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LIVRO DE RESUMOS https://luso-estudos.old.pt LUSO-ESTUDOS FÓRUM 18 de abril de 2018 Sociedade de Geografia de Lisboa

LIVRO DE RESUMOS · “Portugueses pelo Mundo”: a retórica do sucesso Resumo ... LIVRO DE RESUMOS. LUSO-ESTUDOS FÓRUM Edição 2018 @Lisboa

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18 de abril de 2018Sociedade de Geografia de Lisboa

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PROGRAMA

Tarde

9h00Acolhimento / Abertura

Emmanuelle Afonso (OLD)Maria Beatriz da Rocha Trindade (SGL)

Depoimento vídeo do Prof. Adriano Moreira

9h30-11h301º Painel

Resultados de Investigação / ApresentaçãoModeração: Sofia Lisboa e Christophe Fonseca

11h30Pausa Café

11h45-12h30Outras Perspetivas / Debate

Moderação: Sofia Lisboa

12h30-14h00Almoço

16h15-17h00Outras Perspetivas / DebateModeração: Christophe Fonseca

17h00-18h00Novos Projetos de Investigação / Speed Meeting Mesa Literária

18h00-18h30Atribuição e Entrega dos Prémios:Henrique AlmeidaNathalie FordeloneBruno CavacoJany Moreira

Manhã

14h00-16h002º Painel Resultados de Investigação / ApresentaçãoModeração: Sofia Lisboa e Christophe Fonseca

Porto(logia) de Honra

Encerramento:Emmanuelle Afonso (OLD)José Luis Carneiro (SECP)Luis Aires Barros (Presidente SGL)Jean Michel Casa (Embaixador de FrançaJean-Jacques Welfring (Embaixador do Luxemburgo)

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ELSA LECHNER CES-Universidade de Coimbra [email protected]

Título Na Ponta da Língua: histórias, memórias e inovação na emigração

Resumo Nesta comunicação apresentarei o projeto de investigação financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian que coor-deno no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra sobre língua e cultura portuguesas na diáspora. Este trabalho é herdeiro de outra pesquisa realizada no âmbito de uma Bolsa Fulbright/Instituto Camões com portugueses em New Jersey, EUA (2014/2015).O projeto “Na Ponta da Língua” teve início a 1 de setembro de 2017, contando com a parceria dos Departamentos de Es-tudos Portugueses da Universidade de Berkeley, da Universidade de Rutgers-Newark, e Universidade de Paris X-Nanterre, bem como do Museu da Pessoa em São Paulo. Em conjunto com as nossas colegas nestes países, implementaremos uma metodologia participativa de recolha de histórias da emigração portuguesa, sobretudo junto de descendentes de portugueses, a colocar online numa plataforma do projeto (em realização).O projeto foca por enquanto as comunidades portuguesas e de lusodescendentes no Brasil, EUA, e França, mas tem a ambição de incluir histórias, memórias, e inovações culturais e linguísticas de portugueses espalhados pelo mundo.

Nota biobibliográficaDoutorada em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (2003) é, desde 2014, Investigado-ra Principal no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Foi Fulbright Visiting Scholar nas Universidades de Rutgers e Brown, EUA (2014/15) com um projeto de pesquisa biográfica entre portugueses de New Jersey. Co-coor-denadora do Núcleo das Humanidades, Migrações, e Estudos para a Paz do CES e membro do CC do CES (2010-2014). Foi bolseira de pós-doutoramento da FCT no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e no ISCTE. A sua pesquisa incide sobre processos identitários em contextos migratórios, relações interculturais, pesquisa biográfica, sofri-mento e resiliência dos migrantes, emigração portuguesa e imigração em Portugal, e práticas de inclusão/participação. Coordenadora de um projeto Gulbenkian sobre histórias, memórias e inovação na emigração portuguesa, em articulação com o Museu da Pessoa (São Paulo), Departamento de Estudos Portugueses da Universidade de Paris-Nanterre, Univer-sidade de Berkeley, e Universidade de Rutgers-Newark. Autora de vários artigos nacionais e estrangeiros sobre pesquisa biográfica no estudo das migrações.

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FABIO SCETTI Université Sorbonne Nouvelle / CLESTHIA, França [email protected]

Título Um bairro onde falamos português em Montreal

Resumo Traçando um percurso histórico da criação da “comunidade portuguesa” de Montreal, vamos analisar o percurso de in-tegração do grupo na cidade canadiana e também discutir a negociação das fronteiras linguísticas dos espaços. O nosso questionamento abre-se sobre o papel da língua dentro do grupo e na sua evolução (das formas e normas) dentro da dita “comunidade”. Observando como a língua sobrevive dentro do grupo, como evolui e de que maneira é transmitida de geração em geração, podemos analisar como o português (nas suas práticas e discursos) vai ser um marcador da identidade do grupo.

