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    A t agora vimos os conceitos de manutenoe as aplicaes das suas diversas modalidades. Estudamos tambm os procedi-mentos de manuteno para vrios tipos de elementos mecnicos, bem comomtodos de coleta e anlise de dados referentes a lubrificantes e vibraes.

    Nesta aula veremos como se processa a manuteno em outros segmentosde produo e servios, com o objetivo de mostrar a importncia desta prtica.

    Manuteno na indstria txtil

    A indstria txtil considerada uma das mais antigas do mundo, pois elase dedica a satisfazer uma das necessidades bsicas dos seres humanos, ou seja,a de se vestir.

    O ramo txtil evoluiu graas ao aperfeioamento das tcnicas manufatureiraspreexistentes e descoberta de novas tcnicas. As primeiras mquinas de teareram extremamente simples e acionadas manualmente. Hoje, so empregadasmquinas automatizadas que fabricam tecidos a partir de fios provenientesde fibras naturais e sintticas.

    Aplicaes damanuteno

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    35A U L AAs fibras naturais utilizadas como matria-prima pela indstria txtil so,

    em sua maioria, de origem vegetal: juta, rami, linho, sisal, algodo. De origemanimal temos a l e a seda. De origem sinttica, proveniente da indstriapetroqumica, podemos citar o nilon, o raiom e o polister, dentre as dezenas defibras utilizadas na confeco de tecidos.

    A indstria txtil teve grande influncia na Histria, pois alavancou aRevoluo Industrial no sculo XIX quando passou a utilizar a mquina a vaporpara mover os teares ingleses.

    No atual contexto econmico, a indstria txtil continua em evoluo e sedestacando pela capacidade de investimentos e de absoro de mo-de-obra.

    A manuteno das mquinas txteis sempre problemtica, pois elasapresentam caractersticas construtivas completamente diferentes uma dasoutras. Mesmo assim, a manuteno necessria.

    Como j foi estudado, so dois os objetivos da manuteno: garantir aqualidade dos produtos confeccionados pelas mquinas e prolongar a vida til

    delas. Esses dois objetivos podem ser alcanados se o servio de manutenomelhorar a capacidade dos equipamentos em uso na produo.

    A melhoria dever ter custos reduzidos e compatveis com as metas deproduo e despesas estabelecidas no plano global de atuao de cada empresa.

    Nos diversos setores da indstria txtil, a manuteno das mquinas eequipamentos feita em termos de manuteno corretiva, preventiva e preditiva,e as mais modernas fazem trabalhos de manuteno pr-ativa, que ser comen-tada logo mais.

    Relembrando, a manuteno corretiva aquela que executa intervenesurgentes quando ocorre uma parada imprevista de uma mquina por motivode quebra ou defeito no material que ela produz. O mecnico de manutenoou uma equipe de manuteno vai at a mquina verificar a situao e determinao que deve ser feito de acordo com os recursos disponveis: peas de reposioe pessoal.

    s vezes melhor deixar a mquina parar por quebra do que par-la parauma manuteno preventiva. Esse procedimento, aparentemente errneo, justi-fica-se pela simples razo de que tirar uma mquina da produo onera todos oscustos de fabricao. Em sntese, a manuteno corretiva dever continuarexistindo.

    Um ditado popular diz que prevenir melhor do que remediar. Esseditado aplica-se a um outro tipo de manuteno conhecida pelo nome depreventiva. A manuteno preventiva bastante empregada na indstria txtil,pois assegura o funcionamento constante das mquinas e a obteno de produ-tos com qualidade.

    A manuteno preventiva requer um planejamento criterioso, em que todosdados das mquinas so registrados e controlados. De acordo com os dados,so feitas paradas programadas para interveno do pessoal da manuteno.

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    35A U L A Como j foi estudado, durante a execuo da manuteno preventiva, peas

    que vo se quebrar por fadiga ou por esgotamento da vida til so trocadas.Os lubrificantes tambm so trocados. Salientemos que muitos componentesmecnicos de mquinas txteis devem ser lubrificados diariamente.

