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A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS JANEIRO DE 2008 A Liahona MATÉRIA DA CAPA: Aprender com o Profeta Joseph, p. 30 O Novo Tema da Mutual — Permanecer Firmes e Inamovíveis, p. 42 Pôster da Primária para Destacar

Liahona Jan 2008

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A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S • J A N E I R O D E 2 0 0 8

A LiahonaMATÉRIA DA CAPA:

Aprender com o Profeta Joseph,

p. 30O Novo Tema da Mutual —

Permanecer Firmes e Inamovíveis, p. 42

Pôster da Primária para Destacar

Page 2: Liahona Jan 2008

A LIAHONA, JANEIRO DE 2008

IDÉIAS PARA A NOITE FAMILIAR

Estas sugestões didáticas podem

ser usadas tanto na sala

de aula como em casa.

Você pode adaptá-las à

sua família ou à classe.

“Estabelecer Prioridades”,

p. 10. A atividade des-crita a seguir servepara ilustrar comodevemos estabelecer prioridades.Se você e sua família ficassem, poralguma razão, perdidos no meio dodeserto, quais seriam os 10 itensmais necessários? Se você e suafamília ficassem perdidos espiritual-mente, quais seriam os 10 itensmais necessários? Compare as

duas listas. Leia em voz alta para afamília a seção “Uma Vida Baseada

em Convênios”. Discuta como o fato de colocar as coisas doSenhor em primeiro lugarajuda a ordenar as demais

prioridades.“O Livro de

Mórmon — O Grande Manancial

da Paz do Salvador”, p. 18.Mostre uma vasilha de água potávele ofereça aos familiares. Discutacomo o nosso corpo necessita deágua e sente-se refeito depois debebê-la. Compare a água ao Livrode Mórmon e nossa sede de paz e verdade. Citando experiências

NA CAPAPrimeira Capa: Joseph no Bosque, de A. D. Shaw, cortesia do Museu deHistória e Arte da Igreja. Última Capa: A Impressão do Primeiro Livro de

Mórmon, de Gary Smith.

CAPA DE O AMIGOIlustração: Dilleen Marsh.

P A R A O S A D U L T O S2 Mensagem da Primeira Presidência:

O Mestre Construtor de Pontes Presidente Thomas S. Monson

18 O Livro de Mórmon — O Grande Manancial daPaz do Salvador Élder Neil L. Andersen

25 Mensagem das Professoras Visitantes: JesusCristo Ensinou o Propósito da Vida na Terra

26 A Aula da Sociedade de Socorro QueTransformou Nossa Família Nome omitido

30 O Profeta Joseph Smith, um MestreExtraordinário Élder Jay E. Jensen

37 Colocar Meu Casamento Antes do MeuOrgulho Irene Eubanks

38 Sentir-Se “Em Casa” em Qualquer Ala Kathryn P. Fong

44 Vozes da IgrejaPor Que Eu Estava Acordado às 3h da Manhã? Stan ByrdComo Eu Poderia Ir à Igreja? Alberto BoccaO Livro com as Respostas Alessandra Maria Pereira de PaulaAlgo Que Eu Não Esperava Aubrey Williams

48 Comentários

O Profeta Joseph Smith, um Mestre Extraordinário

30

Colocar Meu CasamentoAntes do Meu Orgulho

37

Janeiro de 2008 Vol. 61 Nº. 1A LIAHONA 02281 059Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristodos Santos dos Últimos DiasA Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley, Thomas S. Monson, Henry B. EyringQuórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, Dieter F. Uchtdorf, David A. Bednar, Quentin L. CookEditor: Jay E. JensenConsultores: Gary J. Coleman, Yoshihiko Kikuchi, Gerald N. Lund, W. Douglas ShumwayDiretor Gerente: David L. FrischknechtDiretor Editorial: Victor D. CaveEditor Sênior: Larry Hiller Diretor Gráfico: Allan R. LoyborgGerente Editorial: R. Val JohnsonGerente Editorial Assistente: Jenifer L. GreenwoodEditores Associados: Ryan Carr, Adam C. OlsonEditor(a) Adjunto: Susan BarrettEquipe Editorial: Christy Banz, Linda Stahle Cooper, DavidA. Edwards, LaRene Porter Gaunt, Carrie Kasten, MelissaMerrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Judith M. Paller,Vivian Paulsen, Richard M. Romney, Jennifer Rose, Don L.Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Julie Wardell,Kimberly WebbSecretário(a) Sênior: Laurel TeuscherGerente de Marketing: Larry HillerGerente Gráfico da Revista: M. M. KawasakiDiretor de Arte: Scott Van KampenGerente de Produção: Jane Ann PetersEquipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo,Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett,Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kathleen Howard,Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Ginny J. Nilson, Randall J. PixtonDiretor de Impressão: Craig K. SedgwickDiretor de Distribuição: Randy J. BensonA Liahona:Diretor Responsável: André B. SilveiraProdução Gráfica: Eleonora BahiaEditor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605)Tradução: Edson LopesAssinaturas: Marco A. Vizaco© 2008 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.O texto e o material visual encontrado n’ A Liahonapodem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, não para uso comercial. O material visual não poderá ser copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos constantes da obra. As dúvidas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual PropertyOffice, 50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT84150, USA; e-mail: [email protected]. A Liahona pode ser encontrada na Internet em vários idio-mas no site www.lds.org. Para vê-la em inglês, clique em“Gospel Library”. Para vê-la em outro idioma, clique no“Languages”.REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F., sob nº 1151-P209/73 de acordo com as normas em vigor.“A Liahona” © 1977 d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias acha-se registrada sob o número 93 doLivro B, nº 1, de Matrículas e Oficinas Impressoras deJornais e Periódicos, conforme o Decreto nº 4857, de 9-11-1930. Impressa no Brasil por Prol Editora Gráfica –Avenida Papaiz, 581 – Jd. das Nações – Diadema – SP – 09931-610ASSINATURAS: A assinatura deverá ser feita pelo telefone 0800-130331 (ligação gratuita); pelo e-mail [email protected]; pelo Fax 0800-161441 (ligação gratuita); ou correspondência para a Caixa Postal 26023, CEP 05599-970 – São Paulo – SP.Preço da assinatura anual para o Brasil: R $22,00. Preço do exemplar avulso em nossas lojas: R $2,00. ParaPortugal – Centro de Distribuição Portugal, Rua Ferreira de Castro, 10 – Miratejo, 2855-238 Corroios. AssinaturaAnual: 16 Euros; para o exterior: exemplar avulso: US$3.00; assinatura: US $30.00. As mudanças de endereçodevem ser comunicadas indicando-se o endereço antigo e o novo.Notícias do Brasil: envie para [email protected] manuscritos e perguntas para: Liahona, Room 2420,50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT 84150-3220, USA; ou mande e-mailpara: [email protected]“A Liahona”, um termo do Livro de Mórmon que significa“bússola” ou “orientador”, é publicada em albanês, alemão, armênio, bislama, búlgaro, cambojano, cebuano,chinês, coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego, haitiano, hindi,húngaro, holandês, indonésio, inglês, islandês, italiano,japonês, letão, lituano, malgaxe, marshallês, mongol, norue-guês, polonês, português, quiribati, romeno, russo,samoano, sinhala, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tâmil,tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade varia de uma língua para outra.)

Page 3: Liahona Jan 2008

TÓPICOS NESTA EDIÇÃO

A = O Amigo

Adoração, A2

Amor, A2

Bispos, A10

Boas obras, 41, 42

Casamento, 37

Criar os filhos, 26, A6

Diáconos, 8

Ensino, 1, 30

Estudo das escrituras, 26

Exemplo, 42

Firmeza, 41, 42

Integração, 8, 38

Jesus Cristo, 2

Livro de Mórmon, O, 14,

18, 24, 30, 46, A8

Mestres familiares, 2

Música, 47

Natureza divina, A4, A13

Noite familiar, 1, 26

Obediência, 2, 45

Oração, 2

Paz, 18

Preparar-se para a missão,

8, A14

Primária, A4

Prioridades, 10

Professoras visitantes, 25

Propósito da vida, 25, A4

Saúde espiritual, 29

Serviço, 2, 8

Smith, Joseph, 30, A6

Sussurros do Espírito, 44

Testemunho, 18

A L IAHONA J A N E I R O D E 2 0 0 8 1

pessoais e histórias do artigo, ana-lise as diferentes circunstânciasonde podemos encontrar paz lendoo Livro de Mórmon.

“A Aula da Sociedade de

Socorro Que Transformou Nossa

Família”, p. 26. Leia em voz alta ahistória sobre a aula da Sociedadede Socorro. Peça ajuda aos familia-res para fazer duas listas: uma comas “serpentes ardentes” que a famí-lia enfrenta e outra com coisas quenos façam voltar ao Salvador embusca de proteção. Discuta comoos itens da segunda lista podemproteger a todos. Preste testemu-nho de que, ao manter a atenção

focalizada no Salvador, você recebeforças para lutar contra as serpentesardentes de sua vida.

“Nós Que Unem”, p. A10. Leiaem voz alta a história a partir do ponto em que a mãe de Ryansugere que ele peça ajuda aobispo. Peça aos familiares quedêem idéias sobre o que Ryanpoderia fazer. Conte o resto da his-tória. Discuta como Ryan se sentiuquando percebeu que a ala era suafamília e que o bispo estava lá paraajudá-lo. Sugira aos membros desua família que escrevam bilhetesde apreço e gratidão ao bispo ouao presidente do ramo.

P A R A O S J O V E N S8 O Menor dos Líderes?

Carlos Wilmer Mendoza Vásquez

10 Estabelecer Prioridades Élder Won Yong Ko

14 Leí Esteve Aqui? David A. Edwards

24 O Livro em Muitos IdiomasDuane E. Hiatt

29 Lista de Idéias: Saúde e Vigor41 Pôster: Fique Firme42 Firmes e Inamovíveis

Presidência Geral dosRapazes e das Moças

O A M I G O — P A R A A S C R I A N Ç A SA2 Vinde ao Profeta Escutar: A Luz de um

Novo Dia Presidente Gordon B. Hinckley

A4 Tempo de Compartilhar: Minha Vida é um Dom; Minha Vida Tem um Plano Linda Christensen

A6 Da Vida do Profeta Joseph Smith: Nascido de Bons Pais

A8 Eu Vou Ler o Livro de Mórmon Julie T. Rabe

A10 Nós Que Unem Kristen Chandler

A13 Página para ColorirA14 Fazendo Amigos: Um Missionário em

Formação — John Kay de Glenrothes, Fife,Escócia Kimberly Webb

E N C A R T E : P A R A A S C R I A N Ç A SPôster: Sou Um Filho de Deus

Os números representam a primeira página do artigo.

Firmes eInamovíveis

42

A10 Nós Que Unem A14 Um Missionário em Formação

O Livro em Muitos Idiomas

24

Em todas as edições deste ano, escondemos a gravura de um

anel do CTR para você achar. Quando procurar o anel — em

inglês, nesta edição — pense em como escolher o que é certo

ajuda você a seguir o plano do Pai Celestial.

Page 4: Liahona Jan 2008

2

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A LIAHONA JANEIRO DE 2008 3

P R E S I D E N T E T H O M A S S . M O N S O NPrimeiro Conselheiro na Primeira Presidência

H á muitos anos, li um livro chamado A Rota para o Mar Ocidental, deDavid S. Lavender. Trata-se de um

fascinante relato da épica jornada deMeriwether Lewis e William Clark, que condu-ziram uma famosa expedição através do con-tinente norte-americano para descobrir umarota por terra para o Oceano Pacífico.

Sua jornada foi um pesadelo, um trabalhoextremamente penoso: profundos desfiladei-ros a serem cruzados e longas viagens a pé,levando os barcos carregados de suprimentosaté encontrarem o próximo rio no qualpudessem navegar.

Enquanto lia suas experiências, penseimuitas vezes: “Que bom seria se eles tives-sem pontes modernas para cruzar os desfila-deiros e águas turbulentas”. Lembrei-me das magníficas pontes de nossa época, quecumprem essa tarefa com facilidade: a bela e famosa ponte Golden Gate, em SãoFrancisco, na Califórnia; a robusta ponte doporto de Sydney, na Austrália; e outras pontesde muitos países.

Na verdade, somos todos viajantes oumesmo exploradores da mortalidade. Nãotemos o benefício da experiência pessoalanterior. Precisamos atravessar precipíciosprofundos e águas turbulentas em nossa própria experiência aqui na Terra.

Talvez esse pensamento sombrio tenhainspirado a poetisa Will Allen Dromgoole em seu clássico poema épico intitulado “O Construtor de Pontes”:

Um velho, caminhando sozinho pela

estrada,

Chegou de noite, fria e escura,

A um abismo, vasto, profundo e amplo,

Pelo qual passava um rio sombrio.

O velho atravessou na penumbra;

Sem temer o rio escuro;

Porém voltou-se, ao chegar em

segurança à outra margem,

E começou a construir uma ponte para

cruzar o rio.

Um peregrino que passava disse:

“Velho, está desperdiçando suas forças,

construindo aqui;

Sua jornada terminará no final do dia;

Nunca mais terá de passar novamente

por aqui;

Você cruzou o abismo, profundo

e amplo —

Por que construir uma ponte em meio à

penumbra?”

O construtor ergueu a cabeça grisalha:

“Meu bom amigo, pelos caminhos que

trilhei”, disse ele,

“Seguia-me hoje

Um jovem que terá de passar por aqui.

O abismo não foi difícil para mim,

O Mestre Construtor de Pontes

M E N S A G E M D A P R I M E I R A P R E S I D Ê N C I A

Jesus Cristo foi osupremo arquiteto econstrutor de pontespara você, para mime para toda a huma-nidade. Ele cons-truiu as pontes queteremos de cruzar sequisermos chegar aonosso lar celestial.

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Page 6: Liahona Jan 2008

Mas para aquele jovem, pode ser uma

armadilha;

Ele também terá de cruzá-lo na

penumbra.

Bom amigo, é para ele que construo

esta ponte.”1

A mensagem do poema fez-me pensar econsolou minha alma, porque nosso Senhore Salvador Jesus Cristo foi o supremo arqui-teto e construtor de pontes para todos nós e para toda a humanidade. Ele construiu aspontes que teremos de cruzar se quisermoschegar ao nosso lar celestial.

A missão do Salvador foi predita. Mateusrelata: “E dará à luz um filho e chamarás oseu nome Jesus; porque ele salvará o seupovo dos seus pecados”.2

Seguiu-se o milagre de Seu nascimento e areunião dos pastores quecorreram para aquele

estábulo para ver a mãe com o filho. Até ossábios que viajaram do Oriente seguiram aestrela e colocaram seus preciosos presentesdiante do Menino.

As escrituras registram que Jesus “crescia,e se fortalecia em espírito, cheio de sabedo-ria; e a graça de Deus estava sobre ele”3, eque Ele “andou fazendo bem”.4

Pontes que o Salvador Construiu

Que pontes pessoais Ele construiu e cru-zou aqui na mortalidade, mostrando-nos ocaminho a ser seguido? Ele sabia que a morta-lidade estaria repleta de perigos e dificulda-des, e declarou:

“Vinde a mim, todos os que estais cansa-dos e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei demim, que sou manso e humilde de coração; eencontrareis descanso para as vossas almas.

Porque o meu jugo é suave e o meu fardoé leve.”5

Jesus construiu a ponte da obediência.

Ele foi um exemplo perfeito de obediênciapessoal, ao guardar os mandamentos de Seu Pai.

Quando foi conduzido pelo Espírito aodeserto, Ele estava fraco por estar jejuando.Satanás fez tudo o que pôde para seduzi-Locom suas propostas. Sua primeira oferta foisatisfazer as necessidades físicas do Salvador,inclusive Sua fome. A isso, o Salvador respon-deu: “Está escrito: Nem só de pão viverá ohomem, mas de toda a palavra que sai daboca de Deus”.6

Em seguida, Satanás ofereceu poder. O Salvador respondeu: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus”.7

Por fim, ele ofereceu ao Salvador riqueza e glória terrenas. A resposta do Salvador foi:“Vai-te, Satanás, porque está escrito: AoSenhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.8

O Apóstolo Paulo foi inspirado peloSenhor ao declarar para os nossos dias, bem

4

Jesus foi umexemplo per-feito de obe-

diência pessoal aoguardar os manda-mentos de Seu Pai.Sendo tentado nodeserto após umlongo jejum, Ele respondeu: “Vai-te,Satanás”.

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como para os seus: “Não veio sobre vós tenta-ção, senão humana; mas fiel é Deus, que nãovos deixará tentar acima do que podeis, antescom a tentação dará também o escape, paraque a possais suportar”.9

Para que não nos enganemos, gostaria decitar um comentário feito por Ted Koppel,apresentador de telejornal, durante a de for-matura de uma universidade: “O que Moiséstrouxe do Monte Sinai não foram DezSugestões, mas, sim, Dez Mandamentos”!10

Há um humor sutil no relato de uma conversa entre o escritor Mark Twain e umamigo. O amigo rico disse a Twain: “Antes demorrer, tenho a intenção de fazer uma pere-grinação à Terra Santa. Subirei ao Monte Sinaie lerei os Dez Mandamentos em voz alta”.

Twain respondeu: “Por que você não ficaem casa e cumpre os mandamentos?”

A segunda ponte que nos foi dada peloMestre para cruzarmos foi a ponte do ser-

viço. Olhamos para o Salvador como nossoexemplo de serviço. Embora tenha vindo aomundo como o Filho de Deus, Ele serviuhumildemente às pessoas ao Seu redor. Eleveio do céu para viver na Terra como homemmortal e estabelecer o reino de Deus. Seuglorioso evangelho mudou o modo de pensardo mundo. Ele abençoou os enfermos, fez oaleijado andar, o cego ver, o surdo ouvir. Atémesmo devolveu a vida ao morto.

No capítulo 25 de Mateus, o Salvador nosfala a respeito dos fiéis que estarão à Sua mãodireita, em Seu retorno triunfal:

“Então dirá o Rei aos que estiverem à suadireita: (…) Vinde, benditos de meu Pai, pos-suí por herança o reino que vos está prepa-rado desde a fundação do mundo;

Porque tive fome, e destes-me de comer;tive sede, e destes-me de beber; era estran-geiro, e hospedastes-me;

Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitas-tes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.

Então os justos lhe responderão, dizendo:

Senhor, quando tevimos com fome, e te demosde comer? ou com sede, e te demos debeber?

E quando te vimos estrangeiro, e te hospe-damos? ou nu, e te vestimos?

E quando te vimos enfermo, ou na prisão,e fomos ver-te?

