda a anlise

    de riscos e vulnerabilidades.

    A Figura 5 ilustra a viso da relao da ITIL e seus livros com o negcio e a tecnologia.

    Figura 5 Relao da ITIL e seus livros com o negcio e a tecnologia.

    Fonte: Adaptado de Rudd (2006)

    A ITIL se tornou um modelo reconhecido de fato por ser um abrangente e consistente

    conjunto de melhores prticas para a identificao de processo da rea de TI e o alinhamento dos

    seus servios s necessidades do foco do negcio das organizaes. A ITIL com isso consegue obter

    algumas vantagens para a gesto de TI como ajustar os custos para o uso econmico, efetivo, eficaz

    e eficiente da infraestutura de TI. (MAGALHES; PINHEIRO, 2007)

    Magalhes e Pinheiro (2007) mostram como objetivos da adoo da ITIL a obteno:

    Alinhamento da rea de TI com as necessidades do negcio;

  • 22

    Melhoria contnua da qualidade dos servios de TI baseada em anlise de custo X

    benefcio;

    Estruturao de melhores prticas: comparao, guias, ideias e etc;

    Facilidade de comunicao pela padronizao de termos;

    Incremento da produtividade;

    Melhoria do relacionamento cliente fornecedor;

    Estabelecimento de processos inter-relacionados e que se suportam uns aos outros;

    Disponibilidade de orientao para tornar a rea de TI mais profissional e com uma

    abordagem mais corporativa;

    Oferta de foco na alocao de recursos de TI para aperfeioar resultados para os seus

    clientes; e

    Fornecimento dos resultados esperados, de modo previsvel e com a minimizao do

    risco de falhas.

    Esses objetivos definem o nvel de maturidade que uma organizao se encontra e o nvel

    em que ela quer chegar. Como classificao destes nveis a Figura 6 mostra, a evoluo temporal da

    maturidade com base na implementao dos processos da ITIL.

    Figura 6 Escala de maturidade X tempo

    Fonte: Magalhes e Pinheiro (2007).

  • 23

    As preferncias dos clientes alteraram as demandas de TI, fazendo com que as disciplinas da

    ITIL sofressem uma evoluo. Tal evoluo no modo de como o negcio visualiza a rea de TI

    acompanhou o fluxo da evoluo tecnolgico (MAGALHES; PINHEIRO, 2007).

    A ITIL sofreu em 2007 uma atualizao para acompanhar o foco dos negcios das

    organizaes. Seus sete livros foram ajustados em cinco novos livros que adaptaram os conceitos

    dos livros Service Delivery e Service Support para o novo conceito de Ciclo de Vida dos Servios.

    A chamada V3 est comeando a ser implementada nas organizaes do mundo, mas pouco

    difundido no Brasil onde a V2 est aumentando sua consolidao.

    Magalhes e Pinheiro (2007), explicam quais as perguntas devem ser respondidas para que o

    Ciclo de Vida dos Servios, metodologia explorada na v3:

    Fase de requisio

    o Qual o servio necessrio?

    o Por que ele necessrio?

    o Qual a quantidade demandada?

    Fase de aquisio

    o Onde o servio ser solicitado?

    o Onde o servio ser provido?

    o Quanto ser pago pelo servio?

    Fase de utilizao

    o Como o servio ser usado?

    o Como validar o servio provido?

    o Como o servio ser restabelecido em caso de falha?

    Fase de desativao

    o Quanto est sendo gasto para manter o servio?

    o Qual o retorno que o servio proporcionou?

    o H uma nova opo?

  • 24

    O resultado nos benefcios da adoo da ITIL passa a ser obtidos em at 90 dias,

    principalmente no que envolve o tempo na resoluo de incidentes e problemas, e na diminuio da

    quantidade de erros gerando ganhos para o foco do negcio. A Tabela 1 mostra os ganhos obtidos

    em projetos j realizados de implementao da ITIL (MAGALHES; PINHEIRO, 2007):

    Tabela 1 Ganhos aps a implementao da ITIL

    VARIVEL DE DESEMPENHO RESULTADO OBTIDO

    Disponibilidade dos Sistemas Incremento de 10% na disponibilidade dos

    sistemas de TI

    Custo de Propriedade Reduo de 10% no custo total de propriedade

    Capacidade de Processamento Reduo de 15% na capacidade disponvel

    Prazo de Mudana Reduo de 25% no tempo necessrio para a

    concluso das mudanas

    Prazo de Reparo Reduo de 80% no tempo para a realizao de

    reparos decorrentes de incidentes

    Volume de Mudana Reduo de 50% na quantidade de mudanas

    urgentes e dispendiosas

    Volume de Incidentes Reduo de 30% na quantidade de incidentes

    Fonte: Adaptado de Magalhes e Pinheiro (2007)

    2.2.2 COBIT (Control Objectives for Information and related Technology)

    Com o cenrio da rea de TI deixando de dar ateno somente para a infraestrutura e entrega

    de produtos de tecnologia se tornando um aliado do negcio, a TI busca incentivos para melhorar

    sua maturidade em sua atuao dentro da organizao dotando-se de uma forte Governana de TI,

    alinhada com a Governana Corporativa (MAGALHES; PINHEIRO, 2007).

    Segundo o Instituto Brasileiro de Governana Corporativa (2009), Governana Corporativa

    se resume no sistema pelo qual as sociedades so dirigidas e monitoradas, envolvendo os

    relacionamentos entre acionistas/cotistas, Conselho de Administrao, Diretoria, Auditoria

  • 25

    Independente e Conselho Fiscal. As boas prticas de governana corporativa tm a finalidade de

    aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.

    Com o alinhamento da TI ao negcio, tornou-se vital a necessidade de haver uma

    transparncia tambm desta rea. Os modos magnticos que armazenam informaes relevantes do

    negcio alm das demandas de controle, transparncia e previsibilidade das organizaes tornaram

    necessria a criao da Governana de TI (MANSUR, 2007). A Governana de TI fornece

    informaes cruciais para a Governana Corporativa conforme ilustrado na Figura 7:

    Figura 7 Entrada de Melhores Prticas na Governana de TI

    Fonte: Adaptado de Mansur (2007).

    COBIT surge como um guia modelo para a implantao da Governana de TI incluindo

    recursos como sumrio executivo, um framework, mapas de auditoria, ferramentas de

    implementao e um guia de gerenciamento. COBIT a Governana de TI aplicada em uma

    empresa para que de suporte a Governana Corporativa gerando informaes para os nveis Tticos

    e Estratgicos das organizaes (MANSUR, 2007). A Figura 8 ilustra a viso em que nveis da

    organizao a ITIL e o COBIT se completam.

  • 26

    Figura 8 Pirmide de atuao da ITIL e COBIT

    Fonte: Adaptado de Mansur (2007).

