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Manual de Normas Técnicas e Rotinas de Enfermagem para Centros de Saúde Saúde da Família

Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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Page 1: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Manual de Normas Técnicas e Rotinas de Enfermagem para Centros de Saúde

Saúde da Família

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Prefeitura de FlorianópolisAngela Regina Heinzen Amin Helou

Prefeita

Secretaria Municipal de SaúdeManoel Américo Barros Filho

Secretário

Departamento de Saúde PúblicaMargarete Fernandes Mendes

Diretora

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FICHA TÉCNICA

Equipe da 1ª Edição - 1995

Texto:Carmen R. Bonfim Santoro

Célia Jungbluth BeckerClaudete Espíndola Tomaz

Edla Zweiner GonzalesEloá Favaretto

Ivonete T. Schulter B. HeidemannJezabel Andrade Silva

Margarete Fernandes MendesMaria Aparecida PereiraMaria Brígida Venâncio

Rejane KriedteRosane Assunção de Albuquerque

Solange Alberti AndrzejewskiSônia Beatriz DaugsTânia Regina Turczyn

Vanessa Rosar Mattos Dias

Equipe de Revisão e Atualização - 2003Carmen Lucia Luiz

Carmen R. Bonfim SantoroMargarete Fernandes Mendes

Rita de Cássia Machado de LimaSandra Regina da Costa

Solange Alberti AndrzejewskiTânia Regina Turczyn

Ilustração:Rogério Otto Lohmann

Fotos:Danísio Silva

3ª Edição revista e atualizada2003

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APRESENTAÇÃO

O Manual de Normas Técnicas eRotinas de Enfermagem foi reeditadopara garantir a homogeneidade e aqualidade dos serviços prestados nosCentros de Saúde da Prefeitura deFlorianópolis, como material deinstrução, normatização e instrumentode consulta para os profissionais daEstratégia da Saúde da Família.

Dr. Manoel Américo Barros FilhoSecretário de Saúde

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ÍNDICE

1. Normas de biosegurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

2. Controle de infecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13

3. Limpeza, desinfecção e esterilização . . . . . . . . . . . . . . . .17

4. Sinais vitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

5. Medidas antropométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

6. Curativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

7. Retirada de bicho-do-pé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53

8. Bandagens ou ataduras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57

9. Administração de medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61

10. Normas e rotinas de imunização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83

11. Exame preventivo do câncer do colo

do útero e exame de mamas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109

12. Teste do pezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115

13. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125

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1Normas de biosegurança

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PRECAUÇÕES UNIVERSAIS

1. Todo profissional de saúde deve, rotineiramente, usar barreiraspreventivas para impedir a exposição da pele e mucosas ao sanguee/ou fluidos orgânicos. Usar luvas quando tocar em sangue, fluidosorgânicos, mucosas ou pele com lesões, quando manusear utensílioscom sangue, quando praticar procedimentos vasculares. Trocar a luvaapós contato com cada usuário. Usar máscara, óculos protetor ouescudo plástico facial quando houver possibilidade do procedimentogerar gotículas de sangue ou fluido orgânico que possa atingir mucosasda boca, nariz e olhos. Usar avental, jaleco ou guarda-pó.

2. Lavar as mãos e outras superfícies corpóreas imediatamente, sempreque entrarem em contato com sangue ou outros fluidos orgânicos. Asmãos devem ser lavadas após a retirada das luvas com água, sabão eálcool 75º.

3. Tomar precauções no sentido de evitar ferimentos:• com agulhas, bisturis e outros instrumentos já utilizados;• com descarte de agulhas já utilizadas;• com manuseio de instrumentos cortantes já utilizados.

4. Recomenda-se não recapar as agulhas de injeção, não dobrá-las,não retirá-las das seringas descartáveis. Seringas, agulhasdescartáveis, lâminas de bisturis e outros instrumentos cortantes devemser colocados em recipientes resistentes à perfuração e descartáveis.Agulhas ou instrumentos não descartáveis devem ser colocados emrecipientes resistentes e levados à área de limpeza e esterilização.

5. Recomenda-se o uso de peças bucais intermediárias ou bolsas deressuscitação para evitar a prática da respiração direta boca a boca emsituação de emergência (exemplo: policiais e paramédicos).

6. Funcionários da saúde, que apresentem lesões exudativas oudermatites úmidas, devem evitar qualquer contato direto com o paciente(usuário) ou equipamentos usados por ele, até que as lesões estejamcuradas.

7. Os cuidados com a própria proteção dos profissionais devem serrespeitados, visando a conscientização de não negligenciar as normasde biosegurança.

RECOMENDAÇÃO PARA ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

Material usado (gaze, algodão, guardanapo, sugadores descartáveisetc.) deve ser descartado em saco de lixo hospitalar ou rotulado“contaminado”.

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2Controle de infecção

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Na natureza, é freqüente seres vivos da mesma espécie se associaremvisando benefícios comuns. É o que ocorre entre os seres inferiores,que se associam formando as colônias. Entre os seres maisdiferenciados como, por exemplo, os homens, estas associações vêmconstituir as sociedades. O que caracteriza, essencialmente, essasassociações, é a defesa de cada um de seus componentes e doconjunto contra os fatores ambientais e contra certos seres vivos.Também entre seres de espécies diferentes são freqüentes asassociações. Nesta situação, contudo, não visam sempre os benefícioscomuns ou de cada elemento que as constitui.

Três tipos fundamentais de associações podem acontecer:• Simbiótica: cada elemento da associação é beneficiado.• Saprofítica: não há, propriamente, nenhum benefício para oselementos que se associam.• Parasitária: há sempre benefício de um dos elementos, com prejuízodo outro.

INFECÇÃO

Infecção é a penetração e a multiplicação de um microorganismopatogênico em outro organismo. Para haver infecção, é necessário queocorra contato entre os organismos vivos, o que se denominacontaminação. Muito embora toda infecção se inicie com umacontaminação, nem toda contaminação produz infecção. Para que estaocorra, há necessidade de que o microorganismo se desenvolva,prolifere e exerça ação parasitária maligna sobre o hospedeiro(patogenicidade).

CONCEITOS

1. Assepsia: é o conjunto de meios usados para diminuir ou eliminar osmicroorganismos patogênicos de uma determinada superfície.

2. Limpeza: é um processo mecânico de remoção da sujidade e detritos,mediante o uso de água, sabão ou detergente adequado, para manterem estado de asseio os artigos, pisos, paredes, mobiliários eequipamentos. A limpeza constitui o primeiro passo nos procedimentostécnicos de desinfecção e esterilização, pois ao retirar a sujidade, osmicroorganismos ficam mais expostos à ação dos agentes desinfetantese esterilizantes.

3. Degermação: é a remoção ou redução das bactérias da pele, seja pormeio de limpeza mecânica (sabões, degermantes e escovagens) e/ouagentes químicos. É aplicada sobre tecidos vivos.

4. Antissepsia: é a remoção parcial de microorganismos da pele poragentes químicos. É aplicada sobre tecidos vivos.

5. Desinfecção: é a destruição dos germes patogênicos ou a inativaçãodos vírus, não matando, necessariamente, os esporos. É aplicada nospisos, paredes, superfícies de equipamentos, móveis hospitalares eutensílios sanitários. É feita por substâncias desinfectantes.

6. Sanificação: é a redução do número de germes a um nível julgadoisento de perigo. Sua aplicação é feita em objetos inanimados.

7. Esterilização: é a eliminação total dos microorganismos, esporos,fungos, vírus, aplicada nos instrumentos.

8. Desinfestação: é a exterminação ou destruição de insetos, roedoresou outros animais, que possam transmitir infecções ao homem, aosanimais e ao meio ambiente.

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FONTES DE CONTAMINAÇÃO

De um modo geral, as causas podem ser agrupadas do seguinte modo:

Causas ligadas ao ambiente• ar - existência de poeira em suspensão, de gotículas, tipos de

ventilação, contaminação com outros ambientes;• piso - a deposição no piso, de poeira, secreção, sangue, pus, excreta,

vômito etc;• parede - embora em menor grau, também acumula poeira, secreção,

umidade, aumentando de acordo com a aspereza e reentrâncias damesma;

• equipamento - os aparelhos e móveis também acumulam poeira esecreção etc.

Causas ligadas ao pessoal técnico• não utilização correta das técnicas que visam diminuição dos riscos de

contaminação (Ver Normas de Biosegurança, pág. 11);• falta de controle de indício de infecção, como febre, diarréia, vômito e

feridas de qualquer natureza;• falta de exame médico periódico dos funcionários.

Causas ligadas ao usuário• falta de higiene;• falta de cuidado com os ferimentos;• falta de cuidado com os curativos;• falta de controle das doenças.

Causas ligadas ao material• limpeza deficitária;• esterilização deficitária;• qualidade e quantidade inferior de material;• erros na técnica do empacotamento, levando à recontaminação do

material, uso indevido de material que tenha data de esterilizaçãovencida;

• erro na concentração da diluição de solução e seu período de validade.

Causas ligadas ao meio ambiente• destino inadequado do lixo comum e lixo contaminado;• tratamento inadequado da água e do esgoto;• esgotos ligados clandestinamente à rede pluvial.

PREVENÇÃO E CONTROLE

• exames periódicos bacteriológicos e meios de cultura para controle doar, ambiente em geral e superfícies;

• aplicação adequada das técnicas de assepsia: degermação,esterilização, desinfecção, sanificação e desinfestação;

• controle quantitativo e qualitativo dos produtos empregados;• pesquisa e tratamento permanente do pessoal;• criação de uma comissão de controle de infecção nos Centros de

Saúde.

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3Limpeza, desinfecção e esterilização

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OBJETIVOS GERAIS

Os objetivos da assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização são a diminuição do perigo de contaminação, seja através das mãos ou domaterial utilizado, proporcionando maior segurança ao usuário e àequipe de trabalho.

NOÇÕES SOBRE INFECÇÃO E HIGIENE

Em condições normais, os germes se encontram na pele sem produzirdoenças. Em condições de baixa resistência (má higiene, subnutrição,pessoas que sofreram intervenção cirúrgica etc.) os germes podemcrescer e se desenvolver, ocasionando doenças. A higiene é uma dasprincipais condições para se evitar a infecção e/ou a contaminação porgermes patogênicos.

COMO REALIZAR ASSEPSIA DAS MÃOS

Antes e depois de qualquer procedimento, devemos lavar as mãos,diminuindo assim a possibilidade de contaminação. As mãos dosprofissionais de saúde constituem importante veículo na transmissão devárias doenças.

Material necessário• água;• sabão ou sabonete;• escova;• toalha de papel ou de pano;• álcool.

Execução da técnica• limpar bem as unhas com a escova;• lavar as mãos, punhos e antebraços com água e sabão;• ensaboar a torneira da pia;• enxaguar as mãos com água corrente;• enxaguar a torneira da pia;• secar as mãos em toalha de papel ou toalha de pano exclusiva;• em vez de enxugar as mãos em toalha de pano, na falta de toalha de

papel, pode-se passar álcool nas mãos, pois este possibilita asecagem rápida.

Para não esquecerLavar as mãos:• antes e após o atendimento de cada usuário;• antes e após manipulação de curativos;• antes e após aplicação de medicação injetável e por outras vias;• antes e após aplicação de vacina;• antes e após defecar, urinar e assoar o nariz;• após contato com artigos contaminados com secreções;• após coleta de fezes, urina e sangue.

ESTERILIZAÇÃO

DefiniçãoÉ o conjunto de meios empregados para exterminar todos osmicroorganismos de uma determinada área.

Meios de esterilização• estufa ou forno de Pasteur - calor seco;• autoclave - calor úmido;• processos físico-químicos;• processos químicos.

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Estufa

DefiniçãoÉ um aparelho de forma retangular, com paredes revestidas comamianto para conservar o calor que se transmite por contato direto.Importante: A esterilização, na estufa, ocorre pela alta temperatura epelo tempo de exposição do material a esta temperatura. Qualqueralteração na temperatura ou no tempo de exposição do material impedea esterilização. A estufa somente esteriliza com temperatura de 180°C,num período mínimo de 60 minutos.

Observações:• podem ser esterilizados na estufa: vidros, objetos ou instrumentos

metálicos, óleos e pós, sendo indicada para a esterilização de gazes epanos;

• o material não deve ser retirado de um em um, pois o abre/fechaconstante danifica o seu sistema de vedação;

• nunca abrir a estufa quando ela se encontrar em processo deestirilização para acrescentar materiais, pois isto provoca alteração datemperatura apropriada e prejudica a esterilização (não esteriliza);

• a quantidade de material permitida na estufa equivale a 2/3 da suacapacidade interna;

• os materiais não devem encostar nas paredes da mesma, para nãoqueimar.

• limpeza da estufa: esponja úmida com água e sabão neutro, uma vezpor semana, por dentro e por fora;

• o teste químico (Bacillus Subtillis) deverá ser feito, no mínimo,mensalmente.

Autoclave

DefiniçãoÉ um equipamento para esterilização através de vapor saturado sobpressão.

O tempo de exposição para esterilização em temperatura de 127°C nasautoclaves que, atualmente, estão sendo utilizadas nos Centros deSaúde, é programado pelo fabricante.

Instruções operacionaisPara partida do equipamento, verificar:• se o disjuntor está ligado;• se o registro da rede de água está aberto;• se o registro de descarga está fechado.

1 - abrir a porta do equipamento;2 - acomodar o material a ser esterilizado adequadamente;3 - fechar a porta do equipamento;4 - selecionar o ciclo desejado de acordo com o material a seresterilizado (tecla L “seletor de ciclo”);5 - ligar a chave geral (tecla M “chave geral”);6 - o ciclo transcorrerá automaticamente, na seqüência;7 - ao acender a lâmpada “final de ciclo” (F), abrir parcialmente a portapor dez (10) minutos, aproximadamente, para resfriamento do material.

Para melhor esclarecimento consultar o manual de instruções que acompanha cada autoclave.

COMO MANTER O CENTRO DE SAÚDE LIMPO

O objetivo do processamento e/ou de artigos médico-hospitalaresconstitui ponto crítico dentro de uma instituição, uma vez que deveoferecer ao paciente e ao profissional de saúde materiais eequipamentos seguros, efetivos (e com sua integridade mantida), quenão apresentem riscos de causar infecção e danos em sua estruturaque possam interferir em sua funcionalidade.É fundamental que este entendimento faça parte da rotina de todos os

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profissionais de saúde e que não é uma técnica isolada; é compostadesde a lavagem das mãos até o processo de esterilização.O vertiginoso desenvolvimento da tecnologia médica vem impondoconstantes desafios e necessitamos de adaptação e readaptação emrelação aos materiais utilizados, algumas vezes muito onerosos.Precisamos ter sempre em mente a segurança na prevenção e controlede doenças infectocontagiosas, com isso mantendo um elevado grau dequalidade no serviço oferecido. Buscando esta qualidade, faz-senecessário:• equipamentos de proteção individual;• equipamentos adequados (autoclaves, estufas etc);• padronização dos procedimentos e do material utilizado;• preparo adequado do material;• pessoal capacitado e treinado;• utilização racional de pessoal, material e soluções;• controle de estoque e qualidade do material;• maior segurança para o usuário.

As medidas relativas à esterilização e desinfecção devem sercompreendidas e implementadas de acordo com os graus de risco deaquisição de infecção implicados no uso destes artigos pelos pacientes.Pois isto implica a decisão correta e econômica do processo a serutilizado, tornando os materiais seguros para uso.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS

Artigos não-críticosSão todos aqueles que entram em contato com pele íntegra como, porexemplo: estetoscópio, termômetro axilar, comadre, talheres, mesa deraio x, maca e devem sofrer processo de limpeza.

Artigos semi-críticosSão todos aqueles que entram em contato com a pele não íntegra oucom mucosa com flora própria como, por exemplo: endoscópio,espéculos vaginal e devem sofrer processo de desinfecção.

Artigos críticosSão todos aqueles que entram em contato com áreas estéreis do corpohumano como, por exemplo: agulhas, escalpes, catéteres, implantes,sonda vesical, instrumental cirúrgico e devem sofrer processo deesterilização.

SELEÇÃO E PREPARO DO MATERIAL

LimpezaCom o objetivo de impedir que a matéria orgânica seque sobre oinstrumental, é recomendada uma pré-lavagem com água associada adetergente ou formulação enzimática.A limpeza consiste na remoção de toda matéria orgânica dos artigos e,para isto, utiliza-se água, detergente ou produtos enzimáticos. É oprincipal fator que reduz a carga bacteriana dos artigos. Quanto maislimpo estiver um artigo, menor será a chance de haver falha naesterilização. A falha na limpeza implica em falha na esterilização.Gorduras e sujeiras atuam como fatores de proteção para omicroorganismo, impedindo o contato do agente esterilizante: no casode esterilização por calor, impede a penetração do agente, seja porcondução, seja por convecção e, no caso de processos químicos, impede a penetração do agente através da barreira física, reagindoquimicamente com a solução e diminuindo sua atividade germicida.A limpeza deve ser realizada com auxílio de escova e detergente, comágua quente. Tomar muito cuidado com materiais perfurocortantes, localapropriado, pessoal com equipamento de proteção individual - EPI.

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Enxágüe e secagemO enxágüe deve ser feito com água abundante garantindo a retirada doproduto utilizado. Em seguida, os materiais devem ser atenciosamentesecos.

Inspeção do materialApós a limpeza do material, deve ser realizada uma observaçãorigorosa de todos os equipamentos e artigos. Deve-se verificar o estadode limpeza dos materiais e a presença de oxidação (ferrugem), poisesta agrega sujidades, dificultando a limpeza e sua funcionalidade.

DESINFECÇÃO

É o procedimento de destruição de microorganismos, patogênicos ounão. Pode ser obtida por processos físicos ou químicos, que deverãoser escolhidos em função das características dos artigos e dos recursosexistentes.

Processo físicoSeu uso vem sendo ampliado devido aos menores riscos ocupacionaiscom melhor custo/benefício, com menor desgaste do material e commaior eficácia. Apesar de sua crescente utilização, ainda não existe umanormatização oficial e legislação adequada, precisando de novos critériospara validar e monitorar o processo de desinfecção e esterilização.

Processo químicoÉ mais utilizado nos hospitais. É classificado em alto nível, nívelintermediário e baixo nível. O produto químico utilizado deve apresentarcertificado de aprovação de órgãos oficiais competentes, respeitando-serigorosamente seu modo de utilização, para garantir a qualidade doprocesso, sendo fundamental o uso de EPI na prevenção de riscosocupacionais.

ESTERILIZAÇÃO

É o processo que destrói todas as formas microbianas (bactérias,fungos, vírus e esporos).

Esterilização por meio físicoCompreende a utilização de calor em várias formas e alguns tipos deradiação. É um dos métodos mais utilizados e conhecidos, mais seguro,econômico e deve ser sempre escolhido, quando isto for exigível. Ocalor é uma forma de energia capaz de transferir-se de um corpo aooutro, quando existe diferença de temperatura entre eles, através detrês mecanismos:• condução – o calor passa de um objeto mais quente para um objeto

mais frio, transferência típica entre corpos sólidos;• convecção - a transferência de calor ocorre quando correntes de ar ou

de água se movimentam, substituindo as moléculas mais quentes poroutras mais frias, típica em casos de fluidos;

• radiação – a transferência do calor dá-se através de ondaseletromagnéticas, é uma transmissão de energia radiante.

Esterilização por vapor saturado sob pressão (em autoclave)É o processo de esterilização realizado por autoclaves, sendo oprocedimento que oferece maior segurança, por destruir todas asformas de vida em temperaturas entre 121°C e 132°C.O vapor saturado, como processo de esterilização, possuicaracterísticas vantajosas e outras limitadas.

Vantagens• rápido aquecimento;• rápida penetração em artigos têxteis;• destruição dos corpos microbianos em curto período de exposição;• fácil controle de qualidade e letalidade;

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• não deixa resíduos tóxicos nos materiais ;• é econômico.

Limitações• incompleta remoção do ar na câmara interna, não permitindo a difusão

do vapor;• uso incorreto pode levar ao superaquecimento do vapor, com

diminuição do poder microbicida;• não esteriliza óleos e pós;

Devemos levar em consideração alguns parâmetros, durante o processode esterilização pelo vapor:• tempo • calor e umidade• temperatura e pressão

As falhas no processo de esterilização são sinônimos de sobrevivênciade microorganismos nos artigos processados. Estes problemas podemestar relacionados a erros humanos ou mau funcionamento doequipamento, como por exemplo:• limpeza inadequada dos artigos a serem esterilizados;• utilização de embalagens incompatíveis com o processo;• drenagem insuficiente do ar dentro da câmara e no interior dos

pacotes;• secagem do material deficiente;• pacotes amarrados muito apertados, muito grandes e mal

posicionados, que dificultam a penetração do vapor.

As falhas mecânicas podem ocorrer por problemas relacionados àválvula de vapor, por obstrução na exaustão, decorrentes de operaçõesinadequadas ou por falta de manutenção do equipamento.

Esterilização por calor seco (estufa)Outra forma de destruição de microorganismos é a utilização do calorseco, gerado com estufas elétricas através da condução térmica.Requer o uso de altas temperaturas e um longo tempo de exposição,pois o ar quente propaga-se lentamente no material. O uso da estufa élimitado, pois o calor seco não é tão penetrante quanto o vapor e a suadistribuição dentro da câmara não ocorre de maneira uniforme, sendorecomendado que não se utilize o centro da estufa, pois este concentraos chamados pontos frios. Devido a tais limitações e a inexistência, atéo momento, de uma solução, a esterilização pelo calor seco vem sendogradativamente abandonada e substituída por outros processos.

Processos físico-químicos

Esterilização por gás óxido de etileno (ETO) Gás tóxico, altamente reativo, devido à sua estrutura química. Exerceação esporicida, bactericida, fungicida e vivescida. O Ministério daSaúde e o Ministério do Trabalho estabelecem normas técnicas parasua utilização.

Esterilização por equipamento a base de peróxido de hidrogênio Processo mais recente, que tem se apresentado como alternativa aoóxido de etileno por ser menos tóxico, não poluindo o meio ambiente.Estudos mais conclusivos precisam ser realizados por ser ainda umprocesso recente.

Esterilização por pastilha de formaldeídoEste método só deve ser utilizado sob determinadas condições equando não houver outro método mais adequado. Pastilhas naconcentração de 3% a 56ºC, por quatro (04) horas, sob umidade relativamáxima.

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Processos químicosSó devem ser utilizados para artigos que não possam ser esterilizadospelo calor.

Esterilização por formaldeídoPode ser utilizado como agente ativo em solução aquosa ou como umgás. Bastante utilizado em hemodiálise (dialisadores).

Esterilização por glutaldeídoPossui potente ação biocida, podendo ser utilizado para esterilização deequipamentos termo-sensíveis, que não possam ser esterilizados pelosmétodos físicos tradicionais.

MANUTENÇÃO DA ESTERILIDADE DOS ARTIGOS

As condições para a manutenção da esterilidade dos artigos vinculam-se ao risco de recontaminação, o qual é determinado por:• tipo de invólucro;• condições de estocagem (armazenamento);• condições de manipulação.

O prazo de validade da esterilização independe do processo ao qual oartigo foi submetido. Os autores divergem quanto aos prazos, pois osfatores contaminantes ao ambiente variam entre um serviço e outro.Devemos avaliar a possibilidade do artigo chegar ao seu usuário seco,sem sujidade e sem danos, independentemente do invólucro utilizado,para que não haja a menor possibilidade de um único materialrecontaminado ser usado. Na prática, todos os profissionais devem serresponsáveis pelas condições de esterilização, estocagem e manuseiodo material, antes de utilizá-los.

EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO

As embalagens têm por finalidade a proteção do conteúdo contra umapossível contaminação, proveniente do meio ambiente e do manuseio.Se tivéssemos uma embalagem ideal, não teríamos necessidade deestabelecer o prazo de validade da esterilidade.

Características ideais de uma embalagem paraesterilização• ser compatível com o artigo e o método de esterilização a ser

utilizado;• não conter ingredientes tóxicos e não eliminar resíduos durante o

processo;• permitir fechamento e selagem adequados;• permitir adequada penetração do agente esterilizante;• favorecer a eliminação do ar e, ao término do processo, permitir a

eliminação do agente esterilizante;• ser barreira microbiana eficaz;• ser hidro-repelente;• não rasgar, romper ou furar facilmente, quando exposto ao manuseio

necessário, desde o empacotamento até o momento do uso;• ser flexível, facilitando seu manuseio e permitindo observar os

princípios da técnica asséptica;• permitir adequada visualização da integridade da embalagem;• ser economicamente viável e fácil de ser encontrada no mercado.

Tipos de embalagens

Tecido de algodão cru Indicado para embalagem no processo de esterilização a vapor,obedecendo a uma textura determinada de quarenta (40) fios porcentímetro e serem campos duplos. Ocorrem alguns problemas quedificultam sua qualificação como embalagem:

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• dificuldade de monitoração do desgaste do tecido após repetidaslavagens;

• barreira microbiana;• repelência ao líquido;• mais vulneráveis à contaminação.

