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1 Introdução
1.1 Considerações Iniciais
Na ânsia de sobreviver em um mercado altamente competitivo com diferentes
limitações; falta de recursos como mão de obra qualificada, matéria-prima, infra-
estrutura, entre outros; as empresas acabam se empenhando em fazer o máximo
com o mínimo, ou seja; utilizam ao máximo cada um de seus recursos, humanos e
tecnológicos.
Por fim, acabam negligenciando aspectos importantes para a otimização do
seu desempenho, como a segurança de seus colaboradores.
Sabe-se que, com as novas exigências de mercado, a Segurança do Trabalho
já se encontra verdadeiramente instituída em muitas empresas, embora em outras
se faça muito pouco e até as regras mais elementares não sejam cumpridas.
(MELO, 2001)
O cenário negativo acima acaba aparecendo nas estatísticas sobre acidentes
e doenças do trabalho. Segundo Oliveira (2001), no Brasil os números de acidentes,
mortes, mutilações e doenças com seqüelas permanentes revelados pelo Sistema
de Previdência, informam que no decorrer de vinte anos (1974 a 1994), acidentaram-
se no Brasil 23.905.916 trabalhadores, resultando em 91.656 mortes, sem contar
mutilações que culminaram em invalidez total permanente.
Segue abaixo dados mais recentes do Ministério da Previdência Social:
FIGURA 01: Acidentes de trabalho ocorridos entre 2010 e 2012. Fonte: Site do Ministério da Previdência Social. Entre todos os setores de atividades econômicas, a indústria da Construção
Civil ganha destaque como um dos mais desfavoráveis com relação à saúde e
segurança do trabalho, apresentando elevadas taxas de acidentes. O mal é
reconhecido pela maioria dos envolvidos nas atividades deste sistema empresarial,
empregadores e empregados, mas são poucos os que tomam providências efetivas
12
para mitigar ou até mesmo eliminar o caráter inseguro das obras de construção.
(MELO, 2001)
Segundo Cruz (1998), não é preciso que se faça uso de muitas estatísticas
para que fique comprovada a importância da indústria da construção para o
desenvolvimento sócio-econômico do país. Apenas com os dados de que esta
movimenta cerca de 60% do capital bruto do país e emprega aproximadamente 1/3
dos trabalhadores envolvidos em atividades industriais é possível demonstrar sua
importância.
E não para por ai, o crescimento deste mercado vem se consolidando a
algum tempo; segundo Almeida e Reis (2012 apud DIEESE, 2011), a partir de 2004
o setor começou a dar sinais de expansão, com o aumento dos investimentos em
obras de infra-estrutura e em unidades habitacionais, inclusive superando as taxas
negativas de crescimento, em função da crise econômica financeira internacional de
2009. Em 2010, o desempenho do setor de construção civil no Brasil, acompanhou a
tendência nacional, com taxa de crescimento de 11,6%, o melhor desempenho dos
últimos 24 anos, segundo dados do PIB setorial.
Segundo Mawakdiye (1997), caso os investimentos em habitação e infra-
estrutura continuem crescendo a participação da Construção Civil na economia
nacional será ainda maior.
Apesar disso, de todo o seu bom desempenho, não se nota qualquer melhoria
das condições de trabalho e remuneração dos colaboradores deste setor. Pelo
contrário, muitos ainda são submetidos a condições muito precárias.
De acordo com Melo (2001), no Brasil, a construção civil, ainda conserva
fortes traços tradicionais de organização do trabalho, apresenta, além do caráter
nômade das obras, alta rotatividade de mão de obra, condições precárias de
trabalho e significativo índice de acidentes de trabalho.
Entender estas características e o mercado deste setor é de extrema
importância para esta pesquisa; pois a construção civil esta intimamente ligada ao
mercado de elevadores; principalmente no que diz respeito a edificações, prédios
em geral (hotéis, Shopping Center, hospitais, estádios, edifícios comerciais, públicos
e residenciais). Se a economia aquece o mercado da construção, alavanca também
a venda de elevadores.
Além do mas, os operários de construção e os montadores de elevador,
embora tenham atividades distintas, dividem o mesmo ambiente de trabalho. Todo o
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processo de instalação do equipamento, elevador, ocorre dentro de um canteiro de
obras.
E as semelhanças continuam, o nível de escolaridade é uma delas. É habitual
por parte das grandes empresas de elevadores a contratação de terceiros para o
processo de instalação, montagem, dos equipamentos. Pessoas com baixo grau de
instrução dispostas a executar atividades que exigem um maior esforço físico,
geralmente sem nenhuma preocupação com a segurança.
Para minimizar estes aspectos inseguros às empresas deste setor, assim
como qualquer outra empresa, precisa aprender a trabalhar cruzando a prevenção
dos riscos do trabalho com as suas estratégias traçadas nos programas de
qualidade. Nada melhor que um eficaz Sistema de Gestão de Segurança e Saúde
do Trabalho para ajudar a promover uma melhoria do nível de qualidade e
segurança, aumentando ainda, a produtividade da empresa.
Mas o que é um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho? De
acordo com a Norma OHSAS 18001:2007;
É “aquela parte do sistema de gestão global que facilita o gerenciamento dos riscos de Segurança e Saúde no Trabalho associados aos negócios da organização. Isto inclui a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, as responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política de Segurança e Saúde no Trabalho da organização”.
Segundo Melo (2001), atualmente um SGSST é compreendido como um
conjunto de pessoas, recursos, políticas e procedimentos que asseguram a
realização das tarefas; alcançando ou mantendo um resultado específico, qual seja,
a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, minimizando os riscos para os
colaboradores e melhorando o desempenho dos negócios.
Para que a implementação de um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde
do Trabalho seja bem sucedida, Sampaio (1998) afirma que, o seu conteúdo deve
estar estruturado e documentado de modo adequado. Independentemente do setor
onde a empresa atue, de seu porte ou seu tamanho, esta precisa ter a
documentação apropriada exigida para o sistema, bem como o manual de
segurança, os procedimentos, as instruções de trabalho, os planos, registros e
auditoria de segurança. Além disso, para que a empresa obtenha resultados
positivos a gestão da segurança, deve estar no mesmo patamar e ser desenvolvida
com o mesmo empenho que são desenvolvidas a gestão da qualidade, da
produtividade, dos suprimentos, etc.
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É possível afirmar, com o contexto acima, que um SGSST pode ser
implementado em qualquer tipo de empresa, incluindo uma empresa de elevadores.
Basta que esta esteja empenhada em desenvolver a gestão de segurança
adequadamente envolvendo a todos, principalmente aos gestores.
Reforçando esta idéia, Garcia, Boix e Canosa (2004), afirmam que, o
envolvimento dos gerentes é determinante para o desenvolvimento da cultura de
segurança, pois consegue envolver os empregados e melhorar sua percepção e
suas atitudes nas questões relativas à segurança do trabalho.
Atingir uma cultura de segurança segundo Reason (1997), é um processo de
aprendizagem coletiva, interação entre os membros da empresa, compartilhamento
de pensamentos e gerenciamento comprometido.
Enfim, é em um ambiente onde exista uma cultura de segurança que as
atitudes e o comportamento de cada um dos envolvidos; empregados,
empregadores e terceiros; relacionados à segurança se desenvolvem e persistem.
1.2 Problema de pesquisa
No atual mercado, a produtividade e a competitividade entre as empresas
acabam se sobrepondo aos aspectos humanos e sociais, causando impacto na
saúde e segurança dos colaboradores e conseqüentemente em sua qualidade de
vida.
Segundo Lima (1995), o trabalhador em geral, é o que menos atenção
recebe, com os administradores e empresários subestimando a necessidade de uma
preparação adequada para geri-lo. E ao fim, todo este descaso aparece na baixa
produtividade, em altos índices de acidentes do trabalho e absenteísmo.
Todas estas conseqüências custos humanos, gastos financeiros para
colaboradores, para a empresa e para a sociedade em geral poderiam ser evitadas
com um bom Sistema de Gestão.
De acordo com Viterbo Júnior (1998), os objetivos básicos do Sistema de
Gestão são o de aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos
produtos ou serviços oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado
(através da melhoria contínua dos resultados operacionais), a satisfação dos
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colaboradores com a empresa e da própria sociedade com a contribuição social da
empresa.
Com base nestes preceitos é possível afirmar que, o problema de pesquisa
deste trabalho consiste no fato de que a empresa em estudo não possui um Sistema
de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho implementado em uma de suas áreas
que mais sofre com os impactos causados pelo cenário de mercado atual, a área de
montagem de elevadores.
A definição acima é embasada na citação de Joaquim Severino (2000), que
afirma que, para se colocar o problema, é preciso que seja formulado de maneira
clara em seus termos, definida e delimitada. É preciso esclarecer os termos,
definindo-os devidamente. Marconi e Lakatos (1996), reforçam dizendo que, definir
um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de
um problema deve haver clareza, concisão e objetividade.
