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manual boas praticas de manipulacao de alimentos.
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Srie Qualidade eSegurana dos Alimentos
Manual de Boas PrticasAgrcolas e Sistema APPCC
Manual de Boas PrticasManual de Boas PrticasManual de Boas PrticasManual de Boas PrticasManual de Boas PrticasAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCC
CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA - CNICONSELHO NACIONAL DO SENAI
Armando de Queiroz Monteiro NetoDiretor-Presidente
CONSELHO NACIONAL DO SESI
Jair Antonio MeneguelliPresidente
AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA -ANVISA
Cludio Maierovitch P. HenriquesDiretor-Presidente
Ricardo OlivaDiretor de Alimentos e Toxicologia
CONFEDERAO NACIONAL DO COMRCIO - CNCCONSELHO NACIONAL DO SENACCONSELHO NACIONAL DO SESC
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CONFEDERAO NACIONAL DA AGRICULTURA - CNACONSELHO NACIONAL DO SENAR
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EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAAGROPECURIA
Clayton CampanholaDiretor-Presidente
Mariza Marilena T. Luz BarbosaDiretora-Executiva
Herbert Cavalcante de LimaDiretor-Executivo
Gustavo Kauark ChiancaDiretor-Executivo
SENAI DEPARTAMENTO NACIONAL
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SEBRAE NACIONAL
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SESI - DEPARTAMENTO NACIONAL
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Jos TreiggerDiretor de Operaes
SENAC - DEPARTAMENTO NACIONAL
Sidney da Silva CunhaDiretor Geral
SESC - DEPARTAMENTO NACIONAL
Marom Emile Abi-AbibDiretor Geral
lvaro de Mello SalmitoDiretor de Programas Sociais
Fernando DysarzGerente de Esportes e Sade
SENAR - SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEMRURAL
Antnio Ernesto Werna de SalvoPresidente do Conselho Deliberativo
Geraldo Gontijo RibeiroSecretrio-Executivo
Manual de Boas PrticasManual de Boas PrticasManual de Boas PrticasManual de Boas PrticasManual de Boas PrticasAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCCAgrcolas e Sistema APPCC
2 0 0 4
Srie Qualidade e Segurana dos Alimentos
2004. Embrapa Informao TecnolgicaQualquer parte desta obra poder ser reproduzida, desde que citada a fonte.
FICHA CATALOGRFICA
Manual de Boas Prticas Agrcolas e Sistema APPCCBrasilia: EMBRAPA/SEDE, 2004. 101 p. (Qualidade e Segurana dos Alimentos).
Projeto PAS campo. Convnio CNI/SENAI/SEBRAE/EMBRAPA
ISBN:
BPA; SISTEMA APPCC; SEGURANA DOS ALIMENTOS; PRODUO PRIMRIA; PR-COLHEITA; PS-COLHEITA; CONTROLE BIOLGICO; SOLOS; HIGIENE AMBIENTAL;QUALIDADE DA GUA.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaParque Estao Biolgica - PqEB s/n Caixa Postal: 040315Edifcio Sede CEP. 70770-900 Braslia-DFTel.: (61) 448 4433 Fax: (61) 347 1041Internet: www.pas.senai.bre-mail: [email protected]
SETOR CAMPO 5SU
MRIO
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
SUMRIOPREFCIO ................................................................................................... 9
APRESENTAO .......................................................................................... 11
1- INTRODUO ......................................................................................... 13
2- SEGURANA DOS ALIMENTOS ................................................................... 15
2.1- Identidade, Qualidade e Fraude Econmica dos Alimentos ..................... 18
2.2- Objetivos ...................................................................................... 18
2.3- Conceitos e Definies (Glossrio) .................................................... 19
2.4- Programa de Boas Prticas Agrcolas ................................................. 22
3- BOAS PRTICAS AGRCOLAS NA PR-COLHEITA .......................................... 23
3.1- Higiene Ambiental .......................................................................... 23
3.2- Higiene na Produo Primria ........................................................... 243.2.1- gua ................................................................................ 243.2.2- Esterco, Biosslidos e Outros Fertilizantes Naturais .................. 253.2.3- Solo ................................................................................. 263.2.4- Agroqumicos .................................................................... 273.2.5- Controle Biolgico .............................................................. 28
SETOR CAMPO6SU
MR
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MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
3.3- Instalaes Fechadas Relacionadas com Cultivo (casas de vegetao)-Plasticultura ........................................................................................ 29
3.3.1- Localizao e Layout ........................................................ 293.3.2- Suprimento de gua ............................................................ 303.3.3- Sistema de Drenagem e Disposio do Lixo e de Desperdcios(materiais oriundos do produto agrcola, porm imprprios parao consumo) ................................................................................ 30
3.4- Higiene, Sade Pessoal e Instalaes Sanitrias ................................... 303.4.1- Higiene Pessoal e Instalaes Sanitrias ................................. 303.4.2- Condio de Sade .............................................................. 313.4.3- Higiene Pessoal .................................................................. 313.4.4- Comportamento Pessoal ....................................................... 31
3.5- Equipamentos Usados no Cultivo e Colheita ......................................... 31
3.6- Programa de Limpeza, Sanificao e Manuteno das Instalaes eEquipamentos Usados na Pr-Colheita....................................................... 32
3.6.1- Programas de Limpeza e de Desinfeco ................................. 323.6.2- Programa de Controle de Pragas ............................................ 33
3.7- Cuidados na Colheita ....................................................................... 34
3.8- Controles Operacionais da Pr-Colheita ............................................... 343.8.1- Procedimentos Operacionais ................................................. 35
4- BOAS PRTICAS AGRCOLAS NA PS-COLHEITA .......................................... 37
4.1- Conservao e Transporte do Campo at s Instalaes paraEstocagem, Distribuio ou Beneficiamento .............................................. 37
4.1.1- Conservao e Transporte ..................................................... 374.1.2- Instalaes Abertas Relacionadas com o Beneficiamento deProdutos Agrcolas Ps-Colheita ..................................................... 384.1.3- reas para Conservao e Ensilagem de Produtos daColheita Agrcola ......................................................................... 38
4.2- Unidades para Empacotamento, Ensilagem e Outras Formas deArmazenamento: Layout e Instalaes.................................................... 39
4.2.1- Localizao ....................................................................... 394.2.2- Construes ....................................................................... 404.2.3- Equipamentos .................................................................... 414.2.4- Instalaes Indispensveis ................................................... 42
SETOR CAMPO 7SU
MRIO
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
4.3- Controle das Operaes ................................................................... 454.3.1- Aspectos-Chave, Importncia e Exemplos de ProcedimentosOperacionais Gerais de Controle ..................................................... 45
4.4- Gerenciamento e Superviso ............................................................. 524.4.1- Documentao e Registros.................................................... 524.4.2- Procedimentos para Recolhimento (Recall) ............................. 534.4.3- Procedimentos Operacionais ................................................. 54
4.5- Estabelecimento: Manuteno e Sanitizao ........................................ 554.5.1- Procedimentos e Mtodos de Sanitizao ................................ 554.5.2- Sistema de Controle de Pragas .............................................. 57
4.6- Estabelecimento: Higiene Pessoal ...................................................... 594.6.1- Condio de Sade .............................................................. 594.6.2- Higiene e Comportamento Pessoal ......................................... 60
4.7- Transporte ..................................................................................... 614.7.1- Uso e Manuteno .............................................................. 62
4.8- Informaes Sobre o Produto e Avisos ao Consumidor .......................... 624.8.1- Identificao do Lote .......................................................... 624.8.2- Informaes Sobre o Produto ............................................... 624.8.3- Rotulagem ......................................................................... 624.8.4- Educao do consumidor ..................................................... 62
5- PROGRAMAS DE TREINAMENTO ................................................................. 63
5.1- Instrues e Supervises ................................................................. 65
6- SEGURANA NA PRODUO AGRCOLA ...................................................... 67
6.1- Fatores de Segurana ...................................................................... 676.1.1- A Segurana do Consumidor ................................................. 686.1.2- A Segurana da Lavoura ....................................................... 686.1.3- A Segurana do Meio Ambiente ............................................. 686.1.4- A Segurana dos Trabalhadores Rurais .................................... 69
6.2- Aplicao de Programas de Segurana ................................................ 69
6.3- Detalhamento dos Princpios do Sistema APPCC ................................... 716.3.1- PRINCPIO 1: Anlise dos Perigos ou das Prticas Agrcolasque Possam Afetar a Segurana do Produto Final, Segundo o Caso ea Identificao das Medidas Preventivas (de Controle) ....................... 71
SETOR CAMPO8SU
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MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
6.3.2- PRINCPIO 2: Identificao dos Pontos Crticos de Controle (PCC)e dos Pontos de Controle (PC) ........................................................ 756.3.3- PRINCPIO 3: Estabelecimento de Limites Crticos .................... 766.3.4- PRINCPIO 4: Estabelecimento dos Procedimentos deMonitorizao ............................................................................. 776.3.5- PRINCPIO 5: Estabelecimento das Aes Corretivas .................. 796.3.6- PRINCPIO 6: Estabelecimento dos Procedimentos de Verificao .. 806.3.7- PRINCPIO 7: Estabelecimento dos Procedimentos de Registros .. 81
7- APLICAO DO SISTEMA APPCC ................................................................ 83
7.1- Formulrios de Caracterizao da Empresa/Produto .............................. 84Formulrio A IDENTIFICAO DA EMPRESA/PROPRIEDADE ................ 84Formulrio B ORGANOGRAMA DA EMPRESA/PROPRIEDADE................. 85Formulrio C EQUIPE APPCC/EQUIPE DO PROGRAMA DE SEGURANA ... 86Formulrio D CARACTERIZAO DO PRODUTO/PROPRIEDADE .............. 87Formulrio E INSUMOS USADOS NA PRODUO PRIMRIA................. 88Formulrio F FLUXOGRAMA ......................................................... 89
7.2- Formulrio G: Anlise de Perigos ....................................................... 90
7.3- Formulrio H: Determinao do PC (Pr-Colheita), PC e PCC (Ps-Colheita) ..... 91
7.4- Formulrio I: Resumo do Plano APPCC ................................................ 92
8- ANEXOS ................................................................................................ 93
9- BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 97
SETOR CAMPO 9PREFCIO
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
O Programa de Alimentos Seguros (PAS) foi criado em 6 de agosto de 2002, tendo sidooriginado do Projeto APPCC (Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle), iniciado em abril
de 1998 atravs de uma parceria entre CNI/SENAI e o SEBRAE. O PAS tem como objetivo princi-
pal, garantir a produo de alimentos seguros sade e satisfao dos consumidores, como um
dos fulcros para o sucesso da agricultura e pecuria do campo mesa, para fortalecer a agrega-
o de valores no processo da gerao de empregos, servios, renda e outras oportunidades em
benefcios da sociedade. Esse programa est constitudo pelos setores da Indstria, Mesa, Trans-
porte, Distribuio, Aes Especiais e Campo, em projetos articulados.
