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Lucro Presumido Lucro Arbitrado Declaração Simplificada Omissão de Receitas

Lucro Presumido Lucro Arbitrado Declaração Simplificada ... · APRESENTAÇÃO O Curso Prático, composto de 12 volumes, traz, de forma detalhada, os procedimentos para apuração

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ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL COADAv. Armando Lombardi, 155 | Barra da Tijuca

Tel. (21) 2156-5900Rio de Janeiro | RJ | CEP 22640-020

www.coad.com.br

Lucro PresumidoLucro ArbitradoDeclaração SimplificadaOmissão de Receitas

© 2013 COAD

CURSO PRÁTICO – IRPJTodos os direitos reservados

Produção Editorial: Cetex – Estudos Técnicos de ExcelênciaDireitos Autorais: COAD

Autor: Equipe Técnica COADCoordenação Editorial: Crystiane Cardoso de Souza

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Equipe Técnica COADColeção CURSO PRÁTICO – IRPJ – Volume II.Rio de Janeiro: COAD, 2013.

ISBN: 978-85-63302-76-2

2013

1ª edição – 1ª impressão

Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer matéria sem prévia autorização.

Os infratores serão punidos na forma da lei.

Atualização Profissional COAD Ltda.

Av. Armando Lombardi, 155Barra da Tijuca – Rio de Janeiro

CEP: 22640-020 – Tel: 2156-5900www.coad.com.br

APRESENTAÇÃO

O Curso Prático, composto de 12 volumes, traz, de forma detalhada,os procedimentos para apuração do lucro real, do lucro presumido e dolucro arbitrado, bases de cálculo do Imposto de Renda da pessoa jurídica.Os trabalhos contidos no Curso Prático de IRPJ são ilustrados com fartaexemplificação prática visando facilitar o entendimento de cada tema.Neste volume, constam os seguintes temas:– Lucro Presumido: forma simplificada de apuração das bases de cálculo

do Imposto de Renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social sobreo Lucro Líquido, opcional para as empresas não obrigadas ao lucroreal;

– Lucro Arbitrado: forma de apuração das bases de cálculo do Impostode Renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social sobre o LucroLíquido, geralmente utilizada pelo Fisco, ou, antecipadamente, pelocontribuinte, se a receita bruta for conhecida, no caso de situações dedescumprimento de obrigação acessória relacionada à apuração dolucro real ou presumido;

– Declaração Simplificada: a ser entregue à Receita Federal pelas pessoasjurídicas que não efetuaram qualquer atividade operacional, não ope-racional ou financeira durante o ano-calendário abrangido pela decla-ração;

– Omissão de Receita: neste trabalho, abordamos as situações em quefica caracterizada a omissão de receitas, fato que ensejará o lançamentode ofício.

Boa leitura

Equipe Técnica COAD

Índice

LUCRO PRESUMIDOTratamento Tributário

1. EMPRESAS IMPEDIDAS DE OPTAR PELO LUCRO PRESUMIDO ......................... 1

2. EMPRESAS AUTORIZADAS A OPTAR ..................................................................... 1

2.1. INÍCIO DE ATIVIDADE NO ANO DA OPÇÃO.................................................. 2

2.2. CISÃO, FUSÃO OU INCORPORAÇÃO ........................................................... 2

2.3. EMPRESAS RURAIS ....................................................................................... 2

2.3.1. Depreciação Acelerada Incentivada.................................................... 2

2.4. CORRETORAS DE SEGUROS ....................................................................... 2

2.5. LUCRO ARBITRADO ....................................................................................... 2

2.6. EMPRESAS ENQUADRADAS NO REFIS ....................................................... 2

2.7. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ............................................ 2

2.8. SOCIEDADES COOPERATIVAS..................................................................... 3

2.9. ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS ........................................................................... 3

2.10. LUCROS, RENDIMENTOS OU GANHOS DE CAPITAL ORIUNDOS DOEXTERIOR......................................................................................................... 3

2.10.1. Empresas Exportadoras de Mercadorias ou Serviços ........................ 3

3. VERIFICAÇÃO DO LIMITE DE RECEITA NO ANO-CALENDÁRIO ANTERIOR.............. 3

3.1. VALORES INTEGRANTES DA RECEITA TOTAL ........................................... 3

3.2. VALORES NÃO INTEGRANTES DA RECEITA TOTAL .................................. 4

3.3. LIMITE PROPORCIONAL ................................................................................ 4

4. PERÍODOS DE APURAÇÃO ...................................................................................... 4

4.1. INCORPORAÇÃO, FUSÃO, CISÃO OU EXTINÇÃO....................................... 4

5. PRAZOS DE RECOLHIMENTO.................................................................................. 5

5.1. PAGAMENTO EM QUOTA ÚNICA .................................................................. 5

5.2. PAGAMENTO PARCELADO............................................................................ 5

5.2.1. Valor Mínimo de cada Quota............................................................... 6

5.2.2. Acréscimo de Juros............................................................................. 6

5.2.3. Inaplicabilidade do Parcelamento ....................................................... 6

6. MOMENTO DA OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO............................................... 6

6.1. INÍCIO DE ATIVIDADE..................................................................................... 6

7. CONCEITO DE LUCRO PRESUMIDO ....................................................................... 6

8. DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO............................................................. 6

8.1. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO .............................................. 7

8.1.1. Atividades Diversificadas .................................................................... 7

8.1.2. Redução do Percentual da Prestação de Serviços (*) ........................ 7

8.1.3. Serviços Hospitalares.......................................................................... 9

8.1.4. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia ..................................... 10

8.1.5. Software .............................................................................................. 10

8.1.6. Serviços de Propaganda e Publicidade .............................................. 11

8.1.7. Abastecimento de Água e Exploração de Rodovias ........................... 11

8.1.8. Coleta, Transporte e Compactação de Lixo........................................ 11

8.1.9. Prestação Exclusiva de Transporte de Lixo ........................................ 11

8.1.10. Construção de Aterro Sanitário ........................................................... 11

8.1.11. Sondagem do Solo.............................................................................. 12

8.1.12. Perfuração de Poços Artesianos......................................................... 12

8.1.13. Industrialização ................................................................................... 12

8.1.14. Receitas de Aluguéis........................................................................... 14

8.1.15. Representação Comercial................................................................... 14

8.1.16. Sociedades Cooperativas ................................................................... 14

8.1.17. Sociedades Corretoras........................................................................ 15

8.1.18. Receitas Financeiras das Atividades Imobiliárias ............................... 15

8.1.19. Serviços de Guindastes, Guinchos e Assemelhados.......................... 15

8.1.20. Receitas de Máquinas Caça-níqueis................................................... 15

8.2. DEFINIÇÃO DE RECEITA BRUTA .................................................................. 15

8.2.1. Valores Excluídos ou não Computados .............................................. 16

8.2.2. Cômputo das Receitas ........................................................................ 16

8.2.3. Omissão de Receitas .......................................................................... 19

8.3. DEMAIS VALORES INTEGRANTES DA BASE DE CÁLCULO DOIMPOSTO ......................................................................................................... 20

8.3.1. Apuração do Ganho de Capital ........................................................... 21

8.3.2. Receitas Decorrentes de Aplicações Financeiras............................... 22

8.3.3. Variações Cambiais ............................................................................ 22

8.3.4. Reflexos dos Preços de Transferência ............................................... 23

8.3.5. Empresas Optantes pelo Refis – Lucros, Rendimentos e Ganhos deCapital Oriundos do Exterior ................................................................ 23

8.3.6. Resultados Positivos e Negativos ....................................................... 24

8.3.7. Receitas e Rendimentos não Tributáveis............................................ 24

8.3.8. Receitas Isentas.................................................................................. 24

8.3.9. Rendimentos Tributados Exclusivamente na Fonte............................ 24

8.3.10. Variação Monetária Apurada por Empresas Imobiliárias .................... 25

8.4. GANHO EM PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA EXTINTA ................................... 25

8.5. DIVULGAÇÃO DE PROPAGANDA ELEITORAL E PARTIDÁRIAGRATUITA........................................................................................................ 25

8.6. REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO – RTT.............................................. 26

8.6.1. Procedimentos Contábeis das Pessoas Jurídicas Sujeitas ao RTT ... 26

8.6.2. Procedimentos Tributários para as Pessoas Jurídicas Sujeitasao RTT ................................................................................................ 26

9. CÁLCULO DO IMPOSTO............................................................................................ 27

10. VEDAÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS ....................................................................... 27

11. DEDUÇÕES DO IMPOSTO DEVIDO ......................................................................... 27

12. EMPRESAS OPTANTES PELO REFIS – IMPOSTO PAGO NO EXTERIORSOBRE LUCROS, RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL................................ 28

13. EMPRESAS OPTANTES PELO REFIS BENEFICIADAS COM ISENÇÃO OUREDUÇÃO DO IMPOSTO ........................................................................................... 28

13.1. CONSTITUIÇÃO DE RESERVA DE CAPITAL ................................................ 29

14. COMPENSAÇÕES COM O IMPOSTO DE RENDA DEVIDO..................................... 29

15. IMPOSTO A COMPENSAR SUPERIOR AO IRPJ DEVIDO....................................... 29

16. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ............................................ 29

17. DETERMINAÇÃO DA CSLL........................................................................................ 30

17.1. PERCENTUAIS APLICÁVEIS .......................................................................... 30

17.1.1. Exportações Sujeitas a Preços de Transferência ............................... 30

17.1.2. Receitas Financeiras das Atividades Imobiliárias ............................... 31

17.1.3. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia ..................................... 31

17.1.4. Atividades Diversificadas .................................................................... 31

17.2. DEMAIS VALORES INTEGRANTES DA BASE DE CÁLCULO DA CSLL....... 31

17.3. CÔMPUTO DAS RECEITAS ............................................................................ 32

17.3.1. Sociedades Cooperativas ................................................................... 32

17.4. ALÍQUOTA DA CSLL........................................................................................ 33

17.5. CRÉDITOS DA CSLL SOBRE DEPRECIAÇÃO .............................................. 33

17.6. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCAL ................................................................ 34

17.6.1. Cálculo do Bônus ................................................................................ 34

17.6.2. Utilização do Bônus............................................................................. 34

17.6.3. Bônus Excedente ................................................................................ 34

17.6.4. Contabilização do Bônus..................................................................... 35

17.6.5. Desoneração Integral da Pessoa Jurídica .......................................... 35

17.6.6. Multas pela Utilização Indevida do Bônus........................................... 35

17.7. COMPENSAÇÃO DA CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 64 DALEI 9.430/96 ..................................................................................................... 35

17.8. COMPENSAÇÃO DA CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 30 DALEI 10.833/2003............................................................................................... 36

17.9. COMPENSAÇÃO DA CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 33 DALEI 10.833/2003............................................................................................... 36

17.10. COMPENSAÇÃO DA PARCELA EXCEDENTE DO IMPOSTO PAGO NOEXTERIOR ....................................................................................................... 36

17.11. COMPENSAÇÃO DE CSLL PAGA INDEVIDAMENTE OU A MAIOR ............. 37

17.12. CSLL A COMPENSAR SUPERIOR À CSLL DEVIDA...................................... 37

17.13. ISENÇÃO RELATIVA AO PROUNI .................................................................. 37

18. CÓDIGOS DO DARF .................................................................................................. 37

19. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.................................................................................... 37

19.1. MANUTENÇÃO DE ESCRITA CONTÁBIL COMPLETA.................................. 37

19.1.1. Manutenção de Recursos no Exterior ................................................. 37

19.2. LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO .............................................................. 38

19.3. GUARDA DE DOCUMENTOS ......................................................................... 38

19.3.1. Livro de Apuração do Lucro Real........................................................ 38

20. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS AOS SÓCIOS ............................................................. 38

20.1. EMPRESA QUE MANTÉM ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL .............................. 38

20.2. EXCESSO DE LUCROS DISTRIBUÍDOS........................................................ 38

20.3. INSUFICIÊNCIA DE LUCROS OU RESERVAS DE EXERCÍCIOSANTERIORES .................................................................................................. 39

20.4. REAJUSTE DA BASE DE CÁLCULO .............................................................. 39

20.4.1. Acréscimos Legais .............................................................................. 39

20.5. DEMAIS RENDIMENTOS ................................................................................ 40

20.6. CONTROLE DOS RENDIMENTOS ................................................................. 41

20.7. INCORPORAÇÃO DE RESERVAS OU LUCROS AO CAPITAL ..................... 41

20.8. EMPRESAS COM DÉBITOS FISCAIS............................................................. 41

21. RETORNO OBRIGATÓRIO AO LUCRO REAL .......................................................... 41

22. APLICAÇÃO PRÁTICA ............................................................................................... 42

LUCRO ARBITRADOTratamento Tributário

1. HIPÓTESES DE ARBITRAMENTO ............................................................................ 46

1.1. FALTA DE ESCRITURAÇÃO ........................................................................... 46

1.2. ESCRITURAÇÃO COM FALHAS..................................................................... 46

1.3. RECUSA DA APRESENTAÇÃO DE LIVROS OU DOCUMENTOS................. 46

1.4. OPÇÃO INDEVIDA PELO LUCRO PRESUMIDO............................................ 46

1.5. REPRESENTANTE DE PESSOA JURÍDICA ESTRANGEIRA ........................ 46

1.6. LIVRO RAZÃO.................................................................................................. 46

1.7. LIVROS AUXILIARES ...................................................................................... 47

2. APLICAÇÃO DO ARBITRAMENTO............................................................................ 47

3. PERÍODO DE APURAÇÃO......................................................................................... 47

4. DETERMINAÇÃO DO LUCRO ARBITRADO.............................................................. 47

4.1. RECEITA BRUTA NÃO CONHECIDA (ARBITRAMENTO PELO FISCO) ....... 47

4.2. RECEITA BRUTA CONHECIDA (ARBITRAMENTO PELO FISCO OUPELO CONTRIBUINTE) ................................................................................... 47

5. CÁLCULO COM RECEITA BRUTA CONHECIDA...................................................... 48

5.1. PERCENTUAIS APLICÁVEIS .......................................................................... 48

5.1.1. Redução do Percentual de Prestação de Serviços (*) ........................ 49

5.1.2. Sociedades Corretoras........................................................................ 49

5.1.3. Receitas de Aluguéis........................................................................... 49

5.1.4. Industrialização ................................................................................... 49

5.1.5. Representação Comercial................................................................... 49

5.1.6. Vendas Diretas do Exterior ................................................................. 49

5.1.7. Serviços Hospitalares.......................................................................... 50

5.1.8. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia ..................................... 51

5.1.9. Instituições Financeiras....................................................................... 51

5.1.10. Atividades Diversificadas .................................................................... 51

5.2. DEFINIÇÃO DE RECEITA BRUTA .................................................................. 51

5.2.1. Valores Excluídos da Receita Bruta.................................................... 52

5.2.2. Empresas Imobiliárias ......................................................................... 52

5.3. CÔMPUTO DAS RECEITAS ............................................................................ 53

5.3.1. Receitas de Atividades Imobiliárias..................................................... 53

5.4. REVENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES USADOS.................................. 53

6. CÁLCULO COM RECEITA BRUTA DESCONHECIDA .............................................. 54

7. ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULO ...................................................................... 54

7.1. CÔMPUTO DOS ACRÉSCIMOS ..................................................................... 55

7.2. GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS .......................................... 55

7.2.1. Bens Reavaliados ............................................................................... 56

7.2.2. Diferença entre o Valor de Mercado e o Contábil ............................... 56

7.3. RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS ........................................ 56

7.3.1. Compensação do Imposto de Renda Antecipado............................... 56

7.4. JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO AUFERIDOS..................................... 57

7.4.1. Compensação do Imposto de Renda Retido na Fonte ....................... 57

7.5. LUCROS, RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS NOEXTERIOR ........................................................................................................ 57

7.5.1. Arbitramento do Lucro Auferido no Exterior ........................................ 57

7.5.2. Arbitramento do Lucro da Empresa Domiciliada no Brasil ................. 57

7.6. VARIAÇÕES CAMBIAIS ATIVAS..................................................................... 58

7.6.1. Efeitos da Alteração de um Ano-calendário para Outro...................... 58

7.6.2. Efeitos da Alteração Excepcional no Curso do Ano-calendário .............. 58

7.6.3. Controle das Operações ..................................................................... 59

8. CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO............................................................................. 59

8.1. VEDAÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS ............................................................ 59

8.2. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO ANTECIPADO ............................................. 59

8.2.1. Imposto Pago no Exterior.................................................................... 60

8.3. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE .......................................................... 60

9. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ............................................ 61

9.1. RECEITA BRUTA CONHECIDA ...................................................................... 61

9.2. RECEITA BRUTA DESCONHECIDA ............................................................... 63

9.3. CÔMPUTO DAS RECEITAS ............................................................................ 63

9.3.1. Adição de Créditos da CSLL sobre Depreciação................................ 63

9.4. ALÍQUOTA DA CSLL........................................................................................ 64

9.5. COMPENSAÇÃO DAS ANTECIPAÇÕES DA CSLL........................................ 64

9.5.1. Compensação da Parcela Excedente de Imposto Pago no Exterior ............. 64

10. REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO – RTT......................................................... 64

11. PAGAMENTO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL................................... 65

11.1. PAGAMENTO EM QUOTA ÚNICA .................................................................. 65

11.2. PAGAMENTO PARCELADO............................................................................ 65

11.2.1. Valor Mínimo de cada Quota............................................................... 66

11.2.2. Acréscimo de Juros............................................................................. 66

11.2.3. Inaplicabilidade do Parcelamento ....................................................... 66

11.3. CÓDIGOS DO DARF........................................................................................ 66

12. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS..................................................................................... 66

12.1. PARCELA EXCEDENTE .................................................................................. 66

12.2. INCORPORAÇÃO DE LUCROS AO CAPITAL ................................................ 67

12.3. EMPRESAS COM DÉBITOS FISCAIS............................................................. 67

13. DEMAIS RENDIMENTOS ........................................................................................... 67

14. NÃO EXCLUSÃO DAS PENALIDADES CABÍVEIS .................................................... 67

15. APLICAÇÃO PRÁTICA ............................................................................................... 68

DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍDICA (DSPJ)Inativas

1. CONCEITO DE INATIVA............................................................................................. 71

2. EXTINÇÃO, INCORPORAÇÃO, CISÃO OU FUSÃO.................................................. 71

3. FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO ................................................... 72

4. PRAZO DE ENTREGA................................................................................................ 72

5. RECIBO DE ENTREGA .............................................................................................. 72

6. PENALIDADES ........................................................................................................... 72

6.1. INFORMAÇÕES INCORRETAS OU OMITIDAS.............................................. 72

7. RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO............................................................................. 72

7.1. DSPJ INDEVIDA............................................................................................... 72

8. INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO.................................. 73

8.1. TELA INICIAL DA DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOAJURÍDICA (DSPJ) – INATIVA 2013.................................................................... 73

8.2. PRIMEIRA TELA DA DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOAJURÍDICA (DSPJ) – INATIVA 2013.................................................................. 73

8.3. SEGUNDA TELA DA DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOAJURÍDICA – INATIVA 2013 .................................................................................. 74

8.4. TELA RECUPERAR RECIBO .......................................................................... 74

9. DECLARAÇÕES DE ANOS-CALENDÁRIO ANTERIORES ....................................... 74

9.1. PESSOAS JURÍDICAS QUE NÃO INICIARAM SUAS ATIVIDADESATÉ 1996.......................................................................................................... 74

10. EXEMPLO PRÁTICO .................................................................................................. 74

OMISSÃO DE RECEITACaracterização

1. CARACTERIZAÇÃO DA OMISSÃO DE RECEITA ..................................................... 78

2. SALDO CREDOR DE CAIXA...................................................................................... 78

3. FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE PAGAMENTOS ..................................................... 79

4. PASSIVO FICTÍCIO .................................................................................................... 80

5. SUPRIMENTOS DE CAIXA ........................................................................................ 81

6. FALTA DE EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS .................................................. 82

7. DEPÓSITOS BANCÁRIOS ......................................................................................... 83

7.1. DETERMINAÇÃO DOS VALORES OMITIDOS ............................................... 84

8. ARBITRAMENTO DA RECEITA OMITIDA ................................................................. 84

8.1. CRITÉRIO DE ARBITRAMENTO ..................................................................... 84

8.2. CRITÉRIO ALTERNATIVO............................................................................... 85

9. LEVANTAMENTO QUANTITATIVO POR ESPÉCIE .................................................. 85

9.1. DETERMINAÇÃO DA OMISSÃO DE RECEITA .............................................. 85

10. TRIBUTAÇÃO DA RECEITA OMITIDA NA PESSOA JURÍDICA ............................... 85

10.1. LUCRO REAL................................................................................................... 86

10.2. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO .......................................................... 86

10.3. CSLL – COFINS – PIS/PASEP ........................................................................ 86

11. NÃO INCIDÊNCIA PARA O BENEFICIÁRIO DA RECEITA OMITIDA ....................... 86

12. LANÇAMENTO DE OFÍCIO ........................................................................................ 86

12.1. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA............................................................... 86

12.1.1. Posse ou Propriedade de Bens Incompatíveis com a RendaDisponível............................................................................................ 86

12.2. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO .......................................................... 87

12.2.1. Agravamento da Penalidade............................................................... 87

12.2.2. Redução da Penalidade...................................................................... 88

LUCRO PRESUMIDOTratamento Tributário

As pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do lucro real podem utilizar a tributaçãocom base no lucro presumido, que é uma forma simplificada de determinar a base decálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).No regime do lucro presumido, a apuração do IRPJ e da CSLL ocorre no encerramento decada trimestre do ano-calendário e o recolhimento dos valores devidos é efetuado notrimestre seguinte, em quota única ou em até três quotas mensais e sucessivas.Neste Trabalho, examinamos os procedimentos a serem observados para fins de apuraçãodo lucro presumido.

1. EMPRESAS IMPEDIDAS DE OPTAR PELO LUCRO PRESUMIDOSegundo a legislação vigente, estão impedidas de optar pela tributação com base nolucro presumido as pessoas jurídicas enquadradas em qualquer das seguintes situa-ções:a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior ao limite de

R$ 48.000.000,00 ou de R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses doperíodo, quando inferior a 12 meses;

b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos dedesenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito,financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corre-toras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valoresmobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empre-sas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privadaaberta;

c) que explorem o factoring (prestação cumulativa e contínua de serviços de assesso-ria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração decontas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendasmercantis a prazo ou de prestação de serviços);

d) que exerçam atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construçãode imóveis, caso exista empreendimento para o qual haja registro de custo orçado;

e) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;f) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos

à isenção ou redução do Imposto de Renda;g) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do

imposto pelo regime de estimativa, na forma do artigo 2º da Lei 9.430/96;h) que seja Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída, exclusivamente,

por ME ou EPP optantes pelo Simples Nacional, na forma do que dispõe o artigo 56da Lei Complementar 123/2006, com redação da Lei Complementar 128/2008; e

i) que explorem atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e doagronegócio.

2. EMPRESAS AUTORIZADAS A OPTARPodem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que,não estando obrigadas ao regime de tributação pelo lucro real, tenham auferido, noano-calendário anterior, receita total igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou aR$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses do período.

IRPJ/2013 – Nº 02 1

COAD ATC

2.1. INÍCIO DE ATIVIDADE NO ANO DA OPÇÃOA pessoa jurídica que iniciar atividade no ano-calendário de 2013 poderá optarpelo lucro presumido qualquer que seja o total da receita bruta auferida nesseano, desde que não esteja obrigada ao lucro real em razão de qualquer dosimpedimentos mencionados nas letras “b” a “i” do item 1.

2.2. CISÃO, FUSÃO OU INCORPORAÇÃOAs pessoas jurídicas que realizarem operações de cisão, fusão ou incorporaçãopoderão optar pelo lucro presumido desde que não estejam obrigadas ao lucroreal.

2.3. EMPRESAS RURAISAs empresas que exploram atividades rurais podem optar pela tributação combase no lucro presumido, sendo que, neste caso, não poderão usufruir osincentivos fiscais concedidos a essa atividade.

2.3.1. Depreciação Acelerada IncentivadaA pessoa jurídica rural que tiver usufruído o benefício fiscal dadepreciação acelerada incentivada, vindo, posteriormente, a optarpela apuração com base no resultado presumido, caso aliene o bemdepreciado com o incentivo durante a permanência nesse regime,deverá adicionar à base de cálculo para determinação do resultadopresumido do IRPJ e da CSLL o saldo remanescente da depreciaçãonão realizada.

2.4. CORRETORAS DE SEGUROSAs corretoras de seguros podem optar pelo lucro presumido, pois não se con-fundem com as empresas de seguros privados. Estas respondem pelo paga-mento de indenização aos segurados e as primeiras são meras intermediáriaslegalmente autorizadas a angariar e promover contratos de seguros entre aseguradora e a pessoa física ou jurídica de direito privado.

2.5. LUCRO ARBITRADOAs pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido que tiverem seu lucro arbitradoem qualquer trimestre do ano-calendário poderão permanecer no regime de tributa-ção com base no lucro presumido relativamente aos demais trimestres do ano-calendário,desdequeatendidasasdisposições legaisexaminadasneste trabalho.

2.6. EMPRESAS ENQUADRADAS NO REFISAs empresas que, nos termos das Leis 9.964 e 10.002/2000, aderiram ao Pro-grama de Recuperação Fiscal (Refis) ficaram autorizadas a optar pela tributaçãocom base no lucro presumido, independentemente de qualquer condição,durante o período de permanência no citado Programa. Essa faculdade não seaplica às instituições financeiras e equipadas e às empresas de factoring.

2.7. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃODesde 1º de janeiro de 2001, observadas as hipóteses de obrigatoriedade doregime de tributação com base no lucro real examinadas no item 1, as sociedadesem conta de participação (SCP) ficaram autorizadas a optar pelo lucro presumido.A opção da SCP pelo regime do lucro presumido não implica a simultânea opçãodo sócio ostensivo, nem a opção efetuada por este implica a opção daquela.

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2.8. SOCIEDADES COOPERATIVASCom exceção das cooperativas de crédito, as demais sociedades cooperativasestão habilitadas ao lucro presumido, para efeito de tributação dos resultadosde atos não cooperados, desde que atendidos os requisitos exigidos.

2.9. ATIVIDADES IMOBILIÁRIASAs empresas que exploram atividades imobiliárias estão autorizadas a optarpelo lucro presumido, desde que não haja operações imobiliárias por concluirpara as quais tenha sido computado custo orçado.A restrição mencionada é aplicável ainda que a empresa imobiliária estejaenquadrada no Refis.

2.10. LUCROS,RENDIMENTOSOUGANHOSDECAPITALORIUNDOSDOEXTERIORA pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido eque, em relação ao mesmo ano-calendário, incorrer em situação de obrigato-riedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ouganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob oregime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre daocorrência do fato.

2.10.1. Empresas Exportadoras de Mercadorias ou ServiçosDe acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 5 SRF/2001, a hipó-tese de obrigatoriedade de tributação com base no lucro real, a que serefere a letra “e” do item 1, não se aplica às pessoas jurídicas queauferirem receitas da exportação de mercadorias e da prestaçãodireta de serviços no exterior.Para esse efeito, não se considera prestação direta de serviços aquelarealizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências,representações, coligadas, controladas e outras unidades descentra-lizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas.

3. VERIFICAÇÃO DO LIMITE DE RECEITA NO ANO-CALENDÁRIO ANTERIORPara efeito de opção pelo lucro presumido, o limite de R$ 48.000.000,00 ou o limite pro-porcional, mencionado nos itens 1 e 2 deste trabalho, deve ser calculado tomando-sepor base as receitas totais mensais auferidas no ano-calendário anterior.Se no ano-calendário anterior, a empresa também foi tributada pelo lucro presumido, areceita auferida será considerada segundo o regime de caixa ou de competência, con-forme o critério que tiver sido adotado naquele ano.

3.1. VALORES INTEGRANTES DA RECEITA TOTALIntegram a receita total para fins de determinação do limite mencionado no item 3:a) as receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de fabricação

própria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da industriali-zação de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário e omaterial de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou aindustrialização, da atividade rural, e de outras atividades compreendidasnos objetivos sociais da pessoa jurídica;

b) a parcela calculada com base na sistemática dos preços de transferênciaque exceder ao valor das receitas de exportação já apropriado na escritura-ção da empresa, referente a operações com pessoa vinculada, ou, aindaque não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência com

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tributação favorecida, ou referente a operações entre pessoas físicas oujurídicas residentes e domiciliadas no País com qualquer pessoa física oujurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada no exterior, que,nos termos da legislação, gozem de regime fiscal privilegiado;

c) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com osobjetivos sociais da pessoa jurídica, bem como os ganhos de capital;

d) os ganhos líquidos obtidos em operações nos mercados de renda variável;e) os rendimentos nominais auferidos em aplicações financeiras de renda fixa.