    2.2.3 MOF (Microsoft Operations Framework)

    Acompanhando o desenvolvimento do modelo das melhores prticas em GSTI, a Microsoft

    nos anos 90 lanou o seu framework denominado de MOF. Assim como a ITIL, que teve seus

    processos gerados a partir da experincia do governo britnico, o MOF surgiu na experincia

    interna dos processos da Microsoft com o apoio das melhores prticas da ITIL.

    O MOF um modelo pr-ativo formado por uma integrao entre melhores prticas,

    princpios e atividades que ajudam a planejar, entregar, operar, gerenciar e melhorar servios e

    solues de TI de forma confivel e padronizada. (MARQUES, 2009)

    O foco do MOF est em ajudar os profissionais de TI na criao, operao e no suporte dos

    servios oferecidos, garantindo que os investimentos feitos para esses servios possam agregar

    valor ao negcio. Atualmente o MOF est em sua verso 4 com conceitos similares a ITIL V3,

    sendo a nica diferena que ITIL possui documentao das melhores prticas por fase do Ciclo de

    Vida enquanto que o MOF visa uma organizao estruturada (MICROSOFT CORPORATION,

    2009). As Figuras 9 ilustram a semelhana dos mtodos do MOF com os mtodos da ITIL V3

    exposto na Figura 10:

  • 27

    Figura 9 Viso dos mtodos do MOF

    Fonte: Microsoft Corporation (2009)

    Figura 10 Viso dos Livros da ITIL V3

    Fonte: Microsoft Corporation (2009)

    Como benefcios em se implantar o MOF, possvel citar (MARQUES, 2009):

    Diminuir os riscos atravs de uma melhor coordenao entre as equipes;

    Reconhecer implicaes de conformidade quando polticas so revisadas;

    Antecipar e mitigar impactos de confiabilidade;

    Descobrir problemas de integrao em servios antes de estarem em produo;

    Prevenir problemas de performance antecipadamente; e

  • 28

    Adaptao efetiva com novas necessidades de negcio.

    Andrade (2009), resume que tanto com a implementao do MOF quanto da ITIL

    perceptvel o ganho de segurana e melhoria nos atendimentos dos profissionais de TI e na cultura

    da organizao.

    2.2.4 ISO/IEC 20000 (International Organization for Stardardzation / International Eletrotechnical Commission)

    Em dezembro de 2005, com colaborao da IEC, a ISO lanou a ISO/IEC 20000 para

    normatizar sua proposta de padro de GSTI. Desenvolvida para responder as necessidades de uma

    audincia global e fornecer um entendimento comum do GSTI em todo o mundo (MAGALHES;

    PINHEIRO, 2007).

    A ISO/IEC 20000 um padro internacional que define um conjunto de processos de gesto

    de servios de TI necessrios para o sucesso na entrega de servios de TI a clientes (MICROSOFT

    CORPORATION, 2009).

    O padro ISO/IEC e a ITIL so similares, pois ambos querem alcanar o mesmo propsito:

    fornecer um conjunto de processos estruturados e com qualidade para gerenciar servios de TI. A

    ISO/IEC 20000 foca nas empresas prestadoras de servios de TI. As empresas, uma vez

    certificadas, precisam passar por auditorias frequentes para atender as exigncias da ISO/IEC 20000

    (AVILA, 2009).

    A implantao da ISO/IEC considerada mais rgida e cara do que a implementao da

    ITIL, isso pode se tornar diferencial para empresas que querem ser reconhecidas internacionalmente

    com um nvel elevado dos padres do Gerenciamento de Servios (ANDRADE, 2009).

    A ISO/IEC 20000 est dividida em duas partes resumidas abaixo (MAGALHES;

    PINHEIRO, 2007):

    Parte 1: Contm as especificaes para o Gerenciamento de Servios de TI. Fornece os

    requisitos do gerenciamento de servios de TI que devem ser cumpridos. relevante

    para os responsveis pela preparao, implementao ou gerenciamento continuado dos

    servios de TI na organizao; e

  • 29

    Parte 2: Apresenta o cdigo de prtica para o gerenciamento de Servios de TI. Orienta

    auditores internos e prestadores de servios que planejam melhorias no servio ou

    auditar a primeira parte da ISO/IEC 20000.

    Magalhes e Pinheiro (2007) ainda afirmam que a norma ISO/IEC 20000 promove a adoo

    de um processo integrado para a prestao e o gerenciamento eficaz dos servios de TI que

    respondem aos requisitos do negcio e dos seus clientes.

    2.3 GERENCIAMENTO DE CONFIGURAO

    Dentro do livro Service Support (BERKHOUT et. al., 2000) est o processo crucial para

    gerenciar a infraestrutura de TI: o Gerenciamento de Configurao. O escopo deste TCC est no

    desenvolvimento de um sistema que apie este processo. A escolha deste processo est na

    quantidade de benefcios que o mesmo oferece no GSTI e para os demais processos da ITIL.

    A ITIL possui uma srie de processos em cada um de seus livros e como mostra a Figura 11

    a categoria composta em geral por Pessoas (e.g provedores de servios de TI, clientes e usurios),

    Processos (e.g entradas, atividades e sadas) e Tecnologia (e.g hardware, software, facilidades)

    (MAGALHES; PINHEIRO, 2007).

    Figura 11 Elementos que compem o Gerenciamento de Servios

    Fonte: Adaptado de Magalhes e Pinheiro (2007).

    O processo de Gerenciamento de Configurao identifica, monitora e controla os vrios

    componentes que envolvem o ambiente de TI e com isso, auxilia na melhor deciso a ser tomada

    em uma possvel interrupo nos servios de TI (KLOSTERBOER, 2008).

  • 30

    O Gerenciamento de Configurao mostra como a infraestrutura de TI pode ser desenhada

    logicamente para entender onde e quais os provveis pontos de incidentes tem um maior impacto

    caso haja uma interrupo na entrega dos servios de TI. A Tabela 2 abaixo mostra os prejuzos

    causados pela no entrega correta dos servios de TI em determinadas reas.

    Tabela 2 Prejuzos por interrupo de servio

    INDSTRIA SERVIO CUSTO MDIO POR

    HORA DE INTERRUPO

    DO SERVIO (US$)

    Financeira Operaes de corretagem 7.840.000

    Financeira Vendas por carto de crdito 3.160.000

    Mdia Vendas por pay-per-view 183.000

    Varejo Vendas pela TV 137.000

    Varejo Vendas por catlogo 109.000

    Transportes Reservas areas 108.000

    Entretenimento Venda de ingressos por

    telefone

    83.000

    Entregas rpidas Entrega de encomendas 34.000

    Financeira Pagamento de taxas via

    ATM (Automatic Teller

    Machine)

    18.000

    Fonte: Magalhes e Pinheiro (2007).

