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  • 7/23/2019 Pcc Usp Bt 00579 - Melhado

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    Boletim Tcnico da Escola Politcnica da USP

    Departamento de Engenharia de Construo Civil

    ISSN 0103-9830

    BT/PCC/579

    Coordenador de projetos deedificaes: estudo e proposta para

    perfil, atividades e autonomia

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    Escola Politcnica da Universidade de So Paulo

    Departamento de Engenharia de Construo Civil

    Boletim Tcnico Srie BT/PCC

    Diretor: Prof. Dr. Jos Roberto Cardoso

    Vice-Diretor: Prof. Dr. Jos Roberto Piqueira

    Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya Abiko

    Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso

    Conselho Editorial

    Prof. Dr. Alex Kenya Abiko

    Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso

    Prof. Dr. Joo da Rocha Lima Jr.

    Prof. Dr. Orestes Marraccini Gonalves

    Prof. Dr. Vanderley Moacyr John

    Prof. Dr. Cheng Liang Yee

    Coordenadora Tcnica

    Prof. Dr. Silvia Maria de Souza Selmo

    O Boletim Tcnico uma publicao da Escola Politcnica da USP/ Departamento de Engenharia de

    Construo Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e ps-graduados desta Universidade.

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    Boletim Tcnico da Escola Politcnica da USP

    Departamento de Engenharia de Construo Civil

    ISSN 0103-9830

    BT/PCC/579

    Coordenador de projetos deedificaes: estudo e proposta para

    perfil, atividades e autonomiaClaudino Lins Nbrega Jnior

    Silvio Burrattino Melhado

    So Paulo 2013

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    O presente trabalho parte da tese de doutorado apresentada por Claudino Lins Nbrega Jnior,sob orientao do Prof. Dr. Silvio Burrattino Melhado: Coordenador de projetos de edificaes:estudo e proposta para perfil, atividades e autonomia defendida em 09/02/2012, na EPUSP.

    A ntegra da tese encontra-se disposio com o autor, na Biblioteca de Engenharia Civil da EscolaPolitcnica/USP e na pgina: http://www.teses.usp.br/.

    A referncia bibliogrfica deste boletim deve ser feita conforme o seguinte modelo:

    NBREGA JNIOR, C. L.; MELHADO, S. B. Coordenador de projetos de edificaes: estudo e proposta para perfil,

    atividades e autonomia. So Paulo: EPUSP, 2013. 26 p. (Boletim Tcnico da Escola Politcnica da USP, Departamento deEngenharia de Construo Civil, BT/PCC/579)

    FICHA CATALOGRFICA

    Boletim Tcnico da Escola Politcnica da USP. Departamento deEngenharia de Construo Civil. N.1 (1986) - . SoPaulo, 2013.

    IrregularContedo deste nmero: Coordenador de projetos de

    edificaes: estudo e proposta para perfil, atividades eautonomia / C. L. Nbrega Jnior, S. B. Melhado -- (BT/PCC/579)

    ISSN 0103-9830

    1.Qualidade do projeto 2.Coordenador de projetos 3.Constru-o civil 4.Autonomia administrativa I. Nbrega Jnior, ClaudinoLins II. Melhado, Silvio Burrattino III.Universidade de So Paulo.Escola Politcnica. Departamento de Engenharia de ConstruoCivil IV.t.

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    COORDENADOR DE PROJETOS DE EDIFICAES: ESTUDO E

    PROPOSTA PARA PERFIL, ATIVIDADES E AUTONOMIA

    RESUMO

    Atualmente, as empresas do setor da construo civil encontram-se

    desenvolvendo e aprimorando o trabalho de coordenao de projetos e

    incluem, alm das atribuies de coordenao, responsabilidades como

    planejamento de custos, etapas e prazos do processo de projeto, contratao

    de projetistas e anlise de projeto. Portanto, a competncia do coordenador de

    projetos torna-se decisiva para a qualidade do projeto encaminhado obra, e,

    de forma mais abrangente, o coordenador tem grande importncia para o

    sucesso do empreendimento e das empresas envolvidas no processo de

    construo. A presente pesquisa tem como principal objetivo propor o perfil, as

    atividades e a autonomia mais adequados para o coordenador de projetos de

    edificaes no contexto da construo civil brasileira. Para tanto, o mtodo

    Delphi foi selecionado para ser utilizado nessa pesquisa, na qual foramaplicados 03 questionrios: o primeiro referiu-se pesquisa exploratria inicial

    para escolha dos participantes da pesquisa e conteve questes sobre o perfil

    atual dos coordenadores de projeto; o segundo, relativo ao estudo prospectivo,

    foi composto por questes totalmente abertas, de acordo com o mtodo Delphi

    e versou sobre o perfil, as atividades e a autonomia dos coordenadores. O

    resultado obtido explicitou que o segmento de projetos de edificaes necessita

    de coordenadores de projeto no apenas com experincia e conhecimentotcnico nas diversas reas que compem o projeto completo do edifcio, mas

    tambm com habilidades e competncia para gerenciar os profissionais que

    compem a equipe de projeto. Com base nos resultados obtidos foram

    desenvolvidas ainda diretrizes para um novo currculo para a formao de ps-

    graduao em coordenao de projetos de edificaes.

    Palavras-chave: Coordenador de projetos, processo de projeto, perfil,atividades, autonomia.

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    BUILDING PROJECT COORDINATOR: STUDY AND PROPOSAL

    FOR PROFILE, ACTIVITIES AND AUTONOMY

    ABSTRACT

    At the moment, the companies of the sector of civil building are

    developing and improving the work of projects coordination and include,

    besides attribution of coordination, responsibility with costs planning, phases

    and deadlines of the process of Project, hiring of designers, and analysis of

    Project. Therefore, the competence of the projects coordinator becomes

    decisive for the quality of the Project sent to the building site, and more broadly,

    the coordinator has great importance for the success of the undertaking and of

    the companies involved in the building process. This research has the main

    objective of proposing the profile, the activities and the most adequate

    autonomy for the coordinator of edification projects in the context of the

    Brazilian civil building. For this, the method Delphi was selected to be used in

    this research where 3 questionnaires were applied: the first was referred to theinitial exploratory research for the choice of the participants of the research and

    contained questions about the current profile of the coordinators of project; the

    second, related to the prospective study, was composed of questions totally

    open, according to the method Delphi and conversed about the profile, the

    activities and the autonomy of the coordinators. The result obtained made

    explicit that the segment of edifications projects need coordinators of project not

    only with experience and technical knowledge in several areas that composethe complete project of the building, but also with abilities and competence to

    manage the professionals that compose the project team. Based on the results

    of the research were developed yet directives for a new curriculum for the

    formation of post-graduation in coordination of projects of edification.

