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MANUAL DA FORMAÇÃO IDENTIFICAÇÃO CURSO: EFA – DUPLA CERTIFICAÇÃO – Operador/a de Informática MÓDULO 0748-Informática - Evolução DURAÇÃO: 25H FORMADOR: JOSÉ LUÍS PINTO FERREIRA DATA: ASSINATUR A:

manual - informatica evoluçao - 0748

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MANUAL DA FORMAÇÃO

I D E N T I F I C A Ç Ã O

CURSO: EFA – DUPLA CERTIFICAÇÃO – Operador/a de Informática

MÓDULO 0748-Informática - Evolução

DURAÇÃO: 25H

FORMADOR: JOSÉ LUÍS PINTO FERREIRA

DATA:

ASSINATURA:

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RECONHECER AS DIFERENTES FASES DE EVOLUÇÃO SOFRIDA PELA INFORMÁTICA AO LONGO DOS TEMPOS

ÍndiceGénese da Informática..........................................................................................................................3

Conceito de Informação....................................................................................................................5

Era da Informação...............................................................................................................................5

A transição da Era Industrial para a Era da Informação.......................................................6

O início da Era da Informação........................................................................................................6

A INVENÇÃO DA ESCRITA.....................................................................................................................6

Breve história dos Computadores....................................................................................................6

Objectivos do Manual:

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Índice de FigurasIlustração 1.....................................................................................................................................................6Ilustração 2.....................................................................................................................................................6Ilustração 3.....................................................................................................................................................6Ilustração 4.....................................................................................................................................................6Ilustração 5.....................................................................................................................................................6Ilustração 6.....................................................................................................................................................6Ilustração 7.....................................................................................................................................................6Ilustração 8.....................................................................................................................................................6Ilustração 9.....................................................................................................................................................6Ilustração 10...................................................................................................................................................6Ilustração 11...................................................................................................................................................6Ilustração 12...................................................................................................................................................6Ilustração 13...................................................................................................................................................6Ilustração 14...................................................................................................................................................6Ilustração 15...................................................................................................................................................6

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Introdução

Não há dúvida de que hoje em dia não podemos viver sem os

computadores. Eles estão infiltrados em todos os aspectos das nossas

vidas, são eles que nos permitem levantar dinheiro nas caixas

multibanco, controlam o tráfego nas grandes cidades e permitem que

façamos transacções comerciais em qualquer parte do mundo. Isto so

para citar alguns exemplos. Mas como nasceram?

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Génese da Informática

Conceito de Informação

Informação é o resultado do processamento, manipulação e

organização de dados de tal forma que represente uma modificação

(quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa,

animal ou máquina) que a recebe.

Informação enquanto conceito, carrega uma diversidade de

significados, do uso quotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito

de informação está intimamente ligado às noções de restrição,

comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento,

significado, estímulo, padrão, percepção e representação de

conhecimento.

É comum nos dias de hoje ouvir-se falar sobre a Era da

Informação, o advento da "Era do Conhecimento" ou sociedade do

conhecimento. Como a sociedade da informação, a tecnologia da

informação, a ciência da informação e a ciência da computação em

informática são assuntos e ciências recorrentes na actualidade, a

palavra "informação" é frequentemente utilizada sem muita

consideração pelos vários significados que adquiriu ao longo do

tempo.

Era da Informação

Era da Informação é o nome dado ao período que vem após a

Era Industrial, especialmente após a década de 1980, embora suas

bases tenham começado no princípio do século XX e,

particularmente, na década de 1970, com invenções tais como o

microprocessador, a rede de computadores, a fibra óptica e o

computador pessoal.

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A transição da Era Industrial para a Era da Informação

A passagem de uma Era importante para outra não acontece do

dia para a noite. A transição se dá a partir da sucessão de uma série

de fatos que vão modificando a sociedade. Para mostrar essa

mudança vamos analisar o crescimento e a queda dos operários, a

classe trabalhista que mais caracterizou a Era Industrial. Entender

esse processo de ascensão e queda dos operários é compreender a

transição dessas duas eras, a Industrial para a da Informação.