    Cada item presente em uma infraestrutura de TI considerado como um IC (Item de

    Configurao) e para cada IC so determinadas caractersticas relevantes a esse. A ITIL no

    delimita o alcance do que poder ser considerado um IC, mas Magalhes e Pinheiro (2007) citam

    como exemplo de ICs:

    Microcomputador;

    Placa de Rede;

    Software;

    Manual tcnico de um equipamento; e

    Procedimento de trabalho;

    Para visualizar melhor a definio dos ICs, a Figura 12 mostra outros itens que podem ser

    considerados como ICs:

  • 31

    Figura 12 - Alguns Exemplos de ICs

    O processo de Gerenciamento de Configurao responsvel por manter uma base de dados

    atualizada que detalha os ICs e seus relacionamentos diferenciando-o de um simples controle de

    ativos ou inventrio. Essa base de dados conhecida como BDGC (Banco de Dados do

    Gerenciamento de Configurao) (MAGALHES; PINHEIRO, 2007).

    Um gerenciamento de ativos tem como ponto focal saber quais os hardwares esto presentes

    na infraestrutura de TI. O inventrio verifica os itens que so considerados patrimnios da empresa

    e estipula um valor de referncia para os mesmos. O Gerenciamento de Configurao agrega essas

    funcionalidades e ainda relaciona, conforme Figura 13, os ICs para que haja uma conexo de

    dependncia entre eles. Os principais relacionamentos so (BERKHOUT et. al., 2000):

    Componente de;

    Filho de;

    Cpia de;

    Relaciona com; e

    Usado por.

  • 32

    Figura 13 - Relacionamento entre ICs

    Para comear a popular um BDGC, segundo a OGC (2004), altamente recomendvel

    identificar inicialmente quais os ICs sero gerenciados pela base de dados. Essa anlise leva em

    considerao o nvel de impacto do IC no negcio, o quanto esse IC importante para manter o

    negcio funcionando. Vale ressaltar a necessidade ou no de se obter um controle dos aspectos mais

    internos de um IC. Um computador pode ser vital para uma empresa, porm, os componentes

    internos do mesmo Processador, Memria RAM (Random Access Memory), HD (Hard Disk)

    podem ser informaes irrelevantes para o escopo do negcio e no sendo necessrio o

    armazenamento deste no BDGC. O processo de povoamento do BDGC custoso, envolve

    dedicao, e auditorias frequentes.

    Os objetivos de modular esse processo no GSTI so expostos abaixo (MAGALHES;

    PINHEIRO, 2007):

    Proporcionar informaes completas e atualizadas das configuraes dos ativos de TI,

    englobando suas especificaes fsicas e funcionais, s equipes e gestores de TI

    responsveis pela entrega ou suporte aos servios de TI;

    Garantir que apenas componentes autorizados, ou seja, ICs autorizados estejam

    presentes no ambiente de TI;

    Acompanhar e registrar todo o ciclo de vida dos ICs existentes na infraestrutura de TI,

    desde o momento em que sua aquisio comea a ser planejada, at o descarte final;

  • 33

    Identificar os relacionamentos entre os ICs para que, no momento de anlise de impacto

    de possveis mudanas, paradas de servio, ou janelas de manuteno, tenha-se a viso

    da totalidade dos servios de TI impactadas;

    Assegurar que todas as modificaes sofridas pelos Itens de Configurao sejam

    registradas no BDGC;

    Auditar e informar excees s recomendaes e padres de infraestrutura de TI e aos

    procedimentos do processo de Gerenciamento de Configurao;

    Informar o estado atual e histrico dos Itens de Configurao;

    Definir e documentar o processo de trabalho a ser seguido;

    Educar e formar a rea de TI no processo de controle da infraestrutura da mesma; e

    Informar indicadores de acompanhamento da evoluo do BDGC e do desempenho do

    processo de Gerenciamento de Configurao.

    Outro objetivo importante do Gerenciamento de Configurao prover atravs do BDGC

    informaes cruciais para os outros processos da ITIL. A Figura 14 mostra exemplos de como o

    Gerenciamento de Configurao auxilia outros processos da ITIL (KLOSTERBOER, 2008).

    Figura 14 Relacionamento do Gerenciamento de Configurao com demais processos da ITIL

    Fonte: Adaptado de Klosterboer (2008).

  • 34

    Para detalhar melhor a Figura 14, uma breve explicao dos benefcios em se ter um sistema

    de Gerenciamento de Configurao para beneficiar outros processos (KLOSTERBOER, 2008):

    Gerenciamento de Incidentes: Alm de informar qual o impacto de um IC sobre um

    incidente, o BDGC pode ajudar na resoluo dos mesmos devido relao entre ICs

    fornecer uma melhor viso da infraestrutura de TI. No meio acadmico, pode-se

    comprovar a carncia de um sistema de Gerenciamento de Configurao em trabalhos j

    realizados. Um exemplo o Sistema de apoio ao Gerenciamento de Incidentes de TI

    baseado na Recomendao ITIL (BORTOLUZZI, 2007) que possui uma base de ativos

    criada no prprio sistema e que no permite o detalhamento maior da infraestrutura;

    Gerenciamento de Mudanas: O BDGC permite a esse processo visualizar toda a

    infraestrutura e os ICs atingidos em casos de mudanas. Com isso, planos de

    contingncia e retrocesso em caso de falha na mudana podem ser bem definidos;

    Gerenciamento de Liberao: Este processo responsvel pela atualizao do BDGC

    nas mudanas ocorridas na infraestrutura, assim como detectar possveis irregularidades

    nos ICs;

    Gerenciamento de Capacidade: Para detalhar a situao atual da TI com o que ela pode

    precisar no futuro, o Gerenciamento de Capacidade colhe informaes do BDGC para

    fundamentar novos investimentos ou evitar a ociosidade dos ICs na infraestrutura;

    Gerenciamento de Nvel de Servio: Atravs do BDGC possvel definir a importncia

    de IC para a empresa e estimar o tempo de recuperao ou suporte deste IC acordado

    com as reas de negcio;

    Gerenciamento de Disponibilidade: Verifica atravs de consultas ao BDGC a

    disponibilidade dos ICs e o tempo em que os mesmos ficaram fora de servio devido a

    incidentes ocorridos; e

    Gerenciamento de Continuidade de Servios: O BDGC deve fornecer as informaes

    necessrias para que em caso de catstrofe seja possvel uma viso de como estava a

    infraestrutura e o que necessrio para que ela retorne a operar.

