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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-178, 7, 8 ADALMES ANGÉLICA GONÇALVES MAIA-62, 74, 75 ADALTON DINIZ G. MAIA-62, 74, 75 ADENILSON VIANA NERY-14, 15, 153, 154, 159, 16, 22, 24, 26, 32, 4, 6, 9 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-121 ADRIANA ZANDONADE-109 ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-121 ALDRIANO RIBEIRO NEGRÃO-41 ALECIO JOCIMAR FAVARO-28 ALEX WERNER ROLKE-42 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-118, 149, 157, 169, 173, 174, 175, 177, 180 AMANDA MACEDO TORRES MOULIN OLMO-5 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-47 ANA ELISA MOSCHEN-170 ANA MARIA BARBOSA DE ANDRADE FELIPE-76 ANA MERCEDES MILANEZ-148, 187 ANDERSON MACOHIN SIEGEL-77 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-15, 150, 153, 22, 3, 33, 4, 48, 9 ANDRÉ DIAS IRIGON-18 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-19 ANDREIA DADALTO LIMA-44 ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-151 ANTÔNIO JUSTINO COSTA-12 ARI FONTES DE OLIVEIRA-17 ARMANDO VEIGA-38 ARNALDO GUIMARÃES SCHUNK-133, 141, 72, 91 BRIAN CERRI GUZZO-28 BRUNO FEDERICI GUIMARAES-122 Bruno Medeiros Bastos-36 BRUNO MIRANDA COSTA-129, 133, 143, 17, 179, 185, 49, 51, 71, 79, 80, 82, 89, 95, 96 CARLA CARRARA DA SILVA JARDIM-150 CARLOS AUGUSTO DA MOTA LEAL-122 CARLOS BERKENBROCK-136, 79, 80, 82, 86 CÁSSIA ALINE DO E. SANTO CAVALCANTE-43 CATARINE MULINARI NICO-138, 170, 185 CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-49 CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-155 CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS-37 CLEBSON DA SILVEIRA-136, 146, 155, 67, 70, 78, 83 DALVA MARIA DE ANDRADE-181 DANIEL ASSAD GALVÊAS-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 71, 72, 73, 78, 85, DANILO THEML CARAM-111, 112 DÁRIO DELGADO-61 DAVID METZKER DIAS SOARES-145 DIOGO ASSAD BOECHAT-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 72, 73, 78, EDGARD VALLE DE SOUZA-1, 13, 23 EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES-119 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-160 ELIAS ASSAD NETO-30 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-101, 50, 58 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-28, 31, 34, 7, 8 EVALDO CESAR FARIAS ARAUJO-156 FABRICIO ALVES GHIDETTI-122

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-178, 7, 8ADALMES ANGÉLICA GONÇALVES MAIA-62, 74, 75ADALTON DINIZ G. MAIA-62, 74, 75ADENILSON VIANA NERY-14, 15, 153, 154, 159, 16, 22, 24, 26, 32, 4, 6, 9ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-121ADRIANA ZANDONADE-109ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-121ALDRIANO RIBEIRO NEGRÃO-41ALECIO JOCIMAR FAVARO-28ALEX WERNER ROLKE-42ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-118, 149, 157, 169, 173, 174, 175, 177, 180AMANDA MACEDO TORRES MOULIN OLMO-5ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-47ANA ELISA MOSCHEN-170ANA MARIA BARBOSA DE ANDRADE FELIPE-76ANA MERCEDES MILANEZ-148, 187ANDERSON MACOHIN SIEGEL-77ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-15, 150, 153, 22, 3, 33, 4, 48, 9ANDRÉ DIAS IRIGON-18ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-19ANDREIA DADALTO LIMA-44ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-151ANTÔNIO JUSTINO COSTA-12ARI FONTES DE OLIVEIRA-17ARMANDO VEIGA-38ARNALDO GUIMARÃES SCHUNK-133, 141, 72, 91BRIAN CERRI GUZZO-28BRUNO FEDERICI GUIMARAES-122Bruno Medeiros Bastos-36BRUNO MIRANDA COSTA-129, 133, 143, 17, 179, 185, 49, 51, 71, 79, 80, 82, 89, 95, 96CARLA CARRARA DA SILVA JARDIM-150CARLOS AUGUSTO DA MOTA LEAL-122CARLOS BERKENBROCK-136, 79, 80, 82, 86CÁSSIA ALINE DO E. SANTO CAVALCANTE-43CATARINE MULINARI NICO-138, 170, 185CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-49CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-155CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS-37CLEBSON DA SILVEIRA-136, 146, 155, 67, 70, 78, 83DALVA MARIA DE ANDRADE-181DANIEL ASSAD GALVÊAS-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 71, 72, 73, 78, 85,DANILO THEML CARAM-111, 112DÁRIO DELGADO-61DAVID METZKER DIAS SOARES-145DIOGO ASSAD BOECHAT-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 72, 73, 78,EDGARD VALLE DE SOUZA-1, 13, 23EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES-119EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-160ELIAS ASSAD NETO-30ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-101, 50, 58ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-28, 31, 34, 7, 8EVALDO CESAR FARIAS ARAUJO-156FABRICIO ALVES GHIDETTI-122

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FERNANDO ANTONIO POLONINI-119FREDERICO AUGUSTO MACHADO-137GERALDO BENICIO-179GRASIELE MARCHESI BIANCHI-171GUILHERME STINGUEL GIORGETTE-29GUSTAVO CABRAL VIEIRA-118, 138, 64, 65, 98GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-108, 123, 124, 125, 126, 164GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-106GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-31ISAAC PAVEZI PUTON-35Isabela Boechat B. B. de Oliveira-177, 19, 35, 66, 88, 90IZAEL DE MELLO REZENDE-148, 187JAIMILTON CHAVES DE SOUSA LUCAS-48JAMILSON SERRANO PORFIRIO-34JANAINA NUNES DE ABREU-152JANAINA RODRIGUES LIMA-114JEANINE NUNES ROMANO-25JEFERSON CARLOS COMERIO-152JEFFERSON R. MOURA-114JOANA D'ARC BASTOS LEITE-163, 172JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-130, 137, 139, 141, 142, 166, 176, 182, 52, 54, 55, 61, 68, 72,JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO-40JOSÉ CARLOS JUNQUEIRA MUNHOZ-43José Cláudio Trintim Torres-156JOSE IRINEU DE OLIVEIRA-5JOSE LUCIO DE ASSIS-116JULIA LYRIO PEREIRA-151JULIO CESAR ABREU DAS NEVES-58JUNIA CARLA CALMON CRUZ PEREIRA-122Karina Rocha Mitleg Bayerl-168KARINA SPADON DA SILVA-56, 61KARLA CECILIA LUCIANO PINTO-40KATIA A BOTELHO MORAES-158LARA CHAGAS VAN DER PUT-151LEONARDO ALVES COLNAGO-124LEONARDO COMERIO FIORIO-122LEONARDO DE AZEVEDO SALES-40LIDIANE DA PENHA SEGAL-120, 140, 147, 160, 167, 182, 189LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-36LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-12, 156, 30Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-10, 20LUIZ CARLOS DA SILVA JUNIOR-42LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-43, 44, 45LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN-46LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 72,MARCELA GRIJÓ LIMA CORRÊA-25MARCELA REIS SILVA-158MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71,MARCIA RIBEIRO PAIVA-117, 134, 144, 168, 170, 57, 60, 63, 77MARCIO GARCIA DOS SANTOS-47MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO-100, 55, 93, 94, 97, 98, 99Marcos Figueredo Marçal-145, 148, 151, 160, 163, 169, 171, 173, 174, 184, 59MARCOS JOSÉ DE JESUS-11MARCOS JOSÉ MILAGRE-115MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-107, 110, 113, 165MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-119, 162

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MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 123, 124, 125, 126MARIA ISABEL PONTINI-21, 5MARIA REGINA COUTO ULIANA-33MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-148, 187MARILENA MIGNONE RIOS-20MATHEUS GUERINE RIEGERT-46NAJARA ALMEIDA DE BRITO NEVES-115NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-100, 93, 94, 99NATALIA BASTOS BECHEPECHE ANTAR-158NERI JOHNSON FIRMINO CORREA-183NILSON ARAUJO DA SILVA-161, 2Olga Paula Alves-18PABLO LUIZ ROSA OLIVEIRA-45PATRICIA NUNES ROMANO-25Paulo Henrique Vaz Fidalgo-5PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO-37PEDRO INOCENCIO BINDA-152, 29, 41RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA-186RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS-127, 129, 133, 134, 135, 139, 141, 52, 53, 54, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70,RAFAEL SANTA ANNA ROSA-122RAUL DIAS BORTOLINI-132, 142, 144, 50, 51, 77, 83, 84, 87, 92RENATA GÓES FURTADO-45RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-116, 38RICARDO FIGUEIREDO GIORI-118, 176, 188rodolpho alexandre lellis de aguiar-145RODRIGO COSTA BUARQUE-149, 188, 40RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-1, 115, 13, 14, 154, 159, 16, 161, 2, 21, 23, 24, 26, 32, 37, 6ROSANA ZANCANELA DE ARAUJO-48ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-127, 132, 140, 147, 157, 172, 175, 25, 69, 76, 85SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-148, 187SERGIO RIBEIRO PASSOS-117SEVERINO SECCO-41SIDINÉIA DE FREITAS DIAS-162SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-120, 128, 131, 135, 167, 180, 181, 183, 186, 187, 189, 27, 53, 56, 62, 75, 81,SÔNIA DIAS NASCIMENTO-128, 130, 131, 143, 56, 57, 61, 69TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO-161, 2, 3TAIS MARIA ZANONI-41THIAGO AARÃO DE MORAES-101, 166, 95, 96UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-114, 178, 39Valber Cruz Cereza-10, 12VALÉRIA BARROS DUARTE DE MORAIS-122VANESSA MARIA BARROS GURGEL ZANONI-39VINICIUS DINIZ SANTANA-132, 142, 144, 50, 51, 77, 81, 83, 87, 88, 92VINÍCIUS RIETH DE MORAES-46WATT JANES BARBOSA-184WESLEY CORREA CARVALHO-11

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000172 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

12/09/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000490-25.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000490-0/01) LARISSA FERREIRA ANTONIO (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. CRIANÇA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE NÃOCOMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social a criança com sete anos de idade, tendo em vista que não foi constatada incapacidade para otrabalho e para a vida independente.

O perito do juízo diagnosticou epilepsia, mas descartou a existência de incapacidade futura para o trabalho ou para a vidaindependente. Atestou que a recorrente é criança ativa, sem sinais de déficits cognitivos. Explicou que a doença nãoimpede a realização da grande maioria das funções, apenas limita a atividade profissional futura em locais com risco deacidente.

O fato de o perito diagnosticar a doença não necessariamente implica caracterização de incapacidade. Para ter direito aobenefício assistencial de prestação continuada, é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita a pessoa doente para a vidaindependente. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta nos laudo pericial.

A recorrente alegou, com base em atestado de médico assistente, que a doença é de difícil controle. O laudo pericial,porém, relatou que o pai da recorrente se recusa a procurar tratamento especializado, por entender que não trará qualquermelhora, já que se trata de doença incurável. Conforme opinou o Ministério Público Federal, a dificuldade no tratamentoparece estar sendo causada pelo preconceito do pai (fl. 104). De qualquer forma, o mero fato de a doença ser de difícilcontrole não autoriza, por si só, concluir pela incapacidade para a vida independente.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

2 - 0000108-32.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000108-0/01) NAIR FERRAZ PEREIRA (ADVOGADO: NILSON ARAUJODA SILVA, TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência.

O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que eventualmente causa compressão das raízes nervosas,gerando dor local e dificuldade de realização de certos movimentos da coluna lombar. Mesmo assim, o perito negouincapacidade para o trabalho.

O fato de o perito diagnosticar doença não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho,principalmente porque o perito atestou que os sintomas de for seriam eventuais. Para ter direito ao benefício assistencialpor incapacidade, não basta ao cidadão comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causadoalterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação.Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o cidadão para o

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trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.

Não tendo sido comprovada a incapacidade para o trabalho, é desnecessária a análise de fatores pessoais e sociais quepossam impedir a reinserção no mercado de trabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

3 - 0000132-94.2007.4.02.5052/02 (2007.50.52.000132-3/02) ALÍRIO CALIXTO DA SILVA (ADVOGADO: TADEU JOSE DESA NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederbenefício de amparo social à pessoa com deficiência, por não ter sido comprovada a incapacidade para o trabalho.

O fato de o perito diagnosticar as doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho.Para ter direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente: é precisoficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

Não tendo sido comprovada a existência de incapacidade para o trabalhado e para a vida independente é desnecessária aanálise de fatores pessoais e sociais que possam impedir a reinserção no mercado de trabalho. A dificuldade paraconseguir emprego em razão da idade e do grau de escolaridade, por si só, não autoriza a concessão de benefícioassistencial.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

4 - 0000502-39.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000502-3/01) MARIA NERIS DE OLIVEIRA SOUZA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência.

O laudo pericial diagnosticou diabetes e espondilodiscoartrose, mas negou a existência lesões incapacitantes. O laudo

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complementar reiterou que o exame físico não revelou nenhuma condição clínica geradora de incapacidade. Cogitoutambém que, em razão da diebates, a recorrente pode já estar apresentando algum grau de neuropatia periférica, masainda sem relação com incapacidade.

O fato de o perito diagnosticar doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Parater direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente: é preciso ficarcomprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

O laudo pericial avaliou que algumas atividades podem ser consideradas como fator de risco para a patologia ortopédica. Operito quis dizer que algumas atividades, provavelmente as que exijam esforço físico acentuado, poderiam agravar oquadro. Em se tratando, porém, de benefício assistencial, o direito ao benefício pressupõe incapacidade para qualquer tipode atividade profissional, e não apenas para atividades desgastantes.

Não tendo sido comprovada a incapacidade para o desempenho da atividade habitual, é desnecessária a análise de fatorespessoais e sociais que possam impedir a reinserção no mercado de trabalho. A dificuldade para conseguir emprego emrazão da idade e do grau de escolaridade, por si só, não autoriza a concessão de benefício assistencial.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

5 - 0000268-22.2006.4.02.5054/01 (2006.50.54.000268-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x MACIEL DE PAULA DIAS (ADVOGADO: MARIA ISABEL PONTINI, AMANDAMACEDO TORRES MOULIN OLMO, JOSE IRINEU DE OLIVEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

No laudo pericial, o perito do juízo diagnosticou hipertensão arterial moderada (quesito 1.a, fl. 88), mas descartou aexistência de incapacidade para a atividade habitual (quesito 4, fl. 88). Não obstante, afirmou que “a profissão do requerenteera ajudante de extração de granito, podendo exercer desde que submetido a outro programa de reabilitação” (quesito 6, fl.89).

O perito foi intimado para esclarecer a que tipo de reabilitação o autor deveria se submeter para exercer a função deajudante. O perito, porém, limitou-se a afirmar que, “de acordo com o laudo anterior não há invalidez, podendo o pacienteser reabilitado a programa de reabilitação para o exercício de profissão compatível do seu quadro clínico, devendo seravaliado por médico especializado em reabilitação para o trabalho” (quesito “a”, fl. 104, sic). Corroborou que a doençaestava sob controle clínico, pois estava usando a medicação, apresentou-se com nível pressórico de 140/90mmhg, e oexame de eletrocardiograma revelou resultado normal para a faixa etária. Apontou também prontuário médico que revelavaníveis pressóricos de 150/90 e 130/90mmhg em 2007.

Termo de declaração da empresa empregadora atestou que o recorrido foi considerado inapto pelo médico do trabalho paravoltar a trabalhar. Declarou que a atividade habitual implica esforço físico acentuado e exposição ao calor, fatores quepoderiam agravar o quadro clínico de hipertensão arterial (fl. 124). Ao ser indagado sobre se a exposição a serviçospesados para quem tem pressão arterial elevada e de difícil controle medicamentoso implica risco de AVC ou deagravamento do quadro clínico, o perito respondeu que o paciente “não controlado” pode ter uma incidência maior de AVC(fl. 104). Como o perito demonstrou que os níveis pressóricos do recorrido estavam controlados, o esforço físico não implicarisco de agravamento do quadro clínico.

O laudo pericial está suficientemente fundamentado ao concluir pela ausência de incapacidade para o trabalho. Mostrou-se,porém, confuso e paradoxal ao condicionar o exercício da atividade habitual de ajudante de extração de granito àparticipação em programa de reabilitação profissional. A menção à reabilitação profissional soa impertinente diante damotivada conclusão pela ausência de fatores de limitação funcional para o desempenho da atividade habitual.

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Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do recorrente a conceder auxílio-doença. Semcustas. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte,da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

6 - 0000260-80.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000260-5/01) HELENA DO CARMO BONFANTE (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência.

O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose e síndrome depressiva. Avaliou os problemas ortopédicos são crônicos,mas não são incapacitantes, tendo sido supervalorizados pela recorrente (quesito 11 do juízo). As alterações ortopédicassão discretas (fl. 71). Concluiu que a depressão também não é incapacitante.

O fato de o perito diagnosticar doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Parater direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente: é preciso ficarcomprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

O laudo pericial avaliou que “o tipo de trabalho pode ser considerado como fator de risco para a patologia ortopédica”. Operito quis dizer que algumas atividades, provavelmente as que exijam esforço físico acentuado, poderiam agravar oquadro. Em se tratando, porém, de benefício assistencial, o direito ao benefício pressupõe incapacidade para qualquer tipode atividade profissional, e não apenas para atividades desgastantes.

Não tendo sido comprovada a incapacidade para o trabalho e para a vida independente, é desnecessária a análise defatores pessoais e sociais que possam impedir a reinserção no mercado de trabalho. A dificuldade para conseguir empregoem razão da idade e do grau de escolaridade, por si só, não autoriza a concessão de benefício assistencial.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

7 - 0000405-36.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000405-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x SOLIMAR DE ALFAMAS BRAUN (ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTOTIMBOÍBA.) x OS MESMOS.E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. EXERCÍCIO ESPORÁDICO DE ATIVIDADE REMUNERADA. INCAPACIDADE NÃODESCARACTERIZADA. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

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A sentença condenou o INSS a conceder benefício de amparo social à pessoa com deficiência, com DIB em 26/8/2008.

O INSS interpôs recurso, alegando que o autor declarou à assistente social que exerce a atividade de diarista, auferindo R$300,00 por mês, o que demonstra a inexistência de incapacidade para o trabalho. A questão foi analisada pela sentença,que acertadamente considerou que, “conforme as declarações prestadas pelo autor à Perita Social, as atividades exercidaspor ele acontecem apenas quando sua doença lhe permite, doença esta atestada pelos médicos como incapacitante. Destaforma, se, apesar de sua incapacidade, o autor ainda assim consegue desempenhar algumas atividades laboraiseventualmente, isto se deve à extrema necessidade financeira por que passa ele e sua família”.

O autor interpôs recurso, pedindo que a data de início do benefício seja fixada em 18/10/2004. A sentença reconheceu odireito do autor ao benefício desde a data do requerimento administrativo. Não obstante, levou em consideração a data deentrada do requerimento administrativo de auxílio-doença (fl. 66). O requerimento administrativo de benefício assistencial deprestação continuada havia sido formulado em 18/10/2004 (fl. 17). O laudo pericial considerou que a incapacidadelaborativa consolidou-se há, aproximadamente, vinte anos (quesito 5.a, fl. 37). Os atestados médicos contemporâneos àdata de entrada do requerimento administrativo já confirmavam a doença incapacitante.

Recurso do INSS improvido. Recurso do autor provido, para fixar a DIB do benefício assistencial de prestação continuadaem 18/10/2004.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do INSS em honorários advocatícios, arbitrados emcinco por cento do valor da condenação, com base no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS E DAR PROVIMENTO AO RECURSODO AUTOR.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

8 - 0000491-70.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000491-3/01) TEREZINHA DA SILVA DOS REIS (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. DEVER RECÍPROCO DE PRESTAR ALIMENTOS ENTRE PARENTES. CONCEITOLEGAL DE FAMÍLIA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício de amparo social ao idoso.Considerou que a prova testemunhal e pericial demonstraram que a família tem condições de prover o sustento darecorrente, cabendo a ela adotar providências legais para que seus filhos e seu ex-marido cumpram o dever de proveralimentos.

A prova pericial, materializada no relatório de visita domiciliar elaborado pela assistente social, indicou que a recorrentereside sozinha e não possui renda (fls. 39). As testemunhas ouvidas em juízo declararam que a família da recorrente éproprietária de um imóvel composto por sete apartamentos. Afirmaram, porém, que os aluguéis são pagos diretamente aosfilhos, não recebendo a recorrente qualquer valor. As testemunhas também confirmaram que a recorrente está separada domarido e que reside sozinha.

O art. 1.696 do Código Civil prevê que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todosos ascendentes. Essa norma jurídica deve regular as relações de Direito Civil. No âmbito da Assistência Social, existenorma especial, que dispensa a aplicação do Código Civil.

O conceito legal de família, para efeito de benefício assistencial, é definido pelo art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/1993. Porexpressa determinação legal, devem ser considerados componentes do grupo familiar apenas os parentes que vivam sob omesmo teto do requerente. Como nem os filhos nem o ex-marido integram o grupo familiar para os fins da Lei nº 8.742/93,seus rendimentos não podem ser computados no cálculo da renda familiar para efeito de verificar a existência damiserabilidade. Nesse sentido, está pacificada a jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização: PU2008.72.51.000913-4, Relator juiz federal Élio Wanderley de Siqueira Filho, DJ 15/09/2009; PU 2008.35.00.700402-4, JuizFederal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, DJ 22/04/2009; PU 2006.70.95.002249-8, Juiz Federal Hermes Siedler da

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Conceição Júnior, DJ 17/09/2007.

Cabe antecipar os efeitos da tutela. O risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar das prestações debenefício assistencial. O sustento da recorrente depende do imediato pagamento das prestações vincendas.

Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder benefício assistencial de prestação continuadaNB 532.482.160-4 com efeitos retroativos à data do requerimento administrativo. Aplicam-se juros de mora a partir dacitação. Para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009). Deferida a antecipação de tutela.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencidofosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

9 - 0000434-89.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000434-1/02) EDNA SOUZA DE ALMEIDA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICOASSISTENTE. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA. LAUDO PERICIAL NÃO PRECISA CONTERFUNDAMENTAÇÃO DETALHADA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder benefício de amparo social à pessoaportadora de deficiência. Considerou que, após a avaliação socioeconômica, a renda da família passou a ser superior a ¼do salário mínimo, não havendo estado de miserabilidade. Considerou também não haver incapacidade para o trabalho.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

O fato de o perito diagnosticar diabetes mellitus não necessariamente implica caracterização de incapacidade para otrabalho. Para ter direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostano laudo pericial.

A recorrente requereu a intimação do perito para responder ao quesito 10 do juízo e ao quesito 4 do INSS. O requerimentonão foi analisado na sentença. O quesito 10 do juízo solicita comentários sobre os atestados de médicos assistentes.Ocorre que o perito não está obrigado a comentar pareceres de outros médicos, mesmo porque a conclusão neles expostanão vincula o laudo pericial. Quanto ao quesito 4 do INSS, o perito o respondeu de forma sucinta, porque não foi constatadoque a patologia diagnosticada implicasse alterações incapacitantes. O laudo pericial, embora lacônico, não é nulo, porqueesclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade epela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

Não estando a recorrente incapacitada para a vida independente e para o trabalho, é desnecessário avaliar a renda mensalper capita.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiária

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da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

10 - 0001174-16.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001174-2/01) EDENILÇO MARVILA DA COSTA (ADVOGADO: ValberCruz Cereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira FreireCarneiro.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE. PREVALÊNCIA DO LAUDOPERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE.

A perícia judicial relatou histórico de cirurgia realizada em 2006, mas negou a constatação de sintomas de qualquer doençaincapacitante no momento do exame pericial.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

11 - 0000914-30.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000914-5/01) MARIA LUIZA SIRTOLI (ADVOGADO: WESLEY CORREACARVALHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE LABORAL. PREVALÊNCIA DOLAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederauxílio-doença.

A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisada por médico.Preferencialmente, o médico nomeado deve ser habilitado na especialidade médica pertinente à doença incapacitante daqual se queixa o segurado. Trata-se, porém, de mera preferência. A perita com especialidade em Medicina do Trabalho temhabilitação técnica legal para opinar sobre questões de natureza clínica afetas a qualquer especialidade. A perita pode nãoter a habilitação técnica ideal para conduzir o tratamento clínico da paciente, mas detém conhecimentos suficientes paraavaliar a repercussão da doença na aptidão física para o trabalho.

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A sentença considerou que os atestados médicos exibidos são antigos. A recorrente alegou que a ausência de atestados eexames recentes não serve para motivar o indeferimento do benefício e que deveriam então ter sido solicitadas novasprovas. Essa alegação é impertinente. Uma vez concluída a prova pericial, sua conclusão presume-se verdadeira. Àrecorrente cabe o ônus de provar o erro na conclusão do laudo pericial. Somente a recorrente poderia exibir documentostécnicos eventualmente aptos a contradizer o parecer do perito.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

12 - 0001832-40.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001832-3/01) ORTELINO CARIMAN BATISTA (ADVOGADO: Valber CruzCereza, ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANACAMPOS MALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE LABORAL. PREVALÊNCIA DOLAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE.

O fato de o perito diagnosticar doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Parater direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é precisoficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

13 - 0000707-05.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000707-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x ZENOBIO LOURENÇO (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.).

E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. NOVO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO NÃO CARACTERIZA DESISTÊNCIA TÁCITADO PRIMEIRO. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a pagar proventos de benefício de amparo socialà pessoa com deficiência, devidos entre 19/3/2003, data do primeiro requerimento administrativo, e 4/9/2007, data daconcessão do segundo benefício requerido.

O INSS alegou que a demora do recorrido em formular novo requerimento administrativo de benefício assistencial configuraaceitação da decisão que indeferiu o primeiro requerimento administrativo. Não assiste razão ao recorrente. A aquiescênciatácita com a decisão administrativa contrária só pode resultar de atos inequívocos que demonstrem o desinteresse da parteem ver a matéria reapreciada. Se o recorrido formulou novo requerimento de benefício assistencial, ainda que decorridosquatro anos da decisão denegatória, isso significa reiteração do primeiro requerimento, e não desinteresse na pretensão.

O recorrente alegou que o perito do juízo atestou não ser possível identificar a data de início da incapacidade. Com efeito,no exame pericial, o perito eximiu-se de precisar o dia de início da inaptidão laboral. Não obstante, em resposta a quesitoscomplementares e após análise de atestados subscritos por médicos assistentes, o perito certificou que as alteraçõesincapacitantes já estavam consolidadas desde o ano de 2002 (quesito 4, fl. 121).

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0000390-70.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000390-7/01) WALDEN BATISTA SILVA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INDEFERIMENTO DE ESCLARECIMENTOS DO PERITO E DE REQUISIÇÃO DEPROCESSO ADMINISTRATIVO. DILIGÊNCIAS DISPENSÁVEIS. REJEITADA ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DEDEFESA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

O recorrente arguiu cerceamento de defesa em virtude de o juizado de origem não ter deferido os requerimentos deesclarecimentos ao perito e de requisição dos antecedentes médicos em poder do INSS

Os antecedentes médicos em poder do INSS seriam inúteis para alterar a conclusão do laudo pericial. Atestados de médicoassistentes juntados aos autos do processo administrativo não vinculariam a perícia judicial.

O recorrente pediu que o perito respondesse ao quesito 10, que possuía o seguinte teor: “queira o sr. perito tecercomentários sobre os laudos e exames médicos existentes nos autos”. O laudo pericial sumariamente respondeu: “não”.Nos autos consta apenas um único atestado médico, datado de 2007 (três anos antes da perícia), que diagnostica doençassem confirmar que elas causam incapacidade para o trabalho (fl. 9). Esse atestado médico antigo e sucinto não serviria, dequalquer forma, para influenciar a conclusão do perito do juízo. A omissão do perito em tecer comentários a respeito dodocumento é irrelevante.

O recorrente também pediu que o perito descrevesse os sintomas da doença. O laudo pericial diagnosticou lombalgia, semdetalhar os sintomas manifestados. Não há necessidade, porém, de tecer especificações adicionais. Nos juizadosespeciais, os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pelaqual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

O fato de o recorrente possuir 62 anos de idade e sentir dor nas costas não basta para demonstrar incapacidade para otrabalho. Para ter direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente: é

Page 13: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostano laudo pericial.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0000913-82.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000913-2/01) DOMINGAS BENTO QUERINO (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INDEFERIMENTO DE ESCLARECIMENTOS DO PERITO E DE REQUISIÇÃO DEPROCESSO ADMINISTRATIVO. DILIGÊNCIAS DISPENSÁVEIS. REJEITADA ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DEDEFESA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

A recorrente arguiu cerceamento de defesa em virtude de o juizado de origem não ter deferido os requerimentos deesclarecimentos ao perito e de requisição dos antecedentes médicos em poder do INSS.

O laudo pericial diagnosticou lombalgia – dor nas costas -, mas negou incapacidade para o trabalho. A autora, orarecorrente, indagou se já havia lombalgia na data de entrada do requerimento administrativo. Como o laudo pericialconsiderou que a lombalgia não causava incapacidade para o trabalho, sobressai irrelevante esclarecer se a patologia semanifestava na data de entrada do requerimento. O quesito complementar era inútil.

A recorrente também indagou quais seriam as características da doença que o acometia. O laudo pericial sumariamentediagnosticou lombalgia, sem detalhar os sintomas manifestados. Não há necessidade, porém, de tecer especificaçõesadicionais. Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

Os antecedentes médicos em poder do INSS seriam inúteis para alterar a conclusão do laudo pericial. Atestados de médicoassistentes juntados aos autos do processo administrativo não vinculariam a perícia judicial.

O fato de a recorrente possuir 60 anos de idade e ser portadora de lombalgia não basta para demonstrar incapacidade parao trabalho. Para ter direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente:é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenhodas funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatarse a doença diagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusãoexposta no laudo pericial.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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16 - 0000376-86.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000376-2/01) MARENILCE SOARES MARTINS (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INDEFERIMENTO DE ESCLARECIMENTOS DO PERITO E DE REQUISIÇÃO DEPROCESSO ADMINISTRATIVO. DILIGÊNCIAS DISPENSÁVEIS. REJEITADA ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DEDEFESA. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA.

A recorrente arguiu cerceamento de defesa em virtude de o juizado de origem não ter deferido os requerimentos de juntadade cópia de laudo pericial judicial incidental a outro processo e de esclarecimentos ao perito.

O laudo pericial elaborado em processo judicial anterior é irrelevante para o julgamento da presente lide, uma vez que acomprovação de incapacidade laboral em época remota não bastaria para desautorizar a conclusão do perito de queatualmente não mais havia incapacidade para o trabalho. Ademais, cabia ao próprio diligenciar a instrução do processo comdocumentos para cujo acesso dispensa-se requisição judicial.

A recorrente pediu que o perito respondesse ao quesito 10, que possuía o seguinte teor: “queira o sr. perito tecercomentários sobre os laudos e exames médicos existentes nos autos”. O laudo pericial sumariamente respondeu: “não”.Nos autos consta apenas um único atestado médico, datado de 2006 (mais de quatro anos antes da perícia), certificandoapenas inaptidão para realizar esforço físico (fl. 38). Esse atestado antigo e sucinto não serviria, de qualquer forma, parainfluenciar a conclusão do perito do juízo. A omissão do perito em tecer comentários a respeito do documento é irrelevante.

A recorrente também pediu que o perito também descrevesse os sintomas da doença. O laudo pericial diagnosticouinsuficiência coronariana e diabetes, sem detalhar os sintomas manifestados. Não há necessidade, porém, de tecerespecificações adicionais. Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade(art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

O fato de a recorrente possuir 61 anos de idade e estar doente não basta para demonstrar incapacidade para o trabalho.Para ter direito ao benefício assistencial de prestação continuada, não basta ao cidadão comprovar estar doente: é precisoficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o cidadão para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

17 - 0011795-46.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011795-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x JOSE MARIA JOAQUIM (ADVOGADO: ARI FONTES DE OLIVEIRA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. INCAPACIDADE PARCIAL. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL.DIREITO AO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a conceder o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O recorrente alegou quenão foi comprovada a incapacidade total e definitiva para o trabalho e para a vida independente.

O perito do juízo diagnosticou hipertensão arterial, bloqueio atrioventricular total e presença de marca-passo cardíaco.Atestou incapacidade parcial para o desempenho de atividades que exijam esforço físico intenso. Ressalvou que o recorridopode exercer atividades leves, como a de vendedor ou porteiro.

A fotografia de fl. 80 mostra edema em uma das pernas, aparentemente compatível com a alegação de trombose venosa(fato não avaliado pelo perito). As queixas de tonteira, fraqueza e falta de ar (fl. 73), embora também não tenham sido

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apreciadas pelo perito, são verossímeis. O recorrido tem 57 anos de idade.

Nessas condições, é improvável que o recorrido, mesmo em atividades leves, consiga trabalhar com desempenhosuficiente à garantia da própria subsistência. Entendimento em sentido contrário implica desrespeito ao princípioconstitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da Constituição Federal).

A conclusão do laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). Embora o laudo tenha concluído pela inexistência deincapacidade total para o trabalho, o juiz pode usar os subsídios do próprio perito para chegar a conclusão diferente.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 0001578-67.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001578-4/01) NITH NOGUEIRA DE LIMA (ADVOGADO: Olga PaulaAlves.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.741/2003.RENDA PER CAPITA SUPERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA MISERABILIDADE.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício de amparo social ao idoso.Considerou que não restou comprovado o estado de miserabilidade.

A recorrente reside com o marido e dois filhos. O filho Jhonny é maior de 21 anos e, apesar do alegado retardo mental, nãotem invalidez comprovada. Por isso, não compõe o grupo familiar para os fins da Lei nº 8.742/93. Por outro lado, o filhoJason, por se tratar de pessoa inválida, uma vez que é beneficiário de amparo social à pessoa com deficiência (fls. 75/76),integra o grupo familiar da recorrente, mesmo possuindo mais de 21 anos de idade.

A renda familiar é composta pelos proventos de aposentadoria por tempo de contribuição auferidos pelo pai, no valor de umsalário mínimo (fl. 77), e pelos proventos de benefício assistencial recebidos pelo filho, também no valor de um saláriomínimo.

