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De 04 a 08 de março, lideranças sindicais participaram em Brasília do 11º Congresso Nacional de Trabalha- dores e Trabalhadoras Rurais. A Feta- emg esteve presente com aproxima- damente 230 delegados para debater propostas de ações para o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalha- doras Rurais e eleger a nova diretoria da Contag para a gestão 2013-2017. No total, o congresso reuniu cerca de 2.500 delegados em todo o país. Sete delegações internacionais da Améri- ca Latina ligadas ao campo: Uruguai, Guatemala, Nicarágua, Paraguai, Co- lômbia, Argentina e Chile enviaram representantes para o Congresso. Página 4 Delegação mineira presente no 11º Congresso da Contag 2013 Lideranças sindicais se reúnem em BH para discutir sobre direito agrário Unimontes forma novos educadores do campo Fetaemg e Unicafes estudam criação de central de comercialização em Minas Gerais Ainda nesta edição... Página 3 Páginas 7 Página 2 Está no site da Fetaemg a ficha de inscrição para a AgriMinas 2013. Podem se inscrever empreendimen- tos de agricultores familiares, da agroindústria ao artesanato. A pro- posta é transformar a Feira numa di- versificada vitrine para os produtos da agricultura familiar de todas as regiões do Estado, mostrando o po- tencial de produção do segmento, e consequentemente abrindo novos mercados de comercialização. A AgriMinas, realizada pela Fetaemg e seus parceiros, entra em sua 8ª edi- ção e já se consolidou como um im- portante evento anual de promoção dos produtos da agricultura familiar mineira. Este ano a Feira acontece de 3 a 7 de julho. Serão cinco dias de du- ração, diferentemente das edições anteriores, que foram realizadas em quatro dias. Para fazer a inscrição basta en- trar no site: www.fetaemg.org.br. Após o preenchimento, a ficha será automaticamente enviada para a Fe- taemg. www.fetaemg.org.br - Ano X - Edição nº 24 - Abril de 2013 Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais JORNAL DA Agricultores familiares beneficia- dos pelo Programa Nacional de Habi- tação Rural (PNHR) estão comemoran- do mais uma conquista que promete facilitar o acesso das famílias do meio rural ao programa. Após intensas ne- gociações entre a Fetaemg e o Institu- to Mineiro de Gestão das Águas (Igam), foi publicada, em 26 de março, a Reso- lução Conjunta SEMAD/IGAM nº 1.832 e assinado o termo de cooperação técnica entre a Fetaemg e o Igam com o objetivo de tornar a Fetaemg inter- mediadora nos trâmites de documen- tos para a emissão da Certidão de Uso Insignificante de Água. O documento é uma exigência da Caixa Econômica Fe- deral e do Banco do Brasil, que são as instituições financeiras do PNHR. Página 5 Assinatura de termo de cooperação entre Fetaemg e Igam facilita processo de inclusão de famílias no PNHR

JORNAL DA - fetaemg.org.br · Sindical de Trabalhadores e Trabalha-doras Rurais e eleger a nova diretoria da Contag para a gestão 2013-2017. No total, o congresso reuniu cerca de

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De 04 a 08 de março, lideranças sindicais participaram em Brasília do 11º Congresso Nacional de Trabalha-dores e Trabalhadoras Rurais. A Feta-emg esteve presente com aproxima-damente 230 delegados para debater propostas de ações para o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalha-doras Rurais e eleger a nova diretoria

da Contag para a gestão 2013-2017. No total, o congresso reuniu cerca de 2.500 delegados em todo o país. Sete delegações internacionais da Améri-ca Latina ligadas ao campo: Uruguai, Guatemala, Nicarágua, Paraguai, Co-lômbia, Argentina e Chile enviaram representantes para o Congresso.

Página 4

Delegação mineira presenteno 11º Congresso da Contag

2013

Lideranças sindicais se reúnem em BH para discutir sobredireito agrário

Unimontes forma novos educadoresdo campo

Fetaemg e Unicafes estudam criação decentral de comercializaçãoem Minas Gerais

Ainda nesta edição...

Página 3 Páginas 7Página 2

Está no site da Fetaemg a fi cha de inscrição para a AgriMinas 2013. Podem se inscrever empreendimen-tos de agricultores familiares, da agroindústria ao artesanato. A pro-posta é transformar a Feira numa di-versifi cada vitrine para os produtos da agricultura familiar de todas as regiões do Estado, mostrando o po-tencial de produção do segmento, e consequentemente abrindo novos mercados de comercialização. A AgriMinas, realizada pela Fetaemg e seus parceiros, entra em sua 8ª edi-

ção e já se consolidou como um im-portante evento anual de promoção dos produtos da agricultura familiar mineira.

Este ano a Feira acontece de 3 a 7 de julho. Serão cinco dias de du-ração, diferentemente das edições anteriores, que foram realizadas em quatro dias.

Para fazer a inscrição basta en-trar no site: www.fetaemg.org.br. Após o preenchimento, a fi cha será automaticamente enviada para a Fe-taemg.

w w w . f e t a e m g . o r g . b r - A n o X - E d i ç ã o n º 2 4 - A b r i l d e 2 0 1 3

Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

JORNAL DA

Agricultores familiares benefi cia-dos pelo Programa Nacional de Habi-tação Rural (PNHR) estão comemoran-do mais uma conquista que promete facilitar o acesso das famílias do meio rural ao programa. Após intensas ne-gociações entre a Fetaemg e o Institu-to Mineiro de Gestão das Águas (Igam), foi publicada, em 26 de março, a Reso-lução Conjunta SEMAD/IGAM nº 1.832 e assinado o termo de cooperação técnica entre a Fetaemg e o Igam com o objetivo de tornar a Fetaemg inter-mediadora nos trâmites de documen-

tos para a emissão da Certidão de Uso Insignifi cante de Água. O documento é uma exigência da Caixa Econômica Fe-deral e do Banco do Brasil, que são as instituições fi nanceiras do PNHR.

