43
Internet, a rede que mudou o mundo! José Teixeira Santos Coimbra, dezembro 2010 Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra 2010/2011

Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

  • Upload
    dangdat

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

Internet, a rede que mudou o mundo!

José Teixeira Santos Coimbra, dezembro 2010

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra 2010/2011

Page 2: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

Título do trabalho: Internet e liberdade de opinião Internet, a rede que mudou o mundo! Cadeira: Fontes de informação Sociológica 1º Ano da Licenciatura em Sociologia Professor Orientador: Professor Doutor Paulo Peixoto Trabalho Executado: José Domingos Teixeira dos Santos Aluno nº 20072956 Imagem da capa retirada: http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.revistainternet.com.br/wp‐content/uploads/2009/12/internet_1.jpg&imgrefurl=http://www.topgospelwebradio.com.br/index.php%3Fstart%3D200&usg=__nn‐tl3xrQ96S60xt24J9j1t4rr8=&h=319&w=425&sz=26&hl=pt‐pt&start=153&zoom=1&tbnid=F0G_qMFgC4hjAM:&tbnh=125&tbnw=168&ei=R8A4TeLdCNDq4AaeutTvCg&prev=/images%3Fq%3Dnascimento%2Binternet%26hl%3Dpt‐pt%26client%3Dfirefox‐a%26rls%3Dorg.mozilla:pt‐PT:official%26biw%3D1024%26bih%3D551%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:10%2C3925&itbs=1&iact=hc&vpx=724&vpy=266&dur=1788&hovh=194&hovw=259&tx=110&ty=146&oei=bb84TYT9A82BswaY‐Z31Bg&esq=9&page=10&ndsp=15&ved=1t:429,r:14,s:153&biw=1024&bih=551 

Dezembro 2010

Page 3: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

Índice 

  1. Introdução ............................................ 1    

  2. Conteúdos ............................................. 4           2.1.Pesquisa das fontes ............................... 4        2.2.Estado das Artes .................................. 7     

   2.2.1. Enquadramento histórico da Internet ........ 7     

   2.2.2. Quem tem acesso à Internet ................ 10     

   2.2.3. Perspetiva idiossincráticas da Internet ... 20        2.2.4. A transformação da sociedade pela Internet;      Mito ou verdade  ............................. 22    

                 3. Ficha de leitura  .................................... 25      4. Avaliação de página da Web  ......................... 29      5. Conclusões  ........................................... 33      6. Referências bibliográficas  ......................... 34                 Anexos         

      Anexo A “Suporte à avaliação da página da Internet Página do Observatório das Desigualdades 

           Anexo B “Texto de suporte à ficha de leitura

Capítulo – “ O trauma português e o clima atual”, do livro PORTUGAL, HOJE: O Medo de Existir (2007), da autoria do 

Professor José Gil     

Page 4: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

1

1.Introdução  

 

    Das  quatro  propostas  disponíveis,  Fraude  e  plágio  na 

Universidade;  Internet  e  liberdade  de  opinião;  As  novas 

religiões em Portugal e Cooperação europeia com África, para a 

realização do presente trabalho no âmbito da cadeira de fontes 

de  informação  sociológica,  da  licenciatura  em  sociologia, 

ministrada  pela  faculdade  de  economia,  da  universidade  de 

Coimbra,  a  minha  escolha  recaiu,  sobre  a  temática  Internet  e 

liberdade de opinião. 

    Dentro  desta  grande  temática,  abordei  o  conceito  de 

Internet, a rede que mudou o mundo! 

  Porquê a opção por este tema? Pelo caráter da sua pertinência 

e atualidade. Que pertinência e hodiernidade terá o tema? Poder‐

se‐á questionar.  

    Em primeiro lugar, esta temática é um fato incontornável das 

sociedades contemporâneas. Quando refiro este fato, atribuo‐lhe 

uma dicotomia de sentido. 

    O  fato  como  ocorrência  constatável,  e  fato  como  social  na 

perspetiva  Durkheimiana.  Em  as  regras  do  método  sociológico, 

constatamos,  que  o  autor  se  refere  ao  fato  social  como  uma 

mescla  de  preceitos,  nomeadamente  a  exterioridade,  restrição  e 

coletivismo, (Durkheim, 2007) tais preposições, estão presentes 

também (na minha perspetiva) no tema em abordagem – Internet. 

    Em  segundo  lugar,  pelo  fato  de,  pessoalmente,  não  ser  um 

profundo conhecedor nem tão pouco curioso deste campo. 

    Uma  outra  motivação  que  me  levou  a  abordar  este  tema  é  a 

diversidade e o caráter difuso e complexo da rede Internet.    

     Numa  época  em  que  é  impensável  não  dispor  das  “novas 

tecnologias”  para  desenvolver  relações  interpessoais, 

profissionais  de  negócio  ou  culturais  (…),  simultaneamente  são 

veiculados  permanentes  alertas,  por  parte  de  entidades 

Page 5: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

2

reguladoras,  fiscalizadoras  dos  perigos  que  este  mecanismo 

tecnológico que é a Internet pode representar para as sociedades 

contemporâneas, que vivem numa mutação permanente e alucinante.  

     Ponderando  os  argumentos  anteriormente  referidos,  decidi 

então  fazer  uma  abordagem  sintética  e  generalista  ao  tema 

proposto. A minha abordagem privilegiará o espaço cibernauta da 

Internet. 

     Seguidamente considero os conceitos basilares que dão corpo 

ao  trabalho  que  pretendo  desenvolver.  São  eles  enquadramento 

histórico  da  Internet;  quem  tem  acesso  à  Internet;  perspetiva 

idiossincrática  da  Internet;  a  transformação  da  sociedade  pela 

Internet mito ou verdade.  

    Gostaria de referir que a abordagem que faço, ao grande tema 

definido  como,  Internet  e  liberdade  opinião,  versará  de  forma 

independente  estas  duas  temáticas.  No  trabalho  de  pesquisa  e 

conteúdo,  tratarei  os  conceitos  acima  referidos.  Assentes 

unicamente na Internet. 

    A  liberdade  de  opinião  será  tratada  também  de  forma 

independente na ficha de leitura (tendo por base um capítulo do 

livro de José Gil – Portugal, hoje).  

    Esta  opção  repousa  na  complexidade  que  os  conceitos 

encerram.  Poder‐se‐á  empiricamente  afirmar,  que  estes  dois 

conceitos se relacionam e se completam, ou seja que o primeiro 

(Internet)  pode  ser  a  via,  que  permite  expressar  o  segundo 

(liberdade de opinião), contudo poder‐nos‐emos também questionar 

sobre que liberdade de opinião será essa!  

    Achei,  que  o  tema  é  demasiado  complexo,  a  sua 

exequibilidade, não se enquadrava com o tempo disponível para o 

levar a cabo.    

Page 6: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

3

    Já  quanto  à  pertinência,  é  na  minha  ótica  um  fator 

relevante, porém, esta foi uma opção que tive de assumir, ainda 

que ponderando as eventuais consequências, de tal desiderato. 

    Como nota final, referir que procurei neste trabalho 

aplicar as regras do novo acordo ortográfico, recorrendo ao 

conversor de ficheiros LINCE.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 7: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

4

2. Conteúdos 

 

2.1. Pesquisa das fontes 

 

    Na  realização  do  presente  trabalho  recorri  a  um  grande 

número  de  fontes  de  informação,  nomeadamente,  fontes 

eletrónicas,  livros,  alguns  jornais  e  revistas,  também  usei  o 

recurso a teses de mestrado. 

     Foi  recorrendo  sobretudo  a  livros  e  teses  que  elaborei  o 

meu trabalho. 

