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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA INCIDÊNCIA DE PNEUMONIA LOBAR E DERRAME PLEURAL ASSOCIADO EM CRIANÇAS INTERNADAS NA ENFERMARIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SÃO FRANCISCO Bragança Paulista 2007

INCIDÊNCIA DE PNEUMONIA LOBAR E DERRAME PLEURAL …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/1559.pdf · Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Disciplina de TCC do

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE FISIOTERAPIA

INCIDÊNCIA DE PNEUMONIA LOBAR E DERRAME

PLEURAL ASSOCIADO EM CRIANÇAS INTERNADAS

NA ENFERMARIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO SÃO FRANCISCO

Bragança Paulista

2007

Ana Paula Bueno

Maria Carolina Ribeiro

INCIDÊNCIA DE PNEUMONIA LOBAR E DERRAME

PLEURAL ASSOCIADO EM CRIANÇAS INTERNADAS

NA ENFERMARIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO SÃO FRANCISCO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Disciplina de TCC do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco sob orientação da Professora Patrícia Teixeira Costa como exigência parcial para conclusão do curso de Graduação.

Bragança Paulista

2007

BUENO, Ana Paula, RIBEIRO, Maria Carolina. Incidência de Pneumonia Lobar e

Derrame Pleural associado em crianças internadas na Enfermaria Pediátrica do

Hospital Universitário São Francisco. Monografia defendida e aprovada na

Universidade São Francisco em 05 de dezembro de 2007 pela banca examinadora

constituída pelas professoras

____________________________________________________________________ Profª. Patrícia Teixeira Costa

USF – Orientadora Temática

____________________________________________________________________ Profª. Rosimeire Simprini Padula

USF – Orientadora Metodológica

____________________________________________________________________ Ft. Maria Carolina Salomão

USF – Banca Examinadora

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à Deus, pela vida, por minha família e saúde perfeita...

Por me fazer forte e incansável, por não desistir, apesar dos obstáculos...

Aos meus pais, Benedito e Maria Antonia, que tornaram possível um sonho...

Que apesar da luta, souberam vencer e me passar belos exemplos... Que por inúmeras

vezes me apoiaram com palavras de incentivo e compreensão... Pelo exemplo de

confiança e amor incondicional... Pela disposição em me auxiliar, mesmo que isso

requeresse um esforço extraordinário de suas partes por buscarem sempre o melhor para

mim.

Às minhas irmãs, Mariana e Thais, que por inúmeras vezes me ajudaram com

trabalhos, pesquisas e sempre que a ansiedade e o nervosismo apareciam, elas me

acalmavam com um belo exemplo... com amor, afeto e compreensão...

À minha avó, Maria Sebastiana, que várias vezes me aconselhou, sabendo me

mostrar o melhor caminho a seguir...

À cada um dos meus amigos conquistados durante todos esses anos, que sempre

estiveram ao meu lado, nas melhores ou piores horas, tornando cada dia desta jornada

inesquecível...

Às minhas amigas, Ana Paula, Isabela e Maria Natalia, que apesar de amigas,

tornaram-se irmãs, conselheiras durante todo o tempo que passamos juntas... Por nossas

incontáveis risadas, trapalhadas, histórias, que nunca sairão da minha memória...

À minha amiga e companheira deste trabalho, Ana Paula Bueno, pela

compreensão, forca de vontade e dedicação para a realização deste trabalho.

À minha querida professora, orientadora e amiga Patrícia Teixeira Costa, que me

deu a honra de me orientar, pela tranqüilidade, entusiasmo, paciência e dedicação, me

ajudando na realização deste trabalho...

À professora Rosimeire Simprini Padula, por sua atenção, paciência, carinho,

sempre me guiando ao melhor caminho.

À todos os professores do Curso de Fisioterapia, que, durante a Graduação,

contribuíram para o meu crescimento humano e profissional...

MARIA CAROLINA RIBEIRO

AGRADECIMENTOS

À Deus, criador de todo o universo, autor da minha vida, que me deu a

oportunidade de iniciar este curso e forças para terminá-lo, apesar das dificuldades.

Aos meus pais, Tereza e Sebastião, que durante todo esse tempo, não mediram

esforços e batalharam muito para sempre buscar o melhor para mim.

Aos meus irmãos Sueli, Suzana e Alex que, durante todo esse tempo, me

ajudaram e sempre estavam disponíveis para o que eu precisasse.

Aos meus subrinhos Marcela, Rafaela, João Marcos e Alanys que apesar de

crianças me ajudaram, digitando ou em pesquisas na Internet, e que aprenderam que

nada se consegue se não correr atrás.

Às minhas amigas Josiane, Isabela, Ana Paula, Maria Natália e Camila que me

proporcionaram muitos momentos felizes e especiais nesta jornada, e que sempre

estiveram ao meu lado nas horas boas e horas ruins durante esse tempo que convivemos

juntas e que sempre levarei na minha memória.

À minha amiga, parceira e companheira Maria Carolina que sempre me ajudou,

tendo muita atenção, compreensão e dedicação para que este trabalho se concluísse.

À minha orientadora e amiga Patrícia Teixeira Costa, que me ajudou e me

incentivou neste trabalho e nesse período da minha vida.

À professora Rosimeire Simprini Padula, que foi um grande exemplo de

dedicação para realização deste trabalho.

ANA PAULA BUENO

DEDICATÓRIA

À Deus, razão maior da nossa existência. À minha família, as pessoas mais importantes de minha vida, meu firme alicerce, valor e caráter. Aos pacientes, minha real motivação deste trabalho.

MARIA CAROLINA RIBEIRO

DEDICATÓRIA

Ao Meu Pai, Dedico esse trabalho ao meu pai Sebastião Pereira Bueno (in memorian), que sempre me incentivou e me mostrou o caminho certo a seguir, me ajudando e me acolhendo nas horas mais difíceis da minha vida e que mesmo não estando presente neste momento, sei que de algum lugar esta torcendo por mim.

ANA PAULA BUENO

“Não sei... se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos os corações das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que consola, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrimas que correm, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá a vida, é o que faz com que ela não seja curta, nem longa demais, mas... que seja intensa verdadeira pura, enquanto durar.”

