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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS UNIVERSITÁRIOS

ESCOLA/EMPRESA A QUALIFICAÇÃO PELO ESTAGIO

PUBLICAÇÃO DO DAU EM CONVÊNIO COM O INSTITUTO EUVALDO LODI / PP 1979

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

EURO BRANDÃO Ministro da Educação e Cultura

ARMANDO DIAS MENDES Secretário Geral

EDSON MACHADO DE SOUSA Diretor Geral do Departamento de Assuntos Universitários

LAURO RIBAS ZIMMER Diretor Adjunto do Departamento de Assuntos Universitários

MAURICIO LANSKI Diretor Adjunto do Departamento de Assuntos Universitários

RUY CARLOS DE CAMARGO VIEIRA Diretor Adjunto do Departamento de Assuntos Universitários

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS UNIVERSITÁRIOS

ESCOLA/EMPRESA

A QUALIFICAÇÃO PELO ESTÁGIO

PUBLICAÇÃO DO DAU EM CONVÊNIO COM O INSTITUTO EUVALDO LODI / PR

1979

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ESCOLA/EMPRESA A QUALIFICAÇÃO PELO ESTÁGIO

"Empresa e Escola têm uma função comum, que condiciona a necessidade de uma convivência bem estreita. A empresa é o fato, a Escola a reflexão. A empresa é a experiência, a Escola é a inteligência, a conceituação das soluções. Juntas — Empresa e Escola — constituem as entidades agentes e responsáveis pelo desenvolvi­mento econômico e social do País".

M. Lopes Leão

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S U M Á R I O

APRESENTAÇÃO 1

Edson Macliado de Sousa

INTRODUÇÃO 3 Ruy Carlos de Camargo Vieira

CAPITULO I - ESCOLA/EMPRESA/GOVERNO 5

1.1 Identificação do Projeto Integração Escola/Empresa/Governo 7 Mário Tomelin

1.2 Teoria e Prática - Dicotomia 11 Ophelina Rabello

1.3 Formas de Integração Universidade/Empresa 19

Honorato Antônio Tomelin

1.4 A Participação da Empresa no Processo Educacional de Nível Superior 25

Íris Gliick

1.5 Estágio como Atividade Curricular no Ensino Superior 37

Hamilton Savi

1.6 O Professor na Empresa — Uma Nova Forma de Integração 53

Honorato Antônio Tomelin

1.7 Caracterização do Estágio Obrigatório no Curso de Engenharia 59

Ruy Carlos de Camargo Vieira

1.8 Incentivos Fiscais (Lei N.° 6.297) e os Cursos Integrados . . . . 63

Honorato Antônio Tomelin

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CAPITULOU- A EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO ENSINO SUPERIOR 71 Manida Inés Coutinho dos Santos

CAPITULO III - ANEXOS 81

3.1 O Estágio nos Cursos Superiores de Graduação e a Legislação Específica 83

Zenaide Pontes Monteiro

3.2 Lei Nº 6.494, de 07 de dezembro de 1977 (Dispõe sobre Está­gios) 103

3.3 Listagem das IES que Forneceram Dados para o Levantamento Realizado pelo DAU/MEC 111

3.4 Distribuição, por Região, das Instituições de Ensino Superior Abordadas pelo Levantamento 113

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APRESENTAÇÃO

Ao determinar que o projeto de Integração Escola/Empresa/Governo seria

prioritário, estava o Departamento de Assuntos Universitários consciente da

responsabilidade de tornar o processo educativo em sistema que envolvesse

a participação comunitária.

Preocupado com a reduzida bibliografia nacional sobre a matéria, através de

iniciativa da Coordenadoria do Projeto 22.2, convidou especialistas a redigirem

artigos que refletissem um embasamento f i losófico, ao mesmo tempo que

demonstrassem formas de realização e operação de programas de integração

universitária.

"ESCOLA/EMPRESA - A QUALIF ICAÇÃO PELO ESTÁGIO" é o resultado

desta iniciativa e se insere como documento síntese que engloba textos e

retrata experiências do panorama brasileiro nesta modalidade de ensino

superior.

Estando convencido de que a formação de recursos humanos já não é mais

viável sem a efetiva participação do mercado de trabalho, a presente publicação

deverá se constituir em documento úti l para a empresa e seus núcleos de

formação de mão-de-obra, além de propiciar a todas as pessoas e instituições,

que se dedicam a esta atividade, elementos de reflexão que, por certo, servirão

à criação de novas tendências e perspectivas de aplicação.

Agradecendo aos autores deste trabalho pela valiosa colaboração, espera-se

que as comunidades universitária e empresarial possam contar, em breve, com

novos estudos e pesquisas.

Edson Machado de Sousa

Diretor Geral

DAU/MEC

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INTRODUÇÃO

"ESCOLA/EMPRESA - A QUALIF ICAÇÃO PELO ESTÁGIO", é uma

publicação que se propõe a apresentar dados e abrir um vasto campo para

discussão sobre a matéria. Pretende destacar a importância do ensino teòrico

e prático, consubstanciado na integração de esforços da escola, da empresa e

do governo, abrangendo também a forma de programas já em execução.

0 trabalho reveste-se de especial significação para o aprimoramento da

formação de profissionais que melhor se entrosem com o mercado de trabalho.

Espera-se que esta publicação se torne um instrumento út i l aos que se interes­

sem pelo assunto e possa estimular o aparecimento de novos textos, estudos e

pesquisas, em outros níveis de profundidade, com outras abordagens ou

enfoques.

A primeira parte deste volume, abrange uma seqüência de textos, alguns de

caráter geral, outros mais específicos, como variações do tema central. Nesta

parte distingue-se um conjunto de abordagens distintas, visando à compreensão

mais abrangente do assunto e apresentando vários convites à reflexão. A

identificação do projeto Integração Escola/Empresa/Governo, como programa

prioritário, a nível de Governo, é apresentada como tema introdutório,

destacando-se não só a sua real necessidade, como o grande interesse governa­

mental de buscar a integração. A dicotomia entre o ensino teórico e o prático

é apresentada a seguir, desafiándose a escola para a revisão de conceitos,

objetivos e estruturas e para o seu ingresso no campo da integração com a

comunidade. Segue-se a descrição de formas de Integração Escola/Empresa/

Governo, caracterizando o campo empresarial como forte absorvedor mult i­

disciplinar e conduzindo à proposição de uma melhor definição da ação

universitária.

Na abordagem de temas, oriundos da idéia central, destaca-se que a participa­

ção da Empresa não significa a criação de um complexo universitário paralelo,

mas sim, a institucionalização de um sistema de Estágio para o treinamento

prático do estudante, visando formação de atitudes psicológicas de mobilida­

de, adaptação e equil íbrio, requeridas pelo mundo do trabalho. Segue-se a

apresentação do Estágio como atividade curricular, sugerindo-se uma série de

medidas de apoio administrativo e de identificação clara dos níveis de respon­

sabilidade do sistema estrutural Escola/Empresa.

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Complementando esta primeira parte, inserem-se artigos que se reportam a temas de ordem específica. O "Professor na Empresa", visto como nova for­ma de integração, sugere a atuação periódica do professor junto à empresa, da qual se esperam reflexos positivos para os programas de formação acadêmica. A "Caracterização do Estágio Obrigatório no Curso de Engenharia" encerra a definição das atividades programadas neste campo de formação profissional, abordando também a conceituação de Cursos Integrados. Neste sentido, o último artigo contempla os "Incentivos Fiscais e os Cursos Integrados", definindo-se as condições de participação, os benefícios e indicações para a elaboração de projetos para apresentação ao Conselho Federal de Mão-de-Obra.

A segunda parte de "ESCOLA/EMPRESA - A QUALIFICAÇÃO PELO ESTÁGIO" apresenta a discussão dos resultados de um levantamento de dados, com vistas à situação dos estágios na rede de ensino superior do País. O levantamento abrangeu 32 das 65 Universidades existentes no País e 21 estabelecimentos isolados de ensino. O texto oferece elementos prelimina­res essenciais, que possibilitam verificar as dificuldades que existem para o estabelecimento do processo, as distorções que confundem complementação educacional com mão-de-obra barata, a diversificação do interesse dos setores universitários, que dificultam a ação das unidades organizacionais centrais. Finalmente, ressalta esta parte, a necessidade de uma maior reflexão sobre a matéria, envolvendo a Escola como uma prestadora de serviços à Comunidade.

Conclui o volume, a apresentação de três anexos que encerram um resumo da legislação vigente e a Lei n.° 6.494, de 07.12.77.

"ESCOLA/EMPRESA - A QUALIFICAÇÃO PELO ESTÁGIO" apresenta-se, pois, como um documento de síntese sobre os problemas inerentes à ação de integração entre Escola, Empresa e Governo. Sem pretender, de início, uma uniformidade dos pontos de vista apresentados, pois que respeita a conceitua­ção pelos diversos autores, o documento suscita a discussão, o interesse e a tentativa de otimização dos recursos existentes, visando a melhor formação profissional dos egressos dos cursos superiores.

Ruy Carlos de Camargo Vieira Diretor Adjunto

DAU/MEC

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CAPITULO I ESCOLA/EMPRESA/GO VERNO

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1.1 - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO INTEGRAÇÃO ESCOLA/EMPRESA/GOVERNO

Mário Tome/in*

INTRODUÇÃO

O Projeto Integração Escola/Empresa/Governo, iniciado em 1972, é parte

integrante do I e l i PND como programa prioritário do Governo. O Projeto

nasceu como conseqüência do crescimento rápido da economia, que se

traduz por uma demanda acirrada de pessoal qualificado, tendo em vista o

crescente desenvolvimento tecnológico que, aliado à aceleração da mobilidade

social, está a exigir a expansão do ensino. Desencadeado este processo de

novas demandas sociais, caberá à Universidade satisfazê-las sob a orientação

do Governo, e às empresas, sua execução, para que o processo leve a um real

desenvolvimento social e tecnológico.

O desenvolvimento do Projeto Integração Escola/Empresa/Governo evidenciou a necessidade de integração também a nível ministerial com o objetivo de compatibilizar áreas de atuação de órgãos públicos. Procedeu-se, então, à pesquisa de necessidade de mão-de-obra a nível nacional por Ministérios de atividades afins. A receptividade entre os Ministérios é total, estando em curso, convênios que visam a suprir parcelas do mercado de trabalho carentes ainda de especializações. O envolvimento da SEPLAN, MINTER, MTb, MF, MIC e outros, atesta o grau de integração, não só desejada, mas realizada a nível ministerial.

A nível do MEC, compete às Universidades serem os centros de excelência de

produção e veiculação do conhecimento. Neste sentido, J.J.A. Sabato diz que

depois de alguns decênios, as tecnologias não são mais o fruto de iniciativas

espontâneas e virtualmente deixadas ao azar. Elas são fabricadas sistematica­

mente dentro de "usinas de tecnologia" ou outros nomes que viermos a lhes

dar. O novo proletariado de cientistas, de engenheiros e de técnicos, emprega

sua capacidade de trabalho para criar conhecimentos e os convertem em uma

mercadoria que tem um papel essencial na produção e na comercialização de

bens e serviços solicitados por todas as sociedades.

(*) Coordenador do Projeto Integração Escola /Empresa /Governo do Depar­

tamento de Assuntos Universitários do Ministério da Educação e Cu/tura.

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Portanto, as "usinas de tecnologia" entendemos serem as universidades em

estreita cooperação com o setor privado. A tecnologia é uma mercadoria, e

como tal precisa ser produzida para ser negociada no mercado, e podemos

dizer mais, ela é uma mercadoria preciosa e vem assumindo posições privile­

giadas no mercado internacional.

As nações desenvolvidas, tomaram para si, há muito tempo, o encargo de planejar o seu futuro e o fizeram na área tecnológica com precisão e esmero.

A experiência brasileira de planejamento, teve o seu ponto alto com a intro­

dução dos PNDs, mas o que vem consolidando o verdadeiro sistema para as

universidades e instituições de ensino isoladas, são os Planos Básicos de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico, ainda recentes. Olhando mais de

perto o II PBDCT, vemos em seus programas a participação efetiva das

universidades brasileiras em todos os programas de desenvolvimento científ ico

e tecnológico. O II Plano Setorial de Educação e Cultura compatibiliza-se

com o II PBDCT, quando estabelece a meta: desenvolver a capacidade nacio­

nal de pesquisa, de acordo com as prioridades estabelecidas no II PBDCT.

Considerando, ainda, o Plano Nacional de Educação e Cultura, onde diz textualmente: "aperfeiçoar e ampliar os programas de extensão, levando a universidade a cumprir efetivamente sua função renovadora e participante", tem-se confirmada a proposição do Projeto 22.2 — Integração Escola/Empresa/ Governo, que se transformou em projeto prioritário dentro do Plano Nacional de Educação e Cultura.

Assim, o Departamento de Assuntos Universitários, atendendo ao disposto

no Plano Setorial de Educação e Cultura, elegeu o Projeto Integração Escola/

Empresa/Governo como instrumento de ação de melhoria do ensino, voltado

para a área do fazer. Em consonância com o Plano Setorial, o Plano Operativo

Anual, em curso, determina: a) abrir a escola para o mercado de trabalho,

exercitando os docentes ao fazer; b) dar oportunidade aos discentes de

vivenciar problemas reais do setor empresarial, a f im de obter subsídios para a

atualização curricular; c) estimular as empresas a participarem do processo de

formação de mão-de-obra qualificada.

ESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO

Tendo em vista os objetivos relacionados acima, o D A U entendeu que, basi­

camente, a integração poderia ser processada através do estágio supervisionado.

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Neste sentido, novas formas de abordagem foram sugeridas à Universidade para dialogar com a empresa na categoria de interlocutor privilegiado, uma vez que aquela se coloca entre o Governo e a Empresa. Na vigência do I PND, o Departamentos de Assuntos Universitários procurou articular-se com instituições dedicadas exclusivamente à promoção de estágio. Inicialmente, o Instituto Euvaldo Lodi, da Confederação Nacional da Indústria, foi a institui­ção que participou do processo de integração. Entretanto, na vigência do II PND procurou-se uma ação mais direta, agindo através da própria universida­de, uma vez que se deveria criar uma estrutura que possibilitasse dar continui­dade ao processo de integração.

Por isso, está sendo recomendada, enfaticamente, pelo Departamento de Assuntos Universitários, a criação de uma célula administrativa chamada Coordenadoria de Estágio, dentro da Universidade, capaz de articular-se diretamente com a empresa. As experiências, levadas a efeito pelo MEC no projeto de sua implantação, evidenciaram esta necessidade como um processo permanente capaz de conduzir as Instituições de Ensino à prática de estágio como atividade curricular. como subsídio para a implantação das Coordena­dorias, o DAU promoveu seminários, para induzir instituições e profissionais a adotarem o estágio como forma de complementação curricular.

O projeto estágio MEC/DAU visa a implantar, gradativamente, Coordenadorias de estágio na universidade, envolvendo as unidades de ensino, assessorando-as, avaliando o mérito do estágio, pesquisando a demanda interna da universidade e demanda externa da empresa, cadastrando estas demandas, tendo a orienta­ção e supervisão como método de avaliação.

O programa de estágio deverá proporcionar os seguintes indicadores: a) neces­sidade de mudança ou atualização curricular; b) realimentação do processo de planejamento, fortalecendo os modelos de estágio supervisionado; c) integra­ção do processo de produção nas empresas com os programas de formação de mão-de-obra.

EXEMPLO DE INTEGRAÇÃO MINISTERIAL

A Resolução 048/76 do CFE, dispondo sobre a Reformulação dos Currículos dos Cursos de Engenharia, passou a exigir tópicos relativos à Normalização e Qualidade Industrial.

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Para facilitar o cumprimento deste dispositivo e dada a importância do assunto em face de um Brasil em pleno desenvolvimento industrial, o Depar­tamento de Assuntos Universitários do Ministério da Educação e Cultura e a Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio, procurando uma integração a nível ministerial, promoveram, em 1977, diver­sos seminários e palestras sobre o assunto.

A participação de alunos, professores e industriais neste seminário, evidenciou

mais ainda a necessidade de divulgação e conscientização da normalização no

meio universitário, para que esta divulgação possa ser levada ao setor industrial

pelo profissional, quando em pleno exercício de suas funções.

Colaborando de uma maneira extraordinária, a Secretaria de Tecnologia

Industrial do MIC ensejou, para 1978, a divulgação, em quase todos os

Centros Universitários importantes, da Normalização e Qualidade Industrial.

A participação de Técnicos do Conselho Nacional de Metrologia, Normaliza­

ção de Qualidade Industrial - CONMETRO, e de seu executivo. Instituto

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial — INMETRO,

bem como de técnicos das Nações Unidas e Alemanha Federal, evidenciou a

importância dessas palestras nas Escolas de Engenharia.

A edição de um folheto sob o t í tu lo "Normalização, Histórico e Informações"

tornou a divulgação sobre Normalização mais objetiva e permanente no meio

universitário, uma vez que todas as bibliotecas das Escolas de Engenharia, foram

supridas com estas informações.

Concluimos, evidenciando a necessidade de integração não só entre a Universi­

dade/Empresa, mas, em primeiro lugar, entre o próprio setor público.

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1.2 - TEORIA E PRATICA - DICOTOMIA

Ophelina Rabello"

A Universidade tem representado os aspectos institucionais das atividades educativas, evidenciando todas as facetas do ordenamento social, caracteriza­das por um acentuado intelectualismo, supervalorando o homo sapiens e subestimando o homo faber, ignorando, de certa forma, a natureza do proces­so de conhecimento da comunicação cognitiva através da experiência vivida. A experiência humana e a organização da vida encontram-se ligadas às formas e modos criados pela cultura do homo faber das civilizações orais que se transformaram, progressivamente, em homo sapiens e ao pensamento escrito. Afigura-se absurdo pretender reduzir o processo educativo ao treinamento prático e considerar que o simples fazer gera o saber e a cultura, mas pareceria razoável romper os moldes do academismo tradicional e integrar o trabalho intelectual com a prática, com a experiência real. Nao se trata de transformar a universidade numa linha de montagem de profissionais medíocres, mas tornar o sistema educativo superior baseado na experiência de vida, de modo a assegurar maiores probabilidades de conduzir, com êxito, o processo integra­tivo e a fixação de conhecimentos, o que não vem ocorrendo, dentro dos padrões educativos tradicionais.

A análise do sistema de ensino universitário, sob este aspecto, não deixa de ser desencorajadora, pois as tentativas de inovação neste sentido, constituem tímidas tentativas ou meros ensaios e não se antevê neles, a implantação de um processo flexível, que evite a frustração do jovem ante o divórcio entre a instrução formal recebida e a realidade. O ensino intelectualizado de sala de aula e mesmo de laboratório, pode oferecer uma formação incompleta, de modo que a experiência, sob a forma de atividade, de trabalho prático, apresenta-se como complementação ou como parte do processo ensino-aprendizagem e pode constituir-se na própria aprendizagem ou na própria vida. O estudo teórico e a atividade prática, num só processo, como parte da educação integral, aliam, numa feliz combinação, o desenvolvimento de todas as potencialidades do estudante. Nesse caso, aliam-se os critérios huma­nista e instrumental da formação universitária obtida na ação, na experiência, perfazendo-se no contexto da vivência e da realização pessoal.

(*) Professora da Universidade Estadual de Campinas.

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A educação extra-escolar oferece ampla gama de possibilidades a serem

utilizadas de maneira efetiva. Entretanto, o sistemático desprezo às alternati­

vas que se colocam, deixa transparecer vestígios de idéias e valores do passado

e resulta numa atitude imprópria dos educadores modernos. Na verdade, a

universidade se constitui no organismo concebido para oferecer o ensino

metódico e formal às gerações novas e constitui fator decisivo na sua forma­

ção, mas, para torná-las aptas a participar e contribuir, de imediato, e tomar

parte ativa na vida econômica, cultural e técnica da sociedade, torna-se

válido o seu preparo para o trabalho, também através de outros grupos,

outras instituições sociais. Esta participação dos grupos econômicos, culturais,

sociais, concorrem para que não ocorra o fato de a maioria dos profissionais

passar a tomar conhecimento de sua profissão e de suas tarefas, somente

depois de ter concluído o curso e ter-se engajado num emprego, vindo a

sofrer o impacto do mundo do trabalho, da realidade nova. Embora o estu­

dante possa ter t ido oportunidades de informar-se sobre diferentes aspectos

das atividades e tarefas que desempenhará na área de especialização escolhida,

o choque com a realidade poderá ser traumatizante, pois, além de nao aliar a

teoria à prática, o pensamento e a ação, enfrenta os problemas de ajustes de

interação no ambiente ocupacional. É quando se ressente do binômio conhe­

cimento e experiência, teoria e prática, aliadas ao desenvolvimento da capaci­

dade de adaptação, da criatividade, aplicáveis a todas as áreas do conhecimento

humano.

EXPERIÊNCIA E V IDA

Os cursos superiores preparam para uma atividade com significação social, e o

jovem, no seu idealismo, imagina que, depois de diplomado, poderá colaborar

no sentido de corrigir desvios e falhas que porventura encontre; pretende

mudar, reformular, contribuir construtivamente. Mas, como nao se encontra

bem preparado ao sair da universidade, percebe a impossibilidade de colabora­

ção imediata; decepciona-se, frustra-se, pois faltou-lhe o sentido de objetivida­

de. Nao há nada mais ridículo do que um jovem egresso da escola de adminis­

tração de empresas, com vasto repertório memorizado de teorias e técnicas

de manejo dos homens, sem a menor experiência vivida; não apenas ridículo

como até perigoso. Por outro lado, a maior frustração de um profissional é

sair da escola e defrontar-se com a imensa responsabilidade que lhe confere o

diploma e ter de diminuir-se a ponto de perguntar sobre coisas simples,

elementares, por nao ter certeza, nem a convicção das coisas que a experiência

proporciona.