    A escolha por este tipo de fontes foi uma opção, desde logo 

porque é mais fiável, uma vez que é também sujeito a um maior 

escrutínio  e  controlo  de  correção,  tornando‐se  assim  mais 

credível a informação recolhida. 

        A  minha  primeira  abordagem  ao  tema  que  me  propus 

realizar  foi  através  de  uma  busca  eletrónica,  recorrendo  ao 

motor de pesquisa do Google.  

    Utilizando apenas a palavra <Internet>, os resultados foram 

elevadíssimos,  indescritíveis  diria  eu  (1.670.000.000 

resultados). 

    Resulta  também  que  para  lá  da  imensa  quantidade  de 

resultados, a busca eletrónica nem sempre é a mais fiável. 

    Tal  como  o  docente  da  cadeira  foi  referindo  ao  longo  das 

aulas, no decorrer do semestre. 

     Assim sendo, e recorrendo ao catálogo Web Millenium da FEUC 

(Faculdade  Economia  Universidade  de  Coimbra),  onde  efetuei  uma 

busca simples, e usando unicamente a palavra Internet, logrei um 

produto de 13 registos. 

Page 8: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

5

    Escolhido  então  um  registo,  passei  a  fazer  a  recolha  da 

bibliografia,  socorrendo‐me  da  informação  que  cada  registo 

disponibiliza.   

    Refiro‐me  aos  temas  associados  que  aparecem  no  catálogo  da 

Web  Millenium,  que  se  encontra  abaixo  das  referências  da 

publicação (horizontalmente na linha do assunto). 

    Depois de obter alguns resultados satisfatórios com a minha 

pesquisa,  recorri  às  referências  bibliográficas  dessas 

publicações, que me prestaram muita e preciosa informação.  

    Decidi então socorrer‐me com alguma frequência da biblioteca 

da FEUC, onde efetuei algumas leituras. 

    Foi a partir da publicação de Al Ries e Laura Ries, em “As 

11 leis imutáveis da criação das marcas na Internet” (2007), que 

procedi ao início do trabalho que agora se apresenta. 

    Também  o  fato  de  conhecer  alguns  autores  referência  nestas 

temáticas foi uma valia acrescida na busca da informação. 

    Manuel  Castells  e  a  A  Sociedade  em  Rede  (2005)  foi  um 

referencial  da  minha  pesquisa.  Também  (Cardoso  et  al.,  2005), 

com  a  Sociedade  em  rede  em  Portugal  e  para  uma  sociologia  do 

Ciberespaço,  fizeram  parte  válida  da  recolha  de  informação 

(Cardoso, 1998).  

    A  tese  de  mestrado  de  José  M.  Gouveia,  Determinantes  da 

Adoção de Novas Tecnologias da Informação e Comunicação – o caso 

da Internet Móvel (2006), serviu para perceber uma perspetiva do 

tema aos olhos de um gestor. 

    Recorri com alguma frequência a diversos sites, nomeadamente 

ao INE (instituto nacional de estatística), ao Observatório das 

desigualdades  e  também  ao  Internet  World  Stats,  onde  procurei 

verificar  dados  estatísticos  que  corroborem  as  análises 

produzidas. 

Page 9: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

6

    Também  fiz  uso  de  leituras,  disponibilizadas  na  biblioteca 

da UA (Universidade de Aveiro), ainda que aí estivesse limitado 

à  consulta  bibliográfica,  uma  vez  que  me  não  era  autorizado 

levar as mesmas para o domicílio. 

    Alguma  informação  empírica,  que  resulta  de  leitura  dos 

jornais diários que habitualmente leio, nomeadamente, o Público. 

    Para  terminar  apenas  afirmar  que  a  execução  do  presente 

trabalho,  me  requereu  um  elevado  número  de  horas  de 

disponibilidade (que não dispunha) para o levar a cabo.  

    Contudo  tenho  de  admitir  que  aprendi  muita  coisa,  que 

desconhecia, tendo em conta o fato de me encontrar a terminar o 

curso.  

    Percebi  que  se  tivesse  passado  por  este  processo  de 

aprendizagem  no  primeiro  ano,  seguramente  disporia  de  outros 

argumentos ao longo do curso.  

 

      

     

   

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 10: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

7

2.2. Estado das artes 

     

 2.2.1. Nascimento da Internet 

 

É uma rede de redes de computadores   

que se comunicam de forma transparente ao usuário   

através de um protocolo comum ‐IP   

(IP ‐ Internet Protocol). (Anção e Paiva, s.d) 

  Crê‐se que o princípio daquilo que é hoje a Internet terá tido 

origem nos finais dos anos 50 do século XX, em pleno período da 

guerra  fria.  São  os  militares  americanos,  num  ato  preventivo 

contra a ameaça nuclear, que dá os primeiros passos da Internet 

que hoje dispomos. 

    ARPA [Advanced Research Projects Agency] é o nome da agência 

que vai desenvolver o projeto Internet, com a utilidade, não só 

enquanto forma de comunicar entre as várias agências do estado, 

mas  também  como  resposta  ao  lançamento  do  satélite  Sputnik1, 

pela URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).  

    Contudo, o grande desenvolvimento iria ocorrer quando alguns 

centros  de  investigação  e  Universidades  Americanas  passaram  a 

utilizar  esta  rede  ‐  ainda  muito  embrionária  comparativamente 1com  o  que  existe  no  presente  ‐  para  comunicar  e  trocar 

experiências entre eles. 

   O registo do primeiro computador ligado em rede (quatro nós) 

terá ocorrido em 1 de setembro de 1960.  

1 O satélite Sputnik tinha por objetivo analisar a capacidade de lançar cargas para o espaço (…) obter informação sobre a esfera terrestre, tendo em fundo o envio do homem à lua (…), esta é uma descrição muito sucinta das missões do satélite

Page 11: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

8

    Decorridos alguns anos de parcerias entre o Departamento de 

Defesa e as universidades americanas ocorre a separação e o fim 

do projeto comum, que viria a culminar na Internet. 

    A denominada ARPANET – com fins científicos – separa‐se da 

MILNET  –  esta  com  fins  militares.  Na  origem  da  separação  pode 

ter estado o excessivo controlo por parte dos militares – como é 

apanágio destas Instituições – e que de alguma forma embaraçava 

o trabalho dos investigadores, que encontravam na rede uma nova 

e mais eficaz forma de partilhar conhecimento.  

    Vinton G. Cerf e Robert E. Khan são tidos como os pais da 

Internet,  é  a  eles  que  está  ligada  a  combinação  da  plataforma 

TCP/IP, respetivamente – Transmission Control Protocol/ Internet 

Protocol  –  que  resultou  no  modelo  padrão  da  comunicação 

informático nos anos 80, nos USA, (Castells, 2005). 

    Afirma Castells, que alguma da evolução que foi ocorrendo no 

desenvolvimento do projeto Internet foi, por vezes, por obra do 

acaso. O e‐mail2 é exemplo desse “ato quase fortuito”. Contudo, 

é ainda e nos dias de hoje a variante referencial de entre os 

utilizadores da Internet (2005). 

    Porém,  não  é  um  exclusivo  dos  americanos  o  desenvolvimento 

da  Internet.  Não!  Também  na  Europa  foram  dados  passos  que 

merecem ser relevados. 

    O  CERN  (Centre  Européen  pour  Recherche  Nucleaire)  com  sede 

em  Genebra  –  Suíça,  e  sob  a  coordenação  do  Engº  Timothy  Jonh 

Berners‐Lee,  teve  um  contributo  de  elevado  valor  para  o 

desenvolvimento e crescimento da plataforma Internet. 