E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em ver-dade vos digo que quando o fizestes a umdestes meus pequeninos irmãos, a mim ofizestes.”11

O Élder Richard L. Evans (1906–1971), doQuórum dos Doze Apóstolos, aconselhoucerta vez: “Não podemos fazer tudo paratodos em toda parte, mas podemos fazer algo para alguém em algum lugar”.12

Gostaria de compartilhar com vocês umaoportunidade de serviço que tive e que meveio de modo inesperado e incomum. Recebium telefonema da neta de um velho amigo.Ela perguntou: “Lembra-se de Francis Brems,que foi seu professor na Escola Dominical?”Respondi que sim. Ela prosseguiu, dizendo:“Ele está hoje com 105 anos de idade. Moranuma pequena casa de repouso, mas reúne

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 5

Olhamos parao Salvadorcomo nosso

exemplo de serviço.Embora tenha vindoao mundo como oFilho de Deus, Eleserviu humildementeàs pessoas ao Seuredor.

Page 8: Liahona Jan 2008

toda a família a cada domingo e lhes dá umaaula da Escola Dominical. Domingo passado,meu avô anunciou: ‘Meus queridos, vou mor-rer esta semana. Poderiam, por favor, ligarpara Tommy Monson e dizer-lhe isso? Elesaberá o que fazer’”.

Visitei o irmão Brems na noite seguinte.Não pude falar com ele, porque ele estavasurdo. Não consegui escrever uma mensa-gem para que ele lesse, porque ele estavacego. O que eu poderia fazer? Foi-me ditoque a família se comunicava com ele pegandoo dedo de sua mão direita e traçando napalma da mão esquerda o nome da pessoaque o estava visitando e, depois, a mensagemque desejavam passar. Segui o procedimentoe, tomando seu dedo, soletrei na palma desua mão: T-O-M-M-Y M-O-N-S-O-N. O irmãoBrems ficou entusiasmado e, tomandominhas mãos, colocou-as sobre a cabeça. Eusabia que ele desejava uma bênção do sacer-dócio. O motorista que me levara à casa desaúde ajudou-me e impusemos as mãossobre a cabeça do irmão Brems e demos-lhea bênção que ele desejava receber. Depois,lágrimas escorreram-lhe dos olhos que já

não enxergavam. Ele segurou-nos as mãos e lemos o movimento de seus lábios. Eledizia: “Muito obrigado”.

Naquela semana, como havia predito, oirmão Brems morreu. Recebi o telefonema e então me reuni com a família, quando ospreparativos para o funeral estavam sendorealizados. Quão grato sou por não ter-medemorado a prestar um serviço.

A ponte do serviço convida-nos a cruzá-lacom freqüência.

Por fim, o Senhor deu-nos a ponte daoração. Ele ordenou: “Ora sempre e derra-marei meu Espírito sobre ti e grande serátua benção”.13

Compartilharei com vocês uma carta querecebi de uma mãe falando a respeito da ora-ção. Ela escreveu:

“Às vezes me pergunto se estou fazendoalguma diferença na vida de meus filhos.Particularmente, por criá-los sozinha e traba-lhar em dois empregos para prover nosso sustento, às vezes volto para casa e a encontro em confusão, mas nunca perco aesperança.

Meus filhos e eu estávamos assistindo àtransmissão da conferência geral pela televi-são e o senhor falava a respeito da oração.Meu filho disse: ‘Mãe, você já nos ensinouisso’. Eu perguntei: ‘Como assim?’ Ele res-pondeu: ‘Você nos ensinou a orar e nos mos-trou como fazer, mas aí, na outra noite, fuiaté o seu quarto perguntar alguma coisa e vivocê de joelhos, orando ao Pai Celestial. SeEle é importante para você, então é impor-tante para mim’.”

A carta terminava dizendo: “Creio quejamais saberemos o tipo de influência queestamos exercendo, até que um filho nosobserve fazendo o que lhe tentamos ensinar”.

O Exemplo do Mestre

Nenhum relato a respeito da oração metoca tão profundamente quanto a oração feita

6

Ele fez por nóso que nãopoderíamos

fazer por nós mes-mos. Assim, a huma-nidade pode cruzara ponte que Ele cons-truiu, e alcançar avida eterna.

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Page 9: Liahona Jan 2008

por Jesus no Jardim do Getsêmani. Creio que a descriçãode Lucas é a melhor:

“[Jesus] foi (...) para o Monte das Oliveiras; e tambémos seus discípulos o seguiram.

E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, paraque não entreis em tentação.

E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,

Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.

E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia.E, posto em agonia, orava mais intensamente. E

o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue,

que corriam até ao chão”.14

No devido momento, veio a jornada até a cruz. Quesofrimento Ele suportou ao seguir por aquele caminhodoloroso, carregando Sua própria cruz! Estas são as pala-vras que Ele proferiu: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabemo que fazem”.15

Por fim, Jesus declarou: “Está consumado. E, inclinandoa cabeça, entregou o espírito”.16

Esses acontecimentos, juntamente com Sua gloriosaRessurreição, completaram a construção da ponte final denossa trilogia: a ponte da obediência, a ponte do serviço, a ponte da oração.

Jesus, o Construtor de Pontes, construiu uma pontesobre aquele imenso abismo que chamamos morte.“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim tam-bém todos serão vivificados em Cristo.”17 Ele fez por nós o que não poderíamos fazer por nós mesmos. Assim, ahumanidade pode cruzar a ponte que Ele construiu, ealcançar a vida eterna.

Concluo parafraseando o poema “O Construtor dePontes”:

“Você cruzou o abismo, profundo e amplo —

Por que construir uma ponte em meio à

penumbra?”

“Seguia-me hoje

Uma multidão que terá de passar por aqui.

O abismo não foi difícil para mim,

Mas para aquela multidão, pode ser uma

armadilha.

Eles também terão de cruzá-lo na penumbra.

Bom amigo, é para eles que construo esta ponte.”

Oro para que tenhamos a sabedoria e a determinaçãode cruzar as pontes que o Salvador construiu para cada um de nós. ■

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 7

NOTAS1. James Dalton Morrison, ed.,

Masterpieces of ReligiousVerse (1948), p. 342.

2. Mateus 1:21.3. Lucas 2:40.4. Atos 10:38.5. Mateus 11:28–30.6. Mateus 4:4.7. Mateus 4:7.8. Mateus 4:10.9. I Coríntios 10:13.

10. Discurso na Formatura daUniversidade Duke, em 10 demaio de 1987.

11. Mateus 25:34–40.12. Richard Evans’ Quote Book

(1971), p. 51.13. D&C 19:38.14. Lucas 22:39–44.15. Lucas 23:34.16. João 19:30.17. I Coríntios 15:22.

I D É I A S PA R A O SM E S T R E S F A M I L I A R E S

Depois de se preparar em espírito deoração, compartilhe esta mensagem,utilizando um método que incentive aparticipação daqueles a quem vocêestiver ensinando. Seguem-se algunsexemplos:

1. Providencie papel, lápis e canetaspara os membros da família e peça que desenhem uma ponte.Faça uma breve introdução a respeito de cada uma das pontesda mensagem, compartilhando algumas partes selecionadasdos conselhos dados pelo Presidente Monson. Após identificarcada ponte, convide os membros da família a escrever, acimados desenhos que fizeram, maneiras que podem utilizar paracruzar aquela ponte. Se desejar, pergunte-lhes também quaisperigos e dificuldades tais pontes nos ajudam a vencer.Incentive-os a escrever as respostas abaixo do desenho.

2. Traga um objeto ou gravura que represente cada umadas pontes mencionadas na mensagem. Compartilhe um pen-samento do Presidente Monson sobre cada uma das pontes etestifique a respeito de como essas pontes têm abençoadosua vida.

3. Leia em voz alta o poema citado na mensagem. Talvezqueira pedir aos membros da família que digam o que podemfazer para construir pontes em benefício de outros. Concluacitando as três pontes que o Senhor construiu para nós, ecomo elas podem ajudar-nos em nossas tarefas diárias.

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Um jovem diácono me ensinou — a

mim, seu bispo — o que o Salvador quis

dizer quando falou: “Porque aquele

que entre vós todos for o menor, esse

mesmo é grande” (Lucas 9:48).

C A R L O S W I L M E R M E N D O Z A V Á S Q U E Z

Nossa ala precisava de um novo presidente do quó-rum de diáconos. Meus conselheiros e eu nosajoelhamos na reunião de bispado, como sempre

fazemos, para pedir a aprovação do Senhor quanto a essee a outros chamados.

Depois de receber a confirmação do Espírito, marqueiuma entrevista com Victor Leonardo Jiménez Gonzáles,um jovem que acabara de fazer 12 anos e já servia comosecretário do quórum de diáconos.

Durante a entrevista, perguntei-lhe como se sentia arespeito desse chamado de secretário.

“Estou preocupado, bispo”, foi sua resposta. “Estoumuito preocupado.”

“Por que está tão preocupado?”, perguntei-lhe.“Bem, quero que todos os diáconos venham à Igreja.

Então, hoje cedo, quando vinha para cá, fui até a casa doNicholas e do Anthony e os acordei. Depois fui até a casado Jimmy e do Luis para trazê-los para a Igreja também.Estou muito preocupado, bispo”, repetiu.

Fiquei surpreso com o que ele estava dizendo e com ofato de aquele jovem de 12 anos, secretário do quórum dediáconos, demonstrar tanta preocupação pelos outrosrapazes do seu quórum.

“Estou aqui para servir”, continuou, “e quero fazer oque é certo, mas sou o menor dos líderes.”

“O que quer dizer com ‘o menor dos líderes’?”, perguntei.

“Porque sou o secretário. Não sou presidente, ou umdos conselheiros. Sou o secretário e, por isso, sou o menorde todos. Mas os diáconos deveriam estar aqui e não estão;por isso tenho de ir buscá-los, porque aqui é o lugar ondedeveriam estar. Não sei por que eles não vêm. Mas tenhode ir buscá-los, bispo!”

Não pude mais conter as lágrimas e elas escorreram-me pelo rosto. Com a voz embargada pela emoção, eudisse: “Você me fez lembrar por que fui chamado paraservir como bispo. Recebi esse chamado para me preocu-par com os outros, para visitá-los e servi-los, assim comoo rei Benjamin o fez. Precisamos servir ao próximo para,assim, servir a Deus. Você não é o menor dos líderes.Todos os que prestam serviço têm um grande valor parao Pai Celestial e Sua Igreja”.

Ao ouvir essas palavras, ele acrescentou: “Foi isso queaprendi com meu pai. E agora, ao ver o senhor chorando,eu me lembro de uma vez, quando meu pai conversoucomigo — ele chorava também — ele disse: ‘Quando vocêtem uma responsabilidade, deve fazer tudo corretamente’”.

As lágrimas refrigeraram-me a alma e as palavras dojovem refrescaram-me a memória. Lembrei-me do grandevalor que têm os filhos do Pai Celestial, ao ver a importân-cia que cada membro do quórum tinha para esse jovem.

Fiz-lhe, então, o chamado de presidente do quórumdos diáconos, ao que ele respondeu: “Agora sim, vou tra-balhar de verdade. Não vou desapontá-lo, bispo”.

Ainda hoje, tempos depois, meus olhos ainda seenchem de lágrimas quando lembro aquela inesquecívelentrevista. Conheço o potencial divino desse jovem. Eletem os olhos firmes no futuro e uma visão clara do quetem real valor. ■

8

O MENORDOS LÍDERES?

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ALMAS GRANDIOSAS EMQUALQUER IDADE“A fim de sermos almasgrandiosas no céu, pre-cisamos ser almas gran-diosas também aqui.Qualquer que seja nossaidade, devemos ser líde-res em retidão, líderes ao cumprir nosso dever,líderes ao aceitar respon-sabilidades, líderes naexcelência, líderes nadiligência, líderes nabondade, líderes na obediência, líderes noexemplo. É tão impor-tante para um presidentedo quórum de diáconosser um bom líder, quantoo é para o Presidente daIgreja, cada um em sua

esfera de atuação.Nenhuma naçãoteria um bom exér-cito se somente os generais fos-sem fiéis.”

Élder Sterling W.Sill (1903–1994)

dos Setenta, “APersonal Observation:

The Problem Is Alwaysthe Same” [Observação

Pessoal: O Problema É Sempre o Mesmo],Ensign, março de 1973,p. 36.

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Imagine que vocêestá de um ladode um riacho e do

outro lado está suafelicidade eterna.Você precisa de umcaminho de pedrasna vida para chegarao outro lado.

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É L D E R W O N Y O N G KODos Setenta

Nasci na Coréia. Fui criado por umafamília amorosa, e me tornei membroda Igreja na adolescência. Gostaria de

compartilhar a experiência da minha conver-são com vocês.

Meu colega e eu estudávamos juntos nabiblioteca da escola, logo depois das férias,quando ele me perguntou se eu estaria inte-ressado em ir à Igreja com ele. Perguntei deque tipo de igreja ele estava falando, e ele mecontou que ficava próxima da nossa escola.Ele disse que era muito divertida, e que láhavia muitas moças. Eu tinha 16 anos naépoca, e essa descrição da Igreja foi muitoatraente para mim. Decidi ir. Havia freqüen-tado a igreja presbiteriana por alguns anos,durante o ensino fundamental, e tinham-meficado boas lembranças.

Meu amigo e eu participamos de umaatividade no sábado, e todos vieram mecumprimentar e dar boas-vindas. Fiqueiimpressionado por eles serem tão gentis e por cumprimentar um rapazinho que nãoconheciam. Fui à Igreja no dia seguinte, e fui apresentado aos missionários.

Os missionários me ensinaram sobre osprincípios básicos do evangelho, sobre Jesus

Cristo e sobre a Restauração do evangelhopor meio do Profeta Joseph Smith. Todas aslições que me foram ensinadas eram razoá-veis e lógicas, e eu fiquei impressionadocom o progresso eterno e o plano de salva-ção. Sempre havia pensado sobre o propó-sito de estar aqui na Terra e sobre o que meesperava depois da morte. Foi confortadorsaber que, se eu fizesse tudo que estivesseao meu alcance, o Salvador faria o resto.

Dois meses mais tarde, quis ser batizado econfirmado, mas precisava da autorização dosmeus pais. Eles eram budistas e confiavamem mim. Decidi que seria melhor pedir pri-meiro para minha mãe. Então, pedi aos mis-sionários que fossem a minha casa durante o dia. Antes de ir para a escola, eu disse paraminha mãe que talvez alguns estrangeirosviessem lhe pedir algo e que ela deveria sim-plesmente dizer sim. E então eu corri para aescola. Quando voltei, minha mãe me disseque ela fora visitada por dois bonitos rapazesamericanos. Contou que eles falavam muitobem o coreano, e que ela ficou tão bemimpressionada, que disse sim. Dessa forma,consegui a autorização dos meus pais parame tornar membro da Igreja.

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 11

ESTABELECERPRIORIDADES

Foi confortadorsaber que, se eufizesse tudo queestivesse ao meualcance, o Salvadorfaria o resto.

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Uma Vida Baseada em Convênios

Quando somos batizados, fazemos umconvênio, que é o início da nossa vida noevangelho. Fazemos e renovamos outrosconvênios durante nossa vida, como partilhardo sacramento ou, para os rapazes, receber o sacerdócio. Nossa vida é alicerçada em con-vênios. O Pai Celestial espera que sejamosfiéis aos convênios que fazemos e, quandoassim procedemos, Ele é fiel ao convênio que fez de nos abençoar.

A mensagem que eu gostaria de transmitira vocês, jovens, é a de estabelecer priorida-des, de entender os convênios que fazem ede serem fiéis a esses convênios, quando forrequerido que façam sacrifícios. Enquantoforem fiéis e tiverem uma perspectiva eterna,o Senhor vai abençoar vocês, não só nofuturo, mas durante a sua vida na Terra.

Por exemplo, enquanto estava no ensinomédio, decidi que não estudaria aos domin-gos. Eu estudaria até a meia-noite de sábado eentão pediria a minha mãe que me acordassecedo no domingo de manhã. Santifiquei o Dia do Senhor. Algumas vezes me senti umpouco desconfortável por saber que meuscolegas de escola estavam estudando duranteo dia inteiro. Na Coréia, cursar uma boa uni-versidade é um objetivo sério. Mas, mesmoque tivesse um teste na segunda-feira, eu nãoestudaria no domingo. Como eu tinha um diaa menos de estudo, precisava ter maior con-centração nos outros dias. Por causa disso,acho que fiz melhor uso do meu tempo deestudo. No final, fui um dos melhores alunosdo ensino médio na escola e consegui entrarpara uma das mais prestigiadas universidadescoreanas.

12

Q uando somosbatizados,fazemos um

convênio, que é o iní-cio da nossa vida noevangelho. Nossavida é alicerçada emconvênios. O PaiCelestial espera quesejamos fiéis aos con-vênios que fazemos e,quando assim proce-demos, Ele é fiel aoconvênio que fez denos abençoar.

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Uma vez que nos concentramos na Igreja e nos princí-pios do evangelho, podemos aplicar os mesmos princípiosno que quer que façamos, e podemos ter o apoio doSenhor e ser abençoados.

Olhos Fitos na Glória de Deus

Uma das minhas escrituras favoritas é D&C 4:5, que falasobre qualidades de liderança. Ela menciona ter “os olhosfitos na glória de Deus”. Onde quer que eu sirva na Igreja,sempre me pergunto: Onde está o meu foco? Será queestou procurando especificamente a glória de Deus, enada mais?

Trabalhei por 28 anos para a IBM na Coréia. Duranteesse período, também servi em muitos cargos na Igreja:secretário executivo, sumo conselheiro e presidente daestaca; representante regional e Setenta de Área. Sempretentei equilibrar as prioridades entre família, trabalho, cha-mados na Igreja e tempo para mim mesmo. E sempre fuicapaz de fazer o que precisava ser feito.

Como representante regional e Setenta de Área, deviavisitar Salt Lake duas vezes ao ano, por causa da confe-rência geral e, como executivo no trabalho, descobri queo afastamento do escritório por mais de uma semana não era algo fácil. Estava decidido a fazer a viagem, e opresidente da empresa me conhecia e confiou em mim,quando eu disse que a situação estaria sob controle.Quando estabelecemos prioridades, podemos gerenciarnossos problemas. Não gosto de colocar em risco minhascrenças por causa de promoções no trabalho. Uma vezque você tenha se decidido, seu coração ficará tranqüilo,pois você está fazendo o que é certo. Cumprir seus com-promissos ou convênios não é fácil e requer muito sacri-fício; mas, quando o fazemos, as bênçãos que recebemossão muito maiores do que o que sacrificamos.

Caminho de Pedras

Imagine que você está de um lado de um riacho e dooutro lado está sua felicidade eterna. Você precisa de umcaminho de pedras na vida para chegar ao outro lado. Porexemplo, decida servir como missionário de tempo inte-gral, casar-se no templo e ter uma família. Enquanto seprepara para cada um desses acontecimentos, você estaráno caminho certo para atingir a meta principal.