3.2. VALORES NÃO INTEGRANTES DA RECEITA TOTALNão integram a receita total as parcelas mencionadas no subitem 8.2.1 destetrabalho.

3.3. LIMITE PROPORCIONALSe a empresa iniciou a atividade no ano anterior àquele em que pretende optarpelo lucro presumido, deve considerar o limite de receita total proporcional-mente aos meses de atividade.

MÊS DE INÍCIO DA ATIVIDADE LIMITE DE RECEITA TOTAL (R$)

Janeiro 48.000.000,00

Fevereiro 44.000.000,00

Março 40.000.000,00

Abril 36.000.000,00

Maio 32.000.000,00

Junho 28.000.000,00

Julho 24.000.000,00

Agosto 20.000.000,00

Setembro 16.000.000,00

Outubro 12.000.000,00

Novembro 8.000.000,00

Dezembro 4.000.000,00

4. PERÍODOS DE APURAÇÃOAs empresas optantes pelo lucro presumido devem proceder à apuração das basesde cálculo do IRPJ e da CSLL considerando as operações realizadas nos seguintesperíodos:

Trimestre Período de apuração

1º 1º de janeiro a 31 de março

2º 1º de abril a 30 de junho

3º 1º de julho a 30 de setembro

4º 1º de outubro a 31 de dezembro

4.1. INCORPORAÇÃO, FUSÃO, CISÃO OU EXTINÇÃOA pessoa jurídica fusionada, incorporada, cindida ou extinta é obrigada a deter-minar as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL na data do evento. Portanto, oúltimo período de apuração será contado do primeiro dia do trimestre em que se

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verificar a operação até a data da incorporação, fusão, cisão ou encerramentodas atividades da pessoa jurídica.Esta norma aplica-se, também, à pessoa jurídica incorporadora, salvo se esta ea empresa incorporada estivessem sob o mesmo controle societário desde oano-calendário anterior ao do evento.

5. PRAZOS DE RECOLHIMENTOO Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresas tribu-tadas com base no lucro presumido deverão ser recolhidos nos prazos a seguir.

5.1. PAGAMENTO EM QUOTA ÚNICAO Imposto de Renda apurado no trimestre será pago, em quota única, até oúltimo dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apura-ção, o mesmo se aplicando à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.Assim, os prazos de recolhimento em quota única no ano-calendário de 2013são os seguintes:

RECOLHIMENTO EM QUOTA ÚNICA

Período de Apuração/2013 Vencimento

1º trimestre 30-4-2013

2º trimestre 31-7-2013

3º trimestre 31-10-2013

4º trimestre 31-1-2014

5.2. PAGAMENTO PARCELADOO pagamento do IRPJ e da CSLL poderá ser parcelado em até 3 quotas iguais,mensais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequen-tes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder. Noano-calendário de 2013, os prazos a serem observados são os seguintes:

RECOLHIMENTO PARCELADO

Período de Apuração/2013 Quota Vencimento

1º trimestre

1 30-4-2013

2 31-5-2013

3 28-6-2013

2º trimestre

1 31-7-2013

2 30-8-2013

3 30-9-2013

3º trimestre

1 31-10-2013

2 29-11-2013

3 30-12-2013

4º trimestre

1 31-1-2014

2 28-2-2014

3 31-3-2014

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5.2.1. Valor Mínimo de cada QuotaNenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00.

5.2.2. Acréscimo de JurosSe a empresa optar pelo parcelamento, as quotas do IRPJ e da CSLLserão acrescidas de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada men-salmente, a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao deencerramento do período de apuração até o último dia do mês anteriorao do pagamento e de 1% no mês de pagamento.

5.2.3. Inaplicabilidade do ParcelamentoA opção pelo parcelamento do IRPJ/CSLL não poderá ser exercida:a) se o valor devido for inferior a R$ 2.000,00. Nesse caso, o recolhi-

mento deverá ser efetuado em quota única, até o último dia útil domês seguinte ao do encerramento do trimestre de apuração;

b) se o valor devido tiver sido apurado em decorrência de incorpora-ção, fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica pelo encerramentoda liquidação. Nesses casos, o recolhimento do IRPJ/CSLL deveráser efetuado, em quota única, até o último dia útil do mês subse-quente ao do evento.

6. MOMENTO DA OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDOA opção pelo lucro presumido será manifestada com o pagamento da primeira ouda única quota do imposto devido correspondente ao primeiro trimestre doano-calendário.A opção pela apuração do Imposto de Renda e da CSLL com base no lucro presumidoé irretratável em relação a cada ano-calendário.

6.1. INÍCIO DE ATIVIDADEEm caso de início de atividade, a opção será manifestada com o pagamento daprimeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração doinício da atividade.

7. CONCEITO DE LUCRO PRESUMIDOCompreende-se como lucro presumido, apurado trimestralmente, o montante determi-nado pela soma das seguintes parcelas:a) o valor resultante da aplicação dos percentuais, especificados no subitem 8.1 deste

trabalho, sobre a receita bruta da atividade;b) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações

financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitasnão abrangidas pela letra anterior e demais valores determinados pela legislaçãovigente.

8. DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDOEm cada trimestre, a primeira parcela do lucro presumido será determinada aplican-do-se, sobre a receita bruta da atividade, o percentual a ela correspondente.

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8.1. PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO

ATIVIDADE %

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gásnatural 1,6

Prestação de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas 32

Prestação de serviços em geral

32 (*)

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros e corre-tagem de seguros, imóveis e outros)

Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis (exceto a receita de aluguéis,quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis)

Administração de consórcios de bens duráveis

Cessão de direitos de qualquer natureza

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra

Serviços de transporte, exceto o de cargas 16

Revenda de mercadorias

8

Venda de produtos de fabricação própria

Industrialização por encomenda (materiais fornecidos pelo encomendante)

Atividade rural

Representação comercial por conta própria

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiri-dos para revenda (ver subitem 8.1.18)

Execução de obras da construção civil com emprego de materiais

Serviços hospitalares (ver subitem 8.1.3)

Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patoló-gica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas (ver subitem 8.1.4)

Transporte de cargas

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços

8.1.1. Atividades DiversificadasA pessoa jurídica optante pelo lucro presumido, que exerça atividadesdiversificadas, deverá segregar as receitas oriundas de cada ativi-dade e aplicar o percentual respectivo, para efeito de determinação dabase de cálculo trimestral do Imposto de Renda.

8.1.2. Redução do Percentual da Prestação de Serviços (*)As pessoas jurídicas cujas atividades sejam, exclusivamente, as assi-naladas (*) no subitem 8.1 podem utilizar, para determinação do lucropresumido, o percentual de 16%, desde que as respectivas receitasnão ultrapassem, em cada ano, o limite de R$ 120.000,00.

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INAPLICABILIDADE DA REDUÇÃOA redução de 32 para 16% não se aplica aos serviços decorrentes deprofissões legalmente regulamentadas.A seguir, relacionamos alguns entendimentos de SuperintendênciasRegionais da Receita Federal, quanto à inaplicabilidade da reduçãopor se tratar de profissão regulamentada.

Cursos de informáticaAs empresas do ramo de atividade de cursos de informática nãopodem recolher o imposto com base no lucro presumido utilizando opercentual reduzido de 16% sobre a receita bruta por tratar-se deprestação de serviços de profissão legalmente regulamentada. (Solu-ção de Consulta 17 SRRF – 1ª RF/2002)

Assessoria de comunicação, produção e realização de eventosSe a pessoa jurídica que exerce qualquer dessas atividades neces-sita, para exercê-la, de assessores, cujas profissões exijam regula-mentação legal, não poderá utilizar o percentual de 16% para determi-nação do lucro presumido, ainda que a receita anual não ultrapasseR$ 120.000,00. (Solução de Consulta 292 SRRF – 7ª RF/2001)

Desenvolvimento de software de engenharia, arquitetura e agro-nomiaA pessoa jurídica que presta serviços de projeto e produção, instala-ção e suporte de software aplicativos tecnológicos de engenharia,arquitetura e agronomia não pode utilizar o percentual de 16%, aindaque a sua receita bruta anual não ultrapasse R$ 120.000,00. (Solu-ções de Consultas 101 SRRF – 6ª RF/2004, 234 SRRF – 8ª RF/2001 e530 SRRF – 8ª RF/2006)

POSSIBILIDADE DA REDUÇÃODe acordo com entendimentos manifestados por algumas Superin-tendências Regionais da RFB, a redução do percentual para 16%pode ser aplicada nas seguintes situações.

Corretoras de segurosAs corretoras de seguros, na qualidade de meras intermediárias legal-mente autorizadas a angariar e promover contratos dessa naturezaentre seguradoras e pessoas físicas ou jurídicas de direito privado,que tiverem optado pela apuração de seu Imposto de Renda combase no lucro presumido, caso sua receita bruta não venha a ultrapas-sar o limite anual de R$ 120.000,00, poderão utilizar o percentual de16% para determinação de sua base de cálculo. (Soluções de Consul-tas 193 SRRF – 9ª RF/2004 e 72 SRRF – 7ª RF/2006)

Curso de InformáticaA pessoa jurídica que exerça atividade no ramo de cursos de aprendi-zagem e treinamento gerencial e profissional na área de informáticapode utilizar, na apuração da base de cálculo do Imposto de Rendadas Pessoas Jurídicas optantes pela tributação com base no LucroPresumido, o percentual reduzido de 16% sobre a receita bruta, desdeque não preste serviço de profissão legalmente regulamentada, tenhareceita bruta anual não superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil

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reais) e atenda aos demais requisitos legais. (Soluções de Consultas74 SRRF – 8ª RF/2005, 102 SRRF – 6ª RF/2002, 113 SRRF – 9ªRF/2005)

TerraplenagemA atividade de terraplenagem se insere no ramo da construção civil econfigura mera prestação de serviços sem emprego de materiais.Assim sendo, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta deladecorrente para apuração da base de cálculo do lucro presumido é de32%, podendo ser reduzido para 16%, quando o valor da receita brutaanual não ultrapassar R$ 120.000,00. (Soluções de Consultas 4SRRF – 2ª RF/2003 e 438 SRRF – 8ª RF/2008)

Cursos livres de idiomasA pessoa jurídica que presta serviços relativos a cursos de idiomas,por não se tratar da prestação de serviços de profissão regulamen-tada, pode utilizar o percentual de 16% sobre a receita bruta, para finsde apuração da base de cálculo do lucro presumido. (Solução deDivergência 14 Cosit/2003)

Assessoria de comunicação, produção e realização de eventosSe a pessoa jurídica que exerce qualquer dessas atividades nãonecessita, para exercê-la, de assessores, cujas profissões exijamregulamentação legal, poderá utilizar o percentual de 16% para deter-minação do lucro presumido. (Solução de Consulta 292 SRRF – 7ªRF/2001)

Desenvolvimento de software, exceto os de engenharia, arquite-tura e agronomiaÉ admitida a redução do percentual de 32 para 16%, desde que a pes-soa jurídica não preste serviços de projeto e produção, instalação esuporte de software aplicativos tecnológicos de engenharia, arqui-tetura e agronomia, e a sua receita bruta anual não ultrapasseR$ 120.000,00. (Soluções de Consultas 234 SRRF – 8ª RF/2001 e530 SRRF – 8ª RF/2006)

EXCESSO DE RECEITA BRUTA DURANTE O ANOSe a receita bruta acumulada até determinado trimestre do ano-ca-lendário exceder o limite anual de R$ 120.000,00, a pessoa jurídicadeverá determinar nova base de cálculo do Imposto de Renda com aaplicação do percentual de 32%. A diferença de imposto apuradadeverá ser paga em quota única, por meio de Darf separado, preen-chido com o código 2089, até o último dia útil do mês subsequente aotrimestre em que ocorrer o excesso. Sobre a diferença recolhida noprazo previsto não incidirão acréscimos legais.

8.1.3. Serviços HospitalaresA legislação vigente estabelece que as pessoas jurídicas cuja ativi-dade seja a prestação de serviços hospitalares, quando enquadradasno lucro presumido, na determinação da base de cálculo do imposto,em cada trimestre, deverão aplicar sobre a receita bruta da atividade opercentual de 8%.

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Ato Declaratório Interpretativo 19 RFBDe acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 19 RFB/2007, paraefeito de enquadramento no conceito de serviços hospitalares, osestabelecimentos assistenciais de saúde devem dispor de estruturamaterial e de pessoal destinado a atender a internação de pacientes,garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipeclínica organizada e com prova de admissão e assistência perma-nente prestada por médicos, possuir serviços de enfermagem e atendi-mento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibili-dade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e/ouparto, bem como registros médicos organizados para a rápida observa-ção e acompanhamento dos casos.São também considerados serviços hospitalares, os seguintes ser-viços:a) pré-hospitalares, na área de urgência, realizados por meio de UTI

móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo “D”)ou em aeronave de suporte médico (Tipo “E”);

b) de emergências médicas, realizados por meio de UTI móvel, insta-ladas em ambulâncias classificadas nos Tipos “A”, “B”, “C” e “F”,que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecerao paciente suporte avançado de vida.

Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF/2003Conforme Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF/2003, independen-temente da forma de constituição da pessoa jurídica, não serão consi-derados serviços hospitalares, ainda que com o concurso de auxilia-res ou colaboradores, quando forem:– prestados exclusivamente pelos sócios da empresa; ou– referentes unicamente ao exercício de atividade intelectual, de

natureza científica, dos profissionais envolvidos.Consideram-se auxiliares e colaboradores os profissionais sem amesma habilitação técnica dos sócios da empresa e que a esses pres-tem serviços de apoio técnico ou administrativo.

8.1.4. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e TerapiaA aplicação do percentual de 8% sobre as receitas provenientes deserviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenolo-gia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análisese patologias clínicas requer que a prestadora destes serviços sejaorganizada sob a forma de sociedade empresária e que atenda àsnormas da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

8.1.5. Software

São os seguintes os percentuais a aplicar sobre as respectivas recei-tas do trimestre:a) revenda de software: 8%b) venda de software (desenvolvimento e edição) pronto para uso (de

prateleira, standard): 8%c) venda (desenvolvimento) de software por encomenda: 32%d) atualização de software colocada à disposição de clientes, indistin-

tamente: 8%

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e) atualização de software específica para determinado cliente (sobencomenda): 32%

f) fornecimento de assistência técnica e manutenção permanente dosoftware: 32%

g) locação de software: 32%(Soluções de Consultas 99 SRRF – 7ª RF/2003; 111 SRRF – 8ªRF/2005; 144 SRRF – 7ª RF/2006 e 252 SRRF – 7ª RF/2007)

8.1.6. Serviços de Propaganda e PublicidadeAs empresas de propaganda e publicidade poderão excluir, da basede cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, as importânciasque se refiram ao reembolso de despesas (gastos feitos com terceirosem nome da Agência, mas reembolsáveis, pelo Anunciante, nos limi-tes e termos contratuais) ou os valores repassados (gastos feitos comterceiros pela beneficiária por conta e ordem do Anunciante e emnome deste). Também não integram a base de cálculo as importân-cias pagas diretamente ou repassadas a outras empresas pela veicu-lação de mídia (rádios, televisões, jornais etc.).(Soluções de Consultas 22 SRRF – 7ª RF/2004, 173 SRR – 6ª RF/2001e 96 SRRF – 8ª RF/2009)

8.1.7. Abastecimento de Água e Exploração de RodoviasPara fins de se apurar o lucro presumido, é de 32% o percentual a apli-car sobre as receitas brutas provenientes das seguintes prestaçõesde serviços:a) suprimento de água tratada e consequente coleta e tratamento de

esgotos, cobradas diretamente dos usuários dos serviços;b) exploração de rodovia mediante cobrança de preço aos usuários,

envolvendo execução de serviço de conservação, manutenção,melhoramentos para adequação de capacidade e segurança detrânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outrosdefinidos em contratos, atos de concessão ou de permissão ou emnormas oficiais, auferidas por concessionária ou subconcessioná-ria de serviço público.

8.1.8. Coleta, Transporte e Compactação de LixoÉ de 32% o percentual aplicável sobre a receita bruta decorrente decontrato que preveja a prestação de serviços de coleta, transporte ecompactação de lixo. (Solução de Consulta 249 SRRF – 8ª RF/2001)

8.1.9. Prestação Exclusiva de Transporte de LixoSe a atividade da empresa é, exclusivamente, o transporte de lixo,impõe-se a aplicação do percentual de 8% sobre a receita auferida.(Solução de Consulta 249 SRRF – 8ª RF/2001)

8.1.10. Construção de Aterro SanitárioConforme a Solução de Consulta 249 SRRF – 8ª RF/2001, as empre-sas com atividade de construção de aterro sanitário determinarão olucro presumido com a aplicação dos seguintes percentuais sobre areceita bruta trimestral:a) com emprego de materiais: 8%b) com emprego de unicamente de mão de obra: 32%

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8.1.11. Sondagem do SoloDe acordo com o entendimento manifestado nas Soluções de Consul-tas 89 SRRF – 6ª RF/2000 e 36 SRRF – 2ª RF/2007, é de 8% o percen-tual a ser aplicado sobre a receita bruta relativa a serviços de sondagemdo solo, como tal compreendida apenas a perfuração e coleta de amos-tra, com emprego de materiais.

8.1.12. Perfuração de Poços ArtesianosAs empresas que atuam no ramo de perfuração de poços artesianosutilizarão os seguintes percentuais para determinar a base de cálculotrimestral do imposto:a) em relação ao conjunto de atividades de perfuração, tubulação e

instalação de equipamentos para poços artesianos, desde queseja por empreitada, com utilização de materiais próprios: 8%

b) por não caracterizarem construção, as atividades de manuten-ção, reparos, reposição de partes, peças ou de natureza seme-lhante, ou mesmo aquelas exclusivamente de montagem ouinstalação: 32%

8.1.13. IndustrializaçãoPara fins de apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, carac-teriza-se industrialização qualquer operação que modifique a natu-reza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidadedo produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários,

importe na obtenção de espécie nova (transformação);b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma,

alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparênciado produto (beneficiamento);

c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de queresulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob amesma classificação fiscal (montagem);

d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela coloca-ção da embalagem, ainda que em substituição da original, salvoquando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte damercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou

e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente deproduto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produtopara utilização (renovação ou recondicionamento).

São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização,o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condi-ções das instalações ou equipamentos empregados.

OPERAÇÕES NÃO CARACTERIZADAS COMO INDUSTRIALI-ZAÇÃOAs operações a seguir não serão consideradas como industrialização:a) o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em emba-

lagem de apresentação:– na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorve-

terias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desdeque os produtos se destinem à venda direta a consumidor; ou

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– em cozinhas industriais, quando destinados à venda direta apessoas jurídicas e a outras entidades, para consumo de seusfuncionários, empregados ou dirigentes;

b) o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, pormeio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares eestabelecimentos similares, para venda direta a consumidor;

c) a confecção ou preparo de produto de artesanato, assim conside-rado aquele proveniente de trabalho manual realizado por pessoanatural quando o trabalho não conte com o auxílio ou participaçãode terceiros assalariados e o produto seja vendido a consumidor,diretamente ou por intermédio de entidade de que o artesão façaparte ou seja assistido;

d) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ouusuário, em oficina ou na residência do confeccionador;

e) o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ouusuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, emqualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional. Paraesse efeito, bem como para o disposto na letra “d” anterior, consi-dera-se:– oficina, o estabelecimento que empregar, no máximo, 5 operá-

rios e, caso utilize força motriz, não dispuser de potência supe-rior a 5 quilowatts; e

– trabalho preponderante, o que contribuir no preparo do produto,para formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimocom 60%;

f) a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, demedicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;

g) a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejistacomo atividade acessória;

h) a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consis-tente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:– edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e seme-

lhantes, e suas coberturas);– instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrige-

ração, estações e centrais telefônicas ou outros sistemas detelecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de distri-buição de energia elétrica e semelhantes; ou

– fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;i) a montagem de óculos, mediante receita médica;j) o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a

22 da Tipi – Tabela de Incidência do IPI, adquiridos de terceiros, emembalagens confeccionadas sob a forma de cestas de natal esemelhantes;

k) o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usa-dos, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresaexecutora ou quando essas operações sejam executadas por en-comenda de terceiros não estabelecidos com o comércio de taisprodutos, bem assim o preparo, pelo consertador, restaurador ourecondicionador, de partes ou peças empregadas exclusiva eespecificamente naquelas operações;

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l) o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediantesubstituição de partes e peças, quando a operação for executadagratuitamente, ainda que por concessionários ou representantes,em virtude de garantia dada pelo fabricante;

m) a restauração de sacos usados, executada por processo rudimen-tar, ainda que com emprego de máquinas de costura; e

n) a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos,sob encomenda do consumidor ou usuário, realizada em estabele-cimento varejista, efetuada por máquina automática ou manual,desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdepen-dentes, controladora, controlada ou coligadas.

8.1.14. Receitas de AluguéisNo caso de administração e locação de imóveis próprios ou de tercei-ros, ou de administração de imóveis, o lucro presumido será determi-nado com o percentual de 32 ou 16%.Tratando-se de locação de imóveis próprios, a aplicação de percen-tual somente será utilizada se este for o objetivo social da pessoa jurí-dica. Do contrário, a receita total dos aluguéis deverá ser acrescida nadeterminação da base de cálculo sobre a qual incidirá a alíquota doimposto, deduzidos os encargos necessários à sua percepção.

8.1.15. Representação ComercialA atividade de representação comercial por conta de terceiros é con-siderada intermediação de negócios, sujeita, portanto, ao percentualde 32 ou 16% na determinação do lucro presumido. Se a representa-ção comercial for por conta própria, a atividade será caracterizadacomo compra e venda de mercadorias, submetendo-se ao percen-tual de 8%.

8.1.16. Sociedades CooperativasAs sociedades cooperativas, quanto aos atos não cooperados, utiliza-rão os percentuais de acordo com a natureza de suas atividades.Havendo atos com associados e não associados, a sociedade coope-rativa deve destacar, em sua escrituração contábil ou no livro Caixa,as receitas de operações da atividade própria daquelas decorrentesde atos NÃO cooperativos legalmente permitidos.Na apuração do IRPJ devido a cada trimestre, a sociedade coopera-tiva deve proceder da seguinte forma:a) aplicar, sobre a receita bruta das operações com não associados, o

percentual correspondente à atividade;b) acrescer, à parcela apurada na forma da letra “a”, os ganhos de

capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicaçõesfinanceiras, as demais receitas e os resultados positivos determi-nados pela legislação vigente, conforme examinado no subitem8.3 deste trabalho.

Se as receitas não forem segregadas, a cooperativa poderá ficar su-jeita a arbitramento por parte do Fisco.As sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto acompra e fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se àsmesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de com-petência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas, portanto,

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submetendo-se à tributação sobre a totalidade de suas receitas.O termo consumidores abrange tanto os não associados como tam-bém os associados das sociedades cooperativas de consumo.

8.1.17. Sociedades CorretorasAs corretoras, inclusive as de seguros e imóveis, calcularão a primeiraparcela do lucro presumido aplicando, sobre a receita bruta, o percen-tual de 32 ou 16%, por ser considerada esta atividade como interme-diação de negócios.

8.1.18. Receitas Financeiras das Atividades ImobiliáriasDesde 1-1-2006, por força da Lei 11.196/2005, que acrescentou o § 4ºao artigo 15 da Lei 9.249/95, o percentual de determinação do lucropresumido e da base de cálculo da CSLL também será aplicado sobrea receita financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliá-rias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, cons-trução de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveisconstruídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente dacomercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coe-ficientes previstos em contrato.Deve-se observar que as receitas, inclusive as financeiras e variaçõesmonetárias ativas, que compõem a incorporação imobiliária inscritano RET – Regime Especial de Tributação, de que trata a Lei 10.931/2004 e alterações posteriores, não deverão ser computadas na recei-ta bruta para efeito de apuração do IRPJ, com base no lucro presu-mido, uma vez que já são tributadas em separado, de forma definitiva.

8.1.19. Serviços de Guindastes, Guinchos e AssemelhadosDe acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 11 RFB/2007, parafins de determinação da base de cálculo do lucro presumido, deve seraplicado sobre a receita bruta relativa à prestação de serviços de guin-dastes, guinchos e assemelhados, o percentual de:a) 8%, quando as atividades executadas por esses equipamentos

sejam obrigatoriamente parte integrante de um contrato de trans-porte, e a receita seja auferida exclusivamente em função do ser-viço de transporte contratado; e

b) 32%, quando decorra da prestação de serviços que não integremum contrato de transporte ou da locação dos referidos equipamen-tos.

8.1.20. Receitas de Máquinas Caça-níqueisDe acordo com a Solução de Consulta 10 SRRF – 9ª RF/2001, asempresas que exploram a atividade de jogos eletrônicos de azar median-te a utilização de máquinas caça-níqueis, quando tributadas pelo lucropresumido, devem apurar a base de cálculo do imposto aplicando opercentual de 32% sobre a receita bruta decorrente da atividade (valortotal das apostas recebidas).

8.2. DEFINIÇÃO DE RECEITA BRUTAA receita bruta das vendas e serviços sobre a qual incidirá o percentual dedeterminação do lucro presumido compreende o produto da venda de bens nasoperações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado aufe-

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rido nas operações de conta alheia, assim entendidos os negócios realizadospela empresa em nome de terceiros. Integram, portanto, a receita bruta a sercomputada em cada trimestre, as receitas resultantes do objetivo social da pes-soa jurídica, tais como:a) da prestação de serviços;b) da revenda de mercadorias;c) do transporte de cargas;d) da venda de produtos de fabricação própria;e) da industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto interme-

diário e o material de embalagem tenham sido fornecidos pelo encomen-dante;

f) da atividade rural;g) de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pessoa jurí-

dica.

8.2.1. Valores Excluídos ou não ComputadosNa apuração da receita bruta de cada trimestre a empresa deverá:a) deduzir as vendas canceladas, as devoluções de vendas e os des-

contos incondicionais concedidos;b) não computar os impostos não cumulativos (IPI) cobrados desta-

cadamente do comprador ou contratante e do qual o vendedor dosbens ou prestador dos serviços seja mero depositário;

c) não considerar as saídas que não decorram de vendas, como é ocaso das transferências de mercadorias para outros estabeleci-mentos de sua propriedade.

O valor do ICMS incidente sobre as vendas não deve ser excluído dareceita bruta operacional, de vez que integra o preço da venda. Nocaso de empresa enquadrada na condição de contribuinte substituto,a parcela do ICMS devido objeto de substituição tributária não serácomputada na receita bruta trimestral por não integrar o preço devenda.

8.2.2. Cômputo das ReceitasA Secretaria da Receita Federal do Brasil admite que a pessoa jurídicaoptante pelo lucro presumido adote o critério de reconhecimento desuas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de servi-ços, com pagamento a prazo ou em parcelas, na medida do recebi-mento, devendo manter a escrituração do livro Caixa e observar oseguinte:a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da con-

clusão do serviço;b) indicar, no livro Caixa, em registro individualizado, a nota fiscal a

que corresponder cada recebimento.A pessoa jurídica que adotar o regime de caixa para fins de cálculoe pagamento do IRPJ e mantiver escrituração contábil, na formada legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suasreceitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indi-cada a nota fiscal a que corresponder o recebimento.Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens oudireitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita

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do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direitoou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer.Nessa hipótese, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirentedo bem ou direito ou do contratante dos serviços serão consideradoscomo recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite.O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebi-mento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do imposto e daCSLL com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofí-cio, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente.

MUDANÇA DE REGIMEPor força da Instrução Normativa 345 SRF, de 28-7-2003, a pessoajurídica optante pelo lucro presumido que adotar o critério de reconhe-cimento de suas receitas à medida do recebimento e, por opção ouobrigatoriedade, passar a adotar o critério de reconhecimento de suasreceitas segundo o regime de competência, deverá reconhecer nomês de dezembro do ano-calendário anterior àquele em que ocorrer amudança de regime as receitas auferidas e ainda não recebidas.Caso a empresa, durante o ano-calendário, fique obrigada à apura-ção do lucro real deverá oferecer à tributação as receitas auferidas eainda não recebidas, no período de apuração anterior àquele em queocorrer a mudança do regime de tributação. Nessa hipótese, asreceitas auferidas e ainda não recebidas serão adicionadas às recei-tas do período de apuração anterior à mudança do regime de tributa-ção para fins de recalcular o imposto e as contribuições do período,sendo que a diferença apurada, após compensação do tributo pago,deverá ser recolhida, sem multa e juros moratórios, até o último diaútil do mês subsequente àquele em que incorreu na situação de obri-gatoriedade à apuração do lucro real.Os custos e as despesas associados às receitas incorridas após amudança do regime de tributação não poderão ser deduzidos da basede cálculo do IRPJ e da CSLL.

