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EDITORIAL Informativo Semanal Páginas 01 e 02 EDITORIAL FIQUE SABENDO É cinismo e mentira afirmar que o Novo Código Florestal aumentará e desmatamento e anistiou infratores Páginas 02 e 03 PEQUENAS NOTAS AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO Informativo Semanal 18 anos O milho está chegando no Ceará ESPAÇO DO AGROPACTO Resumo da reunião do dia 23/10/2012 Páginas 05 e 06 Página 04 É cinismo e mentira afirmar que o novo Código Florestal aumentará o desmatamento e anistiou infratores (*) EVENTOS Página 02 Ano 18 - Nº 681 - 24 a 30/10/2012 PIB do agronegócio cai 1,77% até julho, diz CNA Produção de leite em pó: alta na Oceania, queda na Europa O filósofo Arthur Schopenhauer, em sua “Dialética Erística”, demonstrou que é possível vencer uma discussão mesmo sem ter razão. Para tanto, alinhavou uma série de estratagemas que partem do pressuposto que “ter razão” não é o mesmo que “estar com a verdade”. Ter razão, segundo ele, é triunfar perante a plateia, iludindo-a e confundindo o adversário. A verdade, nesses termos, é um detalhe a ser evitado. É desse pragmatismo, aético e predador, que se nutrem aqueles que atacam o novo Código Florestal e os produtores de alimentos. Há anos, certa corrente ambientalista busca desconstruir a imagem de quem produz, ensejando torná-lo o vilão do País. Ignora os benefícios econômicos e sociais que a produção rural tem trazido ao Brasil, os anos de superávits da balança comercial e que, em quatro décadas, o gasto do brasileiro com alimentos foi reduzido de 48% para 13%. São fatos, não opiniões. Insistir em condenar o novo Código Florestal, sustentando as mesmas afirmações, já exaustivamente, refutadas em todos os fóruns nos quais o tema foi abordado, é a estratégia recorrente. É simples – e ocupa pouco espaço – afirmar que o novo Código “é um texto que nasceu ruim e só tem piorado”. Ou ainda: as mudanças que traz foram “feitas por ruralistas”. E, por fim: “ganhou quem desmata e perdeu a sociedade”. Não é preciso provar nada. Basta erguer a bandeira sagrada da defesa da Natureza e afirmar que o Código aumentará o desmatamento e anistiou infratores. Duas mentiras, ditas com o maior cinismo. Em recente artigo, a ex-senadora Marina Silva, que vocaliza esse lobby, exibiu a plenos pulmões a força de sua erística. Mesmo que o Código Florestal tenha sido debatido, emendado e aprovado por ampla maioria no Congresso Nacional, em certos momentos por unanimidade, insiste que é uma obra dos “ruralistas”. O termo “ruralista” é por ela submetido a tal estigma que sua simples enunciação já traz um conteúdo moral condenatório. Ruralistas são os que vivem no meio rural – e é de lá que vem o alimento indispensável ao ser humano. Combatê-los por esse “mal” de origem é levar o preconceito a um grau irracional. O novo Código Florestal substitui o de 1965 e uma colcha de retalhos de medidas provisórias, decretos, portarias e regulamentos, impostos, durante anos, sem qualquer debate público, por burocratas do Ministério do Meio Ambiente. Nunca havia sido votado pelo Congresso Nacional. Novamente, são fatos, não opiniões. Por isso, considero que os dois maiores ganhos do novo Código Florestal não são de ordem técnica. O primeiro - e mais importante - é a segurança jurídica para os produtores. O segundo é acabar com a hegemonia das ONGs ambientalistas sobre o tema do meio ambiente. Nunca mais a sociedade e seus representantes no Congresso Nacional serão excluídos deste debate. O Brasil é o único país do mundo que produz o seu alimento em menos de um terço do território – 27%. É, também, o único a manter intocados nada menos que 61% dos seus biomas. E os produtores rurais, em nenhum momento, postularam a redução dessa área de vegetação nativa. É bom lembrar que o termo “reserva legal” só existe na legislação brasileira. O mesmo se dá com as áreas de preservação permanente (APPs), que também não existem nos países que nos pressionam a tê-las. A propósito, não apenas defendemos como propusemos, na recente Rio + 20 e em outros fóruns multilaterais, que as APPs sejam adotadas em todo o O novo Código Florestal substitui o de 1965 e uma colcha de retalhos de medidas provisórias, decretos, portarias e regulamentos, impostos, durante anos, sem qualquer debate público, por burocratas do Ministério do Meio Ambiente. Nunca havia sido votado pelo Congresso Nacional. NOTÍCIA DA CNA CNA vai participar da regulamentação do novo Código Florestal Página 04

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As principais notícias do agronegócio brasileiro, calendário de eventos e muito mais.