Quando o Templo de Seul Coréia foi anunciado, fica-mos muito felizes. Sabíamos que, sem ele, não podería-mos ter a vida plena no evangelho. Demorou um poucopara ser terminado, mas as bênçãos do templo aprofunda-ram ainda mais nas pessoas as raízes do testemunho e dafé. Ao freqüentá-lo, elas se tornam mais comprometidascom o evangelho e permanecem no caminho para atingirsua meta principal.

Por esse motivo eu exorto vocês, jovens, a estabelece-rem caminhos de pedras intermediários em sua vida, queajudarão e protegerão vocês. Sei que, se formos fiéis aosnossos convênios, nossa vida será mais proveitosa e sere-mos abençoados. ■

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 13

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DAV I D A . E D W A R D SRevistas da Igreja

OLivro de Mórmon descreve uma

imagem vívida das aflições e ale-

grias que Leí e sua família senti-

ram ao deixar seu lar em Jerusalém e viajar

através do deserto. Quando o lemos, temos

a impressão de que conhecemos as experiên-

cias deles e nos identificamos com elas.

Embora não consigamos traçar a rota exata

que seguiram, podemos ao menos ter uma

idéia das regiões por onde Leí e sua família

viajaram e, com esse conhecimento, sentir

uma gratidão ainda maior pelas coisas que

eles tiveram de passar. Pesquisas recentes nos

mostram com mais clareza algumas dessas

regiões e as condições com que o grupo de

Leí teria se deparado.1

O vale de Lemuel e o rio Lamã

Leí Esteve

Aqui?

Naom

JerusalémM a r M e d i t e r r â n e o

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ARÁBIA SAUDITA

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EGITO

JORDÂNIA

NOTAS1. As informações contidas nesse artigo foram extraídas das publica-

ções abaixo, do Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship[Instituto Neal A. Maxwell de Bolsas de Estudo de Religião]. Verwww.maxwellinstitute.byu.edu:• Journal of Book of Mormon Studies, vol. 15, n° 2 (2006).• S. Kent Brown e Peter Johnson, editores, Journey of Faith:

From Jerusalem to the Promised Land (2006).• Journey of Faith (DVD, 2005).• George D. Potter, “A New Candidate in Arabia for the ‘Valley

of Lemuel,’” Journal of Book of Mormon Studies, vol. 8, n° 1(1999), pp. 54–63.

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A LIAHONA JANEIRO DE 2008 15

Acima: O rio Lamã desaguava

no Mar Vermelho (ver 1 Néfi 2:8).

Aqui vemos onde o Wadi Tayyib

al-Ism encontra o Mar Vermelho.

Acima e abaixo: Este wadi, ou pequeno vale,

chamado Tayyib al-Ism, é típico nesta área. Nele

encontramos talvez o único rio que ainda corre o

ano todo na região. As paredes de

puro granito deste cânion são

impressionantes e fazem bastante

sombra em uma região onde a

temperatura geralmente chega a

mais de 43°C durante o verão.

A família de Leí continuou sua jornada, “tomando o mesmorumo do princípio” por “muitos dias” (1 Néfi 16:33). Então,Ismael morreu e “foi enterrado no lugar chamado Naom” (1 Néfi 16:34). O local aqui fotografado fica na região poronde esse grupo viajou e que, há muitos anos, é chamado por diferentes variações associadas ao nome Naom.

À direita: Há poucos anos, arqueólogos descobriram estes altares

de pedras, onde se vêem inscritos os contornos do nome Naom

(ver inserção com letras destacadas eletronicamente), que datam

dos séculos VI ou VII a.C., época de Leí.

G

ol f o

P é r s i c o

IRÃ

OMÃ

EMIRADOSÁRABES UNIDOS

Depois de sair de Jerusalém, a família de Leíchegou a um lugar a que deram o nome de “valede Lemuel” (1 Néfi 2:14). Esse lugar localizava-seno extremo nordeste do Mar Vermelho, a três diasde viagem de Jerusalém (ver 1 Néfi 2:5–6). O valeficava “à margem de um rio de águas”, que estava“continuamente correndo” (1 Néfi 2:6, 9), ao qual Leí denominou Lamã. Leí disse que o vale de Lemuel era “firme, constante e imutável” (1 Néfi 2:10).

MAPAS: MOUNTAIN HIGH MAPS, EXCETO QUANDO INDICADO; À ESQUERDA: ILUSTRAÇÃO:JOSEPH BRICKEY; INSERÇÃO: MAPA: JERRY THOMPSON; FOTOGRAFIAS: JUSTIN ANDREWS,WARREN ASTON, S. KENT BROWN, KIM HATCH, DAVID LISONBEE E GEORGE POTTER,EXCETO QUANDO INDICADO.

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16

Abundância

Nos rochedos aqui fotografados há

colméias de abelhas.

ARÁBIA SAUDITA

Naom

Rub’ al Khali (O Quarteirão Vazio)

ERITR

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Ma

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M a r A r á b i c o

Embora o trajeto exato que a família de Leí fez não

nos seja conhecido, é muito provável que eles tenham

cruzado estas terras areentas ao viajarem pelo deserto

entre Naom e Abundância. Essa parte da jornada deve

ter sido particularmente difícil para eles.

EMIRADOSÁRABES UNIDOS

OMÃ

IÊMEN

EGITO

AS TESTEMUNHAS DO LIVRO DE MÓRMON

“O poder do Espírito Santo (...) deve sersempre a principal fonte de evidência daveracidade do Livro de Mórmon. Todas as outras provas devem ser subseqüentes(...). Nenhuma evidência por mais bempreparada que seja; nenhum argumento,por mais bem apresentado que seja, podetomar o lugar dele (...) [Porém,] assimcomo causas secundárias em fenômenosnaturais, as evidências secundárias emapoio à verdade podem ser elementospoderosos e de grande valia narealização dos propósitos de Deus.”Élder B. H. Roberts (1857–1933) dos Setenta, NewWitnesses for God, 3 vols. (1909), vol. 2: pp. vii–viii.

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A LIAHONA JANEIRO DE 2008 17

Um exemplo moderno de barcos construídos nessa

região. Abundância é onde Néfi construiu um barco

usando ferramentas feitas de “metal que [ele fundiu]

da rocha” (1 Néfi 17:16). O barco foi feito de “madeiras

[trabalhadas] de modo esmerado” (1 Néfi 18:1). Nessa

região há dois depósitos de minério de ferro, assim como

muitas árvores que poderiam ser usadas na construção

de barcos.

Em Abundância, Néfi “ia freqüentemente à

montanha e orava freqüentemente ao Senhor”

(1 Néfi 18:3). O cume da montanha mostrado aqui

representa o lugar onde Néfi provavelmente ia orar

ao Senhor e receber instruções.

Árvores frutíferas,

inclusive figueiras, ainda

crescem na região.

Ao partir de Naom, a família de Leí “dali em diante, [via-jou] na direção aproximada do leste. E [viajaram] e [passa-ram] por muitas aflições no deserto” (1 Néfi 17:1).

Seguindo rumo ao leste, o grupo de Leí supostamenteatingiu a costa sudeste da Península Arábica. Alguns lugaresao longo dessa costa são mostrados aqui. Não é de se admi-rar que, após terem atravessado uma terra estéril e desolada,eles tenham chamado esse local de Abundância, “por causadas muitas frutas e também do mel silvestre” (1 Néfi 17:5). ■

Alguns lugares ao longo da

costa sudeste da Península

Arábica possuem pequenas

áreas de vegetação, que

se destacam em meio ao

deserto.

À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DA RÉPLICA DAS PLACAS: WELDEN C. ANDERSEN; ILUSTRAÇÃODO BARCO: JOSEPH BRICKEY; INSERÇÕES: FOTOGRAFIA DAS ABELHAS: IROCHKA ©FOTOLIA; DETALHE DE VISÃO DE NÉFI: CLARK KELLEY PRICE; FOTOGRAFIA DA FIGUEIRA:RICHARD L. W. CLEAVE

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É L D E R N E I L L . A N D E R S E NDa Presidência dos Setenta

Em 2004, antes da rededicação doTemplo de São Paulo Brasil, as portasdo templo foram abertas para líderes

proeminentes do governo, do meio empre-sarial e do ensino. Enquanto acompanhavaum líder de grande renome eleito pelopovo, na visita ao templo, percebi que eleestava muito concentrado. Somente fuicapaz de entender completamente o por-quê de sua atenção quando chegamos àsala de selamento, ao final de nossa visita.

Num tom solene, ele disse: “Sr. Andersen,quero contar-lhe algo a respeito de minhafamília. Meu filho mais velho faleceu há cincoanos, aos 35 anos, vítima de câncer. Nosmeses finais de sua vida, ele não conseguia terpaz. Ele se mostrava nervoso, perturbado epreocupado com sua família, sua vida e comtudo o que o aguardava. Ciente da situação demeu filho, um amigo meu, que é membro desua Igreja, deu-me um exemplar do Livro deMórmon e sugeriu que eu o compartilhassecom meu filho.

Para mim, foi um milagre ver o efeito queo livro causou em meu filho. Ele o leu avida-mente, anotando suas observações e idéiasnas margens do livro. Sua preocupação e suaansiedade desapareceram. Ao ler o Livro deMórmon, ele sentiu uma enorme paz.

Quando morreu, o livro estava a seu lado.Sou muito grato pela paz que o livro lhetrouxe”.

Vivemos na época, há muito profetizada,em que a paz seria retirada da terra: “Enaqueles dias se ouvirá de guerras e rumo-res de guerras e toda a Terra estará emcomoção e o coração dos homens falhará”(D&C 45:26). Não falamos apenas do con-flito entre as nações, mas também do ritmoe frenesi das cidades modernas, da distra-ção causada pela mídia e pela tecnologia,da obsessão pelos bens materiais, da incer-teza da estabilidade econômica e da turbu-lência causada pela mudança de valores.Ansiamos pela paz.

As palavras do Salvador são muito convida-tivas: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;não vo-la dou como o mundo a dá. Não seturbe o vosso coração, nem se atemorize”(João 14:27).

Você anseia por mais paz em sua vida epara sua família? Mudaria algo em sua vida, se pudesse ter mais da paz do Salvador?

O Livro de Mórmon é um manancial depaz para a alma sedenta. Ele é um grandemanancial da paz do Salvador. O prefácio do Livro de Mórmon explica que o livro nosensina o que devemos fazer “para ganhar paz nesta vida e salvação eterna no mundovindouro” (grifo do autor).

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 19

O Livro de MórmonO GRANDE MANANCIAL DA PAZ DO SALVADOR

Precisamos apenas nosachegar ao Livro deMórmon, em espíritode oração e com fé, e a paz do Salvadorpermeará a nossabusca.

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Contar as maneiras como o Livro deMórmon traz paz à alma é como contar osgrãos de areia da praia. Permitam-me exami-nar algumas das maneiras, para que vocêsmultipliquem a lista acrescentando suas pró-prias experiências.

A Paz Advinda da Fé em Jesus Cristo

Do início ao fim do Livro de Mórmon “fala-mos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pre-gamos a Cristo, profetizamos de Cristo (...)para que nossos filhos saibam em que fonteprocurar a remissão de seus pecados” (2 Néfi25:26). Mais da metade dos versículos noLivro de Mórmon refere-se ao Salvador ou fala Dele.1

Ano após ano, geral-mente na época da Páscoa

e do Natal, as revistas aoredor do mundo fazemas perguntas: Quemfoi Jesus Cristo? Elerealmente existiu? Aspalavras da Bíblia

são autênticas?2 No entanto, sabemos que aBíblia está correta. Mórmon declarou: “Este[o Livro de Mórmon] é escrito com o propó-sito de que acrediteis naquele [a Bíblia]”(Mórmon 7:9).

Quando servi como missionário naEuropa, no início dos anos 70, começáva-mos nossas mensagens falando a respeitoda Apostasia, porque a divindade de Cristogeralmente era aceita. Quando retorneicomo presidente de missão, vinte anos maistarde, a ênfase de nossos ensinamentoshavia mudado, porque a crença em Jesuscomo o Filho de Deus — que deu a vida por nossos pecados e ressuscitou no ter-ceiro dia — havia diminuído de modo considerável. A importância de nosso teste-munho a respeito de Jesus Cristo como oFilho de Deus é cada vez maior, não apenasna Europa, mas no mundo todo.

Uma das bênçãos de nosso tempo e dofuturo é que podemos levar nossa mensagema tantas pessoas que não sabem quase nada arespeito de Jesus Cristo e Sua missão. O Livro

de Mórmon está repleto dotestemunho de que Jesus é oCristo, testemunho esse quetraz, em si mesmo, grandepaz àqueles que o aceitam.

Nos capítulos que ante-cipam a vinda do Messias,aprendemos a respeito deSeus propósitos, de Suas

promessas e de Seu podercurador. Aprendemos a res-peito das profecias concer-nentes a Sua vida e aosmilagres ocorridos nasAméricas na época de Seunascimento.

Depois de Sua ressurrei-ção, Ele declarou: “Eis que eusou Jesus Cristo, cuja vinda aomundo foi testificada pelosprofetas” (3 Néfi 11:10).

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Do início ao fimdo Livro deMórmon,

“falamos de Cristo,regozijamo-nos emCristo, pregamos aCristo, profetizamosde Cristo (...) paraque nossos filhossaibam em que fonteprocurar a remissãode seus pecados”.

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Sentimos o amor que Ele tem por nós: “Tenho compaixãode vós; minhas entranhas estão cheias de misericórdia” (3 Néfi 17:7). “Bem-aventurados sois por causa de vossa fé.E agora, eis que é completa a minha alegria” (3 Néfi 17:20).Nós O vemos em Sua majestade, como nosso Salvador, oRei dos reis.

Desse testemunho do Livro de Mórmon, confirmadopelo Espírito, flui uma indescritível paz espiritual, que nosassegura que Jesus Cristo é de fato “a ressurreição e a vida”(João 11:25) e que nossa paz eterna será ao lado Dele.

A Paz que Vem do Testemunho da Restauração

O Livro de Mórmon é uma manifestação física da missãodivina do Profeta Joseph Smith. Temos o livro em nossasmãos. Podemos tocá-lo. Podemos lê-lo.

Como alguém poderia acreditar que esse livro foiescrito por Joseph Smith? Emma, sua esposa, registrou:“Joseph (...) não era capaz de escrever nem ditar uma cartacoerente e bem enunciada, muito menos ditar um livrocomo o Livro de Mórmon. E, apesar de eu ter sido umaparticipante ativa no desenrolar dos fatos, tudo é maravi-lhoso para mim, ‘uma obra maravilhosa e um assombro’,assim como o é para todos os demais”.3

Nenhuma explicação para o surgimento do Livro deMórmon, exceto o relato de Joseph Smith (ver Joseph

Smith — História 1:29–60),teve qualquer credibilidade. Homens honestos testifica-ram, de boa vontade, ter segurado as placas que lhesforam mostradas por um anjo de Deus — um testemunhoque jamais negaram. E mais importante ainda, o Livro deMórmon traz em si a promessa de que, se pedirmos aDeus com sinceridade, tendo fé em Cristo, Ele nos mani-festará a verdade do livro pelo poder do Espírito Santo(ver Morôni 10:3–5).

O seguinte testemunho do Livro de Mórmon confirma“que Jesus Cristo é o Salvador do mundo, que JosephSmith é o seu revelador e profeta nestes últimos dias eque A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Diasé o reino do Senhor restabelecido na Terra, em prepara-ção para a segunda vinda do Messias” (introdução doLivro de Mórmon).

Tenho visto o poder do Livro de Mórmon trazer umtestemunho da Restauração a milhares de pessoas aoredor do mundo. Tenho ouvido as experiências em váriosidiomas, visto a devoção em culturas diferentes e sinto-memaravilhado ao perceber a consistência que tem a paz tra-zida pelo Livro de Mórmon. Ele é verdadeiramente “umaobra maravilhosa e um assombro” (2 Néfi 25:17).

Eu servia como missionário na França, quando testemu-nhei, pela primeira vez, o poder do Livro de Mórmon navida de um converso. Meu companheiro inglês e eu passá-vamos a maior parte do tempo batendo em portas — compoucos resultados. Certa tarde, uma distinta senhora de

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 21

O Livro de Mórmon é uma manifestação física da missão

divina do Profeta Joseph Smith.

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meia-idade abriu a porta. Ela não dispunha de muitotempo para nós, naquele dia, mas deixamos-lhe um exem-plar do Livro de Mórmon e marcamos nova visita para doisdias mais tarde. Quando voltamos ao seu apartamento eela abriu a porta, experimentei um sentimento espiritualvigoroso. Ela estava ansiosa para nos ver. Havia lido o livroe sentido o poder do Espírito Santo, e contou-nos a res-peito da alegria e paz que desfrutava. Estava preparadapara seguir qualquer caminho que lhe fosse indicado pornós, servos do Senhor.

Seu batismo aconteceu no frio de fevereiro. Não haviauma capela na cidade e, por isso, instalamos uma pia batis-mal portátil num velho celeiro de madeira. O ar encheu-sedo vapor da água quente. Os humildes membros do ramocolocaram-se ao redor enquanto a irmã entrava na piabatismal para tornar-se membro da Igreja por meio dobatismo.

A paz demonstrada por essa maravilhosa irmã refletiu as palavras de Parley P. Pratt (1807–1857), quando ele faloua respeito do primeiro contato que teve com o Livro deMórmon: “Durante a leitura, o Espírito do Senhor envol-veu-me, e eu soube e compreendi que o livro era verda-deiro, de modo tão claro e evidente quanto um homemsabe que está vivo”.4

Com a certeza desse testemunho, entramos para aIgreja e somos incentivados pelas promessas e responsabi-lidades dos convênios que realizamos. Nosso testemunhoa respeito dos muitos princípios do evangelho cresce por

meio da experiência terrena, sendo que égeralmente o Livro de Mórmon o primeiro a nos trazer a paz reconfortante de saberque o evangelho e o sacerdócio foram res-taurados. O Livro de Mórmon é o alicercesobre o qual erguemos nossa edificação.

A Paz da Pura Doutrina de Cristo

Com o aumento das tribulações entre seu povo, o profeta Alma “pensou que seriaaconselhável pôr à prova a virtude da palavrade Deus”, que “surtia um efeito mais pode-

roso sobre a mente do povo do que a espada ou qualqueroutra coisa que lhe houvesse acontecido” (Alma 31:5).