    A  World  Wide  Web,  comummente  conhecida  como  www  ou  Web 

instrumento de navegação na rede, é um dos desenvolvimentos que 

estão  atribuídos  ao  projeto  CERN,  tal  como  o  HTML  (hipertext 

markup language), com o objetivo de adaptar a linguagem própria  2 Apoia a sua plataforma no protocolo SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol) basicamente, permite a troca de textos.

Page 12: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

9

ao protocolo TCP/IP, bem ainda como o http (Hipertext Transfer 

Protocol), que permitia transferência de a informação através da 

Web browsers – navegador – entre muitos outros desenvolvimentos 

(Castells, 2005). 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 13: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

10

2.2.2. Quem tem Acesso à Internet 

  

    Da  mesma  forma  que  outros  avanços,  acontecimentos  e 

ocorrências históricas, não foi nunca consensual nem transversal 

às  sociedades,  tal  como  diz  o  provérbio  popular  (Deus  que  foi 

Deus  não  agradou  a  todos)  também  a  Internet  não  terá  sido 

exceção que confirma a regra.  

    Reportando‐me  ao  caso  Português,  empiricamente  ou  pelo 

recurso  do  senso  comum,  poder‐se‐ia  afirmar  que  o  acesso  às 

novas tecnologias, e nomeadamente à Internet está massificado.  

    Contudo a realidade não é de todo precisa. Tendo como base 

os  dados  do  portal,  <http://observatorio‐das‐

desigualdades.cies.iscte.pt/>,  que  por  sua  vez  remete  para  o 

link  do  INE,  podemos  constatar  alguns  indicadores  que  nos 

mostram  que  os  Portugueses  não  dispõem  todos  das  mesmas 

oportunidades no acesso e utilização da Internet.  

    Um  primeiro  indicador  pode  ser  avaliado  pela  consulta  do 

gráfico nº1. 

    Realidade do risco de pobreza em que se encontra a população 

Portuguesa, nos vários grupos etários. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 14: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

11

Gráfico nº1 

                         

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (2008) 

 

    Tendo  em  conta  os  demonstrativos  do  gráfico  nº1,  podemos 

concluir  que,  desta  forma  a  Internet  não  poderá  ser  uma 

prioridade na vida dos portugueses. Logo, o que parecia ser um 

caso  de  sucesso  e  massificação  poder‐se‐á  revelar  um  dado 

empírico errado. 

    A  informação  que  pretendo  reportar  é  a  de  que  com  um  tão 

elevado  número  de  indivíduos  no  risco  de  pobreza,  irá 

seguramente reduzir proporcionalmente o número de utilizadores. 

    Alguns dos que aparecem em risco podem fazer uso da Internet 

em espaços livres. Contudo o que ressalta da leitura do gráfico 

nº1, é um elevado número de indivíduos em risco de pobreza, que, 

em princípio, não puderam dispor de tal mecanismo tecnológico.   

 

 

 

Page 15: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

12

Quadro nº1. Evolução da utilização diária ou quase diária de Internet em 

Portugal, por sexo, idade e nível de escolaridade (%) 

 

Fonte: Observatório das Desigualdades (2010) 

    Outro  indicador  que  nos  permite  avaliar  das  possibilidades 

que os Portugueses dispõem para acederem às novas tecnologias – 

Internet  –  pode  ser  lida  em  função  das  idades,  nível  de 

escolaridade e o sexo, expresso no quadro nº1, onde se constata 

a evolução de utilização da Internet por grau de escolaridade, 

sexo e idade, segundo a utilização diária ou quase diária. 

    Uma vez mais se conclui da fraca utilização da Internet, por 

parte dos portugueses.  

    Dentro  dos  valores  expostos,  podemos  reter  que  apenas  os 

escalões  etários  entre  16‐24  (anos)  e  25‐34  (anos)  ultrapassam 

os 50% de utilizadores diários ou quase diários da internet.  

    São  também  os  indivíduos  com  maior  grau  de  escolaridade, 

[ensino  superior]  aqueles  que  mais  utilizam  a  Internet, 

ultrapassando  os  80%,  para  o  ano  de  2009  referenciado  pelo 

quadronº1.  

Page 16: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

13

    Também  a  variável  sexo,  expressa  diferenças  entre  os 

utilizadores.  Ou  seja,  são  os  indivíduos  de  sexo  Masculino, 

aqueles que mais usam este meio tecnológico dentro da população 

Portuguesa.  

Ainda  que,  e  como  se  pode  observar  no  quadronº1,  a  diferença 

entre as variáveis dicotómicas não seja muito elevada. 

    O que o quadro revela é que as variáveis, no seu conjunto, 

apenas  representam  para  o  ano  de  2009  uma  população  de  33%  de 

utilizadores.  

    Contudo,  pode  observar‐se  um  crescimento  de  utilizadores 

tendo em conta os anos em referência.  

    Visualizando  o  gráfico  nº2,  podemos  ter  uma  noção  mais 

“terra  a  terra”  da  realidade  portuguesa.  Constata‐se  que  por 

cada  mil  (1000)  indivíduos,  a  título  de  exemplo  para  o  ano  de 

2009 apenas 513 indivíduos utilizavam este meio tecnológico.     

Gráfico nº2 

 

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (2010) 

 

Page 17: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

14

Quadro nº2. Evolução da utilização de Internet em Portugal, por sexo, idade e 

nível de escolaridade (%) 

 

Fonte: Observatório das Desigualdades (2010) 

 

    Através do quadro nº2, podemos também avaliar a evolução em 

Portugal, das variáveis, sexo, idade e nível de escolaridade. 

    A  variável  sexo  estabelece  desde  logo  diferenças.  São  os 

homens que mais utilizam a Internet. A este fato não será alheia 

a chamada dupla tarefa da mulher no agregado familiar. Enquanto 

as  mulheres  desenvolvem  as  tarefas  domésticas,  os  homens, 

dispõem  de  mais  tempo  livre  para  fazer  uso  das  Tic.  Também  a 

variável idade é reveladora da evolução.  

    Esta  evolução  é  mais  elevada  entre  aqueles  que  têm  idades 

compreendidas entre 16 e os 24 anos, bem como entre os 25 e 34 

anos, sendo estes os que mais evoluíram no período reportado. 

    Podemos  mesmo  observar  que  estes  dois  escalões  juntos 

representam  um  valor  superior  aos  restantes  escalões  somados  e 

em conjunto.  

Page 18: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

15

    Para continuar, os que possuem maior grau de ensino também 

se  assumem  como  aqueles  que  mais  alta  percentagem  de  evolução 

apresenta (92,6% em 2009). 

    Muitos outros indicadores poderiam ter sido referidos nesta 

pequena abordagem sobre o acesso dos portugueses e a relação que 

têm com a Internet. 

    Tradicionalmente,  a  sociedade  portuguesa  é  bastante 

conservadora  e  reservada.  O  lento  crescimento  na  adoção  pelas 

novas tecnologia é bem sintomático disso.   

    Contudo, a razão pela qual a difusão da Internet ainda está 

um tanto aquém do desejado pode passar por um múltiplo conjunto 

de móbiles. 

    Seguidamente e efetuando uma leitura sucinta do quadro nº3, 

podemos observar uma, de entre muitas outras, das razões, pelas 

quais os Portugueses têm com a Internet uma relação bem aquém do 

ambicionado ou mesmo desejado.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 19: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

16

Quadro  nº3.  Despesa  em  investigação  e  desenvolvimento,  em  %  do  PIB  e  por 

habitante, nos países da EU‐27 em 2008 

Fonte: Observatório das Desigualdades (2010a) 

    Observando  o  quadro  nº3,  podemos  notar  que  Portugal  ocupa 

uma posição intermédia no pelotão europeu no tocante à despesa 

em  I&D,  com  1,5%  do  PIB  (produto  interno  bruto),  o  que  pode 

parecer  bastante  surpreendente,  tendo  em  conta  que  surge  à 

frente de países como Espanha, Itália ou Irlanda. 