Papel grau cirúrgico Deve ser resistente ao calor, tração e perfuração e não pode conteramido ou corantes. É permeável ao vapor e ao ETO.

Papel kraftFabricado visando outros objetivos que não a esterilização. Este tipo deembalagem está entrando em desuso, em razão da irregularidade einconstância na sua gramatura. Contém amido, corantes e outrosprodutos tóxicos.

Papel crepado (100% celulose)É uma das mais recentes tecnologias desenvolvidas como embalagenspara a esterilização, apresentando-se como principal alternativa. Opapel crepado é eficiente à esterilização pelo vapor e ETO e tem altaeficiência de filtragem, constituindo-se numa barreira efetiva contra apenetração de microorganismos. É atóxico e flexível. Prolonga o prazode validade e é considerado ecologicamente correto do início ao final doprocesso.

Outros tipos de embalagensFilmes transparentes, Tyvec (polietileno de alta qualidade), lâminas dealumínio e caixas metálicas, vidros refratários, e não-tecido.

Estocagem e manipulaçãoUm correto processo de esterilização só acontece quando se completa,com eficácia e segurança, o armazenamento do material.

Condições básicas• local próprio e limpo;• local com umidade e temperatura controladas;• local com porta;• não é recomendado que os artigos sejam retirados quentes daautoclave, uma vez que podem conter vapor, o qual, em contato comsuperfície fria pode se condensar, ficando úmido o pacote efavorecendo sua recontaminação.

ValidadeDepende de todos os fatores mencionados, porém a média é de 15dias, se os artigos foram esterilizados em autoclave.

MONITORIZAÇÃO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO

A eficácia da esterilização de cada artigo, processado por qualquermétodo, deve ser testada através de constante monitoramento, por meiode indicadores físicos, químicos e biológicos. Todo artigo esterilizadodeve conter o nome do material, tipo de esterilização, número da carga,data de validade da esterilização, nome do responsável peloempacotamento, assim como devem ser registrados todos os testesrealizados.

Testes físicos• desempenho do equipamento – observando os parâmetrosapresentados durante o processo;• leitura da temperatura e pressão durante o processo;• termopares – instrumentos utilizados após grandes reparos.

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Testes químicos

Indicadores químicos Tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica, que mudam de corquando expostas à temperatura por determinado tempo. O ideal é autilização de indicadores de múltiplos parâmetros (tempo, temperatura evapor). São elaborados para serem utilizados dentro dos pacotes.

Teste de Bowie and Dick Indicado para determinar a eficácia do sistema de vácuo na autoclavede pré-vácuo.

Testes biológicos Preparação padronizada de esporos bacterianos, de modo a produzirsuspensões usualmente colocadas em ampolas; é o único meio deassegurar que o conjunto de todas as condições de esterilização estáadequado, porque os microorganismos são diretamente testados quantoao seu crescimento ou não após a aplicação do processo; suafreqüência mínima indicada é semanal.

Validação do processo de esterilização É a prova de que um determinado processo faz o que se propõe afazer. Envolve todas as etapas do processo, desde a limpeza dosartigos até a liberação da carga para utilização e deve ser vista comoum processo contínuo, incluindo treinamento e reciclagem de pessoal,além de avaliar a qualificação do equipamento (instalação, controlerotineiro e manutenção). Apesar da evolução tecnológica disponível nomercado em benefício do homem, lembramos que o fator maisimportante em relação à segurança dos processos continua sendo oelemento humano.

LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS

Material instrumental• colocar em solução de água e sabão até o momento da escovação,

sendo que no final de cada turno o material deverá estar limpo,empacotado e/ou esterilizado;

• calçar luvas de borracha para limpeza;• escovar o material com sabão e água corrente. Se necessário usar

pasta abrasante ou esponja de aço;• secar em toalha própria e acondicionar em panos de campo,

preparando o pacote de acordo com sua utilização;• material odontológico e de pequenas cirurgias, acondicionar em caixas

de metal próprias;• fixar com fita apropriada, colocando nome do que contém, data e

assinatura;• colocar o material na estufa a uma distância de, aproximadamente, 2

cm entre os pacotes;• esterilizar por 60 minutos, a 180°C, em estufa. Colocar o material após

a temperatura da estufa atingir 80°C. Só contar o tempo previstodepois que o termômetro alcançar 180°C . Após a esterilização,quando a temperatura retornar a 100°C, abrir a porta da estufa (maisou menos dois dedos), para esfriar o material. Quando estiver morno,estocar em local apropriado (armário tipo vitrine, protegido da luz solare da umidade);

• a validade da esterilização é de 7 dias, em locais secos, protegidos dosol e sem violação do pacote.

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Page 20: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

AlmotoliasA cada 7 dias deve ser feita a desinfecção das almotolias das soluçõesda sala de curativo e dos consultórios ginecológicos:• desprezar as sobras de solução;• lavar com água, sabão neutro e escova;• enxaguar com água corrente;• preparar, em recipiente exclusivo (balde plástico com tampa), a

seguinte solução: 1 litro d'água para 1 litro de hipoclorito de sódio a1%; esta solução pode ser aumentada de volume, conforme aquantidade de almotolias, obedecendo sempre a proporção de 1/1,como no exemplo a seguir: 2 litros de água para 2 litros de hipocloritode sódio a 1%; a solução, após diluída, tem validade por 24 horas;

• colocar as almotolias totalmente submersas por 30 minutos;• lavar com soro fisiológico;• deixar secar;• identificar, datar e assinar.

Ao preparar as almotolias para uso, evitar enchê-las, para não haverdesperdício.

Espéculos de otoscópio• escovar com água e sabão;• lavar em água corrente;• friccionar álcool a 70°;• secar e guardar em local fechado.

ObservaçãoOs espéculos de otoscópio são de uso individual; fazer a limpezadiariamente.

Abaixadores de língua e espátulas de Ayres• acondicionar individualmente, em papel próprio;• fixar com fita adesiva própria, colocando data da esterilização e

assinatura;• amarrar com uma gaze a quantidade total de espátulas;• esterilizar em autoclave ou estufa.

Gazes• acondicionar em pacote de papel próprio ou campo de brim;• fixar o pacote com fita adesiva própria;• colocar o nome do que contém, data de esterilização e assinatura;• esterilizar em autoclave ou estufa;• se não forem utilizadas, reesterilizar após 7 dias.

Vidros• escovar os vidros com água e sabão;• enxaguar em água corrente;• secar em toalha exclusiva;• acondicionar em papel próprio ou campo de brim;• fixar com fita própria, colocar o nome do que contém, data de

esterilização e assinatura;• esterilizar em estufa ou autoclave.

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Processo de esterilização

Material com presença de sujidade

Considerar contaminado

Limpar (água e sabão neutro)

Enxaguar

Secar

Embalar, identificar e datar

Esterilizar (estufa 180°C por 60 minutos)

Estocar (validade 7 dias)

Page 21: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Espéculos ginecológicos e pinças• colocar em solução de água e sabão líquido (2 litros de água com

30ml de sabão), logo após o uso;• colocar luvas para a limpeza dos espéculos;• escovar com sabão e água corrente;• secar os espéculos em toalha exclusiva;• colocar uma gaze entre as partes do espéculo (na ponta);• acondicionar os espéculos para esterilizar em campo de brim, ou

papel próprio;• o campo de pano deverá ser lavado a cada uso;• fixar o pacote com fita adesiva própria, colocando: nome do que

contém, número do espéculo, data de esterilização e assinatura.

Para não esquecer• usar luvas;• não colocar as mãos sem proteção na solução contaminada;• o balde utilizado para a desinfecção não deverá ser utilizado para

outros materiais;• após o uso, lavar o balde com água e sabão.

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Page 22: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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4Sinais vitais

Page 23: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

DEFINIÇÃO

São os dados que nos permitem avaliar, rapidamente, as condiçõesfísicas de uma pessoa. Referem-se à temperatura, pulso, respiração epressão arterial.

OBJETIVOS

• obter informações sobre as condições do usuário;• auxiliar no estabelecimento do diagnóstico, na observação da

seqüência do tratamento e na evolução da doença.

TEMPERATURA

DefiniçãoA temperatura do corpo é o equilíbrio entre a produção e a perda decalor.

Febre, hipertermia ou hiperpirexiaÉ a reação do organismo em resposta a uma agressão. É, também, oaumento, em condições anormais, da temperatura do organismo.Cuidados com a febre:• retirar o excesso de roupas;• não cobrir a pessoa com cobertores;• manter o ambiente arejado;• oferecer bastante líquidos, como água, sucos, leite etc;• banho ou compressas, com água tépida;• só agasalhar quando houver calafrios;• encaminhar para atendimento médico.

ObservaçãoNão usar compressas de álcool, pelo risco de toxidade, se houverinalação ou absorção cutânea.

Locais de verificação da temperatura• axila• região inguinal• boca• reto• vagina

Temperatura axilarÉ a mais prática, porém a menos precisa.

Material necessário• termômetro• algodão• álcool a 70º

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Execução da técnica• explicar ao usuário o que vai ser feito;• lavar as mãos;• fazer a antissepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a

70°, secá-lo e sacudí-lo, cuidadosamente, até que a coluna demercúrio desça abaixo de 35°C;

CORPO

BULBO

Page 24: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

• secar ou solicitar que o usuário seque a axila;• verificar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35°C.• colocar o termômetro na axila, de maneira que o bulbo de mercúrio

fique em contato direto com a pele;• pedir ao usuário que comprima o braço de encontro ao corpo ou fazê-

lo, caso o mesmo não tenha condições;• deixar o termômetro durante 8 a 10 minutos na axila;• retirar o termômetro e proceder a leitura, ao nível dos olhos;• fazer a antissepsia do termômetro, com algodão embebido em álcool

70° e guardá-lo adequadamente.

mulheres é levemente mais rápido (+7 a 8 bpm); o pulso varia com aidade, diminuindo, gradualmente, do nascimento à vida adulta eaumentando um pouco na idade avançada;

• volume: sob condições normais, o volume de cada batimento cardíacoé igual; o pulso pode ser obliterado com relativa facilidade, ao seexercer pressão excessiva sobre a artéria, mas permanece perceptívelcom pressão moderada;

• pulso limitado: quando o volume do pulso torna difícil obliterar a artéria;• pulso débil, fraco ou fino: o volume do pulso é pequeno e a artéria

pode ser obliterada facilmente;• taquicardia: é quando o nível do pulso está acima de 100 bpm, por

exemplo, durante exercícios, se o usuário está em situação de medoou sofre surpresas;

• bradicardia: é quando a velocidade do pulso cai abaixo de 60 bpm se,por exemplo, clientes que têm doenças cardíacas fazem uso dedigitálicos;

• ritmo: normalmente é regular e o intervalo entre os batimentos sãoiguais;- arritmia: ritmo de pulso irregular;- pulso intermitente: período de ritmo normal interrompido por ritmo

irregular; pode ser uma condição temporária por fator emocional oumedo, ou por doenças cardíacas;

- pulso dicrótico: se o final da onda de pulso é exagerado; sente-se opulso duplo no toque.

Material necessário• relógio com ponteiro de segundos.

Execução da técnica• lavar as mãos;• explicar ao usuário o que vai ser feito;• colocar o usuário numa posição confortável;• colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria, fazendo

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PULSO

DefiniçãoÉ a pressão exercida pelo sangue na parede das artérias,correspondendo aos batimentos cardíacos (contrações do ventrículoesquerdo).

Características do pulso• freqüência: é o número de batimentos cardíacos por unidade de

tempo; ao despertar, pela manhã, a freqüência do pulso do homemadulto médio, saudável, é de aproximadamente 60 a 65 bpm e nas

TEMPERATURA MÉDIA DO CORPO

Oral 36 a 37.3oC

Retal / Vaginal 36.6 a 37.8oC

Axilar 36 a 36.7oC

Obs.: podem ocorrer variações de 0,5 a 1ºC. Quandofor utilizado termômetro digital, adequar a execução da

técnica conforme recomendado pelo fabricante.

Page 25: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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uma leve pressão (obliteração);• contar os batimentos durante um minuto;• anotar o número de batidas, por exemplo, 80 batimentos por minuto =

80 bpm;• se não tiver certeza na contagem, refazer a verificação.

quantidade de sangue circulante e da elasticidade dos vasos. A pressãoarterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg).

Fatores que alteram a pressão arterial

Fisiológicos• idade;• sexo: mulher em geral tem pressão arterial mais baixa;• alimentação;• esforço: aumenta com atividades físicas;• emoções: falar, dor, angústia, frio, desconforto;• obesidade: aumenta pelo depósito de gordura nos vasos.

Patológicos• hemorragia;• infecções agudas;• problemas metabólicos;• anemias.

ObservaçãoAlgumas drogas podem modificar a pressão arterial, aumentando-a oudiminuindo-a.

Pressão diferencial A pressão diferencial representa um fator importante em certasdoenças, pois varia diretamente com a quantidade de sanguebombeado durante a sístole, podendo ser convergente, quando osvalores entre a pressão sistólica (máxima) e diastólica (mínima) sãomuito próximos, por exemplo, 100x80 mmHg ou divergente, quando osvalores entre a pressão sistólica e diastólica são muito afastados, porexemplo, 120x10mmHg.

Para não esquecer• Não verificar o pulso com mão fria.• Não fazer muita pressão sobre a artéria.• Não verificar o pulso após o usuário fazer exercício ou esforço físico,

exceto em caso de emergência.• Em caso de dúvida, repetir a contagem.

PRESSÃO ARTERIAL

DefiniçãoÉ a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias.A pressão exercida depende da força de contração do coração, da

VALORES NORMAIS

Idade Nº de batimentos

Recém-nascido 130 a 140 bpm

Até 1 ano 110 a 140 bpm

De 2 a 5 anos 102 a 112 bpm

De 5 a 10 anos 90 a 110 bpm

De 10 a 20 anos 70 a 90 bpm

De 20 a 60 anos 70 a 80 bpm

Mais de 60 anos 60 a 70 bpm

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HipertensãoÉ o aumento da pressão arterial a valores bem acima do normal.

HipotensãoÉ a diminuição da pressão arterial a valores bem abaixo do normal.

Material necessário• esfigmomanômetro;• estetoscópio.

Execução da técnica• lavar as mãos;• deixar o usuário em repouso por 5 a 10 minutos;• explicar-lhe o que será feito;• sentá-lo com o braço apoiado sobre uma superfície firme,

preferencialmente o braço direito;• deixar o braço descoberto, levantando a manga da blusa sem fazer

compressão ou retirando-a, caso necessário;• colocar o manguito e ajustá-lo 3 cm acima da dobra do cotovelo, sem

que fique muito apertado ou frouxo, colocando os canais detransmissão (as duas borrachas) sobre a artéria braquial;

• achar a pulsação da artéria braquial;• palpar o pulso radial;• adaptar as olivas do estetoscópio nos ouvidos;• fechar a válvula de ar próxima à pêra, até que o manômetro indique

aproximadamente 200 mmHg;• colocar a parte achatada do estetoscópio (diafragma) sobre a artéria

braquial do usuário, comprimindo-a suavemente;• manter o manômetro ao nível dos olhos;• abrir vagarosamente a válvula de ar e observar:

- logo que se ouçam os primeiros ruídos arteriais, verifica-se o valorda pressão arterial no manômetro; este é o valor da pressão sistólica(máxima);

- continua-se abrindo a válvula, até que os ruídos arteriaisdesapareçam por completo; tem-se, então, a pressão diastólica(mínima);

• esvaziar o manguito e repetir o processo para maior segurança ouconfirmação, por duas vezes, sempre que forem obtidos valoresabaixo ou acima do normal;

• retirar todo o ar do manguito e removê-lo do braço do usuário;• no caso de dúvida, solicitar a outro profissional que verifique a

pressão arterial;• anotar os valores da pressão arterial no prontuário, por exemplo,

P.A.=120x80 mmHg.

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Para não esquecer• As olivas do estetoscópio devem ser limpas com um algodão

embebido em álcool, diariamente, e sempre que outra pessoa forusar o estetoscópio.

• Posicionar as olivas para frente, ao colocá-las no orifício auricular.

MANGUITO

PARAFUSO

PÊRA DEBORRACHA

MANÔMETRO

ESTETOSCÓPIO

DIAFRAGMA

ARTÉRIADO BRAÇO

OLIVAS

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RESPIRAÇÃO

DefiniçãoÉ a troca de gases entre o organismo e o meio ambiente e consiste naabsorção de oxigênio (O2) - inspiração, e eliminação de gás carbônico(CO2) - expiração.

Causas que podem alterar a respiração• exercícios;• digestão;• emoções;• idade;• repouso;• banho frio ou quente;• doenças respiratórias e outras;• febre.

Execução da técnica• verificar a respiração com o usuário em posição confortável, de

preferência deitado e em repouso;• colocar os dedos sobre a artéria radial, como se fosse contar o pulso,

pois a respiração está sujeita a controle voluntário;• observar o movimento respiratório (inspiração e expiração) no tórax do

usuário, durante 1 minuto;• em caso de dúvida, faz-se nova contagem;• anotar o resultado.

ObservaçãoA contagem do movimento deve ser feita logo após término dacontagem do pulso, sem que o usuário perceba.

Modificações da respiração• eupnéia: respiração normal;• apnéia: ausência de respiração;• dispnéia: dificuldade de respirar;• taquipnéia: aumento anormal da respiração;• bradipnéia: diminuição anormal da freqüência respiratória;• ortopnéia: respiração facilitada na posição sentada.

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VALORES NORMAIS

Grupo etário Nº de movimentos

Recém-nascidos 45 a 45 m/m

Lactentes 25 a 35 m/m

Pré-escolar 20 a 25 m/m

Escolar 18 a 20 m/m

Adultos 16 a 20 m/m

Velhos 14 a 18 m/m

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5Medidas antropométricas

Page 29: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

DEFINIÇÃO

É a aferição das dimensões do corpo humano: peso, estatura eperímetros.

PESO

DefiniçãoÉ a avaliação da massa do indivíduo.

ObjetivoAcompanhar o desenvolvimento físico.

Observações• Quando a criança está com o peso abaixo daquele que deveria ter

para sua idade, pode ser um sinal de que ela está desnutrida oudoente.

• As gestantes também necessitam do controle do peso, porque sehouver um aumento exagerado ou um aumento não proporcional aoesperado, indica algum problema que exige cuidados especiais.

• Controle de peso também é feito nos casos de hipertensão e diabetes.

Técnica para verificação do peso e estatura para criançasmenores de 2 anos

Material necessário• balança pediátrica;• régua antropométrica.

Execução da técnica de pesagem• destravar e tarar a balança antes de toda e qualquer pesagem;• lavar as mãos;

• tirar toda a roupa e colocar a criança na balança;• mover os marcadores, procurando manter o braço da balança em linha

reta com o ponto de referência;• ler o peso, pela parte do marcador;• anotar o peso da criança;• colocar novamente o marcador no ponto zero da escala e travar a

balança.

Registro do peso• o peso deverá ser registrado no cartão da criança;• localizar, no gráfico, a idade da criança (em meses) na linha horizontal

e o peso na linha vertical;• após colocar o ponto referente ao peso, prolongá-lo horizontalmente,

em uma linha imaginária, até encontrar a linha correspondente à idadeda criança; no ponto de encontro, marcar uma bolinha; em consultasposteriores, unir, com uma linha, o último ponto obtido com o pontoimediatamente anterior.

Interpretação do registro do peso no gráfico e procedimentos

Posição do peso em relação às curvas do gráfico• peso entre as curvas superior e inferior: peso satisfatório - seguir o

calendário mínimo de atendimento;• peso abaixo da curva inferior: criança de risco - agendar para consulta

médica e nutricional.

Inclinação do traçado em pesagens consecutivas• traçado ascendente com inclinação pelo menos semelhante à curva

inferior do gráfico: crescimento satisfatório - seguir o calendáriomínimo de atendimento;

• traçado descendente ou horizontal: crescimento insatisfatório -agendar para consulta médica e nutricional.

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Page 30: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Para não esquecer• A balança deve ser tarada antes de cada pesagem.• Na impossibilidade de pesar a criança, colocá-la junto com a mãe

na balança de adulto. Após, pesar a mãe sem a criança. Diminuir oprimeiro peso do segundo, para obter o peso da criança.Exemplo: mãe + criança = 70kg

mãe = 60kgmãe + criança (70kg) - mãe (60kg)criança = 10kg

Execução da técnica de verificação da altura

DefiniçãoÉ a medida, em centímetros, para a verificação da altura do indivíduo.

Material necessário• régua antropométrica;• mesa de exames.

Técnica• tirar os sapatos da criança e deitá-la em decúbito dorsal, encostando a

cabeça no anteparo fixo;• segurar os joelhos da criança com uma das mãos, forçando-os

levemente de encontro à mesa;• apoiar a planta dos pés no anteparo móvel (o medidor), de modo que

os pés formem um ângulo reto com as pernas;• observar a medida exata da criança, da cabeça até a planta dos pés;• anotar a altura, em centímetros, no cartão da criança, juntamente com

a data da pesagem.

Técnica para verificação do peso e estatura para criançasmaiores de 2 anos

Material necessário• balança antropométrica para adultos, com haste móvel ou fita métrica,

afixada em parede sem rodapé.

Execução da técnica de pesagem• pedir para tirar os sapatos e as roupas em excesso;• o usuário deve ser colocado em pé, no centro da plataforma, com os

braços estendidos ao longo do corpo;• mover os marcadores procurando manter o braço da balança em linha

reta;• ler o peso pela parte externa do marcador;• anotar o peso;• zerar e travar a balança.

Execução da técnica de verificação de estatura com balançaantropométrica• pedir para o usuário tirar os sapatos e subir na balança;• fazer com que o usuário fique em posição ereta, com a cabeça

erguida, os braços pendentes ao lado do corpo, os calcanhares e odorso encostados no plano vertical da haste;

• orientar para que o usuário não se encolha, quando a haste encostarna cabeça;

• apoiar a haste da balança sobre o couro cabeludo e não,simplesmente, sobre o cabelo, mantendo a cabeça em linha reta;

• ler a medida da haste nesta posição;• anotar a altura, em centímetros, no cartão do usuário, junto ao espaço

reservado à data e no prontuário.

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Page 31: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Execução da técnica de verificação de estatura com fita métrica• pedir ao usuário para tirar os sapatos;• encostar o usuário junto à parede, sobre a fita métrica;• observar se os calcanhares estão rentes à parede;• colocar um “triângulo” sobre o couro cabeludo, formando um ângulo

reto com a parede;• ler a medida na fita métrica;• anotar a altura.

Limpeza da balança antropométrica• passar um pano com detergente;• desinfetar com álcool a 70°, duas vezes ao dia e quando necessário.

PERÍMETRO CEFÁLICO

DefiniçãoÉ a medida, em centímetros, do crânio da criança.

ObjetivoRefletir o desenvolvimento dos órgãos intracranianos. É importante noprimeiro ano de vida, observando micro e macrocefalia.

Material necessário• fita métrica.

Execução da técnica• lavar as mãos;• colocar a criança em decúbito dorsal;• elevar a cabeça, suavemente, com uma das mãos e, com a outra,

colocar a fita métrica em volta do crânio, passando pelo occiptal eparietais, até o frontal;

• fazer a leitura e registrar.

PERÍMETRO TORÁXICO

DefiniçãoÉ a medida, em centímetros, do tórax da criança, para constatar acircunferência toráxica.

ObjetivoAuxiliar na avaliação do desenvolvimento físico da criança.

Material necessário• fita métrica.

Execução da técnica• lavar as mãos;• estender a fita métrica sobre a mesa de exames;• colocar a criança sobre a mesa, em decúbito dorsal;• circundar a fita no tórax da criança, na altura dos mamilos;• fazer a leitura e registrar;• lavar as mãos novamente.

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6Curativo

Page 33: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

A capacidade de cicatrização é inerente a todo ser vivo, visando areparação do ferimento dos seus tecidos. Existem algumas atitudes quepodem ser tomadas para auxiliar o processo de cicatrização, entre asquais:• a utilização de princípios e cuidados de enfermagem no tratamento de

feridas;• a utilização de assepsia rigorosa nos curativos de todas as feridas.

FERIDAS

DefiniçãoÉ uma ruptura na continuidade de qualquer estrutura corporal externa ouinterna causada por agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos.

Classificação das feridasElas podem ser classificadas de três maneiras:

De acordo com a presença ou ausência de microorganismos• ferida limpa, como, por exemplo, incisão cirúrgica;• ferida contaminada, como, por exemplo, feridas decorrentes de

acidentes.

De acordo com a presença ou ausência de ruptura no tecidosuperficial• ferida fechada, como, por exemplo, fratura de um osso;• ferida aberta, como, por exemplo, cortes e perfurações.