    Key-words: Coordinator of projects, process of the project, profile, activities,

    autonomy.

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    1 INTRODUO

    1.1 Problemtica da pesquisa

    Na atual realidade de mercado da construo de edificaes no Brasil comum a atuao de diversos profissionais de empresas distintas no processo

    de elaborao de projetos. Esse nmero de profissionais vem crescendo em

    consequncia do aumento da complexidade dos projetos, do aumento da

    quantidade de novos materiais, tecnologias e da quantidade de servios que

    antes no existiam, alm da prpria terceirizao dos servios decorrentes da

    nova concepo da obra como um servio de montagem.

    A colaborao de diferentes profissionais fundamental para o sucessodo projeto final, porm traz consigo diversas dificuldades relativas

    coordenao dos projetos e dos projetistas. Tzortzopoulos (1999) cita que

    algumas dessas dificuldades se devem troca constante dos fornecedores de

    projeto, aos interesses de cada interveniente (devido s suas vises

    particulares e suas necessidades diferenciadas) e tambm s prprias

    formaes diferentes dos profissionais que desenvolvem os projetos, alm de,

    muitas vezes, os projetistas estarem em escritrios localizados fisicamente

    distantes.

    Nesse contexto, o coordenador de projetos surge como agente

    fomentador no apenas da interao e cooperao entre todos os agentes

    envolvidos no processo de projeto, mas tambm do bom resultado do processo

    e das solues de projeto adotadas.

    Dessa forma, deve-se garantir que o profissional que desempenhe as

    tarefas de coordenao esteja efetivamente habilitado para tanto. Todavia, isso

    muitas vezes no ocorre, inclusive porque o perodo dos cursos de graduao

    em Engenharia Civil e em Arquitetura e Urbanismo insuficiente para preparar

    os profissionais para desempenhar as atividades de coordenao de projetos,

    visto que esses cursos j necessitam ter uma grade curricular bastante

    abrangente para atender s necessidades da atual demanda.

    Assim, atualmente os profissionais escolhidos pelas empresas para

    desempenhar a atividade de coordenao de projetos, na maioria das vezes,

    emergem de um trabalho em desenvolvimento de projetos ou em gerncia de

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    obras. Dessa forma corre-se o risco desse profissional, que era um excelente

    projetista ou coordenador de obras, nunca vir a ser um bom coordenador de

    projetos, pois diversas caractersticas do trabalho so diferentes.

    Outro problema em relao ao coordenador de projetos que ainda no

    foi estabelecido consensualmente entre as empresas quais as atividades e qual

    a autonomia desse profissional, de forma que sua atuao ainda diverge muito

    de organizao para organizao, seja ela um escritrio de projeto autnomo

    ou uma empresa construtora. Essa divergncia ocorre tambm de regio para

    regio, variando a atuao do coordenador desde o sentido mais amplo do

    servio prestado at a simples compatibilizao de projetos.

    Existe tambm uma lacuna em relao ao perfil ideal do coordenador de

    projetos. Em relao s competncias bsicas, sabe-se que este deve ter uma

    formao abrangente o suficiente para compreender as questes intrnsecas

    aos projetos e conseguir discutir com os projetistas essas questes. Porm,

    ainda no se estabeleceu exatamente quais conhecimentos so fundamentais

    para o desempenho da coordenao de projetos, nem tampouco o nvel de

    aprofundamento do conhecimento em cada rea, ou seja, qual a formao

    ideal para exercer essa funo.

    Em razo das questes acima elencadas, o artigo ora apresentado tem

    como tema a coordenao de projetos e visa responder seguinte pergunta

    inicial: Qual o perfil ideal, as atividades e a autonomia do coordenador de

    projetos frente s necessidades do mercado de trabalho atual?

    1.2 Justificativa

    A construo civil no Brasil vem passando por uma constante mudana

    no seu sistema produtivo a fim de reduzir seus custos e tornar seus produtosmais competitivos. Isso se deve a um conjunto de fatores, como o crescimento

    da concorrncia pelas empresas internas e at pela entrada de empresas

    estrangeiras no pas, bem como pela alta carga tributria.

    A eficincia na produo tornou-se uma necessidade premente, bem

    como a qualidade no processo de produo e do produto final. O planejamento

    tem grande importncia na busca pela eficincia, na medida em que uma ao

    bem planejada reduz a probabilidade da existncia de erros.

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    Seguindo esse raciocnio, a qualidade do projeto fundamental para a

    execuo da obra, pois torna os servios previsveis, reduzindo as incertezas e

    a quantidade de decises tomadas durante a obra e, consequentemente, os

    improvisos.

    A qualidade dos projetos para Tzortzopoulos (1999) considerada como

    um dos componentes mais importantes da qualidade do empreendimento, pois

    atravs desta so definidas as caractersticas do produto que iro determinar o

    grau de satisfao das expectativas dos clientes. Dessa forma, alm das

    caractersticas dos produtos e da qualidade e eficincia dos processos, os

    projetos influenciam inclusive nos resultados econmicos dos

    empreendimentos, acelerando ou retardando at a velocidade de venda das

    unidades. Ou seja, o projeto determina praticamente toda a competitividade e

    os custos do empreendimento. A partir da concluso do projeto, h uma

    expressiva reduo na possibilidade de interveno na lucratividade do

    negcio, incluindo-se as possibilidades de interveno na obra.

    Assim, so extremamente vlidos todos os investimentos feitos nos

    projetos e em sua qualidade, sejam eles investimentos financeiros, de

    pesquisa, de tempo, ou de esforo das equipes tcnicas.

    Entretanto, com o alto nvel de complexidade presente na maioria dos

    projetos de empreendimentos da atualidade, a possibilidade de problemas

    como incompatibilidade, erros, falta de detalhamento, dentre outros

    ocasionados pela falta de coordenao ou pela coordenao deficiente dos

    projetos aumentou.