A verdadeira doutrina de Cristo, recebida com fé, muda nossa alma e nos traz paz. O próprio Senhor disse:“O Livro de Mórmon (...) contém a plenitude do meuevangelho eterno” (D&C 27:5; ver também D&C 42:12). O Livro de Mórmon desvenda o plano de salvação e “responde às grandes perguntas da alma”.5

As lições sobre a verdade, contidas no Livro deMórmon, são ensinadas em circunstâncias difíceis deguerra e opressão, nos sermões de profetas, nos diálo-gos entre pais e filhos, e nas palavras do Salvador. Há um tema central: “O próprio Deus descerá entre osfilhos dos homens e redimirá seu povo” (Mosias 15:1).Há aqueles que estão buscando: “E relatar-vos-ei a lutaque travei perante Deus” (Enos 1:2). Existe um conviteconstante para que abandonemos o pecado e alcance-mos um nível mais elevado: “E aconteceu que eu passeitrês dias e três noites na mais amarga dor e angústia; enão obtive a remissão de meus pecados até rogar pormisericórdia ao Senhor Jesus Cristo. Mas eis que clamei a ele e achei paz para minha alma” (Alma 38:8; grifo doautor). E há as confortadoras palavras do Salvador, reple-tas de paz: “Não volvereis a mim agora (...) para que euvos cure? (...) Se vierdes a mim, tereis vida eterna. Eisque meu braço de misericórdia está estendido para vós e aquele que vier, eu o receberei” (3 Néfi 9:13–14).

Gentilmente, o Livro de Mórmon passa suas histórias e testemunhos diante de nossos olhos. Ao ponderarmosesses relatos e orarmos a respeito deles, o Senhor nosrevela, nos recônditos da alma, a necessidade que temosde nos arrepender e mudar. Quando fazemos convênioscom o Senhor e mudamos nossa vida, sentimos o poder

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Parley P. Pratt disse: “Durante a leitura, o Espírito do Senhor

envolveu-me, e eu soube e compreendi que o livro era

verdadeiro, de modo tão claro e evidente quanto um

homem sabe que está vivo”.

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de Sua Expiação e a paz confirmadora. Com o progresso de nossa jornada espiritual, sen-timo-nos fortalecidos pela graça do Salvadorao enfrentarmos as dificuldades e decepçõesda vida. Um apóstolo disse: “Quando quere-mos falar com Deus, oramos; e quando que-remos que Ele fale conosco, estudamos asescrituras”.6

Essa é a paz que vem da verdadeira dou-trina de Cristo encontrada no Livro deMórmon.

A Paz de Nossa Família

Na agitação, tribulação e incerteza da vida,nossas famílias anseiam por paz. É precisoque nosso lar seja um lugar de refúgio, umlugar de calma e um lugar de verdade.

O Presidente Gordon B. Hinckley fez-nosuma maravilhosa promessa, quando pediuque lêssemos o Livro de Mórmon: “Prometo-lhes sem reservas que (...) haverá em sua vidae em sua casa mais do Espírito do Senhor,uma determinação mais firme de obedecer aSeus mandamentos e um testemunho maisforte da realidade viva do Filho de Deus”.7 De fato,essas são as pro-messas da pazsem medida,necessária emnosso lar.

O Livro deMórmon é umaextraordinária histó-ria espiritual. As pala-vras dos profetasforam transmitidas depai para filho através dosséculos, protegidas e preservadas emmeio às dificuldades e à guerra, reuni-das, resumidas e ocultas por séculos,até que finalmente foram trazidas àluz nesta dispensação da pleni-tude dos tempos. Seria deadmirar o fato de que o

Espírito do Senhor, transcendendo a todos osidiomas e culturas, seja encontrado com tantaprofusão nesse livro sagrado?

Cada capítulo e versículo do Livro deMórmon traz em si a promessa de conforto epaz. Precisamos apenas nos achegar a esselivro, em espírito de oração e com fé, e a pazdo Salvador permeará a nossa busca. ■

NOTAS1. Ver Ezra Taft Benson, “Vinde a Cristo”, A Liahona,

janeiro de 1988, p. 83.2. Ver, por exemplo, Laurie Goodstein, “Crypt Held

Bodies of Jesus and Family, Film Says”, New YorkTimes, 27 de fevereiro de 2007, seção A, p. 10; JayTolson, “The Gospel Truth”, U.S. News & WorldReport, 18 de dezembro de 2006, pp. 70–79.

3. “Last Testimony of Sister Emma”, Saints’ Herald, 1ºde outubro de 1879, p. 290; grafia modernizada; vertambém Russell M. Nelson, “A Treasured Testament”,Ensign, julho de 1993, pp. 62–63.

4. Autobiography of Parley P. Pratt, ed. Parley P. PrattJr. (1938), p. 37

5. Ezra Taft Benson, “Inundar a Terra com o Livro deMórmon”, A Liahona, janeiro de 1989, p. 4.

6. Robert D. Hales, “As Santas Escrituras: O Poder deDeus para Nossa Salvação”, A Liahona, novembro de2006, p. 27.

7. “Um Testemunho Vibrante e Verdadeiro”, A Liahona,agosto de 2005, p. 6.

Quando fazemosconvênios com o Senhor e

mudamos nossa vida,sentimos o poder deSua Expiação e a pazconfirmadora.

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Clara Letícia Cruz Cano, dePorto Rico, começou a gostardo Livro de Mórmon quando

tinha apenas quatro anos de idade.Ela notou que, quando a família lia asescrituras, o irmão mais velho tam-bém participava da leitura, e ela tam-bém quis participar. Pediu ajuda aospais, e logo começou a ler com eles.

Aos doze anos, Clara aceitou umnovo desafio. Em vez de ler em espa-nhol, sua língua nativa, leu o Livro deMórmon em inglês. Aos quatorze, leuem francês; aos quinze, em portu-guês; e aos 16, em italiano.

Em agosto de 2005, quando oPresidente Gordon B. Hinckleypediu aos santos que lessem ou relessem o Livro deMórmon, Clara já haviainiciado a leituraem alemão.

“Este é mais difícil, mas consegui-rei”, comentou.

O fato de ler em vários idiomas fezcom que o vocabulário dela aumen-tasse. “Quando leio uma palavra quenão conheço, procuro a definição nodicionário. Logo, canso de procurar,então eu a memorizo”, explica ela. Oconhecimento dos idiomas também

tem ajudado Clara nos trabalhos daescola. No ano passado, aos 17 anos,Clara tornou-se a melhor aluna deescola pública na ilha onde mora.

Clara tem encontrado algumasjóias ao estudar muitos idiomas. Elaaté descobriu que seu nome do meio,Letícia, significa “alegria” em italiano(ver 2 Néfi 1:21; 8:3).

Assim como outras pessoas, Clara tem uma coleção de Livros de Mórmon em diversos idiomas,mas diz: “Decidi que leria todos osexemplares do Livro de Mórmonque tivesse”.

Isso quer dizer que seu próximoprojeto já está na estante. O seubispo, Hector Alvarez, viu Claraolhando para um exemplar na casadele e deu-o a ela. Clara terá agora

não apenas a oportunidade deaprender um novo idioma,

mas também um novoalfabeto. O livro é

em russo. ■

O Livro em Muitos Idiomas

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as pessoas que tivessem habitado a Terra.

Jesus de Nazaré foi o escolhido,mesmo antes de o mundo ter sidocriado, para realizar esse trabalho evencer a morte física” (“O VerdadeiroCaminho da Vida e Salvação”, A Liahona, outubro de 1978, p. 8).

O Que Posso Fazer para Cumprir

Meu Propósito na Terra?

Presidente Ezra Taft Benson (1899-

1994): “Nosso Pai Celeste colocouAdão e Eva na Terra com o propósitode ensinar-lhes a voltar a Sua pre-sença. Nosso Pai prometeu-lhes queum Salvador viria redimi-los de suacondição decaída. Deu-lhes o planode salvação e ordenou-lhes que ensi-nassem os filhos a ter fé em JesusCristo e a arrepender-se. Além disso,Adão e sua posteridade receberamde Deus o mandamento de se batiza-rem, receberem o Espírito Santo e entrarem na ordem do Filho deDeus (...), plenitude esta que só serecebe na Casa do Senhor” (“O QueSe Espera Que Ensineis a VossosFilhos Sobre o Templo”, A Liahona,abril de 1986, p. 4).

Julie B. Beck, Presidente Geral da

Sociedade de Socorro: “Como filhasespirituais de Deus, as mulheres‘receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos e foram[preparadas] para nascer’ (D&C138:56) na Terra. Elas estavam entreos ‘grandes e nobres’ (D&C 138:55)

Selecione em espírito de

oração e leia as escritu-

ras e ensinamentos

desta mensagem que

atendam às necessidades das irmãs

que você for visitar. Compartilhe

suas experiências e seu testemunho.

Convide as irmãs a quem você esti-

ver ensinando a fazer o mesmo.

Qual É o Propósito da Vida na

Terra?

Presidente Spencer W. Kimball

(1895–1985): “O homem, criado àimagem de Deus, foi colocado naTerra para experimentar a vida mortal,estado intermediário entre a vida pré-mortal e a imortalidade.

Nossos primeiros pais, Adão e Eva,desobedeceram a Deus. Comendo dofruto proibido, tornaram-se mortais.Conseqüentemente, eles e toda suadescendência tornaram-se sujeitostanto à morte física, como à morteespiritual (morte física: a separaçãodo corpo e do espírito; morte espiri-tual: a separação do espírito da pre-sença de Deus, e morte no tocante às coisas do espírito).

A fim de alcançar novamente seuestado original (estar na presençade Deus), era preciso uma expiaçãopara a desobediência de Adão. Noplano feito por Deus, havia a previ-são de que um Redentor romperiaos laços da morte e, por meio daressurreição, tornaria possível a reu-nião do espírito e do corpo de todas

que ‘[jubilaram]’ (Jó 38: 7) quando aTerra foi criada, porque receberiamum corpo físico e teriam a oportuni-dade de ser ‘[provadas]’ na esferamortal (ver Abraão 3:25). Elas que-riam trabalhar ao lado de homensdignos, para alcançar as metas eter-nas que nenhum deles conseguiriasem o outro.

O papel das mulheres não se ini-ciou na Terra e não terminará aqui. A mulher que considera a materni-dade preciosa na Terraconsiderará a materni-dade preciosa nomundo futuro e, ‘onde estiver o [seu] tesouro,aí estará também o [seu] coração’(Mateus 6:21). Aodesenvolver um coração de mãe, cada menina e cadamulher se prepara para a missão divina e eterna da materni-dade. (...)

Em minha vida,tenho visto, às vezes, o mais sincero cora-ção de mãe bater nopeito de mulheres quenão criaram os pró-prios filhos nesta Terra,mas sabem que ‘todasas coisas, porém, deve-rão realizar-se a seutempo’ e que elas ‘[estão]lançando o alicerce de umagrande obra’ (D&C 64:32–33)”(“Coração de Mãe”, A Liahona, maiode 2004, p.76). ■

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 25

Jesus Cristo Ensinou oPropósito da Vida na Terra

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P ercebi uma mudança gradual no comportamentode nosso filho Jacob quando passou para a 5ª série(os nomes foram trocados). Ele era um bom garoto,

mas, às vezes, tornava-se grosseiro e rebelde. Parecia obce-cado por televisão, videogames e Internet. Discutíamoscom freqüência porque ele não queria fazer a lição, limparseu quarto ou ajudar com os afazeres domésticos. Eu jávira o mesmo acontecer com nossos filhos mais velhos,quando se tornaram adolescentes, mas sentia que com eleo problema era mais sério. E sabia, por uma dolorosa expe-riência pessoal, que algumas pessoas se afastam da Igrejaquando se tornam adultas. Orei fervorosamente para sabercomo proteger nosso filho mais novo e toda a nossa famí-lia das influências malignas do mundo.

Eu não esperava um milagre naquele domingo denovembro, quando me sentei no fundo da sala daSociedade de Socorro. A irmã Randall, conselheira napresidência da Sociedade de Socorro, anunciou que o tema da lição era o estudo das escrituras e eu fuitomada por um sentimento de culpa ao pensar emminha família. “Mais uma lição sobre estudos das escri-turas?”, pensei. “Estou fazendo o melhor que posso.”

Meu marido é um bom companheiro e bom pai e sem-pre demonstra seu amor por nós, mas se aborrece quandofalamos sobre o estudo das escrituras em família. Fazíamosoração com as crianças e tentávamos realizar a noite fami-liar regularmente. Mas sempre que eu sugeria o estudo das

escrituras em família, recusava-se a pensar na idéia. Porachar que era importante fazê-lo, eu lia as escrituras comcada um de meus filhos à noite, quando os colocava paradormir. Não sabia o que mais poderia fazer.

Mas, ultimamente, ao entrar no quarto para ler as escri-turas com Jacob, na maioria das vezes ele dizia: “Ah, agoranão. Estou muito cansado [ou ocupado, ou qualquer uma de suas centenas de desculpas]. Vou ler sozinho”.Entretanto, quando não líamos as escrituras juntos, e eulhe perguntava na manhã seguinte se o havia feito, ele res-pondia com algo como “me esqueci de ler”. Eu me per-guntava como poderia demonstrar a ele a importância deestudar as escrituras, se, ao mesmo tempo, ele ouvia o paiassistindo à televisão em outro aposento.

Quando a irmã Randall começou a aula, eu esperavaouvir outra história de como uma “família perfeita” desfruta do estudo das escrituras. Em vez disso, a irmãRandall começou contando uma história do VelhoTestamento: “Números 21 nos conta sobre as serpentesardentes que atacaram os israelitas quando eles viajavampara a terra prometida. Muitos foram picados pelas ser-pentes e morreram. Ao ver a terrível destruição, os israe-litas se arrependeram e pediram a Moisés que orassepara que o Senhor tirasse as serpentes do meio deles e os curasse”.

Imaginei minha família viajando pela vida e sendo subita-mente atacada pelas serpentes ardentes dos dias atuais:

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A Aula da Sociedade de Socorro QueTransformou NossaFamíliaVocê já desejou que existisse uma maneira simples e miraculosa de proteger

sua família das influências malignas que a atacam por todos os lados?

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A LIAHONA JANEIRO DE 2008 27

Sempre que eu sugeria o estudo dasescrituras em família, meu maridose recusava a pensar na idéia. Por

achar que era importante fazê-lo, eu lia asescrituras com cada um de meus filhos ànoite, quando os colocava para dormir.

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dela. Conscientizei-me de que era simples-mente uma questão de fé. Acreditaria naspalavras dos profetas e apóstolos modernos,ou me recusaria a ouvir seus conselhos, damesma forma que os israelitas se recusarama olhar para a serpente de metal?

Fui para casa determinada a ajudar minhafamília a se fortalecer, por meio da oraçãofamiliar e do estudo das escrituras. Oreidurante semanas para que meu maridoabrandasse seu coração. Jejuei. Prepareiuma noite familiar especial e convidei meufilho casado, que não era ativo, e sua famíliapara participar. Aprendemos sobre Moisés e as serpentes ardentes. Finalmente, per-guntei ao meu marido se nós poderíamoscomeçar o ano estudando as escrituras emfamília. Então, no primeiro dia do ano, elecomeçou a reunir-nos para estudarmos asescrituras diariamente.

Nossa família não se tornou perfeita danoite para o dia, mas fiquei maravilhada aover o quanto nossa convivência melhorou.Tínhamos menos discussões e um espíritode amor permeava nosso lar. Eu não perdiaa paciência ou me sentia desanimada comtanta freqüência. Senti uma proximidadecom meu marido e com o Senhor que mesurpreendeu. Porém, Jacob foi quem maismudou. Ele começou a nos lembrar quetínhamos de estudar as escrituras em famíliae ficava ansioso para chegar a sua vez de ler.

Percebi novamente a sabedoria que há emseguir os profetas e confiar em suas promes-sas. Tenho um testemunho da verdade con-tida nestas palavras do Presidente James E.Faust, Segundo Conselheiro na PrimeiraPresidência (1920–2007): “Às vezes, os pais de uma família atarefada precisam fazer umesforço quase sobre-humano para tirar todosda cama e reuni-los para a oração e o estudodas escrituras em família. Talvez nem semprese sintam com vontade de orar quando final-mente estão todos reunidos, mas, se perseve-rarem, os resultados serão excelentes”.1 ■

NOTA1. “Como Enriquecer a Vida Familiar”, A Liahona,

julho de 1983, p. 74.

crimes, drogas, pornografia, imoralidade.Senti-me tão indefesa quanto os israelitas.

A irmã Randall explicou que o Senhor ins-truiu Moisés a fazer uma serpente de metal(que simbolizava Cristo) e colocá-la em ummastro. Depois, Moisés prometeu ao povoque qualquer um que tivesse sido picado poruma serpente deveria somente olhar para aserpente de metal e viveria. Apesar da simpli-cidade da promessa, Alma nos diz que “houvemuitos tão obstinados, que nem quiseramolhar e, portanto, pereceram. Ora, a razãopela qual não queriam olhar era que não acre-ditavam que isso os curaria” (Alma 33:20).

A irmã Randall disse que, apesar de hojeem dia as serpentes ardentes tomarem for-mas variadas, nós ainda podemos olhar paraCristo e ser salvos. Em nossos dias, os profe-tas nos aconselham a ler as escrituras diaria-mente, tanto individualmente quanto emfamília; fazer orações pessoais e familiares;freqüentar as reuniões da Igreja; pagar odízimo, arrepender-nos; ser dignos de fre-qüentar o templo e fazer reuniões familiares.Esse é o nosso modo de olhar para Cristo esermos curados.

A princípio, a simplicidade do conceitopareceu-me muito fácil para proteger-nosdas tentações diárias. Mas, enquanto a irmãRandall falava, meu coração foi tocado esenti que o Senhor falava comigo por meio

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No primeirodia do ano,meu marido

começou a reunir-nos para estudar asescrituras diaria-mente. Com o passardo tempo, fiqueimaravilhada ao vero quanto nossa con-vivência melhorou.

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Você já sabe que uma vidasedentária e má alimentaçãopodem deixar seu corpo

fraco, mais propenso a doenças ecom menos disposição para o traba-lho e a diversão. O mesmo se aplicaao seu espírito. A diferença é queDeus lhe dará um corpo perfeito eglorioso na Ressurreição, mas o espí-rito que habitará seu corpo será oque você fizer dele (ver Alma 34:34).

Portanto, aqui estão algumas suges-tões para desenvolver saúde e

vigor espiritual.

Alimentação

• Desenvolva o apetite por ali-mentos espirituais. Continue consu-mindo as escrituras, os discursos daconferência geral, as lições da Igreja edo seminário e outros alimentos espi-rituais, e eles começarão a ser-lhedeliciosos (ver Alma 32:28).

• Banqueteie-se ao invés de belis-car. Você pode comer muito alimentoespiritual e continuar em forma.

• Controle a má alimentação. Domesmo modo que lanches podemestragar seu apetite para um jantarnutritivo, muito tempo gasto comvideogames, Internet, televisão eoutras atividades pode deixá-lo compouco ou nenhum tempo para um

banquete espiritual.• Não coma comida estra-gada. Qualquer coisa queofenda o Espírito Santocausará dano ao seu pró-prio espírito. Pornografia,

diversão violenta ou irreve-rente e música inadequada é

simplesmente veneno.• É impressionante ver quanta

nutrição espiritual existe em umpequeno pedaço de pão e um golede água, quando se toma o sacra-mento fervorosamente e em espíritode arrependimento.

