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  • 1

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

    CAMPUS ARAPIRACA

    BACHARELADO EM AGRONOMIA

    COMPARAO ENTRE MTODOS DE ESTIMATIVA DA

    EVAPOTRANSPIRAO DE REFERNCIA (ETo) NO MUNICPIO DE

    MARECHAL DEODORO -AL

    GUSTAVO JOS OLIVEIRA FAUSTINO

    Arapiraca-AL

    2015

  • 2

    GUSTAVO JOS OLIVEIRA FAUSTINO

    COMPARAO ENTRE MTODOS DE ESTIMATIVA DA

    EVAPOTRANSPIRAO DE REFERNCIA (ETO) NO MUNICPIO DE

    MARECHAL DEODORO -AL

    Trabalho de Concluso de Curso

    depositado como requisito parcial para

    concluso do curso de Bacharel em

    Agronomia pela Universidade Federal de

    Alagoas Campus Arapiraca, sob a

    orientao do prof. Dr. Allan Cunha

    Barros.

    Arapiraca-AL

    2015

  • 3

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

    CAMPUS-ARAPIRACA

    BACHARELADO EM AGRONOMIA

    GUSTAVO JOS OLIVEIRA FAUSTINO

    COMPARAO ENTRE MTODOS DE ESTIMATIVA DA

    EVAPOTRANSPIRAO DE REFERNCIA (ETO) NO MUNICPIO DE

    MARECHAL DEODORO-AL

    APROVADO: 13/02/2015

    Trabalho de Concluso de Curso

    aprovado pela banca avaliadora como

    requisito parcial para concluso do curso

    de Bacharel em Agronomia.

    Prof. Dr. Allan Cunha Barros- UFAL/Campus Arapiraca

    Orientador

    BANCA AVALIADORA

    Eng. Agrnomo Kelton Felix de Lima Graduado/UFAL / Campus Arapiraca Avaliador Interno

    Eng. Agrnomo Andr Luz Arajo e Silva IFAL/Campus S. do Ipanema Avaliador Externo

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a DEUS, pelo dom da vida e por todas as conquistas at aqui

    providas.

    minha famlia, principalmente meus pais, Jos Faustino Filho e Maristela Silva Oliveira

    Faustino, por todos os incentivos e apoio que sempre me deram nas minhas decises.

    A todos as minhas irms, Graciele Oliveira Faustino, Gabriele Oliveira Faustino e Gleiciane

    Oliveira Faustino que sempre me ajudaram, e me apoiaram, a superar os vrios obstculos que

    percorri ao longo dessa jornada.

    todos os professores que lecionaram ao longo da graduao, por todos os conhecimentos

    obtidos ao logo desses ltimos 6 anos. Em especial ao meu orientador, Allan Cunha Barros,

    que me proporcionou a oportunidade de realizar esse trabalho, por todos os ensinamentos que

    me proporcionou ao longo do curso, e com boa vontade e pacincia me ajudou quando

    precisei. Obrigado pela excelente orientao.

    Aos colegas, e amigos que me acompanharam durante a difcil jornada da graduao.

    tornando-a mais fcil, com conversas, brincadeiras, abraos e todos os bons momentos que

    passamos juntos. Em especial aos colegas Thales Pereira da Silva, Klinger Nunes Tavares e

    ao Maxsuel Diniz Martins, que sempre me ajudaram e sempre foram os meus parceiros em

    vrios trabalhos realizados, e por todos os momentos que passamos.

    Ao colega de curso Andr Lus, o fanfarro, por todos o incentivos e apoio ao longo da

    graduao.

    A minha grande amiga, parceira, companheira e namorada Paula Barros, que desde que nos

    conhecemos desde quando eu cursava o 5 perodo, sempre me apoiou e sempre me deu fora

    a lutar por um futuro melhor.

    A Universidade Federal de Alagoas/Campus Arapiraca que abriu as portas para a conquista da

    to sonhada graduao.

  • 5

    RESUMO

    Existem diversos fatores relacionados ao sistema solo-planta-atmosfera que afetam o

    desenvolvimento das culturas, dentre estes o adequado suprimento de gua ao longo do seu

    ciclo. Determinar o adequado suprimento de gua de uma cultura est diretamente relacionado

    com a determinao ou estimava da evapotranspirao de referncia (ETo). O documento

    FAO-56 determina o mtodo de Penman-Monteith (P-M) como padro para estimativa da

    ETo. No presente trabalho foi realizada a comparao entre quatro mtodos de estimativa da

    ETo para o municpio de Marechal Deodoro da Fonseca-AL, com o mtodo padro. Foram

    utilizados os mtodos de: Hargreaves & Samani (H-S), FAO-Blaney-Criddle (B-C), Priestley-

    Taylor (P-T), Jensen & Haise (J-H). Utilizou-se dados coletados da estao meteorolgica do

    INMET da cidade referida. Para avaliar o ajuste dos mtodos de estimativa da ETo com o

    mtodo de P-M (FAO-56) utilizou-se os valores dos coeficientes de determinao (R2) e de

    correlao (r), do Erro Padro da Estimativa (EPE) e do Erro Padro da Estimativa Ajustado

    (EPEa), e os ndices de concordncia (d) e desempenho (c). Para todos os critrios estatsticos

    utilizados os mtodos Hargreaves & Samani, Priestley-Taylor e Jensen & Haise foram os que

    apresentaram melhor avaliao quando comparados com o mtodo de Penman-Monteith em

    ambos os perodos de avaliao. O mtodo de FAO-Blaney-Criddle obteve classificao

    inferior aos demais mtodos na estimativa da ETo para ambos os perodos, no sendo

    recomendado para o municpio de Marechal Deodoro da Fonseca.

    Palavras-chave: evapotranspirao, Penman-Monteith, Marechal Deodoro, irrigao,

    agrometeorologia.

  • 6

    ABSTRACT

    There are several factors related to the soil-plant-atmosphere system affecting crop

    development, among them the adequate water supply throughout its cycle. Determine the

    appropriate water supply of a culture is directly related to the determination or estimated

    reference evapotranspiration (ETo). The FAO-56 document determines the Penman-Monteith

    method (PM) as standard to estimate ETo. In the present study was performed to compare

    four ETo estimation methods for the municipality of Marechal Deodoro da Fonseca-AL, with

    the standard method. Methods were used: Hargreaves & Samani (HS), FAO Blaney-Criddle,

    (BC), Priestley-Taylor (PT), Jensen & Haise (JH). We used data collected from the

    meteorological station of INMET of that city. To assess the fit of the ETo estimation methods

    with the Penman-Monteith (FAO-56) used the values of coefficients of determination (R2)

    and correlation (r) of the Estimated Standard Error (EPE) and Standard of Adjusted estimate

    Error (EPEA), and the concordance rates (d) and performance (c). For all the statistical

    criteria used the Hargreaves & Samani methods, Priestley-Taylor and Jensen & Haise were

    those with better evaluation when compared with the Penman-Monteith method in both

    evaluation periods. The method of FAO Blaney-Criddle-was classified as inferior to the other

    methods to estimate ETo for both periods and is not recommended for the city of Deodoro.

