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1 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito 1|_-DQHLUR 1|_-DQHLUR EDIÇÃO ESPECIAL FIM DE ANO EDIÇÃO ESPECIAL FIM DE ANO O ano 2011 jamais sairá da memória de todos nós. O ano 2011 jamais sairá da memória de todos nós. Porquê? Vem descobrir com a rubrica especial por Daniel Porquê? Vem descobrir com a rubrica especial por Daniel Albino | 8 Albino | 8 SEGUE-O Os jovens e a política por Joana Rodrigues | 4 Rubrica Internacional 2011—O fim do “War on Terror”? por Miguel Turnbull |6 M ais um ano passou : memórias, situações e datas têm de ser revividas. Nesta edição especial, vem relembrar o inesquecível ano 2011. A política mundial vive mais uma reviravolta nesta crise cujo fim não está à vista.. O Médio Oriente aproxima-se do Ocidente fazendo-se acompanhar por novas potências como China e Índia. Que futuro nos reserva o novo ano 2012?

Lado Direito Edição Especial (5)

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Lado Direito 5ª Edição

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1 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

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EDIÇÃO ESPECIAL FIM DE ANOEDIÇÃO ESPECIAL FIM DE ANO O ano 2011 jamais sairá da memória de todos nós. O ano 2011 jamais sairá da memória de todos nós. Porquê? Vem descobrir com a rubrica especial por Daniel Porquê? Vem descobrir com a rubrica especial por Daniel Albino | 8Albino | 8

SEGUE-O

Os jovens e a política

por Joana Rodrigues | 4

Rubrica Internacional

2011—O fim do “War on

Terror”? por Miguel Turnbull |6

M ais um ano passou : memórias, situações e datas têm de ser

revividas. Nesta edição especial, vem relembrar o inesquecível ano

2011. A política mundial vive mais uma reviravolta nesta crise cujo

fim não está à vista.. O Médio Oriente aproxima-se do Ocidente fazendo-se

acompanhar por novas potências como China e Índia. Que futuro nos reserva o

novo ano 2012?

2 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

nesta edição

Página 4

Os jovens e a política Por Joana Rodrigues

Página 6

Rubrica Internacional: 2011—O fim do “War on

Terror”? por

Miguel Turnbull

Página 8

Especial 2011—Fim de Ano

por Daniel Albino

Página 15

Tribuna da Liberdade por

Samuel de Paiva Pires

Página 17

Agenda

Editor

Joana Martins Rodrigues

Colaboradores

Filipe Carneiro de Almeida

João Empis

Joaquim Henriques

Corrector Linguístico

Ricardo Raposo Lopes

equipa

3 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

EDITORIAL JOANA RODRIGUES | EDITOR DE

“LADO DIREITO”

Decido fazer uma reflexão sobre as seis edições deste ainda novo jornal electrónico do qual sou editora.

Durante estes seis meses temos conseguido transmitir o trabalho realizado e a dedicação da Concelhia de Lisboa da Juventude Popular. Posso afirmar que trabalhámos afincadamente desde a filiação de novos militantes até às actividades in loco .

Relativamente aos frutos que as sucessivas publicações deste Jornal trouxeram, estes foram, sem dúvida, gratificantes tendo em conta todo o apoio dos leitores, dos membros da Concelhia e da disponibilidade de militantes como Samuel de Paiva Pires (tendo o seu lugar de destaque no Jornal com a Rubrica “Tribuna da

Liberdade”), Miguel Turnbull, com a sua rubrica internacional, Daniel Albino que é um incansável apoiante do sucesso do Lado Direito. A equipa que giro acredita que ainda é possível fazer chegar o nosso pensamento, a nossa ideologia e a demonstração da nossa preocupação a muitas pessoas. Não apenas pela existência das famosas redes sociais, mas também pelo esforço de todos nós.

Quero agradecer a participação de Tiago Loureiro — Editor Jornal “O Jovem” da Maia; Catarina Alves — Presidente da CPD de Lisboa; Ricardo Raposo Lopes pela correcção linguística, João Empis e a todos os outros contribuintes.

Assim, acredito que a Juventude Popular é competente e eficaz. É cada vez maior, qualitativamente.. Muito me apraz pertencer a esta juventude partidária.

Um especial agradecimento à muito competente e merecedora Presidente da CPC de Lisboa da Juventude Popular, Raquel Paradella Lopes.

A todos, um excelente 2012!

4 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

Os jovens e a política Um novo ano espera-nos. Um ano onde depositamos melhores expectativas, mesmo sabendo que o futuro nos porá à prova.