Página 5

Assinatura de termo de cooperação entre Fetaemg e Igam facilita processo

de inclusão de famílias no PNHR

2 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

ExpedientePresidente: Vilson Luiz da Silva

Tesoureiro: Marcos Vinícius Dias NunesDiretor de Política Agrícola e Cooperativismo:

Armindo Augusto dos SantosDiretora de Política Agrária e Meio Ambiente:

Maria Rita FernandesDiretora de Política Salarial:

Alícia Alves CardosoDiretor de Política Social e Previdência:

Joaquim Ferreira AlvesDiretor de Formação Sindical, Educação e

Comunicação: Pedro Mário RibeiroCoordenadora da CEMTR/MG:

Alaíde Lúcia Bageto MoraesDiretoria Regional:

Alto Jequitinhonha: José Antônio de AndradeBaixo/Médio Jequitinhonha: Maria das Graças

PinheiroGrande BH: Maria do Carmos Ramos Siqueira

Leste do Rio Doce: Aurineide Rodrigues PereiraAlto Rio Doce: José Osvaldo dos Santos

Noroeste: José dos Reis Pereira

Norte de Minas: Sandra Rosa MedeirosRio Doce: Geraldo Medina Gonçalves

Sul de Minas: Andréia de Fátima da SilvaTriângulo Mineiro: José Divino de MeloVale do Mucuri: Joaquim Pereira da Silva Zona da Mata: Vanderley Antônio Chilese

Jornalista responsável: Maristela Moreira Félix (MG 07443 JP)

Diagramação e Impressão: Fumarc Gráfi ca Editora

Tiragem: 2000 exemplares

EditorialO Movimento Sindical de Tra-

balhadores e Trabalhadoras Rurais viveu um importante momento com a realização do 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Traba-lhadoras Rurais, quando delega-dos, representantes da categoria em todo o país, se reuniram para debater e aprovar pontos impor-tantes sobre a nossa ação sindical. Para mim o Congresso foi positivo, apesar de achar que algumas dis-cussões mereciam maior aprofun-damento. Das propostas levadas por Minas Gerais, pelo menos 50% foram aprovadas. Destaco a apro-vação do repasse de 1% da receita de balcão do Sindicato para a Con-tag via Federação. Esse era um gar-galo, pois sabemos que a gestão das Federações e Sindicatos nem sempre são iguais, o que acabava gerando certo transtorno.

Sobre a aprovação da paridade de gênero na composição da dire-ção do Movimento Sindical, é im-portante que as trabalhadoras es-tejam bem organizadas e prepara-das para assumir essa cota de 50%. Não adianta só colocar no papel é preciso colocar em prática. Ainda existem muitas dúvidas e é preciso aprofundar mais o debate. Porém, em Minas Gerais temos Sindicatos que têm feito uma boa gestão com a sua diretoria formada por 50% de mulheres.

Enfi m, durante os cinco dias de realização do Congresso, tivemos importantes debates e encami-nhamentos. Acredito que, de for-ma geral, o Congresso foi positivo, apesar de reforçar a necessidade de aprofundarmos o debate em relação, por exemplo, ao registro sindical.

Tivemos uma boa participação de delegados que saíram de seu município para debater sobre os assuntos de interesse da categoria e essa é sem dúvida, uma forma de qualifi car os dirigentes nas bases e reforçar o seu compromisso junto aos trabalhado-res e trabalha-doras rurais.

reforçar o seu compromisso junto

Vilson Luiz da SilvaPresidente da FETAEMG

Lideranças sindicais se reúnem em BH para debater sobre direito agrário

Lideranças sindicais de todas as regiões do Estado participaram em Belo Horizonte do seminário estadual sobre direito agrário, com o objetivo de avaliar as ações do Movimento Sin-dical de Trabalhadores e Trabalhado-ras Rurais, especialmente no que diz respeito à reforma agrária, e também traçar estratégias de trabalho.

Na programação foram incluídos os temas: regularização fundiária, titu-lação de posseiros, acesso à terra, gera-ção de emprego e renda, arrecadação de terras devolutas pelo estado, Pro-grama Nacional de Crédito Fundiário, concessão de créditos para assentados da reforma agrária, entre outros temas.

Durante a abertura do seminário o presidente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva e a diretora de Política Agrária e Meio Ambiente, Maria Rita Fernandes e demais diretores dos Polos Regio-nais fi zeram uma avaliação negativa da reforma agrária no país, que se-gundo os participantes, demonstra a falta de compromisso do Governo Dil-ma com a reforma agrária.

De acordo com dados divulgados pela Contag, o ano de 2012 não foi bom para os trabalhadores rurais sem terra, especialmente para os acam-pados, que sofrem há anos debaixo de barracos de lona lutando por um pedaço de terra para plantar. O núme-ro de desapropriações foi o segundo menor da história, desde o fi m da di-tadura militar. No ano passado, ape-nas 18 imóveis foram decretados de interesse social para fi ns de reforma agrária. E desde o início do governo Dilma, foram criados apenas 86 as-sentamentos de reforma agrária, o segundo menor da história, à frente somente do governo Collor que con-tabiliza 28 assentamentos.

“Nós sabemos que se não houves-se pressão por parte do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalha-

doras Rurais não teríamos nenhuma família assentada no Brasil”, diz o presi-dente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva. Na sua avaliação o grande gargalo no processo de assentamento de famílias ainda continua sendo a morosidade na publicação de decretos que emperram todo o processo. “Nós temos hoje áre-as de confl ito, no Estado com cerca de trinta anos, esperando uma solução do governo”, explica o presidente.

Um processo de assentamento de famílias que poderia durar em média um ano se estende por cerca de 10 anos. E as regiões que mais sofrem com os conflitos agrários em virtude dessa demora são o Norte, o Noroeste e todo o Vale do Jequiti-nhonha. Em Minas Gerais a Fetaemg apoia 241 projetos de assentamen-tos e em sua área de atuação exis-tem aproximadamente nove mil fa-mílias acampadas.

