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Licenciatura em Ciências do Ambiente Unidade Curricular: Trabalhos de Campo II Ano Lectivo 2011 / 2012 Monitorização Ambiental Voluntária Orientadora - Professora Doutora Ana Paula Martinho Setembro de 2012 Ricardo Lopes Aluno 1001767

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Licenciatura em Ciências do Ambiente

Unidade Curricular: Trabalhos de Campo II

Ano Lectivo 2011 / 2012

Monitorização Ambiental Voluntária

Orientadora - Professora Doutora Ana Paula Martinho

Setembro de 2012

Ricardo Lopes

Aluno 1001767

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AGRADECIMENTOS

Agradeço o apoio na realização deste trabalho:

- à Drª Elizabete Marchante, investigadora do Centro de Ecologia Funcional da

Universidade de Coimbra, pelo envio de material de apoio e por ter dispendido algum do

seu tempo a esclarecer dúvidas que me foram surgindo;

- ao Rafael Rodrigues, pela ajuda na revisão do texto e organização do trabalho;

- aos interessados que participaram no facebook com fotografias e comentários;

- à Drª Ana Paula Martinho pela tutoria no processo.

- a todos os que fazem parte da minha vida e que, de alguma forma, me apoiam no

progresso desta Licenciatura.

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ÍNDICE

1. Introdução 4

2. Monitorização Ambiental Voluntária 5

2.1 Monitorização Ambiental no Mundo 7

2.2 Monitorização Ambiental em Portugal 8

3. Introdução de Espécies Vegetais 10

3.1 Espécies Exóticas 10

3.2 Naturalização 11

3.3 Espécies Invasoras 11

3.3.1 Características das Espécies Invasoras 11

3.3.2 Formas de Controlo 12

3.3.3 Impactes Ambientais 13

3.3.4 Situação em Portugal 14

3.3.5 Monitorização em Portugal 14

4. Chorão-das-praias (Carpobrotus edulis) 16

4.1 Presença de Carpobrotus na Europa 17

4.2 Situação em Portugal 18

4.3 Formas de controlo 19

4.3.1 Arranque Manual 19

4.3.2 Queimadas 19

4.3.3 Químico 19

4.3.4 Biológico 19

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4.4 Acções de Monitorização e Erradicação 20

4.4.1 Erradicação em Minorca 20

4.4.2 Erradicação na Irlanda 21

5. Envolvimento Social no Projecto

5.1 Entidades 22

5.2 Envolvimento da Comunidade 22

5.3 Participação Pública 23

6. Implementação do Projecto

6.1 Projecto de Intervenção Piloto 26

6.2 Implementação 26

6.3 Sensibilização nas Escolas 27

6.4 Material para Monitores e Voluntários

6.4.1 Kit para Monitores 28

6.4.2 Kit para Voluntários 28

6.5 Protocolo de Actuação 28

7. Conclusão 30

Bibliografia 31

Anexos 34

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1. Introdução

A Monitorização Ambiental Voluntária assume um papel social cada vez mais

importante, As associações ambientais, designadas por ONGA - Organização Não

Governamental para o Ambiente, vão estabelecendo o seu lugar na sociedade e a

comunidade, cada vez mais interessada nos problemas ambientais e sociais, deseja ser

participativa. Assim conjugam-se esforços e atingem-se objectivos que as entidades

públicas não têm, muitas vezes, capacidade para alcançar.

A Universidade Aberta (UAb) é uma entidade pública de ensino superior à distância, que

tem na sua oferta formativa a Licenciatura em Ciências do Ambiente (LCA). As temáticas

abordadas neste curso são adequadas ao crescente interesse pela Natureza e Meio

Ambiente, fornecendo aos alunos instrumentos essenciais para a compreenção e acção

nestas áreas. Os responsáveis da LCA colmataram de alguma forma o facto de o ensino

ser feito essencialmente à distância com a criação das Unidades Curriculares “Trabalhos

de Campo I e II”, que incluem um módulo presencial de cinco dias, essenciais para a

compreensão no terreno de muitos conceitos teóricos ao apresentarem uma abordagem

transdisciplinas de unidades curriculares já leccionadas.

Este trabalho é dirigido para a comunidade em geral e para os estudantes da LCA em

particular que, numa fase mais avançada de implementação do projecto, poderão colocar

em prática os seus conhecimentos através de acções de voluntariado por eles

coordenadas. Essas acções serão no âmbito do controlo de plantas invasoras,

nomeadamente o chorão-da-praia, planta exótica de carácter invasor com vários focos

pelo país, classificada como perigosa e fácil de identificar.

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2. Monitorização Ambiental Voluntária

Entende-se por monitorização a medição e observação repetida dos sistemas naturais,

permitindo detectar mudanças e agir de forma rápida e segura (ARH Algarve, 2012). O

recurso a voluntários, com o uso de protocolos estabelecidos, permite tanto um

envolvimento da população como uma maior abrangência de actuação.

A monitorização ambiental voluntária é um fenómeno recente, fruto da crescente

preocupação social relativa ao estado do ambiente tanto a nível local como global. Para

se compreender o início do fenómeno é necessário compreender quando começa a existir

uma verdadeira e consistente consciência ambiental.

Em meados do século XIX é proposto pela primeira vez o termo “ecologia”, por Ernst

Haeckel, relativamente ao estudo das relações das espécies e comunidades com o

ambiente em que estão inseridas. É a introdução da visão holística da Natureza em que o

homem não existe por si só sendo parte de um complexo sistema. As ideias de Charles

Darwin são uma antecipação à ideia de ecologia, em que todas as espécies estão

relacionadas entre si, sendo o homem apenas mais uma.

É no século XIX que surge o movimento romântico na Europa que está no cerne de

grandes modificações sociais, políticas e económicas. Mais do que um estado de espírito

este movimento permitiu desenvolver uma nova forma de olhar o mundo centrada no

sujeito e que assentava numa certa idealização da realidade em constante relação e

exaltação da natureza com quem o sujeito se identifica.

A Natureza está sempre presente e as descrições que fazem da mesma são o espelho

do que se sente, deixando, desta forma, de ser mera paisagem. Ela está em constante

interacção com o homem, servindo-o enquanto “o seu solo, o seu armazém, o seu recreio,

o seu jardim e a sua cama” e à qual devemos os nossos sentidos (Emerson, 1836).