    De referir apenas, que o PIB é um valor através do qual não 

se  pode  fazer  uma  comparação  quantitativa,  quando  se  procura 

estabelecer um paralelo entre amostras. Neste caso entre países.  

    O PIB corresponde à riqueza que cada país produz. 

Page 20: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

17

    Ou se seja, 1% do PIB português não é igual aos mesmos 1% do 

PIB alemão, francês ou sueco… 

    Contudo, se observarmos o índice do quadro nº3, verificamos 

que  o  investimento  estimado  per  capita  português  é  de  233,2 

euros/ano,  muito  inferior  à  média  dos  UE‐27  (399,8€)  e 

muitíssimo  baixo  quando  se  estabelece  uma  comparação  com  a 

Suécia,  que  ocupa  a  primeira  posição,  e  que  retira  3,8  do  seu 

PIB, o equivalente a 1059,2 euros por habitante em I&D. 

    Todavia  a  questão  não  se  prende  unicamente  com  a  falta  de 

investimento por parte do estado.  

    Questões  sócio‐económicas  dos  indivíduos,  fundamentos 

culturais  muito  enraizados,  nível  de  escolarização  ainda  não 

consentâneo  com  os  patamares  europeus,  entre  outras  razões, 

levam  os  portugueses  a  ter  alguma  abstração  perante  as  novas 

tecnologias, nomeadamente a Internet.  

    Não  obstante  as  condicionantes  associadas,  é  observável  o 

esforço  que  o  estado  português  tem  feito,  no  sentido  de 

recuperar algum do tempo perdido. 

    Adotando  várias  políticas  no  âmbito  da  I&D,  com  o  profuso 

objetivo  de  tornar  a  economia  do  país  virada  mais  para  a 

produção  de  valor  inteletual  e  tecnológico,  em  detrimento  dos 

setores tradicionais.    

    Esta realidade equidistante da população portuguesa perante 

a  Internet,  parece  hoje  querer  esfumar‐se.  Observando  os  dados 

da Internet World Stats no quadro nº4, verificamos a evolução da 

realidade nacional.  

    Fazendo uma análise entre os anos de 2000 e 2010, observamos 

um  aumento  crescente  de  utilizadores,  entre  2000  e  2007,  com 

cerca de 74%, (o equivalente a 7,782,760 indivíduos), do total 

da população residente (10,539,564 indivíduos).  

Page 21: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

18

 Mas no decurso temporal entre 2008 e 2010 ocorre uma inversão 

no processo que vinha em crescendo. 

    Muito  provavelmente  pela  conjuntura  internacional  (bolha 

especulativa financeira) e que se fez sentir de sobremaneira em 

Portugal. 

Quadro nº4. Estatísticas de utilizadores de Internet, da população 

Portuguesa 

EAR Users Population % Pop. Usage Source

2000 2,500,000 10,318,084 24.2 % ITU

2004 3,600,000 10,463,170 34.4 % CIA

2006 6,090,000 10,501,051 58.0 % Comp. Ind. Almanac

2007 7,782,760 10,539,564 73.8 % IWS

2010 5,168,800 10,735,765 48.1 % ITU

     Fonte: Internet World Stats (2010) 

      Legenda:          ITU information and communication technology 

         CIA Computer Industry Almanac Inc. 

 

    No quadro nº4, podemos observar, e segundo as várias fontes 

a  evolução  do  “rating”  nacional.  Os  dados  expostos  permitem 

comparar  durante  alguns  anos  o  processo  de  crescimento  dos 

utilizadores da Internet em Portugal. 

    Assim sendo, podemos observar que desde o ano 2000 até 2007, 

sem  alterações  significativas  no  aumento  da  população,  a 

evolução  dos  portugueses  na  relação  com  a  Internet  foi  sempre 

aumentando.  Chegando  neste  ano  (2007)  a  atingir  um  valor 

significativo de 73.8%, da população total. Segundo dados da IWS 

(Internet World Stats, 2010). 

    Mas olhando para o ano de 2010 (Não sabemos se os dados 

foram calculados no final do ano civil, ou em ordem pré 

estabelecida pela entidade que efetuou as estatísticas), 

observamos uma queda súbita do número de utilizadores da 

Page 22: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

19

Internet em Portugal, que passou de 73.8%, em 2007, para, em 

2010, apresentar valores abaixo dos 50%, mais precisamente de 

48.1% (Internet World Stats, 2010). 

    Tendo  em  conta  os  elementos  exposto  anteriormente,  podemos 

afirmar  que  o  universo  de  utilizadores  em  Portugal  é  ainda 

baixo, comparativamente com os dados registados em outros países 

europeus e de algumas outras regiões do globo. 

    Quem  acede  à  Internet  em  Portugal  oscila  de  forma  não 

uniforme.  Ou  seja,  o  acesso  à  Internet  está  longe  de  ser 

uniformizado na população portuguesa (Cardoso et al., 2005). 

    Já  a  forma  como  os  portugueses  se  relacionam  com  este 

instrumento, em Portugal, é algo diversificada. Se, por um lado 

a penetração da Internet é uma realidade inequívoca, por outro 

lado  há  um  setor  mais  resistente,  que  teima  em  não  aderir  às 

novas tecnologias. 

    Quem é quem? Tal como referimos anteriormente, são os mais 

jovens, e que possuem mais instrução, que melhor se relacionam 

com a Internet.  

    Por outro lado, os mais idosos são algo céticos, quanto ao 

uso e detenção da Internet.  

    O  motivo  pelo  qual  a  penetração  é  maior  entre  os  jovens 

passa  por  uma  série  de  fatores,  como,  como  por  exemplo,  maior 

predisposição  para  as  tecnologias,  o  fato  de  nas  escolas  ser 

potencializado o uso das ditas… 

    Contudo, e segundo Cardoso et al.,"… a Internet se venha a 

estender  a  uma  ampla  maioria  da  população,  indicando  então  a 

plena  afirmação  da  sociedade  em  rede”  (Cardoso  et  al., 

2005:139). 

   

 

Page 23: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

20

2.2.3. Perspetivas idiossincráticas do “fenómeno”social 

Internet 

 

   Quando  se  procura  entender  a  opção  que  os  indivíduos  tomam 

pelas  mais  diversas  inovações  tecnológicas  que  se  lhes  expõem 

quotidianamente, vão‐se cometendo alguns erros (Gouveia, 2006).     

    O  fato  de  muitos  investigadores  estudarem  de  forma 

independente  a  penetração  das  inovações  nos  indivíduos,  e 

ignorarem  a  forma  como  o  indivíduo  se  vai  relacionar  com  a 

inovação  não  deve  ser  desligada  da  relação  anterior.  Jorge 

Gouveia sugere que este processo deve mesmo ser tratado como um 

Cluster  tecnológico,  com  observância  do  todo  evolutivo  (Rogers 

apud Gouveia, 2006).  

    Ou seja, é sugerido que se deva ter sempre em linha de conta 

a  relação  que  o  indivíduo  detinha  e  ainda  tem  com  o  objeto 

“agora  obsoleto”.  Penso  que,  tendo  presente  este  congregado 

histórico, se pode perceber o porquê da escolha ou não escolha 

do instrumento tecnológico.  