Nota biobibliográficaFabio Scetti é Doutor em Ciências da Linguagem na Université Paris Descartes - Paris V (Abril, 2016), desenvolveu uma tese (sob a orientação da professora Christine Deprez) sobre a evolução da língua portuguesa na “comunidade portugue-sa” de Montreal, no Canadá, focando no processo de erosão da língua, o seu percurso de transmissão entre gerações, e na relação entre a língua e a identidade etnolinguística do grupo. • Scetti, F. (2016) « La langue portugaise se protège au sein de sa forteresse : la “communauté portugaise” de Montréal », Études Canadiennes – Canadian Studies, 80, pp. 187-202. • Scetti, F. (2016) « Langues et migrations La langue et son parcours dans le temps et dans l’espace : La « communauté portugaise » à Montréal », Cahiers de l’Urmis [En ligne], 16 juillet 2016, http://urmis.revues.org/1301• Scetti, F. (2016) « Variación dialectal de la lengua portuguesa. Evolución de la lengua portuguesa en un contexto de mi-gración: la “comunidade portuguesa” de Montreal », Limite, vol. 10.1, pp. 107-119, http://www.revistalimite.es/volumen%2010/06scetti.pdf • Scetti, F. (2016) « The Portuguese language in the particular context of the “Portuguese community” of Montreal ». In: Rudolf Muhr (ed.) (2016): Pluricentric Languages and non-dominant Varieties worldwide. Part II : The Pluricentricity of Portuguese and Spanish. New Concepts and Descriptions. In collaboration with Eugênia Duarte, Amália Mendes, Carla Amóros Negre, Juan A. Thomas. Wien et. al., Peter Lang Verlag. p. 275-286.

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ISABELLE SIMÕES MARQUES Universidade Aberta/CLUNL [email protected]

Título Discursos e representações da/na emigração nas redes sociais: o caso do filme A Gaiola Dourada

Resumo Propomos como tema de estudo a construção discursiva da imagem de si e do outro e a sua projeção num tipo de discurso bem específico: o dos comentários na rede social Facebook. Baseando-nos num conjunto de mais de 2000 comentários presentes nas 2 páginas oficiais do filme, a primeira La cage dorée com mais de 60 000 gostos e, a se-gunda, a página portuguesa A gaiola dourada com mais de 46 000 gostos, a nossa apresentação organiza-se em dois tempos: num primeiro momento, analisaremos as estratégias dos autores dos comentários que oferecem indícios sobre a sua própria identidade, tendo em conta as limitações inerentes ao tipo de texto em estudo. Num segundo momento, analisaremos as imagens veiculadas nos comentários, através das representações de si próprio e do outro. Tentaremos assim comparar as auto-imagens e as hetero-imagens ligadas à questão das migrações que aparecem nos comentários. A imagem do Outro, quer a nível das relações entre indivíduos quer a nível das sociedades, constrói-se necessariamente em interação com a imagem do Eu. A psicologia social demonstrou que a identidade, seja ela pessoal ou coletiva, é uma relação e um processo dialético: define-se como única mas contém simultaneamente a ideia de diferença que permite ao Eu de se constituir por identificação ou por oposição ao Outro. Assim sendo, a representação que têm os Portugueses dos emigrantes (hetero-imagem) toma plena consciência através da imagem que os Portugueses têm de si próprios (au-to-imagem) (Ladmiral & Lipiansky, 1989). Esta questão supõe que nos debrucemos sobre as representações identitárias e sociais entre Portugueses. A nossa apresentação debruçar-se-á sob esses processos de auto e hetero-posicionamento em relação a uma personagem-tipo associada a migrantes Portugueses em França. Veremos como o filme a Gaiola dourada explora a figura da primeira geração de emigrantes. Veremos também como os comentadores do Facebook, tanto em França como em Portugal, respondem e re-textualizam a família Ribeiro (ver Bauman and Briggs, 1990, Leppanen, 2012). Como uma figura estilizada (mais do que uma pessoa verdadeira), a família Ribeiro pode ostentar uma situação pro-blemática para qualquer emigrante atual Português. Dito isto, veremos que os comentadores reconhecem uma figura familiar na família Ribeiro, comparável com pessoas específicas e reais.

Nota biobibliográficaIsabelle Simões Marques é Docente de francês na Universidade Aberta. É Investigadora Doutorada do Centro de Lin-guística da Universidade Nova de Lisboa (CLUNL) e é Membro Associado do Centro de Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade de Aveiro (CLLC). É doutorada em Linguística - Análise do Discurso (em cotutela com a Université Paris 8). Tem desenvolvido e publicado trabalhos de investigação no âmbito dos estudos da Análise (Crítica) do Discurso, Socio-linguística, Didática das Línguas Estrangeiras, privilegiando igualmente os estudos sobre o plurilinguismo e as migrações.

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MANUEL DA CUNHA CEFH - Católica Braga - Universidade Católica Portuguesa [email protected]

