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18-10-2010 1 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL Design de Comunicação, 3º Ano, 1º Semestre Copyright, 2010© José Farinha, ESEC Linguagem e comunicação interpessoal Aspectos pragmáticos – uso da linguagem Aspectos contextuais Significado social do sentido Elementos não verbais da comunicação Out-10 Comunicação Interpessoal 2 Aspectos pragmáticos – uso da linguagem Linguagem e comunicação interpessoal

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1

COMUNICAÇÃO INTERPESSOALDesign de Comunicação,

3º Ano, 1º Semestre

Copyright, 2010© José Farinha, ESEC

Linguagem e comunicação interpessoal

• Aspectos pragmáticos – uso da linguagem

• Aspectos contextuais

• Significado social do sentido

• Elementos não verbais da comunicação

Out-10Comunicação Interpessoal 2

Aspectos pragmáticos – uso da linguagem

Linguagem e comunicação interpessoal

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Aspectos gerais

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� As palavras como rótulos;

� As palavras como acções:� Evocam emoções;

� Criam realidades sociais;

� Reduzem a incerteza

� Promovem o contacto humano.

� As pessoas modificam o sistema abstracto de signos (linguagem) de forma a criarem modos concretos de utilização no acto da comunicação interpessoal -linguagem-em-uso (discurso).

Língua e fala

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� Língua: � sistema abstracto de signos partilhados por uma

comunidade de falantes de uma língua;

� Fala:� utilização da linguagem na comunicação, a forma como os

membros de uma comunidade linguística falam – é uma concretização da língua.

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Competência linguística e desempenho

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� Segundo CHOMSKY:� Competência:

� compreensão das regras gramaticais e uso correcto da língua padrão;

� Desempenho:� uso social da linguagem.

� Estão essencialmente dependentes da capacidade de adequação aos contextos comunicativos

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Aspectos contextuais

Linguagem e comunicação interpessoal

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� O contexto fornece elementos para entender o sentido da comunicação:

� Hipóteses de desentendimentos:� Exemplo:

ABOTT: A nice soft pillow filled up with down.

COSTELLO: Up with down?

ABBOTT: Certainly. See that pillow up there? It's down.

COSTELLO: How can it be down if it's up there?

ABBOTT: That pillow is down, Costello. You get down off a duck'sback.

COSTELLO: That's a lie. I never even got on a ducks's back.

ABBOTT: I didn't say you got up on a duck's back. I said you get downoff a ducks's back.

COSTELLO: How can I get down off a duck if I never got on a duck?

Aspectos gerais

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Rotina de Stand Up“Who’s on first” por Abbot & Costello

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A linguagem reflecte o contexto

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� Abordagem da sócio-linguística (não pragmática);

� Premissa: � “Os sujeitos comunicantes utilizam diversos repertórios

discursivos para se adaptarem às características de uma

dada situação”;

� O discurso reflecte características individuais, relações, subgrupos culturais e a sociedade em geral.

A linguagem baseia-se no (é construída a partir do) contexto

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� A linguagem adquire um sentido particular a partir dos contextos onde é falada;

� O contexto dá sentido à interacção para além do seu conteúdo explícito.

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A linguagem serve de elemento mediador do contexto

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� Afirmações que precedem outras funcionam como o seu contexto;

� A linguagem é um fenómeno mediador da própria percepção da realidade e nesse sentido ajuda a definir um determinado contexto.

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Significado social do sentido

Linguagem e comunicação interpessoal

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Aspectos gerais

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� Onde está localizado o sentido?

2 tipos de sentido

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� Intrapessoal:� é construído ao nível do sistema cognitivo individual;

� Interpessoal:� emerge durante o acto de comunicar a partir do discurso

� Sentido denotativo: - definição formal do dicionário

� Sentido conotativo: - significado afectivo e emocional atribuído por cada indivíduo

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Indexicalidade

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� Refere-se à natureza contextual dos objectos e acontecimentos – diferentes contextos diferentes significados;

� A indexação (referenciação) de determinados elementos do discurso fornece marcadores ou quadros de referência que ajudam a clarificar o sentido social do discurso – escolher qual o sentido de uma palavra/expressão num contexto particular.

