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11 1 Introdução 1.1 Considerações Iniciais Na ânsia de sobreviver em um mercado altamente competitivo com diferentes limitações; falta de recursos como mão de obra qualificada, matéria-prima, infra- estrutura, entre outros; as empresas acabam se empenhando em fazer o máximo com o mínimo, ou seja; utilizam ao máximo cada um de seus recursos, humanos e tecnológicos. Por fim, acabam negligenciando aspectos importantes para a otimização do seu desempenho, como a segurança de seus colaboradores. Sabe-se que, com as novas exigências de mercado, a Segurança do Trabalho já se encontra verdadeiramente instituída em muitas empresas, embora em outras se faça muito pouco e até as regras mais elementares não sejam cumpridas. (MELO, 2001) O cenário negativo acima acaba aparecendo nas estatísticas sobre acidentes e doenças do trabalho. Segundo Oliveira (2001), no Brasil os números de acidentes, mortes, mutilações e doenças com seqüelas permanentes revelados pelo Sistema de Previdência, informam que no decorrer de vinte anos (1974 a 1994), acidentaram- se no Brasil 23.905.916 trabalhadores, resultando em 91.656 mortes, sem contar mutilações que culminaram em invalidez total permanente. Segue abaixo dados mais recentes do Ministério da Previdência Social: FIGURA 01: Acidentes de trabalho ocorridos entre 2010 e 2012. Fonte: Site do Ministério da Previdência Social. Entre todos os setores de atividades econômicas, a indústria da Construção Civil ganha destaque como um dos mais desfavoráveis com relação à saúde e segurança do trabalho, apresentando elevadas taxas de acidentes. O mal é reconhecido pela maioria dos envolvidos nas atividades deste sistema empresarial, empregadores e empregados, mas são poucos os que tomam providências efetivas

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11

1 Introdução

1.1 Considerações Iniciais

Na ânsia de sobreviver em um mercado altamente competitivo com diferentes

limitações; falta de recursos como mão de obra qualificada, matéria-prima, infra-

estrutura, entre outros; as empresas acabam se empenhando em fazer o máximo

com o mínimo, ou seja; utilizam ao máximo cada um de seus recursos, humanos e

tecnológicos.

Por fim, acabam negligenciando aspectos importantes para a otimização do

seu desempenho, como a segurança de seus colaboradores.

Sabe-se que, com as novas exigências de mercado, a Segurança do Trabalho

já se encontra verdadeiramente instituída em muitas empresas, embora em outras

se faça muito pouco e até as regras mais elementares não sejam cumpridas.

(MELO, 2001)

O cenário negativo acima acaba aparecendo nas estatísticas sobre acidentes

e doenças do trabalho. Segundo Oliveira (2001), no Brasil os números de acidentes,

mortes, mutilações e doenças com seqüelas permanentes revelados pelo Sistema

de Previdência, informam que no decorrer de vinte anos (1974 a 1994), acidentaram-

se no Brasil 23.905.916 trabalhadores, resultando em 91.656 mortes, sem contar

mutilações que culminaram em invalidez total permanente.

Segue abaixo dados mais recentes do Ministério da Previdência Social:

FIGURA 01: Acidentes de trabalho ocorridos entre 2010 e 2012. Fonte: Site do Ministério da Previdência Social. Entre todos os setores de atividades econômicas, a indústria da Construção

Civil ganha destaque como um dos mais desfavoráveis com relação à saúde e

segurança do trabalho, apresentando elevadas taxas de acidentes. O mal é

reconhecido pela maioria dos envolvidos nas atividades deste sistema empresarial,

empregadores e empregados, mas são poucos os que tomam providências efetivas

12

para mitigar ou até mesmo eliminar o caráter inseguro das obras de construção.

(MELO, 2001)

Segundo Cruz (1998), não é preciso que se faça uso de muitas estatísticas

para que fique comprovada a importância da indústria da construção para o

desenvolvimento sócio-econômico do país. Apenas com os dados de que esta

movimenta cerca de 60% do capital bruto do país e emprega aproximadamente 1/3

dos trabalhadores envolvidos em atividades industriais é possível demonstrar sua

importância.

E não para por ai, o crescimento deste mercado vem se consolidando a

algum tempo; segundo Almeida e Reis (2012 apud DIEESE, 2011), a partir de 2004

o setor começou a dar sinais de expansão, com o aumento dos investimentos em

obras de infra-estrutura e em unidades habitacionais, inclusive superando as taxas

negativas de crescimento, em função da crise econômica financeira internacional de

2009. Em 2010, o desempenho do setor de construção civil no Brasil, acompanhou a

tendência nacional, com taxa de crescimento de 11,6%, o melhor desempenho dos

últimos 24 anos, segundo dados do PIB setorial.

Segundo Mawakdiye (1997), caso os investimentos em habitação e infra-

estrutura continuem crescendo a participação da Construção Civil na economia

nacional será ainda maior.

Apesar disso, de todo o seu bom desempenho, não se nota qualquer melhoria

das condições de trabalho e remuneração dos colaboradores deste setor. Pelo

contrário, muitos ainda são submetidos a condições muito precárias.

De acordo com Melo (2001), no Brasil, a construção civil, ainda conserva

fortes traços tradicionais de organização do trabalho, apresenta, além do caráter

nômade das obras, alta rotatividade de mão de obra, condições precárias de

trabalho e significativo índice de acidentes de trabalho.

Entender estas características e o mercado deste setor é de extrema

importância para esta pesquisa; pois a construção civil esta intimamente ligada ao

mercado de elevadores; principalmente no que diz respeito a edificações, prédios

em geral (hotéis, Shopping Center, hospitais, estádios, edifícios comerciais, públicos

e residenciais). Se a economia aquece o mercado da construção, alavanca também

a venda de elevadores.

Além do mas, os operários de construção e os montadores de elevador,

embora tenham atividades distintas, dividem o mesmo ambiente de trabalho. Todo o

13

processo de instalação do equipamento, elevador, ocorre dentro de um canteiro de

obras.

E as semelhanças continuam, o nível de escolaridade é uma delas. É habitual

por parte das grandes empresas de elevadores a contratação de terceiros para o

processo de instalação, montagem, dos equipamentos. Pessoas com baixo grau de

instrução dispostas a executar atividades que exigem um maior esforço físico,

geralmente sem nenhuma preocupação com a segurança.

Para minimizar estes aspectos inseguros às empresas deste setor, assim

como qualquer outra empresa, precisa aprender a trabalhar cruzando a prevenção

dos riscos do trabalho com as suas estratégias traçadas nos programas de

qualidade. Nada melhor que um eficaz Sistema de Gestão de Segurança e Saúde

do Trabalho para ajudar a promover uma melhoria do nível de qualidade e

segurança, aumentando ainda, a produtividade da empresa.

Mas o que é um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho? De

acordo com a Norma OHSAS 18001:2007;

É “aquela parte do sistema de gestão global que facilita o gerenciamento dos riscos de Segurança e Saúde no Trabalho associados aos negócios da organização. Isto inclui a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, as responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política de Segurança e Saúde no Trabalho da organização”.

Segundo Melo (2001), atualmente um SGSST é compreendido como um

conjunto de pessoas, recursos, políticas e procedimentos que asseguram a

realização das tarefas; alcançando ou mantendo um resultado específico, qual seja,

a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, minimizando os riscos para os

colaboradores e melhorando o desempenho dos negócios.

Para que a implementação de um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde

do Trabalho seja bem sucedida, Sampaio (1998) afirma que, o seu conteúdo deve

estar estruturado e documentado de modo adequado. Independentemente do setor

onde a empresa atue, de seu porte ou seu tamanho, esta precisa ter a

documentação apropriada exigida para o sistema, bem como o manual de

segurança, os procedimentos, as instruções de trabalho, os planos, registros e

auditoria de segurança. Além disso, para que a empresa obtenha resultados

positivos a gestão da segurança, deve estar no mesmo patamar e ser desenvolvida

com o mesmo empenho que são desenvolvidas a gestão da qualidade, da

produtividade, dos suprimentos, etc.

14

É possível afirmar, com o contexto acima, que um SGSST pode ser

implementado em qualquer tipo de empresa, incluindo uma empresa de elevadores.

Basta que esta esteja empenhada em desenvolver a gestão de segurança

adequadamente envolvendo a todos, principalmente aos gestores.

Reforçando esta idéia, Garcia, Boix e Canosa (2004), afirmam que, o

envolvimento dos gerentes é determinante para o desenvolvimento da cultura de

segurança, pois consegue envolver os empregados e melhorar sua percepção e

suas atitudes nas questões relativas à segurança do trabalho.

Atingir uma cultura de segurança segundo Reason (1997), é um processo de

aprendizagem coletiva, interação entre os membros da empresa, compartilhamento

de pensamentos e gerenciamento comprometido.

Enfim, é em um ambiente onde exista uma cultura de segurança que as

atitudes e o comportamento de cada um dos envolvidos; empregados,

empregadores e terceiros; relacionados à segurança se desenvolvem e persistem.

1.2 Problema de pesquisa

No atual mercado, a produtividade e a competitividade entre as empresas

acabam se sobrepondo aos aspectos humanos e sociais, causando impacto na

saúde e segurança dos colaboradores e conseqüentemente em sua qualidade de

vida.