1.3 Objetivos
Segundo Marconi e Lakato (1996), toda pesquisa deve ter um objetivo
determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.
É com base nesta afirmação que foram estabelecidos para este trabalho um
objetivo geral e seus objetivos específicos.
1.3.1 Objetivo Geral
Propor a implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do
Trabalho, baseado na OHSAS 18001:2007, na área de montagem de uma empresa
de elevadores.
A definição citada acima se respalda com a citação de Richardson (1999), o
objetivo geral define o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa.
16
1.3.2 Objetivos específicos
De acordo com Richardson (1999), os objetivos específicos definem etapas
que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral.
Seguindo este conceito, foram definidos os objetivos abaixo:
• Mapear os processos da empresa para identificar o nível de
gerenciamento em que esta se encontra, quanto à segurança e saúde
do trabalho; e para delimitar o escopo;
• Definir procedimento para identificação e avaliação de riscos existentes
na atividade da empresa;
• Definir procedimentos para implementação de ações referente ao
Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, utilizando o
entendimento da Norma OHSAS 18001:2007;
• Atender a todos os requisitos descritos na Norma OHSAS 18001:2007.
1.4 Justificativa do trabalho
Cada vez mais as empresas vêm sendo forçadas, pelo mercado, a voltarem
suas atenções a novas questões como, qualidade de produtos e serviços, uma
consciência ecológica e ainda, aspectos sociais como qualidade de vida que
abrange a saúde e segurança dos seus colaboradores.
Uma empresa com um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do
Trabalho adequado não só garante sua permanência neste mercado competitivo,
como garante uma intervenção favorável na produtividade, na melhoria da qualidade
e valor agregado ao seu produto e/ou serviço.
De acordo com Miranda Junior (1995), a aquisição da qualidade esta
intimamente ligada à melhoria das condições de segurança e higiene no trabalho,
pois é muito improvável que uma organização alcance excelência dos seus produtos
negligenciando a qualidade de vida daqueles que os produzem.
Além disso, um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, se
aplicado corretamente, pode proporcionar as empresas uma redução dos acidentes
de trabalho, através da prevenção. Segundo Cruz (1998), os custos dos acidentes
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resultam em um aumento no custo do produto final das empresas. Logo, empresas
que possuem um Sistema de Gestão implantado ganham financeiramente.
E é seguindo estes conceitos de que uma organização pode ter um ótimo
retorno investindo em um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho
que o presente trabalho é justificado.
1.5 Delimitação do trabalho
Segundo Severino (2000), os limites da problematização devem ser
determinados, pois não se pode tratar de tudo ao mesmo tempo e sob os mais
diversos aspectos.
Baseado nisso, definiu-se para este trabalho propor a implementação de um
SGSST em apenas uma das áreas da empresa, o setor de montagem de
elevadores. Esta área, atualmente, é a que mais gera preocupação para a empresa,
pois apresenta maior número de ocorrências de acidentes e onde as mais graves
acontecem.
É importante informar que, os resultados alcançados neste trabalho são
válidos apenas para a empresa em estudo; poderá ser utilizada a mesma
metodologia de pesquisa em outros estudos semelhantes, porém sendo necessárias
as análises de outras variáveis específicas.
Vale também citar que, não pretende-se com este trabalho esgotar o assunto,
portanto traz também como limitação a impossibilidade do levantamento de
informações em sua totalidade. Assim como, a falta de tempo disponível
impossibilita a validação prática da pesquisa, não permitindo a implementação do
sistema na empresa.
1.6 Hipótese Geral
Segundo Severino (2000), hipótese é o que se pretende demonstrar e não o
que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida.
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Assim sendo, a hipótese geral deste trabalho é a seguinte: é possível
implementar um SGSST, baseado na norma OHSAS 18001:2007, em uma única
área de uma empresa de elevadores.
1.7 Estrutura do trabalho
O presente trabalho esta estruturado da seguinte forma:
• Capítulo 1 - É formado pelas considerações iniciais que consiste na
parte introdutória da pesquisa, além disso, fazem parte deste capítulo
também o problema de pesquisa, a justificativa do trabalho, os
objetivos, a delimitação do trabalho, sua hipótese geral e estrutura do
trabalho;
• Capítulo 2 - Apresenta o referencial teórico abordando um breve
histórico da Saúde e Segurança do trabalho no Brasil e no mundo, as
Normas Regulamentadoras, uma breve revisão teórica sobre Sistema
de Gestão, seus conceitos e definições; traz ainda, informações sobre
a Norma OHSAS 18001;
• Capítulo 3 – Apresenta o método de pesquisa, a classificação da
pesquisa, as técnicas de coleta de dados utilizados e a metodologia
para implementação do Sistema de Gestão;
• Capítulo 4 – Traz informações e características da empresa e o
resultado da metodologia para implementação do Sistema de Gestão
de Saúde e Segurança do trabalho, apresenta a proposta em si;
• Capítulo 5 – Apresenta as conclusões, recomendações e sugestões
para futuras pesquisas na área em questão;
19
• O trabalho é finalizado com as referências bibliográficas e apêndices
citados no interior da pesquisa.
FIGURA 02: Esquema da estrutura do trabalho Fonte: O próprio autor
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2 Referencial Teórico
2.1 Saúde e segurança do trabalho: Breve histórico
O homem conhece o trabalho desde seus primórdios, porém o conceito de
saúde e segurança do trabalho veio surgir muito tempo depois.
De acordo com Melo (2001), as primeiras pesquisas sobre a relação do
trabalho e doenças datam do século XVI, nelas eram evidenciadas as possibilidades
do trabalho ser causador de doenças.
Porém, o primeiro trabalho de grande importância sobre doenças profissionais
foi publicado na Itália em 1700, pelo médico Bernardino Ramazzinni. Segundo Cruz
(1998), hoje ele é considerado o "pai da Medicina do Trabalho". Ramazzinni
descreve em sua obra, "De Morbis Artificum Diatriba", cerca de 100 profissões
diferentes e os riscos específicos de cada uma delas, além de, acrescentar à sua
obra perguntas de rotina feitas ao doente pelo médico como por exemplo: "Qual é a
sua ocupação?".
Mas quando se trata da evolução histórica do conceito de saúde e segurança
do trabalho, é imprescindível focar na Revolução Industrial no século XVIII. De
acordo com Cruz (1998), "as leis trabalhistas surgiram como conseqüência da
questão social e da reação humanista que precedeu a revolução e que se propôs a
garantir e preservar a dignidade do ser humano ocupado nas indústrias".
A maquinaria introduzida no processo de produção substituindo a força
muscular dos homens modificou totalmente suas condições de trabalho. A execução
das tarefas pelo trabalhador tornou-se repetitivas. Além disso, não existia critério
para recrutamento de mão-de-obra; homens, mulheres e crianças iniciavam o
trabalho ainda de madrugada e seguiam até anoitecer, quando não trabalhavam
também durante a noite. E não para por ai, as atividades aconteciam em ambientes
fechados, com ventilação e iluminação precárias e níveis de ruídos muito altos.
Todos estes fatores somados acarretaram num crescimento assustador de acidentes
do trabalho. Com isto, houve a necessidade de intervenção na ordem econômica e
social por parte do Estado.
21
De acordo com Cruz (1998), "na regulamentação jurídica do trabalho pelo
Estado predominou, inicialmente, o propósito de proteger o trabalho do menor e da
mulher e o de limitar a duração da jornada de trabalho".
Nascimento (1992), afirma que, "o emprego da máquina, que era
generalizado, trouxe problemas desconhecidos, principalmente pelos riscos de
acidente que comportava. A prevenção e a reparação de acidentes, as proteções de
certas pessoas (mulheres e menores) constituíam uma parte importante da
regulamentação do trabalho". Nascimento (1992), acrescenta que, a maioria das leis
editadas nesta época foram dedicadas a estes assuntos, demonstrando um maior
intervencionismo por parte do poder público. Por exemplo, a Lei de Amparo aos
Pobres, editada em 1601 na Inglaterra, que reconheceu a obrigação do Estado de
amparar o indigente nacional.
Também na Inglaterra em 1802, segundo Melo (2001), foi aprovada a primeira
lei de proteção ao trabalhador, a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, limitando a
jornada de trabalho em 12 (doze) horas diárias, proibindo o trabalho noturno,
obrigando os empregadores a manter a higiene do local de trabalho e tornando
obrigatória a ventilação destes. Tal lei, embora muito importante na história, não foi
eficaz no que diz respeito à redução dos acidentes de trabalho.
De acordo com Melo (2001), em 1833 "surgiu na Inglaterra o que deve ser
considerado a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao
trabalhador", a Factory Act. Esta lei foi constituída para proteger os menores e
fiscalizar as condições de trabalho das fábricas; proibindo o trabalho de menores de
9 (nove) anos, limitando a jornada diária de menores de 13 (treze) anos à 9 (nove)
horas, dos adolescentes de menos de 18 (dezoito) anos à 12 (doze) horas diárias,
proibindo o trabalho noturno aos menores de 18 (dezoito) anos, obrigando as
fábricas a terem escolas para os menores de 13 (treze) anos, obrigando também a
presença de um médico na fábrica e instituindo a nomeação de inspetores de fábrica
para fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas.