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Por outro lado, o empresariado queixa-se de que os universitários diplomados apresentam-se nos locais onde pretendem emprego, totalmente sem prática, desconhecendo os modernos equipamentos, as técnicas exigidas, exigindo um treinamento que deveria ter sido feito durante o período de graduação. É compreensível que nem todas as universidades possam dispor da mais moder­na tecnologia para que seus alunos se mantenham atualizados. Elas nao possuem condições para se manterem aparelhadas e acompanharem as trans­formações no campo científ ico e tecnológico; nao apenas devido às limitações no sentido do alto custo e necessidade de altos investimentos, mas devido às implicações de ordem propriamente educacional. Ocorre que muitas universi­dades nao possuem estrutura institucional que lhes permita avançar em atividades dessa ordem, e, por maior que seja o esforço delas neste sentido, nunca poderão refletir a realidade na qual o estudante irá atuar.

Ao sair da escola, o jovem profissional deveria oferecer contribuição satisfató­

ria, imediata, efetiva, mas ele iniciará um novo aprendizado e só estará real­

mente preparado para a vida produtiva, quando absorvido no contexto da

empresa. Por esta razão, uma preocupação dos alunos reside na obtenção da

prática, na busca de experiência em uma atividade relacionada com o curso,

apoiado na sua compreensão das possibilidades de conciliar as duas atividades.

Se isto ocorresse de modo formal, institucionalizado, eles estariam se especia­

lizando, ganhando experiência, aprofundando conhecimentos, enriquecendo

seu patrimônio técnico, científ ico e cultural.

Tradicionalmente, a educação vem sendo concebida como ligada a um mo­

mento particular da vida ou a vida tem sido dividida em duas fases, a primeira,

a da preparação, de aprendizado formal ; a segunda, de aplicação desse apren­

dizado. A lém disso, a educação vem sendo baseada em conceitos estáticos,

correndo o risco de cair no fosso da estagnação, comprometendo gerações.

Isto representa uma força contra o desenvolvimento intelectual em face das

mudanças, inclusive de interpretações de teorias pedagógicas. O fato de que

a inteligência só se ativa diante de situações-problema, o processo educativo

que não desafia, pode atuar como fator l imitativo do desenvolvimento desta

função. Por outro lado, o pensamento é, antes de tudo, uma forma de ação

que não cessa de diferenciar-se, organizar-se e apurar seu funcionamento

durante o desenvolvimento físico. Logo, a interação entre teoria e prática

exprime, para o estudante, o princípio fundamental para interpretar novas

experiências, em sua função e em sua força educativa.

Sob outro ângulo, o fato de não exercer atividade prática vinculada ao campo

de interesse, faz com que a obtenção do diploma se constitua numa quebra

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de continuidade do processo educativo; constitua uma etapa em que o aluno se despede da escola e ingressa no mercado de trabalho ou na vida prática. Esta ruptura ou linha divisória pode ser observada nas cerimônias de formatu­ra e na solenidade com que elas se revestem. Tudo se passa como se o ingresso na vida prática obrigasse a ritos de passagem ou cerimônias de iniciação como é a da formatura. Nesse caso, o aluno foi considerado um recipiente em que se jogaram fórmulas, definições, conceitos, que depois repetirá pela vida afora; ao que parece esta situação se apoia na idéia, já consagrada, de que experiência se adquire com o tempo.

A PRÁTICA E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

A proposta de preparação do universitário em termos de experiência prática, na área de sua habilitação, apóia-se no fato de ser mais próxima da capaci­dade de percepção e mais consentânea com os atuais modelos pedagógicos. Ela permite formar atitudes intelectuais e emocionais, envolve a sensibilida­de de receber e responder às situações encontradas, além de permitir a acumu lação de experiências vividas. Ela se apoia na idéia de que tôda experiência nova toma algo das experiências passadas e modifica as experiências subse­qüentes, enriquecendo o processo educativo. Embora se despreze a verdade de que há o conhecimento que vem da ação e da prática, do empírico e do experimental, é este o processo que funciona, este saber é real, prático, efetivo.

Entretanto, os centros universitários não vêm concebendo a formação do profissional como preparação culturalmente equilibrada, mediante a incorpo­ração do treinamento prático no grau substancial necessário. A formação universitária tem sido, em muitas escolas, o instrumento mais rebaixado de busca de uma carreira, objetivando apenas o título, como garantia jurídica do exercício da profissão. Mas, numa outra ordem de reflexão, pode-se identifi­car que os aspectos qualitativos do ensino universitário estão altamente envolvidos nesta problemática, embora o problema da qualidade ainda não se tenha colocado, objetiva e prioritariamente, até hoje, apesar de ser extrema­mente necessária a sua aferição. Esta contingência envolve também a falta de identificação do ensino com as exigências da vida moderna, provocando a situação do jovem diplomado surpreender-se no mundo da profissão sem sentir-se profissional e perceber que não conhece bem o mundo onde vai atuar. É quando se apercebe de que participa do contingente anual de profis­sionais desempregados.

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Por outro lado, os jovens se recusam ao gigantismo dos currículos que os impedem de se dedicarem às atividades práticas, de pesquisa, de estudos e investigações em bibliotecas, até mesmo a simples leitura. De fato, os currícu­los e os programas visam a dar aos alunos o embasamento necessário, mas os professores nem sempre conseguem sair do esquema tradicional e raciocinar em termos de atividade prática, de exercício e de trabalho, argumentando que o ideal seria ter tempo para dar-lhes mais exemplos. Ocorre que os exemplos precisam ser vivos, concretos e práticos. Além disso, os estudantes rejeitam muitas noções, sabendo-as obsoletas, superadas ou supérfluas, reclamando a análise e a crítica do conteúdo dos cursos, dos currículos e dos programas. A universidade, muitas vezes, é repetidora de conhecimentos acumulados, sem despertar o interesse pela busca dos novos ou proporcionar a mudança de métodos de obtenção do conhecimento. Ela ainda nao conse­guiu alijar de sua carga horária e de seus currículos todo material inútil acu­mulado ao longo dos anos; em muitos setores ela tem se revelado refratária em aceitar inovações. Entretanto, adaptá-la às exigências atuais, e fugir à estagnação didático-pedagógica, nao seria de todo impossível.

ALGUNS ASPECTOS METODOLÓGICOS

Aprender é uma coisa natural, necessária ao homem, mas os sistemas educa­cionais terminaram por converter-se em camisas de força; ao invés de se constituírem num meio para a vida, convertem-se numa instituição com alta carga de inércia. O ensino vem enfatizando demasiadamente a expressão escrita, a divisão de temas em categorias estanques e na forma autoritária de transmissão dos conhecimentos. 0 aluno deveria, em função dos seus interesses e aptidões, desenvolver programas através de investigações, exercí­cios aplicados na prática de atividade paralela. O aluno se transformaria, nesse caso, em participante e responsável por sua própria formação. Isto criaria uma relação estreita entre o estudante e as fontes de conhecimento. No laboratório, na oficina, no escritório, numa atividade prática relacionada com sua opção vocacional, abrem-se perspectivas novas que a mais eloqüente, sofisticada e bem preparada exposição verbal não oferece. Tanto na escola como nos locais de atividade prática, tôda atividade deve concorrer para propiciar solu­ções e adaptações, mas, na realidade, a situação se mostra diferente, a escola apresenta-se como uma dramatização, um simulacro de processos de descober­ta e não uma atividade realmente original e vivida. Dada a velocidade das mudanças, o desafio proposto ao aluno versa sobre o próximo passo para o futuro, disparando especialmente um processo geral de desafios e de criativi­dade constante.

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O estudante universitário se encontra numa faixa etária do desenvolvimento psicológico em que apenas a atividade de estudo nao basta, nao satisfaz e nao contribui para a sua realização pessoal. Permanecer durante quatro ou cinco anos apenas na mesma atividade, enfrentando, diariamente, aulas ministradas com os mesmos métodos, mesmas técnicas, fatalmente conduzem a um desinteresse gradual pelos trabalhos escolares. Daí a emergência da atividade prática, da experiência vivida no trabalho como complemento de sua formação durante sua passagem pela universidade, integrando-o no verdadeiro processo de ensino-aprendizagem. Apenas o acúmulo de conheci­mentos jogados ao aluno, numa bateria de informações, nem sempre necessá­ria e adequada à realidade prática, nao parece a melhor solução. O desempe­nho de papéis no trabalho prático exercita o aluno no hábito de assumir responsabilidades, enfrentar desafios e ter a perspectiva exata da valorização de si mesmo.

A universidade não pode, nos espaços limitados de suas salas de aula, labora­tórios e oficinas, concorrer para o treinamento de atitudes de formação comportamental para o trabalho. Portanto, outros ingredientes precisam compor a vida universitária, as atividades práticas, o esforço no trabalho desafiante, construtivo, útil, que conduzem à auto-estima, à auto-confiança e à auto-realização.

OS ESTÁGIOS JÁ EXISTEM

Alguns cursos profissionais incluem o estágio como parte da atividade curri­cular que, teoricamente, é programado em função do curso, do período freqüentado, do horário e é assistido por um professor e por um orientador técnico na empresa. Constitui um estágio de obrigação acadêmica, valendo um certo número de créditos. Realmente, o que caracteriza o estágio é o treina­mento planejado, programado, mediante acompanhamento e reflexão poste­rior. Nesse caso, o estagiário é o estudante que complementa sua formação escolar, em termos de integração à empresa, de relacionamento humano e de aperfeiçoamento técnico. A condição de estagiário, realmente propicia a aproximação da teoria com a prática por iniciativa e atuação eficiente da própria escola. Esta condição reconhecida e regular, eximindo a empresa de possível vínculo empregatício e encargos sociais, constitui forma de estímulo à empresa, no sentido de aceitar estagiários.

Para os empresários, as universidades ainda consistem em sistemas fechados, manipulando teorias sofisticadas numa atitude de neutralidade ou mesmo

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indiferença entre os problemas técnicos e humanos do empresariado brasileiro.

Esta falta de comunicação tem suas conseqüências, l imita a troca de informa­

ções e impede o salutar tráfego de influências reciprocas. Os elementos

naturais desta comunicação seriam os professores, mas nem sempre as univer­

sidades mantém condições propícias a esta aproximação. uma das limitações

está na lenta implantação do tempo integral e dedicação exclusiva de maior

número de professores, de modo a integrá-los no convívio universitário.

Muitas das medidas em relação aos programas acadêmicos, aos horários, aos

processos didáticos organizam-se mais em função das condições do professor

de tempo parcial do que em atenção ao estudante e ao processo ensino-

aprendizagem. Em termos práticos, estes fatos concorrem para certo grau de

esclerosamento institucional, comprometendo a formação dos alunos e

aprofundando as deficiências orgânicas do sistema universitário. Diante

deste quadro, realmente se torna di f íc i l a conciliação de atividades teóricas

e práticas na mesma atividade pedagógica, objetivando a dinâmica sincrònica

do processo educativo. Isto implica, necessariamente, na disponibilidade de

recursos humanos e materiais na universidade, de modo a possibilitar a

conciliação destas atividades educativas.

CONCLUSÕES

A nova ciência da educação exige uma cosmovisão na qual os fatos se estrutu­

ram num conjunto de relações onde tudo interage num processo dinâmico

e mutável. Comprometida com esta nova filosofia de educação, a universidade

deverá assumir maiores responsabilidades perante a sociedade, na preparação

dos jovens. Compartilhando esta tarefa com múltiplos grupos sociais que

adquirem aspectos surpreendentes como agências educativas, a universidade

deverá diminuir as distinções rígidas entre os diferentes tipos de ensino em

geral, científ ico, intelectual, técnico, profissional, conferindo à educação

superior um caráter simultâneo teórico e prático. A teoria e a prática devem

acompanhar todas as transformações e se tornarem instrumentos de aperfei­

çoamento individual e social, possibilitando a formação de homens liberados

do passado rígido, mais criativos, inventivos, descobridores, despertando a

capacidade crítica e o preparo para o incerto, o desconhecido, o novo, como

resultantes do processo de mudança global.

Torna-se lúcida uma política orientada para a preparação do homem do futu­

ro, abrindo-lhe horizontes intelectuais mediante a formação mais ampla e

abrangente, comprometida não só com o saber episódico de hoje, mas contar

com os suportes intelectuais para adaptar-se às mudanças futuras. A universi-

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dade precisa aceitar o desafio face a esta problemática educacional e rever

seus próprios conceitos, seus objetivos, sua finalidade, saindo do seu campo

estreito e restrito para ingressar em outro mais amplo, mais aberto com mui­

tas frentes, alternativas e possibilidades.

Nao bastará à universidade incluir os estágios ou o trabalho paralelo, será

necessário alterar a estrutura didática de modo que o aluno aprenda a ser,

sendo. Isso requer conscientização do novo conceito de professor e de seu

papel na tarefa da educação, por parte não apenas do próprio docente, mas

dos administradores e da comunidade universitária.

O professor vai precisar tornar-se um educador, numa progressão evolutiva,

formando novos profissionais, novos cientistas, pesquisadores e professores,

util izando recursos metodológicos baseados nos processos de desenvolvimento

da inteligência, da personalidade, além da utilização adequada das tecnologias

avançadas de educação, saindo dos limites da escola numa interação sadia com

a comunidade.

Isto permitirá que teoria e prática não venham a convergir num ponto co­

mum, mas se desfaça, definitivamente, a antiga e equívoca dicotomia entre

ambas, estabelecendo-se a conciliação entre elas, encarando-as como verso e

reverso da mesma medalha.

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1.3 - FORMAS DE INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE/EMPRESA

Honorato Antônio Tomelin*

INTRODUÇÃO E RESUMO HISTÓRICO

A base filosófica dos programas de integração Escola/Empresa/Governo caracteriza-se pelo desenvolvimento do indivíduo e remonta ao início do século.

A idéia básica surgiu do treinamento do estudante junto à empresa, possibili­tando o exercício de tarefas nas mais diferentes fases de sua especialidade, durante o desempenho do trabalho, observado do ponto de vista prático e realizado na indústria. Esta exposição combina com os conhecimentos teóri­cos adquiridos em classe, a qual, certamente, dará ao estudante um pouco mais de entendimento do campo de formação educacional escolhido.

Muito embora diversas formas de integração venham ocorrendo, desde longa data, no Brasil a primeira iniciativa oficial decorreu da implantação do progra­ma de Educação Cooperativa, anotado no I Plano de Desenvolvimento, incluindo o "Projeto 16 — Integração Escola/Empresa/Governo", como uma das metas de ação do Plano Setorial de Educação e Cultura.

Juntando esforços do Instituto Euvaldo Lodi, o MEC programou experiências-piloto, na área de engenharia, para implantação de cursos integrados. Estava oficializado o procedimento de integração, muito embora em campo e espécie bastante restritos.

A situação presente do programa geral de colaboração Empresa/Escola antevê a participação de outros organismos do Governo. É, pois, salutar citar a ação do Conselho Federal de Mão-de-Obra e dos benefícios decorrentes da aplica­ção da Lei 6.297, de 15 de dezembro de 1975. Embora, mais se faça na área de estágios, como demonstra outro dispositivo legal, a Lei 6.494, de 07 de setembro de 1977, a espectiva empresarial se faz presente em todas as áreas de ensino, motivo pelo qual, não só o aprendizado está a receber reformulações na área acadêmica, como também a ação conjunta está contribuindo de sorte a se caracterizar como elemento indispensável à complementação educacional.

(*) Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina — UFSC.

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PRINCIPIOS BÁSICOS PARA AS FORMAS DE INTEGRAÇÃO

0 universo dos processos de integração não é mensurável, nem definido. No entanto, é possível transformá-lo numa função discreta, quando não se pretende esgotar a matéria, mas se permite, embora assumindo o risco de errar, visualizar formas definidas de atuação, do ponto de vista da Universidade.

É também uma tentativa para fazer os processos convergirem, facilitando, desta maneira, os procedimentos administrativos.

Consideram-se, ainda, dois aspectos de fundamental importância: a seqüên­cia lógica dos processos de integração, relacionados a eles próprios, e a ação de programas distintos que, do ponto de vista da Empresa, poderão se sobre­por a uma mesma programação. Por uma questão estrutural, é mais fácil desenvolver programas isolados de integração. No entanto, corre-se o risco de crescimento desigual, junto às empresas, dado o interesse e a peculiaridade de cada programa. É também possível visualizar a formação de grupos, junto às entidades de ensino, que pouco-a-pouco se desinteressem pelo conjunto, em detrimento do programa geral, já que, assim agindo, atingem mais rapida­mente seus próprios objetivos.

Por outro lado, a ação discreta da Universidade a transforma num número hipotético considerável de entidades de ensino, que buscam na integração um mesmo cliente. Colocada na outra extremidade, a Empresa passa a receber estímulos de integração que nem sempre se somam no contexto geral do programa de ação dela própria. É o início do processo divergente e que passa a estimular a Empresa para a definição de programas prioritários. como a idéia básica se fundamenta na educação continuada, o estabelecimento de prioridades virá, por certo, em prejuízo do conjunto. A matéria adquire proporções, quando as ações dizem respeito a programas de ensino de qualifi­cação profissional distinta.

É interessante exemplificar: seja uma empresa de engenharia, cujo objetivo social principal é a produção de equipamentos para fins agrícolas. Considere-se, agora, dois programas de formação acadêmica: Agronomia e Engenharia Mecânica. No primeiro, o interesse reside em estágios fundamentais para estudantes, na área de produtos agrícolas; no segundo, o interesse reside na prestação de consultoria ao projeto de máquinas e implementos agrícolas.

Fica claro que a não integração dos programas junto à Universidade, conduzi­rá a Empresa, sem dúvida alguma, a estabelecer critérios, em detrimento de

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um ou outro programa, no caso de nao abrangência total. O risco reside justa­mente na falta de concepção, a nível de Empresa, de um programa global e

dependente, com o objetivo de fazer bom uso das potencialidades universitá­rias.

FORMAS E CONCEITOS DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO

As potencialidades universitárias apresentam-se sob as mais diversas formas e dependem, basicamente, do nível de instrução que propiciam, da capacidade de seu corpo docente, do regime de dedicação de seu corpo técnico e de sua capacidade física instalada.

A ação comunitária dessas potencialidades é quase que sempre associada a convênios, firmados com entidades publicas ou privadas, os quais abrangem atividades de prestação de serviços técnicos, prestação de serviços científicos, serviços de extensão cultural, além de desenvolverem participação em seminá­rios, conferências, palestras, bem como atividades artísticas, desportivas e so­ciais.

Associam-se, pois, ao desenvolvimento destes campos de ação, as seguintes modalidades de integração comunitária: estágio fundamental, estágio profis­sionalizante, curso integrado, curso de extensão, pós-graduação, pesquisa, consultoria, clínica, ano sabático e prestação de serviço.

Convém explicitar os conceitos de cada uma dessas modalidades, conferem a maneira de ação de cada forma.

Conceitua-se, pois:

a) Estágio fundamental: atividade acadêmica em Empresa, que objetiva es­timular o interesse na formação profissional, além de conferir método de trabalho e respeito às normas constituídas, realizada normalmente em período de férias escolares.

b) Estágio profissionalizante: atividade acadêmica em Empresa, que obje­tiva aplicar parcialmente os conceitos já adquiridos em disciplinas de cu­nho profissionalizante, além de continuar a desenvolver o estímulo ca­racterizado no estágio fundamental, situándose também, normalmente, no período de férias escolares.

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c) Curso Integrado: atividade acadêmica em Empresa, com supervisão uni­versitária, que objetiva complementar o currículo, proporcionando ao aluno tomar decisões na Empresa, maior familiaridade com o ambiente empresarial, e à Empresa, o conhecimento do futuro profissional, dimi­nuição do período de adaptação e decisão de seu corpo profissional. In­serido nas últimas fases dos cursos de formação, tem duração aproxi­mada de 6 meses e pode se desenvolver em tempo integral, preferencial­mente, ou em tempo parcial.

d) Cursos de extensão: atividade Universitária-Empresarial, que objetiva o aperfeiçoamento do corpo de profissionais da Empresa, através da pro­gramação de cursos específicos de interesse empresarial.

e) Pós-Graduação: atividade universitária de formação de pessoal de alto nível, através de cursos de especialização, mestrado e doutorado. Insere-se nesta programação a elaboração de teses de interesse empresarial.

f) Pesquisa: atividade universitária de desenvolvimento de métodos, pro­cessos e produtos vinculados ao interesse comunitário e empresarial.

g) Consultoria: a atividade universitária de assessoria às Empresas na for­

mulação e solução de problemas específicos, com duração determinada.

h) Clínica: atividade universitária de pronto atendimento à Empresa para solução de problemas específicos, com respostas imediatas.

i) Ano Sabático: atividade do docente junto às Empresas, de forma per­manente, em regime de tempo integral, durante um ano, compendo o corpo técnico da mesma e desenvolvendo programa específico.

j) Prestação de serviços: ação universitária junto à Empresa para prestação de serviços técnicos, tendo em vista suas potencialidades de equipamen­tos e unidades de trabalho.

CONCLUSÕES

Não se pretendeu, no esboço do assunto, esgotar a matéria, nem menos defi­ni-la como oficialmente constituída. No entanto, as perspectivas da ação uni­versitária é assunto dos mais relevantes, pois, coloca a entidade de ensino no contexto da realidade em que vivemos.

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Resta, pois, desenvolver cada uma das potencialidades e apropriá-las ao uso

empresarial.

Deve-se considerar também que a Empresa, vista como um todo, pode absor­

ver as mais diversas formas de potencialidades universitárias, e mais ainda, que

estas formas podem ser associadas, por interesse maior da própria instituição

de ensino.

Deveríamos, pois, concluir por um sistema administrativo para este complexo

processo de integração Escola/Empresa/Governo. O sistema que recomenda­

mos é o de um processo matricial, no qual reside na Universidade o organismo

de informação, cadastramento e locação de cada uma das potencialidades uni­

versitárias, e na Empresa, a definição de programas que se util izem de uma ou

mais potencialidades, de uma ou mais instituições de ensino.