Exercícios

• Preste serviço e seja bondosocom as pessoas. Elevar os outros éum ótimo exercício.

• Exercite os joelhos pelo menosduas vezes ao dia. A oração regular éessencial para manter o espírito emforma.

• Compartilhe seu testemunhocom freqüência. Como um músculo,ele se fortalece ao ser usado. ■

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É L D E R J A Y E . J E N S E NDos SetentaDiretor Executivo do Departamento de Currículos

Enquanto se recuperava dos quatrotiros que o atingiram na Cadeia deCarthage, e, sem dúvida, levado pela

admiração por seu querido Profeta martiri-zado, o Presidente John Taylor (1808–1887)escreveu estas inspiradas palavras: “JosephSmith, o Profeta e Vidente do Senhor, comexceção apenas de Jesus, fez mais pela sal-vação dos homens neste mundo do quequalquer outro homem que jamais viveunele” (D&C 135:3).

Recentemente, o Presidente Gordon B.Hinckley testificou: “A história da vida de Joseph Smith é a história de um milagre. Ele nasceu pobre e criou-se emmeio à adversidade; foi expulso de vários lugares, acusadofalsamente e posto ilegalmente na prisão. Foi assassinadoquando tinha 38 anos de idade. E, apesar disso tudo, nocurto espaço de 20 anos, antes da morte, realizou mais doque qualquer outra pessoa em uma vida inteira”.1

Entre as muitas realizações de Joseph Smith está o lan-çamento dos alicerces de nossa compreensão doutrináriados últimos dias. “Esta geração”, disse o Senhor ao ProfetaJoseph, “receberá minha palavra por teu intermédio”(D&C 5:10).

Joseph tinha pouca educação formal, mas o MestreOleiro fez dele um profeta de sabedoria e inteligência, ummestre notável com inspirada perspicácia. Muitos de seusensinamentos se acham publicados em Ensinamentos dos

Presidentes da Igreja: Joseph Smith. Esse livro novo eextraordinário oferece aos membros no mundo inteiro

uma oportunidade inigualável de conhe-cer melhor o Profeta da Restauração eseus ensinamentos.

Ensinamentos dos Presidentes da

Igreja: Joseph Smith

Durante o tempo em que foi o Profetae Presidente da Igreja, Joseph Smith pro-feriu centenas de sermões inspiradores.Infelizmente, apenas cerca de 50 foramescritos. Durante vários anos, muitaspessoas, inclusive profissionais e voluntá-rios, pesquisaram diligentemente osregistros históricos para compilar e exa-minar declarações atribuídas ao Profeta.

Seus ensinamentos foram cuidadosamente estudados,autenticados e compilados, sendo depois aprovados pelaPrimeira Presidência e pelo Quórum dos Doze Apóstolos.

Cada declaração contida no livro Ensinamentos dos

Presidentes da Igreja: Joseph Smith foi cuidadosa e com-pletamente pesquisada quanto a sua exatidão. Exerceram-se amplos e esmerados esforços para a verificação dasfontes originais. Tais medidas foram necessárias porque amaneira pela qual os sermões foram registrados nos diasdo Profeta diferia significativamente da maneira usada pararegistrar os sermões dos demais Presidentes da Igreja.Explica o novo livro: “Durante a vida de Joseph Smith (...)a taquigrafia não era amplamente usada. Por esse motivo,os sermões que ele proferiu foram registrados de modoimpreciso, em letra cursiva, geralmente por escreventes,líderes da Igreja e outros membros da Igreja. Quase todosos discursos de Joseph Smith foram feitos de improviso,sem um texto previamente preparado, de modo que as

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O Profeta Joseph Smith,

um Mestre Extraordinário

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anotações feitas pelos que o ouviam são oúnico registro existente desses discursos”.2

O novo livro contém declarações inspira-das de Joseph Smith a respeito de mais de125 tópicos do evangelho. O índice nos ajudará a encontrar com mais facilidade asdeclarações do Profeta sobre esses tópicos.As notas ao final de cada capítulo forneceminformações detalhadas relativas às fontesdas declarações do Profeta. Além disso, um apêndice apresenta explicações sobre as fontes, com atençãoparticular à History of

the Church [História daIgreja], principal fonte dosensinamentos do Profeta.

Esse será o texto usadopara o estudo do evange-lho nas aulas dos quó-runs do Sacerdócio deMelquisedeque e daSociedade deSocorro duranteos próximosdois anos, nosegundo e noterceiro domingode cada mês. ComoDiretor Executivo do Departamento deCurrículo, espero que se torne a fonte preferidapara as pessoas e famílias.Todo membro da Igreja

com mais de 18 anos receberá um exemplar. É um acréscimo valioso aosoutros livros da série Ensinamentos dos

Presidentes da Igreja, tornando-se parte de uma biblioteca para o estudo pessoal e familiar do evangelho.

Esse livro é semelhante em estilo e for-mato aos outros da série Ensinamentos

dos Presidentes da Igreja. Como os demaisdessa série, ele contém uma introdução quefornece informações úteis para o aprendi-zado e para o ensino, uma retrospectiva his-tórica, um relato escrito a respeito da vida e do ministério do Profeta e, ao fim de cadacapítulo, sugestões didáticas para estudo

e ensino. Essas características podemampliar nossa capacidade de aprender

e ensinar a respeito de Joseph Smithe de suas declarações proféticas.

Os alunos e professores tambémse beneficiarão com as gravuras e omaterial introdutório de cada capí-tulo. Há mais de 140 fotografias,pinturas e ilustrações — inclusivetrabalhos artísticos que jamais

foram publicados. Esses trabalhosrepresentam momentos inspiradores,como o batismo do pai do Profeta(capítulo 7); Elias aparecendo noTemplo de Kirtland (capítulo 26); o Profeta estabelecendo a paz entre violentos homens da milícia, e demonstrando sua personalidadeamistosa (capítulo 29); o momentoemocionante na cadeia emRichmond, Missouri, quandoJoseph, acorrentado, com algunsoutros irmãos fiéis, levantou-separa repreender os guardas irreve-rentes (capítulo 30); e a cura miraculosa de Elijah Fordham emCommerce, Illinois (capítulo 33).

Nossa vida será enriquecida e nossotestemunho, fortalecido, quando

Nossa vidapode serenriquecida

e nosso testemunhoaumentado aoexaminarmos osensinamentos eacontecimentosdescritos emEnsinamentos dosPresidentes daIgreja: Joseph Smith.

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A LIAHONA JANEIRO DE 2008 33

O P R O F E TA C O M O M E S T R EO Profeta Joseph Smith era um notável mestre do evangelho, em

parte devido à sua sede de aprender. Ele conseguia prender a aten-ção de milhares de pessoas durante horas, enquanto pregava asverdades do evangelho restaurado. O Presidente Brigham Young(1801–1877) descreveu a capacidade inspirada de ensino doProfeta: “Ele conseguia tomar o céu, falando de modo figurado, etrazê-lo à Terra; e tomar a Terra e elevá-la aos céus, explicando comclareza e simplicidade as coisas de Deus. (...) Joseph não fez omesmo ao entendimento de cada um de vocês? Não tinha ele ahabilidade de tornar as escrituras tão claras e simples a ponto dequalquer um poder entendê-las?”1

O Élder Parley P. Pratt (1807–1857) registrou uma ocasião em que a capacidade extraordinária de ensinar do Profeta influen-ciou milhares na Filadélfia, Pensilvânia: “Foi-lhe permitido pregarem uma igreja muito grande, onde cerca de três mil pessoas sereuniram para ouvi-lo. O irmão Rigdon falou primeiro e expôs oEvangelho, ilustrando sua doutrina pela Bíblia. Quando ele termi-nou, o irmão Joseph se ergueu como um leão prestes a rugir; e, estando cheio do Espírito Santo, falou com grande vigor, pres-tando testemunho das visões que tivera, do ministério de anjosque testemunhara; e de como havia encontrado as placas doLivro de Mórmon e as traduzido pelo dom e poder de Deus. Elecomeçou, dizendo que, ‘se ninguém mais tivesse coragem detestificar a respeito de uma mensagem tão gloriosa vinda do Céu e do achado de um registro tão glorioso, ele sentiu que deviafazê-lo para ser justo com as pessoas, deixando a questão a critério de Deus’”.

O Élder Pratt continuou: “Toda a congregação ficou assombradae emocionada, como se estivessem dominados pelo sentimento deveracidade e poder com que ele falava e pelas maravilhas que elerelatava. Essas coisas deixaram-lhes uma impressão duradoura;muitas almas se uniram ao redil”.2

Em pelo menos uma ocasião, o Senhor realizou um milagrepara que o povo pudesse ouvir o Profeta. O irmão Amasa Potterestava presente durante um sermão que Joseph Smith proferiuperto do Templo de Nauvoo, em abril de 1844. Dessa experiên-cia, o irmão Potter registrou: “Quando [o Profeta] já havia faladopor cerca de trinta minutos, começou a soprar um vento for te etempestuoso. A poeira era tão intensa que não podíamos ver unsaos outros, e algumas pessoas estavam saindo quando Josephas chamou, pedindo que ficassem e elevassem suas orações ao Deus Todo-Poderoso, para que o vento parasse de soprar eque a chuva parasse de cair, que assim aconteceria. Em poucos

minutos, o vento e a chuva cessaram e os elementos se torna-ram tão calmos como em uma manhã de verão. A tempestadedividiu-se e prosseguiu para o norte e para o sul da cidade, evimos ao longe as árvores e arbustos sendo agitados ao vento,enquanto no lugar em que estávamos tudo ficou tranqüilo duranteuma hora, e nesse tempo um dos maiores sermões que já foramproferidos pelo Profeta foi pregado sobre o grandioso tema dosmortos”.3

O Profeta Joseph Smith estava ansioso para que os santos dosúltimos dias e outros recebessem tudo que fosse possível, e tentouincansavelmente ensinar-lhes o que Deus lhe revelara tão liberal-mente. Em junho de 1839, num discurso em Commerce, Illinois, oProfeta ensinou: “Deus nada revelou a Joseph que não dará aconhecer aos Doze, e até o menor dos santos pode conhecer todasas coisas na proporção em que puder suportá-las”.4 Em outro dis-curso, em abril de 1843, ele disse: “Medito o dia inteiro e tambémquando como e bebo, para saber como farei com que os santos deDeus compreendam as visões que se desenrolam como uma tor-rente diante de minha mente. Oh! Como me deixaria feliz em mos-trar-lhes coisas que vocês nunca imaginaram!”5

NOTAS1. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young (1997),

pp. 344–345.2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, (2007)

pp. 157–158.3. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 519.4. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 281.5. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 545.

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tornou uma testemunha pessoal da realidade de Deus e deSeu Filho. Perto do fim, o Profeta ensinou: “Vou perguntara Deus, pois quero que todos vocês O conheçam e estejamfamiliarizados com Ele. (...) Saberão, então, que sou servoDele”.3 O conteúdo do capítulo 1 permite-nos estudar eponderar o relato pessoal do Profeta relativo a sua miracu-losa visão.

O Livro de Mórmon

Em partes de seis capítulos, esse novo livro acentua aimportância do Livro de Mórmon, recontando os aconteci-mentos que envolveram sua aparição no mundo, sua tra-dução e sua impressão. Sobre a experiência de traduzir osescritos proféticos, o Profeta declarou, mais tarde: “Pelopoder de Deus, traduzi o Livro de Mórmon a partir de hie-róglifos cujo conhecimento estava perdido para o mundo,e nesse evento maravilhoso, eu estava sozinho, um joveminculto, para combater com uma nova revelação a sabedo-ria do mundo e a ignorância multiplicada de dezoito sécu-los”.4 Os relatos históricos do surgimento do Livro deMórmon contidos neste novo livro são acompanhadospelos ensinamentos do Profeta sobre assuntos como as

ponderarmos a respeito dos acontecimentos descritosnessas representações visuais.

A seção introdutória de cada capítulo, intitulada “DaVida de Joseph Smith”, apresenta aspectos da vida doProfeta e os principais acontecimentos da Restauração.Leremos a respeito de seu papel como marido e pai, orelacionamento com os amigos e os confrontos com os ini-migos. Leremos a respeito de seu sucesso como líder e seusofrimento com as perseguições. Nossa afeição e apreçoaumentarão, ao lermos e ponderarmos sobre suas expe-riências pessoais. Nosso conhecimento e nosso testemu-nho de Joseph Smith, o Profeta da Restauração, serãofortalecidos. Vamos examinar apenas alguns dos ensina-mentos inspirados contidos nessa nova publicação.

A Primeira Visão

O primeiro capítulo desse notável novo livro começa,como a Restauração, com a Primeira Visão. A oraçãohumilde de Joseph Smith, um menino de 14 anos, em1820, abriu o véu de silêncio que cobria a Terra havia sécu-los. A ocasião foi tão significativa, que o Pai Celestial e SeuFilho, Jesus Cristo, apareceram ao jovem Joseph. Ele se

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escrituras, o arrependimento, a oração, a revelação pessoale a organização da Igreja.

Esta nova publicação inclui a promessa freqüentementecitada pelo Profeta: “Eu disse aos irmãos que o Livro deMórmon era o mais correto de todos os livros da Terra, e a pedra angular de nossa religião, e que um homem pode-ria aproximar-se mais de Deus seguindo seus preceitos do que com os de qualquer outro livro”.5 A experiênciaensina-nos que aqueles que lêem o Livro de Mórmon comfreqüência e aplicam seus ensinamentos usufruem da ins-piração dos céus durante o caminho conturbado da vida.

Ao ponderar e orar, enquanto lemos o Livro deMórmon e o que Joseph Smith ensinou a respeito dele,chegamos à conclusão de que o Livro de Mórmon não foio produto de um jovem fazendeiro do século dezenove —ou de qualquer outra pessoa da época. A cada nova leitura,saberemos que foi um dom de Deus, escrito e compiladopor discípulos antigos, preservado através dos séculos etraduzido pelo vigoroso vidente Joseph Smith. É umaprova tangível do chamado de Joseph Smith como oProfeta da Restauração.

A Restauração do Sacerdócio Aarônico e do de

Melquisedeque

O novo livro fala sucintamente a respeito da restaura-ção do Sacerdócio Aarônico e do de Melquisedeque edas respectivas chaves. O Profeta testificou do recebi-mento da autoridade e das chaves do SacerdócioAarônico diretamente de João Batista. “Basta dizer”,declarou, “[que] fui ao bosque para perguntar aoSenhor, por meio de oração, qual era a Sua vontade ameu respeito e vi um anjo [João Batista], e ele impôs as mãos sobre a minha cabeça e ordenou-me comoSacerdote segundo a ordem de Aarão para possuir aschaves desse Sacerdócio”.6 Algumas semanas mais tarde,os Apóstolos Pedro, Tiago e João apareceram e conferi-ram a Joseph Smith e Oliver Cowdery o Sacerdócio deMelquisedeque e suas chaves. Dez anos depois dessasaparições miraculosas, o Profeta testificou: “Cremos que nenhum homem pode administrar a salvação pormeio do evangelho para a alma dos homens, em nomede Jesus Cristo, a não ser que seja autorizado por Deus,por revelação, ou seja ordenado por alguém que Deusenviou por revelação”.7

Humildemente proclamamos hoje que Deus autorizouJoseph Smith por intermédio de ministros divinamentedesignados, e que o Profeta concedeu essa autoridade aoutros, conferindo-lhes o sacerdócio e suas chaves.Declaramos, com gratidão, que existe uma corrente inin-terrupta de outorgas e ordenações desde aquele tempoaté o presente.

Ordenanças do Templo

“Na primavera de 1836, após três anos de trabalho esacrifício,” lemos no capítulo 26, “os santos de Kirtlandfinalmente viram seu belo templo concluído, o primeirotemplo desta dispensação”.8 Centenas de pessoas reuni-ram-se para a dedicação. Podemos ler a respeito das mani-festações gloriosas que ocorreram na dedicação, bemcomo o que Joseph Smith pensava a respeito do poderpara selar famílias, unindo-as para sempre. O Profeta reite-rou a importância dos templos, quando ensinou, em junhode 1843: “Há certas ordenanças e princípios que, paraserem ensinados e praticados, devem ser efetuados em umlugar ou em uma casa edificada para tal propósito”.9

Desde 1836, foram construídos e dedicados ao Senhormais de 120 templos. Por meio das ordenanças do templo,pessoas recebem sua investidura, famílias são seladas, rea-lizam-se ordenanças salvadoras em lugar de ancestrais fale-cidos, convênios são feitos e vidas são abençoadas. Todasessas coisas se tornaram possíveis graças à obra do Senhorrealizada por meio do Profeta Joseph Smith.

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Aquilo que se iniciou com uma única alma em umlocal solitário, na primavera de 1820, tornou-se uma família de milhões que procuram seguir Jesus Cristo. O Espírito Santo presta testemunho ao coração e à alma de cada membro fiel a respeito de um menino humilde eaparentemente comum, a quem o Senhor moldou comoum profeta e mestre extraordinário. Podemos manteraceso o fogo desse testemunho, aprendendo e vivendoos ensinamentos do Profeta Joseph Smith, como agora seacham publicados nesse extraordinário novo livro. ■

NOTAS1. “Joseph Smith Jr.—Profeta de Deus e Servo Poderoso”, A Liahona,

dezembro de 2005, p. 4.2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (2007),

p. 608.3. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 64.4. Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 64–65.5. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 68.6. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 90.7. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 115.8. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 331.9. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 439.

10. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 203.11. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 506.12. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 508.

C O M O T I R A R O M Á X I M O P R O V E I T OD E S S E L I V R O

• Os líderes do sacerdócio e da Sociedade de Socorro devemassegurar-se de que todos os membros acima de 18 anos recebamum exemplar dessa nova publicação da Igreja.

• Todos nós, como estudantesdo evangelho, podemos ler, estu-dar e ponderar a respeito de cadacapítulo antes da aula e estar pre-parados para compartilhar nossasidéias e testemunhos durante odebate em classe.

• As sugestões da introduçãopodem ajudar os professores acentralizar o foco no conteúdo do livro, em vez de suplementá-locom outros recursos.

• Pais e filhos podem desenvolver as lições da noite familiarusando as gravuras, histórias, citações e perguntas do livro.

Revelação Contínua

Alguns dos ensinamentos mais profundos de JosephSmith sobre revelação, profetas vivos e as conseqüênciasde se rejeitar os profetas vivos podem ser encontrados no capítulo 16. Certa vez, o Profeta declarou: “A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi alicerçadasobre a revelação direta, como sempre aconteceu com averdadeira Igreja de Deus, de acordo com as escrituras”.10

Desde a época de Joseph Smith, a revelação advém pormeio de homens chamados como profetas para dirigir aIgreja do Senhor. Ele não deixou Seus servos, nem SuaIgreja, nem Seu povo sozinhos. Afirmamos que o Senhorconcede orientação divina àqueles a quem chama paraadministrar Seu reino.