De acordo com a forma com que se produzem• escoriação - decorre de arranhões ou perdas de pele ou mucosa;• laceração - causada por um instrumento ou um objeto que corta

tecidos; os tecidos são rasgados, as bordas são recortadas eirregulares;

• penetrante - resultado da penetração profunda de um instrumento nostecidos do corpo, como, por exemplo, bala de revólver;

• perfurante - resultado da penetração de um instrumento pontiagudo,como, por exemplo, prego ou arame;

• incisão - causada por um instrumento cortante, como, por exemplo,corte cirúrgico ou corte de faca;

• puntiforme - causada por picada de aranha, mordida de cão etc.

CICATRIZAÇÃO

DefiniçãoÉ a cura do ferimento, através da formação de novo tecido ou pelaregeneração do tecido lesado.

Tipos de Cicatrização• primeira intensão - ocorre quando a ferida suturada cicatriza sem

infectar ou sem que se separe os seus bordos como, por exemplo, nacicatriz cirúrgica.

• segunda intensão - as bordas das feridas não estão juntas; ocorregeralmente quando a infecção está presente como, por exemplo, naúlcera.

• terceira intensão - combinação de dois tipos de cicatrização; umferimento suturado infecciona, retira-se os pontos, deixa-se a feridaaberta para cicatrizar em segunda intensão.

CURATIVO

DefiniçãoÉ o cuidado dispensado a uma região do corpo que apresenta qualquertipo de ferimento.

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Page 34: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Objetivos• impedir a entrada e o crescimento de agentes patogênicos

(microorganismos) no ferimento;• cobrir áreas desfiguradas;• evitar a disseminação dos micróbios, através da limpeza e proteção da

ferida;• facilitar a cicatrização;• conter hemorragia;• absorver exudatos;• remover secreções;• restringir a movimentação;• promover conforto e bem-estar ao usuário.

Materiais necessários• 1 almotolia de vaselina;• 1 almotolia de soro fisiológico;• 1 almotolia de água oxigenada;• 1 almotolia de Povidine™ tópico (frasco escuro);• pomadas (só com prescrição médica!);• pote com açúcar cristal;• esparadrapo;• ataduras;• pacote de curativo e/ou retirada de ponto esterilizados;• 1 tesoura esterilizada;• espátulas ou abaixadores de língua esterilizados;• cuba rim esterilizada;• bacia;• balde forrado (com papel ou saco plástico) e tampa;• pacote de gazes esterilizadas.

Execução da técnica• preparar o ambiente, o material e usuário;• verificar o tipo de curativo;

• lavar as mãos antes de iniciar o curativo;• retirar os protetores dos frascos de antissépticos;• abrir o pacote de curativo com o cuidado para não contaminar;• remover o esparadrapo utilizando gazes embebidas em soro

fisiológico; para retirar o curativo usa-se a pinça anatômica com dente;• lavar com água e sabão sempre que necessário;• fazer a limpeza da ferida com soro fisiológico, obedecendo as regras

a seguir.

Regras para limpeza das feridas• a parte mais limpa da ferida encontra-se na parte superior, onde existe

menos secreção; faça a limpeza de dentro para fora e da partesuperior para a inferior, usando cada lado da torunda apenas uma vez;

• após a limpeza da ferida, limpe em torno da mesma até uma distânciade aproximadamente cinco centímetros;

• mantenha as extremidades das pinças voltadas para baixo; as mãoscontaminam os cabos das pinças;

• não passe as torundas contaminadas sobre as áreas estéreis dopacote, pois existe o risco da solução contaminada pingar no materialestéril;

• não passe o braço sobre o campo estéril; existe o risco de quecontaminantes do braço ou uniforme contaminem o campo estéril;

• comprimir suavemente o ferimento, observando se há secreções;• fazer a antissepsia da ferida com pinça Kelly e com a solução

indicada;• aplicar o medicamento conforme prescrição médica (pomadas, pós

etc.) utilizando espátulas esterilizadas;• cobrir a ferida, quando necessário, com gaze, esparadrapo ou atadura.• deixar o usuário confortável, o ambiente e o material em ordem;• lavar as mãos;• fazer os registros necessários;• colocar o instrumental na solução de água e sabão (ver instruções de

limpeza do material instrumental, pág. 26).

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Page 35: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Para não esquecer• lavar as mãos sempre antes e depois de cada curativo;• se o curativo estiver bastante contaminado, lavar as mãos após a

retirada do curativo antigo e utilizar luvas de procedimentos;• após o procedimento, manter os bicos das bisnagas protegidos;• o curativo deve ser feito em sala própria;• em caso de lesões hemorrágicas, fazer compressão no local, aplicar

compressas de gelo e encaminhar ao médico do centro de saúde ouhospital (emergência);

• quando houver indicação médica para o uso de medicamentos,seguir à risca a prescrição;

• em caso de queimaduras, irrigá-las com soro fisiológico, não romperbolhas íntegras, sem pus, retirar bolhas rotas, detritos e tecidosmortos (necrosados), fazer antissepsia. Cobrir a lesão com gaze(morim) vaselinada, só no tamanho da lesão, e acrescentar duascamadas de gaze seca;

• a água oxigenada não deve ser usada em incisão cirúrgica,queimaduras e úlceras.

Orientar o usuário sobre os seguintes cuidados• não colocar as mãos sobre a ferida;• não falar ou soprar sobre a ferida;• não tocar no material esterilizado;• orientar retorno para troca de curativo, principalmente se houver

supuração, febre e/ou sinais inflamatórios, tais como edema,vermelhidão, dor e calor no local.

Cicatrização da ferida sem curativo fechado

Vantagens• permite uma melhor observação e detecção precoce dos problemas;• promove a limpeza e facilita a lavagem;• elimina as condições necessárias para o desenvolvimento de

organismos, como calor, umidade, escuridão;• evita reações ao esparadrapo;• facilita a atividade do usuário;• é econômico.

Desvantagens• psicologicamente, o usuário pode fazer objeção a uma ferida exposta;• a ferida fica mais vulnerável aos traumatismos e sujidade;• a roupa de cama e a roupa do usuário podem prender-se aos pontos

da sutura ou no ferimento.

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A ferida é limpa da área menos suja para a área mais suja.

1

5 3 2 4

1 2

3

4

5

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• 1 pinça de dissecação com dentes (usar para retirar o curativo antigo);• 1 pinça Kelly reta (usar para proceder a limpeza do ferimento);• 1 pinça de dissecção sem dentes (para a colocação do curativo novo);• 8 compressas de gaze;• confeccionar, em separado, um pacote com uma tesoura Mayo reta;• identificar o pacote com nome do pacote, data de esterilização e

assinatura do funcionário;• esterilizar em estufa a 180°C, por uma hora ou em autoclave;• atentar para a validade de esterilização.

PREVENÇÃO DO TÉTANO

• lavar o ferimento com bastante água corrente e sabão;• usar água oxigenada;• retirar crostas, pedaços de pele, corpos estranhos;• observar o estado vacinal do indivíduo e seguir as normas sobre

vacinação com toxóide tetânico (TT);

• uso de calçados para evitar ferimentos dos pés;• limpar e ter cuidados com estrebarias nas proximidades das casas,

pois o bacilo do tétano permanece no estômago e fezes dos animais,principalmente de cavalos;

• dar maior atenção para os ferimentos causados por enxadas, latasenferrujadas e pregos.

PREVENÇÃO DA RAIVA HUMANA

O procedimento mais eficaz de proteção contra a raiva é a eliminaçãodo vírus rábico no ponto de infecção. Em casos de mordedura,arranhadura ou contato com saliva animal, deve-se proceder,imediatamente, uma lavagem prolongada do local com água e sabão.Em seguida secar bem e aplicar um antisséptico (álcool iodado oumercúrio).O tratamento do ferimento tem eficácia máxima quando é feitoimediatamente após a exposição mas, também deve ser feito, mesmoque já tenham transcorrido várias horas.Sempre que ocorrer mordedura, arranhadura, lambedura de animal,encaminhar a pessoa para os Centros de Saúde.

RETIRADA DE PONTOS

DefiniçãoÉ a retirada dos fios colocados para aproximar os bordos de umaincisão (corte ou ferimento), após a sua cicatrização.

ObjetivosEvitar a reação que o organismo possa ter contra o corpo estranho (fionão absorvível).

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PACOTE DE CURATIVO

Page 37: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Material necessário• 1 pacote de retirada de pontos esterilizado;• 1 almotolia de soro fisiológico;• 1 almotolia de Povidine™ (frasco escuro);• 1 rolo de esparadrapo;• 1 cuba rim esterilizada;• 1 balde coberto com papel ou saco plástico.

Execução da técnica• lavar as mãos;• preparar o usuário, o ambiente e o material;• iluminar bem o local;• retirar o curativo, se houver;• fazer uma leve compressão ao redor da cicatriz para verificar se há

presença de secreção;• fazer a limpeza da cicatriz, utilizando a pinça Kelly com torundas

embebidas em soro fisiológico, sempre da área onde estão os pontospara a área que os envolve (de dentro para fora);

• proceder a retirada dos pontos alternados, segurando com a pinçaAdson, o nó do ponto, tracionando (puxando) levemente para trás ecortando bem rente a pele; puxar o nó que estava preso na pinçaAdson, dessa maneira o fio que está em cima da pele não entrará nointerior do tecido;

• colocar o fio sobre uma gaze (para ver se retirou todos os pontos e sesairam as 3 pontas);

• observar a cicatriz, se os bordos abrirem, suspender a retirada dospontos, cobrir com um curativo e encaminhar ao médico;

• após a retirada de todos os pontos, fazer a antissepsia da cicatriz coma outra pinça embebida em Povidine™;

• cobrir a cicatriz com gaze esterilizada, quando houver secreção;• ao terminar, deixar o usuário confortável, o ambiente e o material em

ordem;

• lavar as mãos;• fazer os registros necessários.

Observação• a cicatriz só deve ser coberta com curativo caso tenha algum ponto

infeccionado;• se houver algum ponto infeccionado, retirá-lo, pois os mesmos

começam a agir como corpo estranho e a ferida cicatriza por segundaintensão;

• a retirada de pontos deve ser intercalada.

PACOTE DE RETIRADA DE PONTOS

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• 1 pinça Adson - para ajudar a retirar os pontos;• 1 tesoura reta com 2 pontas agudas - para cortar os pontos;• 1 pinça Kelly reta - para passar solução antisséptica;• 5 gazes;• identificar o pacote com o nome, data de esterilização e assinatura do

funcionário;• esterilizar em estufa a 180°C, por 1 hora;• atentar para a validade da esterilização.

Page 38: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

CAIXA DE PEQUENA CIRURGIA PACOTE PARA COLOCAÇÃO DE DIU

• 6 gazes;• 2 torundas;• 2 bolinhas de algodão;• 1 histerômetro;• 1 tesoura de ponta curva;• 1 pinça Pozzi;• 1 pinça Forester.

SOLUÇÕES UTILIZADAS

Água e SabãoEmolientes, utilizados para a limpeza mecânica.

Água oxigenada Composto muito instável, que se dissocia facilmente em água eoxigênio livre. Pouco poder de penetrabilidade, germicida relativamentefraco. Inativa-se em contato com matéria orgânica. É perigoso injetarágua oxigenada em cavidades fechadas, nas quais o oxigêniodispendido não tenha saída livre. O uso mais difundido da águaoxigenada é na limpeza de feridas com possibilidade de seremcontaminadas por microorganismos anaeróbios. As almotolias quecontêm água oxigenada deverão ser protegidas da luz solar com papelescuro, para evitar que ela se decomponha.

Álcool a 70°Tem ações germicida, bactericida, fungicida e virucidada (para algunsvírus) quase imediata, mas praticamente sem ação residual. É irritantepara superfícies descobertas e mucosas. Utilizado para degermaçãodas mãos, antebraços e para limpeza de áreas onde serão aplicadasinjeções, quando usado em fricção com gaze por 30 segundos e para

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• 1 cabo de bisturi nº 4;• 1 porta-agulha Mayo-Hegar;• 1 tentacânula;• 1 tesoura Mayo reta;• 1 tesoura standard curva;• 1 pinça de dissecação com dentes;• 1 pinça de dissecação sem dentes;• 1 pinça Kelly reta;• 1 pinça Kelly curva;• 10 torundas e 10 gazes;• 1 campo fenestrado.

Para não esquecer• fechar a caixa com a tampa metálica;• rotular com a data da esterilização e assinatura;• esterilizar em estufa a 180°C, por 1 hora, com tampa fechada;• passar fita adesiva ao redor da tampa após a esterilização;• manter a caixa sempre fechada;• atentar para validade de esterilização;• após o uso, proceder a limpeza e esterilização da mesma forma que

a do pacote de curativo.

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limpeza de diafragmas e olivas de estetoscópios e espéculosauriculares.

Polivinilpirrolidona Iodo (PVP-I), solução aquosa a 10% (1% iodo ativo) – PovidineTM.É bactericida, tuberculicida, fungicida, virucida e tricomonicida; nãoqueima, raramente provoca reações alérgicas, mantém ação germicidaresidual. É utilizado como antisséptico local, podendo ser usado emferidas, queimaduras, mucosa oral, intestinal e vaginal.

Soro fisiológicoSolução isotônica estéril, utilizada para aplicação externa em curativos,inalações e outras.

VaselinaEmoliente, é utilizada para tirar crostas e impermebilizar a pele.

Açúcar cristalJustificamos a introdução do açúcar cristal neste item, por ter sidocomprovada sua utilização como cicatrizante e indicada para feridasinfectadas, tais como deiscência cirúrgica (abertura da incisão),escaras, enxertos de pele, queimaduras, úlceras varicosas,amputações, inclusive em pacientes diabéticos. Em regiões de difíciladerência dos cristais, como proeminências ósseas, região perineal einguinal, utiliza-se gaze ou morim vaselinado.

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7Retirada de bicho-do-pé(Tunga Penetrans)

Page 41: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

PROCEDIMENTOS

• fazer a assepsia do local com soro fisiológico;• secar com uma pinça e gaze esterilizada;• utilizar uma agulha esterilizada para perfurar o local - perfurar ao redor

dos ovos (região esbranquiçada), até ser possível extrair toda a bolsa(material contendo os ovos);

• tomar cuidado ao retirar os ovos para que a Tunga, que apresenta-sede forma escura, seja retirada em conjunto; caso isto não aconteça,inserir a agulha com cuidado até que a mesma seja retirada;

• retirada a Tunga Penetrans, fazer limpeza do local com soro fisiológicoe Povidine™;

• não fechar o curativo e solicitar ao usuário que não use sapatos emeias, até que o local esteja completamente cicatrizado;

• encaminhar, caso o usuário não esteja vacinado, para realizar a vacinacontra o tétano.

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Page 42: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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8Bandagens ou ataduras

Page 43: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

DEFINIÇÃO

É a manobra de aplicação de ataduras, dando voltas com a mesma, afim de cobrir uma parte do corpo.

OBJETIVOS

• conter: manter ou fixar curativos;• comprimir: apertar determinada parte do corpo, quando houver, por

exemplo, hemorragias;• corrigir: manter posicionamento funcional do membro e corrigir

deformidades.

TIPOS DE BANDAGENS

• simples: de um rolo só;• composta: rolo duplo;• improvisadas.

MATERIAL NECESSÁRIO

Dependendo do tipo de bandagem, pode-se usar o seguinte material:• gazes:

- malha aberta;- malha fechada;

• crepom;• algodão não absorvente;• atadura de tela adesiva (esparadrapo).

EXECUÇÃO DA TÉCNICA

• lavar as mãos;• colocar o usuário em posição confortável e fazer a bandagem com o

membro em posição anatômica;• expor e limpar a região e fazer o curativo, se for necessário;• escolher o tipo e tamanho adequado de atadura de acordo com o

local;• cobrir com algodão as pregas naturais do corpo, por exemplo, axilas,

orelhas e espaços interdigitais;• aplicar no sentido da circulação venosa, com a face externa da

atadura em contato com a pele;• a fixação é feita próxima à articulação e não sobre o ferimento:

- fixação inicial: com a própria atadura, em volta circular ou oblíqua;- fixação final: com esparadrapo, fita adesiva ou com a própria atadura;

• correr o rolo da esquerda para a direita, desenrolando de 8 a 12cm,cobrindo a metade ou 2/3 da volta anterior;

• não deixar a atadura muito frouxa ou muita apertada;• a bandagem deve ter o menor número de voltas possível;• sempre que possível deixar as extremidades livres para o controle da

circulação.

FORMAS DE ATADURAS E SUA UTILIZAÇÃO

CircularÉ usada para dedos, pescoço, tórax, abdômen, punho, tornozelo. Asvoltas da atadura são aplicadas de maneira que se superponham.

EspiralÉ usada nas seguintes regiões: pescoço, tórax, abdômen, punho,tornozelo, dedos, antebraço. Após a fixação, subir com a atadura

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Page 44: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

obliquamente de maneira que cada uma das voltas cubra a metade ou2/3 da volta anterior.

Espica ou Figura 8É usada em dedos, articulação do punho e do pé, mama, nuca e tórax.Após a fixação, aplicar uma série de voltas em oito, ascendente.

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RecorrenteÉ usada na cabeça, em mão e pé, acolchoada com algodão. Após afixação da atadura, faz-se uma série de voltas recorrentes.

ReversaÉ usada no antebraço, coxas, pernas e mãos. Após a fixação, continuarcom espirais.

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9Administração de medicamentos

Page 46: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

DEFINIÇÃO

É toda substância que, introduzida no organismo, atende a umafinalidade terapêutica.

OBJETIVOS

Ação preventivaPrevenir o aparecimento de certas doenças. Exemplo: vacinas.

Ação curativaCurar determinadas doenças. Exemplo: antibióticos.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA ADMINISTRAÇÃO DEMEDICAMENTOS

Observações gerais• todo medicamento deve ser prescrito pelo médico ou dentista;• a prescrição deve ser escrita com letra legível, assinada e carimbada

pelo médico ou dentista, devendo constar o nome do medicamento,dose, freqüência e via de administração.

Administrar o remédio ao usuário certo• ler o nome do paciente na receita;• conferir o nome do paciente na receita.

Administrar o medicamento certo• verificar o uso correto e os cuidados necessários para todo o

medicamento que vai ser usado;• verificar a validade do medicamento;• identificar o medicamento pelo rótulo e não pelo aspecto;

• ter cuidado com os medicamentos de nomes parecidos;• verificar a dose a ser administrada;• ler duas vezes no mínimo o rótulo: antes de tirá-lo do armário e antes

de tirar a dose;• antes de recolocá-lo no local.

Cuidados na administração do medicamento• administrar o medicamento de acordo com a via indicada;• ao administrar o medicamento, observar se produz reações;• ao observar sinais e/ou sintomas de reação alérgica, suspender a

aplicação do medicamento e encaminhar ao médico.

Algumas reações possíveis• urticária ou erupção com coceira;• edema, em qualquer lugar (inchaço);• sinais de choque: face avermelhada, seguida de palidez, tonteira,

agitação, ansiedade, tremores, extremidades arroxeadas;• tonteiras, com ânsia de vômito;• dificuldade de enxergar;• dor intensa nas costas;• zumbido ou surdez;• dificuldade de urinar.

Utilize a dose certa• certificar-se da dose receitada e da quantidade colocada;• orientar ao usuário quanto à dosagem e horário correto da medicação.

Técnica corretaObservar os seguintes pontos:• a medicação deve ser preparada na sala de enfermagem;• não deixar os medicamentos expostos ao sol, umidade e calor;• examinar o prazo de validade da medicação;• não colocar o medicamento perto da estufa, do lixo ou de qualquer

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material que esteja contaminado;• a padronização dos horários facilita a execução da prescrição e

administração dos medicamentos.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Via oral

DefiniçãoÉ a administração de medicamentos pela boca.

Apresentação• pílulas;• comprimidos;• drágeas;• cápsulas;• pastilhas;• pós;• líquidos;• pastas.

Material necessário• copinhos-medida;• conta-gotas;• colher;• copo comum.

Execução da técnica• lavar as mãos;• conferir o nome do medicamento a ser administrado;• preparar e administrar o medicamento seguindo os princípios

fundamentais:

- usuário certo,- medicação certa,- dose certa,- técnica certa,- hora certa;

• colocar o medicamento no recipiente adequado;• se o medicamento for em comprimidos, pílulas, drágeas ou cápsulas,

deve ser colocado na mão do usuário e deglutido (engolido) em nossapresença, oferecendo algum líquido;

• lavar os recipientes usados com água e sabão, enxaguar e guardar.

Como medir os medicamentos

Comprimidos• 1/2 comprimido = metade de um comprimido;• 1 1/2 comprimido = um comprimido mais a metade de outro;• 1/4 comprimido = um quarto de comprimido (um dos pedaços de um

comprimido que foi dividido em quatro partes).Observação: Os medicamentos são geralmente medidos em gramas (g)ou miligramas (mg).1000mg = 1g1 mg = 0,001g

Exemplo: Se for receitado um medicamento de 500mg e, no Centro deSaúde, só tiver de 250mg, a pessoa deverá tomar 2 comprimidos de250mg. Se for receitado um comprimido de 250mg e, no Centro deSaúde, só tiver comprimidos de 500mg, a pessoa deverá tomar ametade de um comprimido. Isto é usado apenas para comprimidos.

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Page 48: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Líquidos Via sub-lingual

DefiniçãoConsiste em colocar o medicamento sob a língua do usuário, onde édissolvido e absorvido.

VantagensEvita a ação destrutiva do suco gástrico sobre certos medicamentos etem ação mais rápida, porque a droga passa diretamente para acirculação geral.

ObservaçãoAo dar este tipo de medicação, fornecer antes, ao usuário, copo comágua para que o mesmo enxágüe a boca. Se necessário, encaminharpara a higiene oral. Após, colocar o medicamento sob a língua e pedircolaboração, no sentido do usuário abster-se de engolir a saliva poralguns minutos, a fim de que a droga seja absorvida.

Via respiratória

DefiniçãoÉ a administração de medicamentos pelas vias aéreas superiores.

Técnica de nebulização

DefiniçãoÉ a administração de medicamentos através de um aparelho, chamadonebulizador, que transforma o medicamento líquido em vapor, que éinalado com fins terapêuticos.

Objetivos• tratar infecções respiratórias;• fluidificar as secreções.

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ObservaçãoOs medicamentos líquidos são medidos em colheres ou copinhos.Muitos já vêm com a colher ou copinhos graduados.

Vantagens• forma prática e econômica;• segura e indolor.

Desvantagens• relativa incapacidade em avaliar a absorção da droga;• pode provocar náuseas quando o sabor é desagradável;• podem fazer mal aos dentes;• irritação gástrica;• uso limitado;• absorção lenta, se comparada com outras vias.

ESPECIFICIDADE VOLUME (ml)

1 colher de sopa 15 ml

1 colher de sobremesa 10 ml

1 colher de chá 5 ml

1 colher de café 2 ml

1 xícara 120 ml

1 copo grande 250 ml

20 gotas 1 ml

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Material necessário• aparelho de nebulização (microcompressor);• nebulizador completo: cachimbo, máscara e intermediário;• 1 copinho graduado;• toalha de papel ou pano;• medicação prescrita pelo médico.

Execução da técnica• lavar as mãos;• posicionar e preparar o usuário;• preparar a medicação, utilizando se necessário uma seringa

esterilizada;• orientar o usuário para inspirar profundamente o vapor;• controlar o tempo indicado para nebulização (de 15 a 20 minutos);• observar o usuário;• anotar o nome do usuário e idade no Boletim de Atendimento de

Enfermagem.

Procedimento para limpeza e desinfecção

Para máscaras e cachimbos• escovar máscaras e cachimbos com água e sabão;• lavar o intermediário em água corrente;• deixar o material em solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, por 30

minutos no balde com tampa, protegido da luz;• após 30 minutos, lavar em água corrente tomando cuidado para não

tocar na pia nem na torneira;• conectar e ligar o intermediário no nebulizador, até que toda a água

tenha saído de dentro do tubo;• secar com toalha de uso exclusivo das máscaras;• guardar em local seco e fechado.

Para nebulizadores• passar um pano, diariamente, para tirar a poeira;• guardá-los em local apropriado.

Solução utilizada para desinfecção das máscaras

Solução de hipoclorito de sódioÉ um desinfetante de baixa toxidade oral e classificado como saneante,sendo indicado para desinfecção de superfícies que entram em contatocom alimentos. Possui atividade bactericida, tuberculicida, fungicida evirucida. No que se refere à atividade virucida, as soluções dehipoclorito são mais eficazes que os fenóis sintéticos para eliminaçãode determinados tipos de vírus como HIV, hepatite e poliomelite. Deveser aplicada em superfícies previamente limpas, pois não atua empresença de matéria orgânica (pus, sangue, etc), exceto emconcentrações muito elevadas.Enxaguar bem antes de colocar em solução de hipoclorito, pois o sabãoe/ou o detergente interferem na ação do produto.O tempo de exposição vai variar de acordo com a concentração doproduto.O hipoclorito de sódio deve ser acondicionado em embalagens escuras,bem fechadas, guardadas em local fresco e ao abrigo da luz solar. Apósdiluição, deve ser usado por um período de 24 horas, devido àinstabilidade do cloro nesta solução.