Permite-se, assim, o pleno desempenho empresarial e não se inibem setores

das instituições de ensino, mas visualiza-se a alocação de um planejamento

global com fins específicos, para cada Empresa, ao mesmo tempo em que se

estimula a Universidade a participar nos mais diversos campos da atividade co­

munitária.

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1.4. - A PARTICIPAÇÃO DA EMPRESA NO PROCESSO EDUCACIONAL DE N I V E L SUPERIOR

Iris Glück *

CONSIDERAÇÕES

Evocando rendimentos cada vez mais crescentes, o avanço tecnológico criou, na sociedade, um desafiante descompasso entre a ciência e a capacidade de ab­sorção pelos recursos humanos, nos sistemas organizacionais, provocando des­tarte, alterações nas responsabilidades das lideranças políticas (governo), eco­nômicas (empresas) e educacionais (escolas).

Hoje, nao há mais, para os dirigentes, a responsabilidade restrita com esta ou aquela função, mas com o elenco de fatores que compõem a sociedade.

Papéis que eram considerados e tidos como de competência exclusiva do go­verno passam a ser executados pela iniciativa privada ou em íntima articula­ção com ela. A ênfase sobre a Educação, evocada em conseqüência da princi­pal importância dos recursos humanos sobre os demais elementos que promo­vem o desenvolvimento, formulou novas exigências e um novo enfoque ao sis­tema de ensino, principalmente de nível superior. * *

Naturalmente, no Estado continua recaindo a responsabilidade da gerência, controle e assistência à Educação, mas o seu exercício e financiamento devem contar com a participação consorciada das lideranças econômicas, representa­das pela empresa no seu sentido amplo.

(*) Superintendente do Instituto EuvaIdo Lodi do Paraná.

(**) Nos Estados Unidos, e em muitos outros países, a pesquisa de setores industriais e de medicina, anteriormente executadas sob a chancela da iniciativa privada, hoje são lideradas pelo governo, sendo que a empresa privada vem absorvendo grande parte da criação da tecnologia agrícola, antes sob o domínio do poder público. Ainda na esfera privada, grandes empresas como a IBM, a General Eletric, a Time Incorporation, a Wes-­tinghouse, a Litton, para citar somente algumas, voltam-se para o imple­mento e manutenção de instituições de nível superior.

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Nao se pretende que a empresa crie em paralelo, sob sua égide, complexos universitários ou instituições de ensino superior, mas se propõe que se estrutu­re e institucionalize processos de treinamento que possibilitem ao ensino man­ter forte interação com a sua realidade e prática profissional.

A participação da empresa no processo educacional nao é uma filosofia nem uma prospecção, mas é uma inclusão obrigatória, requerida pela sua própria estrutura, carente de recursos humanos, com formação flexível, para se adap­tar às freqüentes mudanças geradas pelo avanço tecnológico.

com a intensidade e vertiginosidade com que se processam as transformações nos dias atuais, o ensino tende a assumir dimensões anacrônicas quando não aliado ao sistema empresarial, pois, por mais freqüentes que sejam as reformas dos métodos didáticos e dos currículos escolares, a instituição de ensino supe­rior jamais terá condições de refletir a realidade na qual o profissional irá atuar.

0 empresário tem que reconhecer que o papel do ensino e seus objetivos sao de uma importância tão decisiva para o desempenho da organização, que ele não pode se omitir de participar e contribuir para a sua real eficiência.

LINHAS TENDENCIAL DA EMPRESA

A organização empresarial, em sendo instrumento de maximização de produ­tividade, lucro e de desenvolvimento, deve ser necessariamente também de formação, aprimoramento e sofisticação da técnica e, em extensão, de recur­sos humanos.

A produtividade não é somente um problema de quantidade e qualidade de equipamentos, mas muito mais de recursos humanos, formados segundo as ne­cessidades da empresa e da sua política de reinvestimento para a expansão fu­tura.

Vale lembrar que no tocante à tecnologia alienígena, a compra de "know-how" representa apenas uma solução paliativa, além de resultar numa depen­dência externa, que implica quase sempre em submissão nas decisões e atraso no desenvolvimento, pois peculiar é a realidade sócio-econômica de cada na­ção.

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O empresário deve sêr, pois, o maior investidor do sistema educacional, nao só tendo em vista a sofisticação da técnica, mas também por coobrigação social.

Tôda empresa tem responsabilidade para com a sociedade, em cujo contexto ela surge e do qual se beneficia, com certos direitos e faculdades, intimamente ligadas por uma gama de variáveis políticas, econômicas e sociais.

Na sociedade de capital aberto a função da empresa privada é o bem estar do homem e o desenvolvimento da economia, sendo que o lucro é apenas um meio para se atingir tais finalidades.

O MERCADO DE TRABALHO E A EDUCAÇÃO

Num País em vias de desenvolvimento, as mutações sócio-econômicas são mais marcantes e, em conseqüência, o fenômeno das transformações, substi­tuições e criação de novos setores econômicos é mais acentuada, refletindo so­bremaneira no mercado de mão-de-obra, com profissões que desaparecem, nascem e tem suas funções adulteradas.

Os fenômenos de intransparencia do mercado de trabalho, com a marginaliza­ção e desvio ocupacional de profissionais, quase nunca é resultado da carência de oportunidades de emprego, em termos absolutos, mas sim relativos.

Face à rigidez da estratificação do ensino, a flutuação na utilização de recur­sos humanos, pela empresa não decorre apenas da inadequação da política de utilização de mão-de-obra, do desconhecimento do volume e qualificação que compõem a oferta, da discriminação de sexo, preferência pessoal ou do desco­nhecimento das funções específicas das profissões.

Assim, a educação moderna precisa considerar uma nova concepção para a formação de sua clientela, sob pena de causar enorme "dèficit" no investi­mento efetuado e desperdício do potencial criador ou transformador do seu profissional.

( * ) Na Venezuela, a necessidade de realizar processos cooperativos de índo­le social fez surgir a "Associação Civil de Dividendo Voluntário para a Comunidade". À organização estão filiadas a maioria das empresas pri­vadas que destinam de 2 a 5% de seus lucros líquidos anuais a progra­mas sócio-educacionais.

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A solução consiste em promover no setor educacional ampla articulação com o meio, pois, economicamente, o sistema não poderá atingir a diversificação requerida pelo mercado de mão-de-obra, além do que, é totalmente inviável preparar o estudante para o que existe, pois, quando chegar a sua hora de atuar profissionalmente, a realidade terá seguido a sua marcha de transforma­ção de maneira viva e ininterrupta.

Esta impossibilidade de se determinar o amanhã e as novas conotações do de­senvolvimento transformaram o ensino de processo instrutivo e cognitivo num fenômeno de trocas desafiantes.

O contexto da sociedade corrente evoca, da educação, um caráter instrumen­tal na formação de profissionais, baseada na experiência, participação e trans­missão de valores reais num dado momento.

Pode-se mesmo afiançar que por melhor que seja o nível da escola e a simula­ção de experiência circunscritas através do estudo de casos, o seu ensino é, do mesmo modo, empírico e teórico.

Por mais engenhoso que seja um programa de ensino, ele jamais representará a experiência genuína, que ligada ao processo curricular orgânico, propicia ao universitário entender o significado do que já conhece e o sentido do que rea­lizará.

Segundo Peter Druker, "de todas as descontinuidades, a educação é talvez a mais aguda e importante. O que antes era conhecimento hoje é informação e o que costumava ser tecnologia está se transformando em conhecimento".

A velocidade "supersônica" dos novos conhecimentos invalida as estruturas e reformas das Universidades, pois se o ensino hoje não tiver um caráter de ama­durecimento universal, ele não será efetivamente adequado, produtivo e, em conseqüência, educacional.

Somente com a realização da atividade prática nas empresas pode o universitá­rio vivenciar a sua realidade, conhecer modernos equipamentos de produção, os problemas sociais, econômicos e humanos, características de matérias-pri­mas, desenvolvimento gerencial.

O dever de "saber fazer" só pode ser alcançado se assegurarmos ao universitá­rio condições para "aprender a fazer" e, essas condições não significam apenas o seu acesso à Universidade, mas também à comunidade e ao sistema de pro­dução, campo onde irá atuar.

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Desta forma, a moderna educação de nivel superior concentrase em conheci­mentos de tópicos básicos e de natureza geral e agregada, sobre os quais se apoiam os fundamentos da profissão e de treinamento, de natureza direciona­da, específica e especializada. Teoria e prática estarão, assim, em interação contínua, evitando o flagelo de se formar profissionais para um mundo que não existe.

0 processo educacional provavelmente direcionará a Universidade do futuro a ser apenas um centro de integração, que coordenará a reflexão global de expe­riências polivalentes, fragmentadas e adquiridas em múltiplos organismos da sociedade.

PROCESSO DE INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE/EMPRESA

A fase de movimento para a mentalização e institucionalização do processo de integração Universidade/Empresa, tomou vulto quando as próprias entidades sindicais de representação industrial (CNI, SESI, SENAI e Federações de In­dústrias dos Estados), se engajaram ao Projeto Integração Escola/Empresa/Go­verno, de iniciativa de Governo Federal, criando o Instituto Euvaldo Lodi como órgão para a coordenação e execução da atividade.

Decorre, pois, que existe na empresa privada uma percepção, que é crescente, quanto à importância e necessidade da sua permeabilidade e encadeamento ao sistema de ensino superior.

A empresa tem consciência de que o investimento antecipado na mão-de-obra estudantil representa um poderoso ativo econômico, além de aumentar suas possibilidades de escolha no recrutamento de profissionais mais seletos que lhe assegurarão condições de obtenção de níveis mais elevados de produtivi­dade.

Num sentido amplo e profundamente nítido, os recursos humanos, com des­taque aos de nível superior, são a força motriz do desenvolvimento auto-sus­tentável da empresa e da Nação. E, para eficiência do profissional, para a sua formação e qualificação com vistas às atitudes e realidades empresariais, im­põe-se um íntimo relacionamento e sincronização da Empresa com a Universi­dade.

0 Conselho Econômico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), após estudos para elaboração do trabalho "Rendimento Anual e Indicação e Levan-

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tamento Anual de Mercado para Profissionais Liberais", evidenciou a "impor­tância e a solução para os problemas relativos à conjugação Universidade/Em­presa", concluindo que, para empregar-se um engenheiro recém-formado, é preciso que haja um investimento prévio da ordem de 100.000 dólares.

Vale salientar, entretanto, que a interação Universidade/Empresa assume uma importância que transcende a conotação econômico-social. Ela é também um importante veículo para a compreensão do sistema empresarial, pois propicia ao estudante compreender o valor do trabalho e da produção e o sentido so­cial do lucro, como elemento propulsor de todas as atividades econômicas.

O estabelecimento de vínculos entre a empresa e a universidade não deve ci­frar-se no simples recebimento de grupos de estudantes para visitas rápidas às instalações fabris, mas em estabelecer um elenco de programas recíprocos que assegurem, de maneira freqüente, além de estágios programados a estudantes, a administração de cursos e estágios para docentes.

No Brasil, salvo algumas exceções, os organismos econômicos já vêm desenvol­vendo uma política de integração Universidade/Empresa, sob as mais diversas modalidades, tais como: Prestações de Serviços Técnicos e Consultoria, Ensi­no em Laboratórios e Oficinas, Programas Especiais de Curso Integrado ("Sandwich Course"), Bolsas de Estudos, Doações de Terrenos, Equipamen­tos, Instalações, Programas de Estágios para Estudantes.

Há inclusive experiências de escolas associadas a um determinado tipo de in­dústria, o que constitui solução para casos limitados. Reporte-se aos cursos de Geologia e de Perfuração de Poços de Petróleo da Universidade Federal da Ba­hia e de Refinação de Petróleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ambos absorvendo estudantes do último ano de Engenharia Química ou Me­cânica de qualquer escola, realizados em colaboração com a Petrobrás. Outra experiência diz respeito à Escola de Engenharia Metalúrgica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, situada junto à Usina Siderúrgica de Volta Redon­da. A Companhia construiu o prédio da Escola, permitindo que alguns de seus engenheiros ministrem o ensino de matérias de aplicação e especialização téc­nica. Por outro lado, os estudantes têm o seu programa escolar dividido, sen­do parte na sala de aula e parte nas oficinas de produção ou laboratório de Controle da Siderúrgica. Nesse caso, o recrutamento nos cursos comuns de en­genharia é feito entre estudantes que concluíram os dois primeiros anos.

No que se refere à modalidade "Estágio Prático" para universitários, o mesmo vem ganhando receptividade dia a dia, à medida que se comprova que vem atendendo ao postulado da qualidade e aos objetivos pretendidos.

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Liberado dos pesados encargos sociais por força de dispositivos legais* o está­gio prático prevê a concessão de um numerário para o estudante (Bolsa • Auxílio) fazer frente à parte das despesas decorrentes com o ensino e às quais se somam as geradas pelo treinamento, como é o caso da locomoção.

Algumas empresas, muito embora em número reduzido, já vêm reconhecendo a necessidade de se obedecer à verdadeira finalidade do Estágio, qual seja, a de conjugar de modo satisfatório as atividades a serem delegadas ao estagiário, com a especialidade do curso que realizar.

Tal cuidado deve se estender ao reverso da medalha, quando sao conferidos trabalhos demasiadamente abrangentes para o nível de conhecimento e a ca­pacidade do estudante.

Tanto o desvio ocupacional como a sobrecarga trazem resultados negativos para o estudante e para a empresa.

Para o estudante, o entusiasmo, a iniciativa e a criatividade cederão lugar à inércia e a hábitos de substituição do tempo; para a empresa, o desgaste maior advirá mais tarde, quando recrutar profissionais com hábitos comportamen­tais distorcidos e sedimentados por pseudo estágios.

No Compêndio Informativo, elaborado pelo Instituto Euvaldo Lodi do Para­ná, destinado a informar a empresas sobre aspectos legais e administrativos do estágio, ressalte-se o seguinte elenco de hábitos comportamentais gerados no elemento pelo estágio prático profissional:

I — Estereótipo Profissional do Estágio conectado à especialidade do curso.

• Autonomia plena.

• Estímulo à criatividade e iniciativa.

• Amadurecimento intelectual.

( *) Art. 4P da Lei nº 6494, de 07/12/77 e Resolução CD/DNPS, de 28/01/71, do Conselho Diretor do Departamento Nacional de Previdên­cia Social, apoiada nos dispositivos da Portaria n.° 1.002/67, do MTPS, que regulamentou então a categoria do estagiário.

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• Espírito mais lógico

• Racionalização

• Qualificação

II — Estereótipo Profissional no Estágio desconectado da especialidade do curso.

• Incapacidade (bloqueio pela inércia)

• Hábitos dispersivos

• Insegurança

• Insensibilidade

• Falta de iniciativa

• Fragilidade profissional

• Falta de racionalidade.

Nada de pioneiro ou original encerram os programas de integração Empresa/ Universidade, pois o treinamento, que é o insumo da sua sincronização, é tão velho quanto o ensino.

A diferença reside em que, até há bem pouco tempo, as iniciativas para a sua efetivação emergiam como preocupação individual do estudante e hoje há tôda uma estrutura montada para sua gerência com a preocupação de auferir a otimização dos seus resultados.

NA EMPRESA - uma ESTRUTURA PARA O ESTÁGIO

A institucionalização pela empresa de uma estrutura própria para a adoção e desenvolvimento da política de participação no processo educacional é medida básica e fundamental para o êxito do programa de estágio.

Tal empreendimento deve receber, dentro da empresa, os mesmos cuidados e atenção que são destinados ao Departamento de Desenvolvimento Industrial ou Laboratórios de Pesquisa.

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O enfoque requerido pelo estágio tende a desenvolver uma metodologia que assegure de modo conveniente a integração do estudante no contexto e pro­mova o desenvolvimento integral da sua personalidade, de modo a compro­meter, igualmente, o plano intelectivo, ativo e afetivo, ensejando flexibilidade para o seu ajustamento ao meio social, em constantes mutações.

Para alcançar plenamente tais objetivos, as empresas e as instituições de nível superior no Paraná firmaram convênio com o Instituto Euvaldo Lodi, deli­neando, assim, as atribuições específicas de cada organismo , dentro do binômio empresa/escola.

Atuando como órgão mediador, o Instituto Euvaldo Lodi do Paraná, vem desenvolvendo, junto às atividades que lhe são adstritas, um trabalho intensi­vo com vistas à criação de coordenações próprias para estágio, tanto nas escolas como nas empresas. Para ambos os casos foram elaborados impressos informativos, contendo orientação sobre procedimentos básicos para a recepção de estagiários.

Enfatizando a necessidade de uma elevação dos padrões do estágio, o Com­pêndio Informativo destinado às Empresas ressalta, além de conceitos e legis­lação inerentes à categoria, uma série de ações que visam implantar, manter e avaliar o processo.

Assim, sugere-se que a implantação de uma estrutura para o recebimento de estagiários não seja feita de forma aleatória, mas sim se revista de procedi­mentos preliminares, baseados em estudos e levantamentos que determinem o "modus operandi" do sistema, desde os tipos de especialidades, que serão absorvidas, até a programação, supervisão e avaliação dos estágios.

Ratificando a criação do sistema de Estágio, deve prever:

• Estudos preliminares para a sua implantação

• Definições das políticas da concessão de estágios

• Viabilidade técnica e financeira

• Elaboração de Regulamento Próprio

• Realização de Reuniões com os Setores que absorverão os estagiários, objetivando a divulgação dos procedimentos de sua administração e do regulamento

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• Designação de Supervisores

• Levantamentos e determinação de vagas

• Estudos e elaboração dos Programas de Estágio

• Recrutamento e seleção de estagiários

• Regulamentação dos estagiários (celebração de Contrato Próprio e

regulamentação e anotação na Carteira Profissional)

• Treinamento Preliminar dos Estagiários (objetivando a integração do

educando no ambiente de trabalho da Empresa.

• Apresentação da Empresa

• Supervisão e acompanhamento dos estagiários

• Avaliação dos Estágios e Estagiários

• Análise e Conclusão sobre o Programa.

No que se refere ao regulamento de estágio, sugere-se a abrangência de 10

(dez) itens, julgados imprescindíveis:

• Abertura (envolvendo a apresentação da Empresa)

• Objetivo

• Definição

• Programação global do estágio

• Responsabilidade e atribuição

• Programa de estágio

• Seleção de candidatos

• Deveres de benefícios

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• Especificação de impressos

• Normas para elaboração e apresentação do relatório de atividades.

0 treinamento do estudante, centrado na metodologia proposta, ainda que

redunde em novo encargo, é para a empresa um investimento particularmente

proveitoso, pois a subutilização da mão-de-obra de estagiários bloqueia

enormes reservas de potencial humano, uma vez que o auto-desenvolvimento

só pode ser conquistado diante de situações educativas convenientes.

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1.5 - ESTAGIO COMO A T I V I D A D E CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR

Hamilton Savi *

INTRODUÇÃO

A Universidade, inserida no Meio, deve conhecer as necessidades desse Meio

para poder desencadear o processo de formação de recursos humanos necessá­

rios, que deverão dominá-lo, util izando os recursos naturais. É o homem

aplicando os recursos científicos e tecnológicos aos recursos naturais.

È um processo em evolução constante e estamos conscientes de que as neces­

sidades geram o aparecimento de novos processos tecnológicos, determinando

tendências que em muitos casos caracterizam épocas.

Uma sociedade desenvolvida deve também orientar a formação de profissio­

nais voltados para as necessidades dessa sociedade, que exige mudanças a

serem equacionadas a curto, médio e longo prazo.

0 reflexo dessas mudanças no sistema, determina tratamentos especiais a

nível de docente e discente, na utilização de laboratórios de pesquisa e

envolvimento do sistema formador com o meio que, em última análise, é

quem vai receber a ação direta desses profissionais formados.

Entram em formação os currículos, em termos de duração e conteúdo, a metodologia de ensino e o envolvimento em pesquisa científica e tecnológica, para fazer face aos desafios cada vez maiores.

O grau de desenvolvimento dos programas com o Meio depende do nível de

formação desejada e com que setor específico pretende articular-se (área de

saúde, industrial, agropecuária, e tc ) .

A nível de cursos de tecnólogos ou cursos superiores de curta duração, o

envolvimento é muito grande, porque os profissionais são voltados diretamen-

( * ) Representante do Ministério de Educação e Cultura no PRONUCLEAR

da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

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te para as necessidades do mercado de trabalho. Generalizando, o Prof. Alan Murcier, ao analisar os cursos de tecnólogos do IUT, da França, afirmou: "A Universidade, ou ignora o mundo da produção ou fabrica insatisfeitos em série".

Nos cursos de graduação plena, o compromisso com o meio durante a forma­ção acadêmica, dependerá da área e da filosofia adotada para o curso. É possível montar um programa voltado para ciências, visando à preparação de um grupo de elite científica ou um profissional de elevado nível para a entrada imediata no mercado de trabalho, com reduzido tempo de adaptação.

Parece evidente que o contacto do profissional, em fase de formação, com o campo de sua área específica, é muito importante para forjar um profissional voltado para as necessidades da área.

É indiscutível que a Escola e o Meio guardam dependências marcantes: uma representando a comunidade científica; outro, todo o processo de vivência, produção e consumo. As necessidades de um refletem na outra e, no inter­câmbio, a Escola deve assumir a posição de vanguarda científica e dividir com o Meio a vanguarda tecnológica.

O estágio pode ser um caminho para a complementação da formação, via realização de trabalhos práticos, nas diversas áreas de conhecimento. A forma dessa participação pode ser viabilizada através de programas de extensão universitária, dos agentes de estágio, que interligam o campo com a Escola, na busca direta do aluno e, não ignorando outra realidade brasileira, via próprio local de trabalho para os estudantes que trabalham e buscam aperfeiçoamento no ensino superior (notadamente, nos cursos a nível de tecnòlogo, administração e outros).