O valor da aposentadoria recebido pelo marido não deve ser computado para efeito de cálculo da renda familiar per capita.Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (estatuto do idoso), segundo o qual o benefícioassistencial de prestação continuada já concedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha pelo menos 65anos de idade, não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

A renda familiar deve ser considerada composta apenas pelo valor de benefício assistencial auferido pelo filho darecorrente. Mesmo assim, a renda per capita equivale a 1/3 do salário mínimo, ultrapassando o limite imposto no art. 20, §3º, da Lei nº 8.742/93.

Quanto à possibilidade de aferir a miserabilidade por critérios casuísticos, as despesas da família, relatadas pela assistentesocial, eram inferiores aos rendimentos. Mesmo incluídos os gastos com medicamentos contínuos, as despesas mensaisatingiam R$ 506,90 em 2009, em época na qual a renda real da família, equivalente a dois salários mínimos, correspondia aR$ 930,00. Após a visita da assistente social, os gastos da família devem ter aumentado, mas a renda também aumentou,haja vista os sucessivos reajustes do salário mínimo em proporção superior à inflação. A residência apresenta boascondições físicas e de higiene. Trata-se de família pobre, mas não miserável.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 0006340-66.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006340-6/01) CLAUDIO ALEX CALISTO (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUSMARQUES GONÇALVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. deOliveira.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. ESTADO DEMISERABILIDADE NÃO DEMONSTRADO POR OUTROS MEIOS DE PROVA.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício assistencial de prestaçãocontinuada, porque a renda mensal per capita é superior a ¼ do salário mínimo. O recorrente pediu a reforma da sentença,alegando que o relatório social comprova o estado de miserabilidade.

O relatório social indica que o recorrente reside com o pai, a mãe e uma irmã. A irmã, maior de 21 anos e não inválida, nãocompõe o grupo familiar para os fins de aferição da rende per capita (art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/93, com redação dadapela Lei nº 9.720/98). O pai do recorrente é beneficiário de aposentadoria por invalidez, com renda mensal, na época davisita domiciliar, no valor de R$ 1.248.48 (fl. 96). Logo, a renda per capita é muito superior ao limite de ¼ do salário mínimo,imposto pelo art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93.

O relatório social revela que a família reside em imóvel próprio, com condições razoáveis de moradia. As despesas mensaisregulares relatadas pela família não chegam à metade do valor de aposentadoria recebido pelo pai. O relatório indicatratar-se de família pobre, mas não é suficiente para comprovar o estado de miserabilidade.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0000194-35.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000194-5/01) ELISEU LOPES PIMENTA (ADVOGADO: MARILENAMIGNONE RIOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira FreireCarneiro.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. LEI NÃO EXIGE INCAPACIDADE DEFINITIVA. SÚMULA Nº 29 DA TNU. RENDA MENSALPER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. ESTADO DE MISERABILIDADE NÃO DEMONSTRADO POROUTROS MEIOS DE PROVA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência. A sentença considerou que não foi comprovada incapacidadedefinitiva para a vida independente e para o trabalho, e que a renda mensal per capita é superior a ¼ do salário mínimo.

Considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho (art. 20, § 2º, daLei nº 8.742/93). A lei não exige que a incapacidade seja definitiva. Onde a lei não distingue, não cabe ao intérpretedistinguir. A incapacidade para o trabalho não precisa ser definitiva, basta que a duração seja indeterminada, isto é, que nãohaja perspectiva segura e iminente de recuperação a curto prazo. Tanto assim é que o art. 21 da Lei nº 8.742/93 dispõe que“o benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada dois anos para avaliação da continuidade das condições quelhe deram origem”.

A Súmula nº 29 da Turma de Uniformização das Decisões das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais dispõeque “para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela queimpede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a que impossibilita de prover ao próprio sustento”. Assimsendo, o fato de as pessoas conseguirem alimentar-se, vestir-se ou cuidar da própria higiene sem a ajuda de terceiros é

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irrelevante para a caracterização da incapacidade para os atos da vida independente (vale dizer, incapacidade para otrabalho).

A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.112.557/MG pelo rito dos recursos repetitivos,pacificou o entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 deve serconsiderado apenas como um limite mínimo de renda, abaixo do qual a miserabilidade fica objetivamente configurada, semdescartar, porém, a possibilidade de o juiz levar em consideração outros fatores referentes à situação econômico-financeirado beneficiário e que tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua família. Assim, aindaque a renda familiar mensal per capita seja superior a 1/4 do salário mínimo, é possível a aferição da condição dehipossuficiência econômica do idoso ou do portador de deficiência por outros meios.

O relatório social atesta que a família reside em imóvel cedido, não possuindo despesas com aluguel. O recorrente não fazuso de medicamentos. As fotografias mostram boas condições físicas e de higiene da moradia. A família passa pordificuldades financeiras em razão da doença do recorrente, mas na há estado de miserabilidade visível.

A esposa do recorrente trabalha e recebe um salário mínimo mensal. A filha, com 25 anos de idade, recebe bolsa deestágio no valor de R$ 690,00. A renda da filha deve ser computada, ao menos a partir do início da vigência da Lei nº12.435, de 06/07/2011. Essa lei atribuiu nova redação atribuída ao art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/93, segundo a qual a famíliaé composta pelos filhos, independentemente da idade, desde que sejam solteiros e vivam sob o mesmo teto.

Ainda que se exclua do grupo familiar a filha no período anterior à lei nova, por ser maior de 21 anos de idade, a renda percapita equivalia a ½ salário mínimo, em razão do salário da esposa do recorrente. As despesas relatadas pela assistentesocial eram superiores ao salário da esposa. Entretanto, o relatório também computou gastos da filha. Se a filha não puderser considerada integrante do grupo familiar, seus gastos também não podem ser computados. Com a exclusão dasdespesas da filha, os gastos da família não eram superiores à renda mensal da esposa.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0000573-41.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000573-4/01) WALLACE DE SOUZA RIBEIRO (ADVOGADO: MARIAISABEL PONTINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. ESTADO DEMISERABILIDADE NÃO COMPROVADO POR OUTROS MEIOS.

A sentença julgou improcedente o pedido de restabelecimento do benefício de amparo social à pessoa com deficiência.Considerou que não foi comprovado o estado de miserabilidade.

O relatório elaborado pela assistente social certifica que o recorrente reside com o pai, a mãe e uma irmã, que, na época davisita domiciliar, contava com 20 anos de idade. O pai do recorrente trabalhava como pedreiro autônomo auferindo rendamensal média no valor de R$ 750,00. A irmã do recorrente trabalhava como operadora de caixa, auferindo renda mensal deR$ 465,00 e contribuindo com R$ 100,00 para as despesas do lar (fl. 74).

A renda da irmã deve ser integralmente computada, porque ela tinha menos de 21 anos de idade. Ademais, de acordo coma nova redação atribuída ao art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/93, a família é composta pelos filhos e irmãos, independentementeda idade, desde que sejam solteiros e vivam sob o mesmo teto (Lei nº 12.435, de 06/07/2011).

A renda familiar per capita extrapola o limite imposto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93. Sob o critério objetivo definido emlei, a família teria condições de sustentar o recorrente, razão pela qual a cessação do benefício é legítima.

O laudo socioeconômico revela que a família reside em imóvel próprio, em boas condições de habitabilidade. Os gastosmensais regulares, estimados em R$ 690,00, são inferiores ao valor da renda mensal auferida pelo pai e pela irmã dorecorrente. Apesar das compreensíveis dificuldades financeiras da família, há vista as necessidades especiais do

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recorrente, não restou comprovada situação de miserabilidade.

O recorrente alegou que necessita do benefício assistencial para custear seu tratamento médico, tendo em vista que possuigastos mensais com aquisição de medicamentos, no valor de R$ 250,00, e com consulta com neurologista, no valor de R$200,00. Em primeiro lugar, os gastos declarados não estão comprovados. Ademais, despesas com aquisição demedicamentos não devem ser abatidos no valor da renda mensal familiar para aferição da miserabilidade. A SeguridadeSocial, consoante norma constitucional, é tripartida na Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Tratamento comremédios não são cobertos pela proteção propiciada pela Assistência Social, mas sim, pelo outro braço da SeguridadeSocial, a Saúde. A necessidade de medicamentos autoriza a pessoa carente a exigir que o Estado o entregue in natura -obrigação de dar coisa certa -, mas não justifica a concessão de benefício assistencial - obrigação de pagar quantia certa.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 0000591-62.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000591-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x WAGNER MARTINS RIBEIRO JUNIOR(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. MÃE RECEBE PENSÃO POR MORTE. PENSIONISTA COM IDADE INFERIOR A 65ANOS. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34 DO ESTATUTO DO IDOSO. RENDA PER CAPITASUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. COMPROVAÇÃO DO ESTADO DE MISERABILIDADE POR OUTROS MEIOS.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a restabelecer o pagamento de benefícioassistencial de prestação continuada. O INSS interpôs recurso, alegando que a renda mensal per capita é superior a ¼ dosalário mínimo.

O recorrido reside apenas com a mãe, beneficiária de pensão por morte com renda mensal no valor de um salário mínimo.A sentença considerou que o valor de pensão por morte recebido pela mãe não deveria ser computado para efeito decálculo da renda familiar per capita. Aplicou, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (estatuto doidoso), segundo o qual o benefício assistencial de prestação continuada já concedido a qualquer membro da família, queseja idoso e tenha pelo menos 65 anos de idade, não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar percapita a que se refere a LOAS. Ocorre que a mãe do recorrido, nascida em 1973, possui apenas 38 anos de idade. Logo,sua situação não se assemelha à hipótese prevista naquele dispositivo legal. Afastada a possibilidade de aplicaçãoanalógica do art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003.

A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.112.557/MG pelo rito dos recursos repetitivos,pacificou o entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 deve serconsiderado apenas como um limite mínimo de renda, abaixo do qual a miserabilidade fica objetivamente configurada, semdescartar, porém, a possibilidade de o juiz levar em consideração outros fatores referentes à situação econômico-financeirado beneficiário e que tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua família. Assim, aindaque a renda familiar mensal per capita seja superior a ¼ do salário mínimo, é possível a aferição da condição dehipossuficiência econômica do idoso ou do portador de deficiência por outros meios.

O relatório da assistente social revelou que o valor recebido pela mãe a título de pensão por morte não é suficiente paracustear as despesas da família. O recorrido necessita de alimentação especial e transporte para realizar terapia médica,uma vez que não anda, nem fala. Além disso, o recorrido necessita de cuidados permanentes de outra pessoa, o queimpossibilita a mãe de exercer atividade laborativa. As informações contidas no relatório social, não impugnadas pelo INSS,presumem-se verdadeiras e são suficientes para caracterizar o estado de miserabilidade.

Recurso improvido. Considerando a impossibilidade de acumulação do benefício assistencial de prestação continuada combenefício previdenciário (art. 20, § 4º, da Lei nº 8.742/93), o INSS deverá excluir o recorrido do rol de dependentesbeneficiários da pensão por morte, devendo o valor de sua cota-parte ser revertido em favor da mãe.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados

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em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0000050-92.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000050-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x PATRICIA ELEOTERIO BARCELLOS (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. RENDA MENSAL PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. APOSENTADOCOM MENOS DE 65 ANOS DE IDADE. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFOÚNICO, DO ESTATUTO DO IDOSO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a restabelecer o benefício de amparo social àpessoa com deficiência. O recorrente alegou que a renda mensal per capita é superior a ¼ do salário mínimo.

A recorrida reside com o pai e a mãe. O pai é beneficiário de aposentadoria por idade, com renda mensal no valor de umsalário mínimo. A sentença, porém, excluiu do cálculo da renda familiar o valor da aposentadoria recebido pelo pai. Aplicou,por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (estatuto do idoso). Ocorre que, na época da cessação dobenefício, em 1º/7/2008, o pai da recorrida, nascido em 20/9/1944, ainda não havia completado 65 anos de idade. Nessecaso, não é possível a aplicação analógica do art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003.

A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.112.557/MG pelo rito dos recursos repetitivos,pacificou o entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 deve serconsiderado apenas como um limite mínimo de renda, abaixo do qual a miserabilidade fica objetivamente configurada, semdescartar, porém, a possibilidade de o juiz levar em consideração outros fatores referentes à situação econômico-financeirado beneficiário e que tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua família. Assim, aindaque a renda familiar mensal per capita seja superior a 1/4 do salário mínimo, é possível a aferição da condição dehipossuficiência econômica do idoso ou do portador de deficiência por outros meios.

O relatório social indicou que a renda proveniente da aposentadoria do pai é insuficiente para prover as necessidades dafamília, uma vez que a mãe necessita comprar muitos medicamentos. Além disso, os pais da recorrida são idosos, doentese analfabetos, não podendo trabalhar para complementar a renda da família. A assistente social ainda relatou que arecorrida necessitava consultar-se com ortopedista, mas não possuía condições financeiras para custear exames de raio-x.O conteúdo do relatório social, não impugnado pelo INSS, presume-se verdadeiro e comprova situação de miserabilidade.Ademais, desde 20/9/2009, o pai da recorrida completou 65 anos de idade, cabendo, a partir de então, a aplicaçãoanalógica do art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. Assim, a partir de 20/9/2009, a renda familiar deve serconsiderada nula.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

24 - 0000517-08.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000517-5/02) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MATEUS INACIO DE NOGUEIRA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA

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NERY.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. CONCEITO DE FAMÍLIA. ART. 20, § 1º, DA LEI Nº 8742/93, COM REDAÇÃO DADA PELALEI Nº 9.720/98. EXCLUSÃO DE IRMÃO MAIOR DE 21 ANOS E NÃO INVÁLIDO E SOBRINHO.

O recorrido reside com uma irmã e três sobrinhos. Com base no conceito de família previsto no art. 20, § 1º, da Lei nº8.742/93 (com redação dada pela Lei nº 9.720/98), a sentença considerou que a irmã, maior de 21 anos e não inválida, e ossobrinhos não compõem o grupo familiar do recorrido. O INSS alegou que a responsabilidade pelo sustento das pessoas éinicialmente das famílias e que a Assistência Social somente atua de forma subsidiária.

O art. 1.696 do Código Civil prevê que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todosos ascendentes. Essa norma jurídica deve regular as relações de Direito Civil. No âmbito da Assistência Social, existenorma especial, que dispensa a aplicação do Código Civil.

O conceito legal de família, para efeito de benefício assistencial, é definido pelo art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/1993. Naépoca do requerimento administrativo, por expressa determinação legal, eram considerados componentes do grupofamiliar: o cônjuge; o companheiro; o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; os pais eo irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. O irmão maior de 21 anos e os sobrinhosnão eram considerados para efeito de aferição da renda mensal per capita. Logo, seus rendimentos não podem sercomputados no cálculo da renda familiar para efeito de verificar a existência da miserabilidade. Nesse sentido, estápacificada a jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização (PU 2008.72.51.000913-4, Relator juiz federal ÉlioWanderley de Siqueira Filho, DJ 15/09/2009; PU 2008.35.00.700402-4, Juiz Federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho,DJ 22/04/2009; PU 2006.70.95.002249-8, Juiz Federal Hermes Siedler da Conceição Júnior, DJ 17/09/2007).

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 0006127-60.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006127-6/01) MARIA FERRO GOMES (ADVOGADO: PATRICIA NUNESROMANO, JEANINE NUNES ROMANO, MARCELA GRIJÓ LIMA CORRÊA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE. PREVALÊNCIA DO LAUDOPERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE.

O primeiro laudo pericial diagnosticou lombalgia, cervicalgia e gonartrose, mas atestou que, no momento do exame pericial,encontrava-se com o estado clínico controlado, descartando existência de incapacidade para o trabalho. O segundo laudopericial diagnosticou artrose de coluna lombar, mas também negou incapacidade para o trabalho.

O fato de o perito diagnosticar doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Parater direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é precisoficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta noslaudos periciais.

O primeiro laudo pericial relatou que a recorrente atualmente trabalha como auxiliar de serviços gerais, fazendo cafezinho.O segundo laudo pericial corroborou esse relato e acrescentou que a recorrente também fazia limpeza simples, sem faxinapesada, sem escadas e sem levantar peso. A recorrente alegou que só está trabalhando para não passar por privações enecessidades alimentares e que o fato de estar trabalhando não caracteriza capacidade para o trabalho. As duas períciasjudiciais, porém, não confirmaram nenhuma limitação funcional para a atividade habitual da recorrente.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,

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“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 0000728-44.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000728-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x JORGE LUIZ FANTICELLI (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. LAUDO PERICIAL NÃO VINCULA JUIZ. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO.RISCO DE AGRAVAMENTO DO QUADRO CLÍNICO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO RECEBIMENTO DEREMUNERAÇÃO DO EMPREGADOR NO PERÍODO POSTERIOR À CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA.

O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose e discreta hérnia discal lombar, mas negou a existência deincapacidade para o trabalho. Em contrapartida, o perito afirmou que as lesões diagnosticadas podem causar dor elimitação quando houver esforço físico acentuado, movimentos repetitivos, posição viciosa ou carregamento de pesos.Como o recorrido tinha atividade habitual na linha de montagem de móveis, presume-se que precisava se sujeitar àssituações geradoras de risco de dor e limitação funcional.

A conclusão do laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). Embora o laudo tenha concluído pela inexistência deincapacidade para o trabalho, o juiz pode usar os subsídios do próprio perito para chegar a conclusão diferente.

O laudo pericial atestou que não havia indícios de compressão neural significativa ou processo expansivo intracanalar noexame de ressonância magnética (quesito 10, fl. 39 e quesito 1, fl. 45). O perito alegou que o exame físico foi prejudicadopela não cooperação do recorrido, que a todo o momento supervalorizava as manobras e testes em relação ao componenteálgico e que o padrão de dor manifestado era, na maioria das vezes, incompatível com o exame realizado (quesito 2, fl. 45).Não obstante, mesmo sem confirmar a manifestação dos sintomas incapacitantes, o perito indiretamente confirmou o riscode o desempenho da atividade habitual agravar o quadro clínico.

Está implicitamente incluído no conceito de incapacidade para o trabalho o risco de agravamento da doença ou lesão.Assim, o segurado que, para exercer as funções inerentes à atividade habitual, corre risco de agravamento do estadoclínico, deve ser considerado incapacitado. Entendimento em sentido contrário implica desrespeito ao princípioconstitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da Constituição Federal).

O pagamento do auxílio-doença havia cessado em 15/12/2007. Extrato do CNIS registra que o vínculo de emprego iniciadoem 3/6/1997 só teve baixa em 10/12/2009 (fl. 54). Por isso, o INSS presumiu que o recorrido continuou trabalhando após acessação do auxílio-doença. Alegou litigância de má-fé. O recorrido exibiu termo de declaração escrita da empresaatestando que, desde que começaram os afastamentos por auxílio-doença, em 2004, ele nunca mais voltou a trabalhar,sendo que os intervalos em que não houve concessão de auxílio-doença foram registrados como falta (fl. 60). O INSS nãocomprovou que o recorrido recebeu remuneração do empregador após a cessação do auxílio-doença. Deveria ter exibido oextrato do CNIS no módulo “contribuições recolhidas”, que discrimina o valor do salário-de-contribuição mês a mês. Nomódulo “períodos de contribuição”, o CNIS apenas indica a data da baixa do vínculo de emprego, sem garantir que houverecolhimento de salários-de-contribuição.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

27 - 0001476-48.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001476-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x MARIA CELESTE DE SOUZA.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PERÍODO RETROATIVO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADEPARA O TRABALHO.

O recorrente alegou que a perícia administrativa verificou inexistir incapacidade laborativa e que o juiz a quo deveria tersolicitado esclarecimentos ao perito do juízo ou designado nova perícia.

A recorrida recebeu auxílio-doença no período de 01/03/2005 a 01/04/2007. Voltou a trabalhar. Obteve novo auxílio-doençano período de 13/5/2008 a 20/9/2008. O requerimento administrativo formulado em 9/3/2009 foi indeferido com base emparecer da perícia médica do INSS. A ação foi proposta em março/2009. A sentença condenou o INSS a pagar osproventos de auxílio-doença retroativos ao período de setembro/2008 a março/2009.

Em 13/10/2009, o perito do juízo negou incapacidade atual para o trabalho. Relatou que a recorrida recebeu o diagnósticode câncer em 3/11/2004, foi submetida a cirurgia e, em 23/7/2005, já havia realizado todos os tratamentos clássicos.Atestou que depois disso a recorrida seguiu trabalhando durante o tratamento instituído até outubro/2008 (quesito 11). Operito não confirmou incapacidade para o trabalho após o encerramento dos tratamentos clássicos.

A sentença levou em consideração atestados de médicos assistente, contemporâneos ao período de 09/2008 a 03/2009,que diagnosticavam neoplasia maligna e certificavam genericamente que a recorrida encontrava-se em tratamentooncológico e estava incapacitada para o trabalho (fls. 10/12 e 14). Os atestados não descrevem o tratamento oncológicoentão aplicado. Nem todo tratamento oncológico causa incapacidade para o trabalho. A falta de detalhamento do quadroclínico compromete o valor do atestado do médico assistente para efeito de confrontar o laudo da perícia médica do INSS,que, também em março/2009, havia negado incapacidade para o trabalho.

Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do recorrente a pagar proventos retroativos deauxílio-doença. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

28 - 0000061-55.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000061-7/01) ANANIAS VERGNA (ADVOGADO: ALECIO JOCIMARFAVARO, BRIAN CERRI GUZZO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSALEITE VIEIRA.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RECURSO ADESIVO. ACIDENTE DO TRABALHO NÃO COMPROVADO.ARGUIÇÃO DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA REJEITADA. INCAPACIDADE DEFINITIVA E OMNIPROFISSIONAL.CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a conceder auxílio-doença com DIB em 15/10/2008, data da perícia judicial. O autorapresentou recurso pedindo o pagamento do benefício desde 2/1/2008, bem como conversão do auxílio-doença emaposentadoria por invalidez a partir do exame pericial. O INSS apresentou recurso adesivo, arguindo a incompetênciaabsoluta do Juizado Especial Federal.

O perito certificou que a patologia possui natureza degenerativa. Ao mesmo tempo, atestou que a profissão de mecânico“pode” ter corroborado para o desenvolvimento da doença. Não está inequivocamente caracterizada a existência de nexo

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etiológico entre a doença incapacitante e o trabalho do autor. Ademais, os benefícios anteriormente deferidos pelo INSSnão possuíam natureza acidentária. Rejeitada a arguição de incompetência absoluta do Juizado Especial Federal.

O laudo pericial expressamente atestou tratar-se de incapacidade definitiva e omniprofissional, descartando a possibilidadede reabilitação profissional. Nesse caso, o segurado faz jus à aposentadoria por invalidez.

O perito certificou que a incapacidade já estava consolidada desde julho/2004. Logo, o recorrente faz jus aos proventos deauxílio-doença devidos desde a data do requerimento administrativo.

Recurso adesivo do INSS improvido. Recurso do autor provido para reformar a sentença, alterando a DIB do auxílio-doençaNB 525.066.782-8 para 2/1/2008, condenando o INSS a pagar os proventos de auxílio-doença retroativos à DIB econdenando o INSS a converter o auxílio-doença em aposentadoria por invalidez com DIB em 15/10/2008.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do INSS em honorários advocatícios, arbitrados emdez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso adesivo do INSS e dar provimento ao recurso do autor.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

29 - 0000111-78.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000111-4/01) MANOEL JOSÉ CORREA (ADVOGADO: GUILHERMESTINGUEL GIORGETTE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIOBINDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez com DIB em 12/3/2008. O recorrente pediu a reformada sentença para que a DIB seja fixada em 7/1/2007, data da comunicação do indeferimento administrativo (fl. 20).

O perito do juízo certificou que, tanto a patologia diagnosticada e a incapacidade laborativa iniciaram-se em 2005 (fl. 82).Além disso, o atestado de médico assistente datado de 21/12/2006 contém diagnóstico compatível com o laudo pericial,indicando incapacidade para o trabalho (fl. 33). Os documentos são suficientes para comprovar a existência de inaptidãolaboral em 7/1/2007.

Recurso provido para reformar a sentença, fixando a DIB da aposentadoria por invalidez em 7/1/2007. Sem custas, nostermos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente(art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

30 - 0000610-37.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000610-2/01) MARLY RAQUEL BONZE POLINICOLA (ADVOGADO:ELIAS ASSAD NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOSMALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INDEFERIMENTO DE

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ESCLARECIMENTOS DO PERITO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE NULIDADE PROCESSUAL. LAUDOMÉDICO PERICIAL DESFAVORÁVEL.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença ou aposentadoria porinvalidez. A autora interpôs recurso alegando cerceamento de defesa, pois não foi deferido o pedido de complementação dolaudo pericial. Também alegou que o laudo pericial deixou evidente que as doenças e suas limitações, aliados à idade,causam incapacidade para o trabalho.

A autora havia requerido o seguinte esclarecimento do perito: para o desempenho da atividade habitual há esforço físico?Na petição inicial, a autora havia alegado que sua última atividade habitual foi como empregada doméstica. O peritoexpressamente explicou que a lesão da qual a autora é portadora não tem repercussão sobre as atividades de doméstica(quesito 7 do autor, fl. 74). O perito já deixou claro que não há inaptidão física para a intensidade de esforço físico própriada atividade habitual da recorrente.

Outro esclarecimento reclamado pela autora foi o seguinte: o fato de a autora ter dor lombar e fraqueza nas pernas,somado à sua idade (54 anos), interfere no exercício de atividades que exijam esforço físico? O perito já havia, porém,descartado que a dor lombar e a fraqueza nas pernas fossem incapacitantes para as atividades de doméstica. Avaliou queo exame da região lombar não mostrou hipertonia muscular para vertebral e o teste de Lasègue foi negativo. Descartou apresença de hipotonia ou atrofia muscular (fl. 74). Não há necessidade de mais esclarecimentos.

Estar acometido por doença não garante direito ao benefício previdenciário. O que importa é a repercussão da doença naaptidão física e mental para o desempenho do trabalho. Não basta estar doente. É preciso que a doença incapacite osegurado para o trabalho.

A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

31 - 0000805-16.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000805-0/01) JONAS MARQUES DA SILVA (ADVOGADO: GUSTAVOSABAINI DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. TRABALHADOR RURAL. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. SITUAÇÃODE PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE GRAÇA NÃO CARACTERIZADA.

O recorrente exerceu emprego rural até 30/5/2007 (fl. 30). Em depoimento pessoal, afirmou ter trabalhado pouco mais deum mês em 2009 e que ficou sem trabalhar entre o final do penúltimo vínculo de emprego e o início do último (fls. 65/66).Requereu auxílio-doença em 12/1/2009 (fl. 29), antes do último vínculo de emprego. A sentença considerou que orecorrente não cumpriu a carência do auxílio-doença.

De acordo com o art. 39, I, da Lei n 8.213/91, conjugado com o art. 25, I, da mesma lei, o segurado especial tem direito aoauxílio-doença no valor de um salário mínimo, bastando que comprove o exercício de atividade rural, ainda quedescontínua, nos doze meses anteriores ao do início do benefício.

Tendo requerido auxílio-doença em janeiro/2009 e não havendo prova de que a data de início da incapacidade seja anteriora janeiro/2009, o recorrente precisa comprovar exercício de atividade rural durante os doze meses anteriores, ou seja, entrejaneiro e dezembro/2008. Ocorre que nesse período o recorrente confessou não ter exercido nenhuma atividade laboral. O

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recorrente não mantinha qualidade de segurado na data de início da incapacidade.

O recorrente alegou que, tendo trabalhado durante pouco mais de um mês em 2009 (após o requerimento administrativo deauxílio-doença), o período de graça reiniciou-se. Assim, quando foi submetido à perícia judicial, em 18/6/2010, estariamantendo a qualidade de segurado. Ocorre que, ainda que a data de início da incapacidade esteja inserida dentro doperíodo de graça, o recorrente não comprovou exercício de atividade rural durante doze meses no período imediatamenteanterior ao requerimento administrativo – ou, neste caso, não tendo havendo novo requerimento administrativo após oúltimo vínculo de emprego, o recorrente não comprovou exercício de atividade rural durante doze meses antes do início daincapacidade. O recorrente admitiu que trabalhou apenas durante pouco mais de um mês em 2009.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

32 - 0000290-86.2006.4.02.5052/01 (2006.50.52.000290-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MARIA AUXILIADORA CORREIA (ADVOGADO: ADENILSON VIANANERY.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TRABALHADOR RURAL. INCAPACIDADE PARCIAL.REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DEVE SE LIMITAR ÀS ATIVIDADES DISPONIVEIS NO LOCAL EM QUE O SEGURADOVIVE. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez, com início na data de juntada do laudo pericial. OINSS interpôs recurso, pedindo que a aposentadoria por invalidez seja substituída por auxílio-doença. A autora tambéminterpôs recurso, pedindo a concessão de auxílio-doença a partir da data da cessação do benefício, com conversão emaposentadoria por invalidez a partir do exame pericial.

O perito do juízo concluiu que a autora encontra-se definitivamente incapacitada para o exercício de atividades que exijamesforço físico. Ressalvou a possibilidade de reabilitação profissional. A autora é trabalhadora rural. Em se tratando depessoa radicada no meio rural, é difícil imaginar a disponibilidade de atividade compatível com as restrições físicasdiagnosticadas que possa garantir o sustento da segurada. A autora poderia ser reabilitada para atividade urbana leve, masa reabilitação profissional deve se limitar às atividades disponíveis no local em que o segurado vive. Por isso, faz jus àaposentadoria por invalidez.

A autora recebeu auxílio-doença até 15/9/1998 (fl. 7). Propôs a ação pedindo restabelecimento do benefício somente em2006, quase oito anos depois da cessação do benefício. A demora da autora em propor a ação frustrou a realização deperícia judicial em momento oportuno para revelar a incapacidade para o trabalho contemporânea à data de cessação dobenefício.

O perito eximiu-se de precisar a data de início da incapacidade. Admitiu que exames de imagem realizados em março/1998,agosto/1999 e outubro/2007 evidenciavam a presença de alterações na coluna vertebral (quesito 6, fl. 117), mas, mesmocom esses dados, não se sentiu seguro para confirmar incapacidade para o trabalho desde aquela época, tratando-se dedoença degenerativa, de evolução lenta e gradual (quesito 2). Por isso, não ficou seguramente comprovado que asalterações da coluna vertebral já atingiam grau incapacitante no momento anterior à perícia.

Recursos improvidos. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS DA AUTORA E DO RÉU.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

33 - 0000124-49.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000124-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x GERALDA DA SILVA REIS (ADVOGADO:MARIA REGINA COUTO ULIANA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. TRABALHADORA RURAL. RESTRIÇÃO FUNCIONAL SEVERA. PRINCÍPIO DADIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL IMPROVÁVEL. RENDA MENSAL PER CAPITASUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. ESTADO DE MISERABILIDADE COMPROVADO POR RELATÓRIO SOCIAL.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a restabelecer o benefício de amparo social àpessoa com deficiência. O recorrente alegou que não foi comprovada incapacidade para o trabalho e que a renda mensalper capita é superior a ¼ do salário mínimo.

O perito do juízo diagnosticou sequela de queimadura no pé direito, com deformidade óssea. Descartou, porém, aexistência de incapacidade laborativa. A conclusão exposta no laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). Arecorrida era trabalhadora rural. O laudo pericial e as fotografias acostadas aos autos revelam que a recorrida possui perdafuncional do pé direito, devido à deformidade óssea, e usa bota ortopédica para correção. Ocorre que é improvável que arecorrida possa exercer atividade rural com produtividade aceitável sem a funcionalidade plena de um dos pés. A alegaçãoda recorrida de que não anda com dificuldade e dor é verossímil. É certo que a recorrida preserva aptidão física paraexecutar tarefas inerentes à profissão de lavradora, mas com restrições muito severas, que retiram a plenitude dacapacidade laboral. Ademais, se, para exercer uma profissão, o cidadão, em razão de suas condições pessoais, precisasacrificar-se de forma extraordinária em relação à média dos trabalhadores da mesma categoria profissional, tendo deempreender adaptações exageradas no modo de execução das tarefas, configura-se incapacidade para o trabalho.Entendimento em sentido contrário implica desrespeito ao princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, daConstituição Federal).

Em se tratando de pessoa radicada no meio rural, é difícil imaginar a disponibilidade de atividade compatível com asrestrições físicas verificadas que possa garantir o sustento da recorrida. A recorrida poderia ser reabilitada para atividadeurbana leve, mas a reabilitação profissional deve se limitar às atividades disponíveis no local em que o cidadão vive.Ademais, a recorrida já completou 61 anos de idade, o que, aliado ao quadro de restrições funcionais definitivo, prejudica,na prática, a possibilidade de aprendizado de nova profissão. É improvável que uma pessoa com 61 anos de idade e queexercia atividade rural possa mesmo ser reabilitada para exercer novo ofício que não exija deambulação ou permanecer empé.

A recorrida reside apenas com o marido, que trabalha como diarista e aufere renda mensal no valor de aproximadamenteR$ 300,00. Logo, a renda per capita é superior a ¼ do salário mínimo. Não obstante, a Terceira Seção do Superior Tribunalde Justiça, no julgamento do REsp 1.112.557/MG pelo rito dos recursos repetitivos, pacificou o entendimento de que ocritério de aferição da renda mensal previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 deve ser considerado apenas como umlimite mínimo de renda, abaixo do qual a miserabilidade fica objetivamente configurada, sem descartar, porém, apossibilidade de o juiz levar em consideração outros fatores referentes à situação econômico-financeira do beneficiário eque tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua família. Assim, ainda que a rendafamiliar mensal per capita seja superior a ¼ do salário mínimo, é possível a aferição da condição de hipossuficiênciaeconômica do idoso ou do portador de deficiência por outros meios.

O relatório social indicou que o casal reside em imóvel cedido, situado em local de difícil acesso e em área de risco social.Atestou que o acesso à sede da comunidade é muito difícil, exigindo que parte do percurso seja feita a pé e outra parte pormeio de carona. Certificou que os móveis são muito antigos e que há carência de alimentos e medicamentos. O conteúdodo relatório social, não impugnado pelo INSS, presume-se verdadeiro e caracteriza estado de miserabilidade.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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34 - 0000234-45.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000234-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x JOSÉ ARINO CORONA (ADVOGADO: JAMILSON SERRANO PORFIRIO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. TAMANHO DA PROPRIEDADE RURAL.REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE CONCURSO DE EMPREGADOS PERMANENTES.