Esta época representa uma fase muito importante da evolução do pensamento para

uma ética ambiental, onde se começa por admitir o valor intrínseco da própria Natureza.

O movimento do Romantismo deu o “pontapé de saída” para a evolução do pensamento

em direcção a novas visões de ética ambiental. Começa a ser apercebido e valorizado o

porquê da protecção e preservação dos ecossistemas para lá do interesse para o ser

humano.

À semelhança de Emerson, Henry David Thoreau é considerado um pioneiro da

ecologia e da ética ambiental questionando a forma como o homem deve tratar o resto da

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natureza, da qual faz parte. Defendia que o ser humano tem o mesmo valor intrínseco e

os mesmos direitos que os restantes seres vivos, opondo-se, desta forma, à visão

antropocentrista da época que via os seres vivos e a própria natureza unicamente como

recursos para a sua subsistência ou fonte de bens essenciais (Vaz e Delfino, 2010).

No início do século XX dá-se ínicio ao confronto de ideias entre visões antropocêntricas

e não antropocêntricas, sendo as figuras principais John Muir e Gilford Pinchot, em que o

primeiro defendia a preservação do Ambiente e o segundo a conservação do Ambiente,

com uma gestão racional e eficiente da Natureza (Vaz e Delfino, 2010).

Aldo Leopold é uma das principais figuras da ética ambiental moderna, que via a Terra

como um organismo vivo, mutável. Esta percepção veio da sua íntima ligação ao meio

natural, passando grande parte do seu tempo a observar e “viver” na Natureza no seu

estado selvagem. No famoso livro “A Sand County Almanac”, Leopold refere a importância

da visão holística da Natureza e a necessidade de preservar a sua integridade e

estabilidade (Naturlink, 2009; Vaz e Delfino, 2010).

Apesar de todo este novo movimento de exaltação da Natureza, as ideias encontravam-

se num plano muito filosófico, não havia uma prática consistente e global desses

conceitos, sendo muitas vezes uma forma de pensar mas menos uma forma de estar.

Só na década de 1950, após a revolução industrial e o aumento abrupto e exponencial

da poluição do ar de Londres, levando à morte de centenas de pessoas e provocando o

aparecimento de doenças crónicas a muitas mais, é que o mundo começa a acordar para

a necessidade de controlar as acções antropogénicas sobre a Natureza. Na mesma

altura, em que se procuravam formas de controlar as pragas da agricultura, o uso de DDT,

considerado quase um “milagre” para a produção agrícola, foi responsável pela morte de

milhares de animais e problemas no ser humano que apenas há pouco tempo se

começaram a perceber. Rachel Carson, através do seu livro “Primavera Silenciosa”, na

década de 60 do século passado (Carson, 1962), alerta para os efeitos do uso dessa

substância para controlo de escaravelhos que estavam a destruir os ulmeiros numa

cidade de Michigan tendo levado à morte de milhares de tordos devido à contaminação de

toda a cadeia alimentar. Foi criticada pelos agricultores que referiam que sem pesticidas a

produção seria reduzida em 90%. Mas a verdade é que foram encontrados vestígios de

DDT em animais de locais tão longínquos como a Antártida. Tal como este, muitos outros

casos são referidos, como os derrames de petróleo e a produção industrial, sempre com

a noção de que tudo é global e interfere na Natureza a nível mundial.

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Após estas mudanças, associadas a uma mudança de paradigma e relacionadas com a

crise ambiental e as consequências desta, a consciência ambiental passa a fazer parte do

dia a dia das pessoas por todo o mundo, sendo no entanto nos países mais

desenvolvidos que essa consciência é maior.

2.1 Monitorização Ambiental no Mundo

A abertura dos governos às preocupações sociais motivou o voluntariado promovido por

entidades públicas para as diversas causas, sejam elas humanitárias, científicas ou

ambientais. Ao motivar os cidadãos para acções de voluntariado dá-se um

aproveitamento de recursos e aproximação dos indivíduos da participação e decisão em

temáticas de interesse comunitário. A par destas vantagens sociais, o crescimento do

indivíduo por participar na construção da sociedade, o “ser activo” nas actividades de

cariz humanitário e ambiental, são também de interesse pessoal e social.

A EPA – Environmental Protection Agency tem várias acções de monitorização

ambiental, recorrendo à participação voluntária de cidadãos por todo o país. Desenvolve

projectos para a protecção da qualidade do ar e da água, limpeza de espaços públicos,

entre outras (EPA, 2012).

Trabalham também diversas organizações sem fins lucrativos na área ambiental em

praticamente todos os países. Existem contudo algumas entidades que promovem a sua

acção a nível mundial, como a WWF ou a Greenpeace, e que recrutam voluntários de

forma global, possibilitando aos voluntários o conhecimento de outras realidades,

fomentando a globalização do conhecimento e monitorização ambiental.

As Nações Unidas lançaram a “década para a biodiversidade 2011-2020”, numa

tentativa de parar ou mesmo reverter a perda de biodiversidade no planeta. Os objectivos

foram estabelecidos no Japão em Outubro de 2010, e são conhecidos como os

“objectivos Aichi”. São divididos em grupos: definir as causas e encontrar soluções para a

perda de biodiversidade; reduzir as pressões directas e promover o uso sustentável;

proteger os ecossistemas, espécies e diversidade genética; aumentar os benefícios para

as actividades promotoras da biodiversidade e ecossistemas; melhorar a implantação das

actividades promovendo a participação e conhecimento (CBD, 2011).

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2.2 Monitorização Ambiental em Portugal

Neste momento proliferam as associações e movimentos ambientalistas, designadas

por ONGA – Organizações Não Governamentais para o Ambiente. Mesmo a nível estatal

são vários os programas com vista ao uso de recursos voluntários para a monitorização e

apoio na intervenção a vários níveis. Muitos dos programas são dirigidos para jovens em

idade escolar, de modo a ocuparem os tempos livres em actividades benéficas também

para o seu próprio desenvolvimento social e comunitário.