Assim, todos os meses, teremos, em jeito de inquérito, a opinião dos estudantes do ensino superior no que diz respeito à situação socioeconómica do país e do mundo, bem como muitos outros assuntos que possam ser alvo de alguma curiosidade por parte dos leitores.

Para a quinta edição do Lado Direito, e a primeira de 2012, inquirimos alguns alunos do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Foi do nosso interesse saber se os jovens acreditam no propósito da existência das juventudes partidárias, bem como se são pertencentes a alguma delas e também as de que são conhecedores. Generalizámos as questões para a actual situação do país e do mundo; que expectativas têm estes alunos — serão positivas ou, pelo contrário, pouco esperançosas?

Inquirimos 30 alunos maioritariamente do sexo feminino com idades compreendidas entre os 18 e os 23 anos.

No que diz respeito à concepção relativamente ao propósito de uma juventude partidária, estes jovens afirmam que as mesmas servem para que, jovens unidos e com os mesmos ideias, consigam que as suas ideias sejam ouvidas. Maioritariamente, os jovens estão familiarizados com a existência da Juventude Popular (JP), Juventude Socialista (JS) e Juventude Social-democrata (JSD), poucos foram aqueles que mencionaram a Juventude Comunista Portuguesa (JCP). Quando a questão passa pela avaliação da participação das Juventudes Partidárias na vida política do país, as opiniões dividem-se. Alguns acreditam que as organizações são deveras activas e que isso se traduz,

5 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

por exemplo, em alguns conhecidos deputados da Assembleia da Republica

que, outrora, pertenceram a determinada Juventude. Outros, afirmam que a

participação é diminuta e que nunca puderam observar nenhum tipo de

actividade relevante.

O tipo de questões distancia-se um pouco e passamos para a questão do

direito de voto. Será que este direito traduz a expressão democrática da

vontade popular? A esmagadora maioria dos inquiridos considera que o voto

é a forma mais justa e democrática de expressão da vontade da população. ´

Para última análise, colocámos duas questões mais abrangentes e que

permitiriam o desabafo dos alunos. Como poderão eles caracterizar a actual

situação socioeconómica do país e do mundo e que expectativas nutrem?

Muitos foram aqueles que transformaram os seus pensamentos em pequenas

frases que exprimem desabafos momentâneos e sem qualquer tipo de

esperança. O presente atravessa-se negro e assim continuará segundo a

opinião dos diversos inquiridos.

Desta forma, compreendemos que os jovens adultos e futuras gerações que

suportaram o desenrolar desta crise, não depositam grandes expectativas no

futuro de Portugal, nem no resto do Mundo. Aos seus olhos, a política está

estagnada e os jovens não conseguem actuar de forma a tornar esta crise

social e económica reversível.

Joana Martins Rodrigues

Editora do Jornal “Lado Direito”

Vogal do Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha

da Juventude Popular

6 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

O final do ano transacto trouxe consigo uma, já há muito aguardada, mudança no plano

internacional.

Barack Obama anunciou a retirada definitiva

dos contingentes militares no Iraque e Afeganistão. Todo o processo já se vinha

desenrolando desde o início do ano mas apenas no fim do mesmo se reuniram as condições para que a presença militar aliada

nos dois países fosse diminuída a um mínimo indispensável.

Esta retirada fazia parte do projecto político com que Obama concorreu à Casa Branca e a demora na sua concretização levantava já

protestos das alas mais à esquerda do seu partido.

Este significa o fim de dez anos de conflitos inseridos no paradigma que dominou a

agenda internacional na última década. A Guerra contra o Terrorismo foi iniciada por George W. Bush após os ataques do 11 de

Setembro e significou uma mudança significativa na forma como os Estados

lidavam com a questão do terrorismo. Durante esse período muito se escreveu sobre

a legitimidade, as motivações e os resultados destes conflitos. Agora será talvez a melhor altura para fazer uma retrospectiva deste

decénio.

Os atentados marcaram um ponto de viragem

conceptual de terrorismo, que anteriormente era considerado uma questão interna dos Estados, passando agora a consistir um

problema global. Ao se globalizar o terrorismo está se também a assumir que a resposta terá

de ser global. Bush deixou isso muito claro ao

encetar diligências para que a comunidade

internacional apoiasse os EUA na sua

perseguição pelo m u n d o d o s perpetradores dos

atentados. Aqui se levanta uma questão

relevante, num plano internacional onde o respeito pela soberania dos Estados é a regra, como perseguir actores

não estatais sem violar as práticas internacionais. A resposta reside em dois

conceitos básicos, a legitimidade da resposta a um ataque e a insegurança criada pelos

estados pária (rogue states no inglês).