Segundo Lima (1995), o trabalhador em geral, é o que menos atenção

recebe, com os administradores e empresários subestimando a necessidade de uma

preparação adequada para geri-lo. E ao fim, todo este descaso aparece na baixa

produtividade, em altos índices de acidentes do trabalho e absenteísmo.

Todas estas conseqüências custos humanos, gastos financeiros para

colaboradores, para a empresa e para a sociedade em geral poderiam ser evitadas

com um bom Sistema de Gestão.

De acordo com Viterbo Júnior (1998), os objetivos básicos do Sistema de

Gestão são o de aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos

produtos ou serviços oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado

(através da melhoria contínua dos resultados operacionais), a satisfação dos

15

colaboradores com a empresa e da própria sociedade com a contribuição social da

empresa.

Com base nestes preceitos é possível afirmar que, o problema de pesquisa

deste trabalho consiste no fato de que a empresa em estudo não possui um Sistema

de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho implementado em uma de suas áreas

que mais sofre com os impactos causados pelo cenário de mercado atual, a área de

montagem de elevadores.

A definição acima é embasada na citação de Joaquim Severino (2000), que

afirma que, para se colocar o problema, é preciso que seja formulado de maneira

clara em seus termos, definida e delimitada. É preciso esclarecer os termos,

definindo-os devidamente. Marconi e Lakatos (1996), reforçam dizendo que, definir

um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de

um problema deve haver clareza, concisão e objetividade.

1.3 Objetivos

Segundo Marconi e Lakato (1996), toda pesquisa deve ter um objetivo

determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.

É com base nesta afirmação que foram estabelecidos para este trabalho um

objetivo geral e seus objetivos específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Propor a implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do

Trabalho, baseado na OHSAS 18001:2007, na área de montagem de uma empresa

de elevadores.

A definição citada acima se respalda com a citação de Richardson (1999), o

objetivo geral define o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa.

16

1.3.2 Objetivos específicos

De acordo com Richardson (1999), os objetivos específicos definem etapas

que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral.

Seguindo este conceito, foram definidos os objetivos abaixo:

• Mapear os processos da empresa para identificar o nível de

gerenciamento em que esta se encontra, quanto à segurança e saúde

do trabalho; e para delimitar o escopo;

• Definir procedimento para identificação e avaliação de riscos existentes

na atividade da empresa;

• Definir procedimentos para implementação de ações referente ao

Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, utilizando o

entendimento da Norma OHSAS 18001:2007;

• Atender a todos os requisitos descritos na Norma OHSAS 18001:2007.

1.4 Justificativa do trabalho

Cada vez mais as empresas vêm sendo forçadas, pelo mercado, a voltarem

suas atenções a novas questões como, qualidade de produtos e serviços, uma

consciência ecológica e ainda, aspectos sociais como qualidade de vida que

abrange a saúde e segurança dos seus colaboradores.

Uma empresa com um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do

Trabalho adequado não só garante sua permanência neste mercado competitivo,

como garante uma intervenção favorável na produtividade, na melhoria da qualidade

e valor agregado ao seu produto e/ou serviço.

De acordo com Miranda Junior (1995), a aquisição da qualidade esta

intimamente ligada à melhoria das condições de segurança e higiene no trabalho,

pois é muito improvável que uma organização alcance excelência dos seus produtos

negligenciando a qualidade de vida daqueles que os produzem.

Além disso, um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, se

aplicado corretamente, pode proporcionar as empresas uma redução dos acidentes

de trabalho, através da prevenção. Segundo Cruz (1998), os custos dos acidentes

17

resultam em um aumento no custo do produto final das empresas. Logo, empresas

que possuem um Sistema de Gestão implantado ganham financeiramente.

E é seguindo estes conceitos de que uma organização pode ter um ótimo

retorno investindo em um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho

que o presente trabalho é justificado.

1.5 Delimitação do trabalho

Segundo Severino (2000), os limites da problematização devem ser

determinados, pois não se pode tratar de tudo ao mesmo tempo e sob os mais

diversos aspectos.

Baseado nisso, definiu-se para este trabalho propor a implementação de um

SGSST em apenas uma das áreas da empresa, o setor de montagem de

elevadores. Esta área, atualmente, é a que mais gera preocupação para a empresa,

pois apresenta maior número de ocorrências de acidentes e onde as mais graves

acontecem.

É importante informar que, os resultados alcançados neste trabalho são

válidos apenas para a empresa em estudo; poderá ser utilizada a mesma

metodologia de pesquisa em outros estudos semelhantes, porém sendo necessárias

as análises de outras variáveis específicas.

Vale também citar que, não pretende-se com este trabalho esgotar o assunto,

portanto traz também como limitação a impossibilidade do levantamento de

informações em sua totalidade. Assim como, a falta de tempo disponível

impossibilita a validação prática da pesquisa, não permitindo a implementação do

sistema na empresa.

1.6 Hipótese Geral

Segundo Severino (2000), hipótese é o que se pretende demonstrar e não o

que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida.

18

Assim sendo, a hipótese geral deste trabalho é a seguinte: é possível

implementar um SGSST, baseado na norma OHSAS 18001:2007, em uma única

área de uma empresa de elevadores.

1.7 Estrutura do trabalho

O presente trabalho esta estruturado da seguinte forma:

• Capítulo 1 - É formado pelas considerações iniciais que consiste na

parte introdutória da pesquisa, além disso, fazem parte deste capítulo

também o problema de pesquisa, a justificativa do trabalho, os

objetivos, a delimitação do trabalho, sua hipótese geral e estrutura do

trabalho;

• Capítulo 2 - Apresenta o referencial teórico abordando um breve

histórico da Saúde e Segurança do trabalho no Brasil e no mundo, as

Normas Regulamentadoras, uma breve revisão teórica sobre Sistema

de Gestão, seus conceitos e definições; traz ainda, informações sobre

a Norma OHSAS 18001;

• Capítulo 3 – Apresenta o método de pesquisa, a classificação da

pesquisa, as técnicas de coleta de dados utilizados e a metodologia

para implementação do Sistema de Gestão;

• Capítulo 4 – Traz informações e características da empresa e o

resultado da metodologia para implementação do Sistema de Gestão

de Saúde e Segurança do trabalho, apresenta a proposta em si;

• Capítulo 5 – Apresenta as conclusões, recomendações e sugestões

para futuras pesquisas na área em questão;

19

• O trabalho é finalizado com as referências bibliográficas e apêndices

citados no interior da pesquisa.

FIGURA 02: Esquema da estrutura do trabalho Fonte: O próprio autor

20

2 Referencial Teórico

2.1 Saúde e segurança do trabalho: Breve histórico

O homem conhece o trabalho desde seus primórdios, porém o conceito de

saúde e segurança do trabalho veio surgir muito tempo depois.

De acordo com Melo (2001), as primeiras pesquisas sobre a relação do

trabalho e doenças datam do século XVI, nelas eram evidenciadas as possibilidades

do trabalho ser causador de doenças.

Porém, o primeiro trabalho de grande importância sobre doenças profissionais

foi publicado na Itália em 1700, pelo médico Bernardino Ramazzinni. Segundo Cruz

(1998), hoje ele é considerado o "pai da Medicina do Trabalho". Ramazzinni

descreve em sua obra, "De Morbis Artificum Diatriba", cerca de 100 profissões

diferentes e os riscos específicos de cada uma delas, além de, acrescentar à sua

obra perguntas de rotina feitas ao doente pelo médico como por exemplo: "Qual é a

sua ocupação?".

Mas quando se trata da evolução histórica do conceito de saúde e segurança

do trabalho, é imprescindível focar na Revolução Industrial no século XVIII. De

acordo com Cruz (1998), "as leis trabalhistas surgiram como conseqüência da

questão social e da reação humanista que precedeu a revolução e que se propôs a

garantir e preservar a dignidade do ser humano ocupado nas indústrias".

A maquinaria introduzida no processo de produção substituindo a força

muscular dos homens modificou totalmente suas condições de trabalho. A execução

das tarefas pelo trabalhador tornou-se repetitivas. Além disso, não existia critério

para recrutamento de mão-de-obra; homens, mulheres e crianças iniciavam o

trabalho ainda de madrugada e seguiam até anoitecer, quando não trabalhavam

também durante a noite. E não para por ai, as atividades aconteciam em ambientes

fechados, com ventilação e iluminação precárias e níveis de ruídos muito altos.

Todos estes fatores somados acarretaram num crescimento assustador de acidentes

do trabalho. Com isto, houve a necessidade de intervenção na ordem econômica e

social por parte do Estado.

21

De acordo com Cruz (1998), "na regulamentação jurídica do trabalho pelo

Estado predominou, inicialmente, o propósito de proteger o trabalho do menor e da

mulher e o de limitar a duração da jornada de trabalho".