    KEY WORDS: Evapotranspiration, Penman-Monteith, Marechal Deodoro, irrigation,

    agrometeorology.

  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Regresso linear entre valores dirios da evapotranspirao de referncia

    (ETo) para o perodo seco ...............................................................................

    33

    Figura 2 Regresso linear entre valores dirios da evapotranspirao de referncia

    (ETo) para o perodo chuvoso ........................................................................

    36

  • 8

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Classificao das correlaes de acordo com o coeficiente de correlao

    (r).......................................................................................................................

    30

    Tabela 2 Valores de c para critrios de interpretao do desempenho da estimativa da ETo (Camargo e Sentelhas, 1997)................................................................

    30

    Tabela 3 Parmetros Estatsticos ..................................................................................... 38

  • 9

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AL Alagoas

    BA Bahia

    B-C Blaney- Criddle

    ETo Evapotranspirao

    FAO Organizao das Naes Unidas para Alimentao e Agricultura

    GO Gois

    H-S Hargreaves & Samani

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    J-H Jensen & Haise

    MS Mato Grosso do Sul

    P-M Penman-Monteith

    P-T Priestley-Taylor

    SP So Paulo

    RJ Rio de Janeiro

  • 10

    LISTA DE SMBOLOS

    coeficiente de Priestley-Taylor.

    d declinao.

    d declinao solar.

    D Declividade da curva de presso de vapor na saturao.

    d ndice de Willmott.

    dr distncia relativa da terra ao sol.

    eo Presso de vapor na saturao.

    ET fluxo de calor latente.

    f latitude.

    Gsc constante solar.

    j latitude local.

    J dia do ano.

    k coeficiente mensal.

    n nmero total de observaes.

    n/N relao entre as horas de insolao atual medidas e a o mximo de horas de insolao

    possveis.

    O mdia dos valores observados.

    Oi valor observado.

    p porcentagem de insolao mxima diria.

    P Presso atmosfrica

    Pi valor estimado.

    r coeficiente de correlao.

    R2 coeficiente de determinao.

    ra resistncia aerodinmica.

    RA radiao no topo da atmosfera.

    Rb saldo de radiao de ondas longas superfcie.

    rc resistncia da cultura transferncia de vapor.

    Rn Saldo de Radiao.

    Rs Estimativa da radiao solar.

    T temperatura do ar.

    TD diferena das temperaturas mdias mxima e mnima.

  • 11

    Ti temperatura mdia do ar,

    Tn temperatura mnima diria.

    Tmed temperatura mdia diria.

    TS temperatura mdia do ar.

    Tx temperatura mxima diria.

    u2 velocidade do vento a 2,0 m de altura.

    w s ngulo do ocaso do sol.

    W1 estimativa da velocidade do vento.

    W2 estimativa da velocidade do vento.

    Yi evapotranspirao estimada pelo mtodo

    Ym evapotranspirao estimada pelo mtodo padro

    Yic evapotranspirao estimada pelo mtodo, corrigida pelos coeficientes da regresso

    linear.

    constante psicromtrica.

    Calor latente de evaporao.

    z1 altura.

    z2 altura.

  • 12

    SUMRIO

    1 Introduo .................................................................................................. 13

    2 Referencias Bibliogrficas .......................................................................... 15

    3 Materiais e Mtodos ................................................................................... 20

    3.1 rea de Estudo ........................................................................................... 20

    3.2 Dados .......................................................................................................... 20

    3.3 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia ...................................... 20

    3.3.1 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia pelo Mtodo de Penman-

    Monteith ..................................................................................................... 20

    3.3.2 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia pelo Mtodo de

    Hargreaves & Samani ................................................................................. 25

    3.3.3 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia pelo Mtodo de Blaney-

    Criddle ........................................................................................................ 26

    3.3.4 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia pelo Mtodo Priestley-

    Taylor .......................................................................................................... 26

    3.3.5 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia pelo Mtodo de Jensen e

    Haise ............................................................................................................ 27

    3.4 Comparao entre os Mtodos ................................................................... 27

    4 Resultados e Discurses............................................................................... 30

    5 Concluses .................................................................................................. 37

    6 Referncias ................................................................................................. 38

  • 13

    1 INTRODUO

    A determinao da quantidade de gua necessria para as culturas um dos principais

    parmetros para o correto planejamento, dimensionamento e manejo de qualquer sistema de

    irrigao (MENDONA, 2003). Existem diversos fatores relacionados ao sistema solo-

    planta-atmosfera que afetam o desenvolvimento das culturas, dentre estes o adequado

    suprimento de gua ao longo do seu ciclo. de grande importncia para o dimensionamento

    de sistemas de irrigao determinar a quantidade de gua nas diferentes fases do

    desenvolvimento de determinada cultura, visto que a gua se trata de um recurso natural

    limitado e importante para sustentabilidade dos sistemas de produo agrcola (CHAGAS,

    2013).

    Uma alternativa para o manejo eficiente de sistemas de irrigao por meio da

    estimativa da evapotranspirao da cultura (ETc). Esta quantidade de gua requerida

    estimada em funo da evapotranspirao de referncia (ETo) e do coeficiente da cultura

    (Kc), indicativo da necessidade de gua, em cada estdio de desenvolvimento das plantas

    (CHAGAS et al., 2013; SILVA et al., 2011; SOUSA et al., 2010; SILVA et al., 2009;

    OLIVEIRA et al., 2001; DOORENBOS & PRUITT, 1986; ALLEN et al., 1998).

    Borges e Mendiondo (2007) Definem a evapotranspirao de referncia (ETo) como

    sendo o processo de perda de gua para a atmosfera por meio de uma superfcie padro

    gramada, cobrindo a superfcie do solo e sem restrio de umidade.

    A Organizao das Naes Unidas para Alimentao e Agricultura (FAO) adotou

    como padro o mtodo de Penman- Monteith para a estimativa da ETo, devido caracterstica

    de interatividade entre a base fsica e os parmetros fisiolgicos e aerodinmicos da planta e

    por utilizar vrias informaes climticas (ALLEN et al., 1998; PALARETTI et al., 2014).

    A evapotranspirao de referncia calculada com uma cultura hipottica, com altura

    uniforme de 0,12 m, albedo igual a 0,23 e resistncia da cobertura ao transporte de vapor de

    gua igual a 70 s.m, o que representaria a evapotranspirao de um gramado verde, de altura

    uniforme, em crescimento ativo cobrindo totalmente a superfcie do solo, e sem falta de gua

    (SILVA et al., 2011; ARAJO et al., 2011; VESCOVE E TURCO, 2005; OLIVEIRA et al.,

    2001; ALLEN et al., 1998; PEREIRA et al., 1997; SMITH, 1991).

  • 14

    A ETo pode ser estimada por mtodos diretos e indiretos. Para a realizao dos

    mtodos diretos necessrio utilizao de lismetros, parcelas experimentais no campo,

    controle de umidade do solo e mtodo de entrada e sada de gua em grandes reas, apesar de

    apresentar timos resultados, utiliza equipamentos de custo muito elevado, tornando-se

    invivel sua utilizao no manejo da agricultura irrigada no dia a dia. (BERNADO et al.,

    1996; SILVA et al., 2014).