Ao assumirem o combate ao terrorismo como uma guerra, os EUA legitimam-na como resposta a um ataque contra o seu território. Com isto asseguram a legitimidade de contra-atacar e empregar todos os meios nessa senda. Na perseguição às organizações terroristas não existe um alvo facilmente identificável como seria o caso de uma guerra contra outro Estado. O terrorismo internacional tem a vantagem de poder utilizar as estruturas de comunicação global e funcionarem na clandestinidade. Os Estados Unidos procuraram então materializar o terrorismo em Estados que consideraram perigosos para a segurança colectiva global, por serem controlados por regimes adversos à ordem internacional.

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O fim do

por Miguel

7 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

Miguel Turnbull

Colaborador do Gabinete de Estudos e Formação

Política

Estes países estão muitas vezes ligados ao apoio de organizações d e c r i m e i n t e r n a c i o n a l tenham elas c a r á c t e r terrorista ou não. Estados como o A f e g a n i s t ã o , Iraque, Irão e Coreia do Norte

foram então considerados membros do “Eixo do Mal”.

A conjugação da legitimidade com a identificação de alvos materiais permitiu prosseguir com a campanha contra o terrorismo desta feita atacando Estados considerados seus apoiantes. O resto da história é sabida, o derrube dos regimes nos países invadidos não tem os efeitos que se esperavam e os ataques terroristas contra alvos ocidentais continuaram.

Mesmo após a morte da vários dos seus líderes, as organizações terroristas

conseguiram manter-se na actividade clandestina fazendo pairar constantemente o

medo de novos ataques em larga escala. Com a morte de Ossama Bin Laden em Maio do ano passado, o principal objectivo dos EUA

parece ter sido concluído mas nada garante que as ideologias e o fanatismo por detrás dos

feitos terroristas tenham sido derrotados.

A comunidade internacional terá de repensar

a estratégia da luta contra o terrorismo uma vez que estes dez anos terão servido apenas

de corolário da ineficácia dos meios puramente militares na resolução do

problema. Este é o reconhecimento de que a Doutrina Bush não é claramente o caminho a seguir no que se refere à criação de um

ambiente de segurança internacional.

Apesar de actualmente a atenção

internacional estar mais virada para questões de segurança económica, não podemos deixar de pensar estas matérias pois a actividade

terrorista poderá utilizar as nossas fraquezas para recrudescer.

Que este ano, que agora começa, traga novas ideias e novos debates sobre a segurança internacional.

11 “War on Terror”? Turnbull

8 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

ESPECIAL 2011ESPECIAL 2011ESPECIAL 2011ESPECIAL 2011

Por Daniel Albino

Volvidos dez anos desde a moeda única, nunca o projecto Europeu esteve tão em risco como agora, se por um lado a Europa deveria estar já numa fase bem

adulta, por outro o ano de 2011 foi um desastre para o projecto Europeu, com sérios recuos na integração Europeia. Muitas foram as mudanças no plano económico, politico e social. A crise intensificou-se e, já não é só económica, muitas foram as mudanças políticas em Portugal e no Velho Continente. Movimentos de ‘Indignados’ e ‘Ocupas’ alteraram comportamentos sociais e a contestação política mudou de forma,

com grandes manifestações por todo o Mundo. Se o ano transacto começou sob a égide da ‘Primavera Árabe’, não foi diferente o fim-de-ano com preocupantes noticias que nos chegam daquela região. O Mundo mudou, morreram ditadores e terroristas, ultrapassamos a barreira dos 7 mil milhões de habitantes, mas mais uma vez foi a Natureza que mais nos impressionou com o sismo no Japão. O

‘Lado Direito’ apresenta agora um ‘Especial 2011’, um olhar sobre a JP e as suas mudanças, o CDS-PP e o seu crescimento, o país e os novos protagonistas, sem esquecer o contexto global em que vivemos. Dedicamos neste ‘Especial 2011’ ao que, de relevante, aconteceu em 2011.

