JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO …marinesdotti.com.br/pagina-jurisprudencia-tcu.pdf · Aditivo com inclusão de serviços não previstos originalmente no contrato:

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  • JURISPRUDNCIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    (licitaes, contratos e convnios)

    SUMRIO

    ADITAMENTOS (alteraes contratuais) ACRSCIMOS E SUPRESSES REAJUSTES REPACTUAO REEQUILIBRIO ECONMICO-FINANCEIRO PRORROGAO AMOSTRAS OU PROTTIPOS AUDINCIA PBLICA CADASTRAMENTO DE LICITANTES CADIN CESSO DE USO CLASSIFICAO ORAMENTRIA CONCESSO ADMINISTRATIVA DE USO CONSRCIOS CONTRATAES DIRETAS DISPENSA ART. 24, I E II DISPENSA ART. 24, IV DISPENSA ART. 24, V DISPENSA ART. 24, X DISPENSA ART. 24, XI DISPENSA ART. 24, XIII DISPENSA ART. 24, XVI DISPENSA ART. 24, XXIII INEXIGIBILIDADE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONTRATOS DE ARRENDAMENTO CONTRATOS DE PUBLICIDADE CONTRATOS DE REPASSE CONVNIOS CONVITE CREDENCIAMENTO DESCLASSIFICAO DE PROPOSTAS DIREITO DE PREFERNCIA ENTIDADES DE MENOR PORTE (LEI COMPLEMENTAR N 123, DE 2006) FISCALIZAO FRACIONAMENTO DE DESPESAS GARANTIA HABILITAO QUALIFIO TCNICA VISITA TCNICA QUALIFIO TCNICA ATESTADOS QUALIFIO TCNICA VNCULO EMPREGATCIO QUALIFIO TCNICA REDE CREDENCIADA

  • QUALIFIO TCNICA REGISTRO NO RGO FISCALIZADOR QUALIFICAO ECONMICO FINANCEIRA IMPEDIMENTOS IMPUGNAES AO INSTRUMENTO CONVOCATRIO LEI GERAL DE LICITAES LICITAES SUSTENTVEIS MARCAS MARGEM DE PREFERNCIA MINUTA-PADRO NULIDADES OBJETO OBRAS DE ENGENHARIA ORGANIZAO DE EVENTOS OSCIP PAGAMENTO PARCELAMENTO PARECER JURDICO PESQUISA DE PREOS PLANEJAMENTO PREOS PREGO PRINCPIO DA MOTIVAO PRINCPIO DA SEGREGAO DE FUNES PRINCPIO DA VINCULAO AO EDITAL PROJETO BSICO PROPOSTAS PUBLICIDADE RECURSOS RECURSOS ORAMENTRIOS REGIME DIFERENCIADO DAS CONTRATAES PBLICAS (RDC) RESCISO RESPONSABILIDADE RESTRIES AO CARTER COMPETITIVO REVOGAO SANES ADMINISTRATIVAS SERVIOS ADVOCATCIOS SERVIOS SOCIAIS AUTNOMOS (SISTEMA S) SISTEMA DE REGISTRO DE PREOS (SRP) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA SCIOS COMUNS SUBCONTRATAO SUPERVISO DE OBRAS SUSPENSO TAXA DE ADMINISTRAO TCNICA E PREO TECNOLOGIA DA INFORMAO (TI) TERMO DE PARCERIA VIGNCIA

  • ADITAMENTOS (alteraes contratuais) Alteraes contratuais sem a devida formalizao mediante termo aditivo configura contrato verbal, que pode levar apenao dos gestores omissos quanto ao cumprimento do dever(Acrdo n. 1227/2012-Plenrio, TC 004.554/2012-4, rel. Min. Valmir Campelo, 23.5.2012) Aditivos contratuais firmados em prazo exguo constituem indcio de falta de planejamento (Precedentes: Acrdo nos 838/2004, 2094/2004, 117/2006, 304/2006 e 2640/2007, Plenrio). (Acrdo n. 1793/2011-Plenrio, TC-011.643/2010-2, rel. Min. Valmir Campelo, 06.07.2011) Licitaes de obras pblicas: no caso de alterao do projeto originrio, h que se demonstrar, motivadamente, que a nova soluo de fato superior, sendo que, quando se verifique desfigurao significativa do projeto inicial, a realizao de nova licitao imprescindvel (Acrdo n. 591/2011-Plenrio, TC-022.689/2006-5, rel. Min. Augusto Nardes, 16.03.2011)

    Realizao de dispensas de licitao em detrimento do mero aditamento do contrato (Acrdo n. 7821/2010-1 Cmara, TC-014.407/2006-4, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 23.11.2010) Aditivo com incluso de servios no previstos originalmente no contrato: necessidade de se comparar a situao inicial com a final para se concluir pela existncia, ou no, de dbito (Precedentes: Acrdos nos 296/2004, 1120/2010, 1200/2010 e 2066/2010, Plenrio). (Acrdo n. 2931/2010-Plenrio, TC-015.682/2008-0, rel. Min. Benjamin Zymler, 03.11.2010) A transferncia da capacidade tcnico-operacional entre pessoas jurdicas possvel no somente na hiptese de transferncia total de patrimnio e acervo tcnico entre tais pessoas, mas tambm no caso da transferncia parcial desses ativos (Acrdo n. 2444/2012-Plenrio, TC-003.334/2012-0, rel. Min. Valmir Campelo, 11.9.2012) Contratao de servios de durao continuada: Requisitos para alterao societria do contratado. A unidade tcnica entendeu que as mudanas societrias atenderam aos requisitos do Acrdo 1.108/2003-Plenrio, quais sejam: I) a possibilidade estar prevista no edital e no contrato, nos termos do art. 79, inciso VI, da Lei 8.666/1993; II) serem observados, pela nova empresa, os requisitos de habilitao estabelecidos no art. 27 da Lei 8.666/1993, originalmente previstos na licitao; e III) serem mantidas as condies definidas no contrato original. Todavia, o relator ressaltou no ser necessrio que o edital e o contrato expressamente prevejam a possibilidade de alterao societria da contratada para que o contrato subsista modificao. Se o edital ou contrato no veda a alterao da pessoa da contratada, por fuso, incorporao ou ciso, o contrato pode subsistir se a reestruturao no trouxer qualquer prejuzo sua execuo ou aos princpios da administrao pblica, em razo do Acrdo 634/2007-Plenrio. O Plenrio acolheu o voto do relator. Acrdo n 2641/2010-Plenrio, TC-002.365/2004-3, rel. Min. Augusto

  • Nardes, 06.10.2010 Aditamento para incorporao de novos servios ao contrato Representao formulada ao TCU apontou possvel irregularidade na execuo do Contrato n. 10/2007, celebrado entre o Ministrio do Esporte e o consrcio Gabisom-Eletromdia, tendo por objeto a prestao de servios de comunicao privada para os Jogos Panamericanos de 2007. Segundo o representante, haveria incompatibilidade entre os servios integrantes da avena sonorizao, vdeo, CATV e cabeamento e os do termo aditivo intercomunicao e gerenciamento de radiocomunicao , o que desautorizaria o aditamento. Aps registrar que se encontrava inserida no objeto do contrato a operao dos equipamentos de udio e vdeo microfones, caixas acsticas, amplificadores, mixers, suportes, pedestais, vdeo boards, cmeras de circuito fechado de televiso , e constatar ainda ser imprescindvel, para a boa prestao dos servios, que as equipes tcnicas dispusessem de equipamentos de intercomunicao para, no decorrer dos eventos, ajustar o posicionamento de cmeras, microfones e caixas de som, alterar as reas de captura de imagens, comutar cmeras e microfones captadores de imagens e sons, concluiu o relator que os servios de intercomunicao e radiocomunicao poderiam ser incorporados ao contrato, por serem complementares aos originalmente pactuados. Frisou tambm a inexistncia de sobrepreo no aditivo celebrado, e ainda que o valor aditado 13% do inicial seria inferior ao limite fixado no art. 65, 1, da Lei n. 8.666/93. Por fim, elencou trs motivos para se concluir pela regularidade do aditamento: pertinncia entre os servios originalmente contratados e os aditados; observncia do limite quantitativo de acrscimo; e inexistncia de sobrepreo nos servios acrescidos. Com base nesse entendimento, a Primeira Cmara considerou a representao improcedente. Acrdo n. 278/2010-1 Cmara, TC-030.476/2008-7, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 26.01.2010. Adoo de novo Acordo de Nvel de Servio durante a execuo contratual Representao formulada ao TCU apontou possveis irregularidades no Prego Eletrnico n. 13/2009, promovido pela Coordenao-Geral de Informtica do Ministrio do Trabalho e do Emprego (MTE), destinado contratao de servios especializados na rea de Tecnologia da Informao e Comunicao. Ao analisar o edital da licitao, bem como o seu termo de referncia, a unidade tcnica identificou desconformidades com os termos da IN/SLTI/MP n. 04/2008. Com relao s inconsistncias entre indicadores e acordo de nvel de servio, a unidade instrutiva props expedir-se recomendao ao rgo no sentido de que, apesar de ser possvel a incluso de novos Acordos de Nvel de Servio no termo contratual, desde que tenham sido devidamente motivados e previstos no processo licitatrio, vedada a alterao ou a renegociao, nos contratos pblicos, dos nveis de servios j pr-estabelecidos nos editais. O relator no anuiu proposta. Em primeiro lugar, por entender no caber a ressalva sugerida para a redao da recomendao, no sentido de se considerar possvel a incluso de novos acordos de nvel de servio no termo contratual, tendo em vista que as instrues normativas da SLTI 02/2008 e 04/2008, que materializam novo modelo de contratao, no contemplam tal possibilidade. Em segundo lugar, fato que este Tribunal j se manifestou no sentido de no se admitir a alterao dos acordos de nvel de servio contratados, a exemplo do que foi decidido no Acrdo 1125/2009-TCU - Plenrio. Todavia, ao analisar a questo sob a perspectiva da realidade enfrentada pelos gestores de TI dos rgos e entidades da Administrao Pblica, foroso reconhecer que essa