    Mtodos indiretos tambm oferecem a estimativa da ETo. Diante do mtodo Penman-

    Monteith-FAO Vrios pesquisadores propuseram metodologias empricas para se estimar a

    ETo como os mtodos Radiao Solar, Makkink, Linacre, Jensen-Haise, Camargo, Ivanov,

    Hargreaves- Samani, e outros (MENDONA E DANTAS, 2003; SILVA et al., 2014).

    O interesse na utilizao de mtodos indiretos justificvel pelo fato do mtodo

    padronizado pela FAO para estimava da ETo exigir a disponibilidade de um nmero

    considervel de variveis climatolgicas, tornando-o muitas vezes pouco aplicvel em regies

    onde no h tantas informao, e onde verifica-se deficincia no monitoramento total dos

    elementos meteorolgicos (CAMARGO & CAMARGO, 2000, CHAGAS et al., 2013).

    Segundo Mendona et al. (2003), Diversos pesquisadores em todo o mundo

    propuseram modelos indiretos para a estimativa da ETo, com as mais diferentes concepes e

    nmero de variveis envolvidas. Antes de se eleger o modelo a ser utilizado para a estimativa

    da ETo, necessrio saber quais os elementos climticos disponveis; a partir da, verifica-se

    quais podem ser aplicados, uma vez que a utilizao dos diferentes mtodos para certo local

    de interesse fica na dependncia dessas variveis.

    O municpio de Marechal Deodoro da Fonseca est localizado na regio litornea do

    estado de Alagoas, regio que se destaca na produo de Cana-de-acar, com cerca de

    15.300 ha cultivados, e produo de estimada de 1.009.795 toneladas (IBGE, 2012).

    O presente trabalho tem como objetivo comparar mtodos de ETo com o mtodo de

    Penman-Monteith, para a regio do municpio de Marechal Deodoro, para identificar o(s)

    mtodo(s) que melhor se ajustam regio.

  • 15

    2 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    A gua a substncia mais importante para a sobrevivncia das espcies animal e

    vegetal, a necessidade do controle das reservas hdricas fundamental para a existncia de

    vida no planeta Os recursos hdricos de uma regio devem ser utilizados de forma racional por

    toda a sociedade. Um dos setores de maior consumo mundial de gua a agricultura, e no

    tem-se a preocupao de se fazer cada vez mais o uso racional dessa substncia (Mendona e

    Dantas, 2010).

    A gua dos principais fatores de produo agrcola, sendo essencial para o

    desenvolvimento sustentvel da atividade agrcola. Cerca de 70% da gua doce consumida no

    mundo utilizada pela agricultura, a agricultura a atividade que mais utiliza gua no mundo,

    superando o consumo humano e a produo de energia eltrica. Com o crescimento

    ascendente da populao mundial, necessrio produzir mais alimentos e aliar com o

    desenvolvimento de tcnicas que controlem e minimizem o uso de gua sem comprometer a

    produo agrcola (Silva et al., Arajo et al., 2007; 2014, Quaglia, 2005).

    Saber a quantidade de gua evapotranspirada num sistema solo-planta-atmosfera

    uma informao de grande importncia na elaborao de projetos de irrigao, diversos

    fatores relacionados a esse sistema afetam o desenvolvimento das culturas, dentre estes o

    adequado suprimento de gua ao longo do seu ciclo. O manejo adequado da gua de grande

    importncia, pois a sua captao e elevao exigem alto investimento em equipamentos e

    grande consumo de energia, alm da possibilidade de gerar impactos ambientais nas regies

    de intensa explorao da agricultura irrigada e por esses motivos pode determinar o sucesso

    ou fracasso do empreendimento, tanto economicamente quanto em termos ambientais. Diante

    desta informao, determinar corretamente a quantidade e o momento da aplicao de gua

    pela irrigao, minimizando o uso dos recursos hdricos de uma regio se faz necessrio para

    no cair no fracasso de um sistema de irrigao mal sucedido (Chagas et al., 2013; Oliveira e

    Carvalho, 1998).

    Para determinar o quanto de gua est sendo perdido por evaporao e transpirao,

    necessria a utilizao de mtodos que permitam estimar essas perdas que sero repostas via

    gua de irrigao, caso as chuvas no sejam suficientes. Essa perda global denominada de

    evapotranspirao, que pode ser definida como um processo combinado de transferncia de

  • 16

    gua do solo para a atmosfera, incluindo a evaporao da gua do solo diretamente e o

    processo de transpirao atravs dos tecidos vegetais (Vescove e Turco, 2005).

    Um dos principais elementos do ciclo hidrolgico a evapotranspirao. A preciso

    de sua estimativa de importncia para diversos estudos, como a simulao de produtividade

    de culturas, gerenciamento dos recursos hdricos, projetos e manejos de irrigao, entre outros

    (Lima, 2005). O manejo da irrigao requer, alm de mtodos e tecnologia adequada, estudos

    especficos de consumo de gua para cada cultura em pocas, locais e estdios de

    desenvolvimento distintos. Uma alternativa para o manejo eficiente de sistemas de irrigao

    por meio da estimativa da evapotranspirao de referncia (ETo) (Silva et al., 2011).

    Para se estimar a necessidade hdrica de uma cultura em cada uma de suas fases de

    desenvolvimento o mtodo usualmente utilizado tem como base a estimativa da

    evapotranspirao da cultura (ETc) que pode ser obtida atravs do valor da evapotranspirao

    de uma cultura de referncia (ETo) corrigida pelo coeficiente da cultura (Kc), coeficiente este

    que dependente da cultura utilizada e de seu estgio de desenvolvimento (Chagas et al., 2013;

    Sousa et al., 2010; Silva et al., 2009; Oliveira et al., 2001; Doorenbos & Pruitt, 1986; Allen et

    al., 1998).

    Uma grande dificuldade para o planejamento correto da irrigao a estimativa da

    evapotranspirao de referncia (ETo) de uma localidade constitui-se, pois para a maior parte

    dos mtodos utilizados so necessrios dados climatolgicos e/ou coeficientes de ajuste

    normalmente no disponveis ao irrigante; alm disso, existem problemas de sub ou

    superestimativas da lmina evapotranspirada (Oliveira e Carvalho, 1998).

    Para se alcanar economia hdrica na agricultura oportuno se obter uma irrigao

    mais prxima do ideal e, para tanto se necessita de estudos que levem em considerao

    principalmente os aspectos meteorolgicos da regio e, tambm, se fazer estimativas mais

    confiveis para o manejo dessa tcnica, em cujo contexto a estimativa adequada da

    evapotranspirao de referncia (ETo) de suma importncia (Mendona, 2010).

    Burman et al. (1983) definiu a evapotranspirao como a expresso da quantidade

    equivalente de gua evaporada por unidade de tempo, geralmente expressa como lmina de

    gua por unidade de tempo (mm dia). J segundo Pereira et al. (1997), evapotranspirao

    o termo utilizado para expressar a ocorrncia simultnea dos processos de evaporao e

  • 17

    transpirao, que so controlados pela disponibilidade de energia, pela demanda atmosfrica e

    pelo suprimento de gua do solo s plantas.