9 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

01| Janeiro

O ano começou com Mudanças no panorama Internacional, Dilma Rousseff iniciava a primeira das grandes alterações políticas do ano, com a sua Tomada de Posse como Presidente do Brasil, a 1 de Janeiro de 2011. Em Dezembro, depois do seu desempenho do ano, ultrapassou o Reino Unido, fixando-se como a sexta maior Economia Mundial. Contudo, as grandes alterações políticas deste mês aconteceram no Norte de Africa, a ‘Primavera Árabe’ dava os primeiros passos, vitimando o regime Egípcio. Por cá, Cavaco Silva, apoiado pelo PSD e CDS-PP, consegue a reeleição como Presidente da República, sendo eleito à primeira volta, com 52,95% dos votos. Cavaco concorria à reeleição contra Manuel Alegre, apoiado pelo PS e pelo BE, Fernando Nobre, independente, Francisco Lopes, apoiado pelo PCP, José Manuel Coelho, o primeiro Madeirense candidato à Presidência da República e Defensor Moura, deputado Socialista, mas candidato independente. Mas são dois os grandes apontamentos destas Presidenciais, o tipo de campanha e o valor da abstenção, 53,48%. Neste mês, a crispação Socialista crescia de tom, negando a necessidade de um pedido de assistência financeira a Portugal, José ignorava a crescente pressão dos Mercados Financeiros a Portugal. O Brasil era mais uma vez notícia, mas pelos piores motivos, as cheias de que há memória vitimaram centenas de pessoas. Por cá, o mês terminava com a compra da Oi pela PT, no maior negócio alguma vez feito por uma empresa portuguesa.

02| Fevereiro A Europa cada vez mais preocupada com a situação vivida pela moeda única, após os resgates Grego e Irlandês e com o agravamento da situação dos países periféricos, como Portugal e Espanha, cria o Fundo de Estabilização Financeira, a fim de garantir eventuais resgates na Zona Euro. A ‘Primavera Árabe’ continua a florescer, alastrando-se, em Fevereiro, à Líbia e ao Bahrain. A Justiça Portuguesa voltava a dar que falar com dois processos muito mediáticos, primeiro, o início do processo ‘Face oculta’, envolvendo entre outros, o, na altura, Primeiro-Ministro José Sócrates, que viria a acabar o mês, com o envolvimento do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, que mandará destruir todas as escutas do processo. O segundo, o ‘Caso Rui Pedro’ chegava a julgamento com o Ministério Público a acusar Afonso Dias de rapto do menor. A força da Natureza volta a sentir-se, desta feita, na Oceânia, com um sismo a atingir a Nova Zelândia, causando centenas de mortos. Internamente, o Mês de Fevereiro é determinante para o rumo político do Partido, a 12 de Março, Paulo Portas, candidato único à liderança, nas Directas, é reeleito Presidente do Partido, ficando o Congresso marcado para o mês seguinte.

10 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

03| Março03| Março03| Março03| Março Internamente, o mês de Março é de grande importância para a Juventude Popular, que, no 24º Congresso do CDS-PP, consegue que a sua proposta de alteração de Estatutos altere o modelo de eleição do Presidente Partido, sendo o primeiro Partido a acabar com as Directas. O Congresso confirma a liderança de Paulo Portas que renova a equipa, já em conturbado período da vida política portuguesa. José Sócrates tenta a “salvação” do seu governo, procurando apoio nos parceiros comunitários a quem anuncia o PEC IV, sem que previamente o tenha feito em Portugal. O quarto Plano de Estabilidade e Crescimento da ‘Era Sócrates’, propunha-se a ser o grande garante da estabilidade portuguesa. Em Portugal, o PEC não convenceu e o CDS-PP manteve-se fiel ao que anteriormente achara dos seus antecessores, já o PSD recusou-se a viabilizar o documento, sendo o mesmo chumbado por todas as bancadas parlamentares. Sem maioria parlamentar e chumbado o último garante de governação socialista, Sócrates apresenta a demissão a 23 de Março ao Presidente da República. Este último que, na Tomada de Posse, a 9 de Março prometera uma Magistratura Activa tecendo duras criticas à governação de José Sócrates, acabando por serem convocadas eleições legislativas para 5 de Junho. A ‘Primavera Árabe’ entra numa nova fase com os Aliados Ocidentais a interferir na Líbia – através da NATO - após o início da Guerra Civil entre Rebeldes e apoiantes pró-Kadhafi. O mês não terminaria sem uma tragédia Natural, um sismo no Japão, que gerou posteriormente um tsunami, são causadores de mais de 30 mil mortos e da maior catástrofe nuclear desde Chernobyl,