O recorrido é dono de cinco propriedades rurais: Sítio do Arorão – 28 ha – 1,4 módulo fiscal (fl. 67); Sítio Barra de SãoFrancisco (código de imóvel: 503045.060151.3) – 27,3 ha – 1,36 módulo fiscal (fl. 70); Sítio Bom Retiro – 35 ha – 1,75módulo fiscal (fl. 73); Fazenda Corona – 89,7 ha – 4,48 módulos fiscais (fl. 79); Sítio Barra de São Francisco (código deimóvel: 503045.021660.1) – 62,6 ha – 3,13 módulos fiscais (fl. 82). O recorrido declarou que colheu cerca de cem sacas decafé e mil cocos na última safra e possuía sessenta cabeças de gado (fl. 118).

O número e a extensão das propriedades, bem como o volume da produção rural, indicam que não se trata de pequenoproprietário rural. Mesmo assim, esses dados isoladamente considerados não autorizam presumir que a exploração da terrase dava com concurso de mão-de-obra de empregados. “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel sersuperior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde quecomprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar” (Súmula nº 30 da Turma Nacional deUniformização)

O tamanho da propriedade rural explorada não serve, por si só, para motivar a descaracterização da qualificação dosegurado especial. O que importa é, independentemente do tamanho do terreno, se o produtor rural consegue explorá-losem contratar empregados. Quando o terreno é grande, é lícito suspeitar do concurso de mão-de-obra de trabalhadorespermanentes. Entretanto, a prova testemunhal afastou essa suspeita. As testemunhas declararam que o recorrido sempretrabalhou na roça, com auxílio da esposa e dos filhos, sem empregados. Havia apenas um meeiro.

Somente a utilização de “empregados permanentes” descaracteriza o regime de economia familiar e obsta oenquadramento como segurado especial (art. 195, § 8º, da Constituição Federal). O meeiro não é trabalhador com vínculoempregatício, uma vez que atua sem subordinação ao parceiro outorgante. Logo, a sua coadjuvação não interfere nadefinição do regime de economia familiar.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

35 - 0010117-93.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010117-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x ANILDA DOS SANTOS PEREIRA (ADVOGADO: ISAAC PAVEZIPUTON.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL NÃOPRECISA CORRESPONDER A TODO O PERÍODO EQUIVALENTE À CARÊNCIA DO BENEFÍCIO. EXTENSÃO DAEFICÁCIA PROBATÓRIA DO DOCUMENTO PELA PROVA TESTEMUNHAL.

A certidão de casamento qualificou o marido da recorrida, na época do matrimônio, em 1967, como lavrador. Em 2004,quando celebrou contrato de parceria agrícola, a recorrida estava separada do marido, haja vista a qualificação constantedo termo contratual (fl. 20). Mesmo estando separada, a certidão de casamento serve como início de prova material, poisindica que a recorrida tinha laços com a zona rural no passado.

O instrumento particular de contrato de parceria agrícola foi celebrado em 2004. O recorrente alegou que o parceirooutorgante somente adquiriu a propriedade rural em 2001. Logo, o documento não serviria como início de prova materialpara período anterior a 2001. Entretanto, há documentos contemporâneos a 1988 a 1990 indicando que o parceirooutorgante já detinha a posse do imóvel desde aquela época (fls. 52/56).

O início de prova material não passa de prova indiciária. Não precisa provar diretamente o efetivo exercício da atividaderural, mas apenas fatos secundários dos quais se possa inferi-la. Por isso, a prova documental frágil é suficiente paraformar início de prova material.

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Segundo a Súmula nº 14 da Turma Nacional de Uniformização, “para a concessão de aposentadoria rural por idade, não seexige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”. A provatestemunhal, complementando o início de prova material, pode estender a eficácia probatória do documento, conforme vemdecidindo a Turma Nacional de Uniformização (por exemplo, PEDILEF 2006.72.59.000860-0, DJ 29/09/2009)

Não havendo qualquer indicação de que a recorrida, em algum momento da vida, tenha se afastado do meio rural, avaloração da prova material pode ser feita com maior flexibilidade.

Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrenteem honorários advocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

36 - 0002448-83.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002448-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.) x GERALDO FRANCISCO DANIEL (ADVOGADO: LILIAN BELISARIO DOSSANTOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.

O recorrente alegou que o recorrido trabalhou durante pouco tempo em regime de economia familiar. Trabalhou durantedez anos como empregado em uma granja, depois passou cinco anos trabalhando em regime de parceria agrícola, paraposteriormente retornar a trabalhar na granja. Ocorre que o empregado rural tem os mesmos direitos que o seguradoespecial que labora em regime de economia familiar. O art. 143 da Lei nº 8.213/91 contempla tanto o segurado especial(inciso VII do art. 11) quanto o empregado rural (inciso I do art. 11) com o direito à aposentadoria com redução de idademínima e sem recolhimento de contribuições.

O recorrente arguiu ausência de início de prova material. Questionou a admissibilidade da declaração de sindicato detrabalhadores rurais não homologada pelo INSS. Os autos, porém, estavam originalmente instruídos com vasto conjunto dedocumentos tendentes a formar início de prova material, haja vista o relatório constante da sentença (fl. 24). Entretanto, osautos foram extraviados. Na restauração de autos, ocorrida após a sentença recorrida, as partes não exibiram osdocumentos que originalmente instruíam o processo. Por isso ficou a falsa impressão da carência de início de provamaterial. Entretanto, as anotações constantes da cópia restaurada da sentença confirmam a suficiência do início de provamaterial, que não se resume à declaração de sindicato de trabalhadores rurais.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

37 - 0000250-65.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000250-8/01) MARIA JOSE SILVA DOS SANTOS (ADVOGADO:CLÁUDIO LÉLIO DOS ANJOS, PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PESCADOR. INÍCIO DEPROVA MATERIAL. NECESSIDADE DE PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL.

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Trata-se de demanda visando à concessão de por idade ou aposentadoria por invalidez de pescador artesanal. A sentençarecorrida julgou improcedente o pedido. Em razão da inexistência de início de prova material da atividade de pesca.

A recorrente, nascida em 1947, completou 55 anos de idade em 2002. Nos termos do art. 142 da Lei nº 8.213/91, para terdireito à aposentadoria por idade, precisava comprovar o exercício da atividade de pescadora por tempo equivalente a 126meses. O único documento apresentado pela recorrente para comprovar a atividade de pescadora é a Carteira de PescadorProfissional, emitida em 22/1/2009, com data de primeiro registro em 27/4/2007 (fl. 14).

De acordo com a Súmula nº 34 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais,“para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos aprovar”. O documento emitido no mesmo ano em que a recorrente requereu o benefício previdenciário não constitui iníciode prova material contemporâneo ao período de carência necessário à concessão da aposentadoria por idade.

De acordo com o art. 39, I, da Lei n 8.213/91, conjugado com o art. 25, I, da mesma lei, o segurado especial tem direito aoauxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez no valor de um salário mínimo, bastando que comprove o exercício deatividade rural, ainda que descontínua, nos doze meses imediatamente anteriores ao início do benefício. A recorrenteformulou requerimento administrativo de auxílio-doença em 18/9/2009 (fl. 15). Logo, a Carteira de Pescador Profissionalemitida em 22/1/2009, com data de primeiro registro em 27/4/2007, constitui suficiente início de prova material do exercícioda atividade de pescadora no período de doze meses anteriores ao requerimento.

Conforme destacado na sentença, a prova testemunhal confirmou que a recorrente realizava a atividade de pescajuntamente com o esposo, tendo deixado de trabalhar em razão de problemas de saúde (fl. 8, primeiro parágrafo).

Falta, porém, a comprovação da incapacidade laborativa. A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica quedeve necessariamente ser analisada por médico. É imprescindível a realização de perícia médica judicial.

Recurso provido para anular a sentença, a fim de que seja realizada perícia médica judicial.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO para anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

38 - 0002296-35.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002296-2/01) JONAS POPE (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO RURAL NÃO PODESER COMPUTADO PARA EFEITO DE CARÊNCIA.

A aposentadoria por tempo de contribuição pressupõe a conjugação de dois requisitos: carência e 35 anos de tempo decontribuição.

A sentença reconheceu 23 anos de tempo de serviço rural sem recolhimento de contribuições, mais 5 anos, 1 mês e 20dias de tempo de contribuição em atividade urbana. O tempo de serviço rural pode ser computado para efeito de apuraçãodo tempo de contribuição mínimo, mas não pode ser computado para fins de carência (art. 55, § 2º, da Lei nº 8.213/91).

Não ficou comprovado o tempo mínimo de 35 anos de contribuição, mesmo computando o tempo de serviço rural. Orecorrente alegou que, na verdade, o tempo de serviço rural equivale a 37 anos. Mesmo que fosse comprovado todo essetempo de serviço rural, o recorrente ainda persistiria sem completar a carência da aposentadoria, visto que o tempo deserviço rural não pode ser computado para fins de carência. De acordo com a norma transitória prevista no art. 142 da Leinº 8.213/91, a carência equivalia a 126 meses em 2003, mas o recorrente recolheu apenas 62 contribuições mensais naatividade urbana e nenhuma na atividade rural.

O recorrente alegou que a sentença se omitiu em levar em conta o fato de o requerente já ter completado 62 anos de idade.Dessa forma, excluindo-se o tempo de contribuição em atividade urbana, o tempo de serviço rural seria suficiente paraconceder aposentadoria por idade de trabalhador rural. Em primeiro lugar, o pedido deduzido na PI restringiu-se àaposentadoria por tempo de contribuição. A pretensão à aposentadoria por idade extrapola os limites objetivos da lide. Emsegundo lugar, o recorrente não tem direito à aposentadoria de trabalhador rural, porque não comprovou exercício deatividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo, conforme exige o art. 143 da Lei nº

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8.213/91. Nos últimos anos, vinha exercendo atividade urbana na prefeitura. A atividade rural comprovada é antiga, até1991.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

39 - 0000048-56.2008.4.02.5053/02 (2008.50.53.000048-4/02) IZABEL VIANA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: VANESSAMARIA BARROS GURGEL ZANONI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. ANOTAÇÃO EM CTPS. PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADEDESCONSTITUÍDA POR PROVA TESTEMUNHAL.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder aposentadoria por idade. Considerou que,apesar de a CTPS conter anotação de vínculo empregatício no período de 5/3/1990 a 27/8/2007, as testemunhas ouvidasem audiência declararam que a recorrente trabalhou por apenas dois anos, abandonando o emprego em seguida.

Em depoimento pessoal, a recorrente confirmou que trabalhou por poucos anos na empresa Linhares Agroindustrial S.A.,tendo se afastado do trabalho para tratamento de saúde. Também declarou que retornou à empresa em 2007 com o únicoobjetivo de “dar baixa” na CTPS, a fim de requerer a aposentadoria por idade.

A recorrente interpôs recurso em face da sentença, arguindo que a obrigação do recolhimento da contribuiçãoprevidenciária é do empregador. Ocorre que a sentença não se baseou na falta de comprovação do recolhimento decontribuições previdenciárias para julgar improcedente o pedido, mas, sim, na prova testemunhal, que demonstrou que ovínculo empregatício perdurou por período muito inferior ao registrado na CTPS. As razões do recurso não enfrentaram amotivação da sentença.

A anotação em CTPS não goza de presunção absoluta de veracidade, mas apenas relativa. Isso significa que a anotaçãode contrato de trabalho em CTPS admite prova em contrário. No caso concreto, a própria recorrente admitiu terefetivamente trabalhado por, no máximo, quatro anos na referida empresa.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

Abrir vista ao Ministério Público Federal para aferir eventual conduta criminosa.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

40 - 0001502-80.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001502-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x FLORISVALDO PEREIRA SANTOS (ADVOGADO: KARLA CECILIALUCIANO PINTO, JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO, LEONARDO DE AZEVEDO SALES.).E M E N T A

JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI Nº 11.960/2009. APLICAÇÃO IMEDIATA. DECLARAÇÃO INCIDENTAL

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DE INCONSTICIONALIDADE.

A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor que em todas as condenaçõesimpostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária e compensação damora, incidem os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Segundo a orientaçãodo Supremo Tribunal Federal, a lei que modifica taxa de juros moratórios tem aplicação imediata sobre os processospendentes, independentemente da data de ajuizamento da ação (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI761.137 AgR/PR - Rel. Carmem Lúcia- DJ 24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel.Gilmar Mendes). No julgamento do AI 842.063, em 17/6/2011, o STF reconheceu a existência de repercussão geral sobre amatéria e, no mérito, reafirmou a jurisprudência dominante quanto à aplicabilidade imediata do artigo 1º-F da Lei 9.494/97 –com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 -, em relação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor.Essa orientação se aplica de idêntica maneira no caso da posterior alteração introduzida na mesma Lei nº 9.497/97 pela Leinº 11.960/2009.

Considerando que o STF, a quem cabe assegurar o respeito às normas constitucionais, tem reiteradamente aplicado a Leinº 11.960/2009, afasta-se a declaração incidental de inconstitucionalidade da referida.

Recurso provido para reformar a sentença quanto à taxa de juros de mora e ao critério de correção monetária, que, a partirde 30/06/2009, devem seguir os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.

Sem custas. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

41 - 0000614-02.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000614-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x JONADIR LAUERS (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI, SEVERINOSECCO, ALDRIANO RIBEIRO NEGRÃO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. IRSM DE FEVEREIRO/1994. 39,67%

A sentença recorrida condenou o INSS a revisar a renda mensal inicial do benefício previdenciário mediante aplicação davariação integral do IRSM de fevereiro de 1994 na ordem de 39,67% sobre os salários-de-contribuição anteriores amarço/1994. O recorrente alegou que o benefício previdenciário, porém, não tem direito a essa revisão.

Deve ser revisada a renda mensal inicial de todos os benefícios previdenciários concedidos a partir de 1º/03/94, em cujoperíodo de cálculo tenham sido computados salários-de-contribuição referentes a competências anteriores a março/94. Obenefício previdenciário do recorrido preenche ambas as condições.

O único argumento do recorrente para negar a revisão está na exibição do extrato de sua base de dados interna. O sistemaPlenus, no módulo que trata da “situação de revisão de benefícios”, indica sinteticamente que a aposentadoria do recorridonão se sujeitaria à revisão proposta (fl.41). Entretanto, a informação constante da base de dados interna do INSS nãoprocede, porque os requisitos para a revisão foram atendidos.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

42 - 0000962-92.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000962-0/01) EDGARD DE ALMEIDA COTTA (ADVOGADO: LUIZCARLOS DA SILVA JUNIOR.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: ALEX WERNER ROLKE.).E M E N T A

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. TAXA MÁXIMA DE JUROS FOI APLICADA VOLUNTARIAMENTE. FALTA DECOMPROVAÇÃO DE PREJUÍZO.

A sentença julgou improcedente o pedido porque os extratos da conta vinculada indicaram a aplicação da taxa máxima dejuros progressivos (6%), razão pela qual não haveria nenhum resíduo pendente de pagamento ao titular da conta. O recursodo autor não impugnou esse fundamento da sentença.

A Caixa Econômica Federal tem historicamente recusado a aplicação dos juros progressivos apenas aos titulares de contavinculada que fizeram a opção com efeitos retroativos sob a vigência da Lei nº 5.958/73. Não é esse o caso do recorrente,que fez a opção em 1967. Em relação aos trabalhadores que, como o recorrente, optaram pelo regime do FGTS antes de22 de setembro de 1971, e que têm direito adquirido aos juros progressivos reconhecido por norma jurídica expressa, aaplicação dos juros progressivos não costuma ser omitida pelo banco. Nesse contexto, presume-se verdadeiro o extratobancário emitido pelo banco depositário com indicação da aplicação da taxa de juros de 6%, taxa máxima na escala deprogressividade prevista em lei.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

43 - 0006861-95.2007.4.02.5001/01 (2007.50.01.006861-4/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x LEONORA DO ESPÍRITO SANTO TEIXEIRA (ADVOGADO: CÁSSIA ALINE DO E. SANTOCAVALCANTE, JOSÉ CARLOS JUNQUEIRA MUNHOZ.).E M E N T A

CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. SENTENÇA EXTRA PETITA. ANULAÇÃO DASENTENÇA.

Conforme emenda à petição inicial (fls. 58/63), cuja admissibilidade não foi em nenhum momento questionada, a demandavisa à recomposição do saldo de caderneta de poupança em razão de expurgos em índices de inflação que orientavam aremuneração da conta bancária. Em contrapartida, a sentença condenou a Caixa Econômica Federal a recompor o saldode conta vinculada da FGTS com base na aplicação de juros progressivos. A sentença é nula por ser extra petita.

Recurso provido para anular a sentença.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

44 - 0009764-53.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009764-3/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ

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CLAUDIO SOBREIRA.) x ORLY CADETE ROCHA.E M E N T A

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS. PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA.

A sentença recorrida acolheu cálculos elaborados pela Contadoria e condenou a Caixa Econômica Federal a pagar R$3.699,90 a título de diferenças decorrentes da falta de progressividade de juros em conta vinculada de FGTS.

A recorrente alegou que os cálculos acolhidos pela sentença iniciaram a apuração de diferenças em 01/1977. Arguiu que,em razão da prescrição trintenária, as diferenças só poderiam ser apuradas a partir de 01/1978. Argumentou que o créditode juros e atualização monetária efetuado em 10/1977 referia-se aos depósitos ocorridos nas competências 03, 04 e05/1977, que já estariam prejudicados pela prescrição.

A ação foi proposta em 27/8/2007. Como o prazo de prescrição é de trinta anos, não foi atingida pela caducidade apretensão às diferenças posteriores a agosto/1977. A Contadoria corretamente fixou o termo inicial para apuração dediferenças em outubro/1977, época do primeiro crédito de juros e atualização monetária abrangido no período não atingidopela prescrição. Não foram computadas diferenças retroativas a 01/1977.

O fato de o crédito efetuado em outubro/1977 referir-se a depósitos trimestrais efetuados na conta vinculada em momentoanterior a agosto/1977 é irrelevante para efeito de mensurar a prescrição. Segundo o princípio da actio nata, a possibilidadede reclamar em juízo uma prestação nasce no momento da lesão a um direito. A lesão ocorreu no momento em que foiefetuado o crédito de juros a menor na conta vinculada, e não no antecedente momento da realização do depósito dacontribuição de FGTS pelo empregador.

Recurso improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, porque a recorrida não está representada por advogado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

45 - 0000941-90.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.000941-9/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x JOSE MARTINS DE FREITAS (ADVOGADO: PABLO LUIZ ROSA OLIVEIRA, RENATA GÓESFURTADO.).E M E N T A

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS. PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA.

A sentença recorrida acolheu cálculos elaborados pela Contadoria e condenou a Caixa Econômica Federal a pagar valolíquido a título de diferenças decorrentes da falta de progressividade de juros em conta vinculada de FGTS.

A recorrente alegou que os cálculos acolhidos pela sentença não poderiam ter incluído na apuração de diferenças o créditode juros e atualização monetária efetuado em 01/1977, uma vez que ele teve como base o saldo retroativo a 10/1976,período atingido pela prescrição.

A ação foi proposta em janeiro/2007. Como o prazo de prescrição é de trinta anos, não foi atingida pela caducidade apretensão às diferenças posteriores a janeiro/1977. A Contadoria corretamente fixou o termo inicial para apuração dediferenças em janeiro/1977, época do primeiro crédito de juros e atualização monetária abrangido no período não atingidopela prescrição.

O fato de o crédito efetuado em janeiro/1977 referir-se a depósitos trimestrais efetuados na conta vinculada em 1976 éirrelevante para efeito de mensurar a prescrição. Segundo o princípio da actio nata, a possibilidade de reclamar em juízouma prestação nasce no momento da lesão a um direito. A lesão ocorreu no momento em que foi efetuado o crédito dejuros a menor na conta vinculada, e não no antecedente momento da realização do depósito da contribuição de FGTS peloempregador.

Recurso improvido. Condenação da recorrente em honorários advocatícios arbitrados em dez por cento do valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

46 - 0004022-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004022-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JANE BORGES (DEF.PUB:LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN.) x EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT (ADVOGADO:VINÍCIUS RIETH DE MORAES, MATHEUS GUERINE RIEGERT.).PROCESSO Nº 0004022-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004022-8/01)RECORRENTE: JANE BORGESRECORRIDO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECTRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. RENOVAÇÃO DE CONTRATO DE ALUGUEL DE CAIXA POSTAL.PAGAMENTO INTEMPESTIVO. CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR.

A recorrente contratou serviço de caixa postal para receber correspondências. A vigência do contrato era anual, passível derenovação. A renovação do contrato dependia de pagamento até o 15º dia posterior ao vencimento da assinatura. Depoisde ter pago o valor do aluguel para renovação do contrato, a recorrente frustrou-se ao tentou abrir a porta da caixa postal.Foi informada pela recorrida de que a caixa postal havia sido alugada para outro cliente.

A data limite para renovação fixou-se no dia 25/4/2009, um sábado. O pagamento foi efetuado no dia 27, segunda-feira. Emgeral, as obrigações com data de vencimento em dia sem expediente bancário prorrogam-se para o primeiro dia útilsubseqüente. Nessa hipótese, o pagamento feito na segunda-feira seria tempestivo. Ocorre que o aluguel da caixa postaldeve ser pago diretamente na agência dos Correios (fls. 8/9), que, diferentemente dos bancos, têm expediente aossábados. Nesse caso, não se opera a prorrogação do prazo de vencimento da obrigação.

A não-renovação da assinatura do serviço decorreu de culpa exclusiva do consumidor, uma vez que o pagamento doaluguel ocorreu após a expiração do prazo para renovação contratual.

A recorrente alegou que a recorrida aceitou o pagamento da quantia para renovação do contrato de aluguel sem informarque a caixa postal anterior não estava mais disponível e que seria disponibilizada nova caixa postal. A caixa postaloriginalmente alugada em 2007 era a identificada com o nº 10015 (fl. 7). Em 2008, quando o contrato foi renovado pelaprimeira vez, o comprovante de pagamento do aluguel informou como objeto do contrato essa mesma caixa postal (fl. 8). Jáno pagamento efetuado em 27/4/2009, o comprovante de pagamento expressamente identificou nova caixa postal, com nº10399 (fl. 9). Ficou, assim, informado à cliente que o pagamento aceito referia-se ao aluguel de uma nova caixa postal.

Em 26/6/2009, foi celebrado entre as partes novo contrato tendo por objeto a caixa postal nº 10015 (fl. 6). O fato de arecorrida ter posteriormente devolvido para a recorrente a mesma caixa postal que ela originalmente utilizava nãocaracteriza reconhecimento de falha administrativa, mas mero ato de liberalidade.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

47 - 0007319-28.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007319-9/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x ANTONIO BARBOSA x JULIA VEDOVA BARBOSA x MARINETTE BARBOSA (ADVOGADO: MARCIOGARCIA DOS SANTOS.).E M E N T AMEDIDA DE URGÊNCIA – DECISÃO LIMINAR QUE DEFERIU A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA –EX-COMBATENTE DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – ART. 53 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAISTRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 – DETERMINAÇÃO DE INCLUSÃO IMEDIATA DOSAUTORES NO SISTEMA SAMMED/FUSEX – PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL E VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃODEMONSTRADOS – RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO – DECISÃO LIMINAR CONFIRMADA

1. Trata-se de recurso de medida de urgência interposto pela União Federal para que, conferindo efeito suspensivo, sejatornada sem efeito a decisão interlocutória que antecipou os efeitos da tutela jurisdicional nos autos do processo origináriode nº 2008.50.50.007319-9, que determinou a inclusão dos autores no sistema SAMMED/FUSEX, no prazo de 48 horas,sob pena de multa diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).2. O recurso interposto foi recebido apenas no efeito devolutivo, por se tratar de proteção à saúde e ao bem-estar depessoas idosas e de deficiente.3. O 1º autor é ex-combatente do Brasil pela Segunda Guerra Mundial, recebendo desta forma uma pensão especial de 2ºTenente do Exército Brasileiro como prêmio pelos serviços prestados à pátria. Por esta razão, alega o autor fazer jus àassistência médica, hospitalar e educacional gratuita, extensiva aos seus dependentes, conforme o art. 53 do ADCT.4. Verifica-se que existe perigo da medida não ser mais eficaz se apenas for deferida no final do processo, isto porque oautor e sua esposa têm 87 anos de idade e a filha do casal é inválida. Assim, acertada a decisão do Juiz a quo ao anteciparos efeitos da tutela. Além disso, foi observado pelo Juízo que a Advocacia da União editou Súmula Administrativa (nº 36) nosentido de garantir o direito dos ex-combatentes e de seus dependentes à assistência médica e hospitalar gratuita, prestadapelas Organizações Militares de Saúde.5. No caso dos autos, em sede de cognição sumária, para atribuição de efeito suspensivo ao recurso interposto, no cotejoentre os danos decorrentes da manutenção ou não do decisum impugnado, é de se reconhecer o prejuízo maior aosautores, que poderão ficar sem assistência médica e hospitalar, caso seja suspensa a decisão. Por se tratar de recurso deurgência, onde não há cognição exauriente, deixo de analisar a necessidade de recolhimento de contribuições para ainclusão dos recorridos como beneficiários do sistema SAMMED/FUSEX.6. Desta feita, não há qualquer motivo para suspender a liminar concedida.6. Recurso conhecido e improvido.7. Sem condenação em custas e honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DEMEDIDA DE URGÊNCIA, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

48 - 0000143-21.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000143-7/01) MARIA DE JESUS CAMARGO (ADVOGADO: ROSANAZANCANELA DE ARAUJO, JAIMILTON CHAVES DE SOUSA LUCAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – DOCUMENTOS IDÔNEOS A COMPROVARA QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – EMBARGOSCONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 101/106, que deu provimento aorecurso inominado interposto pela parte autora, condenando a autarquia previdenciária à concessão de aposentadoria poridade rural. Alega o embargante que a decisão foi omissa, visto que, no documento de fl. 33 (ficha individual de matrícula dofilho da autora), não consta que a escola efetivamente situava-se na zona rural. Requer, assim, que seja sanada a omissãoapontada e que seja reformado o acórdão proferido por esta Turma.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O regime de economia familiar foi comprovado nos autos através de prova material e

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prova testemunhal. No item “4” do acórdão embargado consta a relação de documentos considerados como início de provamaterial. Quanto ao fato de não constar o endereço da escola no documento de fl. 33, depreende-se que é fato notório queas escolas pluridocentes funcionam na zona rural. Além disso, Santa Leocádia situa-se às margens da Rodovia BR-381,que liga São Mateus a Nova Venécia, próxima ao Distrito de Nestor Gomes, local em que a autora adquiriu propriedaderural no ano de 1998, não estando na sede de nenhum município. Ademais, cabe ao réu apresentar provas dos fatosextintivos ou modificativos do direito do autor.4. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

49 - 0001199-37.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.001199-9/01) ROMERO CAMARGO INOCH (ADVOGADO: CHRISTOVAMRAMOS PINTO NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO – ATIVIDADE ESPECIAL – ACÓRDÃOFUNDAMENTADO – EMBARGOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos pela parte autora, em face do acórdão de fls. 199/200, que negou provimentoao seu recurso inominado. Alega o embargante que a decisão foi omissa e obscura por exigir requisito não previsto em lei,na época da prestação do serviço, para caracterização da atividade especial. Requer que seja dado efeito modificativo aosembargos, a fim de considerar como especial o período trabalhado entre 10/08/1970 a 07/04/1978.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do Código de Processo Civil, se limitam a suprir omissões, aportarclareza ou retificar eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura dasargumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão e obscuridade na decisão proferida poresta Turma.O acórdão guerreado indicou expressamente os agentes químicos, físicos e biológicos aos quais esteve exposto o autor erelacionou tal exposição à legislação vigente no período da prestação do serviço. A insatisfação quanto ao deslinde dacausa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535do CPC.Diante disso, o acórdão embargado não padece de omissão e obscuridade passíveis de manejo da referida peçaprocessual. Verifica-se que foram claros e coerentes os argumentos em que a Turma se baseou para a não-concessão dobenefício de aposentadoria por tempo de serviço com cômputo de atividade especial à parte autora.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

50 - 0000981-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000981-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x GODOIS GRACILIANO DESOUZA (ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000981-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000981-2/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze tal

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excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.A média aritmética dos salários-de-contribuição da parte autora, conforme carta de concessão de benefício, concedido em14/12/2001 (fls. 26/30), corresponde a R$ 1.559,70. A renda mensal inicial foi fixada em R$ 1.430,00 (limitada ao teto).Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41, aumentando o teto dos benefícios doRGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

51 - 0000985-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000985-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x GENISELIO ANTONIO RASSELLI (ADVOGADO:RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000985-70.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000985-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferenças

Page 38: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 27/28), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

52 - 0002328-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002328-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x INACIO DA SILVASANTOS (ADVOGADO: RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZAMARTINS DE ASSIS SILVA, DIOGO ASSAD BOECHAT, DANIEL ASSAD GALVÊAS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002328-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002328-6/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Page 39: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

53 - 0002706-57.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002706-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x CLETO MARTINELI (ADVOGADO:DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002706-57.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002706-1/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 E

Page 40: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Nº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

54 - 0002338-48.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002338-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x SEBASTIAO GAUDIO(ADVOGADO: RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, DIOGO ASSADBOECHAT, DANIEL ASSAD GALVÊAS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

Page 41: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

PROCESSO: 0002338-48.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002338-9/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/14), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

55 - 0003698-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003698-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x PEDRO JOSE

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MOREIRA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003698-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003698-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira Junior

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Juiz Federal Relator

56 - 0002856-38.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002856-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x OVIDIO GONÇALVES NETO(ADVOGADO: KARINA SPADON DA SILVA, SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002856-38.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002856-9/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/15), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

57 - 0002729-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002729-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x JALTAIR SOARES DA SILVA (ADVOGADO: SÔNIADIAS NASCIMENTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002729-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002729-2/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fl. 17), o salário de benefício da parte autorafoi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Page 45: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

58 - 0003121-40.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003121-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x DARIO REMIDIO FREIRE(ADVOGADO: JULIO CESAR ABREU DAS NEVES.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003121-40.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003121-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 14/15), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Page 46: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

59 - 0003233-09.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003233-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x ADILSON FORNAZIER MEYRELLES (ADVOGADO:DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003233-09.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003233-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 11/12), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

Page 47: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

60 - 0002719-56.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002719-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ANTONIO CARLOS CARNEIRO (ADVOGADO:DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002719-56.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002719-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 11/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Page 48: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

61 - 0002858-08.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002858-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x MOACYR PINTOMORAES (ADVOGADO: SÔNIA DIAS NASCIMENTO, KARINA SPADON DA SILVA, DÁRIO DELGADO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002858-08.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002858-2/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 14/17), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

Page 49: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

62 - 0002863-30.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002863-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ELY MIRANDA (ADVOGADO:ADALTON DINIZ G. MAIA, ADALMES ANGÉLICA GONÇALVES MAIA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002863-30.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002863-6/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme a carta de concessão da aposentadoria (fl. 15), o salário de benefício da parte autora foi limitado ao teto. Após aconcessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41, aumentando o teto dos benefícios do RGPSpara R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

Page 50: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

63 - 0002529-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002529-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x JOSE CARLOS ALVES DA SILVA (ADVOGADO:DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002529-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002529-5/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 11/12), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º da

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Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

64 - 0002522-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002522-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x ELIAS TEIXEIRA SOARES (ADVOGADO: DANIELASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITASASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002522-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002522-2/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/14), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas em

Page 52: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

conflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

65 - 0003232-24.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003232-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x LEODIR LUIZ BONISSI (ADVOGADO: DIOGOASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTE FREITASASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003232-24.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003232-9/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle de

Page 53: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

constitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

66 - 0002340-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002340-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x WILSON PEREIRA ROCHA (ADVOGADO:RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGOASSAD BOECHAT, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002340-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002340-7/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICO

Page 54: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

PERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

67 - 0002524-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002524-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x HANS HUBER SARAIVA (ADVOGADO: DANIELASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITASASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002524-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002524-6/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/14), o salário de benefício da parte autora foi limitadoao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41, aumentando oteto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

Page 55: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

68 - 0003228-84.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003228-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JOSE TEIXEIRARIBEIRO (ADVOGADO: DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS,MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003228-84.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003228-7/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 11/13), o salário de benefício da parte autora foi limitadoao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41, aumentando oteto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,

Page 56: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

69 - 0002727-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002727-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x ANNICETTO CHINELLI (ADVOGADO:SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002727-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002727-9/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 14/15), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedido

Page 57: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

antes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

70 - 0002334-11.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002334-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x PAULO ROBERTO CAMARGO (ADVOGADO:RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DIOGO ASSAD BOECHAT, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA, MARCELODUARTE FREITAS ASSAD.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002334-11.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002334-1/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 11/12), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº

Page 58: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

71 - 0002365-31.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002365-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x ANA RUTH RESENDE COSTA (ADVOGADO:DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002365-31.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002365-1/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o

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direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/13), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

72 - 0002528-11.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002528-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JORGE LUIS DEMOURA (ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, ARNALDO GUIMARÃES SCHUNK,MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002528-11.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002528-3/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente

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determina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/14), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

73 - 0002538-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002538-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x WALDETAR DEOLIVEIRA (ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVESVASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002538-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002538-6/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e a

Page 61: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

pagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 12/14), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

74 - 0002868-52.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002868-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x ROSSANE MARIABOVI (ADVOGADO: ADALTON DINIZ G. MAIA, ADALMES ANGÉLICA GONÇALVES MAIA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002868-52.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002868-5/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,

Page 62: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fl. 14), o salário de benefício da parte autorafoi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41, aumentando o tetodos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

75 - 0002866-82.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002866-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x IDANAQUE MARIOTINI DEBASTOS VALBON FONTANA (ADVOGADO: ADALTON DINIZ G. MAIA, ADALMES ANGÉLICA GONÇALVES MAIA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002866-82.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002866-1/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Page 63: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 15/16), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

76 - 0000537-97.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000537-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x OBEDIAS DE SOUZA (ADVOGADO: ANAMARIA BARBOSA DE ANDRADE FELIPE.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000537-97.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000537-5/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Page 64: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fl. 05), o salário de benefício da parte autorafoi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

77 - 0002259-69.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002259-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x PEDRO SANTOS FILHO (ADVOGADO: VINICIUSDINIZ SANTANA, ANDERSON MACOHIN SIEGEL, RAUL DIAS BORTOLINI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002259-69.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002259-2/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Page 65: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 27/31), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

78 - 0002342-85.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002342-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x MILTON RAMAO DA SILVA PIENIS (ADVOGADO:RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, DIOGO ASSAD BOECHAT, DANIELASSAD GALVÊAS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002342-85.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002342-0/01)

E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.A média aritmética dos salários-de-contribuição da parte autora, conforme carta de concessão de benefício, concedido em05/04/1995 (fls. 12/13), corresponde a R$ 836,74. A renda mensal inicial foi fixada em R$ 582,86 (limitada ao teto). Após aconcessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41, aumentando o teto dosbenefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

79 - 0006395-46.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006395-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x WILSON VALADAO DE AZEREDO (ADVOGADO:CARLOS BERKENBROCK.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

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PROCESSO: 0006395-46.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006395-4/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 16/19), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

80 - 0006615-44.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006615-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MARIA DA PENHA LIMA (ADVOGADO: CARLOSBERKENBROCK.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

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PROCESSO: 0006615-44.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006615-3/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 17/22), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTEOsair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

81 - 0006286-32.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006286-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ANTONIO PREMOLI MORALI(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006286-32.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006286-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 26/27), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

82 - 0006605-97.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006605-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x EVARISTO PINTO NETO (ADVOGADO: CARLOSBERKENBROCK.).

