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Implicações da Reforma da Previdência sobre Mercado de Trabalho

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/ ARTIGOS

l rnpl lcccoes do Reforma do Previdencio sobre 0Mercado de Trobalho

f vi la si o S a lva do r

A reforma trabalh is ta e sindica l do governo Lula: de vol ta aos para metros neol iberais

A r io val d o S a nt os

A questco racial no osslstencio social: um debate emergente

Sarita Amaro

Sociedade civil, esfera publica, Terceiro Setor: a donee dos conceitos ' ,~

Ma r ia L u ci a D u ri g ue t to

Direi tos sociais: repercuss6es no c:umprimento de penas privativas de l iberdade

C ar me n S il ve ir a O li ve ir a, M ar io P al ma W ol ff, M a rt a C on te , R on al da C es ar H en n

Direito a convivencio familiar

D al va A ze ve do G ue ir os e R it a d e C as si a S. Oliveira

EI papel de 1 0 evaluac i6n del r iesgo para las polit icos de inserc i6n social focoli zada

Mo r ia L a ur o V ec in d ay

Universidades e sociedades: consensos e dissensos

L u iz E d ua r do Wa n de r le y

RESENHA

Assislencio Social no Bras il: um direito ent re orig ina lidade e

conservadorismo (Ivanete Boschetti).

S o nd r a O l iv e ir a T e ix e ir a

ISSN 0101-6628

J 1 1 1 1 ~ l m l l l l i l l I I I ! I I ) ~c.oRTEZ~EDITORI=J

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Tais conselheiros (as) terao urn mandato de tres anos, com possibilidade

de renovar;;ao,e poderao ser consultados a distancia sobre ternas ou questoes

especfficas da Revista, bern como poderao receber artigos para pareceres ad

hoc, 0 (a) Conselheiro (a) podera tarnbem ser autor (a) de artigo a ser publica-

do na Revista, conforme analise editorial de cada mimero pelo Conselho Edi-torial ja existente.

Com tais inovacoes, que visam a indexar;;ao, Servir;o Social & Sociedade

podera contr ibuir ainda mais com 0 desenvolvimento do Service Social en-

quanto area de conhecimento, e conseqiientemente com seu maior reconheci-mento pelas agencias de fomento a pesquisa.

Elisabete Borgianni

Assessora Editorial

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ARTIGOServigo Social & Sociedade n' 81 - ANO XXVI - margo 2005

I m p l i c a 9 0 e s d a r e f a r m a d a P r e v i d e n c i a

s a b r e a m e r c a d a d e t r a b a l h o

E v i la s io S a l v a d o r *

Resumo: Este artigo analisa a reforma da Previ-

dencia Soc ia l ocorrida em 1998 e explora suas irn-

plicacoes sobre 0mercado de trabalho bra~llelro, 0

estudo demonstra que as principais alteracoes reali-

zadas pela reform a da Previdencia Social que_tra-

zem implicacoes para 0mereado de traba lho sao : atroca decriterio de tempo de service pelo tempo de

contribuicao; as regras de transicao para a conces-

- de aposentadoria propore iona l e 0 retardamentosao 'b . _ .para a aposentadoria por t~.mpode contn u icao ; a

adocao do Fator Previdenciario e 0 estabeleelI~ent~

de urn teto nominal para osbeneficios. 0 corolano e

a permanencia por mais tempo dos trabalhadores no

mereado de trabalho e a busea de urn eomplemento

de renda com 0 retorno ao trabalho dos aposenta-

dos. Com isso vern ocorrendo urn aumento do tama-

nho da Populacao Economicamente Ativa acima do

. t da Populacao em Idade Ativa, impli-rescimen 0 ,

cando urn aeirramento daconcorrencia da oferta da

forca de trabalho.

Palavras-chave: Previdencia Social; mercado de tra-

balho; reforma.

7

fl' (U B) professor de Econo-' , lela Universidade de Brasi Ja n , ,'" Economista, mestre em Polftica Socia p , . I do a o Grupe de Estudos e P esqui-

Ili (F ib a) pes qu is ador vmcu amia naFaculdade de Ciencias de Bras! ia act r, d P' Graduacao em P olitica S ocial d o Depar-sas emSeguridade Sociale Trabalho (Gesst) doPrograma e os-

