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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM
EDUCAÇÃO FÍSICA
IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA QUALIDADE DE VIDA
E DO SONO EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
Rafaela Catherine da Silva Cunha de Medeiros
NATAL/RN
2015
IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA QUALIDADE DE VIDA E DO SONO EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
RAFAELA CATHERINE DA SILVA CUNHA DE MEDEIROS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.
ORIENTADOR: PROF. DR. PAULO MOREIRA SILVA DANTAS
ii
Ficha catalográfica
iii
RAFAELA CATHERINE DA SILVA CUNHA DE MEDEIROS
IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA QUALIDADE DE VIDA E DO SONO EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
Aprovada em___/___/___
BANCA EXAMINADORA:
Presidente da banca:
______________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas UFRN/ Departamento de Educação Física
Membro externo da banca:
______________________________________________________________ Prof. Dra. Marli Teresinha Gimeniz Galvão
UFC/ Universidade Federal do Ceará
Membro interno da banca:
___________________________________________________________________
PProf. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
UFRN/ Departamento de Educação Física
NATAL/RN
2015
iv
Dedico este trabalho aos meus pais, Maria José da Silva Cunha e Francisco da
Chagas Ferreira da Silva Cunha, aos meus irmãos Renê da Silva Cunha e Rafael da
Silva Cunha, pelo amor incondicional, ensinamentos, cuidado, incentivo nos estudos,
apoio em todas as decisões tomadas e por compreenderem a minha ausência durante
os últimos anos. Sem o alicerce dado pela a minha família, nada teria alcançado!
Ao meu esposo Jason Azevedo de Medeiros, por estar sempre ao meu lado, me
incentivando e ajudando em todas as dificuldades, por compartilhar dessa realização
em todos os momentos, pois posso dizer que esse sonho não foi só “meu”, mas
“nosso”! Dedico pelo amor e companheirismo no lar e nos estudos!
v
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus pela fé, força e por guiar todos os meus passos, sem a tua
proteção e presença nada teria alcançado!
Agradeço a minha avó Raimunda Souza pelo carinho e orações à distância!
Todas elas iluminaram as minhas decisões.
As minhas amigas de Mossoró, em especial, Camila Michelle, pela amizade,
apoio e votos de felicidades. Mesmo distantes permanecemos próximas pelo coração!
Agradeço ao meu orientador/ pai e amigo Dr. Paulo Moreira Silva Dantas, pela
confiança, oportunidade dada e por sempre me apontar a direção correta, tanto nas
atitudes profissionais como pessoais. Obrigada professor por acreditar que eu seria
capaz!
Agradeço aos amigos da AFISA (Base de pesquisa Atividade Física e Saúde),
pelos trabalhos realizados, estudos, conversas, ajudas e discussões compartilhadas!
Em especial agradeço a Racquel pela parceria na turma da pós graduação, pela
amizade e conselhos dados.
Aos amigos do projeto Viver Mais: Juliany, Danielle, Jason, Ricardo, Tatiane,
Hunaway, por todos os esforços, estudos, ajudas nas coletas e acima de tudo pela
amizade construída ao longo desses anos. Agradeço por todos ajudarem a entender
que “o conhecimento nos faz responsáveis”. (Che Guevara)
Aos pacientes/voluntários e profissionais do Hospital Rafael Fernandes e
Giselda Trigueiro, pela abertura, confiança e parceria estabelecida! Aos integrantes do
Projeto Viver Mais, pela disponibilidade e comprometimento.
Agradeço ainda todos os professores que contribuíram para a minha formação
acadêmica e influenciaram na busca dos meus sonhos, em especial ao professor Dr.
Humberto Jefferson de Medeiros.
vi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 15
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 15
2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 15
3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 16
3.1 HIV/Aids, parâmetros imunológicos e o surgimento da terapia medicamentosa como estratégia para melhoria da qualidade de vida.............................................. 16
3.2 Qualidade de vida e suas abordagens em pessoas com HIV/Aids ................... 19
3.3 Qualidade do sono em pessoas com HIV/Aids ................................................. 22
3.4 Benefícios dos exercícios físicos para a qualidade de vida, qualidade do sono e parâmetros imunológicos em pessoas com HIV/ Aids. ........................................... 24
4. METODOLOGIA................................................................................................... 28
4.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................... 28
4.2 População e amostra ........................................................................................ 28
4.3 Critérios de Inclusão ......................................................................................... 30
4.4 Critérios de exclusão ........................................................................................ 30
4.5 Critérios de retirada .......................................................................................... 30
4.6 Recrutamento e acompanhamento da amostra ................................................ 30
4.7 Aspectos éticos ................................................................................................. 31
4.8 Instrumentos de medidas e procedimentos ...................................................... 31
4.8.1 Anamnese ...................................................................................................... 32
4.8.2 Questionário HIV/ Aids Targeted Quality of Life (HAT- QoL) ......................... 32
4.8.3 Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg ..................................................... 33
4.8.4 Local de realização dos questionários ........................................................... 33
4. 8.5 Programa de exercícios físicos ..................................................................... 33
4.9 Análises dos dados ........................................................................................... 36
4.10 Análises estatísticas ....................................................................................... 37
5. RESULTADOS ..................................................................................................... 38
6. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 45
7. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 51
8. LIMITAÇÃO, COMENTÁRIO E SUGESTÃO ....................................................... 52
9. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 53
LISTA DE ANEXOS ................................................................................................. 60
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Desenho do estudo principal ...................................................................... 29
Figura 2 - Desenho do estudo 1 - II APÊNDICE ....................................................... 29
Figura 3 - Comportamento do domínio “função geral” nos diferentes períodos de
participação no programa de exercício físico. ............................................................ 40
Figura 4 - Comportamento do domínio “satisfação com a vida” nos diferentes períodos
de participação do programa de exercício físico. ....................................................... 41
Figura 5 - Comportamento do domínio “preocupações com a saúde” nos diferentes
períodos de participação do programa de exercício físico. ........................................ 41
Figura 6 - Comportamento do domínio “preocupações com a medicação” nos
diferentes períodos de participação do programa de exercício físico. ....................... 42
Figura 7 - Comportamento do domínio “aceitação ao HIV” nos diferentes períodos de
participação do programa de exercício físico. ............................................................ 42
Figura 8 - Comportamento e classificação da Qualidade do Sono nos diferentes
períodos de participação do programa de exercício físico. ........................................ 43
Figura 9 - Comportamento da contagem e percentual de células CD4 nos diferentes
períodos de participação do programa de exercício físico. ........................................ 43
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica das pessoas vivendo com HIV/Aids
participantes do projeto “Viver Mais”, Natal/RN. ........................................................ 38
Tabela 2 - Tempo de infecção, terapia antirretroviral e combinações terapêuticas
utilizadas pelas pessoas vivendo com HIV/Aids participantes do projeto “Viver Mais”,
Natal/RN..................................................................................................................... 39
Tabela 3 - Médias dos escores da qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/Aids
nos quatros períodos de participação no projeto “Viver Mais”, Natal/RN. .................. 39
ix
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
AIDS: Acquired Immunodeficiency Syndrome.
CD4: Grupamento de diferenciação 4 ou cluster of differentation, em inglês.
CV: Carga Viral.
HAART: Highly Active Antiretroviral Therapy.
HAT-QoL: HIV/aids-Target Quality of Life Instrument – Instrumento de Qualidade de
Vida direcionado para HIV-AIDS.
HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana.
OMS: Organização Mundial de Saúde.
PVHA: Pessoas vivendo com HIV/ AIDS.
QS: Qualidade do sono.
QV: Qualidade de vida.
RNA: ácido ribonucleico, em inglês: Ribonucleic acid.
SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
TARV: Terapia Antirretroviral.
TF: Treinamento de força.
WHOQOL: World Health Organization Quality of Life - Grupo de Qualidade de Vida
da Organização Mundial de Saúde.
x
RESUMO
IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA QUALIDADE DE VIDA E DO SONO EM
PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
Autor (a): Rafaela Catherine da Silva Cunha de Medeiros
Orientador (a): Paulo Moreira Silva Dantas
O aumento da incidência, juntamente às novas terapias para tratamento do HIV/Aids
trazem de maneira ascendente o exercício físico como modalidade terapêutica, pois
esse, promove alterações relevantes no funcionamento geral do corpo. Assim, o
objetivo do presente estudo foi avaliar em diferentes períodos a influência do exercício
físico na qualidade de vida e qualidade do sono pessoas vivendo com HIV/ Aids,
Natal/RN. A amostra foi composta por 17 pessoas vivendo com HIV/ Aids participantes
de programa de exercício físico, acompanhadas longitudinalmente por 25 meses
durante o período de janeiro de 2013 a abril de 2015. Avaliou-se mediante
instrumentos específicos a qualidade de vida, qualidade do sono e parâmetros
imunológicos, onde foram avaliados antes de iniciar o programa de exercício físico e
reavaliados durante os períodos de 2-4 meses (curto período), de 5-17 meses (médio
período ou intermediário) e por fim, de 19-25 meses (longo período). Os resultados
evidenciaram diferenças significativas em cinco dos nove domínios da qualidade vida,
apontando comportamentos positivos, especificamente nos domínios função geral,
satisfação com a vida, preocupações com a saúde, preocupações com a medicação e
aceitação ao HIV. Concluímos que o exercício físico promoveu benefícios tanto em
curto como em longo prazo, principalmente para os domínios da qualidade de vida de
pessoas vivendo com HIV/ Aids e também demonstrou mudanças e comportamentos
positivos para os aspectos da qualidade do sono.
Palavras chaves: exercício físico, estilo de vida, sono, AIDS.
xi
ABSTRACT
EXERCISE PROGRAM IMPACT ON QUALITY OF LIFE AND SLEEP QUALITY IN
PEOPLE LIVING WITH HIV / AIDS: A STUDY PROSPECTIVE
Autor (a): Rafaela Catherine da Silva Cunha de Medeiros
Orientador (a): Paulo Moreira Silva Dantas
The increased incidence along to new therapies for the treatment of HIV/AIDS bring
way up exercise as a treatment option, as this promotes relevant changes in the general
functioning of the body. The objective of this study was to evaluate in different periods
the influence of exercise on quality of life and quality of sleep people living with
HIV/AIDS, Natal/RN. The sample consisted of 17 people living with HIV/AIDS
participating in physical exercise program, along accompanied by 25 months during the
period January 2013 to April 2015. We evaluated through specific instruments quality
of life, sleep quality and immunological parameters, which were evaluated before
starting the exercise program and reassessed during periods of 2-4 months (short), 5-
17 months (average period or intermediate) and finally to 19-25 months (long period).