Page 70: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006605-97.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006605-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 17/21), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

83 - 0005994-47.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005994-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x WALTER SOARES FILHO (ADVOGADO: VINICIUS

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DINIZ SANTANA, RAUL DIAS BORTOLINI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005994-47.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005994-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 27/28), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

84 - 0006226-59.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006226-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO

Page 72: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x EDGARD CANDIDO DO VALE(ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006226-59.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006226-3/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 26/29), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

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85 - 0002367-98.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002367-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x SEDAILDO GRILO COSTA (ADVOGADO:DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002367-98.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002367-5/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/14), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº41, aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

86 - 0006608-52.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006608-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x MARINO PEDROFAVERO (ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006608-52.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006608-6/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 17/22), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

87 - 0005776-19.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005776-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x SALVIO FACINI (ADVOGADO:RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0005776-19.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005776-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 20/23), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

88 - 0002190-37.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002190-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x VANDIR ALEXANDRE DELECRODE(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002190-37.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002190-3/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 25/26), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na

Page 77: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

89 - 0001845-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001845-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MOACYR VILLELA VIEIRA.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001845-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001845-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.Conforme atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 06/07), o salário de benefício da parte autora foi limitadoao teto. Após a concessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41, aumentando oteto dos benefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

90 - 0003501-63.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003501-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x MARIO HENRIQUE SPERDUTTI(ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAELGONÇALVES VASCONCELOS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003501-63.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003501-0/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003 –INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSO EXTRAORDINÁRIOSUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AO NOVO TETO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, e a pagar as diferençasincidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que o pedido autoral não deveprosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nem mesmo para justificaruma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamente determina que se despreze talexcedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa. Além disso, aduz que a majoraçãodo valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende o art. 195, § 5º da CRFB/88 e viola odireito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa da Emenda Constitucional nº 41/2003.Conforme expressamente atestado na carta de concessão da aposentadoria (fls. 13/18), o salário de benefício da parteautora foi limitado ao teto. Após a concessão da aposentadoria, entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 41,aumentando o teto dos benefícios do RGPS para R$ 2.400,00.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

Page 79: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

91 - 0002606-05.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002606-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x PAULO SOARES COELHO(ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, ARNALDO GUIMARÃES SCHUNK, MARCELODUARTE FREITAS ASSAD, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002606-05.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002606-8/01)

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – LIMITAÇÃO AO TETO – EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 ENº 41/2003 – INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS – RECURSOEXTRAORDINÁRIO SUBMETIDO À REPERCUSSÃO GERAL – READEQUAÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS AONOVO TETO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido autoral,condenando a autarquia previdenciária a revisar o benefício previdenciário do recorrido, mediante adequação ao novo limitemáximo para o valor dos benefícios do RGPS, instituído pelas Emendas Constitucionais nº 20/1998 e/ou nº 41/2003, e apagar as diferenças incidentes sobre as prestações não atingidas pela prescrição quinquenal. Alega o recorrente que opedido autoral não deve prosperar, visto que o valor excedente ao teto não é crédito do segurado para nenhum efeito, nemmesmo para justificar uma evolução paralela do benefício a aguardar a elevação do teto, pois a lei expressamentedetermina que se despreze tal excedente e que se considere renda mensal apenas o valor inserido nos limites que fixa.Além disso, aduz que a majoração do valor de um benefício sem a correspondente indicação da fonte de custeio ofende oart. 195, § 5º da CRFB/88 e viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, em face da aplicação retroativa das EmendasConstitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003.A média aritmética dos salários-de-contribuição da parte autora, conforme carta de concessão de benefício, concedido em12/07/1994 (fls. 13/14), corresponde a R$ 659,64. A renda mensal inicial foi fixada em R$ 582,86 (limitada ao teto). Após aconcessão da aposentadoria entraram em vigor as Emendas Constitucionais nº 20 e nº 41, aumentando o teto dosbenefícios do RGPS para R$ 1.200,00 e R$ 2.400,00, respectivamente.Em 03/05/2008, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questãoconstitucional (aplicação do teto para aposentadoria, previsto na Emenda Constitucional nº 20/98, ao benefício concedidoantes de sua vigência) contida no RE nº. 564.354/SE. Em 08/09/2010, a Excelsa Corte, por maioria de votos, negouprovimento ao Recurso, interposto pelo INSS, contra decisão que permitiu a aplicação do novo teto para aposentadoria,previsto na EC nº. 20/98, ao benefício concedido antes de sua vigência.Assim entendeu o Plenário do STF:

EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. Há pelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituiçãoda República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada.2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5º daEmenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.3. Negado provimento ao recurso extraordinário. (RE 564.354/SE).

A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à Emenda Constitucional,

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razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

92 - 0001746-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001746-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GENESIO GOMES FILHO(ADVOGADO: VINICIUS DINIZ SANTANA, RAUL DIAS BORTOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001746-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001746-8/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido, pugnando pela manutenção da sentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. Em contestação, o INSS apenasalega que, em consulta ao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhumrequerimento administrativo de revisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimentoadministrativo dificulta o direito de defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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93 - 0003743-22.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003743-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUZIA CAETANO(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

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PROCESSO: 0003743-22.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003743-1/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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94 - 0003703-40.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003703-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RONALDO FERREIRA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003703-40.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003703-0/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

Page 82: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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95 - 0001505-30.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001505-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RANILSON MORAES DONASCIMENTO (ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001505-30.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001505-8/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. Em contestação, o INSS apenasalega que, em consulta ao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhumrequerimento administrativo de revisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimentoadministrativo dificulta o direito de defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

96 - 0002225-94.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002225-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JONAS DA SILVA(ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002225-94.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002225-7/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –

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MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. Em contestação, o INSS apenasalega que, em consulta ao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhumrequerimento administrativo de revisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimentoadministrativo dificulta o direito de defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

97 - 0003746-74.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003746-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUIZ GUILHERME DOSPASSOS (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003746-74.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003746-7/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido, pugnando pela manutenção da sentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistência

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judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTEOsair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

98 - 0003642-82.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003642-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE DA SILVA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003642-82.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003642-6/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido, pugnando pela manutenção da sentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

99 - 0003613-32.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003613-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL GENIVALDOCORREIA ALMEIDA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003613-32.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003613-0/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a

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possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

100 - 0003609-92.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003609-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CLEUZA MARINA PINAFERRARI (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0003609-92.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003609-8/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

101 - 0002491-81.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002491-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WALDEIR DA SILVA(ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002491-81.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002491-6/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 39, que extinguiu o processo semresolução de mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC (quando não concorrer qualquer das condições da ação, como apossibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual). Alega o recorrente, em suas razões recursais,que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer, assim, areforma da sentença. Não foram apresentadas contrarrazões pelo recorrido.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo. Em contestação, o INSS apenasalega que, em consulta ao Sistema Único de Benefícios – SUB/DATAPREV, foi verificado que não existe nenhumrequerimento administrativo de revisão de benefício efetuado pela parte autora. Sustenta que a ausência do requerimentoadministrativo dificulta o direito de defesa da autarquia, que não teve a oportunidade de analisar a situação.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91009 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA

102 - 0001274-68.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001274-6/01) JUÍZO FEDERAL DO SEGUNDO JUIZADO ESPECIALFEDERAL DE VITÓRIA x JUÍZO FEDERAL DA PRIMEIRA VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.PROCESSO N.º 0001274-68.2009.4.02.5051/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL D2 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ESRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – ART. 87 DO CPC – “PERPETUATIO JURISDICIONIS” – RESOLUÇÃO N.º30/2010 DO TRF 2ª REGIÃO – ALTERAÇÕES – INAPLICABILIDADE – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZO SUSCITADO

Page 87: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR ACOMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que passam a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

103 - 0002434-31.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002434-7/01) JUÍZO FEDERAL DO SEGUNDO JUIZADO ESPECIALFEDERAL DE VITÓRIA x JUÍZO FEDERAL DA PRIMEIRA VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.PROCESSO N.º 0002434-31.2009.4.02.5051/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL D2 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ESRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – ART. 87 DO CPC – “PERPETUATIO JURISDICIONIS” – RESOLUÇÃO N.º30/2010 DO TRF 2ª REGIÃO – ALTERAÇÕES – INAPLICABILIDADE – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZO SUSCITADO

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR ACOMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que passam a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

104 - 0000985-38.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000985-1/01) JUÍZO FEDERAL DO SEGUNDO JUIZADO ESPECIALFEDERAL DE VITÓRIA x JUÍZO FEDERAL DA PRIMEIRA VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.PROCESSO N.º 0000985-38.2009.4.02.5051/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL D2 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ESRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – ART. 87 DO CPC – “PERPETUATIO JURISDICIONIS” – RESOLUÇÃO N.º30/2010 DO TRF 2ª REGIÃO – ALTERAÇÕES – INAPLICABILIDADE – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZO SUSCITADO

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR ACOMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que passam a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

105 - 0001833-59.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001833-1/01) JUÍZO FEDERAL DO SEGUNDO JUIZADO ESPECIALFEDERAL DE VITÓRIA x JUÍZO FEDERAL DA PRIMEIRA VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.PROCESSO N.º 0001833-59.2008.4.02.5051/01SUSCITANTE: JUÍZO FEDERAL D2 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE VITÓRIA/ESSUSCITADO: JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ESRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

Page 88: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – ART. 87 DO CPC – “PERPETUATIO JURISDICIONIS” – RESOLUÇÃO N.º30/2010 DO TRF 2ª REGIÃO – ALTERAÇÕES – INAPLICABILIDADE – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZO SUSCITADO

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR ACOMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que passam a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

106 - 0000715-42.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000715-6/01) PAULO ROBERTO SILVA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).RECURSO N. 2008.50.53.000715-6/01RECORRENTE: PAULO ROBERTO SILVARECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA – BIS IN IDEM – AUSÊNCIA DE OFENSA AO ARTIGO 460, CPC – NÃO INCIDÊNCIA DEPRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR PROVIMENTO AOMESMO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

107 - 0000588-04.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000588-0/01) SEBASTIÃO JOSÉ TRINDADE (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).RECURSO N. 2008.50.54.000588-0/01RECORRENTE: SEBASTIÃO JOSÉ TRINDADERECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA – BIS IN IDEM – AUSÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL – NÃO INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR PROVIMENTO AOMESMO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

108 - 0000056-93.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000056-4/01) NICODEMOS PACHECO GONÇALVES (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).RECURSO N. 2009.50.54.000056-4/01RECORRENTE: NICODEMOS PACHECO GONÇALVESRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA – BIS IN IDEM – AUSÊNCIA DE COMPLEXIDADE DA CAUSA – NÃO INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO– RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, DAR PROVIMENTO AOMESMO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

109 - 0000716-27.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000716-8/01) JORGE BRETAS CARDOSO (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).RECURSO N. 2008.50.53.000716-8/01RECORRENTE: JORGE BRETAS CARDOSORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA - BIS IN IDEM – AFASTAMENTO DA INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS PARAAPRECIAR A CAUSA – INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 40/42, a qualextinguiu o feito sem resolução de mérito, em virtude da incompetência dos Juizados Especiais para julgar causascomplexas. Aduz o recorrente, em suas razões, que a demanda não traz complexidade no que se refere à perícia contábil,devendo ser reformada a sentença proferida.

Ao contrário do que aduz a sentença de fls. 40/42, não cabe a alegação de complexidade da causa em virtude danecessidade de perícia contábil, no intuito de afastar a competência dos Juizados Especiais para apreciar a causa.Primeiro, porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto de sessentasalários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01), tendo o autor renunciado a qualquer valor excedente a sessenta saláriosmínimos (fl. 14). Segundo, porque os documentos necessários à análise do pleito autoral são suficientes para fins deconfecção de eventual cálculo, não havendo que falar em dificuldades de grande porte para realizar o mesmo. Sendoassim, afastada a incompetência dos Juizados Especiais. Segue julgado o qual corrobora o entendimento acima:PROCESSUAL CIVIL - CONFLITO DE COMPETÊNCIA - LIDE ENTRE PARTICULAR E FISCO - IRRF -COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS -COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL (JEF): § 3º DO ART. 3º DA LEI Nº 10.259/2001. 1. Se a lidecontrapõe os interesses do particular e do fisco atinando com a incidência ou não de IRPF sobre a complementação deaposentadoria paga por entidade de previdência, infundado se revela o afastamento da competência para seuprocessamento e julgamento pela Vara de Juizado Especial Cível Federal tão-somente em razão de singelo argumento de"complexidade da matéria", tanto mais tendo a causa valor inferior a sessenta salários mínimos [...]. 2. Se o valor atribuído àcausa é inferior a sessenta salários mínimos, estabelecida, então, a competência dos Juizados Especiais Federais Cíveis,

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competência absoluta, ex vi do art. 3º, § 3º, da Lei nº 10.259/2001. 3. A Lei n. 10.259/2001 não contempla hipótese deimpedimento de apreciação do feito, por parte do Juizado Especial Federal, que demande maior complexidade - seja decunho material ou processual - ou daquele que envolva exame pericial (já ultrapassado no caso). 4. Conflito conhecido:competente o juízo suscitado, Juizado Especial Federal Cível da 1ª Vara/MG. 5. Peças liberadas pelo Relator em24/11/2010 para publicação do acórdão. (Tribunal Regional Federal da 1ª Região - Conflito de Competência n.0052070-77.2010.4.01.0000/MG – Órgão julgador: Quarta Seção – Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANOTOLENTINO AMARAL - Julgado em: 24/11/10 – Publicado em: 06/12/10).

Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).

No caso concreto, à luz do que acima foi explanado acerca da prescrição, verifica-se que houve a incidência domencionado instituto, o que impossibilita o êxito da pretensão autoral. Como a data de início do recebimento pela parteautora de aposentadoria complementar é 23/11/97 (fl. 70) e a presente ação foi ajuizada em 04/12/2008 (fl. 2), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

Desse modo, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para afastar a incompetência dos Juizados EspeciaisFederais com relação à apreciação da presente demanda e para DECLARAR A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃOAUTORAL, esta pautada no reconhecimento da não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdênciaprivada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob aégide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, seanterior a janeiro de 1996, e na condenação da União Federal à restituição/ compensação do respectivo indébito, de modoa ser extinto o feito com julgamento de mérito, com fundamento no artigo 269, IV, CPC.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96.Sem condenação em honorários advocatícios, devido à sucumbência recíproca (artigo 21, CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

110 - 0000058-63.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000058-8/01) JOAO DUARTE FILHO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).RECURSO N. 2009.50.54.000058-8/01RECORRENTE: JOÃO DUARTE FILHORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA - BIS IN IDEM – AFASTAMENTO DA INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS PARAAPRECIAR A CAUSA – INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 44/45, a qualextinguiu o feito sem resolução de mérito, em virtude da incompetência dos Juizados Especiais para julgar causascomplexas. Aduz o recorrente, em suas razões, que a demanda não traz complexidade no que se refere à perícia contábil,

Page 91: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

devendo ser reformada a sentença proferida.

Ao contrário do que aduz a sentença de fls. 44/45, não cabe a alegação de complexidade da causa em virtude danecessidade de perícia contábil, no intuito de afastar a competência dos Juizados Especiais para apreciar a causa.Primeiro, porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto de sessentasalários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01), tendo o autor renunciado a qualquer valor excedente a sessenta saláriosmínimos (fl. 14). Segundo, porque os documentos necessários à análise do pleito autoral são suficientes para fins deconfecção de eventual cálculo, não havendo que falar em dificuldades de grande porte para realizar o mesmo. Sendoassim, afastada a incompetência dos Juizados Especiais. Segue julgado o qual corrobora o entendimento acima:PROCESSUAL CIVIL - CONFLITO DE COMPETÊNCIA - LIDE ENTRE PARTICULAR E FISCO - IRRF -COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS -COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL (JEF): § 3º DO ART. 3º DA LEI Nº 10.259/2001. 1. Se a lidecontrapõe os interesses do particular e do fisco atinando com a incidência ou não de IRPF sobre a complementação deaposentadoria paga por entidade de previdência, infundado se revela o afastamento da competência para seuprocessamento e julgamento pela Vara de Juizado Especial Cível Federal tão-somente em razão de singelo argumento de"complexidade da matéria", tanto mais tendo a causa valor inferior a sessenta salários mínimos [...]. 2. Se o valor atribuído àcausa é inferior a sessenta salários mínimos, estabelecida, então, a competência dos Juizados Especiais Federais Cíveis,competência absoluta, ex vi do art. 3º, § 3º, da Lei nº 10.259/2001. 3. A Lei n. 10.259/2001 não contempla hipótese deimpedimento de apreciação do feito, por parte do Juizado Especial Federal, que demande maior complexidade - seja decunho material ou processual - ou daquele que envolva exame pericial (já ultrapassado no caso). 4. Conflito conhecido:competente o juízo suscitado, Juizado Especial Federal Cível da 1ª Vara/MG. 5. Peças liberadas pelo Relator em24/11/2010 para publicação do acórdão. (Tribunal Regional Federal da 1ª Região - Conflito de Competência n.0052070-77.2010.4.01.0000/MG – Órgão julgador: Quarta Seção – Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANOTOLENTINO AMARAL - Julgado em: 24/11/10 – Publicado em: 06/12/10).

Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).

No caso concreto, à luz do que acima foi explanado acerca da prescrição, verifica-se que houve a incidência domencionado instituto, o que impossibilita o êxito da pretensão autoral. Como a data de início do recebimento pela parteautora de aposentadoria complementar é 01/02/1995 (fls. 95/96) e a presente ação foi ajuizada em 27/01/2009 (fl. 2), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

Desse modo, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para afastar a incompetência dos Juizados EspeciaisFederais com relação à apreciação da presente demanda e para DECLARAR A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃOAUTORAL, esta pautada no reconhecimento da não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdênciaprivada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob aégide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, seanterior a janeiro de 1996, e na condenação da União Federal à restituição/ compensação do respectivo indébito, de modoa ser extinto o feito com julgamento de mérito, com fundamento no artigo 269, IV, CPC.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96.Sem condenação em honorários advocatícios, devido à sucumbência recíproca (artigo 21, CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

111 - 0000732-75.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000732-3/01) JAMIR ANTONIO PRATA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).

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RECURSO N. 2008.50.54.000732-3/01RECORRENTE: JAMIR ANTÔNIO PRATARECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA - BIS IN IDEM – AFASTAMENTO DA INCOMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS PARAAPRECIAR A CAUSA – INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 33/34, a qualextinguiu o feito sem resolução de mérito, em virtude da incompetência dos Juizados Especiais para julgar causascomplexas. Aduz o recorrente, em suas razões, que a demanda não traz complexidade no que se refere à perícia contábil,devendo ser reformada a sentença proferida.

Ao contrário do que aduz a sentença de fls. 33/34, não cabe a alegação de complexidade da causa em virtude danecessidade de perícia contábil, no intuito de afastar a competência dos Juizados Especiais para apreciar a causa.Primeiro, porque a competência dos Juizados Especiais é absoluta, fundamentada no valor da causa (teto de sessentasalários mínimos – artigo 3º da Lei 10.259/01), tendo o autor renunciado a qualquer valor excedente a sessenta saláriosmínimos (fl. 14). Segundo, porque os documentos necessários à análise do pleito autoral são suficientes para fins deconfecção de eventual cálculo, não havendo que falar em dificuldades de grande porte para realizar o mesmo. Sendoassim, afastada a incompetência dos Juizados Especiais. Segue julgado o qual corrobora o entendimento acima:PROCESSUAL CIVIL - CONFLITO DE COMPETÊNCIA - LIDE ENTRE PARTICULAR E FISCO - IRRF -COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS -COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL (JEF): § 3º DO ART. 3º DA LEI Nº 10.259/2001. 1. Se a lidecontrapõe os interesses do particular e do fisco atinando com a incidência ou não de IRPF sobre a complementação deaposentadoria paga por entidade de previdência, infundado se revela o afastamento da competência para seuprocessamento e julgamento pela Vara de Juizado Especial Cível Federal tão-somente em razão de singelo argumento de"complexidade da matéria", tanto mais tendo a causa valor inferior a sessenta salários mínimos [...]. 2. Se o valor atribuído àcausa é inferior a sessenta salários mínimos, estabelecida, então, a competência dos Juizados Especiais Federais Cíveis,competência absoluta, ex vi do art. 3º, § 3º, da Lei nº 10.259/2001. 3. A Lei n. 10.259/2001 não contempla hipótese deimpedimento de apreciação do feito, por parte do Juizado Especial Federal, que demande maior complexidade - seja decunho material ou processual - ou daquele que envolva exame pericial (já ultrapassado no caso). 4. Conflito conhecido:competente o juízo suscitado, Juizado Especial Federal Cível da 1ª Vara/MG. 5. Peças liberadas pelo Relator em24/11/2010 para publicação do acórdão. (Tribunal Regional Federal da 1ª Região - Conflito de Competência n.0052070-77.2010.4.01.0000/MG – Órgão julgador: Quarta Seção – Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANOTOLENTINO AMARAL - Julgado em: 24/11/10 – Publicado em: 06/12/10).

Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).

No caso concreto, à luz do que acima foi explanado acerca da prescrição, verifica-se que houve a incidência domencionado instituto, o que impossibilita o êxito da pretensão autoral. Como a data de início do recebimento pela parteautora de aposentadoria complementar é 04/07/1996 (fl. 132) e a presente ação foi ajuizada em 15/12/2008 (fl. 2), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.

Desse modo, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, para afastar a incompetência dos Juizados EspeciaisFederais com relação à apreciação da presente demanda e para DECLARAR A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃOAUTORAL, esta pautada no reconhecimento da não incidência do imposto de renda sobre os benefícios de previdênciaprivada até o limite do que foi recolhido exclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob aégide da Lei n. 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, seanterior a janeiro de 1996, e na condenação da União Federal à restituição/ compensação do respectivo indébito, de modoa ser extinto o feito com julgamento de mérito, com fundamento no artigo 269, IV, CPC.

Page 93: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96.Sem condenação em honorários advocatícios, devido à sucumbência recíproca (artigo 21, CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

112 - 0006296-47.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006296-7/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.)x LUIS FRANCISCO BARATELLA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).RECURSO N. 2008.50.50.006296-7/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: LUIS FRANCISCO BARATELLARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA – BIS IN IDEM – AUSÊNCIA DE OFENSA AO ARTIGO 460, CPC – AUSÊNCIA DE INÉPCIA DAINICIAL – NÃO INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA EM PORMENOR.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela União Federal, ora recorrente, em face da sentença de fls. 94/103, a qualjulgou parcialmente procedente o pedido autoral. Aduz a recorrente, em suas razões, que houve violação ao artigo 460,CPC. Também aduz que deve ser declarada a inépcia da inicial, pelo fato de existirem na mesma pedidos incompatíveisentre si. Alega também a incidência da prescrição e, no que tange ao mérito propriamente dito, aduz que não deve serreconhecido o pedido autoral. Subsidiariamente, alega que deve ser adotado outro critério para a apuração do valor a serrestituído aos contribuintes.

Preliminarmente, deve-se enfatizar que a sentença proferida pelo juiz a quo não viola o artigo 460, CPC, posto que amesma se pautou no pleito autoral para delimitar a abrangência do julgamento. O que a ora recorrida pleiteou e que foiacolhido pela sentença foi a restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da mencionadarecorrida, em decorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação deaposentadoria as quais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88. Não foi reconhecida isenção do pagamento deimposto a ser pago, conforme aduziu a recorrente em suas razões. Sendo assim, rejeita-se a preliminar ora analisada.

Quanto à alegação de inépcia, também não logra êxito a recorrente, tendo em vista que o pedido autoral de inexigibilidadedo imposto de renda incidente sobre as contribuições no período em que vigorou a Lei 7.713/88 implicou em cumulaçãoalternativa de pedidos. Como a parte autora não teve o seu primeiro pedido acolhido, a sentença passou a analisar o pedidoposterior, pautado na restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da ora recorrida, emdecorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação de aposentadoria asquais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88, sendo este pedido acolhido pela mencionada sentença. Desse modo,rejeita-se a preliminar de inépcia da inicial.

No que se refere à prescrição, tem-se que, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre osquais se situa o imposto de renda, o “prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto devista prático, deve ser contado da seguinte forma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da LeiComplementar 118/2005 (09.06.05), o prazo para se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimentoindevido; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada,porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seçãosubmetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe04/11/2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).

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Como a data de início do benefício de aposentadoria complementar é 30/07/2007 (fl. 137) e a presente ação foi ajuizada em23/10/2008 (fl. 3), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.

Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.

Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fl. 27) e aposentadoria em 30/07/2007 (fl. 137),sendo devido o reconhecimento do pleito autoral.

A apuração do indébito deve observar o seguinte, devendo a sentença ser reformada neste pormenor, assistindo razão àrecorrente: as contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de1995 deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos paraos Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal.

O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item (1), recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).

Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anota-se o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009), senão vejamos:

“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”.

Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.

A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por este voto. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.

Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sempre observado o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais, a saber, 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente na data do ajuizamento da ação).

Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso de aindahaver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo do impostodevido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor. Ressalte-se que as diligências indicadas apartir do tópico 13 não importam em manifestação para além da matéria devolvida em sede recursal, tendo em vista setratarem de questões administrativas, as quais visam a facilitar o trâmite processual após o julgamento, o qual foi no sentidoda sentença de 1º grau. Tais diligências se amoldam aos princípios da economia e celeridade, princípios informadores dos

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Juizados Especiais.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em pormenor. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, daLei n. 9.289/96. Condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor dacondenação, nos termos do artigo 20, § 3º, CPC. Aplica-se aqui o artigo 21, parágrafo único, CPC, em virtude de a parterecorrida ter sucumbido em parte mínima do pedido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

113 - 0005844-37.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005844-7/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUSCHAGAS SARAIVA.) x LAURO BRAGATTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).RECURSO N. 2008.50.50.005844-7/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: LAURO BRAGATTORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA – BIS IN IDEM – AUSÊNCIA DE OFENSA AO ARTIGO 460, CPC – NÃO INCIDÊNCIA DEPRESCRIÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PORMENOR.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela União Federal, ora recorrente, em face da sentença de fls. 42/47, a qualjulgou parcialmente procedente o pedido autoral. Aduz a recorrente, em suas razões, que houve violação ao artigo 460,CPC. Alega também que não deve ser reconhecido o pedido autoral. Subsidiariamente, alega que deve ser adotado outrocritério para a apuração do valor a ser restituído aos contribuintes.

Preliminarmente, deve-se enfatizar que a sentença proferida pelo juiz a quo não viola o artigo 460, CPC, posto que amesma se pautou no pleito autoral para delimitar a abrangência do julgamento. O que a ora recorrida pleiteou e que foiacolhido pela sentença foi a restituição dos valores cobrados sobre a complementação da aposentadoria da mencionadarecorrida, em decorrência da impossibilidade de incidir imposto de renda sobre as parcelas de complementação deaposentadoria as quais já foram tributadas na época da Lei 7.713/88. Não foi reconhecida isenção do pagamento deimposto a ser pago, conforme aduziu a recorrente em suas razões. Sendo assim, rejeita-se a preliminar ora analisada.

No que se refere à prescrição, tem-se que, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre osquais se situa o imposto de renda, o “prazo prescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto devista prático, deve ser contado da seguinte forma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da LeiComplementar 118/2005 (09.06.05), o prazo para se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimentoindevido; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada,porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seçãosubmetido ao rito do artigo 543-C, do CPC: RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe04/11/2010).

“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).

Como a data de início do benefício de aposentadoria complementar é 18/06/2007 (fl. 82) e a presente ação foi ajuizada em25/09/2008 (fl. 2), não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.

Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline Michels

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Bilhalva, DJ de 09.02.2009.

Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 38/39) e aposentadoria em 18/06/2007 (fl. 82),sendo devido o reconhecimento do pleito autoral.

A apuração do indébito deve observar o seguinte, devendo a sentença ser reformada neste pormenor, assistindo razão àrecorrente: as contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de1995 deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos paraos Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal.

O valor apurado, consistente no crédito da parte autora, deverá ser deduzido do montante recebido a título decomplementação de aposentadoria por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, devidamente atualizado, à data do encontro de contas, pelosmesmos índices determinados no item (1), recalculando-se, assim, o Imposto de Renda de cada exercício, de modo afixar-se o valor a ser restituído, quantia esta que deverá ser corrigida pela Taxa SELIC, com a exclusão de outro índice decorreção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).

Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anota-se o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009), senão vejamos:

“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”.

Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o autor não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou o que tiversido pago será objeto de repetição.

A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por este voto. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.

Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição devida, paraulterior expedição de RPV ou precatório, sempre observado o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais, a saber, 60(sessenta) salários mínimos (valor vigente na data do ajuizamento da ação).

Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso de aindahaver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo do impostodevido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor. Ressalte-se que as diligências indicadas apartir do tópico 13 não importam em manifestação para além da matéria devolvida em sede recursal, tendo em vista setratarem de questões administrativas, as quais visam a facilitar o trâmite processual após o julgamento, o qual foi no sentidoda sentença de 1º grau. Tais diligências se amoldam aos princípios da economia e celeridade, princípios informadores dosJuizados Especiais.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em pormenor. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, daLei n. 9.289/96. Condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor dacondenação, nos termos do artigo 20, § 3º, CPC. Aplica-se aqui o artigo 21, parágrafo único, CPC, em virtude de a parterecorrida ter sucumbido em parte mínima do pedido.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,na forma da ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

114 - 0000808-05.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000808-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x DELCY DA SILVA E OUTRO (ADVOGADO: JEFFERSON R. MOURA,JANAINA RODRIGUES LIMA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2008.50.53.000808-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO(S): DELCY DA SILVA E OUTRORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – QUALIDADE DE SEGURADO DOINSTITUIDOR DO BENEFÍCIO COMPROVADA – DESEMPREGO ATESTADO POR PROVA TESTEMUNHAL – UNIÃOESTÁVEL CONFIGURADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA (ART. 46 DA LEI 9.099/95)

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença de fls. 77/81, que julgouprocedente o pleito inicial e condenou a autarquia previdenciária à concessão do benefício de pensão por morte aosrecorridos (companheira e filha do de cujus). Em razões de recurso, o INSS apenas impugna a condição de segurado doinstituidor do benefício no momento do óbito, ao argumentar que o falecido não mais recolhia contribuições ao regime e quenão houve comprovação da situação de desemprego, circunstâncias que desautorizariam o pensionamento em favor deseus dependentes legais. Contrarrazões às fls. 91/99.

A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei 9.099/95).

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91, bastando, para tanto, que o instituidor da pensão esteja filiadoà Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito.

Após análise dos elementos de prova produzidos nos autos, é possível concluir-se que o instituidor do benefício de pensãopor morte pretendido nesta demanda mantinha a qualidade de segurado do RGPS quando de seu passamento, ocorrido em16.09.2007 (certidão de óbito de fl. 18).

A disciplina legal do RGPS estabelece, no art. 15 da Lei n.º8.213/91, o denominado “período de graça”, durante o qual osegurado mantém esta qualidade e, por conseguinte, a proteção previdenciária, independentemente do recolhimento decontribuições ao regime. A regra geral (art. 15, caput) fixa em 12(doze) meses o período de graça para os segurados quedeixarem de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social. Em seguida, o legislador cria duasampliações, acrescendo 12(doze) meses para os casos em que o segurado tiver acumulado mais de 120 (cento e vinte)contribuições mensais sem interrupção (art. 15, §1º) e mais 12(doze) meses para as hipóteses de comprovada situação dedesemprego (art. 15, §2º).

Pois bem. Segundo extrato do CNIS anexado à fl.53, o falecido verteu contribuições ao regime de previdência atémaio/2006. Após essa data, as cópias de sua CTPS (fls. 30/33) e o referido documento do CNIS não registram qualqueroutro vínculo de trabalho, tampouco o recolhimento de contribuições ao RGPS. De igual modo, os depoimentostestemunhais colhidos em audiência revelaram que o de cujus estava desempregado no momento de seu óbito e quesempre estava a procura de trabalho, embora sem sucesso.

A despeito de a literalidade do §2º do art. 15 do Plano de Benefícios da Previdência Social apontar a necessidade deregistro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, o Superior Tribunal de Justiça já acolheu a tesede que a situação de desemprego pode ser demonstrada em juízo por outros meios de prova. Nesse sentido, Petição n.º7115/PR�. Desta feita, entendo que a prova documental, aliada à prova testemunhal, demonstra, satisfatoriamente, asituação de desemprego do instituidor do benefício após a interrupção do recolhimento de contribuições previdenciárias, oque atrai a incidência da regra ampliativa prevista no art. 15, §2º da Lei n.º8.213/91. Finalmente, no entendimento desterelator, a menção a “bicos” como catador de papelão e ajudante de pedreiro – ocupações exercidas de maneira esporádica– registrada nos depoimentos não tem o condão de afastar o estado de desemprego do segurado, para efeitos de aferiçãodo período de graça. Em conclusão, tem-se que o falecido foi alcançado pelo período de graça resultante da aplicação doinciso II do art. 15 combinado com o §2º do mesmo dispositivo, ambos da Lei n.º8.213/91, o que conduz à conclusão deque, no momento do óbito (16.09.2007), o instituidor ainda gozava de cobertura previdenciária.