Título “Portugueses pelo Mundo”: a retórica do sucesso

Resumo Até meados dos anos 1990, a emigração portuguesa padeceu de uma invisibilidade crónica nos meios de comunicação social, de modo particular nos ecrãs de televisão. Desde então, na senda da produção de conteúdos para a RTP Internacio-nal (1992) e SIC Internacional (1997), a representação audiovisual dos Portugueses residentes no estrangeiro intensificou-se progressivamente em todos os canais nacionais (RTP1, RTP2, SIC e TVI) e géneros televisivos (informação, documentário, fic-ção, talk-show, reality-show, publicidade). Embora alguns estudos identifiquem diferenças de tratamento entre conteúdos produzidos em Portugal e nas “comunidades”, em termos globais emerge uma imagem que privilegia os discursos sobre a disseminação, o enraizamento, o trabalho e o sucesso além-fronteiras.Em contexto de crise económica, a partir de meados da primeira década do milénio, a nova vaga de saídas de nacionais para o estrangeiro – incluindo uma franja de jovens diplomados – veio complexificar a representação social desta população no país de origem. Para dar apenas um exemplo, os termos e/ou expressões “primeira geração”, “segunda e terceira gerações”, “lusodescendentes”, “comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”, “diáspora”, “Portugueses residentes no estrangei-ro” “luso-americano” ou, mais recentemente, “emigração diplomada/qualificada” e “nova emigração” traduzem diversos posi-cionamentos ideológicos no espaço público relativamente ao fenómeno migratório e seus principais actores.Difundida desde 2010 no serviço público de televisão, a série Portugueses pelo Mundo apresenta, em cada episódio de cerca de 40 minutos, histórias individuais de compatriotas a viver numa cidade estrangeira. Um conjunto de características (estru-tura e ritmo da emissão, frequência, horário e canal de difusão, imaginário veiculado) fizeram deste programa um espaço de referência no que diz respeito à visibilidade da emigração portuguesa no panorama mediático nacional. A partir de uma análise das duas primeiras temporadas já exibidas, esboçámos o retrato dos 85 convidados dos 16 episódios que compõem esta série documental, em torno de um conjunto de variáveis basilares (sexo, idade, profissão, estado civil, localidade de origem, localidade de instalação e tempo de migração) e dissecámos os discursos destes actores da diáspora portuguesa, mas também os percursos, espaços e actividades de cada uma das cidades apresentadas aos telespectadores.Os resultados da pesquisa mostram que a maioria dos protagonistas são jovens, diplomados, oriundos da Grande Lisboa e do Grande Porto, recentemente instalados nas principais metrópoles mundiais onde trabalham sobretudo nas áreas das artes, educação, comunicação e economia. Os discursos centram-se predominantemente na descoberta de novas culturas e experiências, na intensidade das expectativas e no sucesso dos percursos, olvidando quase sempre as dificuldades inerentes ao percurso migratório. Esta cartografia da (nova) diáspora portuguesa, que se estende de Pequim a Los Angeles, passando por Sidney, Dakar e Veneza, reactualiza o velho leitmotiv da emigração de sucesso.

Nota biobibliográficaProfessor Auxiliar da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (UCP-Braga) e docente convidado do Master Études Lusopho-nes, na Universidade Blaise Pascal (Clermont-Ferrand), Manuel Antunes da Cunha é doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade Paris 2 (Panthéon-Assas). Em 2010, dirigiu ainda um projecto conjunto entre a Santa Casa da Misericórdia de Paris e a Embaixada de Portugal, no âmbito do Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social.Investigador do Centro de Estudos Filosófico-Humanísticos (UCP-Braga), é especialista dos meios de comunicação social, dos estudos de recepção, das migrações e das metodologias qualitativas. A tese de doutoramento, que versa sobre a recepção da RTP Internacional junto da comunidade portuguesa de França, deu lugar à publicação da obra Les Portugais de France face à leur télévision : Médias, migrations et enjeux identitaires (Presses Universitaires de Rennes), primada com a menção honrosa do Prix national de la recherche de l’Inathèque de France 2009. É ainda autor de três dezenas de artigos cientificos e comunicações em eventos e congressos nacionais e internacionais.

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MARTINA MATOZZI Centro de Estudos Sociais – Universidade de Coimbra [email protected]

Título Representações da Emigração na Literatura Portuguesa

Resumo Tendo em conta as propostas do Observatório dos Lusodescendentes e a chamada de trabalhos do Fórum Luso#Estudos / Edição 2018 a minha sugestão para o programa “Passado e Presente” é apresentar a minha tese de doutoramento, in-titulada Portugueses de Torna-Viagem. A representação da emigração Literatura Portuguesa (2016), realizada no âmbito do Programa de Doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa do Centro de Estudos Sociais e do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra.Na referida tese propõe-se compreender como foi e é representado hoje o fenómeno migratório na literatura portuguesa e traçar um mapa da forma como essa literatura concebeu a experiência migratória, percorrendo dois séculos (desde meados do século XIX até à contemporaneidade), identificando e analisando obras do campo literário português, consi-deradas como um “património da palavra migrante” que assevera a temática migratória como uma marcante “memória viva” representada em literatura.O trabalho estabelece um diálogo com a noção de “império” e com a história da presença portuguesa no mundo, ofe-recendo pistas de interpretação que querem contribuir para a percepção dos laços que ligam, na sua complexidade, o contexto das Comunidades de Língua Portuguesa. Revela-se então um património narrativo diversificado, que também questiona uma integridade cultural secular duma “semiperiferia” que “se imagina como centro” (Ribeiro, 2004), através de um “império” cujas fronteiras nem sempre corresponderam às dos territórios de emigração.Trata-se de uma pesquisa de carácter interdisciplinar, teoricamente fundamentada pelas linhas da análise literária, dos estudos culturais e pós-coloniais e o conhecimento literário, histórico e antropológico que tal estudo exige.Na última parte da tese, dedicada à literatura contemporânea, abrem-se pistas para o estudo das obras literárias das segundas gerações de migrantes, que claramente não se restringem ao campo literário português (em que se focalizou a referida tese), mas a todos os territórios para os quais os fluxos migratórios, ao longo dos séculos e até a contempora-neidade, se dirigiram e dirigem.Irei focar a minha apresentação no mapa literário que foi traçado nesta investigação, nos seus fundamentos teóricos e nas pistas de análise que será possível abrir para o estudo das obras literárias das segundas gerações de migrantes.