The results showed significant differences in five of the nine areas of quality life,
pointing positive behaviors, specifically in the areas overall function, life satisfaction,
health concerns, concerns about the medication and acceptance to HIV. We conclude
that physical exercise promoted benefits both in short and long term, especially for the
areas of quality of life of people living with HIV/AIDS and also demonstrated positive
behavior changes and to aspects of sleep quality.
keywords: Exercise, Life Style, Sleep, Acquired Immunodeficiency Syndrome
12
1. INTRODUÇÃO
Após a introdução da terapia antirretroviral (TARV), a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (Aids) passou a ser considerada uma doença crônica, que
se tratada de maneira adequada, diminui consideravelmente, a probabilidade de
adoecimento e morte das pessoas vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV). Sabe-se ainda, que a terapia medicamentosa não só é eficaz para o controle da
doença, impedindo a multiplicação do vírus no organismo e o enfraquecimento do
sistema imunológico ou contagem de linfócitos T-CD4, mas também diminui a
probabilidade de transmissão do HIV, controlando a carga viral (CV), reduzindo a
morbimortalidade, promovendo então, a melhora da qualidade de vida (QV) desses
sujeitos (COHEN; GAY, 2010; BRASIL., 2014).
Devido à infecção necessitar de tratamento prolongado e contínuo, as pessoas
que vivem com HIV/Aids (PVHA) ficam mais susceptíveis aos efeitos adversos da
TARV, tanto nos aspectos físicos como psicológicos (JUCHEM; LAZZAROTTO, 2010;
REIS et al. 2011b; MENDES et al., 2013). Quanto aos aspectos físicos, no período
anterior à era da Terapia Antirretroviral de Alta Atividade (HAART), a diminuição da
massa corporal e a desnutrição eram os maiores problemas associados às infecções
oportunistas devido ao agravamento da imunossupressão. Atualmente, o aumento da
massa corporal, a redistribuição de gordura e a obesidade são algumas das barreiras
que os pacientes estão enfrentando. Como consequência disso, houve um aumento
na predisposição dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças
cardiovasculares (CURRIER et al., 2008; KROLL et al., 2012; DA INFECÇÃO, 2013).
Quanto aos aspectos psicológicos, observa-se desde o descobrimento da
infecção até os dias atuais, mudanças no comportamento, percepção e estilo de vida,
alterações nos padrões normais do sono, desenvolvimento de sintomas depressivos,
baixa autoestima, baixos níveis de autocuidado, medo, ansiedades e estigma corporal,
fatores esses, associados ao agravamento expressivo da QV (CARVALHO; GALVÃO;
SILVA, 2010; JUCHEM; LAZZAROTTO, 2010; BRITO et al., 2011; REIS et al., 2011a;
FERREIRA; CEOLIM, 2012).
13
A expressão “qualidade de vida” é utilizada na linguagem cotidiana e em
diversas áreas de trabalho, sendo utilizada como sinônimo de estado de saúde, estado
funcional, bem estar psicológico, felicidade com a vida, satisfação das necessidades e
avaliação da própria vida, apresentando então, características subjetivas, dinâmicas e
que sofrem influências de fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados ao indivíduo
(SEIDL; ZANNON; TRÓCCOLI, 2005; DE OLIVEIRA et al., 2007; SANTOS, 2007).
Analisando o conceito de QV em geral, compreende-se ser amplo e complexo
e quando falamos da QV de PVHA, percebe-se ainda mais a sua complexidade, em
virtude não só da doença, tratamento, controle da infecção e parâmetros imunológicos,
mas também de todas as características que circundam os sujeitos como diagnóstico,
preconceito, insegurança, sexualidade, necessidades de acompanhamento, vida
familiar, atividades sociais, além de fatores socioeconômicos como, baixa renda, níveis
baixos de escolaridade, entre outros, que são prevalentes nessa população
(MIRANDA-RIBEIRO et al., 2010; REIS et al., 2011b; SANJEEV, 2012; GAKHAR;
KAMALI; HOLODNIY, 2013).
Junto à qualidade de vida, existe outro parâmetro que deve ser avaliado e
considerado em PVHA: a “Qualidade do Sono” (QS), tendo em vista, ser evidenciada
alterações no sono desde o início da epidemia, tornando-se ainda mais prevalente
após a HAART (REID; DWYER, 2005). Sabe-se que a QS pode apresentar vínculo
expressivo com a QV, pois quando os indivíduos possuem bem estar físico e
psicológico, apresentam melhorias nesses dois aspectos (EL RAFIHI-FERREIRAA;
PIRESB; SOARES, 2012; FERREIRA; CEOLIM, 2012).
Alterações como dificuldades para dormir, diminuição do tempo de sono,
sonolência diurna e latência do sono são distúrbios que podem determinar relevante
prejuízo em curto e longo prazo nas atividades diárias destes sujeitos, trazendo
características como adversidades sociais, somáticas, psicológicas ou cognitivas.
Essas alterações também estão associadas às ansiedades, características
depreciativas, angustias relacionadas às alterações corporais e utilização dos
medicamentos antirretrovirais (CHOKROVERTY, 2010; FERREIRA; CEOLIM, 2012).
O desafio então, é minimizar as alterações que comprometam a QV e QS.
O aumento da incidência, juntamente com as novas terapias acessíveis para o
HIV, trazem de maneira ascendente o exercício físico como modalidade terapêutica,
14
pois ele promove alterações positivas e importantes, regulando o sono, melhorando as
capacidades físicas e funcionais, consequentemente, a qualidade de vida,
conservando a função imune e até atenuando as consequências dos atuais
tratamentos para HIV. (ACSM, 2004; DEEKS; LEWIN; HAVLIR, 2013). Nessa
perspectiva, o exercício auxilia de maneira significativa o tratamento médico
tradicional, proporcionando benefícios à saúde de PVHA (PETRÓCZI et al., 2010).
O exercício físico age, primordialmente, na mudança da composição corporal,
tendo relação estreita com a questão “estética”. Logo, tem um grande potencial de
melhorar a autoestima e promover sensações de bem estar (PETRÓCZI et al., 2010).
Auxilia também no controle de dislipidemias, melhora a aptidão cardiorrespiratória e,
consequentemente, reduz o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
(ACSM, 2004; RAIMUNDO et al., 2010). Evidências ainda reforçam que a maioria dos
indivíduos praticantes de exercícios apresentam boa qualidade do sono,
principalmente nos dias em que realizam o treinamento, (SOUZA; NETO, 2010; DA
COSTA; CEOLIM, 2013) e ainda conservam a função imune (TCD4) (ACSM, 2004; DE
MEDEIROS et al., 2014). Assim, entende-se que a prática de exercícios físicos faz
parte de um estilo de vida saudável sendo forte contribuinte para o equilíbrio corporal
e bom funcionamento da mente de PVHA (FERREIRA; CEOLIM, 2012; RIBEIRO;
PAÚL, 2012).
Partindo do pressuposto que o exercício físico contribui para a qualidade de vida
e qualidade do sono em PVHA, surge o interesse em observar o comportamento
dessas variáveis em curto, médio e longo período, para que se possa comparar com
a realidade de indivíduos não praticantes de exercícios físicos e permitir que os
profissionais da saúde e pacientes percebam as características relacionadas ao bem-
estar, necessidades de mudança nos hábitos de vida, além de possivelmente
incentivar a promoção de políticas públicas que envolvam essas práticas para PVHA.
15
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar em diferentes períodos a influência do exercício físico na qualidade de
vida e qualidade do sono pessoas vivendo com HIV/Aids
2.2 Objetivos específicos
Identificar o perfil socioeconômico de pessoas vivendo com de HIV/Aids.
Determinar o perfil de qualidade de vida e qualidade do sono durante a
participação de programa de exercício físico em curto, médio e longo
período.
Analisar as características clínicas referentes à contagem de células CD4
e carga viral durante a participação de programa de exercício físico de
pessoas vivendo com de HIV/Aids.
Comparar o perfil de qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/Aids
participantes e não participantes de programa de exercício físico.
16
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 HIV/Aids, parâmetros imunológicos e o surgimento da terapia
medicamentosa como estratégia para melhoria da qualidade de vida.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus RNA, o qual
transforma seu RNA viral em DNA de filamento duplo e em seguida é incorporado no
genoma do hospedeiro. Após sua entrada no organismo, o vírus se liga ao receptor
CD4 sobre as células afetadas e uma vez fixadas na superfície celular, une-se a
membrana da célula hospedeira, soltando seu núcleo viral na parte interna do
citoplasma. Posteriormente a infecção, a viremia pode ser muito elevada, com altos
níveis virais no sangue, podendo gerar uma síndrome aguda que se assemelha a
qualquer infecção por vírus (THOMPSON; GORDON; PESCATELLO, 2010).
Esse processo pode ser explicado por duas fases: A primeira fase, chamada de
infecção aguda, ocorre com a incubação do HIV, tempo este, que pode variar de 3 a 6
semanas, referente a exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da
doença. Nessa fase, o organismo pode levar de 30 a 60 dias após a infecção para
produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os da
gripe como, febre e mal-estar, por isso, a maioria dos casos passam despercebidos;
Já a segunda fase é caracterizada pela forte interação entre as células de defesa e as
constantes e rápidas mutações do vírus, porém não enfraquece suficientemente o
organismo para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma
equilibrada. Esse período pode durar muitos anos e denomina-se como assintomático
(BRASIL., 2014).
Passada a fase assintomática, o frequente ataque às células de defesa (CD4)
pormenorizam a sua eficiência até que estas sejam destruídas. Assim, o organismo
fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns, ocorrendo então, a fase
sintomática inicial, caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 ou glóbulos
brancos do sistema imunológico. A redução drástica desses elementos de defesa do
organismo pelo ataque do HIV ocasionam a falência do sistema imunológico,
caracterizando a última e mais violenta fase: a síndrome da imunodeficiência adquirida
(Aids), deixando o indivíduo vulnerável a infecções oportunistas e às malignidades.
17
Esses comportamentos ou fases da infecção variam de pessoa para pessoa (ACSM,
2004; THOMPSON; GORDON; PESCATELLO, 2010; BRASIL., 2014).
O número de linfócitos T CD4 inferior a 200 células/mm³ é um dos critérios que
são utilizados para definir a síndrome e o estágio da infecção pelo vírus. Em adultos
saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 células/mm³. Os sintomas mais comuns
quando as células de defesa estão comprometidas são: febre, diarreia, suores
noturnos e emagrecimento. Além dessas alterações fisiológicas compreende-se que a
infecção tem como consequência uma complexa e dinâmica epidemia, trazendo
consigo grandes mudanças com o passar do tempo (THOMPSON; GORDON;
PESCATELLO, 2010; DA INFECÇÃO, 2013).
A infecção pelo HIV mudou de maneira drástica as condições sociais no mundo
desenvolvido, alterou a estrutura da sociedade da África e matou milhões de pessoas
no transcorrer das duas últimas décadas, (ACSM, 2004) sendo entendida como um
problema de saúde pública internacional (GEOCZE et al., 2010). Sabe-se que antes,
havia pouca solução terapêutica para arrefecer os efeitos da ação do HIV no indivíduo,
assim, os pacientes vivenciavam sua evolução clínica e esperavam a morte, sem
expectativas de tratamento. Apenas no início da década de 90 surgiram as primeiras
tentativas terapêuticas mais eficazes, o que trouxeram maiores esperanças para os
infectados. Dessa forma, as PVHA tiveram ampliadas não apenas sua expectativa de
vida, mas também a QV, devido principalmente aos avanços terapêuticos (GALVÃO;
CERQUEIRA; MARCONDES-MACHADO, 2004).