Comprovada a filiação por meio de prova documental (fl. 24) e demonstrada a união estável por meio de prova testemunhal– fato sequer impugnado pelo INSS em sede de recurso inominado –, impõe-se a concessão do benefício de pensão pormorte à filha e à companheira do segurado, respectivamente.

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9. Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida.

10. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

115 - 0000520-26.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000520-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MARIA DA PENHA COSTA MELGAÇO (ADVOGADO: MARCOSJOSÉ MILAGRE, NAJARA ALMEIDA DE BRITO NEVES.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.52.000520-9/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO(A): MARIA DA PENHA COSTA MELGAÇORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – GENITORA – DEPENDÊNCIA ECONÔMICACOMPROVADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA (ART. 46 DA LEI 9.099/95)

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença de fls. 43/45, que julgouprocedente o pleito inicial e condenou a autarquia previdenciária à concessão do benefício de pensão por morte em favorda recorrida, genitora do de cujus. Em razões de recurso, o INSS sustenta que a parte não logrou êxito em comprovar arelação de dependência econômica com o instituidor do benefício, circunstância que desautorizaria o deferimento dopensionamento. Contrarrazões às fls. 91/99.

A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei 9.099/95).

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91, bastando, para tanto, que o instituidor da pensão esteja filiadoà Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Nos termos do §4º do art. 16 do Plano de Benefícios daPrevidência Social, a dependência econômica é presumida em relação ao cônjuge, ao companheiro e ao filho nãoemancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido, devendo ser comprovada em relação aosdemais dependentes (pais e irmãos menores ou inválidos).

Após análise dos elementos de prova produzidos nos autos, entendo que restou satisfatoriamente demonstrada a relaçãode dependência econômica mantida entre a parte e o instituidor do benefício, notadamente diante da prova documental(registro de dependente em plano de assistência médica e odontológica) e da prova testemunhal colhida em audiência,cujos depoimentos atestaram que a recorrida dependia do auxílio financeiro do filho para manter as necessidades básicasdo lar.

Nesse ponto, quadra destacar que a circunstância de a recorrida ter mantido alguns vínculos de trabalho, conformeregistros no CNIS, não tem o condão, por si só, de afastar a dependência econômica comprovada pela prova testemunhal.Ademais, o fato de a parte encontrar-se em exercício de atividade profissional nos dias de hoje, certamente, deve-sejustamente à negativa do pensionamento engendrada pela autarquia previdenciária.

Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

116 - 0001265-09.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001265-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x MARIA REIS DOS SANTOS SOUZA (ADVOGADO:JOSE LUCIO DE ASSIS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.51.001265-5/01RECORRENTE: INTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDA: MARIA REIS DOS SANTOS SOUZARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – COMPROVAÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL –PROVA DOCUMENTAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL – ACEITABILIDADE DE PROVAEXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL – PRECEDENTE DO STJ – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA (ART. 46 DA LEI 9.099/95)

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença de fls. 101/103, que julgouprocedente o pleito inicial, de modo a condenar a autarquia previdenciária à concessão de pensão por morte em favor daautora (recorrida). Em razões de recurso, o INSS sustenta que a prova documental apresentada pela recorrida não atendeàs exigências estabelecidas no Decreto n.º 3.048/99, sendo insuficiente a prova exclusivamente testemunhal para acomprovação da convivência conjugal. Sem contrarrazões.

A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei 9.099/95).

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo de contribuições(carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91, bastando, para tanto, que o instituidor da pensão esteja filiadoà Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito.

O artigo 16 da Lei 8.213/91 estabelece o rol de indivíduos que podem figurar como dependentes do segurado daprevidência social, no qual estão incluídos(as) os(as) companheiros(as), caso comprovem a existência de união estávelcom o instituidor do benefício (inciso I conjugado com os parágrafos 3º e 4º, todos do supracitado artigo).

Em análise do caderno processual, embora não exatamente identificáveis com o rol estabelecido no art.22, §3º do Decreton.º 3.048/99, os documentos colacionados aos autos noticiam a existência de união matrimonial entre a parte e o instituidordo benefício (fls. 17/19 e 39). Em complementação, a prova testemunhal colhida em audiência atestou a convivênciafamiliar entre a recorrida e o falecido, instituída no ano de 2002 e prolongada até a data do óbito.

Cabe destacar que, ainda que as provas documentais fossem consideradas inidôneas, de modo a não demonstrarem acontinuidade da convivência do casal até a data do óbito, o próprio STJ já se posicionou no sentido de aceitar provaexclusivamente testemunhal para fins de comprovação de união estável. Precedente REsp 783.697/GO.

Em conclusão, comprovada nos autos a relação de união estável entre a autora e o segurado e considerando a presunçãoda dependência econômica em favor de companheiro(a) – art. 16, §4º, da Lei 8.213/91 –, não se vislumbram restrições àconcessão do benefício de pensão por morte, razão pela qual a sentença recorrida deve manter-se inalterada.

Finalmente, não merece acolhida a pretensão recursal de alteração da DIB, ao fundamento de que o indeferimentoadministrativo somente se deu por responsabilidade da própria parte requerente. Ora, se a recorrida faz jus ao benefício depensão por morte desde a data da formalização do requerimento junto ao INSS, mas, por algum motivo, não logrou êxitoem obtê-lo pela via administrativa, não se pode, agora, na esfera judicial, conceder a prestação apenas a partir doprovimento jurisdicional, sob pena de se autorizar o enriquecimento sem causa. DIB mantida.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida (art. 46 da Lei n.º 9.099/95).

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Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

117 - 0005079-37.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.005079-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ARALETE TEXEIRA CALISTO (ADVOGADO: SERGIO RIBEIRO PASSOS.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0005079-37.2006.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): ARLETE TEIXEIRA CALISTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA RECONHECIDA.INÍCIO DA DOENÇA INCAPACITANTE. PERÍODO DE GRAÇA. COBERTURA ASSEGURADA. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 58/61, que julgouprocedente o pleito autoral e condenou a autarquia previdenciária à concessão do beneficio previdenciário deauxílio-doença, com efeitos financeiros retroativos à data de formalização do requerimento administrativo (29.05.2006). Emrazões de recurso, o ente previdenciário sustenta que a parte recorrida perdera a qualidade de segurada do RGPS esomente voltou a contribuir para o regime após a instalação da doença incapacitante, razão pela qual não faria jus àcobertura previdenciária. Contrarrazões às fls.71/73.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º9.099/95).

A perícia oficial produzida nos autos (laudo de fls.38/40, datado de 10.11.2009) atestou que a recorrida é acometida deasma e que “pela estória clínica da periciada, desde 2003 ela teria sintomas que restringiam seu trabalho, mas acredito quehá pelo menos um ano os sintomas são incapacitantes” (respostas aos quesitos 1 e 11.c do juízo – fls. 38/39). Consoantese extrai das conclusões da prova técnica, a paciente já tinha sintomas que restringiam sua capacidade laborativa desde2003, pelo que é possível fixar nessa ocasião o início da incapacidade.

Pois bem. Considerando que a recorrida recolheu contribuições para o RGPS, como contribuinte individual, atédezembro/2002 (fl. 49) – como afirmado pelo próprio INSS em razões de recurso – resta concluir que, nos termos do art.15, II e §4º da Lei n.º 8.213/91�, o período de graça se estende, no mínimo, até 15.02.2004, o que importa dizer que a partetem direito à proteção previdenciária neste interregno temporal independentemente do recolhimento de contribuições.Assim, tendo em vista que a doença incapacitante teve início no ano de 2003, impõe-se a conclusão de que tal evento estásujeito à cobertura da previdência social, razão pela qual, embora só tenha formulado requerimento administrativo emjunho/2006, a recorrida faz jus ao benefício de auxílio-doença a partir da formalização do pedido.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 55, caput, da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

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Juiz Federal Relator

118 - 0007782-67.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007782-0/01) JOSE CLERIO FILHO DO AMARAL (DEF.PUB: RICARDOFIGUEIREDO GIORI, ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0007782-67.2008.4.02.5050/01RECORRENTE: JOSE CLERIO FILHO DO AMARALRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. NULIDADE DO LAUDOPERICIAL. INOCORRÊNCIA. LAUDO JUDICIAL FORNECEU ELEMENTOS SUFICIENTES PARA O CONVENCIMENTODO MAGISTRADO. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO CONSTATADA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

I. Recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido inicial derestabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença, ante a não constatação de incapacidade para o trabalho.Em suas razões, pugna, inicialmente, pelo reconhecimento da nulidade do laudo – e conseqüentemente da sentença –, porsuposta omissão contradição e dissonância da prova técnica com a jurisprudência da TNU. No mérito, afirmou que ascondições pessoais desfavoráveis do autor sequer foram apreciadas pelo magistrado a quo, não restando outra conclusãosenão a de que o requerente se encontra incapaz para o exercício de atividades profissionais. Contrarrazões às fls. 98/100.

II. Ao todo, foram realizadas duas perícias durante a instrução processual. A primeira (laudo de fls. 20/21) atestou que oautor sofria de lombalgia, doença degenerativa que não implicava incapacidade laborativa. Inconformado, o autor pleiteou arealização de nova perícia (fl. 59), alegando que o médico não detinha formação específica em ortopedia. Deferido opedido, as partes foram intimadas da nova consulta. Desta vez, o perito especialista em ortopedia chegou à seguinteconclusão (laudo de fls. 68/72): “O autor apresentou hérnia inguinal durante esforço físico, a empresa onde trabalhavareconheceu o acidente de trabalho e emitiu a CAT. Foi operado com recuperação completa da lesão. Durante a sua licença,sem nenhuma relação com a atividade laboral do autor, passou a queixar-se de dor lombar. Apresenta exame clíniconormal e exames de imagem demonstrando artrose leve sem nenhum sinal de compressão nervosa. Está trabalhandocomo pedreiro autônomo atualmente confirmando que não há incapacidade laboral”.

III. Não vislumbro irregularidade no laudo capaz de acarretar sua nulidade, uma vez que os quesitos foram devidamenterespondidos, e os exames feitos foram detalhadamente comentados em tópico específico.

IV. O juiz não está, de modo algum, vinculado às conclusões do laudo pericial (art. 436 do CPC), podendo utilizar-se deoutros elementos dos autos para formar sua convicção. Entretanto, o enunciado nº. 08 da Turma Recursal do Espírito Santoassim dispõe: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular”.

V. Os laudos particulares de fls. 10/12 e 37/40, além de terem sido emitidos em data não contemporânea do laudo judicial,somente recomendam o afastamento do trabalho por curto período de tempo (15 dias) e repouso domiciliar. Assim, entendoque não há nos autos elementos probatórios suficientes a infirmar as conclusões do perito.

VI. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

VII. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada asituação financeira da parte, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência judiciáriagratuita à fl.14, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei 1.060/50.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

119 - 0000321-41.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000321-2/01) ADELAIDE DE SOUZA CICILIOTTI (ADVOGADO:FERNANDO ANTONIO POLONINI, EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO

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SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 2008.50.51.000321-2/01RECORRENTE: ADELAIDE DE SOUZA CICILIOTTIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. SENTENÇA CITRAPETITA. VEDAÇÃO DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIAS. ANULAÇÃO. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO. RECURSOCONHECIDO. SENTENÇA ANULADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, DECLARAR, DE OFÍCIO, AANULAÇÃO DA SENTENÇA, nos termos da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

120 - 0004176-31.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004176-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ORIDE PINTO DA SILVA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHASEGAL.) x OS MESMOS.RECURSOS DE SENTENÇA N.º 0004176-31.2008.4.02.5050/01RECORRENTE(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS E OUTRORECORRIDO(S): OS MESMOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSOS INOMINADOS. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. FUNÇÃO DE GARI. ATIVIDADEESPECIAL. RECONHECIMENTO. EFETIVA EXPOSIÇÃO A AGENTES BIOLÓGICOS NOCIVOS. JUROS DE MORA. LEIN.º 11.960/2009. CONSTITUCIONALIDADE. APLICABILIDADE IMEDIATA. RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.SENTENÇA MANTIDA.

I. Recursos inominados interpostos pelo INSS e pela parte autora em face de sentença que julgou procedente o pedidoinicial de reconhecimento de períodos de exercício de atividade especial e de sua conversão em tempo comum, para efeitode concessão de aposentadoria integral por tempo de serviço.

II. Em razões de recurso, a autarquia previdenciária sustenta que o autor não fazia jus à conversão do tempo de serviçoespecial em comum, haja vista que a atividade exercida (gari) não se enquadra nos anexos dos Decretos n.º 53.831/64 en.º 83.080/79, bem como alega que não restou comprovada nos autos a exposição permanente e habitual a agentesbiológicos nocivos. Contrarrazões do autor às fls. 209/213.

III. Por sua vez, o autor pleiteia, em sede recursal, a incidência de taxa de juros moratórios de 1% (um por cento) sobre asparcelas atrasadas, em detrimento dos índices oficiais da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei n.º 9.494/97, comredação conferida pela Lei 11.960/09), ante a suposta inconstitucionalidade e a impossibilidade de aplicação imediata donovo regramento legal. Contrarrazões do INSS às fls. 217/219.

IV. Antes do advento da Lei nº 9.032 (29/04/1995), a comprovação do exercício de atividade especial era feita de acordocom a categoria profissional a que pertencia o segurado, havendo presunção legal de sujeição a condições agressivas àsaúde ou perigosas pelo simples exercício do cargo, conforme Anexos I e II do Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979,e Anexo do Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964, ratificados pelo artigo 295 do Decreto nº 357/91.

V. De fato, a profissão de gari não foi expressamente incluída no rol de atividades especiais, presente nos primeirosdecretos regulamentadores – Decretos n.º 83.080/79 e n.º 53.831/64. Entretanto, a exposição a germes infecciosos,micróbios e odores provenientes do lixo, assim como o contato com animais mortos, representam fatores que,indubitavelmente, comprometem a integridade física do corpo humano. Logo, não há como deixar de reconhecer ainsalubridade de referida atividade laborativa. Nesse mesmo sentido, já se manifestou o TRF da 2ª Região, no julgamentoda REO 2007.51.01.808069-1.

VI. No que tange à falta de comprovação da exposição, de forma permanente e habitual, aos agentes biológicos nocivos,mantenho a sentença por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95). A propósito, vale transcrever o trecho dodecisum que discute o tema:

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Anote-se, ainda, que a habitualidade não exclui a intermitência, e a permanência opõe-se ao ocasional, ao esporádico,exigindo não apenas um maior número de ocorrências, mas, sobretudo, que estas se prolonguem no tempo (que sejaduradouro). Assim, “é possível o reconhecimento da especialidade do labor, mesmo que não se saiba a quantidade exatade tempo de exposição ao agente insalutífero, bastando que a atividade seja exercida diuturnamente” (TRF 4ª Região, ACnº 2004.70.00.034895-4/PR, 06/12/2006). Na prática, muito embora o PPP seja omisso quanto ao número de horastrabalhadas pelo autor, é sabido que um gari, enquanto trabalhador celetista, exerça suas atribuições por um períodomínimo de 44 horas semanais, o que nos leva à conclusão de exposição mínima diária de 08 (oito) horas.

VII. Quanto aos juros de mora, não assiste razão à parte autora. A tese de inconstitucionalidade da Lei 11.960/09 não podeser acolhida. O art. 7º, inciso II, da LC n.º 95/98, ao determinar que a lei não contenha matéria estranha ao seu objeto ou aeste não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão, não possui força cogente ao ponto de determinar ainconstitucionalidade das leis posteriores que não observem esse princípio. Referida legislação complementar teve porfinalidade minimizar os transtornos e a assimetria do ordenamento legislativo brasileiro, marcado profundamente pelainflação legislativa, decorrente de leis que tratam de diversos temas ao mesmo tempo. Tema que se liga ao aprimoramentoda técnica legislativa, mas não implica a inconstitucionalidade das leis que não observem a melhor técnica. Tanto assim,que não há, na LC n.º 95/98, critérios para definir o grau de abstração determinante do objeto da lei. No caso dos autos, aLei n.º 11.960/09 tratou de temas correlatos, sim, pois o tema da correção monetária é intimamente ligado ao tema tributário– fartamente disciplinado na mencionada lei. Por fim, a invocação da regra diretiva constante do parágrafo único do art.59da Constituição Federal poderia, quando muito, ensejar tese de inconstitucionalidade meramente reflexa.

VIII. Ademais, o Supremo Tribunal Federal� já se pronunciou sobre a aplicação da lei no tempo, concluindo pela imediataaplicabilidade do novo dispositivo aos processos judiciais pendentes. Deste modo, ressalvado o entendimento pessoaldeste magistrado, acompanho a orientação majoritária delineada por este colegiado e consolidada no Enunciado n.º 54� daTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo e acolho a aplicabilidade daalteração legislativa engendrada no 1º-F da Lei n.º 9.494/97 com o advento da Lei n.º 11.960/09.

IX. Recursos conhecidos e improvidos. Sentença mantida.

X. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOSe, no mérito, NEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

121 - 0001469-92.2005.4.02.5051/02 (2005.50.51.001469-5/02) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.) x JUIZO FEDERAL DA 1A. VARA DE CACHOEIRO DEITAPEMIRIM/ES x ADAUTO MATOS CARDOSO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA.).MANDADO DE SEGURANÇA: 2005.50.51.001469-5/02IMPETRANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSIMPETRADO(S): JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM E OUTRORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JURISDICIONAL.ERRO JUSTIFICÁVEL. DIVERGÊNCIA APURADA ENTRE A FUNDAMENTAÇÃO E O DISPOSITIVO DA SENTENÇA.SEGURANÇA CONCEDIDA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONCEDER A SEGURANÇA, nos termos do voto do Relator, quepassa a integrar o presente julgado.

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Vitória/ES, 04 de agosto de 2011

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

122 - 0002717-33.2004.4.02.5050/01 (2004.50.50.002717-2/01) LORENGE CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA(ADVOGADO: FABRICIO ALVES GHIDETTI, LEONARDO COMERIO FIORIO, CARLOS AUGUSTO DA MOTA LEAL.) xFERNANDO RODRIGUES COUTINHO (ADVOGADO: BRUNO FEDERICI GUIMARAES, RAFAEL SANTA ANNA ROSA,JUNIA CARLA CALMON CRUZ PEREIRA, VALÉRIA BARROS DUARTE DE MORAIS.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0002717-33.2004.4.02.5050/01RECORRENTE: LORENGE CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDARECORRIDO: FERNANDO RODRIGUES COUTINHORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. PROTESTO INDEVIDO DE TÍTULO.RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPRESA TOMADORA E PRESTADORA DO SERVIÇO DE COBRANÇA BANCÁRIA.ERRO OPERACIONAL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANOS MORAIS. CORREÇÃO MONETÁRIAINCIDENTE A PARTIR DO ARBITRAMENTO. SÚMULA 392 DO STJ. JUROS DE MORA. SÚMULA 54 DO STJ.RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM MÍNIMA PARTE.

Recurso inominado interposto pela primeira ré – Lorenge Construtora e Incorporadora Ltda. – em face de sentença quejulgou parcialmente procedente o pedido da inicial, para condenar a empresa recorrente e a Caixa Econômica Federal aopagamento de R$ 6.000,00 (seis mil reais), a título indenização por de danos morais em favor da parte. Em suas razões, arecorrente sustenta que: (I) a responsabilidade pelo protesto indevido do título de crédito deve ser atribuída exclusivamenteà CEF, que tomou tal providência a despeito de ter ciência de que o valor já havia sido quitado; (II) a circunstância depessoa diversa ter lançado assinatura no documento emitido pelo cartório é suficiente para atestar a ciência do autor acercada lavratura do protesto, desde que enviada notificação para o endereço correto. Subsidiariamente, alega a inaplicabilidadedas súmulas 43 e 54 do STJ à condenação pecuniária imposta. Contrarrazões às fls. 232/238.

O autor/recorrido celebrou contrato de promessa de compra e venda de imóvel residencial com a empresa LorengeConstrutora e Incorporadora Ltda., cujo pagamento seria efetivado mediante uma entrada, debitada diretamente na contavinculada do FGTS da parte, e parcelamento do saldo em prestações mensais e semestrais. A CEF, por sua vez,encarregar-se-ia da cobrança bancária do débito, obrigação estabelecida em contrato de prestação de serviço. Em talmodalidade de cobrança, a empresa tomadora (Lorenge) encaminha à CEF os títulos ou a relação de títulos para registro,ficando a cargo da instituição bancária a emissão e a postagem dos boletos, bem como o dever de informação acerca daliquidação dos mesmos.

Em 13.09.2000, a CEF protestou boleto bancário não adimplido em nome da parte, com data de vencimento em 20.08.2000(fl. 33). Entretanto, a importância já havia sido paga em 04.09.2000, isto é, dentro do prazo de 15 dias, a partir do qual obanco poderia lançar o protesto do título. Diante do protesto (não levantado posteriormente), a parte alega que obteveresposta negativa ao tentar abrir conta em outra instituição bancária, em junho/2003.

Desse modo, embora não tenha restado definitivamente aclarado nos autos a imputação da responsabilidade pelo equívoco– a Lorenge alega que a CEF não registrou o pagamento efetuado e procedeu ao protesto do título e a CEF sustenta que aLorenge pode ter emitido boleto avulso sem incluí-lo no sistema de cobrança ou informar à instituição bancária –, é possívelconcluir-se, isto sim, que houve erro operacional por parte das empresas rés.

Assim, resta configurada a falha na prestação dos serviços contratados pelo autor/recorrido junto à primeira ré/recorrente(Lorenge), ainda que tal vício tenha se localizado na relação obrigacional terceirizada pela Construtora à CEF (alheia àanuência do consumidor primário). De qualquer sorte, a empresa prestadora não se exime da responsabilidade pelaindenização da falha do serviço e, considerando a não comprovação nos autos da identificação subjetiva do vício, impõe-sea responsabilização dos dois entes envolvidos na relação contratual (ainda que não diretamente).

Finalmente, entendo dispensável a discussão acerca da prestabilidade da subscrição do documento de notificação doprotesto por pessoa diversa do potencial devedor, eis que, no caso concreto, comprovado a ilicitude do protesto formalizado– fato inclusive não impugnado pela empresas rés –, os danos ao patrimônio moral da parte afiguram-se ínsitos à prática daconduta ilícita.

No tocante à correção monetária, esta deve incidir a partir da data do arbitramento do valor da indenização por danosmorais, consoante jurisprudência consolidada na Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais, senão vejamos:

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PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CORREÇÃOMONETÁRIA. TERMO INICIAL. DATA DO ARBITRAMENTO. 1. Acórdão que reformou a sentença para condenar a CEF aopagamento de indenização por danos morais, corrigida monetariamente desde a data do evento danoso. 2. É assente oentendimento de que, em se tratando de indenização por danos morais, a correção monetária incide a partir da decisão quefixou o valor do dano moral, nos termos da Súmula 362 do STJ ("A correção monetária do valor da indenização do danomoral incide desde a data do arbitramento"). 3. Incidente conhecido e provido. (PEDIDO 200450500052324, JUIZFEDERAL PAULO RICARDO ARENA FILHO, 22/07/2011)Por outro lado, aplicável a orientação firmada na Súmula 54 do STJ, ante o caráter extracontratual da responsabilidade civilin casu. Nesse sentido, RESP 200700912111, STJ – Quarta Turma, 05/05/2008�.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em mínima parte, apenas para determinar a incidência decorreção monetária a partir da do arbitramento, ou seja, 14.06.2010.

Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez porcento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 21, parágrafo único, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

123 - 0007607-73.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007607-3/01) JOSE CARLOS GOMES (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo n.º 2008.50.50.007607-3/01Embargante : UNIÃO FEDERALEmbargado : JOSÉ CARLOS GOMES

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO -TRIBUTÁRIO– RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA INCIDENTESOBRE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - RECURSO ACOLHIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face de acórdão proferido pela Turma Recursal.Aduz o embargante que a decisão seria omissa ao não ressalvar a possibilidade de dedução das verbas restituídas porocasião do ajuste anual da declaração de imposto de renda.Embora os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitem-se a suprir omissões, aportar clareza ouretificar eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, tenho que a presente hipótese veicula exceçãopassível de apreciação por esta via.E assim entendo porque existem “defeitos atípicos” que, na falta de outro expediente hábil ou por medida de saudáveleconomia, emendam-se mediante os declaratórios.O informativo nº 585 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005. Na oportunidade, declarou-se ainconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar nº 118/2005.Ora, sabe-se que o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo TribunalFederal é inexigível (CPC, § 1º do art. 475-L), sendo prudente, por irradiação do direito fundamental a um processo semdilações indevidas, adequar o acórdão aos parâmetros fixados pela Corte Superior.A objeção de que somente na fase executiva do processo caberia a presente discussão cai por terra quando confrontadacom as exigências do processo civil moderno, em que se requer uma tutela efetiva com o menor gravame para as partes.Daí a pertinência dos princípios da economia e celeridade, que orientam os Juizados Especiais (art. 2º, da lei 9.099/95).Assim, considerando que a parte recorrente aposentou-se em 01.04.2001 (fl. 20) e a presente ação foi ajuizada em10.12.2008 (fl. 4), declaro prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.Embargos de declaração conhecidos e acolhidos para declarar a prescrição, escoimando o acórdão recorrido do vício quelhe compromete a exeqüibilidade.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

124 - 0005845-22.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005845-9/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x SIRLEY FERREIRA TATAGIBA (ADVOGADO: LEONARDO ALVES COLNAGO, MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA –COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS IN IDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃOINCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – EVENTUAL RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVAPODE SER COMPUTADA – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

125 - 0000711-05.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000711-9/01) REYNALDO AFONSO GUERRA (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA –COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS IN IDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃOINCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – EVENTUAL RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVAPODE SER COMPUTADA – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

126 - 0007465-69.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007465-9/01) SONIA HELENA MARTINELLI DE CASTRO (ADVOGADO:MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).Processo n.º 2008.50.50.007465-9/01Embargante : UNIÃO FEDERALEmbargado : SONIA HELENA MARTINELLI DE CASTRO

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO -TRIBUTÁRIO– RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA INCIDENTESOBRE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA - RECURSO ACOLHIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face de acórdão proferido pela Turma Recursal.

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Aduz o embargante que a decisão seria omissa ao não ressalvar a possibilidade de dedução das verbas restituídas porocasião do ajuste anual da declaração de imposto de renda.Embora os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitem-se a suprir omissões, aportar clareza ouretificar eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, tenho que a presente hipótese veicula exceçãopassível de apreciação por esta via.E assim entendo porque existem “defeitos atípicos” que, na falta de outro expediente hábil ou por medida de saudáveleconomia, emendam-se mediante os declaratórios.O informativo nº 585 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005. Na oportunidade, declarou-se ainconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar nº 118/2005.Ora, sabe-se que o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo TribunalFederal é inexigível (CPC, § 1º do art. 475-L), sendo prudente, por irradiação do direito fundamental a um processo semdilações indevidas, adequar o acórdão aos parâmetros fixados pela Corte Superior.A objeção de que somente na fase executiva do processo caberia a presente discussão cai por terra quando confrontadacom as exigências do processo civil moderno, em que se requer uma tutela efetiva com o menor gravame para as partes.Daí a pertinência dos princípios da economia e celeridade, que orientam os Juizados Especiais (art. 2º, da lei 9.099/95).Assim, considerando que a parte recorrente aposentou-se em 17.08.1999 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em23.01.2008(fl. 18), declaro prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre obenefício.Embargos de declaração conhecidos e acolhidos para declarar a prescrição, escoimando o acórdão recorrido do vício quelhe compromete a exeqüibilidade.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

127 - 0002327-19.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002327-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x JOSIMAR NITZ (ADVOGADO: RAFAELGONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, DIOGO ASSADBOECHAT, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002327-19.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOSIMAR NITZRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte decusteio. Contrarrazões às fls. 72/79

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidade

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dos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

128 - 0002766-30.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002766-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x JOAO MATTAS DE JESUS(ADVOGADO: SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002766-30.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOÃO MATTAS DE JESUSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte decusteio. Contrarrazões às fls. 85/93.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

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O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

129 - 0002535-03.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002535-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x PAULO AGOSTINI MUNIZ (ADVOGADO: DANIELASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITASASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002535-03.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: PAULOAGOSTINI MUNIZRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria violação a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia e ao art. 5º da EC n.º41/03, além derepresentar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 84/90.

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A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

130 - 0002728-18.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002728-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JOAO NESTORRODRIGUES DE MIRANDA (ADVOGADO: SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002728-18.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOÃO NESTOR RODRIGUES DE MIRANDARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que a aplicação do novo teto ensejaria violação a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia e ao art. 5º da EC n.º 41/03, além derepresentar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 102/112.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 111: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

131 - 0002836-47.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002836-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x WALDYR CASAGRANDE(ADVOGADO: SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002836-47.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: WALDYR CASAGRANDERELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte decusteio. Contrarrazões às fls. 84/92.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 112: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

132 - 0005772-79.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005772-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x PAULO CEZAR DE SOUZA (ADVOGADO:RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0005772-79.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: PAULO CEZAR DE SOUZARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensalsuperior ao limite máximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquiridoe a ato jurídico perfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem acorrespondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 84/91.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 113: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

133 - 0002605-20.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002605-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MARILDA RODRIGUES NASCIMENTO(ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, ARNALDO GUIMARÃES SCHUNK, MARCELODUARTE FREITAS ASSAD, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002605-20.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): MARILDA RODRIGUES NASCIMENTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria violação a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia e ao art. 5º da EC n.º41/03, além derepresentar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 79/85.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 114: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

134 - 0002359-24.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002359-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x HELIO CAMPOS (ADVOGADO: DANIEL ASSADGALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD,LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002359-24.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: HELIO CAMPOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que a aplicação do novo teto ensejaria violação a direito adquirido e a atojurídico, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia, ao art. 14 da EC n.º 20/98 e ao 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 87/94.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidade

Page 115: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

dos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

135 - 0002536-85.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002536-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x RAIMUNDO DOS REIS BRANDAO(ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS,MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002536-85.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: RAIMUNDO DOS REIS BRANDÃORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte decusteio. Contrarrazões às fls. 110/116.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 116: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

136 - 0006642-27.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006642-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x SUELY DIAS DA SILVA (ADVOGADO: CARLOSBERKENBROCK.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0006642-27.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): SUELY DIAS DA SILVARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensalsuperior ao limite máximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquiridoe a ato jurídico perfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem acorrespondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 79/82.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

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O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

137 - 0001518-29.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001518-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x WILSON VITORINODE CASTRO (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0001518-29.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: WILSON VITORINO DE CASTRORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensalsuperior ao limite máximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquiridoe a ato jurídico perfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem acorrespondente fonte de custeio. Sem contrarrazões.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 118: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

138 - 0002812-19.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002812-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x EVANILDES DE SOUZA (ADVOGADO: CATARINEMULINARI NICO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002812-19.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): EVANILDES DE SOUZARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitadore do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que a aplicação do novo teto ensejaria violação a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia, ao art. 14 da EC n.º 20/98 e ao art. 5º da ECn.º 41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Sem contrarrazões.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidade

Page 119: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

dos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

139 - 0002348-92.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002348-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x LUIZ MORALE(ADVOGADO: RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, DIOGO ASSADBOECHAT, DANIEL ASSAD GALVÊAS, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002348-92.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: LUIZ MORALERELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que a aplicação dos novos tetos ensejaria violação a direitoadquirido e a ato jurídico perfeito, ao art. 5º da EC n.º41/03, à vedação de vinculação ao salário mínimo e ao princípio daisonomia, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls.97/103.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

Page 120: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

140 - 0000517-09.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000517-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x DILMO GOMES DOS SANTOS (DEF.PUB:LIDIANE DA PENHA SEGAL.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0000517-09.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: DILMO GOMES DOS SANTOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensalsuperior ao limite máximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquiridoe a ato jurídico perfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem acorrespondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 59/64.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

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O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

141 - 0002708-27.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002708-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x GABRIELDECOTTIGNIES DE BARROS (ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, ARNALDOGUIMARÃES SCHUNK, MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, LUIZAMARTINS DE ASSIS SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002708-27.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: GABRIEL DECOTTIGNIES DE BARROSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, ofensa a direito adquirido e a ato jurídico perfeito,desrespeito à vedação de vinculação ao salário mínimo, violação ao art. 14 da EC n.º 20/98 e ao art. 5º da EC n.º41/03 eimpossibilidade de majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 97/103.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidade

Page 122: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

dos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

142 - 0005784-93.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005784-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x LUIZ KELLYMARTINS DOS SANTOS (ADVOGADO: RAUL DIAS BORTOLINI, VINICIUS DINIZ SANTANA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0005784-93.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: LUIZ KELLY MARTINS DOS SANTOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensalsuperior ao limite máximo do salário-de-contribuição e que a aplicação dos novos tetos ensejaria ofensa a direito adquiridoe a ato jurídico perfeito e violação ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem acorrespondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 93/98.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidade

Page 123: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

dos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente aoadvento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

143 - 0002835-62.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002835-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MARIA AUXILIADORA DE CERQUEIRA DALVI(ADVOGADO: SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0002835-62.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): MARIA AUXILIADORA DE CERQUEIRA DALVIRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação do novo critério limitador do valor dosbenefícios do RGPS instituído pela Emenda Constitucional n.º 41/03 (art. 5º). Em razões de recurso, a autarquiaprevidenciária sustenta, em breve síntese, que inexiste direito subjetivo do segurado a renda mensal superior ao limitemáximo do salário-de-contribuição e que a aplicação do novo teto ensejaria violação a direito adquirido e a ato jurídicoperfeito, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia e ao art. 5º da EC n.º41/03, além derepresentar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio. Contrarrazões às fls. 91/118.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente ao

Page 124: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

advento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

144 - 0005989-25.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005989-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ZELINDO DE ALMEIDA MARCONCINI (ADVOGADO:VINICIUS DINIZ SANTANA, RAUL DIAS BORTOLINI.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0005989-25.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ZELINDO DE ALMEIDA MARCONCINIRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOSINSTITUÍDOS PELAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 20/98 E N.º 41/03. APLICABILIDADE. ORIENTAÇÃO FIRMADAPELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 564.354/SE). RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pleitode revisão da renda mensal do benefício previdenciário da parte, com a aplicação dos novos critérios limitadores do valordos benefícios do RGPS instituídos pelas Emendas Constitucionais n.º 20/98 (art. 14) e n.º 41/03 (art. 5º). Em razões derecurso, a autarquia previdenciária sustenta, em breve síntese, que a aplicação dos novos tetos ensejaria violação a direitoadquirido e a ato jurídico perfeito, à vedação de vinculação ao salário mínimo, ao princípio da isonomia, ao art. 14 da EC n.º20/98 e ao art. 5º da EC n.º41/03, além de representar majoração de benefício sem a correspondente fonte de custeio.Contrarrazões às fls. 98/104.