Para não esquecer• o nebulizador deve permanecer desligado por 10 minutos, após cada

nebulização;• o uso ininterrupto do nebulizador acarreta danos para o mesmo;• não use o nebulizador em cima de mesas, balcões e locais altos;

mantenha o nebulizador no chão.

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Page 50: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Técnica de inalação

DefiniçãoÉ a absorção, pelas vias respiratórias, dos vapores de substânciasmedicamentosas, como, por exemplo, eucalipto, vick vaporub™, mentoletc.

Objetivos • combater a inflamação e a irritação das mucosas, nos casos de

bronquite, sinusites, edema de faringe, laringites, gripes e resfriados.

Material necessário • medicamento indicado;• água fervente;• inalador ou outro recipiente (chaleira, panela, jarra, cuba ou caneca) e

um funil, de cartolina ou de jornal, para concentrar a saída do vaporpor um orifício estreito;

• toalha de rosto.

Execução da técnica• lavar as mãos;• explicar ao usuário o que vai ser feito;• colocar água fervente no inalador e cobrir com toalha dobrada ao

meio;• adicionar o medicamento à água fervente;• colocar o recipiente próximo ao rosto do usuário, de modo que este

receba o vapor;• cobrir, com toalha, a cabeça do usuário e o inalador;• terminando a inalação (quando a água esfriar), descobrir a cabeça,

enxugar o rosto e repousar abrigado e resguardado do ar frio;• lavar e guardar o material.

Para não esquecer• nunca dirigir o jato de vapor diretamente para o rosto do usuário;

aproximá-lo lentamente do inalador;• ter o máximo cuidado para evitar acidentes, tais como o

derramamento de água fervente sobre o usuário e queimaduras pelovapor;

• orientar ao usuário que feche os olhos durante a inalação;• orientar ao usuário para fazer a inalação em casa e à noite.

Via nasal

DefiniçãoÉ a administração de medicamento líquido na mucosa nasal.

Objetivos • proteger a mucosa nasal por meio de antisséptico;• diminuir a irritação da mucosa;• descongestionar a mucosa;• fazer anestesia local.

Material necessário• medicamento prescrito;• conta-gotas;• gaze, ou bola de algodão, ou lenço de papel;• cuba-rim ou saco de papel.

Execução da técnica• lavar as mãos;• preparar o usuário, o ambiente e o material;• preparar o usuário em posição sentada, com a cabeça para trás, com

o pescoço apoiado em um travesseiro;• retirar, através de conta-gotas, a dosagem prescrita;• segurar o nariz com o auxílio de gaze, pingando com cuidado a

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medicação nas narinas;• evitar que o conta-gotas toque a mucosa nasal;• pedir ao usuário que permaneça nesta posição alguns minutos;• lavar e guardar o material;• anotar na ficha de atendimento diário de enfermagem;• lavar as mãos.

Via ocular

DefiniçãoÉ a aplicação de medicamentos nos olhos sob a forma de colírio oupomada.

Objetivos• dilatar ou contrair as pupilas;• estimular a circulação;• acelerar a cicatrização;• combater infecções;• lubrificar os olhos;• anestesiar a córnea e a conjuntiva.

Material necessário• medicamento prescrito;• conta-gotas;• algodão, gaze ou lenço de papel.

Execução da técnica• lavar as mãos;• preparar o material, o ambiente e o usuário;• manter o usuário deitado ou com a cabeça inclinada para trás;• separar as pálpebras com o polegar e o indicador, pedindo ao usuário

que olhe para cima;• pingar o colírio ou a pomada no saco conjuntival (canto interno do

olho), sem encostar o conta-gotas ou a bisnaga no olho;• solicitar ao usuário que feche os olhos cuidadosamente;• retirar o excesso com gaze;• lavar e desinfetar o conta-gotas com água e sabão;• lavar as mãos;• anotar na ficha diária de atendimento de enfermagem.

Para não esquecer• na presença de secreção, retirá-la com gaze, antes de colocar o

medicamento;• não fazer pressão sobre o globo ocular ao baixar a pálpebra inferior;• a pomada só será aplicada diretamente com o tubo, caso este seja

individual.

Irrigação dos Olhos

Objetivos:• remover corpo estranho;• aplicar antisséptico;• limpar o saco conjuntival;• aliviar a dor e a congestão, pelo calor.

Soluções usadas:• soro fisiológico;• água boricada.

Material necessário:• solução prescrita;• irrigador, pera de borracha, seringa ou cálice esterilizados;• cuba-rim;• gazes;• impermeável coberto;• saco de papel.

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Execução da técnica:• lavar as mãos;• preparar o usuário, o ambiente e o material;• posicionar o usuário em decúbito lateral, do lado do olho afetado;• colocar a cuba-rim de modo a receber o fluxo de retorno;• separar as pálpebras com o polegar e o indicador da mão esquerda;• proceder a irrigação do olho, dirigindo o jato do ângulo interno para o

externo (prevenir a extenção da contaminação do olho ao sacolacrimal, ao nariz e ao olho oposto);

• terminada a irrigação, enxugar o rosto do cliente, retirar o material edeixar o cliente confortável;

• anotar na ficha diária de atendimento de enfermagem;• lavar as mãos.

Via auricular

DefiniçãoÉ a introdução de um medicamento diretamente na cavidade auricular(ouvido).

Objetivos• aliviar a dor, inflamação e congestão;• combater infecções;• amolecer o cerúmen (excesso de cera).

Material necessário• medicamento prescrito;• conta-gotas;• bola de algodão estéril.

Execução da técnica• lavar as mãos;• preparo do material, ambiente e cliente;

• colocar a cabeça do usuário em posição lateral;• pingar a medicação prescrita, colocando, depois, uma bola de algodão

no ouvido;• se for necessário, instilar (pingar) o medicamento nos dois ouvidos;

esperar 3 minutos entre a instilação de um ouvido e do outro;• limpar o conta-gotas e secá-lo;• arrumar o material;• lavar as mãos;• anotar na ficha de atendimento de enfermagem.

Para não esquecer• não tocar o conta-gotas no ouvido (orifício interno);• se o conta-gotas tocar no ouvido, lavar com água e sabão após

instilar o medicamento, desinfetando por 15 minutos com álcool 70°;• manter a cabeça do usuário inclinada, para que o medicamento atinja

o local certo, no interior do ouvido;• ao introduzir o medicamento

- em criança: tracionar o pavilhão auricular (orelha) para baixo e paratrás;

- em adulto: tracionar o pavilhão auricular (orelha) para cima e paratrás.

Via vaginal

DefiniçãoÉ a introdução de medicamentos na vagina. Esta via é usada por seusefeitos locais.

Objetivos• combater infecções;• diminuir a irritação da mucosa;• prevenir o aparecimento de certas doenças;• prevenir a concepção.

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Execução da técnica• lavar as mãos;• reunir o material e levá-lo até a usuária;• explicar o que vai ser feito;• colocar a usuária em decúbito dorsal, com as pernas afastadas,

mantendo-a coberta;• colocar a pomada ou óvulo no tubo aplicador;• fazer a aplicação;• deixar o usuário em posição confortável;• lavar as mãos;• fazer os registros necessários;• manter o ambiente limpo e em ordem.

Via retal

Diferenças entre enema e clíster• enema: maior quantidade de líquido (acima de 500ml = 1/2 litro);

tem por objetivo limpar o trajeto intestinal, para realização de examesou cirurgias;

• clister: pequena quantidade de líquido (até 200ml); tem por objetivoauxiliar a evacuação, a fim de aliviar a constipação (intestino preso ouprisão de ventre).

ObservaçãoOrientar o usuário a permanecer na posição lateral, após a administraçãodo medicamento, por mais ou menos 15 minutos. No caso de enema, ousuário deverá reter o líquido tanto tempo quanto puder.

Material necessário• medicamento prescrito;• luvas;• folha de gaze;• cuba-rim;

• biombo;• recipiente para a solução e a sonda retal.

Execução da técnica• preparar o material, o ambiente e o usuário, explicando-lhe o que será

feito;• lavar as mãos e colocar as luvas;• posicionar o usuário em decúbito lateral esquerdo, com a perna direita

fletida, em posição de Simens, em discreto trendelemburg;• com uma das mãos e com o auxílio das folhas de gaze, afastar as

nádegas e com a outra mão introduzir o medicamento no reto.

Via parenteral

DefiniçãoÉ a administração de medicamentos no organismo, por meio de injeção.

Objetivos• obter, rapidamente, o efeito do medicamento;• absorver o medicamento, quase que completamente;• evitar distúrbios gástricos;• administrar medicamentos ao usuário que não pode usar a via oral.

Vias utilizadas• intradérmica – ID;• subcutânea – SC;• intramuscular – IM;• intravenosa – IV ou endovenosa – EV.

Material necessário• seringas e agulhas: as seringas são constituídas por duas peças - o

corpo ou cilindro, e o êmbolo; podem ser de vidro ou de plástico; ocorpo tem uma extremidade em ponta, onde se encaixa o canhão da

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agulha; as agulhas são metálicas e seus comprimentos e calibresvariam segundo as vias utilizadas; as agulhas possuem duas partes -o canhão, parte dilatada que se encaixa na seringa e a haste, que é aparte fina que termina no bizel;

Objetivos• auxiliar no diagnóstico de determinadas doenças, como, por exemplo,

o teste tuberculínico;• verificar a sensibilidade a alergenos;• aplicar vacinas, como, por exemplo, a BCG.

Características do material• seringas com escala de frações em cm3, tipo insulina;• agulhas pequenas e finas, tais como 13x3,5, 10x5 e 15x5;• medicamentos com volume máximo de 0,5ml.

Local de aplicaçãoO local deve ser claro, com pouca pigmentação, poucos pêlos, poucavascularização superficial e de fácil acesso para a leitura dos resultadosdas reações ao antígeno injetado; a área mais utilizada é a face internado antebraço.

Material necessário• seringa com escala de frações em cm3;• agulhas hipodérmicas 13x3,5, 10x5 e 15x5;• recipientes com bolas de algodão seco;• almotolia com álcool a 70°;• recipiente para pôr o material usado (cuba-rim coberta com papel);• medicamento prescrito;• recipiente para material pérfuro-cortante.

Execução da técnica• lavar as mãos;• preparar o usuário, explicando o tipo de dor que sentirá e que sua

duração será curta;• preparar o material;• expor a área de aplicação, fazer antissepsia da pele, mantendo o

algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará a pele;

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• bolas de algodão embebidas em álcool;• recipiente para colocar o material utilizado (cuba-rim);• garrote;• medicamento prescrito.

Condições do material para o uso• a agulha, a ponta da seringa e o êmbolo devem ser absolutamente

estéreis e mantidas livres de contaminação;• os componentes da seringa devem apresentar o encaixe perfeito;• o invólucro da seringa deve estar intacto.

Via intradérmica

DefiniçãoÉ a introdução do medicamento na derme (pele).

AGULHA

BIZEL

PONTA CORPO ÊMBOLO

INTERIORDO CORPO

HASTE CANHÃO

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• espalmar o antebraço e distender a pele do local de aplicação;• posicionar a seringa e introduzir a agulha com o bizel para cima,

quase paralelamente à pele, num ângulo de 15º e injetar lentamente adose indicada;

• retirar a seringa e agulha com movimento rápido;• aplicar o algodão somente para favorecer a hemostasia quando, no

local da picada, houver sangramento;• observar a formação de pápula, que é uma característica da injeção

intradérmica;• arrumar o material;• lavar as mãos;• anotar na ficha do usuário.

Via subcutânea ou hipodérmica

ObjetivoO objetivo principal do uso desta via é a absorção lenta e contínua dadroga.

Características do materialPara a aplicação de medicamentos no tecido subcutâneo, existematerial específico: agulha de insulina (13x3,8) e seringa de insulina, naqual a escala é própria para dosagens de insulina e seu volume é de1cm3, que também é igual a 1ml. Apesar de serem chamadas deseringa e agulha de insulina, este material serve para aplicação deoutras medicações. No caso de não haver material específico, podemser usadas agulhas e seringas comuns. Neste caso, o ângulo deintrodução e a porção da agulha introduzida variam de acordo com olocal de aplicação e a espessura da camada de gordura do usuário.

Agulha com 25x7 e 25x6:• segure o local de aplicação fazendo uma prega;• introduza a agulha, em ângulo de 45°, em um dos seguintes locais:

coxas, braços ou glúteos;• introduza a agulha, paralelamente à pele, no abdômen.

Agulha de insulina com 13x3,8:• segure o local de aplicação fazendo uma prega.• introduza toda a agulha, em ângulo de 90°, em qualquer local de

aplicação.

Locais de aplicação:• face externa do braço;• face interna do antebraço;• face externa da coxa;• ao redor da cicatriz umbilical;• todo tecido subcutâneo corporal.

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EPIDERME

DERME

DefiniçãoÉ a introdução de medicamento no tecido subcutâneo (gordura). Omáximo de medicação injetada deve ser de 1ml.

Page 56: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Execução da técnica:• lavar as mãos;• preparar o usuário e o material, de acordo com a técnica descrita na

via intramuscular (pág. 74);• expor a área de aplicação e fazer a antissepsia do local, mantendo o

algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará a pele;• distender a pele do local de aplicação com os dedos indicador e

polegar, mantendo a região firme;• posicionar a seringa e introduzir a agulha com rapidez e firmeza;• soltar a pele e proceder a aspiração, puxando o êmbolo, para verificar

se algum vaso foi atingido; caso isto ocorra, retirar a agulha, trocá-la eintroduzí-la em outro local;

• injetar o líquido lenta e continuamente, observando as condições dousuário;

• apoiar o dedo do canhão da agulha e retirar a agulha com movimentoúnico, rápido e firme;

• comprimir o local, por alguns segundos, com algodão;• cuidar do material;• lavar as mãos;• anotar na ficha do usuário.

Acidentes específicos• É frequente a dor por lesão ou compressão de filetes nervosos,

reações inflamatórias locais, fibrose, lipodestrofia, lipohipertrofia.• O rodízio constante dos locais de aplicação é o principal método

profilático, nestes casos.

Via intramuscular

DefiniçãoÉ a introdução de medicamentos no tecido muscular.

Indicações• a injeção intramuscular é a de mais rápida ação, depois da

endovenosa.• o músculo, para ser utilizado, deve apresentar as seguintes

características:- músculo bem desenvolvido;- ausência de grandes vasos e nervos situados superficialmente;- fácil acesso.

Condições da droga ou medicamento:• volume: o volume do líquido a ser injetado varia normalmente de 2 a

5ml, no máximo 10ml.• características:

- as soluções devem ser isotônicas, sob pena grave de necrose dotecido muscular;

- a droga deve estar em veículo apropriado, oleoso ou aquoso, emestado solúvel ou suspensão;

- esta via tolera substâncias irritantes, que deverão ser aplicadassempre profundamente;

- o tamanho da seringa deve variar de acordo com o volume injetado;- o comprimento e o calibre (espessura) das agulhas a serem usadas

variam de acordo com o grupo etário e a espessura subcutânea do

73

45º

SUBCUTÂNEO

90º

Page 57: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

usuário e com as condições de solubilidade da droga;- o bizel deve ser longo para facilitar a penetração da agulha através

da pele; o bizel deve estar de lado, na hora de injetar.

- manter o usuário em posição confortável.• preparo do profissional:

- lavar as mãos;- rever a prescrição;- separar, selecionar e examinar o material;- certificar-se da esterilidade do material;- ler três vezes o rótulo da droga.

• preparo do material:- reunir o material (seringa, agulha, algodão seco, almotolia com álcool

a 70°, serrinha de esmeril, drogas ou medicamentos);- serrar a ampola;- desinfetar a ampola, com algodão embebido em álcool;- montar a seringa e agulha, obedecendo as normas de assepsia;- ajustar, firmemente, o canhão no bico da seringa.

• preparo da droga ou medicamento a ser injetado:- quebrar o gargalo da ampola;- aspirar seu conteúdo com a seringa que, logo após, deverá ser

mantida em posição vertical, com a agulha voltada para cima, paraque o ar seja expulso;

- evitar a perda do medicamento, tendo, para isso, os cuidadosnecessários;

- manter a agulha protegida pela ampola vazia ou pelo protetorplástico esterilizado.

74

Problemas mais comuns da via intramuscular:• fenômenos alérgicos;• fenômeno de Arthus: é provocado por injeções repetidas no mesmo

local, caracterizado pela não absorção do antígeno, ocasionandoinfiltração, edema, hemorragia e/ou necrose, no ponto de inoculação;

• nódulos: são provocados por soluções não absorvidas ou precipitadas;são normalmente transitórios e, após a cura da lesão, parece nãohaver efeito residual sobre a reabsorção de substâncias injetadas;

• hematomas: são resultantes de punções e hemorragias de um vasosangüíneo, geralmente são transitórios;

• infecções: são consequentes à contaminação da droga ou do materialutilizado e são, igualmente, transitórias;

• tecido fibrótico: é resultante do processo de reparação do tecido lesado.

Execução da técnica• preparo do usuário:

- explicar o que lhe será injetado e onde receberá a injeção;

Dimensões das agulhas, em relação às soluções eà espessura da tela subcutânea, na criança e no adulto

Espessura datela subcutânea

Adulto

Criança

Soluçõesaquosas

Soluções oleosasem suspensão

magro

normal

obeso

magra

normal

obesa

25x6 ou 7

30x6 ou 7

40x6 ou 7

25x8 ou 9

30x8 ou 9

40x8 ou 9

20x6 ou 7

25x6 ou 7

30x6 ou 7

20x8

25x8

30x8

EPIDERME

DERME

TECIDO SUBCUTÂNEO

MÚSCULO

Page 58: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Aplicação• expor a área de aplicação;• fazer a antissepsia do local com algodão embebido em antisséptico

(álcool); esta medida deve abranger toda a área escolhida, commovimentos firmes e em sentido único;

• manter o algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmaráo músculo;

• distender a pele, no local de aplicação, com os dedos indicador epolegar, ao mesmo tempo em que se mantém firme o músculoselecionado;

• empunhar a seringa introduzindo a agulha com o bizel para o lado,com rapidez e firmeza; na injeção intramuscular, o ângulo para a suapenetração é 90°, isto é, a agulha é inserida em direçãoperpendicular;

• soltar o músculo e, com a mão livre, proceder a aspiração, puxando oêmbolo para verificar a possibilidade de algum vaso sangüíneo tersido atingido; caso isto ocorra, retire a agulha do local, troque a agulhae introduza em outro local;

• após a aspiração, voltar a apoiar a mão sobre o músculo;• injetar o líquido lentamente, observando as reações do usuário;• retirar a seringa e agulha com movimento único, rápido e firme,

apoiando um dedo no canhão;• comprimir o local com algodão, durante alguns segundos, para

estancar o sangue;• favorecer a absorção do medicamento com massagem de fricção, por

mais alguns segundos;• observar as reações do usuário;• deixar o material em ordem;• fazer os registros necessários.

Locais de aplicação• região deltóide

- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando

um retângulo na região lateral do braço, respeitando-se a distânciaaproximada de 3 a 5cm abaixo do acrômio ou da articulação doombro com o braço e, inferiormente, de 3 a 3,5cm acima da margeminferior do deltóide;

75

- grupo etário: adultos, como última alternativa;- volume: no deltóide, o volume máximo introduzido não pode

ultrapassar 3ml e não pode ser utilizado para grande número deaplicações consecutivas, pois apresenta massa relativamentepequena;

- postura do usuário: sentado, com o antebraço flexionado, comexposição do braço e ombro;

- cuidados especiais: a angulação da agulha deverá ser perpendicularà pele (90°);

- acidentes: poderá haver lesão do nervo radial, por aplicação fora daárea delimitada; são lesões graves, podendo levar à paralisia dosmais importantes músculos do braço e antebraço; poderá haverlesão do feixe vásculo-nervoso, devido à variação anatômicaindividual ou por aplicação fora da área delimitada;

DELTÓIDETerço médio do braço

ÂNGULO 90º

Page 59: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

- contra-indicações: em crianças de 0 a 10 anos; adultos, compequeno desenvolvimento muscular; substâncias irritantes; volumessuperiores a 3ml.

• região dorso-glútea- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada

traçando-se duas linhas, uma horizontal com origem na saliênciamais proeminente da região sacra, e outra vertical, originando-se natuberosidade isquiática;

- cuidados especiais: angulação da agulha perpendicular à pele (90°).- acidentes: além da possibilidade de lesão de vasos e nervos do

local, em geral de pequeno calibre, há o grave problema de atingir onervo ciático, se o local exato não for determinado; as lesões destenervo, além de dor, podem provocar paralisias graves, dado suaimportância na motricidade dos membros inferiores; outro problemaque pode surgir é o da injeção intramuscular ser aplicada no tecidosubcutâneo e, neste caso, o medicamento será mal absorvido,provocando dor, nódulos e, às vezes, abcessos;

- contra-indicações: em crianças de 0 a 2 anos; em adultosexcessivamente magros; em usuários com mais de 60 anos.

• região ventro-glútea (ou Hoschtetter)- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada

colocando a mão esquerda no quadril direito do usuário, colocando odedo indicador na espinha ilíaca antero-superior, estendendo o dedomédio ao longo da crista ilíaca, espalmando a mão sobre a base dotrocanter maior do fêmur, formando um V;

- cuidados especiais: angulação da agulha dirigida à crista ilíaca (90°);- contra-indicações: Hoschtetter fez um estudo pormenorizado da

região ventro-glútea, concluindo ser esta a região mais indicada, porestar livre de estruturas importantes, não havendo nervos e vasossignificativos.

• região face-lateral da coxa- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando

um retângulo pela linha média anterior da coxa do lado da perna, 12a 15cm abaixo do trocanter do fêmur e 9 a 12cm acima do joelho,numa faixa de 7 a 10cm de largura, com ângulo de 45° em direçãoao pé (podálico); em crianças, a delimitação se dá no terço médio dacoxa; é a segunda região mais indicada;

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- grupo etário: crianças com mais de 2 anos de idade e com bomdesenvolvimento dos músculos glúteos; em adolescentes e adultos,é o terceiro local indicado;

- volume: local apropriado para administração de volumes superiores a1,5ml até, no máximo, 5ml;

- postura do cliente: deitado, em decúbito ventral, com os braços aolongo do corpo e os pés virados para dentro; se for criança, colocá-lade bruços, no colo da mãe ou responsável, firmando com as pernase braços;

QUADRANTE SUPERIOREXTERNO DO GLÚTEO

Page 60: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

- grupo etário: indicada em lactentes e infantes (29 dias a 10 anos),adolescentes e adultos; é contra-indicada em neonatos (0-28 dias);

- postura do usuário: deitado com o ombro inferior em extensão ousentado com flexão da perna; expor a área do joelho e da coxa.

AcidentesA lesão acidental do nervo femural cutâneo causa dor momentânea,razão pela qual muitos usuários recusam injeção nesta região. Noentanto, excluída a dor, a única conseqüência adicional mais séria é aanestesia da pele na região inervada.

Via endovenosa

Definição É a introdução do medicamento diretamente na corrente sanguínea.

Objetivos• obter rapidez no efeito do medicamento, que é imediato;• administrar grande quantidade de líquidos;• administrar drogas contra-indicadas para outras vias.

Condições do medicamento para administraçãoAs drogas, para serem injetadas no sangue devem apresentar-se:• límpidas;• perfeitamente diluídas (em 5ml de água destilada);• com pH próximo ao do sangue, em torno de 7,4;• é a única via que tolera soluções hiper ou hipotônicas;• as drogas em suspensão, soluções oleosas ou ar são contra-

indicados, por causarem embolias.

Locais de aplicaçãoAs vias mais utilizadas são as da face ventral do antebraço e as dodorso da mão. A escolha do local é feita observando-se os seguintesaspectos:• acessibilidade;• mobilidade reduzida;• localização sobre base mais ou menos dura;• ausência de nervos importantes;• estase sanguínea fácil.

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GLÚTEO MÁXIMO

TROCANTER MAIOR

TRACTO ILEOTIBIALDA FASCIA LATA

ÁREA DE INJEÇÃO

PATELA

DELTÓIDE

VEIA CEFÁLICA

VEIA BASÍLICA

Page 61: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Execução da técnica de aplicação na face anticubital• preparo do usuário

- explicar o que lhe será injetado;- o usuário deverá estar deitado ou sentado, jamais de pé; se estiver

sentado, apoiar o braço numa braçadeira ou mesa com auxílio deum coxim (suporte).

• material necessário- seringa e agulha;- serrinha de esmeril;- algodão embebido em álcool a 70°;- garrote;- braçadeira ou suporte forrado;- medicação prescrita.