O PAS Setor Campo foi concebido atravs de convnio de cooperao tcnica e financeira entre
o SENAI, SEBRAE e EMBRAPA, para instruir os produtores, tcnicos e empresrios da produo
primria na adoo de Boas Prticas Agrcolas/Agropecurias (BPA), usando os princpios da
Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC), para mitigar ou evitar os perigos fsi-
cos, qumicos e biolgicos, visando a segurana alimentar dos consumidores. Tem como focos a
segurana dos alimentos e do ambiente e a orientao aos agricultores de produo familiar em
especial, alm de atuar como ferramenta de base integradora aos demais projetos do PAS.
O Sistema APPCC, verso nacional do Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) criado
nos Estados Unidos em 1959, no Brasil tem sido reconhecido por instituies oficiais como o
Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, Ministrio da Sade e Ministrio da Cincia
e Tecnologia, com viso no cumprimento da legislao brasileira.
PREFCIO-CAMPO-CAMPO-CAMPO-CAMPO-CAMPO
SETOR CAMPO10PR
EFC
IO
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
No mbito internacional, o HACCP recomendado pela Organizao das Naes Unidas para
Alimentao e Agricultura (FAO), Organizao Mundial da Sade (OMS), Organizao Mundial do
Comrcio (OMC) e Codex Alimentarius.
Esse reconhecimento e conjugao de esforos entre o Programa e Sistemas asseguram a coloca-
o de produtos agrcolas de qualidade no mercado interno, alm de possibilitar maior
competitividade no mercado internacional, suplantando possveis barreiras no tarifrias.
Esta publicao faz parte de um conjunto de documentos orientados para a disponibilizao aos
produtores, tcnicos, empresrios rurais e demais interessados no uso de BPA, para a consistente
aplicao de sistemas de gesto no controle adequado de riscos e perigos nos alimentos.
SETOR CAMPO 11APRESEN
TAO
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
A agricultura e pecuria brasileiras vm experimentando um grande avano especialmente emprodutividade, ultrapassando a barreira dos 100 milhes de toneladas de gros, por exemplo.
No entanto, a produo primria tem apresentado limitaes quanto ao controle de perigos
fsicos, qumicos e biolgicos, principalmente por necessitar de maiores cuidados nos processos
de pr-colheita e ps-colheita, o que pode conduzir a doenas transmitidas por alimentos, tanto
no consumo interno como no externo.
Em tempos de economia e mercados globalizados e no mbito interno patente a maior exign-
cia dos consumidores por alimentos seguros e sustentabilidade ambiental, da os vrios exem-
plos j ocorridos no Brasil quanto imposio de barreiras no tarifrias.
No sentido de conduzir a fase atual para uma situao mais confortvel e competitiva urge a
grande necessidade de instruir produtores rurais para uma mudana de hbito, costume, postura
e atitude no trato dos produtos alimentcios, que ser de grande valia inclusive para seu prprio
benefcio.
A real concepo e adoo do Programa de Alimentos Seguros (PAS), tendo como base as Boas
Prticas Agrcolas/Agropecurias (BPA) e com o foco dos princpios da Anlise de Perigos e
Pontos Crticos de Controle (APPCC), para ascender Produo Integrada (PI), tem o objetivo
geral de se constituir em medida antecipadora para a segurana dos alimentos, com a funo
indicadora de lacunas na cadeia produtiva para futuro preenchimento.
APRESENTAO-CAMPO-CAMPO-CAMPO-CAMPO-CAMPO
SETOR CAMPO12AP
RESE
NTA
O
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
Com isso, ser possvel garantir a segurana e qualidade dos produtos, incrementar a produo,
produtividade e competitividade, alm de atender s exigncias dos mercados internacionais e
legislao brasileira.
No contexto da saudvel cooperao e parceria entre o SENAI, SEBRAE e EMBRAPA este Manual,
agora colocado disposio dos usurios, foi elaborado luz dos conhecimentos e tecnologias
disponveis, com base no desenvolvimento de pesquisas empricas apropriadas e validadas,
alm de consistente reviso bibliogrfica.
SETOR CAMPO 13IN
TRODUO
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
1INTRODUOimportncia e a influncia da dieta na sade do consumidor indiscutvel. Muitas doen-
as crnicas, como doenas cardacas coronarianas e alguns tipos de cncer esto associados
com excesso diettico e alimentao no balanceada. Nutricionistas e mdicos, na atualidade,
indicam a necessidade do consumo de fibras vegetais, frutas e hortalias. A segurana da sade
do consumidor de produtos vegetais, em especial os consumidos crus, est diretamente relaciona-
da com a presena de contaminantes, principalmente os de natureza qumica e biolgica.
As indstrias enfrentam maiores dificuldades para garantir a segurana do produto final, sempre e
quando a produo primria no conduzida cumprindo as Boas Prticas Agrcolas (BPA). Alguns
dos contaminantes que afetam a sade do consumidor tm origem na produo agrcola e no
podem ser eliminados nos demais elos da cadeia produtiva, como os resduos de agrotxicos e
micotoxinas.
Vrias prticas agrcolas, como manejo, armazenamento e secagem inadequadas de gros (caf,
especiarias, milho, amendoim e outros), podem facilitar contaminao e, em especial, a produo
de micotoxinas.
O objetivo deste Manual descrever as BPA, da forma como esto sendo apresentadas em nvel
internacional, em especial pela Comisso Codex Alimentarius, um organismo internacional misto,
integrado pela OMS (Organizao Mundial da Sade) e pela FAO (Organizao das Naes Unidadas
para a Alimentao e Agricultura), ambos pertencentes ONU (Organizao das Naes Unidas),
tendo como principais metas sade do consumidor e as prticas legais no comrcio de alimen-
tos.
A
SETOR CAMPO14IN
TROD
U
O
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
A Organizao Mundial do Comrcio (OMC), tambm da ONU, atravs dos Acordos Sanitrio e
Fitossanitrio e de Barreiras Tcnicas ao Comrcio, reconhece o direito e o dever dos pases, de
cuidarem da sade humana, animal e vegetal do seu territrio. Entretanto, estabelece que as
decises sobre as formas de controle e as exigncias de compradores que participam do comrcio
internacional, tm que ter por base dados cientficos slidos e claros, analisados atravs do
processo de avaliao de riscos sade. No que se refere aos alimentos, a OMC reconhece as
diretrizes, cdigo de prticas e outros dispositivos do Codex Alimentarius como autojustificveis,
como parmetros que no necessitam de base cientfica, considerando que foram estabelecidos
no mbito do Codex, com a presena dos pases membros da ONU.
O efeito potencial das atividades da produo primria na segurana do alimento e na adequao
para seu consumo deve ser uma preocupao constante. Inclui a identificao de qualquer etapa
especfica na qual existe grande probabilidade de contaminao e a tomada de medidas que
minimizem esta probabilidade. A aplicao de Sistema com base na Anlise de Perigos e Pontos
Crticos de Controle (APPCC)/ Hazard Analysis and Critical Control Points (HACCP) pode ajudar na
tomada de tais medidas que devem ser aplicadas para:
1. controlar os contaminantes do ar, solo, gua, tais como, fertilizantes, agrotxicos antibiti-cos ou qualquer outro insumo agrcola;
2. controlar a sade das plantas por prticas que no representam um perigo sade humanapor consumo de produtos de origem agrcola ou que afetem a qualidade e adequao dos
alimentos;
3. evitar o uso de reas nas quais o meio ambiente apresente riscos para a segurana do produtoagrcola;
4. adotar prticas e medidas que assegurem uma produo agrcola sob condies adequadas dehigiene;
5. proteger as fontes de alimentos da contaminao de origem fecal e de outras origens.
SETOR CAMPO 15SEGU
RANA DOS ALIM
ENTOS
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
2Entende-se como alimentos seguros os alimentos que so obtidos, conservados, transporta-dos, transformados, expostos venda ou consumo e preparados, em condio que garantam o
controle de perigos, agentes de doenas ao homem. Em outras palavras, so alimentos incuos,
ou seja, que no apresentam riscos de causar agravos sade do consumidor.
A segurana dos alimentos conseqncia do controle de todas as etapas e de cada elo da cadeia
produtiva, desde a produo primria (campo), at mesa do consumidor. A produo agrcola,
quando conduzida sob as condies necessrias de higiene, reduz a possibilidade da presena,
introduo e aumento de perigos que possam afetar, de forma adversa, a segurana e a proprie-
dade para o consumo dos produtos agrcolas, incluindo os estgios posteriores da cadeia do
alimento.
Os programas de controle integrado, do campo mesa, esto sendo propostos em nvel interna-
cional e j foram adotados pela Unio Europia e por vrios pases.
Esses programas tm sido propostos e incentivados em nvel de produo agrcola, pois, nos
ltimos anos tem-se observado um aumento de surtos de doenas alimentares relacionados com
o consumo de frutas, hortalias, gros, castanhas e nozes frescos e processados.