Sobre a aquisição de terra no país para a reforma agrária, o superintende do Incra em Minas Gerais, Carlos Ca-lazans disse que a presidente Dilma publicou decretos e resoluções reclas-sifi cando todos os biomas existentes no país. Segundo Calazans daqui para frente os trabalhos de vistorias exigirão

um tempo maior, com mais detalhes de informações. “Aumentou o padrão de qualidade do trabalho que o Incra terá que desenvolver”, diz Calazans.

A diretora de Política Agrária e Meio Ambiente, Maria Rita Fernandes, ressal-ta que é necessário que o governo es-teja convencido sobre a importância de se discutir a questão agrária. “Sabemos que os assentamentos, quando rece-bem o apoio do governo, são capazes de produzir alimentos, gerando empre-go e renda no campo. É preciso mudar a imagem negativa dos assentamentos, e o governo perceber que a reforma agrá-ria é viável”, enfatiza a diretora.

Ao fi nal do seminário foi entregue ao superintende do Incra uma pauta com as reivindicações da Fetaemg e dos Sindicatos solicitando maior agi-lidade nas ações do Incra. Entre as principais reivindicações, estão: maior articulação do Incra com o Instituto Estadual de Florestas para superar a burocracia nos procedimentos de licenciamento ambiental, maior agi-lidade nos processos de desapropria-ções em áreas de confl itos, e também traçar um planejamento de ações com prazos defi nidos para a conclusão de trabalhos realizados pela autarquia.

A reforma agrária foi o principal ponto dos debates

Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 3

Por meio de convênio entre a Uni-versidade Estadual de Montes Claros e Incra, com a parceria da Fetaemg, agricultores e assentados da reforma agrária estão tendo a oportunidade, desde 2008, de ingressar num curso de graduação. Em fevereiro, cinquenta alunos concluíram o curso de Licen-ciatura em Pedagogia do Campo e po-

dem agora atuar em escolas do cam-po, na educação infantil e nos anos ini-ciais do ensino fundamental e gestão escolar da educação básica, podendo também atuar na supervisão escolar. A formatura aconteceu em 25 de feve-reiro, na Unimontes.

Direcionado a jovens agricultores familiares e assentados da reforma

agrária das regiões Norte de Minas, No-roeste, Vale do Jequitinhonha e Triân-gulo Mineiro, o curso de Pedagogia do Campo, que está inserido no Progra-ma Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), também preparou os educadores para uma atuação profi s-sional além da docência, ou seja, prio-rizando os processos educativos que

acontecem não apenas na escola do campo, mas, também, no seu entorno e na comunidade em que vivem.

Com quatro anos de duração, com carga horária de 4.230 horas/aula, o curso é dividido em oito módulos, contendo atividades acadêmicas, científi cas, culturais e artísticas. A pro-posta é desenvolver um trabalho de formação humana e intelectual, ofe-recendo condições aos acadêmicos para integrar a pesquisa e o ensino por meio da teoria e da prática, com atividades realizadas no campo.

No ano passado o curso de Licen-ciatura em Pedagogia do Campo rece-beu do Conselho Estadual de Educa-ção o conceito A, que equivale a nota máxima, reconhecendo a qualidade do corpo docente, da infraestrutura e do programa pedagógico.

Para o presidente da Fetaemg, Vil-son Luiz da Silva, essa é uma importan-te conquista para os jovens que vivem no campo que dispõem de poucas oportunidades para ingressar no curso superior. O presidente resalta que a Fe-taemg tem como uma de suas princi-pais metas a educação do campo.

Unimontes forma novos educadores do campo

Resultado de articulações da Fetaemg, junto com outros mo-

vimentos sociais, famílias do meio rural estão encontrando novas

oportunidades para se qualifi carem profi ssionalmente. Teve início

em abril pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) o curso

de especialização em educação do campo voltado para formadores

que atuam em Escolas Famílias Agrícolas, Escolas da Reforma Agrá-

ria, profi ssionais de instituições educativas do campo, assim como

profi ssionais que já tenham concluído o curso de Licenciatura em

Educação do Campo.

Foram ofertadas 60 vagas e após os 18 meses de curso que

acontece na modalidade semi-presencial, em regime de alternân-

cia (Tempo Escola com Tempo Socioprofi ssional) os novos profi ssio-

nais estarão habilitados para atuarem na formação e na assessoria

técnico-pedagógica nas instituições educativas que lidam com as

experiências em educação do campo.

Curso de especialização em educação do campo

amplia oportunidades no meio rural

Municípios da região da Zona da Mata foram contemplados com 31 máquinas retroescavadeiras pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A solenidade de entrega aconteceu no municí-pio de Piraúba com a participação de agricultores familiares.

Dos 31 municípios contempla-dos, 17 fazem parte de três Terri-tórios Rurais do estado – Rio Doce, São Mateus e Serra do Brigadeiro.

Com as máquinas, o Ministé-

rio do Desenvolvimento Agrário (MDA) pretende melhorar a condi-ção de estradas vicinais, que permi-tirá o escoamento da produção de agricultores familiares.

No ano passado, foram entre-gues em Minas Gerais 163 máqui-nas e, até março, estão previstas outras 61. Dessa vez, o investimen-to fi cou em torno de R$ 4,4 mi-lhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Municípios da Zona da Mata são contemplados com

máquinas retroescavadeiras

Curso é direcionado a agricultores familiares e assentados da reforma agrária

4 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

De 04 a 08 de março, lideranças sindicais participaram em Brasília do 11º Congresso Nacional de Traba-lhadores e Trabalhadoras Rurais. A Fetaemg esteve presente com apro-ximadamente 230 delegados para debater propostas de ações para o Movimento Sindical de Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais e eleger a nova diretoria da Contag para a ges-tão 2013-2017. No total o congresso reuniu cerca de 2.500 delegados em todo o país. Sete delegações interna-cionais da América Latina ligadas ao campo: Uruguai, Guatemala, Nicará-gua, Paraguai, Colômbia, Argentina e Chile enviaram representantes para o Congresso.