tamento de Service Social da UnB,

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I n t r o d w ; a o

E

~~~:ti!~~~bldiCadOnlteriOnnente na revista Servir;oSocial & Socie-, ,esenvo vernos 0 arzume

das na Previdencia Social vao co~trib ~to que as mudan<rasrealiza-

mercado de trabalho no Brasi l Salva~Ir para agrav~ a s itua<raodotexto foram analisadas as p rincipa] ( " or e Boschetn, 2002), Nesse

, IS caractenstIcas d dBrasIl e suas imbricaro-es na est t _ 0 rnerca 0 de trabalho no

l' ru uracao da P 'dA,

de 1980, Tambem forarn discut'd d revi encia Social ate a dec ada1 as as mu ancas oc 'd

balho sob a "onda" n Iib I l' orn as no mercado de t ra-, , eo I era e a p aradoxal tende ,a de am-n _dlreltos previdenciarios na Constituicrao de 1988 encia e amp~Iacraolegal dos

que as hip6teses preliminanne t ' Ao f inal do arngo alertavamos, n e apresentadas e disc tid '

pesqUlsa em andamento que iria indi d II 1 as eram objetos de urna, , lear, e modo rna' d t lh dImplIcacr6esda reforrna da Previde , IS e a a 0e preciso, aso bi , 1 encia para 0mercado de trabalho no Brasilo ~etIVodeste artigo e apresentar os resul ' ,

cac r6es~a reforma da Previdenc is Soc ial de tados da pesquisa "As impli -

no Brasil", Irealizada no ambir d 1998 sobre 0mercado de trabalho10 0mcstrado em P n' Soci "

de deBrasi lia (DnB) Para t t _ , OIIca ocial na Dll lverslda-, an 0 sao anallsadas a ' , ,das pel a reforma da Previde , S' s pnnclpms alteras;oes r ealiza.

encia ocial que s 'meio da Emenda Constitueional EC 0 e concretIzou legalmente por

guidas por outras legislacoa, corr~lat~s~ e20, promulgada ~m 121I21l998, se-

cado de trabalho no Brasil, que trazem Imphcacroes para 0mer-

, A pesquisa analisou dados quantit~tivos dtJcularmente do mercado de trab lh b 0 mercado de trabalho, par-

a 0 ur ana e da P 'dA, ,

me Geral de Previdencia Social (RGPS re:I ~n~la S OCIaldo Regi-(eonsulta) para a analise em " d ), As duas pnnclpalS fontes de dados

, pmca 0 mercado de t b lh 'SOCIalforam: a Pesquisa Naci I A ra a 0 e da Prevldencia

rona por mostra de DomiciIios (PNAD)3 reali-

I . A pesquisa, rea liza tla noperiodo de marco de 200I .

Ivane te Boschetti , resultou na d is se rta,ao de mes trado a ju lho de 2 ,003 ,sob a orien ta ,i io daprofa,

Ilgelramente mOditicadado capitulo 3 da disserta"ao (8 ; 0 : 0 ;;;,smo titulo. Este artigo e uma versao2 .Ale rnd . Ee n" 20 (1998 ." a va or, 03).. - ), que modltrca 0 sislema d P 'd" .

tranSJ,ao, os documentos que constituem 0 ar b ' e r ev i e n ci a SOCIale estabelece as normas de(1999) ca ouco lOstrtuclOnalda f -

que aprova 0 regulamento da Pre 'd' . S . re orma sao: 0 Decreto n° 3 048denciario. V1 encia ocial e a Lei n°9.876 (1999). que institui 0 farorp;evi-

3 ,A PNADnao e reaiiz dM '. . a anos anos que tern 0 censo d ' .. aiores mforma<;:uessobre a metodolog ia daPNAD emograf lCo,que e realizado a cada dezanos.

Ibge/estatisticaipoPuiacao/trabalhoerendimento/pnad9P90Idemsderencontradas em: http://www.ibge.gov.br/

, meto o lo gla99. shrm,

8

zada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatfstica (IBGE) de 1997 a 2001;

o Anudrio Estatistico da Previdencia Social (Aeps) publicado pelo Ministerio

da Previdencia e Assistencia Social (MPAS), que contem informacoes estatfs-

t icas da area de Previdencia;" e, a Pesquisa de Emprego Desemprego (PED)5

realizada pelo Departamento Intersindieal de Estatistiea e Estudos Socio-Eco-nomicos (Dieese),

Demonstra-se neste art igo que as principais alteracoes realizadas pela

refonna da Previdencia Social que trazem implicacoes para 0mercado de tra-

balho sao: a troca de cri terio de tempo de service pelo tempo de contr ibuicao;

as regras de transicao para a concessao de aposentador ia proporcional e ° re-tardamento para a aposentadoria por tempo de contribuicao; a adocao do fator

previdenciario e 0 estabelecimento de urn teto nominal para os beneffcios, 0

corolar io e a permanencia por mais tempo dos trabalhadores nd' mereado de

trabalho e a busca de urn complemento derenda com 0 retorno ao trabalho dos

aposentados. Corn isso, ap6s 1998, vem ocorrendo urn aumento do tamanho da

Populacao Economicamente Ativa (PEA)6 acima do crescimento da Popula-

<raoem Idade Ativa (PIA), implicando urn acirramento da concorrencia da oferta

da forca de trabalho.

1 . A ju s ta p o s i9 a o e n tr e m e r c a d o d e t r ab a lh o e P r e v id e n c ia S o c ia l

o trabalho, sobretudo 0 assalariado, e 0 elemento decis ivo que def ine a

inclusao na Previdencia, A Previdencia brasileira concebida na 16gica do segu-

ro social depende dascontribuicoes dos empregados e ernpregadores, que cons-

4. Para tanto, foi utilizado 0 Banco de Dados desenvolvido pelaEmpresa de Tecnologia e Informa-

,6es da Previdencia Social (Dataprev) denominado de Aeps Infologo. 0Aeps Infologo e urn aplicativo

quepermite urntratamento mais flexivel das informacoes apresentadas nos nove Aeps ja publicados.

5, Para informacoes detalhadas da PED, visitar www.dieese.org.br.

6,Populacao Economicamente Ativa (PEA) indica a parcelada Populacaoem Idade Ativa (PIA) que

esta ocupada ou desempregada. A PIA corresponde it populacao comdez anos ou mais, Osdadosdivulga-

dos pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicflios (PNAD) do Institute Brasileiro de Geografia e

Estatistica (IBGE) e pela Pesquisa de Ernprego e Desemprego (PED) da Fundacao Seade e do Departa-

mento Intersindical de Estatfstica e Estudos S6eio-Econ6micos (Dieese) estao enquadrados nesses concei-

tos. No caso daPesquisa Mensal deEmprego (PME) doIBGE, apesarde coletar essa inforrnacao, osdados

divulgados referem-se it PIA com quinze anos ou rnais.

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titu~m a sua principal base de financiamento, p 'A ,SOCialtraz impIicar6es para 0m d d or outro lado, a Prevldencla

" erca 0 e trabalho ' d f '-de aces so aos beneficios e os val d ' P?IS a e i rucao das regras

tamanho daPEA e conseqiiente;re~ aSdapf?s~~tadonas vao ajudar a rnoldar 0

d ' en e, a e llllc;ao da oferta di 'Ic-obra. Por meio da politica pre 'd "', ispornve da mao-

, , VI enciana defmem-s id dcontnbU!c;ao e portanto 0prazo d e a I a e e 0 t empo de

do de trabalho. ' e permanencia dos trabalhadores no merca-

Em momentos de cri se no mercado de t rabara, a Previdencia poderia contrib ' lho, como na atual conjuntu-

atenuando a concorrencia entr uir pabraaregulac;ao da oferta da mao-de-obra. e os tra alhadores na di ,

mercado de t rabalho, Essa reg I - , rsputa por uma vaga nou acao pass a na pela d f ' -

de aposentadorias de forma e uncao de val ores diznos, l que OS aposentad _ , c»

mercado de trabalho para c I os nao necessItassem vol tar ao, , omp ementar a renda e ta be , , ,

nos rigidos - sobretudo para os trabalhador ", m em, por cntenos me-mercado de trabalh07 _ es do nucleo pouco estruturado do

para aces s o aos benef icio dsentido, e possivel afirmar a ex' tA 'd's e aposentadoria, NessedIS encia e urna Justa '-e trabalho e a aposentadori A _ posicao entre 0 mercado- , a, estruturac;ao do mercad d bcao as relaC;6es assalariadas foi d t ' 0 e tra alho em dire-

cia Social no Brasi l' por outro ladi ermmante para a consolidac;ao da Previden-

f d ' 0, 0 acesso it aposentad' Iun amental para a regu larao da OC rt d _ ona pe a populac;ao e" re a e mao-de-obra

De acordo com Pochmann (I999) .."."Brasil tern influencia direta d " a expansao da oferta de trabalho no

o crescimenro da PEA e dpopulac;ao total e a popularao inativ S b a sua relac;ao com a

, "a, 0 re a oferta de m - d bcresClmento quantitativo da PEA ' . , ao- e-o ra, a lem do

, impacra tam bern a qual T - dem termos de escolaridade e capacidade de e "I Icac;ao as pessoas

po , ou seja, a trajet6ria segu ida da popu l _ mpregab lhdade ao longo do tern -

de trabalho e s eu tempo de pe A, acao ativa em busca de urn novo posto

d rmanencia na mesma e Eac;6es do autor para a constru - d ' mpresa, ntre as recomen-d cao e urn projeto nacionale emprego como princ ipal obi ti d ' que tenha a gerac;ao

~eIVO, estaca-se a necessidade de

7 . N a p e sq u is a r e a li z ad a e s tu d ou- s e 0 m er ca do d t .

cos: 0 nticleo e s tr u tu r ado e 0 micieo pouco est t de rabalho por mew d a a n al is e d e d a is n u cl eo s b a si -d e t ra b al ho c om o 0 segmento c ompos t o pelos t : : : l ~ ~ Compreende_se 0 m k le o e st ru tu ra d o d o m e rc a do

e c om acesso a prote~ao s o ci a l, p a r ti c ul ann e nt e a PreVa'd~res.q~e e , st 5 o i n se r id o s em uma condi9ao salarial

I h ad or es c om carteira d e t r aba l ho a s si n ad a e f I, e~c~a DCW!. C o mp 5 e e ss e rnicieo t od o s a s t ra b a-d d as uncronarios pubr 0'

merca 0 e t r aba l ho e composto per todos as trabalh d icos. Dueleo pouco e s tr u tu r ado d o

a s t r ab a lh ad or e s p a r conra p ro p ri a e o s nao- a or e s a s sa l an ad os sern c a r te i ra d e t r ab a1ho a s si n ad aremunerados (Salvador, 2 003). '

10

"medidas constitutivas das politicas compensat6rias seriam as aedes voltadas

para a reducao da oferta de mao-de-obra. Isto e, arnpliacao da idade minima

para 0 jovem ingressar no mercado detrabalho (fim do trabalho domenor), com

elevacao dos requisitos educacionais, a diminuicao dos limites de aposentado-

rias, as dificuldades adicionais para 0 rompimento do contrato de trabalho, a

restricao da mobilidade ocupacional regional etc," (Pochmann, 1999: 134)

A Previdencia Social no passado foi de fato elemento importante na defi-

n icao da ofe rt a da mao-de-obra no Brasi l, ao mesmo tempo que sebenefi ciou

da estruturacao do mercado de trabalho. A medida que a Previdencia Social foi

se expandindo, conforme a organizacao dos trabalhadores e a sua mobil izacao

por melhores condicoes de vida, diferentes segmentos de assalariados foram

tendo acesso aos beneficios de aposentadoria,

A analise dos dados agregados referentes it evolucao daPEA e daP IA no

Brasi l no per iodo de 1940 a 19808 permite afirmar que nesse periodo a popula-

c ;aoocupada cresce em taxas super iores ao cresc imento da PEA, indicando a

capac idade do mercado de t raba lho brasi le iro de absorver a mao-de-obra dis -

ponivel . Paral el amente , ocorre em todas as decadas uma reducao da taxa de

participacao da PEA em relacao it PIA, principalmente em virtude da "genera-

l izacao do processo educacional e do s ist ema de aposentador ia e pensoes"

(Dieese, 1994: 26),

Por tanto, a Previdencia foi urn fator importante para reduz ir a pressao

sobre 0mercado de t raba lho e , com isso, contr ibuiu para uma maior absorcao