Nascimento (1992), afirma que, "o emprego da máquina, que era

generalizado, trouxe problemas desconhecidos, principalmente pelos riscos de

acidente que comportava. A prevenção e a reparação de acidentes, as proteções de

certas pessoas (mulheres e menores) constituíam uma parte importante da

regulamentação do trabalho". Nascimento (1992), acrescenta que, a maioria das leis

editadas nesta época foram dedicadas a estes assuntos, demonstrando um maior

intervencionismo por parte do poder público. Por exemplo, a Lei de Amparo aos

Pobres, editada em 1601 na Inglaterra, que reconheceu a obrigação do Estado de

amparar o indigente nacional.

Também na Inglaterra em 1802, segundo Melo (2001), foi aprovada a primeira

lei de proteção ao trabalhador, a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, limitando a

jornada de trabalho em 12 (doze) horas diárias, proibindo o trabalho noturno,

obrigando os empregadores a manter a higiene do local de trabalho e tornando

obrigatória a ventilação destes. Tal lei, embora muito importante na história, não foi

eficaz no que diz respeito à redução dos acidentes de trabalho.

De acordo com Melo (2001), em 1833 "surgiu na Inglaterra o que deve ser

considerado a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao

trabalhador", a Factory Act. Esta lei foi constituída para proteger os menores e

fiscalizar as condições de trabalho das fábricas; proibindo o trabalho de menores de

9 (nove) anos, limitando a jornada diária de menores de 13 (treze) anos à 9 (nove)

horas, dos adolescentes de menos de 18 (dezoito) anos à 12 (doze) horas diárias,

proibindo o trabalho noturno aos menores de 18 (dezoito) anos, obrigando as

fábricas a terem escolas para os menores de 13 (treze) anos, obrigando também a

presença de um médico na fábrica e instituindo a nomeação de inspetores de fábrica

para fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas.

Segundo Cruz (1998), outras medidas como estas foram sendo criadas como

a Lei de 1844 que estabeleceu para as mulheres a jornada de 10 (dez) horas diárias

de trabalho, as Leis de 1850 e 1853 que afixaram a jornada de trabalho geral dos

homens em 12 (doze) horas diárias e a Lei de 1842 que proibiu o trabalho de

mulheres e menores de 18 (dezoito) anos em subsolo.

22

De acordo com Melo (2001):

"Com a introdução do Taylorismo nas fábricas, na passagem do século XIX para o XX, surgiram às noções de higiene e segurança no trabalho. Foram criados grupos de inspeção do trabalho voltados para o controle das condições de higiene e segurança no trabalho principalmente nas situações de trabalho penosas, como o trabalho em minas. Os primeiros países a desenvolverem estes grupos de inspetores do trabalho foram: Inglaterra (1833), França (1850), Alemanha (1870), Itália (1870) e Espanha (1880)."

As normas de proteção ao trabalhador foram se estendendo a outras

atividades, além da indústria, e penetraram nas Constituições modernas. Cruz

(1998), cita a Constituição do México de 1917:

A Constituição do México foi a primeira a tratar os direitos trabalhistas, estabelecendo jornada diária de trabalho de 8 (oito) horas, jornada máxima noturna de 7 (sete) horas, proibindo o trabalho de menores de 12 (doze) anos e limitando para 6 (seis) horas de trabalho os menores de 16 (dezesseis) anos. Além disso, foi instituída a obrigatoriedade do descanso semanal, proteção à maternidade, salário mínimo, igualdade salarial, adicional de horas extras, proteção contra acidentes do trabalho, higiene e segurança do trabalho, direito de sindicalização, de greve, de conciliação e arbitragem dos conflitos, de indenização de dispensa e de seguros sociais.

Outro marco importante na história da saúde e segurança do trabalho,

segundo Melo (2001), foi a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho)

em 1919. Esta previa a obrigação da constituição dos serviços de inspeção em todos

os países participantes. Além disso, mais tarde adotou o direito de reparação a

acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Enfim, firmou-se em praticamente todos os países o direito trabalhista,

independente de sua estrutura econômica, política ou jurídica; como uma

necessidade de regrar as relações de trabalho. De acordo com Cruz (1998), o direito

do trabalho, no seu contexto contemporâneo, passou a desempenhar além da

função de proteger o trabalhador, a função de coordenar os interesses entre o

capital e o trabalho. As normas de proteção ao trabalhador passaram a conviver com

outras normas, criadas para resolver problemas ocasionados em épocas de crise.

23

2.2 Saúde e Segurança do trabalho no Brasil

As transformações que ocorriam na Europa e a elaboração de normas de

proteção ao trabalhador em diversos países foram fatores externos que

influenciaram o direito trabalhista brasileiro. (CRUZ, 1998)

Além disso, segundo Nascimento (1992), a aderência do Brasil à OIT

(Organização Internacional do Trabalho), criada no Tratado de Versalhes, em 1919,

fez com que se tivesse um compromisso de observar normas trabalhistas.

Assim como em outros países do mundo, o Brasil vinha buscando uma forma

de mitigar os altos índices de acidentes do trabalho.

Segundo Cruz (1998):

"A partir de 1930, a proteção ao trabalhador ganhou novo impulso no campo político e legislativo. No governo de Getúlio Vargas, houve uma reestruturação da ordem jurídica trabalhista e inúmeras foram as leis editadas, comprovando-se, deste modo, a maior intervenção do Estado. Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (Dec. nº 19.433), instituiu-se a Carteira Profissional, disciplinou-se a duração da jornada de trabalho no comércio (Dec. nº 21.186) e na indústria (Dec. nº 21.364), o trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais recebeu texto especial (Dec. nº 21.417-A), assim como, o trabalho dos menores (Dec. nº 22.042)."

No ano de 1934, considerado um marco na história do Brasil, surge a

Constituição Trabalhista Brasileira; esta estabeleceu uma regulamentação bastante

vasta, no que diz respeito a prevenção de acidentes. Porém, de acordo com

Carvalho (2008) um avanço concreto só ocorreu com a nova redação da Lei n°

6.514, de 1977, do capítulo 5 (cinco) do titulo 2 (dois) da Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT); aprovada pelo Decreto - Lei n° 5.452 em 1943 e posteriormente

através da Portaria Ministerial n° 3.214 de 1978, que aprovou as Normas

Regulamentadoras (NRs) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.

De acordo com Chaib (2005), na década de 70, com a criação da

Fundacentro, órgão ligado ao MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego) as

primeiras pesquisas sobre saúde e segurança ocupacional foram desenvolvidas.

Houve um grande salto na direção de melhores condições de trabalho e as

informações acima relatadas mostram uma evolução da Gestão de Saúde e

Segurança do Trabalho no Brasil. Apesar disso, conforme Godini e Valverde (2001),

a realidade era demonstrada por uma tímida atitude prevencionista, iniciada pelos

24

primeiros profissionais de saúde e segurança do trabalho e um comportamento

punitivo e policialesco por parte dos órgãos fiscalizadores do governo.

Para Chaib (2005), uma sensível evolução ocorreu nas décadas de 80 e 90,

com as alterações das normas referentes às práticas de SST, principalmente com o

PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) - NR nº 9 e o PCMSO

(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) - NR nº 7. Outra evolução

ocorreu com a criação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) - NR

nº 5.

O fato é que, no Brasil nos últimos 20 (vinte) anos aconteceram

aproximadamente 24 milhões de acidentes de trabalho; mostrando que apesar das

tentativas passadas, leis, decretos, normas e procedimentos referentes à saúde e

segurança do trabalhador ainda não atingiram seus objetivos. Contudo, o

empregador, nos últimos anos, tem se mostrado preocupado com a segurança de

seus colaboradores, devido aos custos diretos e indiretos que um acidente pode

proporcionar às empresas. Com esta visão, vem se desenvolvendo de maneira

gradativa novos conceitos que relacionam a segurança do trabalho com a qualidade

e produtividade; a forte tendência é que estes conceitos continuem se expandindo.

2.2.1 Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil

A Legislação de SST é formada por convenções, decretos, Instruções

Normativas, Leis e Normas Regulamentadoras.

Convenção: são tratados multilaterais abertos, de caráter normativo, que

podem ser ratificadas sem limitação de prazo por qualquer dos Estados- Membros.

(MTE, 2013)

Segue abaixo as Convenções existentes, conforme o Ministério do Trabalho e

Emprego:

• Convenção Nº 184 - Segurança e Saúde na Agricultura

• Convenção Nº 176 - Segurança e Saúde nas Minas

• Convenção Nº 174 - Prevenção de Acidentes Industriais Maiores

• Convenção Nº 170 - Produtos Químicos

• Convenção Nº 162 - Asbesto / Amianto

25

• Convenção Nº 161 - Serviços de Saúde no Trabalho

• Convenção Nº 155 - Segurança e Saúde dos Trabalhadores

• Convenção Nº 152 - Segurança e Higiene (Trabalho Portuário)

• Convenção Nº 148 - Meio Ambiente de Trabalho (Contaminação do Ar, Ruído

e Vibrações)

• Convenção Nº 139 - Câncer Profissional

• Convenção Nº 136 - Benzenos

• Convenção Nº 127 - Peso Máximo

• Convenção Nº 124 - Exame Médico dos Menores (Trabalho Subterrâneo)

• Convenção Nº 120 - Higiene (Comércio e Escritórios)

• Convenção Nº 115 - Proteção Contra Radiações Ionizantes

• Convenção Nº 113 - Exame Médico dos Pescadores

• Convenção Nº 103 - Proteção da Maternidade

• Convenção Nº 81 - Fiscalização do Trabalho

• Convenção Nº 45 - Trabalho subterrâneo

• Convenção Nº 42 - Doenças Profissionais

• Convenção Nº 16 - Trabalho marítimo - Exame médico dos menores

• Convenção Nº 12 - Agricultura - Indenização por acidentes de trabalho

Decreto: é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão que

determina o cumprimento de uma resolução. (MTE, 2013)

Segue abaixo os Decretos existentes, conforme o Ministério do Trabalho e

Emprego:

• Decreto n.º 7.602, de 07/11/2011 - Dispõe sobre a Política Nacional de

Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST.