04| Abril

O mês de Abril começa com o carimbo de José Sócrates, se por um lado, vencido pelas evidências, dirige um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia, depois de vários meses de teimosia socialista que arrastou Portugal para uma situação insustentável de pagamento de juros pela dívida soberana. Na mensagem explicativa dirigida aos portugueses, Sócrates, uma vez mais descartou responsabilidades sobre a situação financeira do país, responsabilizando o chumbo do quarto Plano de Estabilidade e Crescimento. Nesse mesmo fim-de-semana, o PS realiza o seu Congresso que legitima Sócrates rumo às eleições legislativas, sendo Sócrates considerado ‘’campeão’’ na defesa dos portugueses, por alguns destacados ‘’camaradas’’ Socialistas. O então ‘PM’ demissionário aproveita a reunião magna do partido de forma a vitimar-se rumo a uma tentativa de reeleição. Passados seis dias do pedido de assistência financeira, chega, a Portugal, a ‘Troika’ – missão técnica da Comissão Europeia, BCE e FMI, de forma a iniciarem as negociações para o programa de ajuda externa. Neste mesmo mês, a Justiça portuguesa volta a dar que falar com a condenação de Fátima Felgueiras. A ‘Primavera Árabe’ vitima, em Abril, o filho mais novo de Khadafi.

11 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

05| Maio Maio começa com uma notícia de última hora’, o terrorista mais procurado do Mundo é morto pelos serviços especiais norte-americanos, é desta forma que o Presidente Estado-Unidense anuncia a morte do líder da Al Qaeda, Ossama Bin Laden. Chegava ao fim a vida do terrorista mais procurado do Mundo desde os Atentados de 11 de Setembro de 2011. (não será 2001?) No mesmo dia em que o Mundo recebia a morte de Bin Laden, milhões de Católicos por todo o Mundo assistiram a beatificação de João Paulo II, ocorrido a 1 de Maio na praça S. Pedro, sendo este o processo de beatificação mais rápido de sempre. Portugal mergulhado na crise financeira conhece a 5 de Maio, após o período negocial, que incluiu a audição dos Partidos do Arco da Governabilidade, a ‘troika’ apresenta o Plano de Assistência Financeira que dá a Portugal 78 mil milhões a serem distribuídos por várias tranches, de acordo com o cumprimento de metas estipuladas pelo ‘Memorando de Entendimento da Troika’ assinado pele Governo demissionário e pelo CDS-PP e PSD. O Mundo Judicial era abalado, em Maio, pela prisão de Dominique Strauss-Kahn, Presidente do FMI, após uma acusação de assédio sexual a uma empregada de um hotel de Nova Iorque, a prisão de Strauss-Kahn ditou o seu afastamento do FMI e a retirada da corrida às Presidenciais Francesas de 2012. O ano de 2011 fica marcado pelos movimentos de Indignados um pouco por todo o Mundo, destacando-se, em Maio, o movimento ’15-M’ iniciado na capital espanhola, mas que rapidamente se alastrou a todo o Mundo.

06| Junho Junho é o mês de viragem política em Portugal, a 5 deste mês José Sócrates perde as eleições legislativas e os grandes vencedores da noite o CDS-PP e o PSD, vencedor do escrutínio eleitoral. Do novo quadro legislativo, a Assembleia da República passa a ter a seguinte composição: PSD, 108 deputados, PS, 97, CDS-PP, 24, CDU, 16 e BE, 8 – representando a seguinte percentagem: PSD, 38,65%, PS, 28,06%, CDS-PP, 11,7%, CDU, 7,91% e BE, 5,17%. Mas o grande derrotado da noite foi o BE que viu o seu grupo parlamentar reduzido para metade dos parlamentares. A urgência de cumprir o ‘Memorando da Troika’ obrigou a uma rápida formação de Governo, pedindo Cavaco Silva, que uma solução governativa fosse encontrada até 15 de Junho, a mesma acabou por estar pronta a 17 de Junho com o anúncio dos nomes do novo executivo. A solução governativa surgiu em forma de coligação, ‘Maioria para a Mudança’ o compromisso assumido entre PSD e CDS-PP, destacando-se no elenco governativo três ministros, Paulo Portas, Ministro de Estado e dos Negócios Estrageiros, Pedro Mota Soares, Ministro da Solidariedade e Segurança Social e Assunção Cristas, acumulando um superministério, Agricultura, Mar, Ordenamento de Território e Ambiente. O CDS-PP ocupa ainda diversas pastas nas Secretárias de Estado. A nova Assembleia da República apresenta também uma novidade, Assunção Esteves é a primeira Presidente da Assembleia da RepúblicaRaquel Paradella Lopes é reeleita presidente da concelhia de Lisboa para mais um mandato.