No âmbito de um programa abrangente que respondem às necessidades de
PVHA através de cuidados contínuos, a introdução da terapia antirretroviral de alta
atividade (HAART) modificou bastante a expectativa e QV das pessoas infectadas pelo
HIV, necessariamente devido ao salto na qualidade do tratamento, pois transformou o
HIV em doença gerenciável em diversos contextos. Onde os benefícios resultantes se
dividem em dois tipos: primeiro terem reduzido a morbidade e mortalidade, e em
segundo, permitiu a reinserção desses indivíduos na sociedade, pois as PVHA foram
restauradas para a participação produtiva em atividades sociais e econômicas em suas
comunidades, melhorando assim, a QV dessa população. (GEOCZE et al., 2010;
MING et al., 2014).
18
Embora o advento da HAART tenha aumentado significativamente o tempo de
sobrevida, a infecção passou a assumir o contorno de doença crônica com o
surgimento de outras condições clínicas associadas aos efeitos pelo uso prolongado.
Assim, muitos são os indesejáveis efeitos colaterais dessa terapia, (BRITO et al., 2011;
PINTO et al., 2013) nos aspectos fisiológicos, físicos, psicológicos e sociais (MING et
al., 2014).
As combinações medicamentosas promovem alterações tanto nos aspectos
morfológicos como metabólicos, especialmente, quando está incluído os inibidores de
protease, como por exemplo: a resistência à insulina, hiperlipidemia e alterações
ósseas, fazendo surgir também, alterações nos aspectos físicos como a síndrome
lipodistrófica. Essa síndrome caracteriza-se pela redistribuição anormal da gordura
corporal, pode ser subdividida em lipohipertrofia, referente ao acúmulo de tecido
adiposo, principalmente, nas regiões centrais do corpo (abdome, região cervical e nas
mamas); e lipoatrofia, caracterizada por alterações nas células de gordura da face,
membros superiores e inferiores e uma proeminência das veias superficiais
(CABRERO; GRIFFA; BURGOS, 2010; SOARES; COSTA, 2011; TSUDA et al., 2012).
Outro efeito adverso que está associado ao estágio avançado da infecção e ao
uso dos medicamentos é a perda de massa muscular (sarcopenia), o que contribui
para a diminuição dos níveis de força muscular e da capacidade funcional. Todos
esses fatores, colaboram para o aumento da prevalência ou suscetibilidade de
aparecimento de doenças cardiovasculares (SOARES; COSTA, 2011).
Compreende-se que os efeitos adversos da terapia medicamentosa são
somáticas, pois as alterações fisiológicas trazem consequências tanto para os
aspectos físicos como também para os aspectos psicológicos (MEIRELLES et al.,
2012; TSUDA et al., 2012). A preocupação com a saúde e com os padrões estéticos,
por exemplo, trazem consequências prejudicais como baixa autoestima, diminuição
das sensações de bem estar, ansiedades, medo de ser identificado como PVHA e
sofrer discriminação (CARVALHO; GALVÃO; SILVA, 2010).
Sabe-se que os aspectos psicológicos são comprometidos desde o
descobrimento da infecção, quando acarreta mudanças no comportamento e
percepção da vida diária, no estilo de vida, promovem distúrbios no sono, sintomas
depressivos etc (JUCHEM; LAZZAROTTO, 2010; REIS et al., 2011a; MENDES et al.,
19
2013). E todas essas alterações contribuem para a diminuição da qualidade de vida
de PVHA.
Diante das consequências da doença e influência dos medicamentos desde aos
aspectos positivos da sobrevida até as alterações na percepção de vida surge a
necessidade de diálogos mais amplos. Atualmente, os esforços para o controle da
epidemia do HIV/Aids no Brasil, estão concentrados no diagnóstico precoce da
infecção, introdução rápida da terapia medicamentosa, bem como na implementação
de intervenções de prevenção combinadas, pois a estratégia de tratamento como
medida de prevenção, requer não somente o diagnóstico oportuno da infecção, como
também, o investimento na melhoria do cuidado contínuo desses indivíduos
(MONTANER, 2013).
3.2 Qualidade de vida e suas abordagens em pessoas com HIV/Aids
O conceito de Qualidade de vida (QV) é amplo e complexo. Em relação ao
emprego na literatura médica, o termo QV está associada a diversos significados,
como condições de saúde e funcionamento social, que deve, primordialmente, ser
analisada a partir da percepção individual de cada indivíduo (DA COSTA; DE
OLIVEIRA; FORMOZO, 2015).
Segundo Nahas (2013), a QV seria a percepção de bem-estar refletindo em um
conjunto de parâmetros individuais, sócios culturais e ambientais caracterizando as
condições de vida do ser humano, sendo uma percepção individual relativa às
condições de saúde e a outros aspectos gerais da vida pessoal, que difere de pessoa
para pessoa e tende a mudar ao longo do tempo. Em um sentido mais amplo, pode
ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das
necessidades humanas fundamentais.
A definição proposta pela Organização Mundial de Saúde e Qualidade de Vida,
ou grupo World Health Organization Quality of Life (WHOQOL), definiu QV como “a
percepção do indivíduo em sua posição na vida, no contexto de sua cultura e no
sistema de valores em que vive em relação as suas expectativas, padrões e suas
preocupações”, sendo esse conceito bastante amplo que incorpora a saúde física,
estado psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças, aspectos
20
relacionados ao meio ambiente, que deixam implícitos três aspectos fundamentais
sobre o constructo da QV: a subjetividade, a multidimensionalidade e presença de
dimensões positivas e negativas (DE ALMEIDA FLECK, 2008).
Com esse conceito entende-se a sua subjetividade, devendo então existir uma
preocupação no sentido de considerar a percepção da pessoa a respeito do seu estado
de saúde, dos aspectos não médicos e do seu contexto de vida. Assim o próprio
indivíduo pode avaliar sua qualidade de vida, sendo este, um construto composto por
várias dimensões, que têm sido objeto de pesquisas, no sentido de identificá-las e
mensurá-las (MEIRELLES et al., 2012).
Vários autores tentam conceituar a QV, mas existe um consenso geral que a
mesma apresenta diferentes interpretações. Para isso, existem diversos instrumentos
que avaliam a QV, desde a características ligadas a saúde geral até a aspectos
específicos da doença, sendo a última, de grande relevância para avaliar o impacto do
HIV/ Aids, diante de respostas relacionadas às satisfações, modificações dos hábitos
de vida, serviços oferecidos e efeitos da medicação. Quando se avalia a “saúde geral”,
determina-se as condições adequadas para se viver, já a doença, os prejuízos que a
mesma traz a vida das pessoas sendo então, um meio de expressar os resultados das
intervenções relativas do cuidado a saúde (DE ALMEIDA FLECK, 2008; MEIRELLES
et al., 2012).
Quando se pensa na qualidade de vida de pessoas que vivem com HIV/ Aids,
percebe-se ainda mais a sua complexidade, em virtude não só da doença, mas de
todas as características que a circundam como: medo, preconceito, estigma,
inseguranças, disfunções sexuais, necessidades de tratamento/ acompanhamento,
vida familiar e atividades sociais, além das características sociodemográficas
prevalentes nessa população como questões financeiras, etnia, escolaridade e
trabalho (MIRANDA-RIBEIRO et al., 2010; REIS et al., 2011b; MEIRELLES et al., 2012;
GAKHAR; KAMALI; HOLODNIY, 2013).
O HIV/ Aids afeta o comportamento diário das pessoas, como os cuidados
específicos à saúde, inibe ou diminui o interesse pelos estudos devido aos estigmas
ou sintomas da doença, diminui a integração social, em resumo, HIV/ Aids é dito como”
devastador em todos os níveis”. Assim, a situação dos indivíduos, particularmente da
QV, não pode ser negligenciada (PHALADZE et al., 2005).
21
A infecção pelo HIV acarreta maior preocupação com a saúde, e isso pode estar
relacionado ao impacto do diagnóstico, preocupação sobre o adoecer e adaptação a
uma nova realidade, sendo importante ressaltar que muitos indivíduos se descobrem
infectados pelo HIV em fase avançada da doença, já com o diagnóstico de Aids e
frequentemente, com infecções oportunistas, que pode acarretar ainda mais prejuízo
em vários domínios da QV (REIS et al., 2011b).
A literatura demonstra que a Aids apresenta comprometimento ascendente de
indivíduos com escassos recursos financeiros, pouca escolaridade, mulheres e jovens,
percebendo-se ainda o crescimento gradual de casos em cidades com reduzido
número de habitantes. A infecção também traz diversos prejuízos como alterações
corporais, mudanças no estilo de vida, no relacionamento sexual e social e incomodam
bastante a população, afetando, a autoimagem, autoestima (CARVALHO; GALVÃO;
SILVA, 2010) e consequentemente a qualidade de vida.
Dentre os estudos que têm observado os fatores que se relacionam com a
qualidade de vida de PVHA, evidencia-se relação entre o tratamento. Existe o
paradoxo que o aumento da adesão terapêutica (isto é, o investimento na possibilidade
de aumento da sobrevida) pode definir pior QV global. O aumento da sobrevida devido
à evolução do estado crônico da doença pode não implicar na melhoria da QV, porque
a maior adesão pode aumentar os efeitos colaterais das medicações. Outra
possibilidade é de que a QV, por ser um conceito abrangente, pode não ser a melhor
medida para se falar do impacto do tratamento no paciente. No entanto, sabemos que
o parâmetro da QV não pode ser desconsiderado, e sim compreendido criticamente,
pois abrange a avaliação de diversos aspectos da vida do indivíduo, incluindo aspectos
físicos, psíquicos e sociais (GEOCZE et al., 2010).
Como as expectativas de vida das PVHA continuam a aumentar, a QV deve se
tornar cada vez mais importante para as discussões sobre a sustentabilidade dos
programas de HAART, tanto nos aspectos relacionados a aceitação da terapia (uso
em longo período de tempo) quanto nas discussões sobre os efeitos adversos. Assim,
pode-se encontrar indicadores-chave para a promoção de políticas de saúde dessa
população, (JAQUET et al., 2013; DOUAB et al., 2014) devendo esse
acompanhamento ser o foco de estudos atuais para auxiliar os profissionais da saúde
22
no diagnóstico dos aspectos mais afetados ao longo do tempo, para então, promover
práticas relacionadas a saúde de PVHA.
3.3 Qualidade do sono em pessoas com HIV/Aids
O sono é um aspecto fundamental na vida do ser humano, possuindo função
restaurativa, conservação de energia e proteção. A sua privação pode determinar
importante prejuízo em curto ou em longo prazo nas atividades diárias dos sujeitos,
causando adversidades sociais, somáticas, psicológicas ou cognitivas
(CHOKROVERTY, 2010). Assim, é fundamental que haja bons hábitos de sono para
o bom funcionamento da mente, justamente, por ser um dos mecanismos que
permitem manter o equilíbrio do nosso corpo. Quando dormimos as horas de sono
adequadas renovamos as principais funções mentais (o raciocínio, a memória e a
aprendizagem) e emocionais (calma e tranquilidade) (RIBEIRO; PAÚL, 2012).