  • restrio pode configurar um engessamento indevido neste momento. H que ser considerado que, na prtica, isso equivaleria a se exigir do gestor que ele acertasse, sem qualquer margem de erro, o nvel de servio que efetivamente vai atender s necessidades do rgo/entidade no momento da elaborao do edital. Contudo, sabemos que aps a implantao das solues de TI, podem surgir fatores no previstos que podem afetar os resultados esperados, obrigando o gestor a se ajustar aos mesmos. No permitir que os nveis de servios contratados possam ser revistos poderia ento se mostrar antieconmico, caso se viesse a constatar, na prtica, que os nveis exigidos em edital esto acima das reais demandas e, portanto, custando mais do que o mnimo necessrio. Por outro lado, caso os nveis especificados no sejam suficientes, no permitir a sua elevao poderia comprometer a qualidade dos servios implantados. Acolhendo a proposio do relator, decidiu o Plenrio determinar ao MTE que se abstenha de prever no edital a possibilidade de adoo de novos Acordos de Nvel de Servio durante a execuo contratual, sendo possvel, entretanto, a alterao ou a renegociao dos nveis de servios pr-estabelecidos nos editais, desde que esteja prevista no edital e no contrato; seja tecnicamente justificada; no implique acrscimo ou reduo do valor contratual do servio alm dos limites de 25% permitidos pelo art. 65, 1, da Lei 8.666/1993; e no configure descaracterizao do objeto licitado. Acrdo n. 717/2010-Plenrio, TC-009.511/2009-6, rel. Min-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 07.04.2010. Os valores contratuais de servios que, por suas caractersticas, no so executados com o emprego exclusivo de mo de obras podem, em face do que prescreve o art. 19, inciso XXII, da IN-SLTI/MP-2/2008, ser corrigidos aps um ano de vigncia do ajuste por ndice setorial ou especfico, que dever, obrigatoriamente, estar definido no edital da licitao e no termo contratual Representao de empresa apontou possveis irregularidades ocorridas no Prego Eletrnico 10/2011, conduzido pela Diretoria de Gesto Interna do Ministrio da Cultura (DGI/MinC), que tem por objeto a prestao de servios tcnicos na rea de tecnologia da informao (TI), que englobavam a disponibilizao de ambientes operacionais de desenvolvimento, implantao e uso de link de comunicao (internet) entre os ambientes da contratada e do MinC, entre outros. Entre as supostas ilicitudes apontadas pela autora da representao, destaque-se a previso de reajustes lineares, com a aplicao de ndice setorial. Quanto a essa questo, o relator destacou, em linha de concordncia com a manifestao da unidade tcnica, que tal sistemtica no afronta a legislao vigente. Observou que esse servio, por suas caractersticas, no executado com o emprego exclusivo de mo de obra. Por isso, em face da previso contida no art. 19, inciso XXII, da IN-SLTI/MP-2/2008, os valores contratuais podem ser corrigidos, aps um ano, por ndices setoriais ou especficos. Reputou indevida, no entanto, a falta de explicitao, no edital e no contrato, do ndice setorial ou especfico a ser utilizado. Anotou, ento, em acrscimo anlise da unidade tcnica, que tal omisso deve ser saneada por meio do aditamento do contrato. O Tribunal decidiu, ento, a) determinar DGI/MinC que celebre termo aditivo ao contrato de forma a restar estabelecido formalmente o ndice de correo a ser utilizado, o qual dever ser preferencialmente um ndice setorial ou especfico, e, apenas na ausncia de tal ndice, um ndice geral, o qual dever ser o mais conservador possvel de forma a no onerar injustificadamente a administrao; b) recomendar Secretaria de Logstica e Tecnologia da Informao do Ministrio do Planejamento - SLTI/MP que considere a convenincia e oportunidade de definir ndice especfico de reajuste, ou cesta de ndices, que reflita a variao efetiva dos

  • custos de TI, de forma a orientar a administrao pblica federal. Acrdo 114/2013-Plenrio, TC 028.305/2011-6, relator Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti, 30.1.2013.

    ACRSCIMOS E SUPRESSES O clculo dos limites de aditamento de que trata o 1 do art. 65 da Lei n 8.666/1993 demanda a atualizao do valor do contrato e de seus aditivos at o momento do novo aditamento, ou o deflacionamento de cada um dos aditivos at a data-base do ajuste original (Acrdo n 3483/2012-Plenrio, TC-011.571/2008-3, rel. Min. Aroldo Cedraz, 10.12.2012)

    A incluso, em editais de licitaes para obras de manuteno rodoviria, de clusulas que impeam a formalizao de termos aditivos aos contratos para alterao quantitativa ou qualitativa das solues de projeto viola o disposto no art. 65 da Lei n 8.666/93 e o contido no art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal (Acrdo n.3.260/2011-Plenrio, TC-008.979/2011-1, rel. Min. Jos Mcio Monteiro, 7.12.2011) Para efeito de observncia dos limites de alteraes contratuais previstos no art. 65 da Lei n 8.666/93, o conjunto de redues e o conjunto de acrscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensao entre eles, os limites de alterao estabelecidos no dispositivo legal (Acrdo n. 2819/2011-Plenrio, TC-022.689/2011, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 25.10.2011) Para efeito de observncia dos limites de alteraes contratuais previstos no art. 65 da Lei n 8.666/93, o conjunto de redues e o conjunto de acrscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensao entre eles, os limites de alterao estabelecidos no dispositivo legal (Acrdo n. 2530/2011-Plenrio, TC-015.678/2005-3, rel. Min. Jos Jorge, 21.09.2011) A celebrao de termo aditivo em contrato de reforma de prdio pblico, com acrscimo de edificao de unidade independente e de reparos em reas no previstas no edital da licitao, viola os comandos contidos nos artigos 3, caput; 3, 1, inciso I, c/c 23, 1; 65, 1; todos da Lei 8666/1993(Acrdo n. 327/2012-Plenrio, TC-012.238/2005-2, rel. Min. Augusto Nardes,15.2.2012) No caso de ordem judicial para que a Administrao Pblica firme contrato decorrente de licitao por ela anteriormente anulada, os valores da planilha oramentria devem corresponder queles que constaram do certame, sendo que as futuras alteraes contratuais esto, de modo geral, limitadas aos limites legais impostos pela pelo artigo 65 da Lei 8.666/1993. No caso de alteraes qualitativas que demandem que tais limites sejam superados, devem ser observadas as condies e formalidades referidas na Deciso 215/1999 do

  • Plenrio do Tribunal (Precedente: Acrdo n 749/2010, Plenrio). (Acrdo n. 1676/2011-Plenrio, TC-008.847/2011-8, rel. Min. Raimundo Carrero, 22.06.2011) Supresses contratuais anteriores devem ser levadas em considerao para o fim de se determinar a base para acrscimos percentuais posteriores (Acrdo n. 2331/2011-Plenrio, TC-014.771/2006-1, rel. Min. Valmir Campelo, 31.08.2011) Aditivos contratuais fundamentados no 1 do art. 65 da Lei 8.666/1993 devem ter por causa fato superveniente assinatura da avena (Precedentes: Acrdos nos 103/2004, Plenrio, 2727/2008, 1 Cmara e 5154/2009, 2 Cmara). (Acrdo n. 1748/2011-Plenrio, TC-010.508/2010-4, rel. Min. Jos Jorge, 29.06.2011) Aditivos contratuais superiores aos limites estabelecidos na Lei 8.666/1993: em carter excepcional, podem ser considerados vlidos (Acrdo n. 448/2011-Plenrio, TC-011.298/2010-3, rel. Min. Aroldo Cedraz, 23.02.2011) Alteraes contratuais unilaterais quantitativas: Aplicao dos limites legais ao conjunto de acrscimos e ao conjunto de supresses, individualmente e sem nenhum tipo de compensao entre eles Relatrio de levantamento de auditoria no Fundo Nacional de Habitao de Interesse Social apontou, em relao s obras em assentamentos no Municpio de Itapecerica da Serra/SP, realizadas com recursos transferidos por meio de contrato de repasse firmado entre o aludido municpio e o Ministrio das Cidades, a extrapolao do limite de 25 % para a realizao de acrscimos e supresses. A equipe de auditoria tambm identificou uma srie de alteraes de projeto indevidas, tendo em vista que tais mudanas foram solicitadas pela empresa contratada, sem que nenhuma das hipteses previstas no art. 65, inciso II, da Lei n. 8.666/93 estivesse presente. Para o relator, nada obsta que a empresa comunique a contratante sobre a possibilidade de troca de uma soluo por outra, mas quem deve motivar o aditivo, inclusive justificando o porqu de o projeto no ter previsto a melhor soluo, a entidade que licitou.. Ao final, o relator props e o Plenrio decidiu determinar ao municpio que, nas prximas licitaes realizadas com recursos pblicos federais, em caso de aditivos contratuais em que se incluam ou se suprimam quantitativos de servios, abstenha-se de extrapolar os limites de alteraes contratuais previstos no art. 65 da Lei n. 8.666/1993, tendo em vista que o conjunto de redues e o conjunto de acrscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensao entre eles, os limites de alterao estabelecidos no referido dispositivo legal. Alm disso, abstenha-se de efetuar alteraes contratuais, a pedido da contratada, em casos no insertos no inciso II do art. 65 da Lei n. 8.666/1993, bem como aquelas baseadas no art. 65, inciso I, do dispositivo legal, desacompanhadas das justificativas para o projeto no ter previsto a soluo almejada ou os quantitativos corretos (exceto em caso de ampliao discricionria do objeto), e respectiva comprovao de abertura de procedimento administrativo para apurar as responsabilidades pela impreviso ou erro. Precedente citado: Acrdo n. 749/2010-Plenrio. Acrdo n. 1200/2010-Plenrio, TC-000.344/2010-9, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 26.05.2010.

  • Alteraes contratuais unilaterais quantitativas: Aplicao do percentual de desconto, ofertado pela licitante vencedora em relao ao oramento, sobre o valor global do contrato, antes e depois do aditivo, e no sobre o valor total dos itens novos Sobre o achado de auditoria referente ao desequilbrio econmico-financeiro do contrato, decorrente do aditivo que incluiu servios sem a aplicao do desconto global de 11,3 %, verificado na proposta vencedora da licitao, em relao ao oramento, o relator observou que o clculo da vantagem indevida, efetuado pela unidade tcnica, resultou da aplicao do aludido percentual sobre o valor total dos itens novos includos na modificao contratual. Segundo o relator, tal procedimento no indica, necessariamente, descumprimento do art. 112, 6, da Lei n. 12.017/2009 (LDO 2010), que assim dispe: 6 A diferena percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos custos unitrios do SINAPI ou do SICRO no poder ser reduzida, em favor do contratado, em decorrncia de aditamentos que modifiquem a planilha oramentria. Portanto, para que se pudesse afirmar que o desconto global no fora mantido, gerando vantagem indevida, haveria que se calcular o abatimento total do contrato, ou, pelo menos, de uma Curva ABC materialmente representativa, antes e depois do aditivo [...], pois o dispositivo que obriga a manuteno do desconto estabelece o valor global como referncia. Tal premissa s verdadeira quando as alteraes contratuais consistem apenas na incluso de itens novos, o que no o caso, porquanto, na obra em comento, h supresses e acrscimos de outros servios. O relator acrescentou, ainda, que nem todos os servios unitrios contm o mesmo desconto global, o qual uma mdia ponderada dos descontos individuais. Frisou, tambm, que alguns servios novos, includos pelo preo de mercado, substituram outros, que foram totalmente suprimidos, como, por exemplo, a manta asfltica impermeabilizante, que foi trocada por telhado com cobertura de fibrocimento. Para o relator, esses itens que foram excludos poderiam estar sem desconto ou at com sobrepreo, o que no resultaria em prejuzo. Por outro lado, poderiam ter descontos altssimos, caso em que a alterao contratual caracterizaria fraude e resultaria em apurao de dbito. De qualquer forma, o percentual pequeno de supresses e o desconto de quase 30 % em relao ao preo paradigma calculado pela unidade tcnica sugerem que no houve jogo de planilhas, nem o consequente dbito a apurar. No obstante, o relator considerou importante determinar ao Municpio de Itapecerica da Serra/SP que, na hiptese de aditivos contratuais em que se incluam ou se suprimam quantitativos de servios, sejam calculados os descontos globais antes e depois do aditivo, para, em caso de diminuio do percentual, ser inserida no contrato parcela compensatria negativa, como forma de se dar cumprimento ao art. 112, 6, da Lei n. 12.017/2009 LDO 2010 ou ao art. 109, 6, da Lei n. 11.768/2008 LDO 2009. Para ele, tal providncia tambm seria necessria para manter o equilbrio econmico-financeiro do contrato, nos termos do art. 65, 6, da Lei n. 8.666/1993, por interpretao extensiva, pois no se cogita que tal dispositivo beneficie o particular e exclua a Administrao do benefcio da manuteno de tal equilbrio. O Plenrio anuiu proposta do relator. Acrdo n. 1200/2010-Plenrio, TC-000.344/2010-9, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 26.05.2010. Manuteno, em aditivo de aumento de quantitativos, do percentual de desconto ofertado pela contratada no preo global inicialmente ajustado Para execuo do objeto do Contrato de Repasse n.o 0218.435-59/2007, celebrado entre a Unio, por meio do Ministrio das Cidades, e o Estado de Pernambuco, a

  • Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), na qualidade de interveniente executor, firmou o Contrato n.o 08.0.0152 com a Construtora Beta S.A., com vistas realizao das obras de implantao do sistema de esgotamento sanitrio de Pau Amarelo, bairro do Municpio de Paulista, regio metropolitana de Recife/PE. Em seu relatrio de auditoria, a unidade tcnica props Alertar Companhia Pernambucana de Saneamento que [...], ao realizar o aditivo de aumento de quantitativos - 6 Termo Aditivo ao Contrato n.o 08.0.0152 conforme planilha oramentria repassada equipe de auditoria, observe o valor do desconto ofertado pela contratada nos preos unitrios inicialmente contratados, conforme 6, art. 112, Lei n.o 12.017;. Em seu voto, o relator ponderou que o desconto deve incidir sobre o preo global do ajuste, e no sobre os preos unitrios, como proposto pela unidade instrutiva, uma vez que o art. 112, 6, da Lei n.o 12.017/2009 dispe que a diferena percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos custos unitrios do SINAPI ou do SICRO no poder ser reduzida, em favor do contratado, em decorrncia de aditamentos que modifiquem a planilha oramentria. Assim sendo, o relator props e o Plenrio decidiu determinar Compesa que, ao realizar o aditivo de aumento de quantitativos 6 Termo Aditivo ao Contrato n.o 08.0.0152 , mantenha o valor do desconto ofertado pela contratada no preo global inicialmente ajustado. Acrdo n. 1120/2010-Plenrio, TC-000.340/2010-3, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 19.05.2010. Pequena materialidade na extrapolao do limite legal para acrscimos em contrato de reforma Representao formulada ao TCU noticiou supostas irregularidades na reforma do prdio da nova sede do Conselho Federal de Medicina Veterinria (CFMV), entre elas o fato de terem sido firmados termos aditivos com reflexo financeiro que elevaram o valor da obra acima do limite mximo legal (mais de 50% de aumento). O relator observou que, de fato, houve incremento no valor pactuado de 55,7%, o que a rigor representa ofensa ao 1 do art. 65 da Lei n. 8.666/1993, que prev um acrscimo mximo de 50% para contratos de reforma. No entanto, ele concordou com a instruo da unidade tcnica, ao ponderar que, restando comprovada a necessidade da efetivao desses acrscimos, a realizao de novo procedimento licitatrio para execuo dos 5,7% que excederam o limite legal demandaria tempo e gastos extras (com a realizao de outro certame e com pagamento de custos de mobilizao e desmobilizao da empresa a ser contratada), ocasionando atrasos substanciais na obra e consequentes danos entidade. Tendo em vista a pequena materialidade dos valores excedentes e a necessidade de concluso do empreendimento no prazo pactuado, o relator concluiu no caber medida corretiva por parte do Tribunal, tampouco aplicao de penalidade. O Plenrio anuiu manifestao do relator. Acrdo n. 1466/2010-Plenrio, TC-004.478/2006-2, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 23.06.2010. Contratao de servios: Alterao quantitativa e incidncia do limite legal sobre o preo global Ao examinar a prestao de contas do Servio Social da Indstria Departamento Nacional (SESI/DN), relativa ao exerccio de 2005, a unidade tcnica que atuou no feito identificou possvel irregularidade concernente assinatura de termo aditivo, por meio do qual o valor inicialmente previsto no ajuste teria sido majorado em cerca de 56%, contrariando o art. 30 do Regulamento de Licitaes e Contratos do SESI, que prev a possibilidade de alterao do valor contratual em at 25% para servios. Em

  • seu voto, ressaltou o relator que o contrato celebrado decorreu da Concorrncia Conjunta n.o 5, que tinha por objeto a prestao de servios de publicidade e comunicao para a Confederao Nacional da Indstria (CNI), o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional (SENAI/DN), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o prprio SESI/DN. Cada uma das entidades citadas possua uma previso de cota de despesa a ser utilizada, sendo o valor global do contrato de R$ 10.947.587,00, assim distribudos: R$ 3.200.000,00 para o SESI/DN; R$ 4.400.000,00 para a CNI; R$ 3.131.903,00 para o SENAI/DN; e R$ 215.684,00 para o IEL. O que teria ocorrido, na verdade, foi que o SESI/DN, por meio de termo aditivo, majorou o valor de sua cota de R$ 3.200.000,00 para R$ 5.326.524,41, implicando, dessa maneira, acrscimo de 56% no valor inicialmente previsto para aquela entidade. De acordo com o relator, o valor global do contrato em anlise no teria ultrapassado os R$ 10.947.587,00 inicialmente previstos. Para ele, no era razovel adotar o entendimento de que cada entidade participante da concorrncia conjunta celebrara, individualmente, um contrato com a empresa vencedora do certame. O ajuste, enfatizou o relator, no tratou de quatro contrataes separadas, mas sim de uma s avena, com valor global definido, e que no foi, sequer, majorado. Nesse sentido, A opo pelo remanejamento das cotas que cabia a cada uma das entidades constitui-se opo discricionria dos gestores, no havendo como o Tribunal imiscuir-se em tal seara. No restou, portanto, a seu ver, caracterizada ofensa ao art. 30 do RLC/SESI, no que foi acompanhado pelo Plenrio. Acrdo n. 197/2010-Plenrio, TC-015.817/2006-7, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 10.02.2010. Aplicao dos limites legais ao conjunto de redues e ao conjunto de acrscimos do objeto contratado, individualmente e sem nenhum tipo de compensao entre eles Relatrio de auditoria realizada no Ministrio das Cidades, referente aos recursos federais transferidos ao Estado de Sergipe, mediante contrato de repasse tendo como interveniente executor a Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) , constatou que, no mbito do Contrato n. 74/2008, destinado ampliao do sistema de esgotamento sanitrio do Municpio de Aracaju, ocorreram alteraes que ultrapassaram os limites legais. Em seu voto, o relator considerou oportuno determinar DESO que, nas futuras licitaes e contratosno mbito do aludido contrato de repasse, se abstenha de extrapolar os percentuais previstos no art. 65, 1 e 2, da Lei n. 8.666/93, tendo em vista que o conjunto de redues e o conjunto de acrscimos devem ser sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensao entre eles, os limites estabelecidos no referido dispositivo legal. O Plenrio acolheu o voto do relator. Precedentes citados: Acrdos n.os 1.981/2009 e 749/2010, ambos do Plenrio. Acrdo n. 1338/2010-Plenrio, TC-000.341/2010-0, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 09.06.2010.

    Possibilidade de a alterao qualitativa do objeto extrapolar os limites legais No mbito da prestao de contas da Companhia Docas do Par (CDP), referente ao exerccio de 2007, gestores foram instados a apresentar razes de justificativa para o acrscimo acima do limite permitido pelo art. 65 da Lei n. 8.666/1993, no Contrato n. 23/2007, celebrado com a empresa CCM Engenharia Ltda., para execuo de servios de recomposio do pavimento e assentamento dos trilhos dos sugadores da rea norte do Porto de Belm. O valor inicial era de R$ 87.472,75, e foi majorado em

  • R$ 39.750,99.. Os pareceres da unidade tcnica e do Ministrio Pblico foram uniformes no sentido da irregularidade das contas do Diretor-Presidente da CDP, sem prejuzo da aplicao de multa. Segundo o Parquet, justificava-se tal encaminhamento ante a existncia de parecer jurdico indicando que o contrato encontrava-se com prazo de vigncia expirado, que o valor do aditamento era superior ao limite previsto na Lei de Licitaes, bem assim que seu objeto no atendia aos requisitos de urgncia ou emergncia. Em seu voto, dissentindo dos pareceres, o relator afirmou haver identificado, nos autos, elementos que dariam suporte deciso do Diretor-Presidente da CDP: a) parecer do Gerente de Infra-Estrutura solicitando o aditamento do contrato, tendo em vista que, durante a execuo da obra, verificou-se maior grau de comprometimento das estruturas do que o previsto na fase de diagnstico para a elaborao do projeto de reforma, s possvel de ser identificado e mensurado com preciso durante os trabalhos de escavaes; b) vistoria na qual foram identificados aparentes empenamentos nos trilhos em questo; c) expediente do Supervisor de Infra-Estrutura e Engenharia solicitando pronunciamento de engenheiro civil acerca da condenao dos trilhos, ante a possibilidade de serem substitudos por meio de aditivo, aumentando o valor contratado em 37,55%; d) relatrio de inspeo por meio do qual foram analisadas as condies de utilizao dos trilhos da linha A das torres sugadoras da rea norte do Porto de Belm, com a seguinte concluso: consideramos que, em conformidade com a ABNT e primando em garantir a qualidade do servio executado, bem como maior conforto e segurana nas operaes com a movimentao da torre sugadora, justifica-se a troca dos trs trechos de trilho em questo; e) expediente do Supervisor de Infra-Estrutura e Engenharia atestando que tais servios so de difcil previso durante a etapa de elaborao do projeto, por se tratar de estruturas (patim e alma dos trilhos e vigas transversais aos trilhos) sob o pavimento, e que se verificou deficincia aps execuo de demolies e escavaes; f) parecer do advogado da CDP retificando a informao de que o contrato encontrava-se com o prazo expirado; g) parecer do assessor jurdico, sugerindo ao Diretor-Presidente da CDP que firmasse o termo aditivo. Diante desses pronunciamentos, alguns deles anteriores posse do responsvel no cargo de Diretor da CDP, no se poderia exigir-lhe conduta diversa. Ao final, o relator props e a Primeira Cmara decidiu julgar as suas contas regulares com ressalvas, sem prejuzo de determinar aos atuais gestores da Companhia Docas do Par CDP que observem a Deciso n. 215/99Plenrio, proferida em carter normativo por este Tribunal, que trata da aplicao do art. 65, 1 e 2 da Lei 8.666/93, por ocasio da celebrao de aditamentos que impliquem alteraes quantitativas e qualitativas nos contratos administrativos, particularmente no que se refere necessidade de se demonstrar, na motivao do ato que autorizar o aditamento contratual que extrapole os limites legais, que as consequncias da opo alternativa (a resciso contratual, seguida de nova licitao e contratao) importam sacrifcio insuportvel ao interesse pblico primrio (interesse coletivo) a ser atendido pela obra ou servio, ou seja, gravssimas a esse interesse; inclusive quanto sua urgncia e emergncia. Acrdo n. 3133/2010-1 Cmara, TC-021.842/2008-1, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 01.06.2010. Hipteses de exceo que autorizam acrscimos contratuais acima dos limites estabelecidos pela Lei 8.666/93 8.1. com fundamento no art. 1, inciso XVII, 2 da Lei n 8.443/92, e no art. 216, inciso II, do Regimento Interno deste Tribunal, responder Consulta formulada pelo ex-Ministro de Estado de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da