    As atividades bsicas definidas para o Gerenciamento de Configurao so (BERKOUT et.

    al., 2000; KLOSTERBOER, 2008):

  • 35

    Planejamento. Planejar e definir o propsito, escopo, objetivos, polticas e

    procedimentos, assim como o contexto organizacional e tcnico, para o Gerenciamento

    de Configurao;

    Identificao. Selecionar e identificar as estruturas de configurao para todos os ICs da

    infraestrutura, incluindo o seu fornecedor, seus relacionamentos e documentao de

    configurao no ambiente. Inclui a atribuio de identificadores, nmeros de verso dos

    ICs, nomes para cada item, e o cadastro no BDGC;

    Controle. Garantir que apenas ICs identificados e autorizados esto registrados, a contar

    da concepo, eliminao. Ele assegura que nenhum IC adicionado, modificado,

    substitudo ou removido sem adequado controle de documentao;

    Conta de Status. Manter relatrios e os dados histricos relacionados com cada IC

    durante todo seu ciclo de vida. Isto permite que as alteraes nos IC e seus registros

    possam ser feitas. Por exemplo, monitoramento do estado de um IC cada vez que este

    muda de um estado para outro e seu status atual como: em desenvolvimento, sendo

    testado, ativado ou desativado; e

    Verificao e Auditoria. Executar uma srie de revises e auditorias para verificar a

    existncia fsica de ICs e verificar se h o correto registro dos mesmos no BDGC.

    Segundo Magalhes e Pinheiro (2007), os benefcios em se ter um processo de

    Gerenciamento de Configurao com um BDGC para uma infraestrutura de TI so:

    Fornecimento de informaes precisas sobre os ICs e respectiva documentao para

    apoiar todos os demais processos descritos na ITIL;

    Especificao da verso, da propriedade e da informao relativa ao estado para os ICs;

    Descrio dos relacionamentos existentes entre os diferentes ICs;

    Manuteno do Histrico atualizado sobre os ICs;

    Facilitao do atendimento e do alinhamento com as obrigaes legais e contratuais

    relacionados com a infraestrutura de TI e com os ICs;

    Ajuda no planejamento financeiro pela identificao clara de todos os ativos de TI e

    associaes existentes entre eles para dar suporte aos servios disponibilizados pela rea

    de TI;

  • 36

    Auxlio para tornar transparentes as alteraes de verso de hardware e software alm

    de apoiar e melhorar o processo de Gerenciamento de Liberao;

    Melhoria na segurana pelo controle das verses dos ICs em uso, permitindo

    organizao reduzir a utilizao de cpias de softwares no-autorizadas; e

    Auditoria da infraestrutura de TI para assegurar a existncia apenas de ICs autorizados.

    2.3.1 Banco de Dados do Gerenciamento de Configurao

    O BDGC o local de armazenamento de todos os detalhes relevantes de cada IC definido e

    as relaes existentes entre eles. Seu desenho lgico deve ser feito a partir da definio do nvel de

    granularidade desejado e os atributos de cada IC registrados (MAGALHES; PINHEIRO, 2007). A

    Figura 15 exemplifica as informaes de um IC no BDGC (BERKHOUT et. al., 2000).

    ATRIBUTO DESCRIO Nome do IC Nome nico do qual o IC conhecido.

    Cpia ou Nmero de Srie Nmero nico que identifica um IC em particular.

    Categoria Classificao de um IC.

    Tipo Descrio do tipo do IC.

    Nmero do Modelo Modelo do IC.

    Data de Garantia Data em que expira a garantia do IC.

    Nmero da Verso Nmero da verso do IC.

    Localizao Localizao do IC

    Responsvel Nome ou designao do responsvel pelo IC.

    Data de Responsabilidade Data em que o Responsvel se tornou responsvel pelo IC.

    Origem / Fonte A origem de um IC.

    Licena Nmero da Licena ou referncia.

    Data de Compra Data da compra pela organizao.

    Data de homologao Data em que depois de testado o IC entrou em produo.

    Status Atual O status atual do IC.

    Status Agendado O prximo status agendado para o IC.

    Relacionamentos Pai Identificao do nico IC "pai" do IC.

    Relacionamentos Filho Identificao de todos os ICs "filhos" do IC.

    Relacionamentos Outros relacionamentos com demais ICs.

    Nmero de Requisies de Mudana Identificao da Requisio de Mudana que afeta esse IC.

    Nmero de Mudanas Identificao dos nmeros de Mudana que afetaram esse IC.

    Nmero de Incidentes Identificao dos nmeros de Incidentes que afetaram esse IC.

    Nmero de Problemas Identificao dos nmeros de Problemas que afetaram esse IC.

    Comentrios Comentrios textuais relevantes ao IC.

    Figura 15 Exemplo de atributos de um IC

    Fonte: Adaptado de Berkhout et. al. (2000).

  • 37

    Geralmente quem possui acesso ao BDGC so os mesmos responsveis pelo processo de

    Gerenciamento de liberao. O Gerenciamento de Liberao responsvel por manter organizados

    a BSD (Biblioteca de Software Definitivo) e o DHD (Depsito de Hardware Definitivo) e garantir

    que aps as solicitaes de mudana pelo processo de Gerenciamento de Mudana apenas softwares

    e hardwares homologados entrem no ambiente de produo (BERKHOUT et. al., 2000).

    Um BDGC pode ter ou no sua atuao ampliada para outros processos da ITIL, ou seja, o

    BDGC pode se tornar um repositrio nico para toda a implementao da ITIL (MAGALHES;

    PINHEIRO, 2007).

    2.4 Ferramentas de Programao

    Esta seo contempla as ferramentas de programao e os conceitos necessrios para o

    desenvolvimento do sistema. Foi escolhido um ambiente orientado a web devido sua interface ser

    flexvel e seus ambientes que permitem o uso de Web Services e Banco de Dados relacional.

    2.4.1 Sistemas Web

    Os sistemas para web so acessados por um cliente via um navegador web por rodar em um

    servidor que pode ter seu acesso facilitado igualmente em qualquer lugar do mundo via WWW

    (World Wide Web). A escolha de uma arquitetura orientada a web permite que vrias mquinas

    acessem um ambiente centralizado como mostra a Figura 16:

    Figura 16 Modelo de estrutura de sistemas Web

    Fonte: Pereira (2007).

  • 38

    Nessa estrutura, o navegador web, responsvel pela interpretao da linguagem HTML

    (Hyper Text Markup Language) que envia requisies atravs de um protocolo de comunicao

    comum tanto para o lado que faz a requisio dos dados quanto do lado provedor de dados. Esse

    protocolo chamado de HTTP (Hyper Text Transfer Protocol).

    No lado do provedor de dados, o servidor, est toda a complexidade do sistema em si onde

    so determinadas as questes como regras de negcio, quesitos de segurana e armazenamento em

    banco de dados (DALLOGLIO, 2007).

    Uma grande vantagem no uso de sistemas para web sua fcil portabilidade, podendo

    migrar de um ambiente para outro sem a necessidade de muitas configuraes ps-mudanas. Nas

    prximas sees sero abordados os conceitos necessrios para um sistema web funcionar.

    Protocolo HTTP

    O protocolo HTTP responsvel pela distribuio, colaborao e sistemas hipermdia. Esse

    protocolo funciona atravs de troca de mensagens no formato de requisio e resposta, onde

    geralmente o lado cliente conecta e faz uma solicitao ao servidor que responde e desconecta em

    seguida. Essa caracterstica permite que sistemas de diferentes plataformas possam transferir dados

    (NETWORK WORKING GROUP, 2009).