DIFERENÇA DE RECEITA DECORRENTE DE PREÇOS DETRANSFERÊNCIAA pessoa jurídica sujeita à sistemática de Preços de Transferência éobrigada a verificar, anualmente, se existe diferença entre os preçospraticados e os preços-parâmetro de exportações de bens, serviçosou direitos para pessoa vinculada no exterior ou para pessoa, aindaque não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependênciacom tributação favorecida. Se o valor apurado exceder ao valor jáapropriado na escrituração, a diferença será computada no último tri-mestre do ano-calendário.O disposto anteriormente também deverá ser aplicado às operaçõesrealizadas entre jurídicas domiciliadas no País com qualquer pessoafísica ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada noexterior, que, nos termos da legislação, gozem de regime fiscal privile-giado.

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ATIVIDADE DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS AUTOMO-TORESA Lei 9.716/98 determina em seu artigo 5º que as pessoas jurídicas quetenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, acompra e venda de veículos automotores, PODERÃO equiparar, paraefeitos tributários, como operação de consignação, as operações devenda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dosrecebidos como parte do preço de veículos novos ou usados.Embora, segundo a Lei 9.716/98, a equiparação para fins tributáriosseja FACULTATIVA, a Receita Federal, através da Instrução Norma-tiva 152 SRF/98, estabeleceu que a partir de 30-10-98, para efeito deapuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, as revendas deveículos usados DEVEM ser equiparadas às operações de consig-nação.Posteriormente, a Instrução Normativa 390 SRF/2004, que consolidouas normas de apuração e pagamento da CSLL, dispôs, em seu artigo96, que para efeitos tributários as revendas de veículos usados PODE-RÃO ser equiparadas a operações de consignação.Portanto, de acordo com a IN 390 SRF/2004, que começou a vigorarem 2-2-2004, a equiparação das revendas de veículos usados a ope-rações de consignação é FACULTATIVA e não obrigatória, em conso-nância com o disposto no artigo 5º da Lei 9.716/98.Havendo equiparação, será computada como receita bruta, para efei-to de apuração da base de cálculo, a diferença entre o valor pelo qual oveículo usado tiver sido alienado, constante da Nota Fiscal de Saída, eo seu custo de aquisição, constante da Nota Fiscal de Entrada.Pode-se concluir que se não houver a equiparação, o contribuintedeverá computar como receita bruta o valor total da Nota Fiscal deVenda.Para efeito de apuração da base de cálculo da CSLL a IN 390 SRF/2004 determina que se a operação for equiparada a consignação, apessoa jurídica deverá aplicar, sobre a diferença positiva entre a NotaFiscal de Venda e a Nota Fiscal de Entrada do veículo, o percentualde 32%.Admitindo-se que o entendimento adotado para a CSLL venha aestender-se ao Imposto de Renda, se a pessoa jurídica optar por equi-parar as revendas de veículos usados a operações de consignação,deverá apurar o lucro presumido, aplicando sobre a diferença positivao percentual de 32%. Não há qualquer lógica nesse tratamento.De qualquer modo, como a Receita Federal está determinando, emcaso de equiparação, que se aplique o percentual de 32% sobre adiferença, é conveniente que as empresas assim procedam para evi-tar problemas com o Fisco, mesmo porque, na maioria das vezes,resultará em carga tributária menor do que aplicar os percentuais de8% (IRPJ) e 12% (CSLL) sobre a receita bruta da venda.

CONSÓRCIO DE EMPRESASA pessoa jurídica participante de consórcios de empresas, constituídosnos termos do disposto nos artigos 278 e 279 da Lei 6.404/76, deveráapropriar suas receitas, custos e despesas proporcionalmente à sua par-ticipação no empreendimento, conforme documento arquivado no órgão

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de registro, para efeito de apuração do lucro presumido e da base de cál-culo da CSLL.Cada pessoa jurídica consorciada deverá efetuar a escrituraçãosegregada das operações relativas à sua participação no consórcioem seus próprios livros contábeis, fiscais e auxiliares.De acordo com a Lei 12.402/2011 e a Instrução Normativa 1.199RFB/2011, no caso do consórcio realizar a contratação, em nome pró-prio, de pessoas jurídicas ou físicas, com ou sem vínculo empregatício,a responsabilidade pela retenção dos tributos correspondentes e ocumprimento das respectivas obrigações acessórias, caberá:a) às consorciadas, mediante a utilização do CNPJ próprio de cada

pessoa jurídica, se o consórcio apenas efetuar as contratações,ficando a responsabilidade pelos pagamentos à conta das consor-ciadas beneficiárias das contratações; ou

b) ao consórcio, mediante a utilização do CNPJ próprio do consórcio,se este também efetuar os pagamentos relativos às contratações.Neste caso, as empresas consorciadas ficarão solidariamente res-ponsáveis.

8.2.3. Omissão de ReceitasVerificada omissão de receita, o montante omitido será computado nadeterminação da base de cálculo do Imposto de Renda devido e doadicional, se for o caso, no período de apuração correspondente.Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídicaque no ano-calendário anterior auferiu receita bruta total dentro dolimite de R$ 48.000.000,00 e preenche as demais condições para aopção pelo lucro presumido no ano seguinte, ano em que está sendorealizado o procedimento de ofício, deverá ser respeitada e mantida aopção da pessoa jurídica. Porém, se no ano em que estiver sendo pro-cedida a fiscalização, somando-se a receita já tributada pela pessoajurídica com aquela apurada como omitida for verificado um totalsuperior ao limite fixado legalmente, deverá ser observado que, para oano subsequente àquele em que a pessoa jurídica estiver sendo fisca-lizada, ela deixará de atender ao requisito para opção pelo lucro presu-mido, em relação ao limite da receita bruta total. Como consequência,para o ano-calendário imediatamente posterior ao da fiscalização, aempresa estará excluída do regime de tributação pelo lucro presu-mido, devendo ser obrigatoriamente adotado o regime de tributaçãocom base no lucro real. Se não for possível adotar essa forma de tribu-tação, como, por exemplo, em caso de inexistência de escrituraçãoregular, a autoridade fiscal poderá proceder ao arbitramento do lucro.Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica em iní-cio de atividade, mesmo que a soma das receitas auferidas e omitidasultrapasse o limite, será mantida a opção pelo lucro presumido para oano-calendário de ingresso no regime. Neste caso, ficará vedada aopção para o ano subsequente.

ATIVIDADES DIVERSIFICADASNo caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadascom base no lucro presumido, não sendo possível a identificação daatividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionadaàquela de percentual mais elevado.

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8.3. DEMAIS VALORES INTEGRANTES DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTOApós determinar a parcela examinada nos itens 8 a 8.2, a pessoa jurídicadeverá computar na base de cálculo do Imposto de Renda, dentre outros, osseguintes valores:a) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos do Ativo Não Circu-

lante, exceto Realizável a Longo Prazo;b) os ganhos de capital decorrentes de aplicações em ouro não caracterizado

como ativo financeiro;c) os ganhos de capital auferidos nas alienações de participações societárias

permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participaçõessocietárias que permanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término doano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

d) os ganhos de capital auferidos na devolução, em bens ou direitos, de partici-pação no capital social de outra pessoa jurídica;

e) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo, inclusive as realizadasentre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

f) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pes-soa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

g) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação eCustódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos aimpostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;

h) no 1º trimestre do ano-calendário, os saldos dos valores com tributação dife-rida, controlados na Parte “B” do Lalur, caso a pessoa jurídica tenha sido tri-butada com base no lucro real no ano-calendário anterior;

i) os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive comperdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar nãoos ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime dolucro real, ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regimedo lucro presumido, lucro arbitrado, Simples ou Simples Nacional;

j) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidosde instituição isenta, a título de devolução do patrimônio, e o valor em dinhei-ro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação doreferido patrimônio;

k) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras derenda fixa e de renda variável;

l) as variações monetárias ativas;m) os juros sobre o capital próprio de que a empresa seja beneficiária;n) os juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras;o) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurí-

dica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;p) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor cal-

culado com base nas taxas a que se refere o artigo 22 da Lei 9.430/96, alte-rado pela Lei 12.766/2012, e regulamentado pela Instrução Normativa1.312/2012, e o valor contratado, quando este for inferior, seja realizado commutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior;

q) empresas optantes pelo Refis – os lucros, rendimentos e ganhos de capitalauferidos no exterior no respectivo trimestre;

r) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bol-sas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

s) demais receitas, ganhos de capital e resultados positivos não integrantes dareceita bruta da atividade.

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Crédito Presumido do IPI – Soluções de Consultas 102 SRRF – 10ªRF/2002 e 10 SRRF – 6ª RF/2007A pessoa jurídica que utilizar crédito presumido do IPI deve adicionar o valor domesmo à base de cálculo do imposto no trimestre em que for utilizado.

8.3.1. Apuração do Ganho de CapitalO ganho de capital nas alienações de bens do Ativo Não Circulante,exceto Realizável a Longo Prazo, e de aplicações em ouro não tributa-das como renda variável ou renda fixa corresponderá à diferença posi-tiva verificada entre o valor da alienação e o respectivo custo contábil.

CUSTO OU VALOR CONTÁBIL DE BENS OU DIREITOSI – Investimentos Permanentes:a) Participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição, o

valor de aquisição;b) Participações societárias avaliadas pelo valor de Patrimônio Lí-

quido, a soma algébrica dos seguintes valores:– valor de Patrimônio Líquido pelo qual o investimento estiver

registrado;– ágio ou deságio na aquisição do investimento;– provisão para perdas, constituída até 31-12-95, quando dedutí-

vel.

II – Ouro Não Considerado Ativo Financeiro:Valor de aquisição.

III – Demais Bens e Direitos do Ativo Não Circulante, exceto Realizá-vel a Longo Prazo:O custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amor-tização ou exaustão acumulada, inclusive o saldo registrado na Parte“B” do Lalur referente à depreciação acelerada incentivada.

IV – Outros Bens e Direitos não Classificados no Antigo Ativo Perma-nente (conforme classificação da Lei 6.404/76, antes das alteraçõesda Lei 11.941/2009):O custo de aquisição.

No caso dos bens a que se referem os itens III e IV, se adquiridos até31-12-95, deverá ser considerado o valor de aquisição corrigidomonetariamente até aquela data.A não comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a adi-ção integral da receita à base de cálculo do lucro presumido.

BENS REAVALIADOSNa apuração do ganho de capital, os valores acrescidos em virtude dereavaliação somente poderão ser considerados como parte inte-grante dos custos de aquisição dos bens e direitos se a empresa com-provar que os valores acrescidos foram computados na determinaçãoda base de cálculo do Imposto de Renda.

IMÓVEL RURALPara fins de apuração do ganho de capital na alienação de imóvelrural, considera-se custo de aquisição e valor de venda do imóvel oValor da Terra Nua (VTN), constante do Documento de Informação e

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Apuração do ITR (Diat), nos anos de ocorrência de sua aquisição e desua alienação, respectivamente.

DESCONSIDERAÇÃO DE PERDASCaso na alienação de bem ou direito seja verificada perda, essa nãoserá computada para fins de apuração do lucro presumido.

8.3.2. Receitas Decorrentes de Aplicações FinanceirasOs rendimentos e os ganhos líquidos decorrentes de aplicações finan-ceiras de renda fixa ou de renda variável, mencionados na letra “k” dosubitem 8.3, serão computados por ocasião da alienação, resgate oucessão do título ou aplicação, exceto na hipótese mencionada na letra“b” do subitem 8.3.9.

GANHOS LÍQUIDOS AUFERIDOS EM APLICAÇÕES DE RENDAVARIÁVELO Imposto de Renda incidente sobre os resultados positivos mensais apu-rados em cada um dos dois meses imediatamente anteriores ao do encer-ramento do período de apuração será determinado e pago em separado,nos termos da legislação específica vigente, dispensado o recolhimentoem separado relativamente ao terceiro mês do período de apuração.Os ganhos líquidos relativos a todo o trimestre de apuração serão compu-tados na determinação do lucro presumido e o montante do impostopago em separado será considerado antecipação, compensável com oImposto de Renda devido no encerramento do período de apuração.

8.3.3. Variações CambiaisAs variações monetárias decorrentes da atualização de direitos decrédito e de obrigações, em função da taxa de câmbio, serão conside-radas, para efeito de determinação das bases de cálculo do Impostode Renda, da CSLL, do PIS e da Cofins quando da liquidação da cor-respondente operação, ou seja, pelo regime de caixa. À opção da pes-soa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas nadeterminação das bases de cálculo do imposto e contribuições referi-dos, segundo o regime de competência.A adoção do regime de competência ou a manutenção do regime decaixa deverá ser aplicada a todo o ano-calendário.

Formalização da Opção pelo Regime de CompetênciaDe acordo com a nova redação do artigo 30 da Medida Provisória2.158-35/2001, dada pelo artigo 137 da Lei 12.249/2010 e regulamen-tada pela Instrução Normativa 1.079 RFB/2010, a partir do ano-calen-dário de 2011, o direito de optar pelo regime de competência somentepoderá ser exercido no mês de janeiro ou no mês do início de ativi-dades.A opção pelo regime de competência deverá ser comunicada à Secre-taria da Receita Federal do Brasil por intermédio da DCTF – Declara-ção de Débitos e Créditos Tributários Federais relativa ao mês de ado-ção do regime, não sendo admitida a sua retificação, relativa a essacomunicação, fora do prazo de entrega.

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Retorno ao Regime de Caixa no Decorrer do AnoAdotada a opção pelo regime de competência, o direito de sua altera-ção para o regime de caixa, no decorrer do ano-calendário, será res-trito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de câmbiocomunicada mediante a edição de Portaria do Ministro de Estado daFazenda.O retorno ao regime de caixa deverá ser informado à RFB por intermé-dio da DCTF relativa ao mês subsequente ao da publicação da Porta-ria Ministerial que comunicar a oscilação da taxa de câmbio.

Efeitos da Alteração de um Ano-calendário para OutroHavendo mudança do regime de caixa para o regime de competência,deverão ser computadas nas bases de cálculo do IRPJ, da CSLL, doPIS e da Cofins em 31 de dezembro do período de encerramento doano precedente ao da opção, as variações cambiais ativas incorridasaté essa data, inclusive as de períodos anteriores ainda não tribu-tadas.Na hipótese inversa, ou seja, se houver alteração do regime de com-petência para o regime de caixa, no período de apuração em que ocor-rer a liquidação da operação, deverão ser computadas nas bases decálculo do IRPJ, da CSLL, do PIS e da Cofins as variações monetáriasrelativas ao período de 1º de janeiro do ano-calendário da opção até adata da liquidação.

Efeitos da Alteração Excepcional no Curso do Ano-calendárioNo caso de alteração do critério de reconhecimento das variaçõesmonetárias do regime de competência para o regime de caixa no decor-rer do ano-calendário, no momento da liquidação da operação, deverãoser computadas nas bases de cálculo do IRPJ, da CSLL, do PIS e daCofins as variações monetárias relativas ao período de 1º de janeiro doano-calendário da alteração da opção até a data da liquidação.Ocorrendo a mencionada alteração, deverão ser retificadas as DCTFrelativas aos meses anteriores do próprio ano-calendário.

Controle das OperaçõesSe a pessoa jurídica determinar o lucro presumido segundo o regimede competência e optar por reconhecer as variações cambiais quandoda liquidação da correspondente operação, deverá adotar controle eregistro das operações semelhantes aos da pessoa jurídica tributadacom base no lucro real, conforme examinado no subitem 3.1. do traba-lho divulgado no Volume 6 do Curso Prático do IRPJ/2012.

8.3.4. Reflexos dos Preços de TransferênciaA parcela mencionada na letra “p” do subitem 8.3, decorrente daobservância da sistemática de Preços de Transferência, será apuradaanualmente e computada na base de cálculo do imposto no último tri-mestre do ano-calendário.

8.3.5. Empresas Optantes pelo Refis – Lucros, Rendimentos e Ganhosde Capital Oriundos do ExteriorAs empresas enquadradas no Refis deverão adicionar os lucros, ren-dimentos e ganhos de capital oriundos do exterior ao lucro presumido

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no trimestre-calendário em que os lucros forem disponibilizados e osrendimentos e ganhos auferidos.Sobre o momento em que os lucros auferidos no exterior devem ser con-siderados disponibilizados para a investidora domiciliada no Brasil, veritem 8.3 do trabalho divulgado no Volume 6 do Curso Prático doIRPJ/2012.

8.3.6. Resultados Positivos e NegativosConsideram-se resultados positivos as receitas auferidas diminuídasdas despesas necessárias à sua obtenção, quando efetivamente rea-lizadas. O resultado negativo ou perda apurada em uma operação nãopoderá ser compensado com os resultados positivos apurados emoutras operações.

8.3.7. Receitas e Rendimentos não TributáveisSão consideradas não tributáveis as seguintes parcelas:a) recuperações de créditos que não representem ingressos de no-

vas receitas, e cujas perdas não tenham sido deduzidas na apura-ção do lucro real em períodos anteriores;

b) a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas desdeque o valor provisionado não tenha sido deduzido na apuração dolucro real dos períodos anteriores, ou que se refiram ao período noqual a pessoa jurídica tenha se submetido ao regime de tributa-ção com base no lucro presumido, arbitrado, Simples ou SimplesNacional; e

c) os lucros e dividendos recebidos decorrentes de participaçõessocietárias, caso se refiram a períodos em que os mesmos sejamisentos de Imposto de Renda;

d) tanto para o IRPJ quanto para a CSLL, os créditos presumidos deIPI, apurados pelas empresas habilitadas ao Inovar-Auto, de quetrata o artigo 41 da 12.715/2012.

8.3.8. Receitas IsentasSão consideradas isentas do IRPJ e da CSLL as receitas decorrentesde valores em espécie pagos ou creditados pelos Estados, DistritoFederal e Municípios, relativos ao ICMS e ao ISS, no âmbito de pro-gramas de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação dedocumento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços.

8.3.9. Rendimentos Tributados Exclusivamente na FonteSerão considerados tributados exclusivamente na fonte os rendi-mentos:a) decorrentes de participações societárias, sempre que tais rendi-

mentos sofrerem tributação na fonte devido à época em que osmesmos forem gerados; e

b) auferidos em aplicações de debêntures emitidas, nos termos doartigo 2º da Lei 12.431/2011, com redação da Medida Provisória601/2012, a partir da regulamentação pelo Conselho MonetárioNacional e até 31-12-2015, por sociedade de propósito específicoconstituída sob a forma de sociedade por ações, e de cotas de

emissão de fundo de investimento em direitos creditórios, consti-

tuídos sob a forma de condomínio fechado, relacionados à capta-

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ção de recursos com vistas a implementar projetos de investimentona área de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva empesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como priori-tários pelo Poder Executivo Federal.

8.3.10. Variação Monetária Apurada por Empresas ImobiliáriasNa determinação da base de cálculo do IRPJ, as variações monetá-rias apuradas pelas empresas que se dediquem à compra e à venda,loteamento, incorporação e construção de imóveis, poderão ser com-putadas pelo regime de competência ou de caixa, à opção do contri-buinte.

8.4. GANHO EM PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA EXTINTAOs bens ou direitos do ativo da pessoa jurídica que forem entregues ao titular oua sócio ou acionista a título de devolução de sua participação no capital socialpoderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado.Na investidora, a diferença entre o valor de mercado dos bens ou direitos e ovalor contábil da participação extinta não será computada no resultado presu-mido.

8.5. DIVULGAÇÃO DE PROPAGANDA ELEITORAL E PARTIDÁRIA GRATUITAAs emissoras de rádio e televisão obrigadas à divulgação gratuita da propa-ganda partidária e eleitoral, de plebiscitos e referendos, inclusive de comunica-dos, instruções e a outras requisições da Justiça Eleitoral, poderão efetuar acompensação fiscal pela cessão do horário, mediante a exclusão da base decálculo do IRPJ.A apuração do valor da compensação fiscal se dará mensalmente. Para tanto, apessoa jurídica deverá:a) verificar o preço dos serviços de divulgação de mensagens de propaganda

comercial, fixados em tabela pública pelo veículo de divulgação, conformeprevisto no artigo 14 do Decreto 57.690/66, para o mês de veiculação da pro-paganda partidária e eleitoral, do plebiscito ou referendo;

b) apurar o Valor do Faturamento com base na tabela a que se refere a letra“a” anterior, de acordo com o seguinte procedimento:b.1) partir do volume de serviço de divulgação de mensagens de propa-

ganda comercial local efetivamente prestado pelo veículo de divulga-ção no mês da veiculação da propaganda partidária e eleitoral, do ple-biscito ou referendo;

b.2) classificar o volume de serviço da letra “b.1” por faixa de horário, identi-ficando-se o respectivo valor com base na tabela pública para veicula-ções comerciais locais;

b.3) para cada faixa de horário, multiplicar o respectivo valor unitário deprestação de serviço pelo volume de serviço a ela relativo; e

b.4) o somatório dos resultados da multiplicação referida na letra “b.3”, paracada faixa de horário, corresponde ao Valor do Faturamento, combase na tabela pública;

c) apurar o Valor Efetivamente Faturado no mês de veiculação da propa-ganda partidária ou eleitoral com base nos documentos fiscais emitidospelos serviços de divulgação de mensagens de propaganda comercial localefetivamente prestados;

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d) calcular o coeficiente percentual entre os valores apurados conforme pre-visto nas letras “b” e “c”, de acordo com a seguinte fórmula:

Coeficiente Percentual = [ Valor Efetivamente Faturado ] x 100Valor do Faturamento conforme Tabela x 0,8

e) para cada espaço de serviço de divulgação de mensagens de propagandacedido para o horário eleitoral e partidário gratuito:e.1) identificar, na tabela pública de que trata a letra “a”, o respectivo preço,

multiplicando-o pelo espaço cedido e por 0,8;e.2) multiplicar cada resultado obtido na letra “e.1” por 0,25 no caso de

transmissões em bloco, e por 1, no caso de inserções; ee.3) aplicar sobre cada valor apurado na letra “e.2” o coeficiente percentual

a que se refere a letra “d”; eg) apurar o somatório dos valores decorrentes da operação de que trata a letra

“e.3”.O valor apurado na forma da letra “g” poderá ser excluído da base de cálculo dolucro presumido.As empresas concessionárias de serviços públicos de telecomunicações, obri-gadas ao tráfego gratuito de sinais de televisão e rádio também poderão fazer aexclusão da compensação fiscal da base de cálculo do IRPJ na forma exami-nada neste subitem.

8.6. REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO – RTTA Lei 11.638/2007 e a Lei 11.941/2009 introduziram, a partir de 1-1-2008, o pro-cesso de harmonização das normas contábeis brasileiras aos padrões interna-cionais de contabilidade.Para neutralizar os impactos dos novos métodos e critérios contábeis, intro-duzidos por essa legislação, na apuração das bases de cálculo do IRPJ e daCSLL devidos com base no lucro real, presumido ou arbitrado, foi instituído oRTT – Regime Tributário de Transição.O RTT, que permanecerá em vigor até que outra norma discipline os efeitosdesses novos métodos contábeis, foi opcional nos anos-calendário de 2008 e2009. A partir de 2010, o RTT passou a ser obrigatório.

8.6.1. Procedimentos Contábeis das Pessoas Jurídicas Sujeitasao RTTA pessoa jurídica no RTT, desde que observe as normas pertinentes aesse Regime, fica dispensada de realizar, em sua escrituração comer-cial, qualquer procedimento contábil determinado pela legislação tribu-tária que altere os saldos da contas patrimoniais ou de resultadoquando em desacordo com:a) os métodos e critérios estabelecidos pela Lei 6.404/76, alterada pela

Lei 11.638/2007 e pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/2009; oub) as normas expedidas pela CVM e pelos demais órgãos regula-

dores.

8.6.2. Procedimentos Tributários para as Pessoas Jurídicas Sujeitasao RTTNa ocorrência de disposições da lei tributária que conduzam ou incen-tivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes daque-

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les determinados pela legislação anteriormente citada, a pessoa jurí-dica no RTT deverá realizar os ajustes extracontábeis decorrentes daadoção desse Regime.De acordo com as instruções de preenchimento da DIPJ 2012, as pes-soas jurídicas do lucro presumido efetuarão os seguintes ajustes rela-tivos ao RTT:a) adição/exclusão referente à receita bruta – serão adicionados/ex-

cluídos à base de cálculo do IRPJ e da CSLL os valores oriundosda receita bruta da atividade, com o objetivo de reverter o efeito dautilização de métodos e critérios contábeis diferentes daquelesvigentes em 31-12-2007.

b) adição/exclusão referente às demais receitas – serão adiciona-dos/excluídos à base de cálculo do IRPJ e da CSLL os valoresoriundos das demais receitas da pessoa jurídica, com o objetivo dereverter o efeito da utilização de métodos e critérios contábeis dife-rentes daqueles vigentes em 31-12-2007.

Também serão acrescidos às demais receitas os valores relativos àsdoações e subvenções governamentais para investimentos e osvalores relativos ao prêmio na emissão de debêntures que foramobjeto de exclusão do lucro real em período anterior, em razão danão manutenção, respectivamente, em Reserva de Incentivos Fis-cais e Reserva de Lucros específica, conforme preveem os artigos18 e 19 da Lei 11.941/2009.

9. CÁLCULO DO IMPOSTONo encerramento do trimestre, a empresa determinará o Imposto de Renda a pagar,aplicando, sobre a base de cálculo examinada nos itens 7 e 8, as seguintes alíquotas:

Alíquota básica:15% – aplicável sobre o total da base de cálculo;

Adicional:10% – aplicável sobre a parcela do lucro presumido que exceder o limite de R$ 60.000,00.

No caso de trimestre incompleto, o limite corresponderá ao resultado da multiplicaçãode R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração.

10. VEDAÇÃO DE INCENTIVOS FISCAISDo IRPJ apurado com base no lucro presumido não é permitido deduzir qualquer valora título de incentivo fiscal.

11. DEDUÇÕES DO IMPOSTO DEVIDOPara efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir do IRPJ apurado em cadatrimestre:– o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integraram a base

de cálculo do IRPJ devido, tais como:a) receitas da prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional;b) comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela representação

comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e comerciais;c) receitas da prestação de serviços de limpeza e conservação de imóveis, de

segurança, de vigilância e de locação de mão de obra;

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d) receitas da prestação de serviços de propaganda e publicidade, prestados poragências de propaganda;

e) comissões sobre a venda de passagens, excursões ou viagens;f) receitas da prestação de serviços de administração de distribuição de refeições

pelo sistema de refeição-convênio, e de administração de cartões de crédito;g) receitas da prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, ges-

tão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber;h) juros e indenizações por lucros cessantes, decorrentes de sentença judicial;i) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;j) ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável;k) juros sobre o capital próprio auferidos na forma do artigo 9º da Lei 9.249/95,

alterado pelo artigo 88 da Lei 9.430/96;l) multas, vantagens ou indenizações por rescisão de contrato, pagas ou credita-

das por pessoa jurídica;Se o valor do imposto pago ou retido for superior ao IRPJ devido, o excesso poderá sercompensado com o imposto devido nos períodos subsequentes.– o Imposto de Renda retido na fonte por órgãos, autarquias e fundações da admi-

nistração pública federal, empresas públicas, sociedades de economia mista edemais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria docapital social com direito a voto, na forma do artigo 64 da Lei 9.430/96, alteradopela Lei 10.833/2003.

Para efeito de dedução, o imposto pago ou retido, constante de documento hábil, seráconsiderado pelos valores originais, sem quaisquer acréscimos.

12. EMPRESAS OPTANTES PELO REFIS – IMPOSTO PAGO NO EXTERIORSOBRE LUCROS, RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITALDo Imposto de Renda apurado no Brasil poderá ser deduzido aquele pago no exterior,limitado:– ao valor do imposto pago no exterior, correspondente aos lucros de cada filial,

sucursal, controlada ou coligada, bem assim aos rendimentos e ganhos de capitalque houverem sido computados na base de cálculo do imposto devido segundo asregras do lucro presumido, examinadas neste trabalho;

– à diferença positiva entre os valores calculados sobre o lucro presumido com e sema inclusão dos referidos lucros, rendimentos e ganhos de capital provenientes doexterior.