So vrios os problemas que esto relacionados com a produo primria, como por exemplo, a
presena de aflatoxinas em amendoim e castanha-do-brasil, em nveis que representam riscos
sade do consumidor. A aflatoxina uma micotoxina produzida por desenvolvimento de certos
bolores no produto, principalmente as espcies Aspergillus flavus e A. parasiticus. No caf, cuja
SEGURANA DOSALIMENTOS
SETOR CAMPO16SE
GURA
NA
DOS
ALI
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TOS
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
produo brasileira tem expresso internacional, foi verificada uma outra micotoxina, a ocratoxina
A, que tem causado problemas significativos no comrcio internacional desse produto, por ser
substncia txica ao homem.
Na pimenta do reino, assim como em manga e em brotos de vegetais, tem-se registrado a presen-
a de enterobactrias causadoras de infeces intestinais e de outras doenas, como as Salmonella
spp. (salmoneloses), a Shigella dysenteriae (desinteria bacilar) e a Salmonella typhi (febre tifide),
tanto no Brasil como em outros pases. Outros microrganismos, como a Cyclospora cayetanensis
(protozorio), tm sido isolados de vegetais crus e morangos e identificados como veculo de
doena ao homem, inclusive no nosso pas. Outros parasitos, que incluem protozorios como
Giardia lamblia, Entamoeba hystolitica e Cryptosporidium parvum e helmintos (por exemplo, a Taenia
e o Ascaris lumbricoides), podem tambm ser veiculados por frutas e hortalias consumidas
cruas, assim como vrios enterovrus - Rotavrus e da hepatite infecciosa.
Alm destes agentes biolgicos, os produtos agrcolas podem apresentar nveis de contaminantes
qumicos considerados de risco sade: micotoxinas, j citadas, resduos de agrotxicos e
contaminantes inorgnicos como mercrio, cdmio e chumbo.
O controle desses agentes biolgicos e qumicos imprescindvel para que os produtos agrcolas
no ofeream risco sade do consumidor. As Boas Prticas Agrcolas (BPA) se referem prticas
e procedimentos estabelecidos para a produo primria que objetiva o controle de perigos, a
produtividade e a qualidade. Para o controle dos perigos (agentes de doena), no necessrio
que se caracterize e identifique especificamente quais esto presentes em cada etapa da produ-
o. As prticas e procedimentos se baseiam na aplicao de tecnologias desenvolvidas para o
controle dos perigos possveis e potenciais, para a qualidade do produto final e para a
produtividade no campo. Estes procedimentos e prticas so objeto de correo quando o resultado
final esperado no satisfatrio. Para o controle dos perigos por BPA, considera-se as fontes de
contaminao e as condies que se relacionam introduo, multiplicao e permanncia dos
perigos no produto. As BPA so consideradas pr-requisitos para o Programa de Segurana e
Sistema APPCC (Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle), ou seja, os perigos que podem
no ser suficientemente controlados por prticas e procedimentos, sero gerenciados por estra-
tgias de um programa de segurana aplicados na pr-colheita e pelo Sistema APPCC, componen-
te fundamental de um programa de segurana ps-colheita.
Os objetivos para a segurana, que servem de base para as BPA e para o Sistema APPCC o de
eliminar, controlar e reduzir, at nveis satisfatrios e aceitveis, a presena de perigos de natu-
reza biolgica, qumica e fsica que possam representar um risco sade do consumidor e com-
prometer a eficcia do controle dos demais elos da cadeia produtiva do alimento como
armazenamento, transporte, transformao, distribuio e comercializao, preparo final e con-
sumo do produto agrcola.
SETOR CAMPO 17SEGU
RANA DOS ALIM
ENTOS
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
Segundo o FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos (1998), os principais elemen-
tos e fatores conhecidos que preocupam quanto segurana biolgica de frutas frescas e vegetais
em nvel de produo primria e que podem ser considerados como princpios, so:
Princpio 1 A preveno da contaminao de natureza biolgica de produtos agrcolas frescos fortalecida pelo estabelecimento de aes corretivas, quando h possibilidade ou ocorrncia
real dessa contaminao.
Princpio 2 Para reduzir os perigos de natureza biolgica nos produtos frescos, os produtoresagrcolas ou os responsveis pelo embalamento do produto devem cumprir com as Boas Prticas
Agrcolas, em condies e por prticas que no introduzam ou aumentem perigos de outras
naturezas nos alimentos e no meio ambiente.
Princpio 3 Qualquer superfcie ou insumo que entre em contato com os produtos frescos, emespecial as frutas e hortalias que so consumidas cruas, podem contamin-lo com microrganis-
mos patognicos. Para a maioria dos patgenos relacionados com estes produtos, as principais
fontes de contaminaes so as fezes humanas e de animais que entram em contato direta ou
indiretamente com o produto.
Princpio 4 Sempre que a gua entrar em contato com o produto, sua origem e qualidadedetermina o potencial contaminante da mesma. As Boas Prticas Agrcolas, assim como as Boas
Prticas de Fabricao devem sempre considerar a necessidade de reduzir o risco de contamina-
o pela gua usada para fins agrcolas ou em processos de beneficiamento ps-colheita.
Princpio 5 Prticas que usam esterco, biosslidos municipais e outros fertilizantes naturais,devem ser gerenciadas com cuidado para reduzir o potencial de contaminao que representam
para os produtos agrcolas.
Princpio 6 As prticas e o comportamento higinico e sanitrio do trabalhador rural (colabo-rador) em todo o ciclo produtivo tem papel crtico na reduo dos contaminantes potenciais.
Princpio 7 importante conhecer, entender e cumprir com todos os regulamentos legaisestabelecidos em nvel local, estadual e federal, relativos s prticas agrcolas.
Princpio 8 necessrio estabelecer sistemas de gerenciamento em todos os nveis do ambien-te agrcola (fazenda, instalaes para empacotamento, terreiros de secagem, tulhas para
armazenamento de gros, centros de distribuio, operaes de transporte, etc.). Para o seu
sucesso, um programa de segurana deve incluir a importncia de contar com pessoal qualifica-
do, monitorizao efetiva dos registros de importncia e da reviso e manuteno do programa
de gerenciamento, para garantir que todos os componentes e elementos do programa de segu-
rana estejam funcionando corretamente, permitindo a rastreabilidade de todos os nveis de
distribuio at ao produtor.
SETOR CAMPO18SE
GURA
NA
DOS
ALI
MEN
TOS
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
2.1- Identidade, Qualidade e Fraude Econmica dos Alimentos
Alm da segurana, outros aspectos do produto so importantes: a identidade, a qualidade e alegitimidade.
A fraude econmica se refere falsificaes que lesam a economia e enganam o consumidor,como por exemplo, a presena de cascas e paus no caf torrado e modo, semente de mamomisturado com pimenta-do-reino preta, hortalias e outros produtos agrcolas cultivados porprocesso tradicional sendo vendidos como hidropnicos ou orgnicos. Todo produtor respons-vel e consciente garante a ausncia de fraude de seus produtos, ou seja, a legitimidade de suaorigem, natureza e pureza.
A identidade e qualidade tambm o objetivo de produtores conscientes. Entretanto, a tcnicade produo usada e os respectivos parmetros de avaliao devem ser estruturados, visando garantir a qualidade do produto.
De incio, a incorporao destas tcnicas e parmetros atravs de procedimentos e prticas po-dem necessitar de investimento financeiro. Com a sua consolidao, entretanto, o retorno doinvestimento certo:
diminuio de perda de produtos, uso inteligente do solo e da gua, preservao do meio
ambiente e fora competitiva no comrcio nacional e internacional.
2.2- Objetivos
As Boas Prticas Agrcolas tm por objetivos:
1. Proteger a sade do consumidor de doenas e injrias fsicas por consumo direto e indiretode produtos agrcolas;
2. Garantir que o produto agrcola seja adequado para o consumo humano;
3. Manter a confiana dos produtos agrcolas no mercado nacional e internacional.
Este Manual de Boas Prticas Agrcolas tem por objetivos:
1. Caracterizar as Boas Prticas Agrcolas (BPA) das etapas pr e ps-colheita da forma como estosendo propostas nos programas de Segurana dos Alimentos em nvel internacional e nacional;
2. Caracterizar a importncia do desenvolvimento e da aplicao de programas de Boas PrticasAgrcolas;
3. Indicar as formas de certificao necessrias para a garantia do controle da produo primria;
4. Incorporar os programas de reduo de patgenos e de agentes txicos, necessrios para agarantia da segurana dos produtos agrcolas;
5. Auxiliar o governo brasileiro na implantao dos programas BPA, de reduo de patgenos ede APPCC.
SETOR CAMPO 19SEGU
RANA DOS ALIM
ENTOS
MANUAL DE BOAS PRTICAS AGRCOLAS E SISTEMA APPCC
2.3- Conceitos e Definies (Glossrio)
Adubo fertilizante de natureza qumica, bioslidos ou esterco, usado para fins de promover odesenvolvimento do vegetal.
Adubo orgnico fertilizante obtido pela compostagem de substncias orgnicas.
Agente antimicrobiano qualquer substncia natural, sinttica ou semi-sinttica que em pe-quenas concentraes destri ou inibe o desenvolvimento de microrganismos que no afete, ouafete pouco, o hospedeiro.
Agricultor a pessoa responsvel pelo gerenciamento da produo primria de frutas, hortali-as, gros e outros produtos agrcolas.
Agroqumico produtos qumicos, naturais, sintticos ou semi-sintticos, usados na produoagrcola (fertilizantes, corretivos de solo, promotores de crescimento vegetal, etc.). Inclue osagrotxicos.
Agrotxico produtos qumicos sintticos ou semi-sintticos usados na produo agrcola parafins de controle de pragas e doenas, que pode afetar a sade do homem.
gua potvel a que atende ao padro de potabilidade vigente.
gua limpa a que no apresenta contaminantes em nveis que representam um risco seguranado produto na qual aplicada.
gua para fins agrcolas gua limpa, usada para irrigao e preparo de solues que seroaplicadas no solo ou sobre os vegetais.
Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC) um sistema usado para aidentificao, avaliao e controle de perigos que so significativos para o alimento. Em ingls,Hazard Analysis and Critical Control Points (HACCP).
Animais domsticos animais domesticados e criados pelo homem para fins de companhia, deproteo do homem e de outras espcies animais e para produo de alimentos.
Beneficiamento todo processo ou tratamento ps-colheita a que submetido o produtoagrcola e que realizado sob o mesmo programa de gerenciamento e de controle. Pode incluir,mas no se limita, a seleo, lavagem, tratamento trmico para inativao de larvas de insetos,debulha de gros, secagem e armazenamento.
Biosslidos material ou outro resduo, no txico, obtido de plantas de tratamento de esgotoe de dejetos urbanos e industriais tratados, que foram submetidos ao processo de compostagem.
Boas Prticas programas para a conduo de etapas produtivas que visam segurana dasade do consumidor, a identidade, a qualidade e a legitimidade do produto. O termo se refere tantos Boas Prticas Agrcolas como s Boas Prticas de Fabricao e s Boas Prticas de Higiene.
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Casa de embalagem (PACKING HOUSE) qualquer estabelecimento fechado, no qual os pro-dutos vegetais colhidos so beneficiados, embalados ou empacotados.
Casa-de-vegetao local fechado usado para cultivo agrcola. Traduo de greenhouse esinnimo de estufa.
Cultivo qualquer ao e prticas agrcolas usadas pelo agricultor para implementar as condiesde produo no campo ou nas instalaes protegidas, como nos sistemas hidropnicos.
Compostagem processo gerenciado, no qual o esterco, junto com outras matrias orgnicasso desintegrados e decompostos por ao de microrganismos.
Composto produto resultante da compostagem de esterco e outras matrias orgnicas, paraserem usadas como adubo natural.
Controle biolgico uso de competidores biolgicos (como insetos, outras espcies animais,microrganismos, metablitos microbianos) para o controle de pragas como moscas e outrosinsetos, pestes, patgenos e deteriorantes de plantas e de produtos agrcolas.
Contaminante qualquer agente biolgico e qumico, matria estranha ou outra substncia quepode comprometer a segurana ou adequao para o consumo do produto alimentcio.
Contaminao introduo ou ocorrncia de um contaminante no alimento ou no meio ambien-te onde o produto produzido, beneficiado, processado, embalado, transportado, armazenadoe preparado.
Cultura orgnica aquela manejada holisticamente de modo a promover e aumentar o vigordo agrossistema, incluindo a biodiversidade, os ciclos do solo. Enfatiza o uso preferencial deprticas de manejo em substituio aos insumos externos unidade de produo pela adoosempre que possvel, de mtodos agronmicos, biolgicos e mecnicos, ao invs de materiaissintticos para desempenhar qualquer funo especfica dentro do sistema.
Defensivos agrcolas substncias naturais, sintticas ou semi-sintticas usadas no combate pestes ou pragas. Inclui os pesticidas e antibiticos.
Estabelecimento qualquer construo ou rea fsica na qual um produto alimentcio obtidoe as reas que envolvem esta obteno e que estejam sob o mesmo gerenciamento ou controle.
Esterco excremento de animais que pode ser misturado com cama de aves ou outros, fermen-tado ou tratado de alguma outra forma para destruio ou inativao de contaminantes.
Extrao florestal produo obtida por explorao de florestas e no por atividades de culti-vo, como por exemplo, a extrao de palmito e castanha-do-brasil.
Fazenda qualquer propriedade ou estabelecimento onde se processa a produo primria agr-cola como cultivo, colheita e beneficiamento, sob um mesmo gerenciamento e controle. Incluichcara, stio e gleba.
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ENTOS
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Higiene de alimentos todas as condies e medidas necessrias para garantir a segurana eadequao para o consumo de alimentos, em todos os elos da cadeia produtiva.
Irrigao processo para o fornecimento da gua necessria ao crescimento e desenvolvimentovegetal. As prticas podem ser variveis: controladas ou no, dirigidas para as razes (diretamenteno solo) ou atravs de sulcos e por asperso e gotejamento sobre o vegetal.
Insumos agrcolas qualquer material recebido, como sementes, mudas, fertilizantes, gua,suporte para plantas, estacas, equipamentos e outros, usados na produo agrcola.
Limpeza geral a remoo de solo, resduos de alimentos, desperdcios, sujidade, entulho,partes no comestveis de produtos agrcolas ou qualquer outro material imprestvel para oconsumo.
Limpeza e desinfeco a reduo, por uso de substncias qumicas ou de mtodos fsicos, donmero de microrganismos viveis presentes. Sinnimo de sanitizao.
Microrganismo se refere a fungos (bolores e leveduras), bactrias, protozorios, outros parasitose vrus. Sinnimo de micrbio e de contaminantes biolgicos.
Perigo agente de natureza biolgica, qumica ou fsica, ou uma condio do produto, compotencial para causar doena ou injria fsica no consumidor.
Perigo microbiano (microbiolgico) microrganismo com potencial razovel de causar doenaou injria no consumidor. Para fins deste Manual, so perigos biolgicos que podem ser veiculadosao consumidor pelos alimentos.
Peste ou Praga qualquer animal, vegetal ou microrganismo que possa prejudicar a produoagrcola e representar um risco sade do homem. Inclui, mas no se limita a: pssaros, roedores,insetos, moluscos, fungos, bactria, vrus e plantas daninhas.
Ps-colheita atividades desenvolvidas na produo primria agrcola, aps a colheita at expedio do produto de fazenda.
Pr-colheita atividades desenvolvidas para a obteno da produo agrcola, at e inclusive fase de colheita.
Procedimentos operacionais procedimentos escritos para atender aos programas de BoasPrticas e de APPCC, indispensveis. Os procedimentos das BPA so pr-requisitos do SistemaAPPCC, para os quais podem ser aplicados alguns dos princpios do referido Sistema. Podem serdesignados de Procedimentos Padres de Higiene Operacional (PPHO) e de ProcedimentoOperacional Padro (POP).
Produo primria etapas que envolvem o cultivo, a colheita e o beneficiamento de produtosagrcolas, quando conduzidas por um nico gerenciamento.
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Trabalhador rural qualquer pessoa contratada em carter permanente, que desempenha uma oumais das seguintes atividades: roa, cultivo, colheita, secagem de gros, beneficiamento,embalamento entre outros, em uma explorao agrcola.
Trabalhador rural temporrio qualquer pessoa contratada por perodo curto de tempo, paradesenvolver atividades ligadas produo primria, como roa, capinagem, semeadura, plantio,colheita, etc. Popularmente designado de bia fria, gato, diarista, etc.
Vegetais frescos (frutas, hortalias, nozes, castanhas) refere-se aos produtos agrcolasdestinados venda direta ao consumidor sem qualquer processamento de industrializao ou naforma de minimamente processados, inteiros (morango pr-lavado e embalado) ou no(descascados, pr-cortados, embalados), prontos para o consumo.
2.4- Programa de Boas Prticas Agrcolas
PRODUO PRIMRIA
Os produtos agrcolas so cultivados e colhidos sob uma variedade de sistemas e condies clim-ticas e geogrficas, com o uso de vrios insumos agrcolas e tecnologias e em fazendas de diferen-tes dimenses. Desta forma, os perigos biolgicos, qumicos e fsicos tambm variamsignificantemente de uma para outra propriedade e estabelecimento agrcola. Para cada rea deproduo primria, importante caracterizar as prticas agrcolas que promovem a segurana doproduto final. Os procedimentos usados na produo primria devem ser conduzidos sob boasprticas de higiene e devem minimizar os perigos potenciais sade pela presena e ocorrncia decontaminantes.
Na aplicao das Boas Prticas Agrcolas, observam-se dois aspectos importantes:
Atividades pr-colheita
Inclui atividades que visam a seleo de rea fsica, a avaliao de solo, a seleo da culturavegetal e de suas variedades, as formas de plantio (sementes, mudas, enxertia, etc.), os cuida-dos com a cultura (combate s pragas do campo, irrigao, podas, proteo da cultura s intem-pries, aplicao de hormnios vegetais, adubao, colheita e outros) e a colheita do produtoagrcola. Necessita de programa de segurana.
Atividades ps-colheita
So as atividades relacionadas com o tratamento do produto aps a colheita at sua expediopela fazenda, no mbito deste Manual. Dependendo do produto, o beneficiamento diferencia-do: seleo, lavagem, secagem, debulha, tratamento trmico, impermeabilizao da superfciedo produto e outros. Pode incluir ensilagem e embalamento ou empacotamento do produtoagrcola. A natureza e caractersticas dessas atividades so similares aos processos desenvolvi-dos pelas indstrias de transformao de alimentos. O Sistema APPCC aplicvel nas atividadesps-colheita, como ferramenta essencial para a segurana.
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EITA33.1- Higiene Ambiental
Sempre que possvel, as fontes potenciais de contaminao pelo ambiente devem ser identificadas.
O agricultor deve avaliar o uso anterior do local (tanto reas abertas como as fechadas) assim
como os arredores para considerar a possibilidade de presena de perigos. O uso de defensivos
agrcolas, fertilizantes qumicos, gua para fins agrcolas, reas para depsito de dejetos e
desperdcios e outras, tambm devem ser avaliadas. O processo de avaliao inclui o seguinte:
Uso prvio e presente da rea de produo primria e seus arredores que pode ter sido para
armazenamento de safra, criao de animais, reas de depsito de lixo e de tratamento de
dejetos, rea de extrao de minerais e de minerao, etc, com a finalidade de identificar
perigos, em especial os contaminantes microbianos de origem fecal, de lixo orgnico e qumico,
que possam comprometer o local de cultivo e colheita.