Para se chegar ao Congresso fo-ram quase dois anos de preparação, com mais de 90 plenárias estaduais e regionais realizadas em todo o país e um intenso debate sobre as pro-postas das diretrizes operacionais do Movimento Sindical para os próximos quatro anos. Alguns temas de desta-que foram a organização sindical, a reforma agrária e os impactos do ca-pitalismo no campo. O presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, consi-dera a reforma agrária como um dos temas que merece um debate mais profundo e cita ainda como pontos importantes, a garantia dos direitos dos assalariados rurais, a implemen-tação de políticas públicas no meio rural e as estratégias que devem ser adotadas para eleger representantes do movimento sindical de trabalha-

dores e trabalhadoras rurais nas elei-ções do próximo ano.

Durante os cinco dias do Congres-so, um dos destaques foi a presença da presidente Dilma Roussef que as-sinou decreto instituindo a Política Nacional para Trabalhadores Rurais Empregados. A presidente também prometeu acelerar a reforma agrária e adiantou que se houver demanda o governo vai aumentar o montante de recursos do Pronaf.

O primeiro dia dos debates foi marcado com a realização do seminá-rio internacional sobre a violência no campo, que contou com as presenças de representantes de países como Colômbia, Guatemala, Paraguai, Ni-carágua, Chile. O resultado foi a cons-trução da Carta Aberta, que servirá como instrumento de pressão e di-álogo com os governos e sociedade civil e de proposição de políticas pú-

blicas que visam diminuir os conflitos no meio rural.

Um os temas mais polêmicos debatidos no Congresso foi sobre a paridade de gênero no Movimento Sindical, que foi aprovada e passa a valer a partir da gestão 2017-2021 para a direção efetiva, diretoria exe-cutiva, conselho fiscal e as respec-tivas suplências da Contag. Até lá, todas as instituições e instâncias do MSTTR serão obrigadas a cumprir a cota de, no mínimo, 30% de mulheres em suas direções, conselhos fiscais e instâncias deliberativas, e de 50% nos eventos de formação.

Para a juventude rural também houve avanços. Foi aprovado no Con-gresso o aumento da cota de partici-pação da juventude nas ações forma-tivas de 20% para 30%. Ficou manti-do, porém, a participação mínima de 20% de jovens nas instâncias organi-

zativas e diretivas do MSTTR. Durante o Congresso da Contag

aconteceu também a 7ª Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais, que reuniu em Brasília cer-ca de 50 mil trabalhadores rurais e urbanos com uma pauta de reivin-dicações ao governo. O documen-to reúne as principais propostas do movimento sindical do país, que visam alavancar o desenvolvimen-to, diminuir a desigualdade, impul-sionar o crescimento e gerar uma maior valorização do trabalho. Um dos resultados da audiência da Mar-cha foi a assinatura de decreto pela presidente Dilma que regulamenta a Convenção 151 da OIT – Organiza-ção Internacional do Trabalho, que prevê a negociação coletiva para os servidores públicos. O governo tam-bém se comprometeu em discutir duas das principais reivindicações da pauta: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário e o fim do Fator Previdenciário.

Durante a realização do Congres-so também foi dada a largada às co-memorações dos 50 anos da Contag, com a apresentação do calendário das atividades e exposição histórica, destacando o papel da confederação no cenário político nacional, na luta pelas liberdades democráticas, con-tra a ditadura militar, na defesa da anistia, na mobilização pelas eleições diretas e na convocação da Assem-bleia Nacional Constituinte.

Delegação mineira presente no 11º Congresso da Contag

Presidente da Fetaemg fala sobre agricultura e desenvolvimento Rural sustentável em Fórum promovido pela Epamig

Delegação mineira esteve entre as maiores presentes no Congresso

O presidente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva foi um dos palestrantes no Fórum Interface Pesquisa e Exten-são promovido pela Empresa de Pes-quisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Belo Horizonte, em 09 de abril. Em sua apresentação sobre o tema “Agricultura familiar e Desenvol-vimento Rural Sustentável” Vilson des-tacou o papel da agricultura familiar na produção sustentável. De acordo com os dados apresentados, 84% dos estabelecimentos rurais existentes no país são de agricultores familiares. Em contraponto, ocupam apenas 24% da área total destinada à produção. São 12 milhões de pessoas trabalhando

na agricultura familiar no Brasil. Vil-son traçou também um breve históri-co das políticas de fortalecimento da agricultura familiar, ressaltando que muitas das conquistas se deram por meio das mobilizações de massa do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, apresentando como exemplo o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Fa-miliar (Pronaf ).

Vilson ressaltou que Minas Gerais é o estado que concentra o maior volume de contratos do Pronaf, atrás apenas do Rio Grande do Sul.

Em suas considerações finais o presidente destacou que a agricultura

familiar precisa ser pen-sada de forma conectada ao Brasil e não algo à par-te. Inclusive, inserida nas oportunidades de cresci-mento e fortalecimento econômico, com renda e qualidade de vida. Para isso, é preciso trabalhar a organização das famílias e da produção local, ten-do como foco o associa-tivismo e cooperativismo, respeito ao meio ambiente, educação e capacita-ção dos principais atores envolvidos, que são os agricultores familiares.

O seminário teve como principal

objetivo de promover um diálogo entre pesquisadores, extensionistas e produtores rurais sobre os gargalos e as oportunidades na transferência de tecnologia para as atividades no meio rural.

Vilson reforçou a importância da pesquisa

Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 5Assinatura de termo de

cooperação entre Fetaemg e Igam facilita processo de

inclusão de famílias no PNHR

Conquista da paridade de gênero no Movimento Sindical marca a comemoração pelo Dia

Internacional da Mulher

A forte presença das mulheres

no 11º Congresso Nacional de Tra-

balhadores e Trabalhadoras Rurais

em Brasília marcou as comemora-

ções pelo Dia Internacional da Mu-

lher e comprovou o interesse das

trabalhadoras rurais em participar

das discussões políticas que me-xem com os rumos de suas vidas e do movimento sindical. Elas soma-ram 45% do total de participantes. O resultado da mobilização trouxe uma importante conquista: a pa-ridade de gênero dentro do Movi-mento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Para a coor-denadora da Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Ala-íde Bagetto, a paridade é um tema que já vem sendo discutido há um bom tempo no Movimento Sindical e nas plenárias realizadas em Mi-nas Gerais foi aprovada em mais de 90% das votações.