    O nvel de complexidade nos projetos da construo civil tambm

    cresceu em razo do crescimento das exigncias relativas aos projetos de

    edificaes. Atualmente, os projetos de edificaes esto passando a atenders exigncias de desempenho advindas da norma NBR 15.575, partes 1 a 5,

    conhecida como Norma de Desempenho. Assim, a NBR 15.575-1: 2008

    estabelece as responsabilidades dos envolvidos no processo construtivo,

    como: projetista, incorporador, construtor e usurio. Por essa nova norma, o

    projetista, em conjunto com o contratante e com o usurio, quando necessrio,

    deve estabelecer a vida til de projeto de cada sistema.

    Nos dias atuais, os projetos tambm devem atender s exignciasrelativas sustentabilidade, atravs das suas respectivas certificaes (como

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    LEED, AQUA, Selo Azul e Procel Edifica) e das suas conseqentes exigncias,

    que esto fundamentadas no projeto, o qual define as caractersticas do

    empreendimento.

    Em consequncia das questes destacadas, a coordenao dos projetos

    tem sua importncia cada dia mais enfatizada, levando projetistas, construtoras

    e todos os demais envolvidos no processo de projeto a perceber a necessidade

    de uma coordenao mais eficiente.

    Percebe-se, ento, que a competncia do coordenador de projetos

    torna-se decisiva para a qualidade do projeto encaminhado obra. De forma

    mais abrangente, o coordenador tem grande importncia para o sucesso do

    empreendimento e, consequentemente, para a manuteno da empresa

    construtora, incorporadora e de projeto no mercado.

    Melhado et. al. (2005) afirmam que se podem identificar algumas

    fronteiras de conhecimento para a coordenao do processo de projeto, que

    devem ainda ser alvo de melhor desenvolvimento. Dentre elas destacamos a

    redefinio do perfil, das atividades e da autonomia do coordenador de

    projetos, pois em razo da crescente especializao dos projetos, a

    coordenao uma atividade cada vez mais importante e complexa e torna-se

    necessrio que o seu perfil, sua formao e sua atuao estejam bem

    definidos e fundamentados, e que o coordenador tenha autonomia para tomar

    as principais decises do processo de projeto.

    Nesse contexto, a pesquisa aqui apresentada, que busca fazer um

    Estudo e proposta para o perfil, atividades e autonomia do coordenador de

    projetos de edificaes tem extrema valia e se torna, inclusive, indita, ao

    buscar a redefinio e otimizao desse trabalho.

    1.3 Objetivos

    1.3.1 Objetivo Geral

    Propor o perfil, as atividades e a autonomia mais adequados para o

    coordenador de projetos de edificaes no contexto da construo civil

    brasileira.

    1.3.2 Objetivos Especficos

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    Identificar as necessidades atuais do mercado de trabalho para o

    profissional da coordenao de projetos;

    Traar um perfil do atual coordenador de projetos de edificaes;

    Estudar e comparar as atuais atribuies, responsabilidades eautonomia do coordenador de projetos em diferentes empresas com

    realidades distintas sobre coordenao de projetos;

    Analisar o perfil, as competncias, conhecimentos e habilidades mais

    adequadas para o coordenador de projetos de edificaes;

    Propor diretrizes para a formao de cursos de ps-graduao em

    coordenao de projetos de edificaes.

    1.4 Metodologia

    O mtodo selecionado para ser aplicada nesta pesquisa foi o Delphi, por

    ser reconhecido como um dos instrumentos qualitativos de previso mais

    adequados para a rea tecnolgica.

    Dessa forma, a presente pesquisa se dividiu em trs etapas. A primeira

    e a segunda etapa caracterizaram-se como uma pesquisa de campo, de

    natureza elucidativa, sendo que na primeira etapa foi realizada a aplicao de

    um questionrio, a fim de se fazer uma seleo dos profissionais participantes

    da pesquisa, com o intuito de garantir a experincia prtica e o conhecimento

    dos participantes acerca do assunto. O questionrio da primeira etapa tambm

    conteve questes pessoais para o coordenador de projetos participante da

    pesquisa, para traar um perfil scioeconmico-cultural do profissional que

    atualmente realiza a coordenao de projetos no Brasil.

    Na segunda etapa foi aplicado outro questionrio, dessa vez sobre as

    necessidades atuais do mercado de trabalho para o profissional da

    coordenao de projetos, para descrever quais devem ser as atividades de

    responsabilidade do coordenador, qual deve ser o nvel de sua autonomia, e

    para elucidar qual a opinio dos prprios coordenadores de projetos sobre o

    perfil, competncias, conhecimentos e habilidades ideais necessrias ao

    coordenador de projetos. Esta segunda etapa da pesquisa o primeiro

    momento das rodadas descritas na bibliografia consultada.

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    Aps a formatao das respostas dos coordenadores no segundo

    questionrio, observaram-se algumas divergncias nas respostas, o que

    determinou a necessidade de mais uma rodada de aplicao de questionrios.

    Assim, foi aplicado mais um questionrio, dessa vez apenas com questes

    objetivas de mltipla escolha, com o objetivo de convergir as opinies dos

    entrevistados sobre quais os atributos realmente necessrios aos

    coordenadores.

    1.4.1 Tipos de instrumentos

    Como foi mencionado, o instrumento escolhido para a pesquisa foi o

    questionrio. Assim, foram elaborados trs questionrios para o trabalho: o

    primeiro contendo questes abertas e fechadas sobre a atuao do

    coordenador de projetos participante e sobre o seu prprio perfil

    socioeconmico-cultural, o segundo conteve questes abertas sobre o perfil,

    competncias, conhecimentos, habilidades e autonomias dos coordenadores, e

    o terceiro com questes exclusivamente fechadas para se encontrar um

    denominador comum sobre a opinio dos coordenadores.

    Faz-se importante ressaltar que no primeiro questionrio foram

    considerados os dados pessoais do participante, a fim de caracteriz-lo para a

    participao na pesquisa. Esses dados incluram nome, formao, titulaes,

    empresa para a qual trabalha, cargo, tempo no cargo e tempo total de

    experincia na rea. As demais questes dessa etapa tiveram tambm um

    carter introdutrio no assunto da pesquisa a ser desenvolvida na prxima

    etapa. No segundo questionrio da primeira etapa, as questes foram

    totalmente abertas para permitir a plena expresso do participante acerca dos

    assuntos abordados sobre o coordenador de projetos.Na primeira etapa, os questionrios foram aplicados, em sua maioria,

    pessoalmente, pois, dessa forma, o participante teve a oportunidade de

    conhecer o pesquisador, aumentando a credibilidade da pesquisa e o

    compromisso no envio das respostas para este. Ainda assim, observou-se

    grande demora no envio das respostas do segundo questionrio da pesquisa,

    que ocorreu cerca de dois meses aps a aplicao do questionrio sobre os

    participantes. Quando questionados sobre a necessidade desse grande prazopara o envio das respostas, os participantes creditaram escassez de tempo

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    para responder, em razo do grande volume de trabalho. Por essa razo,

    optou-se pelo questionrio da terceira etapa ser exclusivamente com questes

    fechadas de mltipla escolha, pois um questionrio de resposta rpida.