    A  aceitação  pelas  inovações  tem  uma  relação  direta  com  a 

estrutura  social  e  cultural.  A  disseminação,  mais  ou  menos 

acelerada  do  seu  uso  será  condicionada  tendo  em  conta  as 

dimensões referidas (Rogers apud Gouveia, 2006:33). 

    Alguma resistência vem, segundo Cardoso et al., do fato de 

os  indivíduos,  não  possuírem  disponibilidade  para  aprender  a 

utilizar  tal  ferramenta  e  não  tanto  pelo  desinteresse  ou 

desconfiança para com o instrumento tecnológico (Cardoso et al., 

2005:175).  

    Outros há ainda, que justificam a não utilização da Internet 

pelo fato de a abrangência das redes não alcançar a sua região 

ou habitação.  

    É  com  alguma  frequência  que  se  aborda  o  tema  das  novas 

tecnologias  associado  a  um  propulsor  negativista,  aviltador  e 

hediondo.   

Page 24: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

21

    Numa  primeira  via  (sem  qualquer  ordem  de  importância  ou 

grandeza),  observamos  a  utilidade  e  a  relevância  que  este 

instrumento tecnológico representa para as sociedades atuais nas 

suas múltiplas vertentes. 

    Uma  segunda  via,  opositora  da  anterior,  situa‐se  a 

preponderância do tradicional e onde os valores são a divisa de 

uma corrente mais humanista. 

    Na Perspetiva de Wolton “…não há nada mais perigoso que ver 

na  presença  de  uma  tecnologia  [Internet]  cada  vez  mais 

desenvolvida  a  condição  de  aproximação  entre  os  homens” 

(2000:9), esta pequena transcrição pode ser o mote de abertura 

para alguma discussão.  

    Será que aproximando os homens tal desiderato os torna mais 

iguais?  Será  que  fazendo‐o  crer  (homem)  que  dispõem  de 

mecanismos similares ao seu semelhante, torna o homem mais igual 

nas  oportunidades  perante  os  outros  singulares  na  “selva” 

social? 

    Bom, tendo em conta as Perspetivas de Wolton, “aproximar os 

indivíduos  vai  ter  um  efeito  perverso,  que  é  permitir  tornar 

visíveis as diferenças entre eles” (2000). 

     

     

     

     

 

     

 

      

 

 

 

Page 25: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

22

 

 

2.2.4. A transformação da sociedade pela Internet 

         Mito ou verdade                

 

  

        Segundo  Ries  e  Ries  a  Internet  não  é  mais  que  o 

continuar da história. O que a história nos revela é uma mudança 

cíclica dos paradigmas (2007).  

    Assim sendo, serve‐nos como exemplo o nascimento da TV nos 

anos  50,  o  computador  mainframe  (computador  de  grande  dimensão 

capaz  de  armazenar  quantidades  ínfimas  de  informação)  nos  anos 

60, o chip eletrónico na década seguinte, o PC nos anos 80 e a 

Internet, que surge nos anos 90 e que vem até hoje (Ries e Ries, 

2007). 

    Será que a Internet transforma a sociedade? Bem, uma coisa 

será certa. As comunidades, as sociedades, o mundo no seu geral, 

não mais será o mesmo depois da Internet. 

    Em  termos  económicos  seguramente  sim.  Uns  dirão  que  para 

melhor outros talvez dirão o contrário. 

    Tal  como  afirma  Castells,  “…  uma  nova  economia,  um  novo 

sistema de meios de comunicação, uma nova forma de gestão, tanto 

nos serviços públicos…” bem como “… nem só de tecnologia vivem 

as  pessoas:  a  modernidade  informática  não  elimina  os  problemas 

sociais e políticos, e nalguns casos e em determinadas condições 

até os acentua” (Castells apud Cardoso et al., 2005:21). 

    Esta é uma perspetiva válida. Contudo, existem outras que de 

algum modo vão recobrir estas. 

    As  visões  em  torno  da  Internet,  e  no  tocante  às  suas 

alterações no quadro social, são as mais variadas. 

Page 26: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

23

    Uma  vez  mais  Cardoso  (1998:25)  afirma  “os  utilizadores  da 

Internet  e  do  ciberespaço  não  se  limitam  a  ser  processadores 

solitários  de  informação,  são  também  seres  sociais”  e  “não 

procuram apenas a informação, também buscam a pertença, apoio e 

afirmação, são também atores sociais”. 

    Naturalmente  que  as  visões  sobre  o  efeito  da  Internet  nas 

sociedades  varia  com  a  mesma  quantidade,  quanto  as  perspetivas 

de cada um sobre esta abordagem.  

    Este novo instrumento – Internet ‐ faz, e voltando à questão 

económica novamente, uma alteração quase completa da forma como 

os  indivíduos  se  relacionam  com  os  mercados  e  as  suas  lógicas 

contemporâneas.  

    Acontece  que  de  repente  as  lógicas  passaram  da 

oferta/procura  para  um  posicionamento  oposto.  Ou  seja, 

procura/oferta. São os indivíduos que, utilizando o instrumento 

tecnológico  procuram  retirar  do  mercado  o  melhor  proveito  para 

satisfação das necessidades imediatas.  

    Em relação ao risco de a internet apagar por completo todas 

as lógicas de comunicação/informação existentes, tendo em conta 

que as outras lógicas parecerem obsoletas, as opiniões dividem‐

se. 

    Tal como afirma Ries e Ries, é um ciclo normal da evolução, 

tal  qual  os  que  ocorreram  ao  longo  da  história.  Mas  com  este 

caráter de ubiquidade, será que não é um risco vaticinar para a 

Internet o mesmo que se fez com os jornais, telefone a televisão 

(etc.)?  

    Observando  o  quadro  nº5,  fará  sentido  pensar‐se  que  os 

países emergentes se afirmem, como tal, pelo fato de estarem na 

primeira linha enquanto utilizadores da Internet?  

 

 

Page 27: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

24

 

Quadro nº5. Dados estatísticos de utilizadores de Internet, por regiões do 

mundo. 

 

Fonte: Internet World Stats (2010a) 

 

  Examinando o quadro nº5, assim parece. Observa‐se uma elevada 

percentagem de utilizadores (42,0%) na região Asiática, sucede‐

se a Europa, com (24,2%). Teremos de considerar também que este 

valor é inflacionado pela dimensão da população.  

    Um  dado  que  também  merece  ser  destacado  é  o  crescimento 

verificado em 10 anos para a região Africana. 

    Neste  continente  registou‐se  uma  taxa  de  crescimento  em  10 

anos  verdadeiramente  assombrosa  (2,357,3%).  Ainda  que,  no  seu 

conjunto o número de utilizadores seja bastante baixo, tendo em 

conta  a  população  (fatores  económicos  e  de  infraestruturas 

estarão na origem deste atraso). 

     

 

 

 

 

Page 28: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

25

 

3. Ficha de Leitura 

FICHA DE LEITURA 

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO:  Portugal, Hoje: O medo de existir 

AUTOR(ES): José Gil 

  

ISBN: 978‐972‐708‐936‐9    DATA DE PUBLICAÇÃO: maio 2007  EDIÇÃO: 11ª 

LOCAL DE EDIÇÃO E EDITORA: Relógio D’Água: Lisboa 

  

TÍTULO DO ASSUNTO: O trauma Português e o clima atual, 115‐125

Nº DE PÁGINAS: 206 ASSUNTO: Ensaio; Sobre os medos e as causas desses medos dos “Portugueses” 

PALAVRAS‐CHAVE: Não inscrição; Medo; Democracia;Espaço público;Comunicação social 

DATA DE LEITURA:13/12/2010  

ÁREA CIENTÍFICA: Filosofia/Sociologia 

SUB‐ÁREA CIENTÍFICA:Filosofia/Sociologia Política 

  

 OBSERVAÇÕES: Este ensaio é parte integrante de uma coleção de outras obras, da 

qual faz parte o Livro "Portugal, Hoje: o medo de Existir" com o nº21. O 

Livro é composto nesta edicção por 11 Capítulos. A presente edição(11ª),é 

acrescentado um comentário do autor sobre "O medo de existir", onde é 

abordada a evolução do País e onde são também expostos comentários/criticas à 

obra. 