• Decreto Nº 4.085, de 15 de Janeiro de 2002 - Promulga a Convenção n.º 174

da OIT e a Recomendação n.º 181 sobre a Prevenção de Acidentes

Industriais Maiores.

• Decreto Nº 1.253, de 27/10/1994 - Promulga a Conversão nº 136, da

Organização Internacional do Trabalho, sobre a Proteção contra os Riscos de

Intoxicação Provocados pelo Benzeno, assinada em Genebra, em 30 de

junho de 1971.

26

• Decreto Nº 02, de 17/03/1992 - Aprova o texto da Convenção nº 155, da

Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre a segurança e saúde dos

trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, adotada em Genebra, em 1981,

durante a 67ª Seção da Conferência Internacional do Trabalho.

Segue abaixo as Instruções normativas existentes, conforme o Ministério do

Trabalho e Emprego:

• Instrução Normativa N° 97, de 30 de julho de 2012 - Dispõe sobre a

fiscalização das condições de trabalho no âmbito dos programas de

aprendizagem.

• Instrução Normativa Nº 88, de 30/11/2010 - Estabelece diretrizes para as

análises de acidentes de trabalho efetuadas por Auditor-Fiscal do Trabalho e

modelo de relatório.

• Instrução Normativa Nº 01, de 24/03/2004 - Dispõe sobre o depósito, registro

e arquivo de convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho nos órgãos

do Ministério do Trabalho e Emprego

• Instrução Normativa Nº 28 de 27/02/2002 - Estabelece procedimentos para

apreensão e guarda de documentos, livros, materiais, equipamentos e

assemelhados por Auditor-Fiscal do Trabalho e aprova modelos de Auto de

Apreensão, Termo de Guarda e Termo de Devolução de objetos

• Instrução Normativa Nº 27, de 27/02/2002 - Revogada pela Portaria Nº 76 de

16/04/2004, publicada no DOU de 19-04-2004, Seção 1, p.59 Estabelece

procedimentos para expedição de certidões e prestação de informações sobre

processos administrativos originários de ação fiscal e aprova modelos de

certidões

• Instrução Normativa Nº 7, de 13/01/2000 - Exigência e Informação sobre a

existência e o uso de tecnologia de proteção individual em laudo técnico de

condições ambientais expedidos por médico do trabalho ou engenheiro de

segurança do trabalho.

• Instrução Normativa Nº 01 de 11 de abril de 1994 - Estabelece o

Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos para proteção

respiratória

27

Segue as Leis existentes, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego:

• Lei Nº 5.889, de 08/06/1973 - Estatui normas reguladoras do trabalho rural.

• Lei Nº 6.321, de 14/04/1976 - Dispõe sobre a dedução, do lucro tributável

para fins de imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, do dobro das

despesas realizadas em programas de alimentação do trabalhador.

• Lei Nº 6.514, de 22/12/1977 - Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação

das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras

providências.

• Lei Nº 7.410, de 27/11/1985 - Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros

e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a Profissão de

Técnico de Segurança do Trabalho, e dá outras Providências.

• Lei Nº 9.719, de 27/11/1998 - Dispõe sobre normas e condições gerais de

proteção ao trabalho portuário, institui multas pela inobservância de seus

preceitos, e dá outras providências.

2.2.2 Normas Regulamentadoras

Atualmente existem 36 (trinta e seis) Normas Regulamentadoras (NR-1 a NR-

36) que são de observância obrigatória por parte das empresas públicas e privadas,

pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos Poderes

Legislativo e Judiciário que possuam colaboradores regidos pela CLT (Consolidação

das Leis do Trabalho) e também aos trabalhadores avulsos.

De acordo com Carvalho (2008), o órgão nacional competente para

coordenar, orientar, controlar, supervisionar e fiscalizar o cumprimento das leis e

regulamentos relativos à segurança e medicina do trabalho é a Secretaria de

Segurança e Saúde do Trabalho (SSST). Mas para ajudar neste trabalho existem as

Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) que visam uma descentralização e uma

ação mais direta no controle, orientação e fiscalização destas atividades.

Carvalho (2008), afirma ainda que, “uma vez regulamentadas as normas

sobre segurança e medicina do trabalho cabe ao empregador cumprir e fazer

cumprir as disposições legais e elaborar ordens de serviço sobre segurança e

medicina do trabalho objetivando prevenir atos inseguros no desempenho do

trabalho”. Assim como, cabe ao colaborador cumprir todas as leis e regulamentos de

28

segurança e medicina do trabalho, incluindo as ordens de serviço emitidas pelo

empregador.

Seguem abaixo, as Normas Regulamentadoras aprovadas pelo Ministério do

Trabalho:

• NR-1 Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho Urbano, bem como os

direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema

específico.

• NR-2 Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao

MTb a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua

realização.

• NR-3 Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam

a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a

serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à

Segurança e a Medicina do Trabalho.

• NR-4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:

Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados

regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em

Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a

saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

• NR-5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): Estabelece a

obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento,

por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de

prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao

empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de

acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.

• NR-6 Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Estabelece e define os tipos de EPI's a

que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de

trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

• NR-7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e

instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de

29

Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto

dos seus trabalhadores.

• NR-8 Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados

nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham.

• NR-9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade de

elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam

trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA,

visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes

ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio

ambiente e dos recursos naturais.

• NR-10 Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições mínimas

exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em

suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma

e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de

geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as

normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais.

• NR-11 Transportes, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece

os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao

transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma

mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais.

• NR-12 Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança

e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e

manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho.

• NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnicos-legais

relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se

prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho.

• NR-14 Fornos: Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinentes à construção,

operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho.

• NR-15 Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes

insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando

vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício

insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua

saúde.

30

• NR-16 Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações

legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas

correspondentes. Especificamente no que diz respeito a atividades e operações perigosas com

explosivo e com Inflamáveis.

• NR-17 Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptaçào das

condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar

um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

• NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece

diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a

implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas

condições e no meio ambiente de trabalho na industria da construção civil.

• NR-19 Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito,

manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos

trabalhadores em seus ambientes de trabalho.

• NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares

acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis,

objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores m seus ambientes de

trabalho.

• NR-21 Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a

prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar

livre e em pedreiras.

• NR-22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de

segurança a serem observados pelas empresas que desemvolvam trabalhos subterrâneos de

modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do

Trabalho.

• NR-23 Proteção contra incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra incêndio

que devem dispor os locais de trabalho.

• NR-24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os

preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no

que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando a

higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores.

• NR-25 Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas,

pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de

trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores.

31

• NR-26 Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem

utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde

e a integridade física dos trabalhadores.

• NR-27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do

Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as

funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro

profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho.

• NR-28 Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela

fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à

concessão de prazos às empresas para no que diz respeito à concessão de prazos às empresas

para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de

autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.

• NR-29 Trabalho Portuário: Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra

acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as

melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

• NR-30 Trabalho Aquaviário : Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial

utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso,

na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em

plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e

portuário.

• NR-31 Trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração florestal e aqüicultura:

Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma

a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária,

silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do

trabalho.

• NR-32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde: Tem por

finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à

segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem

atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

• NR-33 Espaços Confinados: Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para

identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos

riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores

que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

32

• NR-34 Condições e meio ambiente para trabalho na indústria da construção naval: tem

por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e

ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.

• NR-35 Trabalho em altura: tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as

medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a

execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou

indiretamente com esta atividade.

• NR-36 Segurança e Saúde no Trabalho em empresa de abate e processamento de

carnes e derivados: tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e

monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e

processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir

permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da

observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e

Emprego.

QUADRO 01: Normas regulamentadoras. Fonte: Carvalho (2008) e MTE (2013).

2.3 Sistema de Gestão: O que é?

Segundo Arantes (1994), um sistema de gestão é um instrumento que a

administração da empresa pode usar para facilitar sua tarefa. Este deve ser

entendido como um efetivo instrumento de suporte à ação da administração e não

como a administração em si.

Para Melo (2001), “os instrumentos de gestão auxiliam a definir a razão de ser

da empresa; a planejar, dirigir, organizar, executar e controlar as atividades; a

estabelecer o entendimento e as relações entre as pessoas; a obter as informações

para operar e gerenciar o empreendimento, a mobilizar as pessoas para realizar a

tarefa empresarial.” Para tanto se faz necessário que estes conceitos e técnicas que

fazem parte do sistema de gestão sejam entendidos e aplicados de maneira correta

de acordo com a natureza da questão.