  • Amaznia Legal, Gustavo Krause Gonalves Sobrinho, nos seguintes termos: a) tanto as alteraes contratuais quantitativas - que modificam a dimenso do objeto - quanto as unilaterais qualitativas - que mantm intangvel o objeto, em natureza e em dimenso, esto sujeitas aos limites preestabelecidos nos 1 e 2 do art. 65 da Lei n 8.666/93, em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I, da mesma Lei, do princpio da proporcionalidade e da necessidade de esses limites serem obrigatoriamente fixados em lei; b) nas hipteses de alteraes contratuais consensuais, qualitativas e excepcionalssimas de contratos de obras e servios, facultado Administrao ultrapassar os limites aludidos no item anterior, observados os princpios da finalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade, alm dos direitos patrimoniais do contratante privado, desde que satisfeitos cumulativamente os seguintes pressupostos: I - no acarretar para a Administrao encargos contratuais superiores aos oriundos de uma eventual resciso contratual por razes de interesse pblico, acrescidos aos custos da elaborao de um novo procedimento licitatrio; II - no possibilitar a inexecuo contratual, vista do nvel de capacidade tcnica e econmico-financeira do contratado; III - decorrer de fatos supervenientes que impliquem em dificuldades no previstas ou imprevisveis por ocasio da contratao inicial; IV - no ocasionar a transfigurao do objeto originalmente contratado em outro de natureza e propsito diversos; V - ser necessrias completa execuo do objeto original do contrato, otimizao do cronograma de execuo e antecipao dos benefcios sociais e econmicos decorrentes; VI - demonstrar-se - na motivao do ato que autorizar o aditamento contratual que extrapole os limites legais mencionados na alnea "a", supra - que as conseqncias da outra alternativa (a resciso contratual, seguida de nova licitao e contratao) importam sacrifcio insuportvel ao interesse pblico primrio (interesse coletivo) a ser atendido pela obra ou servio, ou seja gravssimas a esse interesse; inclusive quanto sua urgncia e emergncia;Deciso 215/1999-Plenrio, TC 930.039/1998-0, relator Ministro Jos Antonio B. De Macedo. Para fins de enquadramento na hiptese de excepcionalidade prevista na Deciso 215/1999-Plenrio (acrscimos contratuais acima dos limites estabelecidos pela Lei 8.666/93), as alteraes qualitativas havidas no podem decorrer de culpa do contratante, nem do contratado Embargos de declarao interpostos pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) contra o Acrdo 3.364/2012-Plenrio alegaram omisso no item da deliberao que alertou aquela empresa acerca do significativo percentual aditivado (16,95%) at ento, prximo ao limite legal (art. 65, inciso II, da Lei 8.666/93), no contrato para implantao do terminal martimo de passageiros no porto de Natal/RN. Argumentou a recorrente ser a maior parte desse montante decorrente de alterao qualitativa na obra, que atenderia s condicionantes de excepcionalidade estabelecidos pelo Tribunal na Deciso 215/1999-Plenrio. Alegou ter havido necessidade de se alterar a especificao das estacas previstas em projeto, em razo da impossibilidade de o fornecedor atender a demanda em prazo compatvel com o cronograma contratual. Em decorrncia disso, a utilizao de estacas diversas das projetadas ocasionou o redimensionamento das fundaes, onerando o preo da obra. O relator considerou no haver elementos de convico suficientes para a caracterizao de caso fortuito, de situao imprevisvel poca da contratao, de

  • que a alterao de especificao no decorreu de culpa do contratado, com a demora em encomendar as estacas, ou do contratante, por falhas no projeto. Destacou ser a ausncia de culpa condio essencial para o Tribunal aceitar aditivos que ultrapassem os limites legalmente estabelecidos. Nessa esteira, a Corte, ao acolher proposta do relator, deu nova redao deliberao recorrida e expediu notificao a Codern da qual constou tambm as seguintes orientaes: a) para que a alterao em tela venha a ser aceita como situao de exceo prevista pelo TCU na Deciso 215/1999-Plenrio, deve ficar demonstrado que as estacas no poderiam ter sido obtidas de outro fornecedor e que no houve mora da contratada na encomenda desses elementos; b) tambm com a finalidade de enquadramento nessa hiptese excepcional, as novas alteraes nas tecnologias construtivas no podem decorrer de projeto bsico insuficiente. Acrdo 89/2013-Plenrio, TC 036.898/2012-0, relator Ministro Valmir Campelo, 30.1.2013.

    REAJUSTES lcita a adoo da sistemtica de reviso por meio de ndices (reajuste) dos valores de contratos de prestao de servio de durao continuada em que no h prevalncia de mo de obra(Acrdo n 3388/2012-Plenrio, TC-005.383/2007-0, rel. Min. Aroldo Cedraz, 5.12.2012)

    Reajuste de contratos administrativos: a supervenincia de ato normativo editado por instituio pblica contratante estabelecendo novos valores referenciais no autoriza, per si, o reajuste imediato de contrato j em andamento (Acrdo n 1556/2011-Plenrio, TC-027.120/2010-1, rel. Min-Subst. Weder de Oliveira, 08.06.2011) Periodicidade mnima de um ano para reajustes contratuais Utilizando recursos federais que lhe foram transferidos mediante contrato de repasse, o Municpio de Palmas/TO, representado pelo Secretrio Municipal de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Habitao, celebrou os Contratos n.os 240/2008 e 304/2008, objeto de auditoria do TCU. No que concerne ao achado previso de reajuste contratual de forma irregular, a equipe consignou, em seu relatrio, que a apresentao das propostas de preo nas respectivas concorrncias data do ms de maio de 2008 e, conforme previsto nos editais e nos contratos, haveria reajustamento referente ao perodo de maio de 2008 a maio de 2009, empregando-se para tal finalidade o IGP-M (ndice Geral de Preos do Mercado). Todavia, o perodo de fevereiro de 2008 a fevereiro de 2009 foi o efetivamente considerado para o clculo do reajustamento, adotando-se ainda o ndice Sidra (Sistema IBGE de Recuperao Automtica) em detrimento do IGP-M (11,88% em vez de 3,64%). Para o relator, a deciso no mbito da Prefeitura Municipal de Palmas/TO, baseada em pareceres emitidos pela Procuradoria do Municpio de Palmas/TO, alm de evidenciar a utilizao de ndice de reajuste diverso daquele estabelecido em contrato, demonstrou transgresso ao art. 2, 1, da Lei n. 10.192/2001, quanto previso da periodicidade mnima de um ano para reajustes contratuais e ao prprio instrumento firmado, o qual estabelecia que os preos so irreajustveis por um ano a partir da data da apresentao da proposta, sendo esta ltima maio/2008. O relator destacou tambm que, em diversas peas processuais, ora se fala em reajuste contratual, ora

  • em restabelecimento do equilbrio econmico-financeiro do contrato. No que se refere a suposto reajuste, constatou ele a ausncia de respaldo legal para a alterao contratual, uma vez que no havia decorrido o prazo de um ano e no foi utilizado o ndice previsto no instrumento. J na hiptese de se alegar o reequilbrio econmico-financeiro, no se comprovou, efetivamente, a ocorrncia de motivos suficientes para a alterao dos valores contratuais, que s deve ocorrer, a esse ttulo, quando presentes os requisitos previstos no art. 65, inciso II, alnea d, da Lei n. 8.666/1993. Ao final, o relator props e o Plenrio decidiu promover audincia do Secretrio de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Habitao, bem como da Procuradora do Municpio de Palmas/TO. O primeiro, em virtude da realizao de alterao dos Contratos n.os 240/2008 e 304/2008, infringindo o art. 66 da Lei n. 8.666/1993 e o art. 2, 1, da Lei n. 10.192/2001, com a consequente autorizao de pagamento dos respectivos valores, uma vez que no havia respaldo legal para a concesso de reajustes contratuais, considerando, ainda, a ausncia de comprovao dos requisitos para o restabelecimento do equilbrio econmico-financeiro dos referidos instrumentos. A segunda, pela emisso dos pareceres favorveis alterao dos Contratos n.os 240 e 304, ambos de 2008. Alm disso, deliberou o Pleno no sentido de determinar unidade tcnica que, na hiptese de se confirmar a ausncia de legitimidade da adoo do percentual adotado pela entidade, avalie a necessidade de se implementar providncias tendentes aos devidos ressarcimentos junto empresa contratada, com o fito de prevenir a ocorrncia de dano ao errio. Acrdo n. 1464/2010-Plenrio, TC-000.342/2010-6, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 23.06.2010.

    REPACTUAO A diminuio significativa de custos incorridos por empresa contratada para execuo de obras rodovirias, como a severa reduo da distncia mdia de transporte do insumo cimento, impe a repactuao do contrato, com o intuito de que se reestabelea o equilbrio econmico-financeiro da avena, em face do que dispe o comando contido no art. 65, II, d, da Lei n 8.666/93(Acrdo n. 3.289/2011-Plenrio, TC-014.982/2010-2, rel. Min. Jos Jorge, 7.12.2011) Para fim de repactuao, a pesquisa de preos deve ser feita nas mesmas condies em que se deu a contratao (Acrdo n. 2787/2010-Plenrio, TC-019.141/2006-2, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 20.10.2010) Marco inicial e data limite para a contratada pleitear repactuao de preos No mbito da tomada de contas da Diretoria de Gesto Interna do Ministrio da Cultura, relativa ao exerccio de 2003, ao tratar de matria referente ao Contrato n.o 15/2000, cujo objeto envolvia a prestao de servios de natureza continuada, a unidade tcnica suscitou questo acerca da necessidade de fixao de um prazo limite para a contratada pleitear a repactuao de preos. Ao citar trechos do voto que subsidiou o Acrdo n.o 1.827/2008-Plenrio, a unidade instrutiva registrou o entendimento do TCU de que no h definio, em lei, acerca do prazo para solicitao de repactuao de preos, podendo essa ser solicitada a partir da data da homologao da conveno ou acordo coletivo que fixar o novo salrio normativo

  • da categoria profissional abrangida pelo contrato administrativo a ser repactuado, at a data da prorrogao contratual subsequente, sendo que, se no o fizer, de forma tempestiva e, por via de consequncia, prorrogar o contrato sem pleitear a respectiva repactuao, ocorrer a precluso do seu direito a repactuar.. A partir desse entendimento, a unidade tcnica inferiu que, nos casos em que no for celebrado aditivo e o contrato for encerrado, a contratada poderia pleitear a repactuao at o fim do prazo prescricional. Nesses casos, no raros, estaria a Administrao sujeita, durante alguns anos, aps expirada a vigncia do contrato, a ter de reconhecer os efeitos retroativos financeiros de contratos e efetuar pagamentos de exerccios anteriores. Tal fato poderia gerar desarranjos e comprometer a programao financeira e oramentria dos exerccios subsequentes, alm de se ter de reconhecer a despesa e inscrev-la como despesas de exerccios anteriores.. O relator ponderou que, naquele mesmo decisum, restou assente que, no obstante se tratar de direito intangvel da contratada, a repactuao corresponde, de todo modo, a direito disponvel, e, como tal, sujeito precluso. Destacou o relator que a preocupao da unidade tcnica envolve situao no delineada naquela assentada, qual seja, contrato com vigncia encerrada, sem prorrogao, tendo ocorrido aumento dos custos (conveno ou acordo coletivo de trabalho) do contrato ainda no perodo de vigncia, e que reste configurado o direito repactuao, no caso de transcorrido o interregno mnimo de um ano, contado na forma prevista no edital. O relator no vislumbrou necessidade de alterao do entendimento j firmado pelo Tribunal sobre a matria, devendo a data limite para a contratada pleitear a repactuao ser a da prorrogao ou do encerramento do contrato, conforme o caso, na mesma linha de raciocnio desenvolvida no Acrdo 1827/2008. A expirao do prazo de vigncia do contrato fulmina o direito repactuao por precluso. Nesse mesmo sentido, o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto editou a Instruo Normativa n. 3/2009, a qual altera a Instruo Normativa n. 2/2008, prevendo, em seu art. 40, 7, que As repactuaes a que o contratado fizer jus e no forem solicitadas durante a vigncia do contrato, sero objeto de precluso com a assinatura da prorrogao contratual ou com o encerramento do contrato.. Ao final, o relator props e a Segunda Cmara decidiu recomendar Secretaria Executiva do Ministrio da Cultura que, em seus editais de licitao e/ou minutas de contrato referentes prestao de servios executados de forma contnua, inclua alerta acerca do prazo dentro do qual poder o contratado exercer, perante a Administrao, seu direito repactuao contratual, nos termos previstos no art. 5 do Decreto n 2.271, de 1997, qual seja, da data do evento que ensejar a repactuao at a data da prorrogao contratual subsequente, se for o caso, ou do encerramento do contrato, sendo que se no o fizer de forma tempestiva e, por via de consequncia, prorrogar o contrato ou deixar transcorrer in albis o prazo de vigncia, ocorrer a precluso do seu direito a repactuar.. Acrdo n. 2094/2010-2 Cmara, TC-007.040/2004-0, rel. Min-Subst. Andr Lus de Carvalho, 11.05.2010. Repactuao de preos em contrato celebrado com cooperativa Denncia formulada ao TCU, apontando possveis irregularidades no mbito da Caixa Econmica Federal (CEF), relativas contratao de prestao de servios de preparo, conferncia e digitao de dados para as unidades localizadas nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraba e Rio Grande do Norte, foi convertida em tomada de contas especial (TCE) por meio do Acrdo n. 1.014/2005-Plenrio. A temtica da TCE envolvia, em sntese, dois indcios de irregularidades, entre eles o pagamento irregular empresa contratada, Cooperativa Tecnocoop Informtica