Algumas das associações sem fins lucrativos com maior destaque em Portugal, neste

momento, são: Quercus, LPN – Liga para a Protecção da Natureza, Geota, CEAI – Centro

de Estudos de Avifauna Ibérica. Todas elas desenvolvem projectos de voluntariado na

área do ambiente, seja na monitorização de rios e florestas, como na contagem de

indivíduos de aves. O potencial é imenso pois, sendo capazes de gerar confiança no

público, este interessa-se pelas suas iniciativas, participando activamente e trazendo

resultados visíveis para esses projectos, fundamentando-os e motivando o crescimento e

aparecimento de outros.

Para além do papel das ONGA's, muitas entidades públicas desenvolvem também

acções semelhantes, tentando contrapor a escassez de recursos humanos e aproximando

os cidadãos do papel das instituições.

Temos como exemplos de projectos de monitorização voluntária:

- CEF-UC - projecto de controlo de plantas invasoras em Portugal, promovendo diversos

trabalhos de campo em que a população é convidada a participar e tomar contacto

próximo com a perda de biodiversidade causada pela invasão de plantas exóticas,

especialmente no que toca às acácias. Página da internet - http://www.ci.uc.pt/invasoras/.

- ARH Algarve – projecto denominado “Voluntariado Ambiental para a Água”, que se

pode consultar na internet em http://www.voluntariadoambientalagua.com/.

- LPN e proTEJO - “Big Jump - rios a 100%” é uma iniciativa europeia, promovida pela

European Rivers Network que tem como objectivo alertar para a poluição dos rios

aproximando os cidadãos dos ecossistemas de água doce. Em Portugal no ano de 2005

teve a sua acção incidindo principalmente no rio Alviela, com o objectivo de o despoluir.

As actividades mobilizaram muitos cidadãos devido ao interesse do rio para actividades

de lazer. (LPN,2010)

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- FNA - promoção de actividades de voluntariado ambiental por antigos escuteiros.

Efectuaram já diversas actividades de reflorestação (especialmente na Serra da Estrela),

“CoastWatch”, “Limpar Portugal”, etc. É um bom exemplo de movimentos não ONGA que

mantêm uma actividade considerável na área do ambiente. http://fna-

ambiente.blogspot.pt/

- InfoNature - vários projectos de intervenção ambiental, passando pela reflorestação e

limpeza de praias e florestas. Ver em http://infonature.org/site-pt/.

- Associação Mãos à Obra (http://www.amoportugal.org/) – esta associação promove,

desde 2010, a acção “Limpar Portugal” com a finalidade de mobilizar voluntários por todo

o país para a remoção de lixo dos espaços naturais. Em 2012 a acção conseguiu recolher

duas mil toneladas de lixo, tendo envolvido a participação de 8300 voluntários. Tem agora

uma nova acção, “Reflorestar Portugal”, que pretende mobilizar os cidadãos para a

plantação de milhares de árvores autóctones, combantendo os efeitos nefastos dos

incêndios, da presença de flora infestante e promovendo a sensibilização e educação

ambiental.

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3. Introdução de Espécies Vegetais

A introdução de espécies oriundas de outros locais no mundo é uma prática milenar,

seja por motivos ornamentais, para embelezamento de jardins; ou por motivos

económicos (indústria farmacêutica, alimentar, etc). Esta prática poderá ter começado (ou

intensificado) na época dos descobrimentos, em que se iniciaram as trocas comerciais

com povos longínquos.

A introdução de espécies pode ser igualmente acidental ou provocada de forma natural,

por aves migratórias que carreguem sementes inadvertidamente agarradas à pele ou

penas.

Se há décadas os efeitos da introdução de espécies exóticas eram desconhecidos e

pouco ou nada estudados, neste momento dá-se especial atenção ao fenómeno. No

entanto o número de invasoras continua a aumentar, muito devido à contínua introdução

de novas espécies exóticas, principalmente pelo mercado das plantas ornamentais. No

caso destas espécies conseguirem uma boa adaptação ao meio ambiente, poderão dar

origem a populações maiores, onde não têm predadores naturais, saindo do controlo do

ser humano, dando origem a problemas mais ou menos graves no ecossistema.

Este fenómeno de espécies exóticas é uma realidade tanto a nível da fauna como da

flora, sendo uma das principais causas de perda de biodiversidade, propiciando graves

problemas de carácter ecológico, económico e social (Williamson,1999, in Marchante,

2005).

3.1. Espécies Exóticas

Portugal, pelas suas características climáticas (temperaturas amenas, chuvas presentes

em grande parte do ano) e solo fértil, é um território propício ao desenvolvimento de

várias espécies exóticas de plantas. Estas são introduzidas por diversos motivos,

principalmente ornamentais e económicos.

Actualmente a facilidade de transporte e a globalização do comércio mundial permite o

aumento das espécies transferidas entre os territórios. Dá-se como exemplo as frutas

tropicais, anteriormente apenas disponíveis a preços elevados, mas que de momento se

podem encontrar com origem no nosso país ou em Espanha (ex. manga, abacate, kiwi,

maracujá). Estes exemplos podem parecer inocentes, mas representam a facilidade e

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capacidade de adaptação de espécies não indígenas ao nosso sistema ecológico.

Embora a introdução de espécies seja significativa, nem todas vingam de forma natural,

sendo necessária ajuda por parte do homem para a criação das condições essenciais

para o desenvolvimento e crescimento. Estas mantêm-se sob controlo, podendo no

entanto dar-se o caso de alguma mutação ou manipulação que permitam uma melhor

adaptação ao meio.

3.2. Naturalização

Algumas das espécies exóticas introduzidas têm a capacidade de se naturalizar,

conseguindo fixar-se noutros locais para além do inicial e formar populações

independentes da acção humana. Esta capacidade revela uma óptima adaptação ao

ecossistema, permitindo completar o ciclo de vida de forma independente e o aumento

das populações de uma forma equilibrada.

3.3. Espécies Invasoras

As populações que estão adaptadas ao meio ambiente, em equilíbrio, podem num dado

momento ter um crescimento exponencial e tornarem-se invasoras. Isto acontece

principalmente em espécies de reprodução e crescimento rápidos, que aproveitam

alterações esporádicas no ecossistema, que podem ter origem natural ou humana. Estes

podem ser fogos, tempestades, alterações no solo, controlo de outras espécies, etc. Estas

alterações formam nichos que permitem o desenvolvimento das invasoras, aparecendo

como pioneiras.