De acordo com Souza (1997), “sistema é um conjunto de elementos

dinamicamente relacionados entre si, formando uma atividade que opera sobre as

entradas e, após processamento, as transforma em saídas, visando sempre atingir

um objetivo.”

33

Já para Frosini e Carvalho (1995), um sistema de gestão é conceituado como

o conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de

complexidade, cujos componentes associados interagem de forma organizada para

realizar uma tarefa específica e atingem ou mantém um dado resultado.

Melo (2001 apud Cicco, 1995), “define Sistema de Gestão como a estrutura

organizacional, as responsabilidades e os procedimentos, processos e recursos para

a organização implementar a sua gestão da qualidade, a sua gestão ambiental ou a

sua gestão da segurança e saúde no trabalho.”

2.4 Alguns conceitos e definições relacionados ao SGSST

De acordo com Cruz (1998), o conceito legal de acidente do trabalho

encontra-se no Art. 2º da Lei nº 6367, de 19.10.76, sob a seguinte definição:

"Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou

perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".

Definições baseadas na OHSAS 18001:2007.

• Segurança e saúde do trabalho (SST): trata-se das condições e fatores

que afetam, ou podem afetar, a saúde e a segurança dos

colaboradores e outros trabalhadores (incluindo trabalhador temporário

e pessoal contratado), visitantes, e qualquer outra pessoa no local de

trabalho.

• Melhoria continua: processo de aprimoramento do Sistema de Gestão

da SST, visando atingir melhorias no desempenho de Segurança e

Saúde do Trabalho global, de acordo com a política de SST da

organização.

• Ação preventiva: ação para eliminar a causa de uma potencial não-

conformidade ou outra situação potencialmente indesejável.

34

• Perigo: fonte, situação ou ação com potencial para provocar danos em

termos de lesão humana ou doença, ou uma combinação destes.

• Identificação de perigos: processo de reconhecimento que um perigo

existe e da definição de suas características.

• Incidente: evento relacionado ao trabalho que deu origem a uma lesão

ou doença ou fatalidade ocorrida, ou que poderia ter ocorrido.

• Acidente: um incidente o qual originou uma lesão, doença a saúde ou

fatalidade.

• Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um evento

perigoso ou exposição e a severidade da lesão ou doença que pode

ser causada pelo evento ou exposição.

• Avaliação de riscos: processo de avaliação do risco originário do

perigo, levando em conta a adequação de qualquer controle existente,

e decisão se o risco é ou não é aceitável.

2.5 Análise de perigos e riscos

De acordo com Melo (2001), a análise de risco é o processo global de estimar

a magnitude do risco e decidir se ele é tolerável ou aceitável.

FIGURA 03: Processo de analise de risco Fonte: Melo 2001

35

A análise do risco envolve 3 (três) passos básicos: identificar perigos, estimar

o risco de cada perigo (a probabilidade e a gravidade do dano) e decidir se o risco é

tolerável.

Uma das ferramentas mais utilizadas para análise de risco é a APR - Análise

Preliminar de Riscos

2.6 Norma OHSAS 18001

De acordo com Carvalho (2008):

“A OHSAS 18001 (Occupation Health and Safety Assessment Series 18001)

foi desenvolvida por diversos organismos certificadores: Bureau Veritas

Quality Internacional (BVQI), Det Norske Veritas (DNV), British Standards

Institution (BSI), Lloyds Register Quality Assurance e SGS Yarsley

International Certification Services e entidades nacionais de normalização

da Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. Essa norma foi

oficialmente publicada pela BSI em 15 de abril de 1999 e utilizou como base

para sua elaboração o guia BS 8800 o que iria facilitar a sua

compatibilidade com série ISO 9000 (Sistema de Gestão da Qualidade) e

com a série ISO 14000 (Sistema de Gestão Ambiental).”

A Norma OHSAS 18001 é específica para o sistema de gerenciamento de

Saúde e Segurança do trabalho e foi elaborada em resposta às necessidades de

gerenciar suas obrigações com o SST de forma mais eficiente.

Segundo Araujo (2002), a Norma OHSAS é aplicável a qualquer organização

que deseje:

• Estabelecer um Sistema de Gestão da SST para eliminar ou mitigar

riscos aos colaboradores e outras partes interessadas que possam

estar expostos aos riscos de SST associados as suas atividades;

• Implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão

de SST;

• Assegurar-se da sua conformidade com sua política de SST definida;

• Demonstrar tal conformidade a terceiros;

36

• Buscar certificação do seu Sistema de Gestão de SST por uma

organização externa; ou

• Realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de conformidade

com esta especificação.

Carvalho (2008 apud Cicco, 1999), aponta alguns benefícios sucedidos da

implantação de um Sistema de Gestão segundo a Norma OHSAS 18001:

• Assegurar aos clientes o cumprimento com uma Gestão de Saúde e

Segurança;

• Manter boas relações com sindicatos e colaboradores;

• Obter seguros a custos razoáveis;

• Fortalecer a imagem da empresa junto ao mercado;

• Reduzir acidentes que impliquem em responsabilidade civil;

• Facilitar a obtenção de licenças e autorizações;

• Compartilhar soluções de prevenções de acidentes e doenças do

trabalho;

• Melhorar as relações entre a empresa e os órgãos do governo.

37

3 Procedimento Metodológico

3.1 Método da pesquisa

Segundo Richardson (1999), o método precisa estar apropriado ao tipo de

estudo que se deseja realizar, mas é a natureza do problema ou seu nível de

aprofundamento que, de fato, determina a escolha do método.

Utilizando uma classificação bastante ampla, é possível dizer que existem

dois grandes métodos de investigação científica: o quantitativo e o qualitativo.

Para Richardson (1999), o método quantitativo, como o próprio nome indica,

caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de

informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Este

método tem como objetivo evitar a infidelidade nas analises e interpretações, sendo

sua intenção garantir resultados precisos.

Já o método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não

emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um

problema. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.

(RICHARDSON, 1999)

Richardson (1999) afirma, ainda, que:

"Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos."

Seguindo este contexto, é possível afirmar que, a presente pesquisa

caracteriza-se como de natureza qualitativa. Sendo o objetivo desta, propor a

implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho

baseado na Norma OHSAS 18001:2007.

38

3.2 Classificação da pesquisa

Vergara (2000), afirma que:

"As pesquisas podem ser classificadas quanto aos fins e aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa pode ser: exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista. Já quanto aos meios de investigação, a pesquisa pode ser: pesquisa de campo, pesquisa de laboratório, documental, bibliográfica, experimental, ex post facto,

participante, pesquisa-ação e estudo de caso."

Esta pesquisa pode ser caracterizada, quanto aos fins, como descritiva,

exploratória e aplicada. Descritiva pois analisa e expõe características de um

fenômeno, neste caso, a aplicação de um Sistema de Gestão de Saúde e

Segurança do Trabalho; exploratória pois há pouco conhecimento relacionado ao

assunto, voltado ao ramo de elevadores e; aplicada por que motiva -se a resolver um

problema de uma empresa tendo finalidade prática, a possível implementação deste

sistema.

A caracterização acima se respalda nas definições de Vergara (2000):

"A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. A investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado que, por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa. A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos [...]. Tem, portanto, finalidade prática [...]."

Quanto aos meios, esta pesquisa caracteriza-se em bibliográfica e estudo de

caso. Bibliográfica pois boa parte foi desenvolvida com base em publicações feitas

em livros, revistas eletrônicas e sites de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança

do Trabalho, principalmente OHSAS 18001:2007. Estudo de caso pois foi

pesquisada, utilizada como população de referência, uma empresa de elevadores.

A caracterização acima foi baseada nos conceitos de Vergara (2000):

A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral, onde fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O estudo de caso constitui um estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.

39

3.3 Técnicas de coleta de dados

De acordo com Lakatos e Marconi (1992), as técnicas correspondem à parte

prática da coleta de dados; é considerado um conjunto de preceitos ou processos de

que se serve uma ciência e como estes são utilizados para obtenção de seus

objetivos.

Para esta pesquisa foram utilizadas as seguintes técnicas: pesquisa

bibliográfica (anteriormente citada), técnicas de observação simples e entrevista.

Estas técnicas têm por finalidade atender ao primeiro objetivo específico

apresentado pela autora.

Segundo Vergara (1997), a forma de observação simples significa o

pesquisador ser um espectador não participativo, mantendo certo distanciamento do

grupo ou da situação que se pretende estudar, não se empenhando nesta situação.

A técnica acima citada foi utilizada durante as visitas à empresa pesquisada e

aos canteiros de obras onde esta presta serviço, com a finalidade de verificar o nível

de gerenciamento referente à segurança e saúde do trabalho nestes locais. Para

estas observações foi utilizado um roteiro que encontra-se no final desta pesquisa

(Apêndice II).

A técnica da entrevista, de acordo com Melo (2001), é um procedimento

individualizado, o contato é direto entre o entrevistado e o entrevistador e tem por

objetivo colher informações qualitativa. Sendo uma abordagem mais aprofundada,

permite compreender alguns dos comportamentos que não podem ser explicados

através das observações.