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EDITORIAL

Informativo Semanal

Páginas 01 e 02

EDITORIAL FIQUE SABENDO É cinismo e mentira afirmar que o NovoCódigo Florestal aumentará e desmatamentoe anistiou infratores

Páginas 02 e 03PEQUENAS NOTAS

AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO

Informativo Semanal18 anos

O milho está chegando no Ceará

ESPAÇO DO AGROPACTO

Resumo da reunião do dia 23/10/2012

Páginas 05 e 06Página 04

É cinismo e mentira afirmar que o novo Código Florestalaumentará o desmatamento e anistiou infratores (*)

EVENTOSPágina 02

Ano 18 - Nº 681 - 24 a 30/10/2012

PIB do agronegócio cai 1,77% até julho,diz CNA

Produção de leite em pó: alta na Oceania,queda na Europa

O filósofo Arthur Schopenhauer, em sua “DialéticaErística”, demonstrou que é possível vencer umadiscussão mesmo sem ter razão.

Para tanto, alinhavou uma série de estratagemas quepartem do pressuposto que “ter razão” não é o mesmoque “estar com a verdade”. Ter razão, segundo ele, étriunfar perante a plateia, iludindo-a e confundindo oadversário.

A verdade, nesses termos, é um detalhe a serevitado. É desse pragmatismo, aético e predador,que se nutrem aqueles que atacam o novo CódigoFlorestal e os produtores de alimentos.

Há anos, certa corrente ambientalista buscadesconstruir a imagem de quem produz,ensejando torná-lo o vilão do País. Ignora osbenefícios econômicos e sociais que a produçãorural tem trazido ao Brasil, os anos de superávitsda balança comercial e que, em quatro décadas,o gasto do brasileiro com alimentos foi reduzidode 48% para 13%.

São fatos, não opiniões.Insistir em condenar o novo Código Florestal,

sustentando as mesmas af irmações, jáexaustivamente, refutadas em todos os fórunsnos quais o tema foi abordado, é a estratégiarecorrente. É simples – e ocupa pouco espaço –afirmar que o novo Código “é um texto que nasceuruim e só tem piorado”. Ou ainda: as mudançasque traz foram “feitas por ruralistas”. E, por fim:“ganhou quem desmata e perdeu a sociedade”.

Não é preciso provar nada. Basta erguer abandeira sagrada da defesa da Natureza e afirmarque o Código aumentará o desmatamento eanistiou infratores. Duas mentiras, ditas com omaior cinismo.

Em recente artigo, a ex-senadora Marina Silva, quevocaliza esse lobby, exibiu a plenos pulmões a força desua erística. Mesmo que o Código Florestal tenha sidodebatido, emendado e aprovado por ampla maioria noCongresso Nacional, em certos momentos porunanimidade, insiste que é uma obra dos “ruralistas”.

O termo “ruralista” é por ela submetido a tal estigmaque sua simples enunciação já traz um conteúdo moralcondenatório. Ruralistas são os que vivem no meio rural– e é de lá que vem o alimento indispensável ao serhumano. Combatê-los por esse “mal” de origem é levaro preconceito a um grau irracional.

O novo Código Florestal substitui o de 1965 e umacolcha de retalhos de medidas provisórias, decretos,portarias e regulamentos, impostos, durante anos, sem

qualquer debate público, por burocratas doMinistério do Meio Ambiente. Nunca haviasido votado pelo Congresso Nacional.

Novamente, são fatos, não opiniões.Por isso, considero que os dois maiores

ganhos do novo Código Florestal não sãode ordem técnica. O primeiro - e maisimportante - é a segurança jurídica paraos produtores. O segundo é acabar com ahegemonia das ONGs ambientalistassobre o tema do meio ambiente. Nuncamais a sociedade e seus representantesno Congresso Nacional serão excluídosdeste debate.

O Brasil é o único país do mundo queproduz o seu alimento em menos de umterço do território – 27%. É, também, oúnico a manter intocados nada menosque 61% dos seus biomas. E osprodutores rurais, em nenhum momento,postularam a redução dessa área devegetação nativa.

É bom lembrar que o termo “reservalegal” só existe na legislação brasileira.O mesmo se dá com as áreas depreservação permanente (APPs), que

também não existem nos países que nos pressionama tê-las.