da forca de t raba lho disponive l. Tambem se benef ic iou com 0 cresc imento

anual do numero medic de contr ibuintes , que evoluiu deuma taxa media anual

de 3,83% no periodo de 1950 a 1960 para uma taxa media anual de 7,84%

ent re os anos de 1970 e 1980 (Andrade, 1999) ,

"As taxasmedias decrescimento do PIB, em torno de 7,4% nadecadade 50-60,

6,2% entre 60-70 e 8,7% de 70 a 80, drenaram sangue novo para 0 sistema

previdenciario, justo num periodo de grande expansao dos gastose da cobertura

previdenciaria, principalmente a partir de meados dos anos 60; [e 01 crescimen-

to do mimero de contribuintes neste periodo reflete, por outro lado, queexpan-

sao de cobertura nao e exatamente sin6nimo apenas de arnpliacaode gastos, A

8, Conforme dados do IBGE (1990) .

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arnpli~9iiO da assis tencia previdenciaria, atuando em aspectos universais dasnecesSldades sociais . d d

, ,aJu au a esvendar urn e spaco publico de p ossibilidade dearnparo, saude e seguran9a na velhice." (Andrade, 1999: 97)

f . . A p:~ssao s~b~e a oferta de mao-de-obra disponfvel pode ser aIiviada nas

arxas etanas mars jovens da populacao via acesso ao sistema ed .n ... / ..' ucacronal eas raixas etanas mars velhas peIo acesso as condi - d/I. rcoes e aposentadoria Nes

se LI timo aspecto, no perfodo de 1940 a 1980 a r - .-rna de aposentadoria e urna das razoes que e~Pl1~CmaPar;ao.do acesso ao siste-. d 6 rna retirada da popular-

acima e 0 anos do mercado de trabalho. cao

. A popular ;ao economicamente ocupada na faixa etari a de 60 69acnna de 70 anos, em 1940, representava 50% e . a anos epopulacao em idade ativa das mesmas faixas eta" 35

E%,respect1vamente, da

- / d . nas. m 1980 essa part' .ca o e re uzida para 33% no intervalo de 60 69 .' icipa-t· . , . . a anos de idade e para 1 1 0 1 .aixa etana acima de 70 anos (IBGE, 1990) . yO na

Nas decadas de 1980 e de 1990cado de trabalho (Salvador & B h' ~ar2cadas pela desestruturar;ao do mer-

osc etn 003) cuia /'.mento de relaroes I' .. . d ' '" caractensllca foi 0 au-

~ nrorrnajs e trabalho e de . - , . .poder ia ter sido ainda mais gra insercoes precanas, a situacao- . ve, caso 0 acesso ao sistema d .nao t ivesse sido arnpl iado na CF de 1988 D f / e aposentadona

conquis tas const itucionais na area p 'd ' e .,~to, apos a regu1amenta<;aodasrevi enciana ocorreu u Iiaca

concessao dos beneffcios de aposcntadoria R '. rna am~ iacao na

19,7% em 1991; de 194% em 1992' e de280/( ' eglstra-se urn creSCImento de

Em 1992 e 1993 dos ben ffci . 0 em 1993 (AEPS Info10go, 2001)., e IClOSconcedldos 40% e 460/( .

foram para os trabalhadores rurais. ' 0, respectlvamente,

A partir da reforma da Previdencia em 1998 de Iimita<;aono acesso ao s benefic' ' I' _ ,pauta a por cor te de direi tos

- lOS, a amp iacao da Previds . S . I' .na Ccnstituicao de 1988 sof .' encia ocra mdlcada. ~ reu urn reyes. 0 retroc d D '.,na trouxe implica<;oespara 0mercado de tr b lh esso a_re o~a previdencia,

a a0,

que serao anahsadas a seguir.

2 . A s a lt e ra 9 0 e s d a r e fo rm a d a P r e v i d e n c i a p a ra o s t r ab a lh a d o re sd o R G P S

A proposta de reforma da Frevidencia aro, em 1995, apos urn Ion I . ~resentada pelo govemo brasi1ei-

go processo egislativo, materializou-se por rneio de

12

!I

I!t

II

·1

III

urn conjunto de emendas aos art igos da Constituicao federal do Brasi l relat i-

vos a Previdencia Social, agrupados na EC n°20, de 1511211998,que foi apro-

vada pelo Congrcsso Nacional praticamente em sua totalidade.

As principais alteracoes para os trabalhadores regidos pela Consolida-

fao das Leis do Trabalho (CLT), principalmente os do setor privado, sao:

1)A transformacao do tempo de service necessario para a aposentadoria

em tempo de contribuicao, respeitado 0 tempo minimo de 30 anos para as

mu1heres e 35 para os homens para aposentadoria in tegra l. Dessa forma , a

responsabilidade 'da comprovacao das contribuicoes para a Previdencia Social

passa da empresa para 0 trabalhador, tomando 0direito a aposentadoria vincula-

do as efetivas contribuicoes vertidas para a Previdencia. A mudanca do direito

previdenciario do trabalhador toma-o mais estreitamente vinculado as efetivas

contribuicoes vertidas para a Previdencia, ficando, a principio, mais diftcil 0

recebimento d.~aposentadoria. Na pratica, essa mudanca constitucional possi-

bilita regulamentacoes mais restritivas de concessao do beneffcio. Enquanto

nao ocorre a regulamentacao,? havendo prova do vinculo empregaticio, 0 be-

neficio e assegurado ao trabalhador, mesmo que na o tenha ocorrido recolhi-

mento previdenciario pela empresa, f icando a cargo do INSS a execucao da

dfvida do empregador.

2) A instituicao da idade minima de 48 anos para as mulheres e de 53

anos para os homens para a aposentadoria proporcional.

3 ) U rn acrescimo no tempo de contribuicao para os atuais segurados, de

40% sobre 0 tempo que lhes faltava para a aposentadoria proporcional, no dia

1 6 / 1 2 / 9 8 . Esse acrescimo e de 20% para aposentadoria integral.

4) Estabelecimento de urn teto nominal para os beneficios no valor de

R$ 1.200,00 e a desvinculacao desse teto do valor do salar io mmimo. Apesarde a Constituicao estabelecer 0 reajuste dos beneffcios previdenciarios de for-

ma a preservar , em carater permanente, seu valor real (art. 201, § 4°), na o sao

fixadas, contudo, regras operacionais quanta ao indice de precos para 0 reajus-

te, nem quanta a sua periodicidade do mesmo.

9 . Ver 0 novo regulamento da Previdencia Social aprovado pelo Decreto n" 3.048(615/1999); no

artigo 60 remete para lei especffica a questao da contagem e cornprovacao do tempo de contribuicao,

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5) Os beneficios acidentarios sao igualados aos beneffcios comuns da

Previdencia, em valores e carencias, Dessa forma, 0 trabalhador acidentado

recebe 0 auxilio-doenc;a por acidente de trabalho.

. 6) Fim das aposentadorias especiais, que sao aquelas em que 0 tern 0 de

service (ou de contribuicao) exigido e menor com relac;aoao dos demais traba.Ihadores. S6 continua admitida a aposentador ia especial dos C d

- . prolessores aeducacao infanti l, do ens ino fundamental e rnedio e as dos trabalhadores ex-postos a agentes nocivos a saiide,

o fato de nao ter sido introduzido 0 limite de idade para a aposentadoria

fez co~ qu.e~ refo.rma da P~evidencia Socia! buscasse estabeIecer 0 principio

de equilfbrio atuar ial, reduzmdo ao maximo as concessoes dos benef icios deaposentadona por tempo de service.

Destaca-se a alteracao efetuada no artigo 202 da CF d 1988I' ,d . , e , que estabe-ecra a me ia ari tme tica dos t il timos 36 sala rios mensai s de co t ib . _. d d ,. n n urcaoIII ex~ .os a mfIac;.ao,para 0 calculo do beneffcio da aposentadoria por temp~

de selvI~o, A par tir da EC 20, os cri terios de calculos dos beneffcios de a 0-

sentadona forarn retirados da Constituicao e remetidos para lei complementar,

Com a desconstitucionalizac;ao dos criterios de calculo dos b ffCo N' ene IClOS,0ngresso acional aprovou a Lei n° 9.876 (29/1111999) d f .

, , que e IlllUas novasre~ras, criando 0 chamado fator previdenciario. 0 fator previdenciario deter-

rruna que 0 beneffcio de aposentador ia passe a ser calculado de ac dmonta t d ib . or 0 com 0

nee contn uicoes realizadas pelo segurado, 10 capitalizadas a uma taxa

Compercentual varia vel conforme 0 tempo de cont ribuicao a .d dtativ d db'" I a e e a expec-

a e gozo 0 eneficio. Inicialmente se apura 0 salario medio d t ib .- d . lh e con n ur-c;ao, e JU 0 de 1994

11ate a data de aposentador ia. De maneira gradual 0

p~nodo de referencia vai abranger toda a vida laboral do contribuinte: con~e-

q~lentemente, devera ocorrer uma perda real em relacao ao criteria anterior deca cuIo.

10. A lei reafirma a v isao de P revidencia Social Como seaur . _doria e urn problema do indivfduo. 0 a e c on sa gr a u rn a v isa o q ue a a po se nt a-

11. A data de 11711994 f oi cscolhida por s er 0 inicio da entrad .rou uma "estabilidade'' monetana a 'N s: a em v ig or d o P la no Rea l, q ue a sse gu -

I 0 pars 0 futuro, 0 calculo vai englob '5 d " _a Previdencia no caso d os homens e 30 ar - anos e contnbU!~oes para

anos para as mulheres.

14

Na pratica, a introducao do fator previdenciario e urn incentivo it perma-

nencia dos trabalhadores no mercado de trabalho, como afirma 0 ex-ministro

da Previdencia Social: "Quanta maior 0 tempo de cont ribuicao e a idade em

que 0 segurado sair do si st ema, maior sera seu premia, i sto e, maior sera 0

valor da aposentadoria. Pela primeira vez no sistema previdenciario brasileirointroduz-se urn estfrnulo crescente no adiantamento da aposentadoria." (Cechin,

2002: 20) .

Por urn lado, as novas regras podem indica r uma sinal izacao para 0

"equilfbr io orcamentario" da Previdencia Social: no que se refere as despe-

sas, a postergacao da idade para aposentadoria significa 0 pagamento de be-

neffcios par urn per iodo de tempo menor; e quanta as recei tas, com a perma-

nencia dos segurados por mais tempo no mercado de traba lho, podera au-

mentar 0 volume de contr ibuicoes . Por outro lado, uma maior permanencia

dos trabalhadores no mercado de trabalho, cada vez mais deses truturado,

podera significar uma acirrada concorrencia na disputa de urn posto de traba-

lho, trazendo implicacoes negativas na taxa de desemprego, na renovacao do

mercado de trabalho e na remuneracao da rnao-de-obra, 0 que podera afetar a

propr ia Previdencia Social no futuro, ja que 0 volume mais express ivo das

contribuicces vern da folha de pagamen to, e com isso, futuramente , pode

ocorrer uma forte demanda por assistencia social dos exclufdos do sistema

previdenciario.

A seguir, analisam-se comparativamente as principais modificacoes im-

plementadas pela EC n° 20 e as legislacoes subsequentes que alteraram as nor-

mas relativas a Previdencia Social dos trabalhadores regidos pela CLT, isto e,

dos segurados filiados ao RGPS, Com base nessa analise, sao apresentadas as

principals, alteracoes provocadas pela reforma da Previdencia e suas implica-

coes para 0mereado de trabalho.

3 . A s m u d a n c a s n as r e g r a s d e a p o s en ta d o ri a e 0 i n c e n t i v o ap e r r n a n e r c a n o m e rc ad o d e t r a b a lh o

Antes da reforma da Previdencia Social, 0 calculo do valor do beneficio

previdenciario era estabelecido na Constituicao Federal (CF), no artigo 202,

que deterrninava uma media aritmetica simples dos ultimos 36 salaries de con-

15

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!