• aplicação- lavar as mãos;- expor a área onde deverá ser feita a aplicação;- garrotear;- fazer o usuário abrir e fechar a mão várias vezes e conservá-la

fechada, até segundo aviso;- colocar o braço em hiperextensão;- fazer a antissepsia do local onde deverá ser feita a aplicação e do

dedo com o qual o profissional fará a palpação da veia;- expulsar todo o ar que se encontra dentro da seringa, com a ponta

da agulha voltada para cima (bizel para cima);- esticar a pele, manter a veia fixa com o polegar de uma das mãos e,

com a outra mão, introduzir a agulha aproximadamente 1cm aquémdo local onde a veia deverá ser alcançada;

- a confirmação de que a agulha ganhou a luz do vaso se faz pelaaspiração de sangue para o interior da seringa e pela sensação tátil;

- retirar o garrote e pedir ao usuário que abra a mão;- injetar lentamente, evitando sobrecarga circulatória e sensações

desagradáveis ao usuário;- retirar a agulha em movimento único, comprimindo o local com

algodão, para facilitar a hemostasia;- lavar as mãos;- anotar os dados na ficha.

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Manobras para achar a veiaQuando for muito difícil a visualização do vaso no qual se quer injetar omedicamento, poderemos utilizar as seguintes manobras:• conversar com o usuário, procurando deixá-lo à vontade, pois o medo

faz com que as veias desapareçam;• pedir para o usuário deixar o braço caído ao longo do corpo e abrir e

fechar a mão algumas vezes;• realizar massagem, do pulso até antes do local de aplicação;• utilizar compressas mornas na região que se deseja aplicar a injeção;• se a agulha não estiver dentro da veia, pode permitir a passagem do

líquido para o tecido subcutâneo, provocando edema (inchaço),palidez, sensação de frio ou dor no local; este escape de líquido notecido subcutâneo é conhecido como infiltração.

Page 62: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

• às vezes, é apenas a ponta da agulha que está na parede da veia,ocasionando dor ou ardência, mas o teste de aspirar mostra sangue, oque quer dizer que a agulha está na veia; neste caso, empurra-se oupuxa-se a agulha.

• sabe-se que a agulha está:- dentro da veia, quando não apresenta sinais de desconforto;- fora da veia, quando apresenta dor, ardência e edema no local.

• se os sintomas não desaparecerem, retire a agulha da veia, deite ousuário onde estiver, até mesmo no chão e chame a enfermeira ou omédico;

• choque: é uma reação rápida do organismo a uma agressão externa;• choque pirogênico: é uma reação causada por injeção de solução

contaminada;• choque anafilático: é uma reação causada por injeção de substâncias

alérgicas ao indivíduo;• choque periférico: é uma reação causada por fatores emocionais.

Alergia medicamentosaDeve-se pesar, constantemente, os perigos dos agentes terapêuticos.As reações de hipersensibilidade devem ser distinguidas dos efeitosindesejáveis dos medicamentos. Qualquer droga pode produzir umareação de hipersensibilidade, mas alguns medicamentos têm maiortendência que outros. Tal reação não depende de uma exposição préviaao medicamento, não tem relação com a dose e não se parece com asmanifestações farmacológicas da droga. A reação anafilática é umareação sistêmica e aguda de hipersensibilidade que ocorre dentro desegundos a minutos após exposição a substâncias estranhas,medicamentos ou venenos de insetos. A administração repetida deagentes terapêuticos parenterais ou orais pode desencadear umareação anafilática, que é o resultado de uma interação antígeno-anticorpo, num indivíduo sensibilizado previamente. A idiossincrasia, ouseja, a reação da própria pessoa, é qualitativa e a hipersensibilidade équantitativa. A idiossincrasia não é reação alérgica.

Manifestações clínicas• sinais respiratórios:

- angústia respiratória, que evolui rapidamente e é causada porbroncoespasmo ou edema de laringe;

- espirros e tosse;- sensação de aperto no tórax;- outras dificuldades, tais como respiração ofegante, dispnéia e cianose.

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Complicações possíveis• a ansiedade e o medo podem causar mal-estar, por isso, é muito

importante o preparo psicológico do usuário, explicando o que vai serfeito e com que finalidade (objetivo); deve-se pedir que avise, se sentirqualquer tipo de reação;

• se a solução for injetada ou o sangue for retirado com muita rapidez, ousuário pode apresentar palidez, suor e calor; se isso ocorrer, pareimediatamente de injetar a solução ou retirar o sangue, sem, contudo,retirar a agulha da veia; faça o usuário baixar a cabeça sobre os joelhos,se estiver sentado ou, se estiver deitado, retire o seu travesseiro;

• se os sintomas desaparecerem, teste se a agulha continua na veia,aspirando um pouco de sangue; se o resultado for positivo, continueinjetando a solução ou retirando o sangue, lentamente; na dúvida,retire a agulha e puncione outra veia;

AGULHANO VASO

AGULHA NAPAREDE DO VASO

AGULHA FORADO VASO

PAREDE DO VASO

LUZ DO VASO

A injeção intravenosa é um procedimento indolor,sente-se somente a picada da agulha.

Page 63: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

• sinais cutâneos:- rubor com sensação de calor e eritema difuso;- prurido generalizado (indica o surgimento de uma reação sistêmica)

principalmente palmar e plantar;- sudorese.

• sinais cardiovasculares:- taquicardia ou bradicardia e colapso vascular periférico, indicado por

palidez, pulso imperceptível, queda na pressão arterial, insuficiênciacirculatória, que pode resultar em coma e morte.

• desconforto gastrointestinal:- náuseas, vômitos;- dores abdominais em cólica ou diarréia;- relaxamento dos esfíncteres.

Assistência de emergência• deitar o paciente;• estabelecer uma via aérea permeável;• virar a face para um dos lados;• administrar adrenalina aquosa quando prescrita:

- subcutânea (SC), para sintomas ligeiros e generalizados;- intra-muscular (IM), quando a reação é mais intensa e progressiva;- endovenosa (EV), diluída em solução salina, lentamente, em casos

raros, quando existe perda completa da consciência e profundocolapso cardiovascular;

• infiltrar o local da injeção com adrenalina.

Medidas preventivas• estar ciente do perigo das reações anafiláticas e conhecer os sinais

precoces de anafilaxia;• perguntar acerca de reações alérgicas prévias do usuário a

medicamentos e, se positivas, não dar medicação ou injeção;

• não administrar drogas nos usuários com febre, asma e outrosdistúrbios alérgicos, a menos que o médico esteja presente;

• manter o cliente no Centro de Saúde por, pelo menos, 30 minutosapós a injeção de qualquer agente;

• indivíduos alérgicos devem trazer, na sua carteira de identidade, aadvertência “alérgico a ....................”

Exemplos de substâncias que podem causar o choque anafilático• antibióticos, especialmente penicilina;• anestésicos locais, analgésicos, meios de contraste, hormônios, soros

heterólogos, como anti-tetânico, antidiftérico, antiaracnídeo,antiescorpiônico, venenos de abelhas, de vespas, de cobras;

• não por reação tóxica, mas por reação imunológica, extratosalergênicos, como pó domiciliar, dermatophagoides e alimentos;

• o acidente é mais comum em pessoas entre 20 e 40 anos;• os indivíduos mais susceptíveis são os portadores de manifestações

alérgicas ou que apresentam história de alergia em seus antecedentes.

Para não esquecer• Em casos de dúvidas ou de nunca ter usado penicilina, administrá-la

no Centro de Saúde em presença de médico e com medicação paraemergência (anti-choque).

Acidentes de via parenteralOs acidentes mais comuns que podem ocorrer, quando usada a viaparenteral, são: infecções gerais ou locais, por contaminação domaterial e/ou do medicamento; nódulos e abcessos, que resultam daaplicação do medicamento em local incorreto e/ou do uso da técnicaerrada; reação alérgica ao medicamento injetado, podendo provocarreações locais ou sistêmicas, como o choque anafilático; embolias, queresultam da introdução acidental, direta ou indireta, de ar, coágulos,cristais de droga em suspensão etc, na circulação sanguínea. Podem,também, estar relacionadas à má execução da técnica, como nãoaspirar antes de injetar a droga.

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Page 64: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Acidentes específicos, segundo Horta e TeixeiraA injeção endovenosa apresenta um pouco mais de dificuldade para oaprendizado do iniciante, sobretudo se as veias são delgadas ou poucovisíveis. Desta maneira, pequenos acidentes poderão ocorrer, enquantoo clínico não estiver dominando bem a técnica de aplicação e aanatomia topográfica da região.

• acidentes locais:- injeção paravascular - quando a posição do bizel da agulha é

inadequada, o líquido é injetado fora do vaso, ocasionando dor e,dependendo do medicamento, até mesmo área de necrose;

- hematoma - a lesão da parede vascular, devido à falta de técnica,ocasiona um extravasamento de sangue, produzindo hematoma;neste momento, deve-se interromper a estase venosa e recomeçar oprocesso de aplicação no outro braço, caso contrário, o hematomatenderá a aumentar rapidamente;

- flebite - pode ocorrer quando o líquido é irritante para o endotélio ouem casos de inflamação ou infecção local;

- esclerose - irritação crônica do endotélio, por injeções contínuas namesma veia, levando a diminuição de sua luz e endurecimento dasparedes;

- tromboflebite - provocada por introdução de coágulos ou substânciairritante ao endotélio.

• acidentes gerais:- superdosagem - provocada pela rápida aplicação da injeção,

podendo levar à morte; um exemplo deste caso é o da aplicação dapapaverina que, introduzida nestas circunstâncias, compromete acondutibilidade cardíaca.

- choques - pirogênico, resultante da aplicação de drogas contendosubstâncias pirogênicas; anafilático, resultante da reação antígeno-anticorpo, que ocorre em indivíduos alérgicos à droga; lipotímia,devido a fatores emocionais relacionados ao medo de injeções ou àhemofilia.

Para não esquecer• Só aplique injeções com prescrição médica.• Nunca use a mesma seringa e/ou agulha em mais de um usuário.• Usar sempre material descartável.• Ao manipular seringa e agulha esterilizadas, tenha cuidado para não

tocar na agulha e no êmbolo da seringa com os dedos ou encostá-laem algum objeto.

• Em caso de qualquer reação anormal, encaminhe o usuário aomédico ou ao hospital mais próximo.

• Quando a medicação for acondicionada em frascos, fazer aantissepsia da tampa de borracha com algodão embebido em álcool a70°. Após a aspiração do conteúdo, trocar a agulha para a aplicação.

• Procurar fazer injeção intramuscular com o usuário sentado ou deitado.

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AGULHA EM BOAPOSIÇÃO

COM GARROTE

SEM GARROTE

HEMATOMA

TRANSFIXAÇÃO

AGULHA EM BOAPOSIÇÃO

A injeção intravenosa é um procedimento indolor,sente-se somente a picada da agulha.

Page 65: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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10Normas e rotinas de imunização

Page 66: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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• 15 dias entre a vacina anti-sarampo ou a tríplice viral e a vacinacontra febre amarela.

5. As crianças desnutridas devem ser consideradas como prioridadenos programas de vacinação. De um modo geral, a desnutrição graveé considerada imunodepressiva, respondendo com baixa produçãode anticorpos, quando recebe certos antígenos. No entanto, além deinfectar-se facilmente, o desnutrido costuma apresentar processosinfecciosos mais graves e de controle mais difícil.

6. Se a criança interromper o Esquema de Vacinação, não será precisoreiniciá-lo, devendo-se apenas completar as doses que faltam,aprazando, na Caderneta de Saúde, os próximos retornos. Devemossempre levar em consideração o estado vacinal, não importando otempo decorrido desde sua aplicação.

7. Toda a mãe que leva o filho para vacinar deve receber explicaçõessobre:• as doenças que a vacina protege;• quais as reações que a vacina pode causar e o que fazer;• quando deve trazer o filho para nova dose.

8. Obter informações sobre o estado de saúde da criança e proceder daseguinte forma:• adiar a vacinação, em caso de doença febril aguda, com

temperatura acima de 38,5°C;• crianças em tratamento com imunossupressores (corticoterapia,

quimioterapia antineoplásica, radioterapia etc): nestes casos érecomendado o adiamento da vacinação para 90 dias após asuspensão do tratamento, mesmo que a vacina seja decomponentes com organismos mortos ou inativados, devido ainadequação da resposta.

9.Na aplicação de vacinas injetáveis, não é necessária a antissepsia dapele com álcool. Quando a pele estiver muito suja, limpá-la com águae sabão. Após a aplicação, usar algodão seco, sem massagear.

10. Mesmo que já tenha tido doenças como sarampo, coqueluche,difteria, tétano ou poliomielite, a criança deverá completar o

Existe uma série de doenças que podem ser evitadas através de vacinas.As vacinas são substâncias capazes de tornar um indivíduo resistente adeterminadas doenças. Elas são constituídas de vírus vivos atenuadosou mortos ou produtos bacterianos modificados. Quando inoculadosnum indivíduo, fazem com que este produza anticorpos. Os anticorposproduzidos pelo indivíduo, a partir do contato com a vacina, neutralizamas toxinas e bloqueiam a capacidade infectante dos microorganismos,agentes causadores das doenças. Os microorganismos, ao penetraremno indivíduo, liberam uma substância chamada antígeno. O antígenopode provocar a doença, se o indivíduo está debilitado, ou estimular oorganismo a produzir anticorpos. Os anticorpos têm a função de impedira ação dos antígenos, evitando assim a doença.Vacina é uma droga composta de um antígeno de uma determinadadoença ou do próprio microorganismo atenuado, ou seja, enfraquecidoque, introduzido no organismo do indivíduo, estimula a formação deanticorpos.

PRINCÍPIOS GERAIS PARA APLICAÇÃO DE VACINAS

1. Tornar acessível a todas as crianças com idade até 5 anoscompletos, priorizando crianças menores de 1 ano, a vacinação comas vacinas Tríplice, Sabin, BCG, Hepatite B, Tríplice Viral,Heamophilus Influenza tipo B, Varicela e Tetravalente.

2. Vacinar todas as gestantes com a vacina Dupla Adulto ou AnatóxiTetânico, para evitar o tétano neo-natal, mesmo que a gestante tenhaacesso ao parto hospitalar.

3. A aplicação, no mesmo dia, de várias vacinas não oferece risco àcriança ou ao adulto.

4. Estabelecer intervalo de:• 30 dias, entre a vacina anti-sarampo e a vacina tríplice viral;• 30 dias, entre a vacina anti-sarampo ou tríplice viral e a vacina

contra varicela;

Page 67: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

esquema com todas as vacinas, pelas seguintes razões:• sarampo e coqueluche, apesar de determinarem imunidade

permanente, podem ser confundidas com outras doenças; destaforma, sem comprovação laboratorial, não é justificável dispensara aplicação da vacina;

• a poliomielite produz imunidade permanente apenas para o tipoespecífico de vírus que a causou; assim, a criança poderia ternovamente a doença, ocasionada por um dos outros dois tipos devírus.

11. O registro das vacinas aplicadas é fundamental para a avaliação dacobertura vacinal nos municípios. Para o conhecimento dessesdados, utilizam-se os boletins de imunização.

12. A vacinação anti-rábica deve estar de acordo com o esquemapreventivo da raiva humana e ser aplicada somente com a avaliaçãodo profissional responsável pelo setor.

13. A vacina dupla tipo adulto é indicada, a partir dos 7 anos de idade,para pessoas que não receberam nenhuma dose da vacina trípliceou da vacina dupla tipo infantil ou da tríplice acelular, ou nãocompletaram o esquema básico com uma dessas vacinas, ou cujoestado vacinal não seja conhecido, ou ainda como reforço davacinação efetuada com a tríplice ou com a dupla tipo adulto.

14. São contra-indicações gerais à vacinação:• reação anafilática pós-vacinação;• história de hipersensibilidade ao componente da vacina;• presença de neoplasia maligna;• tratamento com corticóides, em dose imunosupressora;• tratamento com outras terapêuticas imunossupressoras.

POLIOMIELITE

A Poliomielite ou Paralisia Infantil é uma doença infecciosa, causada porum vírus que pode ocorrer sob a forma inaparente (a mais comum) ou

sob a forma paralítica, que pode levar à morte. O vírus se instala e semultiplica no tubo digestivo e logo pode apresentar viremia, cominvasão do SNC e ataque seletivo às células motoras. A doença existeem todo o mundo, se transmite de pessoa a pessoa, através dassecreções nasofaríngeas (cerca de 1 semana após a infecção), pelaágua e pelos alimentos contaminados com fezes de doentes ouportadores (até 6 semanas após a infecção). Pode ocorrer, também, porcontato com objetos contaminados com secreções. Em locais onde ascondições de higiene e saneamento básico são precárias, a maioria dascrianças se infectam em idade precoce. Seus sintomas mais freqüentessão:• dor de cabeça• febre• diarréia• rigidez da nuca• paralisia dos membros inferiores

O período de incubação varia de 2 a 30 dias, sendo, em média, de 7 a12 dias.O período de transmissão se dá entre 7 a 10 dias antes do início dossintomas, até 6 semanas após - em geral, 1 semana antes e 1 semanaapós.A vacina utilizada contra os três tipos de vírus é a trivalente, mas ainfecção natural pelo vírus selvagem só confere imunidade contraaquele que causou a doença.

Vacina Anti-Poliomielite Oral• tipo de vacina: vírus vivo atenuado dos três sorotipos (vacina

trivalente);• proteção contra: Poliomielite (paralisia infantil);• número de doses: 3 doses mais uma dose de reforço;• intervalo entre as doses:

- mínimo de 45 dias,

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- recomendado: 60 dias (2 meses),- em casos excepcionais, pode ser utilizado intervalo de 30 dias;

• idade para o início da vacinação:- mínima: 2 meses (em campanhas, a partir do nascimento),- máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias;

• conservação: em nível local, entre + 2°C e + 8°C, ao abrigo da luzsolar direta;

• validade após abertura do frasco: 5 dias (anotar no frasco data e horada abertura);

• via de administração: oral;• dose: duas (2) gotas;• eficácia esperada: após a 3ª dose, a eficácia esperada é de 90 a 95%

para os 3 sorotipos;• duração da imunidade: prolongada;• efeitos adversos mais comuns: não há.

Indicações• toda criança acima de 2 meses de idade;• em campanhas, a partir do nascimento.

Contra-indicações• febre acima de 38° C;• diarréias severas e/ou vômitos intensos (estas contra-indicações são

apenas para a vacinação de rotina);• contra-indicações de caráter geral.

Cuidados especiais na administração• não tocar a boca da criança com o conta gotas; caso isso ocorra,

desprezar o frasco;• se houver regurgitação ou vômito da vacina, aplicar nova dose, em

seguida;• não há necessidade de intervalo entre a aplicação da vacina e as

mamadas.

DIFTERIA, TÉTANO, COQUELUCHE E DOENÇASCAUSADAS POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B

DifteriaDoença infecciosa aguda, causada pela toxina de uma bactéria que selocaliza nas amígdalas, faringe, laringe ou na pele. Quando se instalanas vias respiratórias superiores, caracteriza-se pelo aparecimento deuma ou várias placas acinzentadas, circundadas por uma zonainflamatória de cor vermelho-mate, que podem obstruir a passagem doar, provocando asfixia e morte. É causada pelo bacilo gram positivoCorynebacterium diphteriae. Doença conhecida popularmente por“crupe”, o reservatório é o homem, que com freqüência é portadorassintomático.A doença se transmite através do contato direto com o exudato esecreções nasofaríngeas ou através das lesões cutâneas do doente ouportador. Pode ocorrer também através de objetos contaminados porsuas secreções.De dois a cinco dias após seu período de incubação, podem aparecersintomas como:• abatimento com prostração • anorexia• palidez • taquicardia• febre pouco intensa• pontos brancos nas amígdalas, que posteriormente se transformam

em uma membrana acinzentada• tosse seca • dificuldade para falar.Transmite-se enquanto houver bacilos nas secreções e lesões, em geralde 2 a 4 semanas. Com a quimioterapia adequada, a transmissibilidadecessa 24 a 48 horas após iniciado o tratamento do doente ou portador.A doença pode ou não conferir imunidade permanente e, por isso, deve-se administrar a vacina após a cura.

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TétanoDoença infecciosa causada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridiumtetani), que se desenvolve anaerobicamente ou seja, na ausência deoxigênio, no interior de um ferimento. É caracterizada pela hipertonia damusculatura estriada, generalizada ou não. Atinge, de preferência, osseguintes músculos estriados: masseteres (trismo), musculaturaparavertebral (opistótono), músculo da nuca (rigidez da nuca), músculoda parede anterior do abdômen (rigidez abdominal), musculatura dosmembros (a dos inferiores predominando sobre os superiores). Essacontratura permanente, que se denomina de espasmo ou convulsãotônica, é o mais temível sintoma da doença, pois é o responsável pelamaioria dos óbitos em tetânicos e se intensifica paroxisticamente, emconseqüência de estímulos luminosos, manuseio do paciente,secreções, tosses, micção etc.O reservatório do bacilo é o solo e o trato intestinal dos animais,especialmente do cavalo, onde o agente existe normalmente.Transmite-se através da introdução dos esporos em uma ferida, que secontamina com terra ou fezes de animais. A presença de tecidosnecrosados ou corpos estranhos favorece o desenvolvimento dosagentes anaeróbicos, mesmo quando insignificantes. O tétano neonatalocorre pela contaminação do coto umbilical com esporos do bacilo, atéo 28º dia de vida do recém-nascido.O período de incubação é de 3 dias a 4 semanas, variando de acordocom a natureza, a extensão e a localização da ferida. Quanto menor otempo de incubação, mais grave é o prognóstico.Os sintomas, nos recém-nascidos, são:• a criança deixa de mamar 3 a 10 dias após o parto e apresenta um

“riso sardônico”, ocasionado pela saturação dos músculos da face.• as pernas ficam estiradas, os braços dobrados junto ao peito, os

dedos fechados e é difícil abrir as mãos (posição de boxeador).• aparecem os espasmos ou convulsões, em conseqüência de

estímulos (luz, barulho, movimentação etc).Na prevenção do tétano, é importante que todos os ferimentos, mesmo

os mais insignificantes, sejam tratados adequadamente e, já que adoença não confere imunidade, manter a vacinação sempre em dia.

CoquelucheTambém conhecida em nosso meio como “tosse comprida”, é umadoença infecciosa aguda, transmissível, causada pela bactériaBordetella pertussis, que afeta a traquéia e os pulmões, fazendo queocorram acessos paroxísticos de tosse.É caracterizada por 3 fases: a catarral, a paroxística e a convalescença.Após a incubação, que pode variar de 1 a 2 semanas (geralmente emtorno de 7 dias), começam os sintomas da fase catarral ou períodoinicial, com manifestações catarrais leves, coriza, tosse irritante epersistente, geralmente noturna, lacrimejamento e febre baixa,confundindo-se com o resfriado comum. Esses sintomas duram, emmédia, de 10 a 14 dias, seguindo para a fase paroxística. As criançasparecem pressentir as crises e, comumente, procuram o amparo dosfamiliares. Após inspiração profunda, sucedem numerosos golpes detosse, sem inspiração de permeio. Após, a criança entra em apnéia deduração variável, para depois sobrevir uma inspiração forçada, ruidosae estridulante, conhecida como guincho da coqueluche, a qual segue aeliminação de muco claro, espesso e viscoso. Os vômitos, nestaocasião, são muito comuns. A "perda de fôlego" (fase de apnéia)constitui um momento dramático, que angustia os familiares. Pode serepetir várias vezes ao dia, deixando a criança exausta e em situaçãoaflitiva. Pode ser acompanhada de sudorese, congestão dasconjuntivas, cianose, incontinência dos esfíncteres, turgescência dosvasos do pescoço, convulsões e perda da consciência. Esse períodotem intensidade e duração variáveis, de 4 a 6 semanas, em média.Durante as 2 primeiras semanas, as crises se intensificam em número egrandeza, para depois diminuirem progressivamente, entrando naconvalescença, que pode durar de 1 a 3 semanas.O reservatório da doença é o homem e esta pode transmitir-se depessoa a pessoa, através de secreções nasofaríngeas, especialmente

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na fase catarral. A transmissão também pode ocorrer pelo contato comobjetos contaminados por secreção nasofaríngea.A imunidade é conferida pela doença e pela vacina.

Doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo BÉ uma doença invasiva, causada pelo bacilo gran-negativo Haemophilusinfluenzae, sorotipo B, que pode causar infecções como bronquite,sinusite, rinite, septicemia e outras.O reservatório é o homem doente e a transmissão se dá de pessoa apessoa por meio de gotículas de secreções da nasofaringe.O período de incubação é, provavelmente, de dois a quatro dias e atransmissão perdura enquanto o agente infecciosos estiver presente noindivíduo infectado.A suscetibilidade é universal, principalmente, nos quatro primeiros anosde vida. Cerca de 75% dos casos ocorrem entre três e vinte quatromeses de idade.A proteção conferida pelos anticorpos maternos dura até os três mesesde vida. A doença confere imunidade duradoura, quando acomete oindivíduo após os vinte e quatro meses de idade.A vacina contra a infecção por Haemophilus tipo B torna o indivíduoimune após três doses, nos menores de um ano ou após dose única, apartir dos 12 meses de idade.