A propósito, não apenas defendemos comopropusemos, na recente Rio + 20 e em outros fórunsmultilaterais, que as APPs sejam adotadas em todo o

O novo CódigoFlorestal substituio de 1965 e uma

colcha de retalhosde medidasprovisórias,decretos,

portarias eregulamentos,

impostos,durante anos,sem qualquer

debate público,por burocratas do

Ministério doMeio Ambiente.Nunca havia sido

votado peloCongressoNacional.

NOTÍCIA DA CNACNA vai participar da regulamentação donovo Código Florestal

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CONSULTAPara maiores esclarecimentos sobre as infor-mações aqui divulgadas, favor comunicar-secom a SECRETARIA EXECUTIVA DO PAC-TO DE COOPERAÇÃO DA AGROPECUÁRIACEARENSE.Endereço: Rua Edite Braga, 50 -Jardim América - 60.410-436 Fortaleza - CETelefones: (0xx85) 3535-8006 Fax: (0xx85) 3535-8001E-mail: [email protected]: www.agropacto-ce.org.br

Órgão de divulgação de assuntos deinteresse do Setor Agropecuário e do Pactode Cooperação da Agropecuária Cearense.

Coordenação e Elaboração: GerardoAngelim de Abuquerque - Chefe de Gabineteda FAECCoordenador Geral do Agropacto:FLÁVIO VIRIATO DE SABOYA NETO(Presidente da FAEC) Membros do Comitê Consultivo: Setor PúblicoEvandro Vasconcelos Holanda Júnior - EmbrapaCaprinos e OvinosJoão Hélio Torres D'Ávila - UFCJosé Alves Teixeira - BNBLucas Antonio de Sousa Leite - EmbrapaAgroindustria TropicalPaulo Almicar Proença Sucupira - BBRaimundo Reginaldo Braga Lobo - ADECE

Setor PrivadoAlderito Raimundo de Oliveira - CS da CajuculturaÁlvaro Carneiro Júnior - CS de LeiteCristiano Peixoto Maia - CS do CamarãoEdgar Gadelha Pereira Filho - CS da CarnaúbaEuvaldo Bringel Olinda - Instituto FrutalJoão Teixeira Júnior - CS da Fruticultura e UNIVALEPaulo Roque Selbach - CS. FloresVinícius Araújo de Carvalho - CS do MelCarlos Prado - Itaueira AgropecuáriaFrancisco Férrer Bezerra - FIECJoão Nicédio Alves Nogueira - OCB/CELuiz Prata Girão - BETÂNIAPaulo Jorge Mendes Leitão - SEBRAE-CE

Secretária:Teresa Lenice Nogueira da Gama MotaKamylla Costa De Andrade Editoração Digital:Brunno CarvalhoHelena Monte LimaTaquigrafia:Irlana GurgelPatrocínio:BANCO DO BRASIL S/ABANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/ASEBRAE/CE

Nº 681

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PRODUTOR RURAL: Pague a Contribuição Sindical Rural em benefício da

manutenção do Sistema Sindical Rural

18 anos

Eventos

mundo. Por que só aqui os rios devem ser defendidos se a questão daágua é mundial?

A erística, claro, aconselha os ambientalistas a evitar essa questão,substituindo-a por adjetivações inflamadas.

A FAO tem afirmado, reiteradas vezes, que o mundo precisa aumentarem 40% a produção de alimentos e que o Brasil é um dos países maisqualificados a dar essa contribuição. Se depender do fundamentalismoambiental que se estabeleceu em torno do novo Código Florestal - quecontinua sendo o mais rigoroso do mundo -não poderá fazê-lo.

É um fato, não opinião.(*) Senadora Katia Abreu, Presidente da Confederação da

Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA

Fique Sabendo

Segundo dados do Departamentode Agricultura dos Estados Unidos(USDA), na Oceania os preços do leiteem pó estão firmes. O produto estácotado em US$3.300,00 por tonelada,1,9% mais que na quinzena anterior.Em relação à segunda quinzena de2011, os preços estão 3,6% menores.

A produção de leite está em seupico ou próxima a ele no continente,o que faz com que a produção de leiteem pó também esteja.

As perspectivas são que aprodução de leite em pó seja maiorque ano passado. Entretanto, o leiteestá com níveis de gordura inferioresaos usuais, prejudicando o rendimentonão somente na produção de leite empó, mas também de manteiga equeijos.

Na Europa os preços do leite empó estão caindo ligeiramente,refletindo declínio da demanda.Flutuações cambiais estão impactandonegativamente as exportações.