Segundo Cruz (1998), outras medidas como estas foram sendo criadas como
a Lei de 1844 que estabeleceu para as mulheres a jornada de 10 (dez) horas diárias
de trabalho, as Leis de 1850 e 1853 que afixaram a jornada de trabalho geral dos
homens em 12 (doze) horas diárias e a Lei de 1842 que proibiu o trabalho de
mulheres e menores de 18 (dezoito) anos em subsolo.
22
De acordo com Melo (2001):
"Com a introdução do Taylorismo nas fábricas, na passagem do século XIX para o XX, surgiram às noções de higiene e segurança no trabalho. Foram criados grupos de inspeção do trabalho voltados para o controle das condições de higiene e segurança no trabalho principalmente nas situações de trabalho penosas, como o trabalho em minas. Os primeiros países a desenvolverem estes grupos de inspetores do trabalho foram: Inglaterra (1833), França (1850), Alemanha (1870), Itália (1870) e Espanha (1880)."
As normas de proteção ao trabalhador foram se estendendo a outras
atividades, além da indústria, e penetraram nas Constituições modernas. Cruz
(1998), cita a Constituição do México de 1917:
A Constituição do México foi a primeira a tratar os direitos trabalhistas, estabelecendo jornada diária de trabalho de 8 (oito) horas, jornada máxima noturna de 7 (sete) horas, proibindo o trabalho de menores de 12 (doze) anos e limitando para 6 (seis) horas de trabalho os menores de 16 (dezesseis) anos. Além disso, foi instituída a obrigatoriedade do descanso semanal, proteção à maternidade, salário mínimo, igualdade salarial, adicional de horas extras, proteção contra acidentes do trabalho, higiene e segurança do trabalho, direito de sindicalização, de greve, de conciliação e arbitragem dos conflitos, de indenização de dispensa e de seguros sociais.
Outro marco importante na história da saúde e segurança do trabalho,
segundo Melo (2001), foi a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho)
em 1919. Esta previa a obrigação da constituição dos serviços de inspeção em todos
os países participantes. Além disso, mais tarde adotou o direito de reparação a
acidentes de trabalho e doenças profissionais.
Enfim, firmou-se em praticamente todos os países o direito trabalhista,
independente de sua estrutura econômica, política ou jurídica; como uma
necessidade de regrar as relações de trabalho. De acordo com Cruz (1998), o direito
do trabalho, no seu contexto contemporâneo, passou a desempenhar além da
função de proteger o trabalhador, a função de coordenar os interesses entre o
capital e o trabalho. As normas de proteção ao trabalhador passaram a conviver com
outras normas, criadas para resolver problemas ocasionados em épocas de crise.
23
2.2 Saúde e Segurança do trabalho no Brasil
As transformações que ocorriam na Europa e a elaboração de normas de
proteção ao trabalhador em diversos países foram fatores externos que
influenciaram o direito trabalhista brasileiro. (CRUZ, 1998)
Além disso, segundo Nascimento (1992), a aderência do Brasil à OIT
(Organização Internacional do Trabalho), criada no Tratado de Versalhes, em 1919,
fez com que se tivesse um compromisso de observar normas trabalhistas.
Assim como em outros países do mundo, o Brasil vinha buscando uma forma
de mitigar os altos índices de acidentes do trabalho.
Segundo Cruz (1998):
"A partir de 1930, a proteção ao trabalhador ganhou novo impulso no campo político e legislativo. No governo de Getúlio Vargas, houve uma reestruturação da ordem jurídica trabalhista e inúmeras foram as leis editadas, comprovando-se, deste modo, a maior intervenção do Estado. Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (Dec. nº 19.433), instituiu-se a Carteira Profissional, disciplinou-se a duração da jornada de trabalho no comércio (Dec. nº 21.186) e na indústria (Dec. nº 21.364), o trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais recebeu texto especial (Dec. nº 21.417-A), assim como, o trabalho dos menores (Dec. nº 22.042)."
No ano de 1934, considerado um marco na história do Brasil, surge a
Constituição Trabalhista Brasileira; esta estabeleceu uma regulamentação bastante
vasta, no que diz respeito a prevenção de acidentes. Porém, de acordo com
Carvalho (2008) um avanço concreto só ocorreu com a nova redação da Lei n°
6.514, de 1977, do capítulo 5 (cinco) do titulo 2 (dois) da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT); aprovada pelo Decreto - Lei n° 5.452 em 1943 e posteriormente
através da Portaria Ministerial n° 3.214 de 1978, que aprovou as Normas
Regulamentadoras (NRs) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
De acordo com Chaib (2005), na década de 70, com a criação da
Fundacentro, órgão ligado ao MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego) as
primeiras pesquisas sobre saúde e segurança ocupacional foram desenvolvidas.
Houve um grande salto na direção de melhores condições de trabalho e as
informações acima relatadas mostram uma evolução da Gestão de Saúde e
Segurança do Trabalho no Brasil. Apesar disso, conforme Godini e Valverde (2001),
a realidade era demonstrada por uma tímida atitude prevencionista, iniciada pelos
24
primeiros profissionais de saúde e segurança do trabalho e um comportamento
punitivo e policialesco por parte dos órgãos fiscalizadores do governo.
Para Chaib (2005), uma sensível evolução ocorreu nas décadas de 80 e 90,
com as alterações das normas referentes às práticas de SST, principalmente com o
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) - NR nº 9 e o PCMSO
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) - NR nº 7. Outra evolução
ocorreu com a criação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) - NR
nº 5.
O fato é que, no Brasil nos últimos 20 (vinte) anos aconteceram
aproximadamente 24 milhões de acidentes de trabalho; mostrando que apesar das
tentativas passadas, leis, decretos, normas e procedimentos referentes à saúde e
segurança do trabalhador ainda não atingiram seus objetivos. Contudo, o
empregador, nos últimos anos, tem se mostrado preocupado com a segurança de
seus colaboradores, devido aos custos diretos e indiretos que um acidente pode
proporcionar às empresas. Com esta visão, vem se desenvolvendo de maneira
gradativa novos conceitos que relacionam a segurança do trabalho com a qualidade
e produtividade; a forte tendência é que estes conceitos continuem se expandindo.
2.2.1 Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil
A Legislação de SST é formada por convenções, decretos, Instruções
Normativas, Leis e Normas Regulamentadoras.
Convenção: são tratados multilaterais abertos, de caráter normativo, que
podem ser ratificadas sem limitação de prazo por qualquer dos Estados- Membros.
(MTE, 2013)
Segue abaixo as Convenções existentes, conforme o Ministério do Trabalho e
Emprego:
• Convenção Nº 184 - Segurança e Saúde na Agricultura
• Convenção Nº 176 - Segurança e Saúde nas Minas
• Convenção Nº 174 - Prevenção de Acidentes Industriais Maiores
• Convenção Nº 170 - Produtos Químicos
• Convenção Nº 162 - Asbesto / Amianto
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• Convenção Nº 161 - Serviços de Saúde no Trabalho
• Convenção Nº 155 - Segurança e Saúde dos Trabalhadores
• Convenção Nº 152 - Segurança e Higiene (Trabalho Portuário)
• Convenção Nº 148 - Meio Ambiente de Trabalho (Contaminação do Ar, Ruído
e Vibrações)
• Convenção Nº 139 - Câncer Profissional
• Convenção Nº 136 - Benzenos
• Convenção Nº 127 - Peso Máximo
• Convenção Nº 124 - Exame Médico dos Menores (Trabalho Subterrâneo)
• Convenção Nº 120 - Higiene (Comércio e Escritórios)
• Convenção Nº 115 - Proteção Contra Radiações Ionizantes
• Convenção Nº 113 - Exame Médico dos Pescadores
• Convenção Nº 103 - Proteção da Maternidade
• Convenção Nº 81 - Fiscalização do Trabalho
• Convenção Nº 45 - Trabalho subterrâneo
• Convenção Nº 42 - Doenças Profissionais
• Convenção Nº 16 - Trabalho marítimo - Exame médico dos menores
• Convenção Nº 12 - Agricultura - Indenização por acidentes de trabalho
Decreto: é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão que
determina o cumprimento de uma resolução. (MTE, 2013)
Segue abaixo os Decretos existentes, conforme o Ministério do Trabalho e
Emprego:
• Decreto n.º 7.602, de 07/11/2011 - Dispõe sobre a Política Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST.
• Decreto Nº 4.085, de 15 de Janeiro de 2002 - Promulga a Convenção n.º 174
da OIT e a Recomendação n.º 181 sobre a Prevenção de Acidentes
Industriais Maiores.