(Cora Coralina)

BUENO, Ana Paula, RIBEIRO, Maria Carolina. Incidência de Pneumonia Lobar e

Derrame Pleural associado em crianças internadas na Enfermaria Pediátrica do

Hospital Universitário São Francisco. 2007, p.47. Monografia entregue ao curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

RESUMO Introdução: As infecções respiratórias agudas são uma das causas mais importantes de morbidade e mortalidade na infância. As pneumonias são infecções das vias aéreas inferiores, onde se tem um processo inflamatório que atinge alvéolos, bronquíolos e espaço intersticial. O derrame pleural associado à pneumonia é denominado derrame pleural parapneumônico, podendo ser complicado ou não complicado. O tratamento clínico se baseia em antibioticoterapia e intervenção pleural. O tratamento fisioterapêutico promove melhora da função pulmonar, minimiza ou evita complicações respiratórias, mantém a expansibilidade torácica e os volumes e capacidades pulmonares, auxilia na absorção do líquido pleural e evita possíveis formações de aderências pleurais. Objetivo: avaliar a incidência de crianças internadas com Pneumonia Lobar associada ao Derrame Pleural na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco (HUSF). Método: Foram incluídas no estudo todas as crianças com diagnóstico de Pneumonia Lobar e Derrame Pleural associado, com idades variadas entre 0 e 12 anos, internadas na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco, no período entre 01 de fevereiro e 30 de junho de 2007. Foram utilizados para o estudo prontuários hospitalares das crianças internadas e ficha de avaliação, onde os dados foram anotados a analisados posteriormente. Resultados: Neste estudo, foram analisados 354 prontuários de crianças com idade de 0 a 12 anos. Dentre as crianças internadas, 24 (6,77%) crianças apresentaram diagnóstico de Broncopneumonia, 12(3,38%) apresentaram diagnóstico de Pneumonia e 13(3,67%) apresentaram Pneumonia Lobar. Dentre as 13 crianças que apresentaram Pneumonia Lobar, 3 evoluíram com Derrame Pleural associado. As demais crianças 304(86,18) apresentaram outras patologias Conclusão: Este estudo mostrou uma baixa incidência de crianças internadas na Enfermaria do HUSF com pneumonia associado ao derrame pleural. O tratamento clínico associado ao tratamento fisioterapêutico promove melhora da função pulmonar e qualidade de vida pra as crianças.

Palavras-chave: incidência, criança, pneumonia, derrame pleural, fisioterapia.

ABSTRACT Introduction: Acute respiratory infections are one of the main causes of morbidity and mortality on infants and childhood. Pneumonias are infections of lower air ways, where the inflammatory process may affect alveoli, bronchi and intersticial space. The pleural effusion associated to pneumonia is called pleural parapneumonic effusion, can be complicated or non complicated. Clinical treatment is based on antibiotic therapy and pleural intervention. Respiratory physiotherapy promotes better function of lungs minimizing and avoiding respiratory complications, keep thoracic expansion a the volume of lung capacity, it helps in the absorption of pleural liquid and avoid possible adherence of pleura. The aim of the study was to assess the incidence of children admitted with lobular pneumonia associated to pleural effusion on Pediatric Ward of the University Hospital of the University of Sao Francisco (HUSF). Method: All children with the diagnose of Lobular Pneumonia associated to pleural effusion admitted from February 1st to June 30th of 2007 in Pediatric ward of HUSF with ages varying from 0 to 12 years were included in the study. It was used for the study hospital files of in-patients children and a assessment chart for registering cases for posterior analysis. Results: 354 files of children from 0 to 12 years were analyzed. Among the in-patient children admitted in pediatric ward 24 (6,77%) were diagnosed with Bronchial pneumonia, 12 (3,38%) presented the diagnose of Pneumonia and 13 (3,67%) presented Lobular Pneumonia. Among these 13 children, three had pleural effusion associated. The rest of children, 304 (86,18%) presented other diagnoses. Conclusion: this study demonstrated a low incidence of in-patient children in Pediatric Ward of HUSF with Lobular Pneumonia associated to pleural effusion. Clinical treatment associated to respiratory physiotherapy promotes improvement of lung function and quality of life for children. Key-words : incidence, children, pneumonia, pleural effusion, physiotherapy

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 15

1.1 Considerações Gerais sobre Pneumonia......................................................15 1.2 Considerações Gerais sobre Derrame Pleural Parapneumônico .................17 1.3 Abordagem Terapêutica Clínica..................................................................19 1.4 Abordagem Fisioterapêutica........................................................................22

2. OBJETIVOS......................................................................................... 25

2.1 Objetivo Geral .............................................................................................25 2.2 Objetivo Específico .....................................................................................25

3. MÉTODO.............................................................................................. 26

3.1 Casuística.....................................................................................................26 3.1.1 Critérios de inclusão .............................................................................26 3.1.2 Critérios de exclusão.............................................................................26

3.2 Materiais ......................................................................................................26 3.3 Procedimento...............................................................................................26 3.4 Análises de Dados .......................................................................................27

4. RESULTADOS..................................................................................... 28

5. DISCUSSÃO......................................................................................... 34

6. CONCLUSÃO ...................................................................................... 38

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................... 39

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 40

ANEXOS.......................................................................................................

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1. Incidência dos Tipos de Pneumonias...................................................29 GRÁFICO 2. Incidência de Pneumonia Lobar e Pneumonia Lobar associada ao

Derrame Pleural................................................................................................................30

GRÁFICO 3. Procedência das crianças estudadas .....................................................31

GRÁFICO 4. Incidência do sexo entre as crianças estudadas...................................32

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Dados coletados das 3 crianças diagnosticadas com Pneumonia Lobar e Derrame Pleural associado...............................................................................................33

LISTA DE SIGLAS

OMS - Organização Mundial de Saúde PA - Póstero-anterior PH - Potencial de hidrogênio DHL - Desidrogenase lática VAS - Vias Aéreas Superiores DPP - Derrame Pleural Parapneumônico HUSF- Hospital Universitário São Francisco

1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais sobre Pneumonia

As infecções respiratórias agudas são uma das causas mais importantes de

morbidade e mortalidade na infância, principalmente em países em desenvolvimento. No

Brasil, são responsáveis por 11% das mortes em crianças com idade inferior a um ano e

13% em crianças entre 1 e 4 anos (RODRIGUES et al., 2002).

Segundo Rozov (2004), as pneumonias agudas são, por definição, infecções das

vias aéreas inferiores, onde se tem um processo inflamatório que atinge alvéolos,

bronquíolos e espaço intersticial. Esta infecção pode vir decorrente de aspiração de

secreções infectadas das vias aéreas superiores, por via hematogênica ou por

contigüidade. As pneumonias podem ser adquiridas por vírus, bactérias e por outros

agentes etiológicos.