A eficiência do entrelaçamento vincula-se diretamente a uma estrutura acadêmica adequada e a um campo de atuação sem vícios ou, pelo menos, com vícios minimizados ao máximo.

Qualquer descuido gera, através do estágio, oportunidades para distorções. 0 meio poderá forçar a preparação de um profissional supostamente necessário e, por outro lado, tornar difícil a formação daquele de que realmente necessi­ta. No caso brasileiro, a responsabilidade do aperfeiçoamento recai sobre o sistema de ensino, que deve organizar-se e conhecer a contribuição que pode dar e o risco que assume em conseqüência da significativa força de trabalho e o perigo de sua utilização como mão-de-obra, em detrimento da aprendiza­gem que pode resultar para o aluno e para a instituição.

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Hoje, parece que a formação desse pessoal nas várias áreas de conhecimento se manifesta com tendências diversificadas: alguns optam por uma linha de ênfase na formação científica, com forte bagagem teórica e conseqüente envelhecimento lento; outros, por maior embasamento tecnológico e adapta­ção imediata ao mercado de trabalho. Essa adaptação é feita pelo aluno durante o período de formação, como estágio profissional.

Em qualquer dos casos, é indiscutível a necessidade de uma sólida formação básica. A inexistência dessa formação facilita o acomodamento do aluno aos vícios do campo de trabalho, com prejuízos evidentes de ambas as partes.

Embora complexo, o estágio introduzido no ensino brasileiro, em alguns claramente exigido pelo CFE e, em outros, realizado independentemente de qualquer exigência, tornou-se um desafio pedagógico para cursos de nível tecnológico, graduação plena e pós-graduação. No nível tecnológico, porque se trata do profissional do fazer e, daí, o estágio é óbvio; na gradução, porque é o profissional do criar, além de fazer e, nesse caso, necessita conhecer o meio; na pós-graduação, tratando-se de um profissional que se prepara para pesquisar e desenvolver, deve conhecer os vários graus de complexidade de sua área específica.

O ataque ao problema de estágios deve ser feito pelas instituições encarrega­das do ensino, em colaboração com empresas e comunidade, porque represen­ta parte significativa da metodologia de ensino, com amplas vantagens e peri­gos. Devem ser definidas as responsabilidades, a nível do sistema de ensino, dos agentes de estágio e do campo, onde o aluno deve atuar como estagiário.

Nas entidades de ensino, devem ser racionalizados os sistemas administrativos, com todo seu complexo de comunicações, a escolha do sistema que melhor se adapte face às peculiaridades locais, etc.

Quanto ao valor do estágio, a intensidade oscila entre atividade rotineira, superficial, "solto" dentro da empresa, hospital ou entidade pública, etc, até estágios supervisionados do tipo estágio de curso integrado, desenvolvidos por alguns cursos de engenharia, bem como internato hospitalar nos cursos de

m edicina e outros.

A ênfase deve estar relacionada com o objetivo do curso. uma escola, identi­ficada com o processo de desenvolvimento tecnológico, certamente estrutura­rá sua política de estágios de modo a romper as barreiras fora dos domínios administrativos da mesma.

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É necessário ter em mente, que devem ser respondidas pela Instituição de

Ensino, perguntas tais como: que t ipo de profissional se busca? Formar o

pesquisador? Preparar um profissional para atuar imediatamente no campo de

trabalho? O estágio complementará a formação? 0 produto principal do

estágio é prestação de um serviço para a empresa ou à comunidade?

Compatível com a orientação do curso, o estágio terá caráter de treinamento

profissional, com enfoque de fazer o futuro profissional praticar, o futuro

pesquisador identificar-se com os problemas do meio onde vai propor solu­

ções, de tal modo que o número de profissionais possa representar, quando

formados, considerável volume de recursos humanos aplicáveis aos recursos

naturais.

Deste modo, a complexidade do problema em si mesmo, o elevado número de

alunos de instituições de ensino e a diversidade do grau de sensibilização do

campo de estágio exigem uma reflexão séria sobre o assunto. Problemas de

ordem pedagógica e administrativa ultrapassam os limites de uma disciplina

com horários marcados, provas, etc. Orientação, solução de campo de estágio,

como incorporá-lo ao currículo são pontos que merecem atenção.

ENTIDADES DE ENSINO E PESQUISA E A FORÇA ESTAGIÁRIA NO BRASIL

De acordo com dados do Catálogo Geral das Instituições de Ensino Superior

75/76, o Brasil possui, atualmente, um total de 4.013 cursos de graduação,

dos quais 3.744 referem-se a 64 currículos mínimos, fixados pelo Conselho

Federal de Educação.

Esses cursos estão assim distribuídos:

1.745 em Ciências Humanas

894 em Ciências Exatas

432 em Ciências Biológicas

66 em Ciências Agrárias

376 em Letras

301 em Artes.

Em relação ao ano de 1974, o crescimento foi de 19% em graduação e 26%

nos cursos de pós-graduação, estando atualmente com 496 cursos em funcio­

namento, nas diversas áreas.

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com exceção do Norte do Pais, há predominância de participação da rede particular (83% Sudoeste, 48% Nordeste, 71% Centro-Oeste e 18% Norte).

O alunado ultrapassa a casa de um milhão de estudantes em todo o país. Se considerarmos que o Brasil tem, atualmente, cerca de cento e dez milhões de habitantes e que a população ativa é de 32%, o universitário brasileiro repre­senta uma fatia bem significativa de potencial de trabalho. Daí, considerarmos que a pressão para envolver essa massa como força de trabalho é muito maior do que envolvê-la num programa de treinamento para fora da Escola. como a responsabilidade é preparar profissionais de bom nível, o estágio eficiente passou a ser um desafio para o sistema de ensino.

O ESTÁGIO

Dentro do sistema de ensino, no contexto de todas as metodologias, o estágio deve visar ao estabelecimento de um elo entre o ensino teórico e prático com o campo específico da profissão escolhida pelo profissional, formado ou em formação.

0 aluno, em contato com a área de atuação sob forma de estágio, identifica-se com a realidade e pratica o aprendizado direto. E recomendável essa participa­ção, porque para a escola é onerosa e impossível a simulação de determinadas situações, visando à capacitação profissional.

0 estágio deve ocorrer de tal forma que não seja desviado o caráter de forma­ção superior. Através dele, cria-se uma ponte entre a formação teórica e a aplicação prática, mediante direta participação em situações novas nos cam­pos profissionais, o amadurecimento intelectual e comportamental, desenvol­vendo-se maior agilidade diante de problemas reais.

0 estágio deve verificar-se em unidades que tenham condições de proporcio­nar vivência prática, compatível com o curso de formação, devendo o estu­dante, de preferência, estar cursando os últimos períodos do curso.

O estágio deve, ainda, propiciar a complementação da formação e ser plane­jado, executado, acompanhado e avaliado e inserido nos currículos, obedecen­do os calendários escolares, para constituir-se em eficiente instrumento de integração, em termos de treinamento prático, de aperfeiçoamento técnico, cultural, científico e de relacionamento humano.

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Segundo nosso ponto de vista e experiência pessoal, já divulgados no trabalho "Estágio na Integração Escola/Empresa/Governo", é possível dividir o estágio em várias categorias:

ESTÁGIO FUNDAMENTAL

É um estágio visando a desenvolver habilidades manuais ou familiarizar o estudante com as técnicas ou problemas básicos de sua futura profissão, preferencialmente, sem direito a crédito. As principais caracteristicas deste tipo de estágio são:

Pré-requisito: ser universitário, com opção profissional definida;

Época de realização: no periodo livre de preleções ou em regime de tempo parcial;

Duração mínima: a ser fixada pelo órgão competente da IES, em função do calendário escolar e programa a ser cumprido pelo estudante;

Supervisão: poderá ser feita indistintamente por profissionais de nível supe­rior, tecnólogos ou técnicos de nível médio (da instituição ou do campo de estágio),

Campo de estágio: todas as instituições que, na comunidade, disponham de condições propícias ao aprendizado do estagiário, tais como:

— Laboratório das IES — Escolas SENAI — Centros de Treinamento — Oficinas de Escolas Técnicas — Ambulatórios Médicos — Escritórios — Outros.

ESTÁGIO PROFISSIONAL

É um estágio em que o aluno, já matriculado no ciclo profissionalizante, realiza atividades vinculadas a uma disciplina ou grupo de disciplinas de seu curso, visando a complementar sua formação profissional, através da tomada de contato com todos os aspectos humanos e sociais do mundo do trabalho.

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O estágio, como disciplina, pode assumir diferentes aspectos quanto às exi­gências curriculares, tornando-se optativo, eletivo ou obrigatório.

As condições em que realiza esse t ipo de estágio sao:

Pré-requisitos: ter cursado determinado grupo de disciplinas ou ter número

de créditos mínimos, fixados em cada turno;

Campo de estágio: todos os que preencherem os requisitos indispensáveis para

uma complementação educacional, compatível com as necessidades do

mercado de trabalho;

Requisitos: existência de um plano de estágio elaborado com a participação

da Escola e vinculado a uma disciplina ou grupo de disciplinas; existência de

um sistema de supervisão e avaliação;

Periodo de estágio: o estágio realizado no ciclo profissionalizante pode ser

executado no período livre de preleções, em regime de tempo integral ou

parcial, durante o período letivo;

Duração mínima: deverá ser definida pelo órgão competente da IES, em

função do t ipo de estágio;

Créditos: o número de créditos, a critério do órgão competente da IES,

será f ixado com base nas normas vigentes.

BOLSA DO CNPq

As atividades de pesquisa desenvolvidas pelo aluno com bolsa do CNPq

poderão ser consideradas como estágio, quando, paralelamente, atenderem

aos requisitos estabelecidos pelas normas da IES relativas a estágios.

BOLSA DE TRABALHO

As atividades desenvolvidas poderão ser consideradas como estágio, quando,

paralelamente, forem atendidos os requisitos que caracterizam os estágios.

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MONITORIA

As atividades de monitoria podem ser computadas como estágio para alunos

pretendentes à carreira do magistério, desde que atendam aos requisitos bási­

cos estabelecidos, nao devendo substituir outros estágios exigidos pelo currí­

culo mínimo. O número de créditos a serem incorporados ao currículo, será

f ixado pelo órgão competente da IES.

Encarado sob esta ótica, o estágio pode ser concretizado de um modo muito

amplo.

O cruzamento do estudante com o campo de trabalho, em vários níveis, (fun­

damental, profissional, profissionalizante) enlaça o professor no processo ca­

racterizado pela supervisão ao aluno, gerência de projetos de atuação, elabora­

ção de planos, fiscalização e execução de obras, atividades comunitárias, reali­

zação de pesquisas, etc.

É importante ressaltar que a atividade estagiária pode ou não: estar inserida no currículo do aluno; ser apenas uma atividade extracurricular, ou várias ou­tras modalidades de atividades que fogem ao controle acadêmico-didático. A preocupação, parece-nos, deve estar centralizada naquela parcela que é res­ponsabilidade do ensino; estágio curricular que o aluno queira inserir no currí­culo ou a integralização de um estágio exigido pelo currículo do curso.

ATAQUE AO PROBLEMA DE ESTÁGIO

A implementação de um programa de estágio em uma Instituição de Ensino

exige uma série de medidas, apoio e identificação clara de níveis de responsa­

bilidade.

De um modo geral, aproveitando o gráfico 7 do artigo do Prof. Paulo Assis Ri­

beiro, o problema de estágio não é um problema isolado, quando se enfoca o

relacionamento Escola com as atividades empresariais do meio ambiente.

O sistema de ensino libera um f luxo de conhecimentos e informações, através

dos profissionais formados e entregues ao mercado e alunos em fase de forma­

ção. O campo de atividades (Empresa, Comunidade) fornece problemas para a

ativação de pesquisas e, ao mesmo tempo, resultados que podem realimentar

os currículos. Esse transporte do campo de trabalho para os laboratórios é

feito via docente e estagiário, ora por detecção de problemas e transportando-

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os para a Escola, ora por ser chamado a resolvê-los comò apoio à pesquisa tec­nológica ou prestação de serviços, como assessoria técnica.

Enfocando no sentido vertical, de cima para baixo, a abordagem do problema pode ser vista como:

NIVEL DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR

Há um interesse generalizado pelo problema de estágio, sob várias formas, cla­ramente evidenciado. No MEC há o projeto de Integração Escola/Empresa/ Governo, sobre o qual muito já se escreveu e discutiu e de que resultou uma experiência concreta em termos de metodologia de ação. Ainda no MEC foi criado, a nível de DAU, uma Coordenação de Extensão Universitária, onde o problema de estágio é tratado.

0 problema é de complexidade administrativa e envolve significativos recursos humanos e financeiros. Parece evidente que o assunto merece um estudo, com mais profundidade, sobre: coordenação das atividades de estágio, visando a maximizar a colaboração dos vários agentes, ou em que seus programas envol­vem, prioritariamente, alunos que podem ser estagiários, interfacear junto aos órgãos de ciasse ou grupos técnicos (Grupos setoriais do DAU), para estudo de problemas de estágio nas várias áreas, como: saúde, educação, direito, ad­ministração, engenharia e outros. Tal estudo deverá ser levado a cabo por gru­pos de pessoas com conhecimento de aspectos de legislação, educação e impli-

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cações sociais, dado o montante de recursos humanos que envolve (seguro de estagiário e mão-de-obra, por exemplo).

como medidas operacionais, merece uma ação junto às grandes empresas de caráter nacional, para tratar de problemas de interesse comum, tais como: es­tágios nos programas de pesquisa, maior número de oportunidades e a não contratação de estagiários como empregados da empresa, etc.

A NIVEL DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

A esse nível, o problema parece simples, mas nao o é. O controle do problema de estágio, como já foi afirmado em outra oportunidade, não é subterfúgio para mediocridade. Nao é local para se engajar pessoas que estão sobrando em outras áreas, dentro do sistema de ensino. É, sem dúvida, uma tarefa muito mais difícil do que ministrar uma aula expositiva, precedida de 4 ou 5 horas de estudo.

como o tratamento dispensado ao estágio depende da filosofia adotada para os cursos, é necessário que a administração superior "aceite" o estágio e não, simplesmente, participe como uma imposição ou como uma disciplina comum em determinado departamento.

A esse nível, devem ser criados mecanismos de coordenação das atividades es­tagiárias. O órgão que coordena tais atividades na Instituição deve, em linhas gerais, ser responsável pelos seguintes itens:

Estabelecimento da política de estágio (em função do que tem para ofe­recer e o que pode ser feito a nível regional, nacional e, em alguns casos, até no exterior);

Identificar os diversos tipos de estágios curriculares, realizados ou reali­záveis, nos diversos cursos mantidos (estágio de educação, medicina, agronomia, engenharia, administração, direito, etc);

Definir os tipos de estágio, possíveis e viáveis e discutir, nos vários esca­lões da entidade, a maneira de executá-los (sub-Coordenadoria, Departa­mentos, etc);

Propor normas gerais de estágio, formatos de programas para os mesmos manuais para o aluno, para o professor e para o supervisor de campo de estágio;

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Propor convênios entre empresas e a administração superior;

Estabelecer as rotinas de atividades, contatos de encaminhamento de

alunos, registros de conceitos de relatórios, e t c ;

Propor definições de responsabilidades, a nível de administração supe­

rior da Instituição, até o professor;

Fiscalizar a execução de cronogramas e convênios;

Manutenção de cadastro de áreas cedentes de estágios.

como é fácil verificar, e a experiência de cada Instituição já deve ter demons­

trado, resolvidos esses problemas, o desenvolvimento de um programa de está­

gio transforma-se, para a escola, em um problema administrativo e acadêmico.

A direção de centro, quando for o caso, e o departamento assumem na execu­

ção a parcela de maior responsabilidade. Nesse nível, compete avaliação do

campo de estágio (feito junto com a Coordenadoria), a elaboração do progra­

ma de estagiário e a análise dos relatórios de atividades.

É nesse nível que ocorre o canal de informação, que auxilia a Instituição a sa­ber que t ipo de profissional o meio necessita, a identificação de pesquisas tec­nológicas e básicas, a possibilidade de prestação de serviços bem como o canal de retorno de problemas e temas de pesquisa.

Há um aspecto muito importante, que merece ser realçado: O ESTÁGIO NÃO SUBSTITUI AULAS DE LABORATÓRIO.

Os dois têm objetivos didáticos diferentes.

A aula de laboratório visa a familiarizar o aluno, entre outras coisas, com a

confirmação das leis básicas, o domínio parcial de tecnologia e o máximo de

ciência de cada ramo específico.

O estágio, no campo de trabalho, visa, como já muitas vezes referido, à vivên­

cia prática na área profissional.

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A NIVEL DE CAMPO DE ESTÁGIO

A nivel de campo de estágio, o ataque ao problema é delicado e, ao mesmo tempo, fácil.

É delicado, quando se pretende a realização de um bom programa de estágio. É fácil, quando o que se pretende é apenas um emprego de 20 horas semanais, com o apoio na Portaria 1.002, do MTb e, conseqüentemente, muito econô­mico para a empresa. Esta consegue um emprego de bom nível, contratado por preço baixo, sem problemas de encargos sociais e conta com colaborador eficaz, principalmente se ele estiver interessado na empresa.

É um ponto importante para a empresa, que haja uma programação eficiente, de tal modo que o aluno obtenha os benefícios de um bom estágio, já que o in­vestimento no estagiário resultará em benefício para o próprio empregador, quer seja ele empresa pública ou privada.

O que se deseja de um campo de estágio é a permissão para a entrada de pro­fessores e estudantes na área de trabalho. É claro que em determinados ramos profissionais ou empresas se guardem com muito cuidado os chamados "segre­dos de fábrica" e, por motivos óbvios, o nível de acesso de estagiários e mes­mo de técnicos do setor nao é facilitado. Em geral, ocorre mais na escala ad­ministrativa da empresa, quer seja privada ou estatal (acreditamos ser essa uma das razões de se obter bons estágios de economia, finanças e projetos, etc).

Tal fenômeno não ocorre nos estágios realizados através do CRUTAC e CAM­PO AVANÇADO, onde o campo de atividade é muito amplo, notadamente para os estagiários das áreas de ciências sociais, saúde, tecnologia e outras. A eficiência, nesse caso, depende muito do planejamento.

A questão difícil de responder ou resolver, em alguns casos, é o tipo de está­gio procurado para uma determinada especialidade. O problema pode tornar-se complexo num parque industrial como São Paulo e Belo Horizonte ou bem definida, quando o campo de estágio é restrito ou equilibrado, entre vagas e estagiários.

Na grande empresa, o estagiário pode ter um acesso fácil, se existir um depar­tamento de recursos humanos. O rendimento dependerá, em muito, da sorte do aluno entrar numa seção com técnicos sensibilizados, ao contrário de uma seção onde se espera, apenas, contar com um aprendiz bracai.

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Na pequena empresa, embora de nivel tecnológico mais baixo, a colaboração com o estagiário é mais eficiente e a vivência com os problemas é mais efetiva, embora fique muito na dependência dos diretores que, em muitas vezes, são os técnicos e os administradores do próprio setor.

Em estágios na área médica, a situação pode ser um tanto mais complicada. Os grandes professores ou especialistas, em geral, acambarcam seus melhores aprendizes e é muito d i f ic i l deslocar um bom aluno de medicina ou de odon­tologia do lado de seu professor, no hospital-escola, para participar de um programa de CRUTAC ou CAMPUS A V A N Ç A D O , embora, dependendo do interesse, ele possa aceitar a hipótese de estagiar em outro hospital de igual ní-vel. Neste caso, mais uma vez, torna-se necessário compatibilizar o estágio com os objetivos que o aluno busca. Se possível, dentro de sua área, o interes­se e a participação serão maiores.

De qualquer forma, a Coordenação de Estágio realiza contatos com o campo

e, através de professores das respectivas áreas, estrutura um sistema de infor­

mações sobre o que tem e o que pode oferecer, com quem deverão ser trata­

dos os novos relacionamentos, etc. Deste modo, quando o estagiário é encami­

nhado ao local de estágio, as rotinas iniciais já estão definidas.

uma boa Coordenadoria de Estágio, è aquela que tenha:

Levantamento completo do campo de estágio, na área de influência da

Instituição, por área de conhecimento;

Posição, a cada periodo, dos alunos que estão em condições de estagiar,

bem como seus principais itens de interesse;

Convênio com as empresas cedentes de estágio;

Ajuste perfeito com os programas CRUTAC e CAMPUS A V A N Ç A D O ;

Perfeita coordenação com os agentes de estágio, que passam a ser vistos como grandes campos de estágio (Ex.: o conjunto de estágios oferecidos pelo IEL, OPE MA, PRo, etc.);

Normas de estágio, aceitas também pelo campo de estágio;

Manuais seguros, professores conhecedores da área de estágio, para po­

der orientar os alunos e avaliar os relatórios;

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Outros ¡tens que facilitem a atuação do estagiário e do campo de está­gio.

PESQUISA E PLANEJAMENTO DE um PROGRAMA DE ESTÁGIO

Embora oneroso e demorado, é indispensável o conhecimento detalhado da potencialidade de alunos em condições de realizar estágios, por períodos e ca­tegoria profissional.

A instituição deve conhecer, antes de cada período de férias e com razoável antecedência, o número de alunos que querem estagiar nas especialidades es­colhidas, em função do cumprimento das exigências curriculares. Esse núme-o de alunos deve ser distribuídos pelas vagas existentes, pressupondo-se que a Coordenadoria de Estágio disponha de quantidade suficiente de empresas e programas como campos de estágio, para atender às solicitações.

Se o objetivo é completar a formação do aluno através do aprendizado, fica fora de cogitação encaminhá-lo para outra área (não confundir estágio com emprego de estudante).