• Decreto Nº 1.253, de 27/10/1994 - Promulga a Conversão nº 136, da
Organização Internacional do Trabalho, sobre a Proteção contra os Riscos de
Intoxicação Provocados pelo Benzeno, assinada em Genebra, em 30 de
junho de 1971.
26
• Decreto Nº 02, de 17/03/1992 - Aprova o texto da Convenção nº 155, da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre a segurança e saúde dos
trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, adotada em Genebra, em 1981,
durante a 67ª Seção da Conferência Internacional do Trabalho.
Segue abaixo as Instruções normativas existentes, conforme o Ministério do
Trabalho e Emprego:
• Instrução Normativa N° 97, de 30 de julho de 2012 - Dispõe sobre a
fiscalização das condições de trabalho no âmbito dos programas de
aprendizagem.
• Instrução Normativa Nº 88, de 30/11/2010 - Estabelece diretrizes para as
análises de acidentes de trabalho efetuadas por Auditor-Fiscal do Trabalho e
modelo de relatório.
• Instrução Normativa Nº 01, de 24/03/2004 - Dispõe sobre o depósito, registro
e arquivo de convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho nos órgãos
do Ministério do Trabalho e Emprego
• Instrução Normativa Nº 28 de 27/02/2002 - Estabelece procedimentos para
apreensão e guarda de documentos, livros, materiais, equipamentos e
assemelhados por Auditor-Fiscal do Trabalho e aprova modelos de Auto de
Apreensão, Termo de Guarda e Termo de Devolução de objetos
• Instrução Normativa Nº 27, de 27/02/2002 - Revogada pela Portaria Nº 76 de
16/04/2004, publicada no DOU de 19-04-2004, Seção 1, p.59 Estabelece
procedimentos para expedição de certidões e prestação de informações sobre
processos administrativos originários de ação fiscal e aprova modelos de
certidões
• Instrução Normativa Nº 7, de 13/01/2000 - Exigência e Informação sobre a
existência e o uso de tecnologia de proteção individual em laudo técnico de
condições ambientais expedidos por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança do trabalho.
• Instrução Normativa Nº 01 de 11 de abril de 1994 - Estabelece o
Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos para proteção
respiratória
27
Segue as Leis existentes, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego:
• Lei Nº 5.889, de 08/06/1973 - Estatui normas reguladoras do trabalho rural.
• Lei Nº 6.321, de 14/04/1976 - Dispõe sobre a dedução, do lucro tributável
para fins de imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, do dobro das
despesas realizadas em programas de alimentação do trabalhador.
• Lei Nº 6.514, de 22/12/1977 - Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação
das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras
providências.
• Lei Nº 7.410, de 27/11/1985 - Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros
e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a Profissão de
Técnico de Segurança do Trabalho, e dá outras Providências.
• Lei Nº 9.719, de 27/11/1998 - Dispõe sobre normas e condições gerais de
proteção ao trabalho portuário, institui multas pela inobservância de seus
preceitos, e dá outras providências.
2.2.2 Normas Regulamentadoras
Atualmente existem 36 (trinta e seis) Normas Regulamentadoras (NR-1 a NR-
36) que são de observância obrigatória por parte das empresas públicas e privadas,
pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos Poderes
Legislativo e Judiciário que possuam colaboradores regidos pela CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) e também aos trabalhadores avulsos.
De acordo com Carvalho (2008), o órgão nacional competente para
coordenar, orientar, controlar, supervisionar e fiscalizar o cumprimento das leis e
regulamentos relativos à segurança e medicina do trabalho é a Secretaria de
Segurança e Saúde do Trabalho (SSST). Mas para ajudar neste trabalho existem as
Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) que visam uma descentralização e uma
ação mais direta no controle, orientação e fiscalização destas atividades.
Carvalho (2008), afirma ainda que, “uma vez regulamentadas as normas
sobre segurança e medicina do trabalho cabe ao empregador cumprir e fazer
cumprir as disposições legais e elaborar ordens de serviço sobre segurança e
medicina do trabalho objetivando prevenir atos inseguros no desempenho do
trabalho”. Assim como, cabe ao colaborador cumprir todas as leis e regulamentos de
28
segurança e medicina do trabalho, incluindo as ordens de serviço emitidas pelo
empregador.
Seguem abaixo, as Normas Regulamentadoras aprovadas pelo Ministério do
Trabalho:
• NR-1 Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas
Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho Urbano, bem como os
direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema
específico.
• NR-2 Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao
MTb a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua
realização.
• NR-3 Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam
a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a
serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à
Segurança e a Medicina do Trabalho.
• NR-4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:
Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados
regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
• NR-5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): Estabelece a
obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento,
por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de
prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao
empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
• NR-6 Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Estabelece e define os tipos de EPI's a
que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de
trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
• NR-7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a
obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de
29
Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto
dos seus trabalhadores.
• NR-8 Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados
nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham.
• NR-9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade de
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes
ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.
• NR-10 Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições mínimas
exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em
suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma
e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de
geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as
normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais.
• NR-11 Transportes, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece
os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao
transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma
mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais.
• NR-12 Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança
e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e
manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho.
• NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnicos-legais
relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se
prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho.
• NR-14 Fornos: Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinentes à construção,
operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho.
• NR-15 Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes
insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando
vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício
insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua
saúde.
30
• NR-16 Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações
legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas
correspondentes. Especificamente no que diz respeito a atividades e operações perigosas com
explosivo e com Inflamáveis.
• NR-17 Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptaçào das
condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
• NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece
diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho na industria da construção civil.
• NR-19 Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito,
manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos
trabalhadores em seus ambientes de trabalho.
• NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares
acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis,
objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores m seus ambientes de
trabalho.
• NR-21 Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a
prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar
livre e em pedreiras.
• NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de
segurança a serem observados pelas empresas que desemvolvam trabalhos subterrâneos de
modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do
Trabalho.
• NR-23 Proteção contra incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra incêndio
que devem dispor os locais de trabalho.
• NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os
preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no
que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando a
higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores.
• NR-25 Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas,
pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de
trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
31
• NR-26 Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem
utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde
e a integridade física dos trabalhadores.
• NR-27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do
Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as
funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro
profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho.
• NR-28 Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela
fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à
concessão de prazos às empresas para no que diz respeito à concessão de prazos às empresas
para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de
autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
• NR-29 Trabalho Portuário: Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra
acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.
• NR-30 Trabalho Aquaviário : Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial
utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso,
na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em
plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e
portuário.
• NR-31 Trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração florestal e aqüicultura:
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma
a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária,
silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do
trabalho.
• NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde: Tem por
finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
• NR-33 Espaços Confinados: Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos
riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores
que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
32
• NR-34 Condições e meio ambiente para trabalho na indústria da construção naval: tem
por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e
ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.
• NR-35 Trabalho em altura: tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as
medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a
execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com esta atividade.
• NR-36 Segurança e Saúde no Trabalho em empresa de abate e processamento de
carnes e derivados: tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e
monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e
processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir
permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da
observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e
Emprego.
QUADRO 01: Normas regulamentadoras. Fonte: Carvalho (2008) e MTE (2013).
2.3 Sistema de Gestão: O que é?
Segundo Arantes (1994), um sistema de gestão é um instrumento que a
administração da empresa pode usar para facilitar sua tarefa. Este deve ser
entendido como um efetivo instrumento de suporte à ação da administração e não
como a administração em si.
Para Melo (2001), “os instrumentos de gestão auxiliam a definir a razão de ser
da empresa; a planejar, dirigir, organizar, executar e controlar as atividades; a
estabelecer o entendimento e as relações entre as pessoas; a obter as informações
para operar e gerenciar o empreendimento, a mobilizar as pessoas para realizar a
tarefa empresarial.” Para tanto se faz necessário que estes conceitos e técnicas que
fazem parte do sistema de gestão sejam entendidos e aplicados de maneira correta
de acordo com a natureza da questão.
De acordo com Souza (1997), “sistema é um conjunto de elementos
dinamicamente relacionados entre si, formando uma atividade que opera sobre as
entradas e, após processamento, as transforma em saídas, visando sempre atingir
um objetivo.”
33
Já para Frosini e Carvalho (1995), um sistema de gestão é conceituado como
o conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de
complexidade, cujos componentes associados interagem de forma organizada para
realizar uma tarefa específica e atingem ou mantém um dado resultado.
Melo (2001 apud Cicco, 1995), “define Sistema de Gestão como a estrutura
organizacional, as responsabilidades e os procedimentos, processos e recursos para
a organização implementar a sua gestão da qualidade, a sua gestão ambiental ou a
sua gestão da segurança e saúde no trabalho.”
2.4 Alguns conceitos e definições relacionados ao SGSST
De acordo com Cruz (1998), o conceito legal de acidente do trabalho
encontra-se no Art. 2º da Lei nº 6367, de 19.10.76, sob a seguinte definição:
"Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou
perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".