Os distúrbios do sono referem-se à insônia, distúrbios respiratórios, depressão
e distúrbios de movimentos noturnos, podendo trazer impacto expressivo na vida das
pessoas. Uma noite mal dormida pode causar danos em curto, médio ou longo prazo,
podendo afetar as atividades diárias, o desempenho profissional, além de causar
alterações do humor e fisiológicas (MÜLLER; GUIMARÃES, 2007).
Além dos parâmetros fisiológicos, compreende-se que a qualidade do sono é
um importante fator a ser avaliado em PVHA, por dois principais fatores: em primeiro
lugar, porque as queixas sobre a QS são comuns nessa população como, a dificuldade
em adormecer ou permanecer dormindo (TAIBI, 2013). Em segundo lugar, o sono de
má qualidade é um indicador de muitas doenças, sendo então elucidados que
distúrbios na QS podem afetar negativamente sentimentos, ideias e a motivação (DA
COSTA; CEOLIM, 2013). Sendo ele reconhecido como problema significativo que
afeta a QV e resultados de saúde em PVHA (TAIBI; PRICE; VOSS, 2013).
A qualidade do sono perturbado é um aspecto comum de doenças crônicas,
porque o sono é diretamente afetado por distúrbios psicofisiológicos, causando
insônia, sonolência diurna e capacidade diminuída para realizar atividades da vida
diária (BERTOLAZI et al., 2009; SANDOVAL et al., 2013). Os pacientes que ficam
23
ansiosos por causa da doença têm um comprometimento da QS, e pode, mostrar
sinais de depressão (JUNQUEIRA et al., 2008; TELLO-VELÁSQUEZ et al., 2015).
Existe um conjunto de fatores intrínsecos e extrínsecos que podem
comprometer seriamente a qualidade do sono. Como fatores extrínsecos, encontra-se
a ingestão de bebidas alcoólicas, uso de medicamentos e tabaco. Quanto aos fatores
intrínsecos, tem-se a presença de patologia (infecção do HIV), além das variáveis de
gênero e idade. Assim, todos esses fatores exercem bastante influência no padrão
normal de sono (SOUZA; NETO, 2010).
Hábitos relacionados ao sono como: dificuldade para iniciar o sono, curtos
períodos de sono, dificuldade em manter o sono, ou de despertar manhã cedo,
irregularidades no horário de sono, dormir tarde com prevalência, grandes diferenças
entre os horários de ir para a cama durante a semana e no fim de semana e longos
cochilos durante o dia, tem sido associados com uma má qualidade de sono. Outros
fatores como o uso de medicamentos, a ingestão de estimulantes, exercícios físicos
vigorosos perto do horário de dormir, estresse, entre outros, também podem contribuir
para uma deterioração na qualidade de sono (CRUM-CIANFLONE et al., 2012; LEE et
al., 2012).
Consequências gerais de insónia, incluindo fadiga e perturbação do humor,
pode ser agravada pela doença e comorbidades relacionadas (BARROSO et al., 2008;
CAMARGO; CAPITÃO; FILIPE, 2014) a disfunção imune (TAIBI, 2013). O distúrbio do
sono pode também contribuir para a má aderência à medicação em PVHA (TELLO-
VELÁSQUEZ et al., 2015), especialmente se a interrupção do sono é um efeito
secundário da terapia medicamentosa.
Há evidências que a utilização da medicação antirretroviral, aumenta a chance
de sofrer transtornos no sono. Esse fato é evidenciado quando se observa pacientes
sem a síndrome (Aids) que não tomam a medicação, e apresentam valores menores
quanto as alterações no sono (JUNQUEIRA et al., 2008; CRUM-CIANFLONE et al.,
2012). Também pode ter relação com a fase avançada da doença e o número de
células T CD4, uma vez que, quanto menor o número destas células, maiores serão
os problemas relacionados com o sono como: sintomas de dor, diarreia, incontinência
urinária, febre, tosse e dispneia (DA INFECÇÃO, 2013).
24
É necessário então evidências sobre a qualidade do sono, como parte da
avaliação clínica dos pacientes com doenças crônicas, devendo ser reconhecida e
prontamente aplicada por profissionais da saúde, pois será essencial para identificar
as queixas e estimar os efeitos na qualidade de vida e, acima de tudo, buscar o
conhecimento para apoiar quaisquer intervenções necessárias (FERREIRA; CEOLIM,
2012). O diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono podem melhorar a qualidade
de vida de PVHA (CRUM-CIANFLONE et al., 2012).
3.4 Benefícios dos exercícios físicos para a qualidade de vida, qualidade do
sono e parâmetros imunológicos em pessoas com HIV/ Aids.
Considerando que a HAART é essencial para manter a sobrevivência de PVHA,
e seus efeitos colaterais serem inevitáveis, estratégias são necessárias e devem ser
incluídas como terapia coadjuvante. Assim, o exercício físico planejado pode ser uma
alternativa válida na prevenção ou tratamento dos efeitos indesejáveis da mesma
(SOUZA; MARQUES, 2009; SCHUELTER-TREVISOL et al., 2012).
A realização de exercício pode ser entendida então, como um tratamento não
medicamentoso, que servirá de incentivo a mudanças no estilo de vida e poderá ser
uma estratégia útil para diminuir o risco de doenças cardiovasculares, contribuindo
para as características relacionadas a saúde de PVHA (LAZZAROTTO; DERESZ;
SPRINZ, 2010; YAHIAOUI; MCGOUGH; VOSS, 2012; BRITO et al., 2013; TIBANA;
PRESTES, 2013).
Um número cada vez maior dos profissionais da área da saúde vem
recomendando as intervenções com para prevenir os sintomas causados pelos
estados patológicos crônicos da Aids, por apresentar um potencial de aprimorar de
maneira significativa o tratamento médico tradicional e boas expectativas quanto aos
resultados para as PVHA. Assim, as três modalidades de exercícios prescritos
bastante elucidados na literatura como estratégias benéficas para PVHA são:
treinamento de endurance ou aeróbico, treinamento resistido e o treinamento
concorrente (ACSM, 2004; BRASIL, 2012).
O treinamento aeróbico ou de resistência cardiorrespiratória, corresponde a
capacidade do corpo de suportar um exercício prolongado que envolva grupos
25
musculares grandes. Esse treinamento promove adaptações cardiovasculares, como
a melhora do fluxo sanguíneo central e periférico (vascularização); diminuição da
frequência cardíaca e pressão arterial; adaptações metabólicas, como aumento do
consumo de oxigênio; adaptações respiratórias, como a melhora da ventilação
pulmonar e adaptações musculares (KENNEY, 2013). É pertinente citar que quando
melhora o fluxo sanguíneo para a região cerebral e órgãos sensoriais localizados na
cabeça, contribui para a manutenção dos níveis ótimos da função perceptiva e o
aumento da capilarização das extremidades corporais favorece a manutenção da
contratibilidade das fibras musculares. Sendo assim, as adaptações ou melhorias
podem ocorrer de 3 a 12 meses de prática (RIBEIRO; PAÚL, 2012).
O treinamento resistido ou de força, corresponde a um tipo de exercício que
exige da musculatura corporal a promoção de movimentos contra a oposição de uma
força exercida por algum equipamento ou não, promovendo adaptações no sistema
neuromuscular como, aumento de força, potência e resistência. Em intervalos de 3 a
6 meses, pode-se perceber melhora de 25% a 100%, variando de pessoa para pessoa,
pois em alguns casos esses valores podem ser ainda maiores (FLECK, 2006;
KENNEY, 2013).
A prescrição é bastante utilizada como estratégia no combate a perda de massa
magra ou muscular e diminuição da capacidade funcional da musculatura, tendo em
vista que, um dos seus principais benefícios é o ganho de força, como consequência
do aumento do perímetro do músculo e melhor eficácia muscular, modificando assim,
a composição corporal e a aptidão física de PVHA. O treinamento resistido também
pode aumentar as concentrações de linfócitos T CD4, trazendo consigo o benefício de
acarretar uma melhora no sistema imunológico e a minimização dos efeitos colaterais
causados pelos antirretrovirais (GLOVER; PHILLIPS, 2010; ROMBALDI; LEITE; DOS
SANTOS, 2012; BRITO et al., 2013).
O treinamento concorrente caracteriza-se pela combinação de exercícios
aeróbicos e resistidos numa mesma sessão de treino (LAZZAROTTO; DERESZ;
SPRINZ, 2010) e o objetivo dessa metodologia é aprimorar ou melhorar os dois
componentes: cardiorrespiratório e muscular, em um menor tempo de treino (ACSM,
2004; BRASIL, 2012).
26
Diante dos tipos e benefícios dos treinamentos, compreende-se a importância
de todos eles, mas na prescrição para pessoas vivendo com HIV/Aids, deve-se
considerar ainda mais, os princípios do treinamento. Assim, a participação em
programa de exercício físicos supervisionados pode trazer muito mais benefícios do
que um programa de atividade sem supervisão (FILLIPAS et al., 2006), pois a
eficiência de qualquer programa de exercício irá depender da modulação, frequência,
intensidade e duração, devendo ainda ser necessário um exame físico completo
independentemente, da idade e do estágio da doença (FECHIO et al., 1998; BRASIL,
2012).
Ao trabalhar com PVHA, a consideração primária do profissional da saúde
consiste em não agravar a condição do paciente, ou não induzir a imunossupressão
nos indivíduos que se encontram imunocomprometidos. Portanto, quando o programa
é realizado por profissional habilitado, o cuidado é ainda maior na determinação do
volume e intensidade do exercício (THOMPSON; GORDON; PESCATELLO, 2010;
GARBER et al., 2011). Caso seja executado exercícios físicos muito intensos ou não
controlados, pode-se reduzir a quantidade de células imunológicas e agravar o estado
clínico dos indivíduos (ACSM, 2004; LAZZAROTTO, 2007; BRASIL, 2012).
Afirmou-se por muitos anos que o desgaste físico provocado pelos exercícios
diminuiria a resistência do paciente, facilitando o avanço do HIV sobre o sistema
imunológico, permitindo assim o aparecimento de doenças oportunistas (PIMENTEL,
2008). No entanto, em síntese pode-se dizer, que o exercício com intensidade
controlada e sendo praticado com regularidade, melhora a capacidade de resposta do
sistema imune. Além disso, o exercício exaustivo de longa duração provoca um estado
transitório de imunossupressão aumentando a susceptibilidade a infecções (ACSM,
2004; WALSH et al., 2011).
De modo geral, quando controlado, o exercício auxilia no aumento dos linfócitos
T CD4, pois as células imunológicas, quando submetidas a pequenas cargas de
estresse, desenvolvem um mecanismo de tolerância. Logo, a adesão a um programa
de treinamento sob intensidade moderada a vigorosa se demonstra segura mesmo
para indivíduos com esse sistema comprometido. Não comprometendo inclusive a
carga circulante de HIV no sangue (GOMES et al., 2010; LAZZAROTTO; DERESZ;
SPRINZ, 2010; DE MEDEIROS et al., 2014).