    1.4.2 Tipo e critrios de amostragem

    O resultado da pesquisa Delphi depende da qualidade dos participantes

    questionados, considerando-se, para tanto, a boa experincia sobre o assunto

    e o bom nvel de informao. Por isso, a amostra utilizada nessa pesquisa foi

    intencional e selecionada a partir da experincia e dos conhecimentos

    demonstrados no primeiro questionrio aplicado, de natureza elucidativa. A

    amostra tambm foi determinada pela oportunidade, a partir da devoluo

    desse primeiro questionrio e pela concordncia do coordenador em participar

    das demais etapas da pesquisa.

    Como o objetivo geral da pesquisa propor o perfil, as atividades e a

    autonomia mais adequadas para o coordenador de projetos de edificaes, no

    contexto da construo civil brasileira, o universo da amostra incluiu

    profissionais de cidades de diferentes regies do Brasil: So Paulo, Rio de

    Janeiro, Minas Gerais, Paran, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,

    Distrito Federal, Gois e Pernambuco. Esses Estados foram escolhidos por

    serem os dez Estados brasileiros com maior valor de incorporaes, obras e/ou

    servios de construo, de acordo com a Pesquisa Anual da Indstria da

    Construo, realizada pelo IBGE em 2008.

    Assim, no Estado com maior valor de obras, So Paulo, foram

    selecionados doze coordenadores de projetos da construo civil com

    experincia e conhecimentos que os habilitassem a participar da pesquisa e

    que se disponibilizaram a participar. Para se definir os participantes dapesquisa em So Paulo, foi utilizada a rede de contatos pessoais do

    pesquisador, a fim de identificar inicialmente possveis participantes e, a partir

    da demonstrao de conhecimento e experincia na rea, atravs do primeiro

    questionrio, bem como a partir da concordncia em participar das demais

    etapas da pesquisa, foi definida a quantidade de coordenadores que

    participaram da pesquisa em So Paulo (12 coordenadores).

    Com base na cidade de So Paulo se obteve uma quantidadeproporcional de participantes em cada Estado, de acordo com o valor bruto da

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    produo de obras em cada um dos dez Estados, seguindo os dados

    divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) em 2008,

    o que resultou em um total de vinte e oito coordenadores de projeto

    participantes da pesquisa.

    Estado Valor brutoda

    produo(em 1.000

    R$)

    Quantidadeproporcional decoordenadores a

    serementrevistados

    Quantidadeproporcional

    arredondada decoordenadores a

    serem entrevistados1 So Paulo 54.083.424 12 122 Rio de

    Janeiro19.453.980 4,31 4

    3 Minas Gerais 18.990.631 4,21 44 Paran 6.952.313 1,54 25 Bahia 6.204.739 1,37 16 Rio Grande

    do Sul5.556.010 1,23 1

    7 SantaCatarina

    4.638.671 1,02 1

    8 DistritoFederal

    3.951.623 0,87 1

    9 Gois 3.569.793 0,79 110 Pernambuco 3.085.401 0,68 1

    TOTAL 28Relao entre valor de obras e quantidade proporcional de coordenadores entrevistados

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    O conceito de projeto tem sido revisado, aprimorado e desenvolvido nos

    ltimos anos, de modo a estabelecer um consenso a respeito desta atividade.

    O Project Management Institute PMI (2000) entende projeto como umempreendimento temporrio feito para criar um produto, servio ou resultado

    nico. Esse conceito implica um prazo limitado, uma data pr-determinada

    para concluso e um resultado diferente daquele produzido no curso da rotina

    operacional.

    As decises dos projetos de edificaes influenciam no ambiente

    construdo em que vivemos. Nesse contexto, o design processadquire nova

    dinmica, sendo uma srie de eventos interativos empreendidos pela equipe deprojeto para identificar a natureza do problema, desenvolver solues

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    apropriadas e transferir a soluo da mente coletiva da equipe de projeto para

    aqueles que iro executar o projeto.

    De acordo com Construo Mercado (2010), no setor da construo civil

    uma nova etapa de desenvolvimento est ocorrendo proporcionada pelo

    Building Information Modeling (BIM), que traz consigo grande

    interoperabilidade.

    Atualmente os projetos da construo civil tambm adquiriram grande

    importncia para a sustentabilidade do meio ambiente. Nesse contexto, a

    sustentabilidade e as certificaes de sustentabilidade (LEED, Aqua, Selo Azul

    e Procel Edifica) esto estruturadas nas solues adotadas e na coordenao

    de projeto, a qual define as caractersticas da edificao. , portanto, na

    concepo do projeto que se planeja a vida til, ou perodo de tempo mnimo,

    do empreendimento. Segundo Tchne (2010), nesse contexto da vida til do

    empreendimento, a sustentabilidade est tambm relacionada com a norma de

    desempenho NBR 15.575, que determina que todos os sistemas, elementos e

    componentes devem manter o mesmo desempenho esperado durante toda a

    vida til da edificao, sendo submetidos apenas s atividades de manuteno

    pr-definidas no projeto.

    Entretanto, as novas demandas e exigncias para os projetos

    implicaram recentemente em um aumento significativo da complexidade dos

    projetos e tambm no crescimento do nmero das disciplinas e dos

    profissionais envolvidos no processo de desenvolvimento dos projetos. Assim,

    surge tambm a necessidade de se coordenar sistematicamente os

    profissionais e seus respectivos projetos, os quais compem o conjunto de

    projetos da edificao.

    2.1 O coordenador de projetos de edificaes

    2.1.1 Perfil do coordenador de projetos

    Tchne (2008) publicou uma reportagem intitulada Projetos

    coordenados, onde realizou um debate com nove profissionais atuantes na

    rea de coordenao de projetos entre pesquisadores acadmicos,

    coordenadores de projetos de escritrios independentes, coordenadores

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    ligados a construtoras e representantes de entidades de coordenadores de

    projetos. Tchne destaca que o coordenador de projetos deve ter capacidade

    de liderar e gerenciar pessoas e ser um planejador, alm de experincia

    tcnica para perceber detalhes de projetos de diversas reas. irrelevante a

    dvida se a melhor formao para o coordenador em engenharia ou em

    arquitetura.