Agricultores familiares beneficiados pelo Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) estão comemorando mais uma conquista que promete facilitar o acesso das famílias do meio rural ao programa. Após intensas negociações entre a Fetaemg e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) foi publicada em 26 de março a Resolução Conjunta SEMAD/IGAM nº 1.832 e assinado em 10 de abril, o termo de cooperação técnica entre a Fetaemg e o Igam com o obje-tivo de tornar a Fetaemg intermedia-dora nos trâmites de documentos para a emissão da Certidão de Uso Insignifi-cante de Água. O documento é uma exi-gência da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, que são as instituições financeiras do PNHR.

Com a publicação da resolução e a assinatura do termo de cooperação, o agricultor familiar que se inscrever no Programa de Habitação Rural não pre-cisará mais pagar nenhuma taxa para obter no Igam a Certidão de Caracteri-zação de Uso Insignificante de Água. O Sindicato de Trabalhadores Rurais, que é a entidade organizadora do PNHR no município e que conta com a interme-diação da Fetaemg no processo de in-clusão das famílias no programa, tem a competência para preencher uma auto declaração de uso insignificante de recursos hídricos para o agricultor que deseja se inscrever no Programa. O documento é feito em três vias que devem encaminhadas para o agente financeiro (Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil.) Após o recebimento e aprovação, a instituição financeira retorna ao Sindicato as duas vias do documento. A partir daí o STR elabora a relação dos beneficiários fornecidos pela instituição financeira e envia para

a Fetaemg junto com a segunda via da auto declaração de uso insignificante de água. Enquanto entidade interme-diadora do processo, a Fetaemg repas-sará o documento ao Igam que então, irá emitir a certidão de uso insignifican-te de água. “O cadastro de uso insignifi-cante de água é relativamente simples. Não demanda estudos técnicos, exceto em usos maiores. Essa parceria do Igam com a Fetaemg é para apoiar os Sindi-catos e preencher essas informações. E essa exigência desse cadastro é uma segurança para o agricultor ter a garan-tia de uso da água”, diz a diretora geral do Igam, Marília Carvalho Melo.

O diretor de Finanças da Fetaemg, Marcos Vinícius diz que Minas Gerais sai na frente com a assinatura desse termo de cooperação. “Existia uma dificuldade operacional para se conseguir essa cer-tidão, já que são poucas as unidades re-gionais do Igam no Estado, além da taxa que o agricultor precisava pagar. Agora o processo fica mais simples, pois os Sin-dicatos terão a competência para emitir a auto declaração de uso insignificante de recursos hídricos”, explica Marcos.

O presidente da Fetaemg Vilson Luiz da Silva reafirma que essa parceria com o Igam vem para facilitar o acesso das fa-mílias ao PNHR e ressalta que essa é mais uma conquista da Fetaemg, que desde a implantação do Programa de Habitação Rural no Estado vem se articulando junto aos órgãos competentes para desburo-cratizar o processo para garantir a cons-trução ou reforma de moradias para as famílias. “Esse acordo com o Igam signi-fica que os nossos Sindicatos terão maior facilidade para operacionalizar o PNHR em seus municípios, fazendo assim com que essa política pública chegue às famí-lias carentes do meio rural.”

A Fetaemg completou em 27 de abril, 45 anos de atuação junto ao trabalhador e trabalhadora rural. Quando foi fundada, durante o regi-me militar em 1968, contava apenas com cinco Sindicatos de Trabalha-dores Rurais. Hoje são mais de 500 Sindicatos filiados em todo o Estado, representando mais de um milhão de trabalhadores rurais.

Ao longo desses 45 anos de atua-ção a Fetaemg vem construindo sua história, e se consolidou enquanto representante legítima dos agriculto-res familiares, assentados da reforma agrária e assalariados rurais. 

Mobilizações de massa, como o Grito da Terra Brasil e a Marcha das Margaridas, que contam com a ex-pressiva participação da Fetaemg,

resultaram na criação do Pronaf. Já na previdência social, por meio de intervenções junto ao governo os agricultores familiares e assalariados rurais foram incluídos no Regime Ge-ral da Previdência Social, em 1988. Na luta pela terra, boa parte dos proje-tos de reforma agrária existentes no Estado, são apoiados pela Fetaemg. A realização da Feira de Agricultura familiar de Minas Gerais, a AgriMinas, que este ano entra em sua 8ª edição, também é uma importante ação da Fetaemg para promover e fortalecer a agricultura familiar no estado. Estes são apenas alguns dos exemplos de conquistas na trajetória de luta da Fe-taemg.

Para o presidente Vilson Luiz da Silva foram muitos desafios vencidos e hoje a entidade é reconhecida pelas suas relevantes ações em defesa dos interesses das famílias do meio rural. “Parabéns a toda a diretoria, funcio-nários, especialmente aos trabalha-dores e trabalhadoras rurais pelas conquistas ao longo desses 45 anos e que continuemos lutando para for-talecer ainda mais a nossa entidade.”

Fetaemg completa 45 anos de atuação

Mulheres somaram 45% do total de participantes

Diretora do Igam e pres. Fetaemg assinam termo de cooperação

6 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

Agricultura familiar ganha novos canais de comercialização em Minas Gerais

A agricultura familiar do Estado dis-põe de mais um instrumento legal para ampliar os canais de comercialização de sua produção. A lei número 20.608, de janeiro de 2013, institui a Política Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. Os objetivos são fo-mentar a organização e modernização da produção, melhorar o escoamento e favorecer a aquisição dos produtos da agricultura familiar nas compras reali-zadas pelos órgãos públicos estaduais, ampliando o mercado de consumo da sua produção.

Segundo o superintendente de Abastecimento Alimentar e Comer-cialização da Secretaria de Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Lucas Scarascia, a nova lei traz alguns diferenciais em relação às outras legisla-ções que regulamentam a aquisição de produtos da agricultura familiar. “Além de garantir a aplicação de 30% dos re-cursos na aquisição direta de produtos da agricultura familiar, a produção po-derá ser destinada aos diversos órgãos públicos estaduais, rede pública de educação básica e superior, entidades socioassistenciais e instituições públicas com fornecimento regular das refeições, destacando-se hospitais e unidades pri-sionais que, atualmente terceirizam o serviço de alimentação”, explica.