A história mostrou-nos que as verdadeiras e perenes

transformações não acontecem a partir de imposições violentas e

repentinas. Hitler, Stalin e Mao, três génios do mal deixaram isso

muito claro. Mataram milhares de pessoas e nada criaram, só

destruíram com suas tentativas de revolução. Foi a mudança do

trabalho ao longo desses últimos anos que produziu as maiores

modificações na nossa sociedade.

Voltemos um pouco no tempo para entender o movimento

social mais transformador do século XX. Antes da Primeira Guerra

Mundial, os agricultores eram o maior grupo isolado em todos os

países, seguidos pelos empregados de serviços domésticos. Só para

se ter uma ideia da quantidade do segundo colocado, nos sensos

praticados no ocidente no início do século XX, uma pessoa que

tivesse apenas três desses serviçais em casa era classificada como

classe média baixa.

Como esses dois grupos não possuíam capacidade de se

organizar, eles fizeram pouco alarde histórico e passaram quase

despercebidos ao longo dos anos. Os agricultores dessa época

organizaram apenas duas revoltas realmente expressivas, a rebelião

de Taiping, em meados do século XIX, e a Guerra dos Boxers, no seu

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final. As duas aconteceram na China, no resto do mundo, pouco se

fez. Já os empregados domésticos nunca apareceram em uma

passeata pública de sua classe.

Por esse motivo, esses dois grupos foram desprezados por Karl

Marx (1818-1883) em seu estudo O Capital. Contrariando o que este

autor previu décadas antes, em 1900, eles não haviam se tornado

maioria. Portanto, não conseguiriam subjugar os capitalistas somente

pelo número. A força desse grupo cresceu na medida em que

aumentava a sua organização. Eles foram a primeira classe na

história que podia se organizar, e mais importante que isso,

permanecer unida por bastante tempo.

Georges Sorel (1847-1922), o escritor mais radical do período

anterior à I Guerra, ex-marxista e revolucionário sindicalista, lhes

atribui grande poder quando afirmou que os proletários iriam tomar o

poder através de uma greve geral e com a violência. Esse autor foi

usado pelos ditadores Lênin, Hitler, Mussolini e mais tardiamente por

Mao para gerar guerras. Os operários de 1913 não possuíam quase

nenhum benefício, e 50 anos depois eram o maior grupo isolado de

todos os países desenvolvidos com vantagens trabalhistas, que iam

desde a segurança no emprego até assistência de saúde e educação.

Os seus sindicatos se tornaram forças políticas no mundo todo.

Esse crescimento ocorreu a partir da migração dos camponeses

e funcionários domésticos para a indústria. De forma alguma isso foi

imposto. Eles viam na dedicação à essa nova ocupação mais

vantagens do que em seus antigos ofícios.

Começamos pela análise de que as primeiras fábricas eram de

fato “Usinas Satânicas” do grande poema de Willian Blake (1757-

1827). Mas o campo não era “terra verde e agradável da Inglaterra”,

do mesmo poema, na verdade era um cortiço ainda mais satânico. O

que comprova isso é que a mortalidade infantil caiu drasticamente

com o êxodo rural e com a consequente preocupação em manter as

pestes longe das cidades. Outro ponto que favoreceu o crescimento

dos operários foi o fato de que realmente eles viviam na miséria e

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eram explorados, mas viviam melhor do que nas fazendas e casas de

famílias onde eram ainda mais mal tratados. Os proletários também

tinham um tempo definido para trabalhar, o que restava era seu para

fazer o que bem entendesse. Isso não acontecia com os que

trabalhavam no campo ou em casas familiares, em que a toda hora

poderiam ser solicitados.

Para os agricultores e empregados domésticos o trabalho na

indústria era uma oportunidade - de fato a primeira que lhes havia

dado - para melhorar de vida sem precisar emigrar. Cada geração via

a anterior um pouco melhor. E isso estimulava ainda mais essa

migração.

Durante o século XIX a produtividade dessa classe aumentou

cerca de 4% ao ano, o que gerou praticamente todos os ganhos dessa

época. Boa parte desse resultado ficou nas mãos dos próprios

trabalhadores, que multiplicaram seu salário cerca de vinte e cinco

vezes e reduziram quase pela metade as suas horas de trabalho.

Portanto, havia razões de sobra para que a ascensão do trabalhador

industrial fosse pacífica e não violenta como previra Marx.