As espécies de efeito potencial mais grave são as “lenhosas”, pela sua fácil adaptação,

resistência e rápida recuperação após diversas perturbações, como os fogos (Marques,

s/d).

3.3.1. Características

Existe alguma relação entre a amplitude de distribuição das espécies invasoras no seu

habitat original e a sua capacidade para ocupar novos territórios. O comportamento

invasor de determinada espécie espera-se semelhante em regiões com características

semelhantes (Marchante, 2011).

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As espécies exóticas invasoras são altamente férteis comparativamente com as

espécies nativas e têm, frequentemente, reprodução vegetativa, permitindo a fixação e

dispersão altamente eficaz em distâncias curtas (Marchante, 2011).

Uma importante característica é a elevada resistência e longevidade das sementes

destas espécies, permitindo a criação de bancos de sementes mais numerosos e viáveis

que muitas das espécies nativas. Aliado a este factor, atingem usualmente a maturidade

relativamente cedo, produzindo um elevado número de sementes (Marchante, 2011).

As plantas invasoras combinam normalmente características de espécies pioneiras,

como a rápida propagação, com elevada capacidade competitiva e tolerância à sombra

(ver ilustração).

Ilustração 1: Síntese das características das plantas invasoras (Invader, 2008)

3.3.2. Formas de Controlo

Actualmente existe a consciência da necessidade de controlo das espécies exóticas

invasoras dado o risco elevado para as espécies indígenas. São estudados diferentes

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métodos de controlo, tanto a nível mecânico (abate e arranque) como químico (pesticidas

selectivos). No entanto estas medidas, de acordo com alguns autores, devem ser

complementadas com outras, nomeadamente a arborização por espécies nativas de

crescimento rápido para limitar a reinfestação, reduzindo a possibilidade de crescimento e

competição das espécies invasoras (Marques, s/d).

3.3.3. Impactes ambientais provocados pelas espécies invasoras

Para além da já referida perda de biodiversidade devido à competição com as espécies

autóctones, podendo levar ao seu desaparecimento, as plantas exóticas podem trazer

problemas diversos a nível: económico, saúde pública, redução da disponibilidade de

água nos lençóis e equilíbrio dos ecossistemas, como se pode verificar na ilustração 2

(Marchante, 2005).

A invasão por estas espécies, especialmente aquelas com maior risco ecológico,

provoca problemas de difícil e dispendiosa resolução, com danos muitas vezes

irreversíveis (Marchante, 2005).

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Ilustração 2: Impactes mais comuns das espécies invasoras nosecossistemas que invadem. (Invader, 2008)

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3.3.4. Situação em Portugal

Segundo Almeida & Freitas (2000), as espécies exóticas naturalizadas em Portugal são

cerca de 500, representando um aumento de 184 espécies em 25 anos. As

angiospérmicas - dicotiledóneas e monocotiledóneas, constituem a maioria da flora

exótica (77,2% e 18,8% respectivamente). No entanto as gimnospérmicas na flora exótica

naturalizada têm maior representação do que aquelas da flora indígena (2,2% contra

0,4%) (Almeida & Freitas, 2000).

No Decreto Lei nº 565/99 de 21 de Dezembro estão listadas cerca de 400 espécies

exóticas em Portugal, sendo 30 classificadas como invasoras. Alguns autores consideram

a existência de um maior número de espécies invasoras perigosas ou muito perigosas e

outras como potencialmente invasoras. Da Austrália pensa-se terem surgido o maior

número de invasoras no país, nomeadamente várias Acacia e Hakea (EPPO, 2006).

Almeida & Freitas (2000) referem que mais de 69% das espécies exóticas em Portugal

foram introduzidas intencionalmente, a maioria como plantas ornamentais. No entanto

existe uma grande percentagem de introdução acidental (22%).

Apesar de existir legislação que penaliza quem introduz espécies exóticas no território

nacional, poucos profissionais, comerciantes e cidadãos conhecem a lei, sendo comum a

introdução de plantas exóticas, algumas perigosas, por desconhecimento e falta de

controlo (Marchante, 2005).

3.3.5. Monitorização de Plantas Invasoras em Portugal

O projecto INVADER, da Universidade de Coimbra, é um projecto de investigação e

monitorização ambiental, focando a sua actuação nas espécies consideradas invasoras

em Portugal. O trabalho deste grupo passa pela identificação, estudo de dispersão

geográfica, estudo de formas de controlo, divulgação e educação.

No sítio da internet http://www1.ci.uc.pt/invasoras/ tem-se acesso a fichas

pormenorizadas sobre as várias espécies invasoras em Portugal. Encontra-se disponível

uma lista de espécies que, não estando descritas em legislação como invasoras,

apresentam comportamento invasor em alguns locais de Portugal Continental e outras

comprovadamente invasoras em regiões com clima semelhante ao nacional. Em seguida

indicam-se as plantas exóticas mais perigosas segundo legislação e listagem na página

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“Plantas Invasoras em Portugal”:

Acacia dealbata, Acacia longifolia, Acacia melanoxylon, Ailanthus altissima, Arundo

donax, Azolla filiculoides, Carpobrotus edulis, Cortaderia selloana, Eichhornia crassipes,

Hakea sericea, Ipomoea indica, Myriophyllum aquaticum, Tradescantia fluminensis.

O projecto INVADER tem desenvolvido diversas actividades de monitorização e

sensibilização com a população mas também diversos trabalhos de campo para

estudantes e profissionais. As invasoras mais estudadas neste âmbito e sobre as quais

mais incide o trabalho deste grupo são as acácias.

Existe um outro projecto de monitorização e controle de plantas invasoras, promovido

pela FloraSul e apoiado pela Fundação EDP. Podem ser encontradas informações na

página www.dinamisglobe.org. Em 29 de Setembro de 2012 teve lugar uma acção de

erradicação de várias espécies vegetais de carácter invasor com participação de centenas

de voluntários, muitos deles funcionários da EDP e familiares. Este é um bom exemplo de

como pode ser possível mobilizar grandes empresas, especialmente aquelas com impacte

directo ou indirecto na qualidade do ambiente no país, para acções promotoras de

melhorias das condições ambientais.