A tonelada do produto está cotadaem US$3.812,50, 1,3% menos que naquinzena anterior. Em relação aospreços praticados há um ano, oproduto está 4,7% mais barato.

A produção de leite está emdeclínio na Europa, fazendo com quea produção de leite em pó tambémesteja diminuindo.

Evento: Curso – Técnicas Sustentáveis de Produção de TomateData: 01.11.2012Local: Cravinhos – SPContatos: Site: http://agroevento.com/agenda/curso-tecnicas-sustentaveis-producao-tomate/

Evento: Agrinorte 2012 – Feira de Agricultura da Zona NorteData: 07 a 09.11. 2012Local: Centro de Convenções de Sobral – CEContatos: Telefones: (88) 3611-6359 / 3611-5835 / 3112-8144

Evento: Simpósio Internacional de Águas Residuárias naAgriculturaData: 08 e 09.11.2012Local: Anfiteatro “Paulo Rodolfo Leopoldo”, na FazendaExperimental Lageado, em Botucatu/SPContatos: E-mail: [email protected] e telefones (14)9141-9852 / (14) 8149-4384

Produção de leite em pó: alta naOceania, queda na Europa

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Fique SabendoO milho está chegando no Ceará

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No último dia 21 de outubrocarretas partiram do município deLucas do Rio Verde, no Mato Grosso.Outras três deixaram Jataí, emGoiás. Cada uma transportando emmédia cerca de 40 toneladas demilho grãos. A carga é esperadacom ansiedade por pecuaristascearenses. Se nada atrapalhar, osveículos devem chegar ao Cearáapós cinco dias de viagem.

Nas carrocerias está o queamenizará a fome do rebanho doEstado – bovinos, ovinos, caprinose outras criações. Os animais estãobaqueados pela estiagem severadeste ano no semiárido brasileiro. Epassaram mesmo fome. O milho nãochega regularmente aos armazénse postos de venda da CompanhiaNacional de Abastecimento (Conab)no Interior do Ceará desde o iníciodeste segundo semestre de 2012. Odrama tem sido o mesmo em todo oNordeste.

Pela Conab, o pecuarista pagaráR$ 18,12 (de 1 kg a 3 toneladas),R$ 21,00 (de 3 a 7 toneladas) ou R$

Começa a desembarcar no Ceará, aos poucos, o milho para repor parcialmente o estoque da Conab. Nosúltimos meses, em plena seca, o produto não foi distribuído e o rebanho local já morria de fome

24,60 (de 7 a 14 toneladas), pela sacade 60 kg, dependendo da quantidadeque informe ao órgão para aquisição.No comércio de rua, por causa da seca,a mesma saca de milho tem sidovendida por até R$ 50,00. É o preçocobrado por comerciantes na ZonaNorte, Inhamuns, Sertão Central e ValeJaguaribano.

Antes, a demanda cearense domilho para os rebanhos era de 30 miltoneladas/mês, atendendo a 34.700produtores cadastrados junto ao órgão.Após três meses sem o produto, só naúltima sexta-feira, dia 19, a Conabrealizou leilão público para contratarnova transportadora e despachar omilho para o Ceará.

O superintendente da Conab noCeará, Francisco Agenor Pereira, disseque as transportadoras desistiram dofrete com valor mais barato, comocombinado no contrato, justamentequando houve alta nos valores demercado. Exigiram R$ 30,00 a mais portonelada no custo de transporte.Pegaram o governo desprevenido paraa situação. Além disso, produtores demilho particulares, que vendiam aogoverno suas safras, tambémpreferiram atender ao mercadoexterno. Exportaram principalmentepara os Estados Unidos, que tevequebra de safra este ano.

Somando tudo isso a uma greve decaminhoneiros e mais a implantação dalei que regula o horário de trabalho aosprofissionais motoristas de estrada, o

desabastecimento do milho tornou-se inevitável. E calamitoso.

“A situação com esta seca é, defato, de calamidade. Está muitograve”, admite o superintendente.Segundo ele, alguns criadores jápedem mais milho para compradesde abril. Em época climáticanormal, ainda seria tempo de chover,mas já era estiagem. Ele garanteque no Ceará “o último milho nãochegou há três meses, mas faz uns20 dias. Estava chegando pouco”.

Até ontem, apenas oito carretas(sem contar as 24 citadas no iníciodesta matéria) haviam chegado aunidades da Conab no Ceará: umaem Senador Pompeu, duas emSobral, duas em Brejo Santo e trêsem Maracanaú. A carga despachadatraz inclusive milho comprado antesda licitação da semana passada,que esteve embarreirada por causada polêmica do frete.