    Para o lado cliente, responsvel pela requisio, possvel citar algumas tecnologias que

    implementam o protocolo HTTP. Os navegadores de acesso a Internet so bons exemplos:

    Internet Explorer Microsoft;

    Firefox Mozilla; e

    Chrome Google.

    No lado servidor as aplicaes citadas como exemplos que respondem as requisies para os

    clientes so:

    Apache Apache Foundation;

    Internet Information Services Microsoft; e

    Internet Application Server Oracle

  • 39

    Este TCC se basear nos navegadores Firefox e Internet Explorer para o lado cliente, e na

    aplicao Apache para o lado servidor.

    Interpretador HTML

    O HTML uma linguagem de representao da informao para todos os computadores que

    utilizam sistemas web. O objetivo do desenvolvimento em HTML para que todos os tipos de

    dispositivos que acessam a Internet possam utilizar as informaes provenientes da web

    indiferentemente da forma de como os itens esto expostos no sistema.

    Para Alvarez (2009), o HTML a linguagem usada pelos navegadores para mostrar as

    pginas web ao usurio permitindo aglutinar textos, imagens e udio combinando-os de qualquer

    gosto. Um documento em HTML deve funcionar em qualquer ambiente e plataforma, inclusive

    atendendo a requisitos de portabilidade e acessibilidade.

    2.4.2 Programao de Sistemas WEB

    Esta seo relata as ferramentas necessrias para se programar sistemas para web. As

    ferramentas abaixo listadas so responsveis pelo correto funcionamento do sistema proposto neste

    TCC.

    Servidor Apache

    Para suportar aplicaes orientadas para web esse trabalho ir utilizar o servidor Apache. O

    servidor Apache bastante utilizado na maioria de projetos e nos testes em ambientes controlados

    antes de um sistema entrar em produo (THE APACHE FOUNDATION, 2009).

    O Apache pode ser instalado sozinho ou atravs de coletnea de programas para

    desenvolvedores. Essa coletnea geralmente rene, alm do servidor apache, ferramentas de

    programao e ferramentas de banco de dados. So exemplos destes programas: EasyPHP,

    XAMPP, WAMP.

    Banco de Dados MySQL

    Um Dado uma representao limitada da realidade. Um Banco de Dados se caracteriza por

    ser uma coleo de dados reunidos que provm dados por meios de consultas atravs de um SGBD

    (Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados) (ROSINI; PALMISANO, 2003).

    Um SGBD trabalha na arquitetura cliente/servidor. Os aplicativos fazem requisies para o

    SGBD que funciona como uma espcie de servidor de dados gerenciando tambm o fluxo de dados,

  • 40

    questes de segurana e a manuteno. A maioria dos SGBD utilizam a linguagem SQL (Structured

    Query Language Linguagem de Consulta Estruturada) (RANGEL, 2004).

    Os SGBD so fceis de serem encontrados no mercado, como exemplos possvel citar:

    Firebird;

    PostgreSQL;

    MySQL;

    Oracle;

    IBM DB2; e

    SQL Server.

    Sendo o maior Sistema Gerenciador de Banco de Dados do mundo do software livre, o

    software MySQL ficou popular devido sua distribuio estar presente em Sistemas Operacionais

    Linux e pode ser uma ferramenta robusta para grandes projetos e suporte a bases de dados cada vez

    mais complexas (RANGEL, 2004). Esse trabalho ir utilizar o SGBD MySQL.

    PHP

    Toda programao possui um linguagem que tratada e vira cdigo que os computadores

    interpretem para executarem suas operaes. Os sistemas web tambm precisam de uma linguagem

    de programao.

    Uma linguagem de programao para sistemas web devem ser flexveis para se interar com a

    linguagem de comunicao HTML. Uma das linguagens que conseguem trabalhar no mesmo

    cdigo e em paralelo ao HTML o PHP (Hypertext Preprocessor), ambos trabalhando delimitados

    por tags. Na Figura 17 est um exemplo da integrao de cdigo HTML com cdigo PHP

    (DALLOGLIO, 2007).

  • 41

    Figura 17 Exemplo de integrao de PHP e HTML.

    O PHP uma linguagem que suporta at orientao a objetos e encontra-se na sua verso 5,

    porm, sua difuso ainda no abrangente como o JAVA da SUN ou ASP da Microsoft

    (DALLOGLIO, 2007).

    2.5 SOLUES SIMILARES

    O escopo pretendido neste TCC abordar os ICs comumente encontrados nas organizaes,

    em um nvel de detalhamento que possam atender ambientes diversos a partir da referncia

    estipulada no modelo ITIL.

    Klosterboer (2008) enfatiza que um sistema para Gerenciamento de Configurao precisa ter

    trs diferentes ferramentas:

    Ferramentas de descobrimento. Solues com a capacidade para capturar

    completamente os ICs do ambiente com o mais alto nvel possvel de preciso de

    informaes e relacionamentos do mesmo. Recomendvel para quem ir implantar o

    Gerenciamento de Configurao sem ter o domnio do que est instalado e

    documentado.

    Ferramentas Dedicadas ao BDGC. Solues dedicadas ao povoamento do BDGC com

    base nas informaes coletadas pelas ferramentas de descobrimento. O benefcio

    principal est na facilidade da implantao inicial de um banco de dados.

    Ferramentas Integradas de Gerenciamento de Servios. Solues semelhantes que

    atendam vrios propsitos. Essa ferramenta torna-se interessante por padronizar vrias

  • 42

    interfaces com cdigos semelhantes facilitando o acesso ao BDGC, se aproximando de

    um sistema de apoio nico.

    Baseado na informao de Klosteboer, esse TCC vai contemplar as Ferramentas Dedicadas

    ao BDGC assumindo que as informaes coletadas podero ser de origem manual ou automatizada

    por Ferramentas de descobrimento. Esse TCC servir como um sistema de apoio nico para os

    demais processos da ITIL no contemplados neste.

    Para o completo entendimento das funcionalidades destas trs ferramentas foram analisados

    os sistemas 0800net, da Ellevo Solues, e Qualitor, da Constat, ambas voltadas para o

    gerenciamento de ativos/inventrio sendo o 0800net criado com base em algumas premissas da

    ITIL e o Qualitor em sua verso 5.2 com tarefas baseadas em processos especficos da ITIL. A

    partir delas foi possvel observar as vantagens e falhas que as ferramentas existentes no mercado

    possuem e ter referncias para a modelagem do sistema deste TCC.

    0800net

    O 0800net (ELLEVO SOLUES, 2009) segue o que proposto por Klosterboer (2008),

    inicialmente o mesmo pode coletar informaes provenientes do ambiente de TI atravs de uma

    ferramenta de descobrimento assim como permitir o cadastramento manual dos ICs pelo

    administrador ou pelos operadores do sistema. Para essa coletnea ser realizada, preciso que em

    cada estao de trabalho seja instalado um software denominado Agente. Isso torna o processo

    semi-automtico em questes para outros ICs que no possuem interface de sistema operacional.