A LPN, através do Projecto Inspect - “Espécies exóticas marinhas introduzidas em

estuários e zonas costeiras Portugueses: padrões de distribuição e abundância, vectores

e potencial de invasão”, promoveu o recenseamento das espécies exóticas nos estuários

e zonas costeiras. As espécies invasoras têm um impacte significativo na biodiversidade

não só nos ecossistemas terrestres mas também nos aquáticos, embora de forma menos

visível para o público, o que dificulta a sensibilização para esta problemática (LPN, 2009).

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4. Chorão-das-praias (Carpobrotus edulis)

Ilustração 3: Flor de C. edulis (DiscoverLife)

Este trabalho incidirá sobre a monitorização de Carpobrotus edulis (chorão-da-praia) por

ser uma planta categorizada como invasora perigosa, ser facilmente identificável e poder

ser sujeito a remoção mecânica manual, facilitando a implementação de um projecto de

controlo. O chorão das praias é uma das plantas exóticas que mais danos tem provocado

à flora autóctone em Portugal e em diversos outros países pelo mundo. Tem crescimento

rápido e, sendo uma planta rasteira, cria um manto denso na sua propagação impedindo

que outras plantas cresçam e se desenvolvam. Apresenta uma grande resistência aos

fogos, devido ao seu elevado teor de água e capacidade regenerativa, sendo no seu país

de origem – África do Sul – utilizada para proteger as habitações dos incêndios

(Plantzafrica, 2006). Os seus frutos carnudos possuem inúmeras sementes que são

espalhadas pelos animais que delas se alimentam, propagando-se facilmente. É também

usualmente vista no seu habitat natural como pioneira em locais que sofreram algum tipo

de distúrbio (Plantzafrica, 2006). Os mantos que produz chegam a ter vários centímetros

de profundidade, impossibilitando a chegada de luz ao solo e o crescimento de outras

plantas. A partir do momento em que se estabelece em determinada área, os efeitos da

competição ou predação são praticamente nulos (ISSG, 2008).

Muitos dos espécimes de Carpobrotus spp. encontrados em zonas onde se naturalizou

são híbridos, que se distinguem pela variedade de coloração e tamanho das flores. No C.

edulis as flores são amarelas ou rosa suave, à medida que envelhecem. O cruzamento

que se dá com outras espécies próximas, especialmente com Carpobrotus acinaciformis

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na bacia mediterrânea, possuidor de flor purpúrea, origina o hibrido conhecido como C.

affine acinaciformis, trazendo as variações referidas. Este hibrido é usualmente bastante

vigoroso, o que pode levar a uma invasão intensiva (DAISIE, 2006). Existe uma outra

variante, a C. chilensis, de características similares e que apresenta flores de duas cores.

Apesar de todas estas variantes, são referidas usualmente por C. edulis por esta estar

referenciado em diário da república.

Os indivíduos do género Carpobrotus multiplicam-se facilmente, seja pela dispersão de

sementes ou por nódulos vegetativos. As sementes têm capacidade germinativa durante

dois anos, o que permite a criação de vastos bancos de sementes no solo, colonizando

novamente a zona após algum acontecimento (DAISIE, 2006). São vários os animais que

dele se alimentam, especialmente dos frutos suculentos, o que ajuda na propagação da

espécie. Inclusivamente, alguns estudos feitos na América mostram que a capacidade

germinativa aumenta ao passar pelo tubo digestivo de alguns animais, principalmente os

coelhos e, com menor relevância, veados (NASA, 1987).

A C. edulis tem a capacidade de alterar as condições do solo, aumentando os níveis de

Azoto e de Carbono e reduzindo o pH (DAISIE, 2006). Estas alterações preparam o

terreno para a propagação da espécie dificultando o desenvolvimento das plantas

autóctones.

Em termos de habitat a C. edulis estabelece-se melhor em zonas quentes e secas.

Cresce em terrenos bem drenados, ácidos, alcalinos e salinos. O seu crescimento é

limitado pela quantidade de azoto. Desenvolve-se bem ao sol e sombra. A planta possui

resistência elevada e grande capacidade adaptativa, especialmente quando produz

híbridos por cruzamento com outras espécies (DAISIE, 2006).

É uma planta com vastas e populares propriedades terapêuticas, sendo as folhas e

frutos utilizados para diversos fins como para tratamento de diarreia e problemas

respiratórios (Plantzafrica, 2006).

4.1. Presença de Carpobrotus na Europa

O problema das espécies invasoras, tanto animais como vegetais, é global. A espécie

referida no trabalho não é excepção, sendo encontrada em vários países do mundo,

tendo-se tornado perigosa na grande maioria deles.

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Pode-se ver no mapa seguinte (ilustração 4) a sua distribuição pela Europa,

especialmente na zona mediterrânea uma vez que a planta não se consegue estabelecer

em locais muito frios.

Ilustração 4: Distribuição de C. edulis na Europa /(DAISIE, 2006)

4.2. Situação em Portugal

O C. edulis tem uma distribuição bastante vasta em

Portugal, devido à sua vasta zona costeira e

temperaturas amenas. Foi introduzido especialmente

para fixação das dunas devido à rápida propagação e é

também utilizado para efeitos ornamentais, pois cria um

manto sempre verde e resistente ao pisoteio, animais e

falta de água.

Está referenciada também nas ilhas da Reserva

Natural Berlengas desde os anos 50, quando foi

introduzida para reduzir a queda de rochas nas zonas

recreativas, tendo-se estabelecido e espalhado pelas

escarpas e colinas, especialmente com exposição a sul.

(ISSG, 2006)

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Ilustração 5: Regiões do país emque está registada a ocorrência de

C. edulis (Marchante, 2005)

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4.3. Formas de controlo

A remoção manual é a forma mais fácil para controle do C. edulis pois não requer

grandes conhecimentos técnicos. O controlo químico é também utilizado em algumas

situações. No entanto deve-se restringir a pequenas áreas devido ao possível impacto

negativo das substâncias.

4.3.1. Arranque Manual

O arranque manual deverá ser cuidadoso, tendo o cuidado de não deixar pedaços para

trás que possam regenerar. Se possível arrancar toda a raiz, que pode atingir os 50cm de

profundidade (Invader, 2008).