A entrevista foi realizada de maneira estruturada de acordo com um roteiro,

contendo perguntas avaliativas ao nível de gerenciamento de SST na empresa

(Apêndice III). Utilizou-se também um formulário, com base, nos requisitos da norma

18001:2007 para reforçar esta avaliação (Apêndice I).

40

3.4 Metodologia para implementação do Sistema de Gestão

A Metodologia de implementação do Sistema de Gestão de Saúde e

Segurança do Trabalho a ser aplicada baseia-se na norma OHSAS 18001:2007 e

OHSAS 18002:2007 (Diretrizes Gerais). Na referente norma são definidos os

elementos e procedimentos mínimos que se adequadamente utilizados

possibilitaram implementar um SGSST de maneira eficiente.

Segue abaixo o esquema que representa os elementos de Gestão de Saúde

e Segurança do Trabalho baseado na Norma OHSAS 18001:2007:

FIGURA 04: Elementos do Sistema de Gestão Fonte: Norma OHSAS 18001:2007

A norma OHSAS é baseada na metodologia conhecida como Plan, Do,

Check, Act (PDCA) / (Planejar, Executar, Verificar, Agir); mesma metodologia que

dará um rumo ao resultado desta pesquisa.

O PDCA pode ser brevemente descrito da seguinte forma:

41

• Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir

os resultados em concordância com a política de Saúde e Segurança

do Trabalho da organização;

• Executar: Implementar os processos;

• Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a

política de Saúde e Segurança do Trabalho, objetivos, metas,

requisitos legais e outros, e relatar os resultados;

• Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da

gestão de SST.

(ALMEIDA E REIS, 2012)

FIGURA 05: Ciclo PDCA Fonte: Adaptado de Almeida e Reis, 2012

42

Segundo Araujo (2002), a OHSAS 18001:2007 fornece os requisitos para um

Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho permitindo, assim, que uma

empresa possa controlar seus riscos de acidentes e doenças do trabalho, bem como

melhorar seu desempenho.

Abaixo serão apresentados os requisitos necessários para o atendimento da

Norma OHSAS 18001:2007; estes requisitos serão um dos norteadores para atender

os objetivos deste trabalho, serão seguidos como etapas a serem cumpridas.

FIGURA 06: Requisitos do Sistema de Gestão da SST. Fonte: Norma OHSAS 18001:2007

43

3.5 Fluxo do procedimento metodológico

FIGURA 07: Estrutura da metodologia Fonte: O próprio autor

44

4 Características da empresa

4.1 Perfil da empresa

Empresa com Sistema de Gestão da Qualidade implementada, certificada na

norma ISO 9001. Esta presente há mais de 130 anos no mundo e em mais de 90

países, incluindo o Brasil.

Atua no mercado de movimentação e mobilidade humana. A empresa

desenvolve, fabrica, monta e presta manutenção em elevadores, escadas e esteiras

rolantes. São mais de 40 mil colaboradores, além de terceiros, trabalhando para

transportar mais de 700 milhões de pessoas por dia.

Atualmente, esta entre as cinco maiores empresas neste ramo a nível mundial

e entre as três primeiras lembrada no Brasil.

Possui duas fábricas no Brasil, que é responsável pelo abastecimento de

elevadores, escadas e esteiras rolantes na América Latina; sua matriz esta locada

no Rio de Janeiro - RJ e dispõe de várias filiais e postos para atender os mais de

80.000 equipamentos por ela instalados por todo o país.

4.2 Princípios e valores

• Integridade / Ética.

• Assegurar a segurança de Colaboradores e Usuários.

• Criar valor para o cliente.

• Compromisso com Desenvolvimento de Pessoas.

• Contínuo aperfeiçoamento de Produtos e Serviços.

• Liderança visível.

4.3 Visão

Liderança através de serviços.

45

4.4 Missão

"Vivenciar nossa Visão e Valores”

4.5 Organograma funcional

FIGURA 08: Organograma Fonte: O próprio autor

4.6 NI (Novas Instalações) - Montagem de elevadores

A área em estudo desta pesquisa é formada por 1 (um) supervisor de

montagem, 6 (seis) coordenadores de montagem, 6 (seis) back offices, 24 (vinte e

quatro) técnicos de regulagem, 15 (quinze) vistoriadores técnicos e

aproximadamente 215 (duzentos e quinze) montadores (terceiros).

46

Estes colaboradores e terceiros trabalham para entregar em média 96

(noventa e seis) elevadores por mês. Aproximadamente 1200 (mil e duzentos)

equipamentos por ano.

O processo de instalação é bastante simples, poderemos entendê-lo melhor

seguindo o fluxo apresentado abaixo:

FIGURA 09: Fluxo do processo NI I Fonte: O próprio autor.

Acompanhamento do local: Com base no planejamento do Coordenador de

montagem, o vistoriador técnico visita as obras acompanhado da planta de

instalação (desenhos) e formulário de acompanhamento do local. Na obra, deverá

preencher o formulário indicando a evolução do local e fornecer as orientações

necessárias para o cliente, conforme planta de instalação e folders de preparação do

local.

FIGURA 10: Fluxo do processo NI II Fonte: O próprio autor

Liberação para fabricação: O vistoriador técnico confere o local, se o mesmo

registrar 70% dos requisitos necessários para instalação do equipamento atendido é

liberado a fabricação do elevador.

47

FIGURA 11: Fluxo do processo NI III Fonte: O próprio autor

Confirmação de remessa de material: Nesta etapa é feito o monitoramento

dos despachos de material feitos pela fábrica e o recebimento deste no local de

instalação. No local de instalação, é feito a conferência dos materiais enviados pela

fábrica.

FIGURA 12: Fluxo do processo NI IV Fonte: O próprio autor

Instalação (montagem): Os montadores (terceiros contratados) executam a

instalação do equipamento conforme orientações recebidas da área de processos.

Etapas de montagem:

• Levar guias (trilhos) através de guincho no poço e começar o içamento;

• Prender guias;

• Montar cabina;

• Pendurar cabina e instalar máquina;

• Colocar portas;

• Passar chicotes e fiação do poço;

• Instalar peças dentro da caixa;

• Acabamentos e ligação dos conectores.

Na seqüência, testes de segurança e regulagem do equipamento são

realizados pelos técnicos de regulagem.

48

FIGURA 13: Fluxo do processo NI V Fonte: O próprio autor

Entrega ao cliente: Obtém-se uma autorização para entrega, para isso são

checadas informações financeiras e técnicas. Se autorizada a entrega, é agendada

com o cliente uma data para o recebimento do equipamento.

4.7 Relação da empresa com o SST

A relação da empresa com o SST apresenta as seguintes características:

• A empresa possui profissionais de segurança que presta assessoria a

área de SST. No Brasil, a empresa possui 2 (dois) engenheiros de

segurança, 1 (um) médico do trabalho, 1 (uma) enfermeira do trabalho

e 18 (dezoito) técnicos de segurança.

• A empresa afirma conhecer as NRs a ela aplicáveis e apontam

vantagens no cumprimento das mesmas, como: maior segurança do

colaborador ou terceiro e diminuição no número de acidentes.

• A empresa possui PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional) e faz um relatório de análise de riscos.

• Possui CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).

• Fornece, de maneira gratuita, EPI’s (Equipamentos de Proteção

Individual) aos seus colaboradores e terceiros, sendo os principais:

capacete, máscara contra poeiras, creme de proteção, calçado de

segurança, luvas de segurança, cinto paraquedista, protetor auricular e

óculos de segurança.

• Realiza treinamentos com os seus colaboradores e terceiros para

utilização do EPI; b

com segurança

saúde do trabalho.

• Já ocorreram na empresa acidentes do tipo típico (lesões, cortes,

escoriações, fraturas e contusão) e também acidente

• A área de maior incidência e gravidade: montagem de elevadores.

• A empresa possui controle estatístico dos seus acidentes.

• Estes acidentes são discutidos, afim de evitar novas ocorrências.

• Principais causas de acidentes na empresa: uso inadequa

ferramenta, ferramenta defeituosa ou com má conservação, excesso

de autoconfiança.

FIGURA 14: Causas de acidentesFonte: Intranet da empresa em estudo, 2013

• Nas suas estratégias de desenvolvimento a empresa inclui as questões

de SST.

• A empresa

esta é divulgada para os seus trabalhadores.

Realiza treinamentos com os seus colaboradores e terceiros para

utilização do EPI; bem como, os conscientiza a realizar suas atividades

com segurança; realiza também, palestras que tratam de segurança e

saúde do trabalho.

Já ocorreram na empresa acidentes do tipo típico (lesões, cortes,

escoriações, fraturas e contusão) e também acidente

A área de maior incidência e gravidade: montagem de elevadores.

A empresa possui controle estatístico dos seus acidentes.

Estes acidentes são discutidos, afim de evitar novas ocorrências.

Principais causas de acidentes na empresa: uso inadequa

ferramenta, ferramenta defeituosa ou com má conservação, excesso

de autoconfiança.

: Causas de acidentes Fonte: Intranet da empresa em estudo, 2013

Nas suas estratégias de desenvolvimento a empresa inclui as questões

A empresa possui uma política de segurança e saúde do trabalho e

esta é divulgada para os seus trabalhadores.