O valor do imposto pago no exterior que exceder o valor compensável com o Impostode Renda devido no Brasil, relativo a lucros disponibilizados e rendimentos e ganhosde capital auferidos no exterior, poderá ser compensado até o limite da ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido devida em virtude da adição de tais valores à sua base decálculo.

13. EMPRESAS OPTANTES PELO REFIS BENEFICIADAS COM ISENÇÃO OUREDUÇÃO DO IMPOSTOAs empresas enquadradas no Refis que, autorizadas pela legislação tributária, quei-ram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do Imposto de Rendadeverão, para efeito de determinação do imposto devido com base no lucro presumido,adotar os seguintes procedimentos:a) aplicar o percentual de determinação do lucro presumido sobre o valor das receitas

beneficiadas com o mesmo percentual de redução do Imposto de Renda. Na hipó-tese de haver diferenças de Preços de Transferência a considerar, estas deverão

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ser acrescidas aos valores de receitas beneficiadas com redução, já apropriados naescrituração, antes da aplicação do percentual de determinação do lucro presu-mido;

b) aplicar os respectivos percentuais de redução do Imposto de Renda sobre o valorapurado na forma da letra “a”;

c) aplicar o percentual de determinação do lucro presumido sobre o valor das receitasbeneficiadas com isenção do Imposto de Renda. Se houver diferenças de Preçosde Transferência a considerar, estas deverão ser acrescidas aos valores de recei-tas isentas, já apropriados na escrituração, antes da aplicação do percentual dedeterminação do lucro presumido;

d) efetuar a soma dos valores apurados nas letras “b” e “c”;e) determinar a razão entre o valor apurado na forma da letra “d” e o lucro presumido

da pessoa jurídica, antes da exclusão do excedente de variação cambial de quetrata o artigo 31 da Medida Provisória 2.158-35/2001;

f) o valor a ser deduzido do Imposto de Renda corresponderá à aplicação do percen-tual determinado na forma da letra “e” sobre o imposto apurado com base no lucropresumido.

13.1. CONSTITUIÇÃO DE RESERVA DE CAPITALO valor que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções não poderáser distribuído aos sócios e constituirá reserva de capital da pessoa jurídica,que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento decapital social.

14. COMPENSAÇÕES COM O IMPOSTO DE RENDA DEVIDODesde que devidamente respaldadas em Darf, a pessoa jurídica poderá efetuar asseguintes compensações com o IRPJ devido apurado em cada trimestre:a) pagamentos indevidos ou a maior que o devido de Imposto de Renda;b) outras compensações efetuadas em conformidade com a Instrução Normativa

1300 RFB/2012.Os valores a compensar serão acrescidos de juros na forma da legislação vigente.

15. IMPOSTO A COMPENSAR SUPERIOR AO IRPJ DEVIDOOs saldos negativos do IRPJ, apurados trimestralmente, poderão ser restituídos oucompensados a partir do mês subsequente ao encerramento do trimestre, acrescidosde juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia(Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês sub-sequente ao do encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da restitui-ção ou compensação, e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.

16. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDOCompreende-se como base de cálculo da CSLL, em cada trimestre, o montante determi-nado pela soma das seguintes parcelas:a) o valor resultante da aplicação dos percentuais, especificados no subitem 17.1. deste

trabalho, sobre a receita bruta da atividade;b) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações

financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitasnão abrangidas pela letra anterior e os demais valores determinados pela legisla-ção vigente.

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17. DETERMINAÇÃO DA CSLLEm cada trimestre, a primeira parcela da base de cálculo da CSLL apurada com baseno lucro presumido será determinada aplicando-se, sobre a receita bruta da atividade,o percentual a ela correspondente.

17.1. PERCENTUAIS APLICÁVEISOs percentuais aplicáveis sobre a receita bruta da atividade, para efeito dedeterminação da base de cálculo da CSLL, são os fixados pelo artigo 20 daLei 9.249/95, alterado pelo artigo 22 da Lei 10.684/2003.Portanto, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido devemobservar os seguintes percentuais para efeito de apuração da base de cálculoda CSLL:

ATIVIDADE %

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante egás natural

12

Revenda de mercadorias

Venda de produtos de fabricação própria

Industrialização por encomenda (materiais fornecidos pelo encomendante)

Atividade rural

Representação comercial por conta própria

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou ad-quiridos para revenda (ver subitem 17.1.2)

Execução de obras da construção civil com emprego de materiais

Prestação de serviços de transporte

Serviços hospitalares

Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia pato-lógica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas (ver subitem17.1.3)

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços

Prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissões legal-mente regulamentadas

32

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros ecorretagem de seguros, imóveis e outros)

Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis (exceto a receita de alu-guéis, quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis)

Administração de consórcios de bens duráveis

Cessão de direitos de qualquer natureza

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra

Prestação de serviços em geral

17.1.1. Exportações Sujeitas a Preços de TransferênciaO percentual identificado no quadro do subitem 17.1 será aplicado,quando for o caso, sobre a parcela das receitas de exportações debens, serviços ou direitos para pessoa vinculada no exterior ou parapessoa, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país oudependência com tributação favorecida , que exceder ao valor já apro-priado na escrituração da pessoa jurídica.

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O disposto anteriormente também deverá ser aplicado às operaçõesrealizadas entre pessoas jurídicas domiciliadas no País com qualquerpessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domi-ciliada no exterior, que, nos termos da legislação, gozem de regimefiscal privilegiado.

17.1.2. Receitas Financeiras das Atividades ImobiliáriasDe acordo com a Lei 11.196/2005, artigo 34, que acrescentou o § 4º aoartigo 15 da Lei 9.249/95, desde 1-1-2006, o percentual de determinaçãoda base de cálculo da CSLL aplica-se também sobre a receita financeirada pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a lotea-mento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios desti-nados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridospara a revenda, quando decorrente da comercialização de imóveis e forapurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.Deve-se observar que as receitas, inclusive as financeiras e variaçõesmonetárias, que compõem a incorporação imobiliária inscrita noRET – Regime Especial de Tributação, de que trata a Lei 10.931/2004e alterações posteriores, não deverão ser computadas na receitabruta para efeito de apuração da CSLL, com base no lucro presumido,uma vez que já são tributadas em separado, de forma definitiva.

17.1.3. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e TerapiaDesde 1º de janeiro de 2009 deve ser aplicado o percentual de 12%sobre as receitas provenientes de serviços de auxílio diagnóstico eterapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopa-tologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que aprestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedadeempresária e que atenda às normas da Anvisa – Agência Nacional deVigilância Sanitária, conforme artigos 15, § 1º, III, letra “a”, e 20 daLei 9.249/95, com a redação da Lei 11.727/2008.

17.1.4. Atividades DiversificadasNo caso de diversificação de atividades de uma mesma empresa,deverá ser adotado o percentual de lucratividade correspondente acada uma delas.

17.2. DEMAIS VALORES INTEGRANTES DA BASE DE CÁLCULO DA CSLLApós determinar a parcela examinada nos subitens 17.1 a 17.1.3, a pessoa jurí-dica deverá acrescer à base de cálculo da CSLL, dentre outros, os seguintesvalores:a) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos do Ativo Não Circu-

lante, exceto Realizável a Longo Prazo;b) os ganhos de capital decorrentes de aplicações em ouro não caracterizado

como ativo financeiro;c) os ganhos de capital auferidos nas alienações de participações societárias

permanentes em sociedades coligadas e controladas e de participaçõessocietárias que permanecerem no Ativo da pessoa jurídica até o término doano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

d) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos;e) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bol-

sas de valores, de mercadorias e de futuros e no mercado de balcão;

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f) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo, inclusive as realizadasentre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interliga-das;

g) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras derenda fixa e de renda variável;

h) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pes-soa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

i) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação eCustódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos aimpostos e contribuições a serem restituídos ou compensados.

j) as variações monetárias ativas;k) os juros sobre o capital próprio de que a empresa seja beneficiária;l) os juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras;m) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurí-

dica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;n) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos

de instituição isenta, a título de devolução do patrimônio, e o valor em dinhei-ro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação doreferido patrimônio;

o) os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusivecom perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica com-provar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetidoao regime do lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se sub-metido ao regime do lucro presumido, lucro arbitrado, Simples ou SimplesNacional;

p) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor cal-culado com base nas taxas a que se refere o artigo 22 da Lei 9.430/96, alte-rado pela Lei 12.766/2012, e regulamentado pela Instrução Normativa1.312/2012, e o valor contratado, quando este for inferior, seja realizado commutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior;

q) lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (exclusiva-mente empresas optantes pelo Refis);

r) no 1º trimestre do ano-calendário, os saldos dos valores com tributação dife-rida, caso a pessoa jurídica tenha sido tributada com base no lucro real noano-calendário anterior;

s) demais receitas, ganhos de capital e resultados positivos não integrantes dareceita bruta da atividade.

Crédito Presumido do IPI – Solução de Consulta 102 SRRF – 10ª RF/2002A pessoa jurídica que utilizar crédito presumido do IPI deve adicionar o valor domesmo à base de cálculo da CSLL no trimestre em que for utilizado.

17.3. CÔMPUTO DAS RECEITASPara efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre oLucro Líquido, as receitas serão computadas observando-se as mesmas re-gras adotadas para o Imposto de Renda.

17.3.1. Sociedades CooperativasAs sociedades cooperativas, quanto aos atos não cooperados, uti-lizarão os percentuais de acordo com a natureza de suas ativi-dades.

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Conforme Lei 10.865/2004, artigos 39 e 48, desde 1º de janeiro de 2005as sociedades cooperativas que obedecem ao disposto na legislaçãoespecífica, relativamente aos atos cooperativos, estão isentas daCSLL.A isenção não se aplica às sociedades cooperativas de consumo quetenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumido-res, associados ou não.Havendo atos com associados e não associados, a sociedade coope-rativa deve destacar, em sua escrituração contábil ou no livro Caixa,as receitas de operações da atividade própria daquelas decorrentesde atos NÃO cooperativos legalmente permitidos.Na apuração da CSLL devida a cada trimestre, a sociedade coopera-tiva procederá da seguinte forma:a) aplicará, sobre a receita bruta das operações com não associados,

o percentual correspondente à atividade;b) acrescerá, à parcela apurada na forma da letra “a”, os ganhos de capi-

tal, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações finan-ceiras, as demais receitas e os resultados positivos determinadospela legislação vigente, conforme examinado no subitem 17.2 destetrabalho.

Se as receitas não forem segregadas, a cooperativa poderá ficarsujeita a arbitramento por parte do Fisco.As sociedades cooperativas de consumo que tenham por objeto acompra e fornecimento de bens aos consumidores sujeitam-se àsmesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de com-petência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas, portanto,submetendo-se à tributação sobre a totalidade de suas receitas.O termo consumidores abrange tanto os não associados como tambémos associados das sociedades cooperativas de consumo.

17.4. ALÍQUOTA DA CSLLA alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é de:– 15%, aplicável aos fatos geradores ocorridos desde 1º de maio de 2008,

conforme a Lei 11.727/2008, para as pessoas jurídicas de seguros privados,de capitalização, bancos de qualquer espécie, distribuidoras de valoresmobiliários, corretoras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades decrédito, financiamento e investimentos, sociedades de crédito imobiliário,administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mer-cantil, cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo; e

– 9%, no caso das demais pessoas jurídicas.

17.5. CRÉDITOS DA CSLL SOBRE DEPRECIAÇÃODe acordo com a Lei 11.051/2004 e alterações posteriores, a pessoa jurídicatributada pelo lucro real que adquirir, no período de 1º de outubro de 2004 a 31de dezembro de 2010, máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos,novos, relacionados no Anexo do Decreto 6.909/2009, destinados ao AtivoImobilizado e empregados em seu processo industrial, poderá beneficiar-sedo crédito da CSLL, calculado à razão de 25% sobre a depreciação contábildos referidos bens.

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O benefício do crédito ocorrerá a partir do mês em que o bem entrar em opera-ção até o final do quarto ano-calendário subsequente àquele a que se referir omencionado mês.A partir do quinto ano-calendário subsequente ao ano em que se iniciou oincentivo, a pessoa jurídica deverá adicionar o crédito anteriormente utili-zado à CSLL devida nesse período. Portanto, o crédito deduzido no primeiroano deverá ser adicionado no quinto ano, o do segundo ano no sexto e assimsucessivamente até serem tributados todos os valores anteriormente utiliza-dos a título de crédito.A parcela a ser adicionada será devida pelo seu valor integral, ainda que a pes-soa jurídica apure, no período, base de cálculo negativa da CSLL.A pessoa jurídica que deixar de ser tributada com base no lucro real e optar pelolucro presumido deverá adicionar os créditos aproveitados anteriormente noprimeiro período de apuração do novo regime.

17.6. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCALAs pessoas jurídicas adimplentes com os tributos e contribuições administra-dos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) poderão beneficiar-sedo bônus de 1% instituído pelo artigo 38 da Lei 10.637/2002.

ADIMPLÊNCIA COM A RFBÉ considerada adimplente, para efeito de utilização do bônus, a pessoa jurídicaque, nos últimos 5 anos-calendário, NÃO se enquadre em qualquer das seguin-tes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela ReceitaFederal:a) lançamento de ofício;b) débitos com exigibilidade suspensa;c) inscrição em dívida ativa;d) recolhimentos ou pagamentos em atraso;e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.O período de 5 anos-calendário será computado por ano completo, inclusiveaquele em relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus.

17.6.1. Cálculo do BônusO bônus de adimplência fiscal será calculado em relação aos 4 trimes-tres do ano-calendário, aplicando-se o percentual de 1% sobre a basede cálculo da CSLL, determinada segundo as normas examinadasnos itens 17 a 17.4 deste trabalho.

17.6.2. Utilização do BônusO bônus será deduzido do valor da CSLL devida no último trimestre doano-calendário.

17.6.3. Bônus ExcedenteA parcela do bônus que não puder ser aproveitada no período de apu-ração a que se refere o subitem 17.6.2 poderá ser deduzida nos anos-calendário subsequentes, da seguinte forma:a) em cada trimestre, no caso de pessoa jurídica tributada com base

no lucro real trimestral ou presumido;b) no ajuste anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no

lucro real anual.

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17.6.4. Contabilização do BônusO bônus será registrado na contabilidade da pessoa jurídica benefi-ciária, da seguinte forma:a) na aquisição do direito, a débito de conta específica do Ativo Circu-

lante e a crédito de Lucros ou Prejuízos Acumulados;b) na utilização, a débito da Provisão para a CSLL e a crédito da conta

de Ativo Circulante mencionada na letra “a”.É vedado o ressarcimento ou a compensação distinta da examinadaneste item.

17.6.5. Desoneração Integral da Pessoa JurídicaHavendo decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, queimplique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições referidasnas letras “a” e “b” do subitem 17.6 serão desconsideradas desde a ori-gem.Nesta hipótese, a pessoa jurídica, desde que observado o dispostonos subitens 17.6.2 a 17.6.4, poderá calcular o bônus a partir doano-calendário em que obtida a decisão definitiva, em relação aosanos-calendário em que estava impedida de deduzi-lo.

17.6.6. Multas pela Utilização Indevida do BônusA utilização indevida do bônus implica a imposição das seguintes mul-tas de ofício, calculadas sobre o valor da CSLL que deixar de ser reco-lhida em razão da dedução indevida:a) de 150%;b) de 225%, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no

prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos.

REDUÇÃO DA MULTAAo sujeito passivo que, notificado, efetuar o pagamento, será conce-dida redução da multa de lançamento de ofício nos seguintes percen-tuais:a) 50%, se for efetuado o pagamento no prazo de 30 dias, contado da

data em que foi notificado do lançamento;b) 40%, se requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contado da

data em que foi notificado do lançamento;c) 30%, se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de

30 dias, contado da data em que foi notificado da decisão adminis-trativa de primeira instância; e

d) 20%, se requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contado dadata em que foi notificado da decisão administrativa de primeirainstância.

No caso de provimento a recurso de ofício interposto por autoridadejulgadora de primeira instância, aplica-se a redução mencionada naletra “c”, para o caso de pagamento ou compensação, e na letra “d”,para o caso de parcelamento.

17.7. COMPENSAÇÃODACSLLRETIDANAFORMADOARTIGO64DALEI9.430/96Da CSLL apurada com base no lucro presumido, a pessoa jurídica poderá com-pensar os valores da CSLL retidos na fonte por órgãos, autarquias e fundaçõesda administração pública federal, empresas públicas, sociedades de economiamista e demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a

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maioria do capital social com direito a voto, na forma do artigo 64 da Lei 9.430/96,alterado pela Lei 10.833/2003.

17.8. COMPENSAÇÃO DA CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 30 DALEI 10.833/2003De acordo com o artigo 30 da Lei 10.833/2003 e a Instrução Normativa 459SRF/2004 e alterações posteriores, sujeitam-se à retenção na fonte da CSLL,da Cofins e do PIS/Pasep os seguintes pagamentos efetuados pelas pessoasjurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado: pela prestação de servi-ços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transportede valores e locação de mão de obra, assessoria creditícia, mercadológica,gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a rece-ber e pela prestação de serviços profissionais.O valor a reter da CSLL, da Cofins e do PIS/Pasep será determinado mediantea aplicação, sobre o montante a ser pago, do percentual de 4,65%, cor-respondente à soma das alíquotas de 1%, 3% e 0,65%, respectivamente.Conforme a Lei 10.925/2004, a retenção somente incide sobre pagamentos devalor superior a R$ 5.000,00 no mês.Ocorrendo mais de um pagamento no mesmo mês, à mesma pessoa jurídica,deverá ser efetuada a soma de todos os valores pagos no mês para efeito de cál-culo do limite de retenção, compensando-se o valor retido anteriormente.Portanto, quando for o caso, a pessoa jurídica poderá compensar os valores daCSLL retidos na fonte na forma do artigo 30 da Lei 10.833/2003, com o valor daCSLL apurada com base no lucro presumido.

17.9. COMPENSAÇÃO DA CSLL RETIDA NA FORMA DO ARTIGO 33 DALEI 10.833/2003De acordo com o artigo 33 da Lei 10.833/2003 e a Instrução Normativa 475SRF/2004, estão sujeitos à retenção na fonte da CSLL, da Cofins e doPIS/Pasep os pagamentos efetuados às pessoas jurídicas de direito privado,pelo fornecimento de bens ou pela prestação de serviços em geral, inclusiveobras, pelos órgãos da administração direta, autarquias e fundações da admi-nistração pública do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, que firma-rem convênios com a União na forma da Portaria 1.454 SRF/2004.O valor da retenção será determinado mediante a aplicação do percentual de4,65% sobre o valor bruto do documento fiscal, correspondente à soma das alí-quotas de 1%, 3% e 0,65%.Portanto, quando for o caso, a pessoa jurídica poderá compensar os valores daCSLL retidos na fonte na forma do artigo 33 da Lei 10.833/2003, com o valor daCSLL apurada com base no lucro presumido.

17.10. COMPENSAÇÃO DA PARCELA EXCEDENTE DO IMPOSTO PAGO NOEXTERIORO saldo do imposto pago no exterior que exceder o valor compensável com oImposto de Renda devido no Brasil poderá ser compensado com o valor devidoem virtude do cômputo, na base de cálculo da CSLL, dos lucros disponibiliza-dos e dos rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, até o limiteacrescido em decorrência desses valores, no período em que a pessoa jurídicafoi submetida ao Refis.

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17.11. COMPENSAÇÃO DE CSLL PAGA INDEVIDAMENTE OU A MAIORA pessoa jurídica pode deduzir, da CSLL apurada em cada trimestre, os valoresrecolhidos ou pagos indevidamente ou a maior em períodos anteriores, devida-mente respaldados em Darf, bem como efetuar outras compensações em con-formidade com a Instrução Normativa 1.300 RFB/2012.Os valores a compensar poderão ser acrescidos de juros na forma da legisla-ção vigente.

17.12. CSLL A COMPENSAR SUPERIOR À CSLL DEVIDAOs saldos negativos da CSLL, apurados trimestralmente, poderão ser restituí-dos ou compensados com outros tributos e contribuições, a partir do encerra-mento do trimestre, acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial do Sis-tema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), para títulos federais, acumu-lada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao do encerra-mento do período de apuração até o mês anterior ao da restituição ou compen-sação e de 1% relativamente ao mês em que a compensação ou restituiçãoestiver sendo efetuada.

17.13. ISENÇÃO RELATIVA AO PROUNIA instituição privada de ensino superior enquadrada no Refis, autorizada pelalegislação pertinente a optar pelo lucro presumido, pode excluir da CSLL apuradano período o valor da isenção dessa Contribuição calculada sobre o lucro daexploração das atividades de ensino superior relativas aos cursos de graduaçãoou de cursos sequenciais de formação específica, exploradas durante o períodode vigência do termo de adesão ao Prouni – Programa Universidade para Todos,nos termos da Lei 11.096/2005 e da Instrução Normativa 456 SRF/2004.

18. CÓDIGOS DO DARFO Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídi-cas tributadas com base no lucro presumido, devidos em cada trimestre, deverão serrecolhidos nos prazos mencionados no item 5, através de Darf preenchidos, em duasvias, com os seguintes códigos:IRPJ – 2089CSLL – 2372

19. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIASA pessoa jurídica optante pelo lucro presumido deverá cumprir as obrigações acessó-rias a seguir.

19.1. MANUTENÇÃO DE ESCRITA CONTÁBIL COMPLETADeverá ser mantida escrituração contábil completa, nos termos da legislação comer-cial, podendo, excepcionalmente, ser escriturado somente o livro Caixa, desde queneste conste registrada toda a movimentação financeira, inclusive a bancária.A escrituração do livro Caixa encontra-se examinada, com exemplo prático, noInformativo 31/2010.

19.1.1. Manutenção de Recursos no ExteriorOs recursos em moeda estrangeira relativos aos recebimentos deexportações brasileiras de mercadorias e de serviços para o exterior,realizadas por pessoas físicas ou jurídicas, poderão ser mantidos em

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instituição financeira no exterior, observados os limites fixados peloCMN – Conselho Monetário Nacional.Os recursos mantidos no exterior na forma da legislação pertinentesomente poderão ser utilizados para a realização de investimento,aplicação financeira ou pagamento de obrigação, próprios do expor-tador, vedada a realização de empréstimo ou mútuo de qualquernatureza.A pessoa jurídica que mantiver tais recursos no exterior fica obrigadaa manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial,para evidenciar, destacadamente, os respectivos saldos e suas movi-mentações, independentemente do regime de apuração do Impostode Renda adotado.

19.2. LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIOA empresa deverá manter o livro Registro de Inventário, no qual deverão cons-tar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário a que sereferir a opção pelo lucro presumido.

19.3. GUARDA DE DOCUMENTOSA pessoa jurídica optante pelo lucro presumido estará obrigada a manter emboa ordem e guarda, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não pres-critas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros obrigatóriospor legislação específica, bem como os documentos e demais papéis que servi-ram de base para a escrituração comercial e fiscal.

19.3.1. Livro de Apuração do Lucro RealCaso a empresa tributada pelo lucro presumido possua lucros diferi-dos de períodos de apuração anteriores, inclusive saldo de lucro infla-cionário a tributar, deverá manter o Lalur, a fim de controlar os valoresa realizar na Parte “B” do referido livro.

20. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS AOS SÓCIOSDe acordo com a legislação fiscal, a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumidopoderá distribuir a título de lucros ou dividendos, sem incidência de imposto, o valor dabase de cálculo do IRPJ, diminuído de todos os impostos e contribuições a que estiversujeita a pessoa jurídica, ou seja, do Imposto de Renda, inclusive o adicional, da CSLL,do PIS e da Cofins.Esta parcela poderá ser distribuída, sem incidência do imposto, após o encerramentode cada trimestre do ano-calendário.

20.1. EMPRESA QUE MANTÉM ESCRITURAÇÃO CONTÁBILPara as empresas que mantêm escrituração contábil, poderá ser distribuída,sem incidência de imposto, parcela de lucros ou dividendos em valor superiorao determinado no item anterior, desde que fique demonstrado, através deescrituração contábil feita com observância da legislação comercial, que o lucroefetivo é maior que o determinado segundo as normas de apuração do lucropresumido.

20.2. EXCESSO DE LUCROS DISTRIBUÍDOSA parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titu-lar da pessoa jurídica, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda quepor conta de período de apuração não encerrado, que exceder ao valor apu-

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rado com base na escrituração contábil, será imputada aos lucros acumuladosou reservas de lucros de exercícios anteriores. Nesse caso, dependendo daépoca em que tais lucros foram apurados, a parcela excedente poderá ou nãoestar sujeita à incidência do Imposto de Renda.

20.3. INSUFICIÊNCIA DE LUCROS OU RESERVAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORESSe não houver lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anterio-res, ou se o montante existente for insuficiente, a parcela excedente será:a) submetida à tributação com base na Tabela do Imposto de Renda

vigente no mês da distribuição do excedente, no caso de beneficiáriapessoa física; e

b) caracterizada como receita tributável, no caso de beneficiária pessoa jurí-dica.

20.4. REAJUSTE DA BASE DE CÁLCULOSe o excesso for imputado a lucros tributados ou submetidos à Tabela Pro-gressiva, a parcela sobre a qual incidirá o IR/Fonte deverá ser reajustada, devez que a fonte pagadora assumirá o ônus do imposto. Os procedimentos aserem observados nos casos de assunção do ônus do imposto encontram-seexaminados na Orientação divulgada no Fascículo 42/2010 do Colecionadorde IR.

20.4.1. Acréscimos LegaisO valor a recolher será acrescido de multa e juros de mora na forma dalegislação vigente.

EXEMPLO

Suponhamos a hipótese de uma empresa exclusivamente comercial, tributadapelo lucro presumido, com 2 sócios, que mantém escrituração contábil com-pleta e tenha apurado os seguintes valores:Lucro contábil em 31-12-2013 ...................................................R$ 209.675,36

Reservas de LucrosLucros apurados em 31-12-2012...............................................R$ 176.483,97Lucros apurados em 31-12-2011...............................................R$ 20.883,39Total das Reservas de Lucros....................................................R$ 197.367,36

– Lucros Distribuídos aos Sócios:Em 12-4-2013 distribuiu, a título de lucros, o valor de R$ 459.195,00, sendoR$ 229.597,50 para cada sócio. A parcela do lucro presumido passível de distri-buição, sem incidência do imposto, é de R$ 171.639,28, ou seja, R$ 85.819,64para cada sócio, conforme cálculo a seguir.

CÁLCULO DO LUCRO A DISTRIBUIR SEM INCIDÊNCIA DO IMPOSTO R$

Lucro presumido do 1º trimestre/2013 1.039.617,49

IRPJ (-) 253.904,37

CSLL (-) 140.348,36

PIS (-) 84.468,92

COFINS (-) 389.856,56

Lucro a distribuir sem incidência do Imposto de Renda 171.039,28

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Em 31-12-2013, são feitos os seguintes cálculos:

VALOR TOTAL VALOR REFERENTEA CADA SÓCIO

Lucro Distribuído R$ 459.195,00 R$ 229.597,50

Parcela isenta do lucro presumido (-) R$ 171.039,28 (-) R$ 85.519,64

Lucro distribuído excedente ao lucro presumido R$ 288.155,72 R$ 144.077,86

Lucro contábil em 31-12-2013 R$ 209.675,36 R$ 104.837,68

Parcela isenta do lucro presumido (-) R$ 171.039,28 (-) R$ 85.519,64

Parcela livre para distribuição R$ 38.636,08 R$ 19.318,04

Lucro distribuído excedente ao lucro presumido (-) R$ 288.155,72 (-) R$ 144.077,86

Parcela excedente R$ 249.519,64 R$ 124.759,82

Total das Reservas de Lucros R$ 197.367,36 R$ 98.683,68

Insuficiência de lucros R$ 52.152,28 R$ 26.076,14

Como houve insuficiência de lucros, a parcela excedente paga aos sócios deveser submetida à tributação com base na Tabela do Imposto de Renda vigenteno mês da distribuição, devendo, para tanto, ser reajustada a base de cálculodo imposto como segue.