Tetravalente - Vacina combinada DPT e HIB

ComposiçãoA Tetravalente consiste na combinação de duas vacinas, isto é, é umavacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo B (Hib) - 10 ug depolissacarídeo capsular purificado de Haemophilus influenzae tipo B,sob a forma de pó liofilizado e vacina tríplice (DTP) - toxóide diftéricotetânico com Bordetella pertussis, sob forma de suspensão injetável.

ApresentaçãoApresentada em blíster com 10 frascos-ampola, contendo ocomponente Hib liofilizado + blíster com 10 frascos-ampola docomposto DTP, sob a forma líquida, contendo 2,5 ml na apresentaçãode 5 doses. Está sujeita à mudança de apresentação, dependendo dolaboratório produtor.

ReconstituiçãoJuntar, lentamente, com auxílio de uma seringa e agulha estéries, oconteúdo do frasco-ampola (2,5 ml) do componente DTP ao frasco doliófilo do componente Hib. Após reconstituição, a vacina tem validade de5 dias.

Idade para início da vacinaçãoA partir de 02 meses:• 02 meses - 1ª dose• 04 meses - 2ª dose• 06 meses - 3ª dose

Dose0,5 ml da vacina reconstituída, ou conforme laboratório produtor.

Via de administraçãoIntramuscular, no vasto lateral da coxa ou Hoschtetter.

Contra-indicações• as contra-indicações gerais para todas as vacinas;• pessoas com conhecida hipersensibilidade após administração prévia

da vacina combinada contra DPT;• crianças com quadro neurológico em atividade e naquelas que tenham

apresentado, após dose anterior, qualquer das seguintesmanisfestações:- convulsões, até 72 horas após administração,

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- colapso circulatório com choque de episódio hipotônico-hiporresponsivo, até 48 horas após administração da vacina,

- encefalopatia, nos primeiros sete dias da administração da vacina.

Eventos adversos• sintomas locais nas primeiras 48 horas, com dor, eritema, edema,

calor, e/ou enduração;• sintomas gerais nas primeiras 48 horas: febre, perda de apetite,

agitação, vômito, choro persistente, mal-estar geral e irritabilidade.

Observações• pode ocorrer, com menor freqüência, sonolência, choro prolongado e

incontrolável, convulsões e EHH (episódio hipotônico-hiporresponsivo);• a administração combinada das duas vacinas, Hib e DPT, não

aumenta a incidência de eventos adversos sistêmicos.

Vacina Tríplice (DTP)Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche.

ComposiçãoToxóide diftérico, toxóide tetânico e suspensão de bactérias pertussismortas.

ProteçãoContra difteria, tétano e coqueluche.

Eficácia esperada• contra difteria: 95 a 98%;• contra coqueluche: 70 a 95%;• contra tétano: aproximadamente 100%.

Dose0,5 ml. Observar instrução do fabricante.

Número de doses3 doses + 2 doses de reforço, sendo a primeira 6 meses após a 3ª dosee a segunda aos 5 anos.

Intervalo entre as doses • mínimo: 30 dias;• recomendado: 60 dias (2 meses).

Idade para início da vacinação• mínima: 2 meses;• máxima: 6 anos, 11 meses e 29 dias.

ApresentaçãoSob a forma líquida, em ampolas de dose única, contendo 1,0 ml ou 0,5ml ou em frasco-ampola de 10 ou 20 doses.

Conservação em nível localEntre + 2° C e + 8° C, ao abrigo da luz solar direta, evitando ocongelamento, pois inativa a vacina.

Validade após a abertura do frascoAté terminar o frasco.

Via de administraçãoIntramuscular profunda.

Local de aplicaçãoVasto lateral da coxa e Hoschtetter.

Cuidados especiais na administração• agitar levemente o frasco.

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Duração da imunidade • difteria e coqueluche: alguns anos;• tétano: aproximadamente 10 anos.

IndicaçõesToda criança acima de 2 meses de idade.

Contra-indicaçõesÉ contra-indicada em crianças com doença neurológica em atividade enas que tenham apresentado, após a aplicação da dose anterior:• convulsão nas primeiras 72 horas;• encefalopatia nos primeiros 7 dias;• colapso circulatório, com estado tipo choque ou com EHH (episódio

hipotônico-hiporesponsivo), até 48 horas após a administração davacina;

• reação anafilática.Nestes casos, está indicado o uso da vacina dupla tipo infantil.

Efeitos adversos mais comuns• dor, vermelhidão e enduração local;• febre;• mal-estar geral e irritabilidade, nas primeiras 24 a 48 horas.

Observação • primeiro reforço com 15 meses de idade, respeitando intervalo mínimo

de 6 meses entre a terceira dose e o primeiro reforço;• segundo reforço somente para crianças que fizeram o primeiro reforço

da tríplice até três anos de idade.

Vacina contra a difteria e o tétanoVacina Dupla tipo Adulto (DT)

ComposiçãoToxóide diftérico e toxóide tetânico, sendo o primeiro em menorquantidade.

Proteção Contra difteria e tétano.

Dose0,5 ml. Observar instruções do fabricante.

Número de doses3 (três) doses.

Intervalo entre as dosesO intervalo mínimo entre a 1ª e a 2ª dose é de 30 dias, embora orecomendado seja 60 dias; e 180 dias entre a 2ª e a 3ª dose.

Idade para o início da vacinaçãoA partir de 7 anos (idade mínima).

Conservação em nível localEntre + 2° C e + 8° C, ao abrigo da luz solar direta, evitando ocongelamento.

Validade após abertura do frascoAté terminar o frasco.

Via de administraçãoIntramuscular profunda.

Local de aplicaçãoDeltóide, vasto lateral da coxa e Hoschtetter.

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Cuidados especiais na administração• agitar levemente o frasco;• aspirar o volume a ser administrado, verificando a dosagem correta.

Eficácia esperada • contra difteria: 95 a 98%;• contra tétano: aproximadamente 100%.

Duração da imunidade• difteria: alguns anos;• tétano: aproximadamente 10 anos.

Indicações• crianças acima de 7 anos de idade;• qualquer pessoa que não tenha recebido nenhuma dose de vacina

tríplice ou de vacina dupla tipo infantil ou tríplice acelular, ou que nãocompletaram o esquema básico, ou cujo estado vacinal não sejaconhecido, ou ainda como reforço da vacinação com DPT (tríplice) oucom a dupla tipo infantil (dT) ou com a tríplice acelular.

Efeitos adversos mais comunsFebre, dor, rubor e calor no local da aplicação.

ApresentaçãoSob forma líquida:• em ampola de dose única;• em frasco-ampola de 10 ou 20 doses.

Vacinação da gestanteÉ realizada para a prevenção do tétano no recém-nato e para aproteção da gestante, com a vacina dupla tipo adulto ou, na falta desta,com o toxóide tetânico.

Gestante não vacinadaEsquema básico de 03 doses:• 1ª dose - 4 meses de gestação;• 2ª dose - 6 meses de gestação;• 3ª dose - 6 meses após a segunda dose;• reforços de 10 em 10 anos.

Observação A 2ª dose deve ser administrada, no máximo, 20 dias antes da dataprovável do parto.

Gestante vacinadaObservar o estado vacinal e administrar as doses necessárias paracompletar o esquema básico de três doses. Reforços de 10 em 10 anos.Antecipar a dose de reforço, se ocorrer nova gravidez cinco anos oumais, depois da aplicação da última dose.

SARAMPO, RUBÉOLA E CAXUMBA

SarampoDoença transmissível, altamente contagiosa, exantemática, viral aguda,caracterizada por febre alta, exantema máculo-papular generalizado,tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik. É causada por um vírus,que pertence à família dos Paramexovírus.O único reservatório da doença é o homem, que transmite a doençadiretamente a outra pessoa, através das secreções nasofaríngeasexpelidas pelo doente ao tossir, espirrar, falar ou respirar, por isso aelevada contagiosidade da doença. Pode ocorrer a transmissão indireta,por objetos contaminados pelas secreções nasofaríngeas. Pode ocorrer,também, contágio por dispersão de gotículas com partículas virais noar, em ambientes fechados como escolas, creches e clínicas, mesmodepois da saída da pessoa doente do local.

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O período de incubação é, em média, de 10 dias, podendo variar de 7 a18 dias após a data da exposição até o aparecimento da febre, e cercade 14 dias até o início do exantema.O período de transmissão da doença é de 4 a 6 dias antes doaparecimento do exantema, até 4 dias após. O período de maiortransmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início doexantema. O vírus vacinal não é transmissível.As manifestações clínicas do período prodrômico são: febre elevada,acima de 38,5°C, mal-estar geral, tosse, em geral seca e irritante,coriza, conjuntivite, em geral com fotofobia e manchas de Koplik. Podeocorrer, também, diarréia. Esta fase dura de 2 a 4 dias e é de grandecontagiosidade, pelo fato do doente expelir grande quantidade de vírusao tossir.Período eruptivo ou exantemático: 3 a 4 dias após os sintomasprodrômicos, surge o exantema máculo-papular, lesão característica dosarampo, que é uma erupção cutânea vermelha, que se inicia na face,geralmente na região retroauricular, chegando ao auge 2 a 3 diasdepois de seu início, se estendendo, então, pelo tronco e membros.A erupção dura de 4 a 7 dias, podendo ser seguida de descamaçãofurfurácea. A febre dura até o 3º dia do exantema e, caso permaneçadepois disso, devemos suspeitar de complicação da doença.Como o sarampo é uma das doenças que mais diminui a resistência,facilita a ocorrência de superinfecção, principalmente em criançasmenores de 2 anos e, em especial, nas desnutridas.

Complicações mais freqüentes• infecções respiratórias (pneumonia);• otites;• diarréia, com risco de desidratação;• complicações neurológicas.As complicações do sarampo podem deixar seqüelas, como diminuiçãoda capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.

ImunidadeA doença e a vacina conferem imunidade duradoura.

RubéolaÉ uma doença exantemática, benigna, de baixa morbidade e poucascomplicações. No entanto, quando adquirida na gestação, é umaimportante causa de morte fetal, aborto ou anomalias graves, comoretardo mental, más-formações cardíacas, cegueira e surdez.O agente infeccioso é do gênero Rubivírus, família Togaviridae, sendo ohomem o reservatório. Transmite-se de pessoa a pessoa, por meio docontato direto, através das secreções nasofaríngeas de pessoasinfectadas.O período de incubação é 14 em 21 dias, em média 17 dias.O período de transmissibilidade varia de 5 a 7 dias antes do início doexantema e, pelo menos, 5 a 7 dias depois.Os sintomas mais freqüentes são febre baixa, surgimento de gângliosretroauriculares e subocciptais, mialgia, com aparecimento de exantemapruriginoso na face e espalhando-se rapidamente pelo corpo.A imunidade pode ser adquirida por meio de infecção natural ou pelavacinação.

CaxumbaÉ uma doença sistêmica, transmissível, de etiologia viral, causada porum vírus RNA da família Paramyxviridae, transmitida pela viarespiratória e caracterizada pela inflamação das glândulas salivares,principalmente as parótidas, e por meningite, orquite ou ooforite.O reservatório é o homem e transmite-se de pessoa a pessoa, por meiode contato direto com secreção nasofaríngeas de pessoas infectadas.O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 18 dias.A transmissibilidade ocorre entre 6 e 7 dias antes da parotidite,principalmente 2 dias antes até 9 dias depois do início da doença.Inicia com febre, cefaléia e vômitos. Cerca de 1 a 2 dias após esteperíodo, apresenta aumento das parótidas ou glândulas salivares,

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geralmente bilaterais, com duração em torno de 5 dias.A imunidade é adquirida por meio da doença e da vacina.

Vacina Tríplice Viral ou Vacina TriviralÉ uma vacina de vírus vivo atenuado.

ProteçãoContra sarampo, rubéola e caxumba.

Dose0,5 ml. Observar instruções do fabricante.

Número de dosesUma (1) dose aos 12 anos de idade.

Conservação em nível localDe + 2°C a + 8°C, protegida da luz solar direta.

ApresentaçãoSob a forma liofilizada acompanhada de diluente.

Validade 8 horas após a diluição da vacina.

Via de administraçãoSubcutânea.

Local de aplicaçãoRegião do deltóide, na face externa da parte superior do braço.

Cuidados especiais na administraçãoO diluente deve estar na mesma temperatura da vacina. Aspirar odiluente, injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco,

fazer movimento rotativo com o frasco para uma perfeitahomogeneização da vacina. Aspirar o volume a ser administrado.

Eficácia esperadaDe 90% a 95%.

Duração da imunidadeProlongada.

IndicaçãoToda pessoa a partir de 12 meses de idade.

Contra-indicação• gravidez;• administração de imunoglobulina humana, sangue total ou plasma,

nos 3 meses anteriores;• pessoas com reação anafilática após a ingestão de ovo.

Efeitos adversos mais comunsHipertermia e/ou discreto exantema e/ou parotidite, entre o 5º e o 21ºdia.

TUBERCULOSE

Doença infecto-contagiosa produzida por um bacilo chamado bacilo deKoch ou Mycobacterium tuberculosis. Quando o bacilo é inalado, alesão inicial instala-se nos pulmões em 95% dos casos, constituindo ofoco primário. Daí, os bacilos atingem os vasos linfáticos e invadem osgânglios regionais, formando-se, assim, o complexo primário.A partir desses gânglios, os bacilos podem disseminar-se por via linfo-hematogênica, determinando complicações mais graves, que sãoas formas miliar e meníngea e que atingem, principalmente, os menores

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de um ano, levando freqüentemente ao óbito.O principal reservatório é o indivíduo doente (bacilífero). O indivíduoinfectado é o reservatório secundário e, em algumas regiões, o gadobovino doente.Após a infecção pelo bacilo, transcorrem, em média, 4 a 12 semanasaté a detecção das lesões primárias.Os casos novos da doença ocorrem em torno de 12 meses após ainfecção inicial.A transmissão é plena enquanto o doente estiver eliminando bacilos(bacilífero) e se transmite de pessoa a pessoa, através das gotículas deWells, que são eliminadas pela tosse.O quadro clínico não apresenta nenhum sinal ou sintoma característico.Observa-se, normalmente, comprometimento do estado geral, febrebaixa vespertina com sudorese, inapetência e emagrecimento. Quandoa doença atinge os pulmões, o indivíduo pode apresentar dor toráxica etosse produtiva, acompanhada ou não de escarros hemoptóicos.A tuberculose é uma doença grave, porém curável, desde queobedecidos os princípios do tratamento.A infecção, a doença e a vacina conferem imunidade relativa e deduração variável.

Vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin) intradérmica

ComposiçãoÉ preparada com bacilos vivos, a partir de cepas atenuadas deMycobacterium bovis.

ProteçãoContra tuberculose.

Dose0,1 ml.

Número de dosesÚnica.

Idade • mínima: a partir do nascimento;• máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias.

Conservação em nível localEntre + 2°C e + 8°C, protegida da luz solar direta; a luz artificial nãocausa dano.

ValidadeApós a diluição, a validade da vacina é de 6 horas.

Via de administração e local de aplicaçãoDeve ser aplicada rigorosamente intradérmica, na região deltóide, aonível da inserção inferior deste músculo, no braço direito. As injeçõesmuito profundas podem originar abcessos subcutâneos, seguidos defistulações.

Cuidados especiais na administração • a diluição deve ser feita de modo muito cuidadoso; o diluente deve ser

colocado pela parede do frasco e a agitação, para homogeneizar oproduto, deve ser bastante delicada;

• a dose deve ser lida com exatidão, na escala da seringa.

Eficácia esperadaA OMS refere 8 estudos controlados da vacinação BCG, com eficáciaaproximada de 80%.

Duração da imunidadeMuitos anos.

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Indicações • toda criança a partir do nascimento até 4 anos de idade;• comunicantes de casos de hanseníase - nestes casos, a vacinação se

fará com 2 doses de BCG, aplicadas com intervalo mínimo de 6meses, considerando a presença de cicatriz vacinal como a primeiradose, independente do tempo transcorrido;

• durante a gravidez, recomenda-se adiar a aplicação da BCG.

Contra-indicações• além das contra-indicações de caráter geral, deve-se adiar sua

aplicação nas crianças com peso inferior a 2000 gr;• imunodeficiência congênita ou adquirida;• presença de afecções dermatológicas extensas, em atividade.

Efeitos adversos mais comunsNão provoca reações gerais. Alguns dias após a vacinação surgem, nolocal da aplicação, uma úlcera e uma crosta. Esta lesão regrideespontâneamente, em média entre a sexta e a décima semana,deixando uma pequena cicatriz. Não é necessário nenhum cuidadoespecial, nem fazer curativo.

Apresentação• liofilizada:

- frasco-ampola de 50 doses + 1 ampola de 5 ml de diluente;- frasco-ampola de 20 doses + 1 ampola de 2 ml de diluente;- frasco-ampola de 10 doses + 1 ampola de 1 ml de diluente.

RAIVA

É uma antropozoonose, transmitida ao homem pela inoculação do vírusrábico, contido na saliva do animal infectado, principalmente pelamordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura demucosas.

Esta doença representa um importante problema de saúde pública emrazão de sempre evoluir para a morte.No ciclo urbano, a principal fonte de infecção são os animaisdomésticos - cães e gatos, e os animais selvagens - macacos,morcegos, raposas, sagüis, gato do mato, chacal, coiote, jaritaca,guaxinim, mangusto. No Brasil, o morcego é o principal responsávelpela manutenção da cadeia silvestre.O período de incubação varia de dias até um ano, com média de 45dias. Em crianças, existe uma tendência para um período de incubaçãomenor. No animal, este período varia de 10 dias a 2 meses. O períodode incubação está ligado a:• localização e gravidade da mordedura, arranhadura ou lambedura de

animais infectados;• proximidade de troncos nervosos;• quantidade de partículas virais inoculadas.A transmissão em cães e gatos se dá de 2 a 5 dias antes doaparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução dadoença, pela eliminação do vírus pela saliva. A morte do animal ocorre,em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.A raiva humana, clinicamente, se apresenta da seguinte forma: de 2 a 4dias, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento detemperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta,entorpecimento, irritabilidade e inquietude, sensação de angústia,podendo ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervosperiféricos próximos ao local da mordedura e alteração decomportamento. A infecção progride, surgindo manifestação deansiedade, hiperexcitabilidade crescente, febre, delírios, espasmosmusculares involuntários e/ou convulsões.Ocorrem espasmos dosmúsculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê, ou tentaingerir, líquidos. Apresenta sialorréia intensa. O quadro evolui, ocorrendoparalisia, até quadro comatoso e óbito. O período de evolução destequadro, até o óbito, varia de 5 a 7 dias.Não se conhece a existência de imunidade natural do homem. A

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imunidade pode ser adquirida pela vacinação preventiva de pessoassujeitas ao alto risco de infecção, como veterinários, encarregados decanis, guardas florestais e outros.

Vacina anti-rábica humana

ComposiçãoSuspensão, a 2%, de encéfalo de camundongos lactentes infectados,por via intracerebral, com vírus rábico fixo. Este produto é inativado comradiação ultra-violeta ou beta-propiolactona.

ProteçãoContra raiva humana.

Dose1 ml. Observar instruções do fabricante.

Número de dosesVaria de acordo com o tratamento indicado.

Intervalo entre as dosesDe acordo com o tratamento indicado.

Conservação em nível local+2°C e + 8°C, protegida da luz solar direta, não podendo ser congelada.

Validade após a abertura do frascoFrasco com dose única. Aplicar no momento da abertura do frasco.

Via de administraçãoIntramuscular profunda.

Local da aplicaçãoVasto lateral da coxa, Hoschtetter e deltóide. Dependendo dotratamento, a aplicação deve ser feita em locais alternados.

Duração da imunidadeNão confere imunidade duradoura.

IndicaçãoTratamento profilático da raiva humana.

Contra-indicaçãoNão há, exceto acidentes neurológicos, que raramente ocorrem, quandoo esquema profilático é prolongado ou repetido.

Efeitos adversos mais comunsDor e vermelhidão, no local da aplicação.

ApresentaçãoForma líquida, em ampolas de 1 dose ou em frascos multidoses.

Tratamento profilático anti-rábico humano

Tipos de exposição:• leve: arranhadura por unha, mordedura de pele lesada, mordedura

única e superficial em tronco ou membros;• grave: lambedura em mucosa, mordedura em cabeça, pescoço e

pontas de dedos, mordedura múltipla e/ou profunda em qualquer partedo corpo.

Tipos de animais:• cão e gato

- leve: observar o animal por 10 dias; se sadio, encerrar o caso; sedesaparecido ou morto - vacinação "A"; se raivoso (clínico ou

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laboratorial) - sorovacinação "B";- grave: observar o animal por 10 dias; se sadio, encerrar o caso; se

desaparecido, morto ou raivoso - sorovacinação "B".• bovino, eqüino, caprino, suíno, ovino etc

- leve: vacinação "A";- grave: sorovacinação "B".

• animal silvestre (sagüi, macaco e raposa)- leve: vacinação "A";- grave: sorovacinação "B".

• roedores (urbanos e de laboratório) e coelho - não indicar tratamento, em ambos os casos, leve ou grave.

• morcego:- sorovacinação, tanto em caso leve quanto grave.

Esquema de tratamento pós-exposição ao animal agressor comfuenzalida palácios

Vacinação "A":Aplicar 1ml da vacina por dia, via intramuscular, durante 7 dias e aplicar2 doses de reforço, uma no 10º e outra no 20º dia após a últimaaplicação da série.

Sorovacinação "B":Aplicar 1ml de vacina por dia, via intramuscular, durante 10 dias e 3doses de reforço, uma no 10º, outra no 20º e mais outra no 30º dia apósa última aplicação da série.• soro homólogo: 20 U.I./kg de peso;• soro heterólogo: 40 U.I./kg de peso.

Dose únicaAplicar 50% da dose ao redor e sob o ferimento, o restante aplicar porvia intramuscular.

Esquema de tratamento pós-exposição ao animal agressor com avacina Verorab (cultivo celular com vírus inativo)O esquema de vacinação deverá ser concluído em 28 dias:• caso leve: 5 (cinco) doses - 0 - 3 - 7 - 14 - 28;• caso grave: sorovacinação - 5 (cinco) doses - 0 - 3 - 7 - 14 - 28 mais

soro anti-rábico, que deverá ser aplicado no dia 0 ou o maisbrevemente possível.

Observações• quanto ao ferimento:

- lavar o ferimento com água e sabão e desinfetar com álcool iodadoou mercúrio;

- não é recomendado suturar a ferida;- avaliar sempre o risco de tétano e/ou infecção.

• quanto ao tratamento:- iniciar o tratamento o mais rápido possível;- caso haja interrupção no tratamento, não iniciar nova série;

completar as doses prescritas;- evitar uso de bebidas alcoólicas e esforços físicos durante e logo

após o tratamento;- a ingestão de carne ou leite de animal raivoso não requer tratamento

anti-rábico.

Contra-indicações • não tem contra-indicações durante a gravidez;• interromper o uso de corticóides e imunosupressores;• não indicar tratamento para contato indireto através de materiais

contaminados com secreções de animais.

Observações quanto ao animal agressor• a história vacinal do animal agressor não constitui elemento suficiente

para a dispensa da indicação de tratamento anti-rábico humano;• a observação, durante 10 dias, é recomendada apenas para cães e

gatos;

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Page 80: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

• todos os animais agressores que vierem a óbito, inclusive roedores,deverão ser encaminhados (cérebro e/ou cabeça inteira) para olaboratório de referência, para fazer o diagnóstico laboratorial;

Esquema de tratamento pós-reexposição ao animal agressor com avacina Verorab • com esquema anterior completo

- até 90 dias da última dose da vacina: não tratar;- após 90 dias da última dose da vacina: 2 doses - 0 – 3.

• com esquema anterior incompleto- até 90 dias da última dose da vacina: completar as doses;- após 90 dias da última dose da vacina: esquema pós-exposição.

• nos indivíduos que receberam série completa (7+2 ou 10+3, com ousem soro)- até 90 dias após a última dose da vacina: não tratar;- após 90 dias da última dose da vacina: 3 doses, em dias alternados.

• nos indivíduos que receberam, pelo menos, 3 doses em diasalternados, 5 doses em dias consecutivos ou tratamento pré-exposição completo, proceder da seguinte maneira:- até 20 dias após a última dose da vacina: completar para 7+2;- após 20 dias da última dose da vacina: 3 doses em dias alternados.

Observação:Nunca indicar soro anti-rábico em caso de reexposição ao animalagressor.

HEPATITE DO TIPO “B”

Doença infecciosa causada por um vírus da família Hepadnaviridae,constituído de ácido desoxirribonucleico que possui, como principalcaracterística, o tropismo pelo fígado. Devido à sua alta especificidade,o vírus da hepatite tipo “B” (VHB) infecta somente o homem.