    Outro tipo de manuteno utilizado em indstrias txteis a preditiva.A manuteno preditiva, como foi visto, baseia-se na monitorao de compo-nentes mecnicos em funcionamento. Os dados coletados so analisados e voinformar qual o nvel de desgaste que um dado componente est apresentando.Identificados o componente e o tipo de desgaste, possvel substituir o compo-nente por outro antes que danos maiores apaream, fazendo a mquina parar.

    Por exemplo, vlvulas de sistemas pressurizados de mquinas que atuamna fabricao de fios sintticos so monitoradas.

    Na indstria txtil, a presena da manuteno pr-ativa tambm umarealidade. Esse tipo de manuteno visa analisar as causas dos defeitos com afinalidade de desenvolver sistemas e mecanismos onde eles no mais apaream.Assim, aumenta-se a vida til dos equipamentos e diminui-se a possibilidade

    de quebras, com aumento da produo.Apesar da grande variedade de mquinas existentes na indstria txtil, seus

    elementos mecnicos so conhecidos dos mecnicos de manuteno. Nas m-quinas txteis h rolamentos, eixos, retentores, correntes, polias, engrenagens, barramentos etc.

    Assim, no h defeito que no possa ser resolvido, desde que o mecnico demanuteno seja treinado e especializado para trabalhar com mquinas txteis.Sendo capacitado e tendo experincia, o homem da manuteno saber resolveros problemas das mquinas txteis e regul-las com preciso, deixando-as aptaspara desempenhar suas funes: produo mxima e com qualidade.

    Manuteno em aeronaves

    A manuteno das aeronaves baseada em planejamento, sendo 80%preventiva e preditiva e 20% corretiva.

    A manuteno corretiva utilizada essencialmente nos sistemas eletrnicose instrumentais da aeronave, pois eles existem em duplicata.

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    35A U L ADois aspectos so primordiais na aviao: segurana e disponibilidade.

    A duplicidade de sistemas melhorou a disponibilidade das aeronaves nosdias atuais, isto , diminuiu o tempo de parada, principalmente nos itens queenvolvem segurana, excetuando-se algumas partes como os trens de pouso.

    Com o aumento da disponibilidade, as aeronaves ficam mais tempo emoperao e os lucros das empresas areas crescem.

    Os planos bsicos de manuteno das aeronaves so previamente determi-nados pelos fabricantes, incluindo a poca de inspeo e a vida til dos equipa-mentos. Os planos de manuteno devem ser aprovados pelo DAC (Departa-mento de Aviao Civil), um rgo governamental que fiscaliza as companhiasareas.

    A manuteno de uma aeronave, sempre que possvel, feita com oscomponentes instalados ou na poca da manuteno geral, quando podem serretirados, caso seja necessrio.

    Todos os componentes e equipamentos (trem de pouso, turbina a jato, hlicee outros) tm um tempo de vida til garantido pelo fabricante.

    O prprio avio tambm tem uma vida til definida e garantida pelofabricante. Ultrapassado esse tempo, o fabricante no mais se responsabilizapela eficincia e segurana da aeronave. Por exemplo, um avio de tamanhomdio, com duas turbinas, deve ser descartado aps 90 mil horas de vo.

    Qualificao do mecnico de aviao

    Para uma pessoa se tornar um mecnico de aviao, ela dever satisfazeros seguintes pr-requisitos: ter certificado de concluso de Curso Tcnico em Mecnica ou Eletromecnica; ter freqentado um curso especfico para manuteno de aeronaves; ter prestado exame no DAC.

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    35A U L A Se a pessoa for aprovada no exame realizado pelo DAC, receber uma

    autorizao e um nmero de registro profissional e estar habilitada a executartrabalhos de manuteno de aeronaves.

    Nveis de manuteno em aeronaves

    A manuteno de aeronaves realizada em trs nveis distintos, que rece- bem os seguintes nomes: manuteno diria, manuteno em trnsito e manu-teno checks.

    Manuteno em trnsitoManuteno em trnsitoManuteno em trnsitoManuteno em trnsitoManuteno em trnsitoA manuteno em trnsito feita toda vez que uma aeronave chega

    a um aeroporto. Consiste em uma inspeo visual a cargo do mecnico e dopiloto. De posse de uma lista de itens (cheklist) a serem obrigatoriamenteinspecionados, o mecnico e o piloto examinam vrias partes da aeronave, comoos flaps, o trem de pouso e os instrumentos.