– Parcela a ser reajustada referente a cada sócio: R$ 26.076,14

REAJUSTES DAS BASES DE CÁLCULO DO IMPOSTOAs bases de cálculo serão reajustadas através da utilização da seguinte fór-mula:RR = RP – D

1 – T100

RR = Rendimento ReajustadoRP = Rendimento PagoD = Parcela a deduzir da Tabela do IR/Fonte correspondente à faixa de RPT = Alíquota da Tabela do IR/Fonte correspondente à faixa de RP

Rendimento Reajustado:RR = R$ 26.076,14 – R$ 790,58 = R$ 25.285,56 = R$ 34.876,63

1 – 27,5 0,725100

Imposto a recolher:27,5% de R$ 34.876,63 = R$ 9.591,07 – R$ 790,58 = R$ 8.800,49

Além do valor de R$ 8.800,49, deverão ser recolhidos multa e juros de mora,cujos cálculos tomarão por base a data de vencimento do IR/Fonte, ou seja,20-5-2013.

20.5. DEMAIS RENDIMENTOSA não incidência do Imposto de Renda examinada no item 20 não abrange osvalores pagos a outros títulos, tais como pró-labore, aluguéis e serviços presta-dos, que se sujeitam à incidência do Imposto de Renda na fonte, com base naTabela Progressiva, e na Declaração de Ajuste Anual do beneficiário.

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20.6. CONTROLE DOS RENDIMENTOSA empresa deve manter controle do lucro em demonstrativos específicos ou emconta especial do Patrimônio Líquido, quando for o caso, de forma a poder com-provar a natureza, o saldo a distribuir e os valores dos rendimentos efetiva-mente distribuídos.Os valores pagos aos sócios devem estar devidamente escriturados no livroCaixa, salvo se a empresa mantiver escrituração contábil completa.

20.7. INCORPORAÇÃO DE RESERVAS OU LUCROS AO CAPITALNão estão sujeitos à incidência do imposto os valores decorrentes de aumentode capital mediante a incorporação de reservas ou lucros apurados a partir de1º de janeiro de 1996.Observe-se, contudo, que o lucro a ser incorporado pelas pessoas jurídicastributadas com base no lucro presumido é somente aquele que for apurado embalanço.

20.8. EMPRESAS COM DÉBITOS FISCAISAs pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com aUnião e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por falta de reco-lhimento de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão distri-buir quaisquer bonificações a seus acionistas, dar ou atribuir participação delucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais mem-bros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos.A inobservância dessa proibição importa multa que será imposta:a) às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remune-

rações, em montante igual a 50% das quantias distribuídas ou pagas indevi-damente;

b) aos diretores e demais membros da administração superior que receberemas importâncias indevidas, em montante igual a 50% destas.

De acordo com o artigo 32 da Lei 4.357/64, com as alterações dos artigos 17 e34 da Lei 11.051/2004, a partir de 30-12-2004, a multa, a que se referem asletras “a” e “b”, fica limitada, respectivamente, a 50% do valor total do débito nãogarantido da pessoa jurídica.

21. RETORNO OBRIGATÓRIO AO LUCRO REALA pessoa jurídica que obteve, no decorrer do ano-calendário, receita total excedenteao limite de R$ 48.000.000,00, ou, no caso de início de atividades, o limite proporcionalao número de meses, está impedida de optar pelo lucro presumido no ano-calendárioseguinte, devendo, obrigatoriamente, submeter-se às regras do lucro real trimestral ouanual (regime de estimativa). Neste caso, se o contribuinte não mantém escrituraçãocontábil completa, deverá realizar levantamento patrimonial no dia 1º de janeiro, a fimde elaborar balanço de abertura para iniciar a escrituração com observância das dispo-sições contidas nas leis comerciais e fiscais, conforme examinado, com exemplo prá-tico, no Informativo 21/2005 do Colecionador de IR.

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22. APLICAÇÃO PRÁTICAEmpresa com atividade de revenda de mercadorias, optante pelo lucro presumido,apresenta no 1º trimestre de 2013 os seguintes dados:

IMês2013

IIFaturamento

R$

IIIVendas

canceladas/descontos

incondicionaisR$

IVReceitabruta daatividade

(II – III)R$

VReceitas financeiras

VIRecuperaçãode perdas norecebimentode créditos

R$

VIIGanho navenda de

bemR$

Rendimentosaplicaçõesrenda fixa

R$

IR/FonteR$

Janeiro 451.790,56 – 451.790,56 25.099,48 5.647,38 45.179,07 –

Fevereiro 564.738,25 22,589,53 542.148,72 50.198,95 11.294,76 – –

Março 677.685,87 39.531,67 638.154,20 37.649,22 8.471,07 – 75.298,42

1.694.214,68 62.121,20 1.632.093,48 112.947,65 25.413,21 45.179,07 75,298,42

IMês2013

IIReceitabruta daatividade

R$

IIIBase decálculo

R$

IVCOFINS

Valor recolhido(3% de III)

R$

VPIS

Valorrecolhido

(0,65% de III)R$

VIMês

Recolhimento2013

Janeiro 451.790,56 451.790,56 13.553,72 2.936,64 Fevereiro

Fevereiro 542.148,72 542.148,72 16.264,46 3.523,97 Março

Março 638.154,20 638.154,20 19.144,63 4.148,00 Abril

1.632.093,48 1.632.093,48 48.962,81 10.608,61

CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA R$ R$

Receita bruta da atividade = R$ 1.632.093,48

(8% de R$ 1.632.093,48)........................................................................................................................................... 130.567,48

Demais ReceitasGanho na venda de bem.............................................................................................................. 75.298,42

Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa................................................................. 112.947,65

Recuperação de perdas no recebimento de créditos .................................................................. 45.179,07 233.425,14

BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO ......................................................................................................................... 363.992,62

Limite do adicional (3 x R$ 20.000,00) ...................................................................................................................... (60.000,00)

BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL ...................................................................................................................... 303.992,62

IMPOSTO

15% de R$ 363.992,62.............................................................................................................................................. 54.598,89

ADICIONAL

10% de R$ 303.992,62.............................................................................................................................................. 30.399,26

IRPJ DEVIDO ............................................................................................................................................................ 84.998,15

COMPENSAÇÃO IR/FONTE (Sobre rendimentos de aplicações financeiras)

(22,5% de R$ 112.947,65)......................................................................................................................................... (25.413,21)

IRPJ A RECOLHER .................................................................................................................................................. 59.584,94

CÁLCULO DA CSLL R$ R$

Receita bruta da atividade = R$ 1.632.093,48

12% de R$ 1.632.093,48........................................................................................................................................... 195.851,22

Demais ReceitasGanho na venda de bem ............................................................................................................. 75.298,42

Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ................................................................ 112.947,65

Recuperação de perdas no recebimento de créditos .................................................................. 45.179,07 233.425,14

BASE DE CÁLCULO DA CSLL................................................................................................................................. 429.276,36

CSLL DEVIDA

9% de R$ 429.276,36................................................................................................................................................ 38.634,87

COMPENSAÇÃO ...................................................................................................................................................... –

CSLL A RECOLHER ................................................................................................................................................ 38.634,87

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Supondo que a empresa parcele o pagamento do IRPJ (R$ 59.584,94) e da CSLL(R$ 38.634,87), teremos:

Quota Vencimento IRPJR$

CSLLR$

1ª 30-4-2013 19.861,66 12.878,29

2ª 31-5-2013 19.861,64 12.878,29

3ª 28-6-2013 19.861,64 12.878,29

A segunda e a terceira quota do IRPJ e da CSLL serão acrescidas de juros da formamencionada no subitem 5.2.2.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei Complementar 123, de 14-12-2006 (Fascículo 07/2009 e Portal COAD);– Lei Complementar 128 de 19-12-2008 (Fascículo 52/2008);– Lei 7.689, de 15-12-88 (Informativos 49 e 51);– Lei 8.981, de 20-1-95 (Informativo 04/95);– Lei 9.065, de 20-6-95 (Informativo 25/95);– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.250, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.532, de 10-12-97 (Informativo 50/97);– Lei 9.718, de 27-11-98 (Informativo 48/98);– Lei 9.779, de 19-1-99 (Informativo 03/99);– Lei 9.959, de 27-1-2000 (Informativo 04/2000);– Lei 9.964, de 10-4-2000 (Informativo 15/2000);– Lei 10.002, de 14-9-2000 (Informativo 37/2000);– Lei 10.637, de 30-12-2002 (Informativo 53/2002);– Lei 10.684, de 30-5-2003 (Informativo 23/2003);– Lei 10.833, de 29-12-2003 (Informativo 53/2003);– Lei 11.033, de 21-12-2004 (Informativo 52/2004);– Lei 11.051, de 29-12-2004 (Informativo 53/2004);– Lei 11.096, de 13-1-2005 (Informativo 02/2005);– Lei 11.196, de 21-11-2005 (Informativo 47/2005);– Lei 11.371, de 28-11-2006 (Fascículo 48/2006);– Lei 11.452, de 31-5-2007 (Fascículo 23/2007);– Lei.11.482, de 31-5-2007 (Fascículo 23/2007);– Lei 11.488, de 15-6-2007 (Fascículo 25/2007);– Lei 11.727, de 23-6-2008 (Fascículo 26/2008);– Lei 11.774, de 17-9-2008 (Fascículo 38/2008);– Lei 11.941, de 27-5-2009 (Fascículo 22/2009);– Lei 11.945, de 4-6-2009 (Fascículo 23/2009);– Lei 12.034, de 29-9-2009 (Fascículo 40/2009);– Lei 12.249, de 11-6-2010 – artigos 22, 137 e 139 (Fascículo 24/2010);– Lei 12.402, de 2-5-2011 (Fascículo 18/2011);– Lei 12.715, de 17-9-2012 (Fascículo 38/2012);– Medida Provisória 601, de 28-12-2012 (Fascículo 01/2013);– Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 (Informativo 35/2001);

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– Decreto 3.000, de 26-3-99, artigos 39, XXIX, 41, 220, 223, 224, 235, 238 a 240, 243, 451,516 a 528, 662, 681, 770, 856 e 861 (Portal COAD);

– Decreto 3.431, de 24-4-2000 (Informativo 17/2000);– Decreto 3.712, de 27-12-2000 (Informativo 53/2000);– Decreto 6.909, de 22-7-2009 (Fascículo 30/2009);– Decreto 7.212, de 15-6-2010 (Portal COAD);– Decreto 7.791, de 17-8-2012 (Fascículo 34/2012);– Decreto 7.819, de 3-10-2012 (Fascículo 40/2012);– Instrução Normativa 15 SRF, de 6-2-2001 (Informativo 06/2001);– Instrução Normativa 16 SRF, de 15-2-2001 (Informativo 07/2001);– Instrução Normativa 25 SRF, de 25-2-99 (Informativo 08/99);– Instrução Normativa 31 SRF, de 29-3-2001 (Informativo 14/2001);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 104 SRF, de 24-8-98 (Informativo 34/98);– Instrução Normativa 152 SRF, de 16-12-98 (Informativo 50/98);– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 5/2004);– Instrução Normativa 456 SRF, de 5-8-2004 (Informativo 40/2004);– Instrução Normativa 459 SRF, de 18-10-2004 (Informativo 49/2004);– Instrução Normativa 475 SRF, de 6-12-2004 (Informativo 50/2004);– Instrução Normativa 726 RFB, de 28-2-2007 (Fascículo 10/2007);– Instrução Normativa 752 RFB, de 9-7-2007 (Fascículo 28/2007);– Instrução Normativa 810 RFB, de 21-1-2008 (Fascículo 04/2008);– Instrução Normativa 1.022 RFB, de 5-4-2010 (Fascículo 14/2010);– Instrução Normativa 1.079 RFB, de 3-11-2010 (Fascículo 44/2010);– Instrução Normativa 1.199 RFB, de 14-10-2011 (Fascículo 42/2011);– Instrução Normativa 1.234 RFB, de 11-1-2012 (Fascículo 02/2012);– Instrução Normativa 1.300 RFB, de 20-11-2012 (Fascículo 47/2012);– Instrução Normativa 1.312 RFB, de 28-12-2012 (Fascículos 01 e 02/2013);– Instrução Normativa 1.322 RFB, de 16-1-2013 (Fascículo 03/2013);– Ato Declaratório Normativo 4 Cosit, de 29-2-96 (Informativo 10/96);– Ato Declaratório Normativo 6 Cosit, de 13-1-97 (Informativo 03/97);– Ato Declaratório Normativo 10 CST, de 14-4-93 (Informativo 15/2000);– Ato Declaratório Normativo 16 Cosit, de 18-9-2000 (Informativo 38/2003);– Ato Declaratório Normativo 31 Cosit, de 27-10-99 (Informativo 43/99);– Ato Declaratório Interpretativo 2 SRF, de 6-3-2006 (Informativo 10/2006);– Ato Declaratório Interpretativo 11 RFB, de 5-7-2007 (Fascículo 27/2007);– Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF, de 23-10-2003 (Informativo 43/2003);– Ato Declaratório Interpretativo 19 RFB, de 7-12-2007 (Fascículo 50/2007);– Ato Declaratório Interpretativo 26 RFB, de 25-4-2008 (Fascículo 18/2008);– Parecer Normativo 38 CST, de 31-10-80 (Informativo 45/80);– Parecer Normativo 77 CST, de 23-10-86 (DO-U de 28-10-86);– Decisão 38 Disit/SRRF-8ª RF, de 10-3-98 (Informativo 21/98);– Decisão 45 SRRF – 9ª RF, de 27-4-2000 (Informativo 33/2000);– Decisão 76 SRRF – 8ª RF, de 24-4-2000 (Informativo 27/2000);– Decisão 651 Disit/SRRF – 6ª RF, de 14-4-97 (Informativo 38/97);– Decisão 653 Disit/SRRF – 6ª RF, de 18-4-97 (Informativo 38/97);– Solução de Consulta 10 SRRF – 9ª RF, de 12-1-2001 (Informativo 17/2001);

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– Solução de Consulta 25 SRRF – 10ª RF, de 14-3-2001 (DO-U de 20-4-2001);– Solução de Consulta 89 SRRF – 6ª RF, de 26-4-2000;– Solução de Consulta 102 SRRF – 10ª RF, de 19-9-2002 (Informativo 02/2002);– Solução de Consulta 193 SRRF – 9ª RF, de 20-11-2003 (Informativo 03/2004);– Perguntas & Respostas – DIPJ/2012 – RFB – Capítulo XIII – Questões 001 a 040.

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LUCRO ARBITRADOTratamento Tributário

O arbitramento do lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Rendautilizada pela autoridade tributária ou, pelo próprio contribuinte, se conhecida a receitabruta, quando este deixa de cumprir obrigações acessórias relativas à apuração do lucroreal ou presumido.

1. HIPÓTESES DE ARBITRAMENTOA pessoa jurídica, inclusive a empresa individual equiparada, terá o seu lucro arbi-trado, quando ocorrerem as situações examinadas a seguir.

1.1. FALTA DE ESCRITURAÇÃOA pessoa jurídica tributada com base no lucro real é obrigada a manter escritu-ração contábil completa, de acordo com as leis comerciais e fiscais.Quando o contribuinte, por qualquer motivo, deixar de escriturar os livros exigi-dos pela legislação, perder e/ou destruir os mesmos ou deixar de elaborar asdemonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, poderá ter seu lucroarbitrado pela autoridade tributária.

1.2. ESCRITURAÇÃO COM FALHASQuando a escrituração, a que estiver obrigado o contribuinte, revelar evidentesindícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornemimprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancá-ria, ou determinar o lucro real.

1.3. RECUSA DA APRESENTAÇÃO DE LIVROS OU DOCUMENTOSQuando a pessoa jurídica, não obrigada à tributação com base no lucro real,deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escritu-ração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, nos quais deverá ser escriturada todaa movimentação financeira, inclusive a bancária.

1.4. OPÇÃO INDEVIDA PELO LUCRO PRESUMIDOO contribuinte que optar indevidamente pelo lucro presumido estará sujeito ater o seu lucro arbitrado.

1.5. REPRESENTANTE DE PESSOA JURÍDICA ESTRANGEIRAO comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deve escrituraros seus livros comerciais, de modo a demonstrar, além dos próprios rendimen-tos, o lucro real apurado nas operações de conta alheia, em cada ano. Se omesmo não cumprir esta exigência, estará obrigado a pagar o Imposto deRenda com base no lucro arbitrado.

1.6. LIVRO RAZÃOAs empresas tributadas pelo lucro real estão obrigadas a manter, em boa ordeme segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou fichas utilizadas

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para resumir e totalizar, por conta ou subconta os lançamentos efetuados no Diá-rio. Caso não atendam a esse requisito, poderão ter o seu lucro arbitrado.

1.7. LIVROS AUXILIARESO contribuinte que não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributáriaos livros ou registros contábeis auxiliares ou o Lalur, em que constem os regis-tros necessários para atender as disposições da lei tributária ou de legislaçãoespecial referente à sua atividade, relativos à determinação da base de cálculodo Imposto de Renda e, também, dos demais tributos, quando não devam, porsua natureza fiscal, constar da escrituração contábil, ou forem diferentes doslançamentos dessa escrituração, poderá ter o seu lucro arbitrado.

2. APLICAÇÃO DO ARBITRAMENTORegra geral, a iniciativa do arbitramento do lucro compete à autoridade fiscal. Noentanto, o contribuinte poderá antecipar-se à ação do Fisco, procedendo ao autoarbi-tramento do lucro, desde que a receita bruta seja conhecida e esteja enquadrada emqualquer das hipóteses citadas no item anterior.

3. PERÍODO DE APURAÇÃOA apuração do Imposto de Renda com base no lucro arbitrado abrangerá todos os tri-mestres do ano-calendário, sendo assegurada a tributação com base no lucro real oupresumido relativa aos trimestres não submetidos ao arbitramento, se a empresa:a) dispuser de escrituração comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos períodos

não abrangidos pelo arbitramento; oub) puder optar pelo lucro presumido.No caso de lucro real, a pessoa jurídica poderá apurar o lucro trimestralmente, ouanualmente com pagamentos mensais por estimativa, sem considerar os períodos emque se sujeitou ao lucro arbitrado.O IRPJ e a CSLL pagos sob a forma de arbitramento serão definitivos, não podendo ocontribuinte, em qualquer hipótese, compensá-los com recolhimentos futuros.

4. DETERMINAÇÃO DO LUCRO ARBITRADOO lucro arbitrado será determinado, em cada trimestre, por uma das formas examina-das a seguir.

4.1. RECEITA BRUTA NÃO CONHECIDA (ARBITRAMENTO PELO FISCO)O lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, será determinado atra-vés de procedimento de ofício, e corresponderá à soma das seguintes parcelas:a) o valor resultante da utilização de uma das alternativas de cálculo previstas

no item 6 deste trabalho;b) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplica-

ções financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentesde receitas não abrangidas na letra “a” auferidos no respectivo período deapuração.

4.2. RECEITA BRUTA CONHECIDA (ARBITRAMENTO PELO FISCO OU PELOCONTRIBUINTE)Quando a receita bruta da pessoa jurídica for conhecida, a base de cálculo doIRPJ corresponderá, em cada trimestre, à soma das seguintes parcelas:a) o valor resultante da aplicação dos percentuais de lucratividade previstos no

artigo 15 da Lei 9.249/95, acrescidos de 20%;

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b) o valor resultante da aplicação dos percentuais mencionados na letra “a”,sobre a parcela das receitas em cada atividade, no respectivo período deapuração, determinada de acordo com a sistemática de preços de transfe-rência, em decorrência de exportações a pessoas vinculadas domiciliadasno exterior ou aos países com tributação favorecida, ou de operações reali-zadas entre pessoas físicas ou jurídicas residentes e domiciliadas no Paíscom qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residenteou domiciliada no exterior, que, nos termos da legislação, gozem de regimefiscal privilegiado, que exceder ao valor já apropriado na escrituração daempresa;

c) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplica-ções financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentesde receitas não abrangidas na letras “a” auferidos no respectivo período deapuração.

A parcela mencionada na letra “b” será apurada anualmente e acrescida à basede cálculo para apuração do IRPJ devido no último trimestre do ano-calendário.

5. CÁLCULO COM RECEITA BRUTA CONHECIDAInicialmente, deverá ser determinada a parcela resultante da aplicação do percentualcorrespondente sobre a receita bruta da atividade da empresa auferida no trimestre.

5.1. PERCENTUAIS APLICÁVEIS

ATIVIDADE %

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,92

Instituições financeiras e empresas equiparadas 45

Prestação de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas 38,4

Prestação de serviços em geral

38,4 (*)

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros e corretagem de seguros, imóveis eoutros)

Administração, locação ou cessão de bens móveis ou imóveis (exceto a receita de aluguéis, quando a pessoa jurídicanão exercer a atividade de locação de imóveis)

Administração de consórcios de bens duráveis

Cessão de direitos de qualquer natureza

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra

Factoring

Serviços de transporte, exceto o de cargas 19,2

Revenda de mercadorias

9,6

Venda de produtos de fabricação própria

Industrialização por encomenda (materiais fornecidos pelo encomendante)

Venda através de agente ou representante de empresa estrangeira

Atividade rural

Representação comercial por conta própria

Atividade imobiliária (loteamento de terrenos, incorporação, venda de imóveis construídos ou adquiridos pararevenda) (ver subitem 5.2.2)

Execução de obras da construção civil, com emprego de materiais

Serviços hospitalares (ver subitem 5.1.7)

Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia,medicina nuclear e análises e patologias clínicas (ver subitem 5.1.8)

Transporte de cargas

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços

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5.1.1. Redução do Percentual de Prestação de Serviços (*)As empresas exclusivamente prestadoras de serviços em geral, cujareceita bruta anual seja de até R$ 120.000,00, poderão utilizar, paradeterminação do lucro arbitrado trimestral, o percentual de 19,2%.A redução de 38,4 para 19,2% não se aplica aos serviços decorrentesde profissões legalmente regulamentadas.A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 19,2% para opagamento trimestral do imposto, cuja receita bruta acumulada atéum determinado trimestre do ano-calendário exceder o limite deR$ 120.000,00, ficará sujeita ao pagamento do imposto postergado,apurado em relação a cada trimestre transcorrido.A diferença de imposto deverá ser paga, em quota única, por meio deDarf separado, no código 5625, até o último dia útil do mês subse-quente ao trimestre em que tiver ocorrido o excesso. Se o pagamentoda diferença ocorrer após este prazo serão devidos os acréscimoslegais previstos na legislação vigente.

5.1.2. Sociedades CorretorasAs sociedades corretoras, inclusive as de seguros e imóveis, calcula-rão o lucro arbitrado aplicando, sobre a receita bruta do trimestre, opercentual de 38,4 ou 19,2%, por ser essa atividade consideradacomo intermediação de negócios.

5.1.3. Receitas de AluguéisSe o objetivo social da pessoa jurídica for a administração e locaçãode imóveis próprios ou de terceiros a base de cálculo do imposto serádeterminada com a aplicação do percentual de 38,4 ou 19,2%. Docontrário, a receita total dos aluguéis deverá ser acrescida na determi-nação do lucro arbitrado.

5.1.4. IndustrializaçãoDe acordo com o Ato Declaratório Interpretativo 26 RFB/2008, parafins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, considera-seindustrialização qualquer operação que modifique a natureza, o fun-cionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do pro-duto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como transformação, be-neficiamento, montagem, acondicionamento ou reacondicionamentoe renovação ou recondicionamento.Maiores detalhes sobre a definição de industrialização, ver subitem8.1.13 do trabalho “Lucro Presumido” divulgado neste Volume.

5.1.5. Representação ComercialA atividade de representação comercial por conta de terceiros é consi-derada intermediação de negócios, sujeita, portanto, ao percentual de38,4 ou 19,2%. Se a representação comercial for por conta própria, aatividade caracteriza-se como compra e venda de mercadorias, a elase aplicando o percentual de 9,6%.

5.1.6. Vendas Diretas do ExteriorNo caso de serem efetuadas vendas, no País, por intermédio de agen-tes ou representantes de pessoas estabelecidas no exterior, quandofaturadas diretamente ao comprador, o rendimento tributável seráarbitrado de acordo com o disposto no subitem 4.2.

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Para esse efeito, considera-se efetuada a venda no País quando sejaconcluída, em conformidade com as disposições da legislação comer-cial, entre o comprador e o agente ou representante do vendedor, noBrasil, observadas as seguintes normas:a) somente caberá o arbitramento nos casos de vendas efetuadas no

Brasil por intermédio de agente ou representante, residente oudomiciliado no País, que tenha poderes para obrigar contratual-mente o vendedor para com o adquirente, no Brasil, ou por intermé-dio de filial, sucursal ou agência do vendedor no País;

b) não caberá o arbitramento no caso de vendas em que a interven-ção do agente ou representante tenha se limitado à intermediaçãode negócios, obtenção ou encaminhamento de pedidos ou propos-tas, ou outros atos necessários à mediação comercial, ainda queesses serviços sejam retribuídos com comissões ou outras formasde remuneração, desde que o agente ou representante não tenhapoderes para obrigar contratualmente o vendedor;

c) o fato exclusivo de o vendedor participar no capital do agente ourepresentante no País não implica atribuir a este poderes para obri-gar contratualmente o vendedor;

d) o fato de o representante legal ou procurador do vendedor assinareventualmente no Brasil contrato em nome do vendedor não é sufi-ciente para determinar a aplicação do disposto neste subitem.

5.1.7. Serviços HospitalaresPara efeito de enquadramento no conceito de serviços hospitalares,os estabelecimentos assistenciais de saúde devem dispor de estru-tura material e de pessoal destinado a atender a internação de pacien-tes, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, comequipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência per-manente prestada por médicos, possuir serviços de enfermagem eatendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, comdisponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços decirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para arápida observação e acompanhamento dos casos.São também considerados serviços hospitalares, os serviços pré-hospitalares, prestados na área de urgência, realizados por meio deUTI móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo“D”) ou em aeronave de suporte médico (Tipo “E”), bem como os servi-ços de emergências médicas, realizados por meio de UTI móvel, ins-taladas em ambulâncias classificadas nos Tipos “A”, “B”, “C” e “F”, quepossuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao pa-ciente suporte avançado de vida.

Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF/2003Conforme Ato Declaratório Interpretativo 18 SRF/2003, independen-temente da forma de constituição da pessoa jurídica, não serão consi-derados serviços hospitalares, ainda que com o concurso de auxilia-res ou colaboradores, quando forem:– prestados exclusivamente pelos sócios da empresa; ou– referentes unicamente ao exercício de atividade intelectual, de

natureza científica, dos profissionais envolvidos.

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Consideram-se auxiliares e colaboradores os profissionais sem amesma habilitação técnica dos sócios da empresa e que a esses pres-tem serviços de apoio técnico ou administrativo.

5.1.8. Serviços Auxiliares de Diagnóstico e TerapiaSerá aplicado o percentual de 9,6% sobre as receitas provenientes deserviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenolo-gia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análisese patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços sejaorganizada sob a forma de sociedade empresária e que atenda àsnormas da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, con-forme artigo 15, §1º, III, letra “a” da Lei 9.249/95, com a redação da Lei11.727/2008.

5.1.9. Instituições FinanceirasNas atividades desenvolvidas por bancos comerciais, bancos de investi-mentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas eco-nômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, socieda-des de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobi-liários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresasde arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de segu-ros privados e de capitalização e entidades de previdência privadaaberta, o percentual para determinação do lucro arbitrado será de 45%.

5.1.10. Atividades DiversificadasSe a empresa desenvolver mais de uma atividade deverá aplicar o per-centual correspondente a cada uma delas, sendo necessário discriminara receita bruta, para separar os valores obtidos nas diversas atividades.Assim, se a empresa tiver como objetivo social a compra e venda demercadorias e a prestação de serviços, será utilizado, no arbitramentode seu lucro, um percentual sobre a receita bruta proveniente da pres-tação de serviços e outro sobre a receita bruta auferida em decorrên-cia da revenda de mercadorias.

5.2. DEFINIÇÃO DE RECEITA BRUTAA receita bruta das vendas e serviços sobre a qual incidirá o percentual dedeterminação do lucro arbitrado compreende o produto da venda de bens nasoperações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado aufe-rido nas operações de conta alheia, assim entendidos os negócios realizadospela empresa em nome de terceiros.Integram, portanto, a receita bruta a ser computada no trimestre do arbitra-mento as receitas resultantes do objetivo social da pessoa jurídica, tais como:a) da prestação de serviços;b) da venda de produtos de fabricação própria;c) da revenda de mercadorias;d) do transporte de cargas;e) da industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto interme-

diário e o material de embalagem tenham sido fornecidos pelo encomen-dante;

f) da atividade rural;g) de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pessoa jurí-

dica.