tribuicao" corrigidos pela inflacao. A EC n° 20 retirou do texto constitucional

o calculo do valor da aposentadoria. Com isso, 0governo editou a Lei n°9.876-

99, que, entre outras coisas, estabelece os novos criterios para os calculos de

beneficios, As novas regras sao mais restritivas em relacao ao criteria anterior

e impoern perdas aos valores dos beneffcios, alem de ser urn forte incentivo a

permanencia dos trabalhadores no mercado de trabalho.

Na opin iao de Soares (2000a: 160), "a governo nao so cria urn represa-

menta de aposentadorias, ao incentivar os segurados a esperar ate uma data pro-

xima Ii. de sua morte, como compromete a renovacao do mercado de trabalho".

Quadros (2003) , a part ir dos dados ampliados" da PNAD 2002, consta ta que

nas faixas e tarias de 15 a 19an08e de 20 a 24 anos concen tram-se 4 ,9 milh6es

de jovens trabalhadores desempregados.

As alteracoes sign ificaram a ampliacao gradual do perfodo de base de

calculo do valor dos beneficios, que passou a corresponder aos 80% dos

maiores salaries de contribuicao dos segurados, apurados entre julho/199414

e 0 dia da aposentador ia - gradativamente, 0 perfodo ira se est ender demodo a abarcar toda a vida laboral dos segurados -, e a criacao do fator

previdenciario aplicavel compulsoriamente as aposentadorias por tempo de

contribuicao e opcionalmente as por idade, considerando criterios atuariais

como 0 tempo de contribuicao, a alfquota e a expectativa de sobrevida

(MPAS, 2002).

o salario de beneficia de aposentadoria passa a ser definido da seguinte

forma:

12. Sal ar io decont ri bu icao e a r er nuneracao do s cgur ado s ab re ' a qua l i nc ide a con tr ibui cao p reviden-

c ia ri a. De aco rdo com a leg is lacao a tual , exc luem-s e as parcel as com valor acima de R$ 1 .869 ,43 ( equiva-

l en tes em julho /2003 a 7 ,8 s al ar io s r nmimos ), que era 0 teto do benef icio de aposentador ia.13.0 conce it o ado tado por Waldi r Quadros doCent ro de Estudos S indi ca is e de Econorn ia doT r aba-

Iho (Cesit) amplia 0conceito de desocupacao da PNAD, 0qua l def ine como desocupados aquel es que , nao

e st an do o cu pa dos na semana d a p esqu isa , pr ocu ram o cu pa cao ne ss a rn esma s ern ana . 0 a ut or ampli a 0

per fodo de p rocu ra par a a te u rn ano , bus cando cap ta r i nt eg ra lmen te a chamada des ocupacao ocu lt a pelo

desalento.

14.0 r nes dejulho /1994 e just if icado pelos r ef ormi st as como 0 infcio da "es tabilidade econornica"

no p ais e , po rt an to , o s e fe irc s i nfl ac io na ri os se ri am menos no ci vo s. N ad a g ara nte q ue a c ond ica o de

ins er cao per if cr ica do Brasi l na econorn ia r nund ia l s e a lt er e nos p roxi rnos anos e a p rocl amada est ab il i-

da de e co nomi ca n ao se ja a fe ta da po r no va s c ri se s c ambi ai s, q ue v ern a co nt ec en do c om r egu lar ida de

apos 1998.

16

Sb=Mxf

Onde:

Sb= salario de beneffcio;M =Media dos 80% maiores salaries de contribuic;a~ do se~u~ado, apu-

rados entre julho de 1994 e 0momento de sua aposentadona, corrigido mone-

tariamente;

f = fator previdencicirio.

o fator previdenciario (f) e definido como:

f = Tc x a x 1 + lId + Tc x a ~

Es 100)

Onde:

f = fator previdencicirio;

Tc = Te~po de contribuis;ao de cada segurado;

a = alfquota de contribuicao, definida como 0,31 (20% contribui~ao pa-

tronal + 11% da ahquota maxima cobrada do empregado); .

Es . , Expectativa de sobrevida do segurado "". d~ta, d.e apos~ntadona,

fornecida pelo IBGE (anualmente), considerando a media umca naclOnal para

ambos os sexos.

Id = = Idade do segurado na data de concessao da aposentadoria.

o texto final do projeto de lei enviado pelo Poder Executivo (Projeto_de

Lei n° 1.527/99) que deu origem a Lei n° 9.876/99 sofreu pequenas alterac;?~s

no debate legislativo, no qual buscaram "suavizar" as perdas da prop.?Sl~On~l-

na1.Uma das modificacoes produzidas na Camara dos Deputados foi a flxa<;a~. - . rt a perda do valor dos benefi-

de uma regra de transicao que amemza, em pa e, .., . .

cios de aposentadorias decorrente da aplicacao do fator prev~dencrano. ~SSlIr:'

estabeleceu-se uma regra de transicao para a entrada gradatlv: do fator prevl-

denciario, na proporcao de 1160(urn sessent~ ~vos),a cada mes, de mod~ que

ao final de sessenta meses de aprovas;ao daIei, isto e, em 19112 /2004 , tera sido

implantado 100% do fator. . .

As outras pequenas modifica<;6es realizadas no projeto do ~xe~u~lvo d~-

., s-ao de run "bonus" de cinco anos de contribuicao (adi-zem respeito a conces . .cionado ao tempo de contribuicao efetivo) quando se tratar de mulher, ClUCO

17

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anos quando se tratar de professor que comprove exclusivamente tempo de

efetivo exercfcio das fungoes de magisterio na educacao infantil e no ensino

fundamental e medic; dez anos quando se tratar de professora que comprove

exclusivamente tempo de efetivo exercfcio das fungoes de magisterio na edu-

cacao infanti l e no ensino fundamental e rnedio," e a permissao para que 0

segurado possa "optar":" pela aplicacao ou nao do fator previdenciario no casode aposentadoria por idade.

A adocao do fator previdenciario no Brasil como elemento cent ral no

calculo do valor das aposentadorias no Brasil revela 0 vies ideol6gico da op-

9ao dos reforrnadores de nossa Previdencia Social. Nesse sentido, e sistemati-

ca a afirrnacao de dirigentes 17 do M PAS responsaveis pela concepcao da nova

f6rmula de calculo das aposentadorias: "a concessao de beneffcios passa a

depender da cscolha individual, onde cada segurado, respeitando os padroes

mfnimos," buscara maximizar intertemporalmente sua renda de acordo com

sua curva de preferencia" (Pinheiro & Vieira, 1999: 57).

Trata-se de uma visao tipicamente neoliberal, inspirada em modelos eco-

nornicos neocUissicos,19cujas caracteristicas silo a concepcao a-hist6rica e anegacao de qualquer relacao social, na qual 0 que importa eo individuo (con-

sumidor) e a maximizacao de suas preferencias, No caso da Previdencia So-

cial," a situacao se revela ao tratar a Previdencia como uma questao de seguro

nos moldes do modelo privado e, portanto, individual.

15. Conforme 0 ar ti go 29 da Lei n" 9. 876 d e 26 de no vembr o de 1999 _ DOU, de 29111/99.

16. A proposta original do governo e que fos se compu lsor ia a adocao do fator p revidenc ia rto para a s

apo sentador ia s par idade . San to s (1999 ) des ta ca que e sses segurados ter iam pcrda de a te 74% no valor dos

beneficios ao se aposentar-a partir dos-60-anos. Ele cita 0 exemp lo deu rn homem aos 65anos de. id ade com

apenas quinze ano s de con tr ibuicao, sua perda ser ia de 66% no valor do benef ic ia com relacao ao c ri te rioanterior.

17. Vinfcius Carvalho Pinheiro, quc ocupava 0 cargo de sec re ta rio da Previdenc ia Soc ia l do MPAS,e Solange Paiva Vie ir a. a sses so ra e spec ia l do MPAS. em 1999.

18. Entende -se por pad rao mfn imo as condicoes p rees tabe le cida s den tro de cada s is tema de apo sen-

tadoria . No Brasil, por exemplo. para aposentadoria par tempo de cantribui<;ao. IScondicao 0 preenchimen-

t o de ur n t empo de co nt ri bui cao de 35 a nospa ra homens e 30 ano s pa ra a s mul her es ( not a de r odape dotexto original).

19. Como aqueles que apresen ta rn a s "preferencias dos con sumido re s" , u rn aprofundamento des se s

model o spode ser v is ta em Var ian (1997 ).

20. Uma modelagem econo rn ic a neoclas sica para a Previdenc ia Soc ia l pode ser v is ta em Ellery Ju-

nior & Bugarin (2001).

18

Subjacente a isso, 0 fator previdenciario indica a introducao de criterios

atuariais e a volta do regime de capitalizacao na Previdencia Social brasileira,

cuja experiencia foi abandonada com a extincao das Caixas de Aposentadorias

e Pensao (CAPs) na decada de 1940. 0 modelo tern di ferenca em relacao a

CAPs porque "ao inves de capitalizarmos cada uma das contribuicoes indivi-duais, vamos capitalizar apenas uma contribuicao, que e a media. Essa con-

tribuicao vai representar cada uma das contribuicoes individuais" (Pinheiro,

2001: 32).

Oficialmente, 0 regime financeiro da Previdencia Social permanece com

reparticao simples, mas na pratica ocorre a adocao gradual do modelo de capi-

talizacao. Nas palavras do ex-rninistro da Previdencia Social, Jose Cechin: "A

ideia e que, com 0 novo metodo, 0 beneffcio seja calculad9 de acordo com a

estimativa do montante de contribuicoes realizadas pelo segurado, capitaliza-

das conforme taxa implfci ta, que varia em razao do tempo de contribuicao e

idade do segurado, e a expectativa de duracao do beneffcio" (Cechin, 2002: 19).

Em detalhes, isto significa que a primeira parte da f6rmula do calculo do

beneficio, que e a multiplicacao do salario de contribuicao medio pela aliquota

e pelo tempo de contribuicao, esta indicando "0 montante de recursos acumu-

lados para cada segurado em sua conta individual. Ao dividirmos esse fundo

nocional pela expectativa de sobrevida, encontra-se 0 valor do beneficio para

uma taxa dejuros igual a zero" (Pinheiro & Vieira, 1999: 59).

o segundo componente do fator previdenciario e urn "premio' que esta

sendo pago aos seguradosque permanecem no mercado de trabalho, funcio-

nando como uma taxa de juros implfcita que aumenta conforrne 3 idade e 0

tempo de contribuicao. Trata-se da capitalizacao dos recursos acumulados ao

longo do periodo de contribuicao. Essa taxa de juros sera maior conforme 0

adiamento da data de aposentadoria. Em outras palavras,

"0 sistema continua operando corn base na 16gicada reparticao, onde a atual

geracao de trabalhadores ativos financia os inativos, mas 0 valor do beneficio

guarda estreita relacao comas contribuicoes realizadas quepassama ser capita-

lizadas conforme a taxa que variaem razao dotempo de contribuicao e a idade

dos segurados." (Pinheiro & Vieira, 1999: 56)

Essa taxa dejuros, segundo informacoes do MPAS, varia de 1,8% a 4%

a.a., sendo de 2,8% a.a para quem se aposenta ate 50 anos, 3,2% a.a para quem

19

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seaposenta ate os 60 anos e de 3,4% a.a para aposentador ias acima de 60 anos

(~awall et al., 19~9). ~ ~etalhe e que a taxa de juros implicita na regra de

~alculos dos beneficios e inferior a da cademeta de poupanca (601 .lizad 1 " -10 a.a, capita-fda ~ensa ~e~te ~e tambem aque las prat icadas nos calculos atuaria is dos

un os e pre~Idencia complementar no Brasi l, que var iarn de 6% a I2l?{

ern terrnos rears. 0 a.a.,

. Santos (.1:99) lembra que os criterios adotados na Lei n°9.876/99 desres-peitarn as vanaveis recomendadas na CF (art ?01 §§ 3° 70) . .