    Smith (1991) definiu a evapotranspirao de referncia sendo baseada como aquela em

    que uma cultura hipottica, com altura uniforme de 0,12 m, albedo igual a 0,23 e resistncia

    da cobertura ao transporte de vapor de gua igual a 70 s.m, o que representaria a

    evapotranspirao de um gramado verde, de altura uniforme, em crescimento ativo cobrindo

    totalmente a superfcie do solo, e sem falta de gua (Silva et al., 2011; Vescove e Turco,

    2005; Arajo et al., 2011; Oliveira et al., 2001; Allen et al., 1998; Pereira et al., 1997; Smith,

    1991).

    Foi determinado como mtodo padro para a estimativa da ETo a equao de Penman-

    Monteith FAO, devido caracterstica de interatividade entre a base fsica e os parmetros

    fisiolgicos e aerodinmicos da planta, e por utilizar vrias informaes climticas (Allen et

    al., 1998; Palaretti et al., 2014).

    O manejo da irrigao requer, alm de mtodos e tecnologia adequada, estudos

    especficos de consumo de gua para cada cultura em pocas, locais e estdios de

    desenvolvimento distintos. Uma alternativa para o manejo eficiente de sistemas de irrigao

    por meio da estimativa da evapotranspirao de referncia (ETo) (Silva et al., 2011).

    Segundo Arajo et al. (2007) antes de se eleger o modelo a ser utilizado para a

    estimativa da ETo, necessrio saber quais os elementos climticos disponveis; a partir da,

    verifica-se quais podem ser aplicados, uma vez que a utilizao dos diferentes mtodos para

    certo local de interesse fica na dependncia dessas variveis.

    A ETo pode ser estimada por mtodos diretos e indiretos. Para a realizao dos

    mtodos diretos necessrio utilizao de lismetros, parcelas experimentais no campo,

    controle de umidade do solo e mtodo de entrada e sada de gua em grandes reas. Nos

    mtodos diretos, se faz necessrio a utilizao de lismetros para obter melhor preciso para a

    determinao da ETo. Por serem equipamentos de custos elevados, seu uso tem ficado restrito

    a instituies de pesquisas, tendo sua utilizao justificada na calibrao regional de mtodos

    indiretos (Bernado et al., 1996).

    O mtodo direto (lismetro), apesar de apresentar timos resultados, utiliza

    equipamentos de custo muito elevado, tornando-se invivel sua utilizao no manejo da

  • 18

    agricultura irrigada no dia a dia. J os mtodos indiretos oferecem a estimativa da ETo, sendo

    o mtodo Penman-Monteith-FAO considerado padro. Outros mtodos so utilizados para se

    estimar a evapotranspirao de referncia, como os mtodos Radiao Solar, Makkink,

    Linacre, Jensen-Haise, Camargo, Ivanov, Hargreaves- Samani, Tanque Classe A e outros

    (Silva et al., 2014).

    Segundo Mendona et al. (2003), Diversos pesquisadores em todo o mundo

    propuseram modelos indiretos para a estimativa da ETo, com as mais diferentes concepes e

    nmero de variveis envolvidas. Antes de se eleger o modelo a ser utilizado para a estimativa

    da ETo, necessrio saber quais os elementos climticos disponveis; a partir da, verifica-se

    quais podem ser aplicados, uma vez que a utilizao dos diferentes mtodos para certo local

    de interesse fica na dependncia dessas variveis.

    A ETo de fundamental importncia para o dimensionamento de sistemas e para o

    manejo da gua de irrigao, o que requer a adoo de estudos, avaliaes e ajustes para sua

    correta utilizao. A escolha de um mtodo de estimativa da ETo depende de uma srie de

    fatores, tais como: da disponibilidade de dados meteorolgicos e da escala de tempo desejada

    (Mendona e Dantas, 2010).

    A no-verificao da adequao dos mtodos de estimativa da evapotranspirao de

    referncia s condies climticas, a falta de preciso na estimativa, bem como o erro, devido

    ao uso de instrumentos de medidas inadequados, em geral, tambm conduzem ao manejo

    inadequado da gua, afetando muitas vezes a produo agrcola (Silva et al., 1993).

    Apesar da existncia de diversos modelos para se estimar a ETo, eles, no entanto, so

    utilizados em condies climticas e agronmicas muito diferentes daquelas em que

    inicialmente foram concebidos e, por isso, de extrema importncia avaliar o grau de

    exatido desses modelos, antes de utiliz-los para nova condio (Oliveira et al. 2011).

    objetivo de estudo de muitos pesquisadores, determinar um mtodo indireto de

    estimativa da ETo, adequado s caractersticas climticas de determinada regio,

    comparando-o com o mtodo Penman-Monteith, FAO 56, que melhor se ajuste a este

    (OLIVEIRA E CARVALHO, 1998; OLIVEIRA et al., 2001; DROOGERS e ALLEN, 2002;

    MENDONA et al. 2003; ANDRADE JNIOR et al. 2003; OLIVEIRA et al. 2005;

    VESCOVE E TURCO, 2005; BORGES e MENDIONDO, 2007; REIS et al. 2007; SOUSA et

    al. 2010; ALENCAR et al. 2011; SOUZA et al. 2011; SILVA et al., 2014).

  • 19

    Souza et al. (2010) verificaram a preciso dos mtodos de estimativa de ETo

    propostos por Penman-Monteith, Priestley & Taylor, Jensen & Haise, Linacre, Hargreaves,

    Tanque Classe A e Makkink, nos permetros irrigados do estado de Sergipe, Na comparao

    das equaes com o mtodo FAO Penman-Monteith, os resultados obtidos indicaram que a

    melhor correlao ocorreu no permetro de Califrnia com os mtodos de JH e PT, com

    correlao 95% e 92% respectivamente, enquanto o de pior relacionamento foi com o mtodo

    de TCA, com valor de 60%.

    Stone & Silveira (1995) compararam nove modelos de estimativa de ETo para o

    municpio de Santo Antnio em Gois-GO, com os resultados obtidos a partir da evaporao

    do Tanque Classe A, verificaram que o modelo de Penman foi o que apresentou maior

    coeficiente de correlao com os valores medidos pelo tanque Classe A, os mtodos de

    Hargreaves e Garcia-Lopes, foram os que melhor apresentaram correlao com o Tanque

    Classe A aps o de Penman, esse resultado foi justificado pelo fato desses dois mtodos

    empregarem a umidade relativa em sua frmula, a qual foi uma varivel que influenciou na

    evaporao do tanque.