Existem alguns fatores que tornam o indivíduo mais susceptível às infecções

respiratórias, entre eles, faixa etária, sexo feminino, desnutrição, baixo peso ao nascer,

viroses prévias, deficiências imunológicas, doenças de base, poluição e más condições

de habitação e sanitários (GOMES, 2000; RICCETTO et al., 2000).

Silva (2001) e Rodrigues et al. (2002) consideram que a etiologia das pneumonias

agudas representa um enorme desafio por ter uma grande diversidade de agentes

envolvidos e a dificuldade de obtenção de material das vias aéreas, sendo assim, o

agente etiológico mais provável é determinado de acordo com a faixa etária, o estado

imunológico, a sazonalidade e a origem do paciente, hospitalar ou domiciliar.

O início dos sintomas é súbito, podendo cursar com infecção das vias aéreas ou

com virose específica. As manifestações dominantes são febre, dispnéia com taquipnéia,

tosse (produtiva ou seca), retrações da parede torácica, macicez ou submacicez à

percussão, estertores crepitantes e respiração soprosa, calafrio, batimento de asa de nariz

e gemido ao tossir ou expirar. A persistência de calafrio pode indicar complicações

como derrame pleural. Para pacientes com alterações neurológicas, cefaléia ou agitação,

devem ser realizados exames neurológicos, visando a procura de sinais meníngeos

(BETHLEM, 2004).

Tarantino (1997) afirma que o streptococcus pneumoniae (pneumococo), quando

instalado, causa lesões alveolares, engurgitamento dos capilares e acúmulo de exsudato

inflamatório no interior dos alvéolos sob o aspecto de um líquido rico em fibrina,

leucócitos, hemácias e bactérias. Posteriormente, tem-se a chegada dos macrófagos que

removem os restos celulares bacterianos. Este processo pode ocorrer em um segmento

ou lobo (pneumonia lobar ou segmentar) ou pode atingir outras partes do pulmão

(broncopneumonia). O pneumococo pode também atingir a pleura, através dos vasos

linfáticos, provocando, como conseqüência, o derrame pleural.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para a obtenção do

diagnóstico clínico de pneumonia, a presença de taquipnéia e tiragens intercostal e

subcostal são suficientes, porém, tradicionalmente, observam-se os dados da anamnese,

estertores crepitantes, taquipnéia, tosse, febre alta, dispnéia e batimento de asa de nariz.

Tipicamente, a pneumonia bacteriana caracteriza-se por seu início agudo, toxemia, tosse

produtiva e dor pleural ou abdominal. (SILVA, 2001).

Rodrigues et al. (2002) relatam que o diagnóstico de pneumonia, através de

exames laboratoriais, pode ser dividido em três métodos: método microbiológico, onde

os materiais de maior eficácia são amostras de biópsia pulmonar (obtidas através de

toracotomia ou punção por agulha), líquido pleural, sangue e lavado bronco-alveolar;

método imunológico, com o exame sorológico, detecção de antígenos e marcadores de

resposta inflamatória e, por último, o método de detecção do DNA do patógeno.

A realização de exames radiológicos é importante para se obter a confirmação

diagnóstica e avaliar a progressão da doença. Geralmente, para o diagnóstico de

pneumonia, a radiografia é realizada sob a incidência radiológica pôstero-anterior (PA).

Os achados radiológicos incluem opacidade heterogênea no parênquima, broncograma

aéreo, trama vasobrônquica espessa, elevação discreta do diafragma e uma pequena

redução volumétrica do pulmão. Na pneumonia bacteriana, a imagem radiológica pode

demorar a regredir, desaparecendo dias ou semanas após a normalização clínica

(BETHLEM, 2004; ROZOV, 2004).

Para se obter o diagnóstico diferencial, conta-se com exames físicos, laboratoriais

e radiológicos, sendo algumas afecções do sistema cardiorrespiratório como

Insuficiência Cardíaca Congestiva, Bronquite, Asma, Bronquiolite, entre outras, as mais

comumente confundidas (ROZOV, 2004; BALDACCI, 2006).

Pode-se citar como complicações da pneumonia: Insuficiência Respiratória Aguda,

Pneumotórax, Broncopneumonia, Atelectasia, Empiema e Derrame pleural, sendo esta

sua maior complicação (RICCETTO et al., 2000).

1.2 Considerações Gerais sobre Derrame Pleural Parapneumônico

O derrame pleural associado à pneumonia é denominado derrame pleural

parapneumônico, podendo ser complicado ou não complicado. O derrame pleural

complicado apresenta exsudato que pode ser purulento, germes na cultura, pH menor

que 7,0, glicose menor que 40 mg/dl e desidrogenase lática (DHL) maior que 1.000 Ul/l.

O empiema (acúmulo de pus intrapleural) é o típico derrame pleural parapneumônico

(DPP). O derrame pleural não complicado apresenta exsudato reacional à infecção

pulmonar, não purulento, pH maior que 7,2, glicose maior que 40 mg/dl e desidrogenase

lática menor que 1.000 Ul/l (FRAGA & KIM, 2002; BRITTO et al., 2005)

O derrame pleural parapneumônico pode progredir para três fases se não for

adequadamente tratado. A primeira fase é denominada fase exsudativa, onde ocorre a

efusão de um líquido originado do espaço intersticial do pulmão, contendo pequena

quantidade de leucócitos, DHL, pH e glicose em níveis moderados, pode ser drenado e o

pulmão expandir rapidamente. A segunda fase é denominada fase fibrinopurulenta, que

ocorre pela invasão de bactérias para o espaço pleural. Neste período, há acúmulo de

líquido pleural contendo muitos leucócitos, bactérias e restos celulares, posteriormente

pode haver a formação de septos com loculação do derrame, causados pelo depósito de

fibrina sobre as pleuras visceral e parietal. Neste estágio, o líquido pleural tende a

apresentar baixos níveis de pH e glicose e altos valores de DHL e o pulmão só expande

se houver a ruptura dos septos e remoção da fibrina. A terceira fase é a fase organizada,

onde há fibroblastos nas superfícies de ambas as pleuras, formando uma membrana

espessa e inelástica que envolve o pulmão, diminuindo sua expansibilidade. Neste caso,

o líquido é espesso e, mesmo se houver a remoção de todo o líquido e fibrina, não

ocorrerá a expansão completa do pulmão (FRAGA & KIM, 2002)

O diagnóstico clínico do derrame pleural parapneumônico é feito através da

anamnese e do exame físico, podendo-se encontrar sintomas característicos da doença de

base como: tosse produtiva, dor torácica aguda durante a inspiração, tosse e dispnéia,

sendo que estes sintomas podem ser modificados com a mudança de decúbito. Durante o

exame físico, pode-se encontrar diminuição da incursão torácica, submacicez ou

macicez à percussão, diminuição do frêmito tóraco-vocal, diminuição ou abolição do

murmúrio vesicular e estertores crepitantes, abaulamento de espaços intercostais e

escoliose côncava no lado do hemitórax acometido (ROZOV, 2004).