Em Brasília, a Conab informaque são 89,3 mil toneladas a enviarpara Nordeste, Centro-Sul e Norte -12 Estados e o Distrito Federal - parao programa de venda em balcão.

Os caminhões com o milho daConab devem chegar em maiorfrequência ao Ceará na próximasemana. Será vendido em 13cidades: Sobral, Russas, Crateús,Maracanaú, Senador Pompeu,Iguatu, Icó, Juazeiro do Norte, Tauá,Brejo Santo, Quixeramobim, Marcoe Lavras da Mangabeira.

O estudo explica que a queda foiinf luenciada pela redução daprodutividade de diversas culturas

PIB do agronegócio cai 1,77% até julho, diz CNA O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio teve queda de 1,77% de janeiro a julho, conforme levantamentoda Confederação Nacional da Agricultura (CNA) feito em parceria com o CEPEA/ESALQ. Segundo a entidade, a

agricultura registrou uma retração de 2,18%, enquanto a pecuária cresceu 2,76%.

e pela seca que atrapalhou odesenvolvimento das lavouras.Entretanto, a alta das cotações deimportantes produtos agrícolas, comosoja, milho, trigo e café, ajudou o PIB anão amargar uma retração ainda maior.

O estudo também mostrou que ofaturamento do setor agropecuário devecrescer 8,7% em 2012 e chegar aos R$357,3 bilhões. O Valor Bruto da Produção(VBP) foi revisado para cima levando emconta a elevação dos preços dasprincipais commodities agrícolas.

Somente o faturamento bruto daagricultura atingirá R$ 225,3 bilhões,

com expansão de 12,3% nacomparação com o ano passado,influenciado, entre outros fatores,pelo aumento da receita da soja. Aoleaginosa deve ter desempenho20,8% superior ao de 2011,alcançando uma cifra de R$ 68,3bilhões, diante da previsão de umasafra menor no Brasil e nos EstadosUnidos. Conforme o estudo, ospreços da soja no mercadodoméstico não tiveram fortes altasdurante o mês, mas se manteveem patamares elevados emrelação ao ano anterior.

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Notícia da CNA

A garantia fo idada pela ministrado Meio Ambiente,Izabella Teixeira àpresidente da CNA,senadora KátiaAbreu. Elasreuniram-se dia 24

de outubro último, no Ministério,para discutir alguns pontos do textosancionado pela presidente daRepública, Dilma Rousseff, paracomplementar o novo CódigoFlorestal.

Para a presidente da CNA, asituação dos produtores,especialmente os pequenos e médios,que estão produzindo comida nasÁreas de Preservação Permanente(APPs), é um dos assuntos queprecisam ser considerados nessaetapa de regulamentação da lei.Defendeu que o Executivo estabeleçaum escalonamento de prazos para osprodutores se adaptarem ao Código,especialmente do ponto de vistaeconômico, respeitando umcronograma para desocupaçãodessas áreas. “É importante que essaquestão seja observada. A CNA temuma grande preocupação comrelação a esses produtores que

CNA vai participar da regulamentação do novo CódigoFlorestal

A CNA participará do processo de regulamentação do novo Código Florestal, assegurando, assim, que asposições dos produtores rurais possam ser ouvidas e consideradas pelo Executivo

plantam há anos nas margens de rios”,afirmou a senadora Kátia Abreu.

A questão da irrigação também é umponto que precisa ser avaliado duranteo processo de regulamentação da Lei12.651 e do Decreto 7.830, ambos de2012, especialmente no que se refereàs exigências para a regulamentação daprática. “Esse ponto terá atençãoespecial porque se quisermos aumentara produção e a produtividade semderrubar nenhuma árvore, nós vamosprecisar irrigar”, afirmou a presidenteda CNA. De acordo com ela, o potencialpara irrigação no Brasil é de 30 milhõesde hectares, mas, atualmente, apenas5 milhões de hectares são irrigados. Ameta é dobrar a área irrigada em 10anos, visando produzir mais para suprira demanda dos mercados interno eexterno.

Na reunião, a senadora Kátia Abreumanifestou preocupação com apossibilidade de a regulamentação donovo Código Florestal ficar, por exemplo,a cargo do Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA) e não daPresidência da República ou doMinistério do Meio Ambiente. “Nós temoso maior respeito pelo Conama esabemos da importância desse conselhopara o Brasil, mas quem pode

regulamentar essas questões é oExecutivo ou o Congresso Nacionalem alguns casos”, afirmou. “Nóstemos a garantia de que todas asregulamentações serão feitas pelaPresidência da República ou peloministério”, completou.