Detectado o cruzamento necessidade-disponibilidade, o problema passa para a esfera de interesse direto do aluno.

um estágio bem programado é aquele que, seguindo um roteiro claramente predeterminado, no dia de início do estágio, o estagiário saiba:

O programa mínimo que deverá seguir;

Os livros de consultas de que deverá dispor;

como elaborar relatório;

O número de horas a cumprir, para integralizar o currículo;

Que está sendo supervisionado e avaliado por alguém do campo de está­gio;

Que a sua tarefa é continuação de alguma outra ou que está participan­do de um grupo de trabalho (como as vezes ocorre nos programas CRU-TAC e CAMPUS AVANÇADO).

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um MODELO VIÁVEL DE COORDENADORIA DE ESTÁGIO

uma Coordenadoria de Estágio deve estar subordinada, de preferência, a um órgão que decida basicamente sobre problemas de ensino.

Junto à Instituição de Ensino Superior, a Coordenadoria deve cuidar de nor­mas de estágio, valor da disciplina-estágio, critérios de avaliação, etc.

Deve-se situar a esse nível (Pró-Reitoria e de Ensino?), porque é nele que são aprovados os planos anuais das disciplinas dos cursos, a contratação de docen­tes, etc. São solicitações feitas pelos departamentos e renovadas anualmente, na maioria das IES.

Se o volume de serviço numa Instituição for de tal ordem que justifique a criação de um órgão específico para assuntos de Extensão Universitária, a Coordenadoria de Estágio, obviamente, deverá estar situada nesse órgão. Em­bora se tornem mais difíceis as medidas em termos de ensino, há uma grande flexibilidade em termos de contatos com ofertas de estagiários e vagas para os diversos programas.

De qualquer forma, independentemente do nível e vinculação decididos, deve ter flexibilidade para:

Contatos com entidades detentoras de campo de estágio;

Elaboração de normas e preparação de manuais de estágio;

Propor créditos para programas de estágio;

Vinculação com outras atividades da Universidade, como programas de extensão, educação continuada, CRUTAC, CAMPUS AVANÇADO, Operações, etc;

Contatos e intercâmbio com agentes de estágio;

Registro dos conceitos obtidos pelos estagiários.

Deve, em última análise, ter uma estrutura administrativa que permita opera­cionalizar programas e ter condições, junto aos departamentos didáticos, de propor o tipo de estágio para cada curso, definindo duração, conteúdo, crédi­tos, requisitos e avaliação.

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1 . 6 . - 0 PROFESSOR NA EMPRESA uma NOVA FORMA DE INTEGRAÇÃO

Honorato Antonio Tomelin*

INTRODUÇÃO E RESUMO HISTÓRICO

O projeto do Governo, em tramitação no Senado, abre a perspectiva de trans­

formação das Universidades em Autarquias Especiais. Acompanha o bojo des­

te dispositivo legal a extinção do regime de 40 horas semanais, restando ao

corpo docente as opções de 20 horas semanais e dedicação exclusiva.

É salutar prever um processo que traga a experiência empresarial à Universida­

de, principalmente para os docentes em regime de trabalho com exclusividade

para a instituição de ensino.

0 processo, conhecido em alguns países como " A n o Sabático", confere aos

docentes de instituições estrangeiras, direito de afastamento das atividades

acadêmicas, para exercício, por tempo determinado, em entidades e empresas

nacionais ou internacionais, sem prejuízo das vantagens existentes.

No Brasil, a idéia pode ser efetivada, se bem que a maneira de viabilizá-la deva

preencher características de amadurecimento e transformação gradativa, na

forma de programa-piloto, com análise de acompanhamento pela entidade

competente.

CONCEITO E OBJETIVOS PRINCIPAIS

A denominação apropriada ainda carece de melhor estudo. Simplesmente, por

analogia, intitularemos o processo de " A n o Sabático", conceituando-o como

a oportunidade que oferece a Universidade de, a cada 5 anos, poder o profes­

sor atuar junto a outra qualquer entidade, nacional ou estrangeira, pública ou

privada, pelo período de 12 meses consecutivos.

Está claro que os períodos assinalados são mais referências do que determina­

ção, mui to embora, em termos de proposta, os valores sejam recomendáveis.

( *) Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina.

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como objetivos básicos, vale a pena citar:

a) Possibilitar ao professor maior conhecimento e experiência no campo profissional;

b) Tornar o professor elo de ligação entre a Escola e a Empresa;

c) Facilitar o processo de realimentação entre a formação acadêmica e a

atividade profissional.

d) Estimular a produtividade, na escola, de projetos e pesquisas, com apli­

cação imediata na comunidade;

e) Manter um relacionamento constante entre a Escola e a Empresa.

CARACTERÍSTICAS DO ANO SABÁTICO

Ao se implantar o processo " A n o Sabático", torna-se necessário observar cer­

tas características básicas:

0 ano sabático só se aplica a docentes que exercerem, durante o perío­

do de carência, o regime de dedicação exclusiva.

Os docentes a que se refere a característica acima, serão, preferencial­

mente, aqueles que já tiverem completado sua formação acadêmica, isto

é, aqueles pertencentes às categorias de professor Adjunto ou Titular.

As atividades didáticas dos docentes, durante o afastamento, deverão

ser absorvidas pela própria unidade de ensino.

O docente, ao se afastar, assumirá compromisso com a entidade de ensi­

no de nela permanecer por prazo não inferior à metade do período de

carência, quando de seu retorno.

A entidade de ensino deverá manter, durante o período de afastamento,

o vínculo com o docente, especificando, igualmente, vantagens financei­

ras.

A atividade docente a ser desenvolvida junto à Empresa deverá:

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1.°) Ser previamente programada.

2.°) Ter vinculação com a atividade docente.

3.°) Ser aprovada pela instituição.

0 risco de saída de docentes da Universidade deve ser calculado, através de medidas objetivas.

ANÁLISE DE COMPETÊNCIA LEGAL

Nao existe dispositivo legal específico que consubstancie a instituição do "Ano Sabático". Observado sob o aspecto de experiência piloto, não seria viá­vel a expedição de ato com tal objetivo normativo.

No entanto, a viabilidade legal da instituição do "Ano Sabático" pode ser aplicada, por analogia, no que preceitua o art. 3.° da Lei 6.182, de 11.12.74, parágrafo 2.°, quando diz:

"as horas excedentes de carga horária mínima de aulas serão utilizadas pelo docente na realização de trabalhos acadêmicos de ensino, pesquisa, extensão e administração universitária, na orientação de alunos, em atividades de consul­toria e outros correlatos".

As "horas excedentes" citadas, poderão ser, de acordo com a lei, prestadas, pois em outro setor ou entidade.

Por outro lado, o item II do art. 3.° do mesmo dispositivo legal preceitua que o órgão central de supervisão de ensino e pesquisa disciplinará "a carga horá­ria mínima de aulas do pessoal docente, em quaisquer regimes".

Ora, a abordagem conjunta dos dois dispositivos, associados ao processo de concessão de afastamento, para realização de cursos de pós-graduação, permi­tem deduzir da viabilidade do "Ano Sabático" uma vez que, a absorção das atividades didáticas do docente far-se-ia pelo pessoal docente da unidade de ensino, sem prejuízo, portanto, da carga horária mínima de aulas.

Está também claro que o princípio de igualdade perante a lei deve ser manti­do, o que não impede, no entanto, o estabelecimento de prioridades no pro­cesso de afastamento, e mesmo ainda, no processo de definição das atividades prioritárias a serem desenvolvidas pelo docente.

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Também, a implantação do sistema carece de um escalonamento obrigatório, para evitar concentrações, até que se atinja o regime permanente.

PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DO "ANO SABÁTICO"

Para implantação e funcionamento do "Ano Sabático" convém considerar as seguintes fases:

Fase preliminar:

a) Levantamento das potencialidades docentes, em condições de integra­rem o programa;

b) Verificação das áreas de absorção dos profissionais de ensino, agregada à conscientização de empresas;

c) estabelecimento do processo de escalonamento;

d) elaboração do plano de atividade.

Fase rotineira:

a) Estabelecimento do processo de acompanhamento e avaliação;

b) estabelecimento do processo de controle;

c) realimentação do sistema de ensino.

CONCLUSÕES

O objetivo restrito é, pois, associar ao sistema global de integração Escola/Em­presa/Governo uma forma adicional de potencialidade universitária.

Convém igualmente propor a medida como sugestão ao sistema nacional de ensino, antes de se pretender institucionalizar.

No entanto, é de se esperar que as dificuldades encontradas na ação de profes­sores supervisores sejam minimizadas pelo melhor entendimento da operação do sistema empresarial.

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A institucionalização de novas habilitações profissionais tem sido o reflexo das expectativas empresariais na composição de seus quadros profissionais. É lógico, pois, que a participação do professor junto à Empresa traga benefícios não só na área especifica, como também se obtenham os elementos indispen­sáveis à fixação da política de implantação de programas de nível superior, es­tendidos a todos os degraus da formação acadêmica, além de beneficiar a alo­cação de recursos humanos a serem inseridos no mercado de trabalho nacional

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1.7. - CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO NO CURSO DE ENGENHARIA

Ruy Carlos de Camargo Vieira*

O estágio obrigatório supervisionado no curso de Engenharia deve visar, entre

outros objetivos, principalmente, aos seguintes: a) complementação geral cur­

ricular; b) adaptação psicológica e social do estudante à sua futura atividade

profissional; c) complementação da formação profissional específica curricu­

lar; d) treinamento do estudante, para facilitar sua futura absorção profissio­

nal; e) orientação do estudante na escolha de sua especialização profissional.

É conveniente que a realização do estágio seja precedida de programas de visi­

tas a empresas, com o objetivo de despertar vocações e permitir ao estudante

a futura escolha do seu campo de estágio, de forma mais adequada. Para isso,

tais programas deverão ser organizados de forma a proporcionar ao estudante

a visão ampla da atividade profissional do Engenheiro, em suas múltiplas

áreas, habilitações e setores. Tendo em vista que a atividade profissional futu­

ra do estudante poderá cobrir campos de natureza bastante diversificada, tais

como, de um lado direção, fiscalização, condução e execução de obras e servi­

ços técnicos, de outro lado projeto, planejamento, assessoria e consultoria, e

ainda a docência e a pesquisa, é conveniente proporcionar também a possibi­

lidade de diversificação do Estágio Obrigatório Supervisionado nos currículos

do Curso de Engenharia.

Assim, além dos estágios nas empresas propriamente ditas, poderão ser desen­

volvidas outras atividades que alcançam o mesmo objetivo que os estágios, como,

por exemplo, das seguintes: a) atividades-programa em centros especial­

mente constituídos para proporcionar treinamento em setores profissionais

específicos; b) atividades realizadas junto às instituições de ensino e pesquisa,

ou aos órgãos a elas ligados, visando à prestação de serviços; c) atividades de

iniciação científica, com a participação no desenvolvimento de pesquisas bási­

cas ou tecnológicas; d) atividades relacionadas com a realização de trabalho

de graduacão ou projeto final de curso, com defesa individual obrigatória.

Todas essas atividades exigirão, sem dúvida, orientação e supervisão adequa­das por parte de docentes responsáveis, credenciados pela instituição de ensi­no.

( ) Diretor-Adjunto do Departamento de Assuntos Universitários do MEC.

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As atividades previstas em a e b poderão ser realizadas em núcleos, centros

ou institutos tecnológicos ligados, ou nao, à instituição de ensino. Recomen­

da-se em particular a implantação de Escritórios Técnicos junto às instituições

de ensino de Engenharia, para proporcionar a infra-estrutura necessária a essas

atividades. Iniciativas análogas mereceriam ser incentivadas junto às grandes

empresas estatais e paraestatais e outros órgãos governamentais.

A duração do estágio dependerá da sua natureza, não podendo ser inferior às

30 horas previstas no currículo mínimo para a sua realização.

Além de outras, poderão ser oferecidas as seguintes modalidades de estágio,

discriminadas de conformidade com a sua duração:

a) estágios de curta duração, em períodos letivos;

b) estágios nos períodos de férias;

c) estágios de média duração, distribuídos ao longo dos períodos letivos, e, eventualmente, nas férias;

d) estágios de cursos integrados.

A modalidade a poderá ser realizada com o mínimo de 30 horas previstas no

currículo mín imo. Para as demais modalidades, é conveniente que as 30 horas

sejam destinadas à orientação, supervisão e avaliação dos estágios.

INCENTIVOS FISCAIS PARA CURSOS INTEGRADOS

Por solicitação do MEC/DAU, o Conselho Federal de Mão-de-Obra expediu o

Parecer 02/78, autorizando as Escolas que mantém cursos Integrados em En­

genharia Industrial a beneficiar-se com incentivos fiscais previstos na Lei n.°

6.297.

As vantagens a que se refere a presente lei autorizam as pessoas jurídicas a de­

duzir do lucro tributável, para fins de Imposto de Renda, o dobro das despe­

sas comprovadamente realizadas em propostas de formação profissional. Pelo

Parecer 02/78 do CF MO, o estágio, em cursos Integrados de Engenharia In­

dustrial, caracteriza-se como formação profissional.

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A exigência de estágios nestes cursos de Engenharia é consubstanciada na pró­pria concepção da Engenharia Industrial, onde a vinculação da teoria com a prática fornecerá qualificação profissional para o aluno vir a desempenhar com eficiência a sua profissão.

A obtenção destes incentivos obriga a elaboração de projetos pelas institui­ções de ensino que para isso poderão ser assessoradas por uma equipe de pro­fessores da Universidade Federal de Santa Catarina, com experiência em cur­sos integrados, que ora assessora o DAU, no projeto setorial integração Em­presa/Escola/Governo.

0 conceito de curso integrado deve ser encarado como um curso especializado em colaboração com a empresa, visando a dar ao aluno uma complementação profissional, através da realização de um estágio com duração de um período letivo, em regime de tempo integral e sob a supervisão direta do corpo docen­te e orientação por profissional habilitado na área dentro da empresa.

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1.8. - INCENTIVOS FISCAIS (Lei Nº 6.297) E OS CURSOS INTEGRADOS

Honorato Antônio TomeIin*

INTRODUÇÃO

Em reunião de 12 de abril de 1978, foi apreciado e aprovado pelo Conselho

Federal de Mão-de-Obra o parecer n.° 002/78, recomendando procedimentos

para que Cursos Integrados na área de Engenharia Industrial possam integrar

os Programas de Formação Profissional das pessoas jurídicas beneficiárias, ela­

borados e apresentados ao CFMO, para os fins da Lei 6.297, de 15 de dezem­

bro de 1975.

Tal decisão decorreu de solicitação do Departamento de Assuntos Universitá­

rios do Ministério da Educação e Cultura, objetivando a junção de esforços no

sentido de aperfeiçoar o processo de integração Escola/Empresa/Governo.

O enfoque diz respeito à área de Engenharia Industrial, observando cursos in­

tegrados como atividade acadêmica na Empresa, na forma de Estágio Profis­

sional, com supervisão universitária, que objetiva complementar o currículo.

Inserido nas últimas fases dos cursos de graduação universitária, tem duração

aproximada de 6 meses e pode se desenvolver em tempo integral, preferencial­

mente, ou em tempo parcial.

Observados os objetivos da Lei, é de se entender que os benefícios dela decor­

rentes, apliquem-se também aos cursos de Curta Duração.

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

Para integrar o processo torna-se necessário estar a instituição interessada de­

vidamente registrada ou credenciada junto ao Conselho Federal de Mão-de-

obra. nestas condições estará a instituição capacitada a apresentar projetos de

formação de recursos humanos, com incentivos fiscais referentes a Lei n.°

6.297.

É disponível junto ao CFMO toda a legislação complementar, além dos for­

mulários próprios à apresentação de projetos.

( ) Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

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como característica fundamental, para viabilização do projeto, destaca-se a

necessidade do estabelecimento do vínculo empregatício com o estagiário, no

período do pedido do beneficiamento da Lei.

OS BENEFICIOS FISCAIS

Recomenda-se a leitura da legislação pertinente. No entanto, cabe destacar o

artigo 1.0 da Lei 6.297, de 15/12/75, a saber:

"A r t . 1.0 — As pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro tributável, para

fins do imposto sobre a renda, o dobro das despesas comprovadamente reali­

zadas, no período-base, em projetos de formação profissional, previamente

aprovados pelo Ministério do Trabalho.

Parágrafo Único — A dedução a que se refere o "caput " deste artigo nao de­

verá exceder, em cada exercício financeiro, a 10% (dez por cento) do lucro

tributável, podendo as despesas não deduzidas no exercício financeiro corres­

pondente serem transferidas para dedução nos três exercícios financeiros sub­

seqüentes".

Tendo em vista a restrição estabelecida no parágrafo único, deduz-se que so­

mente as Empresas que recolhem imposto sobre o lucro tributável é que se be­

neficiarão do incentivo, observando ainda que a dedução não deverá ultrapas­

sar 10% do lucro tributável.

Observada a legislação do recolhimento do imposto de renda, que taxa a pes­

soa jurídica em 30% do lucro tributável, estaria a Empresa obtendo o benefí­

cio de 60%, os quais deixaria de recolher à fazenda pública.

O PROJETO

Observando o exercício financeiro da Empresa, o projeto a ser encaminhado

ao CF MO se enquadra no "Programa de Formação Profissional, em seu i tem

05 - FORMAÇÃO" .

Atendendo-se ao formulário próprio, constam:

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1. Identificação e dados cadastrais da Empresa.

2. Programa de Formação Profissional.

3. Projetos de Formação Profissional.

4. Administração da Agência Formação Profissional.

5. Projeto de construção ou Instalação da Agência.

6. Projeto de Aquisição de Equipamentos.

7. Previsão Financeira do Programa.

É claro que, para cada projeto, devem ser manipulados os formulários pró­prios, que juntos, constituirão o programa.

No caso dos Cursos Integrados, merece destaque o item 3, e neste ítem, a "Previsão analitica" e "Previsão orçamentária das despesas de custeio". Cons­ta do formulário o seguinte quadro.

Previsão Analítica

Número de participantes:

Número de turmas:

Duração em horas por turma:

Data de inicio:

Término:

Previsão Orçamentária

das Despesas de Custeio

Docente Cr$

Material didático Cr$

Material de consumo . . . . Cr$

Diárias Cr$

Serviços de Terceiros . . . . Cr$

Outras despesas Cr$

T O T A L Cr$

Na "previsão analítica", insere-se a especificação do número de participantes (treinandos) na Empresa determinada; o número de turmas, por exercicio; du­ração em horas por turma e as datas de início e término, dentro do exercício financeiro da Empresa.

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"A previsão orçamentária das despesas de custeio" consubstancia informações

que permitem quantificar o projeto e, portanto, inferir os benefícios fiscais

correspondentes.

Este preenchimento deverá ser explicitado para cada caso e programa.

A t í tu lo de referência, apresenta-se um modelo viável, considerando um mó­

dulo para uma vaga/estágio/a no, em tempo integral, do treinando, junto à

Empresa:

1 — Docentes

a) Parcela sugestão: A té 42 salários mínimos regionais;

b) Justificativa: Participam como docentes, no processo, o professor espe­

cialista (quando for o caso) e os supervisores da Empresa (Técnico e Ad­

ministrativo).

Admi t indo a participação do docente da Universidade em 5% do tempo con­tratado (uma viagem por mês) e a Empresa em 10% (1 supervisor para cada 10 engenheirandos, o que resultaria numa dedicação de aproximadamente 60 mi­nutos por dia) e considerando os salários usuais, ter-se-ia, no presente, um dis­pêndio de Cr$ 62.000,00 anuais, o que corresponde aos 42 salários mínimos

Considere-se, como referência, o art. 12 do Decreto 77.463.

2 - Material Didático

a) Parcela sugestão: Até 4 salários mínimos regionais;

b) Justificativa: Constitui forma progressiva de introdução junto à Empre­

sa de Materiais Técnicos e Científicos, para melhor acompanhamento

das atividades (Ex.: régua T, medidores, dispositivos de segurança, etc).

3 — Material de Consumo

a) Parcela sugestão: Até 8 salários mínimos regionais;

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b) Justificativa: Material de uso pelo académico para trabalhos práticos e administrativos na realização do estágio (Ex.: chapas, eletrodos, papel, etc.).

4 — Diárias

a) Parcela sugestão: Até 8 salários mínimos regionais;

b) Justificativa: Deslocamento do estudante e dos supervisores aos labora­

tórios da Universidade e ao parque industrial, para verificação de fun­

cionamento de sistemas e realização de testes e consultas, com base em,

pelo menos, uma viagem mensal. Observe-se, como contrapartida, a visi­

ta do professor à Empresa.

5 — Transporte

a) Parcela sugestão: Até 8 salários mínimos regionais.

b) Justificativa: Despesas realizadas nas viagens mencionadas no item 4.

6 — Serviços de Terceiros

a) Parcela sugestão: Até 14 salários mínimos regionais.

b) Justificativa: Recursos destinados à manutenção da estrutura permanen­

te de treinamento e supervisão junto à Universidade (Coordenadoria de

Estágio), incluindo deslocamentos do professor supervisor (em média

uma visita mensal), de professores especialistas e material de consumo.

7 — Outras Despesas

a) Parcela sugestão: Até 70 salários mínimos regionais.

b) Justificativa: Corresponde à Bolsa-auxílio para aluno, na forma de com­

plementação salarial, relativa ao treinamento, para manutenção dos aca­

dêmicos junto ao campo de estágio. Os recursos envolvem a Bolsa e os

encargos sociais devidos. Ainda outras despesas, não computadas até o

presente, caso efetivamente realizadas, serão aí incluídas.

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A remuneração do treinamento deverá ter, obrigatoriamente, vinculação à

CLT. Esta parcela nao é incentivável. Poderão ser acrescidas, para o treinando,

vantagens, como: refeição, estada, transporte, etc. Estas parcelas são incenti-

váveis e previstas também em outros itens de rubrica.

Completam as instruções da presente proposição, indicações que, se observa­das, facilitarão a análise pelo CF MO, a saber:

1 — Participantes

Deve ser esclarecida a característica do treinando. Ex.: A luno da 9.a fase do

Curso de Engenharia Mecânica da UFSC, desempenhando atividades de apren­

dizado nas áreas do projeto e manutenção.