Para se obter um diagnóstico preciso de derrame pleural, é necessário à realização

de radiografia do tórax, que se encontra, inicialmente, com obliteração do ângulo

costofrênico, quando realizada na incidência póstero-anterior, e imagem triangular

radiopaca com base no diafragma. Quando a radiografia é realizada em decúbito lateral,

encontramos uma imagem radiopaca na margem lateral do hemitórax acometido, isto

porque, nesta posição, temos o deslocamento gravitacional do líquido. Em casos mais

graves, observamos opacidade homogênea em todo hemitórax, desvio da área cardíaca,

do mediastino e da traquéia para o lado contralateral, preenchimento ipsilateral dos

espaços intercostais e rebaixamento diafragmático (ROZOV, 2004)

A tomografia computadorizada é interessante pois delimita o derrame pleural em

toda sua extensão e fornece a densidade do constituinte do derrame, facilitando o

diagnóstico. Mas o exame de maior importância, além da radiografia de tórax, é a ultra-

sonografia, pois identifica e localiza os derrames, permitindo assim, a marcação exata do

ponto a ser puncionado (TARANTINO, 1997).

O exame laboratorial é feito através da toracocentese e da biópsia pleural. Após a

realização da toracocentese, é feita a análise do aspecto e da cor do líquido pleural. Em

seguida, é encaminhado para o exame bacteriológico e bioquímico (pH, glicose,

leucócitos, desidrogenase láctica). Alguns testes para a identificação rápida de antígenos

estão sendo usados para a detecção precoce do agente causal do processo pneumônico

(SILVA, 2001; FRAGA & KIM, 2002)

1.3 Abordagem Terapêutica Clínica

Devido à dificuldade do pronto diagnóstico etiológico das pneumonias, o

tratamento instituído é empírico. A primeira decisão a ser tomada é quanto a necessidade

de hospitalização. Crianças que apresentarem pneumonia grave ou muito grave deverão

receber assistência hospitalar através da terapêutica antimicrobiana iniciada por via

endovenosa (CARVALHO & MARQUES, 2004).

As principais indicações de hospitalização em crianças com pneumonias são:

idade inferior a 2 meses, tiragem subcostal, convulsões, sonolência, estridor em repouso,

desnutrição grave, ausência de ingestão de líquidos, sinais de hipoxemia, doença de base

debilitante (cardiopatia, pneumopatia crônica, doença falciforme, derrame pleural,

abscesso pulmonar, pneumatocele, falha de terapêutica ambulatória e problema social)

(PAIVA, et al., 1998).

Os pacientes que podem ser tratados ambulatorialmente devem ser reavaliados nas

primeiras 48 horas após o tratamento de modo a assegurar boa resposta terapêutica. Os

pacientes também deverão receber orientações acerca dos cuidados gerais como oferta

farta de líquidos por via oral para manter a hidratação, oferta alimentar conforme o que

for melhor aceito pelo paciente, desobstrução das vias aéreas superiores (VAS) através

de medidas habituais de higiene, uso de broncodilatadores quando necessário e

encaminhamento imediato à Unidade de Saúde na presença de qualquer sinal de

gravidade (McCRACKEN, 2000).

Para o tratamento ambulatorial para crianças com idade superior a dois meses, a

terapêutica antimicrobiana deverá ser dirigida principalmente para streptococcus

pneumoniae e haemophilus influenzae , justificando a indicação de penicilina procaína

por via intramuscular ou amoxilina por via oral durante 7 a 10 dias (McCRACKEN,

2000).

Se o paciente não apresentar melhora ao ser reavaliado, mas também não houver

indicação de assistência hospitalar, o antimicrobiano pode ser substituído por outros que

sejam resistentes à ação das betalactamases. Quando a suspeita clínica for chlamydia

trachomatis, chlamydia pneumoniae, bordetella pertussis, a opção deve ser um dos

macrolídeos, preferencialmente a eritromicina, por 14 dias (PAIVA, et al., 1998).

Para crianças com menos de dois meses de idade, o tratamento será sempre

iniciado através da internação hospitalar, empregando a associação de ampicilina e

aminoglicosídeo ou ampicilina associada à cefalosporina de 3ª geração (cefotaxima ou

ceftriaxona). Essa associação visa o tratamento dos agentes como streptococcus do

grupo B, enterobactérias, listeria monocytogeneses. O aminoglicosídeo pode ser

gentamicina, amicacina ou tobramicina, devendo a escolha ser baseada no perfil

regional da resistência bacteriana (CARVALHO & MARQUES, 2004) (ANEXO IV)

Para as crianças com mais de dois meses de idade e que necessitam de tratamento

hospitalar, o antimicrobiano deverá ser escolhido conforme a gravidade. Para os casos

mais graves, inicia-se a penicilina cristalina ou a ampicilina e para os casos muito

graves, usa-se a oxacilina associada ao cloranfenicol ou a ceftriaxona (CARVALHO &

MARQUES, 2004) (ANEXO IV)

Para estas crianças, também são importantes as medidas de suporte como

hidratação, nutrição, oxigenioterapia, uso de broncodilatadores e antitérmicos, entre

outras, conforme a necessidade individual de cada uma (CARVALHO & MARQUES,

2004).

A maioria das pneumonias, desde que bem conduzidas, não determinam seqüelas a

longo prazo. Entretanto, infecções repetidas podem deixar seqüelas anatômicas e

funcionais e os pacientes com pneumopatia persistente ou de repetição podem ser

encaminhados para diagnóstico em serviços especializados, sendo fundamental o

conhecimento de que a investigação adequada com intervenção oportuna pode evitar

complicações futuras como bronquiectasias, fibroses e outras pneumopatias crônicas

(PAIVA et al., 1998).