Definições baseadas na OHSAS 18001:2007.
• Segurança e saúde do trabalho (SST): trata-se das condições e fatores
que afetam, ou podem afetar, a saúde e a segurança dos
colaboradores e outros trabalhadores (incluindo trabalhador temporário
e pessoal contratado), visitantes, e qualquer outra pessoa no local de
trabalho.
• Melhoria continua: processo de aprimoramento do Sistema de Gestão
da SST, visando atingir melhorias no desempenho de Segurança e
Saúde do Trabalho global, de acordo com a política de SST da
organização.
• Ação preventiva: ação para eliminar a causa de uma potencial não-
conformidade ou outra situação potencialmente indesejável.
34
• Perigo: fonte, situação ou ação com potencial para provocar danos em
termos de lesão humana ou doença, ou uma combinação destes.
• Identificação de perigos: processo de reconhecimento que um perigo
existe e da definição de suas características.
• Incidente: evento relacionado ao trabalho que deu origem a uma lesão
ou doença ou fatalidade ocorrida, ou que poderia ter ocorrido.
• Acidente: um incidente o qual originou uma lesão, doença a saúde ou
fatalidade.
• Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um evento
perigoso ou exposição e a severidade da lesão ou doença que pode
ser causada pelo evento ou exposição.
• Avaliação de riscos: processo de avaliação do risco originário do
perigo, levando em conta a adequação de qualquer controle existente,
e decisão se o risco é ou não é aceitável.
2.5 Análise de perigos e riscos
De acordo com Melo (2001), a análise de risco é o processo global de estimar
a magnitude do risco e decidir se ele é tolerável ou aceitável.
FIGURA 03: Processo de analise de risco Fonte: Melo 2001
35
A análise do risco envolve 3 (três) passos básicos: identificar perigos, estimar
o risco de cada perigo (a probabilidade e a gravidade do dano) e decidir se o risco é
tolerável.
Uma das ferramentas mais utilizadas para análise de risco é a APR - Análise
Preliminar de Riscos
2.6 Norma OHSAS 18001
De acordo com Carvalho (2008):
“A OHSAS 18001 (Occupation Health and Safety Assessment Series 18001)
foi desenvolvida por diversos organismos certificadores: Bureau Veritas
Quality Internacional (BVQI), Det Norske Veritas (DNV), British Standards
Institution (BSI), Lloyds Register Quality Assurance e SGS Yarsley
International Certification Services e entidades nacionais de normalização
da Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. Essa norma foi
oficialmente publicada pela BSI em 15 de abril de 1999 e utilizou como base
para sua elaboração o guia BS 8800 o que iria facilitar a sua
compatibilidade com série ISO 9000 (Sistema de Gestão da Qualidade) e
com a série ISO 14000 (Sistema de Gestão Ambiental).”
A Norma OHSAS 18001 é específica para o sistema de gerenciamento de
Saúde e Segurança do trabalho e foi elaborada em resposta às necessidades de
gerenciar suas obrigações com o SST de forma mais eficiente.
Segundo Araujo (2002), a Norma OHSAS é aplicável a qualquer organização
que deseje:
• Estabelecer um Sistema de Gestão da SST para eliminar ou mitigar
riscos aos colaboradores e outras partes interessadas que possam
estar expostos aos riscos de SST associados as suas atividades;
• Implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão
de SST;
• Assegurar-se da sua conformidade com sua política de SST definida;
• Demonstrar tal conformidade a terceiros;
36
• Buscar certificação do seu Sistema de Gestão de SST por uma
organização externa; ou
• Realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de conformidade
com esta especificação.
Carvalho (2008 apud Cicco, 1999), aponta alguns benefícios sucedidos da
implantação de um Sistema de Gestão segundo a Norma OHSAS 18001:
• Assegurar aos clientes o cumprimento com uma Gestão de Saúde e
Segurança;
• Manter boas relações com sindicatos e colaboradores;
• Obter seguros a custos razoáveis;
• Fortalecer a imagem da empresa junto ao mercado;
• Reduzir acidentes que impliquem em responsabilidade civil;
• Facilitar a obtenção de licenças e autorizações;
• Compartilhar soluções de prevenções de acidentes e doenças do
trabalho;
• Melhorar as relações entre a empresa e os órgãos do governo.
37
3 Procedimento Metodológico
3.1 Método da pesquisa
Segundo Richardson (1999), o método precisa estar apropriado ao tipo de
estudo que se deseja realizar, mas é a natureza do problema ou seu nível de
aprofundamento que, de fato, determina a escolha do método.
Utilizando uma classificação bastante ampla, é possível dizer que existem
dois grandes métodos de investigação científica: o quantitativo e o qualitativo.
Para Richardson (1999), o método quantitativo, como o próprio nome indica,
caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de
informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Este
método tem como objetivo evitar a infidelidade nas analises e interpretações, sendo
sua intenção garantir resultados precisos.
Já o método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não
emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um
problema. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.
(RICHARDSON, 1999)
Richardson (1999) afirma, ainda, que:
"Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos."
Seguindo este contexto, é possível afirmar que, a presente pesquisa
caracteriza-se como de natureza qualitativa. Sendo o objetivo desta, propor a
implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho
baseado na Norma OHSAS 18001:2007.
38
3.2 Classificação da pesquisa
Vergara (2000), afirma que:
"As pesquisas podem ser classificadas quanto aos fins e aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa pode ser: exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista. Já quanto aos meios de investigação, a pesquisa pode ser: pesquisa de campo, pesquisa de laboratório, documental, bibliográfica, experimental, ex post facto,
participante, pesquisa-ação e estudo de caso."
Esta pesquisa pode ser caracterizada, quanto aos fins, como descritiva,
exploratória e aplicada. Descritiva pois analisa e expõe características de um
fenômeno, neste caso, a aplicação de um Sistema de Gestão de Saúde e
Segurança do Trabalho; exploratória pois há pouco conhecimento relacionado ao
assunto, voltado ao ramo de elevadores e; aplicada por que motiva -se a resolver um
problema de uma empresa tendo finalidade prática, a possível implementação deste
sistema.
A caracterização acima se respalda nas definições de Vergara (2000):
"A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. A investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado que, por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa. A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos [...]. Tem, portanto, finalidade prática [...]."
Quanto aos meios, esta pesquisa caracteriza-se em bibliográfica e estudo de
caso. Bibliográfica pois boa parte foi desenvolvida com base em publicações feitas
em livros, revistas eletrônicas e sites de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança
do Trabalho, principalmente OHSAS 18001:2007. Estudo de caso pois foi
pesquisada, utilizada como população de referência, uma empresa de elevadores.
A caracterização acima foi baseada nos conceitos de Vergara (2000):
A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral, onde fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O estudo de caso constitui um estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.
39
3.3 Técnicas de coleta de dados
De acordo com Lakatos e Marconi (1992), as técnicas correspondem à parte
prática da coleta de dados; é considerado um conjunto de preceitos ou processos de
que se serve uma ciência e como estes são utilizados para obtenção de seus
objetivos.
Para esta pesquisa foram utilizadas as seguintes técnicas: pesquisa
bibliográfica (anteriormente citada), técnicas de observação simples e entrevista.
Estas técnicas têm por finalidade atender ao primeiro objetivo específico
apresentado pela autora.
Segundo Vergara (1997), a forma de observação simples significa o
pesquisador ser um espectador não participativo, mantendo certo distanciamento do
grupo ou da situação que se pretende estudar, não se empenhando nesta situação.
A técnica acima citada foi utilizada durante as visitas à empresa pesquisada e
aos canteiros de obras onde esta presta serviço, com a finalidade de verificar o nível
de gerenciamento referente à segurança e saúde do trabalho nestes locais. Para
estas observações foi utilizado um roteiro que encontra-se no final desta pesquisa
(Apêndice II).
A técnica da entrevista, de acordo com Melo (2001), é um procedimento
individualizado, o contato é direto entre o entrevistado e o entrevistador e tem por
objetivo colher informações qualitativa. Sendo uma abordagem mais aprofundada,
permite compreender alguns dos comportamentos que não podem ser explicados
através das observações.
A entrevista foi realizada de maneira estruturada de acordo com um roteiro,
contendo perguntas avaliativas ao nível de gerenciamento de SST na empresa
(Apêndice III). Utilizou-se também um formulário, com base, nos requisitos da norma
18001:2007 para reforçar esta avaliação (Apêndice I).
40
3.4 Metodologia para implementação do Sistema de Gestão
A Metodologia de implementação do Sistema de Gestão de Saúde e
Segurança do Trabalho a ser aplicada baseia-se na norma OHSAS 18001:2007 e
OHSAS 18002:2007 (Diretrizes Gerais). Na referente norma são definidos os
elementos e procedimentos mínimos que se adequadamente utilizados
possibilitaram implementar um SGSST de maneira eficiente.