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º 9.099/95).

O Supremo Tribunal Federal apreciou a matéria em sessão plenária e pacificou o entendimento da Corte pela aplicabilidadedos novos limites estabelecidos pela EC’s n.º 20/98 e n.º 41/03 aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente ao

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advento das alterações constitucionais. Reproduz-se, a seguir, o teor do referido julgado:

DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos

Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superouqualquer questionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitadores aos benefíciosprevidenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhecequalquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.

Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à revisão da renda mensal do benefícioprevidenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças devidas, observada a prescrição qüinqüenal.

Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

145 - 0004363-05.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004363-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x HELENA DIAS MEDEIROS (ADVOGADO: DAVIDMETZKER DIAS SOARES, rodolpho alexandre lellis de aguiar.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0004363-05.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: HELENA DIAS MEDEIROSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADEPARCIAL CONSTATADA POR LAUDO PERICIAL REGULAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 81/84, que julgouprocedente o pleito autoral e concedeu à parte o benefício de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões, que aautora não está submetida a restrições severas para o exercício de sua função de vendedora, apenas ostentando certaslimitações para esforços físicos, o que significa dizer que a autora não se encontra incapaz para o desempenho deatividades profissionais.

2. Primeiramente, cabe destacar que o auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido aosegurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho oupara a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. Consoante se extrai do laudo acostado às fls. 63/69, a autora é acometida de lesão condral (cartilaginosa) emarticulações patelo-femorais e de artrose de coluna lombar. De acordo com o jusperito, a lesão pode ser agravada pelo

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exercício de subir ou descer escadas ou ladeiras. Afirma, ainda, que há limitações para esforços com carga sobre osjoelhos e para os movimentos de se abaixar e de se levantar. Por fim, concluiu que há incapacidade parcial, para osesforços já citados, e definitiva, pois a lesão é irreversível.

4. Não obstante o INSS, em sede de recurso, alegar que “limitação” não é sinônimo de “impedimento” e que a autoraencontra-se, portanto, apta para o exercício de sua atividade habitual de vendedora, é de conhecimento geral que tal funçãoexige, constantemente, movimentos de levantamento e de agachamento para pegar objetos dentro da loja e a necessidadede deambular pelo estabelecimento a todo tempo. Destarte, o vendedor precisa estar com uma boa saúde geral para arealização de esforços físicos (ainda que leves), razão pela qual, tendo a parte sintomas incapacitantes que comprometema execução de tais movimentos (nos termos do laudo judicial), o benefício de auxílio-doença deve ser mantido.

5. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.6. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95..

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

146 - 0003741-23.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003741-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x LUANA GONÇALVES DA COSTA.RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.50.003741-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: LUANA GONÇALVES DA COSTARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO DO ROL DEDOENÇAS QUE ISENTAM O SEGURADO DO CUMPRIMENTO DE CARÊNCIA – JUROS DE MORA – INCIDÊNCIA APARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA, CONFORME SÚMULA 204 DO STJ – LEI N.º 11.960/09 – APLICABILIDADE – RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 28/31, a qual julgou procedente o pedidoautoral, de concessão do benefício de auxílio-doença. Aduz o recorrente, em suas razões, que o rol de doenças quedispensam o cumprimento de carência é taxativo, não cabendo a ampliação do elenco legal por parte do Judiciário.Ademais, pugna pela reforma do julgado no que tange ao termo inicial para a incidência dos juros de mora e ao respectivoíndice para o cálculo da condenação.

O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, operíodo de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze)dias consecutivos.

Verifica-se que não assiste razão ao recorrente no que tange à impossibilidade de o Judiciário ampliar o rol de doençaselaborado para fins de isenção do segurado do cumprimento de carência, nos moldes do artigo 26, II, da Lei 8.213/91. Issoporque o mencionado rol não consegue abarcar todas as patologias que, por sua gravidade, demandam tratamentoespecífico e diferenciado.

Um exemplo explícito é verificado no caso concreto, tendo em vista que, embora a enfermidade detectada na parte(descolamento prematuro de placenta) não conste, expressamente, do rol de moléstias que geram direito à isenção decarência, tal patologia exige da gestante repouso absolutamente incompatível com o exercício da profissão de operadora decaixa (função habitual da recorrida), fato, inclusive, reconhecido pela própria autarquia previdenciária (fls. 21, 22 e 23 dosautos).

Exigir o cumprimento da carência por parte da recorrida, no caso concreto, afronta princípios basilares de nossoordenamento jurídico, tais como o direito à vida (não apenas do feto, mas também da gestante, que corre diversos riscosdecorrentes do descolamento placentário) e à dignidade da pessoa humana, princípio central pautado na valorização doindivíduo como ser ímpar dotado de direitos natos.

Sendo assim, deve a sentença ser mantida no que diz respeito à dispensabilidade do cumprimento de carência por parte da

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recorrida, para obtenção do direito ao benefício de auxílio-doença.

No que tange à postulação referente aos juros de mora, verifica-se que assiste razão ao INSS, haja vista a orientaçãoconsolidada na Súmula 204 do STJ, no sentido de que os juros devem incidir a partir da citação tida por válida. Este é oentendimento da seguinte jurisprudência: PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE A PARTIR DA ENTRADA EM VIGOR DA EC Nº 20/98. JUROS DEMORA. CÔMPUTO. TERMO INICIAL. CITAÇÃO. DÍVIDA DE CARÁTER ALIMENTAR. PERCENTUAL DE 1% AO MÊS.ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97. 1. Nas dívidas de natureza previdenciária os juros de mora incidem a partir da citação, nostermos da Súmula nº 204 desta Corte. 2. Proposta a ação após a vigência da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24 deagosto de 2001, que acrescentou o art. 1º-F ao texto da Lei nº 9.494/97, os juros de mora devem ser fixados no percentualde 6% ao ano. Precedentes da Corte. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.(AGRESP - 200401624070 -AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 702314 – Superior Tribunal de Justiça – Sexta Turma –Ministro Paulo Medina – Data do julgamento: 13-12-2005 – Data da publicação: 07/11/2005 [sic]).

No mais, cumpre registrar que, ressalvado o entendimento pessoal deste magistrado, a partir de 30.06.2009, na esteira najurisprudência do Supremo Tribunal Federal�, impõe-se a aplicação imediata dos índices oficiais da caderneta de poupançapara efeito de cálculo de correção monetária e de juros de mora incidentes sobre as condenações pecuniárias impostas àFazenda Pública, incluídas as verbas consideradas alimentares.

A tese de inconstitucionalidade da Lei n.º 11.960/09 não pode ser acolhida. O art. 7º, inciso II, da LC n.º 95/98, aodeterminar que a lei não contenha matéria estranha ao seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ouconexão, não possui força cogente ao ponto de determinar a inconstitucionalidade das leis posteriores que não observemesse princípio. Referida legislação complementar teve por finalidade minimizar os transtornos e a assimetria doordenamento legislativo brasileiro, marcado profundamente pela inflação legislativa, decorrente de leis que tratam dediversos temas ao mesmo tempo. Tema que se liga ao aprimoramento da técnica legislativa, mas não implica ainconstitucionalidade das leis que não observem a melhor técnica. Tanto assim, que não há, na LC n.º 95/98, critérios paradefinir o grau de abstração determinante do objeto da lei. No caso dos autos, a Lei n.º 11.960/09 tratou de temas correlatos,sim, pois o tema da correção monetária é intimamente ligado ao tema tributário – fartamente disciplinado na mencionadalei. Por fim, a invocação da regra diretiva constante do parágrafo único do art.59 da Constituição Federal poderia, quandomuito, ensejar tese de inconstitucionalidade meramente reflexa.

Desse modo, deve a sentença ser reformada para que a incidência dos juros de mora ocorra nos moldes da Lei n.º11.960/09 e da Súmula 204 do STJ.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em parte.

Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honoráriosadvocatícios, arbitrados no valor de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lein.º9.099/95�.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

147 - 0000517-77.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000517-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TEREZA DE JESUSFERREIRA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0000517-77.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: TEREZA DE JESUS FERREIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADETOTAL E DEFINITIVA CONSTATADA POR LAUDO PERICIAL REGULAR – PREVALÊNCIA DA PERÍCIA JUDICIALSOBRE OS LAUDOS MÉDICOS PARTICULARES – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 79/80, que julgouimprocedente o pleito autoral de restabelecimento do auxílio-doença ou de concessão do benefício de aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões, que, não obstante o laudo pericial tenha concluído pela sua capacidadefuncional, os laudos médicos apresentados junto à exordial demonstram que não detém qualquer possibilidade de exercersuas atividades laborativas, tendo em vista a enfermidade que a acomete.

2. Primeiramente, cabe destacar que o auxílio-doença, como se extrai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido aosegurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho oupara a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Por outro lado, a aposentadoria por invalidez, porforça do disposto no art. 42, do mesmo diploma legal, será devida ao segurado que, uma vez cumprida, quando for o caso,a carência exigida, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação parao exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Consoante se extrai do laudo pericial acostado às fls. 40/42 e dos esclarecimentos complementares prestados à fl. 59, arecorrente apresenta limitação da flexo extensão da coluna cervical, devido a artrose da coluna cervical. No entanto, ojusperito destacou que a paciente encontra-se apta para o exercício de sua atividade habitual de salgadeira autônoma,afirmando que seu exame de eletroneuromiografia revela melhora da condução, com sinais de reinervação da musculatura,o que afastaria quadro de incapacidade funcional.

4. Vale ressaltar que, a despeito da regra prescrita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de extrema importância paraauxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,eficientemente, comprovar aquilo que é motivo de controvérsia na lide. Destarte, havendo laudos divergentes, não há comoconsiderar os documentos apresentados pela autora em detrimento da conclusão do perito oficial, a menos que os laudosparticulares se mostrem suficientes à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha nolaudo oficial, hipóteses que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, desse modo, a necessidade de realização denova prova técnica ou até mesmo a complementação do parecer apresentado.

5. Assim, é possível concluir que a recorrente não faz jus aos benefícios pleiteados, eis que não logrou êxito em comprovaro alegado estado de incapacidade.

6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

7. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada asituação financeira da parte, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência judiciáriagratuita à fl.32, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

148 - 0002773-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002773-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x ANANIAS VIEIRA CORREIA (ADVOGADO: IZAEL DEMELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANAMERCEDES MILANEZ.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0002773-90.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ANANIAS VIEIRA CORREIARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –INCAPACIDADE LABORATIVA DA PARTE – PONTO INCONTROVERSO –QUALIDADE DE SEGURADO FACULTATIVO– RECONHECIMENTO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 61/62, que julgouprocedente o pleito autoral e concedeu à parte o benefício aposentadoria por invalidez. Em razões de recurso, o INSSsustenta que é vedada a filiação ao RGPS, como segurado facultativo, do brasileiro domiciliado em país com o qual o Brasilmantenha acordo internacional – caso de Portugal – nos termos do art. 11, §1º, X, do Decreto n.º 3.048/99.

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2. Primeiramente, cabe destacar que a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42, da Lei 8.213/91, serádevida ao segurado que, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, estando ou não em gozo deauxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta asubsistência e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. No caso sob apreço, o estado de incapacidade laborativa do recorrido não constitui objeto de controvérsia, eis que olaudo pericial produzido nos autos foi plenamente conclusivo (fls. 22/26) e o INSS sequer impugnou a condição de saúde daparte apurada na prova técnica. Assim, tenho por assentada a inaptidão funcional da parte, com início fixado em08.07.2006, data de ocorrência do acidente de trabalho que gerou trauma incapacitante em sua mão esquerda (doc. de fl.20).

4. Resta investigar se o recorrido detinha a qualidade de segurado do RGPS no momento da configuração da doençaincapacitante. Segundo alegações do INSS, a parte não faz jus a qualquer benefício previdenciário, eis que não erasegurado do RGPS na data do início da incapacidade. Afirma que o recorrente morava e trabalhava em Portugal quando dainstalação da incapacidade funcional (acidente de trabalho ocorrido no ano de 2006), razão pela qual, nos termos do art. 11,§1º, X, do Decreto n.º 3.048/99, sua filiação ao regime de previdência social do Brasil, como segurado facultativo, seriavedada.

5. A despeito dos argumentos lançados no apelo inominado, contudo, entendo acertada a conclusão do juízo a quo, eis quea vedação veiculada no dispositivo invocado pela autarquia previdenciária somente tem lugar em caso de comprovadafiliação do indivíduo a regime de previdência de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional. Com efeito, nãovislumbro nos autos comprovação da filiação do recorrido a qualquer regime de previdência social de Portugal, motivo pelo,tendo a parte mantido o recolhimento voluntário tempestivo e regular de contribuições previdenciárias ao RGPS, desdejaneiro/2006 (fls. 15/16 e 39), o evento incapacidade definitiva decorrente de acidente ocorrido em 08.07.2006 estáassegurado pela cobertura previdenciária. Aposentadoria por invalidez mantida.

6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

7. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

149 - 0007620-09.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.007620-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) OGRACIO MIGUEL DACONCEIÇÃO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0007620-09.2007.4.02.5050/01RECORRENTE: OGRACIO MIGUEL DA CONCEIÇÃORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LEI N.º 8.742/93 –REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS – RENDA MENSAL PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE –AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO –RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 122/123, quejulgou improcedente o pedido inicial de concessão do benefício de prestação continuada, previsto na Lei n.º 8.742/93(LOAS). Alega o recorrente, em suas razões, que o critério legal referente à renda familiar não é exclusivo, de modo que asituação de miserabilidade pode ser comprovada por outras formas. Sustenta, ainda, que sua saúde está plenamentecomprometida, circunstância que impossibilita o retorno às atividades laborativa.

2. Conforme disposição do art. 20 da Lei n.º 8.742/93, o benefício de prestação continuada é garantido no valor de umsalário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover a própriamanutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora dedeficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e tem-se por incapaz de prover a manutenção

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do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

3. No caso concreto, a controvérsia erige-se tanto sobre o requisito do estado de miserabilidade, quanto sobre o fator de(in)capacidade da parte para o trabalho e para a vida independente. Às fls. 115, consta a informação de que a parte autorareside apenas com sua esposa, a qual aufere renda de um salário mínimo mensal, proveniente de seu cargo de empregadadoméstica. O autor relatou, ainda, fazer uso contínuo do remédio OTICIRIAX, com o qual tem o gasto de R$ 90,00 (noventareais) por mês, afirmando ter um gasto mensal médio de R$ 100,00 (cem reais) com outros medicamentos (112).

4. O requisito de miserabilidade exigido pela LOAS tem como parâmetro objetivo o valor da renda mensal familiar per capitade ¼ do salário mínimo. O laudo lavrado por oficial de justiça avaliador (fls. 113/115) demonstrou que a renda mensal dogrupo familiar (formado por duas pessoas) é de um salário mínimo, o que ultrapassaria de forma considerável o valor limiteexigido pela lei. Assim, embora este julgador não entenda tratar-se de critério objetivo, a renda habitual, no caso concreto,não enseja estado de miserabilidade do grupo familiar, mas, tão somente, situação de restrições financeiras, realidade demuitas famílias brasileiras.5. Doutro giro, a primeira perícia médica, realizada por profissional especialista em urologia (laudo de fls. 58/61), concluiu,após exame técnico (urodinâmica completa), que a parte não padece de incontinência urinária, o que demonstrariacondições favoráveis para o exercício de sua atividade habitual. O segundo laudo pericial, lavrado por médico especialistaem cirurgia geral (fls. 99/101), atestou que a dor em região dorsal e abdominal relatada pelo paciente não interfere nodesempenho de suas atividades cotidianas (deambular, levantar e sentar), representando, portanto, sintoma alheio àexecução de ações que exijam menor esforço físico. Afirma, por fim, que o recorrente pode ser recolocado em postos detrabalhos com atividades profissionais mais leves, conforme sua adaptação (fl. 102).

6. Com base nas conclusões periciais, pois, tem-se que o recorrente não preenche, igualmente, o requisito legal deincapacidade, o que desautoriza o deferimento do benefício de prestação continuada em seu favor.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

8. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, cujo valor, considerada asituação financeira da parte, arbitro em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência judiciáriagratuita à fl. 86, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

150 - 0000695-41.2007.4.02.5003/01 (2007.50.03.000695-0/01) IZALDINA MORAES (ADVOGADO: CARLA CARRARA DASILVA JARDIM.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).Processo nº 2007.50.03.000695-0/01Recorrente : IZALDINA MORAES GOMESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– APOSENTADORIA POR INVALIDEZ- AUSENCIA DEINCAPACIDADE LABORAL– RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razõesrecursais, que há nos autos documentos que atestam a incapacidade para o seu labor habitual (auxiliar de serviços gerais)e que o jusperito não averiguou todas as doenças que acometem a autora. Dessa forma, requer seja reformada a sentençaproferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 do

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aludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 206/208) a recorrente (58 anos) foi examinada e diagnosticada com seqüela dehanseníase em membros inferiores que não a torna incapaz para o exercício de sua atividade laborativa de auxiliar deserviços gerais (resposta ao quesito nº 04 – fl. 206).Embora, de fato, a perícia médica judicial não tenha se pronunciado a respeito das doenças da coluna lombar, édesnecessária nova diligência, uma vez que o próprio exame médico trazido aos autos pela recorrente à fl. 213 revelaespondilodiscopatia ainda incipiente e discreto abaulamento do disco vertebral.Os documentos acostados aos autos às fls.92/94 e 193/197 tampouco sinalizam para um pronunciamento diverso. O merodiagnóstico de “osteopenia”, por si só, não implica em incapacidade laborativa.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

151 - 0011423-97.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011423-9/01) JOSÉ FERREIRA NEVES (ADVOGADO: ANDRESSAPOZES TIRADENTES RIBEIRO, LARA CHAGAS VAN DER PUT, JULIA LYRIO PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 2007.50.50.011423-9/01

Recorrente : JOSÉ FERREIRA NEVESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA- INCAPACIDADE LABORAL PREEXISTENTE AOREINGRESSO NO RGPS – INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS DE PROVA QUE EVIDENCIEM QUE NO PERÍODOANTERIOR A 15.05.2001 O RECORRENTE ENCONTRAVA-SE INCAPAZ -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e suas parcelas vencidas. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, quea incapacidade surgiu no período em que o autor era segurado. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferidapelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A controvérsia nos autos cinge-se à aferição da qualidade de segurado do recorrente.Na análise pericial do Juízo (fls. 59/63), o recorrente (53 anos) foi examinado e diagnosticado com hipertensão arterialessencial e aneurisma dissecante de aorta abdominal (fl.59, quesito n. 1). Entretanto, no quesito de n.11, fl.61, o jusperitoinformou que a data de início da incapacidade foi a mesma na qual se deu o procedimento cirúrgico (24.10.2004), uma vezque “não foram apresentados outros documentos, em ato pericial, de origem médica, com datas anteriores ao procedimentoque justificassem sua incapacidade à época”.O recorrente verteu contribuições até 30.03.2000 (CNIS – fl. 69). Manteve a qualidade de segurado, portanto, até

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15.05.2001. Reingressou no RGPS somente em 10.2005, após a data de início da incapacidade laborativa. Em 27.08.2007requereu administrativamente o benefício de auxílio-doença (fl. 09).Resta patente, assim, a subsunção do presente caso ao parágrafo único do art. 59 da Lei 8.213/91, que assim orienta: “nãoserá devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou dalesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ouagravamento dessa doença ou lesão”.Além do mais, como bem asseverou o perito, não há nos autos elementos de prova que evidenciem que no período anteriora 15.05.2001 o recorrente encontrava-se incapaz.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

152 - 0000601-37.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.000601-6/01) LAUDEMIR COMINATI (ADVOGADO: JANAINA NUNESDE ABREU, JEFERSON CARLOS COMERIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:PEDRO INOCENCIO BINDA.).Processo nº. 2007.50.54.000601-6/01Recorrente : LAUDEMIR CAMINOTIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA– AUSENTE INCAPACIDADE LABORAL - RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais que está incapaz parcial etemporariamente para o trabalho, inclusive para o qual foi reabilitado (vigia), e por isso possui o direito de receberauxílio-doença e o pagamento das parcelas pretéritas deste. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida,julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da autora.Na primeira análise pericial do Juízo (fl. 68), o recorrente foi examinado e diagnosticado com protusão discal em L3-L4 eL4-L5, patologia que o incapacita parcial e temporariamente (resposta ao quesito nº18). Ao ser questionado sobre o temponecessário para a recuperação da capacidade laborativa do recorrente, em quesito de nº 20, asseverou o perito que “nãohavendo resposta ao tratamento clínico, faz-se necessário avaliar possibilidade cirúrgica, que para promover a recuperaçãoleva cerca de 3 meses”.Já na segunda perícia judical (fl. 126), decorrente do acolhimento da argüição de suspeição do perito anterior, o recorrentefoi diagnosticado com lombalgia recidivante, que, no entanto, não o incapacita para a atividade de vigia, para a qual foireabilitado (resposta ao quesito nº 5 – atividade habitual: operador de máquina).A terceira perícia judicial (fls. 140/141), confirmando os diagnósticos anteriores, atestou que o recorrente encontrava-seincapacitado temporariamente para o ofício de operador de moinho (vide histórico), sendo estipulado o prazo de seis mesespara o tratamento/ recuperação da patologia.O recorrente fez jus ao benefício de auxílio-doença de 01.06.2005 a 04.04.2007. Trouxe aos autos laudo médico atestandoa impossibilidade de exercer suas atividades laborais, tendo em vista os Exames Complementares apresentados, econtendo a ressalva de que a empresa não dispunha de vaga naquele momento e que mesmo a função de vigia seriainviável, em razão das dores na região lombar e pernas.Entretanto, o exame de tomografia colacionado aos autos está datado em 29.04.2005, sendo imprestável como elementode prova de eventual continuidade da incapacidade. A par disso, o diagnóstico firmado em atestado médico assitente não éfonte segura da existência de incapacidade para o trabalho. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguara veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo odiagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscarevidências de que a queixa da doença incapacitante é verdadeira.

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Quadra destacar que em grande parte dos casos em que o segurado queixa-se de dor incapacitante, a prescrição demedicação adequada tem efeitos terapêuticos, atenuando e, até mesmo, eliminando os sintomas apresentados. Inexistindodocumentos nos autos que demonstrem o insucesso do tratamento medicamentoso prevalece tal presunção.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefíciode assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

153 - 0000701-27.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000701-2/01) BENEDITO MARTINS DA SILVA (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).Processo nº. 2009.50.52.000701-2/01Recorrente : BENEDITO MARTINS DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSE M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSENTE INCAPACIDADE LABORAL –INEXISTENCIA DE FATO CONSTITUTIVO DO DANO MORAL – DESCABIMENTO DE AGRAVO RETIDO – NÃO SEPODE NORTEAR O JUÍZO DE VALORAÇÃO APENAS NAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO RECORRENTE- RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez e, por fim, deindenização por dano moral. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que há nos autos documentos que atestam aincapacidade para o seu labor habitual (vigilante) e que suas condições sociais a tornam incapaz para o trabalho. Dessaforma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.Preliminarmente, cabe ressaltar que o legislador restringiu o número de meios impugnatórios possíveis, objetivando darmaior eficácia aos preceitos estatuídos no art. 2º, da lei 9.099/95, que assim orienta: “o processo orientar-se-á peloscritérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, aconciliação ou transação”. Assim, não se previu, por exemplo, o manejo de agravo retido, cabível no rito processual comum.Não conheço do agravo retido, portanto.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 40/41) o recorrente (57 anos) foi examinado e diagnosticado com seqüela deferimento na mão esquerda (quesito nº1 do juízo), lesão adquirida que, no entanto, não o incapacita para o exercício de suaatividade habitual de auxiliar de serviços gerais, bem como para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta asubsistência (resposta ao quesito nº 05 do juízo – fl. 41). Ao ser questionado sobre as características da lesão que acometeo recorrente, em quesito de nº 04 (fl. 42), asseverou o jusperito que o “paciente relata que há mais de dez anos sofreuferimento com material cortante na mão esquerda, tendo como conseqüência amputação do polegar esquerdo edeformidade no segundo, terceiro e quarto dedo”.Ademais, inexistem nos autos elementos de prova que evidenciem sua incapacidade. Não se pode nortear o juízo devaloração apenas no fato de o autor do processo ter idade avançada e na conseqüente dificuldade de sua reinserção nomercado de trabalho.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido

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pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.No que tange ao dano moral, como já asseverado em sentença, não há qualquer fato dele constitutivo.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

154 - 0000216-61.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000216-2/01) FLORA SOUZA COSTA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).Processo nº 0000216-61.2008.4.02.5052/01

Recorrente : FLORA SOUZA COSTARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DE ALTERARA CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que há nos autos documentosparticulares que atestam a incapacidade da autora e que não foram levadas em conta na análise do pedido as condiçõespessoais da recorrente. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fl. 31/34), a recorrente (63 anos) foi diagnosticada com osteoporose que, noentanto, não a incapacita para o ofício habitual de costureira autônoma e vendedora de produtos diversos (fl. 27) (respostaao quesito nº 5- fl. 32). Asseverou o jusperito que, de acordo com documento trazido na data da perícia, a autora nãoapresenta mais osteoporose, e sim osteopenia, o que significa uma melhora no quadro clínico da periciada (em resposta aoquesito nº 10 – fl. 33).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

155 - 0001534-85.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.001534-5/02) JOAO DOS SANTOS COSTA (ADVOGADO: CLARENCEILDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.).Processo nº. 2008.50.50.001534-5/02Recorrente : JOÃO DOS SANTOS COSTARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSENTE INCAPACIDADE LABORAL - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razõesrecursais, que há nos autos documentos que atestam a incapacidade para o seu labor habitual (segurança patrimonial) eque suas condições sociais a tornam incapaz para o trabalho. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferidapelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na primeira análise pericial do Juízo (fl. 43), o recorrente (54 anos) foi examinado e diagnosticado com dorcrônica, possível doença mental a esclarecer e doença cardiológica. Asseverou o perito que, sob o ponto de vistaneurológico, não há incapacidade para o exercício do ofício habitual de segurança patrimonial (respostas aos quesitos 09 e10), bem como para o exercício de qualquer outra atividade (resposta aos quesitos 12 e 17).Já na segunda análise pericial (fls. 121/122), realizada por expert em psiquiatria, foi diagnosticado transtorno de ansiedadeorgânico (CID X F06.4), patologia que, no entanto, não incapacita o recorrente (respostas aos quesitos 06 a 07 e 9 a 12).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefício daassistência judiciária gratuita (art. 4º, II da Lei 9.289/96).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E A ELENEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

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156 - 0001082-38.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001082-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x MARIA HELENA VEIGA PERCIANO (ADVOGADO: José CláudioTrintim Torres, EVALDO CESAR FARIAS ARAUJO.).Processo nº 2009.50.51.001082-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : MARIA HELENA VEIGA PERCIANO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA- INCAPACIDADE LABORAL PREEXISTENTE AOREINGRESSO NO RGPS - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, em face da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensãoinicial, concedendo apenas o benefício de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que aincapacidade laborativa da autora é preexistente ao reingresso no RGPS. Dessa forma, requer seja conhecido e provido opresente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A controvérsia nos autos está adstrita à preexistência da incapacidade laboral ao reingresso no RGPS.Na análise pericial do Juízo (fl.59), a parte recorrida (55 anos) foi examinada e diagnosticada com obesidade mórbida,hipertensão arterial e asma brônquica, patologias que a incapacitam para o exercício de qualquer atividade laborativa, deforma temporária (resposta aos quesitos 09 e 10). Ao ser questionado sobre a data de início da incapacidade laborativa, emquesito de nº 07, apontou o jusperito a data de 10.06.2004.A recorrida, na qualidade de contribuinte individual, verteu contribuições até a competência 08.1991 (CNIS fl. 67). Manteve aqualidade de segurada, portanto, até 15 de outubro de 1992. Reingressou no RGPS somente em 09.2005, após a data deinício da incapacidade laborativa.Resta patente, assim, a subsunção do presente caso ao parágrafo único do art. 59 da Lei 8.213/91, que assim orienta: “nãoserá devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou dalesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ouagravamento dessa doença ou lesão”.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para desconstituir a condenação da Autarquia Previdenciária nopagamento do benefício previdenciário de auxílio-doença. Os valores eventualmente percebidos a título de antecipaçãotutelar encontram-se salvaguardados, nos termos do Enunciado nº 52 desta Turma Recursal.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

157 - 0007247-41.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007247-0/01) MARLENE OLIVEIRA SILVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.).Processo nº 2008.50.50.007247-0/01

Recorrente : MARLENE OLIVEIRA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ– INCAPACIDADE LABORALVERIFICADA - CONDIÇÕES PESSOAIS DEVEM SE OBSERVADAS EM COMPLEMENTAÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL–ART. 188 § 2º DA LEI 8.112/90 - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que suas condições pessoaisinviabilizam a reabilitação para o exercício de qualquer outra atividade. Dessa forma, requer seja conhecido e provido opresente recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade

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habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Cumpridos os requisitos de carência e qualidade de segurada, a controvérsia está adstrita à incapacidade laboral.Na análise pericial do Juízo (fls. 58), a recorrente (43 anos) foi examinada e diagnosticada com seqüela de acidentevascular cerebral, patologia de ordem degenerativa que implica em incapacidade multiprofissional e total (resposta aosquesitos de nºs 13 e 14). Ao ser questionado sobre a definitividade da incapacidade da recorrente, em quesito de nº 15,asseverou o jusperito que pode haver melhora com o tratamento adequado, mas não há perspectiva de cura; ponderou,também, que é preciso aguardar um período de tratamento multidisciplinar com especialistas (neurologista, cardiologista epsiquiatra), além de fisioterapeuta e psicólogo, para avaliar se e para que a recorrente pode ser reabilitada. Por fim, sobre anecessidade de assistência permanente de terceiros, concluiu que é necessária para que a recorrente possa se locomoverem via pública e para garantir sua segurança, em razão do quadro neurológico de confusão mental e hemiparesia à direita(resposta ao quesito de nº 20).Em que pese a ausência de juízo de certeza quanto à definitividade da incapacidade laboral da recorrente, tenho que aconcessão de aposentadoria por invalidez não é prematura no caso vertente.Com efeito, a autora vem fazendo jus ao benefício de auxílio-doença de 06.05.2004 a 30.09.2008 (fl. 64) e, por decisãojudicial, de 30.09.2008 até os dias de hoje.Assim, decorridos mais de sete anos de percepção ininterrupta de auxílio-doença, torna-se inviável a reinserção darecorrente no mercado de trabalho, notadamente quando aliados a este panorama o quadro clínico desfavorável e suascondições pessoais (socioeconômicas, profissionais e culturais). Aplicação analógica do art. 188, §2º da Lei 8.112/90.A recorrente necessita de auxílio permanente de outra pessoa, fazendo jus ao acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento)previsto no art. 45 da Lei 8.213/91.Presentes os requisitos peculiares para a antecipação tutelar, quais sejam, “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS a converter o benefício de auxílio-doençaem aposentadoria por invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 dias da intimação deste julgado,comprovando-se a implantação até o decurso final do mencionado prazo.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

158 - 0001850-61.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001850-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x MOACIR SEQUIM (ADVOGADO: KATIA A BOTELHO MORAES, NATALIABASTOS BECHEPECHE ANTAR.).Processo nº. 2009.50.51.000312-5/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : MOACIR SEQUIM

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA- INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA – NÃO HÁFALAR EM ACUMULAÇÃO INDEVIDA NA HIPÓTESE -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, em face da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensão deconcessão de restabelecimento do benefício de auxílio-doença, desde a data de sua cessação, com pedido de antecipaçãode tutela.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não foi constatada a incapacidade pela perícia médicaadministrativa e que o laudo pericial do Juízo não precisou a data de início da incapacidade. Alega, também, que foiconcedido o benefício de aposentadoria por idade com DIB em 19.07.2010, inacumulável com o auxílio-doença. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

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A controvérsia nos presentes autos cinge-se à aferição da data de início da incapacidade laborativa (DIB).Na análise pericial do Juízo (fls. 55/57), o recorrente foi examinado e diagnosticado com hipertensão arterial severa delonga data e déficit cognitivo e de memória evidente, patologias que o incapacitam para o exercício de sua atividadehabitual de motorista, bem como para o exercício de qualquer atividade laborativa que lhe garanta subsistência (resposta aoquesito nº 09 – fl. 56).Muito embora o laudo pericial não tenha sido claro ao afirmar a data de início da incapacidade laborativa, fazendo mençãoapenas que “por ser doença crônica e de início insidioso, que vai se agravando lentamente com o tempo e a suscetibilidadeé individual, mas podemos afirmar que tem evolução de no mínimo 5 (cinco) anos (resposta ao quesito nº 07- fl. 56)”, háelementos de prova nos autos que evidenciam que à época da cessação administrativa do benefício, em 01.03.2009 (fl. 63),o recorrente encontrava-se incapaz (fls. 11/15).Importante frisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão da períciamédica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atos administrativos,mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas e exames realizados pelaparte requerente”.(Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2, Primeira Turma Especializada,E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16)A percepção de aposentadoria por idade a partir de 19.07.2009 não constitui óbice ao pagamento dos valores a título deauxílio-doença até a data imediatamente anterior à concessão daquele benefício (18.07.2009 – fl. 64).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