Acesso de animais domsticos e selvagens, que possam contaminar o solo das reas de culti-
vo, a colheita, a gua para fins agrcolas e os vegetais. As reas devem ser visitadas para
assegurar a prevalncia e possibilidade de depsitos no controlados de fezes de animais, em
especial nas reas de secagem e armazenamento de produtos agrcolas. Considerando o po-
tencial contaminante dos animais, esforos devem ser despendidos para proteger as reas de
cultivo e os produtos agrcolas.
O potencial de contaminao dos campos de produo por enchente e vazamento dos locais
de conservao de esterco fresco, de compostagem ou de guas superficiais poludas (rios,
lagos, canais, poos, etc.).
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A contaminao e a preservao do meio ambiente. O solo e os mananciais de gua devem ser
preservados. No se deve promover queimadas, retirada excessiva da camada superficial do solo, uso
indiscriminado de agroqumicos que favorecem o esgotamento do solo e que podem prejudicar o
cultivo e o rendimento da terra, ou gerando gastos significativos para a sua recuperao ou, ainda,
tornando o solo no produtivo por perodos excessivos de tempo. Os defensivos agrcolas e os
compostos nitrogenados usadas na produo agrcola pr - colheita, podem contaminar tambm
guas superficiais pela chuva. Ambos so agentes qumicos de doenas do homem e de animais. A
possibilidade de contaminao das guas superficiais por esgoto domstico e industrial deve ser
avaliada, pois, fonte importante de contaminao qumica e tambm de origem biolgica.
Quando o uso prvio do solo no puder ser identificado ou a avaliao da rea para cultura
agrcola e seus arredores indicarem que existem fontes de perigos potenciais, o local deve ser
objeto de anlise para os contaminantes mais provveis. Caso os contaminantes estejam presentes
em nveis excessivos, aes corretivas devem ser tomadas, antes do uso da rea para cultivo.
3.2- Higiene na Produo Primria
Os insumos agrcolas no podem conter contaminantes qumicos ou microbianos em nveis que
representem riscos sade humana e vegetal.
3.2.1 - gua
Os agricultores devem identificar a origem da gua usada na fazenda. Esta gua pode ser da rede de
distribuio, poo, canal, reservatrio, rios, lagos, gua reutilizada ou reprocessada e outras. Inde-
pendente de sua origem, a gua no pode apresentar nveis de contaminantes qumicos e biolgi-
cos que possam afetar a sade humana, animal e dos vegetais. Caso a mesma apresente nveis no
aceitveis, devem ser tomadas aes corretivas para controlar os contaminantes presentes. Os agri-
cultores devem avaliar a gua usada, por anlises laboratoriais. A freqncia da avaliao laboratorial
depende da origem da gua e do risco de contaminao ambiental, que pode ser intermitente ou
temporria, pela proximidade de criao de animais, alagamentos, chuvas e outras causas.
gua para Irrigao e Colheita
A gua usada deve atender s necessidades de adequao para a finalidade de uso. A gua usada
deve ser limpa, livre de contaminantes em nveis que representem um risco sade do homem,
de animais e sanidade das plantas. Devem ser avaliadas as seguintes situaes:
As tcnicas de irrigao que permitem contato direto imediatamente antes da colheita com a
poro comestvel de frutas e vegetais a serem consumidos crus.
A irrigao de frutas e vegetais com caractersticas fsicas que podem acumular a gua, como
folhas e superfcies rugosas.
A irrigao de vegetais que recebero pouco tratamento ps-colheita (especialmente pro-
cesso de lavagem), ou que so embaladas ainda no campo.
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BOAS PRTICAS AGRCOLAS NA PR-COLH
EITA
Estas situaes podem potencializar a contaminao na superfcie dos vegetais. A irrigao imedi-
atamente antes da colheita de hortalias rasteiras que sero consumidas cruas no aconselhvel.
Frutas, gros e folhas colhidas com teores significativos de gua propiciam a multiplicao de
microrganismos nas etapas posteriores de beneficiamento, embalamento, armazenamento e
comercializao. Esses microrganismos, dependendo do gnero e espcie, podem afetar a sade
do consumidor, deteriorar o produto ou diminuir o tempo de vida til do mesmo.
gua para o preparo de solues de fertilizantes, produtos para o controle de pragas e de outros
agroqumicos, que entraro em contato direto com a planta, tanto em cultivo aberto como fecha-
do, no pode conter contaminantes em nveis que afetem a segurana do produto agrcola. Deve
ter caractersticas qumicas que no interajam com o produto que dissolve, que no inativa e
diminua ou potencialize sua ao, de forma a manter a eficincia do agroqumico e prevenir o
uso de quantidades maiores do que a necessria.
Quando a tcnica de aplicao for por asperso ou similares, com contato direto com as pores
comestveis do produto agrcola, deve-se considerar a possibilidade da disseminao sistmica
no vegetal do agroqumico. A utilizao desses produtos no pode ocorrer imediatamente antes
da colheita.
gua para Hidroponia
A gua usada para o preparo de soluo de nutrientes e para consumo pela planta deve ser no
mnimo, uma gua limpa. As plantas cultivadas por sistema de hidroponia absorvem nutrien-
tes e gua em propores variadas, desta forma mudando constantemente a composio da
soluo de nutrientes re-circulantes. Por isto:
A gua usada em cultivo hidropnico deve ser trocada com freqncia e, se reciclada, deve ser
tratada para minimizar contaminaes microbianas e por substncias qumicas.
O sistema de distribuio de gua e de soluo deve ser mantido limpo para prevenir a
contaminao.
3.2.2- Esterco, Biosslidos e Outros Fertilizantes Naturais
O uso de esterco, biosslidos e outros fertilizantes deve ser conduzido para assegurar o controle
de contaminao de natureza biolgica, qumica e fsica. Estes produtos podem apresentar me-
tais pesados (contaminantes inorgnicos) e outros contaminantes qumicos. Quando estes
contaminantes se apresentarem nos insumos, em nveis que afetem a segurana do produto
agrcola, os mesmos no devem ser usados. Para reduzir o risco de contaminantes biolgicos, as
seguintes prticas podem ser aplicadas:
Adoo de procedimentos de tratamento de esterco, biosslidos e outros fertilizantes natu-
rais, como compostagem, pasteurizao e secagem a quente, radiao ultravioleta, diges-
to alcalina, secagem ao sol ou por combinao de mais de um dos tratamentos citados. Os
nveis de reduo dos contaminantes proporcionados por cada um dos tratamentos poss-
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veis, devem ser estabelecidos para consideraes da adequao da aplicao dos insumos nas
diferentes culturas, como por exemplo em frutas que crescem afastadas e vegetais que cres-
cem rente ao cho.
Uso de esterco, biosslidos e outros fertilizantes naturais, tratados parcialmente ou no tra-
tados, que s devem ser usados quando forem adotadas medidas corretivas adequadas para
reduzir os contaminantes microbianos, como, por exemplo, o prolongamento do tempo entre
sua aplicao e a colheita do produto agrcola.
Quando na compra dos fertilizantes tratados por um ou mais dos procedimentos citados, que
sero usados diretamente em contato com as partes comestveis dos produtos agrcolas em
perodos prximos ao da colheita ou cujo uso, de alguma forma, represente um risco segurana
do produto, o agricultor deve solicitar documentao do seu fornecedor que identifique sua
origem, o tipo de tratamento usado, as anlises realizadas e seus resultados, que atestem o
controle dos perigos.
Adoo de medidas necessrias para minimizar o contato direto ou indireto com os fertilizantes
naturais, especialmente nos perodos prximos colheita das frutas, gros hortalias e outros
produtos agrcolas que sero consumidos crus.
Medidas para minimizar a contaminao de produtos agrcolas das reas e campos vizinhos.
Caso seja identificada esta possibilidade, aes preventivas devem ser adotadas, como cuidados
durante a aplicao e controle de arraste por gua (chuva, irrigao).
No localizar a rea para tratamento de esterco, bioslidos e outros fertilizantes naturais
prxima das reas de cultivo ou de fontes de gua usadas na agricultura.
No armazenar fertilizantes naturais ou matrias-primas para obteno de fertilizantes natu-
rais, em reas prximas as de armazenagem de produtos j colhidos.
3.2.3- Solo
O solo deve ser avaliado para verificar a presena de perigos que no fazem parte da sua microbiota
natural ou de sua composio. Essa avaliao deve considerar os nveis do contaminante, que podem
representar um risco segurana do produto agrcola. Sempre que os nveis encontrados, considerando
o tipo de cultura que ser estabelecido, representar um risco segurana, o solo no dever ser usado
at que medidas corretivas sejam adotadas e seja verificada a correo do problema.
O uso prvio deve ser estabelecido e o solo deve ser avaliado com cuidado, sempre que se
verifique que foi usado para descarte ou depsito de substncias qumicas, aplicao de pesticidas
organoclorados ou aplicao abusiva de outros defensivos agrcolas que ainda podem permane-
cer no solo, uso excessivo de compostos mercuriais, terreiro para criao de animais alimentados
em contato direto com o solo, imediatamente antes do seu uso, particularmente quando destina-
do ao cultivo de morango e hortalias que sero consumidos crus e outras condies que indi-
quem a possvel presena de um perigo que possa contaminar o produto.
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BOAS PRTICAS AGRCOLAS NA PR-COLH
EITA
Outras caractersticas devem ser avaliadas, dentre as quais: posio relativa da rea de plantio
com relao a reas de criao de animais e de fossas asspticas (um grande surto causado por
Escherichia coli O157: H7, no Japo, teve como veculo uma salada de verdura crua e como causa
de contaminao, fezes de gado bovino que foram arrastadas pela chuva da rea de criao
localizada em plano mais alto, at a rea de cultivo) e granulao do solo, permitindo maior ou
menor reteno de gua, que pode favorecer a multiplicao e sobrevivncia de microrganismos
patognicos.