    O ponto fraco da ferramenta est na gerao de relatrios precisos dos ICs e a falta de

    determinao do escopo do BDGC que no est configurado para determinar quais as informaes

    so realmente vitais para um ambiente de TI.

    Qualitor

    O Qualitor (CONSTAT, 2008) em sua verso 5.20 comeou a abordar os processos da ITIL

    como o Gerenciamento de Mudanas, Gerenciamento de Configurao, Gerenciamento de

    Incidentes e Gerenciamento de Problemas. Alm disso, o Qualitor cria um catlogo de servios que

    podem facilitar na criao de novos ICs.

  • 43

    A Figura 18 representa uma das telas do sistema Qualitor no processo de Gerenciamento de

    configurao onde o nvel de detalhamento de um hardware de servidor se estende at os perifricos

    internos.

    Figura 18 Tela do sistema Qualitor 5.20

    Fonte: Constat (2008).

    Ao comparar os fatores positivos e negativos destas duas ferramentas comerciais possvel

    obter informaes relevantes para o aprimoramento de um sistema de Gerenciamento de

    Configurao. A Figura 19 resume os principais aspectos das ferramentas.

  • 44

    Figura 19 - Comparativo de solues comerciais similares

  • 45

    3 PROJETO

    Neste captulo documentada a modelagem de um sistema que atenda o Gerenciamento de

    Configurao dentro da ITIL V2, com premissas e objetivos definidos conforme seo 2.3, levando

    em considerao a definio de um escopo, a anlise de requisitos, diagrama de casos de uso,

    diagrama de banco de dados, apresentao e testes do sistema.

    3.1 DEFINIO DO ESCOPO

    Conforme visto na seo 2.3, Gerenciamento de Configurao, o BDGC pode se estender

    para os demais processos da ITIL. Para o contexto deste TCC o BDGC ser tratado com

    exclusividade para o Gerenciamento de Configurao, tendo como justificativa adicional, por se

    tratar de um sistema baseado na V2, pois na ITIL V3 o BDGC substitudo pela Base de

    Conhecimento (CARTLIDGE et. al., 2007).

    Para a definio do BDGC os ICs so divididos em tipos para distinguir e facilitar a

    identificao dos ICs presentes na infraestrutura (BERKHOUT et. al., 2000). Alm disso, podem-se

    dividir os tipos em categorias com as principais classificaes de cada tipo, as categorias em

    subcategorias, exemplificando a subcategorizao em marcas de ICs, caso o negcio exigir ou for

    mais fcil a gesto dos ICs.

    Para esse TCC fica definido que a estrutura que ser iniciada para a implementao do

    sistema est catalogada conforme Figura 20:

  • 46

    BANCO DE DADOS DO GERENCIAMENTO DE CONFIGURAO

    TIPOS CATEGORIAS SUBCATEGORIAS ICS

    HARDWARES

    Roteadores

    Ativos Centrais

    Ativos Locais

    Servidores

    Armazenamento

    Telefonia

    Dispositivos Mveis

    Projeo

    Estao de Trabalho

    Multifuncionais

    Perifricos

    Segurana

    Comunicao

    SOFTWARES

    Sistema Operacional

    Aplicativos Office

    Aplicativos Multimdia

    Aplicativos Fiscais

    Aplicativos RH

    Aplicativos Financeiros

    Aplicativos TIC

    Aplicativos Administrativos

    Aplicativos do Negcio

    DOC / MANUAIS

    Licenas

    Contratos

    Manuais

    Termos

    Procedimentos

    Figura 20 Organizao do BDGC

    O sistema, por ter sua interface WEB, possibilita trabalhar com Web Services para permitir

    que relatrios em XML dos ICs sejam extrados e utilizados por outros sistemas de apoio ao

    Gerenciamento de Servios de TI. Na Figura 21 esto especificados exemplos de informaes

    relativas aos ICs, baseadas na definio de Berkhout (2000) que so contempladas no arquivo

    XML.

  • 47

    ITENS DE CONFIGURAO ATRIBUTOS DESCRIO

    ID Nmero nico de um IC, atribudo para cada item registrado no BDGC

    Nome Nome do IC a ser registrado

    Data de Criao Data de criao do IC no BDGC

    Tipo Determina o tipo: Hardware, Software, Doc/Manuais...

    Categoria Determina uma categoria

    Subcategoria Determina uma subcategoria (se houver)

    Impacto Determina o impacto do IC em caso de falha

    Valor Apresenta e calcula o valor financeiro de um IC

    Status Exibe o status: "Testando", "Ativo", "Parado", "Desativado"

    Srie Nmero de srie, demandas, conhecimento

    Descrio Descreve as funcionalidades e recursos de baixo nvel

    Localizao Localizao fsica do IC: "BSD", "RH", "1 andar", "CPD"

    Fornecedor Indica fornecedor ou responsvel por tal IC

    Relacionamentos Prximos Caso o IC dependa de outros ICs

    Relacionamentos Relacionamentos com outros ICs.

    Mudanas Nmero de registro de mudanas

    Problemas Nmero de registros de problemas

    Incidentes Nmero de registros de Incidentes

    LOG Acompanha o Ciclo de Vida do um IC

    Figura 21 Atributos dos ICs

    Como forma de auxiliar o processo de Gerenciamento de Incidentes, o impacto de cada IC

    ao negcio ser definido como um atributo de um IC e exibido quando ferramentas desse processo

    precisar de informaes do determinado IC.

    Ser permitido moldar o sistema de acordo com as necessidades do ambiente de TI onde

    esse ser implantado, respeitando a delimitao dos tipos pr-cadastrados. Este um sistema de

    apoio com o que previsto na ITIL para adaptar uma infraestrutura de TI de acordo com as

    melhores prticas no Gerenciamento de Servios de TI.

    3.2 ANLISE DE REQUISITOS

    Para mostrar o modo que o sistema vai funcionar, os prximos tpicos mostram

    respectivamente os requisitos funcionais, no funcionais e as regras de negcio que delimitam o

    sistema de acordo os objetivos citados por Magalhes e Pinheiro (2007).

  • 48

    3.2.1 Requisitos Funcionais

    No contexto do sistema a ser desenvolvido h dois mdulos:

    Gesto: Responsvel por determinar o escopo e o nvel de detalhamento dos ICs, alm

    de executar todas as operaes de um gestor de configurao em uma infraestrutura de

    TI; e

    Outros: Responsvel por inserir dados referentes a incidentes, problemas e mudanas,

    juntamente com a emisso de relatrios sobre os ICs.