    Manuteno diriaManuteno diriaManuteno diriaManuteno diriaManuteno diriaA manuteno diria da aeronave mais detalhada, sendo realizada uma

    vez ao dia. Essa manuteno feita pelo mecnico de manuteno que, alm derepetir todas as inspees efetuadas durante o trnsito, testa todos os sistemasoperacionais da aeronave. Nessa manuteno diria faz-se uma vistoria geral detodas as partes crticas da aeronave, tais como fuselagem, sistema de freios dasrodas, sistema de pressurizao etc.

    Os testes feitos no sistema operacional visam garantir a disponibilidade daaeronave, evitando assim o surgimento de algum problema que venha a serdetectado pela manuteno em trnsito. Se houver algum problema detectadopela manuteno em trnsito, a aeronave s poder levantar vo depois que elefor sanado.

    Manuteno checksManuteno checksManuteno checksManuteno checksManuteno checksEsse tipo de manuteno feito escalonadamente, de acordo com as horas de

    vo da aeronave. Por exemplo: a manuteno checks de um avio mdio de duasturbinas feita escalonadamente quando ele atingir as seguintes horas de vo:250 horas, mil horas, 3 mil horas e 12 mil horas.

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    35A U L AEssas manutenes so realizadas para garantir o bom funcionamento

    da aeronave, tanto em segurana quanto em disponibilidade.

    Os checks mais comuns em aeronaves so em nmero de quatro e recebemos seguintes nomes: check A (alfa), check B (beta), check C (charle) e check D(delta).

    Check A (alfa)Check A (alfa)Check A (alfa)Check A (alfa)Check A (alfa): uma manuteno que envolve uma inspeo generalizadada aeronave. Vrios pontos so lubrificados e alguns sistemas operacionais,como o sistema de flaps, so verificados. O check A (alfa) realizado em gerala cada 250 horas de vo.

    Check B (beta)Check B (beta)Check B (beta)Check B (beta)Check B (beta): nesse check, repete-se tudo o que foi feito no check A (alfa)e acrescentam-se outras tarefas. A diferena entre um check A (alfa) e umcheck B (beta) a quantidade de itens a serem inspecionados e reparados,quando necessrio. O check B (beta) realizado em geral a cada mil horas devo. Podemos comparar essa checagem com aquela que fazemos em nossoautomvel para verificar se a seta do painel, indicadora das manobras direita ou esquerda, est funcionando ou se existe algum fusvel queimado.

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    35A U L A Check C (charle)Check C (charle)Check C (charle)Check C (charle)Check C (charle): esse check incorpora os checks anteriores, e a diferena

    entre o check C (charle) e os anteriores que nele so feitas algumasdesmontagens, mas nenhuma inspeo na estrutura do avio. O check C(charle) feito em geral a cada 3 mil horas hora de vo.

    Check D (delta)Check D (delta)Check D (delta)Check D (delta)Check D (delta): nesse check a aeronave desmontada e inspecionadaintegralmente, incorporando-se todos os passos do check C (charle). Cadapea submetida a rigorosos testes de laboratrio. Nesses testes so feitosexames das estruturas com: lquido penetrante (LP); raios X; ultra-som; raios gama.

    Todos esses exames so feitos para detectar possveis problemas de estrutu-ra e nveis de fadiga de componentes crticos. Alm disso, a pintura da aeronave,depois de novamente montada, totalmente refeita.

    Ao trmino do check D (delta), a aeronave encontra-se praticamente nova,como se tivesse sado da fbrica. A partir da, recomea-se novamente todoo ciclo de manuteno.

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    35A U L AA diferena entre o chek D (delta) e o check C (charle) que no D realiza-se

    uma manuteno e inspeo estrutural bem mais profunda e generalizada.O check D (delta) feito em geral a cada 12 mil horas de vo.

    Concluso

    A manuteno, mesmo passando despercebida pela maioria das pessoas, uma operao de fundamental importncia para que tanto os produtosquanto os servios venham a ser executados com qualidade, segurana,lucratividade etc.

    Dentre outros fatores que contribuem para diminuir o custo de produtose servios, encontra-se um elaborado servio de manuteno.