49

Realiza treinamentos com os seus colaboradores e terceiros para

em como, os conscientiza a realizar suas atividades

que tratam de segurança e

Já ocorreram na empresa acidentes do tipo típico (lesões, cortes,

escoriações, fraturas e contusão) e também acidente fatal.

A área de maior incidência e gravidade: montagem de elevadores.

A empresa possui controle estatístico dos seus acidentes.

Estes acidentes são discutidos, afim de evitar novas ocorrências.

Principais causas de acidentes na empresa: uso inadequado de

ferramenta, ferramenta defeituosa ou com má conservação, excesso

Nas suas estratégias de desenvolvimento a empresa inclui as questões

possui uma política de segurança e saúde do trabalho e

50

5 Resultado da metodologia

5.1 Requisitos gerais

Inicialmente, se faz necessário a definição do escopo do SGSST. A empresa

tem a liberdade de definir as fronteiras, os limites, de implementação.

Para a empresa em estudo, foi definido que a aplicação do Sistema de

Gestão será apenas para a área de novas instalações (montagem de elevadores),

Regional Sul.

5.2 Política de Saúde e Segurança do Trabalho

A empresa já possui uma política de Saúde e Segurança do Trabalho que

atende aos requisitos da norma sendo; apropriada à natureza e escala de riscos,

inclui comprometimento com a melhoria contínua e atendimento de no mínimo aos

requisitos legais aplicáveis, é documentada, é implementada, é mantida e é

comunicada a todos os colaboradores da empresa, através da intranet, encartes,

folders, etc...

Segue abaixo a política:

Política de Segurança e Saúde do colaborador:

Segurança é um valor fundamental para esta empresa. Está implícita em

seus produtos e serviços e na maneira que seus colaboradores trabalham. A

empresa não abre mão da segurança e saúde daqueles que trabalham para o

seu negócio.

• A empresa acredita que quaisquer lesões , assim como doenças

relacionadas ao trabalho e acidentes podem ser prevenidos; e trabalha

para alcançar os mais altos padrões de desempenho em segurança e

saúde;

51

• Sua cultura de segurança é baseada na prevenção, na consciência do

risco, na contínua melhoria e no cumprimento dos procedimentos

cuidadosamente desenvolvidos;

• Pela natureza de seu negócio, a maioria das pessoas trabalham de forma

independente; assim sendo, a cultura de segurança será totalmente

eficaz quando cada um de seus colaboradores, pessoalmente e de

forma instintiva, adotá-la e cumpri-la à risca;

• Toda a empresa no negócio de Elevadores, Escadas e Esteiras Rolantes

devem cumprir as leis aplicáveis, assim como esta Política e os

Padrões de Segurança da empresa;

• Todo colaborador é responsável pelas conseqüências do que faz ou

deixa de fazer em termos de segurança.

QUADRO 02: Política de SST Fonte: Adaptado do original da empresa em estudo, 2013

5.3 Planejamento

5.3.1 Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de

controles

A empresa afirma ter programas como: PCMSO (Programa de Controle

Médico de Saúde Ocupacional), CIPA (Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes) e relatórios específicos para identificação de perigos e avaliação e

controle de riscos.

Porém para atender este item da Norma OHSAS, se faz necessário que a

empresa estabeleça, implemente e mantenha procedimentos para identificação

contínua de perigos, avaliação de riscos e que determine os controles necessários

para garantir a segurança e saúde de seus colaboradores. Para isso, o presente

52

estudo elaborou um procedimento utilizando a ferramenta APR - Análise Preliminar

de Riscos.

O procedimento criado (PROC-01) encontra-se ao final do trabalho no

Apêndice IV.

É importante frisar que, a APR deverá ser aplicada antes do início das

atividades, para assegurar que a ferramenta seja pró-ativa ao invés de reativa.

Segue abaixo o resultado da ferramenta, lembrando apenas que, para atingi-

lo foram seguidas todas as etapas apresentadas no procedimento PROC-01

(Apêndice IV).

Nota: Análise é do autor.

53

54

55

56

57

QUADRO 03: A.P.R – Analise Preliminar de Risco. Fonte: O próprio autor.

58

5.3.2 Requisitos legais e outros requisitos

A empresa estabelece, implanta e mantém procedimento para identificar e ter

acesso à legislação e outros requisitos de Segurança e Saúde do Trabalho

aplicáveis (procedimento PROC-02, Apêndice V). Para isso, mantém contrato com

uma empresa especializada que fornece e controla todas as informações pertinentes

e documentos legais aplicáveis ao negócio da empresa. Esta empresa contratada

denomina-se Âmbito.

FIGURA 15 - Controle de Registros Legais. FONTE: Intranet empresa em estudo.

5.3.3 Objetivos e programas

A empresa estabelece, implanta e mantém objetivos documentados de SST,

nas funções e níveis relevantes; e programas para atingi-los.

Os objetivos da empresa são baseados em alcançar os mais altos padrões de

desempenho; cumprindo com as leis aplicáveis e investindo em uma cultura de

segurança baseada na prevenção e conscientização de seus colaboradores. Por

isso, estabelece metas de: treinamento, redução de lesões e índices de acidentes e

incidentes do trabalho.

Esses objetivos e metas são divulgados anualmente em um diretório de

dados dentro da rede da empresa, mensalmente seus dados são atualizados pela

59

equipe de SST e podem ser acompanhados e mensurados pelos gestores e

envolvidos no processo.

Para engajar os seus colaboradores com os objetivos e metas de SST, e

outras metas da empresa, criou-se um programa chamado "Supere já". O Supere já

consiste em estabelecer metas anuais, que podem ser acompanhadas mensalmente

através de um diretório de dados dentro da rede da empresa. Este programa esta

ligado diretamente ao PLR (participação de resultados). Os colaboradores podem

receber de 0 à 120% do seu salário dependendo do alcance de suas metas. Estas

metas também são vinculadas a participação nos lucros da empresa por parte dos

colaboradores.

Além disso, anualmente são escolhidos alguns colaboradores, a nível Brasil,

que se destacaram em segurança do trabalho. Estes participam de um evento com

jantar e placas de premiação aos mesmos. Este programa chama-se "Valeu

Segurança".

5.3.4 Objetivos e metas

• Objetivo 01: Capacitação dos colaboradores em temas de saúde e segurança

do trabalho.

• Meta: 17 (dezessete) horas de treinamento por colaborador;

• Prazo: 1 (hum) ano;

Sugestão: incluir os terceiros na meta.

• Objetivo 02: Redução de acidentes típicos com afastamento.

• Meta: Limite de 3 (três) acidentes na regional em estudo;

• Prazo: 1 (hum) ano;

• Objetivo 03: Redução de acidentes típicos sem afastamento.

• Meta: Limite de 7 (sete) acidentes na regional em estudo;

• Prazo: 1 (hum) ano.

60

5.4 Implementação e operação

5.4.1 Recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridade

Para garantir que o Sistema de Gestão de SST atue de maneira eficaz, todas

as solicitações de recursos (recursos humanos, infra-estrutura, tecnologia e recursos

financeiros) serão discutidos e analisados em reunião pelos Coordenadores,

Supervisores Gerais e Gerência. Após estabelecidas as prioridades, os

investimentos em recursos serão programados em budget , anualmente.

As funções, responsabilidades, atribuições e níveis de autoridade serão

definidos, documentados e comunicados a todos os interessados. Estas informações

estarão disponíveis para consulta na área de RH (Recursos Humanos) e serão

controladas através de um sistema denominado En-sof.

5.4.2 Competência, treinamento, conscientização

5.4.2.1 Competências do colaborador

Com o intuito de assegurar que qualquer pessoa, sob controle da empresa,

seja competente para realização de suas tarefas; são definidos pré-requisitos de

acesso para cada função. Estes pré-requisitos devem ser averiguados no ato da

admissão ou contratação (terceiros) e quando houver alteração de cargo. Estas

informações serão atualizadas anualmente ou conforme seu vencimento.

O candidato a função atenderá aos pré-requisitos apresentando ao Recursos

Humanos local todos os certificados de qualificação profissional que possui. Após

analise do RH, o mesmo poderá ser submetido a cursos, treinamentos e testes.

Todos os registros associados deveram ser encontrados no RH local dentro do

prontuário de cada colaborador ou terceiro.

61

5.4.2.2 Treinamento e conscientização do colaborador

A empresa promove periodicamente treinamentos que contemplam atender

suas necessidades operacionais e conhecimentos relacionados à saúde e

segurança de seus colaboradores; assim como, os principais riscos que oferecem

suas respectivas atividades. Atua também com campanhas (palestras, reuniões,

etc...) de prevenção e de conscientização relacionadas ao Sistema de Gestão de

SST.

Um dos recursos de conscientização e orientação utilizados pela empresa são

as DDS (Diálogos Diário de Segurança) realizadas pelos Supervisores Operacionais,

Coordenadores e acompanhadas pelo Técnico de Segurança.

Todos os treinamentos, cursos, reuniões e palestras são realizados dentro do

horário de trabalho e registrados através de uma CDTR (Controle de

Desenvolvimento e Treinamento); após, as informações são inseridas no sistema

S.A.P.