159 - 0000596-50.2009.4.02.5052/02 (2009.50.52.000596-9/02) RAMI SANTOS TEIXEIRA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).Processo nº. 2009.50.52.000596-9/02

Recorrente : RAMI TEIXEIRA GOMESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSE M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA–CONVERSÃO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ –APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 188, § 2º DA LEI 8.112/90 – RECURSO CONHECIDO E NO MÉRITOPROVIDO PARCIALMENTE.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmenteprocedentes os pedidos autorais, concedendo o auxílio-doença e negando sua conversão em aposentadoria por invalidez.Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que suas condições pessoais desfavoráveis inviabilizam a reinserção nomercado de trabalho, o que a torna incapaz definitivamente. Dessa forma, requer seja reformada em parte a sentençaproferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido remanescente deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição do graude incapacidade da recorrente, se é temporária ou definitiva.O perito do Juízo, no laudo técnico lavrado à fl. 80, examinou e diagnosticou a recorrente com lesões psiquiátricas eortopédicas, patologias que a incapacitam para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência (respostaao quesito nº 04 – fl. 79), em caráter temporário. Em considerações preliminares, asseverou que a recorrente apresentaquadro psiquiátrico grave, de difícil controle, com atitudes de fúria. Consignou, também, que além de apresentarincapacidade laborativa total, é necessário o acompanhamento constante, pois existe a real possibilidade de suicídio ou atentativa de matar alguém, pois esta doença elimina os limites do convívio social, bem como as noções de respeitorecíproco.Ao ser questionado sobre a possibilidade de estimar-se qual o tempo necessário para o tratamento da doença e

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recuperação da recorrente, em quesito de nº 10 (fl. 81), respondeu o perito que “a perspectiva de retorno ao trabalho éremota, mas não impossível, com os avanços que a psiquiatria tem apresentado”.O magistrado prolator da sentença julgou improcedente a pretensão de aposentadoria por invalidez em razão dapossibilidade de reabilitação apontada pelo expert. Com a devida venia, não comungo de tal entendimento.É que o laudo pericial não confirma a possibilidade de reabilitação da recorrente. Atesta apenas que esta não é impossívelpelos avanços que a psiquiatria tem apresentado, sendo remota a perspectiva de recuperação no presente momento.A incapacidade para o trabalho deve ser analisada ante as circunstâncias objetivas em que se encontra a recorrente, nãose mostrando lícito prejudicá-la por força de evento futuro e incerto.Ademais, compulsando os autos verifico que a recorrente gozou do benefício de auxílio-doença de 04.01.2005 a 25.05.2009(fl.09), ou seja, perdurou o afastamento das atividades por prazo superior a 2 (dois) anos, caso em que deve ser aplicadopor analogia o disposto no art. 188, §2º da Lei 8.112/90, com a conversão do auxílio-doença em aposentadoria porinvalidez.A recorrente necessita de auxílio permanente de outra pessoa, fazendo jus ao acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento)previsto no art. 45 da Lei 8.213/91.Quanto à alegação de dano moral, não há menção a qualquer fato constitutivo do direito, como bem explanado emsentença.Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Presentes os requisitos peculiares para a antecipação tutelar, quais sejam, “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento para condenar o INSS a implantar o benefício deaposentadoria por invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 dias, comprovando-se a implantação até odecurso final do mencionado prazo. Mantida a condenação no pagamento de atrasados a título de auxílio-doença nostermos da fundamentação exposta pelo Juízo “a quo”.Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no parágrafo único do art. 21 doCPC.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

160 - 0001253-95.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001253-1/01) TERESA FERREIRA SANTIAGO (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL, EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x OS MESMOS.PROCESSO: n°2009.50.50.001253-1/01

RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS e LINDAURA GIL DE SOUZARECORRIDO: OS MESMOSE M E N T ARECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APLICABILIDADE IMEDIATA DO ART. 1º-F DALEI 9.494/97- - RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – RECURSO DA PARTE RÉCONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensão deduzida na inicial,para condenar o INSS à implantação do beneficio de auxílio-doença e a pagar as prestações vencidas, tendo como DIB odia da perícia médica judicial (19/07/10) com juros moratórios de 1% ao mês e correção monetária pelo INPC, já que seconsiderou inconstitucional a alteração do art. 1º F da Lei 9.494/97 feita pela Lei 11.960/09.O INSS (primeiro recorrente), em suas razões recursais, sustenta que inexiste inconstitucionalidade formal no art, 1º-F daLei 9.494/97, na redação que lhe conferiu o art. 5º da lei 11960/09, razão pela qual requer sejam as parcelas vencidascorrigidas mediante incidência dos índices de remuneração da caderneta de poupança para as competências posteriores a06/2009.Assiste razão à Autarquia Previdenciária. A Turma Recursal desta Seção Judiciária recentemente editou o Enunciado nº 54:“A Lei nº 11.960/2009 tem aplicação imediata na parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, apartir de 30/06/2009, aplicam-se os índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de jurosde mora nas condenações impostas à Fazenda Pública” (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)”.Essa orientação não se afasta dos precedentes do STF, porquanto matéria de ordem processual é de incidência imediata,alcançando os processos pendentes (STF, RE n. 559445, Rel. Min. ELLEN GRACIE, T2, julg. 26/05/2009, DJe-10/06/2009).A autora (segunda recorrente), de sua parte, alega que a DIB seria o dia da cessação administrativa (30.09.2008 – fl. 14)ou, subsidiariamente, ao menos seis meses antes da data da perícia de acordo com o que se infere da resposta ao quesitode nº 07 (fl. 97), oportunamente transcrita: “a paciente relatou que começou a ter artrite de mãos há aproximadamente 6meses, contados da data dessa perícia. Não há como definir a data de início da incapacidade”.Em que pesem os argumentos declinados pela autora, tenho que não lhe assiste razão. É que inexistem elementos de

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prova nos autos que evidenciem que à data da cessação administrativa a autora encontrava-se incapaz, sendo oportunorememorar que a doença, por si só, não garante o benefício – o evento deflagrador é a incapacidade.A par disso, o diagnóstico firmado em atestado médico assitente não é fonte segura da existência de incapacidade para otrabalho. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente,mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa da doença incapacitante éverdadeira.Irretorquível, portanto, a fixação da DIB na data em que foi realizada a perícia médica (19.07.2010).Conheço do recurso da Autarquia Previdenciária e a ele dou provimento para que as parcelas vencidas do benefício sejamcorrigidas nos termos do Enunciado nº 54 desta Turma Recursal. Conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios pela Autarquia Previdenciária, tendo em vista odisposto no art. 55 da Lei 9.099/95. Isenta a autora da condenação em honorários advocatícios, em razão do deferimentodo benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DE AMBOS OS RECURSOS PARA DARPROVIMENTO AO RECURSO DA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DAAUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

161 - 0000876-21.2009.4.02.5052/02 (2009.50.52.000876-4/02) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x URBANO PACHECO DOS SANTOS (ADVOGADO: NILSON ARAUJODA SILVA, TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO.).Processo nº. 2009.50.52.000876-4/02

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : URBANO PACHECO DOS SANTOS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA– APOSENTADORA POR INVALIDEZ –ESPECIFICIDADE E GRAVIDADE DO QUADRO CLÍNICO – AVC - ISENÇÃO DE CARÊNCIA - RECURSO CONHECIDOE, NO MÉRITO, PROVIDO EM PARTE– SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de concessão de aposentadoria por invalidez e do pagamento das prestações do auxílio-doença desde a data dorequerimento administrativo. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não se aplica o afastamento de carênciaprevisto pelo art. 26 da lei 8.213/91 na hipótese de portador de seqüela de AVC, por falta de amparo legal. Dessa forma,requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.Eventualmente, requer a fixação da data de início do benefício na data da juntada do laudo oficial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A controvérsia nos presentes autos cinge-se à carência do segurado.O CNIS de fl. 26 revela vínculos laborativos de 04.08.2005 a 18.08.2006 e 01.04.2007 a 08.10.2007, com nova admissãoem 01.06.2009. O recorrido foi acometido por acidente vascular cerebral em 10.06.2009 (fl. 15).O magistrado prolator da sentença isentou de carência o recorrido em razão da especificidade e gravidade da seqüela doAVC, merecedora de tratamento particularizado. Irretorquível tal entendimento.Mesmo fora das hipóteses previstas no art. 151 da Lei 8.213/91, desde que compatível com as diretrizes lançadas pelolegislador (inciso II do art. 26), pode o magistrado, conferindo interpretação ampliativa, isentar de carência portador deseqüela de AVC ante os cuidados especiais e gastos com medicamentos que o quadro clínico requer, faculdade de que nãodispõe a Administração Pública, mercê da violação ao princípio da legalidade estrita (CF, caput do art. 37).Ademais, a separação dos Poderes não é absoluta, embora independentes e com competências específicas previstas pelaConstituição, os três Poderes são, sobretudo, harmônicos; daí se extrai a pertinência do decreto-lei 4.657/1942 (Lei deIntrodução ao Código Civil) no qual o at. 5º preceitua “na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirigee às exigências do bem comum”.A legislação previdenciária deve ser interpretada à luz dos princípios que lhe dão suporte, máxime o da dignidade dapessoa humana, um dos pilares fundamentais da República Federativa do Brasil (CF, inc. III do art. 1º).Se o amparo de casos com o que ora se apresenta implicar gasto inicialmente não previsto no sistema cabe reparo atuarialno plano de custeio, razão por que reputo inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no

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recurso.No que diz respeito à DIB da aposentadoria por invalidez, tenho como correta a data da prolação da sentença, 14.03.2011.Sobre as prestações vencidas incidem os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta depoupança (art. 5º da Lei 11.960/2009), a contar da citação. Não são devidos atrasados a título de auxílio-doença ante ocaráter constitutivo desse julgado.Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento, tão-somente para alterar a DIB da aposentadoria porinvalidez e desconstituir a condenação em atrasados a título de auxílio-doença.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 21 do CPC.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

162 - 0001436-97.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001436-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x LUCILENI DAS NEVES PATUSSI GARCIA (ADVOGADO: SIDINÉIADE FREITAS DIAS.).Processo nº. 2008.50.51.001436-2/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : LUCILENI DAS NEVES PATUSSI

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PAGAMENTO RETROATIVO DE AUXÍLIO DOENÇA- APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – ART. 188, § 2º DA LEI 8.112/90 - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu em face de sentença que julgou procedente a pretensão de concessãodo pagamento retroativo de auxílio-doença desde a cessação administrativa e de aposentadoria por invalidez. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que o recorrido é capaz e que a fundamentação do juiz “a quo” contrariou a análisepericial. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A controvérsia nos presentes autos restringe-se à aferição da incapacidade laborativa.Na análise pericial do Juízo (fls.187/188), a parte recorrida foi examinada e diagnosticada com processo de compressãoradicular para o membro inferior direito, patologia de ordem adquirida que a incapacita para o exercício de seu ofíciohabitual de doméstica, de forma temporária (resposta aos quesitos 09 e 10). Ao ser questionado sobre o prazo necessáriopara o tratamento da patologia que acomete a recorrida, em quesito de nº 11, asseverou o jusperito que “conformerepetidos laudos de neurologista, a periciada tem indicação para cirurgia descompressiva de raiz nervosa. Se houverdescompressão, o tempo de um ano parece bastar para sua recuperação. Se não houver, indeterminado”.Como é cediço, o art. 101 da Lei nº 8.213/91 assim orienta: “O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria porinvalidez e o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico acargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensadogratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos”.Assim, ante a impossibilidade de obrigar a segurada à realização de intervenção cirúrgica para restabelecimento da plenacapacidade laboral, impõe-se o reconhecimento da incapacidade total e definitiva, o que atrai o deferimento do benefício deaposentadoria por invalidez.Acresce a isso o fato de a recorrida ter feito jus ao benefício de auxílio doença por prazo superior a dois anos (fls. 15/17,19/21/24/26/28/29 e 172/183), caso em que deve ser aplicado por analogia o disposto no art. 188, §2º da Lei 8.112/90, coma conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

163 - 0004953-79.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004953-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x FRANCISCO PINTO DA SILVA (ADVOGADO: JOANAD'ARC BASTOS LEITE.).Processo nº. 2009.50.50.004953-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : FRANCISCO PINTO DA SILVA

E M E N T ARECURSO INOMINADO –DIREITO PREVIDENCIÁRIO – DECADÊNCIA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento da aposentadoria por tempo de contribuição com efeitos financeiros retroativos à data desuspensão do pagamento. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que não houve decadência na hipótese e quesem o cômputo dos períodos controvertidos o recorrido deixa de contar com tempo de contribuição bastante à concessãoda aposentadoria. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se improcedente opedido deduzido na inicial.Antes do advento das Leis 9.784/99 e 10.839/04 inexistia prazo decadencial para a revisão dos atos administrativos.Entretanto, o administrado não pode ficar sujeito indefinidamente ao poder de autotutela do Estado, sob pena de afronta aoprincípio da estabilidade das relações jurídicas, razão pela qual se deve respeitar o prazo decadencial para a revisãoadministrativa.Nos termos do entendimento firmado pelo STJ nos autos do Mandado de Segurança nº 9112/DF, 9115/DF, restou definidoque a Lei 9784/99 tem como termo a quo, para os atos que lhe são anteriores, a data de sua publicação – 01.02.99, e não adata do ato atacado.Assim, é de ser acolhida a decadência na hipótese destes autos, uma vez que quando o autor foi notificado da revisãoadministrativa, a decadência já estava consumada.O qüinquênio legal somente deve ser elastecido para dez anos para os casos de concessão do benefício na vigência da Lei10.839/2004, sob pena de tornar inoperante o diploma legal que o precedeu e constituir medida desarrazoada.Mantida a sentença, embora por diverso fundamento.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

164 - 0003451-08.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003451-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.) x AGLAIA AGUIAR DE OLIVEIRA.Processo nº. 0003451-08.2009.4.02.5050/01

Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : AGLAIA AGUIAR DE OLIVEIRA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. AUXÍLIO PRÉ-ESCOLAR. IMPOSTO DE RENDA. NÃO INCIDÊNCIA.INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DA SENTENÇA. POSSIBILIDADE DE DEDUÇÃO DE DESPESAS COM CRECHE E COMESCOLA NÃO AFASTAM O CARÁTER INDENIZATÓRIO DO AUXÍLIO PRÉ-ESCOLAR. MONTANTE A SER RESTITUÍDODEVERÁ LEVAR EM CONSIDERAÇÃO OS VALORES JÁ DEDUZIDOS A TÍTULO DE DESPESAS COM EDUCAÇÃO.RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face de sentença que declarou a inexistência de relação

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jurídico-tributária entre as partes, para afastar a incidência de imposto de renda sobre as verbas qualificadas como auxíliopré-escolar, bem como condenar a ré à restituição das parcelas indevidamente descontadas sob tal título.2. Em suas razões, a recorrente sustenta que: (I) a sentença feriu o art. 153, III, § 2º, I, da CF/88; (II) a verba em questãotem natureza remuneratória e não indenizatória, atraindo, assim, a incidência do imposto de renda; (III) ainda que o auxíliopré-escolar seja considerado como parcela de caráter indenizatório, impõe-se a aplicação do imposto de renda, já que estetributo incide sobre qualquer acréscimo patrimonial. Subsidiariamente, pleiteia que a condenação seja limitada ao montantede imposto de renda incidente sobre o valor relativo ao auxílio pré-escolar que tiver excedido o teto anual de dedução comgastos referentes à educação, e que seja reduzido o valor da multa diária fixada na sentença no importe de R$ 200,00.3. O auxílio pré-escolar recebido pelos empregados e servidores públicos guarda nítida natureza indenizatória, porquantonão se trata de quantia habitual que integra o patrimônio do servidor, tampouco é paga em razão do seu trabalho, emdinheiro ou utilidades, como fruto da contraprestação por serviços prestados ou da mera disponibilidade. Em verdade, aindenização possui natureza reparadora ou substitutiva, como conseqüência excepcional, fortuita e mediatamentedecorrente do contrato de trabalho, ao passo que os valores ressarcitórios correspondem à restituição ao servidor dedespesas diretamente relacionadas com a execução dos serviços prestados.4. O auxílio ora questionado consiste em restituição de despesa feita com creche pela servidora em benefício do órgão emque exerce suas atividades, que, valendo-se da prerrogativa de não constituir local apropriado para abrigar os filhos daqueladurante a amamentação e a fase pré-escolar, prefere reembolsá-la dessa despesa para mantê-la a seus serviços. Nestesentido: ERESP 413322/RS - DJ 14.04.2003 p: 173; REsp 625506 / RS - DJ de 06.03.2007 p. 249; REsp 489955/RS - DJde 13.06.2005 p. 232. Por tal motivo, o auxílio pré-escolar não representa, de forma alguma, acréscimo patrimonial, já queobjetiva ressarcir despesa que foi transferida à servidora pela Administração Pública.5. O art. 7º do Decreto 977/93, que dispõe sobre a assistência pré-escolar destinada aos dependentes dos servidorespúblicos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, estabelece que: “A assistência pré-escolarpoderá ser prestada nas modalidades de assistência direta, através de creches próprias, e indireta, através de auxíliopré-escolar, que consiste em valor expresso em moeda referente ao mês em curso, que o servidor receberá do órgão ouentidade”. Assim, o reembolso (assistência indireta) restitui a verba empregada para custear gastos com creches eestabelecimentos análogos, despesas que deveriam, em princípio, ser suportadas pelo empregador, por meio dadisponibilização do serviço em espécie – constituindo verba indenizatória que não se confunde com remuneração. Nestesentido: RESP 267301 / SC - DJ: 29.04.2002 – p. 219.6. O princípio da universalidade (art. 153, III, § 2º, I, da CF/88) impõe que o IR incida, indistintamente, sobre as diversasespécies de rendimentos, desde que descritos na hipótese de incidência. O auxílio pré-escolar, como já explicado, nãorepresenta acréscimo patrimonial, de modo a não se caracterizar como fato gerador do IR. Portanto, a não incidência dotributo sobre a parcela de auxílio pré-escolar não implica violação ao princípio da universalidade.7. O simples fato de as despesas efetuadas pelo contribuinte com creche ou com escola serem dedutíveis do imposto derenda não tem o condão de afastar a natureza indenizatória do auxílio pré-escolar. Entretanto, na liquidação por memória decálculos, não se levará em conta a totalidade do imposto de renda que incidiu na fonte sobre o auxílio pré-escolar. Para finsde restituição das parcelas devidas, deverão ser consideradas as declarações de imposto de renda, bem como asdeduções já realizadas a título de despesas com educação, de modo a evitar-se o benefício tributário em duplicidade.8. Quanto ao valor da multa diária, verifica-se que o importe de R$200,00 (duzentos reais) é razoável e visa coibir odescumprimento da obrigação.9. Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento para determinar que somente seja restituído à parteautora o montante percebido a título de auxílio pré-escolar, sobre o qual incidiu o imposto de renda, que ainda não foideduzido como despesa com educação.11. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa que integra este Julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

165 - 0001523-22.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001523-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.) x ROGERIO MOREIRA ALVES.Processo nº. 0001523-22.2009.4.02.5050/01

Recorrente : UNIÃO FEDERALRecorrido : ROGERIO MOREIRA ALVES

EMENTA

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. AUXÍLIO PRÉ-ESCOLAR. IMPOSTO DE RENDA. NÃO INCIDÊNCIA.INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DA SENTENÇA. POSSIBILIDADE DE DEDUÇÃO DE DESPESAS COM CRECHE E COMESCOLA NÃO AFASTAM O CARÁTER INDENIZATÓRIO DO AUXÍLIO PRÉ-ESCOLAR. MONTANTE A SER RESTITUÍDODEVERÁ LEVAR EM CONSIDERAÇÃO OS VALORES JÁ DEDUZIDOS A TÍTULO DE DESPESAS COM EDUCAÇÃO.

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RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face de sentença que declarou a inexistência de relaçãojurídico-tributária entre as partes, para afastar a incidência de imposto de renda sobre as verbas qualificadas como auxíliopré-escolar, bem como condenar a ré à restituição das parcelas indevidamente descontadas sob tal título.2. Em suas razões, a recorrente requer, preliminarmente, sejam declarados prescritos os recolhimentos efetuados há maisde cinco anos do ajuizamento da ação. Já no mérito, sustenta que: (I) a sentença feriu o art. 153, III, § 2º, I, da CF/88; (II) averba em questão tem natureza remuneratória e não indenizatória, atraindo, assim, a incidência do imposto de renda; (III)ainda que o auxílio pré-escolar seja considerado como parcela de caráter indenizatório, impõe-se a aplicação do imposto derenda, já que este tributo incide sobre qualquer acréscimo patrimonial. Subsidiariamente, pleiteia que a condenação sejalimitada ao montante de imposto de renda incidente sobre o valor relativo ao auxílio pré-escolar, que tiver excedido o tetoanual de dedução com gastos referentes à educação.3. Inicialmente, cumpre frisar que não se cogita da prescrição na hipótese vertente, uma vez que o primeiro recolhimento foiefetuado no exercício de 2008 (fl.05), portanto, há menos de cinco anos do ajuizamento da ação (03.04.2009).4. O auxílio pré-escolar recebido pelos empregados e servidores públicos guarda nítida natureza indenizatória, porquantonão se trata de quantia habitual que integra o patrimônio do servidor, tampouco é paga em razão do seu trabalho, emdinheiro ou utilidades, como fruto da contraprestação por serviços prestados ou da mera disponibilidade. Em verdade, aindenização possui natureza reparadora ou substitutiva, como conseqüência excepcional, fortuita e mediatamentedecorrente do contrato de trabalho, ao passo que os valores ressarcitórios correspondem à restituição ao servidor dedespesas diretamente relacionadas com a execução dos serviços prestados.5. O auxílio ora questionado consiste em restituição de despesa feita com creche pela servidora em benefício do órgão emque exerce suas atividades, que, valendo-se da prerrogativa de não constituir local apropriado para abrigar os filhos daqueladurante a amamentação e a fase pré-escolar, prefere reembolsá-la dessa despesa para mantê-la a seus serviços. Nestesentido: ERESP 413322/RS - DJ 14.04.2003 p: 173; REsp 625506 / RS - DJ de 06.03.2007 p. 249; REsp 489955/RS - DJde 13.06.2005 p. 232. Por tal motivo, o auxílio pré-escolar não representa, de forma alguma, acréscimo patrimonial, já queobjetiva ressarcir despesa que foi transferida à servidora pela Administração Pública.6. O art. 7º do Decreto 977/93, que dispõe sobre a assistência pré-escolar destinada aos dependentes dos servidorespúblicos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, estabelece que: “A assistência pré-escolarpoderá ser prestada nas modalidades de assistência direta, através de creches próprias, e indireta, através de auxíliopré-escolar, que consiste em valor expresso em moeda referente ao mês em curso, que o servidor receberá do órgão ouentidade”. Assim, o reembolso (assistência indireta) restitui a verba empregada para custear gastos com creches eestabelecimentos análogos, despesas que deveriam, em princípio, ser suportadas pelo empregador, por meio dadisponibilização do serviço em espécie – constituindo verba indenizatória que não se confunde com remuneração. Nestesentido: RESP 267301 / SC - DJ: 29.04.2002 – p. 219.7. O princípio da universalidade (art. 153, III, § 2º, I, da CF/88) impõe que o IR incida, indistintamente, sobre as diversasespécies de rendimentos, desde que descritos na hipótese de incidência. O auxílio pré-escolar, como já explicado, nãorepresenta acréscimo patrimonial, de modo a não se caracterizar como fato gerador do IR. Portanto, a não incidência dotributo sobre a parcela de auxílio pré-escolar não implica violação ao princípio da universalidade.8. O simples fato de as despesas efetuadas pelo contribuinte com creche ou com escola serem dedutíveis do imposto derenda não tem o condão de afastar a natureza indenizatória do auxílio pré-escolar. Entretanto, na liquidação por memória decálculos, não se levará em conta a totalidade do imposto de renda que incidiu na fonte sobre o auxílio pré-escolar. Para finsde restituição das parcelas devidas, deverão ser consideradas as declarações de imposto de renda, bem como asdeduções já realizadas a título de despesas com educação, de modo a evitar-se o benefício tributário em duplicidade.9. Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento para determinar que somente seja restituído à parteautora o montante percebido a título de auxílio pré-escolar, sobre o qual incidiu o imposto de renda, que ainda não foideduzido como despesa com educação.10. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa que integra este Julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

166 - 0003018-33.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003018-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOÃO TOMAZ DONASCIMENTO (ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº 0003018-33.2011.4.02.5050/01Recorrente : JOÃO TOMAZ DO NASCIMENTORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

167 - 0004096-33.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004096-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOAO DE FREITAS(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONELENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº 0004096-33.2009.4.02.5050/01

Recorrente : JOÃO DE FREITASRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -INCAPACIDADE LABORAL VERIFICADA-ALCOOLISMO – TRANSTORNO MENTAL – CONDIÇÕES PESSOAIS EMCOTEJO COM O QUADRO CLÍNICO APRESENTADO TÊM O CONDÃO DE ALTERAR A CONCLUSÃO JURISDICIONALADOTADA NA HIPÓTESE - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que houve cerceamento dedefesa em razão da ausência de intimação para ciência dos esclarecimentos prestados pelo perito. Alega, ainda, quepossui dependência etílica e transtorno mental, enfermidades incompatíveis com sua atividade laboral habitual (pedreiro).Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido nainicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade do recorrente.Na primeira análise pericial do Juízo (fls. 40/42), realizada por especialista em psiquiatria, o recorrente (64 anos) foiexaminado e diagnosticado com transtorno mental, patologia que, no entanto, não o incapacita para o exercício do ofício

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habitual de auxiliar de obras (resposta ao quesito nº 09). Ao ser questionado sobre o risco de morte ou agravamento dadoença em decorrência do exercício profissional, em quesito de nº 10, elucidou o jusperito que inexistem tais riscos, pois adoença não tem como causa o trabalho.Já na segunda análise pericial do Juízo (fls. 55/58), por expert em neurologia, foi diagnosticada seqüela de traumatismocranioencefálico com epilepsia secundária, disfunção cerebral que causa descargas neuronais dissincrônicas (resposta aoquesito nº 02). No entanto, em sua concepção, o recorrente possuía naquele momento aptidão física e mental para exercersua atividade habitual (resposta ao quesito nº 09).Chamado a complementar a perícia judicial (fl. 81), em quesito sobre a possibilidade de trabalho em locais altos, o expertem neurologia assim se manifestou: “o periciado tem como função habitual ajudante de pedreiro. Na ocasião da perícia,estava em uso regular de medicação, sem crises convulsivas há cerca de 15 meses, portanto, com baixo risco para odesempenho de sua função, contudo, não se pode descartar a ocorrência de novo episódio convulsivo, com seus potenciaisriscos, seja em locais baixos, seja em locais altos, em uma escada, na direção do veículo, na piscina ou na praia.” Emprosseguimento, sobre a alegada sonolência e apatia decorrente da medicação prescrita, esclareceu “o periciadoencontra-se em uso de dose habitual de fenobarbital (medicação anticonvulsivante) há mais de 12 meses, o quehabitualmente não causa sonolência ou apatia”.Em que pese as conclusões exaradas pelos peritos judiciais e considerando que o juiz não está adstrito ao laudo pericial,podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436), tenho que assisterazão ao recorrente.É que em nenhum dos laudos periciais atinou-se para os malefícios derivados do alcoolismo de que padece o recorrente,consabidamente reconhecido como doença pela Organização Mundial de Saúde e relacionado no Código Internacional deDoenças (CID) como “síndrome de dependência do álcool”, bem como seus reflexos nas demais patologias e no exercíciode sua atividade habitual, a qual, saliente-se, exige equilíbrio e precisão em patamares elevados. O segundo expert, emhistórico clínico, apenas mencionou que o recorrente é “sabidamente etilista”, sem tecer, contudo, maiores consideraçõesnesta contingência.A par disso, a documentação coligida aos autos, sobretudo à fl. 12, atesta que o recorrente apresenta história dealcoolismo, AVC + IVC, conforme pareceres e laudos fornecidos pelos postos de saúde. Tal documento goza de presunçãode veracidade por ser lavrado por psiquiatra da Diretoria de Saúde da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo.De ordinário, não parece prudente ou razoável que uma pessoa aos 64 anos de idade, alcoólatra e com disfunçõesepilépticas de imprevisível ocorrência aventure-se em atividades como a de auxiliar de obras, cujo risco é evidente.Quadra registrar que as tarefas do profissional auxiliar de obras, diferenciam-se do ofício do pedreiro, pois aquele éencarregado do transporte de todas as ferramentas utilizadas na construção civil, tijolos, sacos de cimentos, dentre outros,bem como da limpeza da obra, podendo subir e descer grandes alturas.Assim, tendo em vista que mesmo como o uso de fenobarbital não está o recorrente salvaguardado de novo episódioconvulsivo, conforme esclareceu o perito em quesito complementar, é devido o benefício de aposentadoria por invalidez. Édigno de registro, também, que não ficou claro que tal medicamento deixou de causar sonolência ou apatia ao recorrente;limitou-se o perito a afirmar que após mais de doze meses de uso não é habitual verificarem-se tais sintomas.As condições pessoais do recorrente, tais como, a idade (64 anos), o baixo grau de instrução (déficit cultural importante,segundo o perito) e o histórico laboral limitado a atividades braçais, aliadas ao quadro clínico de transtorno mental ealcoolismo, somente corroboram a conclusão deste Juízo. Seria utopia defender a reinserção do recorrente no mercado detrabalho diante de tal conjuntura.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam a Constituiçãoda República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e, igualmente,sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para que o INSS proceda à implantação do benefício deaposentadoria por invalidez em favor da parte recorrente no prazo de 30 (trinta) dias a contar da intimação deste julgado,comprovando-a até o decurso final do aludido prazo. Não são devidos atrasados a título de auxílio-doença ante o caráterconstitutivo do presente julgado.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

168 - 0006928-39.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006928-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA BENVINDA CORTESDE SOUSA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCIA RIBEIRO PAIVA.).Processo nº 0006928-39.2009.4.02.5050/01

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Recorrente : MARIA BENVINDA CORTES DE SOUSARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que possui transtornosfóbicos-ansiosos, doenças incapacitantes para sua atividade laboral de vendedora. Alega, ainda, que o juiz se baseouapenas no laudo pericial, sendo este extremamente objetivo e superficial. Aduz que o magistrado não considerou arepercussão social da patologia, bem como suas condições pessoais. Dessa forma, requer seja reformada a sentençaproferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 64/66), a recorrente (44 anos) foi diagnosticada com transtorno ansioso edepressivo que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de vendedora (resposta ao quesito nº 9- fl. 65).É indispensável recordar que a doença, por si só, não garante o benefício – o evento deflagrador é a incapacidade.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

169 - 0003893-71.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003893-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCO AURELIOCHIAPPANE (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS.Processo nº 0003893-71.2009.4.02.5050/01

Recorrente : MARCO AURELIO CHIAPPANERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM O CONDÃO DE

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ALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o juiz se baseou apenasno laudo técnico do perito nomeado no processo, além de não ter considerado laudos particulares, as condições pessoais ea realidade social do autor. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 23/24), o recorrente (51 anos) foi diagnosticado com tendinopatia do ombrodireito com ruptura do supra espinhoso, patologia que, no entanto, não o incapacita para o ofício habitual de analista decrédito (resposta ao quesito nº 9 - fl. 23). Ao ser questionado sobre as características da doença, em quesito de nº 04,respondeu o jusperito que se trata de “processo inflamatório do ombro com degeneração do tendão, que pode seapresentar em estágios diferentes evoluindo desde espessamento do tendão até ruptura deste”. Da resposta ao quesito nº08, entretanto, é possível inferir-se que o recorrente somente estaria incapacitado para atividades que demandassemintenso esforço físico nos membros superiores, hipótese que não se subsume ao caso presente.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da parte recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

170 - 0003349-83.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003349-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE LUIZ FACCINI(ADVOGADO: CATARINE MULINARI NICO, ANA ELISA MOSCHEN.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).Processo nº 0003349-83.2009.4.02.5050/01

Recorrente : JOSÉ LUIZ FACCINIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente a

Page 149: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

pretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o juiz se baseou apenasno laudo pericial e que juntou documentos particulares que comprovam a sua incapacidade. Dessa forma, requer sejareformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 24/26), o recorrente (52 anos) foi diagnosticado com melanoma malignooperado na axila, estendendo-se à região inguinal também operada, patologia que, no entanto, não o incapacita para oofício habitual de taxista (resposta ao quesito nº 9 - fl. 25). Ao ser perquirido sobre o risco de morte caso o recorrentecontinue exercendo tal atividade, esclareceu o perito que tal risco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fl. 25).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

171 - 0004534-59.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004534-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSIAS BATISTA DONASCIMENTO (ADVOGADO: GRASIELE MARCHESI BIANCHI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 0004534-59.2009.4.02.5050/01

Recorrente : JOSIAS BATISTA DO NASCIMENTORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA– APOSENTADORIA POR INVALIDEZ- AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORAL –CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃOTÊM O CONDÃO DE ALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que o laudo pericial desconsiderou os documentos probatórios juntados na inicial, prevalecendocomo elemento absoluto de convicção do juiz a perícia do juízo. Alega, ainda, cerceamento de defesa pelo indeferimento deoitiva do perito e de testemunhas. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para anular a sentençaproferida pelo Juízo “a quo”.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualquer

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atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 32-37), a parte recorrente (44 anos) foi diagnosticada com artrose de colunalombar sem hérnias discais, que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de acabador de mármores e granito(resposta ao quesito nº 9 – fl. 35). Baseou-se o laudo pericial em exame clínico, além de exames de ressonância magnéticada coluna cervical e lombar.Em responda aos quesitos complementares (fls. 64/66), asseverou o jusperito que “A artrose pode provocar dor emqualquer atividade, mesmo em repouso. A atividade do autor pode desenvolver dor no autor dependente da postura detrabalho. Porém, como o autor não apresenta compressão nervosa ou hérnias discais, pode desempenhar sua função semlimitações. A artrose é inerente à idade do autor” (sic). Consignou, também, que a atividade do recorrente não é causa deagravamento de seus sintomas.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a alegação de cerceamento de defesa. A oitiva do perito ou de testemunhas só tem cabimento quando amatéria não parecer suficientemente esclarecida pelo juiz (art. 437). Esta não é a hipótese vertente, contudo.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

172 - 0003707-48.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003707-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROMILDA FERREIRAFURTADO (ADVOGADO: JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).Processo nº 0003707-48.2009.4.02.5050/01

Recorrente : ROMILDA FERREIRA FURTADORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDOPERICIAL DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que há nos autos documentosparticulares que atestam a incapacidade da autora para a atividade laboral de merendeira. Alega, ainda, que o laudo pericialnão foi suficiente para a comprovação do seu estado, devendo ser concedida a realização de uma nova análise pormédico-perito. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente opedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.