Nas dunas, embora a estabilização trazida por esta planta seja discutível pois interfere

com as movimentações normais de alguns grupos dunares (ISSG, 2008), poder-se-á

fazer uma remoção progressiva, deixando pequenos focos, que serão retirados quando a

flora autóctone conseguir reestabelecer-se. Este processo permite a manutenção da duna

e o reaparecimento e desenvolvimento das plantas nativas.

4.3.2. Queimadas

Os fogos controlados podem ajudar a inviabilizar os indivíduos e as sementes no

terreno. Não é um método muito eficaz devido ao elevado conteúdo de água nos tecidos.

(Wikipedia, 2012)

4.3.3. Químico

Herbicidas de largos espectro têm capacidade de matar esta planta. No entanto o seu

uso não é recomendado devido aos danos que pode causar nas plantas nativas devido à

sua não especificidade.

4.3.4. Biológico

Os predadores naturais podem suprimir o aparecimento e desenvolvimento de novos

indivíduos. Poderá ser eficaz mas é necessário um controlo para que não sejam criadas

novas situações de invasão ou que coloquem em causa a flora nativa.

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Para o caso do chorão não são conhecidos predadores específicos sendo vários os

animais se que alimentam da planta, especialmente dos frutos muito ricos em sementes,

como o coelho e rato.

4.4. Acções de monitorização e erradicação

Existem acções de erradicação do chorão-da-praia que têm tido algum sucesso, sendo

uma referência o caso da Irlanda que decidiu combater a invasão antes desta se propagar

demasiado. Em Minorca, ilha mediterrânica , foi promovida uma acção de larga escala

para a erradicação da invasora de vários locais onde estava estabelecida há dezenas de

anos. O sucesso foi significativo, estando neste momento apenas algumas zonas

ocupadas.

A remoção manual de C. edulis deve ser feita com cautela de modo a que não fiquem

pedaços da planta que possam ser usadas por aves para fazer o ninho, exacerbando o

problema. É também necessário cautela na remoção extensiva devido à possibilidade de

erosão anormal do substrato.

4.4.1. Erradicação em Minorca

Em Minorca existiam cerca de 28 ha de zona invadida em 2002, tendo até 2005 sido

removidos 24 ha e 900 toneladas de plantas eliminadas.Foi utilizada cartografia SIG com

a distribuição dos focos de invasão e as áreas ocupadas, que não eram conhecidas antes

do projecto. A campanha teve inicio em Agosto de 2002, terminando em Novembro de

2003 com significativo sucesso (EPPO, 2006). Desconhece-se a causa de introdução da

planta na ilha, tendo sido utilizada nos primeiros anos após ser detectada, em 1864, como

planta medicinal. Para o controle da espécie foi efectuada cartografia com recurso ao

Sistema de Informação Geográfica da ilha. A maior dificuldade na erradicação foi a

remoção das plantas arrancadas, de modo a evitar regeneração. Visto a planta ser muito

utilizada em jardins privados, foi feita uma campanha de sensibilização com recurso a

folhetos. Foram também feitas duas campanhas de voluntariado, tendo 130 voluntários

removido mais de dez mil metros quadrados. No fim do projecto apenas duas áreas não

estavam controladas (Arguimbau, 2005).

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4.4.2. Erradicação na Irlanda

Na Irlanda foi efectuado um controle químico em zonas invadidas, como se pode

observar nas ilustrações 7 a 9. O resultado obtido em poucos meses foi interessante,

tendo sido eficaz tanto na redução da população de Carpobrotus (cerca de 97%) como no

reaparecimento da flora nativa de forma espontânea. A mistura química, composta por

3g/L glyphosate e 0,3g/L diquat, foi feita no local e aplicada com recurso a pulverizadores.

A acção decorreu entre Setembro de 2010 e Agosto de 2011, sendo as alterações

significativas num prazo tão curto com a recuperação progressiva da vegetação endémica

(INPCS, 2011).

Ilustração 6: Aplicação de tratamento químico em Setembro de 2010.

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Ilustração 7: Resultado do tratamento químico em Outubro de 2010.

Ilustração 8: Reaparecimento de plantas nativas em 20% das áreas tratadas. Agosto de 2011.

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5. Envolvimento Social no Projecto

5.1. Entidades

Com as alterações no ensino superior em Portugal motivadas pelo processo de

Bolonha, o espaço para a aplicação prática de conceitos e fundamentos teóricos foi

significativamente reduzido. O curso de Ciências do Ambiente da Universidade Aberta,

pela estrutura de ensino à distância, vê esta aplicação ainda mais reduzida que, no

entanto, tenta ultrapassar com a existência das unidades curriculares de “Trabalhos de

Campo I e II”, que apresentam uma componente presencial.

Tendo em conta a existência de uma significativa percentagem de alunos interessados

em desenvolver actividades em prol da comunidade e do seu próprio desenvolvimento

académico e científico, a monitorização ambientalvoluntária pode ser um fio condutor

entre estas diversas vontades.

A actividade de monitorização desta espécie invasora poderá ser feita com o trabalho

conjunto de várias entidades, nomeadamente:

Universidade – fonte do saber e unificação do conhecimento para adequação do

projecto a uma execução eficaz no terreno.

Câmara Municipal – cooperação logística para a realização do projecto.

Escolas – acções de sensibilização e estímulo ao voluntariado por parte dos alunos e

professores.

ONGA's – partilha de conhecimento técnico e científico com acções similares que

tenham sido colocados em prática. Plataformas logísticas já estabelecidas.

Bancos de sementes / viveiros de plantas autóctones – colaboração com o

fornecimento de sementes e plantas para a reflorestação das zonas intervencionadas,

evitando assim também o reaparecimento de C. edulis caso tenham ficado vestígios da

mesma.

5.2. Envolvimento da Comunidade

A interacção entre as instituições de ensino superior e as câmaras municipais / juntas

de freguesia poderá ser uma forma de colmatar a falta de técnicos superiores na área de

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ambiente, muito devido à falta de verbas para contratação. Estas entidades de poder

local, pela sua proximidade à comunidade, têm a possibilidade de atrair e possibilitar a

participação da população em actividades de índole ambiental. O incentivo à participação

leva também à sensibilização ambiental, de especial interesse na actualidade em que os

problemas antrópicos na Natureza estão no centro das discussões.