12 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

07| Julho A morte de Maria José Nogueira Pinto marca o mês de Julho. Aos 59 anos vítima de um cancro no pâncreas, a ex-dirigente do CDS-PP e deputada eleita pelo PSD no círculo eleitoral de Lisboa é vencida pela doença. Depois de um currículo invejável, a Política Portuguesa perdia um dos seus melhores agentes, No início do mês, a Moody’s, agência de notação financeira, baixa o rating de Portugal, colocando o país com a notação de lixo. Uma das principais medidas do Governo, dando cumprimento ao ‘Memorado da troika’ decide em Conselho de Ministros o fim das ‘golden shares’. Mas as mudanças propostas pelo executivo atingiram também a Educação que sofria, no mês de Julho, uma grande reestruturação. A crise das dívidas europeias leva a que a Grécia quase caía em incumprimento, acabando por ser salva no limite pelos parceiros Europeus, agudizando-se a ‘Crise do Euro’. A ‘Primavera Árabe’ vitima o regime Líbio, com a queda de Trípoli nas mãos dos rebeldes, na Síria, o líder dos rebeldes é morto por tropas leais ao regime. Ainda em Julho, nascia mais um país no Mundo, o Sudão do Sul, que se separou do Sudão. Mas o mês tem ainda desenvolvimentos policiais com um ataque em Oslo, quando Anders Breivik matou a tiro jovens de um acampamento de Verão. Internamente, a Juventude Popular sofre grandes alterações, Miguel Pires da Silva é eleito Presidente da JP, sucedendo a Michael Seufert, apresentando a moção ‘Unir para Crescer’ vencedora do XVIII Congresso da JP.

08| Agosto

A expreesão ‘verão Quente’ assume um novo sentido em Londres após uma semana de violentos confrontos entre manifestantes e autoridades locias, a viol~encia dos incidentes leva a deslocalização de militares para a capital Inglesa. Os incidentes levam a milhões em prejuízos, a perdas humanas e ao esgotamento parcial de unidades prisionais de toda a área metropolitana da capital londrina. No Mundo em Português, o mês fica marcado pelas eleições presidências em Cabo Verde, sendo estas ganhas pelo candidato do MpD, Jorge Carlos Fonseca, que venceu as eleições a segunda volta.

13 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

09| Setembro

O regresso da ‘silly season’ é marcado pela

apresentação de mais medidas de austeridade.

Vitor Gaspar, Ministro de Estado e das Finanças,

apresenta o Documento de Estratégia

Orçamental, onde apresenta as linhas gerais do

Orçamento para os próximos quatro anos.

Reduzindo o numero de funcionários públicos,

fixando tectos de endividamento e a definição

de cortes estratégicos. Outra das exigências da

‘troika’ no que diz respeito ao ‘Memorando de

Entendimento’, são as alterações ao Código do

Trabalho, cuja principal alteração é o valor das

indemnizações. A Justiça Portuguesa volta a

estar em destaque no mês de Setembro com a

condenação, com a pena máxima, de Henrique

Soteiro, pelos crimes de violação na zona de

Telheiras. Outros dos casos da Justiça neste mês

é a prisão de Isaltino Morais que acaba por

passar poucas horas detido. Internamente,

Setembro fica marcado pela eleição de Catarina

Alves como presidente da Distrital de Lisboa.

|

10| Outubro O mês começa com a atribuição dos Prémios Nobel, sendo o Nobel da Literatura Tomas Transtomer e Nobel da Paz, atribuído a três mulheres, - Ellen Johnson-Sirleaf, Leymah Gbowee- e à jornalista iemenita Tawakkul Karman. O mês fica ainda com a referência da morte do fundador da Apple, Steve Jobs. Mas o principal acontecimento político do mês é a vitória de Alberto João Jardim nas eleições Regionais da Madeira, depois de descobertos buracos nas contas públicas que AJJ teria ocultado durante anos. O clima de crispação de toda a campanha e a falta de diálogo democrático ficam bem presentes no decorrer da campanha. Do escrutínio, o CDS-PP é o grande vencedor, tornando-se a segunda força política da ilha, sendo o principal derrotado o BE que não consegue nenhum parlamentar no Parlamento Regional. O Mês de Outubro fica ainda marcado pelo anúncio de mais austeridade, a ser sentida pelos Portugueses no ano de 2012. No seguimento das manifestações populares, dos ‘auto-designados’ indignados, Outubro regista uma manifestação mundial, a 15 desse mês. A ‘Primavera Árabe’ vitima o Coronel Kadhafi que é assassinado nas mãos dos rebeldes. Outubro assistiria ainda à renúncia á violência por parte da ETA, que anunciava assim um cessar fogo. A natureza volta a surpreender, desta vez com um violento terramoto na Turquia. Mas Outubro termina com a Grécia no centro do furacão Europeu, com o ‘PM’, George Papandreou, a anunciar a intenção de referendar a ajuda externa, alarmando todos os parceiros comunitários. Internamente, há mudanças na Juventude Popular Distrital do Porto, que passa a ser liderada por João Ribeirinho Soares.