2 — Pré-requisitos dos participantes

Estabelecer as condições necessárias para que o treinamento integre o projeto. Ex.: Ter cursado 92 créditos no ciclo profissionalizante do Curso de Engenha­ria Mecânica da UFSC, incluindo-se a aprovação nas disciplinas de Projeto de Máquinas e Organização de Empresas.

3 — Centro de custos (Quando não possui Centro de Treinamento próprio).

a) Criar junto à Empresa a equipe integrante do projeto. Ex.: Professor Supervisor: Coordenador

Prof. Especialista: Participação eventual.

Eng. Supervisor: Supervisor na Empresa.

Administrador: Supervisor na área administrativa.

Treinando: Todos os treinandos do Projeto, na empresa.

a) Ficha de Controle Físico Contábil - manter junto à Empresa uma f i ­

cha de controle físico contábil, com pelo menos as seguintes informações: n.°

de ordem, rubrica, descrição, valor, Nº do documento, unidade prestadora da

informação.

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b) Carimbo e destaque contábil - Carimbar, com carimbo próprio, as No­tas Fiscais referentes ao projeto, citando o que diz respeito à Lei Nº 6.297. Proceder ao destaque contábil, na folha de pagamento, para as parcelas sala­riais referentes ao projeto.

c) Requisição Interna - Requisitar, internamente, à conta do projeto, os elementos de despesa necessários à execução do projeto.

CONCLUSÃO

A atividade acadêmica, desenvolvida junto à Empresa, não é uma forma recen­

te de ensino. No entanto, no Brasil, esta experiência é incipiente, quando se

pensa em dispor do potencial empresarial para propiciar a formação de profis­

sionais, completando o ensino na Universidade.

A ação de dispositivos legais que auxiliam este processo de formação, através

de incentivos fiscais, consubstanciam uma forma operativa de integração, com

evidentes benefícios à Empresa, à Escola e ao Governo.

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CAPÍTULO II A EXPERIENCIA DE ESTÁGIO

NO ENSINO SUPERIOR

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A EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO ENSINO SUPERIOR

Mari/da Inés Coutinho dos Santos *

INTRODUÇÃO

Este trabalho surgiu como resultado do levantamento realizado pelo Departa­

mento de Assuntos Universitários do Ministério da Educação e Cultura nas

Instituições de Ensino Superior, sobre os objetivos, a estrutura e a dinâmica

de funcionamento dos órgãos que coordenam o estágio, seja este curricular

ou voluntário.

Inicialmente, a idéia era avaliar o Projeto Integração Escola/Empresa/Governo

executado nestes últ imos cinco anos e que abrangeu quinze instituições de

ensino superior. Para isto, seriam colhidas informações de 28 Instituições.

Posteriormente, optou-se por expandir a amostra procurando abranger

Instituições com características diversas e que não tinham participado do

Projeto.

O instrumento de coleta de dados utilizado fo i um questionário elaborado

pelas Professoras Ophelina Rabello e Iris Glück1 , que optaram por formula­

ções que não tornassem as questões fechadas, a f im de evitar o direcionamen­

to das respostas. Esta característica, embora tenha permitido obter um

conjunto muito amplo de informações, em alguns casos, nao permite fazer

uma inferência conclusiva, ou seja, pode-se afirmar que as situações citadas se

referem a uma determinada problemática, mas não se pode inferir que apenas

estas situações completam o quadro de referência.

Foram enviados questionários para sessenta Instituições de Ensino Superior2,

das quais, cinqüenta e três os responderam, total ou parcialmente. Esta

3mostra é composta por tr inta e duas universidades (49,2% das existentes no

País) federais, estaduais ou particulares e vinte e um Estabelecimentos Isola­

dos de Ensino, sendo dois federais, um estadual e dezoito particulares. Estas

Instituições foram escolhidas de forma a cobrir todas as cinco regiões brasi­

leiras3 e tendo em vista sua importância nestas regiões.

( * ) Assessora do Departamento de Assuntos Universitários do MEC.

( * ) Autoras, respectivamente, dos artigos 1.2 e 1.4 desta publicação.

(2 ) A listagem das instituições encontra-se em anexo.

(3) O Quadro 3, em anexo, apresenta a distribuição das Instituições de

Ensino Superior nas diversas regiões.

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Neste artigo, procura-se fazer uma discussão dos elementos que compõem a

problemática do estágio, com base nos dados colhidos nas referidas Institui­

ções.

OBJETIVOS VISADOS com O ESTÁGIO

Os objetivos visados pelas Instituições de Ensino Superior e os objetivos que

estas percebem serem os da empresa, em geral, sao bem diversificados, depen­

dendo, inclusive, da dependência administrativa da Instituição e das caracte­

rísticas da empresa, principalmente no que se refere ao porte e t ipo de tecno­

logia empregada.

Além desta diversificação natural entre a percepção de diversas Instituições,

nota-se que há também uma divergência muito grande entre os objetivos

visados pelas Instituições e os visados pela Empresa, em função de seus

próprios interesses. Enquanto que para as escolas o principal objetivo é

oferecer um treinamento que venha a contribuir para a formação profissional

do aluno, na medida em que este entra em contato direto com aspectos

práticos e com situações concretas e reais relacionadas com sua futura profis­

são, as empresas visam, prioritariamente, a uma melhor seleção de mão-de-

obra para expansão e renovação de seus quadros, uma vez que, se o aluno

recém-formado não tem vivência profissional, também não tem os vícios

profissionais que dif icultam o treinamento para suas funções específicas.

Além disso, a ausência de vínculo empregatício para com o estagiário, permite

que a empresa suprima seu "def ic i t " de mão-de-obra, de maneira satisfatória

e a baixo custo.

Por outro lado, as Instituições de Ensino Superior têm que obedecer às

exigências curriculares e isto as obriga a oferecer a disciplina, mesmo que o

estágio seja dado a t í tu lo precário. Isto é sentido, principalmente, pelas

escolas particulares que têm os seus recursos comprometidos para fins bem

determinados.

É importante salientar que ricas possibilidades oferecidas pelo estágio não são

exploradas, a não ser por nove instituições, uma delas é a de poder se consti­

tuir em um mecanismo a respeito da adequação de seus currículos à realidade

constantemente mutável do mercado de trabalho, podendo, inclusive, contri­

buir para que sejam criadas novas profissões, mais ou menos sofisticadas que

as já existentes. Outras possibilidades se referem à avaliação, por parte da

Instituição, da qualidade de formação de seus alunos e através destes, a avalia-

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ção, por parte da sociedade, da própria Instituição. Além destes aspectos, a di­

nâmica de estágio permite que os professores se mantenham em contato dire­

to com as necessidades da sua comunidade, inclusive das relativas à sua profis­

são. Especificamente em relação à integração entre Escola e Empresa, o esta­

giário, como elo de ligação entre ambas, possibilita que as Instituições colabo­

rem em trabalhos de pesquisa tecnológica de empresas de pequeno e médio

portes, colocando à disposição destas os seus professores, equipamentos e

mesmo recursos financeiros.

O CONTATO com AS EMPRESAS

Geralmente é a instituição de Ensino Superior que toma a iniciativa de procu­

rar a empresa, através de contatos pessoais ou através de correspondência. En­

tretanto, ocorre freqüentemente a procura de estagiários pelas empresas e o

contato direto dos alunos com estas, sem que a Instituição tenha outra ativi­

dade que não a de enviar à empresa a simples declaração de que o estagiário é

um aluno que necessita cumprir o estágio curricular. Nestes casos, a Institui­

ção está francamente contr ibuindo para a utilização de profissionais já em

exercício.

Quanto a maneira de contactar as empresas, ainda são muito utilizados os

contatos indiretos, através de circulares e ofícios, dif icultando uma real inte­

gração entre a escola e a empresa. Esta forma de relacionamento leva ao ques­

tionamento a respeito do planejamento do estágio, tal como, se os interesses

do aluno, da Instituição e da Empresa estão sendo levados em consideração.

Além disto, os dados indicaram que a empresa toma muito mais a iniciativa de

procurar a instituição do que se supunha. Entretanto, foi também significativa

a recusa da empresa em receber estagiário. Não se tem informações suficientes

para explicar o fato, mas, a t í tu lo de hipótese, pode-se indagar se, em algumas

regiões, a procura da empresa por mão-de-obra barata e razoavelmente qualifi­

cada não esteja sendo bem marcante. Pode-se indagar também se a recusa em

oferecer campo de estágio não ocorra exatamente nas Instituições de Ensino

Superior onde este seja realmente supervisionado, necessitando a empresa de

manter um supervisor para o estágio, já que é inviável e pouco producente os

professores deslocarem-se às empresas freqüentemente. A integração ocorre

quando há um clima de confiança mútua entre a Instituição e o campo de es­

tágio, cumprindo cada um com suas atribuições.

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A COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO

Se a princípio o estágio era uma atividade desenvolvida apenas esporadica­

mente nas Instituições de Ensino Superior, permitindo que se processasse a

coordenação e supervisão dos mesmos de forma individual e eficiente, nos úl­

timos dez anos este passou a exigir a determinação de um "modus operandi"

próprio em suas estruturas.

A fórmula encontrada para resolver este problema nas diversas Instituições di­fere de acordo com o seu porte, a sua vinculação administrativa e fundamen­talmente com a importância que se dá ao estágio como atividade curricular.

Das cinqüenta e três Instituições que fizeram parte do levantamento do De­

partamento de Assuntos Universitários sobre estágio, onze não possuem ór­

gãos de coordenação, sendo os estágios coordenados por professores, ou en­

tão, quando não há supervisão dos mesmos, pelo corpo administrativo dos de­

partamentos. Dez Instituições, sendo oito particulares, possuem um órgão de

coordenação central, estruturado em termos de material e de pessoal, ou ain­

da, apenas em termos de pessoal. Quanto às tr inta e duas Instituições restan­

tes, as federais optaram por designar em cada curso um professor, ou comis­

são destes, para coordenar os estágios curriculares, e as Instituições particula­

res e estaduais parecem ter optado por organizar Coordenadorias a nível de de­

partamento, estando estas estruturadas apenas em termos de pessoal.

Desta forma, os responsáveis pelo estágio nas Instituições de Ensino Superior,

ao nível administrativo, são os Chefes de Departamento (Institutos ou Coor­

denações) e, onde já foram implantadas as Coordenadorias centrais, os Pró-

Reitores de Extensão ou Assuntos Acadêmicos e a Diretoria Executiva dos Es­

tabelecimentos Isolados de Ensino.

A implantação de Coordenadorias de estagie é um passo importante para que se efetive adequadamente a prática de estágio, mas, para tanto, é preciso pri­meiro que as Instituições alcancem um amadurecimento sobre o assunto e de­terminem sua política de atuação. De pouco servirá a estruturação de um ór­gão, se o estágio continuar uma atividade descaracterizada.

DINÀMICA DOS ESTÁGIOS CURRICULARES

Para os estágios curriculares, o aluno, via de regra, faz a matrícula como em qualquer outra disciplina, tendo como única exigência o cumprimento dos

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pré-requisitos. Todavia, em algumas Instituições, o aluno se inscreve na disci­

plina através de requerimento ao Coordenador ou Chefe de Departamento, ou

quando o número de vagas é menor que a demanda, por ordem de prioridade,

tendo em vista o número de créditos já cursados.

Especificamente em relação ao estagiário, o assessoramento didático dado por

cada Instituição varia mui to; ou pelo menos algumas atividades sao considera­

das tão rotineiras que várias escolas não as apontaram no questionário. Fazer

o acompanhamento das atividades do aluno, supervisionar, avaliar, orientar,

planejar a alocação dos estagiários e servir de intermediários entre a empresa e

o aluno foram as atribuições mais assinaladas (em ordem decrescente) pelas

Instituições de Ensino, sendo que outras atividades que se poderiam conside­

rar indispensáveis para os estágios supervisionados foram apontadas apenas

duas vezes, como é o caso do planejamento das atividades a serem desenvolvi­

das pelo aluno e a designação e encaminhamento ao Professor Orientador

e/ou Supervisor. Do ponto de vista educacional, o problema se agrava, quan­

do a Instituição não elabora o Plano de Atividades juntamente com o aluno e

levando em conta as possibilidades e interesses da empresa.

A não elaboração do plano de estágio e a ausência de contato com um Profes­

sor que possa dar orientação, mesmo que esporadicamente e zelar pelos inte­

resses dos estagiários são fundamentais para que a empresa desenvolva uma

postura de responsabilidade e valorização do estágio. Verificou-se que, quan­

do a Instituição se faz presente, geralmente há um Supervisor na empresa, sen­

do poucos os casos em que apenas a Instituição supervisiona o estágio e raros

os que a empresa supervisiona quando aquele não o faz.

Quanto aos processos que ocorrem entre a matrícula e a avaliação do estágio,

não se pode fazer uma generalização em termos estatísticos, uma vez que as

informações fornecidas não são suficientes para tal.

A maior parte das cinqüenta e très Instituições abordadas pelo levantamento

relataram haver alguma forma de acompanhamento do estágio, mas apenas

um terço destas explicitaram que este era feito nas empresas ou então através

de entrevistas do professor com o aluno.

A forma de supervisão prioritariamente utilizada foi a análise de relatórios,

mas pelos dados de que se dispôs, não é possível saber se são apresentados re­

latórios parciais, apenas finais ou ambos. Se sao apresentados relatórios par­

ciais, estes podem ser discutidos pelo professor e assim, mesmo que esporadi­

camente, pode haver uma orientação e supervisão através de contatos pes-

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apenas de avaliação e nao de supervisão. Na maior parte das instituições a

existência de um relatório de atividades do aluno — e em alguns casos, tam­

bém da empresa — é o que permite dizer que o estágio é realizado de maneira

supervisionada.

como a avaliação dos estágios, realizada pelas Instituições de Ensino Superior

é feita antes, através de relatórios, fichas de controle e formulários do que por

entrevistas e outras formas de contatos pessoais com alunos e empresas, as

Instituições não têm realmente elementos para ter no estágio um mecanismo

que contribua para a melhoria do ensino. A vivência dos alunos neste processo

e as necessidades da comunidade não são encaradas como um elemento de re­

tro-alimentação sobre a adequação de currículos acadêmicos, a qualidade do

ensino e sobre a contribuição que as Instituições vêm prestando ao seu meio.

Apenas seis universidades federais, duas estaduais e um estabelecimento isola­

do federal dão ao estágio esta dimensão.

DIFICULDADES PARA ATUAÇÃO EM ESTÁGIO

Ainda com base nos dados fornecidos pelo levantamento, pode-se sintetizar as principais dificuldades encontradas pelas Instituições de Ensino Superior rela­cionando-as a quatro aspectos: carência de recursos humanos, financeiros e materiais; problemas encontrados para integração com as empresas, infra-es­trutura deficiente e diversificação de interesse dos diversos setores universitá­rios para a implantação das Coordenadorias de estágio e o problema da absor­ção dos campos de estágio.

Entretanto, quando se discutem estas dificuldades, percebe-se que, basicamen­

te, elas são manifestação ou conseqüência da ausência de uma política, a nível

das Instituições de Ensino Superior, para atuação em estágio. como a necessi­

dade de uma complementação mais realista e prática na formação educacional

dos alunos não surgiu de uma reflexão das Instituições sobre a realidade do

mercado de trabalho e seu papel relativo à formação de profissionais. elas de

maneira geral, não assumiram a qualificação pelo estágio. Daí a falta de moti­

vação dos professores para coordenarem os estágios, a não valorização das ati­

vidades desenvolvidas pelos poucos interessados, a ausência de recursos finan­

ceiros e a supervisão "p ro fo rma" dos estágios.

como conseqüência, a dimensão que o estágio tem é pobre e a contribuição

que este pode oferecer às empresas se torna restrita e difusa. Poi outro lado,

se além de seu campo de estágio, estas pudessem contar com a colaboração

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técnico-científica das Instituições de Ensino Superior para a resolução de seus

problemas e sentissem a adequação dos currículos às reais necessidades do

mercado de trabalho, a integração seria fácil e sem dúvida proveitosa para am­

bas. A lém do mais, como muitas empresas não se julgam co-responsáveis pela

qualificação de mão-de-obra, a redução ou até eliminação dos custos relativos

às fases de recrutamento, seleção e " treinamento" não são convincentes o su­

ficiente para que estas se envolvam no processo, a não ser quando lhes é possí­

vel utilizar o estagiário como mão-de-obra de bom nível e barata.

Finalmente, o problema da capacidade de absorção dos campos de estágio pa­

rece ser mais uma conseqüência do grande número de alunos que realizam es­

tágios voluntários do que da ausência de empresas que ofereçam vagas para es­

tagiários.

Os estagiários voluntários, embora constituam uma iniciativa muito louvável

dos alunos, não têm um período determinado para serem realizados, originan­

do um contingente de alunos muito grande, concorrendo assim com as vagas

disponíveis para os estágios curriculares. Embora as Instituições não tenham

um cadastro geral sobre os estágios, o nível de concorrência, em alguns cursos,

entre os dois processos pode ser exemplificado pelos dados do levantamento

sobre o número de estágios curriculares e voluntários efetivados nos cursos de

Engenharia e de Tecnologia Industrial, que foi praticamente o mesmo nos úl­

timos três anos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos itens anteriores foram discutidos aspectos que requerem maior reflexão e

atuação, para que o estágio possa realmente vir a prestar a contribuição à vida

acadêmica, às Instituições de Ensino Superior, às empresas e à comunidade,

que lhe foi atribuída na Legislação.

Acredita-se que a Lei 6.494 e seu Decreto de regulamentação contribuirão pa­ra que o estágio receba maior atenção das Instituições e das empresas e se tor­ne mais dif íci l a utilização do estagiário como suprimento de mão-de-obra e a baixo custo.

Contudo, é preciso que se faça um estudo das reais necessidades do mercado

de trabalho e da sua possibilidade de absorção de estagiários, para que a obri­

gatoriedade do estágio não se constitua em algo inexequível.

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É fundamental também que as Instituições de Ensino Superior se voltem prio­ritariamente para a produção de conhecimentos e de profissionais necessários à nossa sociedade, que as nossas empresas se interessem e se julguem também responsáveis pela qualificação dos profissionais que lhes irão servir e que estas se conscientizem da contribuição que têm a oferecer para o desenvolvimento da comunidade.

Finalmente, após sentir todos estes problemas e tendo certeza de que há mui­to mais sobre o que refletir, é preciso se posicionar sobre a validade do ofere­cimento da disciplina "Estágio Supervisionado" da forma que vem sendo realizada e para os fins aos quais tem sido destinada.

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CAPÍTULO III ANEXOS

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3 . 1 . - 0 ESTÁGIO NOS CURSOS SUPERIORES DE graduação E A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Zenaide Pontes Monteiro *

A preocupação principal do Projeto 22.2 - Integração Escola/Empresa/Go­verno tem sido a conscientização da direção dos órgãos competentes das insti­tuições de ensino superior sobre importância do estágio na formação profis­sional do estudante. Para tanto, o Projeto tem desenvolvido esforços no senti­do de envolver as associações representativas do setor, as empresas em geral bem como apoiar a pesquisa tecnológica, os cursos integrados e, principalmen­te, a implantação de Coordenadorias de Estágios.

A implantação de uma Coordenadoria de Estágios é a base necessária ao de­senvolvimento do processo na instituição de ensino, mas dependerá do seu Coordenador dar vida a esse órgão. As atividades de uma Coordenadoria de Estágios exigirão muito de seu Coordenador, principalmente na fase de im­plantação.

Visando a facilitar a consulta sobre a legislação relativa ao estágio como obri­gação curricular nos cursos superiores de graduação, elaboramos os quadros a seguir. No Quadro I, transcrevemos, na íntegra, a parte do texto legal que tra­ta do estágio em cada currículo de curso superior, aprovado pelo Egrégio Con­selho Federal de Educação. No Quadro I I , relacionamos a legislação e juris­prudência sobre estágio nos cursos superiores.

Esperamos que o nosso trabalho sirva de subsídio às Coordenadorias de Está­gios na sua importante função de integração Escola-Empresa.

( * ) Assessora do Departamento de Assuntos Universitários do MEC.

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S S

UP

ER

IOR

ES

DE

gra

du

ação

Q

uadr

o I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E S

OB

RE

O

C

UR

RÍC

ULO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

CU

RSO

"O C

urso

de

Arq

uivo

logi

a se

rá m

inis

trad

o co

m u

m m

ínim

o de

2.1

60

hora

s-au

la d

istr

ibuí

das

entr

e 3

e 5

anos

, ne

les

incl

uído

o e

stág

io s

uper

vi

sion

ado

em in

stitu

ição

esp

ecia

lizad

a,

com

10

% d

o to

tal d

as h

oras

pr

evis

tas"

.

"Prá

tica

de

ensi

no

(com

est

ágio

sup

ervi

sion

ado

em s

ituaç

ão r

eal)"

.

b)

Par

a lic

enci

atur

a em

C

iênc

ias

Bio

lógi

cas:

A

s m

atér

ias

do t

ronc

o

Mat

éria

s P

edag

ógic

as,

na f

orm

a do

Par

ecer

252

/69.

c)

Par

a o

bach

arel

ado

em C

iênc

ias

Bio

lógi

cas,

mod

alid

ade

méd

ica:

As

Inst

rum

enta

ção

méd

ica,

co

mpo

rtan

do d

ifere

ntes

esp

ecia

lizaç

ões,

in­

cluin

do

est

ágio

de

dura

ção

mín

ima

de

seis

mes

es e

m l

abor

atór

ios

uni­

vers

itário

s e

orie

ntad

a pa

ra

uma

das

mat

éria

s pr

é-pr

ofis

sion

ais

do c

ur­

so m

édic

o (B

ioqu

ímic

a, B

iofí

sica

méd

ica,

ou

Ana

tom

ia e

His

tolo

gía

Hum

anas

, ou

F

isio

logi

a H

uman

a, o

u M

icro

biol

ogia

, Im

unol

ogia

e P

a-

Res

ol.