A proposta deste trabalho vai no sentido da criação de um esquema protocolar entre

entidades de ensino superior e as entidades decisoras das regiões onde se encontrem

problemas significativos de infestação por chorão-das-praias. Os estudantes de Ciências

do Ambiente funcionam como elo de ligação entre as duas entidades, obtendo o apoio

científico por parte da Universidade e o apoio logístico por parte dos municípios. Visto a

Licenciatura da Universidade Aberta ter estudantes de diversas partes do país, os

interessados seriam representantes das acções de monitorização na sua zona de

residência, facilitando assim a coordenação do projecto pois a formação base dos

intervenientes é similar.

De modo a fomentar a participação dos estudantes seria criado um certificado oficial da

participação no projecto, que possa valorizar o currículo. O mesmo se passaria para os

voluntários que receberiam certificados de participação como forma de valorizar o seu

interesse em acções em prol da comunidade.

5.3. Participação Pública

Visto as novas tecnologias fazerem cada vez mais parte do dia a dia da população, a

utilização da internet para estimular a participação pública de actividades de

monitorização ambiental voluntária poderá ser altamente interessante. Temos, de forma

simplificada, a partilha de informação entre os vários intervenientes, sem necessidade de

uma deslocação física.

Como forma de testar o interesse social desta actividade de monitorização ambiental, foi

criada uma página na rede social facebook (www.facebook.com), com o nome

“Monitorização Ambiental Voluntária”, O funcionamento desta rede social requer a

inscrição dos interessados e a inscrição nas páginas a que os utilizadores pretendem ter

acesso carregando no botão “gosto”. Os utilizadores foram convidados a “gostar” da

página e a colocarem fotografias das infestações, indicando a localização. Desta forma

seria possível ter ideia da distribuição do chorão e, com as fotografias, ter ideia do nível

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de invasão da área afectada. A página criada neste âmbito teve, até dia 13 de Setembro

de 2012, 80 “gostos” e várias fotografias e localizações de infestações. Foram enviadas

fotografias de zonas com baixa dispersão da planta e de zonas com níveis preocupantes

de implantação da mesma:

Ilustração 9: Porto Covo (autoria: Susana Martins)

Ilustração 10: Boca do Inferno (autoria: Miguel Cardoso)

O resultado está representado no mapa seguinte:

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Ilustração 11: A azul estão indicados os locais onde foramidentificados focos de C. edulis por participantes na

monitorização iniciada pela página da rede socialfacebook, Monitorização Ambiental Voluntária

(https://www.facebook.com/MonitorizacaoAmbiental)

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Aqui se pode verificar que os locais onde houve identificação positiva da invasora

Carpobrotus edulis são coincidentes com os mapas já existentes e o conhecimento da

preferência de estabelecimento da planta.

A participação por esta forma, com identificação visual das plantas e indicação dos

locais através da internet, pode ser uma forma de motivar o interesse dos participantes

pois não requer deslocações físicas para entrega dos dados, ficando estes disponíveis

para todos os interessados. Da mesma forma, o incremento das participações incentiva

outros a fazê-lo, pelo que é um meio a explorar nestes casos.

Outra das grandes vantagens da utilização da internet para a monitorização é a precisão

possível dos dados, uma vez que na sua grande maioria são referidos por indivíduos que

vivem nas imediações e são capazes de indicar com clareza a localização, facilitando

uma posterior confirmação e tomada de decisão.

Para uma eficaz identificação das zonas a necessitar de intervenção deverá ser

reforçada a acção na internet e também o contacto entre os estudantes da LCA, tanto

pelos meios disponibilizados pela Universidade Aberta, como a plataforma Moodle (ex.

Café do ambiente), como por outros meios a estudar.

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6. Implementação do Projecto

6.1. Projecto de intervenção piloto

Embora em teoria seja de fácil aplicação um projecto de monitorização ambiental

voluntária localizado, na prática devem ser cumpridos diversos trâmites para que surjam

as necessárias autorizações e apoios logísticos.

Sendo este um projecto pensado essencialmente para a comunidade académica, com

uma interacção próxima com a população e entidades potencialmente empregadoras,

torna-se importante o envolvimento da instituição académica, com estabelecimento de

protocolos ou contactos formais entre esta e as outras entidades de interesse para o

projecto. Será esse o primeiro passo.

Por uma questão de localização, existência de pontos de interesse para o projecto piloto

e alguma escassez de meios humanos, sugere-se o Parque Natural de Sintra-Cascais,

com apoio da Câmara Municipal de Sintra. O contacto deverá ser estabelecido para:

autorização de livre acesso às zonas a intervencionar, cedência de meios logísticos para

as tarefas a executar, nomeadamente equipamentos (enxadas, luvas, pás, kit primeiros

socorros,...) e transporte (dos equipamentos, pessoal e das plantas intervencionadas),

autorização para pequenas reuniões em escolas dos concelhos para explicar a

problemática das espécies invasoras e incentivar a participação.

Visto existirem algumas associações de intervenção ambiental, poderá ser de interesse

a sua inclusão num projecto deste âmbito pois poderão ter um “banco de voluntários” já

estabelecido, com interesse em participar neste tipo de actividades. Deverá, contudo, ficar

o controle das actividades nos responsáveis académicos e alunos designados.

O contacto com entidades que disponham de bancos de sementes ou viveiros de

plantas indígenas revela-se de especial interesse pois o uso desses recursos pode ajudar

a acelerar o desenvolvimento da flora autóctone, reduzindo o aparecimento e proliferação

das plantas invasoras.

6.2. Implementação de Projecto Piloto

Para se conseguir a implementação de um projecto piloto relativo à monitorização e

controlo de plantas invasoras, no âmbito do anteriormente descrito, com resultados

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eficazes e passíveis de reprodução, será necessário tomar algumas medidas iniciais para

garantir o apoio das entidades necessárias ao sucesso da acção:

- aprovação da acção no âmbito académico, com “luz verde” por parte da Licenciatura

em Ciências do Ambiente da Universidade Aberta;

- contacto com a Câmara Municipal de Sintra para aprovação de apoio logístico e,

eventualmente financeiro;

- contacto com banco de sementes autóctones. Existem vários projectos neste âmbito,

como por exemplo o SIGMETUM, em parceria com o Instituto Superior de Agronomia;

- contacto com organizações não governamentais na área do ambiente para unir

esforços no desenvolvimento e implementação do projecto, facilitando uma possível

reprodução do mesmo noutros municípios;

- contacto com escolas no Concelho de Sintra para agendamento de acções de

sensibilização com os alunos e averiguação de interesse na actividade.