5.4.3 Comunicação, participação e consulta

A empresa estabelece, implanta e mantém sistemas para assegurar a

comunicação interna entre seus vários níveis e funções; assim como, com terceiros

e visitantes no local de trabalho. Dentre as ferramentas utilizadas estão: a Intranet,

e-mails, Folhetos, Editais, Murais, Manual de Segurança do Trabalho, etc...

Os colaboradores tem sua participação e são consultados através do

envolvimento na identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de

controles; na investigação de incidentes; no desenvolvimento e análise crítica da

política e objetivos. Tudo é reportado ao superior imediato durante as reuniões

mensais de segurança no trabalho.

Quando apropriado, à empresa assegura que partes externas interessadas

sejam consultadas sobre assuntos pertinentes a SST.

62

5.4.4 Documentação

A documentação do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho

será definida pela gerência regional. Nela deverá estar incluso: a Política de Saúde e

Segurança do Trabalho; os objetivos de SST e o escopo do Sistema de Gestão de

Saúde e Segurança do Trabalho. Assim como, todos os registros e documentos

necessários para assegurar o planejamento, operação e controle dos processos

associados à gestão de riscos.

5.4.5 Controle de documentos e registros

Para atender este item da Norma 18001, a empresa precisa estabelecer,

implantar e manter procedimento para controlar documentos e registros. Por isso, foi

criado para esta proposta o procedimento PROC-03; com o objetivo de definir a

sistemática para codificação, elaboração, análise crítica, aprovação, revisão,

distribuição e disponibilização da documentação e os mecanismos para controle de

registros de Saúde e Segurança e do Trabalho. O procedimento esta disponível no

Apêndice VI.

5.4.6 Controle operacional

5.4.6.1 Regras de Ouro da Segurança

Todos os colaboradores e terceiros devem ser informados sobre as Regras

de Ouro da Segurança, para proteger suas vidas e dos seus colegas. Estas regras

foram criadas com base nos perigos inerentes a atividade da empresa.

São elas:

• Respeitar as normas de segurança, interromper a atividade se tiver qualquer

dúvida que possa colocar em risco sua segurança e de seus colegas;

• Utilizar todos os EPIs e as ferramentas corretas;

• Redobrar a atenção quando desempenhando atividade em altura;

63

• Fazer bloqueios de energia para impedir que o equipamento se mova

inesperadamente;

• Identificar riscos e manter o local de trabalho sempre limpo, organizado e

seguro;

• Proteger seu corpo manuseando as cargas com as ferramentas certas e de

maneira correta.

5.4.6.2 Controle de Equipamento de Proteção Individual

A empresa distribui os EPIs de acordo com suas determinadas funções, ao

receber os equipamentos os colaboradores e terceiros assinam um termo de

recebimento e compromisso de uso. Estes equipamentos devem ser substituídos

nos prazos estabelecidos ou quando apresentarem danos em sua estrutura. Ao

realizar esta substituição o colaborador devolve os EPIs usados e/ou danificados e

assina o recebimento de um novo. Este controle é feito através de um formulário

apresentado neste trabalho no Anexo I.

5.4.6.3 Controle de ferramentas

Assim como os Equipamentos de Proteção Individual, as ferramentas também

são distribuídas de acordo com as atividades do colaborador ou do terceiro. Estes ao

receber os instrumentos assinam um termo de recebimento e compromisso de uso e

zelo pelo mesmo, conforme Anexo II. Estas ferramentas poderão ser substituídas

quando apresentarem danos em sua estrutura ou conforme prazo de aferição.

Todos os equipamentos utilizados nas medições e monitoramento de

desempenho são calibrados e registros são mantidos.

Os registros de controle de ferramentas estão disponíveis no sistema S.A.P.

da empresa.

64

5.4.6.4 Controle de terceiro

Os terceiros contratados deveram receber o mesmo tratamento no que diz

respeito aos controles operacionais que a empresa exerce sobre seus

colaboradores. Controles estes relativos à integração, conscientização, capacitação,

treinamento e utilização de EPI e ferramentas.

Regularmente estes contratados deveram ser submetidos a inspeções de

SST, para monitoramento e avaliação da empresa.

(safety walk)

5.4.7 Preparação e resposta a emergências

Para atender este item da Norma 18001, a empresa precisará estabelecer,

implantar e manter procedimento para prover controles para situações de

emergência que ajudarão a evitar lesões aos colaboradores, visitantes ou danos às

dependências físicas da empresa. Para isso foi criado nesta proposta o

procedimento PROC-04 disponível no Apêndice VII.

5.5 Verificação

5.5.1 Medição do desempenho e monitoramento

A empresa mantém um diretório de dados, semelhante ao de objetivos e

metas e do "Supere já", para monitorar e medir o seu desempenho de SST

regularmente. Este sistema assegura medições qualitativas e quantitativas aos quais

são associados os objetivos de Saúde e Segurança do Trabalho. O monitoramento

destes resultados ocorre mensalmente.

Controle de doenças, incidentes, acidentes e quase-acidentes também são

registrados neste sistema; que facilita uma subseqüente análise para a tomada de

ação, corretiva e/ou preventiva.

65

5.5.2 Avaliação da conformidade

A empresa avalia periodicamente sua conformidade com os requisitos legais

aplicáveis e mantém registros dos resultados das avaliações. Tudo isso através do

sistema citado no item 4.8.3.2 deste trabalho.

5.5.3 Investigação de incidentes, não-conformidades e ação corretiva e

preventiva

Para atender este item da Norma 18001, a empresa precisará estabelecer,

implantar e manter procedimento para registrar, investigar e analisar incidentes e

acidentes. De forma a identificar deficiências ocultas de Saúde e Segurança do

Trabalho, identificar a necessidade de ações preventivas e corretivas, identificar

oportunidades de melhoria contínua, comunicar os resultados destas investigações,

identificar e corrigir as não-conformidades, apurar as responsabilidades e definir

medidas preventivas necessárias para evitar ao máximo novas ocorrências. Estes

resultados serão documentados, mantidos e comunicados. Procedimentos PROC-05

e PROC-06 disponíveis nos Apêndices VIII e IX respectivamente.

5.5.4 Auditoria Interna

A empresa deverá estabelecer, implementar e manter procedimento para

definir meios, responsabilidades e autoridades para o planejamento e realização das

auditorias internas de Saúde e Segurança do Trabalho. Para atender este item da

Norma foi criado o procedimento PROC-07, nele estará incluso um programa de

auditoria que terá o objetivo de verificar se os arranjos planejados para o Sistema de

Saúde e Segurança do Trabalho estão em conformidade com os requisitos da

norma.

Procedimento disponível no Apêndice X.

66

5.5.5 Análise pela administração

Serão agendadas reuniões, entre a Diretoria e o Gerente Regional, em

intervalos planejados (um ano), para analisar o desempenho de Saúde e Segurança

do Trabalho na empresa, os resultados de auditora interna, a verificação do

atendimento dos objetivos, as necessidades de mudanças no Sistema de Gestão e a

avaliação das oportunidades de melhoria.

Os registros destas análises deverão ser documentados através de Ata e

mantidos.

67

6 Conclusões e sugestões

6.1 Conclusões

O objetivo geral do presente trabalho era a elaboração de uma proposta de

implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho na

área de montagem de uma empresa de elevadores, baseado na Norma OHSAS

18001:2007. Motivada por: uma intervenção favorável na produtividade dos

colaboradores, na permanência competitiva no mercado, na melhoria da qualidade e

no valor agregado ao produto e/ou serviço da empresa.

Com base nos resultados apresentados no interior do trabalho e na forma

documental exibida nos diversos apêndices e anexos, pode-se concluir que, os

objetivos específicos e objetivo geral deste trabalho foram alcançados.

Algumas limitações foram constatadas no desenvolvimento da pesquisa,

principalmente com relação ao referencial teórico. Foi apontado que existe uma falta

de bibliografia e trabalhos científicos referentes à Saúde e Segurança do Trabalho

relacionado a elevadores; forçando a autora a buscar informações alternativas em

que o elevador esta inserido como a indústria da construção civil.

Apesar da situação adversa; o nível de gerenciamento em que a empresa

pesquisada se encontra facilitou muito a proposta de implementação de um SGSST.

Os gestores da empresa apóiam ações que tem em vista a melhoria contínua da

empresa, tanto na área de qualidade quanto na área de saúde e segurança do

trabalho.

Por fim, foi possível provar que a hipótese geral deste trabalho, implementar

um SGSST (baseado na norma OHSAS 18001:2007) em uma única área de uma

empresa de elevadores, é plausível.

68

6.2 Sugestões para futuras pesquisas

Ao finalizar o trabalho, foi possível identificar alguns pontos importantes que

não puderam ser abordados durante esta pesquisa mas que serviram para o

desenvolvimento de novas pesquisas científicas, dentre os quais;

• Validar a proposta elaborada nesta pesquisa em uma empresa de

elevadores e diagnosticar as mudanças sofridas (seus pontos positivos

e negativos);

• Elaborar uma analise de viabilidade financeira para validação da

proposta em uma empresa de elevadores;

• Elaborar estudo que quantifique financeiramente, os benefícios

recebidos com a implementação de um SGSST;

• Integrar o SGSST a outros Sistemas de Gestão da empresa.