    2.1.2 Competncia do coordenador de projetos

    As competncias e o desenvolvimento de prticas competentes do

    coordenador de projetos e da equipe so fatores-chave no sucesso do projeto.

    Dessa maneira, os atributos e aes do pessoal-chave do projeto influenciam o

    sucesso ou falha do projeto.

    Carvalho e Rabechini Jr. (2009), destacam que a competncia

    profissional pode ser entendida segundo trs eixos fundamentais: pelas

    caractersticas da pessoa, por sua formao educacional e por sua experincia

    profissional.

    2.1.3 Conhecimentos do coordenador de projetos

    Silva e Novaes (2007) acreditam que os coordenadores de projetos

    precisam ter uma viso completa e integrada de todo o processo. Portanto,

    necessitam de elevado conhecimento tcnico para poder analisar e avaliar

    adequadamente as solues de projeto de diferentes especialidades, bem

    como organizar e controlar o intenso fluxo de informaes. Essa percepo

    tambm compartilhada por Melhado (2005), quando destaca que

    necessrio que o coordenador tenha um amplo conhecimento relativo s

    diversas especialidades de projeto, que conhea tcnicas construtivas e quepossua experincia quanto execuo de obras. Nesse sentido, o coordenador

    de projetos deve deter os seguintes conhecimentos:

    Sobre tcnicas e processos de projeto pertinentes s vrias disciplinas

    envolvidas;

    Sobre normas tcnicas, legislao, cdigos de construo e padres das

    concessionrias locais de servios;

    Sobre tecnologia construtiva em curso e inovaes tecnolgicas nosegmento de edificaes;

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    Sobre tcnicas de planejamento, programao e controle de projetos;

    Sobre informtica e coordenao da informao.

    2.1.4 Habilidades do coordenador de projetos

    Para Heldman (2009), algumas das habilidades que um bom gerente de

    projetos deve possuir so mais bem assimiladas por meio da vivncia. Essas

    habilidades so normalmente denominadas de habilidades de conhecimento

    humano (ou habilidades flexveis) porque lidam muito mais com o lado pessoal

    e poltico dos relacionamentos humanos no campo dos negcios, do que as

    habilidades tcnicas (chamadas de habilidades rgidas), as quais so mais

    comumente ensinadas com um processo passo a passo. Dessa forma, as seis

    habilidades soft skills que a autora considera essenciais para que um gerente

    de projetos se torne um lder bem sucedido so: Pensamento crtico;

    Coordenao de mudana organizacional; Soluo de conflitos; Habilidades de

    negociao; Percepo e intuio; Habilidade de colaborao.

    3 PRIMEIRA ETAPA DA PESQUISA DE CAMPO

    Na primeira etapa da pesquisa foram aplicados dois questionrios. O

    primeiro questionrio abordou os dados dos coordenadores de projeto, com a

    finalidade de selecionar os profissionais para a participao na pesquisa, bem

    como com o intuito de traar o perfil atual do coordenador de projetos da

    construo civil. As questes desse primeiro questionrio abrangem os dados

    pessoais, dados familiares, dados culturais e dados profissionais dos

    coordenadores.

    O segundo questionrio (ou questionrio Delphi) da primeira etapa

    conteve questes totalmente abertas, a fim de permitir que o participante se

    expressasse livremente acerca dos assuntos abordados. Esse questionrio

    abordou as competncias, os conhecimentos, as habilidades e a autonomia

    necessria aos coordenadores de projeto.

    4 SEGUNDA ETAPA DA PESQUISA DE CAMPO

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    Aps a aplicao do primeiro questionrio da pesquisa de campo,

    observaram-se algumas lacunas nos resultados, que essa primeira etapa no

    foi suficiente para esclarecer. Por essa razo se fez necessrio a realizao de

    uma segunda rodada da pesquisa Delphi. O resultado da primeira rodada

    apresentou tambm grande diversidade de atributos do coordenador de

    projetos no que se refere s competncias, conhecimentos, habilidades e

    atividades. Por essa razo surgiu a necessidade de hierarquizar os atributos,

    conferindo pesos, de modo a destacar os atributos que realmente sejam os

    mais importantes ao coordenador de projetos.

    5 CONCLUSES E PROPOSIES

    A pesquisa ora apresentada teve como objetivo principal propor o perfil,

    as atividades e a autonomia mais adequados para o coordenador de projetos

    de edificaes, no contexto da construo civil brasileira.

    5.1 Perfil do atual coordenador de projetos de edificaes

    Dos coordenadores de projeto entrevistados, a maioria composta por

    mulheres (71% dos participantes). Tambm so maioria entre os

    coordenadores participantes os formados em arquitetura (89%).

    Apesar de todas as experincias necessrias ao coordenador, 70% dos

    participantes so ainda profissionais relativamente jovens, que possuem entre

    30 e 40 anos. Esses profissionais possuem, ainda que jovens, uma experincia

    mdia de 16,7 anos no setor da construo civil.

    Os coordenadores tambm esto buscando maior aprofundamento na

    formao profissional atravs da ps-graduao, visto que 70% dos

    entrevistados so ps-graduados. A maioria dos coordenadores tambm

    relatou que no optou por seguir a carreira de coordenador de projetos e que

    foi uma evoluo natural da profisso de arquiteto.

    5.2 Proposta para o perfil, as competncias, os conhecimentos, as

    habilidades, as atividades e a autonomia do coordenador de projetos

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    A partir da classificao dos atributos desenvolvida na segunda etapa da

    pesquisa de campo, ser apresentada uma proposta para o perfil, as

    competncias, os conhecimentos, as habilidades, as atividades e a autonomia

    do coordenador de projetos de edificaes, destinadas ao mercado imobilirio

    da construo civil brasileira.

    Os atributos, atividades e autonomias classificadas como pouco

    importantes foram descartados da proposta. A proposta considera apenas as

    classificaes importantes e muito importantes, as quais so aqui

    apresentadas, respectivamente, como atributos fundamentais e extras /

    desejveis.