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5.2.1. Valores Excluídos da Receita BrutaDa receita bruta devem ser deduzidas as vendas canceladas, as devo-luções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e os impos-tos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou con-tratante e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços sejamero depositário (IPI). Também não são consideradas as saídas quenão decorram de vendas, a exemplo das transferências de mercado-rias para outros estabelecimentos da mesma empresa.

ICMSO valor do ICMS incidente sobre as vendas não deve ser excluído dareceita bruta, de vez que esse imposto integra o preço da venda. Noentanto, quando a pessoa jurídica estiver enquadrada na condição decontribuinte substituto, o ICMS devido no regime de substituição tribu-tária não será incluído na receita bruta trimestral.

PROGRAMA INOVAR-AUTOA receita referente ao crédito presumido de IPI, apurada pelas empre-sas habilitadas ao Programa Inovar-Auto, de que trata a Lei12.715/2012, não deve ser computada na apuração do lucro arbi-trado.

5.2.2. Empresas ImobiliáriasAs empresas que se dediquem à venda de imóveis construídos ouadquiridos para revenda, loteamento de terrenos e incorporação deprédios em condomínio terão seus lucros arbitrados, deduzindo-se dareceita bruta o custo do imóvel devidamente comprovado.O custo do imóvel vendido compreenderá, obrigatoriamente:a) o custo de aquisição de terrenos ou prédios, inclusive tributos devi-

dos na aquisição e as despesas de legalização;b) os custos de estudo, planejamento, legalização e execução dos pla-

nos ou projetos de desmembramento, loteamento, incorporação,construção e quaisquer obras ou melhoramentos.

Receitas FinanceirasPor força da Lei 11.196/2005, que acrescentou o § 4º ao artigo 15 daLei 9.249/95, o percentual de determinação do lucro arbitrado e dabase de cálculo da CSLL também será aplicado sobre a receita finan-ceira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas aloteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de pré-dios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídosou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercializaçãode imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstosem contrato.Deve-se observar que as receitas, inclusive as financeiras e varia-ções monetárias ativas, que compõem a incorporação imobiliáriainscrita no RET – Regime Especial de Tributação, de que trata aLei 10.931/2004 e alterações posteriores, não deverão ser com-putadas na receita bruta para efeito de apuração do IRPJ, combase no lucro arbitrado, uma vez que já são tributadas em sepa-rado, de forma definitiva.

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5.3. CÔMPUTO DAS RECEITASO reconhecimento das receitas, para efeito de determinação da base de cálculodo IRPJ e da CSLL, deverá ser efetuado segundo o regime de competência.Portanto, a receita bruta da atividade será computada no trimestre do fatura-mento, independentemente de seu efeito recebimento.

5.3.1. Receitas de Atividades ImobiliáriasExcetuam-se da regra mencionada no subitem 5.3, as receitas decor-rentes de atividades imobiliárias, cujo arbitramento será efetuado naproporção da receita recebida ou cujo recebimento esteja previstopara o próprio trimestre.

5.4. REVENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES USADOSA Lei 9.716/98, em seu artigo 5º, estabelece que as pessoas jurídicas que te-nham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra evenda de veículos automotores, poderão equiparar, para efeitos tributários,como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados,adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço deveículos novos ou usados. Os veículos usados a que se refere a citada Leiserão objeto de Nota Fiscal de Entrada e, quando da venda, de Nota Fiscal deSaída, sujeitando-se ao respectivo regime fiscal aplicável às operações deconsignação.Com fundamento naquele dispositivo legal, a Secretaria da Receita Federal doBrasil determinou que as pessoas jurídicas com esse tipo de atividade, tributa-das com base no lucro real, presumido ou arbitrado, devem observar o quesegue em relação às operações com veículos usados.Embora, segundo a Lei 9.716/98, a equiparação para fins tributários seja facul-tativa, a RFB, através da IN 152, estabeleceu que a partir de 30-10-98, para efe-ito de apuração das bases de cálculo do Imposto de Renda e da ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido, as revendas de veículos usados DEVEM ser equi-paradas às operações de consignação.Posteriormente, a Instrução Normativa 390 SRF/2004, que consolida as nor-mas de apuração e pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,dispôs, em seu artigo 96, que para efeitos tributários as revendas de veículosusados PODERÃO ser equiparadas a operações de consignação.Portanto, de acordo com este ato normativo, que começou a vigorar em2-2-2004, a equiparação das revendas de veículos usados a operações de con-signação é facultativa e não obrigatória, em consonância com o disposto noartigo 5º da Lei 9.716/98.Havendo equiparação, será computada como receita bruta, para efeito de apu-ração da base de cálculo, a diferença entre o valor pelo qual o veículo usadotiver sido alienado, constante da Nota Fiscal de Saída, e o seu custo de aquisi-ção, constante da Nota Fiscal de Entrada.Pode-se concluir que, se não houver a equiparação, o contribuinte deverá com-putar como receita bruta o valor total da Nota Fiscal de Venda.Para efeito de apuração da base de cálculo da CSLL, a IN 390 SRF/2004 deter-mina que se a operação for equiparada à consignação, a pessoa jurídicadeverá aplicar, sobre a diferença positiva entre a Nota Fiscal de Venda e a NotaFiscal de Entrada do veículo, o percentual de 32%.Admitindo-se que o entendimento adotado para a CSLL estende-se ao Imposto deRenda, se a pessoa jurídica optar por equiparar as revendas de veículos usados a

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operações de consignação, deverá apurar o lucro arbitrado, aplicando sobre a dife-rença positiva o percentual de 38,4%.De qualquer modo, como a RFB está determinando, em caso de equiparação,que se aplique o percentual de 32% sobre a diferença, é conveniente que asempresas assim procedam para evitar problemas com o Fisco, mesmo porque,na maioria das vezes, isso resultará em carga tributária menor do que aplicar ospercentuais de 9,6% (IRPJ) e 12% (CSLL) sobre a receita bruta da venda.A pessoa jurídica deverá manter em boa ordem e guarda, à disposição daSecretaria da Receita Federal do Brasil, os demonstrativos de apuração dascorrespondentes bases de cálculo.

6. CÁLCULO COM RECEITA BRUTA DESCONHECIDAQuando a receita bruta da pessoa jurídica for desconhecida, a autoridade lançadorapoderá, de acordo com a natureza do negócio, arbitrar o lucro mediante a utilização deuma das seguintes alternativas de cálculo:a) 1,5 do lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteve

escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais. Quando o lucro real fordecorrente de período de apuração anual, o valor que servirá de base ao arbitra-mento será proporcional ao número de meses do período considerado;

b) 0,12 da soma dos valores do Ativo Circulante e Ativo Não Circulante, existentes noúltimo balanço patrimonial conhecido;

c) 0,21 do valor do capital, inclusive a sua correção monetária contabilizada comoReserva de Capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou regis-trado nos atos de constituição ou alteração da sociedade;

d) 0,15 do valor do Patrimônio Líquido, constante do último balanço patrimonialconhecido;

e) 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no trimestre;f) 0,4 da soma, em cada trimestre, dos valores da folha de pagamento dos empregados

e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embala-gem;

g) 0,8 da soma dos valores devidos no trimestre a empregados;h) 0,9 do valor do aluguel devido no trimestre.As alternativas previstas nas letras “e”, “f” e “g” anteriores, a critério da autoridade lan-çadora, poderão ter sua aplicação limitada, respectivamente, às atividades comer-ciais, industriais e de prestação de serviços e, no caso de empresas com atividademista, ser adotados isoladamente em cada atividade.

7. ACRÉSCIMOS À BASE DE CÁLCULODeverão ser acrescidos à base de cálculo do imposto, em cada trimestre, os ganhos decapital, os rendimentos e ganhos líquidos de aplicações financeiras, as demais recei-tas e os resultados positivos, decorrentes de receitas não abrangidas no cálculo efe-tuado de acordo com o item 5 ou 6 deste trabalho, tais como:a) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos do Ativo Não Circulante,

exceto Realizável a Longo Prazo;b) os ganhos de capital nas alienações de ouro não considerado ativo financeiro;c) os ganhos de capital auferidos nas alienações de participações societárias perma-

nentes em sociedades coligadas e controladas e de participações societárias quepermanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendárioseguinte ao de suas aquisições;

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d) os ganhos de capital auferidos na devolução, em bens ou direitos, de participação nocapital social de outra pessoa jurídica;

e) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo, inclusive as realizadas entrepessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

f) os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;g) os ganhos líquidos obtidos em aplicações financeiras de renda variável;h) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de

valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;I) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objetivo social da pessoa jurí-

dica;j) os juros sobre o capital próprio de que a empresa seja beneficiária;k) os juros equivalentes à taxa referencial Selic, acumulada mensalmente, e de 1% no

mês da compensação ou restituição, relativos a impostos e contribuições a seremrestituídos ou compensados;

l) os juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras;m) as variações monetárias ativas;n) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda

que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;o) o saldo dos valores cuja tributação tenha sido diferida de períodos de apuração

anteriores;p) os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com per-

das no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os terdeduzido em período anterior tributado pelo lucro real ou que se refiram a períodono qual tenha se submetido ao regime do lucro presumido, lucro arbitrado, SimplesNacional ou SIMPLES;

q) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculadocom base nas taxas a que se refere o artigo 22 da Lei 9.430/96, alterado pela Lei12.766/2012, regulamentado pela Instrução Normativa 1.312/2012, e o valor con-tratado, quando este for inferior, seja realizado com mutuária definida como pessoavinculada domiciliada no exterior;

r) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de ins-tituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valordos bens e direitos que tiver sido entregue para a formação do referido patrimônio;

s) os lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior;t) demais receitas, ganhos de capital e resultados positivos não integrantes da receita

bruta da atividade.

REFLEXOS DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIAAs parcelas decorrentes da observância da sistemática de Preços de Transferênciaserão apuradas anualmente e computadas na base de cálculo do imposto no último tri-mestre do ano-calendário.

7.1. CÔMPUTO DOS ACRÉSCIMOSCom exceção dos rendimentos mencionados no subitem 7.3 deste trabalho, asreceitas, ganhos de capital e demais resultados positivos serão reconhecidassegundo o regime de competência.

7.2. GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENSO ganho de capital nas alienações de bens do Ativo Não Circulante, excetoRealizável a Longo Prazo, corresponderá à diferença positiva verificada entre ovalor da alienação e o respectivo valor contábil.

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7.2.1. Bens ReavaliadosO valor acrescido ao bem, em virtude de reavaliação, somente poderáser considerado como parte integrante do custo de aquisição se aempresa comprovar que o valor acrescido já foi computado na deter-minação da base de cálculo do Imposto de Renda.

7.2.2. Diferença entre o Valor de Mercado e o ContábilPor força dos artigos 21 e 22 da Lei 9.249/95, na tributação com baseno lucro arbitrado deve ser observado o que segue.

FUSÃO, CISÃO OU INCORPORAÇÃOA pessoa jurídica que tiver parte de seu patrimônio ou todo ele absor-vido em função de incorporação, fusão ou cisão deverá levantar balan-ço específico para esse fim, no qual os bens e direitos serão avaliadospelo valor contábil ou de mercado.No caso de empresa tributada pelo lucro arbitrado, que optar pelaavaliação a valor de mercado, a diferença entre este e o custo deaquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ouexaustão, será considerada ganho de capital, que deverá ser adicio-nado à base de cálculo do Imposto de Renda devido e da ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido.Os encargos serão considerados incorridos, ainda que não tenhamsido registrados contabilmente.

DEVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL EM BENS OU DIREITOOs bens e direitos do Ativo da pessoa jurídica, que forem entre-gues ao titular, sócio ou acionista, a título de devolução de suaparticipação no capital social, poderão ser avaliados pelo valorcontábil ou de mercado.Na hipótese de a devolução realizar-se pelo valor de mercado, a dife-rença entre este e o valor contábil dos bens ou direitos entregues seráconsiderada ganho de capital, a ser computado pela empresa tribu-tada, com base no lucro arbitrado, para fins do Imposto de Renda e daCSLL devidos.

7.3. RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRASOs rendimentos auferidos em qualquer aplicação ou operação financeira derenda fixa ou de renda variável, mesmo no caso das operações de cobertura(hedge), realizadas por meio de operações de swap e outras, nos mercados dederivativos, bem como os ganhos líquidos auferidos em aplicações financeirasde renda variável, deverão ser acrescidos à base de cálculo do lucro arbitradono trimestre em que ocorrer a alienação, resgate ou cessão do título ou aplica-ção, exceto na hipótese mencionada na letra “b” do subitem 8.3.

7.3.1. Compensação do Imposto de Renda AntecipadoO Imposto de Renda incidente na fonte ou pago pelo contribuinte, rela-tivo aos rendimentos ou ganhos líquidos mencionados no subitem 7.3,será considerado como antecipação, podendo ser compensado como IRPJ devido, a partir do encerramento do período de apuração emque as correspondentes receitas forem computadas na determinaçãodo lucro arbitrado.

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IMPOSTO DE RENDA INCIDENTE S/GANHOS DE RENDA VA-RIÁVELO Imposto de Renda sobre os resultados positivos mensais apuradosem cada um dos dois meses imediatamente anteriores ao do encerra-mento do período de apuração será determinado e pago em sepa-rado, dispensado este procedimento em relação aos ganhos líquidosobtidos no terceiro mês do trimestre. Os ganhos líquidos relativos atodo o trimestre de apuração serão computados na determinação dolucro arbitrado, e o montante do imposto pago em separado será con-siderado antecipação, compensável com o IRPJ devido no respectivoperíodo de apuração.

7.4. JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO AUFERIDOSOs juros sobre o capital próprio de que a empresa seja beneficiária deverãointegrar a base de cálculo do Imposto de Renda no trimestre em que forempagos ou creditados pela empresa investida.

7.4.1. Compensação do Imposto de Renda Retido na FonteO imposto retido na fonte, incidente à alíquota de 15% sobre a remu-neração auferida a título de juros sobre o capital próprio, será conside-rado como antecipação, podendo ser compensado com o IRPJ devidoa partir do trimestre de apuração em que a receita for computada.

7.5. LUCROS, RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS NO EXTERIORAs pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos e ganhos de capital oriun-dos do exterior são obrigadas à tributação com base no lucro real, exceto noperíodo em que estiverem enquadradas no Programa de Recuperação Fiscal(Refis), quando será permitido optar pela tributação com base no lucro presu-mido.

7.5.1. Arbitramento do Lucro Auferido no ExteriorAs pessoas jurídicas, cujas filiais, sucursais e controladas no exteriornão dispuserem de sistema contábil que permita a apuração de seusresultados terão arbitrados os lucros decorrentes de suas atividadesno exterior, com observância das mesmas normas aplicáveis às pes-soas jurídicas domiciliadas no Brasil.Quando a receita bruta das filiais, sucursais ou controladas for conhe-cida, a pessoa jurídica, domiciliada no Brasil, poderá realizar o autoar-bitramento. Neste caso, a empresa poderá determinar o lucro arbi-trado de forma consolidada, para todas as filiais, sucursais e controla-das de um mesmo país, que não dispuserem de registros contábeisque permitam a apuração individualizada de seus resultados.O lucro arbitrado será adicionado ao lucro real ou presumido, bemcomo à base de cálculo da CSLL, relativos às atividades da empresano Brasil.

7.5.2. Arbitramento do Lucro da Empresa Domiciliada no BrasilNo período de apuração em que a pessoa jurídica domiciliada no Bra-sil estiver sob o regime de arbitramento, os lucros, rendimentos eganhos de capital auferidos no exterior serão adicionados ao lucroarbitrado e à base de cálculo da CSLL.

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7.6. VARIAÇÕES CAMBIAIS ATIVASDesde 1º de janeiro de 2000 as variações monetárias decorrentes da atualiza-ção de direitos de crédito e de obrigações, em função da taxa de câmbio, serãoconsideradas, para efeito de determinação das bases de cálculo do Imposto deRenda, da CSLL, do PIS e da Cofins quando da liquidação da correspondenteoperação, ou seja, pelo regime de caixa. À opção da pessoa jurídica, as varia-ções monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cál-culo do imposto e contribuições referidos, segundo o regime de competência.A adoção do regime de competência ou a manutenção do regime de caixadeverá ser aplicada a todo o ano-calendário.

Formalização da Opção pelo Regime de CompetênciaDe acordo com a nova redação do artigo 30 da Medida Provisória 2.158-35/2001, dada pelo artigo 137 da Lei 12.249/2010 e regulamentada pela InstruçãoNormativa 1.079 RFB/2010, a partir do ano-calendário de 2011, o direito deoptar pelo regime de competência somente poderá ser exercido no mês dejaneiro ou no mês do início de atividades.A opção pelo regime de competência deverá ser comunicada à Secretaria daReceita Federal do Brasil por intermédio da DCTF – Declaração de Débitos eCréditos Tributários Federais relativa ao mês de adoção do regime, não sendoadmitida a sua retificação, relativa a essa comunicação, fora do prazo deentrega.

Retorno ao Regime de Caixa no Decorrer do AnoAdotada a opção pelo regime de competência, o direito de sua alteração para oregime de caixa, no decorrer do ano-calendário, será restrito aos casos em queocorra elevada oscilação da taxa de câmbio comunicada mediante a edição dePortaria do Ministro de Estado da Fazenda.O retorno ao regime de caixa deverá ser informado à RFB por intermédio daDCTF relativa ao mês subsequente ao da publicação da Portaria Ministerial quecomunicar a oscilação da taxa de câmbio.

7.6.1. Efeitos da Alteração de um Ano-calendário para OutroHavendo mudança do regime de caixa para o regime de competência,deverão ser computadas nas bases de cálculo do IRPJ, CSLL, do PISe da Cofins em 31 de dezembro do período de encerramento do anoprecedente ao da opção, as variações cambiais ativas incorridas atéessa data, inclusive as de períodos anteriores ainda não tributadas.Na hipótese inversa, ou seja, se houver alteração do regime decompetência para o regime de caixa, no período de apuração emque ocorrer a liquidação da operação, deverão ser computadas nasbases de cálculo do IRPJ, CSLL, do PIS e da Cofins as variaçõesmonetárias relativas ao período de 1º de janeiro do ano-calendárioda opção até a data da liquidação.

7.6.2. Efeitos da Alteração Excepcional no Curso do Ano-calendárioNo caso de alteração do critério de reconhecimento das variaçõesmonetárias do regime de competência para o regime de caixa nodecorrer do ano-calendário, no momento da liquidação da operação,deverão ser computadas nas bases de cálculo do IRPJ, da CSLL, doPIS e da Cofins as variações monetárias relativas ao período de 1º de

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janeiro do ano-calendário da alteração da opção até a data da liqui-dação.Ocorrendo a mencionada alteração deverão ser retificadas as DCTFrelativas aos meses anteriores do próprio ano-calendário.

7.6.3. Controle das OperaçõesSe a pessoa jurídica optar por reconhecer as variações cambiaisquando da liquidação da correspondente operação deverá adotarcontrole e registro das operações semelhantes aos da pessoa jurídicatributada com base no lucro real, conforme examinado no subitem 4.1.do trabalho divulgado no Volume 6 do Curso Prático do IRPJ/2012.

8. CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDONo encerramento do trimestre, o Imposto de Renda a pagar será determinado aplican-do-se, sobre a base de cálculo formada pela soma das parcelas examinadas nos itens5 ou 6 e 7, as seguintes alíquotas:

Alíquota básica15% – aplicável sobre o total da base de cálculo.

Alíquota do adicional10% – aplicável sobre a parcela da base de cálculo que exceder a R$ 60.000,00 (tri-mestre completo) ou R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses abrangidospelo período de apuração.

8.1. VEDAÇÃO DE INCENTIVOS FISCAISÉ vedado às empresas tributadas com base no lucro arbitrado deduzir qualquervalor do Imposto de Renda a título de incentivos fiscais.

8.2. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO ANTECIPADOA pessoa jurídica poderá deduzir, do imposto apurado em cada trimestre:– o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integraram a

base de cálculo do IRPJ devido, tais como:a) receitas de prestação de serviços caracterizadamente de natureza

profissional;b) comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela represen-

tação comercial e pela mediação na realização de negócios civis ou mer-cantis;

c) receitas de prestação de serviços de limpeza e conservação de imóveis,de segurança, de vigilância e de locação de mão de obra;

d) receitas de serviços de propaganda e publicidade, prestados por agên-cias de propaganda;

e) comissões sobre vendas de passagens, excursões ou viagens;f) prestação de serviços de administração de distribuição de refeições pelo

sistema de refeições-convênio, e de administração de cartões de cré-dito;

g) juros e indenizações por lucros cessantes, decorrentes de sentença judi-cial (artigo 60, inciso I, da Lei 8.981/95);

h) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;i) Imposto de Renda pago pelo contribuinte referente a rendimentos e

ganhos líquidos em aplicações de renda variável;j) juros sobre o capital próprio auferidos;

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l) multa ou vantagem auferida pela pessoa jurídica em decorrência de res-cisão de contratos;

m) receitas da prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadoló-gica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas apagar e a receber (inclusive as empresas de factoring);– o Imposto de Renda pago indevidamente em períodos de apuração

anteriores;– o Imposto de Renda retido na fonte por entidades e órgãos públicos

federais, na forma do artigo 64 da Lei 9.430/96, alterado pelo artigo 34da Lei 10.833/ 2003;

– o imposto pago no exterior.

8.2.1. Imposto Pago no ExteriorA empresa que apurar o Imposto de Renda com base no lucro arbi-trado poderá deduzir o imposto pago sobre os lucros disponibilizadosno país de domicílio de sua filial, sucursal, controlada ou coligada,bem como o pago relativamente a serviços prestados diretamente,rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, até a data dovencimento do Imposto de Renda no Brasil. Assim, na apuração do 4ºtrimestre, poderá ser deduzido o imposto pago no exterior até 31 dejaneiro do ano seguinte.

LIMITE PARA A COMPENSAÇÃOA pessoa jurídica, domiciliada no Brasil, que arbitrar os resultados,deve acrescer à base de cálculo o valor correspondente aos lucrosoriundos do exterior, no trimestre em que forem disponibilizados.Deve, ainda, acrescer à base de cálculo o valor correspondente aosrendimentos e ganhos de capital, oriundos do exterior, no trimestre emque forem auferidos.A compensação está limitada:a) ao imposto pago no exterior, correspondente aos lucros, de

cada filial, sucursal, controlada ou coligada, bem como aos ren-dimentos e ganhos de capital computados na determinação dolucro arbitrado;

b) à diferença positiva entre o imposto e o adicional incidentes sobre olucro arbitrado COM e SEM a inclusão dos lucros, rendimentos eganhos de capital oriundos do exterior.

8.3. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTESerão considerados tributados exclusivamente na fonte os rendimentos:a) decorrentes de participações societárias, sempre que tais rendimentos

sofrerem tributação na fonte devido à época em que os mesmos forem gera-dos; e

b) auferidos em aplicações de debêntures emitidas, nos termos do artigo 2º daLei 12.431/2011, a partir da regulamentação pelo Conselho Monetário Na-cional e até 31-12-2015, por sociedade de propósito específico constituídasob a forma de sociedade por ações, e de cotas de emissão de fundo de

investimento em direitos creditórios, constituídos sob a forma de condomí-

nio fechado, relacionados à captação de recursos com vistas em implemen-tar projetos de investimento na área de infraestrutura, ou de produção eco-nômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação, consideradoscomo prioritários pelo Poder Executivo Federal.

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9. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDOA base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresas tributa-das com base no lucro arbitrado será determinada por uma das formas examinadas aseguir.

9.1. RECEITA BRUTA CONHECIDAQuando a receita bruta da empresa for conhecida, a base de cálculo da CSLLcorresponderá, em cada trimestre, à soma das seguintes parcelas:a) resultante da aplicação do percentual previsto na legislação vigente sobre a

receita bruta da atividade auferida no trimestre, inclusive, quando for o caso,sobre a parcela das receitas auferidas nas exportações a pessoas vincula-das domiciliadas no exterior ou para países com tributação favorecida,determinada de acordo com a sistemática de preços de transferência, queexceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa;

b) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos do Ativo Não Circu-lante, exceto Realizável a Longo Prazo;

c) os ganhos de capital nas alienações de ouro não considerado ativo finan-ceiro;

d) os ganhos de capital auferidos nas alienações de participações societáriaspermanentes em sociedades coligadas e controladas e de participaçõessocietárias que permanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término doano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

e) os ganhos de capital auferidos na devolução, em bens ou direitos, de partici-pação no capital social de outra pessoa jurídica;

f) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bol-sas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

g) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo, inclusive as realizadasentre pessoas jurídicas ou entre pessoas jurídicas e pessoas físicas;

h) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras derenda fixa e de renda variável;

I) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objetivo social da pes-soa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

j) os juros equivalentes à taxa referencial Selic, acumulada mensalmente, e de1% no mês da compensação ou restituição, relativos a impostos e contribui-ções a serem restituídos ou compensados;

k) as variações monetárias ativas;l) os juros sobre o capital próprio de que a empresa seja beneficiária;m) os juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras;n) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurí-

dica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;o) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos

de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinhei-ro ou o valor dos bens e direitos que tiver sido entregue para a formação doreferido patrimônio;

p) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor cal-culado com base nas taxas a que se refere o artigo 22 da Lei 9.430/96, alte-rado pela Lei 12.766/2012, e regulamentado pela Instrução Normativa1.312/2012, e o valor contratado, quando este for inferior, seja realizado commutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior;

q) os lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior;

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r) os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusivecom perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica compro-var não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido aoregime de incidência da CSLL com base no resultado ajustado, ou que serefiram a período no qual tenha se submetido ao regime de incidência daCSLL com base no resultado presumido, arbitrado, Simples ou SimplesNacional;

s) demais receitas, ganhos de capital e resultados positivos não integrantes dareceita bruta da atividade.

PERCENTUAL APLICÁVEL À RECEITA BRUTA DA ATIVIDADE

ATIVIDADE %

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante egás natural

12

Revenda de mercadorias

Venda de produtos de fabricação própria

Industrialização por encomenda (materiais fornecidos pelo encomendante)

Atividade rural

Representação comercial por conta própria

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou ad-quiridos para revenda

Execução de obras da construção civil com emprego de materiais

Instituições financeiras e demais empresas equiparadas

Prestação de serviços de transporte

Prestação de serviços hospitalares

Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patoló-gica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços

Prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissões legal-mente regulamentadas

32

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros e cor-retagem de seguros, imóveis e outros)

Factoring

Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis (exceto a receita de aluguéis,quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis)

Administração de consórcios de bens duráveis

Cessão de direitos de qualquer natureza

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra

Prestação de serviços em geral

REFLEXOS DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIAAs parcelas decorrentes da observância da sistemática de Preços de Transfe-rência serão apuradas anualmente e computadas na base de cálculo da CSLLno último trimestre do ano-calendário.

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REVENDA DE VEÍCULOSAs pessoas jurídicas, cuja atividade for a compra e venda de veículos automoto-res deverão observar, nas operações de venda de veículos usados, adquiridospara revenda, inclusive quando recebidos como parte do pagamento do preço devenda de veículos novos ou usados, os procedimentos examinados no subitem5.4 deste trabalho.

CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI – SOLUÇÃO DE CONSULTA 102 SRRF – 10ªREGIÃO FISCALA pessoa jurídica que utilizar crédito presumido do IPI deve adicionar o valor domesmo à base de cálculo da CSLL no trimestre em que for utilizado.

SERVIÇOS AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO E TERAPIADeverá ser aplicado o percentual de 12% sobre as receitas provenientes deserviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, ana-tomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clíni-cas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma desociedade empresária e que atenda às normas da Anvisa – Agência Nacionalde Vigilância Sanitária, conforme artigos 15, §1º, III, letra “a” e 20 da Lei9.249/95, com a redação dada pela Lei 11.727/2008.

9.2. RECEITA BRUTA DESCONHECIDATratando-se de empresa com receita bruta desconhecida, a base de cálculo daCSLL corresponderá ao lucro arbitrado determinado pelo Fisco, na forma doitem 6 deste trabalho, acrescido dos valores mencionados nas letras “b” a “s” dosubitem 9.1.

9.3. CÔMPUTO DAS RECEITASA exemplo do que ocorre com o Imposto de Renda, para efeito de determinaçãoda base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido as receitasdeverão ser computadas observado o regime de competência. Excetuam-sedessa regra as receitas e rendimentos mencionados nos subitens 5.3.1, 7.3 e 7.6deste trabalho.