I d ' . . . . -, e que se limitamao va do 0 salano de contnbUl~ao, a correcao monetan., para preservacao do

seu v~?r real e.0 . tempo de contribui~ao do indivfduo. E somente 0 teto do

beneficio pode lirnitar 0direito do trabalhador no calculo do 1 dsentadoria. va or e sua apo-

A cri tica de Soares (2000b: 15) e que

~o ~ator Previdenciario introduz flagrantemcnte um dos principais objetivos

o ovemo.na Reforma da Previdencia, a idade minima como criterio ara

;pose~tadonas n~.R~~S .e somado it formula de calculo patrocina a m~ior.educao de.beneflclosja vista na hist6ria da Previdencia Social bra ·1 .. EmconstItllclOnalidade, 'idade minima' . SI eira, sta_ . . ' se soma a uma outra; VIola0 direito

dC;°enbstltufc,l~nal"dasulheres obterem aposentadoria diferenciada sem reducaoene ICIOS. "

. . Es.sas i tuac;aoe confirmada quando seobserva a tabela do fator idciario dIVuIgada pelo MPAS 0 f . . . . previ en-

, . . ,. . s atores IlllCIaIS, baseados nas estansticas de-mograflcas dispomveis na epoca da aprovaciio da lei em 199921 1um t b Ih d ", reve am que

ra a . a. or ao se aposentar com 35 anos de contribui~ao ara 0 RGPS22

(tempo eXlg:do pela lei) e 50 anos de idade ternuma perda 30% no valor deSUa

ap?s~ntadona. No caso de uma trabalhadora que comprove 30 anos de contri-

bu icao e tenha 50 anos de idade a perda sobe para 400' p _

I do benefroi 10. ara nao ter perda no

~ : ~ : b~h ene~IclO,0 fator ?revidenciario incentiva a permanencjn no mercado

a do ~te 60 anos deidade e 33 anos de contr ibuicao para fazer jus a umaaposenta ona por tempo de contribuicao,

21. Dis ponfve l em Ornel as & Vie ir a, 1999 .

. 2 2. V er a r eg u1 amen ra l' ao d o tempo d e c on tr ib ui ~i io n o a rt i 0 6Soc ia l, con fo rme Decre to n° 3 048 d 6 d . g 0 do Regulamento da Previdencia

. , e e malO de 1999.

20

Entre as consequencias dessa modificacao esta 0 aumento da idade me-

dia na concessao das aposentador ias urbanas por tempo de contr ibuicao. A

idade media dos trabalhadores que se aposentam por tempo de contr ibuicao

subiu de 48,9 anos, em 1998, pa ra 53,4 anos, nos primeiros meses de 2003.

Convern ressaltar que esses resultados estao influenciados pelo direito adquiri-do das pessoas que, em 15/12/1998, ja contavam com no minimo 30 ou 25

anos de services, homem e mulher, respectivamente. 18 . que elas podem, em

qualquer momento, efetivar 0 seu direito pelas regras anteriores a refonna,

desde que nao ocorra a inclusao de tempo de service posterior a 1511211998.

Durante os primeiros meses de 2000, cerca de 50% das aposentadorias por

tempo de contribuicao foram concedidas pela regra anterior it Lei n° 9.876/99

(MPAS , 2 00 2) .

No caso dos benef icios concedidos de acordo com os cri t~rios da Lei n°

9.876/99 (fator previdenciario), os dados obtidos pela pesquisa (Salvador, 2003)

junto a Coordenacao Geral de Estat ist ica e Atuar ia (CGEA) da Secretaria de

Previdencia Social do MPAS revelam que a idade media dos segurados chega

a 54,2 anos, isto e , urn crescimento de 5,3 anos na aposentadoria por tempo decontribuicao em relacao a situacao anterior a EC n°20. A idade media devera

subir ainda mais apos 0 termino do periodo de transicao do fator previdencia-

rio (dezembro!2004).

Umas das primeiras consequencias da reforma e a reducao drast ica na

concessao das aposentadorias por tempo de contribuicao. Elas representavam

18% dos beneffcios concedidos e 49% das aposentadorias da Previdencia So-

cial em 1997 (antes da refonna), e reduzirarn-se para 4% e 21% respectiva-

mente em 2002. Isto significou uma diminuicao de 62% no periodo (ver Tabe-

la 1). Ap6s a EC n° 20 e a adocao do fator previdenciario, aconteceu uma

inversaono ritmo das concessoes das aposentador ias com os benef icios de

aposentadorias, por idade superando as concess6es de aposentadorias por tem-

po de contribuicao.

A evolucao da quantidade de aposentadorias concedidas pelo Instituto

Nacional de Seguro Social ( INSS) no per iodo de 1997 a 2001 reduziu-se em

33,8%, e no perfodo de 1997 a 2002 caiu 9,8%.23Analisando os dados desagre-

23. Optou -s e por apr es en ta r os doi s per fodos em funcao de a quant idade de benef fc io s concedidos em

200 2 e st ar i nfl ue nc ia da p elo d esr ep re sament o o co rr id o n aq ue le a no . I sso se d ev e a n ao c on ce ss oe s d e

b en efi ci os em v irt u d e d a p ar al isa ca o d os se rv id or es (g re ve ), e nt re a go st o e n ov embr o d e 2 00 1.

21

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gados da Tabela 1 percebe-se urn aumento de 43,5% no criterio "aposentado-

ria por idade" e uma reducao de 61,7% nas "aposentadorias por tempo de con-

tribuicao", Com efeito, ocorre uma rnudanca radical: ate 1998, as aposentado-

rias concedidas por tempo de contribuicgo eram superiores as aposentadorias

por idade; a parti r de 1999, devido a reforma, ocorreu uma inversao nesse

proccsso; em 2002 foram concedidas 428 mil aposentadorias por idade e ape-

nas 159 mil por tempo de contribuicao (Tabela 1).

Alem da "troca'' entre as aposentadorias por tempo de contribuic;:aoe por

idade visualizada na Tabela 1, outro fenomeno relevante que vern ocorrendo

apos a reforma da Previdencia e a perda de irnportancia relativa dos beneflcios

previdenciarios de aposentadoria sobre 0 montante de beneffcios concedidos

pelo INSS. A participac;ao da aposentadoria sobre os beneffcios previdencia-

rios (aposentadoria, pens5es por morte, auxflio-doencn, salario-maternidade,

auxrlio-reclusno e auxflio-acidente) reduziu-se de 45,8%, em 1997, para 22,6%

em 2002. As aposentadorias representaram apenas 19,7% do total de benefi-

cios concedidos pela Previdencia Social em 2002 (AEPS Infologo, 2001 e In-

forme da Previdencia Social, jan.J2003) Esses dados indicam a maior dificul-dade dos brasileiros em conseguir atender aos requisitos para obtencao da apo-

sentadoria em virtude do endurecimento dos criterios para acesso. Com isso,

postergam a permanencia no mercado de trabalho, pressionando a oferta daforca de trabalho no pais.

Do total das aposentadorias que vern sendo concedidas no Regime Geral

da Previdencia Social, 56% ja sao por idade. Quando considerada somente a

soma das aposentadorias concedidas por idade e por tempo de contribuicao,

isto e, desconsiderando aquelas por invalidez (que sao uma fatalidade na vida

de qualquer ser humano), a participacan da aposentadoria por idade sobe para

2/3 do total dos beneffcios concedidos, em media, em 2002 (AEPS Infologo,

2001 e Informe da Previdencia Social, jan.l2003). A tendencia e aumentar aparticipac;:aoproporcional desse tipo de beneffcio, 0 aumento proporcional das

aposentadorias pelo criterio de idade devera ocorrer por causa da dificuldade

dos trabalhadores de permanecerem por mais tempo em ocupacoes de carater

assalariado, aquelas vinculadas ao micleo estruturado do mercado de traba-

lho, que garantem urn padrao sistematico de contribuicar, da Previdencia

Socia l e, ainda, pela plena entrada em vigor do fator previdenciario no paisno proximo ano.

22

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A idade media dos benettciarios da aposentadoria por idade tambem vern

subindo nos tiltimos anos, A CF no artigo 201, §7°, assegura aposentadoria no

RGPS aos 65 anos de idade, se homem, e 60 nos de idade, se mulher, reduzido

em c inco anos 0 l imite pa ra os t raba lhadore s ru ra is de ambos os sexos e pa ra os

que exe rcam suas a tividades em regime de economia fami liar, ne stes inc lu fdos

o produtor rural, 0 garimpe iro e 0 pescador artesanal.

A regulamenta 'ra o da CF por meio da Lei n° 8.213 (beneffcios) estabele-

cell uma carencia de 180 rneses (15 anos) de contribui'rao para 0 segurado

inscrito na Previdencis Social a partir de 25 de julho de 1991, e para os segura-

dos al1teriores a essa-dars foi implantada urna tabela progressiva de carencia

que se iniciou com 60 meses em 1991 e, clliminani em 180 rneses, em 20II,

Os dados da Coordena'rao Geral de Estatfstica eAtuaria (CGEA) da Se-

cretaria de Previdencia Social do MP AS revelam que a idade media na conces-

sao da aposel1tadoria urbana "por idade", que era de 65,67 anos para as ho-

mens e 60,99 anos para mulheres, em 1997, vern subindo paulatinamente, e

nos primeiros meses de 2003 (janeiro a maio) atingiu 66,12 anos no casu dos

homens e 61,41 anos para mulheres, A tendencia e a de que ao completar 0

prazo da tabela progressiva dos segurados com inscr i' rao anter ior ajulho/1991,

a idade media se e leve a inda rnais. Nesse sent i do , de sfaz- se 0 "rnito" de que os

brasileiros se aposentam muito cedo. Com ma is 2/3 de aposentadorias conce-

did a s pelo criterio da idade e com os tra ba1hadores urbanos se aposentando

acima de 65 anos, 0 Brasil se configura Como uma nagao (ao contrario do

discurso oficial) de elevada exigencia para gozo de beneficio da aposentado-

ria, acima de diversos paises no mundo. A situacao e mais grave , no Brasi l,

pel a inexistencia de um estado de protegao social e a nao-cons tru 'r ao de Urn

mercado de trabalho"plenamente-assalariado,

A si tua liao pode piora r casu nao ocorram rnudancas substanciais no mer-

cado de trabalho, ja que mesmo os t raba lhadores com cartei ra de tr aba lho ass i-

nada enfrentam alta rotatividade no emprego. No Brasil, apenas 18,9% dos

trabalhadores tern tempo de permanencia acima de dez anos no trabalho prin-

cipal, sendo que 63 % ficam abaixo de quatro anos no mesmo posto de trabalho

(PNAD, 1999). A taxa de rotatividade para os trabalhadores assa1a riados, em

2002, foi de 32,43% no Brasil (SDTS-PMSP, 2003).

A reforma previdenciaria, ao trocar 0criterio de tempo de service pelo de

tempo de contribuicgo, aumenta as exigencias para fazer jus a aposentadoria

24

bl trabalhador de categorias profissionais com menorprovoeando pro emas ao ib . _ d

. - ode ha sonegacao no recolhimento das contn uicoes arau de orgaruzacao, 0 '"

Previdencia.

Para Munhoz (2003: 239-40),

nud - e que nunca mereceu a devida"a questao mais controversa ness as mu an~as ,,_. , ' feta~ -' a exi encia de tempo minima de contribuicao, ja que 18S0 a

atencao e g brasileiros em relacao ao tempo posterior agravemente parte dos trabalhadores , '_ (s ond 2 0 0 0/ ,

1998 Pois exigir comprovacao de 35 anos de contr ibuicao num palsdon e_ ~A 0

da f;n;a de trabalho nao encontra emprego, e ~5% dos emprega OdSn~a ~:.,' . pIes equivoco por t ratar-se e ucarteira assinada constrtui mars que srm , , di t:

' - ue tende a atingir fundamentalmente os III IVIgra absurda, uma aben:a<,;ao,q , obre os 'a marginalizados a pena