Transmite-se através de solução de continuidade em pele e mucosas,relações sexuais e quando desrespeitadas as normas universais debiossegurança, como exposição a agulhas e outros instrumentoscontaminados como tatuagem, perfuração de orelha, procedimentosodontológicos, cirúrgicos, hemodiálise, transfusão sanguínea e seusderivados e uso de drogas endovenosas. Pode ocorrer também atransmissão perinatal, ou seja, da mãe portadora do vírus para orecém-nascido, e contatos domiciliares.O período de incubação varia de 45 a 180 dias e, em média, de 60 a 90dias.A hepatite do tipo “B” é transmitida pelo sangue de uma pessoainfectada, 2 a 3 semanas antes que comecem os primeiros sintomas, econtinua transmitindo pela fase aguda e no estado de portador crônico.Líquidos orgânicos como sêmen, secreção vaginal, saliva e outros,podem conter o vírus.A infecção pode apresentar-se de forma assintomática ou com sintomasque são comuns a outras doenças, como mal-estar, fraqueza, anorexia,náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia ou constipação, evoluindopara o quadro clínico de urina escura (colúria) e icterícia, quecaracteriza a hepatite, na fase aguda. Recomenda-se oacompanhamento clínico para avaliação e evolução da doença. Nãoexiste nenhuma restrição alimentar. Recomenda-se repouso relativo. Aúnica contra-indicação é a ingestão de bebidas alcoólicas.

Profilaxia• higiene pessoal -uso individual de escova de dente e de aparelho de

barbear;• limpeza e esterilização de materiais que entram em contato com

sangue humano e seus derivados;• respeito às normas universais de biossegurança;• uso de preservativo na relação sexual;• uso de imunoglobulina específica;• imunização específica contra hepatite tipo “B”.

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Page 81: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Vacina contra hepatite do tipo “B”

ComposiçãoEngenharia genética (recombinação do DNA).

ProteçãoContra hepatite tipo "B".

Dose • menores de 11 anos: 0,5 ml;• 11 anos e mais: 1 ml.

Número de doses3 doses.

Intervalo entre as doses • momento 0 - 1ª dose;• momento 1 - 2ª dose (30 dias após a 1ª dose);• momento 6 - 3ª dose (180 dias após a 1ª dose).

Idade para início da vacinação • mínima: ao nascer;• máxima: não há.

Conservação em nível localEntre +2°C e +8°C, ao abrigo da luz solar; não deve ser congelada.

Validade após abertura do frascoAté terminar o frasco.

Via de administraçãoIntramuscular (IM).

Local de aplicação• crianças menores de 28 dias: reto femural;• crianças maiores de 28 dias: vasto lateral;• adultos: deltóide.

Observação:Não deve ser aplicada na região glútea.

Cuidados na administraçãoAgitar levemente o frasco, antes da administração.

Eficácia esperada90%.

Duração da imunidadeAinda é pesquisada, mas parece ser duradoura.

IndicaçãoImunização ativa contra a infecção pelo vírus da hepatite tipo "B”.

Contra-indicaçãoReação anafilática seguindo administração de dose anterior.

Reações vacinais• local: dor;• geral: mal-estar, febre, fadiga e cefaléia.

ApresentaçãoFrasco-ampola de 10 ml ou conforme laboratório produtor.

Esquema vacinal para grupo especialGrupos especiais, como usuários de máquina de hemodiálise,hemofílicos e imunodeprimidos, têm esquema diferente do utilizado

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Page 82: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

comumente. Para estes, a dosagem utilizada é dupla, seguindo oesquema abaixo:• momento 0 - 1ª dose.• momento 1 - 2ª dose, 30 dias após a 1ª dose;• momento 2 - 3ª dose, 60 dias após a 1ª dose;• momento 6 - 4ª dose, 180 dias após a 1ª dose.

Indicação para vacina da Hepatite B• hemofílicos;• usuários de hemodiálise;• profissionais de saúde, como enfermeiros, odontólogos, bioquímicos,

médicos;• auxiliares e técnicos de enfermagem, auxiliares de higiene, auxiliares

de odontologia (THD), auxiliares de necropsia e técnicos delaboratório de análises clínicas;

• politransfundidos;• recém-nascido de mãe portadora de hepatite tipo B;• parceiros sexuais de portadores de hepatite tipo B;• profissionais do sexo;• homossexuais;• pessoas de serviços de lavanderias hospitalares;• padioleiros;• bombeiros;• policiais rodoviários;• policiais civis;• estudantes de medicina, odontologia, enfermagem e de farmácia e

bioquímica;• pessoal das forças armadas;• doador sistemático de sangue;• portadores de hepatite C;• vítimas de abuso sexual;• exposição ao sangue de pacientes portadores de hepatite B;• pessoas HIV positivas ou imunocomprometidas;

• populações indígenas;• transplantados;• usuários de drogas endovenosas;• internos, alunos e funcionários de unidades de atendimento psiquiátrico;• talassêmicos;• vacinação de rotina para menores de 20 anos.

VARICELA

A varicela é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírusVaricela-zoster. Caracteriza-se, inicialmente, por uma erupção vesicularexantemática e pruriginosa, acompanhada por febre e, em algunscasos, por outros sintomas sistemáticos.A varicela segue um curso benigno na maioria das crianças, contudo,pode ocorrer complicações, especialmente em imunodeprimidos,neonatos e adultos. A complicação mais comum é a infecção bacterianasecundária de partes moles.O período de incubação é de 14 a 21 dias e o período de transmissão éde 1 a 2 dias antes do aparecimento do exantema até 5 a 6 dias apósas lesões regredirem ou evoluírem para crostas.

Vacina contra a varicela

ComposiçãoConsiste em uma preparação liofilizada do vírus Varicela-zoster, cepaoka, com vírus vivo atenuado, obtido a partir da propagação do vírusem cultura de células diplóides humanas.

ProteçãoImunização ativa contra varicela, nos indivíduos vacinados.

Dose0,5 ml ou conforme fabricante.

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Page 83: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

Número de dosesÚnica.

IdadeA partir dos 12 meses de idade.

ConservaçãoEntre 2°C e 8°C, protegida da luz solar direto.

ValidadeAplicar imediatamente, após diluição.

Via de administraçãoSubcutânea.

Local de aplicaçãoRegião do deltóide.

Contra-indicações• alergia a qualquer componente da vacina;• indivíduos em tratamento com imunossupressores;• uso de corticóides, em doses imunossupressoras;• crianças imunodeprimidas devem ser avaliadas por especialistas.

Eventos adversos• eritema ao redor da aplicação;• febre;• erupção cutânea, de 7 a 12 dias após a administração da vacina.

ApresentaçãoÉ apresentada sob a forma liofilizada, em frasco de dose única,acompanhada do diluente.

ObservaçãoAplicar as vacinas no mesmo dia ou respeitar intervalo de 15 dias antese depois da imunização com vacina de microorganismo vivo atenuado(triplíce viral ou sarampo e febre amarela ).

Para não esquecer• Todos os meses, deve ser feito levantamento das cadernetas de

vacinação ou fichas das crianças, para se obter informações sobre onúmero de crianças com vacina em atraso.

• Após o levantamento, proceder as visitas domiciliares para buscar osfaltosos.

• O boletim mensal de vacinação, o mapa mensal de consumo e omapa de temperatura da geladeira devem ser fechados no dia 20 decada mês e entregue nos dois dias úteis após.

• Todas as vezes que faltar luz ou que, por qualquer outro motivohouver alteração na temperatura da geladeira, suspender a vacinaçãoe telefonar imediatamente para o nível central, que avaliará asituação. Não esquecer de anotar a temperatura da geladeira, nahora em que foi detectado o problema.

• Devemos levar sempre em consideração o estado vacinal doindivíduo, ou seja, o número de doses administradas anteriormente.

CONSERVAÇÃO DAS VACINAS

O refrigerador ou geladeira é um elemento indispensável ao trabalho doCentro de Saúde, porque pode preservar ou prejudicar toda a eficáciado programa de vacinação.

Posição correta• do refrigerador

- em lugar não exposto aos raios solares e longe de qualquer fonte decalor, como estufas e autoclaves;

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Page 84: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

- em lugar bem nivelado, perfeitamente horizontal;- a uns 20 cm da parede situada por trás; caso seja instalado em vão

de parede, manter um espaço de 12 cm na parede superior, paraque haja boa circulação de ar;

• do termômetro- o sensor deve estar em um recipiente com água, na segunda

prateleira da geladeira.

- evitar colocar vacinas em sacos plásticos; caso haja necessidade, ossacos pláticos devem ser perfurados, para permitir uma perfeitacirculação de ar frio, não devendo ser utilizados por muito tempo.

• do diluente- os diluentes das vacinas liofilizadas podem ser conservados na

temperatura ambiente, quando existe muito estoque de vacina noCentro de Saúde, porém devem estar na temperatura da vacina,quando forem utilizados; para tanto, devem ser colocados nageladeira por um período mínimo de 6 horas antes do uso.

Pontos importantes a serem observados• Não coloque alimentos, água potável ou outras bebidas, junto às

vacinas.• A temperatura deve ser mantida entre +2°C e +8°C, caso contrário, as

vacinas correm o risco de ficar inutilizadas.• A porta do refrigerador deve permanecer fechada durante todo o

tempo possível, especialmente quando faltar energia elétrica.• A tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica deve ser

exclusiva para a geladeira; evite sobrecarregá-la com o uso do “T” ou“benjamim” que, pelo seu peso, pode acarretar uma desconexãoacidental, desligando o refrigerador.

• Na falta de luz, procure se informar sobre o tempo que faltará energiaelétrica e, dependendo deste, retire as vacinas e coloque-as em isoporcom gelo, para a conservação da temperatura ou envie-as ao NívelCentral da Secretaria Municipal da Saúde, até a normalização daenergia.

O congeladorQuando o gelo depositado nas paredes do congelador atingir aespessura de 1cm, a geladeira deverá ser descongelada. O excesso degelo no congelador prejudica a temperatura interna, exigindo maiorconsumo de energia elétrica. Se a geladeira do Centro de Saúde forma,constantemente, camadas de gelo no congelador, alguma coisa estáerrada. As causas mais comuns são:

103

• da vacina no refrigerador- os frascos e as ampolas de vacinas devem ser colocados em

bandejas perfuradas ou porta-talheres vazados, sobre as prateleirascentrais da geladeira;

- as bandejas permitem a separação de vacinas de tipos diferentes eo escoamento da água, mantendo os frascos secos e com os rótulosíntegros;

- não colocar vacinas nas prateleiras inferiores, nem nos espaços daporta;

- essas bandejas não devem ser tampadas, para que haja melhorcirculação do ar frio; por este motivo, também as prateleiras dageladeira não devem ser cobertas com vidro, toalha ou outromaterial;

- para que as caixas de vacinas tenham a mesma temperatura, éimportante armazená-las de modo que o ar frio possa circularlivremente, ou seja, deixar espaço de aproximadamente dois dedosentre elas;

Page 85: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

• defeito no termostato (disco de controle da temperatura);• ausência ou defeito da porta do congelador;• defeito na vedação (borracha, trinco, fecho magnético) da porta do

refrigerador;• queda ou excesso de voltagem da rede elétrica; nestes casos, usar

estabilizador de voltagem;• a geladeira pode estar sendo aberta várias vezes durante o dia.

Limpeza do refrigerador• de preferência às segundas e terças-feiras, ou quando o estoque for

pequeno;• transfira as vacinas para outro refrigerador ou isopor com gelo,

assegurando-se que, no intervalo do degelo, a temperaturarecomendada para as vacinas seja mantida (+2°C a +8°C);

• desligue a tomada da parede e abra as portas do refrigerador econgelador; mantenha assim, até que o gelo aderido se desprenda porsi só; se houver ventilador no Centro de Saúde, deixá-lo ligado voltadopara o congelador, apressando o degelo;

• não use faca ou outro objeto pontiagudo para remover mais depressao gelo, pois isto poderia danificar os tubos de refrigeração;

• aproveite o degelo para limpeza geral do refrigerador; depois deescorrer a água do degelo, limpe o congelador e os demaisrecipientes - bandeja e prateleiras - com um pano umedecido em umasolução de água e sabão neutro;

• nunca jogue água no interior do refrigerador;• para enxugar, use um pano limpo e para a limpeza externa da

geladeira, proceda da mesma maneira;• ao ligar novamente a geladeira, mantenha as portas fechadas durante

3 horas;• verificar, no termômetro, a temperatura interna e depois, zere o

termômetro; quando estiver entre +2°C e +8°C, recoloque as vacinas,dispondo-as corretamente na geladeira.

Conservação do frioDeve-se retirar a gaveta plástica para legumes, que se encontra naparte inferior da geladeira. Em seu lugar, distribuir garrafas de plásticoflexível de 1 litro com água, que ajudam a esfriar rapidamente o arquando se demora a fechar a porta ou quando há falta de energiaelétrica por poucas horas.

Transporte das vacinas• transportar as vacinas em caixas térmicas com tamanho adequado à

quantidade de vacinas a serem transportadas;• estabelecer uma proporção entre a quantidade de imunobiológicos e o

gelo reciclável;• organizar a caixa térmica da seguinte maneira:

- fazer climatização dos gelos recicláveis que serão utilizados;- colocar o gelo reciclável no fundo da caixa térmica;- colocar o gelo reciclável nas paredes da caixa térmica;- colocar os imunobiológicos no centro da caixa térmica;- colocar o gelo reciclável para cobrir os imunobiológicos;

• controlar a temperatura interna da caixa térmica com termômetro comcabo extensor;

• vedar a tampa da caixa térmica com fita adesiva gomada, nãodeixando frestas ou folgas;

• identificar a caixa térmica externamente, indicando o destinatário;• manter a caixa térmica à sombra e longe do motor do veículo, durante

o percurso;• verificar, no momento do recebimento, a temperatura do interior da

caixa térmica e conferir, junto à nota de entrega, as quantidades, lotese validades dos imunobiológicos recebidos.

Verificação da temperatura• verificar, no mínimo, duas vezes por dia, a temperatura da zona central

do refrigerador, anotando-a na ficha de controle da temperatura;• a temperatura diária deve ser mantida entre +2°C e +8°C.

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Page 86: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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Alteração da temperatura da geladeiraAvaliar as causas da alteração e procurar corrigí-las, antes de modificara graduação do termostato; podem causar alteração:

- abertura freqüente da geladeira;- falta de garrafas com água na parte inferior da geladeira;- temperatura ambiente;- excesso de gelo no congelador.

Em um refrigerador elétrico, procurar o disco de controle da temperaturaou termostato que, geralmente, possui números e, às vezes, as palavras“mais frio” e “menos frio” e gire lentamente o disco. Geralmente, umnúmero mais alto corresponde a uma temperatura mais fria. Espereuma hora ou mais para verificar a nova temperatura.Em caso de defeito do refrigerador:• verifique se há fusíveis queimados, no Centro de Saúde;• verifique se a tomada está perfeitamente ligada ou se o fio não está

partido;• se o defeito não for solucionado, coloque as vacinas em um isopor

com gelo e comunique-se imediatamente com o nível central, com asseguintes informações disponíveis:- tempo em que a geladeira ficou desligada,- temperatura máxima, mínima e atual,- estoque de vacina existente na geladeira,- providências tomadas para proteger as vacinas,- data de vencimento de cada lote de vacina,- temperatura no momento da interrupção do funcionamento;

• caso haja dúvida sobre a perda de potência das vacinas por falta derefrigeração, estas não deverão ser aplicadas.

Disposição do material no interior da geladeira

Observação:Não colocar garrafas na porta da geladeira, pois o peso pode impedir avedação correta do refrigerador.

Para não esquecer• se for administrada uma vacina mal conservada:- a vacina não protegerá essa pessoa contra a doença, deixando-a

susceptível;- o serviço de saúde gasta dinheiro em vão;- a equipe do Centro de Saúde desperdiça tempo e trabalho;- essa pessoa perderá a confiança nos serviços de saúde.• portanto, é importante manipular as vacinas e os diluentes com muito

cuidado, garantindo que se conservem na temperatura recomendada,ou seja, entre +2°C e +8°C.

• nunca utilizar garrafas de vidro, pela possibilidade de se quebrarem;• não se deve tomar a água que está nas garrafas da geladeira de vacina;• não conserve diluentes nem vacinas no congelador.• descongele a geladeira, de preferência de segunda a terça-feira, pelo

período da manhã, pois qualquer problema que surgir poderá sercorrigido no período da tarde e haverá tempo para que a VigilânciaEpidemiológica tome alguma medida, se houver necessidade;

• qualquer alteração na temperatura da geladeira deve ser comunicadaà Vigilância Epidemiológica;

• abrir ficha de reação vacinal, caso as reações que ocorrerem sejamdiferentes da esperada em relação à vacina utilizada.

6 GELO RECICLÁVEL(GELOX)

8 GARRAFASREFRIGERADORAS

VACINAS

TERMÔMETRO DEMÁXIMA E MÍNIMA

RECIPIENTE COMÁGUA

CABO COM SENSORDO TERMÔMETRO

Page 87: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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Observações

(*1) Contra-indicada para portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida (Aids).Se o BCG não tiver “sinal de pega”, revacinar 6 meses após a 1ª dose.

(*2) A gravidez não é contra-indicação para a vacinação contra Hepatite B, uma vez que oantígeno vacinal não tem poder infectante. Entretanto, a vacinação só é indicadaquando houver risco de infecção. Em hemodialisados, a dosagem é dupla: até 10anos, 1 ml; acima de 10 anos, 2 ml. Em crianças prematuras - com peso abaixo de 2kg ou idade gestacional abaixo de 28 semanas -, realizar 4 doses de Hepatite B: 1dose ao nascer, 1 dose com 1 mês, 1 dose com 2 meses e a 4ª dose, 6 meses apartir da 1ª dose.

(*3) Nas campanhas de vacinação, aplicar a vacina de 0 até 4 anos, 11meses e 29 dias,independentemente das doses recebidas anteriormente. A Vacina Sabin é contra-indicada para crianças com imunodeficiência congênita ou adquirida (Aids) e paraaquelas que têm contato domiciliar com portadores de Aids. Nestes casos usar avacina Salk.

(*4) Em casos de bloqueios de suspeita de rubéola ou sarampo, usar a vacina Triviral apartir dos 6 meses de idade, de forma seletiva. As crianças menores de 1 ano,vacinadas nos bloqueios, devem ser revacinadas aos 12 meses, observando-se ointervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

(*5) Esta vacina está disponível em Florianópolis para crianças na faixa etária de 12meses a 1ano 11meses e 29 dias.

(*6) No estado de SC, só é indicada para pessoas que irão viajar para áreas endêmicasou para países que exijam o Certificado Internacional de Vacinação Contra a FebreAmarela.

(*7) Para prevenção do tétano neonatal, a gestante deverá ser vacinada de acordo comhistória vacinal anterior (TT, dT ou DPT) e o início da vacinação deverá ser o maisprecoce possível, evitando-se o primeiro trimestre. Em gestantes e em ferimento comrisco de tétano, o reforço diminui para 5 anos.

(*8) Referente ao 2º reforço: somente para crianças que fizeram o 1º reforço da DPT commenos de 3 anos de idade.

ESQUEMA BÁSICO DE IMUNIZAÇÃO

VACINA Proteção contra Idade para início da vacinação Número de dose Intervalo entre as doses (vacinação básica)

Mínima Máxima Vacinação básica Reforço Mínimo Recomendado

BCG (*1)

Contra Hepatite “B”

(*2)

Antipólio Oral (*3)

Tetra

Triviral (*4)

Contra Varicela (*5)

Contra Febre Amarela

(*6)

Dupla Adulto (DT)

Toxóide (TT) (*7)

Tríplice (DTP) (*8)

Formas graves de Tuberculose

Hepatite tipo “B”

Poliomielite

Difteria, Coqueluche e Tétano

Doenças invasivas do

Haemophilus Influenzae Tipo B

Sarampo, Rubéola, Caxumba

Varicela

Febre Amarela

Difteria, Tétano

Difteria, Coqueluche, Tétano

ao nascer

ao nascer

2 meses

2 meses

12 meses

12 meses

6 meses

7 anos

----

----

menores de 20 anos

4 anos

4 anos

----

----

----

----

----

1 dose

3 doses

3 doses

3 doses

1 dose

1 dose

1 dose

3 anos

----

15 meses

----

6 meses após 3a dose

----

----

----

de 10 em 10 anos

de 10 em 10 anos

1o REF

6 meses após 3a dose

2o REF

5 anos

45 dias

entre a 1a e 2a dose - 30 dias

entre a 1a e 3a dose - 180 dias

60 dias

60 dias

----

----

----

entre a 1a e 2a dose - 60 dias

entre a 2a e 3a dose - 180 dias

----

60 dias

----

45 dias

30 dias

----

----

----

30 dias

----

Via de Administração

0,1 ml ID.

0,5 ml IM até 10 anos

1 ml acima de 10 anos

02 gotas oral

0,5 ml IM

0,5 ml SC

0,5 ml SC

0,5 ml SC

0,5 ml IM

0,5 ml IM

Page 88: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

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VACINAS QUE EM DETERMINADO TEMPO ENTRAM NO ESQUEMAVACINA Proteção contra Idade para início da vacinação Número de dose Intervalo entre as doses (vacinação básica)

Mínima Máxima Vacinação básica Reforço Mínimo Recomendado

HiB

Monovalente Rubéola

Contra Vírus

Inlfuenzae (Gripe)

Anti-Rábica

Contra Pneumococo

Tríplice Acelular

Haemophilus influenzae Tipo B

Rubéola

Gripe causada pelo vírus

influenzae

Raiva

Infecção pelo Pneumococo

Difteria, Tétano, Coqueluche

2 meses

12 anos

60 anos

----

----

2 meses

4 anos

49 anos

----

----

----

6 anos

3 doses

1 dose

1 dose

Conforme

exposição e

animal

1 dose

3 doses

----

----

anual

----

a cada 5 anos

6 meses após 3a dose

5 anos

60 dias

----

----

----

60 dias

30 dias

----

----

----

30 dias

Via de Administração

0,5 ml IM.

SC

0,5 ml IM

1 ml IM

0,5 ml IM

0,5 ml IM

DEPENDE DO ESQUEMA ADOTADO

LOCAL DE APLICAÇÃO

Grupo etário Vasto Lateral Ventro-glútea (hoschtetter) Dorso-glútea Deltóide

0 - 28 dias

29 dias - 1 ano

1 - 2 anos

2 - 10 anos

Adolescentes e adultos

Adultos com mais de 60 anos

Ântero-Femural

2o lugar

2o lugar

2o lugar

2o lugar

2o lugar

1o lugar

1o lugar

1o lugar

1o lugar

1o lugar

1o lugar

Contra-indicado

Contra-indicado

3o lugar

3o lugar

3o lugar

3o lugar

Contra-indicado

Contra-indicado

Contra-indicado

Contra-indicado

4o lugar

4o lugar

Page 89: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

109

11Exame preventivo do câncer do colo do útero e exame de mamas

Page 90: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

ROTINAS DESTE SERVIÇO NA REDE BÁSICA

Recepção, Triagem e Agendamento• atender a toda usuária que comparecer ao serviço, independente de

ter requisição médica;• atender usuárias de outras localidades, orientando-as e

encaminhando-as às suas áreas de abrangência;• agendar, em livro próprio, os casos de impossibilidade de atendimento

no mesmo dia, orientando, verbalmente e por escrito, quanto aos pré-requisitos para a realização do exame;

• dar prioridade aos casos com resultados anteriores a partir dedisplasia leve (Classe III) ou com indicação de repetição do exame,dada pelo médico ou laboratório;

• questionar a usuária, no dia da coleta do exame, quanto a estar deacordo com os critérios para realização do exame.

Preparação da usuária Para realizar o exame, a usuária precisa observar os seguintescuidados:• estar há 2 dias (48 horas) sem manter relação sexual;• aguardar 7 dias após a menstruação;• aguardar 7 dias após o término do uso de cremes vaginais;• aguardar 2 dias após ter feito exame ginecológico;• no dia do exame, poderá tomar banho e fazer sua higiene íntima,

normalmente; deverá apenas evitar sabonetes muito perfumados enão fazer ducha interna.