9.3.1. Adição de Créditos da CSLL sobre DepreciaçãoDe acordo com a Lei 11.051/2004, e alterações posteriores, a pessoajurídica que adquirir, no período de 1º de outubro de 2004 a 31 dedezembro de 2010, máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamen-tos, novos, relacionados em regulamento, destinados ao Ativo NãoCirculante e empregados em seu processo industrial, poderá benefi-ciar-se do crédito da CSLL, calculado à razão de 25% sobre a depre-ciação contábil dos referidos bens.O benefício do crédito ocorrerá a partir do mês em que o bem entrarem operação até o final do quarto ano-calendário subsequente àquelea que se referir o mencionado mês.A partir do quinto ano-calendário subsequente ao ano em que se ini-ciou o incentivo, a pessoa jurídica deverá adicionar o crédito anterior-mente utilizado à CSLL devida nesse período. Portanto, o créditodeduzido no primeiro ano deverá ser adicionado no quinto ano, o dosegundo ano no sexto e assim sucessivamente até serem tributadostodos os valores anteriormente utilizados a título de crédito.

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A parcela a ser adicionada será devida pelo seu valor integral, aindaque a pessoa jurídica apure, no período, base de cálculo negativa daCSLL.

Tributação pelo Lucro ArbitradoA pessoa jurídica que deixar de ser tributada com base no lucro realdeverá adicionar os referidos créditos, aproveitados anteriormente, àCSLL devida relativa ao primeiro período de apuração do novo regimede tributação adotado.

9.4. ALÍQUOTA DA CSLLA alíquota da CSLL é de:a) 15% para as pessoas jurídicas de seguros privados, de capitalização, ban-

cos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobiliários, corretoras decâmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamentoe investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de car-tões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, cooperativas decrédito e associações de poupança e empréstimo;

b) 9% para as demais pessoas jurídicas.

9.5. COMPENSAÇÃO DAS ANTECIPAÇÕES DA CSLLA empresa poderá deduzir da CSLL devida em cada trimestre os valores:a) da CSLL retidos na fonte por entidades e órgãos públicos federais, na forma

dos artigos 64 da Lei 9.430/96 e 34 da Lei 10.833/2004;b) da CSLL retidos na fonte sobre os pagamentos efetuados pela pessoa jurí-

dica a outra pessoa jurídica de direito privado decorrentes da prestação deserviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, trans-porte de valores, locação de mão de obra, assessoria creditícia, mercadoló-gica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e areceber (inclusive os prestados por empresas de factoring), e pela prestaçãode serviços profissionais, por força do artigo 30 da Lei 10.833/2003;

c) da CSLL pagos indevidamente ou a maior em períodos de apuraçãoanteriores.

9.5.1. CompensaçãodaParcelaExcedentedeImpostoPagonoExteriorO valor do imposto pago, relativo aos valores oriundos do exteriormencionados no subitem 8.2.1, que exceder o valor compensávelcom o Imposto de Renda devido no Brasil poderá ser compensadocom a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida em vir-tude da adição de tais valores à base de cálculo da referida contri-buição.

10. REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO – RTTA Lei 11.638/2007 e a Lei 11.941/2009 introduziram, a partir de 1-1-2008, o processode harmonização das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais de con-tabilidade.Para neutralizar os impactos dos novos métodos e critérios contábeis, introduzidos poressa legislação, na apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL foi instituído oRTT – Regime Tributário de Transição.

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O RTT, que permanecerá em vigor até que outra norma discipline os efeitos dessesnovos métodos contábeis, passou a ser obrigatório, a partir de 2010, para as pessoasjurídicas tributadas pelo lucro arbitrado.Maiores detalhes sobre o RTT, ver subitem 8.6 do trabalho “Lucro Presumido” queconsta deste Volume.

11. PAGAMENTO DO IMPOSTO E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIALO Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empre-sas tributadas com base no lucro arbitrado deverão ser recolhidos nos prazos aseguir.

11.1. PAGAMENTO EM QUOTA ÚNICAO Imposto de Renda apurado no trimestre será pago, em quota única, até oúltimo dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apura-ção, o mesmo se aplicando à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Assim,os prazos de recolhimento em quota única no ano-calendário de 2013 são osseguintes:

RECOLHIMENTO EM QUOTA ÚNICA

Período de Apuração/2013 Vencimento

1º Trimestre 30-4-2013

2º Trimestre 31-7-2013

3º Trimestre 31-10-2013

4º Trimestre 31-1-2014

11.2. PAGAMENTO PARCELADOO pagamento do Imposto e da Contribuição Social poderá ser parcelado em até3 quotas iguais, mensais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos trêsmeses subsequentes ao do encerramento do período de apuração a que cor-responder. No ano-calendário de 2013, os prazos são:

RECOLHIMENTO PARCELADO

Período de Apuração/2013 Quota Vencimento

1º trimestre

1ª 30-4-2013

2ª 31-5-2013

3ª 28-6-2013

2º trimestre

1ª 31-7-2013

2ª 30-8-2013

3ª 30-9-2013

3º trimestre

1ª 31-10-2013

2ª 29-11-2013

3ª 30-12-2013

4º trimestre

1ª 31-1-2014

2ª 28-2-2014

3ª 31-3-2014

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11.2.1. Valor Mínimo de cada QuotaNenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00.

11.2.2. Acréscimo de JurosSe a empresa optar pelo parcelamento, as quotas do Imposto e daContribuição Social serão acrescidas de juros equivalentes à taxaSelic, acumulada mensalmente, contados a partir do primeiro dia dosegundo mês subsequente ao de encerramento do período de apura-ção até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mêsde pagamento.

11.2.3. Inaplicabilidade do ParcelamentoA opção pelo parcelamento do IRPJ e da CSLL não poderá ser exer-cida se:a) o valor devido for inferior a R$ 2.000,00. Nesse caso, o recolhi-

mento deverá ser efetuado em quota única, até o último dia útil domês seguinte ao do encerramento do trimestre de apuração;

b) o valor devido tiver sido apurado em decorrência de incorporação,fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica pelo encerramento daliquidação. Nesses casos, o recolhimento do IRPJ/CSLL deveráser efetuado, em quota única, até o último dia útil do mês subse-quente ao do evento.

11.3. CÓDIGOS DO DARFA empresa que tiver o lucro arbitrado deverá recolher o Imposto de Renda e aContribuição Social sobre o Lucro Líquido através de formulários Darf preenchi-dos com os seguintes códigos:IRPJ – 5625CSLL – 2372

12. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROSNão estão sujeitos ao Imposto de Renda, na fonte e na Declaração de Ajuste Anual, oslucros e dividendos pagos ou creditados a sócios, acionistas ou empresário (antigotitular de empresa individual), que tenham sido apurados em balanços ou balancetesde encerramento de períodos de apuração ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1996.No caso de pessoa jurídica tributada pelo lucro arbitrado, poderá ser distribuído, semincidência de imposto:a) o valor da base de cálculo do IRPJ, diminuída deste, inclusive do adicional, da

CSLL, do PIS e da Cofins;b) a parcela de lucros ou dividendos excedente do valor determinado na letra anterior,

desde que fique demonstrado, através de escrituração contábil feita com observân-cia da legislação comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundoas normas de apuração do lucro arbitrado.

A parcela mencionada na letra “a” poderá ser distribuída, sem incidência do imposto,após o encerramento de cada trimestre do ano-calendário.

12.1. PARCELA EXCEDENTEA parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio, acionista ou titular depessoa jurídica, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que porconta de período de apuração não encerrado, que exceder ao valor apurado na

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escrituração, será imputada aos lucros acumulados ou reserva de lucros deperíodos anteriores, ficando sujeita à incidência do Imposto de Renda, segundoo disposto na legislação específica, com acréscimos legais.Se não houver lucros ou reservas de lucros em montante suficiente para absor-ver a parcela excedente, esta será tributada com base na Tabela Progressivavigente no mês em que o excesso tiver ocorrido.O tratamento mencionado neste subitem não se aplica à distribuição do lucroarbitrado, após o encerramento do trimestre correspondente, na forma da letra“a” do item 12.

12.2. INCORPORAÇÃO DE LUCROS AO CAPITALNão estão sujeitos à incidência do imposto os valores decorrentes de aumentode capital mediante a incorporação de reservas ou lucros apurados a partir de1º de janeiro de 1996.Observe-se, contudo, que o lucro a ser incorporado pelas pessoas jurídicas tri-butadas com base no lucro arbitrado é somente aquele que for apurado embalanço.

12.3. EMPRESAS COM DÉBITOS FISCAISAs pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com aUnião e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por falta de reco-lhimento do Imposto de Renda ou contribuição no prazo legal, não poderão dis-tribuir quaisquer bonificações a seus acionistas e nem dar ou atribuir participa-ção de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demaismembros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos.A inobservância dessa proibição acarretará multa que será imposta:a) às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remune-

rações, em montante igual a 50% das quantias distribuídas ou pagas indevi-damente;

b) aos diretores e demais membros da administração superior que receberemas importâncias indevidas, em montante igual a 50% dessas importâncias.

A multa referida nas letras “a” e “b”, deste subitem, fica limitada, respectiva-mente, a 50% do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica.

13. DEMAIS RENDIMENTOSA não incidência do IR/Fonte mencionada no item 12 não abrange os valores pagos aoutros títulos, tais como pro labore, aluguéis e serviços prestados, que se sujeitam àincidência do Imposto de Renda na fonte e na Declaração de Ajuste Anual do benefi-ciário, com base na Tabela Progressiva.

14. NÃO EXCLUSÃO DAS PENALIDADES CABÍVEISO arbitramento do lucro em si, por não ser uma sanção, mas uma forma de apuraçãoda base de cálculo do IRPJ, não exclui a aplicação das penalidades cabíveis.Mesmo ocorrendo a tributação com base no lucro arbitrado, persiste a obrigatoriedadede comprovação das receitas efetivamente recebidas ou auferidas.

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15. APLICAÇÃO PRÁTICAAdmitamos os seguintes dados para uma empresa com atividades de revenda emanutenção de máquinas industriais de costura que, no 1º trimestre/2013, tenha o seulucro arbitrado:– Receita bruta da prestação de serviços faturada no trimestre............R$ 201.736,51– Receita bruta de revenda de mercadorias faturada no trimestre ........R$ 627.309,75– Total da receita bruta ........................................................................R$ 829.046,26– Ganho de capital apurado no trimestre referente venda de imóvel.......R$ 87.692,26– Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa .......................R$ 33.376,20– IR/Fonte s/aplicações financeiras (22,5% de R$ 33.376,20) .............R$ 7.509,64– Juros sobre o capital próprio auferidos no trimestre...........................R$ 42.517,46– IR/Fonte s/juros (15% de R$ 42.517,46)............................................R$ 6.377,62– PIS (0,65% de R$ 829.046,26)..........................................................R$ 5.388,80– Cofins (3% de R$ 829.046,26) ..........................................................R$ 24.871,39

– 4,65% retidos na fonte sobre receitas de serviços de manutenção de máquinas indus-triais recebidas neste trimestre:CSLL = 1% de R$ 98.321,63= ...........................................................R$ 983,22PIS = 0,65% de R$ 98.321,63= .........................................................R$ 639,09Cofins = 3% de R$ 98.321,63= ..........................................................R$ 2.949,65

R$ 4.571,96

I – DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO– Receita da prestação de serviços

38,4% de R$ 201.736,51...................................................................R$ 77.466,82– Receita da revenda de mercadorias

9,6% de R$ 627.309,75.....................................................................R$ 60.221,74R$ 137.688,56

– Ganho de capital na venda de imóvel ................................................R$ 87.692,26– Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa .......................R$ 33.376,20– Juros sobre o capital próprio auferidos ..............................................R$ 42.517,46BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO ......................................................R$ 301.274,48

II – DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO ADICIONALLucro arbitrado do 1º trimestre/2013 ......................................................R$ 301.274,48Limite do adicional (3 x R$ 20.000,00)...............................................(–) R$ 60.000,00BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL ...................................................R$ 241.274,48

III – CÁLCULO DO IMPOSTOImposto15% de R$ 301.274,48 ..........................................................................R$ 45.191,17Adicional10% de R$ 241.274,48 ..........................................................................R$ 24.127,45Total do Imposto de Renda devido .........................................................R$ 69.318,62Compensação do IR/Fontes/rendimentos de aplicações financeiras R$ 7.509,64s/juros auferidos R$ 6.377,62 .......(–) R$ 13.887,26Imposto líquido a pagar..........................................................................R$ 55.431,36

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IV – DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CSLL– Receita da prestação de serviços

32% de R$ 201.736,51......................................................................R$ 64.555,68– Receita da revenda de mercadorias

12% de R$ 627.309,75......................................................................R$ 75.277,17R$ 139.832,85

– Ganho de capital na venda de imóvel ................................................R$ 87.692,26– Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa .......................R$ 33.376,20– Juros sobre o capital próprio auferidos ..............................................R$ 42.517,46BASE DE CÁLCULO DA CSLL ..............................................................R$ 303.418,77

V – CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL9% de R$ 303.418,77 ............................................................................R$ 27.307,69Compensação da CSLL retida na fonte.............................................(–) R$ 983,22CSLL líquida a pagar .............................................................................R$ 26.324,47

Admitindo que a empresa venha a parcelar o pagamento do IRPJ (R$ 55.431,36) e daCSLL (R$ 26.324,47), temos:

Quota Vencimento IRPJR$

CSLLR$

1ª 30-4-2013 18.477,12 8.774,83

2ª 31-5-2013 18.477,12(*) 8.774,82(*)

3ª 28-6-2013 18.477,12(*) 8.774,82(*)

(*) A segunda e a terceira quotas do IRPJ e da CSLL serão acrescidas de juros naforma da legislação vigente.

VI – DISTRIBUIÇÃO DE LUCROSA empresa não mantém escrituração contábil que permita apurar o resultado do trimes-tre. Sendo assim, o valor a distribuir sem incidência do imposto corresponderá ao lucroarbitrado, deduzido o IRPJ devido, inclusive o adicional, a CSLL, o PIS e a Cofins.Sabe-se que a empresa possui dois sócios, sendo a participação nos lucros de 50%para cada um. O lucro a distribuir após as deduções é o seguinte:Lucro arbitrado do 1º trimestre de 2013..................................................R$ 301.274,48IRPJ .................................................................................................(–) R$ 69.318,62CSLL ................................................................................................(–) R$ 27.309,69PIS ...................................................................................................(–) R$ 5.388,80Cofins................................................................................................(–) R$ 24.871,39Lucro a distribuir sem incidência do imposto ..........................................R$ 174.385,98

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei Complementar 123, de 14-12-2006 (Fascículo 50/2006);– Lei 4.357, de 16-7-64 (Portal COAD);– Lei 7.689, de 15-12-88 (Informativos 49 e 51/95);– Lei 8.981, de 20-1-95 – artigos 47; 49; 51 e 55 (Informativo 04/95);– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95)– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.718, de 27-11-98 (Informativo 48/98);

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– Lei 9.779, de 19-1-99 (Informativo 03/99);– Lei 10.406, de 10-1-2002 (Portal COAD);– Lei 10.426, de 24-4-2002 (Informativo 17/2002);– Lei 10.637, de 30-12-2002 – artigo 45 (Informativo 53/2002);– Lei 10.833, de 29-12-2003 – artigos 29 a 34 (Informativo 53/2003);– Lei 11.051, de 29-12-2004 – artigos 1º e 17 (Informativo 53/2004);– Lei 11.196, de 21-11-2006 (Informativo 47/2005);– Lei 11.482, de 31-5-2007 (Fascículo 23/2007);– Lei 11.727, de 23-6-2008 (Fascículo 26/2008);– Lei 11.941, de 27-5-2009 (Fascículo 22/2009);– Lei 11.945, de 4-6-2009 (Fascículo 23/2009);– Lei 12.431, de 24-6-2011 (Fascículo 26/2011);– Lei 12.715, de 17-9-2012 (Fascículo 38/2012);– Medida Provisória 601, de 28-12-2012 (Fascículo 01/2013);– Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 – artigos 21, 30 e 31 (Informativo 35/2001);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – RIR – artigos 41, 233, 240, 259, 394, 451, 519, 529 a 542,

614, 666, 668, 856 e 861 (Portal COAD);– Decreto 6.909, de 22-7-2009 (Fascículo 30/2009);– Instrução Normativa 11 SRF, de 21-2-96 (Informativo 08/96);– Instrução Normativa 84 SRF, de 20-12-79 (Informativos 54/79 e 05/80);– Instrução Normativa 86 SRF, de 22-10-2001 (Informativo 43/2001);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 152 SRF, de 16-12-98 (Informativo 50/98);– Instrução Normativa 213 SRF, de 7-10-2002 (Informativo 41/2002);– Instrução Normativa 247 SRF, de 21-11-2002 (Informativo 48/2002);– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 05/2004);– Instrução Normativa 810 RFB, de 21-1-2008 (Fascículo 04/2008);– Instrução Normativa 1.022 RFB, de 5-4-2010 (Fascículo 14/2010);– Instrução Normativa 1.079 RFB, de 3-11-2010 (Fascículo 44/2010);– Instrução Normativa 1.199 RFB, de 14-10-2011 (Fascículo 42/2011);– Instrução Normativa 1.236 RFB, de 11-1-2012 (Fascículo 02/2012);– Instrução Normativa 1.264 RFB, de 30-3-2012 – Instruções para Preenchimento da

DIPJ/2012 (Fascículo 14/2012);– Instrução Normativa 1.300 RFB, de 20-11-2012 (Fascículo 47/2012);– Instrução Normativa 1.312 RFB, de 28-12-2012 – artigo 28 (Fascículo 01/2013);– Ato Declaratório Normativo 4 COSIT, de 29-2-96 (Informativo 10/96);– Ato Declaratório Interpretativo 26 RFB, de 25-4-2008 (Fascículo 18/2008);– Ato Declaratório 13 Cosar, de 2-4-97 (Informativo 16/97);– Parecer Normativo 77 CST, de 23-10-86 (Informativo 44/86);– Perguntas & Respostas – DIPJ/2012 – RFB – Capítulo XIV – Questões 001a 030.

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DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DAPESSOA JURÍDICA (DSPJ)

Inativas

A legislação fiscal do Imposto de Renda dispensa a pessoa jurídica que tenha perma-necido inativa durante o ano-calendário de 2012 da apresentação da DIPJ – Declara-ção de Informações Econômicos Fiscais da Pessoa Jurídica. Todavia, deve entregar àRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil a Declaração Simplificada da Pessoa Jurí-dica (DSPJ) – Inativa 2013.A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que tenha permanecido inativa durante oano-calendário de 2012 não apresentará a DSPJ – Inativa 2013, mas a DEFIS – Decla-ração de Informações Socioeconômicas e Fiscais, informando esta condição.

1. CONCEITO DE INATIVAConsidera-se inativa a pessoa jurídica que não tenha efetuado qualquer atividade ope-racional, não operacional, financeira ou patrimonial, durante todo o ano-calendárioabrangido pela Declaração.Portanto, não será considerada inativa a pessoa jurídica que, embora não tenha exer-cido seus objetivos sociais, efetuou qualquer tipo de aplicação no mercado financeiroou de capitais.

Pagamento de TributosO pagamento, no ano-calendário a que se referir a declaração, de tributo relativo aanos-calendário anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigação acessórianão descaracteriza a pessoa jurídica como inativa no ano-calendário.

2. EXTINÇÃO, INCORPORAÇÃO, CISÃO OU FUSÃONos casos de extinção, incorporação, cisão ou fusão no ano-calendário de 2013, apessoa jurídica extinta, incorporada, cindida ou fusionada também estará obrigada àentrega da DSPJ – Inativa 2013, se permaneceu inativa durante o período de 1º dejaneiro de 2013 até a data do evento.Data do evento é considerada a data:a) da deliberação entre seus membros, nos casos de cisão parcial, cisão total, fusão e

incorporação;b) da sentença de encerramento, no caso de falência;c) da publicação, no Diário Oficial da União, do ato de encerramento da liquidação, no

caso de liquidação extrajudicial promovida pelo Banco Central em instituiçõesfinanceiras;

d) da expiração do prazo estipulado no contrato, no caso de extinção de sociedadescom data prevista no contrato social;

e) do registro de ato extintivo no órgão competente, nos demais casos.

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3. FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃOA Declaração Simplificada – Inativa 2013 será enviada pela internet, inclusive nos casos deextinção, incorporação, cisão e fusão, através de preenchimento do formulário on-line dis-ponível na própria página da RFB, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br.

4. PRAZO DE ENTREGAO prazo para entrega da DSPJ – Inativa 2013, pelas pessoas jurídicas inativas noano-calendário de 2012, será encerrado às 23h 59min 59s (horário de Brasília) do dia28-3-2013.No caso de extinção, incorporação, cisão ou fusão da pessoa jurídica inativa no decor-rer do ano-calendário de 2013, a Declaração deverá ser entregue até o último dia útildo mês subsequente ao do evento.

5. RECIBO DE ENTREGAApós o envio da Declaração e confirmação do seu recebimento pela RFB, o recibo deentrega será apresentado para impressão ou gravação, conforme o interesse do con-tribuinte. Recomenda-se, no entanto, que o recibo seja impresso e gravado em meioseguro para futura comprovação, se necessário.

6. PENALIDADESA pessoa jurídica inativa que não entregar ou entregar a Declaração Simplificada forado prazo ficará sujeita à multa de R$ 200,00, que será emitida automaticamente nomomento da transmissão da declaração em atraso.A Notificação de Lançamento (NL) da Multa por Atraso na Entrega da Declaração(MAED) será gravada juntamente com o recibo de entrega, e estará disponível paraimpressão nessa mesma Tela Recuperar Recibo.

6.1. INFORMAÇÕES INCORRETAS OU OMITIDASA pessoa jurídica ficará sujeita, ainda, à multa de R$ 20,00 para cada grupo de10 informações incorretas ou omitidas.

7. RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃOSe houver necessidade de retificar a Declaração de Inatividade já entregue, a pessoajurídica deverá apresentar nova Declaração, elaborada com observância das normasestabelecidas para a Declaração original, devendo dela constar não somente as infor-mações retificadas, mas todas as informações que a compõem. A apresentação daDeclaração retificadora independe de autorização administrativa e terá a mesma natu-reza da Declaração originariamente apresentada, substituindo-a integralmente.Para retificar será exigido o número do recibo DSPJ – Inativa 2013 a ser retificada.

7.1. DSPJ INDEVIDACom a apresentação da DSPJ – Inativa 2013, para o mesmo CNPJ, não serãoaceitas as seguintes declarações para o mesmo período:a) Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf);b) Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ);c) Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed).Se a pessoa jurídica apresentou indevidamente a DSPJ – Inativa 2013, paraapresentação de alguma das declarações referidas anteriormente, deverá pro-ceder à retificação da Declaração Simplificada já transmitida assinalando aopção “Não” diante da pergunta a seguir: “A pessoa jurídica acima identifi-

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cada, por seu representante legal, declara que permaneceu, durante todoo período de <período inicial> e <período final> sem efetuar qualquer ati-vidade operacional, não operacional, financeira ou patrimonial?”.Este procedimento de retificação da DSPJ – Inativa 2013 anula a declaração deinatividade anterior, possibilitando a entrega das demais declarações.

8. INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃOA seguir, examinamos as normas para preenchimento da Declaração Simplificada daPessoa Jurídica (DSPJ) – Inativa 2013, através do formulário on-line, que apresenta asseguintes telas:Tela Inicial da Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) – Inativa 2013Primeira Tela da Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) – Inativa 2013Segunda Tela da Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica – Inativa 2013Tela Recuperar Recibo

8.1. TELA INICIAL DA DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍDICA (DSPJ) –INATIVA 2013– CNPJ: este campo deverá ser preenchido com o número de inscrição no

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do declarante.– CPF do Responsável no CNPJ: este campo será preenchido com o número

do CPF do responsável da pessoa jurídica perante a RFB.Na entrega da Declaração, o CPF informado neste campo é confrontado com oconstante do cadastro CNPJ. Caso necessário, o declarante deverá atualizar ocadastro do CNPJ para possibilitar a recepção da Declaração.

8.2. PRIMEIRA TELA DA DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍ-DICA (DSPJ) – INATIVA 2013– Ano-calendário: deve-se assinalar o ano-calendário a que se refere a Decla-

ração.– Período Inicial: deve-se preencher com a data do início do ano-calendário a

que se refere a DSPJ – Inativa 2013.– Período Final: só preencher se o declarante houver selecionado o ano-ca-

lendário de 2013 (Situação Especial). Neste caso, o período final indicará adata do evento de ocorrência da situação especial.

– Situação Especial: assinalar a opção correspondente à situação especial aque a pessoa jurídica esteve submetida. Esse campo só fica disponível nocaso de o ano-calendário selecionado ser o de 2013.

– Declaração Retificadora: este campo deve ser assinalado quando a declara-ção tiver por objetivo retificar Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica(DSPJ) – Inativa 2013 anteriormente entregue, referente ao mesmo períodode apuração.Após o contribuinte informar que se trata de declaração retificadora, o programaabre um campo para que seja informado obrigatoriamente o número do reciboda Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) – Inativa 2013 a ser reti-ficada.

– Declaração de Inatividade: a pessoa jurídica deve marca SIM se permane-ceu sem efetuar qualquer atividade operacional, não operacional, financeiraou patrimonial.

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8.3. SEGUNDA TELA DA DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURÍDICA –INATIVA 2013Os campos referentes à Identificação e aos Dados Cadastrais são preenchi-dos a partir dos dados obtidos no CNPJ, não sendo permitida a sua alte-ração.Todas as alterações cadastrais devem ser efetuadas no Cadastro Nacional dasPessoas Jurídicas (CNPJ) por meio da utilização da Ficha Cadastral da PessoaJurídica (FCPJ) que está à disposição na internet no endereço http://www.re-

ceita.fazenda.gov.br.

Dados do Responsável pelo preenchimento– CPF: informar o número do CPF do responsável pelo preenchimento da

DSPJ – Inativa 2013.– Nome: informar o nome do responsável pelo preenchimento da DSPJ – Ina-

tiva 2013.– CRC/UF: o número do CRC e a UF do responsável pelo preenchimento da

DSPJ – Inativa 2013.

8.4. TELA RECUPERAR RECIBOO contribuinte pode visualizar o recibo de entrega de declaração já transmitidapara a Secretaria da Receita Federal do Brasil. Para isso, basta acessar o link

Recuperar Recibo, visível logo após a Tela Inicial. Quando acionado, será exi-bida a lista com todas as declarações existentes na base de dados da RFB.Deve-se selecionar a declaração cujo recibo desejar imprimir, clicar no botãoConfirmar e quando for exibida a tela com os dados do recibo, clicar no botãoImprimir ou Gravar.Esta operação pode ser repetida quantas vezes forem necessárias.

9. DECLARAÇÕES DE ANOS-CALENDÁRIO ANTERIORESPara as Declarações de Inatividade de exercícios anteriores deve ser utilizado o formu-lário on-line disponível no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br.

9.1. PESSOAS JURÍDICAS QUE NÃO INICIARAM SUAS ATIVIDADES ATÉ 1996O artigo 4º da Lei 8.541/92, revogado pela Lei 9.532/97, condicionava a entregada Declaração de Rendimentos ao início das atividades.O início da atividade é o momento da primeira operação após a constituiçãoe integralização do capital que traga mutação no patrimônio da pessoa jurí-dica, sendo irrelevante se essa mutação é de ordem qualitativa ou quantita-tiva.Dessa forma, as pessoas jurídicas que não iniciaram suas atividades até o finaldo ano-calendário de 1996 estão dispensadas da apresentação da Declaraçãorelativa ao ano-calendário de 1996, e, consequentemente, da multa por atrasona entrega da Declaração.No entanto, com a revogação do artigo 4º da Lei 8.541/92, é obrigatória aentrega da Declaração a partir do ano-calendário de 1997, ainda que a pessoajurídica não tenha iniciado suas atividades.

10. EXEMPLO PRÁTICOA seguir, apresentamos as telas do formulário on-line da Declaração Simplificada daPessoa Jurídica (DSPJ) – Inativa 2013.

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FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei 9.779, de 9-1-99 – artigo 16 (Informativo 03/99);– Lei 10.426, de 24-4-2002 – artigo 7º (Informativo 17/2002);– Lei 11.051, de 29-12-2004 – artigo 19 (Informativo 53/2004);– Resolução 94 CGSN, de 29-11-2011 (Portal COAD);– Resolução 99 CGSN, de 16-4-2012 (Portal COAD);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 1.306 RFB, de 27-12-2012 (Fascículo 01/2013).

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OMISSÃO DE RECEITACaracterização

Examinamos neste trabalho, os procedimentos adotados pelo Fisco para efeito de caracte-rização e tributação de receitas omitidas pelas pessoas jurídicas, de acordo com os disposi-tivos da legislação vigente e em consonância com a Jurisprudência Administrativa.