    Em estudo de comparao entre mtodos de estimativa da ETo na Bacia do Rio

    Jacupiranga, Borges e Mediondo (2007), comparando os mtodos Blaney-Criddle,

    Hargreaves, Camargo, Thornthwaite, Hamon e Kharrufa, relataram que a equao de Blaney-

    Criddle h uma subestimativa em quase todo o ano, com erros maiores ocorrendo na estao

    seca, a equao de Hamon subestimou a ETo em todo o perodo, sem tendncia especfica

    quanto estao do ano e os modelos de Thornthwaite e Camargo apresenta tendncias

    similares: baixos erros nos meses mais chuvosos (fevereiro e maro) e maiores erros nos

    meses mais secos (agosto e setembro).

    As concluses variam muito segundo cada autor e localidade em estudo, o que

    dificulta ao usurio decidir qual mtodo adotar. Portanto se faz necessrio realizar estudos

    comparativos da ETo, por vrios mtodos, para cada localidade, para assim determinar quais

    os mtodos que melhor se ajustam a esta, para que assim possam realizar trabalhos futuros

    como implantao e manuteno de sistemas de irrigao, manejo de recursos hdricos, entre

    outros ( Chagas et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2001; Oliveira e

    Carvalho, 1998).

  • 20

    3 METODOLOGIA

    3.1 rea de Estudo

    A cidade em estudo foi Marechal Deodoro da Fonseca, localizada na regio litornea

    do estado de Alagoas, com coordenadas geogrficas de Latitude - 09 42' 37" e longitude 35

    53' 42", altitude de 31 metros em relao ao nvel do mar e clima Tropical chuvoso com vero

    seco e estao chuvosa no outono/inverno.

    3.2 Dados

    Os dados relativos s variveis climatolgicas (temperaturas mxima, mnima e mdia

    (C), umidade relativa do ar (%), velocidade do vento mdia (m.s-) e radiao solar incidente

    (W.m-2) foram obtidos atravs de uma estao agrometeorolgica automtica da marca

    METOS, modelo micrometos, do banco de dados do INMET, de uma srie histrica de 2003

    2005, registrados em planilha eletrnica Excel. Todos os clculos foram realizados nas

    planilhas e tambm gerado os grficos.

    3.3 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia (ETo)

    Utilizaram-se as equaes de Penman-Monteith, Hargreaves & Samane, FAO-Blaney-

    Criddle, Priestley-Taylor e Jensen & Haise Para a estimativa da ETo.

    3.3.1 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia (ETo) pelo Mtodo de Penman-

    Monteith (P-M)

    Monteith desenvolveu, com base na equao de Penman, uma equao que inclui a

    resistncia aerodinmica e a resistncia ao fluxo de vapor pela folha. A equao combinada

    com os termos de resistncia aerodinmica e da superfcie passou a ser chamado de equao

    de Penman-Monteith (Sediyama, 1996).

    ( )

    ( ) ( )

    (

    )

    rc 6 sm1

  • 21

    em que:

    E, Rn e G em MJ m-2 d-1;

    T - temperatura do ar, oC;

    ra - resistncia aerodinmica, s.m-1

    ;

    rc - resistncia da cultura transferncia de vapor, s m-1

    ;

    u2 - velocidade do vento a 2,0 m de altura, m s-1

    .

    Constante psicromtrica,

    A constante psicromtrica, g, representa o balano entre o calor sensvel ganho pela

    passagem do fluxo de ar no termmetro de bulbo mido e calor sensvel transformado em

    calor latente, calculada como:

    6 ( )

    Dado em kPa oC

    -1

    Calor latente de evaporao,

    O calor latente de evaporao, em MJ kg-1

    , virtualmente invarivel a presso

    atmosfrica, mas varia como temperatura. Pode ser estimado como segue:

    6 , T em C (3)

    Presso atmosfrica, P

    A presso atmosfrica, como a funo de elevao z, em metros, pode ser estimada

    como segue:

    ( 6

    )

    ( )

    T em Kpa

  • 22

    Presso de vapor na saturao, eo

    Tetens (1930) e Murray (1967) apresentam uma expresso mais conveniente para a

    presso de vapor na saturao, em kPa, onde T em oC.

    [ 6 6

    ] ( )

    Declividade da curva de presso de vapor na saturao, D

    A declividade da curva de presso de vapor na saturao obtida derivando a equao

    de Tetens (1930) e Murray (1967), cujo resultado em kPa oC

    -1, e dado como se segue:

    ( ) (6)

    Saldo de Radiao, Rn

    ( ) (7)

    Dado em MJ.m-2

    .d-1

    onde:

    sendo a = 0,23, o albedo para uma superfcie coberta completamente com vegetao em

    crescimento ativo.

    Estimativa da radiao solar, Rs

    Rs valores dirios de radiao solar podem ser estimados usando a equao a seguir,

    recomendada por Doorenbos e Pruitt:

    Rs = (a + b n/N)RA , MJ.m-2.d-1 (8)

    onde:

    n/N relao entre as horas de insolao atual medidas e a o mximo de horas de insolao

    possvei;

    Rs radiao solar efetiva;

    RA radiao no topo da atmosfera;

  • 23

    a e b coeficientes de ngstron, a = 0,25 e b = 0,50.

    Radiao solar no topo da atmosfera, RA

    Valores dirios de RA podem ser calculados usando a seguinte equao apresentada

    por Duffie e Beckman (1980) onde todos os ngulos so expressos em radianos.

    ( s s s s s ) ( )

    em que:

    RA- radiao solar no topo da atmosfera, em MJm-2

    d-1

    f - latitude, em radianos

    d - declinao solar

    w s - ngulo do ocaso do sol, em radianos

    dr - distncia relativa da terra ao sol

    Gsc = 0,0820 MJm-2

    min-1

    , constante solar

    A declinao, d , em radianos, pode ser estimada como:

    d = 0,493 sen (2p (284 + J)/365)

    onde J o dia do ano (1o. de janeiro = 1)

    A distncia relativa da terra ao sol, dr, pode ser estimada como:

    dr = 1 + 0,033 cos (2p J/365) (10)

    O ngulo na hora do pr-do-sol, w s, em radianos pode ser calculado como:

    w s = arc cos (- tan (f ) + tan (d )) (11)

    Valores de N para diferentes meses e latitudes podem ser calculados usando a frmula

    a seguir:

    (

    ) ( )

  • 24

    Saldo de radiao de ondas longas superfcie, Rb

    (

    ( )

    ) ( )

    em que:

    Rb - saldo de radiao de ondas longas superfcie, MJ m-2

    d-1

    Tx - temperatura mxima diria, K

    Tn - temperatura mnima diria, K

    Para flutuao diria de temperatura (profundidade efetiva de 1,8m) valor mdio do

    fluxo de calor no solo pode ser estimado, para fins prticos, por intermdio da seguinte

    equao:

    ( ) ( )

    Dado em MJ m-2

    d-1

    (14)

    em que :

    Ti - temperatura mdia do ar, C, para o dia i

    Ti -1 - temperatura mdia do ar, C, para o dia i - 1

    Extrapolao da velocidade do vento

    Os dados disponveis de velocidade do vento so freqentemente obtidos por

    instrumentos localizados em elevaes acima da superfcie do solo, que so diferentes das

    elevaes especificadas nas diferentes frmulas de ETo. Por exemplo, a maior parte das

    equaes de Penman comumente requerem a velocidade do vento a 2 m de altura.

