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Le Goff - Mythe Barbarie

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Le Goff - Mythe Barbarie

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Page 1: Le Goff - Mythe Barbarie

LE GOFF

MYTHE

BARBARIE

Page 2: Le Goff - Mythe Barbarie

LE MYTHE DE L’ENTREPRISE1 LA BARBARIE DOUCE Jean-Pierre Le Goff CULTURA GERENCIAL Alguns tópicos para pensar: •O ecletismo e a confusão. •Abreviações e pensamento a gavetas superpostas. •O elogio do relativismo: os seres humanos são condicionados. É preciso ter resposta para tudo sem ser convencido de nada! O que vale é o resultado prático. •A aprendizagem do desprezo: winner vs. Looser. •O cinismo dos fortes. •Aprender a aprender, o que supõe solucionada a pergunta: aprender o que e em vista do que? AMBIGÜIDADE DA PALAVRA CULTURA •Conjunto de valores e de normas interiorizadas por um grupo particular. •Não pode ser confundida com a cultura concebida como herança da nações e das civilizações encarnando-se em obras, nem com a cultura geral no sentido da educação. •Na nossa tradição, cultura visa a aquisição de uma autonomia de julgamento contra a pregnância do meio e dos poderes constituídos. •A cultura de empresa pode mesclar de um modo confuso aspectos profissionais e moralismo, decretando a autonomia individual para dissolvê-la na comunidade-empresa, anulando o pluralismo e o conflito. •Pode constituir uma tentativa de interiorização das normas decretadas pela direção e pode ser acompanhada por técnicas de manipulação. DESNATURAÇÃO DA CULTURA GERAL •A cultura geral reduz-se a competências e técnicas que permitam responder com a máxima eficácia aos problemas encontrados na vida social e na atividade profissional. •Não se busca entender o significado de uma obra enquanto expressa uma relação com o mundo e apresenta questionamentos. •Interpreta-se a obra segundo uma metodologia formal apresentada como ferramenta de desenvolvimento da inteligência que reduz a razão a sua função instrumental de adaptação à realidade social e profissional. EDUCAÇÃO (Ricoeur) “A educação, no sentido forte da palavra, talvez seja somente o justo e difícil equilíbrio entre o exercício de objetivação – quer dizer de adaptação – e a exigência de reflexão e de desadaptação; é este equilíbrio tenso que mantém o homem de pé.” ÉTICA DO TERCEIRO EXCLUÍDO •Segundo Ricoeur, a ética é : “a busca de uma “vida boa” com e para o outro em instituições justas.” •Para muitos, a determinação de uma vida boa remete à convicção pessoal e apela para o reconhecimento pelos outros. •Ora a empresa não pode ser pensada simplesmente como um relacionamento interpessoal: pressupõe uma ordem terceira e impessoal que abre espaço para o conflito e a negociação segundo regras conhecidas por todos.

1 LE GOFF, Jean Pierre, Le mythe de l'entreprise, critique de l'idéologie managériale, Paris,

Éditions de la Découverte, 1995

Page 3: Le Goff - Mythe Barbarie

•Esta idéia é abandonada para privilegiar a idéia da empresa como comunidade primeira de pertença de onde emanam valores e regras impostos a todos. •O objetivo é duplo: –Desenvolver o sentimento de pertença –Estabelecer uma autoridade inquestionável porque apresentada como garantia de uma ética comum. •A cultura de empresa torna-se então uma fator de adesão e de autoridade moral. O TRABALHO •O trabalho não é simplesmente um problema de competências nem um “processo” a ser racionalizado. •É também um “mundo” no qual o indivíduo –confronta-se com os limites do possível –Entra em cooperação e em conflito com outros –Adquire hábitos e valores que são constitutivos de uma identidade individual e coletiva. •Além das condições no qual ele se desenvolve, o trabalho é uma experiência humana e uma rede de relacionamentos humanos que adquirem um significado para quem trabalha.