A queda dessa expressiva classe vem acontecendo

rapidamente desde o final da II Guerra Mundial. O trabalhador

industrial tradicional tem sido substituído por um tipo de trabalhador

que Peter Drucker chamou em seu livro Landmarks of Tomorrow, de

1959, de trabalhador do conhecimento. Este funcionário é uma

pessoa que alia o trabalho manual com o teórico. São exemplos dessa

classe: técnicos de raios-X, fisioterapeutas, anestesistas, técnicos de

computador, etc. Esse é o grupo de trabalho que mais rapidamente

cresce no mundo. No presente momento 75% da riqueza mundial é

gerada por trabalhadores dessa natureza e em 1975 eles geravam

apenas 25%.

O início da Era da Informação

Vejamos a opinião de dois estudiosos que determinam uma

data exacta e um motivo do início dessa transição. Peter Drucker,

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renomado consultor de empresas e autor de dezenas de livros sobre

o assunto, foi a primeira pessoa a chamar o momento que estamos

vivendo de Era da Informação. É dele também o livro Administração

em tempos de grandes mudanças, que expõe claramente esse novo

paradigma social. Este livro demonstra que podemos determinar o

início da Era da informação a partir da atitude dos soldados

americanos que, após voltar da II Guerra Mundial, tinham como uma

das principais exigências as suas colocações imediatas em alguma

universidade. Hoje isso pode parecer óbvio, mas na época foi muito

marcante visto que aqueles que voltaram da I Guerra aspiravam

apenas por um emprego seguro. Neste momento, por volta de 1946,

o conhecimento já estava sendo mais valorizado do que o trabalho

simplesmente operacional.

O sociólogo Daniel Bell (nasceu nos Estados Unidos em 1919)

determina que a Era da Informação tem seu marco primordial uma

década depois, em 1956, quando o número de “colarinhos brancos”

ultrapassou o de operários no seu país. Ao perceber isso ele advertiu:

“Que poder operário que nada! A sociedade caminha em direcção à

predominância do sector de serviços. “Ou seja, o poder se

direccionava àqueles que possuíam algum tipo de conhecimento que

interessava a outros.

Vivemos realmente em um momento de muitas transformações,

não há como negar que estamos em outra Era. O trabalho actual se

parece muito pouco com a forma mecânica adoptada na Era

Industrial.

Vivemos em um mundo extremamente dinâmico onde cada vez

mais o conhecimento será valorizado. Podemos prever que o acúmulo

de informação, muito em breve, terá o mesmo valor que tinha o

acumulo de património há pouco tempo atrás. Algumas tendências já

podem ser determinadas:

1. O aprendizado contínuo se torna imprescindível. Aprender

como aprender é a mais importante lição que podemos desenvolver

em nossos dias.

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2. É preciso especializar-se, unindo conhecimento teórico ao

pragmatismo. Quando os agricultores e funcionários domésticos

passaram a trabalhar na indústria eles não precisaram de nenhum

conhecimento específico. Afinal, apertar parafusos era mais simples

que as actividades que eles já faziam. Hoje o operário que queira

migrar para o trabalho do conhecimento necessita adquirir um tipo de

informação específica que lhe valha seu salário. Cada vez mais as

instituições de ensino devem deixar de lado o conhecimento por si só

e ensinar aquilo que poderá ser aplicado no campo de trabalho que a

pessoa deseja actuar.

3. As empresas devem esquecer a premissa de conquistar

resultados com baixos salários. Uma crença generalizada, em

especial por parte dos líderes sindicais, é que a queda do trabalhador

industrial nos países desenvolvidos deveu-se totalmente à passagem

da produção para o exterior, para países de abundância de mão-de-

obra barata. Isso não é verdade.

Para exemplificar, nos anos 90 uma parte insignificante dos

bens manufacturados importados pelos Estados Unidos foi produzida

no exterior devido aos baixos custos de mão-de-obra. Enquanto o

total de importações em 1990 representou cerca de 12 % de renda

bruta americana, as importações de países com baixos salários

representavam menos de 3% e apenas 1,5% eram manufacturados.

Isso não explica porque esse país tinha de 30 a 35% dos empregos

nessa área e hoje tem apenas de 15 a 18%.