    A equao a seguir representa a variao da velocidade do vento com a elevao

    prxima superfcie do solo para cultivos agrcolas.

    [

    ]

    ( )

  • 25

    onde W2 a estimativa da velocidade do vento na altura z2 e W1 a medida da

    velocidade do vento a altura z1 acima do solo ou da superfcie do dossel. O expoente a

    encontra-se entre 0 e 1 e varia com a estabilidade atmosfrica e a rugosidade do solo.

    Doorenbos e Pruitt (1977) recomendam o valor de a igual a 0,17 quando z1 maior que z2 e

    0,22 quando z1 menor que z2. O valor adotado foi 0,20

    3.3.2 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia (ETo) pelo Mtodo de Hargreaves-

    Samani (H-S)

    um mtodo baseado na temperatura e na radiao solar. A equao de Hargreaves,

    modificada por Samani, onde o termo de correo, devido a umidade relativa do ar, foi

    excludo da equao original, teve como princpio o ajustamento dos ndices da equao para

    as condies locais. O ajuste das constantes da equao foi realizado incorporando o termo de

    amplitude trmica mdia do ms, em C.

    ( ) ( 6)

    onde:

    ET - fluxo de calor latente, MJ.m-2

    .d-1

    ;

    RA - radiao no topo da atmosfera, MJ.m-2

    .s-1

    ;

    TD - diferena das temperaturas mdias mxima e mnima, C;

    TS - temperatura mdia do ar, C.

    A radiao no topo da atmosfera obtida segundo a seguinte equao:

    6 [ s (

    6 )] ( s s s s s ) ( )

    em que :

    J - dia do ano;

    s - ngulo horrio do pr do Sol, radianos;

    j - latitude local, radianos;

  • 26

    d - declinao do Sol, radianos.

    s [(

    6 ) ] ( )

    3.3.3 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia (ETo) pelo Mtodo de Blaney &

    Criddle (B-C)

    O modelo proposto por Blaney & Criddle (1950) muito usado no oeste dos Estados

    Unidos para quantificar irrigao. Convertida para o sistema mtrico, a equao pode ser

    expressa como:

    ETo = K p (0,46 Ta + 8,13) (19)

    em que:

    k coeficiente mensal dependente da vegetao, localidade e estao do ano, que varia de 0,5

    a 1,2. Foram usados os valores de 0,85 para a estao mida (novembro a abril) e 0,45 para a

    estao seca (maio a outubro)

    p porcentagem de insolao mxima diria (N) em relao ao horrio de insolao terico

    do ano (4380 h)

    3.3.4 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia (ETo) pelo Mtodo de Priestley e

    Taylor (P-T)

    A equao de Priestley-Taylor uma simplificao da equao de Penman (1948)

    original, ao qual foi inserido o termo energtico, que foi corrigido por um coeficiente de

    ajuste a (PEREIRA et al., 1997).

    A vantagem do mtodo do Priestley-Taylor o uso de poucas variveis para estimar a

    ET (Rn, G e temperatura do ar) em relao a outros mtodos. A base terica de

    relativamente bem conhecida, sabendo-se que pode variar substancialmente, dependendo da

    rugosidade do dossel e do teor de gua de superfcie (SANCHES et al., 2010).

    ((

    ) ( )) ( )

    Em que:

  • 27

    o coeficiente de Priestley-Taylor, a constante psicromtrica.

    Assumindo que a energia disponvel da superfcie saturada hipottica de ser o mesmo em toda

    rea (n=1) a equao simplificada para o coeficiente de Priestley-Taylor tem-se:

    (

    ) ( )

    3.3.5 Estimativa da Evapotranspirao de Referncia (ETo) Mtodo de Jensen & Haise

    (J-H)

    Jensen & Haise (1963), Para regies ridas e semiaridas, apresentaram a seguinte

    equao para o clculo da evapotranspirao:

    ETo = Rs(0,025Tmed + 0,08) (22)

    em que:

    Tmed a temperatura mdia diria, C;

    Rs a radiao solar global convertida em unidades de gua evaporada, mm;

    Os valores de Rs foram obtidos pela frmula de Angstrom, utilizando-se os

    coeficientes apresentados por Silva et al. (2005).

    3.4 Comparao entre os Mtodos

    A srie de valores de ETo dirios utilizada foi dividida em perodo seco (outubro a

    maro) e perodo mido (abril a setembro), de acordo com as caractersticas pluviomtricas da

    regio, que de acordo com Pereira et al. (2002) apresenta precipitaes no perodo outono-

    inverno.

    Na comparao dos valores de ETo entre o mtodo de Penman-Montheith com os

    demais mtodos foram utilizados os critrios propostos por Jensen et al. (1990), envolvendo

    erro-padro de estimativa (EPE) (7) e erro-padro de estimativa ajustado (EPEa) (8),

    coeficiente de ajustes das equaes lineares completas, como tambm seus respectivos

    coeficientes de determinao (R). Metodologia coincidente utilizada por Oliveira et al.

    (2005) e Reis et al. (2007) para comparar vrios mtodos de estimativa da ETo com o mtodo

    padro de Penman-Montheith.

  • 28

    (( )

    )

    ( )

    em que:

    Yi evapotranspirao estimada pelo mtodo (mm.d-1); Ym evapotranspirao estimada

    pelo mtodo padro (mm.d-1); e n nmero total de observaes.

    (( )

    )

    ( )

    em que:

    Yic evapotranspirao estimada pelo mtodo, corrigida pelos coeficientes da regresso

    linear (mm.d-1); Ym evapotranspirao estimada pelo mtodo padro (mm.d-1); n nmero

    total de observaes.

    Na correlao dos valores estimados de ETo testou-se tambm os parmetros relativos

    preciso (coeficiente de correlao r), exatido (ndice de Willmott d) e desempenho

    (ndice c) (11). O ndice d descrito em Willmott et al. (1985) e seus valores variam entre

    zero (nenhuma concordncia) e 1 (concordncia perfeita). J o ndice de desempenho c

    descrito em Camargo e Sentelhas (1997).

    ( )

    Em que:

    r coeficiente de correlao; R coeficiente de determinao.

    [

    (| | | |) ] ( 6)

    em que:

    Pi valor estimado; Oi valor observado; e O mdia dos valores observados.

    ( )

    em que:

    r coeficiente de correlao; d ndice de Willmott.

  • 29

    Tabela 1. Classificao das correlaes de acordo com o coeficiente de correlao (r)

    Coeficiente de correlao r classificao

    0,0-0,1 Muito baixa

    0,1-0,3 Baixa

    0,3-0,5 Moderada

    0,5-0,7 Alta

    0,7-0,9 Muito alta

    0,9-1,0 Quase perfeita

    Na Tabela 2 constam os critrios adotados para interpretao dos mtodos de

    estimativa da ETo utilizando o ndice de desempenho c.

    Tabela 2. Valores de c para critrios de interpretao do desempenho da estimativa da ETo (Camargo e Sentelhas, 1997).