O tratamento do DPP deve ser iniciado com ênfase nas condições de suporte

respiratório e dinâmico associado à introdução de antibioticoterapia adequada, baseada,

preferencialmente, nos resultados da cultura do líquido pleural e da hemocultura. Em

virtude da urgência no tratamento, a cobertura antibiótica deve ser inicialmente

empírica, procurando abranger as bactérias mais encontradas na prática clínica, com

base em dados de faixa etária e fatores de risco (MARCHI et al., 2006).

Nos pacientes em que o diagnóstico de empiema pleural não complicado foi

realizado, a melhora clínica deve ocorrer em 72 horas. A persistência dos sintomas ou

aparecimento de novos sintomas como dor torácica, deve alertar a novos exames,

podendo ser necessário a realização de novas radiografias, ultra-sonografia e,

eventualmente, toracocentece (MARCHI et al., 2006).

Recentemente, estudos têm enfatizado a importância do tratamento precoce e

agressivo do derrame pleural parapneumônico complicado. Embora o manejo permaneça

controverso, é importante o uso de antibióticos parenterais adequados, e que este

derrame seja tratado o mais precocemente possível e de acordo com o estágio de

evolução da doença (FRAGA & KIM, 2002).

Em casos de empiema pleural secundário à pneumonia comunitária, os antibióticos

escolhidos devem ser associados à um agente para anaeróbios (MARCHI et al., 2006).

O desafio terapêutico do empiema pleural sempre foi dos demais intrigantes.

Doença definida pela presença de pus no espaço pleural, com três fases evolutivas

definidas e características peculiares, o empiema tem na cirurgia o seu melhor método

terapêutico, sendo utilizados diferentes procedimentos cirúrgicos (SILVA, 2001).

A toracocentece é a forma menos invasiva de tratamento. Embora alguns estudos

indiquem sucesso de 25 a 94 % dos casos de tratamento do empiema, a tendência é

seguir a recomendação de se considerar a toracocentese somente nos pacientes com

derrames pleurais menores que um hemitórax, com cultura Gram-negativa e pH maior

que 7,2 (MARCHI et al., 2006).

A drenagem pleural deve ser o tratamento de escolha para os empiemas francos e

para os derrames pleurais mais volumosos (maiores que metade de um hemitórax) e que

apresentem cultura Gram-positiva e pH menor que 7,2. Deve também ser considerada no

DPP recidivado após a toracocentese inicial ou nos pacientes com quadro clínico

instável. A aspiração contínua com sistema a vácuo pode ser utilizada com a finalidade

de aspiração do conteúdo e facilitação da reexpansão pulmonar (MARCHI et al., 2006).

A pleuroscopia é considerada eficaz no DPP loculado com óbvias vantagens,

menor custo e menor agressão. É uma alternativa adicional na fase crônica do empiema ,

obtendo resultados adequados na expansão pulmonar, com melhor recuperação pós

operatória e menor tempo de hospitalização (MARCHI et al., 2006).

A toracotomia e a decorticação são indicadas no empiema com inadequada

expansão pulmonar, em especial nos casos de fístula persistente do parênquima ou

quando há coleções encistadas residuais pós-tratamento com pleuroscopia ou tratamento

com fibrinolíticos (MARCHI et al., 2006).

A drenagem aberta sem selo d’água está indicada nos casos de pacientes muito

debilitados e com empiemas crônicos (MARCHI et al., 2006).

1.4 Abordagem Fisioterapêutica

O objetivo da fisioterapia respiratória na pneumonia bacteriana é prevenir

complicações, sendo iniciada precocemente, usando técnicas como a cinesioterapia

respiratória para melhorar a ventilação, drenagem postural com percussão torácica e

vibração, seguidos de tosse para mobilizar as secreções (KISNER & COLBY, 1998).

Para minimizar ou impedir que complicações respiratórias ocorram, devem ser

realizadas manobras de desobstrução brônquica que consistem em: percussão (para

deslocamento da secreção), vibrocompressão, aceleração do fluxo expiratório e

drenagem postural a fim de promover o deslocamento das secreções para vias aéreas

mais altas. (SARMENTO, 2007)

As secreções deverão ser expelidas pela tosse; caso a criança não apresente esse

reflexo ou este seja ineficaz, realiza-se o procedimento de aspiração das secreções,

introduzindo uma sonda de calibre adequado ao tamanho da via aérea do paciente.

(SARMENTO, 2007)

Além da higiene brônquica, deve-se lançar mão das técnicas que promovam a

reexpansão do parênquima pulmonar previamente acometido ou técnicas de reexpansão

seletiva com o objetivo de aumentar a ventilação em zonas não comprometidas; para

isso utiliza-se a manobra de compressão e descompressão e o bloqueio torácico. Em

crianças que já adquiriram certo grau de compreensão, deve-se incrementar a terapia

com a utilização de inspirômetros de incentivo e com a realização de padrões

ventilatórios seletivos tais como padrão diafragmático e padrão torácico, partindo da

Capacidade Residual Funcional desde o Volume Residual ou utilizando a Capacidade

Pulmonar Total. (SARMENTO, 2007)

O tratamento fisioterapêutico no derrame pleural tem como principais objetivos:

melhorar e manter a expansibilidade torácica e os volumes e capacidades pulmonares,

auxiliar na absorção do líquido pleural e evitar possíveis formações de aderências

pleurais. Para isso, podem ser utilizadas as técnicas de higiene brônquica, tendo a

vibrocompressão um efeito somatório ao da higiene: o de evitar a coagulação e

organização do líquido ao proporcionar sua mobilização e incrementar os movimentos

elásticos tóraco-pulmonares e musculares, favorecendo o fluxo linfático e a velocidade

de reabsorção na cavidade pleural (SARMENTO, 2007).

Manobras de reexpansão pulmonar podem ser usadas para melhorar a

proporcionalidade na relação ventilação/perfusão, além de exercícios respiratórios

ativos, com ênfase na utilização do padrão diafragmático. Deve-se também orientar e

incentivar mudanças constantes de decúbito (SARMENTO, 2007).

Com isso, condutas e orientações bem dirigidas podem atuar efetivamente na

regressão do quadro instalado, prevenindo possíveis seqüelas e deterioração importante

da mecânica respiratória (SARMENTO, 2007)

Tendo em vista o grande número de internações na infância por pneumonia e

derrame pleural parapneumônico e sua relação com a alta morbidade no Brasil, este

estudo teve a intenção de verificar a incidência de pneumonia e derrame pleural

associado em crianças internadas na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São

Francisco e sua relação com a evolução da doença.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar a incidência de Pneumonia Lobar e Derrame Pleural associado em

crianças internadas na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco.

