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Laura M. G. Duarte Laura M. G. Duarte Centro de Desenvolvimento Sustentável Centro de Desenvolvimento Sustentável Universidade de Brasília – CDS/UnB Universidade de Brasília – CDS/UnB A Dimensão Territorial da A Dimensão Territorial da Descentralização no Brasil Descentralização no Brasil

Laura M. G. Duarte Centro de Desenvolvimento Sustentável Universidade de Brasília – CDS/UnB A Dimensão Territorial da Descentralização no Brasil

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Laura M. G. DuarteLaura M. G. Duarte

Centro de Desenvolvimento Sustentável Centro de Desenvolvimento Sustentável

Universidade de Brasília – CDS/UnBUniversidade de Brasília – CDS/UnB

A Dimensão Territorial da A Dimensão Territorial da Descentralização no BrasilDescentralização no Brasil

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Dados sobre o BrasilDados sobre o Brasil

Area Total – 8.514.876,599 Km226 Estados e Distrito Federal5 Regioes – Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-OesteBiomas – Amazonia, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Pampa, Mata AtlanticaNumero de Municipios – 5.561Numero de Territorios Rurais – 126 abrangendo 1.916 municipios Populacao – 169.799.170

Urbana – 137.953.959Rural - 31.845.211Taxa de crescimento 1991/2000 – 1,6

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DivisDivisãoão Administrativa do Brasil Administrativa do Brasil

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Gênese da descentralização brasileiraGênese da descentralização brasileira

Anos 80

Processo Constituinte

Constituição de 1988 – “Constituição Cidadã”, “Constituição Municipalista”

Principais Fundamentos da Constituição de 1988Principais Fundamentos da Constituição de 1988

Pluralismo político e democracia – projeto nacional em bases participativas

Descentralização do poder – municipalização; autonomia dos municípios; redistribuição de competências e funções, de forma a incrementar o acesso da população aos serviços sociais e aos instrumentos de decisão e controle

Em 2001 existiam aproximadamente 27 mil conselhos, abrangendo 99% dos municípios brasileiros, numa média de 5 conselhos por município (IBGE).

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Noção de desenvolvimento como base para Noção de desenvolvimento como base para a abordagem territoriala abordagem territorial

O desenvolvimento é entendido como um processo que envolve múltiplas dimensões que contribuem para o futuro de um território: dimensão econômica; dimensão sociocultural; dimensão ambiental; dimensão político-institucional.

A dimensão político-institucional é aquela que permite o exercício mais efetivo da descentralização, uma vez que se ancora na potencialização de institucionalidades, nas quais as políticas territoriais são negociadas, elaboradas e geridas pelos diversos atores do território.

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Abordagem Territorial como estratégia de Abordagem Territorial como estratégia de apoio ao desenvolvimento apoio ao desenvolvimento

Reconhecimento da diversidade, das desigualdades sociais e regionais.

Necessidade de reformatar a relacao entre os tres niveis de governo, o papel do Estado e a relacao entre o Estado e a Sociedade.

Necessidade de descentralização das políticas públicas, com atribuição de competências aos atores locais.

Escala territorial é mais adequada para dar conta da heterogeneidade e das especificidades locais e do território.

O território é a unidade que melhor dimensiona os laços de proximidade e de identidade entre atores locais que podem ser mobilizados em torno de uma visão de futuro e de ações para o desenvolvimento.

Território de identidade, “construído” pelos atores locais/territoriais.

Cooperação entre agentes públicos e privados.

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Questões

Os limites e o papel do Estado (e da Uniao) e de sua relação com a sociedade no processo de construção social do territorio e de desenvolvimento territorial (dos recursos arrecadados: Uniao 57,85%, Estados 25,75% e Municipios 16,75%).

O processo de escolha dos conselheiro e a legitimidade de sua representação.

Competencia para a participacao – Autoridade legal/formal e/ou competencia tecnica – mitos

Desconcentracao e/ou descentralizacao – uma falsa questao no caso brasileiro.

Historia socio-politica – coronelismo e clientelismo

Descentralizacao – consensos/coesao e/ou conflitos – pactos possiveis e temporarios

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Programas e Ações Territorializadas do Programas e Ações Territorializadas do Governo FederalGoverno Federal

Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PDSTR), da Secretaria do Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário - apoio às iniciativas dos atores locais organizados.

Programa de Desenvolvimento Sócio-ambiental da Produção Familiar Rural (Proambiente), do Ministério do Meio Ambiente - implementado a partir da iniciativa dos movimentos sociais, após 2003 passou a ser um programa de política pública.

Programa de Consórcios Intermunicipais de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consads), do Ministério do Desenvolvimento Social - fomentar iniciativas supramunicipais, envolvendo organizações sociais locais, para garantir a segurança alimentar.

Programa Arranjos Produtivos Locais (APL), do Ministério do Desenvolvimento Industrial e Comércio – apoio à pequenas e médias empresas, para usufruir vantagens de uma localização favorável e empreender processos de desenvolvimento local.

Plano Safra Territorial, interação entre as políticas de crédito para agricultura familiar, as de desenvolvimento territorial e as de segurança alimentar, implementadas por dois ministérios diferentes, MDA e MDS.