A vantagem hoje está na boa aplicação do conhecimento.

Alemanha e Japão têm ganhado a concorrência dos EUA, pois estão

sabendo aplicar melhor o conhecimento nesses sectores do que seus

concorrentes. Vemos isso ocorrendo nos processos como o just in

time e o toyotismo. Que tornam a produção mais eficaz reduzindo o

custo da produção. Nestes processos há uma enorme troca de

informações entre os trabalhadores e essa metodologia tem como

premissa o aperfeiçoamento contínuo. Aprendizado contínuo que é

característica da Era da Informação.

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O toyotismo mostra nitidamente a diferença entre a Era

Industrial, que tinha o modelo fordista, e o actual. Antigamente não

havia aprimoramento da base para o topo. Os gerentes não

aprendiam com os seus subordinados, apenas lhe davam ordens. As

orientações vinham de cima e o funcionário as seguia. No modelo

actual o conhecimento técnico, além de ser imprescindível, recebe

estímulo ao desenvolvimento. Aprimorando-se sempre e tornando o

processo cada vez melhor.

4. O poder está na mão das pessoas com conhecimento. Mais

uma premissa de Marx que não se concretizou é que o operário não

possui e nem poderá possuir as ferramentas de produção, portanto

ele é "alienado" e o capitalismo sempre o dominará. Hoje, as

ferramentas são os conhecimentos que cada trabalhador

especializado possui. O conhecimento não possui mais uma escala de

valores, cada situação precisará de um tipo de know-how específico.

Se o paciente chega ao hospital com a unha encravada, de nada

adianta um neurocirurgião atendê-lo. Embora esse médico tenha

estudado mais de 15 anos sua especialidade, naquele momento seu

conhecimento não tem valor algum. Quem deve fazer o trabalho é a

pessoa que tem aquele tipo de habilidade. Essas ferramentas estão

acessíveis a todos. Nunca foi tão barato obter informações e ao

mesmo tempo, nenhuma época as atribuiu tanto valor.

De nada adianta uma linda sala de cirurgia se o profissional é

mal pago e não possui conhecimento suficiente a ponto de fazer a

operação a contento. Hoje, as empresas dependem muito mais dos

funcionários do que eles delas, o maior valor agregado das

companhias está na cabeça de seus colaboradores. O mau

desempenho não pode mais ser atribuído a factores como a pobreza

ou conspirações comerciais. Ele só pode vir de ignorância na

aplicação de conhecimento.

5. A Era da Informação está sendo mais do que uma mudança

social. Ela é uma mudança na condição humana. Na nossa época,

quantidade de esforço não significa mais resultado. Mãos calejadas

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não são mais sinónimas de trabalho honesto. Será a capacidade

criativa e pensante, que sempre nos diferenciou dos demais animais,

que determinará o sucesso das pessoas na economia mundial.

Quais serão os novos compromissos da sociedade, o que ela vai

significar e para onde rumará nosso trabalho, não temos como saber.

O que podemos afirmar com certeza é que serão diferentes, cada vez

mais.

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A INVENÇÃO DA ESCRITA

Ilustração 1

A escrita foi inventada já há mais de 5000 anos pelo povo sumério.

Este povo vivia numa região chamada Mesopotâmia, local onde surgiram as primeiras civilizações urbanas, trabalhavam na agricultura e criavam animais.

Ilustração 2

Não se sabe exactamente como fizeram tal invenção, mas como estas civilizações eram formadas por pequenas comunidades sob a autoridade de um rei e perante a necessidade de controlar os seus bens, surgem então os primeiros registos relacionados com as quantidades de sacos de grãos ou cabeças de gado.

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Ilustração 3 Ilustração 4

Os sumérios para contarem os animais que tinham, faziam

recipientes com a mesma forma dos animais que possuíam...

Ilustração 5 Ilustração 6

... e por cada animal, deitavam no recipiente pequenas bolas de

barro.

Ilustração 7

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Como este processo era um pouco complicado, um dia

lembraram-se de desenhar os animais numa placa de barro e fazerem

por baixo um tracinho por cada animal.

Estas placas, uma vez escritas, eram secas ao Sol. Os sumérios

utilizavam para escrever, objectos de metal, osso e marfim,

pontiagudos numa das pontas.