2.2 Objetivo Específico

Comparar o tratamento clínico utilizado para as crianças internadas com o

diagnóstico de Pneumonia e Derrame Pleural associado na Enfermaria Pediátrica do

Hospital Universitário São Francisco e sua relação com a evolução da doença.

3. MÉTODO

3.1 Casuística

3.1.1 Critérios de inclusão

Foram incluídas no estudo todas as crianças com diagnóstico de Pneumonia

Lobar associada ao Derrame Pleural, com idades variadas entre 0 e 12 anos, internadas

na Enfermaria Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco, no período entre 01

de fevereiro e 30 de junho de 2007.

3.1.2 Critérios de exclusão

Foram excluídas do estudo crianças portadoras de doenças pulmonares crônicas e

crianças com diagnóstico de Pneumonia, Broncopneumonia e Pneumonia Lobar, sem

complicação de derrame pleural.

3.2 Materiais

Foram utilizados para o estudo: prontuários hospitalares das crianças internadas e

ficha de avaliação, onde foram anotados os dados coletados.

3.3 Procedimento

Após autorização do diretor clínico do Hospital Universitário São Francisco

(Anexo I) para análise dos prontuários hospitalares das crianças internadas na

Enfermaria Pediátrica do HUSF, este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade São Francisco para aprovação (Anexo II)

Após essa aprovação, foram avaliados todos os prontuários das crianças internadas

na Enfermaria Pediátrica do HUSF no período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2007

e selecionados os prontuários das crianças com diagnóstico de Pneumonia Lobar e

Derrame Pleural associado, de onde foram colhidos dados referentes à identificação da

criança e sua evolução clínica durante a internação, sendo transportados para ficha de

avaliação (Anexo III).

Também foram contados os prontuários das crianças internadas nesse período com

os diagnósticos de Broncopneumonia, Pneumonia e Pneumonia Lobar, sem associação

com Derrame Pleural.

3.4 Análises de Dados

Os dados obtidos nesta pesquisa foram analisados por meio de valores absolutos e

apresentados os resultados em gráficos e tabelas.

4. RESULTADOS

No período entre 01 de fevereiro e 30 de junho de 2007 foram internadas 354

crianças na Enfermaria Pediátrica do HUSF, com idade entre 0 a 12 anos. Dentre as

crianças internadas, 24 crianças apresentaram diagnóstico de Broncopneumonia, 12

apresentaram diagnóstico de Pneumonia e 13 apresentaram diagnóstico de Pneumonia

Lobar.

Dentre as 13 crianças que apresentaram Pneumonia Lobar, 3 evoluíram com

Derrame Pleural associado.

O Gráfico 1 representa a incidência dos tipos de Pneumonias entre as crianças internadas

na Enfermaria Pediátrica do HUSF no período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2007.

6,77%

86,18%

3,67%

3,38%

BroncopneumoniaPneumoniaPneumonia LobarOutras Patologias

Gráfico 1. Incidência dos Tipos de Pneumonias

A amostra indica que, das 354 crianças internadas por diferentes patologias, 24 (6,77%)

apresentaram Broncopneumonia; 13 (3,67%) apresentaram Pneumonia Lobar e 12

(3,38%) apresentaram Pneumonia. Outras patologias foram responsáveis por 86,18% das

internações.

O Gráfico 2 representa a incidência de Pneumonia Lobar isolada e Pneumonia Lobar

associada a Derrame Pleural entre as crianças internadas na Enfermaria Pediátrica do

HUSF no período de 01 de fevereiro a 30 de junho de 2007.

73,48%

20,40%

6,12%

Pneumonia Lobar

Pneumonia Lobar + DerramePleuralOutros Tipos de Pneumonias

Gráfico 2: Incidência de Pneumonia Lobar Isolada e Pneumonia

Lobar associada a Derrame Pleural

A amostra indica que, das 49 crianças internadas por vários tipos de pneumonia,

13 (20,40%) apresentaram Pneumonia Lobar, 3 (6,12%) apresentaram Pneumonia Lobar

associada ao Derrame Pleural e 36 (73,48%) apresentaram outros tipos de Pneumonia.

O Gráfico 3 mostra a procedência dos três crianças que apresentaram o diagnóstico de

Pneumonia Lobar associada ao Derrame Pleural

34%

33%

33%

Bragança PaulistaAtibaiaBom Jesus dos Perdões

Gráfico 3: Procedência das crianças estudadas

A amostra indica uma homogeneidade entre a procedência das crianças, como. 34%

com procedência Bragança Paulista, 33% com procedência de Atibaia e 33% com

procedência de Bom Jesus dos Perdões.

O Gráfico 4 mostra a incidência do sexo feminino entre as crianças que apresentaram o

diagnóstico de Pneumonia Lobar associada ao Derrame Pleural..

33%

67%

MeninosMeninas

Gráfico 4: Incidência do sexo entre as crianças estudadas

A amostra indica uma prevalência do sexo feminino entre as crianças internadas na

Enfermaria Pediátrica do HUSF com diagnóstico de Pneumonia Lobar associada ao

Derrame Pleural.

A Tabela 1 representa os dados coletados das três crianças diagnosticadas com

Pneumonia Lobar e Derrame Pleural associado.

Criança 1 Criança 2 Criança 3

Idade 2 anos e 7 meses 3 anos e 1 mês 5 anos e 8 meses

Sexo Masculino Feminino Feminino

Tempo de

Internação

11 dias 20 dias 14 dias

Exames

Bioquímicos

(líquido pleural)

Ausente

Ausente

Aspecto: límpido,

cor: amarelo.

Tratamento

Clínico

Drenagem Pleural Punção Pleural Punção Pleural

Antibioticoterapia Oxacilina e

amicacina

Penicilina cristalina

e cefalexina

Penicilina cristalina

e cefalexina

Tratamento

Fisioterapêutico

Manobras de

Higiene Brônquica,

Drenagem Postural

e Tosse solicitada

.

Manobras de

Higiene Brônquica,

Manobra de

Reexpansão

Pulmonar,

Drenagem Postural

e Tosse solicitada.

Manobras de

Higiene Brônquica,

Manobras de

Reexpansão

Pulmonar,

Cinesioterapia

Respiratória e

Inspirômetro de

incentivo

(RespironR )

Tabela 1. Dados coletados das três crianças diagnosticadas com Pneumonia Lobar

e Derrame Pleural associado.