  • Ltda., no valor de R$ 571.282,80, oriundo de repactuao indevida de preos. No acrdo que instaurou a TCE, o relator sustentou que o motivo que ensejou a repactuao dos preos contratados com a cooperativa (aumento do piso da categoria, estabelecido em conveno coletiva) no subsistia, uma vez que no h relao de emprego entre cooperados e cooperativa, mas, sim, relao de membro de cooperativa, que determinar a respectiva quota-parte proporcional sua atividade no sistema de cooperativismo. Em sua defesa, os responsveis argumentaram que a CEF no concedeu repactuao Tecnocoop com fundamento no aumento salarial de categoria profissional, mas sim com base na defasagem dos preos contratados com a cooperativa. Segundo os responsveis, um dos parmetros a ser considerado para se promover a repactuao seriam justamente os salrios pagos aos profissionais vinculados conveno coletiva, pois tais salrios certamente refletiriam o preo de mercado dos servios contratados com a Tecnocoop. Para o relator, o objetivo da CEF com a repactuao era, na verdade, compensar os efeitos das variaes inflacionrias ocorridas no perodo, aproximando os preos pactuados aos de mercado, uma vez que os preos no sofreram qualquer reajuste entre o perodo de 1/9/2001 a 1/1/2003, em decorrncia da previso expressa na clusula sexta, 2, do contrato, de que os preos contratados eram irreajustveis, admitindo-se, to somente, o instrumento da repactuao para a recomposio da equao econmico-financeira. No obstante a CEF tenha utilizado o percentual de reajuste dos salrios da categoria, fixado na conveno coletiva, para se calcular os novos preos dos servios contratados, ao invs de ndices inflacionrios, a recomposio da equao econmico-financeira do contrato aproximou-se mais da figura do reajuste do que da repactuao, j que o objetivo do primeiro instrumento justamente recompor os efeitos das variaes inflacionrias nos preos contratados. Quanto vedao ao reajuste, prevista no contrato firmado com a Tecnocoop, o relator ressaltou que a jurisprudncia desta Corte de Contas no sentido de que dever assegurar-se ao interessado o direito a esse instrumento de reequilbrio econmico-financeiro do contrato, ainda que no esteja previsto contratualmente, uma vez que a Lei n. 8.666/93 (arts. 5, 1, e 40, XI) garante aos contratados a correo dos preos. Independentemente do nome que se tenha atribudo recomposio do equilbrio econmico-financeiro no contrato em questo, tal restabelecimento era, de fato, devido, uma vez que A inflao acumulada no perodo de setembro/2000 (incio da vigncia do contrato) a janeiro/2003 (ms em que os preos foram reajustados) foi de 30,52%, 25,48% e 45,03%, utilizando-se os ndices INPC, IPCA e IGP-M, respectivamente, o que demonstra a sensvel defasagem dos preos contratados nesse perodo, seja qual for o ndice utilizado. Quanto ao fato de a CEF utilizar o percentual de reajuste dos salrios da categoria, fixado na conveno coletiva, para calcular os novos valores dos preos pactuados, o relator considerou razovel a alegao dos gestores, no sentido de que a variao salarial dos trabalhadores vinculados conveno seria bom parmetro para aproximar os preos dos servios contratados com a Tecnocoop aos de mercado, uma vez que os custos desses servios referiam-se, em grande parte, mo de obra. Feitas essas consideraes, o relator concluiu que no mais subsiste o dbito que ensejou a instaurao da presente TCE, motivo pelo qual devem ser afastadas as responsabilidades dos gestores. O Plenrio acolheu o voto do relator. Precedentes citados: Acrdos n.os 376/1997-1 Cmara e 479/2007-Plenrio. Acrdo n. 963/2010-Plenrio, TC-007.449/2001-3, rel. Min. Benjamin Zymler, 05.05.2010. Limites para o exerccio do direito repactuao dos preos contratados

  • Ao analisar representao sobre possveis irregularidades em contrato firmado no mbito da Secretaria de Assuntos Administrativos do Ministrio dos Transportes (SAAD/MT), cujo objeto era a prestao de servios especializados de tecnologia da informao de natureza continuada, o Plenrio proferiu o Acrdo n.o 1.828/2008, por meio do qual expediu a seguinte determinao ao rgo contratante: 9.2.8. torne nulo o ato assinado em 31/7/2007 pelo Subsecretrio de Assuntos Administrativos, mediante o qual fora autorizada despesa referente ao pagamento, retroativo a 1/5/2005, da repactuao do Contrato n 19/2005, ressalvada a possibilidade de elaborao de novo ato que reconhea, como marco inicial para a incidncia dos efeitos da repactuao de preos, a data de 1/5/2006, primeira data-base ocorrida aps a celebrao do Terceiro Termo Aditivo;. Ao apreciar pedido de reexame interposto pela contratada contra a aludida determinao, destacou o relator que o ponto fulcral era o direito que teria a contratada de repactuar, com efeitos financeiros retroativos a 1/5/2005, o contrato 19/2005, firmado em 18/4/2005, sendo que tal repactuao somente fora pleiteada em 6/2/2007, posteriormente, portanto, assinatura de termo aditivo que, em 13/4/2006, modificou a vigncia do ajuste para 18/4/2007, ratificando-se as demais condies do ajuste, inclusive com relao ao preo pactuado. Em seu voto, deixou assente a ausncia de controvrsia acerca do direito da recorrente repactuao, previsto no prprio contrato. Afirmou tambm que se direito do contratado obter a repactuao para restabelecer a equao econmica financeira original, tambm direito da Administrao decidir, no caso de prestao de servios contnuos, se deseja prorrogar o ajuste, ilao extrada do art. 57, II, da Lei n.o 8.666/93, cujo texto denota que a prorrogao est condicionada obteno de preos e condies mais vantajosas para a administrao. Portanto, se poca da prorrogao, a contratada no pleiteou a repactuao a que fazia jus, a Administrao decidiu prorrogar a avena com base neste quadro, ou seja, naquele em que as condies econmicas seriam mantidas. Nesse cenrio, no poderia a contratada, aps a assinatura do aditivo, requisitar o reequilbrio, porque isso implicaria negar Administrao a faculdade de avaliar se, com a repactuao, seria conveniente, do ponto de vista financeiro, manter o ajuste. E arrematou o relator: no se trata de negar s empresas contratadas pelo Poder Pblico o direito constitucional e legal de repactuar o contrato, a fim de manter a equao econmico-financeira original, mas sim de garantir, por via da interpretao sistemtica, que a Administrao possua condies, asseguradas em lei, de decidir sobre a convenincia e oportunidade de prorrogar o ajuste. Acompanhando o voto do relator, decidiu o Plenrio manter inalterado o subitem 9.2.8 da deliberao recorrida. Acrdo n. 477/2010-Plenrio, TC-027.946/2007-5, rel. Min. Aroldo Cedraz, 17.03.2010. Licitao do tipo tcnica e preo para prestao de servios especializados de advocacia: Repactuao e no reajuste em contratos de prestao de servios continuados Ainda quanto ao edital da Concorrncia n. 01/2009, realizada pela Superintendncia Regional da Companhia Nacional de Abastecimento no Estado do Rio Grande do Sul (CONABSUREG/RS), destinada prestao de servios especializados de advocacia, foi suscitada possvel irregularidade atinente previso, no item 18.2 do edital e na Clusula Nona, item VI, da minuta de contrato, do reajuste por meio de ndice de preos. Ouvida em audincia, a entidade sustentou que o item 18.2 do edital traz uma faculdade (poder) que no ser exercida; entende que a disposio no pode ser considerada isoladamente, mas em conjunto com o item 18.1, que trata

  • da repactuao. Para a unidade tcnica, a questo que tanto o item 18.1 (repactuao) e o item 18.2 (reajuste) esto na forma de faculdades (poder). Assim, cria-se a expectativa de que o reajuste com base em ndices possvel. Alm disso, se a CONAB no pretendia reajustar o contrato por meio de ndices, a disposio no deveria constar do edital, devendo ser excluda.. Considerando que as razes apresentadas no foram suficientes para elidir a previso de reajuste por meio de ndice geral de preos, o relator props e o Plenrio decidiu manter os efeitos da medida cautelar j concedida, at que sejam cumpridas algumas determinaes por parte da CONABSUREG/RS, entre elas a de excluir do edital, de seus anexos e da minuta do contrato clusulas ou condies que prevejam a possibilidade de reajuste por meio de ndices gerais de preos, de modo a observar o entendimento deste Tribunal no sentido de que os contratos de prestao de servios continuados no admitem reajuste com base em ndices, mas somente sua repactuao. Precedentes citados: Acrdos n.os 1.094/2004-Plenrio, 1.105/2008-Plenrio e 2.225/2008-1 Cmara. Acrdo n. 1452/2010-Plenrio, TC-001.457/2010-1, rel. Min. Raimundo Carreiro, 23.06.2010. Repactuao de valores para itens no cotados, ou cotados a menor, na planilha de preos da empresa vencedora da licitao Representao oferecida ao TCU indicou possveis irregularidades no Prego n. 001/2008, promovido pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas (CBPF), com o intuito de contratar empresa para a prestao de servios de apoio operacional, sem emprego de material, para atendimento em trs imveis daquele rgo. As ocorrncias objeto de oitiva ao pregoeiro sustentam, em sua maioria, a cotao, na composio dos preos da proposta vencedora da licitao, de custos em desacordo com as regras do edital, e em valores a menor do que aqueles de fato suportados pela licitante. Ao anuir s concluses da unidade tcnica, o relator observou no haver indcios de inexequibilidade da proposta vencedora da licitao, tampouco notcia, nos autos, de eventual descumprimento do objeto pactuado ou de m prestao dos servios. Com relao aos itens de custo no cotados, ou cotados a menor, pela vencedora do certame (como o Seguro de Acidente de Trabalho, a Assistncia Social Familiar Sindical, a Assistncia Social e os benefcios indiretos concedidos pelas empresas aos empregados), o relator defendeu que eles no chegam a invalidar a proposta da licitante, mas devem ser objeto de acompanhamento pelo CBPF. Ao final, o relator props e a Primeira Cmara decidiu determinar ao rgo que, quando da realizao de certames voltados contratao de servios a serem executados de forma indireta e contnua, atente ao estrito cumprimento do expressamente disposto nos seguintes dispositivos da Instruo Normativa 02/2008, da SLTI/MP [...], de forma a impedir a hiptese de responsabilidade subsidiria ou solidria da Administrao pelo descumprimento de obrigao trabalhista ou previdenciria, prevista no Enunciado 331 da Smula do Tribunal Superior do Trabalho;. Alm disso, foi expedida determinao ao CBPF no sentido de verificar, no mbito do Contrato n. 03.004.00/2008, o efetivo recolhimento de parcelas trabalhistas, vencidas e vincendas, no acatando eventual repactuao de valores motivada pela mera observncia das obrigaes a cargo da contratada, consoante as disposies das clusulas 13 e 16 do contrato, e o art. 23 da IN 02/2008, da SLTI/MP. Acrdo n. 2554/2010-1 Cmara, TC-012.841/2008-5, rel. Min-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 18.05.2010.