    CONHECIMENTOS

    Conhecimentos tcnicos

    Fundamentais Sobre obra e seu processo de execuo

    Sobre logstica e sequncia de atividades da obra

    Sobre tcnicas construtivas

    Sobre novas tecnologias

    Conhecimento abrangente sobre as diversas disciplinas de projeto

    Sobre anlise de projetos

    Sobre normas tcnicas e legislao municipal, estadual e federal

    Sobre as etapas do projetoSobre os inputsnecessrios a cada disciplina de projeto

    Sobre planejamento de obra e de projeto

    Sobre todo o ciclo de vida da construo (incorporao, construo, entrega

    e manuteno)

    Sobre o custo das solues adotadas em projeto e seu impacto no custo do

    empreendimento

    Extras /

    Desejveis

    Sobre custos e oramentos de obras

    Sobre gesto de obras

    Conhecimentos em administrao

    Fundamentais Sobre conceitos de gesto de projetos

    Sobre gesto de pessoas

    Sobre planejamento de projetos e obras

    Sobre dimensionamento e controle de prazo, de custo e qualidade

    Sobre gesto da informao / comunicao

    Sobre gesto do tempo

    Sobre gesto de conflitos

    Sobre liderana

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    Extras /

    Desejveis

    Sobre gesto de contratos

    Sobre gesto de recursos

    Conhecimentos sobre investimento e incorporao

    Fundamentais Sobre conceitos bsicos de incorporao imobiliria

    Sobre anlise das dificuldades de implantao de um empreendimentoExtras /

    Desejveis

    Sobre avaliao das necessidades e expectativas do pblico alvo

    Sobre estudo de viabilidade econmica e suas metodologias

    Sobre produtos concorrentes e no concorrentes

    Conhecimentos extras

    Fundamentais Sobre softwares e controle de tabulao (como Excel e o Project)

    Sobre metodologia para melhoria contnua de processos

    Sobre como fazer uma reunio e uma ata mais objetiva

    Sobre motivao de pessoasSobre sistemas de registros e controles

    COMPETNCIAS

    Capacidades gerenciais

    Fundamentais Ter viso sistmica

    Ser proativo

    Ter capacidade e habilidade de fazer planejamento

    Saber estabelecer e cumprir metas

    Saber detectar desvios no processo e tomar aes corretivasSaber gerenciar informaes

    Saber gerenciar o prprio tempo

    Saber negociar

    Saber identificar os intervenientes e montar a equipe

    Saber realizar os controles

    Saber atender os prazos, custos e requisitos do projeto

    Saber trabalhar em equipe

    Saber delegar tarefas

    Ter perfil integrador / conseguir integrar a equipe

    Saber mediar conflitos

    Saber motivar os envolvidos

    Ter atitude

    Ter capacidade de liderana

    Ter capacidade de tomada de deciso

    Ter capacidade de lidar com problemas interdisciplinares

    Experincias em projetos e obras

    Fundamentais Em acompanhamento de obras

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    Em desenvolvimento de projetos

    Em desenvolvimento de projeto executivo

    Em detalhamento de projetos

    Em interpretao de projetos de todas as especialidades

    No tipo de projeto que se est coordenandoExtras /

    Desejveis

    Em obras de diversos tipos de construo

    Na aprovao de projeto legal em diversos rgos

    Na avaliao de ps-ocupao

    Experincias em gesto

    Fundamentais Em gesto de processos

    Em gesto de pessoas e em liderar equipes

    Em organizar e estabelecer processos

    Em delegar e distribuir tarefas

    Na definio de escopo do projeto

    Extras /

    Desejveis

    Em contratos e na sua gesto

    Em gesto de outros projetos

    Em gesto de projetos anlogos

    Em gesto de projetos com o mesmo nvel de complexidade e tempo de

    durao

    Em preparao, realizao e registro de reunio

    Na definio de escopo do projeto

    Experincias extrasExtras /

    Desejveis

    Em relacionamento e atendimento a pessoas (clientes e fornecedores)

    PERFIL

    Perfil e as caractersticas de personalidade

    Fundamentais Ter foco e objetividade

    Ter comprometimento

    Ser organizado

    Ser flexvel para se adequar s mudanasTer habilidade no trato com as pessoas

    Ser dinmico e gil

    Suportar bem as presses

    Extras /

    Desejveis

    Ser de fcil relacionamento

    Ser participativo

    Caractersticas psicolgicas

    Fundamentais Flexibilidade

    Foco nos resultadosSer acessvel

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    Ser proativo

    Ser comunicativo

    Ser dinmico

    Ter autoridade sem ser autoritrio

    Ter autocontrole e equilbrio emocionalSaber ouvir

    Ser um facilitador de solues

    Extras /

    Desejveis

    Ser calmo sem ser passivo

    Ser poltico

    Ser carismtico

    Ser persistente

    Ter maturidade

    Ter pacincia

    Ter humildade e saber reconhecer os prprios erros

    Saber aceitar crticas

    Saber dizer NO

    Saber transmitir confiana e segurana

    HABILIDADES

    Habilidades gerenciais

    Fundamentais Habilidade de planejamento e replanejamento das tarefas

    Habilidade de gerenciar equipes e pessoas

    Liderana

    Habilidade de conciliao

    Habilidade de negociao

    Habilidade de motivar a equipe

    Habilidade de estabelecer prioridades

    Habilidade de viso sistmica do projeto e da obra

    Habilidade de desenvolver vrias atividades simultaneamente

    Habilidade de gerenciar o prprio tempo

    Habilidade de organizao

    Habilidades de relacionamento interpessoal

    Fundamentais Habilidade de trabalhar em equipe

    Habilidade de conquistar a empatia das pessoas

    Habilidade de comunicar as prprias ideias com clareza

    Habilidade de mediar discusses e conciliar conflitos

    Habilidade de delegar funes e tarefas

    Extras /

    Desejveis

    Habilidade de trabalhar com pessoas de diferentes nveis socioeconmico-

    culturais

    Habilidade de perceber os "altos e baixos" das pessoas

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    Habilidade de estabelecer e manter relacionamentos

    Habilidade de saber auxiliar e cooperar

    Habilidade de percepo e compreenso dos interesses de cada um dos

    envolvidos

    Habilidade de fundamentar suas decises em fatos e dadosATIVIDADES

    Atividades de planejamento do processo de projeto

    Fundamentais Planejar o processo de projeto

    Levantar as datas crticas para o projeto

    Elaborar diretrizes e definir os objetivos para o desenvolvimento do projeto

    Definir os recursos necessrios para o projeto

    Elaborar cronogramas de desenvolvimento de projeto

    Confrontar o cronograma do projeto com o cronograma da obraReplanejar quando necessrio