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Na primeira análise pericial do Juízo (fls. 33/39), a recorrente (32 anos) não apresentou qualquer lesão, seqüela, doençafísica ou mental, cabendo ao perito concluir pela capacidade da autor (resposta ao quesito º 9 – fl. 37).No segundo exame técnico (fls. 66/68), realizado por especialista em psiquiatria, a autora foi examinada e diagnosticadacom transtorno depressivo que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de merendeira em escola (resposta aoquesito nº 9 - fl. 67). Ao ser perquirido sobre a possibilidade de agravamento da doença caso a recorrente continueexercendo tal atividade, esclareceu o perito que tal risco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fl. 37).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

173 - 0001133-18.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001133-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CREUZA MARIA DEOLIVEIRA SANTOS (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 0001133-18.2010.4.02.5050/01

Recorrente : CREUZA MARIA DE OLIVEIRA SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM O CONDÃO DE ALTERARA CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que o juiz se baseou apenasno laudo pericial e não considerou suas condições pessoais. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida peloJuízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurada e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fl. 35), a recorrente (32 anos) foi diagnosticada com artrose leve no joelho e artroseleve na coluna lombar que, no entanto, não a incapacita para o ofício de auxiliar de serviços gerais (resposta ao quesito nº11 - fl. 35). Ao ser perquirido sobre a possibilidade de agravamento da doença caso a recorrente continue exercendo talatividade, esclareceu o perito que tal risco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fls. 35).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese em

Page 152: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

174 - 0003923-09.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003923-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CARLOS ANTONIOPIMENTEL NASCIMENTO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 0003923-09.2009.4.02.5050/01

Recorrente : CARLOS ANTÔNIO PIMENTEL NASCIMENTORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que a documentaçãoacostada aos autos comprova que possui transtorno misto ansioso e depressivo, sendo equivocada a conclusão técnica doperito judicial. Alega, ainda, que não forma devidamente fundamentados todos os quesitos determinados pelo juiz, e que aoprolatar a sentença o magistrado não levou em consideração as condições pessoais do recorrente.Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 36/37), a parte recorrente (42 anos) não foi diagnosticada com qualquerpatologia psiquiátrica (resposta aos quesitos de nºs 1 a 7 e 10 a 12), inexistindo óbice ao exercício de sua atividade habitualde servente.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

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Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

175 - 0001737-76.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001737-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) IRENE GOMES DO CARMO(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).Processo nº 0001737-76.2010.4.02.5050/01

Recorrente : IRENE GOMES DO CARMORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –LAUDO PERICIAL DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que o juiz se baseou apenasno laudo pericial judicial e não considerou as condições pessoais da autora. Alega, ainda, constar nos autos documentosparticulares que atestam sua incapacidade laboral. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “aquo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 61/62), a recorrente (62 anos) apresentou queixa de poliartralgia com maiorintensidade na região lombar, mãos e joelhos que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de autônoma emeventos (resposta ao quesito nº 9 - fl. 61). Ao ser perquirido sobre a possibilidade de agravamento da doença caso arecorrente continue exercendo tal atividade, esclareceu o perito que tal risco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fl.62).Em grande parte dos casos em que o segurado queixa-se de dor incapacitante, a prescrição de medicação adequada temefeitos terapêuticos, atenuando e, até mesmo, eliminando os sintomas apresentados. O laudo particular de fl. 44, lavradopor médico do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, atesta, inclusive, que no momento do exame (08.03.2010)a recorrente encontrava-se em uso de medicação, com lesões bem controladas.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

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Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

176 - 0005598-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005598-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARLENE ALVES BUEQUE(DEF.PUB: RICARDO FIGUEIREDO GIORI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAOCARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº. 0005598-07. 2009.4.02.5050/01

Recorrente : MARLENE ALVES BUEQUERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSENTE INCAPACIDADE LABORAL –CONDIÇÕES PESSOAIS DA RECORRENTE EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM OCONDÃO DE ALTERAR A CONCLUSÃO JURISDICIONAL NA HIPÓTESE - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que a documentaçãoacostada aos autos comprova que possui transtorno depressivo grave, sendo equivocada a conclusão técnica do peritojudicial. Alega, ainda, que não foram devidamente fundamentados todos os quesitos determinados pelo juiz, e mais, que aoprolatar a sentença o magistrado não levou em consideração as condições pessoais da recorrente. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condiçãoDesnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 25/26), a parte recorrente (48 anos) foi examinada diagnosticada com episódiodepressivo moderado, patologia que, no entanto, não a incapacita para o exercício de sua atividade habitual de comerciária,bem como para o exercício de qualquer atividade(resposta aos quesitos de nºs 6, 7 e 9 a 12). Ao ser questionado sobreoutras considerações que entendesse pertinentes, em quesito de nº 14, sugeriu o jusperito que a periciada mantenhaacompanhamento psiquiátrico, apesar de sua adesão ao tratamento não ser satisfatória.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

177 - 0001280-44.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001280-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUCILDA MARTINS DIAS(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0001280-44.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: LUCILDA MARTINS DIASRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRARELATOR DESIGNADO PARA ACÓRDÃO: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JUNIOR

VOTO

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou improcedente o pedido inicialde concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença, em razão da ausência de comprovação nos autos deincapacidade da parte para o exercício de sua atividade habitual.

Sustenta a recorrente, em suas razões, que as atividades desempenhadas em sua função de “auxiliar de serviços gerais”exigem esforço físico constante, incompatíveis com a sua condição de saúde, já que é acometida de hérnia discal L4-L5.Tal circunstância autorizaria o deferimento do benefício postulado.

Contrarrazões às fls. 69/73, em que se pugna pela manutenção da sentença.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, cabe destacar que o auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Por sua vez, a aposentadoria por invalidez, conforme disposiçãoconstante do artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, após cumprido, quando for o caso, o período decarência exigido, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para oexercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer esta condição.

O laudo pericial do juízo (fl. 37) atesta que a recorrente é portadora de hérnia discal L4-L5, além de obesidade e dehipertensão arterial (resposta ao quesito n.º 01). Apesar de tal diagnóstico, contudo, o perito assevera que a parte possuiaptidão física para exercer sua atividade habitual de auxiliar de serviços gerais, concluindo, em destaque, que “nãoapresenta incapacidade ortopédica para o trabalho habitual” (resposta ao quesito n.º 10).Pois bem. É sabido que o juiz não está, de modo algum, vinculado às conclusões do laudo pericial (art. 436 do CPC),podendo utilizar-se de outros elementos de prova produzidos nos autos para formar sua convicção.

Desse modo, embora o perito registre, em seu parecer, que a paciente não apresentou alterações ortopédicas que possamcausar incapacidade para o trabalho, ouso discordar dessa conclusão, por considerar que as tarefas próprias do cargo deauxiliar de serviços gerais requerem substancial empenho físico, porquanto envolvem tarefas de faxina, de carregamentode peso, de deslocamento constante, etc.

Ademais os laudos médicos particulares, exames e receituários acostados às fls. 12/27 noticiam que a recorrente temgraves limitações físicas para o desempenho de atividades laborativas.

Após estas ponderações, estou convencido de que, em decorrência da enfermidade ortopédica que a acomete, a parteencontra-se impossibilitada de exercer suas atividades funcionais habituais.

Outrossim, entendo que as condições pessoais da recorrente – notadamente a idade avançada (63 anos de idade) –,aliadas à moléstia diagnosticada, certamente anulariam quaisquer chances de obtenção de trabalho hábil a assegurar suasubsistência no estado de saúde em que se encontra. Vale enfatizar que tais condições pessoais fazem com que se torne

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extremamente difícil para a segurada obter uma vaga de emprego que não exija esforço físico, diante da conjuntura atualdo mercado de trabalho, a qual, inegavelmente, privilegia os mais jovens e os que detêm maior e mais variada formaçãoeducacional e profissional.

Segue jurisprudência que corrobora o entendimento acima adotado: “[...] Ponderando-se, no caso, as condições pessoaisda autora e constatando-se, desse modo, a sua total incapacidade para o exercício do trabalho, é de ser concedidaaposentadoria por invalidez. 4. Levando em conta que o argumento apresentado pelo INSS, para negativa do benefíciopleiteado em juízo, somente consiste na possibilidade de alteração da atividade laboral exercida pela segurada, comausência de esforço físico e de tensão nervosa, cumpre reconhecer que com a informação trazida pelos laudos periciais dojuízo de fls. 42 e 52, e pela farta documentação anexada pela parte, que corrobora suas alegações, não há dúvida quantoao reconhecimento da enfermidade incapacitante atestada nos autos passível de permitir o deferimento do benefício. [...]”(Tribunal Regional Federal da 1ª Região – Segunda Turma – Processo n. 200101000003901 – Relatora: Juíza FederalNEUZA MARIA ALVES DA SILVA – Julgado em: 07/04/2010 – Publicado em: 13/05/2010).

Destarte, diante de tudo quanto fora exposto, conclui-se pela incapacidade laborativa da parte recorrente, ao menosenquanto persistir a potencialidade incapacitante do problema ortopédico detectado, circunstância que autoriza orestabelecimento do benefício de auxílio-doença desde a data da suspensão administrativa do seu pagamento.

Ante o exposto, conheço do recurso inominado e, no mérito, dou-lhe provimento, para determinar a concessão do benefíciode auxílio-doença, desde a data da cessação administrativa (06.08.2009) até o completo restabelecimento da capacidadelaborativa da parte (caso ocorra).

Igualmente, defiro, nesta oportunidade, a antecipação dos efeitos da tutela de mérito em favor da recorrente, porquantoreputo presentes os requisitos da verossimilhança da alegação (com base em toda a fundamentação de fato e de direitolançada neste voto) e do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação extraído do caráter alimentar dobenefício pleiteado e afastado o perigo de irreversibilidade da tutela de urgência, que cede espaço ante direitosfundamentais como a dignidade da pessoa humana e a tempestiva e eficaz prestação jurisdicional. Logo, o benefício deveráser implantado no prazo de trinta dias contados da intimação deste julgado, e a comprovação do pagamento deverá serpromovida no prazo de dez dias após a implantação.

Condeno o INSS ao pagamento das parcelas vencidas, acrescidas de correção monetária e de juros de mora, observada –ressalvado o entendimento pessoal deste magistrado – a disciplina prevista no art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redaçãoconferida pela Lei 11.960/2009.

Deverá o INSS informar a este Juízo os valores a serem requisitados por RPV, no prazo de 30 (trinta) dias, contados apartir do trânsito em julgado da presente decisão. Quanto a não liquidez desta decisão, ressalto o fato de que o INSS possuimaiores condições de elaborar os cálculos dos valores em atraso e que tal posicionamento coaduna-se com as disposiçõesdos Enunciados nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo. Após a apuração administrativa dos valores em comento,proceda-se, sendo o caso, à expedição de “Requisitório de Pequeno Valor”.

Sem condenação a custas processuais e a honorários de advogado (art. 55 da Lei 9.099/95).

É o voto.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

RECURSO DE SENTENÇA N.º 0001280-44.2010.4.02.5050/01RECORRENTE: LUCILDA MARTINS DIASRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRARELATOR DESIGNADO PARA ACÓRDÃO: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JUNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – FUNÇÃO DE AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS –INCAPACIDADE TEMPORÁRIA CONFIGURADA – ANÁLISE DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA – CONDIÇÕESPESSOAIS DA PARTE (IDADE AVANÇADA) – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,

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no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

178 - 0000961-67.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000961-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOANA POSSA FELIPE(ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).Processo nº 0000961-67.2010.4.02.5053/01

Recorrente : JOANA POSSA FELIPERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –LAUDO PERICIAL DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, além do câncer no colodo útero, sofre de transtornos mentais, conforme fls. 14/15, doença incompatível com sua profissão de ajudante de cozinha,devido ao manuseio de instrumentos cortantes. Alega, ainda, que deveria ser realizada nova perícia por médico especialistaem psiquiatria. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente opedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 34/36), a recorrente (60 anos) foi examinada e diagnosticada comadenocarcinoma de colo uterino que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de ajudante de cozinha (respostaao quesito nº 6 - fl. 36). Ao ser perquirido sobre outras considerações pertinentes ao caso, asseverou o perito que a autoraapresentou-se ao exame pericial em bom estado geral, lúcida, orientada, deambulando normalmente, com cicatrizabdominal supra púbica referente à cirurgia para retirada do adenocarcinoma, efetuada em 29.10.2009.Os documentos coligidos à inicial, de fls. 14/15, atestam que a recorrente, nos anos de 2007 e 2009, apresentou asdoenças CID 10 – F31 (transtorno afetivo bipolar) e CID 10 – F33 (Transtorno afetivo recorrente), respectivamente.Entretanto, não há elementos de prova nos autos que comprovem que a recorrente venha se submetendo a tratamentomedicamentoso regular desde o ano de 2005, conforme alegado, e que tal medida acautelatória revelou-se ineficaz.Ademais, a parte recorrente teve a oportunidade de impugnar o laudo médico pericial no momento oportuno, providência daqual não se desincumbiu.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a realização de nova perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação queregulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização deperícias.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não tem o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

179 - 0002805-61.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002805-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIAS PEREIRA DA SILVA(ADVOGADO: GERALDO BENICIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNOMIRANDA COSTA.).Processo nº 0002805-61.2010.4.02.5050/01Recorrente : ELIAS PEREIRA DA SILVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSENTE INCAPACIDADE LABORAL -RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que houve cerceamento dedefesa pelo indeferimento da realização de nova perícia e que há documentos particulares hábeis para comprovar a suaincapacidade laborativa. Alega, ainda, que fez jus ao benefício de auxílio-doença por seis anos ininterruptos e que não seencontra capaz de participar no meio social e no trabalho. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida peloJuízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 26/27), o recorrente (41 anos) queixou-se de dor lombar e cervical dos joelhoscom condropatia patelar e espondilopatia incipiente que, no entanto, não o incapacita para o ofício habitual de trabalhadorde bloco, com escoramento e amarração de carga em navio (resposta ao quesito nº 9 - fl. 26). Ao ser perquirido sobre apossibilidade de agravamento da doença caso a recorrente continue exercendo tal atividade, esclareceu o perito que talrisco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fl. 27). A par disso, consignou que ao exame físico a amplitude demovimento dos joelhos estava inalterada sem derrame articular, mas com crepitação patelar a direita e teste de laseguenegativo (resposta ao quesito nº 02 – fl. 26). Tais dados foram obtidos no exame clínico realizado, além de exame de RNMda coluna lombar e cervical.Tal parecer está em sintonia com a perícia médica administrativa e com os laudos de ressonância magnética da colunacervical e lombar (fls. 12 e 13).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Descabida a alegação de cerceamento de defesa na hipótese. A realização de nova perícia só tem cabimento quando amatéria não parecer suficientemente esclarecida ao juiz (CPC, art. 437) ou quando houver nulidade. Esta não é a hipótesedos autos, contudo.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

180 - 0007046-15.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007046-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GUILHERME PINTO DESOUZA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº 0007046-15.2009.4.02.5050/01

Recorrente : GUILHERME PINTO DE SOUZARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TEM O CONDÃO DE ALTERARA CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que o laudo pericial foiomisso, abstrato e contraditório;que deveria ser realizada nova perícia judicial por médico especialista em ortopedia e quenão foram levadas em conta na análise do pedido as condições pessoais do recorrente. Alega, ainda, que há nos autosdocumentos particulares que atestam sua incapacidade. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida peloJuízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fl. 46), o recorrente (40 anos) foi diagnosticado com protusão discal que, noentanto, não o incapacita para o ofício habitual de serralheiro (resposta ao quesito nº 11 - fl. 46). Ao ser perquirido sobre apossibilidade de agravamento da doença caso a recorrente continue exercendo tal atividade, esclareceu o perito que talrisco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fl. 46).Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

181 - 0005526-54.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005526-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALLEX SANDER MANSO

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ROCHA (ADVOGADO: DALVA MARIA DE ANDRADE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº 0005526-54.2008.4.02.5050/01Recorrente : ALLEX SANDER MANSO ROCHARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– INEXISTEM NOS AUTOS ELEMENTOS QUEEVIDENCIEM QUE À DATA DA CESSAÇÃO ADMINISTRATIVA O RECORRENTE ENCONTRAVA-SE INCAPAZ–DIBMANTIDA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou parcialmenteprocedente o pedido para condenar o INSS a conceder o benefício de auxílio-doença, com DIB em 18.03.2009. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que a sentença merece ser anulada para que seja nomeado novo perito judicial, a fimde esclarecer as dúvidas suscitadas no primeiro laudo pericial. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, anulando-se a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.A controvérsia nos presentes autos cinge-se à aferição da data de início do benefício.Na primeira análise pericial do Juízo (fls. 41/42) a parte recorrente (40 anos) foi examinada e diagnosticada com vírus dahepatite C, patologia adquirida que não a incapacita para a atividade habitual de vigilante (resposta ao quesito nº 09).Asseverou o jusperito que o recorrente apresenta quadro depressivo associado à doença de base, razão pela qual foideterminada nova perícia por especialista em psiquiatria.Na segunda análise pericial do Juízo (fls. 54/58), não foi diagnosticada nenhuma doença psiquiátrica. Por existir divergênciaentre a conclusão desse expert e o teor do prontuário de fls. 66/123 foi designada nova perícia médica.Na terceira análise pericial do Juízo (fls. 150/152), o recorrente foi diagnosticado com transtornos de adaptação que oincapacitam para o exercício de sua atividade habitual, de forma temporária (resposta ao quesito nº 14 – fl. 152). Ao serquestionado sobre a data de início da incapacidade, em quesito de nº 12, estabeleceu o perito que a incapacidadeinstalou-se há pelo menos 12 meses.Inexistem nos autos elementos de prova que evidenciem que à data da cessação administrativa do benefício (23.05.2008 –fl.28) o recorrente tenha permanecido incapaz para o exercício de sua atividade laborativa. Correta, portanto, a fixação daDIB em 18.03.2009.Desnecessária a realização de nova perícia médica. A matéria encontra-se suficientemente esclarecida.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

182 - 0001518-97.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001518-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x LINDAURA GIL DESOUZA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x OS MESMOS.PROCESSO nº 2009.50.50.001518-0/01

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS e LINDAURA GIL DE SOUZARECORRIDO : OS MESMOSE M E N T ARECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –APLICABILIDADE IMEDIATA DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/97- - RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO – RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença que julgou procedente a pretensão deduzida na inicial, paracondenar o INSS a pagar os proventos de auxílio-doença desde a data da cessação do pagamento administrativo até17.05.2009, assim como converter o auxílio-doença em aposentadoria por invalidez com DIB em 18.05.2009.

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O INSS (primeiro recorrente), em suas razões recursais, sustenta que ao contrário da TNU, o STJ tem entendimento nosentido de que fatores como idade e escolaridade não devem ser tomados em consideração pelo magistrado.Em que pese o argumento declinado pela Autarquia Previdenciária, tenho que não lhe assiste razão. Com efeito, fortecorrente jurisprudencial encampada pelo Superior Tribunal de Justiça, tem entendido que para a concessão do benefícioque ora se pleiteia devem ser considerados outros aspectos relevantes, tais como idade, condição socioeconômica,profissional e cultural do segurado. (Precedente: STJ, AgRg bo Ag 1011387/MG, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho,Quinta Turma, julgado em 23.04.2009, DJ 25.05.2009).O autor (segundo recorrente), de sua parte, alega que os índices oficiais de remuneração básica e juros de caderneta depoupança não têm incidência em processos iniciados antes da edição do novel art. 1º-F da Lei 9.494/97.A Turma Recursal desta Seção Judiciária recentemente editou o Enunciado nº 54: “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicaçãoimediata na parte em que modificou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se osíndices oficiais da caderneta de poupança para efeito de correção monetária e de juros de mora nas condenações impostasà Fazenda Pública” (Diário Eletrônico da JF da 2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)”.Essa orientação não se afasta dos precedentes do STF, porquanto matéria de ordem processual é de incidência imediata,alcançando os processos pendentes (STF, RE n. 559445, Rel. Min. ELLEN GRACIE, T2, julg. 26/05/2009, DJe-10/06/2009).Não merece reparo a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos seus próprios fundamentos (art. 46da Lei 9.099/95).Conheço de ambos os recursos e a eles nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, § 3º, do CPC. Isenta a autora da condenação em honorários advocatícios, tendo em vista odeferimento da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DE AMBOS OS RECURSOS E A ELES NEGARPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

183 - 0004716-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004716-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x JOSE DE ALCANTARA XAVIER(ADVOGADO: NERI JOHNSON FIRMINO CORREA.).Processo nº. 0004716-45.2009.4.02.5050/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : JOSÉ DE ALCANTARA XAVIER

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– DIB CONTROVERTIDA - RECURSO CONHECIDO E,NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face de sentença que julgou parcialmente procedentea pretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que ao fixar a DIB o juízo aquo se baseou em laudo médico particular para concluir que a incapacidade subsistia ao tempo da cessação administrativado benefício, ferindo assim a presunção de legitimidade e veracidade do ato administrativo que cessou o benefício. Dessaforma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, para que a DIB seja fixada na data de juntada dolaudo pericial.A controvérsia gira em torno da fixação da DIB.Os Tribunais não têm apresentado grande uniformidade quanto ao termo inicial dos benefícios decorrentes deincapacidade. O STJ já firmou o entendimento no sentido de que o termo inicial, quando não há requerimento na viaadministrativa, é o da apresentação do laudo pericial em juízo (STJ, AgRg no REsp 1023312/SP, Rel. Min. HamiltonCarvalhido, Sexta Turma, DJE 01.09.2008).Nesta mesma linha, a jurisprudência dominante entende que o benefício é devido a partir da data da juntada do laudomédico pericial se apenas nesse momento for constata a incapacidade laborativa do autor ou se não houver ademonstração técnica de que existia incapacidade na data do requerimento administrativo.Ocorre que há nos autos documentos que permitem a ilação de que em 29.01.2009 o recorrido encontrava-se, de fato,incapaz (fl. 11). Logo, irretorquível a fixação da DIB.Importante frisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão da períciamédica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atos administrativos,mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas e exames realizados pelaparte requerente”(Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2, Primeira Turma Especializada,E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Page 162: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA ... - Espírito Santo · o benefício de amparo social à pessoa com deficiência. O laudo pericial diagnosticou espondilodiscoartrose, doença que

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

184 - 0003943-97.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003943-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x JORGE ANCELMO OLIVEIRA MATOS (ADVOGADO:WATT JANES BARBOSA.).Processo nº 0003943-97.2009.4.02.5050/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JORGE ANCELMO OLIVEIRA MATOS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA –MERA CONSTATAÇÃO DE VÍNCULO LABORALNÃO MILITA EM DESFAVOR DO RECORRIDO – AUTORIZADO O DESCONTO DE EVENTUAIS VALORESPERCEBIDOS A TÍTULO DE SALÁRIO NO PERÍODO -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTEPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão de restabelecimento do auxílio-doença, com efeitos financeiros retroativos à data de cessação do pagamento.Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a despeito de o laudo pericial ter afirmado a permanência do estadode incapacidade, a certidão extraída do CNIS revela que o autor foi admitido em novo emprego (BAC Seguros, Previdênciae Capitalização, Ltda) antes da cessação do benefício anterior. Alega que é lícito presumir que o autor tenha sido submetidoa exame médico admissional que lhe atestou a aptidão física. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferidapelo Juízo “a quo”, julgando-se improcedente o pedido autoral. Subsidiariamente, requer sejam excluídos dos atrasados osvalores percebidos a título de salário no período.O recorrido teve prorrogado o benefício de auxílio-doença até 09.06.2008 (fl. 09). Em 01.06.2008, três dias antes do términodo benefício, teve seu vínculo laboral restabelecido com a empresa BAC Seguros, Previdência e Capitalização, Ltda, para aqual presta serviços desde 01.08.1978 (CNIS à fl. 74;CTPS à fl. 77).A mera constatação de vínculo laboral na proximidade do término do benefício previdenciário, por si só, não milita emdesfavor do recorrido. Obviamente este, se coagido a trabalhar, sob pena de indigência, irá exercer alguma atividade, masisso não é argumento aceitável para excluir-se sua pretensão.Entretanto, autorizo o desconto no valor do benefício de eventuais valores comprovadamente percebidos a título de salárioantes da cessação administrativa do benefício.Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, em atenção ao disposto no art. 21 do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

185 - 0005965-31.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005965-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOELMA VIEIRA GRAÇA(ADVOGADO: CATARINE MULINARI NICO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:

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BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº 0005965-31.2009.4.02.5050/01

Recorrente : JOELMA VIEIRA GRAÇARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM O CONDÃO DEALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que possui câncer na mamaesquerda, doença incapacitante para o trabalho de vendedora de loja de sapatos, atividade laborativa que demandaesforços físicos. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente opedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Na análise pericial do Juízo (fls. 35/37), a recorrente (63 anos) foi diagnosticada com câncer na mama esquerda operado,doença não incapacitante para o ofício habitual de vendedora de loja de sapato (resposta ao quesito nº 14 - fl. 36). Ao serquestionado sobre a possibilidade de agravamento da doença caso a recorrente continue exercendo tal atividade,esclareceu o perito que tal risco é inexistente (resposta ao quesito nº 10 – fl. 36). Ressaltou, também, que já se passarammais de dez anos da terapêutica instituída para o tratamento da recorrente (cirurgia, quimioterapia e radioterapia), temposuficiente para cessarem os seus efeitos. A par disso, não foram apresentados exames atualizados da recorrente querevelassem incapacidade laborativa.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

186 - 0000566-84.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000566-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FABIO SANTOS CRUZ(ADVOGADO: RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº 0006928-39.2009.4.02.5050/01

Recorrente : MARIA BENVINDA CORTES DE SOUSARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA– AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL–CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA NÃO TÊM O CONDÃO DE

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ALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA- RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que possui transtornosfóbicos-ansiosos, doenças incapacitantes para sua atividade laboral de vendedora. Alega, ainda, que o juiz se baseouapenas no laudo pericial, sendo este extremamente objetivo e superficial. Aduz que o magistrado não considerou arepercussão social da patologia, bem como suas condições pessoais. Dessa forma, requer seja reformada a sentençaproferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 64/66), a recorrente (44 anos) foi diagnosticada com transtorno ansioso edepressivo que, no entanto, não a incapacita para o ofício habitual de vendedora (resposta ao quesito nº 9- fl. 65).É indispensável recordar que a doença, por si só, não garante o benefício – o evento deflagrador é a incapacidade.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Importa salientar que, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

187 - 0004316-31.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004316-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOAO DE ALMEIDASANTOS (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTELMIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº 0004316-31.2009.4.02.5050/01Recorrente : JOÃO DE ALMEIDA SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO DOENÇA – APRESENTADA JUSTIFICATIVA PELO NÃOCOMPARECIMENTO À PERÍCIA RECURSO CONHECIDO – SENTENÇA ANULADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto o processosem resolução do mérito em razão de a parte não ter comparecido à perícia médica designada para o dia 27.11.2009 ou terapresentado qualquer justificativa. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que três dias após a data derealização da perícia protocolizou justificativa pelo não comparecimento. Dessa forma, requer seja conhecido e provido opresente recurso, para que seja designada nova data para a realização da perícia médica judicial.Assiste razão ao recorrente. Há petição nos autos, apresentada em 30.11.2009, comprovando que à data da perícia médicadeu entrada no pronto atendimento do posto de saúde da Prefeitura Municipal de Cariacica, referindo dor lombar.

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Sendo assim, em homenagem aos princípios orientadores dos Juizados Especiais Federais (art. 2º da Lei 9.099/95),conheço do recurso para ANULAR a sentença proferida pelo Juízo “a quo”, a fim de que seja designada nova data para arealização da perícia médica judicial.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo ANULAR A SENTENÇA, na forma da ementa constante dos autos,que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

188 - 0003882-42.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003882-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x JOSUE PEREIRA DA SILVA (DEF.PUB:RICARDO FIGUEIREDO GIORI.).Processo nº. 2009.50.50.003882-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOSUE PEREIRA DA SILVA

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ– INCAPACIDADE LABORALVERIFICADA - CONDIÇÕES PESSOAIS DEVEM SE OBSERVADAS EM COMPLEMENTAÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, o autor carecedo requisito de incapacidade. Alega que a mera existência de patologia não implica em incapacidade laborativa, e que aconclusão do perito da Autarquia, assim como da perícia judicial deve prevalecer. Dessa forma, requer seja reformada asentença proferida pelo “juízo a quo”, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.2.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3.Cumpridos os requisitos de carência e qualidade de segurada, a controvérsia está adstrita à incapacidade laboral.4.Na análise pericial do Juízo (fls. 29-31), a parte recorrente foi examinada e diagnosticada com hérnia de disco lombar,patologia adquirida que não a incapacita para o exercício do seu ofício habitual de motorista de ônibus (resposta ao quesitonº 14 – fl. 30). Ao ser questionado, em quesito complementar, sobre a possibilidade de agravamento da doença caso orecorrido necessite permanecer por longo período sentado, asseverou o jusperito que pode ocorrer uma nova crise álgica(fl. 46).5. O magistrado prolator da sentença, considerando que a posição sentada causa dor e que a profissão de motorista deônibus somente pode ser exercida nesta posição, constatou que o recorrido, em verdade, encontra-se incapaz de exercertal ofício.6. Irretorquível tal entendimento. Com efeito, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção comoutros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436).8.A incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam aConstituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e,igualmente, sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).10. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.11. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.12. Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Bruno DutraJuiz Federal Relator

189 - 0003586-20.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003586-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x GENELICE TIBURCIO DOSSANTOS DE OLIVEIRA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).Processo nº 2009.50.50.003586-5/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : GENELICE TIBURCIO DOS SANTOS OLIVEIRA

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA -CONVERSÃO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ- INCAPACIDADE LABORAL CONSTATADA - IMPOSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO – RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão de concessão de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que, no caso, a recorrida deve submeter-se à reabilitação profissional por estar apta para arealização de outras atividades compatíveis com a limitação funcional que apresenta. Alega, ainda, que devem serdescontados os períodos em que já foi concedido o benefício de auxílio-doença. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o presente recurso, julgando-se improcedente a pretensão de concessão de aposentadoria por invalidez.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por Invalidez, conforme se depreende do art. 42 daaludida Lei, será devida ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, a carência exigida, estando ou não em gozode auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta asubsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Cumpridos os requisitos de carência e qualidade de segurada, a controvérsia está adstrita à incapacidade laboral, separcial ou total, e à fixação da data de início do benefício (DIB).4. Na análise pericial do Juízo (fls. 37/38), a recorrente (60 anos) foi examinada e diagnosticada com Espondilose lombar(resposta ao quesito nº. 1- fl. 37), patologia de ordem degenerativa que a incapacita em definitivo para o exercício de suasatividades habituais de agente de saúde (resposta aos quesitos de nºs 8, 9 e 14 – fl. 37). Ao ser questionado sobre quaisseriam as limitações para a atividade habitual da recorrente, em quesito de nº 11, asseverou o perito que esta apresentarestrições para longos períodos em pé e para descer e subir escadas repetidas vezes em períodos curtos de tempo, alémde restrição para carregar peso, sob risco de agravamento de sua condição. Consignou, entretanto, que a recorrentepoderia exercer outra função, pois possui experiência como caixa e balconista.5. Em que pese o exercício pretérito das funções de caixa e balconista e a possibilidade em abstrato de reabilitaçãoprofissional, o magistrado prolator da sentença aquilatou que a reabilitação profissional não deve ser aferida exclusivamentesob o prisma clínico e físico. Segundo ele “as condições pessoais do segurado, tais como idade, grau de instrução ehistórico de atividades, também são relevantes para efeito de definir a real possibilidade de reingresso no mercado detrabalho. Tendo a autora completado 59 anos de idade e considerando as múltiplas limitações funcionais que a acometem(não pode permanecer em pé durante longos períodos, nem subir e descer escadas continuamente, nem carregar peso), éimprovável a recolocação profissional em qualquer atividade profissional.”6. Irretorquível tal entendimento. Com efeito, forte corrente jurisprudencial encampada pelo STJ, tem entendido que para aconcessão de aposentadoria por invalidez devem ser considerados outros aspectos relevantes, além dos elencados no art.42 da Lei 8.213/91, tais como, a idade, a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado. (Precedente: STJ,AgRg no Ag 1011387/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, julgado em 23.04.2009, DJE 25.05.2009)7. Ademais, a incapacidade para o trabalho é requisito que deve ser analisado à luz dos princípios basilares que norteiam aConstituição da República, como o da dignidade da pessoa humana, da justiça social e da redução das desigualdades, e,igualmente, sob a ótica da proteção ao direito fundamental à saúde (CF, art. 6º).8. No que diz respeito à DIB dos benefícios, igualmente isenta de reparos a sentença. O auxílio-doença deve ser convertidoem aposentadoria por invalidez a partir da data do exame pericial que revelou os subsídios caracterizadores dainsuscetibilidade da reabilitação profissional. Correto, portanto, o restabelecimento do auxílio-doença com efeitosfinanceiros à data da indevida cessação administrativa e sua conversão em aposentadoria por invalidez a partir de05.08.2009.9. Autorizado o desconto de eventuais valores percebidos a título de auxílio-doença no período, a fim de evitar-se opagamento em duplicidade.10. Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.11. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento.12. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca (CPC, art.21).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Acolher os embargosTotal 2 : Anular a sentença e julgar prejudicado o recursoTotal 2 : Dar parcial provimentoTotal 15 : Dar provimentoTotal 19 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 2 : Dar provimento ao rec. do réu e negar o do autorTotal 1 : Negar provimentoTotal 148 :