Para a aquisição de alimentos não

será necessário o processo de licitação. A compra da agricultura familiar será realizada por meio de chamada pública, desde que os preços sejam compatíveis com os de mercado e sejam adquiridos de produção do próprio agricultor.

Para se enquadrar na categoria de agricultor familiar, a propriedade deve ter até quatro módulos fi scais, o traba-lho deve ser executado por mão-de-obra predominantemente da família e a renda familiar deve ser, no mínimo, de 50% proveniente da atividade rural, dentre outros requisitos. Poderá ser criado um grupo de trabalho em con-junto com a Secretaria de Defesa Social para estabelecer os critérios de opera-cionalização da nova lei.

Outro ponto inovador é que o Esta-do passa a incluir entre os benefi ciários da legislação os agricultores familiares residentes em área urbana e periurba-na. O Documento de Aptidão ao Pronaf (DAP) credencia o agricultor familiar às políticas públicas direcionadas ao setor, mas ele não prevê parâmetros para in-cluir o agricultor urbano.

A nova lei estadual ainda será regu-lamentada, mas vem se somar às duas legislações federais que garantem a compra de alimentos da agricultura fa-miliar. O Programa Nacional de Alimen-tação Escolar (PNAE) tem base na lei 11.947/09, que estabelece que 30% dos recursos do Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação (FNDE) devem ser gastos com a compra de gêneros alimentícios produzidos pela agricultu-ra familiar. A agricultura familiar dispõe ainda do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que também garante a aquisição de gêneros alimentícios do setor destinados a instituições socio-assistenciais e restaurantes populares, cozinhas comunitárias e banco de ali-mentos.

Todos os trabalhadores rurais têm direito à aposentadoria por ida-de, aos 60 anos de idade para o ho-mem e 55 para a mulher. O valor do benefício é de um salário mínimo, desde que seja comprovado o exer-cício de atividade rural, nos últimos 180 meses, ou seja, quinzes anos, imediatamente anteriores ao reque-rimento do benefício.

Não é necessária contratação e pa-gamento de intermediário para fazer requerimento do benefício no INSS. O trabalhador deve procurar o Sindicato de Trabalhadores Rurais do seu muni-cípio, apresentando a documentação para o fornecimento da Declaração

de Exercício de Atividade Rural. O Sin-dicato, além da responsabilidade pelo fornecimento da declaração e monta-gem do processo, deve sempre lutar e se mobilizar para que os trabalhadores rurais permaneçam no Regime Geral de Previdência Social.

É fundamental que seja fi rmada uma parceria com o Instituto Nacio-nal de Seguridade Social (INSS) para encaminhamento do processo.

Os direitos previdenciários con-quistados em favor dos trabalhado-res e trabalhadoras rurais vêm de uma luta histórica do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalha-doras Rurais há mais de 40 anos.

Aposentadoria rural

Governo cria comissão permanente de educação do campo

Fetaemg faz parte da Comissão

Agenda• Nos dia 08 e 09 de maio a Fetaemg realiza, a sua primeira reunião do Conselho de

Representantes da Entidade deste ano . Constam na pauta assuntos como, Agri-Minas 2013, eleições político partidárias 2014, Programa Nacional de Habitação Rural, além de outros assuntos e informes. Durante a reunião também será apre-sentada a prestação de contas referente ao exercício de 2012 para aprovação.

• A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realiza no período de 22 a 24 de agosto, na cidade de São Paulo, o 3º Congresso Nacional da CTB, cujo tema central é: “Avançar nas mudanças com valorização do trabalho”. A expectativa é que participem do Congresso 1.500 delegados de todas as Federações e do Distri-to Federal. Como etapas preparatórias para o Congresso Nacional serão realizados nos Estados os. Congressos Estaduais. Em Minas Gerais as atividades acontecem nos dias 24 e 25 de maio, no SESC de Contagem, com a previsão de participação de 300 sindicalistas, que debaterão conjuntura, farão um balanço da atuação da CTB no Estado e, por fi m, elegerão os delegados para participarem da etapa nacional.

Minas Gerais conta agora com uma Comissão Permanente de Educação do Campo. O decreto nº 46.218, publi-cado no Diário Ofi cial dos Poderes do Estado em 15 de abril estabelece que a equipe seja responsável por propor à Secretaria de Estado de Educação dire-trizes operacionais para educação do campo, no âmbito do Estado de Minas Gerais. A partir das diretrizes propostas por essa comissão, a Secretaria vai ava-liar e defi nir o seu plano de ação para a educação do campo.

Para auxiliar a Comissão Perma-nente na proposta das diretrizes de trabalho, a Secretaria de Estado de Educação já conta com um grupo in-terno que está elaborando um diag-nóstico sobre a educação do campo no estado.

O diretor da Fetaemg, Marcos Viní-cius, diz que as demandas da educação do campo são muitas e o maior foco é por uma educação que realmente leve em conta as especifi cidades do cam-po. “Esperamos que a Comissão consi-ga atender as demandas da educação do campo”, ressalta.

Para o presidente da Fetaemg, Vil-son Luiz da Silva, a criação dessa Co-missão é um signifi cativo avanço, já

que a educação do campo precisa ser tratada de forma diferente, respeitan-do o modo de vida e a cultura das pes-soas do meio rural. “Estamos conse-guindo abrir espaços junto ao governo para discutirmos questões importan-tes do nosso meio. Assim, ampliamos as oportunidades de desenvolvimen-to, especialmente para os jovens que encontram uma motivação maior para permanecer no campo”, explica.

O decreto também estabelece que as reuniões ordinárias da Comissão Permanente de Educação do Campo serão públicas e ocorrerão duas vezes por semestre. A convocação será feita mediante publicação no Diário Ofi cial dos Poderes do Estado com antece-dência mínima de 48 horas. Reuniões extraordinárias poderão ser convoca-das sempre que necessário.