Família

O conselho e a sabedoria do Profeta em relação àimportância e natureza eterna da família estão ressalta-dos no capítulo 42. Parley P. Pratt observou, certa vez:“Foi Joseph Smith quem me ensinou a valorizar o cari-nhoso relacionamento entre pai e mãe, marido emulher; irmão e irmã, filho e filha”.11 O diário pessoaldo Profeta registra um acontecimento tocante relativo aseu pai, que estava gravemente enfermo. “Cuidei nova-mente do meu pai, que estava muito doente. Em secretaoração, pela manhã, o Senhor me disse: ‘Meu servo, teupai viverá’. Cuidei dele o dia inteiro, com o coração ele-vado a Deus em nome de Jesus Cristo, para que Ele lherestaurasse a saúde, para que eu pudesse ser abençoadocom a companhia e conselhos dele, considerando umadas maiores bênçãos terrenas ser abençoado com o con-vívio dos pais, cuja maturidade e experiência os tornamcapazes de ministrar os mais sábios conselhos”.12

Uma Fonte Acessível

Essa nova publicação da Igreja apresenta os inspiradosensinamentos do Profeta sobre o evangelho e a respeito daobra missionária, obediência, morte, adversidade, unidade,liderança, apostasia, perdão, amigos e muitos outros tópi-cos do evangelho. De um modo sem precedentes, os ensi-namentos de Joseph Smith encontram-se atualmenteacessíveis aos membros da Igreja do mundo todo pormeio deste livro. Nunca antes tantos filhos de Deus tive-ram tal acesso a suas declarações proféticas.

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Fui até meu marido e pedi desculpaspor tê-lo deixado triste. Ele também se des-culpou e logo estávamos felizes e amorosa-mente unidos de novo.

Desde esse incidente, houve ocasiõesem que precisei me perguntar de novo:“Você quer ter razão ou quer estar casada?”Como sou grata por essa grande lição,aprendida na primeira vez em que me deparei com aquela pergunta! Ela sempreme ajuda a redirecionar minha perspectiva e colocar meu marido e meu casamentoantes do meu orgulho. ■

P O R I R E N E E U B A N K S

Como qualquer casal, meu marido e eu tivemosalgumas desavenças durante nosso casamento.Mas um incidente permanece vivo em minha

mente. Não me lembro mais a razão da nossa desa-vença, mas paramos de nos falar, e lembro-me desentir que aquilo tudo era culpa do meu marido.Achava que eu não havia feito nada que me levasse a pedir desculpas.

Durante o dia, fiquei esperando que meu maridopedisse desculpas. Com certeza ele veria o quanto estavaerrado. Deveria ser claro o quanto ele tinha ferido meussentimentos. Senti que tinha de me defender; era umaquestão de honra.

O dia se aproximava do fim e eu comecei a perceberque estava esperando em vão; então me dirigi ao Senhorem oração. Orei para que meu marido percebesse o queele tinha feito e como aquilo estava afetando o nosso casa-mento. Orei para que ele fosse inspirado a se desculpar paraque pudéssemos encerrar a nossa desavença.

Enquanto orava, tive a forte impressão de que deveriapedir desculpas ao meu marido. Fiquei um pouco chocadacom esse sentimento e imediatamente expressei, na ora-ção, que não havia feito nada de errado e portanto nãodeveria ser eu a pedir desculpas. Um pensamento surgiucom força em minha mente: “Você quer ter razão ou querestar casada?”

Enquanto ponderava essa pergunta, percebi que poderiame apegar ao meu orgulho e não desistir até que ele se desculpasse, mas quanto tempo isso levaria? Dias? Eu me sentia muito triste por não estarmos nos falando. Entendi que,mesmo que esse incidente não fosse o fim do nosso casamento,com o passar dos anos, o fato de ser sempre irredutível poderiacausar sérios danos à união. Decidi que era mais importante ter um casamento feliz e amoroso do que manter meu orgulhointacto por causa de algo que mais tarde poderia parecer banal.

COLOCAR MEUCASAMENTO

ANTES DO MEU

ORGULHO

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Recomeçar em uma nova ala ou ramo

pode ser assustador. A seguir, encon-

tram-se cinco dicas para transformar

estranhos em amigos.

K AT H R Y N P. F O N G

Há alguns anos, quando voltei a freqüentar a Igreja,após ter-me afastado por certo período, eu tinha acerteza de que todos na ala sabiam que eu era uma

pecadora em busca de arrependimento. Podia-se clara-mente ver a bondade por meio de seu sorriso radiante e testemunho suave, e que meus pecados me tornavamobscura e desprezível ao comparar-me com eles. Hoje, ao rever o passado, percebo que algumas pessoas, quandoenfrentam situações novas, tendem a se sentir muitoexpostas ou sensíveis. Entrar em uma nova capela, sentar-se ao lado de pessoas que nãose conhece e cantar os hinossozinho(a) pode ser assusta-dor quando nos sentimosmuito em evidência.

Sendo solteira e sem filhos,descobri que recomeçar a vidaem uma nova ala pode serassustador. Mas a tensão deentrar numa capela repleta deestranhos é algo que já senti

repetidas vezes, pois devido aminha carreira, mudo de casacom muita freqüência. Com opassar dos anos, aprendi a adotaruma nova postura a respeito deminha ala e a me esforçar paratransformar os membros estra-nhos em amigos e conhecidoscordiais. As técnicas a seguirpodem ajudar todos nós a sentir-nos em casa em qualquer ala ouramo, onde quer que estejamos.

Lembre-se do real motivo por que vamos à Igreja.

Uma capela é um local seguro e sagrado, onde os filhos do Pai Celeste se reúnem para adorá-Lo. Lá podemos nosunir em oração, cânticos e propósito. Evite julgar os outrosou pensar que eles o estão julgando. Algo que me ajuda élembrar que todos os que se esforçam para ir à Igreja estão

tentando, assim como eu,participar da Expiação deCristo e cumprir Seus mandamentos.

Apresente-se. Aprendi aprocurar os membros do bis-pado e apresentar-me logode início, para que saibamque sou nova na ala. Depoisdisso, faço questão de saberquem é o líder do grupo dos

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SENTIR-SE

“Em Casa” EM QUALQUER ALA

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Esconda onervosismo ese apresente

aos membros da alaou ramo. Quandocomeça a conheceras pessoas, vocêpassa a se sentir em casa na Igreja.

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sumos sacerdotes porque ele escolherásumos sacerdotes para serem meus mestresfamiliares. Por ser mulher, também procuro a presidência da Sociedade de Socorro. Osecretário da ala vai precisar do meu ende-reço e número de telefone, pois, com isso,poderá pedir minha ficha à ala anterior. Essaspessoas apresentaram-me a outros membrosda ala, ajudaram-me a me sentir bem nas ati-vidades da ala e da estaca e também quandorecebi um chamado.

Costumava sentar-me no último banco,perto da porta, para que, logo após a oraçãofinal, pudesse sair antes que alguém viesseconversar comigo e perguntar quem eu era.Mas entrar e sair das reuniões com os olhosno chão — ou fixados na saída — não ajudaem nada, se quisermos nos familiarizar com a nova ala.

Esconda o nervosismo e converse comquem se aproximar. Cumprimente os profes-sores das aulas das quais participa ou os ora-dores da reunião sacramental (você podeencontrá-los no saguão, após a reunião). Seder uma olhada no salão, antes de se sentar,

poderá ver pessoas e famíliasdiferentes, sempre que parti-cipar de uma reunião. Tenhacoragem de pedir uma caronapara participar de uma ativi-dade da ala ou ramo. É quasesempre mais fácil entrar nacapela com alguém do ladodo que sozinho(a). Peça umalista com os telefones doslíderes da ala ou ramo; pode-rão ser úteis para que se lem-bre dos nomes. Em poucotempo, os nomes e rostos vãocomeçar a se encaixar e as

pessoas não serão mais estranhas para você.Nem você será para elas.

Preste serviço. Encontre oportunidadespara ajudar os vizinhos e membros da ala ouramo, mesmo que seja algo simples comoabrir uma porta ou cumprimentar alguém

que entra (isso fará com que se lembrem de você). Coloque seu nome em uma lista de serviço voluntário. Descubra quem estádoente ou hospitalizado e visite a pessoa.Aceite chamados. Se for apropriado, fale ao bispo ou presidente doramo a respeito de suashabilidades e diga-lhe quepode contar com vocêquando for necessário.

Esteja preparado para

participar. As reuniões daEscola Dominical e as dosacerdócio e da Sociedadede Socorro seguem umprograma. Consiga osmanuais das lições, leia as aulas com antece-dência e esteja preparado para ler as escritu-ras ou dar exemplos sobre os princípiosensinados, falando de suas experiências pes-soais. Falar em público pode ser um desafio;portanto, controle seu medo e esteja prepa-rado para prestar seu testemunho sobre averacidade do evangelho.

Procure rostos novos. Seja amigável com os outros, como gostaria que fossem comvocê. Em pouco tempo perceberá que “já não [são] estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus” (Efésios 2:19). Você já se sentirá em casa com sua nova família da Igreja.

A família da ala ou do ramo está sempreaberta — ninguém deve ser deixado de fora.Talvez não seja possível fazer amizade comtodos os membros, mas se compartilharmosnosso amor ao evangelho, se nosso testemu-nho for puro, se tivermos o desejo de com-partilhar nossos fardos uns com os outros, e se exercitarmos nosso desejo de servir ao Senhor por meio do serviço ao próximo,seremos uma família. Sou grata porque nãoimporta aonde eu vá neste mundo, cada ala ou ramo é constituído de filhos do PaiCeleste. Posso testificar com fervor que a alaonde estou agora é o lugar mais feliz onde eu poderia estar. ■

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Servir aos mem-bros da ala eparticipar das

reuniões pode aju-dar-nos a conhecermelhor uns aosoutros e a lembrarquem somos. Essassituações tambémnos dão a oportuni-dade de nos apre-sentar uns aosoutros.

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FIQUE FIRME

NOSSOS PADRÕES SÃO DETERMINADOS PELO SENHOR, NÃO PELA DIREÇÃO DO VENTO

(ver Helamã 5:12).

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“Firmes e inamovíveis, sobejando sempre em

boas obras” (Mosias 5:15).

Oque significa ser firme e ina-movível? Ser firme é estarfirmemente fincado, não ser

sujeito a mudanças, é ser persistentena crença e na determinação, é serleal e fiel. Do mesmo modo, ser ina-movível é nunca se render, é nuncaser movido do lugar, ou nunca sedesviar do caminho. Ser firme e ina-movível no evangelho de Jesus Cristosignifica comprometer-se a segui-Lo,assim sobejando sempre em boasobras.

Exemplos de Pessoas Firmes e

Inamovíveis

Jesus Cristo é a rocha e o ali-cerce seguro sobre o qual devemosedificar. Para nós, Ele é o exemploperfeito de alguém firme e

homem cujo coração transbordava degratidão a seu Deus (...) um homemque trabalhava infatigavelmente pelobem-estar e segurança do povo. (...)Ele era um homem firme na fé emCristo” (Alma 48: 11–13).

Como seria o mundo se todos fôs-semos como ele? As escrituras dizem:“Se todos os homens tivessem sido efossem e pudessem sempre ser comoMorôni, eis que os próprios poderesdo inferno teriam sido abalados parasempre; sim, o diabo nunca teriapoder sobre o coração dos filhos doshomens” (Alma 48:17).

Morôni serviu com Helamã eoutros irmãos que “não prestavammenos serviços ao povo” (Alma48:19). Helamã permaneceu à frentede um exército de dois mil jovensguerreiros que, como a juventudevalorosa de hoje, eram “fiéis emtodas as ocasiões e em todas as coi-sas que lhes eram confiadas, (...)pois haviam aprendido a guardar os mandamentos de Deus e a andarretamente perante ele” (Alma 53:20–21). Esses jovens eram fiéis ecomprometidos.

Ester é um outro exemplo depessoa firme e persistente nacrença. Ela sabia que havia sido divinamente colocada naquele lugare naquela circunstância para quepudesse salvar seu povo, como sevê nas palavras de Mardoqueu:

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FIRMES EINAMOVÍVEIS

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inamovível, sobejando sempre emboas obras.

Os profetas vivos e apóstolos tam-bém são firmes. Em um mundo quealgumas pessoas consideram cada vezmais escuro e incerto, nosso profeta,o Presidente Gordon B. Hinckley, con-sidera esta uma boa época para viver.Ele continua a ser um exemplo vigo-roso de alguém firme e inamovível.

Há ainda homens e mulheres mara-vilhosos nas escrituras que foram fir-mes e inamovíveis em viver de acordocom o que acreditavam. No Livro deMórmon aprendemos que o capitãoMorôni era “um homem forte e pode-roso; ele era um homem de perfeitacompreensão; (...) um homem cujaalma se regozijava com a liberdade eindependência de seu país (...) um FO

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“Quem sabe se para tal tempocomo este chegaste a este reino”?(Ester 4:14) Ela é um grande exem-plo de fé e determinação.

Temos, a nossa volta, grandesexemplos de pessoas firmes, inamovíveis eque sobejam em boasobras. Muitos de nósvemos nossos paisguardarem

alegremente os convênios dotemplo. Vemos missionáriosno mundo inteiro que obe-decem estritamente e sãofiéis em seu chamado.Líderes, consultores,irmãos, irmãs e amigospodem também personi-ficar essas qualidades.

Como podemos seguiresses exemplos e ser fir-mes e inamovíveis? Cadaum de nós pode ser determi-nado e firme em nossa obediên-cia e dignidade. Devemos nosesforçar para ser totalmente fiéis na oração, no estudo das escrituras,no pagamento do dízimo, em viver aPalavra de Sabedoria, em freqüentaras reuniões, em ser puros em pen-samentos e ações, em honrar osacerdócio e em ser bondosos comnossos familiares e amigos.

Bênçãos por Sermos Firmes e

Inamovíveis

A escritura tema da Mutual de 2008 encontra-se no

final do último discurso do rei

Benjamim (verMosias 2–5).

As palavras dorei tocaram o povo de

tal modo que eles passa-ram por uma vigorosa

mudança no coração:“eles não tinham mais

disposição para praticar o mal,

mas, sim, defazer o bem

continuamente” (ver Mosias 5:2).Devido a essa mudança, o reiBenjamim disse ao povo que oSenhor os “[selaria] como seus, a fim de que [fossem] levados ao céu e [tivessem] salvação sem fim”(Mosias 5:15).

O Élder David A. Bednar, doQuórum dos Doze Apóstolos, expli-cou que a palavra selamento refere-se ao “poder santificador do EspíritoSanto (...) Receber esse ‘selo deaprovação’ do Espírito Santo é resul-tado de fidelidade, integridade econstância em honrar os convêniosdo evangelho”.1

Ao edificarmos sobre o alicerceseguro do Salvador Jesus Cristo,podemos também receber tais bên-çãos. Podemos ter uma vigorosamudança de coração, ser selados paraa vida eterna pelo poder santificadordo Espírito Santo, e, por fim, recebertudo o que o Salvador possui. ■

NOTA1. “Necessário Vos É Nascer de Novo”,

A Liahona, maio de 2007, p. 22.

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Por Que Eu Estava Acordado às 3h da Manhã?Stan Byrd

A princípio, pensei que minhaesposa, Eva, tinha tocado emmim para me acordar. Mas,

quando me virei, vi que ela ainda dor-mia. Quando me sentei na cama, tivea clara impressão de que precisava ir à

sala de estar. Saí da cama e atravesseio corredor. Verifiquei se as criançasestavam bem, quando passei pelosquartos, e constatei que dormiam profundamente.

Na sala, um calor agradável saía do

aquecedor, que consumia a cota decarvão para aquela noite. O registroestava na posição correta e a forna-lha parecia trabalhar adequada-mente. Tudo parecia normal. Aténosso cachorro dormia, alheio aminha presença. Lá fora, viam-sesomente sombras imóveis em umquintal coberto de neve.

Quando olhei novamente aoredor, fiquei intrigado. A impressãoque tivera era real. Por que, então,eu estava sozinho na sala às 3h da

44

V O Z E S D A I G R E J A

Quando olheiao redor,fiquei intri-

gado. A impressãoque tivera erareal. Por que,então, eu estavasozinho na sala às 3h da manhã?

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Page 47: Liahona Jan 2008

Como Eu Iria à Igreja?Alberto Bocca

Em 1997, eu estava em LaVictoria, Venezuela, suposta-mente por dez dias, para um

compromisso de trabalho. Quandopercebi que não voltaria tão rápidoquanto eu esperava para casa, naItália, comecei a procurar uma capelapara assistir às reuniões no domingo.

Certo dia, na hora do almoço, fizamizade com um jovem engenheiroitaliano que sabia onde ficava umacapela em Maracaibo. Ele fez ummapa para mim. Eu tinha um carroa minha disposição mas, infeliz-mente, não tinha feito o examemédico necessário para obter umalicença temporária para dirigir.

Eu era novo no local, tinha poucoconhecimento de espanhol e algu-mas pessoas me aconselharam a nãousar o transporte público sozinho.Estava em um dilema. Com a proxi-midade do domingo de Páscoa, euqueria muito renovar os convênios,partilhando do sacramento. Mas, sempoder dirigir, como iria à reunião emMaracaibo? Se o fizesse, me arriscariaa ser parado por dirigir sem licença.

Ao pensar sobre minhas opções,lembrei-me da 12ª regra de fé:“Cremos na (...) obediência, honra emanutenção da lei”. Eu sabia que, emvez de dirigir, eu precisava obedecer àlei do país (ver D&C 58:21), mesmoque isso significasse não ir à reunião.

Alguns dias depois, transferi-me para o hotel onde meus

companhei-ros de trabalhoestavam hospedados. Nosábado de manhã, depois decaminhar, voltei ao hotel, ainda ten-tando descobrir como ir à Igreja nodia seguinte. Ao passar pelo balcão darecepção, fiquei surpreso ao ver umexemplar da Liahona em espanhol.

Perguntei: “Quem é membro daIgreja aqui”? Alguém me respondeuque a revista pertencia a um dos funcionários do hotel. A recepcio-nista foi até o escritório e pediu-lheque viesse ao meu encontro.Enquanto conversávamos sobre aIgreja, aquele bom irmão me disseque havia uma capela bem ali, em La Victoria e que a capela ficava tãoperto do hotel que eu poderia ir apé. Disse-me que ficaria feliz em me encontrar na manhã seguinte e acompanhar-me à Igreja. Que felicidade senti!

Acabei ficando em La Victoria pormais dois meses. Nesse período, fizmuitos amigos ao participar alegre-mente das reuniões e atividades.Logo depois da Páscoa, obtive alicença para dirigir, o que tornoupossível comparecer à conferênciade estaca em Maracaibo.