28, d

e 13

.05.

74 (

Art

. 3.

0)

Pa

r. 7

4/70

, C.F

.E.,

de 3

0.01

.73

Res

ol.

Ane

xa a

o P

ar.

107/

69 (

Art

. 1.

0)

Arq

uivo

logi

a

Art

es P

lást

icas

Ciê

ncia

s B

ioló

gica

s:

Lice

ncia

tura

, B

acha

re­

lado

mod

alid

ade

Méd

ica

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O E

ST

ÁG

IO

com

o

OB

RIG

ÃO

CU

RR

ICU

LA

R N

OS

CU

RS

OS

SU

PE

RIO

RE

S D

E G

RA

DU

ÃO

Q

uadr

o I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

O

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

E

DA

TA

C

UR

SO

rasi

tolo

gia

Médic

as,

ou F

arm

aco

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ia o

u A

na

tom

ia P

ato

lógic

a),

ou p

ra a

s a

tivi

da

de

s auxi

liare

s de

pro

fiss

ão

médic

a,

entr

e a

s quais

de

la

bo

­ra

tóri

o c

linic

o.

Ra

dio

log

ia,

banco

de

sangue".

"0 c

urr

ículo

m

ínim

o d

o C

urso

de C

iênci

as

So

cia

is c

onst

ará

das

se­

guin

tes

ma

téri

as:

D

9 M

até

ria

s pe

dagó

gica

s de

aco

rdo

com

o

Pa

rece

r 29

2".

"A a

plic

açã

o p

rátic

a d

os

con

he

cim

en

tos

ob

tido

s pe

los

alu

nos

nas

di­

fere

nte

s á

rea

s d

e fo

rma

ção

se f

ará

atr

avé

s de

: a

) p

roje

tos

exp

eri

me

tais

, re

aliz

ad

os

nos

lab

ora

tóri

os

da

pró

pria

esc

ola

, b)

est

ágio

s p

rofis

­

sio

na

is,

rea

liza

do

s na

s em

pres

as p

riva

da

s ou

órg

ãos

públ

icos

que

man

­

ten

ha

m a

tivid

ad

es

vin

cula

da

s à

na

ture

za d

a r

esp

ect

iva

habili

taçã

o.

§

1.°

- A

est

rutu

ra d

os

pro

jeto

s e

xpe

rim

en

tais

deve

corr

esp

onder

à

na

ture

za

esp

ecí

fica d

e c

ada

habi

litaç

ão

dis

crim

ina

da

no A

rt.

1.°,

se

do

reco

mendáve

l a

adapta

ção

às

condiç

ões

do

merc

ado

de

tra

ba

lho

loca

l e r

egio

nal".

Re

sol.

An

exa

ao

Par

. 2

93

/62 (

Art

. 1.

0)

Reso

l, N

º 3/7

8,

an

exa

ao

Par

. n.

°

2/7

8

Ciê

ncia

s S

oci

ais

Com

unic

açã

o S

oci

al

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O E

ST

ÁG

IO

com

o

OB

RIG

ÃO

CU

RR

ICU

LA

R N

OS

CU

RS

OS

SU

PE

RIO

RE

S D

E G

RA

DU

ÃO

Q

uadr

o I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

0

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

CU

RS

O

§

2.°

- P

ara a

realiz

açã

o d

e p

roje

tos

exp

eri

me

nta

is,

a e

scol

a d

eve

rese

rva

r, e

xclu

siva

me

nte

, o ú

ltim

o s

em

est

re d

o c

urs

o,

bem

com

o p

ro­

vid

en

cia

r a

impla

nta

ção dos

lab

ora

tóri

os

dis

crim

inados

no A

ne

xo I

I,

que i

nte

gra

est

a R

esol

ução

.

§

3.°

Os

pro

jeto

s e

xpe

rim

en

tais

, d

ese

nvo

lvid

os

pelo

s a

lun

os

sob a

ori

en

taçã

o do

s p

rofe

sso

res

e

monito

res,

d

eve

m e

sta

r vo

ltados

para

a

rea

liza

ção

de

um

a

prá

tica

pro

fissi

on

al i

nte

nsi

va, s

endo

indis

pensá

vel,

tam

bém

, a

ava

liaçã

o c

rítica

dos

tra

ba

lho

s re

aliz

ad

os,

co

mo

ponto

de

apoio

para

gera

r um

a t

ecn

olo

gia

naci

onal

de

com

unic

açã

o s

oci

al.

§

4.°

- A

car

ga h

orá

ria d

est

inada a

os

pro

jeto

s e

xpe

rim

en

tais

nun

ca

será

in

ferio

r a

10%

da

carg

a h

orá

ria

do

cu

rríc

ulo

mín

imo

e c

onst

ituirá

um

perí

odo

ad

icio

na

l de

tre

inam

ento

, não

sendo

incl

uíd

o,

po

rta

nto

,

na d

istr

ibu

içã

o p

rop

orc

ion

al d

as

área

s de

info

rmaçã

o, t

al

com

o

prev

ê

o p

ará

gra

fo ú

nic

o d

o a

rt.

3.°.

§

- O

s es

tági

os p

rofis

sio

na

is e

m e

mpr

esas

pri

vad

as

ou

órg

ãos

pú­

blic

os

som

en

te p

oder

ão s

er

rea

liza

do

s após

o c

um

prim

ento

de d

ois

te

ços

da c

arg

a h

orá

ria d

o c

urr

ícu

lo p

leno

do r

esp

ect

ivo c

urs

o,

deve

ndo a

esc

ola

pro

porc

ionar

sup

erv

isã

o a

os a

lun

os

est

ag

iári

os.

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O E

ST

ÁG

IO

CO

MO

O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E S

OB

RE

O

C

UR

RÍC

ULO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

§ 6.

° —

A

reg

ulam

enta

ção

dos

está

gios

pro

fissi

onai

s fic

ará

a cr

itério

de

cad

a es

cola

, ob

serv

ando

-se,

por

ém,

os r

equi

sito

s bá

sico

s na

leg

isla

­çã

o qu

e re

gula

men

ta a

res

pect

iva

prof

issã

o".

"Art

. 3.

° -

Alé

m d

os e

stág

ios

esco

lare

s, o

s cu

rsos

pro

mov

erão

est

á­gi

o de

seu

s al

unos

em

esc

ritór

ios

espe

cial

izad

os e

m s

ervi

ços

públ

icos

, em

indú

stria

e e

m o

utro

s re

cint

os ú

teis

bem

co

mo

empr

eend

erão

ex­

curs

ões,

com

obr

igaç

ão d

e re

lató

rio c

rític

o".

"Art

. 2.

° -

0 cu

rríc

ulo

mín

imo

será

con

stitu

ído

pela

s se

guin

tes

ma­

téria

s:

1)

2)

3)

Mat

éria

s pr

ofis

sion

ais

da L

icen

ciat

ura.

1)

2)

3)

4)

Prá

tica

de E

nsin

o (e

stág

ios

supe

rvis

iona

dos)

".

Res

ol,

5, d

e 02

.07.

69 (

Art

. 3.o

)

Res

ol,

anex

a ao

Par

. 64

1/19

, de

19.

08.7

1

Com

unic

ação

Vis

ual

e D

esen

ho I

ndus

tria

l

Dan

ça

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O E

ST

ÁG

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MO

O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

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IOR

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DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E S

OB

RE

O

C

UR

RÍC

UL

O

MÍN

IMO

A

TO

D

O

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

"Art

. 3.

° —

O

s cu

rsos

pro

videnci

arã

o e

stá

gio

s em

"a

telie

rs"

e o

fici

­

nas

esco

lare

s, o

u c

redenci

ados,

bem

com

o e

xcu

rsõ

es

com

a o

brigaçã

o

de

re

lató

rio

crí

tico

a o

bra

s fu

nd

am

en

tais

".

"Art

. 1.

° -

0 c

urr

ícu

lo m

ínim

o d

o c

urs

o d

e g

raduaçã

o e

m D

ireito

com

pre

en

de

rá a

s se

guin

tes

ma

téri

as:

Pa

rág

rafo

Únic

o

Exi

ge

m-s

e t

am

bém

: a)

a P

rátic

a F

ore

nse

, so

b a

form

a d

e e

stágio

superv

isio

nado.

"Art

. 1.

0

- 0 cu

rríc

ulo

mín

imo d

o c

urs

o d

e E

conom

ia D

om

ést

ica,

de

stin

ad

o à

fo

rma

ção d

e l

icenci

ados

para

o e

nsi

no d

e E

conom

ia D

stic

a e

Educa

ção F

am

ilia

r, c

om

pre

ende a

s se

guin

tes

maté

rias

ou a

ti­

vid

ad

es:

Prá

tica d

e E

nsi

no (

com

o e

stágio

su

pe

rvis

ion

ad

o).

Re

sol.

13,

de

23.0

2.7

0

Re

sol.

3,

de

25

.02

.72

Resol. 2

8.0

6.6

6

Des

enho

e P

lást

ica

Dir

eito

Eco

nom

ia D

om

ést

ica

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O E

ST

ÁG

IO

CO

MO

O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES D

E G

RA

DU

ÃO

Qua

dro

I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

0

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

E

DA

TA

"Art

. 9.º

-

Na

modalid

ade

Gera

l de

en

ferm

eir

o e

em

todas

as

habi­

lita

çõe

s se

rá e

xigid

o o

est

ágio

su

pe

rvis

ion

ad

o e

m h

osp

ital e o

utr

os

ser­

viço

s m

édic

o-s

anitá

rios,

a c

rité

rio d

a in

stitu

içã

o,

com

ca

rga h

orá

ria

nao

in

feri

or

a 1

/3 (

um t

erç

o)

do

corr

esp

ondente

à p

art

e o

u p

art

es

pro

­

fissi

on

aliz

an

tes

do c

urr

ículo

, e le

vado a

efe

ito d

ura

nte

todo

o t

ran

curs

o d

esse

pe

rio

do d

e form

ação".

"A c

arg

a

ho

rári

a d

isp

on

íve

l, re

feri

da n

a a

línia

"C

" do a

rtig

o 1

4, d

eve

­

rá i

ncl

uir,

no m

ínim

o 3

0 h

ora

s dest

inadas

à r

ealiz

açã

o d

e e

stágio

s su

­

pe

rvis

ion

ad

os,

de c

urt

a d

ura

ção,

em

perí

odos

letiv

os,

ou d

os

que c

om

­

bin

am

período

de

est

udos

nas

esc

ola

s co

m

perí

odos

de

prá

ticas,

em

em

pre

sas

e i

nst

ituiç

õe

s pú

blic

as e

pri

vad

as,

nas

áre

as

corr

esp

ondente

s

da E

ngenharia.

Pa

rág

rafo

Ú

nic

o

No e

stabele

cim

ento

do c

urr

ícu

lo p

leno d

o c

urs

o

o n

úm

ero

de h

ora

s dedic

adas

aos

est

ágio

s m

enci

onados

no a

rtig

o p

de

rá s

er

aum

enta

do,

a c

rité

rio d

as inst

ituiç

ões,

não p

odendo,

poré

m,

ser

com

puta

das

para

inte

gra

lizaçã

o d

o t

em

po ú

ltil m

ínim

o,

as

que e

cedam

a

um

déci

mo d

o n

úm

ero

de h

ora

s fixa

da

s para

o c

urs

o".

(360)

Re

sol,

04,

de

25

.02

.72

Re

sol,

48,

de

27

.04

.76 (

Art

. 15)

Enfe

rmagem

e

Obs

tetr

ícia

Eng

enha

ria

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CF

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

0

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

CU

RSO

"A

carg

a

horá

ria

dest

inada à

rea

liza

ção

de

est

ágio

s su

perv

isio

nados,

pre

vist

a no

art

. 15

da

Re

solu

ção

n.°

48/7

6,

será

de

360

hora

s, i

ncl

uin

­

do o

tem

po n

ece

ssário à

sua o

rienta

ção.

§

1.°

- O

s est

ágio

s su

perv

isio

nados,

re

aliz

ad

os

em e

mpr

esas

ou

inst

tuiç

õe

s públic

as

ou

priva

das,

deve

rão

est

ar

de

aco

rdo

co

m

a ê

nfa

se

pre

vist

a p

ara

a h

abili

taçã

o,

em

funçã

o d

as

dis

ciplin

as

de

fo

rma

ção

pro

­

fissi

on

al

esp

ecí

fica

.

§

2.°

- 0

ap

rove

itam

en

to d

o e

stá

gio

su

pe

rvis

ion

ad

o e

xig

e,

alé

m d

a

com

pro

vaçã

o d

o c

um

prim

ento

da c

arg

a h

orá

ria e

m t

rabalh

o e

fetiv

o,

e

ori

en

taçã

o a

dequada,

tam

bém

ava

liaçã

o f

ina

l fa

vorá

vel"

.

"Art

. 7.

° —

P

ara

a e

xpediç

ão

do

dip

lom

a c

orr

esp

ondente

ao

Cur

so

de

Fa

rmá

cia

, em

qua

lque

r de

su

as

mod

alid

ades

, se

rá e

xig

ido

em e

stá­

gio

su

pe

rvis

ion

ad

o e

m e

mpre

sa o

u i

nst

ituiç

ão

cie

ntí

fica

idônea,

a c

ri­

téri

o d

a c

ongre

gaçã

o o

u c

ole

gia

do

eq

uiv

ale

nte

, le

vado

a e

feito

no

ùlti

­

mo s

em

est

re d

o c

urs

o".

Res

ol.

n.°

04,

de

25

.02

.77 (A

rt.

6.º

§

1.ºe

2

.º)

Res

ol.

n.°

04,

de

11.0

4.6

9 (

Art

. 7.o

)

Engenharia I

ndust

rial

Fa

rmá

cia

O E

ST

ÁG

IO

com

o O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

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O E

ST

ÁG

IO

com

o O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

0

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

"Se

rá o

bri

ga

tóri

a a

Prá

tica d

e E

nsi

no d

as

ma

téri

as

que s

eja

m o

bje

to d

e

habili

taçã

o p

rofis

sional,

sob

fo

rma

de

est

ág

io s

uperv

isio

nado

a d

ese

volv

er-

se e

m si

tua

ção

re

al,

de p

refe

rên

cia

em

esc

ola

da

com

unid

ade.

Art

. 3.

° —

A

form

açã

o p

edag

ógic

a p

resc

rita

nos

art

igo

s a

nte

rio

res

se­

rá m

inis

tra

da

em

, pelo

menos,

um

o

itavo

(1

/8)

da

s hora

s de

tra

ba

lho

fixa

da

s, c

om

o d

ura

ção m

ínim

a,

para

cad

a c

urs

o d

e L

icencia

tura

."

"Para

lic

en

cia

tura

serã

o e

xig

ida

s as

maté

rias

peda

gógi

cas,

na

fo

rma

do

P

arec

er

292"

.

"Alé

m d

as m

até

ria

s de

conte

údo

pre

vist

as

no p

ará

gra

fo a

nte

rior,

ser

á

ob

rig

ató

ria a

form

açã

o p

edag

ógic

a p

resc

rita

na R

eso

luçã

o d

est

e C

onse

­

lho q

ue d

iscip

lina o

ass

unto

".

"É t

am

bém

obrigató

ria

a f

orm

açã

o p

edagógic

a p

resc

rita

na

Reso

luçã

o

oriunda

do

Pare

cer

292/6

2, do

Conse

lho

Fe

de

ral d

e E

duca

ção".

Par

. 2

92

/62

-

Re

sol,

09,

de

10.1

0.6

9

(Art

. 2.0

)

Res

ol,

an

exa

ao

Par

.

37

7/6

2,

de 1

9.1

2.6

2

(Art

. 1.O

. §

Únic

o)

Re

sol,

an

exa

ao

Par

. 1

68

7/7

4

(Art

. 3.

°,

§

2.0)

Po

rta

ria

Min

iste

ria

l N

º 168/6

5 (A

rt.

1.0,

§

2.0)

Form

açã

o P

edagógic

a n

os

Curs

os

de L

icenci

atu

ra

His

tória

Lic

enci

atu

ra e

m

Ciê

ncia

s

Letr

as

( Lic

enci

atu

ra

1.0

Gra

u)

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O E

ST

ÁG

IO

com

o O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

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UR

SO

S S

UP

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IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

0

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

AT

O

DO

E

DA

TA

C

UR

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"Alé

m d

as m

até

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s p

revi

sta

s nos

pa

rág

rafo

s a

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rio

res,

ser

á o

bri

ga

tó­

ria a

fo

rma

ção p

edagógic

a p

resc

rita

na R

eso

luçã

o d

est

e C

onse

lho q

ue

dis

ciplin

a o

ass

unto

".

"0

curr

ícu

lo m

ínim

o para

lic

en

cia

tura

em

M

ate

mátic

a abra

ngerá

as

seg

uin

tes

ma

téri

as:

1 8 M

até

ria

s pe

dagó

gica

s, d

e a

cord

o

com

o P

are

cer 2

92".

"Art

. 12

-

0 c

urs

o d

e g

raduaçã

o e

m M

edic

ina

ab

ran

ge

rá:

a)

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Est

ág

io o

bri

ga

tóri

o e

m H

osp

ital

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en

tro

s de S

aúde a

dapta

dos

ao

ensi

no

da

s p

rofis

sõe

s de

Saúde,

em

re

gim

e d

e i

nte

rna

to n

o q

ual s

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culte

ao

alun

o a

de

stra

r-se

, po

r su

a

esc

olh

a,

nas

tare

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esp

ecí

fica

s

ab

ran

gid

as

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ne

ro d

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tivid

ad

es

qu

e i

rá e

xerc

er

logo a

pós

a f

or­

ma

tura

e a

o l

ongo

da v

ida p

rofiss

ion

al,

atr

ibu

ind

o-s

e-l

he r

esp

onsa

bili

­

dade

cre

sce

nte

na

ass

istê

nci

a a

o d

oente

, poré

m a

ind

a s

ob a

su

pe

rvis

ão

do

pe

sso

al

do

cen

te c

om

pre

endendo

o m

ínim

o d

e d

ois

se

me

stre

s".

Res

ol,

23,

de

23.1

0.7

3

(Art

. 3.

°,

§

2.0

)

Re

sol.

An

exa

ao

Pa

r.

29

5/6

2 (

Art

. 1.0

)

Re

sol,

08,

de

08.1

0.6

9 (A

rt. 1

2)

Lic

en

cia

tura

em

Educa

ção

Art

ísti

ca

Mate

mátic

a

Medic

ina

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C. F

.E.

QU

E

DIS

E S

OB

RE

0

CU

RR

ÍCU

LO

MÍN

IMO

A

TO

D

O

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

CU

RS

O

"Ha

verá

est

ágio

obr

igat

ório

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mus

eu d

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stitu

ição

esp

ecia

lizad

a, d

u­ra

nte

perio

do p

ropo

rcio

nal

à du

raçã

o do

Cur

so,

nos

term

os d

o R

egi­

men

to a

ser

apr

ovad

o pe

lo C

onse

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Fed

eral

de

Edu

caçã

o ou

pel

os

Con

selh

os E

stad

uais

de

Edu

caçã

o ou

Con

selh

o U

nive

rsitá

rio c

ompe

­te

nte

".

"Os

alun

os d

e Li

cenc

iatu

ra d

ever

ão p

ratic

ar a

did

átic

a da

mús

ica

em

está

gio

supe

rvis

iona

do".

"A c

arga

hor

ária

est

abel

ecid

a no

"ca

put"

do

artig

o se

rá d

istr

ibuí

da e

n­tr

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ivid

ades

aca

dêm

icas

e T

raba

lhos

de

cam

po o

u es

tági

o su

perv

isio

­na

do,

utili

zand

o-se

nes

ta a

tivid

ade

um m

ínim

o de

300

hor

as".

"0 e

nsin

o e

ades

tram

ento

dos

alu

nos

em p

acie

ntes

ser

á re

aliz

ado

pre­

fere

ncia

lmen

te e

m c

línic

a in

tegr

ada,

sem

pre

juíz

o de

dem

onst

raçõ

es

real

izad

as c

omo

recu

rso

de e

nsin

o da

s di

vers

as m

atér

ias.

Par

ágra

fo

Úni

co —

Na

clín

ica

de q

ue tr

ata

este

art

igo

dese

nvol

ver-

se-

á o

estu

do g

loba

l da

s ne

cess

idad

es d

os p

acie

ntes

, in

tegr

ando

-se

sob

a

Res

ol,

14,

de

27.0

2.70

(A

rt.

7.0)

Res

ol,

10,

de

10.1

0.69

(A

rt.

6.0)

Res

ol,

36,

de

23.1

2.74

(A

rt.

10.

Par

ágra

fo Ú

nico

)

Res

ol,

anex

a do

Par

. 840/7

0 (

Art

. 10

)

Mus

eolo

gia

Mús

ica

Nut

ricio

nist

a

Odo

ntol

ogia

O E

ST

ÁG

IO

com

o O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

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O E

ST

ÁG

IO

com

o O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

C.F

.E.

QU

E D

ISP

ÕE

SO

BR

E

O

CU

RR

ÍCU

LO

MÍN

IMO

A

TO

D

O

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

CU

RS

O

form

a d

e e

xerc

ício

clín

ico

, co

mo

e

stá

gio

, co

m

a d

ura

ção m

ínim

a d

e

(1)

sem

est

re l

etiv

o,

de

ca

ráte

r o

bri

ga

tóri

o."

"Se

sem

pre

o

bri

ga

tóri

a,

sob

a fo

rma

d

e e

stá

gio

superv

isio

nado,

a

prá

tica

das

ativ

ida

de

s co

rre

spo

nd

en

tes

às

vári

as

habi

litaç

ões,

ab

ran

ge

n

do pelo

m

enos

5%

(ci

nco

por

ce

nto

) da d

ura

ção f

ixa

da p

ara

o c

urs

o

em c

ad

a c

aso"

.