Nota biobibliográficaInvestigadora em pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É doutorada em Patri-mónios de Influência Portuguesa (Ramo de Estudos Culturais), pela Universidade de Coimbra, onde desenvolveu uma investigação sobre as representações literárias da emigração na Literatura Portuguesa. Os seus atuais interesses de in-vestigação centram-se nas áreas das Literaturas de Migração, Estudos das Memórias, Literaturas e Culturas de Expressão Portuguesa, Estudos Pós-Coloniais, Estudos de Patrimónios. Tem publicado e apresentado trabalhos científicos sobre a Literatura de Migração em âmbito nacional e internacional. É tradutora de literatura e de estudos académicos.

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MICHELE KOVEN University at Urbana-Champagin, llinois, USA [email protected]

Título Realizando e interpretando identidades complexas através da linguagem: Abordagens de Práticas e Ideologias Sociolinguísticas dos Lusodescendentes em França

Resumo O meu trabalho aborda as práticas e as ideologias linguísticas de lusodescendentes em França. Utilizando teorias e méto-dos da sociolinguística e da antropologia linguística, recorro à linguagem como uma lente através da qual examino como os lusodescendentes são posicionados e se posicionam através de múltiplas hierarquias e contextos de base nacional e internacional. A minha apresentação dará uma visão geral de alguns trabalhos anteriores, atuais e futuros em que tenho examinado como os lusodescendentes crescidos em França usam a linguagem para refletir e implementar identidades e posições complexas relativas a diferentes espaços e tempos franceses e portugueses.De facto, essa linha de pesquisa esclarece as discussões populares e acadêmicas sobre a migração e a língua portugue-sas. Frequentemente, essas discussões implicitamente ligam o “ser português” e a manutenção da cultura portuguesa com o “falar português”. Esse vínculo implícito emerge através de diferentes tipos de discurso sobre o português dos lusodescendentes. Por exemplo, frequentemente ouve-se dizer que os luso-descendentes falam “mal” o Português ou que falam “demais” o Francȇs. Os participantes também estão muito conscientes das normas linguísticas prescritivas em francês e português, às quais podem também orientar de várias maneiras, dependendo do contexto. A minha aborda-gem tem sido descritiva, em vez de prescritiva, examinando como os locutores realmente usam a linguagem, não ditan-do como devem usá-la. Assim, o meu trabalho assume que “falar português” e “falar francês” pode referir-se a uma série de práticas e ideologias linguísticas monolingues, bilingues e translingues que podem divergir das dos falantes monolin-gues de português e francês. Em vez de ver as práticas linguísticas lusodescendentes através de uma lente monolingue, o meu trabalho examina os posicionamentos complexos e altamente reflexivos de identidade que os lusodescendentes demonstram através da linguagem, numa série de contextos discursivos. A minha apresentação revisará brevemente vários estudos sobre as práticas linguísticas de lusodescendentes crescidos na França, usando entrevistas face a face, conversas que ocorrem naturalmente e interações baseadas em media sociais. Nesses contextos, discuto várias maneiras pelas quais os participantes “fazem” identidades com outras pessoas por meio de práticas de linguagem relacionais. Ao fazê-lo, discuto como os participantes associam diferentes maneiras de falar com imagens variadas de tipos de pessoas francesas e portuguesas, vividas como mais ou menos “outros” versus “eles próprios”. Ligo esses modos de falar e as ima-gens sociais que evocam com os contextos socioculturais e históricos franceses e portugueses mais amplos. As minhas análises revelam como os lusodescendentes usam a linguagem de maneiras inovadoras e altamente reflexivas mostran-do várias formas de ser francês e português.

Nota biobibliográficaMichele Koven é Professora Catedrática do Departamento de Comunicação da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, EUA. Desenvolve o seu trabalho nos seguintes departamentos: Departamento de Francês e Italiano, Depar-tamento de Antropologia, Centro de Estudos Globais, Centro da União Europeia e Centro de Estudos da Escrita. Dou-torou-se na Universidade de Chicago em 1999. A sua investigação tem abordado questões de linguagem e identidade, com foco nos lusodescendentes em França. Em particular, estudou o papel da cultura na interação verbal; a forma como os locutores realizam e inferem identidades culturais em suas próprias conversas e nas dos outros; práticas e ideologias em torno do bilinguismo, com ênfase na narrativa em contextos orais e on-line. O seu livro, Selves in Two Languages: Bi-linguals’ Verbal Enactments of Identity in French and Portuguese, foi publicado pela Editora John Benjamins em 2007. Tem publicado numerosos artigos e capítulos de livros sobre questões de linguagem e identidade, com foco nos luso-descendentes em França.

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vencedora do Prémio “Termas de S.Pedro do Sul / Hotel do Parque”

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NEUZA COSTA Universidade do Algarve [email protected]