27
Os exercícios físicos habituais são benéficos para a saúde, proporcionando a
melhoria da eficiência do metabolismo (aumenta o catabolismo lipídico e a queima de
calorias do corpo) com consequente diminuição da gordura corporal, incremento da
massa muscular, da força, da densidade óssea, fortalecimento do tecido conjuntivo,
melhora a mobilidade articular, melhora a postura, melhora as funções cognitivas e a
socialização, melhorando assim, o funcionamento orgânico geral e QV (MACEDO et
al., 2012).
Assim, é uma ferramenta que serve para amenizar ou retardar o
desenvolvimento de eventos adversos decorrentes do HIV e da medicação
antirretroviral, visto que pode gerar vantagens nos aspectos cardiorrespiratórios,
musculares, antropométricos e psicológicos sem induzir a imunossupressão (GOMES-
NETO et al., 2013). Minimizando alterações de variáveis metabólicas, diminuição do
colesterol, preservação da massa magra, resistência muscular, melhora da
capacidade funcional e, consequentemente, qualidade de vida (JUCHEM;
LAZZAROTTO, 2010; YAHIAOUI; MCGOUGH; VOSS, 2012; BRITO et al., 2013;
TIBANA; PRESTES, 2013).
O exercício físico promove aumento e manutenção do consumo máximo de
oxigênio (VO2máx), aumento da resistência anaeróbica, aumento da força muscular,
redução do percentual de gordura, melhora do perfil lipídico, normaliza o índice
glicêmico, reduz os fatores de risco coronarianos e melhora a autoestima (SANTOS;
OLIVEIRA; CARVALHO, 2013; VAN DEN BERG; CICCOLO, 2013).
O exercício físico também induz a produção de alguns hormônios como a
endorfina, que promove efeitos benéficos, como: melhora da memória/ concentração,
bom humor; disposição física e mental, sistema imunológico, além de aliviar as dores.
A endorfina visa, principalmente, relaxar e dar prazer, despertando uma sensação de
euforia e bem-estar (MEREGE FILHO et al., 2014), por isso, promove mudanças
significativas no estado de humor (BRASIL, 2012), gerando um bem estar psicológico
e aumentando a resistência do indivíduo frente ao estresse psicossocial (BRASIL,
2012). Assim, durante a prática de exercícios os soropositivos podem cuidar de
importantes aspectos da doença, enquanto mantêm boa qualidade de vida, voltando
inclusive a sociabilizar-se (CASTANHA et al., 2006; PINTO et al., 2013).
28
Sabe-se que várias pessoas tem procurado programas de exercícios, com o
intuito de melhorar sua condição de saúde física e mental, aumentar a sua qualidade
de sono, aprimorar seus relacionamentos sociais, bem como diminuir o estresse.
Entende-se então, que a prática de exercícios poderá diminuir a intensidade da doença
e promover uma recuperação mais rápida tanto física quanto mental (THOMPSON;
GORDON; PESCATELLO, 2010).
Portanto, o exercício físico é importante e benéfico, já que, além de proporcionar
alterações fisiológicas benéficas, traz consigo importantes alterações no bem-estar
físico, social e psicológico dos praticantes, devendo ser constituído como parte integral
no tratamento de PVHA.
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de pesquisa
O presente estudo caracterizou-se como longitudinal com coorte prospectivo,
onde não existiu manipulação de intervenções diretas sobre os indivíduos em estudo,
limitando-se à observação destes e suas características. (THOMAS; NELSON;
SILVERMAN, 2012).
4.2 População e amostra
A população do estudo foi composta por pessoas vivendo com HIV/Aids que
realizavam acompanhamento clínico público regular nos Serviços de Atenção
Especializada em HIV/Aids (SAES) do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal.
A amostra foi do tipo não probabilística por conveniência, composta por 17
PVHA, acompanhadas longitudinalmente por 25 meses durante o período de janeiro
de 2013 a abril de 2015 que estavam participando regularmente do projeto de pesquisa
e extensão “Viver Mais”. Foram incluídos 15 indivíduos no grupo considerado curto
período de treinamento (2-4 meses), 13 indivíduos no médio período (5-17 meses) e
apenas 5 indivíduos permaneceram no longo período (19-25 meses).
29
Figura 1- Desenho do estudo principal
Anteriormente ao estudo atual foi realizada uma pesquisa onde buscou-se
identificar os fatores determinantes para a Qualidade de vida de PVHA (II APÊNDICE),
na qual, a amostra foi composta por 227 PVHA atendidas nos dois principais
ambulatórios de referência em infectologia do Rio Grande do Norte, o Hospital Giselda
Trigueiro/ Natal e Rafael Fernandes/ Mossoró. Assim, dessa amostra ainda foram
selecionados 55 sujeitos do Hospital Giselda Trigueiro, que não participavam de
programas de exercícios físicos para comparar o perfil de qualidade de vida de
pessoas vivendo com HIV/Aids participantes e não participantes de programa de
exercício físico.
Figura 2 - Desenho do estudo 1 - II APÊNDICE
30
4.3 Critérios de Inclusão
Foram incluídos os indivíduos que estavam em acompanhamento clínico no
Serviço de Atenção Especializada em HIV/Aids; Idade igual ou superior a 18 anos;
contagem de células TCD4 igual ou maior a 350 células/mm3; sob uso da TARV;
Aptidão física declarada mediante atestado médico de seu infectologista ou
cardiologista.
4.4 Critérios de exclusão
Foram excluídos os indivíduos que apresentaram qualquer tipo de deficiência
cognitiva ou condição que tenha se tornado um fator de impedimento para a
participação durante a pesquisa; gestantes; não completaram o tempo mínimo de 2
meses de participação no programa de exercício físico, “Projeto Viver Mais”.
4.5 Critérios de retirada
Foram retirados os indivíduos que desistiram no decorrer dos três períodos de
participação no programa de exercício físico do “Projeto Viver Mais”, ou seja, não
cumpriram o tempo de 2-4 meses (curto período), 5-17 meses (médio período/
intermediário) ou de 19-25 meses (longo período).
4.6 Recrutamento e acompanhamento da amostra
Para a realização da pesquisa, em primeiro momento foi contatada a equipe e
gestão do Hospital Giselda Trigueiro – Natal/RN, para explicar o objetivo da pesquisa.
Em seguida foi realizada as entrevistas (anamnese e questionários) e os pacientes
que viviam com HIV/Aids foram convidados para participarem do Projeto “Viver Mais”.
Esse momento serviu para a coleta do estudo 1 (II APÊNDICE).
É relevante citar que o projeto de pesquisa e extensão “Viver Mais” é
desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especificamente no
31
Departamento de Educação Física, onde oferece orientação nutricional e
acompanhamento de programas de exercício físico, especificamente, para pessoas
vivendo com HIV/Aids.
O recrutamento dos voluntários ocorreram tanto pelo convite feito pelos
pesquisadores, assim como também encaminhados pelos médicos infectologistas. As
PVHA interessadas em participar do “Viver Mais” faziam o primeiro contato por
telefone, sendo então, agendada a primeira visita para entrega dos documentos
obrigatórios (atestado de aptidão física e resultado da CD4 e CV dos últimos três
meses) e realização das avaliações. No decorrer da participação, os voluntários
continuaram trazendo os resultados da CD4 e CV, conforme a solicitação dos
infectologistas.
No primeiro momento, considerado período “pré-exercício” os voluntários foram
submetidos às avaliações da QV, QS e observação da última CD4, sendo então,
reavaliados durante 25 meses, subdivididos em três períodos: 2-4 meses (curto
período); 5-17 meses (médio período) e 19-25 meses (longo período), sendo este, o
maior período de participação no “Projeto Viver Mais”. Os grupos foram organizados
conforme a entrada e permanência no projeto e os intervalos foram definidos,
considerando-se desde o período mínimo para as primeiras adaptações promovidas
pelo exercício físico, de acordo com os princípios do treinamento físico, assim como,
o período máximo que caracteriza-se como período de boa adesão a um programa de
exercícios físico.
4.7 Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UERN (III ANEXO)
sob o número do Parecer: 648.909 – CEP/UERN, estando de acordo com as normas
da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa
envolvendo seres humanos.
4.8 Instrumentos de medidas e procedimentos
32
4.8.1 Anamnese
A anamnese foi composta por questões subdivididas em quatro parâmetros:
socioeconômico, clínico-familiar, hábitos de vida e histórico da infecção. O
socioeconômico abrangeu aspectos sobre situação conjugal, renda familiar,
escolaridade, profissão e localização da moradia; o parâmetro sobre hábitos de vida
envolveu a investigação sobre a realização de prática regular de atividade física,
etilismo e tabagismo e o histórico da infecção avaliou o tempo de diagnóstico, tempo
e tipo de HAART, histórico familiar sobre HIV e via de transmissão. A contagem de
células CD4 e carga viral dos últimos três meses foram identificados nos exames
laboratoriais disponibilizados pelos voluntários. O perfil socioeconômico foi avaliado
apenas no primeiro contato com os voluntários (pré- exercício).
4.8.2 Questionário HIV/Aids Targeted Quality of Life (HAT- QoL)
O questionário HAT- QoL (HIV/ Aids Targeted Quality of Life) é um instrumento
de qualidade de vida direcionado para HIV/ Aids, traduzido, adaptado e validado para
pacientes no Brasil, desenvolvido por HOLMES; SHEA (1998). Esse instrumento foi
construído originalmente a partir das sugestões das próprias pessoas vivendo com o
HIV/ Aids, pressupondo-se, então, que o mesmo avalia domínios importantes para
essa população (DE SOÁREZ et al., 2009). Apresenta trinta e quatro questões,
subdividas em nove domínios: estado e funcionamento geral - FUNGER (seis itens),
contentamento/ satisfação com a vida - SAVI (quatro itens), preocupação com a saúde
– PRESA (quatro itens), preocupações com aspectos financeiros – PREFI (três itens),
medicação para o HIV/ Aids ou preocupações com medicação – PREME (cinco itens),
Aceitação/ ser HIV positivo - ACEHIV (dois itens), revelar a doença / preocupações
com o sigilo - PRESI (cinco itens), confiança no profissional/ seu médico - CONPRO
(três itens) e atividade sexual/ Função sexual - FUNSEX (dois itens).
As respostas têm formato de escala do tipo Likert de cinco pontos: “todo o
tempo”, “a maior parte do tempo”, “parte do tempo”, “pouco tempo” e “nunca”. Em cada
33
domínio, zero é o escore mais baixo e cem o melhor escore possível. Quanto maior o
escore, menor o impacto da infecção pelo HIV na qualidade de vida dos indivíduos.
Para responder as questões, os indivíduos foram orientados a pensar sobre a
sua qualidade de vida nas últimas quatro semanas.