"0 e

stá

gio

a q

ue

se

re

fere

o a

rt.

6.°

da

Re

solu

ção

oriu

nda

do

Pare

cer

25

2/6

9 d

eve

rá d

ese

nvo

lve

r-se

em

in

stitu

içõ

es

esp

eci

aliz

ad

as"

. (P

rece

r N

º 2

52

/69

) -

Curs

o d

e P

edagogia

)".

"0 c

urr

ícu

lo m

ínim

o d

as

lice

nci

atu

ras

nos

Se

tore

s de T

écn

icas

Ag

ro­

pe

cuá

ria

s,

cnic

as

Ind

ust

ria

is,

cnic

as

Co

me

rcia

is e

de

Se

rviç

os

e

cnic

as

de

Nu

triç

ão

e D

ieté

tica

se

rá c

on

stitu

ído

pela

s se

gu

inte

s m

até

­

ria

s:

Res

ol,

02,

de

12.0

5.6

9 (

Art

. 6.0

)

Res

ol,

07,

de

03.0

8.7

2 (

Art

. 3.0

)

Res

ol,

03,

de

25

.02

.77

(A

rt.

3.o

, §

§

1.0

e

2.0

)

Ped

agog

ia

Educa

ção

de

Exc

ep

cio

­

nais

De

ficie

nte

s d

a A

u-

dio

com

unic

açã

o d

o

Cu

so d

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edag

ogia

Pro

fess

ores

par

a a

Par

te

de F

orm

açã

o E

spe

cia

l

do C

urr

ícu

lo d

e 2

.° G

rau

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C. F

.E.

QU

E

DIS

E S

OB

RE

0 C

UR

RÍC

ULO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

§ 1.

° -

A e

sses

con

junt

os,

acre

scen

tam

-se

as s

egui

ntes

dis

cipl

inas

pe­

dagó

gica

s, q

ue d

ever

ão s

omar

, pe

lo m

enos

, 1/

3 da

dur

ação

mín

ima

da

licen

ciat

ura,

a)

c)

Prá

tica

de E

nsin

o so

b a

form

a de

Est

ágio

Sup

ervi

sion

ado.

§ 2.

0 -

Ao

Est

ágio

Sup

ervi

sion

ado

serã

o re

serv

ados

pel

o m

enos

10%

(d

ez

por

cent

o) d

o to

tal d

o m

ínim

o de

dur

ação

do

curs

o.

"Sao

ain

da o

brig

atór

ios:

a)

b)

Par

a ob

tenç

ão d

o di

plom

a de

Psi

cólo

go,

um

perí

odo

de tr

eina

men

­to

prá

tico

sob

a fo

rma

de e

stág

io s

uper

visi

onad

o".

"0 c

urrí

culo

mín

imo

para

lic

enci

atur

a em

Quí

mic

a ab

rang

erá

as s

guin

tes

mat

éria

s:

D

7) M

atér

ias

Ped

agóg

icas

de

acor

do

com

o

Par

ecer

292

.

Res

ol,

anex

a do

Par

. 40

3, d

e 19

.12.

62

(Art

. 2.

0)

Res

ol,

anex

a ao

Par

. 2

97

/62

(Art

. 1.

0)

Psi

colo

gía

Quí

mic

a O E

ST

ÁG

IO

com

o O

BR

IGA

ÇÃ

O C

UR

RIC

UL

AR

NO

S C

UR

SO

S S

UP

ER

IOR

ES

DE

GR

AD

UA

ÇÃ

O

Qua

dro

I

96

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O E

ST

ÁG

IO

com

o

OB

RIG

ÃO

CU

RR

ICU

LA

R N

OS

CU

RS

OS

SU

PE

RIO

RE

S D

E G

RA

DU

ÃO

Q

uadr

o I

C.F

.E.

QU

E

DIS

E

SO

BR

E

0

CU

RR

ÍCU

LO

M

ÍNIM

O

AT

O

DO

TR

AN

SC

RIÇ

ÃO

D

O

TE

XT

O

SO

BR

E

ES

GIO

N

º E

D

AT

A

CU

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O

"Os

est

ág

ios

prá

ticos,

base

do

curs

o n

a s

ua

part

e p

rofis

sional,

aco

mpa­

nharã

o t

ôd

a d

ura

ção

dest

a e

m o

rgânic

a a

rtic

ula

ção

co

m

os

est

udos

teó

rico

s".

"Ma

téri

as

Pedagógic

as

(Pa

rece

r 2

92

/62

)".

"Art

. 2.°

-

0 c

urr

ículo

do c

urs

o c

om

pre

enderá

, no m

ínim

o,

as s

guin

tes

maté

rias

e a

tivid

ades:

a)

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Est

ág

io e

m e

ntid

ad

es

ofic

iais

e p

riva

das

de T

urism

o e

Hote

laria.

Art

. 6.

° -

0

est

ágio

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24

2/7

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(Art

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Par.

608/6

5

Res

oluç

ão,

an

exa

ao

Par.

35, d

e 2

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1.7

1

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16

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D.O

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63

D.O

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65

D.O

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67

D.O

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reto

69.

927,

de

13.0

1.72

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LE

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Doc

. 15

9

Doc

. 15

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Doc

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Doc

. 16

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Doc

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Par

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Par

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D.O

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D.O

. 1

6.1

2.7

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2.7

5

D.O

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Vol

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gs.

280

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84.

Ed.

1975.

Decr

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75

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5

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D.O

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Pare

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7,

C.F

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Lei 6

.494, d

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7.1

2.7

7

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3.2. - LEI N.° 6.494, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1977 (DISPÕE SOBRE ESTÁGIOS).

Dispõe sobre os estágios de estudantes de

estabelecimentos de ensino superior e de

ensino profissionalizante do 2.° Grau e

Supletivo e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:

ART. 1º - As Pessoas Jurídicas e as Instituições de Ensino podem aceitar,

como estagiários, alunos regularmente matriculados e que venham freqüentan­

do, efetivamente, cursos vinculados à estrutura do ensino público e particular.

nos níveis superior, profissionalizante de 2.° Grau e Supletivo.

§ 1.0 — O estágio somente poderá verificar-se em unidades que tenham con­

dições de proporcionar experiência prática na linha de formação, devendo o

estudante, para esse f im , estar em condições de estagiar, segundo disposto na

regulamentação da presente Lei.

§ 2.0 — Os estágios devem propiciar a complementação do ensino e da

aprendizagem a serem planejados, executados, acompanhados e avaliados em

conformidade com os currículos, programas e calendários escolares, a f im de

se constituírem em instrumentos de integração, em termos de treinamento

prático, de aperfeiçoamento técnico-cultural, científ ico e de relacionamento

humano.

ART. 2.0 — O estágio, independentemente do assunto profissionalizante, di­

reto e específico, poderá assumir a forma de atividades de extensão, mediante

a participação do estudante em empreendimentos ou projetos de interesse so­

cial.

ART. 3.0 - A realização do estágio dar-se-á mediante termo de compromis­

so celebrado entre o estudante e a parte concedente, com interveniência obri­

gatória da instituição de ensino.

§ 1.0 - Os estágios curriculares serão desenvolvidos de acordo com o dis­

posto no parágrafo 2.° do Ar t . 1.° desta lei.

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§ 2.° - Os estágios realizados sob a forma de ação comunitária estão isentos

de celebração de termo de compromisso.

ART. 4 .° - O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza e

o estagiário poderá receber bolsa, ou outra forma de contraprestação que ve­

nha a ser acordada, ressalvado o que dispuser a legislação previdenciária, de­

vendo o estudante, em qualquer hipótese, estar segurado contra acidentes pes­

soais.

ART. 5.° - A jornada de atividade em estágio, a ser cumprida pelo estudan­te, deverá compatibilizar-se com o seu horário escolar e com o horário da par­te em que venha a ocorrer o estágio.

Parágrafo Único - Nos períodos de férias escolares, a jornada de estágio se­

rá estabelecida de comum acordo entre o estagiário e a parte concedente do

estágio, sempre com a interveniência da instituição de ensino.

ART. 6.° - O poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de

30 (trinta) dias.

ART. 7.° — Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

ART. 8.° - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 07 de dezembro de 1977;

156.° da Independência e 89.° da República.

ERNESTO GEISEL

NEY BRAGA

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E.M. n . º 97

Em 12 de março de 1979

Excelentíssimo Senhor Presidente da República.

Objetivando a regulamentação da Lei n.° 6.494, de 7 de dezembro de 1977,

os Ministérios da Educação e Cultura e do Trabalho vêm desenvolvendo

intenso trabalho conjunto, alicerçado em ampla consulta a órgãos e pessoas

virtualmente interessadas no bom desempenho do estatuto legal em referência.

Assim, é que, embora ultrapassando o limite previsto para encaminhamento

da proposta de regulamentação, chegou-se a bom termo, no sentido de subme­

ter à elevada consideração de Vossa Excelência a minuta de Decreto em

anexo, que pretende definir, dentro dos parâmetros da referida Lei, as ativida­

des de complementação educacional que os estudantes podem receber em em­

presas privadas, órgãos públicos e instituições de ensino.

O aperfeiçoamento do sistema educacional, a partir da reforma de ensino,

operada nos últimos dez anos, vem sendo gradativamente atingido, nao só em

face do substancial aumento quantitativo do alunado, mas também com rela­

ção à necessária modernização dos processos de ensino, capazes de atender à

demanda sempre crescente da população brasileira.

um dos fatores de relevante importância, no que se refere à atualização de

métodos e programas de ensino, diz respeito à positiva integração do ensino

teórico ao ensino prático, necessariamente realizada nas tarefas de estágio,

que o estudante deve cumprir no próprio mercado de trabalho.

Os programas de bolsa de trabalho, executados pelo Ministério da Educação e

Cultura, também exercendo um papel de complementação educacional práti­

ca e de integração dos alunos, com aspectos de sua futura profissão, já vêm se

constituindo em excelente veículo de formação. As tarefas de extensão uni­

versitária, amplamente disseminadas junto às instituições de ensino, também

fortalecem consideravelmente os métodos e programas educacionais, provo­

cando a necessária integração do ensino ministrado em salas de aula com a

realidade social.

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A programação do estágio curricular, já implantada na maioria dos cursos profissionalizantes de 2.° grau e de ensino superior, agora coroada com a legislação expedida no Governo de Vossa Excelência, reforça, ainda mais, a preocupação do sistema educacional em preparar, de maneira dinâmica e realista, os futuros profissionais necessários ao mercado de trabalho.

Desta forma, como a Lei, o Decreto preocupa-se com a responsabilidade primordial da instituição de ensino, motivadora, planejadora, coordenadora e avaliadora do estágio, a fim de que a atividade exercida pelo aluno mante­nha forma e valores indissociáveis da exata necessidade de complementação educacional. Do mesmo modo, representando preocupação do Ministério do Trabalho a vinculação do estagiário ao órgão concedente de estágio, far-se-á de forma rigorosamente controlável, para que se impeça a utilização do está­gio como vil mão-de-obra.

com este Decreto, está o Governo de Vossa Excelência entregando ao sistema educacional um instrumento dos mais valiosos para a melhor formação profissional e valorização do ensino e do mercado de trabalho, que passa a integrar, como força viva e indispensável, o ambiente escolar.

EURO BRANDÃO Ministro da Educação e Cultura

ARNALDO PRIETO Ministro do Trabalho

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PROPOSTA DE PROJETO DE REGULAMENTAÇÃO

79.

Regulamenta a Lei n.° 6.494, de dezembro de 1977, que dispõe sobre o estágio de estu­dantes de estabelecimentos de ensino supe­rior e de ensino profissionalizante de 2.° grau e supletivo, e dá outras providências.

, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 81, item I I I , da Constituição,

DECRETA:

ART. 1.0 — 0 estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante de 2.° grau e supletivo, autorizados a funcionar nos termos da legislação vigente, obedecerá às normas estabelecidas neste Decreto.

ART. 2.° — Caracteriza-se como estágio, para os efeitos deste Decreto, a atividade desenvolvida por estudantes regularmente matriculados nos estabe­lecimentos a que se refere o artigo anterior e definida no artigo 1.° e seus parágrafos, da Lei n.° 6.494, de 7 de dezembro de 1977, em unidades ou setores de Pessoas Jurídicas de Direito Privado, Órgãos da Administração Pública e Instituições de Ensino, que propicie complementação educacional, na área de sua formação, em termos de treinamento prático, de aperfeiçoa­mento técnico, científico, cultural e de relacionamento humano.

ART. 3.° — A concessão de estágio por Pessoas Jurídicas de Direito Privado e órgãos da Administração Pública dependerá, obrigatoriamente, da interve­niência da Instituição de Ensino a que estiver o estudante vinculado.

ART. 4.° — As Instituições de Ensino disporão sobre:

a) elenco de disciplinas exigível como pré-requisito ao cumprimento do estágio;

b) as condições imprescindíveis para caracterização dos campos de estágio;

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c) a sistemática de planejamento, acompanhamento e avaliação do estágio, a qual deverá ser comunicada, previamente, à Instituição de Direito Pública ou Privado, concedente do estágio.

Parágrafo Único — Será sempre exigível à unidade concedente do estágio, a assistência de pessoal técnico, preferencialmente graduado, pelo menos ao nível de formação do estagiário, para exercer a sua supervisão.

ART. 5.° — As Instituições de Ensino, diretamente ou através de órgãos e entidades de reconhecido interesse social, poderão conceder estágios a estu­dantes, na prática de ensino de cursos de licenciatura, em programas paralelos de atividades extracurriculares ou em empreendimentos e projetos de interes­se social.

Parágrafo Único — A concessão de estágio de que trata este artigo não exime a Instituição de Ensino ou o órgão ou entidade, que executar o programa das obrigações estabelecidas por este Decreto.

ART. 6o — O planejamento do estágio será elaborado conjuntamente pela Instituição de Ensino, representada pela Coordenadoria de Estágio ou órgão equivalente, no caso de Universidade e o órgão ou entidade concedente, ou pelo coordenador de estágio, nos demais casos.

§ 1.0 — Do planejamento do estágio deverá constar obrigatoriamente a discriminação das tarefas a serem desenvolvidas, a sua duração e o horário das atividades a que os estagiários estarão sujeitos.

§ 2.° — Havendo bolsa de estágio, o seu valor será pago mensalmente e calcu­lado segundo a freqüência aferida, face à jornada de estágio e com base nos valores de referência estabelecidos em lei, respeitado o limite mínimo de um valor de referência para estagiários do ensino profissionalizante de 2.° grau e supletivo, e de dois valores de referência para estagiários do ensino superior.

ART. 7.° - A duração do estágio, a ser ajustada entre as partes, com a interveniência da Instituição de Ensino, levará em conta o currículo, o progra­ma, o calendário escolar do estagiário e a programação da unidade ou entidade onde será realizado o estágio, observado o limite máximo de 6 (seis) meses, podendo ser prorrogado por igual período, desde que caracterizada a necessidade de complementação educacional pela referida Instituição de Ensino.

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Parágrafo Único - No caso de prorrogação do período de estágio, é impres­

cindível o planejamento conjunto de que trata o artigo 6.° deste Decreto.

ART. 8.° - A jornada a ser cumprida pelo estudante deverá compatibilizar-se com o seu horário escolar e com o horário da unidade concedente do estágio, nao ultrapassando 20 (vinte) horas semanais.

Parágrafo Único - No caso de alteração da jornada de estágio, em período de

férias escolares, por interesse do estudante e da parte concedente do estágio, é

imprescindível a interveniência da Instituição de Ensino.

ART. 9 .° — O acompanhamento e a avaliação do estagiário serão realizados

conjuntamente por professor orientador e pelo técnico encarregado da sua

supervisão, por meio da utilização de relatório e de observação direta.

Parágrafo Único - Em nenhuma hipótese, a parte concedente do estágio

poderá designar um único técnico para supervisionar, concomitantemente,

mais de 5 (cinco) estagiários.

ART. 10 - O estágio não acarretará vínculo empregatício de qualquer nature­

za, sendo celebrado um Termo de Compromisso entre o estudante e a parte

concedente, com interveniência obrigatória da Instituição de Ensino e anota­

dos na folha de Anotações Gerais da Carteira de Trabalho do Estagiário, a

condição de complementação educacional, o prazo de duração do estágio, a

eventual bolsa de estágio e sua prorrogação, se for o caso.

§ 1.0 - A Carteira de Trabalho do Estagiário será concedida ao estagiário

pelos Órgãos próprios do Ministério do Trabalho ou por entidades devidamen­

te credenciadas, segundo normas a serem expedidas pelo referido Ministério.

§ 2.° — A parte concedente do estágio se obriga, em qualquer hipótese, a

providenciar o seguro de acidentes pessoais em favor do estagiário, devendo

anotar, obrigatoriamente, ao Termo de Compromisso, o nome da Companhia

Seguradora, o número da apólice e o valor do seguro.

§ 3.° — O disposto neste artigo não se aplica ao aprendiz menor de 12 a 18 anos, sujeito a formação profissional metódica do ofíc io em que exerça seu trabalho e vinculado à empresa por contrato de aprendizagem, nos termos da legislação trabalhista.

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ART. 11 — As Pessoas Jurídicas de Direito Privado, os Órgãos da Adminis­

tração Pública e as Instituições de Ensino não poderão aceitar, como estagiá­

rio, estudante que tenha sido seu empregado, antes de decorridos 12 (doze)

meses da respectiva rescisão de contrato de trabalho.

ART. 12 — A Instituição de Ensino poderá delegar às entidades especializa­

das, mediante convênio, as providências administrativas necessárias à

manutenção da programação de estágio, inclusive captação de vagas, não

podendo, todavia, eximir-se da interveniência de que trata o artigo 3.° deste

Decreto.

Parágrafo Único — As entidades de que tratam este artigo e o artigo 5.° ,

quando de Direito Privado, deverão dispor de personalidade jurídica própria,

com autonomia administrativa e financeira, e reconhecida na forma da legis­

lação federal, como de utilidade pública.

ART. 13 - Em nenhuma hipótese poderá ser cobrada do estudante qualquer

taxa referente às providências administrativas para a obtenção e a realização

do estágio.

ART. 14 — As disposições deste Decreto aplicam-se aos estudantes estrangei­

ros, regularmente matriculados em Instituições de Ensino oficial ou reconhe­

cidas.

ART. 15 — Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revoga­

dos os Decretos n.ºs 66.546, de 11 de maio de 1970, 69.927, de 13 de janei­

ro de 1972, e demais disposições em contrário.

Brasilia, de de 1979; 158.0 da Independência e

91.° da República.

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3.3. - LISTAGEM DAS IES QUE FORNECERAM DADOS PARA O LEVANTAMENTO REALIZADO PELO DAU/MEC

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO FEDERAIS:

Fundação Universidade do Acre

Universidade Federal do Piauí

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Universidade Federal da Paraíba *

Unversidade Federal de Pernambuco *

Universidade Federal Rural de Pernambuco

Universidade Federal de Sergipe *

Universidade Federal da Bahia

Universidade de Brasília

Universidade Federal de Mato Grosso

Universidade Federal de Minas Gerais

Universidade Federal do Espírito Santo

Universidade Federal Fluminense *

Universidade Federal de Sao Carlos *

Universidade Federal do Paraná *

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Centro de Educação Tecnológica da Bahia

Escola Paulista de Medicina :"

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO ESTADUAIS:

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Universidade de São Paulo

Universidade Estadual de Campinas

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Fundação Universidade Estadual de Londrina

Universidade Estadual de Maringá

Faculdade de Tecnologia de Sao Paulo

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ESTABELECIMENTOS DE ENSINO PARTICULARES:

Universidade Católica de Pernambuco Universidade Católica do Salvador Universidade Católica de Minas Gerais * Universidade Gama Filho Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade Mackenzie Pontifícia Universidade Católica de Campinas Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo Universidade Católica do Paraná Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Su l * Escola de Administração de Empresas da Bahia Fundação de Ensino Superior de Pernambuco Escola de Medicina e Saúde Pública Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal União de Negócio e Administração Fundação de Ensino Superior de Itaúna * Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira Faculdades Integradas Estácio de Sá Faculdade Cândido Mendes Escola Brasileira de Administração Pública Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro Escola de Engenharia de Mauá União das Faculdades Franciscanas Instituto Metodista de Ensino Superior * Instituto Superior de Educação Senador Flaquer * Fundação Armando Álvares Penteado Escola Superior de Administração e Negócios Fundação Educacional da Região de Joinville Faculdade de Engenharia de Joinville

( * ) Instituições que tiverem pelo menos um de seus Departamentos atendi­dos pelo Projeto Integração Escola/Empresa/Governo.

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3.4. - QUADRO 3

Distribuição, por Região, das Instituições de Ensino Superior

abordadas pelo levantamento.

REGIÕES

FEDERAL

Enviados Devolvidos

ESTADUAL

Enviados Devolvidos

PARTICULAR

Enviados Devolvidos

Norte

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

TOTAL 24 18 8 8 30 27

1 estabelecimento ¡solado

2 são Universidades

5 são Universidades

Foram enviados questionários para 2 Universidade Municipais da

Região Sul, mas estes não nos foram devolvidos.

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ESCOLA/EMPRESA

A QUALIFICAÇÃO PELO ESTÁGIO

è uma iniciativa DA U/MEC, com a participação de:

RUY CARLOS DE CAMARGO VIEIRA Diretor-Adjunto do DAU/MEC

MÁRIO TOMELIN Coordenador do Projeto Integração Escola/Empresa/Governo

IRIS GLÜCK Superintendente do IEL/PR

HAMILTON SAVI Representante do MEC no PRONUCLEAR

HONORATO ANTÔNIO TOMELIN Professor Titular da UFSC

OPHELINA RABELLO Professora da UNICAMP

ZENAIDE PONTES MONTEIRO Assessora DAU/MEC

MARILDA INÉS COUTINHO DOS SANTOS Assessora DAU/MEC

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