Ilustração 8

No início, as placas de barro só serviam para registos contáveis,

mais tarde foram utilizadas para narrações históricas e relatos épicos.

Estas informações chegaram até nós, em virtude do

descobrimento de uma biblioteca daquele tempo, onde se

encontraram documentos administrativos, históricos e religiosos. As

placas encontradas estavam guardadas em cestos e caixas de

madeira com inscrições para poderem ser localizadas.

Este tipo de escrita ficou conhecido por escrita cuneiforme,

porque os caracteres tinham a forma de cunha.

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Breve história dos Computadores

O primeiro computador do mundo foi o ENIAC (Electronic

Numerical Integrator and Computer), uma concepção do Professor

John Mauchly, conjuntamente com o professor J. Presper Eckert.

Mauchly e o Eckert propuseram em 1943 ao exército norte-

americano, em plena II Guerra Mundial, a construção deste

primeiro computador, tendo como objectivo o auxílio nos cálculos de precisão

necessários para a balística. Foi anunciada a sua conclusão em 14 de Fevereiro de 1946 e foi patenteado

em 26 de Junho de 1947 com o registo n.º 3,120,606.

Ilustração 9 Ilustração 10

O ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) preenchia esta sala, incomparável com os miniaturizados e mais potentes computadores actuais.

Da esquerda para a direita:J. Presper Eckert, Jr.; Professor J. G. Brainerd; Sam Feltman; Captain H. H. Goldstine; Dr. J. W. Mauchly; Dean Harold Pender; General G. M. Barnes; Colonel Paul N. Gillon.

O ENIAC era uma grande máquina para efectuar cálculos e

baseava a sua estrutura nos avanços científicos já anteriormente

desenvolvidos, como as sofisticadas máquinas de cálculos

matemáticos de Charles Babbage, as calculadoras mecânicas de

Blaise Pascal, Leibniz e Charles Xavier Thomas, nos relés

electromagnéticos, nas válvulas e nas máquinas perfuradoras de

cartões. Uma válvula é, de forma simples, um tubo metálico de meia

polegada, selado em vácuo dentro de um tubo de vidro, onde uma

corrente de electrões pode passar entre os eléctrodos. Os tubos de

vácuo foram fundamentais para o desenvolvimento da rádio,

televisão e gravação de sons. Eram também peças grandes e muito

frágeis que tinham uma grande perda de energia por calor.

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Ilustração 11

O ENIAC foi construído com 17 468 tubos de vácuo, 70 000

resistências, 10 000 condensadores, 1 500 relés e 6 000

interruptores.

O ENIAC pesava 30 toneladas, consumia 200 000 watts de potência

e ocupava várias salas. Quando em operação produzia tanto calor que

necessitava de um sistema de ar forçado para arrefecimento. Era tão

grande que tinha de ser disposto em U com três painéis sobre rodas,

para que os operadores se pudessem mover à volta dele.

Ilustração 12

Quando em operação, os complexos cálculos de balística

passaram a realizar-se nuns alucinantes 30 segundos, quando com

as calculadoras manuais que até aí se usavam demorava 12 horas

até se obter o mesmo resultado.

O centro de processamento tinha uma estrutura muito simular à

dos processadores mais básicos que actualmente utilizamos nas

nossas calculadoras de bolso. Tinha 20 registos de dez dígitos cada,

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onde se podiam efectuar somas, subtracções, multiplicações, divisões

e raízes quadradas.

Ilustração 13

O ENIAC era programado através de milhares de

interruptores, podendo cada um dele assumir o valor 1 ou 0

consoante o interruptor estava ligado ou desligado.

Para o programar era necessário uma grande quantidade de

pessoas que percorriam as longas filas de interruptores dando ao

ENIAC as instruções necessárias para computar, ou seja, calcular.

Existia uma equipa de 80 mulheres na Universidade da Pensilvânia

cuja função era calcular manualmente as equações diferenciais

necessárias para os cálculos de balística. O exército chamava à

função destas pessoas: computadores. Quando o ENIAC ficou pronto

6 mulheres computador foram escolhidas para testarem a nova máquina.