3.2.4 - Agroqumicos
Os agroqumicos so utilizados para vrias prticas agrcolas. Entretanto, o seu uso deve ser
realizado com segurana. Deve ser considerada a proteo do aplicador de agroqumicos txicos
e o produto agrcola. Portanto, as seguintes regras so importantes:
Os agricultores s devem usar os agrotxicos que so autorizados pelos rgos nacionais com-
petentes, para a sua cultura especfica (frutas, hortalias, gros, condimentos). Os mesmos
devem ser aplicados de acordo com as instrues do receiturio agronmico e do fabricante do
produto e para a finalidade proposta (princpio de responsabilidade dos fabricantes e usuri-
os). Resduos dessas substncias no produto agrcola no pode exceder os nveis estabelecidos
pela legislao vigente no pas; na falta do estabelecimento do nvel de um determinado
agrotxico, deve-se considerar os limites estabelecidos pela Comisso Codex Alimentarius.
Para fins de minimizar e conter a emergncia da resistncia dos microrganismos aos agentes
qumicos e aos antibiticos usados para tratamento de doenas humanas e animais, necessrio
no utilizar agentes anti-microbianos que so destinados para fins teraputicos de doenas de
homens e animais. Os agentes anti-microbianos que no so destinados para fins teraputicos
de homens e animais, s devem ser usados quando absolutamente necessrios e de acordo com
as Boas Prticas Agrcolas e o receiturio agronmico, com o fim nico da sua finalidade de uso.
Os trabalhadores rurais que aplicam os produtos agroqumicos devem estar devidamente trei-
nados nas tcnicas, procedimentos e prticas adequadas para esta aplicao. Devem estar
devidamente informados da necessidade de proteo individual durante a aplicao de
agrotxicos, assim como da atitude a tomar, caso ocorra acidente.
Os agricultores devem manter registro das aplicaes dos agroqumicos na lavoura e
cultivo(caderno de campo). No caso de agrotxicos, os registros devem incluir informaes
da data de aplicao, do produto qumico usado, em qual cultura foi aplicado, da peste ou
doena contra a qual foi usado, da concentrao do produto, do mtodo e freqncia da
aplicao e da data de colheita do produto agrcola em questo, para verificar se o tempo
decorrido entre a aplicao e colheita apropriado (princpio da responsabilidade).
Os equipamentos usados para a aplicao de agrotxicos (pulverizadores) sobre a cultura
devem estar devidamente calibrados, para controlar a quantidade e a vazo da aplicao.
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O preparo e aplicao de agrotxicos devem ser conduzidos de forma a evitar contaminaes
da gua e da terra das reas adjacentes e para proteger os trabalhadores rurais envolvidos
nesta atividade.
Os pulverizadores e os recipientes usados para a mistura devem ser lavados imediatamente
aps o uso, especialmente quando so usados para diferentes agroqumicos e em diferentes
culturas ou lavouras.
Os produtos qumicos usados para fins agrcolas devem ser mantidos em suas embalagens
originais, rotulados com os nomes das substncias qumicas que os compem e com as
instrues de uso. Os agrotxicos devem ser armazenados em local seguro, ventilado, longe
das reas de produo, beneficiamento e armazenamento de produtos agrcolas e dos locais
de moradia. As embalagens devem ser descartadas de forma a no representar risco de
contaminao da lavoura, de produtos da colheita, dos moradores da rea e do meio ambiente
de produo primria ou devolvidas ao fabricante para destruio.
Os recipientes prprios do produto ou usados para o preparo de agroqumicos no podem ser
usados para conter alimentos, incluindo produtos da colheita (frutas, gros, hortalias e
outros), devendo ser descartados ou devolvidos, como indicado pelo fabricante do produto.
O combate pragas nos locais fechados usados para o cultivo de produtos agrcolas, como as
casas-de-vegetao ou estufas, deve ser conduzido conforme especificado na produo pri-
mria e no item 3.6.2 e 4.5.2.
3.2.5 - Controle Biolgico
A segurana do meio ambiente e do consumidor deve ser priorizada quando na seleo de produ-
tos biolgicos ou de metablitos de organismos que sero usados para o combate de pragas e
doenas da lavoura ou para o controle de organismos deterioradores de vegetais frescos.
Os agricultores s devem empregar esses produtos em suas lavouras, quando o uso do mesmo
estiver autorizado e seja especfico para a lavoura em questo. O seu uso deve ser conduzido de
acordo com as instrues do fabricante e s para os fins a que se destina, considerando a lavoura
e a praga ou doena (princpio da responsabilidade).
O registro da aplicao desses produtos deve ser conduzido conforme j especificado para os
agroqumicos.
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BOAS PRTICAS AGRCOLAS NA PR-COLH
EITA
3.3- Instalaes Fechadas Relacionadas com Cultivo(casas-de-vegetao) - Plasticultura
Para os cultivos realizados em ambientes fechados, como o caso de casas-de-vegetao ou estufas
e cultura hidropnica, as instalaes devem ser adequadas e no podem representar riscos de
contaminao do produto.
3.3.1- Localizao e Layout
A construo e as estruturas devem estar localizadas em reas cujos arredores no apresentem
riscos de contaminao em nveis no tolerveis. O desenho (layout) deve assegurar um fluxo de
produo que no facilite a contaminao cruzada entre sementes e outros insumos agrcolas e o
produto na fase de ps-colheita.
As caractersticas internas da construo devem cumprir com os mesmos requisitos das Boas
Prticas de Fabricao:
revestimento de piso antiderrapante, de superfcies facilmente lavveis, resistentes corro-
so e que permitam escoamento adequado da gua para reduzir a umidade ambiente;
revestimento de parede tambm lavvel, resistente corroso;
minimizao da contaminao atravs do ambiente;
iluminao natural ou artificial, adequada e necessria para a cultura e para a realizao das
etapas operacionais;
ventilao natural ou forada, necessria para a cultura em questo;
superfcies que entram em contato com a cultura ou o produto agrcola, fabricados de mate-
rial adequado, no corrosivo, de fcil limpeza e sanificao;
existncia de nmero suficiente de pias e torneiras para a lavagem de mos dos trabalhadores
rurais e para as necessidades da cultura, na quantidade e vazo necessrias;
existncia de rea separada para armazenamento de insumos e para produtos da colheita,
banheiros e vestirios em nmero suficiente para os trabalhadores. As janelas devem estar
protegidas por telas, para evitar entrada de insetos. As portas devem ter dispositivos para
fechamento automtico.
O desenho interno da construo deve permitir o cumprimento das Boas Prticas de Higiene,
incluindo a proteo contaminao cruzada entre e durante as operaes. Cada estabelecimento
deve ser avaliado para verificar se cumprem com as necessidades de higiene particulares para o
produto e cultura em questo, pois, podem existir especificaes diferentes.
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3.3.2- Suprimento de gua
O suprimento de gua deve prever quantidade necessria para os trabalhos. A gua deve ser
potvel ou limpa, de acordo com a necessidade. Para o seu armazenamento, a gua deve estar
contida em caixas dgua construdas com material no txico e devidamente tampadas e prote-
gidas do calor excessivo. A gua no potvel deve ter sistema de distribuio independente da
gua potvel e ambos os sistemas devem ser identificados por cores diferentes de encanamento,
para no haver confuso no seu uso. No pode haver conexo cruzada e nem refluxo nos dois
sistemas. Alm disso:
Evitar contaminao da gua limpa e potvel pela exposio aos insumos agrcolas usados
para o cultivo dos vegetais.
Limpar e desinfetar as caixas de gua em intervalos regulares, conforme determinado por um
programa interno.
Controlar a qualidade do suprimento de gua, atravs da manuteno de nveis de cloro
adequados para a gua potvel e certificado por avaliaes laboratoriais peridicas.
Manter registro dos nveis de cloro da gua potvel e dos resultados de anlise.
3.3.3- Sistema de Drenagem e Disposio do Lixo e de Desperdcios (materiaisoriundos do produto agrcola, porm imprprios para o consumo)
Os sistemas de drenagem e esgotamento das guas servidas devem ser construdos de forma a
no permitir a contaminao da cultura, dos insumos e do ambiente interno e externo. A retirada
de lixo e de desperdcios deve ser gerenciada para manter a higiene do local: recipientes
adequados, lavveis a intervalos regulares e retirados em espao de tempo pr-determinado, que
evite acmulo e decomposio dentro da rea de cultivo cuidado para no manter o lixo e os
desperdcios durante o perodo noturno.
3.4- Higiene, Sade Pessoal e Instalaes Sanitrias
Deve-se estabelecer programas necessrios para facilitar e manter a higiene e sade do pessoal
que entra em contato direto ou indireto com o produto agrcola, de forma a evitar contaminao
do mesmo. Os visitantes devem respeitar as mesmas regras estabelecidas para o pessoal que
trabalha na fazenda.
3.4.1- Higiene Pessoal e Instalaes Sanitrias
As instalaes sanitrias devem estar previstas, para assegurar e manter um nvel adequado de
higiene pessoal e do ambiente. Tanto quanto possvel, estas instalaes devem:
Estar localizadas nas proximidades do campo e das instalaes fechadas, e em nmero sufici-
ente, considerando o nmero de pessoas que trabalham no local.
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Ser desenhadas e construdas de forma a assegurar a remoo de dejetos e evitar a contami-
nao das reas plantadas, dos produtos agrcolas colhidos, em beneficiamento e armazena-
dos, assim como dos insumos agrcolas.
Estar providas de meios adequados para a lavagem e secagem das mos.
Ser mantidas sob condies de higiene e em bom estado de conservao.
3.4.2- Condio de Sade
As pessoas sabidamente, ou suspeitas, de estarem afetadas por doena cujo agente passvel de
ser transmitido por produtos agrcolas, no devem permanecer nas reas de manuseio ou manu-
sear o produto agrcola ou de outra forma, quando e onde houver a possibilidade de contaminar
o produto. Qualquer pessoa afetada deve informar ao responsvel pelo gerenciamento da segu-
rana, sobre esta sua condio de sade.
3.4.3- Higiene Pessoal
Os trabalhadores rurais que tm contato direto com os produtos agrcolas, em especial os que
sero consumidos diretamente, devem manter um padro de higiene pessoal adequado. Quando
necessrio, devem vestir roupas e botas especficas para o trabalho. Cortes e feridas na superfcie
do corpo devem estar protegidos por curativos ou bandagens prova de gua, sempre e quando
no for possvel afastar ou substituir os trabalhadores.