  • REEQUILIBRIO ECONMICO-FINANCEIRO A concesso do benefcio de participao nos lucros e resultados a empregados de empresas que prestam servios continuados Administrao no pode ser invocada como justificativa para promoo de reequilbrio econmico-financeiro do respectivo contrato(Acrdo n 3336/2012-Plenrio, TC-018.784/2012-7, redator Ministro Jos Mcio Monteiro, 5.12.2012) A falta de conformidade entre a metodologia de execuo de determinado servio, adotada no oramento e no contrato, e a efetivamente empregada na obra justifica a conformao do preo unitrio pactuado ao preo de referncia, calculado com base na forma de execuo do servio (Acrdo n. 2872/2012-Plenrio, TC-008.945/2011-0, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 24.10.2012) Diferena percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos custos unitrios do sistema de referncia utilizado no poder ser reduzida, em favor do contratado, em decorrncia de aditamentos que modifiquem a planilha oramentria(Acrdo n. 2654/2012-Plenrio, TC-015.484/2012-2, rel. Min. Valmir Campelo, 03.10.2012) A verificao, em contrato de obra pblica, da existncia de preos unitrios acima dos referenciais de mercado no configura dano ao errio, se o preo global da obra se encontrar abaixo do preo de mercado. Os preos unitrios de tais itens devem, contudo, ser reduzidos aos preos de referncia, na hiptese de aditivo ao contrato que aumente seus quantitativos (Acrdo n. 2452/2012-Plenrio, TC-010.073/2012-4, rel. Min. Raimundo Carreiro, 11.9.2012) A existncia de excessos em preos de alguns itens da obra pode ser relevada em face, especialmente, da inexistncia de sobrepreo no valor total do respectivo contrato. Seus aditivos, porm, no podero impor reduo do desconto global inicialmente pactuado, conforme disposto em lei de diretrizes oramentrias (Acrdo n. 2167/2012-Plenrio, TC-015.205/2009-8, rel. Min. Ana Arraes, 15.8.2012) A contratao de obra por preo superior ao que se poderia obter por meio da utilizao de tcnica igualmente satisfatria e menos onerosa demanda a readequao dos preos contratuais a essa nova soluo (Acrdo n. 791/2012-Plenrio, TC 007.321/2011-2, rel. Min. Jos Mcio Monteiro, 4.4.2012) Indcios de sobrepreo e de superfaturamento em servio inserido por meio de aditivo a contrato de implantao de obra de acesso rodovirio justificam a reteno cautelar dos respectivos valores em pagamentos futuros at deliberao definitiva do Tribunal(Acrdo n. 102/2012-Plenrio, TC 008.789/2011-8, rel. Min. Weder de Oliveira, 18.1.2012) A diminuio dos encargos incorridos por empresa contratada para execuo de obras realizadas no mbito do Programa de Recuperao e Manuteno de Rodovias (Crema), resultante da reduo e alterao de insumos de alguns servios, impe a reviso do preo da obra, com o intuito de manter o equilbrio

  • econmico-financeiro do contrato (Precedente: Acrdo 2.730/2009, Plenrio).(Acrdo n. 40/2012-Plenrio, TC 013.341/2009-0, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 18.1.2012) A radical elevao dos custos de aquisio de material proveniente de jazidas para execuo de obra rodoviria incorridos pela empresa contratada autoriza a celebrao de aditivo com o intuito de reestabelecer o equilbrio econmico-financeiro do contrato (Acrdo n. 30/2012-Plenrio, TC 010.813/2006-5, rel. Min. Aroldo Cedraz, 18.1.2012) Contratao de obras pblicas: Eventos futuros e incertos ensejam, quando ocorrentes, o reequilbrio econmico-financeiro de um contrato, no podendo ser cobertos por dotaes genricas (Acrdo n. \311/2011-Plenrio, TC-006.306/2008-3, rel. Min-Subst. Andr Lus de Carvalho, 09.02.2011) Alterao contratual sem caracterizao do jogo de planilha: presuno relativa de desequilbrio econmico-financeiro do contrato (Precedente: Acrdo n 1755/2004, Plenrio). (Acrdo n. 8366/2010-Plenrio, TC-020.201/2005-7, rel. Min-Subst. Weder de Oliveira, 07.12.2010) Itens novos em contratao de obra pblica:adoo dos preos unitrios dos sistemas de referncia (Precedentes: Acrdos n.os394/2003, 172/2004, 1.755/2004, 468/2006, 554/2008, 1.663/2008 e 993/2009, Plenrio). (Acrdo n. 3134/2010-Plenrio, TC-006.551/2008-0, rel. Min. Augusto Nardes, 24.11.2010) Contratao para execuo de obras: Distoro nos preos conhecida como jogo de planilha Representao formulada ao TCU apontou possvel sobrepreo nas obras da 2 fase do Permetro de Irrigao Tabuleiros Litorneos, no Estado do Piau. Para subsidiar a sua concluso, a representante elaborou laudo de avaliao dos preos praticados na proposta da licitante vencedora, comparando-os com valores de mercado e com tabelas de referncia (Sicro e Sinapi). Relatrio da auditoria realizada pelo TCU nas aludidas obras identificou sobrepreo no fornecimento de tubos de ferro dctil e ao carbono de 7,09% e 2,90%, respectivamente, porm desconto nos servios comuns de engenharia de 5,27%, que, somados, no apresentavam sobrepreo. Portanto, analisado de forma global, o contrato do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) no continha sobrepreo, mas a equipe de auditoria encontrou vrios itens individuais com elevado sobrepreo ou desconto em relao aos sistemas de referncia. Assim sendo, a fim de evitar a distoro nos preos conhecida como jogo de planilha, o relator props e o Plenrio decidiu determinar ao Dnocs que: a) reavalie, possibilitando empresa contratada o prvio contraditrio, os preos dos itens de fornecimento do Contrato PGE n 44/2002, considerando os indcios de sobrepreo levantados [...] no fornecimento de tubos de ferro dctil e ao carbono do contrato;; b) em caso de acrscimos de quantitativos em itens presentes na planilha oramentria do Contrato PGE n 44/2002 ou quando da necessidade de acrescer servios ou materiais/equipamentos no presentes na planilha oramentria original do contrato, adote preos comprovadamente praticados no mercado, no admitindo reduo na diferena percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos custos unitrios do Sinapi em favor do contratado, conforme previsto no art. 109, 6, da Lei n 11.768/2008 (LDO 2009)..

  • Acrdo n. 1515/2010-Plenrio, TC-008.137/2009-6, rel. Min. Benjamin Zymler, 30.06.2010.

    Contratao para execuo de obras: Reviso contratual para expurgo da parcela referente extinta CPMF Ainda quanto ao Contrato PGE n. 44/2002, referente s obras da 2 fase do Permetro de Irrigao Tabuleiros Litorneos, no Estado do Piau, a equipe de auditoria concluiu no haver qualquer evidncia de que o BDI do referido contrato tivesse sido revisto para o expurgo da parcela referente CPMF, extinta em 2007. Por essa razo, o relator props e o Plenrio decidiu determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) que, nos termos do art. 65, 5, da Lei n 8.666/1993, formalize termo aditivo ao Contrato PGE n 44/2002, possibilitando empresa contratada o prvio contraditrio, com vistas a reduzir os percentuais de BDI aplicveis aos pagamentos efetuados aps 31/12/2007 em decorrncia da extino da CPMF, e adote medidas para, nas faturas vincendas, compensar eventuais valores indevidamente pagos. Acrdo n. 1515/2010-Plenrio, TC-008.137/2009-6, rel. Min. Benjamin Zymler, 30.06.2010. Necessidade da reduo do montante contratado em decorrncia da indevida incluso do IRPJ e da CSLL na planilha contratual Por meio do Acrdo n. 1.119/2010-Plenrio, o Tribunal fixou prazo para que a Secretaria de Infraestrutura do Rio Grande do Norte e a Companhia Estadual de Habitao e Desenvolvimento Urbano Cehab/RN adotassem providncias relativas ao Contrato n. 039/2008-SIN,firmado com a empresa Dois A Engenharia e Tecnologia Ltda., destinado construo de unidades habitacionais em Natal/RN,no tocante s parcelas pagas e a pagar, devendo ser encaminhados a este TCU, no mesmo prazo, documentos comprobatrios das medidas implementadas pertinentes regularizao dos itens indevidamente considerados como BDI, a seguir discriminados: [...] os tributos IRPJ e CSLL, que devem deixar de integrar o clculo do LDI e a planilha de custo direto, por se constiturem em tributos de natureza direta e personalstica, que oneram pessoalmente o contratado, no devendo ser repassados contratante (subitem 9.1.2 do acrdo). Alm de constatar que o IRPJ e a CSLL teriam sido, ao final, excludos do BDI, a unidade tcnica acenou no sentido de que a incluso daqueles tributos no BDI orado no ocasionara sobrepreo. Reportando-se,ainda, aovoto condutor do Acrdo n. 1.034/2010-Plenrio, a unidade instrutiva asseverou que no h motivo para se determinar a reduo do montante contratado em decorrncia da incluso do IRPJ e da CSLLquando presentes, simultaneamente, as trs premissas relacionadas a seguir: I) no haver sobrepreo por excesso de valor nas cotaes dos itens unitrios; II) o BDI estar dentro das margens de aceitabilidade definidas por esta Corte de Contas; e III) a reduo do BDI causar alterao do equilbrio econmico-financeiro do contrato. O relator concordou com aunidade tcnica, uma vez que o BDI, livre da Administrao Local e da Mobilizao e Desmobilizao, igual a 16,5%, praticamente no limite inferior da faixa considerada adequada 16,36% , nos termos do Acrdo n. 325/2007 Plenrio. Por ltimo, caso a empresa deixasse de declarar o IRPJ e a CSLL, mas, em relao ao lucro, o fizesse com percentual de 7,28%, em vez de 5%, no se poderia dizer que aquele percentual seria excessivo. Assim sendo, o relator props e o Plenrio decidiu tornar insubsistente o subitem 9.1.2 do Acrdo n. 1.119/2010-Plenrio. Acrdo n. 3165/2010-Plenrio, TC-000.275/2010-7, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 24.11.2010.