Título O desenvolvimento e a transmissão de uma identidade Luso-Americana

Resumo O presente estudo, um estudo exploratório qualitativo do tipo multi-caso, incide no desenvolvimento desenvolvimento da identidade bi-cultural e transnacional dos cidadãos Portugueses que emigraram para os Estados Unidos durante a segunda metade do século vinte, bem como a dos seus descendentes. Mais especificamente, uma identidade que atra-vessa gerações bilíngues e bi-culturais. Auretta (2011) sugeriu que, “contar uma história é recontar o mundo. Recontar o mundo é renovar o mundo, ou pelo menos renovar um mundo” (p. 3) e, no seguimento do seu pensamento, este estudo conta as histórias de imigração e da adaptação a um novo mundo, a fim de compreender os processos de aculturação e assimilação que nela estão envolvidos. Para que tal fosse possível, durante uma fase inicial do estudo, foi solicitado aos participantes que se identificam como Luso-Americanos e que vivem nos Estados Unidos, que respondessem a um questionário criado para este efeito, o Portuguese-American Identity Survey. Durante uma segunda fase, uma subamos-tra da população foi selecionada para o estudo multi-caso e foram realizadas entrevistas individuais, semi-estruturadas, que permitiram a recolha das histórias de vida dos participantes, bem como quaisquer lembranças das suas experiências de imigração ou das dos seus familiares. Assim, o estudo analisou a percepção da identidade cultural dos participantes, o uso da linguagem e a aquisição do inglês e / ou do português, bem como a sua participação, ou a falta dela, numa comu-nidade bi-cultural e bilíngue. As conclusões levaram a uma maior compreensão da resistência e da transmissão de uma identidade transnacional, bi- cultural e bilingue, a identidade Luso-Americana, demonstrando, especificamente, como esta se desenvolveu, em que consiste e quais as suas implicações nas vidas dos participantes. Os resultados revelam ain-da que há necessidade de uma maior discussão entre os membros da comunidade, pesquisadores e especialistas em linguagem para garantir que a língua e a cultura portuguesa sobrevivam nas futuras gerações Luso-Americanas. Palavras-chave: imigração, identidade transnacional, primeira/segunda/terceira geração, identidade cultural, construções de identidade, herança cultural.

Nota biobibliográficaNeuza Costa é Doutorada em Comunicação, Cultura e Artes pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Univer-sidade do Algarve (2016), onde é professora de língua e cultura inglesa desde 2005. É Mestre em TESOL pela Steinhardt School of Culture, Education and Human Development, da New York University, em Nova Iorque (2001) e certificada como IELTS Oral Examiner pelo British Council e a Cambridge University (2004).

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INÊS CARDOSO York University, Canadá; CIDTFF [email protected]

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ROSA MARIA FANECA CIDTFF/Universidade de Aveiro [email protected]

Título Imagens da LP para lusodescendentes em França e no Canadá:influência dos percursos identitários na aprendizagem

Resumo Sendo a França e o Canadá dois destinos de emigração portuguesa ao longo das décadas, o ensino do português nestes dois países desde cedo se implantou, evoluindo bastante os contextos em que é ministrado: ensino não superior público, privado, associativo; ensino superior.Dois projetos, de natureza e de dimensões distintas, levados a cabo no Canadá e em França, permitiram aferir represen-tações em torno da Língua Portuguesa (LP), que aqui serão apresentadas em contraste:- em França, focar-nos-emos nas imagens de lusodescendentes de 3.ª geração no ensino básico, 2.º e 3.º ciclos, e ensino secundário, em contexto associativo, sobre a LP – recolha de dados, numa 1.ª fase, por meio de inquérito por questionário presencial a um total de 71 alunos e, numa 2ª fase, através da realização de entrevistas, a uma amostra selecionada e reduzida a 10 alunos, com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos, que frequentaram o ensino/aprendizagem da LP em contexto não formal.- no Canadá, analisaremos imagens sobre a LP manifestadas por 134 estudantes de origem lusófona no ensino superior através do preenchimento de um teste de colocação online. Estes estudantes tinham a intenção de se registar em aulas de LP, sendo, para tal, obrigatório o teste, pois que orienta para a matrícula no nível de proficiência apropriado (iniciação, intermédio ou avançado).Do primeiro estudo, a leitura do conjunto de respostas dos questionários e das entrevistas faz crer que, na sua maioria, estes lusodescendentes possuem uma relação positiva com a língua e cultura portuguesas, sentindo honra em falar Português, não revelando qualquer tipo de barreira em usá-la, mesmo se, em alguns casos, têm consciência de que não escrevem e não pronunciam corretamente.Do segundo, consideraremos respostas abertas destinadas à verbalização livre de palavras a que os inquiridos associa-vam a LP. A análise de conteúdo permitiu encontrar indícios fortes de conexão identitária com o português e com as culturas lusófonasA comparação de públicos em contextos nacionais distintos, em sistemas de ensino diversos e integrados em faixas etá-rias ligeiramente diferentes ocasionará uma discussão produtiva de questões como: • especificidades do ensino de Português como língua de herança, em contacto com outras línguas maioritárias e outras culturas dominantes; • pertinência de abordagens plurais no ensino do Português (educação intercultural; sensibilização à diversidade linguís-tica e cultural; intercompreensão linguística);• a exploração pedagógica de percursos identitários e a contínua reconstrução de imagens associadas à LP;• orientações para o ensino da LP com integração equilibrada da sua variedade intralinguística e cultural, para uma pro-moção da língua mais eficaz; • a formação de professores em contextos de herança;• a promoção da LP nestes contextos.