O pessoal deve lavar as mos imediatamente antes de manusear os produtos e insumos agrcolas
e as superfcies que entram em contato com os mesmos imediatamente aps as paradas para
refeies, do uso das instalaes sanitrias e do manuseio de material contaminado. As roupas,
sapatos ou qualquer outro acessrio no podem ser fonte de contaminao de perigos fsicos e
biolgicos.
3.4.4- Comportamento Pessoal
Os trabalhadores agrcolas devem evitar qualquer comportamento que possa resultar na contami-
nao do alimento, como fumar, espirrar, comer, tossir, cuspir, etc., sobre o produto no protegi-
do. Adornos pessoais como jias, bijuterias e relgios que podem cair, ou quebrar sobre o produ-
to, em especial frutas frescas e outros vegetais, e no devem ser usados sempre que possam
representar um perigo segurana e adequao do produto.
3.5- Equipamentos Usados no Cultivo e Colheita
Os agricultores e colhedores devem seguir s especificaes tcnicas e s condies de uso reco-
mendadas pelo fabricante do equipamento, para sua correta utilizao e manuteno. Deve-se
adotar as seguintes prticas sanitrias:
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Equipamentos, recipientes e outros tipos de containers, que entrem em contato direto com os
produtos agrcolas, devem ser fabricados com material no txico. O seu desenho e construo
devem permitir que, sempre que necessrio, possam ser limpos, desinfetados e mantidos para
evitar a contaminao dos produtos agrcolas. As especificaes para a higiene e a manuteno
devem ser estabelecidas para cada pea do equipamento que usado, em funo do tipo de
produto agrcola, em especial para frutas e outros vegetais que sero consumidos crus.
Os recipientes para lixo, subprodutos, partes no comestveis, desperdcios e para substnci-
as perigosas, devem estar devidamente identificados, solidamente construdos e feito com
material impermevel. Quando apropriado, em especial para o descarte de substncias peri-
gosas, devem ser vedados de forma a prevenir contaminao intencional ou acidental dos
produtos agrcolas e de seus insumos. Tais recipientes devem ser segregados ou de outra
forma identificados para evitar o seu uso no acondicionamento do produto na colheita.
Os recipientes que no podem mais ser mantidos em boas condies de higiene devem ser
descartados.
Os equipamentos e as ferramentas usadas na lavoura e na colheita devem funcionar de acordo
com a sua finalidade de uso, sem danificar o produto agrcola. Devem ser mantidos em boas
condies de uso.
3.6 - Programa de Limpeza, Sanificao e Manuteno dasInstalaes e Equipamentos Usados na Pr-Colheita
As instalaes e equipamentos de colheita devem ser mantidos em estado apropriado de conser-
vao e reparo para facilitar sua limpeza e sanificao. Devem ser usados conforme especificado
para os fins a que se destinam. Os materiais de limpeza e os produtos perigosos, como os
agroqumicos, devem estar devidamente identificados, mantidos e conservados separadamente
em instalaes de armazenamento seguras. Os materiais de limpeza e os utilizados na desinfeco
devem ser usados conforme as especificaes do fabricante.
3.6.1- Programas de Limpeza e de Desinfeco
Os programas de limpeza devem estar estabelecidos e implementados para assegurar que qual-
quer limpeza seja conduzida de forma efetiva e apropriada. Os sistemas e programas de limpeza
e desinfeco devem ser monitorizados para certificar sua eficincia e eficcia e devem ser revis-
tos periodicamente e adaptados sempre que as circunstncias indicarem esta necessidade. As
recomendaes gerais so:
Equipamentos para colheita e recipientes reutilizveis que entraram em contato com o produ-
to agrcola devem estar limpos e, quando necessrio, desinfetados.
Os equipamentos para colheita e os recipientes reutilizveis para a coleta de vegetais que
sero consumidos crus e que no sero lavados antes de ser embalados e distribudos, devem
ser lavados e desinfetados, segundo a necessidade.
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Os procedimentos e os mtodos a serem estabelecidos para a limpeza devem levar em conside-
rao o tipo de equipamento e a natureza do produto. Entretanto, como indicao geral, sem
especificar o material de limpeza, importante que os procedimentos de limpeza incluam a
remoo de sujidades aderidas nas superfcies dos equipamentos, a aplicao de uma soluo
detergente para a retirada de sujidades menores, o enxge com gua e, quando necessrio, a
aplicao da soluo desinfetante, com subseqente enxge, a menos que as instrues de uso
estabelecidas pelo fabricante ou a base cientfica indicarem que a mesma no necessria.
3.6.2- Programa de Controle de Pragas
As pragas representam um alto risco segurana e adequao e para o consumo dos produtos e
alimentos. Nos ambientes fechados, como as estufas e os locais de armazenamento de insumos e
de produtos agrcolas, deve-se implantar sistema integrado de controle de pragas. A higiene ade-
quada destes locais e a inspeo de todo o material recebido, associado proteo e manuteno
da rea fsica, podem minimizar a possibilidade de infestao. importante controlar:
Preveno ao acesso. A construo deve ser mantida em boas condies de manuteno, de
forma a prevenir o acesso de pragas e para eliminar possveis locais de refgio. Os ralos e
outros sistemas de drenagem por onde determinadas pragas podem ter acesso devem ter
sistema de fechamento, quando no esto sendo usadas. Proteo por telas, em janelas,
portas e ventiladores pode reduzir o problema de entrada de pragas. Os animais domsticos
no devem ter acesso a essas reas.
Nidificao e Infestao. A disponibilidade de alimento e gua predispe nidificao e
infestao. As possveis fontes de alimentos devem estar armazenadas em locais e recipientes
prova de pragas. As reas internas e seus arredores externos devem ser mantidos limpos e
no podem ser usados para manuteno de lixo, desperdcios e de outros descartes.
Monitorizao e deteco. O programa integrado de pragas deve incluir a monitorizao cons-
tante para verificar e detectar qualquer evidncia da presena de pragas.
Erradicao. A infestao de pragas deve ser tratada imediatamente aps ser detectada. O
tratamento no pode afetar adversamente a segurana do produto agrcola ou sua adequao
para consumo. S podem ser empregados os produtos aprovados pela legislao, nas condi-
es especificadas pelo fabricante e por pessoal devidamente treinado.
Gerenciamento do lixo e de desperdcios. importante estabelecer um programa para deter-
minar a retirada de lixo e de outros desperdcios. Caso parte do material for usada como
biosslido a ser tratado para aplicao em culturas orgnicas, deve ser retirada dos locais,
para no afetar a segurana do produto agrcola e de seus insumos e transportado para os
locais onde sero tratados pelo fabricante e por pessoal devidamente treinado. Caso no for
usado para este fim ou se tratar de material que no adequado para tratamento, dever ser
retirado com freqncia regular. A disposio destes materiais dever ser em recipiente ade-
quado e, quando necessrio, devidamente tampado para no atrair moscas e outros animais.
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3.7- Cuidados na Colheita
Durante as atividades de produo primria, devem ser adotadas medidas efetivas para prevenir
a contaminao cruzada entre os produtos agrcolas com os insumos ou pelo pessoal que traba-
lha com os mesmos. Para prevenir a possibilidade de contaminao cruzada, alm de outras
providncias que esto citadas nestas Boas Prticas Agrcolas, deve-se considerar:
A necessidade de aes gerenciais adicionais durante a colheita, quando qualquer fator, como,
por exemplo, condies climticas adversas, possam representar uma fonte adicional de con-
taminao da safra.
Os produtos de colheita que no so prprios para o consumo, devem ser segregados durante
o processo. Os que no sofrero nenhuma etapa posterior de beneficiamento/tratamento que
possa torn-los seguros, devem ser descartados de forma a evitar seu contato com os que so
considerados prprios e adequados para o consumo.
Os trabalhadores agrcolas no devem levar outros produtos, que no os da colheita, nos
recipientes e containers, destinados acondicionar a safra, como lanches, marmitas, ferra-
mentas, combustvel, agroqumicos e outros.
Os equipamentos e recipientes que foram previamente usados para acondicionar produtos
potencialmente perigosos, como adubo, esterco e agroqumicos, no podem ser usados para
acondicionar o produto da colheita e nem para o material que ser usado para embalar o
produto agrcola, sem antes estarem devidamente limpos e, se necessrio (caso de vegetais e
frutas que sero consumidos crus), desinfetados.
Deve-se adotar o mximo de cuidado quando o produto agrcola embalado no campo, para
evitar a contaminao dos recipientes (caixas de madeira ou de plstico, sacos, etc), por contato
com adubo ou fezes de animal ou do homem. Deve-se evitar deixar caixas com o produto agrco-
la por perodos longos no campo, em especial durante a noite, e em contato direto ou muito
prximo do nvel do solo, para evitar a entrada de animais do campo, como roedores e cobras.
3.8- Controles Operacionais da Pr-Colheita
O gerenciamento da segurana das etapas de pr-colheita deve:
identificar etapas e prticas que representem um risco para a segurana do produto final;
estabelecer e implantar procedimentos de controle efetivo para as etapas e prticas conside-
radas crticas;
monitorizar os procedimentos de controle para garantir a continuidade da efetividade do controle;
rever os procedimentos e prticas periodicamente ou sempre que houver modificaes
operacionais e;
registrar em planilhas elaboradas para cada procedimento, para fins de rastreabilidade de
possveis problemas (caderno de campo e planilhas).
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3.8.1 - Procedimentos Operacionais
No geral, os procedimentos operacionais so simples e devem especificar o que, como, com que
frequncia e por quem sero realizados, alm da monitorizao das aes corretivas quando se
verificar um desvio ou no conformidade e de um programa de verificao, para garantir que o
objetivo e efetividade do procedimento sejam conduzidos e mantido de forma constante, como:
calibrao de equipamentos; rotao de estoque de insumos; programas de controle de pragas e
doenas; programa de limpeza e sanificao de equipamentos; processos usados para a depurao
de gua, para a compostagem, na aplicao de fertilizantes e agrotxicos; mtodos de colheita,
entre outros, incluindo os j citados nos itens 1.6 e 1.7.