   

NOTAS SOBRE O AUTOR: 

    José Gil, nascido a 15 de junho de 1939, em Muecate, província de Nampula 

– Moçambique. 

    É doutorado em Filosofia pela universidade de Paris em (1982), com o 

estudo “ O corpo como Campo de Poder”. Lecionou no Colégio Internacional de 

Filosofia em Paris; partilhou da companhia de penalidades como Gilles 

Deleuse. 

    Lecionou nos últimos anos na Faculdade de ciências Sociais e Humanas da 

Universidade Nova de Lisboa, tendo dado a última aula a 10 de março de 2010. 

Podendo ouvir‐se no endereço que se segue um exerto da sessão.  

 <http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1516053>  

Page 29: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

26

    Foi considerado em 2005, pelo “ Le Nouvel Observateur”, como um dos 25 

grandes pensadores do Mundo. Apreciador de Fernando Pessoa, não conhece 

Mourinho e não é grande admirador de fado. Referir que José Gil viveu grande 

parte da sua vida fora de Portugal. 

    Tem escritas cerca de 20 obras, de onde se destaca “Portugal, Hoje” e o 

ensaio sobre “O Principezinho de Antoine de Saint‐Exupéry”. A religião é um 

tabu, que pretende um dia abordar.  

RESUMO / ARGUMENTO 

    Imobilismo, Apatia, Anestesia generalizada, Estado de torpor 

interminável…, assim definiria este capítulo, visando as palavras do autor. 

Tece um retrato muito estéril da sociedade portuguesa. A ténue reação, ao 

autoritarismo e à irresponsabilidade do político. A inação de uma sociedade, 

que teima em permanecer mergulhada entre a hibridez salazarista e a 

democracia, que tarda em se efetivar. 

 

 INTRODUÇÃO/APRESENTAÇÃO:     Para o autor, “o trauma português e o clima atual”, e a inação face à 

torrente de incongruência de status, se deve a pelo menos duas ordens de 

razões. Num primeiro momento a ausência de um espaço verdadeiramente público; 

em segundo, onde mora a génese do trauma e os seus efeitos reais na sociedade 

portuguesa. O porquê de uma tão grande passividade da sociedade portuguesa 

para com a atuação do poder político. Este tipo de abordagem sobre a 

sociedade portuguesa não é muito comum.   

 DESENVOLVIMENTO: 

    “Mas tratar‐se‐á realmente de terror, ou mesmo de micro ‐ terrores, o que 

se passa na realidade atual da sociedade portuguesa?” (Gil, 2007:115). 

    Neste capítulo, o autor serve‐nos um conjunto de argumentos da mudança 

paradigmática da vida social na relação com a política. Expõem e fundamenta a 

fragilidade da nossa democracia, que nos pode expor a um aventurismo 

ideológico similar ao vivido no século XX. 

    Nas palavras do autor existe na matriz portuguesa, um caráter, vincado e 

aventureiro que, no passado, fez expandir a grandeza do povo português. 

Contudo tal qualidade parece definitivamente arredada do quotidiano [ou não]. 

Page 30: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

27

Esta reflexão serve de argumento para o capítulo. 

    O autor procura demonstrar alguns traços caraterísticos que têm sido 

apanágio da sociedade portuguesa. 

    Na sua ótica, os portugueses vivem completamente divorciados e distantes 

da política, dando o exemplo de inúmeros acontecimentos que marcaram a última 

década. Mas porquê, este distanciamento? É aqui que entramos no conteúdo 

essencial do discurso de José Gil. 

    No entender de Gil, a falta de espaço público marca de forma inequívoca 

tal atitude. Contudo, não é a única razão para esta consciente inconsciente 

atitude perante a vida pública. 

  O Salazarismo tem, na sua ótica, cota de responsabilidade. 

    Poder‐se‐á questionar, mas a ditadura já terminou há 30anos! Do 

pensamento do autor deriva uma insanável patologia que afeta os portugueses. 

    Essa doença encontra‐se no subconsciente do povo, da qual se não libertou 

todavia. Ou não? Gil procura transmitir‐nos que existe hoje uma nova forma de 

controlo por parte do Estado, sem que tenha de recorrer à coerção. 

    A estratégia de controlo [não violenta ou privativa das liberdades] passa 

hoje pelo recurso aos mecanismos tecnológicos. A imagem que se veicula hoje 

pelos media torna presente ou ausente o indivíduo. A força que tais meios 

representam na construção do indivíduo é muito bem percebida pela política.  

    Assim sendo, esta utiliza‐a habilmente. 

    A refeudalização é um termo usado por Habermas para definir a inversão do 

papel dos media no espaço publico. O que significa refeudalização? Significa 

algo como uma anástrofe; significa que os media perderam a raiz da sua 

essência ao abdicarem do sentido crítico do sistema e passarem agora a uma 

conivência reprodutiva da imagem comercial. Tornam‐se construtores de ídolos 

virtuais (Habermas Cit.in Cabo 2007:62). 

  Assim sendo, o que se inscreve é unicamente a mensagem que os media 

difundem. 

  A singularidade é hoje um conceito efémero, o mundo está hoje demasiado 

dinâmico para que possa centrar a atenção unicamente em atos singulares. 

   Um fato parece irrefutável e percetível, é que os media não mais parecem 

representar o espaço público e nem sequer está sujeita ao seu controlo 

Page 31: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

28

[cidadania] (Esteves apud Cabo, 2007:68). “… vive do pronto a esquecer e do 

apagamento imediato que sofre qualquer acontecimento”(Gil,2007:124). 

PONTOS FORTES: 

    A abordagem que posso fazer aos pontos fortes é de que a abordagem toca 

em aspetos que se enquadram perfeitamente com a realidade portuguesa. 

Nomeadamente ao comportamento e ao desempenho dos poderes políticos. Concordo 

que existe ainda em Portugal gente com coragem para elevar o moral nacional. 

  PONTOS FRACOS:  

    Sabemos que os media, vivem muito próximos do poder, contudo, o papel que 

lhes esta denotado no texto é demasiado redutor e mesmo pessimista, na 

relação que estabelece e na conivência com o poder político. Penso que podem 

fazer mais. Porém, tem sido louvável a prestação dos media em Portugal, ao 

contrário do que Gil, de alguma forma, tenta mostra‐nos. 

PERSONAGENS CITADAS: 

   Santana Lopes, o principal visado, Gomes da silva ex.ministro do 

XVI governo de Portugal, Paulo Portas, Cavaco Silva, citados no corpo do 

texto. 

REFERÊNCIAS HISTÓRICO‐CULTURAIS: 

    É retratado pelo autor uma série de acontecimentos situados no tempo e 

que servem de mote aos conteúdos expostos. Viaja desde o feudalismo ao 

Salazarismo, passando pelo Cavaquismo, terminando de forma muito crítica em 

relação ao Santanismo (este apenas esteve alguns meses ‐3 – na condução dos 

destinos do país)    

RECURSOS DE ESTILO E LINGUAGEM: 

    Linguagem acessível e simples, tendo em conta que o autor – José Gil – é 

um filósofo. 