Os representantes e suplentes in-dicados pelos órgãos e entidades a participarem da Comissão Permanen-te terão um mandato de dois anos, sendo permitida, em qualquer caso, apenas uma recondução. A presidên-cia da comissão será exercida por um dos representantes da Secretaria de Estado da Educação, por indicação de seu titular.

Agricultores poderão ampliar as vendas

Comissão conta com representantes da Fetaemg

Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais 7

Fetaemg e Unicafes estudam criação de central de comercialização da

agricultura familiar

Os membros do Conselho Esta-dual de Alimentação Escolar (CAE) se reuniram em Belo Horizonte para aprovar o orçamento para 2013, além de defi nir metas de trabalho. O presi-dente da Fetaemg, que é também o presidente do CAE diz que uma das principais ações do Conselho para 2013 é ampliar, junto com o gover-no, o número de nutricionistas nas escolas. Vilson diz que o CAE conta atualmente com oito nutricionistas. O ideal é que tenha uma em cada superintendência do Conselho, ou

seja, 47 profi ssionais. “O nosso com-promisso é garantir uma merenda de qualidade nas escolas, para isso, é fundamental a presença de nutricio-nistas.” O presidente ressalta ainda a parceria entre o CAE e a Fetaemg, especialmente na aplicação da lei 11.947 que estabelece que 30% dos recursos do Fundo Nacional de De-senvolvimento da Educação devem ser gastos com a compra de gêneros alimentícios produzidos pela agricul-tura familiar. “Além de ampliarmos os canais de comercialização para a agri-cultura familiar, estamos garantindo uma alimentação mais saudável nas escolas. E quem ganha com isso são os agricultores e os alunos.” Para re-forçar a aplicação da lei 11.947, o CAE já programou seminários nas escolas com o objetivo de divulgar a lei da merenda escolar, destacando os be-nefícios de sua aplicação.

Parceria entre Fetaemg e CAE fortalece agricultura familiar

CAE e Fetaemg planejam ações

Novos rumos para o Movimento Sindical de Trabalhadores e

Trabalhadoras Rurais

JF: Para o senhor, é necessário redefi nir os rumos do Movimento Sindical de Trabalhadores e Traba-lhadoras Rurais no Estado?

Vilson: Com certeza. Sim. Esta-mos conectados à atual conjuntura e sabemos que é preciso uma mudan-ça de postura para estamos sempre qualifi cando as nossas ações. E o 11º Congresso Nacional de Trabalhado-res e Trabalhadoras Rurais foi uma oportunidade para propor mudan-ças. Mais nunca, diante da atual con-juntura, quando tudo acontece mui-to rápido, precisamos estar “afi nados” em nossos projetos e traçar metas, cobrando resultados. Só assim con-seguiremos fortalecer o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalha-doras Rurais.

JF: De que forma?Vilson: Trabalhando a formação

de novas lideranças, mais “antenada” com o mundo à sua volta. Para isso, é essencial reforçar os trabalhos jun-to às bases criando estratégias para alinhar nossas ações, para que todos nós lutemos pelo mesmo projeto. Como parte desse trabalho, este ano planejamos intensifi car a realização de cursos de capacitação para di-retores e funcionários da Fetaemg,

criando assim condições de oferecer aos Sindicatos um suporte mais qua-lifi cado .

JF: Para alcançar essa mudança qual o principal desafi o?

Vilson: Criar uma estratégia ca-paz de provocar as nossas lideranças para uma mudança de postura. E um dos mecanismos para isso é investir na formação de novas lideranças e qualifi cação das atuais.

JF: A Fetaemg tem se posicio-nado com fi rmeza sobre a impor-tância de se manter a unidade sin-dical. Qual a sua avaliação sobre a deliberação no Congresso, de que a Contag permanece sem fi liação a nenhuma central sindical, entretan-to permanecerá trabalhando prefe-rencialmente com a CUT e a CTB?

Vilson: Algumas lideranças sin-dicais defendem que a pluralidade sindical está estabelecida na Con-tag. Até porque tem Sindicatos que são fi liados à CUT e outros à CTB. Na verdade, precisamos aprofundar esse debate para garantirmos a unidade e fortalecer nossas ações. Porém, antes de tudo é preciso que as duas Cen-trais estejam afi nadas com o plano de lutas da Contag.

ENTREVISTA - VILSON LUIZ DA SILVA - PRESIDENTE DA FETAEMG

Agricultores familiares das regiões Noroeste, Norte e Zona da Mata pode-rão ampliar suas vendas após a criação de uma central de comercialização da agricultura familiar prevista para ju-nho. O diretor de Política Agrícola e Cooperativismo da Fetaemg, e diretor de Formação da Unicafes Nacional, Ar-mindo Augusto, ressalta que o projeto ainda está em fase de estudos e quan-do for implantado, poderá benefi ciar inicialmente cerca de 2 mil famílias de agricultores familiares que atual-mente integram as 22 cooperativas de agricultura familiar que compõem, em Minas Gerais, o sistema Unicafes, que é a União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Soli-dária, entre elas a Cresol (Cooperativa de Crédito Rural e Interação Solidária). Inicialmente será criada a sede esta-dual em Belo Horizonte e mais três se-des regionais no Norte de Minas, Zona da Mata e Noroeste.

“A ideia de se criar uma central de comercialização para a agricultura fa-miliar surgiu a partir da necessidade de organizar a produção para atender tanto o mercado quanto os programas de governo, como o Programa Nacio-nal de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O objetivo é oferecer condições para que os agricultores possam am-

pliar suas vendas”, diz Armindo. O primeiro passo previsto no pro-

jeto é o mapeamento da produção no Estado, levando em conta as caracte-rísticas e o potencial de produção em cada região. Segundo Armindo, há uma defi ciência grande de oferta de produtos no mercado, isso porque, em muitos casos, os agricultores pro-duzem de forma desordenada e não sabem onde vender os seus produtos. “Muitos agricultores acabam não to-mando conhecimento dos editais de comercialização dos PAA e do PNAE. Então, essa central vem para fazer a ligação entre os agricultores e as coo-perativas”, explica Armindo.