O gerente ou responsvel pela segurana da produo agrcola e pr-colheita deve considerar a
necessidade de estabelecer instrues de trabalho especficas para determinadas atividades
operacionais, como por exemplo, para as prticas de aplicao de agrotxicos. As instrues de
trabalho devem estabelecer passo a passo o procedimento que constitui tambm os temas para o
treinamento de pessoal.
importante ressaltar a necessidade de monitorizao (por observao, superviso, medies e
outras formas), de registro em caderno de campo e planilhas especficas, das aes corretivas e
da importncia de garantia de segurana e por estabelecimento de formas de verificao, como:
validao do procedimento por demonstrao do controle de perigos, confirmao da continui-
dade da eficincia do procedimento por programa de coleta e anlise de amostras, certificao
da concentrao de agrotxicos e fertilizantes, etc.
3.8.1.1 - Modelo de Procedimento Operacional
Um Procedimento Operacional um documento que deve ter a seguinte estrutura:
1. Objetivo (Exemplo: Controle de compostagem).
2. Documentos de referncia (Identificando os documentos e outras fontes de informao queforam consultados para a elaborao do procedimento, como por exemplo, as instrues deuso do fabricante de agroqumico).
3. Campo de aplicao (em que etapas da produo, por exemplo, na aplicao de agrotxicos ena colheita, para garantir perodo de carncia).
4. Definies (para permitir uniformizao de conceitos).
5. Responsabilidades (definindo responsabilidades pela implementao, operacionalizao everificao dos procedimentos).
6. Descrio (descrever de forma sucinta, como o procedimento ser operacionalizado).
7. Monitorizao (estabelecer como, durante a etapa, ser verificado o cumprimento do procedi-
mento).
8. Aes corretivas (no caso do no cumprimento do procedimento, estabelecer o que deve ser
feito para a correo do desvio).
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Aplicaode
agrotxicos
Como
Observao visual
Observao visualde laudos;superviso daorigem eprocedncia dagua
Superviso dopreparo
Observao visualda utilizao deEPI
Freqncia
No ato da compra
Antes do preparoda soluo
Durante o preparoda soluo
Durante o preparoda soluo
Quem
Gerente desegurana ouresponsvel
Gerente desegurana ouresponsvel
Gerente desegurana ouresponsvel
Gerente desegurana ouresponsvel
O que
Produto e indica-o de uso
gua usada nopreparo
Soluo
Aplicador
9. Verificao (estabelecer como ser confirmado o cumprimento do procedimento, que pode in-
cluir: anlise dos registros, programa de coleta e anlise de amostras, superviso, avaliao de
programa de calibrao de equipamentos, avaliao de programa de treinamento pessoal, etc).
10. Registro (elaborao de planilhas e adoo de caderno de campo, por exemplos).
11. Anexos (complementos que facilitem o entendimento e cumprimento do procedimento).
Este Manual e seus anexos podem ser usados para estabelecer os objetivos, campo de aplicao
e definies de cada Procedimento Operacional. As responsabilidades dizem respeito
exclusivamente ao gerenciamento de segurana do local, assim como a descrio do procedimento.
Para a monitorizao pode-se usar a superviso ou Check List. As aes corretivas so adotadas
aps a monitorizao e so especficas para o procedimento (exemplo: elaborar e implementar
um plano de ao para as no conformidades detectadas na monitorizao de controle e retirada
de desperdcios).
A verificao deve especificar o que, como, com que freqncia e quem o responsvel pela
mesma. Como exemplo:
As planilhas de registro devem especificar o que est sendo monitorizado (exemplo: BoletimTcnico da Aplicao de Agrotxicos), a indexao (data), o arquivamento (pasta, por exemplo),o armazenamento (local onde ser mantido o registro), o tempo de reteno do registro (6meses, 2 anos) e a disposio (arquivo ativo ou arquivo morto, por exemplo).
Os anexos podem incluir Check List especficos.
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EITA44.1- Conservao e Transporte do Campo at s Instalaes paraEstocagem, Distribuio ou Beneficiamento
4.1.1- Conservao e Transporte
O produto agrcola colhido deve ser transportado do campo ao local de beneficiamento em
condies que minimizem a possibilidade de contaminao por agentes de natureza biolgica,
qumica e fsica. No mnimo, deve-se adotar as seguintes Boas Prticas:
Os recipientes e veculos usados no transporte da safra colhida, devem ser construdos de
forma a minimizar qualquer dano ao produto agrcola e evitar o acesso e nidificao de pragas.
As partes que entram em contato direto com o produto devem ser de material no txico e
que facilitem a limpeza. Devem ser construdos de forma a reduzir o potencial de contaminao
por agentes fsicos, como vidro, madeira e plstico e qumicos.
Os produtos no adequados para o consumo humano devem estar devidamente segregados
antes do transporte e armazenamento.
Os trabalhadores agrcolas devem remover tanto quanto possvel a terra e partes que no
sero usadas como alimento antes de seu acondicionamento e transporte do campo at s
instalaes para beneficiamento e distribuio.
Os recipientes e caambas de veculos de transporte no podem ser usados para transportar
alimentos, se utilizados para transporte de produtos potencialmente txicos ou
reconhecidamente contaminados por microrganismos patognicos e de origem fecal.
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4.1.2- Instalaes Abertas Relacionadas com o Beneficiamento de ProdutosAgrcolas Ps-Colheita
As instalaes ao ar livre, que so usadas para beneficiamento, como debulha e secagem, devem
ser construdas com material adequado, que permitem lavagem e desinfeco.
rea para secagem de gros - As reas para secagem de gros devem ser de tamanho adequa-
do e ser mantida em bom estado de conservao. No indicado o contato direto dos gros
com a terra, considerando o risco de contaminao excessiva e de multiplicao de microrga-
nismos que afetam a segurana do produto, em especial a de bolores produtores de micotoxinas.
rea para debulha - Para a debulha e outros beneficiamentos, as superfcies que entram em
contato direto com o produto devem ser lavveis prova de corroso e atxicos; construdas
de forma a facilitar a limpeza e mantidas em boas condies de manuteno.
rea de lavagem de frutas e verduras - No caso de lavagem de verduras e legumes em nvel de
campo, um suprimento de gua, de preferncia potvel, deve ser previsto. O processo deve
ser conduzido de forma a no permitir a contaminao do produto. Deve-se retirar o excesso
de gua do produto.
importante observar:
Entre um ciclo de uso e outro, deve-se estabelecer um programa de limpeza e, se necessrio,
de sanificao das superfcies que entram em contato direto com o produto agrcola.
Devem estar previstos dispositivos para a proteo do produto sob beneficiamento, para o
caso de chuva ou de outras condies climticas que possam afetar a segurana do produto,
por introduo de sujidades, restos de outras partes no destinadas ao consumo e de outros
vegetais que possam facilitar a deteriorao, favorecer a contaminao ou ainda, permitir a
multiplicao da microbiota naturalmente presente no produto agrcola.
O tempo de permanncia nas reas de beneficiamento deve ser gerenciado para no exceder o
estritamente necessrio.
4.1.3- reas para Conservao e Ensilagem de Produtos da Colheita Agrcola
A seleo do local de construo de tulhas, silos e outros usados para conservao e
armazenamento, deve considerar as possveis fontes de contaminao do produto.
A construo deve ser slida e seu layout adequado: dimenses suficientes para a quantidade
de produto colhido ; acesso restrito; proteo adequada da rea externa e da entrada de animais
domsticos e selvagens, especialmente de roedores; ventilao uniforme, para evitar pontos de
umidade e temperatura mais altas que possam favorecer o desenvolvimento de microrganismos,
notadamente dos bolores potencialmente capazes de produzir micotoxinas; superfcie de contato
com os produtos, fabricada com material atxico, de fcil limpeza e conservao. A conservao
dos produtos de colheita deve ser separada, considerando os produtos destinados para o consumo
humano e os que so destinados para outros fins.
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A conservao dos diferentes produtos deve considerar as especificaes necessrias para o
produto em questo:
Refrigerao, para frutas e hortalias.
Controle dos gases da atmosfera, para processos de retardamento de maturao de frutas e
outros produtos sensveis, para evitar o desenvolvimento de fungos na superfcie do produto.
Controle de umidade e temperatura do ambiente, para os gros e outros produtos que so
sensveis e passveis de produo de micotoxinas, como amendoim, caf, trigo e milho.
Quando for necessrio o controle de pragas (caros, insetos), que podem infestar o local de
armazenamento, o mesmo deve ser realizado considerando o agrotxico e sua especificidade
para a praga em questo. Deve ser mantido registro dos programas de limpeza e de aplicao de
agrotxicos. Entre um uso e outro os locais de armazenamento devem ser limpos e, se necessrio,
desinfetados, de forma a assegurar a no contaminao do produto.
O perodo de permanncia do produto nos locais de armazenamento pode ser varivel de acordo
com a colheita, porm, sua conservao deve assegurar, durante todo o tempo, as condies
necessrias para evitar contaminaes de natureza qumica, fsica e biolgica e a multiplicao
de microrganismos.
As etapas de conservao dos produtos agrcolas e seu respectivo controle devem ser objeto de
gerenciamento e registro constantes. O registro deve incluir: safra, data de entrada e sada,
umidade e temperatura, quando usados.
4.2- Unidades para Empacotamento, Ensilagem e Outras Formasde Armazenamento: Layout e Instalaes
4.2.1- Localizao
As fontes potenciais de contaminao devem ser consideradas quando da deciso sobre o local
para construo dos estabelecimentos, assim como da efetividade de qualquer especificidade de
medida que deva ser adotada para a proteo dos produtos. Devem ser evitados os locais que,
mesmo aps considerar a aplicao de tais medidas,