Como mostra a Tabela 1, o tratamento clínico iniciou-se com antibioticoterapia,

sendo utilizado penicilina cristalina e cefalexina em 2 crianças do sexo feminino e

oxacilina e amicacina em 1 criança, do sexo masculino.

Na criança 1, foi realizada drenagem pleural em hemitórax esquerdo no 4° dia de

internação hospitalar, permanecendo com o dreno pleural durante 3 dias e após esse

período, retirado.

Na criança 2 foi realizado cirurgia torácica á direita (punção pleural) no 14° dia

de internação hospitalar. Devido a persistência do quadro, a criança necessitou realizar 3

punções pleurais, todas com saída de liquido pleural.

Na criança 3, a presença de derrame pleural associado à pneumonia foi detectado

no 14° dia de internação hospitalar, através da realização da ultra-sonografia torácica,

sendo necessário a punção pleural em hemitórax direito.realizou também exame do

líquido pleural, com aspecto límpido, cor amarelo, resultando em confirmação

diagnóstica.

O tratamento fisioterapêutico realizado nos pacientes da Enfermaria Pediátrica do

HUSF teve como objetivos prevenir complicações, evitar a progressão da doença,

promover higiene brônquica e reexpansão pulmonar, utilizando-se de técnicas como

manobras de higiene brônquica, manobras de reexpansão pulmonar, solicitação e

estimulação da tosse, cinesioterapia respiratória e uso de inpirômetros de incentivo.

O tempo total de internação hospitalar variou de 11 a 20 dias nas crianças

estudadas.

5. DISCUSSÃO

No período entre 01 de fevereiro e 30 de junho de 2007 foram internadas 354

crianças na Enfermaria Pediátrica do HUSF, com idade entre 0 a 12 anos. Dentre as

crianças internadas, 24 crianças apresentaram diagnóstico de Broncopneumonia, 12

apresentaram diagnóstico de Pneumonia e 13 apresentaram diagnóstico de Pneumonia

Lobar.

O presente estudo mostrou uma baixa incidência de crianças com Pneumonia

Lobar associada ao Derrame Pleural com idades entre 0 e 12 anos, no período de 01 de

fevereiro a 30 de junho de 2007.

Rodrigues et al., (2002), em seus estudos, relataram uma maior incidência de

infecções respiratórias na infância, ocorrendo uma maior morbidade e mortalidade em

crianças com baixa faixa etária,confirmando também a população deste estudo

Marques & Carvalho, (2004) em seus estudos, relataram a pneumonia como

sendo a forma mais séria de todas as infecções respiratórias, predominantemente no sexo

feminino, neste estudo observou uma incidência de 13,82%, dos vários tipos de

Pneumonia, com uma predominância para o sexo feminino, condizendo com a literatura.

Os Derrames Pleurais associados à Pneumonia são denominados

parapneumônicos, apresentando a causa mais freqüente de Derrames Pleurais na infância

(TARANTINO, 2002)

Segundo Fischer & Mocelin, 2001 o Derrame Pleural é a principal complicação

de pneumonias em crianças.

No Brasil, existem estudos em que a incidência de Derrame Pleural em crianças

se encontra entre 20% e 30%. Na literatura mundial, estima-se que 10% dos DPP podem

evoluir para DPP complicado ou empiema Pleural, com a mortalidade situando-se entre

6% e 10% dos casos (MARCHI et al., 2006).

Este estudo contabilizou uma incidência de 6,12% de Pneumonia Lobar

associada ao Derrame Pleural, em 20, 40% de incidência de Pneumonia lobar.

Para a realização do diagnóstico diferencial das pneumonias, deve-se observar a

presença de Derrames Pleurais. A realização de exames radiológicos e ultra-sonografia

são de suma importância, para o diagnóstico podendo também ser realizado para avaliar

a progressão da doença já instalada (BETHLEM, 2004).

As crianças estudadas realizaram exames radiológicos, em torno da primeira

semana de internação hospitalar, realizando a ultra-sonografia torácica para verificar a

evolução dos sintomas e a confirmação de Derrame Pleural.

Com o diagnóstico de Derrame Pleural, a principal dúvida que ocorre é quando o

líquido não purulento irá evoluir para a necessidade de drenagem pleural (FISCHER &

MOSLIN, 2001).

O tratamento clínico das Pneumonias inicia-se com a antibioticoterapia, com

presença ou não de associação com Derrame pleural. Os principais antibióticos a serem

usados são amoxilina, penicilina, oxacilina, amicacina, cefalexina e outros de acordo

com a faixa etária e gravidade da doença (CARVALHO & MARQUES, 2004).

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 2004 realizou um estudo com o

objetivo de recomendar e padronizar o uso de antibioticoterapia no tratamento das

infecções respiratórias nas crianças.

As crianças deste estudo obtiveram um tratamento clínico através da

antibioticoterapia condizente com a literatura, sendo utilizadas penicilina cristalina,

oxacilina, amicacina e cefalexina.

Para realização de intervenções pleurais, é necessário primeiramente a

confirmação diagnóstica, realizada através de critérios, desde o aspecto macroscópico

até alterações bioquímicas. A idéia de que o Derrame Pleural purulento deve ser drenado

sempre foi aceita devido a sua alta morbidade (FISCHER & MOSELIN, 2001).

Neste estudo somente uma criança (criança 3), realizou exame bioquímico do

líquido pleural onde o mesmo confirmou o diagnóstico.

Em pesquisa realizada nos prontuários das crianças internadas na Enfermaria

Pediátrica do HUSF, observou-se que abordagem de intervenção pleural partiu da

progressão e evolução do quadro e sintomatologia das crianças. A confirmação

diagnóstica foi dada por exames radiológicos, ultra- sonografia torácica, contribuindo

para a demarcação do local da incisão e colocação de drenos pleurais.

Juntamente com o tratamento clínico, a realização do tratamento fisioterapêutico

faz com que as crianças internadas obtenham uma melhor função pulmonar,

minimizando complicações respiratórias. Em geral, as crianças avaliadas neste estudo

receberam atendimento fisioterapêutico desde o início da internação hospitalar,

totalizando de 8 a 12 atendimentos, durante esse período, tendo em média 2

atendimentos diários.