Outro aspecto discutido foi ogeorreferenciamento. Para a CNA,os produtores poderiam terdif iculdades para aderir aoCadastro Ambiental Rural (CAR) eao Programa de RegulamentaçãoAmbiental (PRA) se o InstitutoNacional de Colonização e ReformaAgrária (Incra) partic ipar doprocesso de validação dogeorreferenciamento. “Isso seriaum caos para o País e o texto nãoficou bem normatizado nesseaspecto”, afirmou a senadora KátiaAbreu. Na reunião, a ministraIzabella Teixeira informou que aintenção não é complicar oprocesso. Esse assunto também foitratado pela presidente da CNA, emreunião com o Advogado Geral daUnião, Luis Inácio Lucena Adams.Eles se comprometeram aapresentar uma proposta deadequação para a questão no prazode uma semana.

Pequenas NotasCarnes e lácteos ajudam a frear o índice de preços de alimentos da FAO: O FAO Food Price Index,índice de preços internacionais de alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

(FAO), teve alta de 2,9% em 2012, no acumulado até setembro. O índice de alimentos da FAO é composto por outroscinco índices, o de carnes, lácteos, cereais, óleos e açúcar. Mesmo com a forte valorização dos grãos (cereais) - quelevou o índice a alta de 20,7% em 2012 (até setembro), as quedas nos índices de preço do açúcar (-13,3%), lácteos(6,9%), carnes (-2,1%) e óleos (-2%) foram capazes de conter maiores um pouco esta trajetória altista. Considerandoo índice geral de alimentos de setembro, em relação ao mesmo mês de 2011, a queda é de 4,1%. Isto demonstraque os preços internacionais de commodities estão mais amenos em relação a 2011, mesmo frente à alta dos grãos.

Produtos substitutos podem diminuir gastos com concentrado na pecuária de leite: Num cenáriode alta dos custos de produção devido à forte elevação dos preços do milho e do farelo de soja, principais

componentes da ração animal, a substituição por produtos mais baratos pode ser uma alternativa para se manter asmargens de lucro do produtor de leite. A boa notícia está no boletim Ativos da Pecuária de Leite deste mês,elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP),em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Estudos revelaram que a substituiçãode 40% da principal fonte de amido (milho) por polpa cítrica, representa uma redução de 4,5% no custo doconcentrado, em cotações realizadas no Estado de São Paulo. A informação é um alento aos produtores de leite, jáque, de acordo com o boletim, os custos de produção, em agosto, estão quase 20% superiores aos de 2011.

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Espaço do Agropacto

O Sr. Coordenador Flávio Saboyafez a abertura da reunião e passou,imediatamente, a palavra ao Sr.Fernando Ciarl in i Teixeira,representando o Sr. EmersonFernandes Daniel Júnior. O Sr.Fernando Ciarlini iniciou dizendo queera um prazer estar no Agropacto,que recebeu a incumbência deproferir aquela palestra por conta deconvocação do Diretor do DNOCS aBrasília , mas que era diretor deinfraestrutura hídrica do DNOCS,engenheiro civil e estava no DNOCShá menos de um ano. Portanto, pediucompreensão de todos para algumassunto mais pertinente à área daagronomia. Discorreu sobre asAÇÕES PARA AMPLIAR APRODUÇÃO DOS PERÍMETROS DODNOCS, mostrando o mapa com alocal ização dos 37 perímetrosirrigados no Nordeste, sendo1 4 doCeará, numa visão geral. Apresentouas potencialidade dos perímetros, aárea irr igável implantada e aimplantar, bem como oaproveitamento da área irrigávelentregue aos usuários dos 37perímetros no ano agrícola de 2011.O valor bruto da produção vegetal:R$ 237.835.905,33, tais comohortaliças, grãos, milho, etc; Valorbruto da produção animal, R$18.753.565,83, em le ite , carne,peixe, animais para abate, etc. nos

Resumo da reunião de 23 de outubro de 2012Tema: Perímetros Irrigados do DNOCS: Liberação de novas áreas para a produção

agropecuáriaPalestrante: Fernando Ciarlini Teixeira, Diretor de Infraestrutura Hídrica do DNOCS