  • Variao cambial como fato gerador da concesso de reequilbrio econmico-financeiro (Acrdo n. 2837/2010-Plenrio, TC-018.016/2005-1, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 27.10.2010) Alteraes contratuais envolvendo acrscimos e supresses de itens: clculo em separado dos limites legais. (Precedentess: Acrdos n.os 336/2008-Plenrio e 2.079/2007-2 Cmara).Acrdo n 2588/2010-Plenrio, TC-027.340/2009-5, rel. Min. Augusto Nardes, 29.09.2010 Majorao linear, a ttulo de reequilbrio econmico-financeiro, dos preos inicialmente pactuados, como consequncia da subavaliao dos preos constantes do oramento elaborado pela Administrao e adotado como referncia para a proposta da contratada. No caso concreto, os responsveis,alm de no apontarem nenhum fato superveniente celebrao do contrato, expressamente afirmam que o suposto problema decorreu de subavaliao dos preos constantes do oramento efetuado pela Prefeitura e adotado como referncia para a proposta da empresa. Assim, aparentemente a empresa foi beneficiada pelo fato dela, no entender dos gestores, haver apresentado uma proposta desconectada dos preos de mercado..O relator concluiu no haver amparo legal para procedimentos da espcie, mesmo que, apenas por argumentar, estivesse demonstrada a inadequao da proposta aos preos de mercado. Segundo o relator, em havendo erro em determinada proposta de empresa licitante, deve ela responder por isso, rescindindo eventual contrato, por exemplo, e arcando com as consequncias da decorrentes. Para ele, no importa que o oramentobase esteja equivocado, pois as licitantes devem elaborar as propostas de acordo com o seu conhecimento do mercado e no de acordo com o conhecimento da Administrao. Ademais, tal espcie de alterao contratual acabaria por descaracterizar o processo licitatrio, pois afetaria o princpio da isonomia,ao se propiciar uma vantagem contratada que no era de conhecimento dos demais potenciais licitantes. Acrdo n. 5686/2010-2 Cmara, TC-018.026/2010-9, rel. Min. Benjamin Zymler, 28.09.2010. Risco de jogo de planilha: impossibilidade de o desconto originalmente obtido na licitao vir a ser reduzido em favor da contratada, em decorrncia de aditamentos (Precedente: Acrdo n. 2.319/2009-Plenrio). Acrdo n. 2066/2010-Plenrio, TC-007.195/2010-9, rel. Min-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 18.08.2010. Recomposio do equilbrio contratual em razo de valorizao cambial Representao apresentada ao TCU apontou possvel irregularidade no mbito da Secretaria de Estado de Sade do Acre (SESACRE), consistente no reajuste irregular da Ata do Prego Presencial para Registro de Preos n. 163/2008, que tinha por objeto a aquisio de materiais de consumo para atender s unidades hospitalares da capital e demais unidades administrativas daquela secretaria. Aps destacar que este Tribunal j decidiu, conforme Acrdo n. 1.595/2006-Plenrio, no sentido de que aplicvel a teoria da impreviso e a possibilidade de recomposio do equilbrio contratual em razo de valorizao cambial, no constatou o relator, na situao concreta, eventual desequilbrio contratual em razo de valorizao cambial que justificasse o realinhamento efetuado de 25% para os produtos constantes do Lote IV. Frisou tratar-se o presente caso de reviso ou realinhamento de preos, em

  • que a modificao decorre de alterao extraordinria nos preos, desvinculada de circunstncias meramente inflacionrias. Considerando, no entanto, a baixa materialidade do dbito apurado em contraposio aos custos que envolveriam a adoo de procedimentos adicionais para buscar o ressarcimento do dano, e considerando, ainda, o princpio da economicidade, deliberou o Plenrio, acolhendo proposio do relator, no sentido do arquivamento dos autos, sem prejuzo de determinao SESACRE para que na anlise de pedidos de recomposio do equilbrio econmico-financeiro de contratos custeados com recursos pblicos federais, fundamentados na ocorrncia de fatos econmicos imprevisveis (lea extraordinria), observe se esto presentes os pressupostos da concesso do direito previsto no art. 65, II, d, da Lei n. 8.666/93, quais sejam: a) elevao dos encargos do particular; b) ocorrncia de evento posterior assinatura da ata de registro de preos; c) vnculo de causalidade entre o evento ocorrido e a majorao dos encargos da empresa; e d) imprevisibilidade da ocorrncia do evento. Acrdo n. 25/2010-Plenrio, TC-026.754/2009-8, rel. Min. Benjamin Zymler, 20.01.2010.

    PRORROGAO A possibilidade de prorrogao do prazo de vigncia de contrato de concesso de rea pblica, ainda que prevista em lei e em contrato, faculdade outorgada Administrao e no direito subjetivo do contratado (Acrdo n. 1084/2012-Plenrio, TC 030.543/2008-1, rel. Min. Aroldo Cedraz, 9.5.2012) Servios de conservao de rodovias so de natureza contnua, e, no caso de prorrogao do contrato, deve-semanter os mesmos itens e preos unitrios contidos no oramento do contrato original (Precedentes: Acrdos nos 1.243/2004, 643/2007 e 1626/2007, Plenrio). (Acrdo n. 278/2011-Plenrio, TC-006.234/2006-6, rel. Min. Augusto Nardes, 09.02.2011) Extrapolao, na prorrogao de contrato de natureza contnua, do valor-limite da modalidade licitatria adotada A administrao pblica est obrigada a bem planejar suas contrataes de bens e de servios, o que implica estimar corretamente suas necessidades em prazo razovel, evitando dessa forma o parcelamento das compras e dos servios em vrias licitaes. Efetuado o planejamento com o rigor e a seriedade devidos, a prorrogao dos contratos decorrentes dever observar to somente preos e condies mais vantajosos, nos termos do art. 57, II, da Lei n.o 8.666/93, no podendo ser obstada por meramente acarretar extrapolao da faixa de preos em que se enquadrou a modalidade licitatria de origem. Foi esse o entendimento defendido pelo relator ao examinar contrato da Companhia Docas do Estado do Rio Grande do Norte (Codern) celebrado para acompanhamento das aes de seu interesse no Tribunal Superior do Trabalho, em Braslia. Como as sucessivas prorrogaes do contrato levaram o valor total a ultrapassar o limite mximo para a licitao na modalidade convite, a unidade tcnica do TCU concluiu que as prorrogaes posteriores extrapolao desse limite foram indevidas. Ao defender sua posio, a unidade tcnica fez aluso s disposies da Lei n.o 8.666/93 que obrigam a programao das obras e servios pela sua totalidade (art. 8) e vedam o parcelamento dessas mesmas obras e servios em licitaes de menor amplitude, em detrimento do procedimento mais amplo (art. 23,

  • 5). Tambm em reforo sua posio, citou o Acrdo n.o 55/2000-Plenrio, que tratou de caso no qual o valor original do contrato passou de R$ 6.544,25 para R$ 80.000,00, mediante prorrogaes sucessivas. Em seu voto, ponderou o relator que o contrato da Codern completou 60 meses em 31/5/2004, atingindo o prazo mximo previsto no art. 57, II, da Lei n.o 8.666/93, mas foi prorrogado por mais doze meses, prazo admitido excepcionalmente pelo 4 do mesmo dispositivo, em decorrncia do alto nmero de aes trabalhistas envolvendo a empresa. Naquele caso, portanto, diferentemente da situao em tela, visvel que o respectivo responsvel no estimou a contratao com o zelo e o rigor adequados, sendo possvel concluir que, uma vez assegurado que a administrao adotou todas as cautelas no planejamento das compras ou da contratao dos servios, o contrato decorrente poder sofrer as prorrogaes permitidas em lei. O relator considerou ento que as justificativas da Codern deveriam ser acolhidas, no que foi acompanhado pelos demais ministros presentes. Precedente citado: Acrdo n.o 103/2004-Plenrio. Acrdo n. 1339/2010-1 Cmara, TC-015.849/2006-0, rel. Min. Augusto Nardes, 16.03.2010.

    AMOSTRAS OU PROTTIPOS A exigncia de apresentao de amostras em prego presencial admitida apenas na fase de classificao das propostas e somente do licitante provisoriamente classificado em primeiro lugar(Acrdo n 3269/2012-Plenrio, TC-035.358/2012-2, rel. Min. Raimundo Carreiro, 28.11.2012) O acompanhamento da avaliao efetuada pela Administrao acerca de prottipo exigido em licitao configura direito do licitante. A supresso dessa faculdade pode ser relevada quando, sob o aspecto substancial, os critrios adotados pela Administrao se revelarem adequados (Acrdo n. 3028/2012-Plenrio, TC-030.293/2012-0, rel. Min. Ana Arraes, 8.11.2012) A exigncia de apresentao de amostras, em prego presencial, admitida apenas na fase de classificao das propostas e somente do licitante provisoriamente classificado em primeiro lugar(Comunicao de Cautelar, TC-035.358/2012-2, rel. Min. Raimundo Carreiro, 26.9.2012) Licitao para aquisio de produtos de merenda escolar: No caso de exigncia de amostra de produto, devem ser estabelecidos critrios objetivos, detalhadamente especificados, de apresentao e avaliao, bem como de julgamento tcnico e de motivao das decises relativas s amostras apresentadas (Precedentes: Acrdos nos 1168/2009 e1512/2009, Plenrio). (Acrdo n. 2077/2011-Plenrio, TC-004.835/2011-5, rel. Min.-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 10.08.2011) A desclassificao de licitante deve estar amparada em laudo ou parecer que indique, de modo completo, as deficincias na amostra do produto a ser adquirido, quando esta exigida (Acrdo n. 1291/2011-Plenrio, TC-004.835/2011-5, rel. Min.-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 18.05.2011)

  • AUDINCIA PBLICA O incio de procedimento licitatrio cujo valor estimativo seja superior a 150 milhes de reais deve ser antecedido da audincia pblica, ante o que estabelece o art. 39 da Lei 8.666/1993 (Acrdo n. 2690/2011-Plenrio, TC-010.098/2010-0, rel. Min.-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 05.10.2011) Conceito de licitaes sucessivas e simultneas: necessidade de promoo da audincia pblica do art. 39 da Lei 8.666, de 1993. Em denncia formulada ao Tribunal foi apontada, dentre outras irregularidades, a no realizao de audincia pblica, quando esta seria obrigatria, na viso do denunciante, em razo do carter simultneo e similar das licitaes objeto da denncia, qual seja, Agncias de Correios Franqueadas AGF. Em sua anlise, a unidade tcnica, para efeito dos conceitos constantes do art. 39 da Lei 8.666 de 1993, consignou que No restam dvidas de que os valores envolvidos para o conjunto das licitaes em questo so elevados, mas esse no o ponto mais importante para responder a questo. Antes disso, preciso saber se esto presentes os critrios de simultaneidade previstos no pargrafo nico do mesmo artigo. Nesse aspecto, carece de fundamento o argumento do denunciante: cada agncia objeto de contratao de franquia postal, como demonstrado pela ECT, possui, em razo de sua localizao, natureza singular, expressa, por exemplo, em diferentes expectativas de receitas e volumes de investimentos, o que afasta a ocorrncia de licitaes simultneas por ausncia de objeto similar. Uma AGF localizada em Braslia no se confunde de qualquer forma com uma AGF localizada em So Paulo, por exemplo. De sua parte, o relator enfatizou que Embora parecidos, os objetos licitados no so similares, para fins de se caracterizar a simultaneidade prevista no pargrafo nico do art. 39 da Lei n. 8.666/93, uma vez que cada franquia licitada, em razo de sua localizao, tem natureza singular, expressa, como alegou a ECT, em diferentes expectativas de receitas e volumes de investimentos, de modo que, definitivamente, no poderiam ser objeto de uma nica contratao, o que descaracteriza, assim, a simultaneidade alegada. Ao fim, o Plenrio, com base no voto do relator, julgou a improcedente a denncia formulada. Acrdo n. 1695/2010-Plenrio, TC-002.154/2010-2, rel. Min. Jos Jorge, 14.07.2010.