Estudos relatam que a fisioterapia respiratória deve ser realizada pelo menos duas

vezes ao dia e a duração da sessão vai depender da evolução obtida pelo paciente, da

patologia e do estágio clínico apresentado (MARCHI et al., 2006)

Com a realização da fisioterapia respiratória, colaborou-se para a melhora do

quadro clínico das crianças estudadas, segundo dados colhidos nos prontuários,

mostrando uma melhora significativa durante os dias que se seguiram ao tratamento.

Com a utilização das técnicas fisioterapêuticas respiratórias, observa-se uma

melhora significativa e rápida do quadro clínico do paciente hospitalar, ocasionando

baixa incidência de recidivas do quadro, diminuição do tempo de internação hospitalar e

baixo índice de complicações respiratórias (SARMENTO, 2002).

As manobras fisioterapêuticas realizadas nas crianças avaliadas tiveram o

objetivo de, facilitar a respiração, promover o deslocamento das secreções para vias

aéreas superiores (VAS), melhorar a ventilação pulmonar em zonas pulmonares, manter

a expansibilidade torácica, juntamente com os volumes e capacidades pulmonares. Com

isso, o paciente tem melhora de sua função pulmonar, diminuição do tempo de

internação e melhora na qualidade de vida.

Entretanto, quando se realizam condutas e orientações bem dirigidas, pode-se

atuar efetivamente na regressão do quadro clínico instalado, prevenir possíveis seqüelas

e deterioração importante da mecânica respiratória das crianças, contribuindo para a

redução da morbidade e mortalidade nessa faixa etária.

Os três pacientes estudados neste trabalho foram encaminhados para o

Ambulatório de Fisioterapia Cardiorrespiratória da Clínica de Fisioterapia da

Universidade São Francisco, onde receberam acompanhamento e atendimento

fisioterapêutico até melhora e estabilização do quadro.

6. CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou uma baixa incidência de crianças internadas na

Enfermaria Pediátrica do HUSF com Pneumonia Lobar e Derrame Pleural associado, na

faixa etária de 0 a 12 anos, internadas no período entre 01/02/2007 e 30/06/2007. O

tratamento clínico realizado incluiu antibioticoterapia e intervenções pleurais como

drenagem pleural e punção pleural.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de termos encontrados alguns obstáculos em nossos estudos, conseguimos

concluir nossos objetivos, porém, dificuldades como falta de artigos para pesquisas dos

2 temas associados , nomenclaturas diferentes para o mesmo diagnóstico, ausência de

exames, prontuários maus explicativos e abreviação de palavras foram encontrados com

muita freqüência no período do estudo e dificultou a coleta de dados e o término do

estudo.

Em relação aos registros das informações dos pacientes nos prontuários

hospitalares, seria necessária também uma linguagem mais homogênea entre os

profissionais da saúde, incentivando o trabalho em equipe e com o foco na boa evolução

do paciente para a alta.

O tratamento fisioterapêutico, promoveram a melhora da função pulmonar e da

expansibilidade torácica, minimizando as complicações pulmonares.

Faz-se necessário a realização de novos estudos, com períodos de pesquisa mais

longos, obtendo assim, estudos epidemiológicos mais abrangentes envolvendo as

patologias em questão.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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pneumonia bacteriana e viral. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 49, p. 220-

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654.

TARANTINO, A. B; CHIBANTE, A. M. S. Derrames pleurais. In: TARANTINO, A. B.

Doenças Pulmonares. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan S.A., p. 905-939, 1997.

ANEXOS

ANEXO I

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE PRONTUÁRIOS DO

ARQUIVO GERAL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SÃO FRANCISCO

Ao Diretor do Hospital Universitário São Francisco

Dr. Luís Fernando Fabri

Solicito autorização para realizar coleta de dados dos prontuários hospitalares das

crianças internadas com diagnóstico de pneumonia e derrame pleural na Enfermaria

Pediátrica do Hospital Universitário São Francisco e do arquivo geral de prontuários, no

período de fevereiro a junho de 2007, por motivo de pesquisa científica de Trabalho de

Conclusão de Curso, do Curso de Fisioterapia.

Informo que os dados coletados serão mantidos em sigilo e usados apenas com

objetivo científico.

_________________________

Acadêmica: Ana Paula Bueno

RA 001200400100

_________________________

Acadêmica: Maria Carolina Ribeiro

RA 001200401424

_________________________

Profa. Patrícia Teixeira Costa

_________________________

Dr. Luís Fernando Fabri

ANEXO II

APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA PELO CEP DA USF

ANEXO III

FICHA DE AVALIAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO:

Nome: Número do prontuário:

Data de nascimento: Idade:

Sexo: Procedência:

Filiação: Mãe:

Pai:

Data da internação:

EVOLUÇÃO:

Tempo de internação: Número de internações anteriores:

Diagnósticos Clínicos:

Complicações Associadas:

Tratamentos:

Expectante ( ) Punção pleural ( ) Pleurodese ( )

Drenagem Pleural: sim ( ) não ( )

número de dias ______________

Líquido Pleural: coloração ___________________

aspecto ____________________

quantidade ____________ 24 h

Antibiótico: sim ( ) não ( )

nome __________________

dias ___________________

Radiografia Torácica: sim ( ) não ( )

quantidade _______________

laudo ____________________

evoluções _________________

Fisioterapia: sim ( ) não ( )

recursos ________________

ANEXO IV

FLUXOGRAMA DAS PNEUMONIAS

Diagnóstico provável de pneumonia

Internação Tratamento Internação Ambulatorial

48 horas sem melhora 48 horas sem

melhora ou

agravamento

Idade < 2 meses Idade < 2 meses

Idade < 1 semana: ampicilina +

aminoglicosideo Idade > 1 semana:

ampicilina + cefalosporina de terceira geração ou eritromicina em caso

suspeito de C. trachomatis Considerar a utilização de

oxacilina se houver indícios clínico-

radiológicos de infecção estafilocócica.

Amoxilina ou penicilina procaína ou eritromicina em caso suspeito de C.

trachomatis, C. pneumoniae, M.

pneumoniae, B. pertussis

Grave: a primeira opção é sempre penicilina cristalina (200.000 UL/Kg/dia dividida de 6 em 6 h) ou ampicilina Muito grave: Oxacilina + cloranfenicol ou oxacilina + ceftriaxona.

Amoxilina + clavulanato Ou cefalosporina de

segunda geração

Se houver: - complicações (derrame abscesso); - imunodepressão; - pneumococo resistente

Considerar: vancomicina +

ceftriaxona