4.8.3 Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg
O questionário de Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg é um instrumento
validado para população brasileira, composto por dezenove itens que avaliam
aspectos relacionados à latência, duração, eficiência habitual, qualidade, distúrbios do
sono, uso de hipnóticos e disfunção diurna no último mês. Para cada questão, as
respostas podem variar em uma escala de zero a três pontos; ou mais vezes, podendo
gerar pontuações de zero a vinte um (LAGALLY; ROBERTSON, 2006).
Valores menores que cinco pontos implicam em "BOA QUALIDADE DE SONO";
valores menores que onze, implica em "MÁ QUALIDADE DO SONO" e por fim, valores
de onze em diante caracterizam o indivíduo com "DISTÚRBIO DE SONO", assim,
quanto menor o escore melhor a qualidade do sono dos indivíduos. Para responder as
questões, os indivíduos foram orientados a pensar sobre o seu sono nas últimas quatro
semanas.
4.8.4 Local de realização dos questionários
Todos os questionários foram aplicados por dois avaliadores previamente
treinados e realizados no Laboratório de Biodinâmica, no Departamento de Educação
Física da UFRN, sendo esta, uma sala de atendimento específica para a realização de
avaliações. Um espaço fechado, confortável, onde foi assegurado o sigilo, privacidade
e o anonimato dos participantes.
4. 8.5 Programa de exercícios físicos
34
Os programas de exercícios físicos foram realizados e acompanhados por
profissionais graduados em educação física, porém não foi uma variável manipulada
no presente estudo, ou seja, durante o período da coleta, os indivíduos passaram por
três protocolos: 1-treinamento resistido, 2-treinamento aeróbico e 3-treinamento
concorrente, mas as variáveis avaliadas no presente estudo, foram observadas
independentemente do tipo de treinamento.
A prescrição dos treinamentos seguiu as indicações das diretrizes estabelecidas
pelo American College of Sports Medicine para pessoas vivendo com HIV/Aids (ACSM,
2004). Todos os treinamentos tiveram frequência de três vezes por semana, sendo
modificado de acordo com as necessidades físicas de cada participante, sendo
respeitada os princípios do treinamento.
1- Treinamento resistido
A intervenção com treinamento resistido consistiu em um protocolo dividido em
três sessões semanais alternadas por dia (segunda, quarta e sexta-feira). Os horários
disponíveis para a intervenção corresponderam ao horário matutino, iniciando às 08h
e finalizando às 10h30min e ao horário noturno, iniciando às 19h e com término às
21h, respeitando o tempo disponível dos voluntários e não prejudicando os horários
de trabalho. Cada participante pertenceu somente a um turno fixo, pois nas avaliações
periódicas foi respeitado as influências das variações circadianas.
As sessões tiveram duração de 60 minutos e foram priorizados os segmentos
corporais mais comprometidos pela lipodistrofia. Os braços, pernas e glúteos foram
trabalhados priorizando o aumento de massa muscular, uma vez que são as partes do
corpo atingidas pelo efeito da lipoatrofia. Já o peitoral; dorsal e abdômen foram
trabalhados, no entanto, com o intuído de atenuar a gordura depositada decorrida da
lipohipertrofia.
O respeito à individualidade biológica permaneceu sempre como princípio para
a prescrição do treinamento, por exemplo: se o indivíduo apresentou qualquer
limitação de movimento ou não teve todas às características de lipodistrofia (somente
uma), o exercício foi direcionado e prescrito baseado em sua individualidade biológica
35
e promoveu sempre a diminuição de índices que pudessem comprometer ou complicar
a saúde.
A intensidade do treinamento de força foi controlada pela escala de percepção
subjetiva de esforço de Omni-res (LAGALLY; ROBERTSON, 2006), entre os valores
seis e sete que correspondem a hipertrofia muscular. Os sujeitos foram familiarizados
com o uso da escala de Omni-res, que foi apresentado todos os dias durante as
sessões, a fim de controlar a intensidade do treinamento para hipertrofia e outro
objetivo, como também determinar o controle da carga em uma situação de
desconforto por parte do aluno. O intervalo de descanso entre as séries foram de 60
segundos e entre os exercícios, 120 segundos.
2- Treinamento aeróbico
No programa de exercícios aeróbicos foi utilizada a bicicleta estacionária e
caminhada apresentado variações com subidas de degraus. O treinamento teve
duração entre 15-25 minutos apresentando progressão de 10 min de acordo com as
respostas obtidas pelos participantes. A intensidade do treinamento foi calculada por
meio de duas zonas alvos, sendo uma zona alvo inferior a 65% da reserva da
frequência cardíaca (RFC) e uma zona superior alvo à 85% da reserva da frequência
cardíaca, apresentando uma faixa de treinamento em que os indivíduos ficaram na
zona de controle de peso e numa zona mais superior a sua aptidão aeróbia. O cálculo
para encontrar a RFC foi realizado por meio da subtração da frequência cardíaca
máxima (FCmáx.) pela frequência cardíaca de repouso (FCR). Para tanto, a estimativa
para a FCmáx foi calculada pelo método proposto por Tanaka (TANAKA; MONAHAN;
SEALS) em que (208 – (0,7 x Idade)). Já para encontrar a FCR utilizou-se o método
proposto ao avaliado onde o mesmo deve ficar na posição de decúbito dorsal por um
tempo de 10 minutos, em repouso total, e ao final deste tempo foi coletada a FCR por
meio de um cardiofrequencímetro, fixado em seu tórax e observado os batimentos
cardíacos ao término dos 10 minutos. Os cálculos utilizados para encontrar a zona alvo
foram propostos por (KARVONEN, 1956) em que Zona Alvo Inferior foi (65%) = FCR
– 0,65 x (FCmáx – FCR). Para a zona alvo superior foi (85%) = FCR – 0,85 x (FCmáx
– FCR).
36
Os participantes que foram previamente identificados com hipertensão, usuários
de betabloqueadores, a intensidade de seu treino não foi por meio de zonas-alvos,
mas pela escala de percepção subjetiva de esforço proposta por (BORG, 1998). A
escala tem variação de 6 a 20, onde a progressão dos números associa-se ao esforço
aumentado percebido pelo participante. No entanto, para controlar por meio da escala
os níveis de treinamento para queima de gordura e aumento da aptidão
cardiorrespiratória, a percepção subjetiva percebida pelo participante teve que atingir
a escala entre 12-13 (BORG, 1998).
3- Treinamento concorrente
O Treinamento concorrente, caracterizou-se pela associação de exercícios
aeróbicos e resistido numa mesma sessão de treino (LAZZAROTTO; DERESZ;
SPRINZ, 2010) onde foi desenvolvido três vezes por semana, durante,
aproximadamente, 60 minutos. O treino aeróbico consistiu em caminhada moderada
com intensidade entre 60% e 80% da Frequência Cardíaca Máxima (FCMax),
monitorada por um monitor cardíaco de marca Polar F1; e o treinamento resistido, em
exercícios de força, priorizando as regiões mais afetadas pela lipodistrofia (membros
inferiores, superiores, tronco e quadril), com intensidade 8 na escala de percepção de
esforço de Omni-res e intervalo de descanso entre 60 e 90 segundos.
4.9 Análises dos dados
Quanto a QV, os escores de cada domínio do HATQoL foram gerados a partir
da equação em que o valor 100 é dividido pela subtração da soma da maior pontuação
que cada domínio possa atingir pela quantidade de perguntas do mesmo domínio. Em
seguida, multiplicou-se o valor pela subtração da soma da maior pontuação coletada
pela quantidade de perguntas do domínio analisado, podendo alcançar o valor máximo
de 100 na pontuação como de 0 para o valor mínimo. Caso o avaliado não responda
alguma pergunta, o escore gerado apresenta um valor de -25, o qual considerou-se
como um valor ausente.
37
Ex: Fórmula do Escore do domínio função geral = (100/(30-6) * (soma da
pontuação coletada-6).
Para determinar o escore geral da QS, foi realizado o somatório dos aspectos
relacionados à latência, duração, eficiência habitual, qualidade, distúrbios do sono, uso
de hipnóticos. Quanto a caracterização dos dados sociodemográficos e utilização da
terapia foram utilizados valores de médias e percentuais.
4.10 Análises estatísticas
Os critérios de autenticidade científica foram obedecidos, sendo a distribuição
dos dados observada por meio de um teste não-paramétrico de Kolmogorov-Sminorv.
As inferências foram feitas por comparações através do teste de hipóteses, levando
em consideração um valor de alfa inferior a 5%, ou seja, valor p <0,05 indicado então
para aceitar ou rejeitar a hipótese com mais de 95% de probabilidade de não cometer
o erro do tipo I.
O teste Kruskal-Wallis foi realizado para determinar se haviam diferenças nos
grupos que diferiam por tempo de prática de exercício físico: "pré-exercício" (n = 17),
"2-4 meses" (n = 15), "5-17 meses" (n = 13) e "19-25 meses" (n = 5). Foi avaliado por
meio de inspeção visual de um boxplot, as distribuições de pontuação dos escores nos
domínios de qualidade de vida, aonde identificou-se não semelhança para todos os
grupos. Para identificar aonde ocorreu as diferenças entre os períodos do tempo,
utilizou-se o procedimento de (DUNN, 1964) com a correção de Bonferroni para
comparações múltiplas. Para todos os testes foram adotados um valor de p < 0,05.
Os valores das médias foram normalizados para a construção do gráfico radar,
que apresenta por meio de um polígono os diferentes domínios de qualidade de vida.
Para tanto, foi estabelecido a normalização por meio da subtração do menor valor
observado pelo menor valor expresso em cada grupo, em seguida o valor foi dividido
pela subtração do maior valor que o escore pode alcançar, no caso 100, pelo menor
valor expresso.
38
5. RESULTADOS
Os dados sociodemográficos da amostra apresentaram idade média de (X= 43;
SD=11), predominando o sexo masculino (X=14; 82,4%) e feminino com (n=3; 17,6%).
Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica das pessoas vivendo com HIV/Aids participantes do projeto “Viver Mais”, Natal/RN.
Variáveis sociodemográficas N %
Escolaridade
1º Grau 1 5,9
2º Grau 8 47,1
2º Grau incompleto 1 5,9
Superior 4 23,5
Superior incompleto 2 11,8
Analfabeto 1 5,9
Estado Civil
Solteiro 12 70,6
Casado 2 11,8
Divorciado 1 5,9
Viúvo 2 11,8
Cor da Pele
Branca 5 29,4
Negra 5 29,4
Parda 7 41,2
Filhos
Sim 6 35,3
Não 11 64,7
Renda Familiar
1 Salário 3 17,6
1 Salário e Meio 4 23,5
2 Salários 6 35,3
3 Salários 4 23,5
Empregado
Sim 9 52,9
Não 8 47,1
Bebida Alcoólica
Não 11 64,7
Raramente 5 29,4
Frequentemente 1 5,9
Fumo
Sim 4 23,5
Não 13 76,5
39
No que se refere ao histórico da infecção, ocorreram variações de 1 a 34 anos
de infecção e o tempo de medicação variou de 4 meses à 24 anos.
Dentre as combinações das medicações observou-se que Efavirenz e Biovir são
as mais utilizadas para o grupo.