~~~~a~~,S I::a~~t:l:'~::l~oa~r:~o~;:t~::r~a: fixadas J-: n~~eis~r~~~:~~i~ f:~~ao calculo de valores proporcionais ao tempo de contribuicao; ,.'

, desvincula do tempo efetivamente trabalhado ao longo da 'Ida, e seSlm, se , . d mo base paraf ixara em~alores divorciados daqueles que vmham servm ,0 co .

ibui ao do trabalhador, Este aspecto, alias, recomendaria 0pagamento da contn <_ ; 'de calculo do beneficia c om base nas contn-restabelecimento da regra antenor,

buicoes (corrigidas) dos ultimos 36 mescs."

A esse respeito, cumpre assinalar 0 aumento dos r iscos e da instabilidade

. a trabalhadores de baixa renda, deeorrentes desta reforrna. De fato, os

par . d dos trabalhadores (micleo poueo est ru turado doegmentos menos orgamza os d

merca do de trabalho) serao provavelmente incapazes de provar se~l tempo, .e

, " d . cao e sua malOr rotatrvi-'b icao dado 0 carater mars precano e sua msercCall n Ul", , . . t nas vanta-dade no emprego. Sob a 6tiea do financ iarnento, a gov,emo I~SlS e _ -d _

gens de diminuir aliquotas de contribuicao em setores mtensrvos e~ m:o . e

obra para aumentar 0 emprego formal, ignorando a realidade das re ac oes Hl-'

fonna is de t raba lho (Da in & Soares 1998), .,, A " • l d 2001 (p 807?4 confirrnaAnuario Estatistico da Previdencia SOCIa e ..

1999 apenas 40% dos t raba lhadore sssas hip6teses demonstrando que, em" ,

em atividade tinham contribufdo para a Pre videncia SocIa l,. se~~o que no nu-

t . t do do mereado de trabalho essa contribuicao reduzia-se

~~:~t~~:~n~: ;r~r~%, a que significa que 91% dos trabalhadores com rela-

24. Elaho rado a par ti r dos mic rodado s da PNAD,

25

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c;.6esinformais de trabalho nao recolhiam nenhuma contribuicao previdencia-

na e, portanto, no futuro nao terao aces so aos beneffcios de d .posenta ona.

A falta de.conexao entre a informalidade, os trabalhadores com rela oes d

trabalho precarizadas e a segundade social pre]'udica e desprot t c; : elh d ege anto os traba-a ores como 0 Estado. Os primeiros, porque ficam sem rote - , .

para as momentos cri ticos da vida (desemprego velhic ?d. yo~Snu~rmasrt ) 0 E ' e, acr entes invalidez e

mo e ~ stado, porque deixa de arrecadar uma receita im ortantefrente as suas obrigacoes nas areas de saiide . A ' P . para fazerSocial (Pastore, 2000). Ou, ainda na otica d ' asslstenCl: social e Previdencia

da Previdencia, "no futuro caso nao tenh as preocupacoes sobre 0 orcamento

(de trabalhadores) depend~ni de benefici::::s~U~Ul~~O renda, esse contingente

dade, au vivera as custas de suas familias. Tra~:_::cdlaelS,nebrandbood~ a.socie-

I d

. ~ _ uma om a-relogio qu

exp 0 ira nas maos da geracao futura" (Pinhei & M' ' e" I eiro Handa, 2000: 3),

Para os mats de 16,8 milh6es de trabalhadore ~ .presentam 20,2% da PEA (PNAD 2001) b s p~r co~ta propna que re-obrigue a f iliacao a' " em ora a legislacao previdenciaria"

para a Previdencia ;o~~:~emAa:~p~n~s Id5% des~es ,trabalhadores contribuem. iruciativa e contribuir P' A •

proprio trabalhador. A segunda dificuldade e bai par~ a rev.ldencla e dotrabalhadores, pois 55% recebem ,. a ~lxa :en a recebida por esses, . . . . no maximo ate dois salaries ,. ,ultimo, a contribuicao exigida pelo INSS' . I mirumos. POI

lhadores, em funcao de recolher tanto a co:t~~~i aa:adque

ados demais traba-

empregador, totalizando 200/( d . _ c; : 0 empregado quanta do~' 0 a remuneracao. Por tanto, ao con trario dos -

gumentos do ex-secretano executivo do MPAS, Jose Cechin (2000),26naoa:e

25. A partir da Lei n" 9 .876 (2611111999) oINSS t I .trabalhadoressem carteira de trabalh . d' , . omou a gumas miciativas para ineentivar as

o assma a a se filiarern ao IttEntre as medidas , des taca-se 0 acesso a I' . . ns I uto como contribuintes individuals.

d

. . . _ 0 sa ario-maternidade a elimi - dmunuicao das contribuicoes de autonomos cu: ' immacao a escala do salario-base.. . nomos que prestam services a 'indcnizacao par tempo de service passado . lif _ P ra empresas, reducao de multas para

. e a simp 1 ic ac ao d a c at ego ri A 'surtiu as e fe it os esper ados po is em 1999 16'" d . ra, te 0 momenta essa politica nao" ' , 70 Ot) trabalhadores an ton . _ .cia SOCLa I,sendo que esse percentual reduzi 1 omos contribuiarn pa ra a Previden-

ru-se para 5% em 200 I

26. No bolet im Conjuntura Social do MPAS ·c ' .'

t

_ . ' 0 entao seeretano-exec ti d Ivl· . "roo n urna visao ideologica de eunho n lib I d f u IVO 0 mrsteno e ex-min is-

" _ eo 1 era, e ende uma cobertura rnf . .que nao pode p re judi ca r 0 ruvel de bern t d ' ., 100ma e restnta do INSS e afirrna

- es a r 0 individuo 0 fato d lhescolha. Par vezes escolhera errado . _, e se e ofereeerem oportunidades de

, mas esta e uma forma de a di d ,.Dcve-se, portanto proj etar para urn fut ,. , . pren tza 0 propna do sistema democratico

, UfO proxuno vanas opcoe .68), Ora, como se alguern escolhesse I. ,s quant a ao s eguro s oc ia l" (Cech in , 2000:

. "' ' _ por tvre e espontanea vontad f dprevidenciaria e t ivesse como escolher tr I . e lear esempregado e sem cobertura

en e panos prcvidenciarios!

26

II

I

trata de "oportunidades de escolha'' por parte desses trabalhadores, e sim uma

imposicac do mercado de trabalho capitalista que tern como regra a exclusao

de parcela dos trabalhadores do processo produtivo

As experiencias intemacionais demonstram 0 enorme grau de dificulda-

de para se generalizar a cobertura previdenciaria para os trabalhadores autono-

mos. Destacam-se problemas como: a identificaC;ao, 0 financiamento e a con-

tribuiC;ao.Ademais, as profundas mudancas em curso no mundo do trabalho

acentuam ainda rnais essas dificuldades (Willians, 1999).

Conforme dados da PNAD de 2001 , no Brasi l, havia 34 ,8 milhoes de

contribuintes, sendo 29,8 para 0RGPS e 4,9 milh6es que contribuem para as

Regimes Proprios de Previdencia (RPPS). Do ponto de vista do recolhimento

para a Previdencia Social, do total dos 75,5 milhoes de pessoas ocupadas, ape-

nas 46,1% sao contribuintes, sendo 39,6% para 0 RGPS, au seja, excetuando

os assalariados com carteira assinada, a grande maioria dos trabalhadores nao

contribui para-e INSS. Essa situa~ao e mais grave ainda, tendo em vista 0 fato

de que cerca de 51,3% dos pobres brasileiros estao em familias chefiadas por

trabalhadores de ocupacoes precarias da economia (Neri, 2000).

. A reforma da Previdencia Social, aoincentivar a maior permanencia dos

trabalhadores no mereado de trabalho, contribui para aumentar a taxa de parti-

c ipacao da forca de trabalho - ind icador que reflete 0 nivel de engajamento

da populaC;aonas atividades produtivas, fomecendo uma aproxima~ao do vo-

lume de oferta da forca de trabalho imediatamente disponivel na economia-,

mensurada a partir da propon;ao da PEA sobre a PIA.

Essa maior pressao sobre 0mercado de trabalho pode ser sentida pela

_analise_dos dados das PNADs. No periodo de 1997 a 2001, a PEA no Brasil

cresceu 10,68%, significando urn acrescimo de 8 milh5es de pessoas na forca

de trabalho, bern inferior ao mimero de ocupaC;oes,que totalizou 6,1 milhoes.

A taxa de participaC;aoda PEAJPIA subiu de 60,13% (1997) para 60,46% (200

1

),sendo que 0 segundo maior acrescimo ocorreu na faixa etaria de 50 a 59 anos

que aumentou de 63,26% para 64,47%.

As mformacoes da taxa de participaC;ao da forca de trabalho urbana das

PNADs permitem compreender melhor umas das implicac;5es da reforma da

Prev idencia Social _ a maier permanencia no mercado de trabalho - , aci r-

rando a corrcorrencia na disputa de urn escasso posto de trabalho. Enquanto 0

erescimento populacional urbano da faixa etaria de 50 a 59 anos e acima de 60

27

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anos foi de 24,24% e 17 84% respectivamente a PEA, b' _, , "_' SU 1U em proporcao

superior: 30,22% (50 a 59 anos) e 202)% (acima de 60 ano) C '- ' S). om ISS0, a

pressao sobre 0mercado doetrabalho urbano para essas faixas de idade regis-traram urn aumentou supenor ao conjunto da PEA E ' ,

- , ' nquanto a taxa de partici-pa~a~ do conjunto da PEAJPIA evoluiu 1,73%, no perfodo de 1997 a 2001 0

crescrrnento no segmento de 50 a 59 anos foi de 4 82O/Co mai "_ , . , 0 0maJor crescimenro)

e na populacao acima de 60 anos, 2 ,04%,

A~alisando a_taxa, de ~ariac;ao da PEA comparativamente a populacao

economlca~e~te nao-anvs (mati va) por grupos de idade, no periodo de 1997 a

2002, a vanacao da PEA ativa na faixa etaria de 50 a 59 ano ' d b dvariacao d 1 seooroaanacao a popu acao ina tiva no mesmo segmento (PNAD, 1997 e 2001) U

fato que chama a atencao e 0 de que a PEA de rnulh irna d ,m, eres acnna e 60 anos

ap~ese~t~u urn mcremenlo de 33,15%, contra uma variacao de 17 11o/c tde matlVldade (PNAD 1997 200 ' 0 na axa

, " e 1), Esse fen6meno merece ser aprofundado,sendo que urna hipotese pro va vel e a maior dificuldade para as rnulh tdere ' , eres a en-

m aos reqmsltos necessarios para a aposentadoria pOI idadaos 60 . 1 a e, que ocorre

anos, com comprovar;ao de 15 anos de contribuic;ao,

Enqua,nto _0 tota l da PEA ocupada variou 8,84%, no perfodo de 1997 a2001, a oscilacao no gru d id d d