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INÊS CARDOSO York University, Canadá; CIDTFF [email protected]

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ROSA MARIA FANECA CIDTFF/Universidade de Aveiro [email protected]

Referências• Cardoso, I. (2016). Experiências didáticas com a escrita em PLNM: questionando vias de promoção de (des)envolvimen-to. In Maria Luisa Ortiz Alvarez e Luis Gonçalves (org.). O Mundo do Português e o Português no mundo afora: especifici-dades, implicações e ações (pp. 427-471). São Paulo: Pontes.• Faneca, R. M. (2017). Português em contextos de herança: dimensão da aprendizagem, dimensão das práticas peda-gógicas e formação de professores. IV International Conference of Portuguese Copenhagen 2017. Universidade de Cope-nhaga, Dinamarca, 26-28 de Outubro de 2017. • Faneca, R. M. (2016). Aprendizagem e representações do Português Língua de Herança em França. In S. Melo-Pfeifer (Coord.), Didática do Português Língua de Herança (pp.132-151). Lisboa: Lidel Editores. ISBN: 978-989-752-200-0• Faneca, R. M. (2013). Aprendizagem e representações do português língua de herança por lusodescendentes em França em contextos não formais. CIDTFF Indagatio Didactica, vol. 5(3).• Ferreira, T. & Cardoso, I. (2017). Pôr os professores de línguas na pele dos aprendentes – discutindo potencialidades formativas. VI SIMELP – Simpósio Mundial de Estudos da Língua Portuguesa. Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Santarém, 24-28 de outubro de 2017.• Garcez, Pedro de Moraes & Cardoso, I. (2017). Falante de português? Dilemas identitários de famílias e estudantes de origem brasileira e portuguesa no cenário multilíngue da cidade e região de Toronto, Canadá. VI SIMELP – Simpósio Mundial de Estudos da Língua Portuguesa. Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Santarém, 24-28 de outubro de 2017.

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INÊS CARDOSO York University, Canadá; CIDTFF [email protected]

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ROSA MARIA FANECA CIDTFF/Universidade de Aveiro [email protected]

Notas biobibliográficasRosa Maria Faneca é licenciada em Francês-Português pela Université de La Sorbonne Nouvelle, França, possui um Di-plôme d’Études Approfondies (D.E.A.) em didática das Línguas pela mesma universidade, e é doutorada em Didática das Línguas desde 2011, pela Universidade de Aveiro sobre a temática das representações do ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa (LP) por lusodescendentes, em contexto associativo, em França. Realizou também dois projetos de pós-doutoramento no Departamento de Educação e Psicologia da mesma universidade, com financiamento da Funda-ção para a Ciência e a Tecnologia (FCT) desde 2013. Foi professora de português (LE, LM e LH) e francês em França e Portugal. Tem atuado na formação inicial e contínua de professores (universidade de Aveiro e ESE de Viana do Castelo) onde exerceu funções de docente, orientadora da prática pedagógica supervisionada e investigadora. Desde janeiro de 2006, é membro do Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores da universidade de Aveiro e membro da equipa de investigação do Laboratório Aberto para a aprendizagem de línguas estrangeiras. Tem participado em diversos projetos nacionais e internacionais sobre a Integração à Língua Portuguesa, línguas de Herança (LH), Intercompreensão e Literacia plurilingue (Galapro, Miriadi, Koinos e Eval-IC). Integra a comissão editorial da revista Indagatio Didáctica.Os seus principais interesses investigativos centram-se na Didática do Português, língua materna/não materna/língua de herança, Educação plurilingue e intercultural, Formação inicial e contínua de professores.Código ORCID: http: //orcid.org/0000-0002-7532-5905

Inês Cardoso é, desde outubro de 2013, “Sessional Assistant Professor”, docente do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, em Portuguese and Luso-Brazilian Studies, York University, Canadá.Licenciada em ensino de Português, Latim e Grego pela Universidade de Aveiro, e doutorada em Didática, na mesma instituição, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tem lecionado em Portugal e no Canadá, e prosseguido investigação, inclusivamente no contexto de um Pós-Doutoramento (FCT, 2009-2013). Tem atuado também na formação inicial e contínua de professores, em Portugal, no Brasil e no Canadá.Os seus principais interesses investigativos centram-se na Didática do Português, língua materna/não materna, Didática da Escrita e formação de professores. A relação dos sujeitos com a escola/saber/língua - sobretudo com a escrita escolar e extraescolar - interessa-lhe particularmente, não só pelo potencial contributo para dispositivos didáticos que atendam à complexidade destas “relações”, favorecendo o (des)envolvimento, mas também pelas possibilidades da escrita como promotora de desenvolvimento pessoal/profissional. É membro do grupo “PROTEXTOS: ensino da produção de textos” e tem estado envolvida em projetos de investigação nacionais e internacionais, como “European Research Network on Learning to Write Effectively”. Integra o Centro de Investigação “Didática e Tecnologia na Formação de Formadores”.Código ORCID: http://orcid.org/0000-0003-2687-2424 http://people.laps.yorku.ca/people.nsf/researcherprofile?readform&shortname=icardoso http://protextos.web.ua.pt/?page_id=297

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SANDRA SILVA CEG/IGOT [email protected]

Título Geografia dos Afetos – As redes pessoais dos lusodescendentes em Toronto e Paris