Tabela 2 - Tempo de infecção, terapia antirretroviral e combinações terapêuticas utilizadas pelas pessoas vivendo com HIV/Aids participantes do projeto “Viver Mais”, Natal/RN.
Terapia Antirretroviral Nº % Média
(Anos)
Tempo de Infecção 17 ____ 11,16
Tempo de Terapia 17 ____ 9,75
Combinação Terapêutica
Efavirenz + Biovir 7 41,2 __
Biovir + Estocrin 2 11,7 __
Biovir + Atazanavir 1 5,9 __
Tenofovir + Lamiduvina + Ritonavir + Duranavir 1 5,9 __
Efavirenz + Tenofovir + Lamivudina 2 11,7 __
Biovir + Kaletra 1 5,9 __
Efavirenz + Lamivudina + Zidovudina 1 5,9 __
Biovir + Tenafavir
1 5,9 __
Kaletra + Tenofovir + Lamivudina 1 5,9
Tabela 3 - Médias dos escores da qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/Aids nos quatros períodos de participação no projeto “Viver Mais”, Natal/RN.
Médias dos escores da Qualidade de Vida
Pré-exercício Curto período
(2-4 meses) Médio período
(5-17 meses) Longo período
(19-25 meses)
FUNGER 62 90 92 93
SAVI 55 83 80 78
PRESA 55 80 94 90
PREFI 58 65 67 58
PREME 76 86 92 99
ACEHIV 62 83 96 90
PRESI 43 59 60 81
CONPRO 87 89 90 93
FUSEX 85 93 90 80
40
Quanto as diferenças estatísticas entre os grupos de acordo com o tempo de
pratica de exercício físico, verificamos apenas nos domínios da qualidade de vida:
Função Geral (FUNGER), X2 (3) = 21,237, p < 0,005; Satisfação com a Vida (SAVI),
X2 (3) = 10,952, p = 0,012; Preocupações com a Saúde (PRESA), X2 (3) = 13,112, p =
0,004; Preocupações com a Medicação (PREME) X2 (3) = 12,488, p = 0,006 e
Aceitação do HIV (ACEHIV) X2 (3) = 8,188, p = 0,04.
O domínio FUNGER apresentou diferenças estatisticamente significativas nos
períodos: “pré-exercício” (12,44) e curto período “2-4 meses” (31,90) (p=0,001) e entre
os momentos “pré-exercício” (12,44) e médio “5-17 meses” (32,92) (p=0,001); no
domínio SAVI verificou-se diferença entre os momentos “pré-exercício” (16,12) e curto
“2-4 meses” (31,10) (p=0,021) e entre os momentos “pré-exercício” (16,12) e médio “5-
17 meses” (30,31) (p=0,047).
Para o domínio PRESA foi encontrado diferença somente entre os momentos
“pré-exercício” (15,94) e médio período “5-17 meses” (33,58) (p=0,004); no domínio
PREME encontrou-se diferença entre os momentos “pré-exercício” (16,74) e longo “19-
25 meses” (39,40) (p=0,010); Para o domínio ACEHIV entre os momentos “pré-
exercício” (19,32) e médio “5-17 meses” (31,27) (p=0,036).
O resultados estão expressos nos gráficos a seguir, onde a linha tracejada
determina os períodos que houveram diferenças significativas de acordo com cada
domínio da QV.
Figura 3 - Comportamento do domínio “função geral” nos diferentes períodos de participação no
programa de exercício físico.
41
Figura 4 - Comportamento do domínio “satisfação com a vida” nos diferentes períodos de participação do programa de exercício físico.
Figura 5 - Comportamento do domínio “preocupações com a saúde” nos diferentes períodos de
participação do programa de exercício físico.
42
Figura 6 - Comportamento do domínio “preocupações com a medicação” nos diferentes períodos de
participação do programa de exercício físico.
Figura 7 - Comportamento do domínio “aceitação ao HIV” nos diferentes períodos de participação do
programa de exercício físico.
43
Figura 8 - Comportamento e classificação da Qualidade do Sono nos diferentes períodos de
participação do programa de exercício físico.
Figura 9 - Comportamento da contagem e percentual de células CD4 nos diferentes períodos de participação do programa de exercício físico.
A carga viral dos participantes permaneceram indetectáveis durante o período
de 5 à 25 meses.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
RUIM BOA BOA BOA
PRÉ-EXERCÍCIO 2-4 MESES CURTOPERÍODO
5-17 MESES MÉDIOPERÍODO
19-25 MESES LONGOPERÍODO
ES
CO
RE
QUALIDADE DO SONO
697,24
801,00 740,00
1015,00
25
26
27
28
29
30
31
PRÉ-EXERCÍCIO 2-4 MESES 5-17 MESES 17-25 MESES
0
200
400
600
800
1000
1200
%C
D4
Cel/m
m3
COMPORTAMENTO DA CONTAGEM E PERCENTUAL DE CD4
CÉLULAS TCD4 %CD4
44
Não foram encontradas diferenças estatísticas para os domínios Preocupações
Financeiras (PREFI) X2 (3) = 0,928, p = 0,819; Preocupações com o Sigilo (PRESI) X2
(3) = 7,017, p = 0,071; Confiança no Profissional (CONPRO) X2 (3) = 0,433, p = 0,933;
Função Sexual (FUSEX) X2 (3) = 2,270, p = 0,518; Qualidade do Sono (QS) X2 (3) =
6,578, p = 0,087; (CD4) X2 (3) = 2,231, p = 0,526; (Percentual de CD4) X2 (3) = 0,748,
p = 0,862.
Abaixo está demonstrado o perfil da qualidade de vida de PVHA que não
participavam de programas de exercícios físicos (n=55) e dos que participaram (n=17)
no gráfico radar, onde quanto mais próximo das bordas externas estiverem os
domínios, melhores são os valores correspondentes a qualidade de vida de PVHA.
Figura 10 - Perfil de qualidade de vida de praticantes e não de exercício físico em diferentes
contextos/períodos.
45
6. DISCUSSÃO
A participação em programa de exercício físico promove comportamentos
positivos para a qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/ Aids, influenciando
principalmente, os domínios Função geral, Satisfação com a vida, Preocupações com
a saúde, Aceitação ao HIV e Preocupações com a medicação.
Os resultados positivos para os domínios de FUNGER e SAVI, apontam que a
adoção a um programa de exercícios físicos em curto e médio período, já podem
promover melhorias na qualidade de vida de PVHA, tanto nas funções físicas como
psicológicas. O aprimoramento da função cardiorrespiratória e músculo esquelética
melhoram a capacidade funcional e contribui significativamente para o estado e
funcionamento geral do corpo. Essas informações se confirmam, quando observamos
as características que são avaliadas no primeiro domínio, como a satisfação quanto a
prática de atividade física, disposições e capacidades para a realização de atividades
diárias e sociais.
Os benefícios podem ser enfatizados pela melhoria que a prática de exercícios
físicos trazem para o humor, disposição física e mental, sensações de prazer,
contentamento e bem-estar, contribuindo consequentemente para a socialização.
Sentimentos como ter desfrutado a vida, sentir-se no controle da mesma, satisfações
com nível de atividades sociais e pressentir-se contente por estar saudável foram
aspectos com escores positivos, avaliados no domínio SAVI do período pré-exercício
para curto e médio período.
Essas evidencias são confirmadas em diversos estudos, os quais afirmam que
a prática do exercício físico contribui positivamente nos aspectos físicos, pessoais e
sociais, minimizam os estresses e desafios da vida, melhoram a função
cardiorrespiratória, capacidades funcionais, percepção e valorização das próprias
capacidades, satisfação da vida, além de ajudar esses indivíduos a compreender e
atribuir significados aos eventos e acontecimentos da vida, melhorando assim, a
qualidade de vida. Sabe-se que seis meses de intervenção com exercícios físicos são
suficientes para promover melhorias no domínio de saúde geral e auto eficácia,
contribuindo tanto para fatores psicossociais como físicos (GALANTINO et al., 2005;
46
FILLIPAS et al., 2006; MUTIMURA et al., 2008; GOMES et al., 2010; LEY; BARRIO,
2012; GOMES-NETO et al., 2013).
A inatividade física provavelmente deixaria esses indivíduos sem disposição
tanto para as atividades cotidianas como sociais. Há relatos de experiências/
enfretamento antes e após o diagnóstico da infecção, evidenciando expressivas
mudanças na vida dessas pessoas como: deixar de fazer atividades consideradas
habituais e se limitarem as rotinas de casa, indicando um caminho para o auto
preconceito, limitação de habilidades e atitudes necessárias para o enfrentamento dos
problemas que afetam a saúde (CARVALHO; GALVÃO; SILVA, 2010). A falta de
participação ou realização de programas de exercícios (LEY; BARRIO, 2012) pode
comprometer o físico e acentuar as angústias e depressão, justamente, pelo
sentimento de inutilidade e não conseguirem desempenhar atividades da rotina diária,
(CARVALHO; GALVÃO; SILVA, 2010) comportamento esse, prevalente em PVHA
fisicamente menos ativas (FILLIPAS et al., 2006).
No domínio PRESA, o grupo apresentou menores preocupações com a saúde,
desde as capacidades de viver do jeito que gostaria, menores preocupações quanto
aos marcadores imunológicos, além de não apresentarem sentimentos sobre quando
morreria. A melhoria desses aspectos também podem estar associado a manutenção
e leve aumento que o exercício pode ter induzido nos linfócitos T CD4, e também
Devido ao projeto “Viver Mais” ser supervisionado por profissionais habilitados e
controlar adequadamente o programa de treinamento, o que possibilitou que
houvessem uma preservação da carga viral em níveis indetectáveis na maior parte da
intervenção, demonstrando-se seguro para PVHA.
Essas evidências corroboram com os estudos que afirmam que o exercício
físico pode aumentar ou manter a produção de anticorpos naturais, portanto, abrandar
a progressão da doença (HIV) (DE MEDEIROS et al., 2014) afastando o sentimento
depreciativo de morte, por acreditarem que o exercício pode estar contribuindo para
os parâmetros imunológicos (ERLANDSON et al., 2014). Sabe-se também, que a
eficiência e minimização de riscos de qualquer programa de exercícios, dependerá
sempre do controle da frequência, intensidade e duração, aplicada por um profissional
da área da educação física o que garante segurança na aplicabilidade do exercício
(FECHIO et al., 1998; ACSM, 2004; GARBER et al., 2011; DE MEDEIROS et al., 2014).
47
O domínio ACEHIV, refere-se a aceitação da infecção ao HIV. Benefício esse,
que pode ser também confirmado tanto pelas sensações de bem estar, promovido pelo
exercício; quanto pela prática ser realizada em grupo e permitir que os indivíduos
sintam-se apoiados e motivados. Isso se deve ao fato de todos serem soropositivos e
superarem os sentimentos de arrependimentos que tiveram no passado.