    CADASTRAMENTO DE LICITANTES Aquisio do edital condicionada ao cadastramento do licitante O Plenrio referendou cautelar deferida pelo relator que determinou Prefeitura Municipal de Ch Preta/AL suspender as Tomadas de Preos n.os 1/2010, 2/2010 e 3/2010, em razo de possveis irregularidades: 1) aquisio do edital condicionada ao cadastramento do licitante junto ao municpio; 2) cobrana de R$ 150,00 para o cadastramento, bem como de R$ 150,00 correspondentes aos custos de reproduo; 3) no recebimento dos documentos da representante por ocasio do cadastramento, haja vista estarem com autenticao digital e no com firma reconhecida. Em juzo de cognio sumria, o relator considerou ilegal condicionar a aquisio do edital ao prvio cadastramento, uma vez que este, de acordo com o art. 22, 2, da Lei n.o 8.666/93, aplica-se somente participao no certame. Sem respaldo tambm foi a no aceitao dos documentos da representante por estarem com autenticao digital, vez que existe previso legal para o referido procedimento conforme se

  • verifica no art. 52, da Lei Federal 8.935/94, c/c o art. 6 da Lei Estadual 8.721/2008, da Paraba. Carecia ainda de legitimidade a cobrana de taxa de cadastramento, bem como de valor superior aos custos de reproduo do edital. Deciso monocrtica no TC-004.950/2010-0, rel. Min. Aroldo Cedraz, 17.03.2010. Exigncia de cadastramento no SICAF como condio de habilitao Representao formulada ao TCU apontou indcios de irregularidades na Tomada de Preos n. 007/2005, realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destinada contratao de empresa para prestao de servios de transporte internacional de cargas fracionadas. Entre as supostas irregularidades indicadas pela representante, mereceu destaque a exigncia de prvio cadastramento no Sistema Integrado de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF) como condio para participao na tomada de preos. Considerando o entendimento pacfico do Tribunal de que tal exigncia contraria o disposto no art. 3, caput, da Lei n. 8.666/93, deliberou a Segunda Cmara, acolhendo proposio do relator, no sentido de determinar UFRGS que nas suas futuras licitaes, deixe de incluir em editais dispositivo que somente possibilite a habilitao de licitantes previamente cadastrados no SICAF, por falta de amparo legal. Precedente citado: Acrdo n. 36/2005-Plenrio. Acrdo n. 330/2010-2 Cmara, TC-020.027/2005-2, rel. Min. Jos Jorge, 02.02.2010.

    CADIN Obrigatoriedade da consulta ao CADIN antes da formalizao do contrato Por intermdio do Acrdo n. 3695/2009-1 Cmara, o Tribunal expediu a seguinte determinao ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BNDES: 1.5.1.1. promova, quando da formalizao dos processos licitatrios e contratos, as pesquisas prvias no Cadin, em respeito ao art. 6, inciso III, da Lei n. 10.522/2002, devendo, ainda, serem anexadas as comprovaes da pesquisa;. Contra essa deciso o aludido banco interps recurso de reconsiderao, sob o argumento de que a consulta ao CADIN, em matria de licitaes e contratos administrativos, dada a inexistncia de sanes ou impedimentos relacionais, no possui qualquer efeito prtico. Ao examinar o recurso, o Ministrio Pblico junto ao TCU aduziu que, com a deciso do Supremo Tribunal Federal na ADInn. 1.454-4/DF, a discusso encontra-se superada, no sentido de que a obrigatoriedade da consulta no significa proibio de contratar com aqueles que constam do cadastro. Alm disso,a ausncia ou no de consulta ao CADIN no necessariamente levar a contrataes de empresas ou entidades que constem daquele cadastro, desde que, no mnimo, tais contrataes avaliem previamente a regularidade fiscal dos interessados, nos termos do artigo 27 da Lei n 8.666/93; do artigo 3, 2, incisos III, alnea a, e V do Decreto n 6.170/2007 e do artigo 18, inciso VI, da Portaria MP/MF/MCT 127/2008, dentre outros dispositivos.Nesse contexto, embora a consulta ao CADIN possa parecer incua obrigatria por Lei. E mesmo considerando que o simples fato de constar do cadastro no seja, isoladamente, um fator impeditivo para a celebrao de contratos ou outros ajustes com a Administrao Pblica, a consulta poder auxiliar na verificao das informaes prestadas pelos administrados e pelos demais rgos da Administrao, em especial as constantes em certides e declaraes. [...] com base na literalidade do dispositivo legal que fundamentou a determinao atacada, diferentemente do entendimento manifestado pela unidade tcnica, o MP/TCU

  • entende que deve ser provido parcialmente o recurso apresentado, no sentido de reformar o Acrdo recorrido e excluir da determinao contida no subitem 1.5.1.1 a expresso processos licitatrios [...]. O relator anuiu s consideraes do Parquet especializado, no que foi acompanhado pelos demais ministros. Acrdo n. 7832/2010-1 Cmara, TC-015.130/2006-0, rel. Min. Valmir Campelo, 23.11.2010.

    Celebrao de contrato com empresa inscrita no Cadastro Informativo de Crditos No Quitados do Setor Pblico Federal (Cadin) Ao apreciar a prestao de contas da Refinaria Alberto Pasqualini S.A. Refap, relativa ao exerccio de 2003,a Segunda Cmara, por intermdio do Acrdo n. 5.502/2008, julgou regulares com ressalva as contas dos responsveis e expediu determinaes entidade(item 1.7), dentre elas: 1.7.3. no contrate com qualquer empresa de um grupo em que haja ente inscrito no Cadin (Cadastro Informativo de Crditos No Quitados do Setor Pblico Federal), mesmo na qualidade de consrcio, nos termos do art. 6, inciso III, da Lei 10.522/2002;. Contra a aludida determinao, a Refap interps recurso de reconsiderao, alegando no existir qualquer norma que impea que o grupo Petrobras, no qual est includa a REFAP, contrate empresas inscritas no CADIN. Alm disso, no vislumbra o carter determinante quanto ao destino da contratao no art. 6, inciso III da Lei n. 10.522/2002, pois o texto legal exige a consulta, mas no estabelece o impedimento de contratao com empresas inscritas naquele cadastro. Verifica que se trata de norma restritiva e que, por esta razo, no pode ser interpretada de forma ampliativa.. Em seu voto, o relator destacou que o art. 6, III, da Lei n. 10.522/2002, no veta, de modo absoluto, a celebrao de contratos com empresa inscrita no Cadin, vez que o citado artigo de lei prescreve apenas quanto consulta prvia ao Cadin. O relator fez meno, ainda, ao seguinte trecho do voto condutor do Acrdo n. 390/2004-Plenrio:A Medida Provisria n 1.490, de 07/06/1996, assim estabelecia: Art. 6 obrigatria a consulta prvia ao CADIN, pelos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta, para: [...] III - celebrao de convnios, acordos, ajustes ou contratos que envolvam desembolso, a qualquer ttulo, de recursos pblicos, e respectivos aditamentos. [...] Art. 7 A existncia de registro no CADIN h mais de trinta dias constitui fator impeditivo para a celebrao de qualquer dos atos previstos no artigo anterior. Assim, pelo disposto no seu art. 7, seria vedada a contratao de empresas inscritas no Cadin. O STF, em julgamento de 19/06/1996, concedeu medida liminar suspendendo os efeitos desse art. 7. Tal ao ainda no foi julgada no mrito. O prprio Poder Executivo, entretanto, quando da edio da MP n 1863-52, de 26/08/1999, norma que tratava do Cadin, excluiu o referido art. 7. E a prpria Lei n 10.522/02, oriunda da converso da medida provisria, tambm no trouxe esse dispositivo.Dessa forma, no h vedao legal para a contratao de empresas inscritas no Cadin. Permanece em vigor a obrigatoriedade de consulta prvia ao cadastro, pelos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta, para a celebrao de contratos que envolvam o desembolso de recursos pblicos. Trata-se de medida de pouca efetividade prtica, uma vez que a inscrio ou no no Cadin no trar qualquer conseqncia em relao s contrataes a serem realizadas.. Acolhendo o voto do relator, deliberou o Colegiado no sentido de dar provimento parcial ao recurso para tornar insubsistente o subitem 1.7.3 do Acrdo n. 5502/2008-2. Cmara. Acrdo n. 6246/2010-2 Cmara, TC-009.487/2004-8, rel. Min. Raimundo Carreiro, 26.10.2010.

  • Licitao da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) para execuo de obras: Consulta prvia ao cadastro informativo de crditos no quitados do setor pblico federal (Cadin) Entre os achados identificados no relatrio de levantamento de auditoria realizada nas obras do Terminal de So Sebastio e dos oleodutos Osvat e Osbat, no Estado de So Paulo, mereceu destaque a no utilizao do Cadin, pela Transpetro, como parmetro para a excluso da empresa Techint S/A do Convite n 005.8.001.03.0 e para sua consequente contratao, em desacordo com a Lei n. 10.522/2002. Considerando no ser recente o encaminhamento de determinaes Petrobras afetas ao tema em discusso e em vista da presuno de que as determinaes dirigidas quela entidade sejam de conhecimento de suas subsidirias, o relator concluiu que no haveria mais razes para que este Tribunal se abstivesse de multar os agentes responsveis pela no observncia ao Cadin no mbito da Transpetro. Por outro lado, o relator observou que o ofcio de audincia encaminhado apontou como irregularidade a no utilizao do CADIN como parmetro para a excluso da empresa Techint S/A do Convite n 005.8.001.03.0 e para sua consequente contratao. De acordo com o relator, o art. 6 da Lei n. 10.522/2002 no veda a contratao de empresa inscrita no Cadin, mas apenas exige que o referido cadastro de inadimplncia seja consultado previamente celebrao de convnios, acordos, ajustes ou contratos que envolvam desembolso, a qualquer ttulo, de recursos pblicos, e respectivos aditamentos. Com o objetivo de melhor elucidar a questo, o relator transcreveu o seguinte excerto da instruo da unidade tcnica acolhida pelo relator do Acrdo n. 2.937/2003-1 Cmara, prolatado em sede de pedido de reexame: No que diz respeito determinao [...] concernente ao CADIN, assiste razo ao recorrente, visto que a Ao Direta de Inconstitucionalidade, por ele referenciada, interposta pela Confederao Nacional da Indstria relativamente aos artigos 6 (consulta prvia ao Cadastro) e 7 (impeditivo para contrataes) da Medida Provisria n 1.442, de 10/05/1996, foi, em 19/06/1996, parcialmente deferida, em sede de liminar [...]. Naquela ocasio, a eficcia do artigo 7 e seus pargrafos foi suspensa, indeferindo-se o pleito quanto ao artigo 6, por considerar aquela Corte que ali se estabelece simples consulta, ato informativo dos rgos que colhem os dados ali contidos, sem repercusso sobre direitos ou interesses coletivos. No mrito, em 15/06/2000, foi considerada improcedente a ao quanto ao mencionado artigo 6 e suspenso o julgamento relativamente ao artigo 7. A partir da MP 1.863-52, de 26/08/1999, a mencionada restrio no mais constou do texto legal e de suas reedies e, por conseguinte, da Lei n 10.522/2002, que dispe sobre o CADIN. Diante desse entendimento, e tendo em vista a impreciso no ofcio de audincia enviado pelo TCU no presente caso, o relator absteve-se de sugerir qualquer tipo de apenao. Aps ressaltar que no se encontrava devidamente comprovada nos autos a alegao de que, no mbito do Convite n. 005.8.001.03.0, o Cadin teria sido consultado, o relator props e o Plenrio decidiu determinar Transpetro que realize consulta prvia ao Cadin, conforme disposto no art. 6 da Lei 10.522/2002, juntando aos respectivos processos os documentos comprobatrios dessa prtica, inclusive no que