14 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

11| Novembro Novembro é mês de grandes mudanças e de elevação de Portugal, o mês ficará para sempre marcado pela elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade e pela aprovação do Orçamento de Estado mais difícil da sua história democrática. Mas é a instabilidade Europeia que acaba por ser dominante neste mês, os governos grego, de George Papandreou e italiano de Silvio Berlusconi não aguentam a pressão da crise da dívida soberana e acabam por cair nas mãos das exigências do mercado, sendo o executivo grego, agora, liderado por Lucas Papademos e o italiano por Mário Monti, ambos governos de unidade nacional. Também a Espanha sofre alterações no seu executivo, mas por via eleitoral, os Socialistas do PSOE vêem a sua política condenada nas urnas, obtendo o PP uma vitória histórica. A ‘Primavera Árabe’ continua a somar vítimas, na Líbia um dos filhos de Kadhafi é detido e no Egipto é o regresso da violência no processo de transição. A Justiça Portuguesa fica marcada pela prisão de Duarte Lima, ex-deputado, acusado de fraude fiscal em Portugal, depois de já estar a braços com a justiça Brasileira. A nível social, foi a Greve Geral, marcada pelas duas principais centrais sindicais que veio agitar o mês em análise, tendo mesmo manifestantes e autoridades envolvidos em confrontos.

12| Dezembro O mês de Dezembro é marcado por três mortes, o líder da revolução de Veludo, Vaclav Havel, responsável pela transição da Checoslováquia para a democracia, o querido líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, a quem sucedeu o filho mais novo, ainda que com poucos pormenores sobre a transição e a perda de um nome ‘património português’ Cesária Évora, a diva dos pés descalços que em muito contribuiu para a difusão da Língua Portuguesa no Mundo. O Executivo aprova em Dezembro duas medidas de importância para a sustentabilidade da economia: a transferência do fundo de pensões da Banca para a Segurança Social, a fim de controlar o défice e o aumento, em meia hora de trabalho, visando aumentar a competitividade dos trabalhadores portugueses. É igualmente relevante o facto, de em Dezembro, terminarem oficialmente as SCUT em Portugal. Mas é uma vez mais a Europa que domina os acontecimentos do mês, a ameaça de colapso da moeda única leva a mais uma cimeira extraordinária de salvação da moeda única, cimeira que fica aquém das expectativas, uma vez que não conseguiu que o Reino Unido subscrevesse o novo Acordo Europeu, que determina regras mais apertadas. A nível económico, o ano de 2011 termina com a venda da participação estatal da EDP à Chinesa Three Gorges, dando inicio ao programa de privatizações imposto pela ‘troika’. Internamente, a Distrital de Leiria, era assumida por Diogo Carvalho e a Distrital de Setúbal, via Francisco Marque ser reeleito Presidente da referida estrutura.

15 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

Tribuna da Liberdade

por Samuel de Paiva Pires

Vice-Presidente da Mesa da Concelhia de Lisboa da JP

Crisis state of mind

Solicitou-me a editora do nosso Lado Direito que redigisse um artigo em jeito de balanço do ano que se findou. Confesso que depois de ter lido, visto e ouvido tantos balanços a relembrar o ano de 2011 fiquei enfastiado. Por isto, e desde já rogo que me desculpes, Joana, em vez de procurar repetir aqui o que já todos sabem, optei por discorrer sobre aquilo que está na mente de todos desde há algum tempo a esta parte e que é definitivamente a palavra que marca o ano transacto: a crise.

Ora e porque em português nenhuma tradução do título supra me soava minimamente atraente e pomposa, apresento desde já as minhas desculpas aos caríssimos leitores por me atrever a dar um título em “estrangeiro”. Noutra língua poderia também ser Schaum der Tage, ou seja, espuma dos dias. Porque na verdade, a crise é, entre as suas várias dimensões, também e sobretudo um estado de espírito, que neste contexto da modernidade líquida (termo cunhado por Zygmunt Bauman), em

que tudo é efémero e provisório, assume contornos que de uma forma generalizada roçam o cataclismo apocalíptico, coisa que tende a atrair facilmente a mente humana. Na espuma dos dias, praticamente não houve dia algum durante o ano de 2011 em que não surgissem notícias em Portugal, na Europa, nos Estados Unidos da América, a sugerir o iminente colapso da civilização ocidental. Civilização esta que ao conjunto do seu património histórico, cultural e espiritual alia ainda os mais altos níveis materiais de bem-estar e desenvolvimento humano de todo o mundo. Parecemos ter uma atracção inegável pelo apocalipse.