1. CARACTERIZAÇÃO DA OMISSÃO DE RECEITACaracteriza-se como omissão no registro de receita, a ocorrência de:a) indicação, na escrituração, de saldo credor de Caixa;b) falta de escrituração de pagamentos efetuados;c) manutenção, no Passivo, de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja

comprovada.Em qualquer dessas hipóteses, será ressalvada ao contribuinte a prova da improce-dência da presunção.

2. SALDO CREDOR DE CAIXAO fato de a escrituração do contribuinte indicar saldo credor de Caixa constitui presun-ção legal de omissão de receitas. Dentre as inúmeras decisões do Carf – ConselhoAdministrativo de Recursos Fiscais, antigo Conselho de Contribuintes, a respeito damatéria, destacamos:

Acórdão 1202-000.483 – Carf/2ª Câmara – de 22-2-2011Os cheques emitidos pela contribuinte, compensados por instituição bancária, lan-çados a débito da conta “Caixa” como suprimento, deverão ter seus correspondentesregistros a crédito desta conta, pela saída de caixa para o pagamento das obrigaçõesda empresa, para que se opere a neutralidade da sistemática contábil adotada, vulgar-mente chamada de “lançamento cruzado na conta Caixa”. Não comprovando aempresa o registro dessa saída, é legítima a recomposição do saldo da conta “Caixa”,com a exclusão dos valores indevidamente registrados como suprimentos, que sãoconsiderados entradas fictícias de recursos. A consequente apuração de saldo credorna conta Caixa evidencia a prática de omissão do registro de receitas, pela utilizaçãode recursos à margem da escrituração contábil, para fazer face às saídas de caixa, nostermos do art. 281, I, do RIR/99.

Acórdão 108-07.993 – 1º CC-MF/8ª Câmara – de 20-10-2004É correto procedimento de verificação de saldo credor de caixa mediante a recompo-sição após a exclusão dos valores de cheques compensados em favor de terceiros.O saldo credor corresponde à omissão de receitas.

Acórdão 107-07.026 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 18-3-2003Excluídos da conta Caixa os valores dos cheques que lá não ingressaram, porqueliquidados via compensação bancária, resultando saldo credor em virtude de outrassaídas de caixa não vinculadas aos destinos dados aos referidos cheques, presu-me-se omissão de receitas, pela utilização de recursos à margem da escrituração con-tábil, para fazer face às saídas de caixa.

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Acórdão 105-13.389 – 1º CC-MF/5ª Câmara – de 5-12-2000Não logrando o contribuinte comprovar a inexistência de saldo credor de caixa, cabívela presunção de omissão de receitas, em montante equivalente. O saldo credor decaixa, devidamente apurado através de fluxo de caixa, realizado em procedimento deofício, caracteriza omissão de receitas.

Acórdão 108-06.360 – 1º CC-MF/8ª Câmara – de 23-1-2001Tendo sido o auto de infração lavrado por omissão de receita com base em saldo cre-dor de caixa apurado exclusivamente em face do Livro Razão (conta Caixa) e tendo ocontribuinte demonstrado não ter havido saldo credor através do Livro Auxiliar deCaixa, não há como subsistir a presunção de omissão de receita.

Acórdão 101-94.866 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 24-2-2005Constatado que as quantias tributadas a título de omissão no registro de receitas, porocorrido movimentação de recursos através de conta-corrente bancária, sem compro-vação da origem, também figuram na base de cálculo do tributo exigido por caracteri-zado saldo credor da conta Caixa, devem as mesmas serem excluídas de uma dasexações, para se evitar a dupla tributação.

Acórdão 108-07.366 – 1º CC-MF/8ª Câmara – de 17-4-2003Se os dizeres de escritura de compra e venda de títulos não possibilitam aferir-secom a necessária certeza o momento do pagamento, impossível considerar pagoum determinado valor para expurgá-lo do saldo de caixa e apurar eventual saldocredor.

Acórdão 107-09.502 – 1º CC-MF/7ª Câmara, de 18-9-2008Tratando-se de presunções legais de saldo credor de caixa e de passivo fictício, cabeao sujeito passivo refutá-las mediante a comprovação com documentos hábeis e idô-neos.

Acórdão 105-17.423 – 1º CC-MF/5ª Câmara, de 5-2-2009Na reiteração de saldos credores de caixa, a presunção alcança apenas o maior saldoapurado no período.

3. FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE PAGAMENTOSA não escrituração de pagamentos efetuados pela pessoa jurídica (compras omitidas)caracteriza omissão de receitas. Dentre as diversas decisões sobre a matéria, emana-das do Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, antigo Conselho de Con-tribuintes, destacamos as seguintes:

Acórdão 1401-000.469 – Carf/4ª Câmara – de 24-2-2011A falta de escrituração de pagamentos de compras, detectada através do cruzamentode informações de fornecedores com a escrituração da contribuinte, autoriza a presun-ção de omissão de receitas.

Acórdão 105-12.815 – CC-MF/5ª Câmara – de 12-5-99A falta de escrituração ou a escrituração a menor de pagamentos autorizam a presun-ção simples de que os pagamentos foram efetuados com receitas não registradas nacontabilidade, configurando omissão de receitas. Presunção não infirmada pela defen-dente.

Acórdão 1.044 CSRF-MF/1 ª Turma – de 26-11-90A falta de registro contábil e fiscal de aquisição de mercadorias autoriza a presunçãode omissão de receita, em montante correspondente ao custo dessas mercadorias,

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ressalvada prova em contrário (tributação que se solidifica quando o contribuinte nãoapresenta prova que descaracteriza a presunção).

Acórdão 103-12.162 – 1º CC MF/3ª Câmara – de 9-11-93A falta de contabilização de compras autoriza a presunção de que os valores dos res-pectivos custos foram pagos com recursos mantidos à margem da escrituração, omiti-dos, portanto, dos resultados da empresa.

Acórdão 107-04.144 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 14-5-97Acrescenta-se ao lucro real, para efeito de tributação do imposto de renda pessoa jurí-dica, o valor das compras omitidas dos registros contábeis.

4. PASSIVO FICTÍCIOCaracteriza omissão de receita a manutenção, no Passivo, de obrigações cuja efetivaexigibilidade não seja comprovada (passivo fictício), ou seja, quando existe indício deque tais obrigações foram pagas com recursos cujo ingresso não foi contabilizado pelapessoa jurídica.

Acórdão 1401-000.469 – Carf/4ª Câmara – de 24-2-2011A existência no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja compro-vada caracteriza a prática da omissão de receitas, pela utilização de recursos à mar-gem da contabilidade da empresa, nos termos do art. 281, III, do RIR/99.

Acórdão 1402-000.523 – Carf/4ª Câmara – de 1-4-2011Cabe ao contribuinte fazer prova da efetividade dos valores contabilizados em seupassivo; do contrário, aplica se a presunção legal da ocorrência de omissão de recei-tas, nos termos do artigo 40 da Lei n° 9.430, de 1996.

Acórdão 105-15.676 – CC-MF/5ª Câmara – de 27-4-2006A existência de aquisições à vista e constantes do rol do passivo ao final do períodorequerem prova a ser efetivada pelo contribuinte de que os pagamentos ocorreram noperíodo seguinte, à falta do que é de se manter a exigência, já que se trata de presun-ção legal que somente pode ser afastada mediante prova.

Acórdão 105-15.478 – CC-MF/5ª Câmara – de 9-12-2005Não configura omissão de receita pagamentos registrados na contabilidade dentro doano-calendário, na empresa que apure o lucro pelo real anual. O passivo fictício aflorapor situação exatamente contrária, ou seja, a existência real de um pagamento, provadapor documentação, dentro do ano-calendário e a baixa da obrigação no ano seguinte.Estando o credor devidamente identificado, a presunção legal somente se configura seem diligência ficar provada a inexistência, de fato do credor ou da dívida. Tendo sidoprovada a existência de dívida junto ao credor em diligência determinada por este Con-selho, descabe a presunção de omissão de receitas. (Art. 40 Lei 9.430/96).

Acórdão 1.025, DRF/Fortaleza/3ª Turma – de 4-4-2002Tendo o contribuinte logrado comprovar parcialmente, através de documentação hábile idônea, a existência de créditos de acionista, valores que ensejaram a caracteriza-ção do passivo fictício objeto da ação fiscal, procede, em parte, a exigência consubs-tanciada a este título.

Acórdão 01-1.650 – CSRF – de 25-3-94A diferença entre o valor constante da conta Fornecedores, quando do levantamentodo balanço, e a soma das importâncias efetivamente comprovadas através de docu-

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mentação hábil, constitui passivo fictício, indicando o fato omissão de receitas.Recurso a que se nega provimento.

Acórdão 107-03.877 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 25-2-97Também caracteriza omissão de receitas a liquidação de obrigações para com forne-cedores no ano-base, porém ainda constantes em aberto no seu balanço de encerra-mento.

Acórdão 107-04.368 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 16-9-97A falta de comprovação, através de documentação hábil, das obrigações mantidasjunto a fornecedores, registradas no balanço patrimonial, autoriza a presunção deomissão no registro de receita, ressalvado ao contribuinte a prova de sua improcedên-cia. Se em razão de diligência fiscal o sujeito passivo logra comprovar a veracidadedos registros contábeis, mediante documentos irrefutáveis, impõe-se a exclusão dorespectivo valor da matéria tributada de ofício.

Acórdão 103-18.893 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 17-9-97A comprovação, em primeira instância, da existência de mais 99% das obrigaçõesafasta a presunção de omissão de receitas em relação as parcelas de valores ínfimostidas como não comprovadas.

Acórdão 101-91.813 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 17-2-98A elisão da presunção de omissão de receitas por passivo fictício não pode se dar sema apresentação de provas objetivas de que os saldos eram devidos nas datas a que sereferem.

5. SUPRIMENTOS DE CAIXAA legislação do Imposto de Renda determina que uma vez provada, por indícios naescrituração do contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, a omissão de recei-ta, a autoridade tributária poderá arbitrá-la com base no valor dos recursos de caixafornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não anônima, titularda empresa individual, ou pelo acionista controlador da companhia, se a efetividade daentrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas.O Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, antigo Conselho de Contri-buintes, tem se manifestado repetidas vezes a respeito das operações de reforço decaixa de empresas mediante empréstimos ou aumento do capital social por parte dedirigentes.Ressaltamos, entre as inúmeras decisões:

Acórdão 1802-000.771 – Carf/8ª Câmara – de 25-1-2011Tributa-se como omissão de receita o aporte de capital dito efetuados por sócios àempresa, seja em espécie ou por depósitos bancários, quando a origem ou a efetivaentrega dos suprimentos não forem comprovadas com documentação hábil e idônea,coincidente em datas e valores. Cabe ao sujeito passivo o ônus da prova nas infraçõeslançadas por presunções legais de que o fato presumido não ocorreu.

Acórdão 107-08.229 – CC-MF/7ª Câmara – de 11-8-2005Se a contribuinte conseguiu demonstrar a efetiva entrega do numerário, com o queconcordou a própria DRJ, e, em sede de Recurso Voluntário, trouxe declaração de ren-dimentos do sócio que demonstra condições financeiras deste para suprir o caixadaquela, não há que se falar em omissão de receita.

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Acórdão 105-14.800 – CC-MF/5ª Câmara – de 10-11-2004Para afastar a presunção de omissão de receita, não basta a prova de que os sóciosdispunham de origem regular para suprir o caixa da sociedade, sendo necessária, tam-bém, prova plena, objetiva e inquestionável, mediante documentação idônea e coinci-dente, da efetividade da entrega do numerário pelos sócios à sociedade.

Acórdão 104-15.225 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 19-8-97Cabe à pessoa jurídica provar, com documentos hábeis e idôneos, coincidentes emdata e valor, os registros de sua contabilidade, inclusive os de efetivo ingresso noCaixa da empresa e da efetiva entrega pelos subscritores de numerário para a integra-lização de aumentos de capital, bem como deverá fazer prova de sua respectiva ori-gem, presumindo-se, quando não forem produzidas essas provas, que os recursostiveram origem em receita omitida na escrituração. Sendo irrelevante a capacidadeeconômica do sócio da empresa, titular de crédito por suprimentos, se não for compro-vada, plena, objetiva e inquestionavelmente, a origem do numerário creditado, mediantedocumentos idôneos e coincidentes, e que, igualmente, se comprove a efetividade daentrega dos recursos supridos, exibindo-se prova indubitável de que eles se transferi-ram para o patrimônio da pessoa jurídica.

Acórdão 103-19.190 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 18-2-98Os suprimentos de Caixa efetuados pelos sócios, e comprovadamente ingressados nopatrimônio da pessoa jurídica, impõem a prova hábil e idônea da origem do numeráriosuprido, eis que a regra prevista no § 3º do artigo 12 do Decreto-Lei nº 1.598/77 – ori-gem e entrega – são cumulativos e indissociáveis. Não comprovada a origem, cabe àautoridade tributária efetuar o lançamento do imposto com base no valor dos recursosde Caixa fornecidos. Incabível a recomposição da conta “Caixa” para excluir os supri-mentos efetuados e provocar o saldo credor de Caixa, hipótese de tributação previstaem outro dispositivo legal. Insuficiência da caracterização da infração.

Acórdão 103-19.261 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 17-3-98Configura-se como omissão de receita a não comprovação da origem e efetiva entregado numerário destinado a aumento de capital.

Acórdão 107-04.371 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 16-9-97O simples não registro na contabilidade de suprimentos feitos à empresa por sócio e deempréstimo bancário não autoriza, sem o aprofundamento da ação fiscal, a conclusãode que teria havido omissão de receitas, mormente quando as receitas supostamenteomitidas foram apuradas em simples confronto com extratos bancários.

6. FALTA DE EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAISCaracteriza omissão de receita, inclusive ganhos de capital, a falta de emissão da notafiscal, recibo ou documento equivalente, no momento da efetivação das operações de:a) venda de mercadorias;b) prestação de serviços;c) alienação de bens móveis;d) locação de bens móveis e imóveis;e) quaisquer outras transações realizadas com bens e serviços.Ficará ainda caracterizada a omissão de receita se for verificada emissão de nota fis-cal, recibo ou documento, em valor inferior ao da operação (subfaturamento).

Acórdão 101-92.246 – CC-MF/1ª Câmara – de 19-8-98Comprovado documentalmente que foram preenchidos as Ordens de Serviços, com omodelo impresso, com data de entrega e de faturamento definida e, ainda, registrada

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palavra “Pago”, “Pg” ou “0k” , permite presumir que a nota fiscal de prestação de servi-ços não foi emitida e nem contabilizada a receita correspondente.

Acórdão 107-04.123 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 13-5-97A falta de emissão de Notas Fiscais de vendas de mercadorias e serviços no momentoda sua efetivação evidencia a prática de omissão de receitas e autoriza o lançamentode ofício dos tributos correspondentes, sobretudo se os respectivos valores não foramregistrados na contabilidade oficial da pessoa jurídica.

Acórdão 101-91.899 – 1º CC-MF/1ª Câmara – de 18-3-98A prática de emitir Notas Fiscais de apenas parte das vendas realizadas configuraomissão de receitas ao crivo do tributo, caracterizando, evidente intuito de fraude eensejando a aplicação da multa exasperada.

Acórdão 107-03.877 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 25-2-97Legítima a apuração de diferenças caracterizadoras de saídas de produtos do estabe-lecimento industrial sem emissão de Nota Fiscal, fulcrada em levantamento de utiliza-ção de matérias-primas efetuado a partir da documentação fiscal e contábil do contri-buinte. Este pode impugnar diferenças consideradas pela fiscalização com base emcritério adequado, apresentando, se for o caso, laudo de órgão técnico competente.

Acórdão 104-15.124 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 8-7-97No silêncio da manifestação da autoridade, prevista no artigo 1º, § 2º, da Lei nº 8.846/94,se o contribuinte utiliza outro documento que sirva à escrituração da receita e determina-ção do fato gerador do Imposto de Renda (CTN, artigo 43), não há concretização da pre-sunção de omissão de receita, prevista no artigo 2° do diploma legal.

Acórdão 104-15.127 – 1º CC-MF/4ª Câmara – de 8-7-97A não emissão de nota fiscal na venda de combustível ao consumidor não enseja aaplicação da multa prevista na Lei nº 8.846/94 ao Posto Revendedor, tendo em vistaque o mesmo está sujeito ao Registro Diário de suas vendas no LMC – Livro de Movi-mento de Combustíveis –, instituído pela Portaria nº 26, de novembro de 1992, doDepartamento Nacional de Combustíveis.

7. DEPÓSITOS BANCÁRIOSConstituem, também, presunção legal de omissão de receita, os valores creditados emconta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relaçãoaos quais o titular pessoa jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediantedocumentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nas respectivas opera-ções.

Acórdão 107-03.874 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 25-2-97Configura-se omissão de receita a existência de depósitos bancários não escrituradosquando não provada a sua origem. A mera alegação de que tais valores foram devolvi-dos ao cliente, sem prova efetiva da devolução, não tem o condão de afastar a exigên-cia do crédito tributário.

Acórdão 107-04.282 – 1º CC-MF/7ª Câmara – de 9-7-97A falta de comprovação de que os recursos depositados em contas bancárias daempresa provêm de receitas registradas na contabilidade oficial ou de fontes externasautoriza a presunção de que os mesmos têm origem em receitas omitidas.

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Acórdão 103-18.893 – 1º CC-MF/3ª Câmara – de 17-9-97Improcedente o lançamento fundado exclusivamente em extratos ou comprovantes dedepósitos bancários escriturados pela empresa porque a infração não restou suficien-temente demonstrada nos autos.

Acórdão 1402-000.522 – Carf/4ª Câmara – de 1-4-2011Para que os depósitos bancários possam ser considerados receita omitida é necessá-rio que a Fiscalização, de forma prévia, relacione individualizadamente os valores eintime o titular dos recursos para comprovar a origem dos mesmos. A intimação préviapara comprovação dos recursos se constitui em requisito essencial para formação dapresunção de que trata o artigo 42, da Lei n° 9.430, de 1996. Sem tal procedimento nãose pode falar em presunção de omissão de rendimentos. Não preenchidos, por falta deregular intimação, os requisitos de que trata o artigo 42, da Lei n° 9.430, de 1996, paraformação da presunção, o lançamento torna se insubsistente. Acórdão da DRJ que semantém pelos seus próprios fundamentos. Recurso de ofício negado.

7.1. DETERMINAÇÃO DOS VALORES OMITIDOSAs receitas ou os rendimentos omitidos serão considerados auferidos ou rece-bidos no mês do crédito efetuado pela instituição financeira.O valor cuja origem houver sido comprovada, que não tiver sido computado nabase de cálculo do imposto, será tributado de acordo com a legislação vigente àépoca do respectivo fato gerador.Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos bancários serãoanalisados individualizadamente, observado que não serão consideradosos decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa jurí-dica.

8. ARBITRAMENTO DA RECEITA OMITIDAVerificada por indícios a omissão de receita, a autoridade tributária poderá, para efeitode determinação da base de cálculo sujeita à incidência do imposto, arbitrar a receitado contribuinte, tomando por base as receitas, apuradas em procedimento fiscal, cor-respondente ao movimento diário das vendas, da prestação de serviços e de quais-quer outras operações.

8.1. CRITÉRIO DE ARBITRAMENTOPara fins de arbitramento da receita mínima do mês, a autoridade tributáriaidentificará os valores efetivos das receitas auferidas pelo contribuinte em trêsdias alternados desse mesmo mês, necessariamente representativos dasvariações de funcionamento do estabelecimento ou da atividade.A renda mensal arbitrada corresponderá à multiplicação do valor correspon-dente à média das receitas apuradas pelo número de dias de funcionamento doestabelecimento naquele mês.O critério em exame poderá ser aplicado a, pelo menos, três meses do mesmoano-calendário. Nesse caso, a receita média mensal das vendas, da prestaçãode serviços e de outras operações correspondentes aos meses arbitrados seráconsiderada suficientemente representativa das receitas auferidas pelo contri-buinte naquele estabelecimento, podendo ser utilizada, para efeitos fiscais, poraté doze meses contados a partir do último mês submetido ao arbitramentopelo critério de três dias alternados.A diferença positiva entre a receita arbitrada e a escriturada será consideradana determinação da base de cálculo do imposto.

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O tratamento examinado não dispensa o contribuinte da emissão de documen-tário fiscal, bem como da escrituração a que estiver obrigado pelas legislaçõescomercial e fiscal.

Vedação de incentivos fiscaisA diferença positiva apurada não integrará a base de cálculo de quaisquerincentivos fiscais previstos na legislação tributária.

8.2. CRITÉRIO ALTERNATIVOÉ facultado à autoridade tributária utilizar quaisquer outros métodos de determi-nação da receita, para efeito do arbitramento a que se refere o subitem 8.1,quando ficar constatado qualquer artifício utilizado pelo contribuinte com o intui-to de frustrar a apuração da receita efetiva do seu estabelecimento.

9. LEVANTAMENTO QUANTITATIVO POR ESPÉCIEA legislação vigente estabelece outra hipótese de presunção legal de omissão de recei-tas, através de levantamento, por espécie, das quantidades de matérias-primas e pro-dutos intermediários utilizados no processo produtivo da pessoa jurídica.

9.1. DETERMINAÇÃO DA OMISSÃO DE RECEITAPara efeito de determinação da receita omitida será apurada a diferença, posi-tiva ou negativa, entre as somas das seguintes quantidades:

A)

Estoques de produtos, no início do período deapuração, constantes no Registro de Inventário

+Produtos fabricados

+Matérias-primas e produtos intermediários

utilizados no período

B)

Produtos vendidos escriturados no Diário+

Estoques, no final do período de apuração,constantes no Registro de Inventário

Diferença positivaSe a soma de “A” for maior do que a de “B” ficará configurada a presunção davenda de produtos sem a emissão ou sem registro de notas fiscais.

Diferença negativaSe, ao contrário, “A” resultar menor que “B", presumir-se-á que houve comprade matérias-primas ou produtos intermediários com recursos de ingresso nãoescriturado.Considera-se receita omitida o valor resultante da multiplicação das diferençasde quantidades de produtos ou de matérias-primas e produtos intermediáriospelos respectivos preços médios de venda ou de compra, conforme o caso, emcada período de apuração abrangido pelo levantamento.O critério de apuração de receita omitida aplica-se, também, às empresascomerciais, relativamente às mercadorias adquiridas para revenda.

10. TRIBUTAÇÃO DA RECEITA OMITIDA NA PESSOA JURÍDICAUma vez verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor doImposto de Renda e do adicional a serem lançados, de acordo com o regime de tributa-

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ção a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corres-ponder a omissão.

10.1. LUCRO REALO valor submetido à incidência do imposto deve corresponder à totalidade dareceita desviada da escrituração, sendo inadmissível deduzir quaisquer custosou despesas a ela inerentes, de vez que estes já estarão, por pressuposto,computados no resultado.

10.2. LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADONo caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com baseno lucro presumido ou arbitrado, não sendo possível a identificação da ativi-dade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela a que cor-responder o percentual mais elevado.

10.3. CSLL – COFINS – PIS/PASEPO valor da receita omitida será considerado na determinação da base de cál-culo para o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),da Contribuição para a Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para osProgramas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do ServidorPúblico (PIS/Pasep) e das contribuições previdenciárias incidentes sobre areceita.

11. NÃO INCIDÊNCIA PARA O BENEFICIÁRIO DA RECEITA OMITIDAA omissão de receitas verificada em relação a fatos geradores ocorridos a partir de 1ºde janeiro de 1996 não acarreta tributação para o sócio, acionista ou titular da pessoajurídica, seja na fonte ou na declaração de rendimentos deste.

12. LANÇAMENTO DE OFÍCIOA administração tributária procederá ao lançamento de ofício quando, dentre outrasrazões, o sujeito passivo omitir receitas ou rendimentos, nas hipóteses examinadasneste trabalho.O lançamento de ofício poderá ser realizado, também, arbitrando-se os rendimentoscom base na renda presumida, mediante utilização dos sinais exteriores de riqueza.

12.1. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZAConsidera-se sinal exterior de riqueza a realização de gastos incompatíveiscom a renda disponível do contribuinte.Constitui renda disponível a receita auferida, diminuída das deduções, admiti-das pela legislação do Imposto de Renda, e do imposto pago pelo contribuinte.Verificando a autoridade tributária sinais exteriores de riqueza, o contribuinteserá notificado para o devido procedimento fiscal de arbitramento, para o qualserão tomados por base os preços de mercado vigentes à época da ocorrênciados fatos ou eventos, podendo, para tanto, ser adotados índices ou indicadoreseconômicos oficiais ou publicações técnicas especializadas.

12.1.1. Posse ou Propriedade de Bens Incompatíveis com a RendaDisponívelO contribuinte que detiver a posse ou propriedade de bens que, porsua natureza, revelem sinais exteriores de riqueza, deverá compro-var, mediante documentação hábil e idônea, os gastos realizados a

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título de despesas com tributos, guarda, manutenção, conservação edemais gastos indispensáveis à utilização desses bens.Nesse caso, consideram-se bens representativos de sinais exterioresde riqueza automóveis, iates, imóveis, cavalos de raça, aeronaves eoutros bens que demandem gastos para sua utilização.

I – Arbitramento dos DispêndiosA falta de comprovação dos gastos, ou a verificação de indícios derealização de gastos não comprovados, autorizará o arbitramento dosdispêndios em valor equivalente a até 10% do valor de mercado dorespectivo bem, observada necessariamente a sua natureza, paracobertura de despesas realizadas durante cada ano-calendário emque o contribuinte tenha detido a sua posse ou propriedade.Para esse efeito, serão tomados como base os preços de mercadovigentes em qualquer mês do ano-calendário a que se referir o arbitra-mento.

II – Determinação da Renda PresumidaO valor arbitrado (I), deduzido dos gastos efetivamente comprovadospelo contribuinte, será considerado renda presumida nos anos-calen-dário relativos ao arbitramento.

III – Determinação da Omissão de RendimentosA diferença positiva, apurada entre a renda arbitrada (II) e os gastosefetivamente comprovados, será tributada da forma examinada noitem 10 deste trabalho.

12.2. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIOA multa de lançamento de ofício aplicável aos casos em que a autoridade tribu-tária constatar as hipóteses previstas nos artigos 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64 éde 150%, independentemente de outras penalidades administrativas ou crimi-nais cabíveis.Os artigos citados definem, respectivamente:Sonegação – é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar,total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária:– da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza

ou circunstâncias materiais;– das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação

tributária principal ou o crédito tributário correspondente.Fraude – é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ouparcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, oua excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir omontante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento.Conluio – é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas,visando qualquer dos efeitos de sonegação ou fraude.

12.2.1. Agravamento da PenalidadeSe o contribuinte não atender, no prazo marcado, à intimação paraprestar esclarecimentos, a multa de lançamento de ofício passará aser de 225%.

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12.2.2. Redução da PenalidadeSerão concedidas reduções da multa de lançamento de ofício, nospercentuais a seguir, ao contribuinte que, notificado, efetuar o paga-mento, a compensação ou parcelamento do débito:– 50%, se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de

30 dias, contado da data em que o contribuinte foi notificado do lan-çamento;

– 40%, se o contribuinte requerer o parcelamento no prazo de 30dias, contado da data em que foi notificado do lançamento;

– 30%, se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de30 dias, contado da data em que o contribuinte foi notificado dadecisão administrativa de primeira instância; e

– 20%, se o contribuinte requerer o parcelamento no prazo de 30dias, contado da data em que foi notificado da decisão administra-tiva de primeira instância.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei Complementar 123, de 15-12-2006 - artigo 34 (Portal COAD);– Lei 4.502, de 30-11-64 (Portal COAD);– Lei 9.249, de 26-12-95 – artigos 24 e 36, IV (Informativo 52/95);– Lei 9.430, de 27-12-96 – artigos 40 a 42 e 44 (Informativo 53/96);– Lei 11.488, de 15-6-2007 – artigo 14 (Fascículo 25/2007);– Lei 11.941, de 27-5-2009 – artigo 29 (Fascículo 22/2009);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 199, 281 a

288, 528, 537, 672, 673, 841, 844 a 850, 957, 959 e 961 (Portal COAD);– Parecer Normativo 242 CST, de 11-3-71 (DO-U de 22-4-71);– Acórdão 101-78.772 -1º CC-MF/1ª Câmara, de 19-6-89 (DO-U de 14-2-90);– Acórdão 105-5.561 - 1º CC-MF/1ª Câmara, de 23-4-91 (DO-U de 27-6-91).

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