'" po e 1 a e e 55 a 59 an os foi de 23 27o/c (PNAD1997 e 2001), Estao no mercado det rabalho urbano 79 milh-' d O ,acima de 55 ' d '_ ~ , oes e pessoas

anos; estas, 4,6 mllhoes temacima de 60 anos sendo 16 ilhade mulheres com idade para aposentadoria (PNAD 2001)' D ' mi ao

_ , ' ,eve se ressaltarqu~ a popu~la~aocom l~a,deacima de 60 anos e considerada idosa." No Brasilos idosos te rn uma partrcipaca r, elevada no mercado de traba lho quand _Parada d -, , , 0 com

ao pa rao mternacionaj (Camarano, 2001),

APED realizada pelo Dieese nas regioes metropoli tanas de Recife Sal-

vador , Belo Horizonte, Sao Paulo, Por to Alegre e no Distri to Federal revela

urn aumento da taxa de partici - dd

. ipacao em to as as regioes exceto no Recifeestacando se as vari - id ' ,

- acoes ocom as na regiao metropolitana de Sao Paulo, de

2 7, Em que p ese 0 debate atual sobre 0 conceit d I _ ,

pol it ica nac iona l do idoso no Brasi l (Le i n" 8 842 4110111e99P40)Puc ao i do sa (v er Camar an o, 1 99 9 e 2 00 1) , a. " considera idose uma pe 60

rnais. A Organizacao Mundia! da S 'd (OMS) , . . ssoa com anos auau e tambem classifica a 1 - .

pafses em desenvulvimento como ida', . popu acao acima de 60 anos nos

I hada ·da a ti vidade econ6mica do ida s as e ~os P la ls es des envo lv ldos , acuna de 65 anos. Uma ana li se det a-

so n o rasi pode s er obt ida em Wajnman &Oliveira (1999),

28

61,7% (1997) para 63,5% (2002); Distrito Federal, 61,6% (1997) para 64,2%

(2002); e Porto Alegre, 54,0% (1997) para 57,5% (2002), Ao mesmo tempo

em que as taxas de desemprego subiram consideravelmente, exceto no Recife,

e las se mantem em patamar ac ima de 20% da PEA,

Enquanto a PEA cresceu em percentual superior a variacao PIA com in-

cremento de mais de 2 milhoes de trabalhadores no mercado de trabalho, no

perfodo de 1997 a 2002, 0 contingente de desempregados aumentou em mais

800 mil trabalhadores , atingindo 3,4 milhoes nas regioes pesquisadas pelo

Dieese.

Das 951 mil ocupacoes geradas de 1997 a 2002, nas regioes em que 0

Dieese realiza a pesquisa, exceto Recife, apenas 13% foram de carte ira de

trabalho assinada e mais 8% de postos de trabalho gerados pelo setor publico,

indicando, por tanto, que quase 80% das ocupacoes geradas estao fora do mi-

cleo estruturado do mercado de trabalho. As ocupacoes com carteira de traba-

lho assinada n~ssas regioes representavam, na media de 2002, apenas 38% dos

postos de trabalho,

A implantacao do fator previdenciario nas regras de calculo dos beneff-

cios de aposentador ia, a subst ituicao da aposentador ia por tempo de service

pela aposentador ia por tempo de contr ibuicao, a exigencia de urn "pedagio"

para acesso a aposentador ia proporcional sao cri terios mais duros , que im-

poem dificuldades para os trabalhadores do micleo estmturado do mercado de

trabalho e mais ainda para aqueles que passam a sua vida laboral em atividades

informais conseguirem a aposentadoria. A consequencia dessas regras, segun-

do 0 ex-ministro do MPAS, e "urn efetivo estimulo a permanencia em service

para aqueles que completam as requisites constitucionais para a aposentado-

ria" (Cechin, 2000: 65),

o corolario dessas modificacoes e a maior permanencia dos trabalhado-

res no mercado de trabalho cujas relacoes nao-assalariadas sao predominantes.

As mudancas potencializam e acirram a concorrencia entre os trabalhadores

por uma vaga no mercado e difi cul tam a renovacao dos postos de traba lho,

sobretudo para os jovens que ingressam no mercado. Assim, a eliminacao da

aposentadoria proporcional e as novas regras de contribuicao retardarao tanto

o ingresso de jovens no mercado de trabalho quanta a sa ida daqueles que ja

poderiam estar aposentados.

29

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A refonna da Previdencia vai de encontro a uma das principais alternari-

vas defendida por diversos autores" para combater 0 desemprego, que e a re-

ducao dajornada de trabalho, sem reducao de salario, Na logica dessa proposta

esta uma menor permanencia dos trabalhadores no mercado de trabalho me-

diante uma reducao efetiva no mimero de horas trabalhadas. 0 principio e bas-tante simples: "se os ocupados trabalharem menos horas por seman a, e possf-vel gerar novos empregos para que mais pessoas possam se inserir no mercado

de trabalho" (Boletim do Dieese, 1997: 7).

3 .1 0 b a ix o v a lo r d o s b e n ef i c io s c o m o e s tim u l o a v o lt a a o m e r c a d o d e t r ab a lh o

A reducao no valor dos beneffcios pagos no RGPS ocorre nao s6 pelas

perdas impostas a partir da adocao do fator previdenciario, mas tambem pela

f ixacao do teto nominal na epoca da reforma em R$ 1.200,00 e pelos cri terios

mais ngidos para a concessao da aposentador ia por tempo de contr ibuicao,

Essas modificacoes trazem implicacoes para 0 mercado de trabalho, poi s 0baixo valor dos beneficios de aposentadoria estimula 0 retorno dos aposenta-

dos a ativa. 0 retorno ao mercado de trabalho contribui para pressionar a taxa

de oferta de trabalho, dificultando a reducao da taxa de desemprego, a renova-

~ao do mercado e pressiona para baixo 0 valor dos rendimentos dos ocupados.

As alteracoes indicam urn novo rumo para a Previdencia Social, signifi-

cando urn reves da direcao apontada na CF/88 e na importancia que os rendi-

mentos das aposentadorias desempenham na renda das pessoas idosas e de

suas famflias, tanto no ambiente urbano (Camarano, 2001) quanta na area rural

(Delgado, 1997).

"Embora os valores de pens6es e aposentadorias sejarn, em geral, reduzidos,

esses beneficios tern se mostrado bastante importantesna renda do idoso e desuafamilia. Mantidas as atuais regras de aposentadoria, ou seja, dependente de

uma atividade economica formal, e considerando a flexibilizacao crescente do

mercado de trabalho, as chances de0 idoso futuropodercontarcom 0beneffcio

da aposentadoria, isto e, comum segura vitalicio, serao bem menores doque as

quecontamos idososde hoje. Alem disso, asmudancas previstasna reforma da

28. Vernesse sentido as obras dePochmann (2001). Navarro (1998) e Antunes (1995).

30

Previdencia visam it reducao do beneffcio, especialmenle para aqueles que tern

recebido 0 valor integral do salario." (Camarano, 1999: 379)

A reforma fixou 0 teto de beneffcios em R$ 1.200,00 corrigido anual-

mente de fonnar a preservar 0 seu valor real. Anterionnente, 0 teto era fixado

na legislacao infraconstitucional, e em geral a regra era 0 valor equivalente a

dez salaries mfnimos (SM). Na decada de 1980 chegou a se r vinte SMs. A

modificayao feita pela refonna permitiu que 0 governo adotasse criterios dife-

renciados para 0 reajuste dos beneffcios , alem da livre escolha do Indice de

reposi~ao inflacionaria, Com efeito, desde dezembro de 1998 0 MPAS vern

adotando indices diferenciados para correcao dos valores dos beneffcios acima

do piso previdenciario, que prevaleceu atrelado ao salario minimo.

Assim, enquanto 0 piso previdenciario, acompanhando 0 reajuste do

salar io mmimo, teve sen valor majorado em 66,7% no per iodo de 1/5/1997 a

31/3/2002, os demais beneffcios previdencianos acumularam apenas metade

desse reajuste:"36,40% (Informe da Previdencia Social, setembro de 2002).

Na epoca do debate da refonna da Previdencia Social, 0 teto deR$ 1.200,00era equivalente a dez SMs,29mas desde a promulgacao da reforma ocorreu urn

descolamento entre 0valor doteto e 0valor do salario mfnimo. Emjunho12003

o valor foi f ixado em R$ 1.869,43,0 que equivale a 7,8 SMs, 0menor teto (em

SM) desde aprovacao daEC n° 20. A passagem do cri terio anter ior - dez SMs

_ para urn valor nominal ja comportou, portanto, uma reducao do te to dos

beneficios superior aos 10% em quatro anos, provocando uma crescente incer-

teza quanto ao valor efetivo do teto dos beneffcios no futuro, principalmente

para parte das pessoas com renda superior ao teto previdenciario, alem de obri-

gar os trabalhadores a buscar 0 complemento~darenda_com a.volta ao mercado

de trabalho. Essa regra tambem serve de incentivo para a busca de comple-

mentacao da aposentadoria via fundo de previdencia privado, para os trabalha-

dores de renda "mais elevada", conforme criterios recomendados pelo Banco

Mundial (World Bank, 2000).

Assim, a participacao dos beneficios iguais a urn piso previdenciario (urn

SM) vern aumentando de maneira consideravel no conjunto debeneficios emi-

tidos pela Previdencia Social. Em 1997, menos da metade dos beneffcios equi-

29.0 salario minimo vigente noBrasil noperiodo demaioll997 a abril!l998 era R$ 120,00,

31

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I-I i

.

J

II

jI 'I

valiam a urn SM; ja em 2002 essa proporcao subiu para 63,64%. Em dezem.

braI2002, 75% dos beneficios emitidos pela Previdencia Social tinham valor

abaixo ou igual a dois pisos previdenciarios (Informe da Previdencia Socialjaneiro de 2003). '

Convem lembrar a hist6rica defasagem do SM que, de acordo com 0

Dieese (2003), equivalia em junho/2003 a apenas 29,64% do valor real" da

data de sua en trada em vigor em julho de 1940. Em que pesem os rea justes

concedidos nos t il timos anos, os valores regis trados entre 1994 e 2002 sao osmenores da hist6ria do SM.