23 perímetros irrigados principais. Emseguida, projetou um gráfico denotandoque a fruticultura estava sedesenvolvendo bem melhor nosperímetros do que as demais culturase com potencial de geração deempregos e população beneficiada, porcoordenadoria estadual no período de1996 a 2011. Na população beneficiadapor coordenadorias, destacou-se oCeará, com população 139 mil pessoas,seguido da Bahia, com 35 mil, Piauícom 15 mil, Paraíba com 12 mil. Osempregos diretos e indiretos, houveuma crescimento, porém, de 1997 a2000 estagnação, e depois começandoa crescer novamente o número depessoas beneficiadas. Ações paraaumento da produção nas áreas dosperímetros: perímetros com áreasociosas – 27.000 ha; Incentivos eagregação de novos mercadosconsumidores; Ampliação dos cultivosagroecológico-econômico. Perímetrosnovos - Santa Cruz do Apodi (RN) –4.024 ha; Perímetros. eminentemente,sociais - 4.533 ha

Recuperação e modernização dainfraestrutura; Reconversão do sistemade irrigação; Fortalecimento dascadeias e arranjos produt ivos;Errad icação da pobreza extrema.Projetos em consolidação:Complementação de obrasestruturantes; assistência técnicaespecíf ica para áreas irrigadas;

Regulação da produção e colheitapara o mercado; Crédito bancário(faci litação, desoneração, l inhasespecíf icas). Novos modelos degestão: parcer ias com empresasâncoras e incubadoras; parceriaspúblicas privadas. implantação dassegundas etapas dos perímetros:Araras Norte, implantação da EtapaII do perímetro de irrigação localizadoem Varjota. Obras de infraestruturahídrica de uso comum: estações debombeamento, rede elétrica, viária,drenagem e rede de distribuição deágua, meta de 1.619 ha, data deconclusão em 31/12/2012; BaixoAcaraú, implantação da Etapa II doperímetro de i rrigação. Obras deinfraestrutura hídrica de uso comum:estações de bombeamento, redeelétrica, viária, drenagem e rede dedistribuição de água. Localizado emAcaraú, e a meta de 4. 144 ha, sendoa 1ª fase – 2.176 ha, em 30/12/2012e a 2ª fase – 1.968 ha, em 30/12/2013. Tabuleiro de Russas:Implantação da Etapa II do perímetrode irrigação composta de obras deinfraestrutura hídrica de uso comum.Localizado em Russas, Limoeiro doNorte e Morada Nova, meta de 3.200ha, data de conclusão em 30/06/2014.Algumas das áreas a seremofertadas: Perímetro de irrigaçãoAraras-Norte (CE), 1.619ha,Perímetro de irrigação Baixo-Acaraú(CE), 4.144ha; Perímetro de irrigaçãoTabuleiro de Russas (CE), 3.200ha.Total de 35.196ha. Potencial degeração de empregos, diretos:35.196, ind iretos 70.392 e umapopulação beneficiada de 211.1176.Enumerou as ações em execução pararegularização ambiental e fundiária deperímetros públicos de irrigação, entreelas: termo de referência em fase deelaboração para contratação degeorreferenciamento dos perímetrosirrigados; celebração de contratos dedireito real de uso; . escritura públicade compra e venda; elaboração deedital para licitação da 1ª fase da 2ªetapa. Objetivos da diversificação deculturas para o semiárido brasileiro:

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Introduzir e avaliar o potencialagronômico e econômico de espéciesfrutí feras; Defin ir estratégias deadaptação e manejo das culturasintroduzidas; Viabilizar a produção defrutas e outros produtos em épocasdi ferenciadas das regiõestradicionalmente produtoras, entreoutros. Sobre o Programa MaisIrrigação, disse que era um projetoque o Ministro Fernando BezerraCoelho v inha tentando implantardesde 2011, mas ainda não foiapreciado pela Presidência. Objetivo:imprimir uma nova dinâmica à gestãoe implantação dos projetos públicosde irrigação nas regiões com baixosindicadores sociais e econômicos, comfoco naqueles localizados no semiáridobrasi lei ro. Mostrou algumasilustrações dos perímetros públicosirrigados e dos produtos a licomercializados. Agradeceu a todospela atenção.