    Habitualmente, o tipo de discurso elaborado por intelectuais revela‐se, 

profundamente denso, técnico. Neste particular, não só o capítulo tratado, 

como o ensaio no seu geral, é de acessível compreensão. 

           

DISCIPLINA: Fontes de Informação Sociológica   PROFESSOR: Prof. Dr. Paulo Peixoto       

ALUNO: José Domingos Teixeira dos  Nº:   

Page 32: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

29

Santos  20072956 

   

4. Avaliação de página da Web  

Avaliação da Página de Internet   

    A  minha  escolha  sobre  a  página  a  avaliar  no  âmbito  dos 

objetivos  da  avaliação,  recaiu  sobre  a  página  do  Observatório 

das desigualdades que se encontra disponível no endereço: 

<http://observatorio‐das‐desigualdades.cies.iscte.pt/> 

    Este portal foi encontrado, quando efetuava uma busca sobre 

o  tema  das  desigualdades.  Depois  de  ter  tomado  nota  a  uma 

referência  por  parte  do  docente  da  Cadeira  de  Sociologia  da 

Comunicação Social.   

    Descrevo da seguinte forma o portal em avaliação: dispõem da 

informação em duas línguas, português e em Inglês. 

    Na  Parte  superior  da  página  de  entrada,  e  na  forma 

horizontal,  encontramos  um  conjunto  de  ícones  com  a  seguinte 

disposição:  da  esquerda  para  a  direita  Apresentação,  Estudos, 

Bibliografia,  Estatísticas  e  Base  de  Dados,  Indicadores, 

Publicações,  Noticias  e  Entrevistas,  Newsletters  e  finalmente 

Ligações. 

    Por baixo do ícon Apresentação, também surge a palavra Home, 

que serve como forma de regressar sempre à página de entrada.  

    O primeiro ícon remete para a Apresentação, onde é possível 

observar‐se  o  cariz  da  organização,  estrutura  e  objetivos  da 

missão dos detentores do portal.  

“O Observatório das Desigualdades é uma estrutura independente 

constituída no quadro do Centro de Investigação e Estudos de 

Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (CIES‐IUL), que 

é a instituição responsável pelo seu funcionamento e coordenação 

científica, tendo por instituições parceiras o Instituto de 

Page 33: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

30

Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto 

(ISFLUP) e o Centro de Estudos Sociais da Universidade dos 

Açores (CES‐UA). 

O Observatório é apoiado pela Presidência do Conselho de 

Ministros, pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social 

e pelo Ministério da Educação, tendo para esse efeito sido 

celebrado, em sessão pública, um protocolo de cooperação com o 

Centro de Investigação e Estudos de Sociologia no dia 17 de 

outubro de 2008. 

O Observatório foca as suas atividades no tema das desigualdades 

sociais. Para além de promover o conhecimento científico nesta 

área, o Observatório está em condições de contribuir para a 

fundamentação e avaliação das políticas públicas em Portugal, 

constituindo‐se, deste modo, como um instrumento fundamental de 

investigação e de divulgação científica (Observatório das 

Desigualdades, 2010b) 

    Trata‐se  de  uma  estrutura  independente,  que  trabalha  em 

parceria  com  várias  instituições  no  âmbito  da  investigação 

social e é apoiada por vários ministérios públicos. 

    Retomando  a  descrição,  observamos,  que  dentro  da 

apresentação e no lado superior direito da página, está disposta 

uma  caixa  com  dois  ícones  –  equipa  e  contatos.  (onde  se  pode 

observar  a  constituição  das  equipas  que  trabalham  no 

observatório  e  ainda  a  sua  localização  e  contatos, 

respetivamente). 

    No  segundo  ícon  Estudos,  podemos  obter  a  informação  dos 

estudos  elaborados  nos  anos  de  2008  a  2010.  Podemos  ainda 

observar, uma vez mais no canto superior direito da folha, três 

opções, Análises, conferências e apresentações, Audiovisuais. 

Page 34: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

31

    Tal  como  os  termos  indiciam,  eles  abordam  respetivamente  a 

composição  dos  estudos  realizados,  divulgam  conferências  e 

apresentações, e finalmente multimédia.  

    No  terceiro  ícon  Bibliografia,  permite  efetuar  pesquisas 

sobre vários temas, entre artigos e livros, esta opção aparece 

no canto superior direito da folha. 

    No  quarto  ícon  Estatísticas  e  Bases  de  Dados,  nesta  opção 

podemos  extrair  informação  Nacional  e  Internacional.  Ao 

selecionar‐mos  a  opção  Nacionais,  dispomos  de  um  quadro  de 

grandes  opções  temáticas,  que  por  sua  vez  se  desdobra  em 

informação  ainda  mais  ampla  e  que  acaba  por  remeter  para  o 

portal do INE. 

    Se  a  opção  for  pelo  item  Internacional,  o  processamento  é 

semelhante  ao  Nacional,  com  a  nuance  de  estar  disponível 

informação de organismos como a UNESCO, EUROSTAT, OCDE …dispondo 

de informação Internacional (Europa). 

    No  quinto  ícon  Indicadores,  dispomos  de  nove  (9) 

indicadores,  com  respetivos  Glossários,  contendo  informação 

diversa, relativamente aos indicadores selecionados. 

    No  sexto  ícon  Publicações,  é  possível  aceder  a  publicações 

entre as datas de 2008 a 2010, havendo ainda no canto superior 

direito da folha a opção direta pela publicação do Observatório 

das Desigualdades. 

    No  sétimo  ícon  Noticias  e  Entrevistas,  a  informação 

disponibilizada  reporta‐se  aos  anos  de  2008  a  2010,  com 

informação detalhada mensal, de janeiro a dezembro. Esta também 

disponível  informação  com  transcrições  de  entrevistas  parciais 

sobre duas notícias. 

No nono ícon Newsletters, encontra‐se disponível as Newsletters 

desde 2009 a 2010, contendo à data desta consulta, dez números 

publicados sobre o Observatório das Desigualdades. 

    Finalmente  e  no  décimo  ícon  Ligações,  é  fornecido  um 

conjunto superior a quarenta links/ endereços de ligação que vão 

Page 35: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

32

desde  o  (<http://195.245.197.196/left.asp?05.18>),  que 

corresponde  à  segurança  social,  ou  o  seguinte  

(<http://www.who.int/en/>),  que  corresponde  ao  World  Health 

Organization, entre muitos outros. 

    Em jeito de conclusão, julgo poder afirmar que este site do 

“Observatório  das  desigualdades”  é  simples,  não  possui 

publicidade que possa distrair os utilizadores deste serviço. 

    A  navegação  é  simples  e  fácil,  cumpre  os  critérios 

amigabilidade  e  usabilidade,  ainda  que  reencaminhe  para  outros 

sites mais complexificados.  

Julgo poder fazer um paralelo entre o presente portal e o INE, 

admitindo que o primeiro é mais simplista e acessível. 

    Penso  que  a  sua  estrutura  simples  esta  perfeitamente 

encaixada  na  amplitude  e  recetividade  que  pretende.  Percebe‐se 

que é ainda relativamente recente. 

    Já  relativamente  à  informação  que  disponibiliza,  ela  é 

dirigida  a  uma  população  muito  específica,  nomeadamente  a 

investigadores,  académicos,  estudantes,  mesmos  a  entidades 

governamentais. 

    Diria que a informação que disponibiliza não é atrativa para 

a população em geral. 

    Exige  a  leitura  e  interpretação  de  dados  estatísticos 

(tabelas, gráficos) que podem tornar‐se fatigantes, aborrecidos 

de interpretar. 

    Contém  informação  atual  e  remete  em  simultâneo  para  outros 

links que disponibilizam informação relevante.  