    Valores de c Desempenho

    >0,85 timo

    0,76 0,85 Muito bom 0,66 0,75 Bom 0,61 0,65 Mediano 0,51 0,60 Sofrvel 0,41 0,50 Mau

  • 30

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    A Figura 1 apresenta os grficos com a anlise de regresso linear entre os valores

    estimados da ETo, tambm os coeficientes de determinao (R), para as regresses foradas

    pela origem e regresso completa, considerados para o perodo seco.

    Observa-se pelas Figuras 1 (b), 1 (f) e 1 (h), que os modelos de estimativa da ETo

    pelos mtodos de Hargreaves & Samani, Piestley-Taylor e Jensen & Haise, respectivamente,

    apresentaram timos ajustes em relao ao mtodo padro Penman-Monteith, com

    aproximadamente 98,7%, 99,9% e 98,8%, respectivamente. J na figura 1 (d) observe que o

    modelo FAO-Blaney-Criddle no apresentou um bom ajuste em relao ao mtodo padro (P-

    M), aproximadamente 40,8%.

    Chagas et al. (2013) compararam mtodos de estimativa da ETo de referncia para o

    municpio de Rio Real-BA no perodo seco, e demonstraram que o mtodo de Hargreaves &

    Samani no obteve um bom ajuste em relao ao mtodo padro P-M, para o mtodo FAO-

    Blaney-Criddle obteve timo ajuste, ambos os resultados diferentes do obtidos para a regio

    de Marechal Deodoro da Fonseca.

    Silva et al. (2014) compararam mtodos evapotranspirao de referncia para cidade

    de Piracicaba-SP, e demonstraram que o mtodo de Hargreaves & Samani obteve um bom

    ajuste em relao ao mtodo padro, porm, para o mtodo FAO-Blaney-Criddle obteve

    ajuste moderado, diferente do obtido para Marechal Deodoro.

    Silva et al. (2009) compararam mtodos evapotranspirao de referncia para os

    permetros irrigados de Sergipe (Califrnia, Jacarecica, Piau e Jabiberi), e determinaram que

    em relao ao mtodo padro P-M, o mtodo H-S teve ajuste muito bom, para os 4

    permetros, variando de 85% 88%. J o mtodo P-T teve timo ajuste em 3 permetros

    com 92% para o permetro Califrnia, 96% para o permetro Jacarecica e 97% para o

    permetro Piau, e para o permetro Jabiberi o ajuste foi bom com 77%. Para o mtodo de J-

    H, os resultado foram parecidos, deu timo, respectivamente 92%, 94% e 94% e para o

    permetro de Jabiberi bom com 76%.

    Observa-se pela Figura 1 que todos os mtodos, H-S (1a), B-C (1c), P-T (1e) e J-H

    (1g), tenderam a superestimar os valores da ETo em relao ao mtodo P-M em : 33,8%,

    39,16%, 25,49% e 54, 57%, respectivamente. Resultado semelhante para os mtodos de H-S e

  • 31

    P-T, foram observados por Silva et al. (2011). Divergindo desses resultados, Borges e

    Mendiondo (2007) compararam equaes empricas de estimativa da evapotranspirao de

    referncia na Bacia do Rio Jacupiranga, demostrando que o mtodo de B-C subestimaram o

    mtodo padro em todo o ano, com erros maiores ocorrendo na estao seca.

    Mendona et al. (2003) compararam mtodos de estimativa da ETo para a Regio

    Norte Fluminense-RJ, e observaram que os mtodos Jensen-Haise e Hargreaves-Samani,

    apresentaram tendncias de superestimar a ETo. Esses mtodos superestimaram a ETo em

    51,3 e 23,5%, respectivamente, em relao ao lismetros de pesagem. Os resultados foram

    superestimados em todos os meses do ano.

    (a)

    (b)

    (c)

    (d)

    y = 1,3308x R = 0,9478

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    ETo

    (H

    -S) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    x= 1,6616y - 1,2649 R = 0,9873

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    ETo

    (H

    -S) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,3916x R = 0,3931

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

    ETo

    (B

    -C) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,7197x - 1,2548 R = 0,4081

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

    ETo

    (B

    -C) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

  • 32

    (e)

    (f)

    (g)

    (h)

    Figura 1. Regresso linear entre valores dirios da evapotranspirao de referncia (ETo)

    para o perodo seco, forada pela origem e equao completa, estimados segundo o

    mtodo de Penman-Monteith (P-M) (eixo x) em relao aos mtodos Hargreaves &

    Samani (H-S) (a) e (b); FAO-Blaney-Criddle (B-C) (c) e (d); Priestley & Taylor (P-

    T) (e) e (f) e Jensei & Haise (J-H) (g) e (h) (eixo y).

    Na Figura 2 pode-se observar a anlise de regresso linear entre os valores estimados

    da ETo, tambm os coeficientes de determinao (R), para as regresses foradas pela

    origem e regresso completa, considerados para o perodo mido.

    Observa-se pelas Figuras 2 (b), 2 (f) e 2 (h), que os modelos de estimativa da ETo

    pelos mtodos de H-S, P-T e J-H respectivamente, apresentaram timos ajustes em relao ao

    y = 1,2549x R = 0,9986

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    0 1 2 3 4 5 6 7

    ETo

    (P

    -T)

    (mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,2565x - 0,0063 R = 0,9999

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    0 1 2 3 4 5 6 7

    ETo

    (P

    -T)

    (mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,5457x R = 0,9411

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

    ETo

    (J-

    H) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,9726x - 1,6326 R = 0,9878

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

    ETo

    (J-

    H) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

  • 33

    mtodo padro Penman-Monteith, com aproximadamente 91,25%, 100% e 94,25%,

    respectivamente. J na Figura 2 (d) observa-se que o modelo FAO-Blaney-Criddle no

    apresentou um bom ajuste em relao ao mtodo padro (P-M), aproximadamente 49,92%.

    Fanaya Jnior et al. (2012), comparando mtodos empricos para estimativa da

    evapotranspirao de referncia para Aquidauana-MS, determinaran que o mtodo de P-T

    teve ajuste timo com aproximadamente 95%, o mtodo de H-S teve ajuste muito bom

    com aproximadamente 76,8% e o mtodo J-H Teve ajuste bom com 75%.

    Arajo et al. (2007) compararam mtodos evapotranspirao de referncia para Boa

    Vista-RR, e demonstraram que o mtodo de Hargreaves & Samani no obteve bom ajuste em

    relao ao mtodo padro, com aproximadamente 62%, no entanto, o mtodo B-C obteve

    ajuste timo com aproximadamente 96%.

    Nas Figuras 2(a), 2(c), 2(e) e 2(g), mtodos de estimativa da evapotranspirao por H-

    S, B-C, P-T, J-H, pode-se perceber que todos os mtodos tenderam superestimar os valores da

    ETo em relao ao mtodo padro P-M, superestimaram aproximadamente em: 37,62%,

    62,9%, 25,45% e 55,82%, respectivamente.

    Chagas et al. (2013) comparando mtodos de estimativa para Rio Real-BA

    demonstraram que o modelo H-S superestimou P-M em 18,88% e o mtodo B-C subestimou

    P-M em 18,48%, para o perodo chuvoso.