Debates

O Sr. Coordenador abr iu osdebates, perguntando quantoshectares estavam, efetivamente.ocupados, entre os 10 mil implantadosque foram citados. Chamou atençãopara o fato de pessoas de fora doNordeste estarem se instalando nasáreas dos perímetros púb licosirrigados. O Sr. Erildo Pontes disse quetinha orgulho do DNOCS, quecompletava 103 anos e que as políticasde perímetros públ icos i rrigadosvinham sendo prejudicadas por ideiasdo passado. Disse ainda que na Frutalqueriam abrir espaço para o assuntoirrigação e novas políticas. O Sr.Raimundo César de Sá falou de suatr isteza com o sof rimento dosirrigantes, pelo fato de o governo nãocumprir a sua parte, pois a segundaetapa do Jaguaribe-Apodi estavapronta e parada há 15 anos e nãoentregues aos produtores, numaépoca de seca como a vivida no Estadodo Ceará. Falou que era necessárioque o DNOCS se limitasse à parte dasobras, entregando ao Ministério, agestão dos per ímetros púb licosirrigados. O Sr. Fernando Ciarlinilamentou não ter a resposta àindagação do Coordenador e disseque estava sendo estudada pe lodiretor geral do DNOCS em Brasília,

uma nova modelagem DNOCS/CODEVASF. Falou da necessidade deseparar o que era dinheiro de obra ede gestão e manutenção e explicou acomposição do orçamento do DNOCS.O Sr. Roberto Cadengue, gerente doperímetro público irrigado Tabuleiro deRussas, disse que aquele era um dosperímetros que mais t inham sedesenvolvido no Ceará e no Nordestee relatou todos os problemas vividospe los produtores, tais como adescontinuidade, descumprimento peloEstado do contrato com os perímetros.Solic itou apoio da classe para aagricultura irrigada, que não eraconsiderada no Estado do Ceará. O Sr.Carlos, do Perímetro Jaguaribe-Apodidisse que há 12 anos vinha cobrandoum contrato celebrado com o Governoe que existia uma portaria ministerialdeterminando o cumprimento daquelecontrato, pois áreas não foramentregues e dependem deregularização fundiária para funcionar.O Sr. João Paulo forneceu a lgunsesclarecimentos, entre eles, aexigência do Ministério Público Federalde que dos 2.500 hectares, um milse jam destinados à ocupação porpequenos produtores, falou queexistiam áreas invadidas, usucapião ediversos outros problemas queestavam sem solução. O Sr. JoséTrajano fez alusão à v isi ta doPresidente do Senado em novembro aoEstado do Ceará, congregando oAgropacto para realização de umevento i tinerante, onde aquelesassuntos sobre os perímetros públicosirrigados seria abordados. O Sr.Reginaldo Lobo observou que osegmento tem que buscar a força paramostrar o seu tamanho, de modo a servisto pe la pol ítica e se colocou àdisposição dos que gerenciam osperímetros para participar da forçanecessária para revitalizar o processoda agricultura irrigada do Estado doCeará. O Sr. Júnior Carneiro fezalgumas considerações sobre o projetoMandacaru, que visitou e disse que nãoera viável trazer empresários de forado Ceará para produzir lei te empastagem irrigada. O Sr. GilbertoRodrigues falou da tristeza em ver oSanto Antonio de Russas acabando,sugeriu prolongamento do chapadão deRussas e que fosse solicitada audiênciapública na Assembleia Legislativa, com

a convocação da bancada cearense,para tratar do assunto dos perímetrospúblicos irrigados. O Sr. EuvadoBringel falou de sua preocupação aoouvir os depoimentos dos gerentesacerca dos respectivos perímetros erelatou a Frutal 2012, que apresentou20 grandes exemplos de sucesso noEstado do Ceará, mostrando projetoscomo o Mandala, as barragenssubterrâneas. Falou, ainda, que erahora de uma mobilização, juntamentecom os novos prefeitos eleitos paraa revitalização de todo o processo,porque a seca mostrou claramentequal o caminho que deve ser tomado.O Sr. Cássio Borges disse que tinhacerteza dos bons frutos que o debateir ia resultar, teceu diversasconsiderações, entre elas falou dasduas faces do DNOCS, uma que cuidados recursos hídricos e aquele DNOCSoriginal, desde 1909. Frisou que oDNOCS estava abandonado na partede gestão de recursos hídricos, comapenas quatro funcionár ios paraaquele f im, enquanto a COGERHlamentava em reunião do Agropactoque dispunha de apenas 640. O Sr.José Maria Pimenta falou da sua lutaquando deputado, por fazer cumpriro artigo das Constituições Federal eEstadual que garantem ao irrigante,a dispensa do pagamento da energiae disse que o patrimônio maior doDNOCS eram os estudos científicos,que retratavam bem real idadehidrológica do Estado do Ceará. O Sr.Coordenador frisou que todos saíamdaquele espaço com a visão de queera necessário mudar e que a FAECestava aberta e já conversava com oDNOCS para abr ir discussõesespecíf icas sobre os perímetrospúblicos irrigados. Agradeceu apresença de todos e encerrou areunião.

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