    Gesto

    RF01: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir um usurio do sistema;

    RF02: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir uma categoria de IC;

    RF03: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir uma subcategoria de IC;

    RF04: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir um status de IC;

    RF05: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir as relaes entre ICs disponveis;

    RF06: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir fabricantes/marcas para ICs;

    RF07: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir fornecedores;

    RF08: O sistema deve permitir criar, alterar e excluir os locais dos ICs;

    RF09: O sistema deve permitir criar, alterar as relaes dos ICs; e

    RF10: O sistema deve permitir criar e alterar um IC.

    Outros Processos

    RF11: O sistema deve permitir criar relatrios de IC;

    RF12: O sistema deve permitir registrar incidentes de um IC;

    RF13: O sistema deve permitir registrar problemas de um IC; e

  • 49

    RF14: O sistema deve permitir registrar mudanas de um IC.

    3.2.2 Requisitos No Funcionais

    RNF01: O sistema deve ser desenvolvido em plataforma orientada a WEB;

    RNF02: O sistema deve ser desenvolvido na linguagem PHP;

    RNF03: O sistema deve utilizar o Banco de Dados MySQL;

    RNF04: O sistema deve solicitar autenticao de usurio e senha para acesso; e

    RNF05: O sistema deve mostrar 10 registros nas telas em que mostrar banco de dados.

    3.2.3 Regras de Negcio

    RN01: O sistema ter trs tipos de IC: Hardware, Software e Documentao;

    RN02: O sistema ter perfis de acesso distintos por usurios;

    RN03: O sistema deve extrair relatrios com informaes dos ICs e suas relaes;

    RN04: O sistema no pode usar um ID de um IC com status Inativo;

    RN05: O sistema ter cadastrado trs impactos: 1-Alto, 2-Mdio, 3-Baixo; e

    RN06: Cada IC possuir um nmero de identificao nico.

    3.3 DIAGRAMA DE CASOS DE USO

    Os diagramas de caso de uso so os modelos para uma representao das funcionalidades

    observveis do sistema e dos elementos externos a ele. O diagrama de casos de uso mostra como a

    anlise de requisitos molda o sistema (BEZERRA, 2002). A seguir, esto relacionados os Casos de

    Uso dos dois mdulos pertinentes ao sistema.

    Gesto

    O usurio Administrador definir o escopo do sistema, categorias, subcategorias, definio

    dos ICs e seus relacionamentos, locais, fornecedores, marcas/fabricantes, ou seja, refina o que

  • 50

    necessrio para deixar o sistema funcional. A Figura 22 ilustra os casos de uso necessrios a estas

    atividades.

    Figura 22 Diagrama de Caso de Uso no Mdulo de Gesto.

    Outros Processos

    Os processos de Gerenciamento de Incidentes, Problemas e Mudanas tm como

    responsabilidade registrar no BDGC as ocorrncias que afetem um IC, assim como o BDGC pode

    fornecer para esses processos informaes para melhorar o desempenho de suas atividades.

    (BERKHOUT et. al., 2000). Outros processos podem emitir relatrios dos ICs. As atividades deste

    mdulo esto descritas na Figura 23.

  • 51

    Figura 23 Diagrama de Casos de Uso no Mdulo de Outros Processos

    3.4 DIAGRAMA DE BANCO DE DADOS (MER)

    O Modelo Entidade Relacional, MER, a representao lgica de como o banco de dados

    est disposto para um sistema. Para gerao deste diagrama foi utilizado o MySQL Workbench,

    ferramenta para criao e administrao de modelos de bancos de dados com vrios recursos para

    isso (MYSQL WORKBENCH, 2009).

    O MySQL Workbench compatvel com o banco de dados escolhidos para o sistema

    desenvolvido neste TCC. Um benefcio que levou sua adoo a possibilidade de gerar os scripts

    SQL de forma automatizada, dando agilidade na criao das tabelas.

    O Gerenciamento de Configurao necessita de um banco de dados devido ele ser o ponto

    focal para armazenamento dos ICs e seus relacionamentos. Com isso, o MER ser o principal ponto

    de entendimento do sistema e como ele est projetado. O MER exibe as tabelas, seus

    relacionamentos e respectivas cardinalidades, sendo possvel, a partir dele, desenvolver o sistema. A

    Figura 24 mostra o diagrama do MER do TCC.

  • 52

    Figura 24 - Diagrama MER

    Aps ter sido definido o diagrama foi possvel criar as tabelas no Banco de Dados. Como o

    sistema tem a premissa de manter e registrar os relacionamentos entre os ICs, a tabela de IC possui

    um grande nmero de chaves estrangeiras para que o acesso as demais tabelas sejam interligadas

    logicamente.

  • 53

    3.5 CODIFICAO

    Como relatado anteriormente, para ser ter uma arquitetura web necessrio ter um servidor

    para que o contedo possa ser acessado e geralmente um Banco de Dados para suportar a aplicao

    e armazenando dados que sero acessados por um cliente.

    Para simular uma arquitetura web foi usado o programa XAMPP. O freeware, programa

    gratuito, abrange em uma nica ferramenta o servidor Apache, o MySQL e a linguagem PHP que

    so necessrios para a correta publicao do sistema desenvolvido neste TCC.

    3.5.1 Criao do Banco de Dados

    O XAMPP possui integrado em as suas funes uma ferramenta para gerenciar o banco de

    dados chamada de phpMyAdmin. O phpMyAdmin tem uma interface simplificada para criao e

    edio das tabelas do MySQL sendo o SGBD responsvel do sistema e na Figura 25 est a tela

    principal deste SGBD.

    Figura 25 - Interface do phpMyAdmin

  • 54

    O phpMyAdmin escrito em PHP e possui acesso rpido aos mais freqentes comandos

    utilizados na operao do MySQL. A etapa seguinte foi a criao das tabelas desenhadas no MER

    atravs dos scripts SQL gerados pela ferramenta MySQL WorkBench. A exportao do script SQL

    responsvel pela criao das tabelas seguiram o exemplo da Figura 26.

    Figura 26 Exemplo de criao de uma tabela no Banco de Dados.

    No exemplo acima as primeiras linhas mostram como comentrio a estrutura da tabela IC,

    sendo logo abaixo o comando CREATE para criar a tabela, seus atributos e chaves estrangeiras. As

    chaves estrangeiras representam os dados originrios de outras tabelas responsveis por armazenar

    outros tipos de dados, evitando assim uma tabela com um nmero elevado de atributos.

    Com todas as tabelas criadas no Banco de Dados a estrutura para armazenar os atributos de

    um IC e seus relacionamentos est pronta. A partir de uma insero inicial de dados efetuados

    manualmente o sistema conseguir tratar esses dados transformando-os em informaes vlidas

    para comprovar sua viabilidade de uso do sistema.

    3.5.2 Codificao PHP

    Um cdigo em PHP pode ser escrito atravs de qualquer editor de texto desde que seja

    respeitada sua sintaxe. Conforme estudo desta tecnologia foi possvel desenvolver um sistema que

    deve ser executado na plataforma servidor, no caso deste trabalho o servidor virtual Apache, de uma

  • 55

    arquitetura web. Para o auxlio da codificao PHP foi utilizado um framework da linguagem

    JavaScript e templates em CSS (Cascading Style Sheets).