Realização do exame • checar o prontuário da usuária e revisar o seu histórico;• confirmar com a usuária se ela está de acordo com os critérios

estabelecidos para a coleta do material para o exame;• preencher ou revisar a “Ficha de Preventivo de Câncer”, atualizando-a;• orientar a usuária, conforme o exame a ser realizado, para urinar, tirar

a roupa e vestir-se com a camisola ou o avental do serviço;• preparar lâminas:

- retirá-las da solução de limpeza (álcool 70°), - secá-las com gaze, - identificar, na parte fosca com lápis preto: sobrenome da cliente,

número do município, número do Centro de Saúde e número doprontuário;

• preparar outros materiais a serem utilizados:- espéculo, -pinça com torunda, se necessário, - espátula de Ayre,- escova endocervical (se coleta tríplice), - luvas ginecológicas descartáveis;

• executar o exame das mamas, realizando:- inspeção das mamas,- palpação de gânglios,- palpação das mamas, em decúbito dorsal,- expressão dos mamilos:

. coleta de secreção mamilar,

. colher material mamilar, sempre que houver secreção nãorelacionada ao aleitamento,

- para coleta da secreção mamilar, utilizar uma lâmina para cadamama, identificando-a como para a amostra da colpocitologia eacrescentando: Mama D. (direita) e Mama E. (esquerda),

- fazer a expressão do mamilo, acumulando uma “gota”,- esfregar a lâmina nesta secreção, de modo a dar uma boa amostra,- fixar, logo a seguir, com o fixador citológico;

• executar o exame do colo do útero:- colocar a usuária em posição ginecológica,- realizar inspeção da genitália:

. observar vulva e períneo,

. observar presença de corrimentos vaginais,- realizar exame especular:

111

Page 91: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

. introduzir o espéculo de tamanho adequado,

. inspecionar parede vaginal, fundo de saco e colo uterino,- proceder a coleta de material dupla ou tripla, para a citologia, na

seguinte seqüência:1. fundo de saco vaginal posterior,2. ectocérvice,3. endocérvice,

- proceder o esfregaço laminar, de acordo com a ordem de coleta domaterial, dispondo-o de forma vertical ou horizontal, uma amostraapós a outra: porção proximal, mediana e distal da lâmina;

- proceder a fixação dos esfregaços no menor tempo possível(máximo de 20 segundos), garantindo que toda a amostra sejaatingida pelo fixador;

- deixar a lâmina secar em cuba ou bandeja apropriada, dispondo-ade forma inclinada;

- retirar o espéculo vaginal devagar, tracionando-o e lateralizando-o(desviar do meato uretral);

- colocar o espéculo e a pinça, quando for o caso, em balde com águae sabão;

- informar a usuária do término do exame;- auxiliá-la a sair da mesa e orientá-la para vestir-se;- organizar a mesa e o material para o próximo exame;- registrar, na ficha de coleta do preventivo do câncer, o número de

lâminas colhidas e outras anotações que achar necessário;- fazer o registro do atendimento no prontuário da usuária, na

sequência de SOAP;- proceder as anotações gerais e específicas, encaminhamentos e

retorno da cliente, de acordo com a data provável do resultado doexame laboratorial;

- fazer anotações no livro de registro e controle.

ObservaçãoOrientar e estimular a usuária para fazer auto-exame sete (7) dias após

cada período menstrual, alertando-a para a importância da detecçãoprecoce de patologias nas mamas.

Envio do material ao laboratório• conferir as lâminas, de acordo com as Fichas de Preventivo de

Câncer, acondicionando-as em penal(is) próprio(s);• enviar ao laboratório, através do veículo de coleta de material da

SMS/PMF, em dia determinado como rotina.

Resultados• interpretar e avaliar o resultado dos exames, encaminhando ao médico

sempre que for necessário;• anotar o resultado no Livro de Registros do Preventivo;• arquivar a ficha no prontuário da usuária;• fornecer o resultado do exame à usuária, entregando-lhe a cópia

fornecida pelo laboratório;• proceder a busca ativa das clientes com resultados de displasia leve,

moderada, acentuada, carcinoma in situ ou carcinoma invasor.

Realização do exame de mamasO exame de mamas realizado pelo profissional de saúde, bem como oauto-exame, é um processo simples e detecta o câncer em seu estágioinicial, quando a possibilidade de cura e de preservação das mamas égrande, o que poderá salvar a vida da mulher. O profissional de saúdeao proceder este exame na usuária fará, concomitantemente,orientações para que a mesma realize o seu auto-exame mensalmente,uma (1) semana após a menstruação ou, se a usuária não menstruarmais, estabelecer um dia fixo, por exemplo, toda última sexta-feira domês.

Preparação para o exame das mamas• pelo examinador: providenciar boa iluminação;• pela cliente: esta deverá despir-se até a cintura, de frente para o

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examinador e um espelho grande;• em posição sentada, com os MMSS dispostos naturalmente ao longo

do corpo, inicia-se o exame, que abrangerá 3 etapas: inspeção,palpação e expressão.

Inspeção • inspeção estática - compare o contorno das mamas, observe tamanho,

formato das mamas e dos mamilos, eritemas, edemas, pele em cascade laranja, achatamento ou contorno normal, pigmentação da aréola,presença de circulação venosa;

• inspeção dinâmica - solicitar à cliente que execute manobras como:- movimentos lentos, a fim de elevar os braços esticados e paralelos,

até que as pontas dos dedos estejam apontadas para o teto; emseguida, abaixá-los lentamente;

- braços fletidos na altura do queixo, exercendo pressão do punhocontra a mão oposta;

- pressão exercida pelos braços sobre os quadris, contraindo amusculatura do grande peitoral;

ObservaçãoEstas manobras são realizadas com a finalidade de evidenciar algumaanormalidade no parênquima mamário ou exacerbar aquelas que,porventura, já foram verificadas na inspeção estática, como retração eabrandamento.

Palpação dos gânglios supraclaviculares e axilares• palpar a área supraclavicular, com a face palmar dos dedos da mão

dominante e, em seguida, proceder palpação dos gânglios axilares;para facilitar a palpação, torna-se necessário que a cliente repouseseu braço sobre a mão do examinador, favorecendo, assim, orelaxamento da musculatura peitoral e, com a outra mão (dominante),usar a face palmar dos dedos para palpar delicadamente os gânglioslocalizados na parede toráxica, através do oco axilar (axila); caso

sejam palpáveis, anotar tamanho, número, consistência, mobilidade,se estão fixados aos planos profundos ou à pele e a percepçãosensorial da usuária; a palpação deverá ser conduzida com suavidade,sem movimentos bruscos, para não causar dor, possibilitando que seestabeleça um clima de segurança e confiança, facilitando arealização do exame;

• deitar a usuária, com os MMSS elevados e fletidos com as mãos soba nuca;

• palpação em quadrantes:- palpar delicadamente e de maneira ordenada, conforme a divisão em

quadrantes;

113

- iniciar no QSE e continue no sentido dos ponteiros do relógio,examine toda a superfície com as polpas digitais da mão dominanteespalmada, com a finalidade de caracterizar as anormalidadesporventura encontradas.

ObservaçãoEm caso de anormalidades, o examinador deverá descrever noprontuário da usuária e encaminhá-la para consulta médica. Quando seobservar presença de massa palpável, dever-se-á procurar caracterizá-la, determinando o quadrante, a consistência, o tamanho e se há

1. QSI - quadrante superior interno2. QSE - quadrante superior externo3. QII - quadrante inferior interno4. QIE - quadrante inferior externo

2 1

4 3

1 2

3 4

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sensação dolorosa a palpação. Se a alteração encontrada for uma lesãolocalizada numa superfície visível, deve também ser avaliada quanto àsua cor.

Expressão dos mamilosCom o propósito de avaliar a existência de secreção, executarmoderada pressão sobre a auréola e mamilo, deslizando o dedoindicador sobre projeção dos ductos, até chegar na auréola,comprimindo-a. Após esta manobra, será observada a saída ou não desecreção mamilar. Toda secreção que surgir, quando não relacionadacom a lactação ou gravidez, deverá ser anotada no prontuário dausuária, classificando-a da seguinte maneira:• serosa: quando o líquido for claro e fluido;• sero-sanguinolenta: líquido tipo água de carne crua;• purulenta: líquido espesso, amarelo;• esverdeada: fluido viscoso de coloração esverdeada.Em situação normal, de gravidez ou lactação, encontramos as seguintessecreções: colostro - líquido claro e turvo; ou secreção láctea - leite. Noscasos em que for encontrada secreção sero-sanguinolenta, purulenta ouesverdeada, proceder coleta de amostra para citologia de mama, deacordo com a descrição já feita na realização do “Exame Preventivo doCâncer”.

ImportantePara as usuárias que estiverem amamentado, muita atenção paraqualquer queixa referente à mama, considerando sempre apossibilidade de sinais de infecção: queixa de dor intensa, presença deáreas dolorosas e endurecidas, hipertermia acompanhada ou não decalafrios, hipertrofia de gânglios linfáticos na região axilar, secreçãopurulenta. Ao detectar qualquer um destes sinais, encaminhar a usuáriapara atendimento médico.

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12Teste do pezinho

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COLETA DE AMOSTRAS DO TESTE DO PEZINHO

Material necessário• os postos de coleta (unidades de saúde, maternidades, APAEs) do

município recebem o material utilizado para a coleta de amostras:- 1 envelope, - 1 cartão de coleta, - 1 lanceta descartável para cada criança;

• os postos de coleta devem providenciar o registro dos dados de todasas crianças, cujas coletas de amostras serão enviadas ao LACEN,contendo:- nome da criança, - nome da mãe, - nome do pai, - data de nascimento, - peso ao nascer, - data da coleta, - endereço completo, - telefone para contato, - nº do registro local, - resultado, - data da chegada do resultado.

Sugestão para registro dos dados:

Nome da criança:

Registro local: Peso ao nascer:

Data de nascimento Fez transfusão?

Data da transfusão: Data da coleta:

Nome da mãe:

Nome do pai:

Endereço completo dos pais: Fone:

Resultados: Data:

Observações:• recém-nascido com icterícia ou hepatite - anotar esta ocorrência no

envelope e no cartão a serem enviados;• os cartões de coleta, antes de seu uso, devem ficar acondicionados

em locais livres de poeira, umidade e ao abrigo do sol; cuidar paraque a parte do cartão destinada ao sangue fique protegida; nãocolocar os cartões ainda não usados na geladeira.

Período adequado para a coleta de amostrasUma amostra de sangue adequada para o Teste do Pezinho é aquelacoletada entre o 3º dia e o 5º dia de vida do recém-nascido.Por que a coleta só deve ser feita com três (03) dias de vida do recém-nato? A coleta de sangue para o Teste do Pezinho não deve ocorrerantes dos três dias de vida da criança, porque:• existe a ocorrência de elevação fisiológica dos níveis de TSH,

quantificado para o diagnóstico precoce do hipotireoidismo congênito,e do 17-OH Progesterona, quantificado para o diagnóstico precoce dahiperplasia adrenal congênita, imediatamente após o nascimento;

• para o diagnóstico da fenilcetonúria - níveis sangüíneos aumentadosde FAL-, é necessário que o metabolismo protéico da criança já seencontre em plena atividade; isto acontece após alimentaçãoadequada a base de leite de qualquer natureza ou quaisquerproteínas.

Se este prazo não for obedecido, poderemos ter resultados falsospositivos e falsos negativos.Por que a coleta deve ser feita até o 5º dia de vida? A coleta de sanguepara o Teste do Pezinho deve ocorrer até o 5º dia de vida da criançaporque:• nos portadores de hipotireoidismo congênito, o tratamento deve ser

iniciado até o 14º dia de vida, para evitar retardo mental;• nos portadores de hiperplasia adrenal congênita, 1/3 dos casos não

tratados precocemente, a partir de 14 dias de vida evoluem parainsuficiência supra-renal (crise de perda de sal) e risco de óbito nas

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primeiras semanas de vida. O diagnóstico precoce é, também,importante para evitar a virilização progressiva (meninas com genitáliaambígüa) e identificação errônea do sexo;

• nos recém-nascidos portadores de fibrose cística, o nível da tripsinaimunoreativa (IRT) se eleva imediatamente após o nascimento,diminuindo com o passar dos dias. Como a IRT é quantificada para odiagnóstico precoce da fibrose cística, se o 1º teste tiver resultadopositivo, uma segunda coleta deve ser feita até a 4ª semana de vida,para confirmação do diagnóstico laboratorial e encaminhamento aomédico para o Teste do Suor. Uma coleta retardada poderá nos darum resultado falso negativo.

Preenchimento dos cartões e dos envelopes• preencher os dados solicitados no cartão e no envelope com letra de

forma e legível;• deixar um espaço em branco após cada palavra;• na falta de espaço, abreviar o sobrenome do meio;• preencher completamente os círculos do cartão de coleta com sangue

e garantir que o sangue ocupou todo o círculo, tanto na frente quantono verso do cartão; não fazer camadas superpostas de sangue.

Acondicionamento dos cartões com amostras de sangueApós a coleta, secar os cartões somente em temperatura ambiente, naposição horizontal por, no mínimo, 2 horas, evitando-se o contato dasamostras com qualquer superfície. Não utilizar formas artificiais desecagem, tais como estufas, ventiladores, aparelhos de ar condicionado,nem expor ao vento ou a raios solares. Estando completamente seco, ocartão com o sangue coletado deve ser colocado dentro do envelope doTeste do Pezinho, devidamente preenchido. Embalar os envelopes empapel de alumínio, colocá-los em saco plástico bem vedado e mantê-lossob refrigeração até o momento da remessa ao LACEN. Todos osenvelopes podem ser embalados em uma mesma embalagem de papelalumínio e colocados num mesmo saco plástico.

Observação Nunca enviar cartões molhados, pois eles tendem a criar fungos,prejudicando o resultado dos exames.

Remessa das amostras para o LACENA remessa das coletas ao LACEN pode ser feita dentro de um envelopegrande comum e não há necessidade do papel alumínio e do sacoplástico. Estes materiais podem ser reaproveitados pelo posto de coletapara guardar as próximas amostras na geladeira.Os cartões deverão ser enviados diariamente ao LACEN, pois o objetivoé diagnosticar precocemente as doenças, para evitar seqüelas. Oscartões enviados ao LACEN devem estar acompanhados de uma lista,em duas vias, contendo o nome dos bebês, nº de registro local e nomedo município.

ObservaçãoSalientamos a responsabilidade dos postos de coleta, na retenção doscartões com amostras. Por trabalhar-se com diagnóstico precoce, oatraso para o envio da amostra poderá implicar, também, em atraso notratamento da doença e possíveis seqüelas.

RECONVOCAÇÃO

Ocorrem determinadas situações em que há necessidade de repetir osexames. É então solicitada uma nova coleta. A solicitação de uma outracoleta é chamada de reconvocação. A reconvocação será sempre feitapor telefone e acontecerá quando:• a 1ª coleta for mal feita - só um círculo preenchido de sangue, sangue

de um só lado do cartão, cartão manchado ou contaminado comálcool ou outros interferentes;

• quando, para algumas situações, os resultados estiverem fora dospadrões de normalidade; existem casos em que há resultados falsos

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positivos, principalmente para a fibrose cística, quando diversosfatores podem ocasionar alteração nos níveis normais da IRT.

• A reconvocação será sempre feita por telefonema para o Centro deSaúde; no caso da coleta ocorrer na maternidade, é de extremaimportância que esta coloque no envelope o Centro de Saúde no quala criança irá ser atendida.

Agendamento de consulta médica ou Teste de SuorO LACEN agenda consultas médicas para as crianças, quando osresultados da segunda coleta forem alterados. O LACEN agenda,também, o Teste do Suor, para aquelas crianças cujos valores de IRTcontinuaram alterados após uma nova coleta, entre a segunda e aquarta semana de vida.

VALORES DE REFERÊNCIA

Hipotireoidismo Congênito

TSH• menor que 15,00 uU/ml em sangue total, para crianças até 7 dias de

vida;• menor 10,00 uU/ml, em sangue total para crianças com 8 ou mais dias

de vida.

Fenilcetonúria

FAL• menor 3,00 mg/dl em sangue total;• sujeitos a reconvocação - valores iguais e acima de 2,50 mg/dl em

sangue total.

Hiperplasia adrenal congênita• 17 - OHP - menor que 9,90 ng/ml em sangue total, para crianças

nascidas com peso acima de 2.000g;• menor que 19,80 ng/ml em sangue total, para crianças nascidas com

peso até 2000g.

Fibrose cística• IRT - menor que 70,00 ng/ml em sangue total, para crianças com até

30 dias de vida.

Um resultado positivo não faz o diagnóstico, pois o mesmo é baseadoem uma série de testes. Um marcador potencial, a tripsina imunoreativa(IRT), é elevada no sangue de pacientes com fibrose cística, que pode,também, estar elevada devido a outros fatores além da fibrose cística,tais como partos prematuros, estresse de parto e situações semexplicações.

Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias• Hb

- FA = padrão normal;- Traço = este achado não significa doença; encaminhar ao

pediatra para orientação.

ENVIO DOS RESULTADOS

Os resultados dos exames são enviados em formulário individual paraentrega aos pais ou responsáveis, em valores numéricos e umalistagem para controle do posto de coleta. Estes resultados devem seranotados, também, na Caderneta de Saúde da Criança e doAdolescente, na página de Teste do Pezinho.

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Nos casos de resultados que exigem uma 2ª coleta, anotar naCaderneta de Saúde o que diz na observação.Quando o Centro de Saúde receber o resultado da 2ª coleta, deve fazera devida anotação na Caderneta de Saúde da criança.É nescessário que se preste bastante atenção nos casos que exigemuma 2ª coleta, para que nenhuma criança fique com seus examesincompletos ou deixe de ser diagnosticada, em caso de resultadopositivo.

ATENDIMENTO MÉDICO

É assegurado a toda criança portadora de fenilcetonúria,hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia congênita dassupra-renais ou anemia falciforme, amplo acompanhamento médico elaboratorial, sendo o acompanhamento médico dispensado porespecialistas.

PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE AMOSTRAS

Técnica para uma coleta corretaEnquanto a mãe prepara a criança para a coleta, deixando o pezinho dacriança descoberto, o executor preenche os dados solicitados no cartão.A criança deve ficar de pé, no colo de um adulto, de frente para este,pois:• ficando próxima, se sentirá mais segura e protegida;• facilitará um maior fluxo sangüíneo na área da coleta, pela posiçãovertical.

Área da coletaPreferencialmente no pezinho, nos bordos inferiores e laterais; emsituações excepcionais, o sangue poderá ser coletado em outro local.

Identificar a área de punção:Ao lado de duas linhas imaginárias, uma que vai dametade do primeiro dedo até o calcanhar e a outra quevai desde o espaço interdigital entre o quarto e o quinto

dedo até o calcanhar; fazer a punção dentro da área sombreada,conforme ilustração ao lado.

Punção• o executor deve lavar as mãos e colocar luvas;• colocar o pé da criança abaixo do nível do coração efriccionar a perna para produzir uma maior afluência desangue ao pé; massagear a área da coleta, para ativar acirculação local;• limpar a área com algodão seco:- não utilizar álcool para limpar a área da coleta,- em caso de sujidades, lavar com água e sabão,- para a punção, a área deve estar seca;

• com uma mão, o executor segura, delicadamente mas com firmeza, opezinho da criança, com o intuito de promover uma maior segurança,tanto na punção quanto no manuseio para a coleta;

• a lanceta descartável deve ser retirada da embalagem somente nomomento da punção;• puncionar o calcanhar com um só movimento, contínuoe firme, num sentido quase perpendicular à superfícieda pele;

• se uma punção não for suficiente, esta deve ser repetida até que sejaconseguido sangue suficiente; não havendo contaminação, pode serusada a mesma lanceta;

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• a primeira gota de sangue deve ser desprezada, utilizando-se umalgodão seco;

• encostar o círculo de coleta do cartão no local da punção, semesfregar, até que o sangue preencha totalmente o círculo, inclusivepassando para o outro lado do papel;

• colocar a gota de sangue em contato com a superfíciedo papel filtro e deixar impregnar-se por completo nocírculo, tendo o cuidado de que a pele não toque nopapel; a gota deve ser suficientemente grande parapreencher todo o círculo e impregnar até a faceposterior do papel filtro;• esperar uma nova gota de sangue; pôr, novamente,em contato com o papel filtro, para preencher o segundocírculo; desse modo, espere novas gotas e vápreenchendo os demais círculos sucessivamente, atéque todos estejam iguais ao primeiro; esta operaçãodeverá ser realizada em pelo menos 3 (três) círculos;

• deve ser evitado o contato da mão do executor com os círculos de coleta,o que pode ocasionar alterações na qualidade da amostra e no resultado.O sangue deve saturar o papel filtro e o círculo deve ficarcompletamente preenchido, tanto na frente como no verso do cartão.Não fazer camadas superpostas de sangue.

AMOSTRA DE UMA COLETA CORRETA

Permitir que uma quantidade suficiente de sangue seja absorvida, atépreencher completamente o círculo impresso nopapel-filtro. Preencher todos os círculos requeridoscom sangue. Não aplicar camadas sucessivas degotas de sangue, nem aplicar sangue mais de umavez, no mesmo círculo coletor. Evitar tocar ouesfregar as amostras.

COLETAS FEITAS DE FORMA INCORRETA

Amostras inválidas

Quantidade insufuciente de amostra para o teste• o papel-filtro foi removido antes de que o sanguetivesse preenchido completamente o círculo ouantes de que o sangue tivesse sido absorvido pelasegunda face;• o sangue foi aplicado, no filtro, com um tubocapilar;• o filtro foi tocado antes ou depois da coleta daamostragem com luvas ou sem luvas, com as mãosuntadas de loção para as mãos etc;• o papel-filtro entrou em contato com mãos com ousem luvas, ou com substâncias tais como loçãopara as mãos ou talco, antes ou depois da coleta.

A amostra parece raspada ou arranhada• o sangue foi aplicado com um tubo capilar ououtro dispositivo.

A amostra não estava seca quando foi enviada• a amostra foi enviada antes de um período desecagem exigido, que é de 2 (duas) horas.

A amostra tem aparência supersaturada• sangue em excesso foi aplicado no papel-filtro,possivelmente com um dispositivo;• o sangue foi aplicado em ambos os lados dopapel-filtro.

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Page 100: Manual de Normas Técnicas e Rotinas - PSF

A amostra parece diluída, descolorida ou contaminada• o local, ao redor da punção, foi espremido ouordenhado;• as amostras de sangue foram expostas ao calordireto;• o papel-filtro entrou em contato com mãos, usandoluvas ou não, ou substâncias tais como: álcool,produtos químicos, soluções anti-sépticas, água,loção para as mãos ou talco etc, antes ou depois dacoleta de sangue para a amostra.

A amostra apresenta anéis de soro• o álcool passado no local da punção não foi secoantes da punção ser realizada;• a área ao redor da punção foi espremidaexcessivamente;• o papel-filtro entrou em contato com álcool, loçãopara as mãos etc;• secagem inadequada da amostra;• o sangue foi aplicado ao papel-filtro com um tubocapilar.

A amostra parece coagulada ou em camadas• tocar, com o sangue, várias vezes o mesmocírculo no papel-filtro;• preencher o círculo, de ambos os lados do papel-filtro.

DIAGNÓSTICO

O Programa do Teste do Pezinho oferece, à população catarinense, odiagnóstico precoce das doenças abaixo.

Hiperplasia adreanal congênitaÉ uma doença genética autossômica recessiva. Os níveis elevados de17-OH Progesterona, no sangue do recém-nascido, levam a suspeitardesta patologia. Seu diagnóstico precoce é importante para evitar avirilização progressiva, identificação errônea de sexo, aceleração deidade óssea e, em alguns casos, severa crise de perda de sal, quepode levar à morte nas primeiras semanas de vida. O diagnósticolaboratorial consiste em quantificar a 17-OH Progesterona -17-OHP.

Hipotireoidismo congênito É um distúrbio causado pela deficiência de hormônios normalmenteproduzidos pela glândula tireóide, na maior parte das vezes devido aum defeito na sua formação. É um dos defeitos metabólicos maiscomuns, no qual o tratamento precoce permite um desenvolvimentofísico e mental normal, nas crianças portadoras do hipotireodismocongênito. O diagnóstico laboratorial consiste em quantificar o hormônioestimulador da tireóide - TSH.

FenilcetonúriaÉ uma doença genética, de caráter autossômico recessivo, decorrenteda deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase. Em conseqüência, afenilalanina acumula-se no sangue do recém-nascido, com efeitostóxicos ao sistema nervoso central, podendo causar até deficiênciamental severa. O tratamento precoce previne estas alterações. Odiagnóstico laboratorial consiste na quantificação de Fenilalanina - PKU.

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Fibrose císticaHerança genética autossômica recessiva. É incurável, porém odiagnóstico e o tratamento precoces melhoram consideravelmente aqualidade de vida e sobrevida. A fibrose cística cursa com aumento decloreto de sódio no suor, deficiência pancreática exócrina e doençapulmonar obstrutiva crônica. O diagnóstico laboratorial consiste naquantificação da tripsina imunoreativa - IRT. Salientamos que níveisalterados da IRT não confirmam a doença, são apenas indicativos daprobabilidade.

Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias• Hemoglobinopatias são alterações genéticas resultando em

hemoglobinas variantes e talassemias;• Anemia falciforme é uma doença causada por uma mutação genética

resultando na produção de hemoglobina “S” em vez de hemoglobina“A”. Nesta condição os glóbulos vermelhos ou hemáceas, portadoresde oxigênio, perdem rapidamente a sua capacidade para transportaroxigênio através do corpo. As hemáceas tendem a alterar-se e aalongar-se, o que as torna rígidas e faz com que tomem a forma defoice. Com o passar do tempo as células falsiformes causamobstruções à microcirculação do sangue, ocasionando danos nostecidos e outras complicações graves (isquemia, dor, necrose e outrasdisfunções). As hemoglobinas anormais podem estar presentes emcombinações que variam do assintomático ao letal. Quandodiagnosticadas precocemente e tratadas adequadamente, ascomplicações podem ser minimizadas.

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