Tais sentimentos ajudam a enfrentar os estressores psicossociais. Caso
contrário, dificultariam a participação em atividades sociais (MUTIMURA et al., 2008;
GOMES et al., 2010; LEY; BARRIO, 2012; GOMES-NETO et al., 2013). O apoio,
confiança, proteção e interação construtiva no grupo é um fator essencial para a
criação de uma impacto positivo para PVHA, evitando que os indivíduos e grupos não
sejam estigmatizados, característica essa, encontrada na população investigada
(FULK et al., 2004; GALANTINO et al., 2005). Conflitos como a necessidade de ocultar
o diagnóstico por medo de preconceito, vergonha, a relação constante com a morte,
alterações no corpo, mudanças no estilo de vida, culpas auto atribuídas, estigma e a
discriminação enfrentada são demonstradas em estudo realizado com mulheres
(CARVALHO; GALVÃO; SILVA, 2010).
Quanto ao domínio PREME, a resposta se deu em virtude dos efeitos positivos
que um programa de exercício prolongado pode trazer para a composição corporal de
PVHA, aumentando a massa muscular, diminuindo a circunferência abdominal,
reduzindo níveis séricos de lipídios sanguíneos, minimizando então, as características
da lipodistrofia. Diante dos resultados positivos nesse domínio, também podemos
concordar que houveram bons resultados para a própria adesão dos antirretrovirais,
pois o domínio avalia as preocupações sobre as alterações corporais causadas pelo
medicamento, os efeitos colaterais, dificuldades causadas pela a tomada diária, além
da conscientização sobre a importância da utilização da medicação para seu estado
de saúde, sendo todos melhorados no decorrer da participação do programa de
exercícios físicos.
Esse resultado corrobora com estudos que observaram melhorias tanto nos
aspectos relacionados a redistribuição da gordura corporal (SANTOS; OLIVEIRA;
CARVALHO, 2013), quanto de aderência à terapia (HAART), concluindo que o
treinamento físico é uma estratégia barata e eficaz para melhorar esses parâmetros,
48
(MUTIMURA et al., 2008) que pode ainda garantir boa adesão à terapia
medicamentosa (DE MEDEIROS et al., 2014).
Caso os indivíduos do presente estudo apresentassem preocupações nesse
domínio, implicaria dizer que as mudanças no corpo decorrentes da doença instalada,
provavelmente gerariam uma série de transtornos e inseguranças, pois quando se
refere às alterações físicas, existe uma preocupação ainda maior com a estética,
devido ao distanciamento dos padrões exigidos pela sociedade. Preocupações com a
magreza, também são elucidadas na literatura, sendo esta, caracterizada pelo escasso
desenvolvimento adiposo subcutâneo, permitindo então, a identificação como pessoas
vivendo com HIV/ Aids (CARVALHO; GALVÃO; SILVA, 2010).
Sugere-se portanto, que o exercício físico seja praticado em longo prazo como
parte integrante do estilo de vida saudável. Devendo ser realizado de acordo com as
necessidades, capacidades, oportunidades e interesses das PVHA, no intuito de
promover a adesão dessa população em programa de exercícios sob a forma
terapêutica e para a promoção de saúde (ACSM, 2004; LEY; BARRIO, 2012).
Apesar da não ter existido diferença significativa na QS, enfatizamos que
houveram mudanças positivas de acordo com o tempo de exercício físico como: a
melhora na latência do sono, dormir mais cedo e apresentarem um sono mais
reparador. O sono assim, pode ter auxiliado a QV desses indivíduos. No período pré-
exercício físico, a média do grupo apresentou escores maiores, implicando numa
“qualidade de sono ruim”, sendo identificada mudanças logo após a participação de
programa de exercício em curto período, transcorrendo para “boa qualidade do sono”
e permanecendo com esse perfil até o último momento. Portanto, existe um indicativo
de boa QV, porque quando se tem comportamentos positivos na condição de saúde
física e mental, aumenta-se a qualidade de sono, aprimora-se os relacionamentos
sociais, bem como diminuem o estresse.
Os resultados corroboram com estudo experimental, onde observou que nos
dias de prática, os participantes (94,2%) do treinamento de força (TF) classificaram-se
com QS entre Bom e Ótimo, promovendo adaptações fisiológicas específicas. Os
praticantes de TF com frequência semanal superior a três vezes também possuíram
um tempo maior da fase REM, ou seja, fase do sono mais profunda e mais reparadora,
sendo esse resultado, diferente dos indivíduos sedentários. O TF provavelmente
49
mantêm maior tempo de sono (SOUZA; NETO, 2010). O exercício além de exercer
efeito significativo na QS, pode inclusive, proporcionar benefícios para facilitar a perda
de peso (KLINE et al., 2011). Assim, a participação e permanência em programa de
exercício, pode ter sido essencial para o alcance do presente resultado.
Sugere-se então, que o sono deva ser mais investigado quanto aos efeitos do
exercício físico, devido ao comprometimento da QS já existente em PVHA, decorrentes
tanto da utilização dos medicamentos antirretrovirais, como do próprio impacto a
situação de ser soropositivo. Os sintomas estão relacionados ao avanço da doença e
pode acarretar, preocupações e ansiedades. Dentre os medicamentos utilizados na
combinação antirretroviral, o Efavirenz está associado a altos índices de má qualidade
do sono, principalmente, quando comparados a pacientes que não fazem uso do
mesmo (FERREIRA; CEOLIM, 2012). No presente estudo, 59% dos indivíduos que
tem o Efavirenz na sua combinação, passaram a não apresentarem má qualidade ou
distúrbios do sono, provavelmente devido a prática de exercício físico.
Diferentes manifestações acometem PVHA, como: fadiga, dor, náusea,
depressão, ansiedade e problemas de sono, que são vistos como uma reação
esperada e temporária, advinda de circunstâncias estressoras que circundam o
diagnóstico (sensação de incerteza) e do tratamento (efeitos colaterais de medicação
como náusea e vômito) (EL RAFIHI-FERREIRAA; PIRESB; SOARES, 2012) e o
interrompimento do sono está diretamente ligado a essas dificuldades, que são
diferentes em cada indivíduo, por exemplo, “dormir o insuficiente”, foi uma queixa
frequente no estudo de (DA COSTA; CEOLIM, 2013), onde relataram dormir menos
do que gostariam. Assim, pacientes com Aids demonstram maior comprometimento no
sono, sendo muitas vezes prescritos hipnóticos (JUNQUEIRA et al., 2008).
Os indivíduos que possuem bem-estar físico, emocional e psicológico,
melhoram a QV e QS. Sugere-se então, que o exercício também tenha se configurado
como terapia bastante eficaz para alterações do sono recorrentes nessa população.
A contagem e percentual da CD4, também não apresentou diferença estatística,
no entanto, melhorias são perceptíveis no estudo em questão, principalmente quando
observamos os valores do pré-exercício (nº Cel/mm3= 697,24; %= 27,33) para o último
-19 à 25 meses (nº Cel/mm3= 1016; %= 30,14). Esses valores implicam dizer, que o
exercício não trouxe prejuízo para a CD4. As considerações quanto às melhoras do
50
sistema imunológico corroboram com outros estudos (ACSM, 2004; LAZZAROTTO,
2007; RASO et al., 2007; GOMES et al., 2010; WALSH et al., 2011).
Não ter encontrado diferenças significativas em quatro domínios da QV, pode
estar relacionada à alguns dados sociodemográficos observados no grupo estudado.
As preocupações financeiras (PREFI), por exemplo, pode referir-se a situação
financeira confortável encontrada desde a entrada no projeto “Viver Mais”, onde
visualiza-se predominância de um salário e meio à três salários, além de maior
escolaridade, trabalharem e serem solteiros. Já as preocupações quanto ao Sigilo
(PRESI), podem estar relacionadas pelo fato do Projeto “Viver Mais”, ser
exclusivamente direcionado para pessoas soropositivas.
A Confiança no Profissional (CONPRO) pode estar relacionada com a
segurança ou confiança estabelecida entre o paciente e a equipe médica,
característica que pode ter sido estabelecida bem antes da entrada no projeto,
podendo ter sido relevante, inclusive, para indicá-los à participarem de intervenções
com exercícios físicos.
Por fim, a não diferença no domínio Função Sexual (FUSEX) pode estar
atrelada a predominância do sexo masculino na amostra, o que pode gerar omissão
da verdade pela vergonha ou dificuldade em relatarem a intimidade ou vida sexual.
Corroborando com o estudo de (SANTOS et al., 2015), que também encontrou escores
positivos nesse domínio, indicando, que a amostra é mais saudável ou nega o
comprometimento nesse domínio.
Portanto, ficou claramente evidenciado no estudo que a participação em
programa de exercício físico apresenta-se como comportamento essencial para PVHA.
51
7. CONCLUSÃO
Concluímos que o exercício físico promoveu benefícios tanto em curto como em
longo prazo, principalmente para os domínios da qualidade de vida de pessoas vivendo
com HIV/ Aids, demonstrando também, mudanças e comportamentos positivos para
os aspectos da qualidade do sono, além de não comprometer os parâmetros
imunológicos.
Compreende-se que a qualidade de vida foi efetivamente melhorada com a
intervenção não medicamentosa, apresentando melhorias em cinco dos nove
domínios que estão diretamente associados aos aspectos físicos, sociais e
psicológicos.
Assim, avaliar a qualidade de vida, qualidade do sono e parâmetros
imunológicos de PVHA em programas de exercícios promovidos em longo prazo, foi
extremamente importante para justificar ainda mais a necessidade de se desenvolver
intervenções não terapêuticas. Sugerindo que não devemos considerar somente a
sobrevida ou controle da infecção que os antirretrovirais trazem, mas também analisar
todos os efeitos adversos, desde os físicos, mentais e sociais, que promovem
comprometimentos acerca da vida de soropositivos.
O exercício físico deve, portanto, ser indissociável do tratamento clínico, não só
pelo fato do mesmo colaborar para as características quanto a adesão ao tratamento
medicamentoso, mas também por permitir um nova oportunidade de vida, diminuindo
ainda mais as chances de progressão da infecção, de ter doenças cardiovasculares,
assim como, permitir a reinserção desse grupo na sociedade, interação em grupos e
principalmente, fugirem dos estigmas relacionados ao corpo.
52
8. LIMITAÇÃO, COMENTÁRIO E SUGESTÃO
O presente estudo apresenta como principal limitação o número amostral,
podendo assim, não ser considerada representativa. Ainda assim, a pesquisa poderá
alertar os profissionais da saúde, quanto a necessidade do fortalecimento da equipe
multiprofissional para lidar com PVHA, visando ampliar as possibilidades de promoção
da saúde em todos os aspectos, garantindo assim o direito à saúde.
Ao final, sugere-se estudos com amostras representativas, que incluam
avaliações envolvendo a prática de exercício físico juntamente aos parâmetros
clínicos, físicos, associados a observação de grupo controle, esses delineamentos
podem auxiliar na interpretação e fortalecimento dos dados.
53
9. REFERÊNCIAS
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60
LISTA DE ANEXOS
61
ANEXO I – Questionário HAT- Qol
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
ANEXO II – Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh
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ANEXO III– Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
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APÊNDICES
APÊNDICE I – Anamnese estruturada
APÊNDICE II – Artigo submetido à revista de saúde pública da USP