Ilustração 14Ilustração 15

Curiosamente, o termo deixou de estar associado às pessoas

que operavam a máquina para dar nome à máquina propriamente

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dita, uma vez que de facto a máquina passou a realizar as contas que

antes eram realizadas por essas pessoas.

O ENIAC torna-se obsoleto e economicamente inviável de

manter após 10 anos de operação, tendo sido desmontado. Hoje

encontram-se peças do ENIAC por muitos museus do mundo,

incluindo o Smithsonian em Washington D.C. e no local preciso onde

foi construído, na Moore School for Electrical Engineering da

Universidade da Pensilvânia.

O ENIAC serviu de inspiração para muitos outros computadores

que se seguiram como: o EDVAC (Electronic Discrete Variable

Computer); o ORDVAC (Ordnance Variable Automatic Computer;

SEAC (Standards Automatic Computer) e o UNIVAC, este último

também construído por Eckert e Mauchly para o processamento dos

dados dos censos da população americana.

Em 1955, um computador já só pesava 3 toneladas e

consumia 50 kwatts de potência, tendo um custo de $200 000. Uma

máquina destas podia realizar 50 multiplicações por segundo. Assim,

os primeiros computadores eram também máquinas que só estavam

ao alcance de grandes empresas ou instituições que tinham

necessidades de cálculo muito exigentes e que possuíam as

condições económicas para tão grande investimento.

Com o rápido desenvolvimento dos transístores entre 1952

e 1960, os tubos de vácuo tornaram-se obsoletos e foi este avanço

tecnológico que permitiu a criação de máquinas muito mais rápidas,

mais pequenas e mais baratas.

Com o tempo, os transístores passaram a ser a base da

electrónica, seguindo-se a VLSI (Very Large Scale Integration), ou

seja, a construção de circuitos cada vez mais pequenos de forma a

que possam ser mais leves e despender menos energia, por terem

menos superfície para a dissipação de energia por calor. Esta

miniaturização permitiu que se tivesse a mesma capacidade de

cálculo de um ENIAC na palma de uma mão. A diminuição do

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tamanho fez também diminuir a quantidade de energia necessária e o

custo caiu com a produção em série dos novos processadores.

Em 1977 uma calculadora manual pesava menos de meio quilo

e consumia meio watt e podia realizar 250 multiplicações por

segundo, custando $300.

Hoje uma calculadora pesa poucos gramas podendo ser incorporada

em réguas ou agendas, funciona até a energia solar e custa menos de

$5.

Um Pentium a 150Mhz é capaz de realizar 300 milhões de

somas por segundo, enquanto o ENIAC apenas conseguia realizar 5

000. A memória do ENIAC apenas permitia guardar 200 bits,

enquanto qualquer computador tem pelo menos 128 Mbytes, ou seja,

1 073 741 824 bits.

Nos meados da década de 70 os computadores começaram a

ter preços cada vez mais acessíveis. Em 1981 a IBM lançou no

mercado o PC (Personal Computer).

O PC distinguia-se das máquinas existentes até então por estar

dirigido a utilizadores individuais que poderiam passar a ter na sua

secretária uma máquina para uso exclusivo, quando até aí esse

conceito não existia... Os computadores eram mainframe,

centralizados, e os utilizadores tinham apenas um monitor e um

teclado sendo todo o processamento realizado no servidor.

O PC tinha ainda outra característica que o tornou

revolucionário que era o facto de ter uma arquitectura aberta, ou

seja, qualquer fabricante poderia criar peças adaptáveis àquela

máquina dando-lhe uma funcionalidade mais especializada, o que até

aí era sempre privilégio reservado para o fabricante do computador.

Assim o PC passou a ser o standard de facto na indústria.

Uma regra estatística que se tem verificado desde a invenção

do primeiro computador é a Lei de Moore que diz: “A cada 18 a 24

meses é lançada uma nova tecnologia que permite que os

computadores dupliquem o desempenho”.

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Isto significa que em 2010 os processadores terão a velocidade

de 50Ghz e em 2020 terão uma velocidade de 2000Ghz. Para os

menos conhecedores desta área, os melhores computadores actuais

(Novembro/2004) funcionam a 3,2Ghz... O desempenho dos

computadores não se mede somente pela velocidade do processador,

mas este exemplo simplista torna mais clara a evolução futura

previsível.