Resumo Objetivos Gerais• Conhecer melhor a diáspora Portuguesa, em particular os descendentes de emigrantes portugueses e tentar perceber que relação (física, emocional, simbólica) estes têm com Portugal.• Identificar e hierarquizar os fatores (sociodemográficos, geopolíticos e psicossociais) que influenciam (positiva e/ou negativamente) a relação dos descendentes de emigrantes portugueses com a comunidade local, a diáspora e com Portugal.Objetivos Específicos• Identificar e caracterizar a organização social e distribuição espacial das relações sociais dos descendentes de emigran-tes portugueses em Toronto e Paris, indicando os principais fatores de influencia dessa realidade.• Saber se há um sentido de comunidade e práticas transnacionais entre os descendentes de emigrantes portugueses em Toronto e Paris e identificar os fatores de maior influência nessa realidade.• Conhecer as correlações (in)existentes entre, por um lado a organização social e distribuição espacial das relações so-ciais dos descendentes de emigrantes portugueses; e por outro, a existência de um sentido de comunidade e práticas transnacionais nessa população.• Identificar e caraterizar o capital social da comunidade portuguesa e de que forma está relacionado com a organização social das relações, a existência de um sentido de comunidade e de práticas transnacionais entre os descendentes de emigrantes portugueses em Toronto e Paris.• Identificar os fatores que mais influenciam a organização social e distribuição espacial das relações sociais; sentido de comunidade e práticas transnacionais dos descendentes de emigrantes portugueses em Toronto e Paris.• Analisar as diferenças geográficas e políticas entre os dois território, assim como o seu contributo, nas e para às dimen-sões dos objetivos anteriores.

MetodologiaDestaca-se o uso da Análise de Redes Sociais (ARS) em que a unidade de análise é o conjunto de indivíduos e as rela-ções estabelecidas entre eles. O propósito da ARS é identificar atores importantes, ligações cruciais, subgrupos, papeis, características da rede, etc., que permitam responder a questões relevantes sobre a estrutura dos fenómenos sociais. Os modelos analíticos das redes focados nos indivíduos veem o contexto que marca a estrutura da rede como criador de oportunidades ou de constrangimentos para a ação dos indivíduos. Os atores e as suas ações são vistos como interde-pendentes. Por outro lado, esses modelos concebem a estrutura como sendo padrões de relações duradouras entre os intervenientes, canais de transferência ou fluxos de recursos (materiais e imateriais). O método usado para a delimitação da rede pessoal dos indivíduos entrevistados foi o Personal Network Research De-sign (PNRD). Este método consiste em, a partir de um conjunto de indivíduos anónimos e desagregados (designados de Egos), construir uma amostra de indivíduos (designados de Alters), enumerados como sendo pessoas da rede de contac-tos dos indivíduos entrevistados e, posteriormente, recolher dados sobre alguns atributos de todas essas pessoas e das relações existentes entre todos eles (Ego-Alters e Alters-Alters).

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SANDRA SILVA CEG/IGOT [email protected]

MetodologiaEm termos de desenho da investigação, esta organizou-se em três áreas:

1. Redes Sociais dos Egos Caracterização Geral da Rede Social, Identificação e Caraterização da Rede Pessoal: Gerador de Nomes (Apoio Social) e Intérprete de Nomes (Atributos dos Alters e das Relações); Gerador de Recursos & Posições; Envolvimento Associativo dos Alters; Recursos Alters; Grau de envolvimento relacional Ego/Alters; Matriz de conhecimento entre Alters2. Caracterização dos EgosDados Sociodemográficos e Dados Familiares3. Sentido de Pertença, Envolvimento Comunitário & TransnacionalismoIdentificação Social; Participação social, cívica e política; Sentido de comunidade & Capital Social; Comportamentos TransnacionaisAlguns Resultados (Toronto)• No geral, as redes sociais analisadas têm aumentado e diversificado a sua composição ao longo do tempo, ganhando não apenas pessoas da mesma origem étnica (58%) mas também e principalmente Canadianos e indivíduos de outras origens (62% em ambos casos). • Mais de metade (58%) dos Alters são amigos dos respondentes, 31% são familiares, 9% são colegas ou superiores.• Os Egos têm relações mais ou menos duradouras pois conhecem mais de ¼ dos seus contactos pessoais desde “Toda a vida” (25,3%) e 39% há “Mais de 5 anos”, para além disso, a relação deles com cerca de 28% dos Alters tem “Entre 1-5 anos” e apenas uma minoria dos Alters (8%) faz parte das suas redes pessoais há “Menos de 1 ano”. Quanto à frequência de contacto entre Egos e Alters, a maioria contacta-se “1-2 vezes por semana” (37%) ou “Diariamente“ (22%) e de destacar os 32% que se contactam “Pelo menos 1 vez ao mês”. Relativamente à forma de contacto mais comum, a maioria fá-lo “Cara-a-cara” (61%).• Sobre o sentido e importância de comunidade, 77% dos respondentes diz ser “Muito importante” haver um sentimento de comunidade entre os luso-canadianos e 23% diz ser “Importante” haver esse sentimento. A avaliação global do Índice de Sentido de Comunidade permite-nos concluir que em 68% dos respondentes o é “Bom” ou “Elevado” e em 32% é “Razoável” ou “Baixo”. Já a avaliação global da Escala de Importância de Comunidade permite-nos concluir que para 60% dos respondentes a importância que dão à comunidade é “Boa”, para 20% “Elevada” e para 16% é “Razoável”.• Nas redes analisadas verifica-se a existência de um conjunto de características, nomeadamente: Homofilia; Recipro-cidade ou mutualidade das relações; Multiplexidade ou duplicação de funções de determinado indivíduo na rede; Pro-pinquidade ou a tendência para os indivíduos criarem mais laços com outros que lhe estão geograficamente próximos.• No que diz respeito às práticas transnacionais, e em particular as visitas a Portugal, conclui-se que, no geral, os respon-dentes viajam pouco, mas quando o fazem vão para outras cidades ou regiões do Canadá e 31% nunca visitou Portugal. Os respondentes conseguem identificar algumas referências nacionais nas seguintes categorias: música, literatura, des-porto, política, cinema & TV (pessoas ou conteúdos), jornais, rádios e televisões, ainda que se denote alguma temporali-dade nessas menções. 72% dos respondentes interessa-se pelos media portugueses e 84% quer ficar a par de notícias, entretenimento, política, economia, entre outros assuntos relacionados com Portugal e com os portugueses.