Acontece que apocalipse significa revelação, ou seja, não é algo necessariamente negativo, ao contrário do que o emprego habitual da palavra deixa adivinhar. Significa que, após uma revelação, após uma determinada alteração, como cantam os comunistas, “o sol brilhará para todos nós”. E não só isto se passa com a palavra apocalipse como também com aquela que está profundamente sedimentada nas mentes de milhões de pessoas e que tem conexões óbvias com o significado da primeira. Etimologicamente, crise provém do grego krísis e do latim crĭsis e significa momento de decisão, de transição. E na realidade, é essencialmente disto que se trata quando se fala em crise, especialmente quando é qualificada de sistémica. De forma simplista, uma crise tem três fases: pré-crise, escalada e resolução. E esta resolução, em sistemas complexos, faz-se por uma de duas vias ou capacidades, a homeoestase ou a homeorese.

No caso da primeira, o sistema preserva-se, integrando as problemáticas com que se depara através de processos de aprendizagem simples, nunca realmente se alterando de sistema.

16 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

No segundo caso, normalmente derivado da ineficácia da capacidade homeostática em responder a um problema, ocorre um processo de superação do paradigma sistémico vigente por via de um processo de aprendizagem complexa, mudando-se verdadeiramente de sistema. Neste sentido, parece-me que estamos actualmente a assistir a uma gigantesca e, de certa forma, dolorosa, reestruturação do sistema financeiro e económico internacional, com reflexos geopolíticos que se vão definindo de forma ténue.

Não é segredo para ninguém, em particular para os que têm lido os meus artigos publicados nesta coluna, que considero a mentalidade racionalista construtivista e planeamentista e o crony capitalism (promiscuidade entre actores políticos e agentes económicos) como factores largamente responsáveis pela crise que vamos vivendo. Mas apesar de tudo, e porque um conservador é um optimista moderado (como afirma Roger Scruton), se colocarmos a nossa visão do mundo em perspectiva e relativizarmos um pouco os tempos em que vivemos, não há que entrar em desespero, ainda que perante a catadupa de notícias e acontecimentos que enformam o estado de espírito generalizado vigente. Se nos desprendermos da nossa tradicional visão eurocêntrica, percepcionaremos claramente que vivemos num mundo melhor que o de há escassos 100 anos. Basta pensar, por exemplo, que nas últimas décadas, por via da globalização, milhões de pessoas saíram da pobreza extrema. Não podemos negar que existem problemas, muito pelo contrário, e um espírito crítico é algo sempre saudável e muito necessário para uma sociedade vibrante e com uma cidadania que se pretende activa e participativa. Mas, como em tudo na vida, há coisas negativas mas também positivas. A natureza humana é

imperfeita, pelo que é simplesmente utópico pensar que alcançaremos alguma vez um mundo perfeito e acabado. Como escreveu Camões, “todo o mundo é composto de mudança”. Temos é que saber encará-la. Crises sempre existiram e continuarão sempre a existir na humanidade. Neste momento de transição, em que 2011 ficará definitivamente marcado pela crise e por movimentos como os Indignados, Occupy Wall Street e a Primavera Árabe, e quando em Portugal enfrentamos provavelmente um dos anos mais difíceis das últimas duas décadas, permitam-me deixar esta mensagem contra os histerismos que nos fazem temer regressar quase à Idade da Pedra.

Quanto ao nosso país, é seguir o lema britânico “Keep Calm and Carry On”, para que, como escreveu Fernando Pessoa, ainda possamos cumprir Portugal. Não será fácil, mas se há algo verdadeiramente constante na nossa História são as permanentes crises económicas, sociais e políticas em frente das quais nos soubemos reinventar. Cabe-nos, reportando-me a Portugal na Balança da Europa de Almeida Garrett, “não nos iludir com aparências, não nos cegar com facilidades. Temos estorvos grandes que remover, obstáculos imensos que superar, grandes e perplexas e quase inextricáveis dificuldades que deslindar e desembaraçar. (…) Venceremos, mas não sem trabalho. Havemos de triunfar, mas não sem sacrifício”.

Finalizo expressando o meu desejo de que tenham um óptimo ano de 2012!

17 Edição Especial Janeiro 2012| Lado Direito

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