. Uma alteracao s ignificativa diz respeito ao valor dos beneffcios pagos ,

P~l~ as aposentador ias concedidas apos a reforma sao, na sua maior ia, pelo

cnteno de idade, cujo valor e, em media, tres vezes menor que os beneffcios

das aposentadorias por contribuil;ao (AEPS infologo, 2001). ° baixo valor

pode, assim, ser mais urn motivo que desencoraja a filiacao previdenciaria dos

trabalhadores autanomos e dos ocupados em insercoes precariss no mercado

de ~rabalho, ja que "as decis5es do mercado de trabalho no inicio da vida pro-

dutiva dependern nao s6 da relacao marginal entre contribuicoes e beneffciosmas do efeito do aumento nos ganhos sobre 0 pacote total das pensoes" (Barr'2001: 115). '

°reduzi.do valor tambem penaliza quem trabalhou a vida inteira, pois as

despesas dos idosos nao sao inferiores a s das pessoas de faixa etaria menor.

Em particular, alimentacao, vestuario, moradia, transporte, higiene pessoal

podem ser consideradas iguais, enquanto os gas tos com saiide sao maiores.

Dessa maneira, mesmo recebendo 0beneffcio da Previdencia, muitas vezes os

aposentados se tomam economicamente dependentes de terceiros ou buscam

uma complementa. ;:aode renda per-intermedin de alguma nova insercao no

mercado de trabalho. Tendo urn maior contingente a pracura de ocup~qao, 0

desemprego nso diminui e a remuneracao dos empregados tem dif iculdade

para elevar-se.

. _Os baixos vaJores da aposentador ia ajudam a explicar por que quase 6

mllhoes de aposentados e pensionistas estao de volta ao mercado de trabalho

montante que cresceu 13% ern relacao a 1997, conforme dados daPNAD (1997):

3 0. V al or d ef la ci on ad o p el o fn di ce d e Cust o d e V id a ( lCV) d oD i ee se e n a s e n e historica e conside-rado 0 v al or q ue v ig or av a n a e po ca n o mun ic ip io d e S ao P au lo .

32

Mais de 40% dos homens que recebem aposentadoria e pensao da Previdencia

Social e quase 1/3 das mulheres na mesma situacao integram a populacao eco-

nomicamente ativa do Brasil (PNAD, 2001).

° retorno dessas pessoas ao trabalho contribui tambem para pressionar

negativamente a rernuneracao dos trabalhadores em atividade. Os dados daPED-Dieese revelam que em todas as regioes metropolitanas a remuneracao

dos ocupados apresenta queda nos ultimos anos.

A politica previdenciaria poderia funcionar como reguladora da oferta

da forca de t rabalho, reduzindo uma parcela da PEA que esta no mercado,

particularmente acima de 55 anos, via pagamento de beneffcios de aposenta-

dor ia. Com isso, aliviar ia a pressao sobre a oferta de trabalho, contr ibuindo

para a reducao nas taxas de desemprego. Ademais, urn maior cO,ntingentede

pessoas na PEA e desempregadas pressiona 0 valor da rernuneracao dos ocu-

pados para baixo, 0 que impede 0 necessario crescimento da renda.

Se no passado 0 sistema previdenciario brasileira foi urn dos motivos de

reducao da PEA, contr ibuindo para a estruturacao do mercado de trabalho e

aliviando as tensoes sobre as taxas de desemprego, 0mesmo nao se pode afir-mar da recente reforma. Hoje a Previdencia, ao contrar io , incentiva a maior

permanencia dos trabalhadores no mercado de trabalho e, pior, em uma con-

juntura em que 0 emprego e escasso.

4 . C o n s id e ra c 6 e s f i n a i s

No Brasi l, a estruturacao do mercado de trabalho foi fundamental para a

consolidacao da Previdencia Social, construfda na 16gicado segura social, que

tem como base de f inanciarnento principal a contr ibuicao dos empregados c

empregadores. A cri se no mercado de trabalho , a part ir da decada de 1980,

minou a principal base de financiamento daPrevidencia Social. Em 2001, menos

da metade da populacao economicamente ativa contribufa para0sistema pre-

videnciario, significando que 40 milhoes de trabalhadores nao tern nenhuma

protecao previdenciaria. Trata-se de urn grave problema social a ser adminis-

t rado pe lo Estado brasi le iro, que passa por uma agenda reformista (a inda

inconclusa) a partir de 1990.

°Brasil, conjuntamente com outros pafses da America Latina, realizou

uma reforma no sistema previdenciario inspirado nas recomendacoes do Ban-

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c -

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co Mundial. As mudancas foram no sentido contrario a necessidade de melhor

aparelhar 0 sistema contra os riscos sociais crescentes: 0 envelhecimento da

populacao sem uma protecao social adequada e urn mercado de trabalho mais

precario, incapaz de proporcionar empregos formais e de longa duracao para a

maioria dos ocupados. As novas regras nao trouxeram solucoes sociais a essesriscos, limitando-se a propor medidas a serem adotadas individualmente pelos

segurados, pautadas por restricoes no acesso e no teto dos beneffcios, Portanto,

nao foi uma reforma inclusiva, no sentido da ampliacao do acesso ao sistema

previdenciario para trabalhadores excluidos da Previdencia Social. Ao contra-

rio, as modificacoes realizadas sao antonimas dos direitos assegurados na Cons-

tituicao de 1988, que, embora tenha mantido a logic a do seguro previdencia-

rio, possibilitou a ampliacao dos beneffcios de aposentadorias para urn conjun-

to maior de trabalhadores.

A reforma da Previdencia brasileira de 1998para os trabalhadores vincula-

dos ao RGPS se caracterizou pela reducao dos benef icios, por res tr icoes ao

acesso e, ainda, por induzir uma maior permanencia dos trabalhadores em ativi-

dade, contribuindo para agravar a dificuldade de absorcao de novas pessoas nomercado de trabalho. Essa dificuldade decone tambern da reducao dos beneff-

cios dos que ja se aposentaram, que, nao raramente, sao assim forcados a bus-

car urn complemento de renda pelo retorno ao trabalho. Outro efeito perverso

ocorre sobre asremuneracoes: a maior oferta de mao-de-obra tende a provocar

uma remuneracao media menor . 0 Estado que prejudica 0 trabalhador pela

irregularidade das contribuicoes previdenciarias e 0mesmo que dedica poucos

recursos para a fiscalizacao do mercado de trabalho. Nesse sentido, falta uma

visao articulada das politicas piiblicas.

Umas das primeiras consequencias da reforma e a reductio drdstica na

concessdo das aposentadorias por tempo de contribuicdo: Isso implica que, apos

a reforma, a idade media dos aposentados brasileiros no momenta de concessao

da aposentadoria vern subindo tanto com relacao aquelas concedidas pelo crite-

r io de "tempo de contribuicao" quanta com relacao aquelas concedidas pelo

criterio de "idade", Este estudo revelou que a idade media das aposentadorias,

no perfodo dejaneiro a maio de 2003, concedidas por "tempo de contribuicao"

foi de 53,4 anos. Nas aposentadorias urbanas concedidas pelo criterio da "idade"

- que equivalem, em media, a 2/3 dos beneffcios concedidos (exc1uindo a apo-

sentadoria por invalidez), em 2002 - , os homens estao se aposentando com

idade media de66,1 anos e asmulheres aos 61,4 anos deidade. 0 Bras il vern se

34

'\

tornando umpais de elevada exigencia para 0 gozo do beneficio de aposeruado-

ria. A situacao e agravada pelo fato de a participacao dos idosos ser elevada nomercado de trabalho, pela inexistencia de urn estado de protecao social universal

e de urn mercado de trabalho com predominio de ocupacoes nao-assalariadas.

Com efeito, os trabalh~dores brasileiros vern permanecendo mais tempo no mer-cado de trabalho, cujas ocupacoes predominantes sao de caniter precarizados, 0

que dificulta inclusive 0 cumprimento da carencia das contribuicoes exigidas

pela Previdencia Social na concessao das aposentadorias.

Uma outra irnplicacao importante da reforma da Previdencia Social e a

reductio no valor das aposentadorias concedidas pelo RGPS. Isto ocorre por

dois motivos: primeiro pela retirada do texto constitucional dos criterios de

calculo dos beneffcios, que foram substituidos pela adocao do fator previden-

ciario, abarcando urn amplo perfodo para 0 calculo do valor da aposentadoria,

o que tende a reduzir 0 valor medio dos benef icios; a segunda alteracao e a

fixacao do teto nominal dos beneffcios desvinculado do SM, permitindo que 0

MPA S adote reajustes diferenciados entre 0 piso dos beneffcios e as aposenta-

dorias acima de urn salario mfnimo, que passaram a ter correcao infer ior aoreajuste do piso previdenciario.

A pesquisa confirrnou a hip6tese de que a reforma da Previdencia vern

incentivando a permanencia dos trabalhadores por mais tempo em atividade

no mercado de trabalho. Com isso vern ocorrendo um aumento do tamanho da

PEA acima do crescimento da PIA, implicando urn acirramento da concorren-

c ia da oferta da forca de trabalho. Os dados da PNAD revelam que a taxa de

participacao aumentou proporcionalmente mais nas faixas etarias acima de 50

anos. A maior permanencia dos trabalhadores em atividade em virtude de cri-

terios mais rfgidos para a obtencao da aposentadoria e 0 retorno dos aposenta-

dos ao mercado em busca de cornplementacao da renda contr ibuiram para

aumentar a pressiio sabre as taxas de desemprego - que batem recordes em

todas as pesquisas - e sobre a quantia da remuneracao, que nas regioes pes-quisadas pela PED registraram os menores valores nos ultimos cinco anos.

Todas as implicacoes apontadas e analisadas ao longo des ta pesquisa

configuram tendencias que contribuem para agravar e desestruturar ainda mais

o mercado de trabalho no Brasi l. 0 efeito futuro deve ser sobre a pr6pria base

de financiamento da Previdencia Social. A analise precisa ser aprofundada em

pesquisas futuras, ja a luz do termino de transicao da regra do fator previden-

ciario e das carencias das contribuicoes para aposentadoria por idade.

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Abstract: This article analyses the reform in the social security occurred in 1998and expl it. I' . ores I sImp ica tions on the Brazilian work marke t. This s tudy shows tha t the main changes done by the

SOCIa lsecunty . reform tha t bnng implica tions on the work marke t a re : the change of work time

cntena by thenme of contribution andthe postponing retirement bytime of contribution; the adoption

of the secunty fac tor and the creat ion of a nominal level for the benef its. The corolla ry is longer

employee permanence in the work marke t and the sea rch of a revenue addit ion with the return towork o f the ret ir ed p eople. With thes e fa ctor s, i t i s h appening an increas e on the si ze o f the

EconomIca.lly Active Population higher than the increase of the Population in Active Age im I" 0. . . ' P yIn",

ll1 an mcuernent on the concurrence of the work power offer.

Keywords: social security; work market; reform.

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