    O JavaScript uma linguagem que executada no lado cliente, sendo ele qualquer

    navegador, permitindo que sistemas se tornem mais dinmicos nas trocas entre telas de interface j

    que o processamento todo local no sendo necessrio uma requisio ao servidor.

    O framework jQuery possui um conjunto de classes em JavaScript que otimizam o uso local

    do prprio JavaScript, auxiliando desenvolvedores na produo de cdigos deixando-os focados no

    desenvolvimento da lgica do sistema (STUDIO A, 2009).

    Os templates em CSS foram utilizados para padronizar as interfaces, assim qualquer

    alterao no design replicada para todas as telas automaticamente estruturando os documentos

    garantindo um padro durante o desenvolvimento. O CSS uma linguagem de estilos que prove a

    separao entre formato e o contedo de um documento (W3SCHOOLS, 2009)

    O sistema foi dividido em mdulos para acompanhar a lgica do Banco de Dados. Esses

    mdulos foram separados logicamente, no sistema de arquivos, em pastas que contemplam a

    maioria dos procedimentos comuns do sistema:

    acoes.php: possui a funo GET para os dados inseridos no formulrio;

    class.php: possui as funes de construo da classe, salvar, remover e listar; e

    form.php: possui as codificaes dos formulrios e chamadas do jQuery.

    Tambm h outros arquivos utilizados em mdulos especficos como o relacoes.php,

    histrico.php e relacoes.grid.php encontrados na pasta dos trs tipos de IC, exemplificado na Figura

    27.

  • 56

    Figura 27 - Codificao de controle de relaes entre ICs

    Com a realizao da codificao de cada mdulo seguindo suas peculiaridades, um arquivo

    possui a funo de chamar os demais cdigos sempre que solicitado pelos usurios dos sistemas. A

    Figura 28 mostra como esse arquivo est estruturado.

    Figura 28 Cdigo para tela de autenticao.

  • 57

    Com a sincronia das ferramentas o sistema foi concebido estando pronto para a execuo de

    simulaes e testes pondo a prova os benefcios da ITIL e funcionalidades de um sistema para

    gesto da infraestrutura de TI.

    3.6 SGCMPI APRESENTAO, SIMULAO E TESTE

    Para testar as funcionalidades do sistema e mostrar o benefcio de seu uso, os testes foram

    divididos em duas etapas, onde a primeira consiste em testar e simular o sistema para encontrar

    erros e inconsistncias nos relacionamentos dos ICs de uma infraestrutura hipottica, e a segunda

    envolve um questionrio formulado por uma consultoria especializada em implementaes da ITIL

    considerando a experincia anterior.

    3.6.1 Teste 1: Simulando um Ambiente Real

    Como previsto na seo 3.1, onde definido o escopo do sistema, foi utilizada para os testes

    a definio dos trs tipos de IC e as categorias tambm l listadas, assim, a infraestrutura que vai ser

    testada vai respeitar esse escopo.

    Para se aproximar ao mximo de uma infraestrutura real, foi utilizada para povoar o BDGC

    a segunda fase do jogo on-line IT Manager III: Foras Invisveis (INTEL, 2009), que em suas fases

    sugere modelos diversos de infraestrutura de TI dependendo do avano do jogador.

    IT Manager III: Foras Invisveis

    O uso de jogos no meio acadmico tem se difundido nos ltimos anos por conseguir simular

    o ambiente real gerando uma gama de possibilidades com o desenvolvimento do jogo, instigando a

    capacidade dos alunos a aprender de uma forma diferenciada e interativa.

    Um dos jogos mais utilizados neste cenrio o RPG (Role Playing Game). O RPG um

    jogo de contar histria que estimula a interpretao, raciocnio, funcionando como uma ferramenta

    para interagir tanto profissionalmente como socialmente (ZIMMERMMAN, 2009).

    Pensando neste conceito aliado na forma de divulgar seus produtos e solues, a Intel lanou

    o jogo IT Manager que atraiu trinta e cinco mil jogadores em 146 pases que em mdia jogavam 8

    horas por dia cada um (B2B MAGAZINE, 2009).

  • 58

    Atualmente, o IT Manager III possui como seu propsito principal o entretenimento, mas o

    prprio jogo estimula o aprendizado j que o jogador precisa obter diversos conhecimentos sobre as

    novas tecnologias e como elas podem ser aplicadas em uma infraestrutura.

    SGCSMPI e o IT Manager III: Foras Invisveis

    Para mostrar e testar as funcionalidades do sistema deste TCC foi aproveitada a estrutura

    existente do jogo IT Manager III. Na sua segunda fase o jogador-administrador dos ambientes que

    possuem recursos de TI responsvel por uma empresa que possui quatro andares divididos em:

    Diretoria - 3 Andar, Produo - 2 Andar, Produo 1 Andar e Servidor Subsolo mostrados nas

    Figuras 29, 30, 31 e 32, respectivamente.

    Figura 29 Andar Diretoria Executiva - 3 Andar

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    Figura 30 Andar de Produo Estratgica- 2 Andar

    Figura 31 - Andar de Produo Operacional - 1 Andar

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    Figura 32 - Andar de Servidores (CPD) - Subsolo

    Os andares expostos na infraestrutura acima foram adaptados para servirem de dados

    basilares no contexto do sistema. Essa adaptao inclui a descrio sucinta dos equipamentos

    presentes em cada andar devido ao jogo no especificar os possveis atributos de ICs de software e

    documentao. Com isso, para os testes foram definidas as condies mostradas na Figura 33.

    Diretoria - 3 Andar Produo - 2 Andar Produo - 1 Andar Servidor - Subsolo

    4- Notebooks 8- Notebooks 6- Desktops 3- Servidores

    4- Sistema Operacional 8- Sistema Operacional 6- Sistema Operacional 1- Rack Telecom

    4- Software Anti-Vrus 8- Software Anti-Vrus 6- Software Anti-Vrus 1- Switch

    4- Software Office 8- Software Office 6- Software Office 1- Modem

    4- Software ERP 8- Software ERP 6- Software ERP 1- Roteador

    1- Proc. Configurao 1- Impressora Multi-Funcional 2- Software CAD

    1- Impressora Multi-Funcional

    Todos os softwares foram considerados com um documento de licena (IC)

    Figura 33 - Definio dos Tipos de IC no IT Manager

    A adaptao do jogo para esse sistema est fortemente vinculada ao uso da infraestrutura de

    TI, mas tambm servir como dados de entrada sendo eles: Gerenciamento de Incidentes,

    Gerenciamento de Problemas e Gerenciamento de Mudanas como segue na Figura 34.

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    Figura 34 - Comparao Jogo X Testes

    Definida a adaptao do jogo para o uso com o sistema, a pr