Enquanto estive na Venezuela,meu testemunho da importância de obedecer à lei do país — mesmoquando não é conveniente — foifortalecido. Também adquiri um tes-temunho de que as publicações daIgreja são uma forma eficiente departilhar as bênçãos do Senhor. ■

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 45

manhã? Permaneci ali por algunsminutos e por fim, decidi voltarpara a cama.

Ao dar os primeiros passos pararetornar ao quarto, ouvi um estra-nho barulho de metal atrás de mim.Voltei-me rapidamente e vi fumaçae fagulhas saindo da parte de trásdo aquecedor! Um rebite no canodo aquecedor havia se desprendidode repente, e um gomo do cano sesoltou, abrindo uma brecha de bomtamanho.

Chamei Eva para me ajudar.Rapidamente coloquei as luvas decouro que mantinha perto do aquece-dor e segurei o gomo com força, parareposicioná-lo. Depois de fazer isso,

juntei-me a Eva para tirar afumaça da sala. Então, avalia-mos os estragos.

As fagulhas e a fuligemtinham queimado só uma

pequena parte do tapete. Se eu não estivesse lá no momento em queo rebite do cano se desprendeu, a sala

inteira teria sido tomada pelas cha-mas, em uma questão de minutos.

A provável destruição denossa casa e até a possí-vel perda de nossa vidatinham sido evitadas —

graças à gentil, mas inde-lével impressão recebida

do Espírito Santo.Ao voltar para cama,

senti-me grato por ter umPai Celestial amoroso, que

está acima de todas ascoisas e que me avisou

que um pequeno rebitede metal arrebentarianaquela fria noite deinverno. ■

Page 48: Liahona Jan 2008

No dia seguinte, eles deixaram a tradução com um recado quedizia: “Foi um prazer poder ajudá-la.Gostaríamos de conhecê-la um diadesses”.

Quando conheci os missionários,uma semana depois, eles me convi-daram para visitar sua Igreja. Mas eunão gostava dos mórmons. Meusfamiliares e líderes de outras igrejasque eu havia conhecido diziam que eram de uma seita perigosa.Fizeram muitas críticas absurdas, e eu acreditei. Entretanto, poucotempo depois, num domingo chu-voso, acordei com um grandedesejo de visitar a Igreja — pararetribuir sua gentileza — mas tam-bém por curiosidade. Na primeirareunião, as pessoas foram ao púl-pito e testificaram que sabiam que a Igreja e o Livro de Mórmon eramverdadeiros e que Joseph Smith fora um profeta de Deus. Ainda um tanto confusa, segui para aescola dominical.

Quando a professora mencionouescrituras e histórias da Bíblia, fiqueiansiosa por participar. Mas, quandoela falou do Livro de Mórmon fiqueiquieta e pensativa. Por que usaroutro livro se nós já tínhamos aBíblia? Antes que eu saísse, a profes-sora agradeceu-me pela participaçãoe, para minha surpresa, deu-me oseu exemplar do Livro de Mórmon.

Já em casa, fui para o meu quarto,ajoelhei-me e conversei com o PaiCelestial. Disse-Lhe que eu sentiaalgo especial a respeito da Igreja

Mórmon, mas não queria ser enga-nada pelo adversário. Orei para queEle me ajudasse a sanar minhas dúvi-das e me mostrasse qual igreja eraverdadeira.

Mais tarde, senti um forte desejode ler o Livro de Mórmon. Oreinovamente, pedindo força e orienta-ção. Ao orar, tive sentimentos fortese bons — um calor interior. Eu sabiaque não estava sozinha naquelemomento. Instantaneamente, ocor-reu-me um pensamento: “Leia olivro”!

Eu abri o livro e comecei a ler.Antes de terminar a introdução,lágrimas começaram a rolar pelomeu rosto enquanto o Senhor merevelava o mistério dos nativos americanos. Parecia que o Livro de Mórmon havia sido preparadopara sanar minhas preocupações.Senti grande alegria ao ver minhasperguntas respondidas. Era como seos antigos povos americanos falas-sem do túmulo a respeito de suavida e testificassem que conheciamJesus e que Ele sofrera por eles também.

Surpresa com minha descoberta,procurei os missionários e ouvi aspalestras. Em 31 de março de 1991,um domingo de Páscoa, entrei naságuas do batismo — a melhor deci-são que já tomei.

Sou imensamente grata ao meuPai Celestial por Sua misericórdia e profunda sabedoria. Sei que Ele é justo, que não Se esquece denenhum de Seus filhos e que estáansioso para revelar Seu plano atoda a humanidade. Eu sei que oLivro de Mórmon é um livrosagrado. Ele é verdadeiro. ■

46

O Livro comRespostasAlessandra Maria Pereira de Paula

A o assistir a um documentáriosobre a floresta amazônica,soube que missionários de

várias religiões ensinaram os nativos a respeito de Jesus Cristo. Comecei a pensar sobre a salvação dos milhõesde seus ancestrais que nunca haviamouvido sobre Jesus, sobre o evange-lho ou sobre as ordenanças salvado-ras, como o batismo. Se o Salvadorveio ao mundo para a salvação detoda a humanidade, por que tantos,através da história, não receberamSua gloriosa mensagem?

Busquei respostas na Bíblia que ao menos sugerissem que o VelhoMundo tivesse conhecimento dascivilizações das Américas, mas nadaencontrei. Nem pastores, padres ouestudiosos da Bíblia conseguiram responder a minhas perguntas.

Certo dia, ouvi um hino que meemocionou. Aprendi o hino em por-tuguês, e tentava traduzi-lo para oinglês, quando lembrei que minhavizinha Jesuína, que era membro daIgreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias, recebia com fre-qüência os missionários americanosem sua casa. Perguntei-lhe se elespoderiam traduzir o hino para mim.

Page 49: Liahona Jan 2008

Algo Que EuNão EsperavaAubrey Williams

Quando eu estava no ensinomédio, envolvi-me com umrapaz que minha família não

aprovava. Por causa disso, tornei-meagressiva com meus irmãos e ranco-rosa com meus pais. Infelizmente, euestava convencida de que eles nãosabiam o que era bom para mim; sóeu sabia. O que eles tinham contrameu namorado? É certo que, algumasvezes, ele me dizia coisas horríveis.Mas eu acreditava que ele me feriaporque me amava. Euachava que ninguém maisse importava comigo.

Por estar em uma rela-ção em que sofria insultos,meus sentimentos e per-cepções ficaram alterados.Explodia por qualquermotivo em um minuto e, no minuto seguinte,entrava em depressão. Não ia à Igreja, esquivava-me daqueles que me ama-vam de verdade e evitavatudo que fosse espiritual, espe-cialmente boa música. Emboranão admitisse, eu estavasofrendo.

Quandoainda me deba-tia com meu estilo devida e com

todos ao redor, minha professora deviolino pediu-me ajuda. Ela era a líderde música da Primária de uma ala eestava planejando uma reunião sacra-mental com músicas da Primária.Minha professora perguntou-me seeu não gostaria de tocar violino emalgumas músicas. Eu não queria, masdisse sim. Quando ela me deu o pro-grama, olhei os títulos. A últimamúsica a ser tocada seria “Sou umFilho de Deus” (Hinos, nº. 193).

Eu não estava entusiasmada por-que sabia do poder espiritual que a música tem. Comecei a treinar,mas fazia de tudo para repelir oEspírito —-desde pensar no quantoodiava minha família até não pensarnas músicas quando não estava

praticando.Quando o domingo da

apresentação chegou, malpodia esperar para queacabasse. Durante a apre-sentação, tentei ignorar o

Espírito, mas quando chegou a vez daúltima música, minha professora deviolino fez algo que eu não esperava.Ela se virou para a congregação econvidou-a para cantar também.

Posicionei meu arco nas cordas do violino e toquei a primeira nota. O Espírito tocou-me com tal força que lágrimas começaram a correr pelomeu rosto antes do fim da segundaestrofe. O Espírito disse-me para ouvira letra da música e lembrar-me de queeu era uma filha de Deus, que sempreseria especial para Ele e que eu nãoprecisava de um namorado que memaltratasse. Eu precisava Dele.

O som de todas aquelas vozes —de jovens e idosos — cantando aspalavras simples do hino ajudou-me a escutar e entender Suas palavras, as palavras de minha família e as pala-vras dos líderes da Igreja. A músicaera o meu ponto fraco. O Pai Celestialsabia que a música podia tocar meucoração. Era eu quem precisavamudar, e não minha família.

O Senhor conhece e entende o poder da música (ver D&C25:12). Ela pode elevar-nose abrir nosso coração enossa mente parareceber o Espírito.

Serei sempregrata pela música

e pelo espírito que elaainda traz a minha vida

atualmente. ■

A LIAHONA JANEIRO DE 2008 47

OEspíritodisse-mepara ouvir

a letra da músicae lembrar-me deque eu era umafilha de Deus.

Page 50: Liahona Jan 2008

Mais Perto de Deus

Mesmo quando pareide ir à Igreja, eu aindaquis manter a assinaturade A Liahona. Um dia,acessei uma página naInternet e solicitei umaassinatura e uma irmã imediatamenteme enviou um exemplar. Fiquei muitofeliz quando recebi o exemplar paramembros novos (outubro de 2006);essa edição me deixou profunda-mente emocionado e provou, denovo, a veracidade desse evangelho.Graças à revista A Liahona eu mesinto mais perto de Deus.Márcio Honirio Peres, Brasil

Alimentar Nossa Fé

Fico muito feliz quando leio aLiahona. Uso a revista nas lições daSociedade de Socorro e nas noitesfamiliares. Compartilhei a Liahona

com uma amiga que não professa anossa fé. Gosto muito de ler essarevista porque eu entendo mais arespeito da Igreja e sobre o queacontece nela. Muito obrigada porpreparar bons temas e boas liçõespara que possamos alimentar e vercrescer a nossa fé no verdadeiroevangelho de nosso Pai Celestial.Maasoama Bernard, EUA

Um Guia Diário

A Liahona é como uma companhiaconstante. Eu a leio todos os dias —no escritório, durante os intervalos,em casa, e em todas as oportunidadespossíveis. O conselho das AutoridadesGerais e as várias histórias da vidareal me ajudam a moldar

minha vida. Aprecio todas ashistórias. A Liahona aumen-tou meu testemunho a res-peito de Jesus Cristo. É umguia diário.Wilfred Kenneth F. Wokekoro,Nigéria

Descanso Depois de um Dia Difícil

Depois das aulas, vou para meuquarto sentindo grande cansaço enecessidade de descansar. Leio ALiahona. Gosto muito de lê-la. Todasas mensagens são verdadeiramente ins-piradas e me lembram de tudo o queJesus Cristo nos ensinou. Sei, com cer-teza, que essas coisas são verdadeiras.Judie Ann Diamada Boligor, Filipinas

O Poder da Expiação

A Liahona publicou um artigosobre a Expiação de Cristo e o seu sig-nificado para a vida das pessoas, epercebi que meus pecados ficaramno passado e que eu poderia seguiradiante e começar de novo. Souagora a presidente daOrganização das Moças e amotrabalhar com elas. Sou muitofeliz e espero ajudar as pessoasque ainda não foram batizadasa saber que esta é a Igrejaverdadeira.Viarda Martinez,República Dominicana

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Alicerce para a Obra Missionária

A Liahona é um alicerce indis-pensável para a obra missionária.Usando os artigos publicados em aLiahona, ajudei muitos pesquisado-res, em especial ao prepará-los parao batismo e a confirmação.Petra Longerich, Alemanha

Envie seus comentários por e-mail [email protected]. Ou para:

Liahona, Comment50 E. North Temple St., Rm 2420Salt Lake City, UT 84150-3220, USA

As cartas podem ser editadas por questãode extensão ou clareza.

C O M E N T Á R I O S

CRISTO NO GETSÊMANI, DE HEINRICH HOFMANN, CORTESIA DE C. HARRISON CONROY CO.

Page 51: Liahona Jan 2008

P A R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S • J A N E I R O D E 2 0 0 8

OAmigo

Page 52: Liahona Jan 2008

P R E S I D E N T E G O R D O N B . H I N C K L E Y

T ive uma reunião inesquecível com umex-primeiro-ministro. Ele tinha pre-senciado muitos conflitos e problemas

durante sua vida. Ele contou uma históriabem interessante sobre um rabino judeuque conversava com dois amigos. O rabinoperguntou a um deles: “Como sabemosquando a noite termina e um novo diacomeça?”

O amigo respondeu: “Quando olhamospara o leste e conseguimos diferenciar umaovelha de uma cabra, sabemos, então, que anoite terminou e um novo dia começou”.

Em seguida, fez a mesma pergunta ao segundoamigo. Este respondeu: “Quando olhamos bem longe e podemos diferenciar uma oliveira de uma figueira,sabemos, então, que a noite terminou e um novo diacomeçou”.

Depois eles perguntaram ao rabino como é que elesabia quando a noite terminava e um novo dia come-çava. Ele pensou por alguns minutos e, então, disse:

“Quando olhamos para o leste e vemos orosto de uma mulher e podemos dizer: ‘Éminha irmã’, e, quando olhamos para o lestee avistamos o rosto de um homem e pode-mos dizer: ‘É meu irmão’, sabemos, então,que a luz de um novo dia raiou”.

Pensem um pouco sobre isso, meus que-ridos amigos. Isso fala sobre o verdadeirosignificado da irmandade.

O evangelho de Jesus Cristo é o únicoelemento capaz de destruir o ódio queexiste entre o povo. Se as pessoas tiveremesse evangelho em sua vida, haverá muito

mais paz no mundo. É por esse motivo que estamosaqui, vocês e eu: para ensinar o evangelho do SenhorJesus Cristo e tocar o coração das pessoas, de maneiraque elas se olhem umas às outras como irmãos e irmãs,como filhos de nosso Pai Celestial. ●

De um discurso proferido na Universidade Brigham Young em 31 de outubro de 2006, e “Palavras do Profeta Vivo”, A Liahona,dezembro de 1996, p. 8.

C O I S A S E M Q U E P E N S A R1. Na história, o rabino comparou o amor à luz de um

novo amanhecer. Por que a luz do evangelho traz amor ao

coração?

2. Como você pode compartilhar o evangelho e ajudar

outras pessoas a encontrar a paz?

3. Como você pode sentir a paz do evangelho em sua

própria vida?

A2

O Presidente

Hinckley nos lembra

que todos nós somos

irmãos e irmãs.

A Luz de umNovo Dia

V I N D E A O P R O F E T A E S C U T A R

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Vida Pré- Mortal

ReinoTelestial

ReinoTerrestre

ReinoCelestial

Mundo Espiritual

Vida Terrena

Nascimento

Ressurreição

Julgamento Final

Morte

O Plano de Salvação

Observação: Se não quiser removerpáginas da revista, essa atividade podeser copiada ou impressa a partir dosite www.lds.org. Para o inglês, cliqueem “Gospel Library”. Para outrosidiomas, clique em “Languages”.

I L U S T R A Ç Ã O :

Page 55: Liahona Jan 2008

O AMIGO JANEIRO DE 2008 A5

“Todos os seres humanos—homem e mulher—foramcriados à imagem de Deus. Cada indivíduo é um filho(ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que oamam e, como tal, possui natureza e destino divinos”(“A Família: Proclamação ao Mundo”).

L I N D A C H R I S T E N S E N

§Existe razão em nosso viver;

Existe um plano que fez-nos nascer.

Por minha escolha a esta Terra vim

E devo buscar o melhor para mim.

(“Vou Cumprir o Plano de Deus”, Músicas para

Crianças, pp. 86–87)

Essas palavras ensinam que você viveu com o PaiCelestial antes de vir a esta Terra. Você é um filho (ouuma filha) Dele. O Pai Celestial pediu a Seu Filho, JesusCristo, que criasse a Terra. Ela foi preparada para quevocê pudesse viver e receber um corpo. Você tambémrecebeu o livre-arbítrio, e escolheu vir à Terra e apren-der a seguir o plano do Pai Celestial.

Você pode aprender sobre o plano do Pai Celestial nas escrituras. Jacó, um profeta do Livro de Mórmon,ensinou que Jesus Cristo foi escolhido para ser nossoSalvador. Ele habitaria na Terra, tomaria sobre Si os peca-dos do mundo e providenciaria um meio pelo qual osfilhos do Pai Celestial pudessem voltar a Sua presença.Por intermédio de Jesus Cristo, você pode arrepender-see ser perdoado de seus pecados. Jacó disse, “Oh! Quãogrande é o plano de nosso Deus!” (2 Néfi 9:13).

O Pai Celestial o ama e deixou Suas palavras — asescrituras — para que você conheça Seu plano. Seseguir esse plano, você encontrará felicidade na Terra e voltará à presença Dele um dia.

Atividade

Retire a página A4 e cole-a em cartolina. Recorte cadafigura na linha preta e cole um pedaço de flanela ou ummaterial áspero no verso da cartolina. Veja a ilustração

completa do flanelógrafo para ajudá-lo a colocar as figu-ras no lugar certo. Aprenda sobre o plano de salvação ecompartilhe esse conhecimento com sua família. Vocêpode usar esta atividade em uma lição da noite familiar.

Idéias para o Tempo de Compartilhar

1. Mostre uma gravura da Primeira Presidência e do

Quórum dos Doze Apóstolos juntamente com uma cópia de

“A Família: Proclamação ao Mundo” (A Liahona, outubro de

1994, p. 49). Discuta sobre a importância da proclamação

e ajude as crianças a memorizar a primeira frase do

segundo parágrafo. Explique-lhes que ser “criado à imagem

de Deus” significa que temos corpos físicos e podemos tor-

nar-nos como o Pai Celestial. Converse sobre as bênçãos que

temos por possuirmos um corpo. Refira-se a Meus Padrões

do Evangelho: “Manterei o corpo e a mente sagrados e

puros e não comerei nem beberei coisas que sejam prejudi-

ciais a mim”. Fale sobre algumas formas de demonstrar res-

peito pelo nosso corpo.

2. Diga: “Eu tenho um destino divino”, e pergunte às

crianças o que elas acham que isso significa. Discuta o

significado das palavras divino (diretamente de Deus)

e destino (um plano preordenado). Leiam Abraão 3:23.

Sublinhem as palavras “foste escolhido antes de nasceres”.

Fale sobre alguns acontecimentos da vida de Abraão.