    O  fato  de  disponibilizar  dados  internacionais  é  uma  mais‐

valia, que não posso deixar de relevar. 

    Permite  ainda  importar  informação  gráfica  e  tabelar  ainda 

que com menor qualidade e facilidade que o disponibilizado por 

outros portais, a exemplo do, do INE. 

    Para  terminar  referir  que  os  direitos  do  portal  estão 

reservados à InstantWeb. 

Page 36: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

33

 

   

5. Conclusões  

     

Tal  como  afirmei  na  introdução,  a  opção  por  este  tema  de 

trabalho,  ocorreu  pelo  fato  de  a  minha  compreensão  e 

conhecimento,  acerca  da  Internet  ser  bastante  limitada  e  mesmo 

distante. 

    À  conclusão  que  cheguei,  em  torno  da  temática  é  de  que  a 

Internet  é  um  processo  irreversível,  a  sua  propriedade 

inteletual é de todos aqueles que a utilizam. 

    Concluí que pode ser uma arma poderosa quer seja na dimensão 

social, cultural, económica ou política. 

    O  recurso  a  este  instrumento  tecnológico,  vai  provocar 

mudanças  substanciais  e  significativas  na  dinâmica  e  estrutura 

das economias. Seja na forma de organizar o mercado de transação 

de mercadorias ou da nova forma de organização do trabalho.   

    É também uma forma de contra cultura, que percorre a aldeia 

global. 

    O caso Wikileaks é paradigmático. Por um lado, a revolta dos 

visados  pela  Wikileaks,  por  outro,  aqueles  que  se  manifestam 

solidários com Julian Assange.  

    Finalizo,  dizendo  apenas  que  o  presente  trabalho  exigiu  um 

grande empenhamento pessoal. 

 

 

 

 

Page 37: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

34

 

 

6. Referências bibliográficas  

 

 

Cabo, Ana Isabel (2007), Os Novos Movimentos Sociais e os Media: 

Os  Movimentos  Antiglobalização  nas  Página  do  Público.  Lisboa: 

Livros Horizonte.  

 

Cardoso,  Gustavo  (1998),  Para  uma  Sociologia  do  Ciberespaço: 

Comunidades virtuais em português. Oeiras: Celta Editora.  

 

Cardoso,  Gustavo;  Costa,  António  Firmino;  Conceição,  Cristina 

Palma;  Gomes  Maria  do  Carmo  (2005),  A  Sociedade  em  Rede  em 

Portugal. Porto: Campo das Letras. 

 

Castells,  Manuel  (2005),  A  Sociedade  em  Rede,  vol.I.  Lisboa: 

Fundação Calouste Gulbenkian. 

 

Durkheim, Émile (2007), As regras do método Sociológico, 10ªed. 

Lisboa: Editorial Presença. 

 

Gil, José (2007), “O trauma Português e o Clima atual”, in José 

Gil, Portugal, Hoje: O Medo de Existir. Lisboa: Relógio D’ Água 

Editores, pp.115‐125. 

 

Gouveia, Jorge Mendes (2006), “Determinantes da Adoção de Novas 

Tecnologias  da  Informação  e  Comunicação  –  o  caso  da  Internet 

Móvel”,  Tese  de  Mestrado  em  Gestão  de  Empresas.  Coimbra: 

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. 

 

Page 38: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

35

Ries, Al e Ries, Laura (2007), As 11 leis imutáveis da criação 

das  marcas  na  Internet,  Lisboa:  João  Quina  Edições:  Público, 

2007. 

 

Wolton,  Dominique  (2000),  E  depois  da  Internet.  Algés:  Difusão 

Editorial.   

 

 

FONTES ELETRÓNICAS 

 

NANÇÃO IDE SILVA ANÇÃO EIDE SILV 

Anção, Maide Silva e Paiva, Paulo Bandeira (s.d), “Introdução à 

Internet”.  Página  consultada  em  01‐12‐2010,  disponível  em 

<http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr‐

med/internet/define.htm> 

 

Europa  o  Portal  da  União  Europeia  (2010a),  “Sociedade  da 

informação”.  Página  consultada  em  05‐12‐2010,  disponível  em 

<http://europa.eu/pol/infso/index_pt.htm> 

 

Gil,  José  (2010),  “  Última  aula  na  Faculdade  nova  de  Lisboa”. 

Página consultada em 13‐12‐2010, disponível em  

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1

516053 

 

Instituto  Nacional  de  Estatística  (2008),  “Distribuição  da 

população  residente  em  risco  de  pobreza”.  Página  consultada  em 

03‐12‐2010,  disponível  em 

<http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&

indOcorrCod=0001841&Contexto=bd&selTab=tab2> 

 

 

Page 39: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

36

Instituto Nacional de Estatística (2010), “Indivíduos com idade 

entre 16 e 74 anos que utilizaram internet nos primeiros 3 meses 

do  ano  por  1000  habitantes”.  Página  consultada  em  05‐11‐2010, 

disponível  em 

<http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&

indOcorrCod=0001023&Contexto=bd&selTab=tab2> 

   

Internet World Stats (2010), “Estatísticas de utilizadores de 

Internet da população Portuguesa”. Página consultada em 17‐12‐

2010, disponível em http://www.internetworldstats.com/eu/pt.htm 

 

Internet  World  Stats  (2010a),  "Dados  estatísticos  de 

utilizadores de Internet, por regiões do Mundo – 2010”. Página 

consultada em 18‐12‐2010, disponível em   

http://www.internetworldstats.com/stats.htm   

 

Ligar Portugal (2010), “Um Programa de Ação Integrado no Plano 

Tecnológico do XVII Governo: Mobilizar a Sociedade de Informação 

e do Conhecimento”. Página consultada em 05‐12‐2010, disponível 

em <http://www.ligarportugal.pt/> 

 

 

Observatório  das  desigualdades  (2010),  “Indicadores  da 

evolução/utilização  diária  ou  quase  diária  da  Internet  e 

evolução da utilização da Internet em Portugal, por sexo, idade 

e  nível  de  escolaridade”  Página  consultada  em  24‐01‐2011  e 

disponível  em  <http://observatorio‐das‐

desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=indicators&id=67&lang

=pt> 

 

 

 

Page 40: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

37

Observatório das desigualdades (2010a),"Despesas em Investigação 

e Desenvolvimento: Suécia investe quase 4% dom seu PIB". Página 

consultada em 06‐12‐2010 e disponível em <http://observatorio‐

das‐desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=indicators&id=70> 

 

Observatório das desigualdades (2010b), " Apresentação das 

funcionalidades e objetivos do Observatório das Desigualdades". 

Pagina consultada em 24‐01‐2011 e disponível em 

http://observatorio‐das‐

desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=about&lang=pt 

 

 

Wikipedia  (2010),  “Definição  técnica  de  Sputnik”pagina 

consultada em 04‐12‐2010, disponível em  

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Sputnik> 

 

 

 

  

 

 

               

Page 41: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

Anexo A

Suporte à avaliação da página da Internet Página do Observatório das Desigualdades 

         

  

Fonte: <http://observatorio‐das‐desigualdades.cies.iscte.pt/>  

            

Page 42: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

                                                      

Page 43: Internet, a rede que mudou o mundo! - fe.uc.pt · perspetiva Durkheimiana. Em as regras do método sociológico, ... (tendo por base um capítulo do livro de José Gil – Portugal,

Anexo B

Texto de suporte à ficha de leitura Capítulo – “ O trauma português e o clima atual”, do livro PORTUGAL, HOJE: O Medo de Existir (2007), da autoria do 

Professor José Gil  

 

 

 

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.