    Identificar os agentes envolvidos

    Definir os projetistas a serem contratados

    Planejar e negociar prazos com os envolvidos

    Elaborar uma matriz (ou planilha) de responsabilidades

    Extras /

    Desejveis

    Promover a definio do briefingdo projeto (ou definir)

    Elaborar planilhas de custos de projeto

    Elaborar um plano de comunicao

    Identificar os riscos, ameaas e oportunidades

    Elaborar um plano de tratamento dos riscos

    Atividades de controle do processo de projeto

    Fundamentais Realizar controle do andamento do projeto e do prazo de desenvolvimento

    Realizar controle do custo do desenvolvimento do projeto

    Realizar anlise crtica dos projetos, apontando problemas e sugerindo

    solues

    Alertar gerentes e diretores da incorporadora / construtora sobre desvios no

    planejamento e sobre eventuais necessidades de intervenoMonitorar se os envolvidos esto seguindo o plano de comunicao

    Controlar as informaes

    Monitorar se os envolvidos esto cumprindo com as tarefas e

    responsabilidades definidas

    Controlar e realizar anlise crtica sobre os pontos de atraso, entraves,

    indefinies

    Controlar a qualidade do projeto

    Controlar falhas e incompatibilidades entre os projetos

    Controlar o cumprimento das diretrizes definidas para o projeto

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    Acompanhar e detectar desvios no processo de projeto e tomar aes

    corretivas

    Extras /

    Desejveis

    Controlar o plano de tratamento dos riscos

    Controlar se o custo estimado para o empreendimento est dentro da

    margem estabelecidaGerar relatrios de acompanhamento de projeto

    Controlar o nvel de satisfao do cliente

    Responsabilidades em relao ao projeto do produto

    Fundamentais Verificar a adequao do custo previsto para o empreendimento e buscar

    superar metas

    Verificar a adequao da qualidade prevista para o empreendimento e buscar

    superar metas

    Verificar a adequao do prazo de obra previsto para o empreendimento e

    buscar superar metas

    Verificar as tecnologias a serem empregadas e confrontar com a vida til do

    empreendimento

    Verificar a adequao das diretrizes e do projeto vizinhana, infra-

    estrutura local e aos anseios do pblico-alvo (mercado)

    Garantir que as solues adotadas por todos os projetistas estejam alinhadas

    com as premissas estabelecidas para o projeto

    Verificar o atendimento de requisitos legais e normas tcnicas no projeto

    Verificar no projeto executivo se o material que foi desenvolvido para vendasest sendo respeitado

    Manter o projeto executivo o mais prximo possvel do projeto legal aprovado

    Fornecer informaes aos projetistas advindas do feedbackda obra e dos

    clientes

    Extras /

    Desejveis

    Verificar a viabilidade legal e financeira do empreendimento

    Planejar o produto para que tenha grande potencial de vendas

    Verificar se o projeto est respeitando os aspectos de sustentabilidade

    econmica, social e ambiental

    Responsabilidades em relao s equipes de projeto

    Fundamentais Desenvolver o esprito de equipe entre os envolvidos no projeto

    Motivar a equipe

    Despertar na equipe o sentimento de comprometimento e confiana

    Transmitir as metas, o cronograma, os objetivos e a qualidade que devero

    ser seguidos

    Transmitir segurana nas tomadas de decises

    Envolver a equipe na busca das solues de projeto

    Manter a equipe integrada

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    Agendar reunies e informar os membros da equipe

    Manter a equipe informada

    Mediar os conflitos (de ordem pessoal ou tcnica)

    Mediar as tomadas de decises

    Liderar a equipeOrientar a equipe, delegar tarefas, cobrar retorno e resultados

    Ouvir os sucessos e dificuldades dos membros da equipe

    Promover a comunicao entre a equipe sobre as decises

    Controlar a liberao de arquivos

    Extras /

    Desejveis

    Demonstrar para a equipe que a postura est alinhada com os interesses do

    contratante

    Sempre servir a equipe

    Garantir as condies fsicas e psicolgicas da equipe para desenvolver as

    atividades

    Papis de relacionamento interpessoal

    Fundamentais Desenvolver os relacionamentos iniciais entre os envolvidos no projeto

    Desenvolver bons relacionamentos com os membros da equipe, com

    fornecedores e representantes da construtora / incorporadora

    Demonstrar compreenso e firmeza com os projetistas nos momentos

    adequados

    Tratar todos os envolvidos com respeito, sem jamais perder o controle

    Evitar os atritos, retrabalho e desgaste entre os envolvidosExtras /

    Desejveis

    Tornar as reunies e discusses mais prazerosas

    Ser um balizador de comportamento para a equipe

    Conhecer a personalidade dos membros da equipe do ponto de vista

    comportamental e agir da maneira que mais desenvolva e motive a equipe

    AUTONOMIA

    Fundamentais Autonomia para propor novos processos ou corrigir os processos

    estabelecidos

    Autonomia para realizar anlise crtica sobre o projeto

    Autonomia para coordenao das reunies da equipe

    Autonomia sobre sua equipe para delegao do trabalho

    Autonomia para propor alternativas de projeto

    Extras /

    Desejveis

    Autonomia para ampliar a equipe de acordo com a necessidade

    Autonomia para planejamento e determinao de prazos no processo de

    projeto

    Autonomia para decises tcnicas

    Autonomia para alterao do escopo de trabalho

    Autonomia para aprovao das solues tcnicas

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    Autonomia para seleo de projetistas

    Autonomia para representar os interesses da empresa

    Autonomia para escolha de sistemas construtivos, solues tcnicas

    Autonomia para controle de pagamento dos projetistas, mediante concluso,

    anlise e aprovao dos servios

    REFERNCIAS

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15.575.Edifcios habitacionais de at cinco pavimentos - Desempenho. Parte 1:Requisitos gerais.Rio de Janeiro, 2008.

    CARVALHO, M.; RABECHINI JR., R. Construindo competncias paragerenciar projetos: teoria e casos.2.ed. So Paulo: Atlas, 2009.

    HELDMAN, K. Project management professional exam study guide.Indianpolis: Wiley Publishing, 2009.