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� Exemplos:� “A próxima 4ª feira”

� Se for dito… As pessoas entendem.� Num domingo daí a 3 dias

� Numa 3ª feira daí a 8 dias

� Numa 2ª feira ambíguo

� “A – este lugar faz-me lembrar aquele restaurante, lembras-te, a Nossa Casa?B- O quê? Isto faz-te lembrar a nossa casa?A-Não! O restaurante Nossa Casa.B- A nossa casa?A- Não, aquele restaurante onde comemos tarte, para lá da BaskinRobbins, cheio de gente idosa.B- Ah!...”

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Reflexividade

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� A linguagem pode servir de conteúdo e contexto ao mesmo tempo

Mudança de estilo

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� Capacidade para mudar o uso da linguagem (discurso) de acordo com as convenções associadas aos contextos sociais;

� Tem mais a ver com a adaptação a um contexto do que a características de personalidade;

� É uma componente importante da competência comunicativa.

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Elementos não-verbais da comunicação

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� Não é possível usar a linguagem num contexto social sem usar ao mesmo tempo os comportamentos não-verbais que são convencionais dentro desse contexto.

Comportamento verbal vs. Comportamento não-verbal

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� O comportamento não-verbal, tal como o comportamento verbal, não consiste numa série de ocorrências isoladas, mas, em vez disso, ocorre integrado num sistema ou código que ajuda a dar estrutura e sentido ao comportamento.

� CNV - CÓDIGO ANALÓGICO: � constituído por um âmbito infinito e contínuo de valores

naturalmente derivados;

� mais adequados para a comunicação de sentimentos, solicitação de comportamentos de outros e elementos constitutivos da dimensão relacional das mensagens.

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� CV - CÓDIGO DIGITAL: � constituído por um conjunto finito de unidades

descontínuas e arbitrariamente definidas;

� Mais adequados à troca de informação, pensamento abstracto, e elementos constitutivos da dimensão conteúdo das mensagens.

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� Importância da CNV para a construção do sentido na interacção social (Bourgoon, 1985)

� 5 PROPOSIÇÕES:

1. Como padrão geral, os adultos confiam mais nos indicadores não-verbais do que nos indicadores verbais para a determinação do sentido social;

2. As crianças em regra, dependem mais de indicadores verbais do que de indicadores não-verbais. Antes da puberdade, contudo, passam a acreditar mais nos sinais não-verbais;

3. A confiança dos adultos nos indicadores não-verbais é maior quando se verifica uma discrepância entre eles – a confiança nos indicadores verbais aumenta à medida em que as mensagens evoluem para uma maior congruência;

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4. A função ou objectivo da comunicação tem um papel mediador face à maior confiança num ou noutro canal (Verbal ou Não-Verbal). Os indicadores verbais são mais importante para informação factual, abstracta e persuasiva, enquanto que os indicadores não-verbais são mais importantes para veicular mensagens de tipo relacional, atribucional, afectivo e atitudinal;

5. Os indivíduos mostram um enviesamento consistente no que respeita á confiança num determinado canal. Algumas pessoas dependem mais consistentemente de informação verbal, outros dependem de informação não-verbal, enquanto que outros mostram uma preferência adaptada à situação.

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Comportamento não-verbal na interacção social

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� O significado dos comportamentos não verbais na interacção social só pode ser apreendido a partir dos contextos sociais nos quais ocorrem.

Comportamento não-verbal e comunicação não-verbal

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� 2 PERSPECTIVAS: � Perspectiva Psicológica: - quando os comportamentos

não-verbais são interpretados como expressões dos estados psicológicos de um indivíduo, por exemplo, emoções – “uma pessoa está triste e, por isso, chora”;

� Perspectiva Comunicacional: - quando os comportamentos não-verbais são interpretados a partir da sua função interpessoal, isto é, de como os CNV de uma pessoa se ligam aos CNV de outra. Os CNV aparecem como uma forma de organização das relações interpessoais.