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Programa de Desenvolvimento Sustentável de Programa de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais - PRONAT - SDT/MDATerritórios Rurais - PRONAT - SDT/MDA

Missão da SDT

Apoiar a organização e o fortalecimento institucional dos atores  sociais locais na gestão participativa do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais e promover a implementação e integração de políticas públicas.

Objetivos do PRONAT

Promover o planejamento, a implementação e a auto-gestão do processo de desenvolvimento sustentável dos territórios rurais e o fortalecimento e dinamização da sua economia.

Eixos Estrategicos

Gestão social dos territórios Fortalecimento do Capital Social Dinamização das Economias Territoriais Articulação interinstitucional  

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Descentralização no Brasil: Exemplo dos Descentralização no Brasil: Exemplo dos Conselhos de Desenvolvimento Rural SustentávelConselhos de Desenvolvimento Rural Sustentável

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - CONDRAF, órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério do Desenvolvimento Agrário, tem por finalidade propor diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas ativas, constituindo-se em espaço de concertação e articulação entre os diferentes níveis de governo e as organizações da sociedade civil, para o desenvolvimento rural sustentável, a reforma agrária e a agricultura familiar..

Os Conselhos de Desenvolvimento Rural - CDRs, nos diferentes níveis de atuação – nacional, estadual e municipal – foram criados com o objetivo de apoiar o processo participativo de formulação, gestão e acompanhamento das políticas públicas de Desenvolvimento Rural, com enfoque na agricultura familiar.

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Composicao do CONDRAFComposicao do CONDRAF

I – 19 REPRESENTANTES GOVERNAMENTAIS:I – 19 REPRESENTANTES GOVERNAMENTAIS:

Ministério do Desenvolvimento Agrário, que o presidirá Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministério da Fazenda Ministério da Integração Nacional Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério do Meio Ambiente Ministério do Trabalho e Emprego Ministério da Educação Ministério da Saúde Ministério das Cidades Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República Fórum Nacional dos Secretários de Agricultura ASBRAER – Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural ANOTER – Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas CNM- Confederação Nacional dos Municípios

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II – 19 REPRESENTANTES NÃO GOVERNAMENTAIS:II – 19 REPRESENTANTES NÃO GOVERNAMENTAIS:

Representante dos agricultores familiares e dos assentados da reforma agrária Representante dos agricultores familiares e dos assentados da reforma agrárial Representante dos agricultores familiares e dos assentados da reforma agrária CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Representante dos trabalhadores rurais assalariados Representante das mulheres trabalhadoras rurais Representante das mulheres trabalhadoras rurais Representante de comunidades remanescentes de quilombos Representante de comunidades indígenas Representante dos pescadores artesanais Representante de Organização Não Governamental da Região Nordeste Representante de Organização Não Governamental da Região Sul Representante de Organização Não Governamental da Região Sudeste Representante de Organização Não Governamental da Região Norte Representante de Organização Não Governamental da Região Centro-Oeste Representante dos Centros Familiares de Formação por Alternância Representante da rede de cooperativismo de crédito para a agricultura familiar Representantes da rede de agroecologia Representante dos trabalhadores da extensão rural

III – 04 CONVIDADOS PERMANENTES:III – 04 CONVIDADOS PERMANENTES:

Secretaria de Reordenamento Agrário Secretaria da Agricultura Familiar Secretaria de Desenvolvimento Territorial Instituto de Colonização e Reforma Agrária

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Breve Balanço dos CMDRsBreve Balanço dos CMDRsDUARTE e MATTEI (2004)

Co-gestão das políticas publicas e redução dos atritos institucionais entre as diferentes esferas de órgãos públicos (federais, estaduais e municipais).

Maior participação dos agricultores familiares e das comunidades no exercício do poder local, assim como maior da participação e envolvimento das mulheres e de jovens em vários empreendimentos.

Participação e monitoramento da sociedade nos processos de tomada de decisão sobre os investimentos públicos no município.

O processo de descentralização e de municipalização encontra obstáculos na pressão das oligarquias, nos poderes locais e no “prefeiturizacao do processo de descentralizacao”, os quais inibem a atuação articulada do conjunto das forças dos municípios e dos territórios.

A burocratização e “prefeiturização” dos Conselhos refletem-se na forte dependência em relação ao poder executivo municipal, fazendo com que a mobilização nos municípios decorra mais das ações das administrações públicas do que propriamente pelas vontades e iniciativas dos atores sociais locais.

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Breve Balanço dos CMDRsBreve Balanço dos CMDRsDUARTE e MATTEI (2004)

O processo de participação dos atores sociais no Brasil apresenta-se de forma bastante irregular, com uma grande diversidade de situações e de experiências.

O processo de descentralização, previsto legalmente na Constituição de 1988, ainda não se encontra devidamente enraizado como cultura e prática institucional em muitas das experiências.

Os Conselhos, em alguns casos, existem apenas para legitimar interesses do poder local, homologar decisões, ou para atuar como órgão consultivo em detrimento do seu papel deliberativo.