    Bragana et al. (2010) compararam mtodos de estimativa da ETo para trs

    municpios do Esprito Santo para o perodo mido, foram eles: Venda Nova, Sooretama e

    Cachoeiro de Itapemirim. Os autores demonstraram que os mtodos B-C e H-S

    superestimaram em mdia o mtodo padro (P-M) em aproximadamente: (0,9% e 38,2%);

    (9,0% e 3,5%) e ( 4,8% e 37,7%), respectivamente.

  • 34

    (a)

    (b)

    (c)

    (d)

    (e)

    (f)

    y = 1,3762x R = 0,9109

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    0 1 2 3 4 5 6 7

    ETo

    (H

    -S) (

    mm

    dia

    )

    ETo (mm dia)

    y = 1,434x - 0,1665 R = 0,9125

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    0 1 2 3 4 5 6 7

    ETo

    (H

    -S) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,629x R = 0,3541

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    ETo

    (B

    -C) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,0628x + 1,6295 R = 0,4992

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    ETo

    (B

    -C) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,2545x R = 0,9998

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    0 2 4 6

    ETo

    (P

    -T)

    (mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,2545x + 0,0002 R = 1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    0 1 2 3 4 5 6

    ETo

    (P-T

    ) (m

    m d

    ia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

  • 35

    (g)

    (h)

    Figura 2. Regresso linear entre valores dirios da evapotranspirao de referncia (ETo)

    para o perodo mido, forada pela origem e equao completa, estimados segundo o

    mtodo de Penman-Monteith (P-M) (eixo x) em relao aos mtodos Hargreaves &

    Samani (H-S) (a) e (b); FAO-Blaney-Criddle (B-C) (c) e (d); Priestley & Taylor (P-

    T) (e) e (f); e Jensei e Haise (J-H) (g) e (h) (eixo y).

    Na Tabela 3, para os dois perodos avaliados, seco e chuvoso, pode-se observar pelos

    pares de valores (R2; r) que os mtodos de H-S (0,9125; 0,9552), P-T (0,9999; 0,9999) e (1;

    1), J-H (0,9978; 0,9939) e (0,9424; 0,9708), foram aqueles em que os valores de ETo

    estimados melhor se ajustaram aos valores calculados pelo mtodo padro (Penman-

    Monteith). O bom ajuste linear de tais mtodos pode ser verificado tambm pelos valores

    encontrados para o Erro Padro da Estimativa (EPE) e Erro Padro da Estimativa Ajustado

    (EPEa): H-S (0,8963; 0,8951), P-T (0,6866; 0,6865), para o perodo seco, dos mtodos

    citados anteriores exceo do mtodo J-H, que apesar de ter apresentado bom ajuste,

    apresentou alto EPE e EPEa (1,4750; 1,4739); e H-S (0,7693; 0,7569), P-T (0,5120; 0,5120),

    J-H (1,1312; 1,1238) para o perodo mido.

    O mtodo FAO-Blaney-Cridle apresentou ajuste linear inferior com relao aos

    demais mtodos avaliados comprovados pelos valores do par (R2; r), para perodo seco e

    mido respectivamente: (0,4081; 0,6388) e (0,4992; 0,7065).

    Em relao ao coeficiente de correlao r, para ambos os perodos, os mtodos H-S,

    P-T e J-H apresentaram correlao quase perfeita variando de 0,95 a 1, j o mtodo B-C

    y = 1,5582x R = 0,9357

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    ETo

    (J-

    H) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

    y = 1,6995x - 0,4066 R = 0,9424

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    ETo

    (J-

    H) (

    mm

    dia

    )

    ETo (P-M) (mm dia)

  • 36

    apresentou correlao alta para os dois perodos, com 0,63 para o perodo seco e 0,70 para o

    perodo chuvoso.

    Com relao ao ndice d que avalia a exatido (concordncia) dos valores estimados

    de ETo pelos mtodos propostos (Tabela 3) os mtodos H-S, P-T, J-H avaliados e

    comparados com o mtodo padro (P-M) apresentaram valor de 0,99, considerado de muito

    boa concordncia, e 0,75 para B-C, considerado boa. Para o perodo mido, os mtodos H-S,

    P-T e J-H apresentaram 0,97; 0,99; 0,95, respectivamente, considerados como de muito boa

    concordncia, e o mtodo B-C apresentou 0,81, considerado de boa concordncia.

    Para o ndice c, Tabela 3, para ambos os perodos os mtodos H-S, P-T, J-H, tiveram

    desempenho timo. O mtodo de B-C, com valores do ndice de desempenho c de 0,48 e

    0,57, foi classificado como mal e sofrvel, perodo seco e perodo mido,

    respectivamente.

    Tabela 3. Valores do coeficiente de determinao (R2), Erro Padro de Estimativa (EPE),

    Erro-padro da estimativa ajustado em relao regresso linear forada pela origem

    (EPEACO) e Erro-padro da estimativa ajustado em relao regresso linear

    completa (EPEACC), coeficiente de correlao (r) e indicadores de exatido (d) e de

    desempenho (c), para os perodos seco e mido, respectivamente.

    CORRELAO PARAMETROS ESTATSTICOS

    PERODO SECO

    Y X R EPE EPEa r d c

    H-S P-M 0,9873 0,8963 0,8951 0,9936 0,9968 0,9904

    B-C P-M 0,4081 1,1793 1,0581 0,6388 0,7558 0,4828

    P-T P-M 0,9999 0,6866 0,6965 0,99996 0,99998 0,99993

    J-H P-M 0,9878 1,4750 1,4739 00,9939 0,9849 0,9908

    PERODO CHUVOSO

    H-S P-M 0,9125 0,7693 0,7569 0,9552 0,9767 0,9930

    B-C P-M 0,4992 1,3197 1,2777 0,7065 0,8132 0,5745

    P-T P-M 1 0,5120 0,5120 1 0,9999 0,9999

    J-H P-M 0,9424 1,1312 1,1238 0,9708 0,9849 0,9562

  • 37

    6- CONCLUSES

    Os mtodos Hargreaves & Samani, Priestley-Taylor e Jensen & Haise apresentaram as

    melhores avaliaes para todos os critrios estatsticos adotados para a comparao entre os

    valores dirios estimados de ETo com o mtodo de Penman-Monteith (FAO-56), em ambos

    perodos avaliados, sendo confiveis para utilizao para regio do municpio de Marechal

    Deodoro da Fonseca.

    O mtodo de Priestley-Taylor mostrou-se mais exato e confivel em relao aos

    demais mtodos. Foi o mtodo que melhor se ajustou ao mtodo padro.

    Quando se dispe apenas de dados de temperatura do ar, pode-se usar o mtodo de

    Hargreaves-Samani com boa confiabilidade.

    O mtodo Fao-Blaney-Criddle obteve avaliao inferior para todos os critrios de

    comparao com relao aos demais mtodos de estimativa de ETo, tanto para o perodo seco

    quanto para o perodo mido, no sendo recomendado para a cidade de Marechal Deodoro da

    Fonseca.

  • 38

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