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SANDRA SILVA CEG/IGOT [email protected]

Nota biobibliográfica Sandra Silva é Mestre em Geografia Humana pela Universidade de Lisboa (2008) e Licenciada em Sociologia pela Uni-versidade da Beira Interior (2003). Está atualmente a terminar o Doutoramento em Geografia Humana na Universidade de Lisboa e é co-coordenadora nacional do projeto europeu European Web Site on Integration. Desde 2004 que é Inves-tigadora Associada no Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Univer-sidade de Lisboa. Possui experiência profissional em diversas áreas, da investigação à docência e formação profissional, passando pela organização de eventos. No que à investigação diz respeito, desde 2004 que se tem dedicado ao estudo das migrações internacionais focando diversos temas relacionados com a mobilidade e integração dos migrantes em Portugal e na Europa, nomeadamente saúde, habitação e educação, integração económica e social, segregação espacial e relações interétnicas, bem como políticas de imigração e integração no contexto europeu. Para além disso publicou, em coautoria, vários capítulos de livros, relatórios e artigos científicos. Especificamente para o tema em análise destacam-se as seguintes publicações:• Silva, Sandra; Sardinha, João; & da Silva, Emanuel (2014). “Portuguese migrations: Second-generation studies”. In Luso-Descendants in the Diaspora: Negotiating Identities and Transnational Mobility. Interdisciplinary Journal of Portuguese Diaspora Studies, 3(2): 301-312. http://portuguese-diaspora-studies.com/index.php/ijpds/article/view/178/189• Silva, Sandra (2011). “O transnacionalismo dos luso-descendentes: modelo conceptual e roteiro metodológico de uma investigação”. In Actas do VIII Congresso de Geografia Portuguesa “Repensar a Geografia para os Novos Desafios: Com-petências, Investigação, Acção”. Lisboa: Associação Portuguesa de Geógrafos e Instituto de Geografia e Ordenamento do Território. (CD-ROM) (ISBN: 978-972-99436-4-5)

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SOFIA AFONSO CICS.NOVA.UMINHO [email protected]

Título (AUTO)RETRATOS, REFERENCIAÇÕES E RECONFIGURAÇÕES: uma tentativa de abertura categorial

Resumo Quando abordamos o corpo temático relativo aos descendentes de migrantes estamos explicita e implicitamente a estabelecer distância, aproximação, superação entre um “nós” e um “eles”. Por outras palavras, tendo em conta vários elementos nomeadamente ao nível das atitudes, dos valores, das prioridades e escolhas de vida, das experiências eco-nómicas, das relações intergrupais e dos marcadores identitários trata-se de medir graus de separação entre este grupo e a sociedade de origem e/ou de nascença ou para com a sociedade de acolhimento ou de nascimento. Umberto Eco em Sobre os Espelhos e Outos Ensaios afirmava que “a magia dos espelhos consiste no facto de que (…) não somente nos permite olhar melhor o mundo mas também ver-nos como nos vêem os outros” (1989: 13). A partir da metáfora do jogo de espelhos, será nosso propósito reflectir, desta vez e a partir das diferentes contribuições seleccionadas para o presente Fórum, sobre as auto-representações e auto-posicionamentos propostos em torno da categoria hifenizada (luso-). Assistiremos a reinscrições tanto de índole temática como imagética ou ao desenho de um perfil cada vez mais plural e complexo.

MetodologiaLicenciatura em Relações Internacionais, Universidade do Minho; mestrado em Sociologia, Faculdade de Economia - Uni-versidade de Coimbra com tese A segunda geração e o regresso: a geografia do actor de fronteira. Investigadora do CICS.Nova.Uminho. Membro da equipa do projecto de investigação REPOR Luso-descendentes “regressados” em Portugal: identidade, pertença e transnacionalismo financiado pela FCT (2013-2015). Narrativas biográficas, migrações de regresso, segunda geração, memória, pós-memória, arte e ciência, artivismo constituem os principais eixos de interesse.

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Literatura Christopher LarkoshUniversidade Mass Darmouth

Novas vozes nos estudos luso-americanos

Literatura Martina MatozziUniversidade de Coimbra

Patrimónios Narrativos da Emigração portuguesa em França (2000-2017)

Jornalismo Celso SoaresAssociação Culturface

O papel dos Media no processo de Integração e Cidadania

Jornalismo Aida BatistaCronista no Jornal “O Milénio”, de Toronto

Que temas tratam os cronistas portugueses (a partir de Portugal) na imprensa comunitária da diáspora?

Sociologia Hugo HenriquesLusoVenezuelano

- Imigrantes levados por os pais com idades menores que 5 anos

- Imigrantes em países em situação de crise

Área Nome investigador Título da investigação

Antropologia Ana Luísa Gonçalves PereiraMuseu do Abade de Baçal

A emigração clandestina, narrada pelas mulheres em terras de Trás os Montes

Ideia vencedora

LIVRO DE RESUMOSN OVAS I D E I AS

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