Segue abaixo o esquema que representa os elementos de Gestão de Saúde
e Segurança do Trabalho baseado na Norma OHSAS 18001:2007:
FIGURA 04: Elementos do Sistema de Gestão Fonte: Norma OHSAS 18001:2007
A norma OHSAS é baseada na metodologia conhecida como Plan, Do,
Check, Act (PDCA) / (Planejar, Executar, Verificar, Agir); mesma metodologia que
dará um rumo ao resultado desta pesquisa.
O PDCA pode ser brevemente descrito da seguinte forma:
41
• Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir
os resultados em concordância com a política de Saúde e Segurança
do Trabalho da organização;
• Executar: Implementar os processos;
• Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a
política de Saúde e Segurança do Trabalho, objetivos, metas,
requisitos legais e outros, e relatar os resultados;
• Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da
gestão de SST.
(ALMEIDA E REIS, 2012)
FIGURA 05: Ciclo PDCA Fonte: Adaptado de Almeida e Reis, 2012
42
Segundo Araujo (2002), a OHSAS 18001:2007 fornece os requisitos para um
Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho permitindo, assim, que uma
empresa possa controlar seus riscos de acidentes e doenças do trabalho, bem como
melhorar seu desempenho.
Abaixo serão apresentados os requisitos necessários para o atendimento da
Norma OHSAS 18001:2007; estes requisitos serão um dos norteadores para atender
os objetivos deste trabalho, serão seguidos como etapas a serem cumpridas.
FIGURA 06: Requisitos do Sistema de Gestão da SST. Fonte: Norma OHSAS 18001:2007
43
3.5 Fluxo do procedimento metodológico
FIGURA 07: Estrutura da metodologia Fonte: O próprio autor
44
4 Características da empresa
4.1 Perfil da empresa
Empresa com Sistema de Gestão da Qualidade implementada, certificada na
norma ISO 9001. Esta presente há mais de 130 anos no mundo e em mais de 90
países, incluindo o Brasil.
Atua no mercado de movimentação e mobilidade humana. A empresa
desenvolve, fabrica, monta e presta manutenção em elevadores, escadas e esteiras
rolantes. São mais de 40 mil colaboradores, além de terceiros, trabalhando para
transportar mais de 700 milhões de pessoas por dia.
Atualmente, esta entre as cinco maiores empresas neste ramo a nível mundial
e entre as três primeiras lembrada no Brasil.
Possui duas fábricas no Brasil, que é responsável pelo abastecimento de
elevadores, escadas e esteiras rolantes na América Latina; sua matriz esta locada
no Rio de Janeiro - RJ e dispõe de várias filiais e postos para atender os mais de
80.000 equipamentos por ela instalados por todo o país.
4.2 Princípios e valores
• Integridade / Ética.
• Assegurar a segurança de Colaboradores e Usuários.
• Criar valor para o cliente.
• Compromisso com Desenvolvimento de Pessoas.
• Contínuo aperfeiçoamento de Produtos e Serviços.
• Liderança visível.
4.3 Visão
Liderança através de serviços.
45
4.4 Missão
"Vivenciar nossa Visão e Valores”
4.5 Organograma funcional
FIGURA 08: Organograma Fonte: O próprio autor
4.6 NI (Novas Instalações) - Montagem de elevadores
A área em estudo desta pesquisa é formada por 1 (um) supervisor de
montagem, 6 (seis) coordenadores de montagem, 6 (seis) back offices, 24 (vinte e
quatro) técnicos de regulagem, 15 (quinze) vistoriadores técnicos e
aproximadamente 215 (duzentos e quinze) montadores (terceiros).
46
Estes colaboradores e terceiros trabalham para entregar em média 96
(noventa e seis) elevadores por mês. Aproximadamente 1200 (mil e duzentos)
equipamentos por ano.
O processo de instalação é bastante simples, poderemos entendê-lo melhor
seguindo o fluxo apresentado abaixo:
FIGURA 09: Fluxo do processo NI I Fonte: O próprio autor.
Acompanhamento do local: Com base no planejamento do Coordenador de
montagem, o vistoriador técnico visita as obras acompanhado da planta de
instalação (desenhos) e formulário de acompanhamento do local. Na obra, deverá
preencher o formulário indicando a evolução do local e fornecer as orientações
necessárias para o cliente, conforme planta de instalação e folders de preparação do
local.
FIGURA 10: Fluxo do processo NI II Fonte: O próprio autor
Liberação para fabricação: O vistoriador técnico confere o local, se o mesmo
registrar 70% dos requisitos necessários para instalação do equipamento atendido é
liberado a fabricação do elevador.
47
FIGURA 11: Fluxo do processo NI III Fonte: O próprio autor
Confirmação de remessa de material: Nesta etapa é feito o monitoramento
dos despachos de material feitos pela fábrica e o recebimento deste no local de
instalação. No local de instalação, é feito a conferência dos materiais enviados pela
fábrica.
FIGURA 12: Fluxo do processo NI IV Fonte: O próprio autor
Instalação (montagem): Os montadores (terceiros contratados) executam a
instalação do equipamento conforme orientações recebidas da área de processos.
Etapas de montagem:
• Levar guias (trilhos) através de guincho no poço e começar o içamento;
• Prender guias;
• Montar cabina;
• Pendurar cabina e instalar máquina;
• Colocar portas;
• Passar chicotes e fiação do poço;
• Instalar peças dentro da caixa;
• Acabamentos e ligação dos conectores.
Na seqüência, testes de segurança e regulagem do equipamento são
realizados pelos técnicos de regulagem.
48
FIGURA 13: Fluxo do processo NI V Fonte: O próprio autor
Entrega ao cliente: Obtém-se uma autorização para entrega, para isso são
checadas informações financeiras e técnicas. Se autorizada a entrega, é agendada
com o cliente uma data para o recebimento do equipamento.
4.7 Relação da empresa com o SST
A relação da empresa com o SST apresenta as seguintes características:
• A empresa possui profissionais de segurança que presta assessoria a
área de SST. No Brasil, a empresa possui 2 (dois) engenheiros de
segurança, 1 (um) médico do trabalho, 1 (uma) enfermeira do trabalho
e 18 (dezoito) técnicos de segurança.
• A empresa afirma conhecer as NRs a ela aplicáveis e apontam
vantagens no cumprimento das mesmas, como: maior segurança do
colaborador ou terceiro e diminuição no número de acidentes.
• A empresa possui PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional) e faz um relatório de análise de riscos.
• Possui CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
• Fornece, de maneira gratuita, EPI’s (Equipamentos de Proteção
Individual) aos seus colaboradores e terceiros, sendo os principais:
capacete, máscara contra poeiras, creme de proteção, calçado de
segurança, luvas de segurança, cinto paraquedista, protetor auricular e
óculos de segurança.
• Realiza treinamentos com os seus colaboradores e terceiros para
utilização do EPI; b
com segurança
saúde do trabalho.
• Já ocorreram na empresa acidentes do tipo típico (lesões, cortes,
escoriações, fraturas e contusão) e também acidente
• A área de maior incidência e gravidade: montagem de elevadores.
• A empresa possui controle estatístico dos seus acidentes.
• Estes acidentes são discutidos, afim de evitar novas ocorrências.
• Principais causas de acidentes na empresa: uso inadequa
ferramenta, ferramenta defeituosa ou com má conservação, excesso
de autoconfiança.
FIGURA 14: Causas de acidentesFonte: Intranet da empresa em estudo, 2013
• Nas suas estratégias de desenvolvimento a empresa inclui as questões
de SST.
• A empresa
esta é divulgada para os seus trabalhadores.
Realiza treinamentos com os seus colaboradores e terceiros para
utilização do EPI; bem como, os conscientiza a realizar suas atividades
com segurança; realiza também, palestras que tratam de segurança e
saúde do trabalho.
Já ocorreram na empresa acidentes do tipo típico (lesões, cortes,
escoriações, fraturas e contusão) e também acidente
A área de maior incidência e gravidade: montagem de elevadores.
A empresa possui controle estatístico dos seus acidentes.
Estes acidentes são discutidos, afim de evitar novas ocorrências.
Principais causas de acidentes na empresa: uso inadequa
ferramenta, ferramenta defeituosa ou com má conservação, excesso
de autoconfiança.
: Causas de acidentes Fonte: Intranet da empresa em estudo, 2013
Nas suas estratégias de desenvolvimento a empresa inclui as questões
A empresa possui uma política de segurança e saúde do trabalho e
esta é divulgada para os seus trabalhadores.
49
Realiza treinamentos com os seus colaboradores e terceiros para
em como, os conscientiza a realizar suas atividades
que tratam de segurança e
Já ocorreram na empresa acidentes do tipo típico (lesões, cortes,
escoriações, fraturas e contusão) e também acidente fatal.
A área de maior incidência e gravidade: montagem de elevadores.
A empresa possui controle estatístico dos seus acidentes.