A primeira reunião para debater sobre a criação da nova central de co-mercialização aconteceu em Belo Ho-rizonte e reuniu representantes da di-reção da Unicafes Nacional e Estadual e de mais dez Cooperativas de Agri-cultura Familiar, entre elas a Cresol.

A turma da Escola Nacional de For-mação da Contag (Enfoc), da região sudeste (MG, ES, SP e RJ), se reuniu em Belo Horizonte, de 1º a 05 de abril, para traçar o planejamento dos cursos para 2013. O primeiro acontece de 13 a 19 de maio no Espírito Santo.

O curso acontece em três módulos tendo como eixos pedagógicos e temá-ticos: memória e identidade e pedago-gia para uma nova sociabilidade; Estado,

sociedade e ideologia; história, concep-ção e prática sindical; desenvolvimento rural sustentável e solidário. No primei-ro módulo o tema é: Estado, sociedade e ideologia, quando é apresentada a história do Brasil e como o Movimento Sindical se insere nessa história. “Neste segundo módulo o olhar é para a práti-ca sindical, enquanto lideranças que re-presentam uma categoria. E por último, o terceiro módulo, quando é apresenta-do o Projeto Alternativo de Desenvolvi-mento Rural Sustentável e Solidário do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais”, explica o diretor de Formação e Organização Sindical da Fetaemg, Pedro Mário Ribeiro.

O diretor diz que a Enfoc da regio-nal sudeste já formou três turmas e a proposta para este ano é formar mais uma turma.

Turma da região sudeste realiza ofi cina preparatória para

1º módulo do curso da Enfoc

Ofi cina reuniu repres. de MG, ES, SP e RJ

Participantes debatem sobre central

8 Jornal da FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais

O pagamento da con-tribuição sindical dos as-salariados rurais, referente ao exercício de 2013, tem que ser feito até 30 de abril. Para efetuar o pagamento, você pode pegar a sua guia no Sindicato de Trabalha-dor Rural de seu município ou pelo site da Contag, no endereço www.contag.org.br. O pagamento é obriga-tório conforme a Lei 578 a 610 da CLT.

E você que é um agri-cultor familiar, meeiro, par-ceiro, arrendatário, tam-bém não deixe de pagar a contribuição sindical referente ao exercício de 2013. Ela é a garantia de que você não está desamparado. O vencimento é em 31 de maio. E se você ainda não recebeu a sua guia, é só buscá-la no Sindicato de Trabalhadores Rurais mais próximo de você.

O associativismo traz diversos be-nefícios para o agricultor e sua família, e principalmente, fortalece o grupo no momento de comercializar o seu pro-duto. Para formar uma associação de-vem existir pessoas interessadas e que saibam do que se trata. É importante avaliar se a associação vai ser de fato o caminho mais efi ciente para ajudar na solução dos problemas e satisfazer as necessidades que são comuns aos membros daquela comunidade. O es-tatuto é a lei orgânica de uma associa-ção. Após elaborar esse documento, o próximo passo é realizar uma assem-bleia para constituir a associação e para eleger e dar posse aos membros

dos conselhos de direção e fi scal. A ata da assembleia deve ser registrada em cartório para defi nir perante a lei um contrato de responsabilidade entre os sócios. Ao mesmo tempo garante aos associados maior segurança. Uma vez registrada em cartório a associa-ção deve providenciar o registro do CNPJ e em seguida providenciar a ins-crição estadual e a abertura de conta bancária. A partir daí a Associação já está pronta para funcionar. Mas é bom que todo o associado tenha em men-te que a associação existe para auxiliar as famílias na comercialização de pro-dutos. Por isso é importante que seja bem estruturada.

Agricultor, saiba porque é importante você fazer parte de uma associação

Marcha mobiliza cerca de três mil trabalhadoras rurais no Norte de Minas

Cerca de três mil trabalhadoras rurais do Norte de Minas participa-ram em Porteirinha nos dias 22 e 23 de março, da IV Marcha das Mulheres com o objetivo de chamar a atenção pelo fi m da violência contra a mulher, por menos burocracia no crédito, por uma reforma agrária ampla e massiva e por um modelo de produção agroe-cológica sustentável.

A cada ano a Marcha vem se tor-nando mais expressiva. Em 2010, quando começou, participaram ape-nas 400 trabalhadoras. Neste ano, trabalhadoras, inclusive de outras regiões do Estado aderiram à mobi-lização. Houve o envolvimento de mulheres de 30 municípios. “Regiões como o Sul de Minas e Vale do Mu-curi vieram participar e conhecer de perto a nossa força de mobilização para adotar a iniciativa em suas regi-ões”, diz a presidente da Associação do Coletivo de Mulheres Organizadas do Norte de Minas, Maria de Lourdes Nascimento.

Após esses três anos de realização da Marcha as trabalhadoras tiveram importantes conquistas, especial-mente por mostraram que estão or-

ganizadas e comprometidas com as causas das mulheres do meio rural. Como resultado das mobilizações, fo-ram reativados Conselhos Municipais, além da conquista de uma unidade móvel de atendimento à mulher que sofreram violência. Lourdes diz que a Marcha trouxe ainda um importante ganho para as mulheres rurais. “Hoje as trabalhadoras estão mais organi-zadas e conscientes da necessidade de participarem dos espaços políti-cos”, diz.

A coordenadora da Comissão Es-tadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Fetaemg, Alaíde Bagetto, diz que essa Marcha pode servir de exem-plo para que outras regiões do Estado adotam a iniciativa. “Cabe à Coordena-ção Regional junto com os Sindicatos, associações, grupos produtivos de mulheres mostrarem a força da mu-lher do campo na conquista de seus direitos e ideais”, explica.

A IV Marcha das Mulheres Traba-lhadoras Rurais do Norte de Minas foi realizada com o apoio da Fetaemg, por meio da Comissão Estadual de Mulhe-res Trabalhadoras Rurais e da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB).

Marcha chamou a atenção pelo número expressivo de participantes