Ressalte que o Pai Celestial conhecia e amava Abraão na

vida pré-mortal. Por sua obediência, Abraão recebeu mui-

tas bênçãos do Pai Celestial. Compartilhe exemplos de

outras pessoas que foram escolhidas, mesmo antes de

nascerem, para cumprir uma importante missão: Joseph

Smith (ver 2 Néfi 3:14–15), Gordon B. Hinckley (ver “Buscai

o Reino de Deus”, A Liahona, maio de 2006, p. 81), e Jesus

Cristo (ver Moisés 4:1–2). Relembre às crianças que o Pai

Celestial tem uma missão especial para cada uma delas

cumprir aqui na Terra. Pergunte: “Que tipo de coisas vocês

acham que o Pai Celestial quer que vocês façam?” Preste

testemunho de que cada pessoa tem um destino divino e

que a escolha do que é certo vai ajudá-las. ●

Minha Vida É um Dom;Minha Vida Tem um Plano

T E M P O D E C O M P A R T I L H A R

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Page 56: Liahona Jan 2008

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D A V I D A D O P R O F E T A J O S E P H S M I T H

Nascido de Bons Pais

Joseph Smith foi preparado por pais bondosospara ser um profeta.

Ela começou a melhorar e logo sarou. Em seu esforçopor cumprir a promessa, procurou receber o batismo.

Quando sua mãe, Lucy Mack Smith, era umajovem mãe, ficou muito doente. O médicodisse que ela poderia morrer.

Se permitires que euviva, vou me esforçar para

sempre Te servir.

Deseja que eu a batize,mesmo sem o desejo defiliar-se a minha Igreja?

Pai Celestial, ainda nãoestou pronta para morrer.

Ainda não sei o que devo fazerpara ir para o céu. Isso mesmo. Não

creio que exista atualmenteuma Igreja verdadeira na Terra,

mas a Bíblia diz que eu devoser batizada. Quero ser

obediente.

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O AMIGO JANEIRO DE 2008 A7

O pai de Joseph também era um homem religioso. Muitos anos antes da visão do filho, Joseph Smith Sêniorteve visões que o prepararam para receber a verdade. Uma das visões que teve foi como a de Leí e Néfi.

O jovem Joseph aprendeu com os pais que era importanteorar e estudar as escrituras. Joseph sabia procurar respostaspara suas perguntas porque os pais o tinham ensinado cor-retamente.

Depois da Primeira Visão de Joseph, seus familiares acreditaram nele e o apoiaram em seu grandioso chamado.

Eles mesmos serviram em importan-tes chamados: o pai de Joseph foi oprimeiro patriarca da Igreja.

Adaptado de Lucy Mack Smith, História de Joseph Smith, ed. Preston Nibley (1979), pp. 34–36;48–50; ver também Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (2007), pp. xviii; 37.

Foi-me revelado queo fruto representa o amor

de Deus.

Ontem à noite, sonhei comuma árvore de frutos

maravilhosos.

Havia pessoas no interior de um grande e

espaçoso edifício que zombavamde nós porque comíamos

desses frutos.

Crianças, venham! Está nahora de estudar a Bíblia e fazer

a oração em família.

Page 58: Liahona Jan 2008

A8

Eu Vou Ler o Livro deMórmon

J U L I E T. R A B E

“Eu disse aos irmãos que o Livro

de Mórmon era o mais correto

de todos os livros da Terra e a

pedra angular de nossa religião,

e que um homem poderia

aproximar-se mais de

Deus seguindo seus

preceitos do que de

qualquer outro

livro.” --- Joseph Smith

12. Deze

mbro

Morôni

------

------

-

Capítu

los 1–5

, 10

1. Janeiro1 Néfi

-------------

Capítulos 2–4,

7–8, 18

2. Fevereiro

2 Néfi

-------------

Capítulos

3–5, 31

11. N

ovem

bro

Éter

----

----

----

-C

apítu

los

1–3,

6

10. OutubroMórmon

-------------Capítulos 1, 6–7

3. MarçoJacó

-------------Capítulos 1, 7

9. Setembro4 Néfi

-------------O livro todo

4. AbrilEnos, Jarom, Ômni ePalavras de Mórmon

-------------Enos 1

8. Agosto3 Néfi

-------------Capítulos 8–11, 17

7. JulhoHelamã

-------------Capítulos 13–15

6. JunhoAlma

-------------Capítulos 14, 17–18,

53–56

5. MaioMosias

-------------Capítulos 11–13,

17–18, 27

Page 59: Liahona Jan 2008

O AMIGO JANEIRO DE 2008 A9

Esta atividade o ajudará a acompanhar sua leitura doLivro de Mórmon durante este ano. Retire estas páginasda revista com cuidado. Recorte a gravura que se encon-tra no final desta página e monte o arco. Ao terminar deler cada designação do Livro de Mórmon (sozinho oucom a família), recorte a gravura correspondente e cole-a no arco, no local indicado. Crianças menores poderãoler apenas os capítulos marcados em itálico. ●

Nota: Se não quiser remover páginas da revista, essa atividadepode ser copiada ou impressa a partir do site www.lds.org. Para oinglês, clique em “Gospel Library”. Para outros idiomas, clique em“Languages”.

Pedra angular é aquela que fica no alto e ao centrode um arco. Ela mantém as outras pedras firmesem seu devido lugar. Se a pedra angular é reti-

rada, o arco se desmonta.O Profeta Joseph Smith afirmou, “Eu disse aos

irmãos que o Livro de Mórmon era o mais correto detodos os livros da Terra e a pedra angular de nossareligião, e que um homem poderia aproximar-se maisde Deus seguindo seus preceitos do que de qualqueroutro livro” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:

Joseph Smith (2007), p. 64; grifo do autor).

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Page 60: Liahona Jan 2008

“Carambolas!... Não é possível!”, disse Ryan a si mesmo no espe-lho, olhando para as pontas soltas

da gravata. Ele tinha meia hora para resolver o problema. Como era difícil!

A mãe bateu na porta do banheiro. “Ryan?”,chamou suavemente.

“Pode entrar”, ele murmurou.Ela sorriu para ele ao abrir a porta.

“Está tudo bem?”“Não muito. Eu queria que ficasse

igual à do papai.”A mãe franziu a testa, mas foi só por uma

fração de segundo. Ryan não queria ter mencionado nada a respeito do pai,

mas não conseguiu evitar.Ela segurou as pontas da gravata e

balançou-as. “Talvez o Manual de Escotismoensine a dar nó nessa gravata, o que acha?”

E saiu para procurá-lo.Ryan sentia-se ridículo por estar com 12

anos e ainda não saber dar nó na gravata. Opai costumava fazer isso para ele. Mas

agora, seus pais estavam divorciados, e opai morava do outro lado da cidade.

A mãe voltou com o manual aberto.“Posso tentar?”, perguntou.

“Claro”, respondeu Ryan, tentandoparecer simpático. Sua mãe era hábil, mas

dar nó em gravatas não era exatamentesua maior habilidade.

O nó que ela deu parecia mais um projeto de origami. Desmanchou

o nó da gravata de seda e começou de novo. Depois de fracassar

novamente, suspirou, desapontada.

De repente, Katie, a irmã mais velha de Ryan, entrou no banheiro. “Nossa, Ryan,

o que aconteceu com sua gravata?”, perguntou,como se a gravata dele fosse uma forma de vida mutante.

“Nada!”, a mãe respondeu, tentando dar formaà gravata. “Tudo.”

“Eu vou chegar atrasado”, ele disse, tentandonão parecer aborrecido. Mas ele estava aborre-cido. Ia distribuir o sacramento pela primeiravez, desde sua ordenação como diácono, eaquela gravata estava horrível.

“Bem, você não pode distribuir o sacra-mento com a gravata desse jeito”, comentouKatie.

A mãe empurrou-a gentilmente para fora do banheiro e voltou. “Tenho uma idéia”,disse ao Ryan.

Ele olhou para ela desconfiado.“E se você for para a Igreja mais cedo e

pedir a ajuda do bispo para fazer o laço?”O bispo? Que vergonha! Ryan preferia

ficar em casa, a ir para a Igreja com a gravatana mão e pedir ajuda ao bispo na frente detodo mundo.

“Tenho certeza de que ele sempre ajudao Peter”, ela afirmou.

Peter era o filho do bispo. “Duvido!”,Ryan retrucou, olhando no espelho seureflexo zangado e arrancando a gravata.

Quando chegou à porta da capela,Ryan sentiu o rosto avermelhar dehumilhação. O que os outros rapazesiriam pensar se o vissem pedir ajuda

ao bispo? Por que sua mãe não poderiafazer isso por ele? Ele quase deu meia-volta.

A10

Nós Que Unem“Seja um bispo para meu povo, diz o Senhor, não no nome, mas em ações” (D&C 117:11).

K R I S T E N C H A N D L E RInspirado em uma história real

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O AMIGO JANEIRO DE 2008 A11

“Presto testemunho da força e da bondade dos bisposdesta Igreja.”

Presidente Gordon B. Hinckley,“Os Pastores de Israel”, ALiahona, novembro de 2003,p. 62.

Page 62: Liahona Jan 2008

Foi quando algo suave, mas forte, disse-lhe paraentrar na capela, que tudo daria certo.

Ele respirou profundamente e entrou. Tinha che-gado cedo e, por isso, a capela estava praticamentevazia, exceto pela organista e algumas pessoas senta-das na frente. E lá estava o Bispo Anderson no púlpito,a cabeça abaixada, calmamente lendo as escrituras.Assim que viu Ryan, pôs as escrituras de lado e desceuaté o corredor, estendendo-lhe a mão.

“Bem-vindo, Ryan. Animado para distribuir o sacra-mento hoje?”, perguntou.

“Bem... eu tenho um probleminha.”“Não se preocupe. Todos ficam nervosos na primeira

vez. Eu pisei no pé de uma senhora quando tinha suaidade. No final, tudo deu certo.”

“Não”, disse Ryan, mostrando-lhe a gravata.“Ahh...! Venha comigo”, convidou o bispo.Os dois se dirigiram para o saguão. O bispo mos-

trou-lhe o que fazer para dar o nó e, antes de perce-ber, a gravata já tinha uma aparência normal. O BispoAnderson não zombou dele, nem agiu de modo a insinuar que Ryan tivesse a obrigação de já saber fazer aquele tipo de nó. E também não agiu como se tivesse pena de Ryan.

“Obrigado por ter-me pedido para ajudá-lo com isso”,o bispo disse, enquanto voltavam para a capela.

Ryan concordou com a cabeça. Ainda se sentia umpouquinho envergonhado, mas não como antes,quando ainda não tinha colocado a gravata.

O bispo pousou a mão no ombro do Ryan. “Esta ala écomo uma grande família, e sempre me sinto melhorquando posso cuidar dos membros de minha família.”Em seguida, dirigiu-se para a frente da capela.

Enquanto distribuía o sacramento, Ryan viu rostossorridentes, familiares. Lembrou-se então das palavrasdo bispo. Esta ala é como uma grande família, uma famí-lia da qual gostava de fazer parte. ●

A12

C O M O D A R N Ó N A G R A V ATAHá diversas maneiras de se dar nó na gravata.

Segue abaixo uma maneira simples.(Estes passos mostram o que você verá no espelho.)

1. Comece com aponta mais larga dagravata no lado direito,aproximadamente 30cm abaixo da pontamais fina.

2. Passe a ponta maislarga por cima da pontaestreita e depois portrás, pelo lado de baixo.

3. Continue a dar avolta, passando aponta mais larga porcima da ponta estreitamais uma vez.

4. Passe a ponta maislarga por dentro doespaço entre o pes-coço e a gravata.

5. Mantendo a frentedo nó frouxa com odedo, introduza aparte mais larga nolaço que se formou na frente.

6. Retire o dedo eaperte o nó com cui-dado. Segure a pontaestreita e deslize o nó para cima até quese ajuste confortavel-mente ao pescoço.

Page 63: Liahona Jan 2008

P Á G I N A P A R A C O L O R I R

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TT SOU UM FILHO DE DEUS, E ELE TEM UM PLANO PARA MIM

“Todos os seres humanos — homem e mulher — foram criados à imagem de Deus. Cada indivíduo é um filho(ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam e, como tal, possui natureza e destino divinos”

(“A Família — Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49).

Page 64: Liahona Jan 2008

A14

Um Missionárioem FormaçãoJ O H N K A Y , D E G L E N R O T H E S , F I F E , E S C Ó C I AK I M B E R LY W E B BRevistas da Igreja

F A Z E N D O A M I G O S

John ajuda a edificar um lar feliz. Ele ama sua irmã,

Phoebe, e sua mãe, Alison.

N uma fria manhã de janeiro, Alison Kay abriu a portade casa e encontrou dois missionários na chuva.Ela os convidou a entrar. Mais tarde, soube que

eles trabalharam mesmo com o tempo frio e apesar de

ser seu dia de preparação. Em pouco tempo, ela foi

batizada e confirmada membro da Igreja.John tinha quatro anos quando sua mãe, Alison,

filiou-se à Igreja. Desde aquela época, ele desejou ser

como os missionários.Dízimos e OfertasJohn começou a pagar o dízimo junto com sua mãe.

Ao ouvir falar sobre o Programa de Ajuda Humanitária e

o Fundo Perpétuo de Educação, decidiu contribuir com

eles também.Um dia, os missionários foram visitá-los. John

gosta de perguntar-lhes de onde vieram, como são

suas famílias e quantas pessoas eles estão ensinando

e vão batizar. Mas nesse dia, ele perguntou-lhes como

pagaram pela missão. Os pais e familiares quase sem-

pre ajudam, os missionários explicaram. “Quero eu

mesmo pagar a minha missão”, John disse. Aos 10

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Do Que John Mais Gosta?

1. O pão de carne que a mãe faz2. Judô3. Andar a cavalo4. Seu porquinho-da-índia, Saturno5. A história de Daniel na cova dos leões6. Brincar com os amigos7. Escalar com o pai8. Artes (sua matéria favorita na escola)9. Pizza

10. Subir na grande árvore do quintal, lugar preferido para refletir.

anos de idade, ele está no caminho certo, prepa-

rando-se de várias maneiras para a missão.

Trabalhar Muito

Além de viver o evangelho e economizar seu

dinheiro, John sabe que aprender a trabalhar ardua-

mente o ajudará a ser um grande missionário. “É

muito fácil ensinar o John”, sua mãe diz. Ele já apren-

deu a tricotar, lavar e passar roupas, pregar botões,

limpar o jardim, lavar o carro e cozinhar. Suas tarefas

habituais são arrumar seu quarto e colocar as roupas

na máquina de lavar.

Page 66: Liahona Jan 2008

A16

Distribuindo Sorrisos

John diz que tenta edificar um lar felizfalando gentilmente com sua família,especialmente com sua irmã mais velha,Phoebe. “Tentamos ouvir um ao outro”,ele acrescenta.

A mãe de John diz: “Normalmente Johnestá assoviando ou cantando pela casa”. Elaé grata por John se importar com as pes-soas, porque ela sofre de depressão. “Johnsabe exatamente como me tratar”, ela diz.“Ele é muito leal e responsável e tem umcoração cheio de amor.”

John está ansioso para receber oSacerdócio de Melquisedeque, não só paraservir como missionário, mas também paraabençoar sua família. Por enquanto, ele orapor eles e alegra-os com sua personalidadecativante. ●

O N D E F I C AG L E N R O T H E S ,F I F E , E S C Ó C I A ?

A Escócia faz parte doReino Unido. Fica no norte da Grã-Bretanha. Johngosta da pequena cidadede Glenrothes. Ele mora acerca de 8 quilômetros do cen-tro da cidade, em uma área rural.Gosta das pequenas estradas ecolinas que cercam sua casa. Egosta especialmente de andar de bicicleta pelos bosques.

Glenrothes

Glasgow

E S C Ó C I A

Page 67: Liahona Jan 2008

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–5).

REPRODUÇÃO PROIBIDA; BORDA © NOVA DEVELOPMENT

Page 68: Liahona Jan 2008

Dentre suas inúmeras realizações, o Profeta Joseph

Smith lançou o alicerce da compreensão doutrinal

de nossos últimos dias. “Esta geração”, disse o

Senhor ao Profeta Joseph Smith, “receberá minha palavra

por teu intermédio” (D&C 5:10). Ver “O Profeta Joseph

Smith, Um Mestre Extraordinário”, p. 30.

Page 69: Liahona Jan 2008

“E todos vós [sois] filhos do Altíssimo”

(Salmos 82:6).

Há crianças maravilhosas, incluindo você, quevivem espalhadas pelo mundo inteiro. Elaspodem usar roupas diferentes das que você

usa, comer outros tipos de comida, falar outros idio-mas e morar em casas nada parecidas com a sua, mastodos vocês são filhos de Deus, e Ele os ama.

Remova da revista este pôster. Recorte cuidadosa-mente nas linhas pontilhadas. Prenda os doze quadra-dos em ordem numérica, com as escrituras viradaspara frente, e coloque o pôster na parede ou em umlugar bem visível.

Cada mês, procure a referência da escritura ou

leia a citação de (“A Família: Proclamação ao Mundo” A Liahona, outubro de 2004, p. 49) impressa no qua-drado. Memorize a escritura ou a citação, se possível.Quando terminar, feche o quadrado e o recoloque na parede.

No final do ano, seu mapa estará completo, e vocêterá visto alguns de seus amigos no mundo todo eaprendido sobre algumas bênçãos e oportunidadesimportantes que recebe, como filho de Deus.

Em cada revista deste ano, você encontrará umapágina para colorir com um tema e uma escritura.Você poderá pintar a gravura e pendurá-la perto do pôster.© 2008 Intellectual Reserve, Inc.

Sou Um Filho de

Deus

1. JaneiroSou um filho de Deus, e Ele tem um plano para mim.

“Todos os seres humanos – homem e mulher – foram criados à imagem de Deus. Cada indivíduo é um filho (ou filha) gerado em espírito

por pais celestiais que o amam e, como tal, possui natureza e destinodivinos” (proclamação, parágrafo 2).

5. MaioO Pai Celestial planejou que eu tivesse uma família.

Posso fortalecer minha família agora.

“A família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos” (proclamação, parágrafo 1).

9. SetembroPosso orar ao Pai Celestial, e Ele ouvirá minhas

orações e as responderá.

Marcos 11:24

10. OutubroPor ser Seu filho, servirei a Deus de todo o meu coração,

poder, mente e força.

D&C 4:2

11. NovembroSou grato por saber que somos todos filhos de Deus.

D&C 59:7

12. DezembroAmo meu Salvador Jesus Cristo e Seu evangelho restaurado.

2 Néfi 25:26

6. JunhoO templo é uma bênção para mim e minha família.

D&C 124:40

7. JulhoPor saber que todos somos filhos de Deus, vou compartilhar

o evangelho com outras pessoas.

D&C 18:15

8. AgostoMostrarei minha fé em Jesus Cristo, ao ser

batizado e confirmado.

D&C 68:27

2. FevereiroAs escrituras ensinam-me sobre o Pai Celestial e Jesus Cristo

e como voltar à presença Deles.

2 Néfi 4:15

3. MarçoJesus Cristo é meu Salvador.

I João 4:14

4. AbrilSeguirei o profeta.

Amós 3:7

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Page 70: Liahona Jan 2008

Sou um Filho de

Deus

Exemplares adicionais do pôster (código 02259 059) estão àdisposição nos centros de distribuição da Igreja.