Estes acidentes são discutidos, afim de evitar novas ocorrências.
Principais causas de acidentes na empresa: uso inadequado de
ferramenta, ferramenta defeituosa ou com má conservação, excesso
Nas suas estratégias de desenvolvimento a empresa inclui as questões
possui uma política de segurança e saúde do trabalho e
50
5 Resultado da metodologia
5.1 Requisitos gerais
Inicialmente, se faz necessário a definição do escopo do SGSST. A empresa
tem a liberdade de definir as fronteiras, os limites, de implementação.
Para a empresa em estudo, foi definido que a aplicação do Sistema de
Gestão será apenas para a área de novas instalações (montagem de elevadores),
Regional Sul.
5.2 Política de Saúde e Segurança do Trabalho
A empresa já possui uma política de Saúde e Segurança do Trabalho que
atende aos requisitos da norma sendo; apropriada à natureza e escala de riscos,
inclui comprometimento com a melhoria contínua e atendimento de no mínimo aos
requisitos legais aplicáveis, é documentada, é implementada, é mantida e é
comunicada a todos os colaboradores da empresa, através da intranet, encartes,
folders, etc...
Segue abaixo a política:
Política de Segurança e Saúde do colaborador:
Segurança é um valor fundamental para esta empresa. Está implícita em
seus produtos e serviços e na maneira que seus colaboradores trabalham. A
empresa não abre mão da segurança e saúde daqueles que trabalham para o
seu negócio.
• A empresa acredita que quaisquer lesões , assim como doenças
relacionadas ao trabalho e acidentes podem ser prevenidos; e trabalha
para alcançar os mais altos padrões de desempenho em segurança e
saúde;
51
• Sua cultura de segurança é baseada na prevenção, na consciência do
risco, na contínua melhoria e no cumprimento dos procedimentos
cuidadosamente desenvolvidos;
• Pela natureza de seu negócio, a maioria das pessoas trabalham de forma
independente; assim sendo, a cultura de segurança será totalmente
eficaz quando cada um de seus colaboradores, pessoalmente e de
forma instintiva, adotá-la e cumpri-la à risca;
• Toda a empresa no negócio de Elevadores, Escadas e Esteiras Rolantes
devem cumprir as leis aplicáveis, assim como esta Política e os
Padrões de Segurança da empresa;
• Todo colaborador é responsável pelas conseqüências do que faz ou
deixa de fazer em termos de segurança.
QUADRO 02: Política de SST Fonte: Adaptado do original da empresa em estudo, 2013
5.3 Planejamento
5.3.1 Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de
controles
A empresa afirma ter programas como: PCMSO (Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional), CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes) e relatórios específicos para identificação de perigos e avaliação e
controle de riscos.
Porém para atender este item da Norma OHSAS, se faz necessário que a
empresa estabeleça, implemente e mantenha procedimentos para identificação
contínua de perigos, avaliação de riscos e que determine os controles necessários
para garantir a segurança e saúde de seus colaboradores. Para isso, o presente
52
estudo elaborou um procedimento utilizando a ferramenta APR - Análise Preliminar
de Riscos.
O procedimento criado (PROC-01) encontra-se ao final do trabalho no
Apêndice IV.
É importante frisar que, a APR deverá ser aplicada antes do início das
atividades, para assegurar que a ferramenta seja pró-ativa ao invés de reativa.
Segue abaixo o resultado da ferramenta, lembrando apenas que, para atingi-
lo foram seguidas todas as etapas apresentadas no procedimento PROC-01
(Apêndice IV).
Nota: Análise é do autor.
58
5.3.2 Requisitos legais e outros requisitos
A empresa estabelece, implanta e mantém procedimento para identificar e ter
acesso à legislação e outros requisitos de Segurança e Saúde do Trabalho
aplicáveis (procedimento PROC-02, Apêndice V). Para isso, mantém contrato com
uma empresa especializada que fornece e controla todas as informações pertinentes
e documentos legais aplicáveis ao negócio da empresa. Esta empresa contratada
denomina-se Âmbito.
FIGURA 15 - Controle de Registros Legais. FONTE: Intranet empresa em estudo.
5.3.3 Objetivos e programas
A empresa estabelece, implanta e mantém objetivos documentados de SST,
nas funções e níveis relevantes; e programas para atingi-los.
Os objetivos da empresa são baseados em alcançar os mais altos padrões de
desempenho; cumprindo com as leis aplicáveis e investindo em uma cultura de
segurança baseada na prevenção e conscientização de seus colaboradores. Por
isso, estabelece metas de: treinamento, redução de lesões e índices de acidentes e
incidentes do trabalho.
Esses objetivos e metas são divulgados anualmente em um diretório de
dados dentro da rede da empresa, mensalmente seus dados são atualizados pela
59
equipe de SST e podem ser acompanhados e mensurados pelos gestores e
envolvidos no processo.
Para engajar os seus colaboradores com os objetivos e metas de SST, e
outras metas da empresa, criou-se um programa chamado "Supere já". O Supere já
consiste em estabelecer metas anuais, que podem ser acompanhadas mensalmente
através de um diretório de dados dentro da rede da empresa. Este programa esta
ligado diretamente ao PLR (participação de resultados). Os colaboradores podem
receber de 0 à 120% do seu salário dependendo do alcance de suas metas. Estas
metas também são vinculadas a participação nos lucros da empresa por parte dos
colaboradores.
Além disso, anualmente são escolhidos alguns colaboradores, a nível Brasil,
que se destacaram em segurança do trabalho. Estes participam de um evento com
jantar e placas de premiação aos mesmos. Este programa chama-se "Valeu
Segurança".
5.3.4 Objetivos e metas
• Objetivo 01: Capacitação dos colaboradores em temas de saúde e segurança
do trabalho.
• Meta: 17 (dezessete) horas de treinamento por colaborador;
• Prazo: 1 (hum) ano;
Sugestão: incluir os terceiros na meta.
• Objetivo 02: Redução de acidentes típicos com afastamento.
• Meta: Limite de 3 (três) acidentes na regional em estudo;
• Prazo: 1 (hum) ano;
• Objetivo 03: Redução de acidentes típicos sem afastamento.
• Meta: Limite de 7 (sete) acidentes na regional em estudo;
• Prazo: 1 (hum) ano.
60
5.4 Implementação e operação
5.4.1 Recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridade
Para garantir que o Sistema de Gestão de SST atue de maneira eficaz, todas
as solicitações de recursos (recursos humanos, infra-estrutura, tecnologia e recursos
financeiros) serão discutidos e analisados em reunião pelos Coordenadores,
Supervisores Gerais e Gerência. Após estabelecidas as prioridades, os
investimentos em recursos serão programados em budget , anualmente.
As funções, responsabilidades, atribuições e níveis de autoridade serão
definidos, documentados e comunicados a todos os interessados. Estas informações
estarão disponíveis para consulta na área de RH (Recursos Humanos) e serão
controladas através de um sistema denominado En-sof.
5.4.2 Competência, treinamento, conscientização
5.4.2.1 Competências do colaborador
Com o intuito de assegurar que qualquer pessoa, sob controle da empresa,
seja competente para realização de suas tarefas; são definidos pré-requisitos de
acesso para cada função. Estes pré-requisitos devem ser averiguados no ato da
admissão ou contratação (terceiros) e quando houver alteração de cargo. Estas
informações serão atualizadas anualmente ou conforme seu vencimento.
O candidato a função atenderá aos pré-requisitos apresentando ao Recursos
Humanos local todos os certificados de qualificação profissional que possui. Após
analise do RH, o mesmo poderá ser submetido a cursos, treinamentos e testes.
Todos os registros associados deveram ser encontrados no RH local dentro do
prontuário de cada colaborador ou terceiro.
61
5.4.2.2 Treinamento e conscientização do colaborador
A empresa promove periodicamente treinamentos que contemplam atender
suas necessidades operacionais e conhecimentos relacionados à saúde e
segurança de seus colaboradores; assim como, os principais riscos que oferecem
suas respectivas atividades. Atua também com campanhas (palestras, reuniões,
etc...) de prevenção e de conscientização relacionadas ao Sistema de Gestão de
SST.
Um dos recursos de conscientização e orientação utilizados pela empresa são
as DDS (Diálogos Diário de Segurança) realizadas pelos Supervisores Operacionais,
Coordenadores e acompanhadas pelo Técnico de Segurança.
Todos os treinamentos, cursos, reuniões e palestras são realizados dentro do
horário de trabalho e registrados através de uma CDTR (Controle de
Desenvolvimento e Treinamento); após, as informações são inseridas no sistema
S.A.P.
5.4.3 Comunicação, participação e consulta
A empresa estabelece, implanta e mantém sistemas para assegurar a
comunicação interna entre seus vários níveis e funções; assim como, com terceiros
e visitantes no local de trabalho. Dentre as ferramentas utilizadas estão: a Intranet,
e-mails, Folhetos, Editais, Murais, Manual de Segurança do Trabalho, etc...