6.3. Sessões de Sensibilização nas Escolas

Cada vez mais se toma consciência que a sensibilização e mobilização dos estudantes

da formação básica e secundária é essencial para chegar à população em geral. A

partilha de saberes através da participação em actividades no terreno é, em muitos casos,

motivadora para os alunos. A intervenção de alunos universitários reveste-se também de

especial importância pelo contacto com a população na partilha dos seus conhecimentos

e pela participação em acções concretas ligadas à sua área do saber.

Para a promoção das acções de sensibilização e mobilização para o voluntariado

deverá ser estabelecidos contactos com as escolas explanando a actividade e qual o

interesse e mais valias para ambas as partes. Havendo autorização e estabelecida uma

data para a visita, esta deverá ser feita com a presença de um professor de ciências da

natureza ou biologia e, se possível, com um professor da LCA. Após a apresentação

deverá ser feito um levantamento dos alunos/turmas interessados em participar.

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6.4. Material para monitores e voluntários

6.4.1. Proposta de Kit para Monitores

O Kit para monitores deverá proporcionar um maior conhecimento sobre as plantas

invasoras, com referência às diferentes espécies mais problemáticas no território

nacional, possibilitando a identificação das mesmas de forma a conseguir “educar” a

população para os perigos da utilização das mesmas.

Assim, o KIT para monitores deverá conter:

- Plantas Invasoras em Portugal – fichas para identificação e controlo

- Instruções para reconhecimento e diferenciação das várias espécies invasoras

perigosas em Portugal

- Fotografias de “Carpobrotus edulis”

6.4.2. Proposta de Kit para Voluntários

Devido ao direccionamento para a monitorização do chorão-das-praias, deverá ser

entregue aos voluntários:

- Ficha para identificação e controlo de “Carpobrotus edulis”

- Instruções para reconhecimento e diferenciação das espécies a controlar

- Fotografias de “Carpobrotus edulis”

6.5. Proposta de Protocolo de Actuação:

Com vista a uma intervenção eficaz será necessário preparar e harmonizar as etapas a

terem lugar antes, durante e após as acções de intervenção. De um modo geral

poderemos considerar os seguintes passos:

1 – Pesquisa e confirmação das áreas com focos de Carpobrotus edulis. Criação de

zonas de intervenção diferenciadas por: área ocupada pela infestação, perigo de

alastramento, perigo para a biodiversidade. Estabelecimento de prioridades de acordo

com os resultados obtidos pela análise anterior. Este trabalho deverá ser desenvolvido

pelos estudantes designados para a zona a intervencionar com o apoio de um Professor

da Licenciatura;

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2 – Criação de equipas para a intervenção composta por um responsável camarário, um

professor universitário da área das ciências ambientais ou biologia, um ou mais alunos

universitários, voluntários de acordo com a área a trabalhar; juntamente com o necessário

apoio logístico por parte da câmara municipal;

3 – Briefing com estabelecimento dos passos a dar durante o procedimento de controle

da planta para que o trabalho seja coordenado e decorra dentro dos prazos acordados;

4 – Remoção manual de todos os pés de C. edulis e hídridos, com atenção a que o

arranque seja o mais profundo possível. Tapetes de grandes dimensões devem ser

enrolados. Ter em atenção a não remoção de outras plantas que possam existir na área;

5 – Colocação das plantas arrancadas em carrinhas de carga da CM para transporte até

local acordado;

6 – Confirmação das zonas intervencionadas da não existência de focos visíveis de

partes vegetativas da planta;

7 – Se possível, repovoamento da zona com plantas autóctones ou sementes de plantas

autóctones;

8 – Discussão das tarefas efectuadas e propostas de melhoramento;

9 – Estabelecimento de responsáveis pela monitorização da área intervencionada, se

possível com autorização camarária para tal.

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6. Conclusão

A consciência social sobre a problemática das espécies invasoras, especialmente no

que toca às plantas, está a aumentar. Grande parte deste resultado é fruto das entidades

que trabalham na área do ambiente, desenvolvendo acções de sensibilização,

erradicação e controlo.

A espécie Carpobortus edulis, considerada em Portugal uma invasora perigosa,

encontra-se naturalizada em vários países do mundo e, em grande parte deles, apresenta

um comportamento invasor significativo. Foi introduzida por questões ornamentais e para

fixação de solos, mas apresenta-se agora fora de controlo, representando um perigo para

a flora autóctone dos locais onde se instala. À semelhança das outras espécies, urge

iniciar tarefas de monitorização e controlo para que os danos à biodiversidade não se

prolonguem.

A escola do género Carpobrotus, de entre as várias plantas invasoras em Portugal,

prende-se com a fácil identificação e remoção, que pode ser feita de forma manual e,

assim, fomentar o trabalho voluntário por indivíduos sem conhecimentos técnicos para tal.

A presença de monitores nas acções no terreno deverão ser suficientes para orientar e

coordenar a remoção das plantas. Possivelmente a fase mais complicada será a do

transporte das plantas para locais onde não exista o perigo de se reestabelecer.

Este trabalho representa o início de uma ideia que surgiu de forma espontânea na

unidade curricular “Trabalhos de Campo I” da Licenciatura em Ciências do Ambiente,

tendo passado de algo vago para o início de um caminho mais concreto. O próximo passo

é iniciar os contactos com as entidades essenciais para o arranque deste projecto, nos

moldes em que está pensado, como a Universidade Aberta, Câmara Municipal de Sintra e

Parque Natural de Sintra-Cascais.

Espera-se, numa fase mais avançada de implementação, conseguir a mobilização de

vários estudantes de Ciências do Ambiente, representando várias zonas do país, para

assumirem a responsabilidade do papel de monitores e implementarem de forma eficaz

acções de educação ambiental, sensibilização e monitorização.

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ANEXOS

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Guia

“Plantas Invasoras em Portugal”

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