    MELHADO, S. B. Coordenao de projetos de edificaes. So Paulo: ONome da Rosa, 2005.

    PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the Project managementbody of knowledge (PMBOK guide).Newtown Square, Pennsylvania-USA, 2.

    ed.

    REVISTA CONSTRUOMERCADO. So Paulo: Editora Pini, n. 112, nov.2010, p. 20-23.

    REVISTA TCHNE. So Paulo: Editora Pini, n. 135, jun. 2008. p. 40-45.

    REVISTA TCHNE. So Paulo: Editora Pini, n. 135, set. 2010. p. 29-60.

    SILVA, M.; NOVAES, C. A coordenao de projetos de edificaes: estudos de

    caso. Gesto & Tecnologia de Projetos, Brasil, n. 1, vol.3, mai. 2008, Brasil.Disponvel em: http://www.arquitetura.eesc.usp.br/gestaodeprojetos/. Acessoem: 14 nov. 2011.

    TZORTZOPOULOS, P. Contribuies para o desenvolvimento de ummodelo do processo de projeto de edificaes em empresas construtorasincorporadoras de pequeno porte. 1999. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 1999.

    http://www.arquitetura.eesc.usp.br/gestaodeprojetos/http://www.arquitetura.eesc.usp.br/gestaodeprojetos/http://www.arquitetura.eesc.usp.br/gestaodeprojetos/
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    LTIMOS BOLETINS TCNICOS PUBLICADOS

    BT/PCC/578 - Fundos de investimento imobilirio - Governana corporativa FERNANDA MARIA FERREIRA,CLAUDIO TAVARES ALENCAR, SRGIO ALFREDO ROSA DA SILVA

    BT/PCC/577 - Modalidades de contratos para obras do setor varejista: uma anlise crtica ELISABETEMARIA DE FREITAS, CLAUDIO TAVARES ALENCAR, SRGIO ALFREDO ROSA DA SILVA

    BT/PCC/576 - Manuteno baseada em condio aplicada a um sistema de ar condicionado como requisitopara sustentabilidade de edifcios de escritrios MARCOS MARAN, RACINE TADEU ARAUJOPRADO

    BT/PCC/575 - Utilizao de mtodos no destrutivos e semi destrutivos na avaliao de pontes de concreto -MELQUIADES HERMGENES C. SAHUINCO, TLIO NOGUEIRA BITTENCOURT

    BT/PCC/574 - A evoluo das tcnicas construtivas em So Paulo: residncias unifamiliares de alto padro LUANA SATO, FERNANDO HENRIQUE SABBATINI

    BT/PCC/573 - Mtodo para gesto do custo da construo no processo de projeto de edifcios - CILENEMARIA MARQUES GONALVES, SILVIO BURRATTINO MELHADO

    BT/PCC/572 - Estrutura de um projeto para produo de alvenarias de vedao com enfoque naconstrutibilidade e aumento de eficincia na produo - ANA CRISTINA CATAI CHALITA,

    FERNANDO HENRIQUE SABBATINIBT/PCC/571 - Avaliao de pilares de concreto armado colorido de alta resistncia, submetidos a elevadastemperaturas - CARLOS AMADO BRITEZ, PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE

    BT/PCC/570 - Controlando de forma local as propriedades de fibrocimentos fabricados em mquinas Hatschek- CLEBER MARCOS RIBEIRO DIAS, VANDERLEY MOACYR JOHN

    BT/PCC/569 - Metodologia para determinao da demanda de gua em matrizes cimentcias processadas porextruso - YATSEN JEPTHE MALDONADO SOTO, HOLMER SAVASTANO JNIOR

    BT/PCC/568 - Desempenho de sistemas de condicionamento de ar com utilizao de energia solar em edifciosde escritrios - PAULO JOS SCHIAVON ARA, RACINE TADEU ARAUJO PRADO

    BT/PCC/567 - Avaliao do conforto trmico e do nvel de CO2 em edifcios de escritrio com climatizaoartificial na cidade de So Paulo - ELIANE HAYASHI SUZUKI, RACINE TADEU ARAUJOPRADO

    BT/PCC/566 - Parmetros e conceitos dos custos de infra-estrutura em uma cidade mdia - EVANDRO JOS

    DA SILVA ELOY, LUIZ REYNALDO DE AZEVEDO CARDOSOBT/PCC/565 - Mtodo para gesto de portflios de investimentos em edifcios de escritrios para locao no

    Brasil - PAOLA TORNERI PORTO, JOO DA ROCHA LIMA JNIOR

    BT/PCC/564 - Uso da ferramenta AHP (Analytic Hierarchy Process) para anlise da oportunidade deimobilizao em imveis corporativos - CAROLINA ANDREA GARISTO GREGRIO, JOO DAROCHA LIMA JNIOR

    BT/PCC/563 - Influncia da origem e do tratamento dos agregados reciclados de resduos de construo edemolio no desempenho mecnico do concreto estrutural - LUCIA HIROMI HIGA MOREIRA,ANTONIO DOMINGUES DE FIGUEIREDO

    BT/PCC/562 - Contribuio metodologia de avaliao das emisses de dixido de carbono no ciclo de vidadas fachadas de edifcios de escritrios - VANESSA MONTORO TABORANSKI, RACINETADEU ARAUJO PRADO

    BT/PCC/561 - Desempenho energtico e caracterizao dos sistemas de aquecimento de gua de piscinas

    CLAUDIO AZER MALUF, RACINE TADEU ARAUJO PRADOBT/PCC/560 - Determinao das condies de operao de um sistema de climatizao com distribuio de ar

    pelo piso instalado em uma sala de aula para a sua melhor efetividade da ventilao - RENATAMARIA MAR, BRENDA CHAVES COELHO LEITE

    BT/PCC/559 - Aplicabilidade da arbitragem em contratos de construo civil para soluo de disputas RONALDO BENVENUTI, FRANCISCO FERREIRA CARDOSO

    Os demais nmeros desta srie esto disponveis na pgina http://publicacoes.pcc.usp.br/ e na Biblioteca deEngenharia Civil da Escola Politcnica da USP.

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    Escola Politcnica da USP-Biblioteca Prof.Dr. Telmaco Van Langendorck

    de Engenharia Civil

    Ed. Paula Souza- Av. Prof. Almeida Prado, Trav.2 n.83 - trreo

    Tel: (0XX11) 3091-5204, 3091-9023 e-mail:[email protected]