Os colaboradores tem sua participação e são consultados através do
envolvimento na identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de
controles; na investigação de incidentes; no desenvolvimento e análise crítica da
política e objetivos. Tudo é reportado ao superior imediato durante as reuniões
mensais de segurança no trabalho.
Quando apropriado, à empresa assegura que partes externas interessadas
sejam consultadas sobre assuntos pertinentes a SST.
62
5.4.4 Documentação
A documentação do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho
será definida pela gerência regional. Nela deverá estar incluso: a Política de Saúde e
Segurança do Trabalho; os objetivos de SST e o escopo do Sistema de Gestão de
Saúde e Segurança do Trabalho. Assim como, todos os registros e documentos
necessários para assegurar o planejamento, operação e controle dos processos
associados à gestão de riscos.
5.4.5 Controle de documentos e registros
Para atender este item da Norma 18001, a empresa precisa estabelecer,
implantar e manter procedimento para controlar documentos e registros. Por isso, foi
criado para esta proposta o procedimento PROC-03; com o objetivo de definir a
sistemática para codificação, elaboração, análise crítica, aprovação, revisão,
distribuição e disponibilização da documentação e os mecanismos para controle de
registros de Saúde e Segurança e do Trabalho. O procedimento esta disponível no
Apêndice VI.
5.4.6 Controle operacional
5.4.6.1 Regras de Ouro da Segurança
Todos os colaboradores e terceiros devem ser informados sobre as Regras
de Ouro da Segurança, para proteger suas vidas e dos seus colegas. Estas regras
foram criadas com base nos perigos inerentes a atividade da empresa.
São elas:
• Respeitar as normas de segurança, interromper a atividade se tiver qualquer
dúvida que possa colocar em risco sua segurança e de seus colegas;
• Utilizar todos os EPIs e as ferramentas corretas;
• Redobrar a atenção quando desempenhando atividade em altura;
63
• Fazer bloqueios de energia para impedir que o equipamento se mova
inesperadamente;
• Identificar riscos e manter o local de trabalho sempre limpo, organizado e
seguro;
• Proteger seu corpo manuseando as cargas com as ferramentas certas e de
maneira correta.
5.4.6.2 Controle de Equipamento de Proteção Individual
A empresa distribui os EPIs de acordo com suas determinadas funções, ao
receber os equipamentos os colaboradores e terceiros assinam um termo de
recebimento e compromisso de uso. Estes equipamentos devem ser substituídos
nos prazos estabelecidos ou quando apresentarem danos em sua estrutura. Ao
realizar esta substituição o colaborador devolve os EPIs usados e/ou danificados e
assina o recebimento de um novo. Este controle é feito através de um formulário
apresentado neste trabalho no Anexo I.
5.4.6.3 Controle de ferramentas
Assim como os Equipamentos de Proteção Individual, as ferramentas também
são distribuídas de acordo com as atividades do colaborador ou do terceiro. Estes ao
receber os instrumentos assinam um termo de recebimento e compromisso de uso e
zelo pelo mesmo, conforme Anexo II. Estas ferramentas poderão ser substituídas
quando apresentarem danos em sua estrutura ou conforme prazo de aferição.
Todos os equipamentos utilizados nas medições e monitoramento de
desempenho são calibrados e registros são mantidos.
Os registros de controle de ferramentas estão disponíveis no sistema S.A.P.
da empresa.
64
5.4.6.4 Controle de terceiro
Os terceiros contratados deveram receber o mesmo tratamento no que diz
respeito aos controles operacionais que a empresa exerce sobre seus
colaboradores. Controles estes relativos à integração, conscientização, capacitação,
treinamento e utilização de EPI e ferramentas.
Regularmente estes contratados deveram ser submetidos a inspeções de
SST, para monitoramento e avaliação da empresa.
(safety walk)
5.4.7 Preparação e resposta a emergências
Para atender este item da Norma 18001, a empresa precisará estabelecer,
implantar e manter procedimento para prover controles para situações de
emergência que ajudarão a evitar lesões aos colaboradores, visitantes ou danos às
dependências físicas da empresa. Para isso foi criado nesta proposta o
procedimento PROC-04 disponível no Apêndice VII.
5.5 Verificação
5.5.1 Medição do desempenho e monitoramento
A empresa mantém um diretório de dados, semelhante ao de objetivos e
metas e do "Supere já", para monitorar e medir o seu desempenho de SST
regularmente. Este sistema assegura medições qualitativas e quantitativas aos quais
são associados os objetivos de Saúde e Segurança do Trabalho. O monitoramento
destes resultados ocorre mensalmente.
Controle de doenças, incidentes, acidentes e quase-acidentes também são
registrados neste sistema; que facilita uma subseqüente análise para a tomada de
ação, corretiva e/ou preventiva.
65
5.5.2 Avaliação da conformidade
A empresa avalia periodicamente sua conformidade com os requisitos legais
aplicáveis e mantém registros dos resultados das avaliações. Tudo isso através do
sistema citado no item 4.8.3.2 deste trabalho.
5.5.3 Investigação de incidentes, não-conformidades e ação corretiva e
preventiva
Para atender este item da Norma 18001, a empresa precisará estabelecer,
implantar e manter procedimento para registrar, investigar e analisar incidentes e
acidentes. De forma a identificar deficiências ocultas de Saúde e Segurança do
Trabalho, identificar a necessidade de ações preventivas e corretivas, identificar
oportunidades de melhoria contínua, comunicar os resultados destas investigações,
identificar e corrigir as não-conformidades, apurar as responsabilidades e definir
medidas preventivas necessárias para evitar ao máximo novas ocorrências. Estes
resultados serão documentados, mantidos e comunicados. Procedimentos PROC-05
e PROC-06 disponíveis nos Apêndices VIII e IX respectivamente.
5.5.4 Auditoria Interna
A empresa deverá estabelecer, implementar e manter procedimento para
definir meios, responsabilidades e autoridades para o planejamento e realização das
auditorias internas de Saúde e Segurança do Trabalho. Para atender este item da
Norma foi criado o procedimento PROC-07, nele estará incluso um programa de
auditoria que terá o objetivo de verificar se os arranjos planejados para o Sistema de
Saúde e Segurança do Trabalho estão em conformidade com os requisitos da
norma.
Procedimento disponível no Apêndice X.
66
5.5.5 Análise pela administração
Serão agendadas reuniões, entre a Diretoria e o Gerente Regional, em
intervalos planejados (um ano), para analisar o desempenho de Saúde e Segurança
do Trabalho na empresa, os resultados de auditora interna, a verificação do
atendimento dos objetivos, as necessidades de mudanças no Sistema de Gestão e a
avaliação das oportunidades de melhoria.
Os registros destas análises deverão ser documentados através de Ata e
mantidos.
67
6 Conclusões e sugestões
6.1 Conclusões
O objetivo geral do presente trabalho era a elaboração de uma proposta de
implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho na
área de montagem de uma empresa de elevadores, baseado na Norma OHSAS
18001:2007. Motivada por: uma intervenção favorável na produtividade dos
colaboradores, na permanência competitiva no mercado, na melhoria da qualidade e
no valor agregado ao produto e/ou serviço da empresa.
Com base nos resultados apresentados no interior do trabalho e na forma
documental exibida nos diversos apêndices e anexos, pode-se concluir que, os
objetivos específicos e objetivo geral deste trabalho foram alcançados.
Algumas limitações foram constatadas no desenvolvimento da pesquisa,
principalmente com relação ao referencial teórico. Foi apontado que existe uma falta
de bibliografia e trabalhos científicos referentes à Saúde e Segurança do Trabalho
relacionado a elevadores; forçando a autora a buscar informações alternativas em
que o elevador esta inserido como a indústria da construção civil.
Apesar da situação adversa; o nível de gerenciamento em que a empresa
pesquisada se encontra facilitou muito a proposta de implementação de um SGSST.
Os gestores da empresa apóiam ações que tem em vista a melhoria contínua da
empresa, tanto na área de qualidade quanto na área de saúde e segurança do
trabalho.
Por fim, foi possível provar que a hipótese geral deste trabalho, implementar
um SGSST (baseado na norma OHSAS 18001:2007) em uma única área de uma
empresa de elevadores, é plausível.
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6.2 Sugestões para futuras pesquisas
Ao finalizar o trabalho, foi possível identificar alguns pontos importantes que
não puderam ser abordados durante esta pesquisa mas que serviram para o
desenvolvimento de novas pesquisas científicas, dentre os quais;
• Validar a proposta elaborada nesta pesquisa em uma empresa de
elevadores e diagnosticar as mudanças sofridas (seus pontos positivos
e negativos);
• Elaborar uma analise de viabilidade financeira para validação da
proposta em uma empresa de elevadores;
• Elaborar estudo que quantifique financeiramente, os benefícios
recebidos com a implementação de um SGSST;
• Integrar o SGSST a outros Sistemas de Gestão da empresa.