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Mecânica Quântica Carlos Eduardo Aguiar Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Instituto de Física - UFRJ 2º período letivo, 2013

Mecânica Quântica

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Mecânica Quântica. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Instituto de Física - UFRJ. Carlos Eduardo Aguiar. 2º período letivo, 2013. Leituras recomendadas. R. P . Feynman, R . B . Leighton , M. Sands , Lições de Física de Feynman , vol. III, Bookman , 2008 . - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Mecânica  Quântica

Mecânica Quântica

Carlos Eduardo Aguiar

Programa de Pós-Graduação em Ensino de FísicaInstituto de Física - UFRJ

2º período letivo, 2013

Page 2: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 6

Leituras recomendadas

• R. P. Feynman, R. B. Leighton, M. Sands, Lições de Física de Feynman, vol. III, Bookman, 2008.

• R. P. Feynman, QED - A estranha teoria da luz e da matéria, Gradiva, 1988.• H. M. Nussenzveig, Curso de Física Básica: Ótica, Relatividade, Física Quântica,

Blucher, 2002.• O. Pessoa Jr, Conceitos de Física Quântica, Livraria da Física, 2003.• A. Zeilinger, A Face Oculta da Natureza, Globo, 2005.• V. Scarani, Quantum physics: a first encounter, Oxford UP, 2006.• B. Rosenblum , F. Kuttner , Quantum Enigma: Physics Encounters Consciousness,

Oxford UP, 2006.• A. Rae, Quantum Physics: Illusion or Reality?, Cambridge UP, 2012. • J. Polkinghorne , Quantum Theory: A Very Short Introduction, Oxford UP, 2002.  • D. F. Styer, The Strange World of Quantum Mechanics, Cambridge UP, 2000.• D. McIntyre, C. A. Manogue, J. Tate, Quantum Mechanics: A Paradigms Approach,

Addison-Wesley, 2012.• M. Le Bellac, Quantum Physics, Cambridge UP, 2006.

Page 3: Mecânica  Quântica

7

Simulações

• Interferômetro de Mach-Zehnder (Univ. Federal do Rio Grande do Sul)http://www.if.ufrgs.br/~fernanda/

• QuantumLab (Universität Erlangen-Nürnberg)http://www.didaktik.physik.uni-erlangen.de/quantumlab/english/index.html

• PhET (University of Colorado)http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/category/physics/quantum-phenomena

• SPINS (Oregon State University)http://www.physics.orst.edu/~mcintyre/ph425/spins/index_SPINS_OSP.html

• Quantum physics (École Polytechnique)http://www.quantum-physics.polytechnique.fr/index.html

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

Page 4: Mecânica  Quântica

8C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

Sumário1. Fenômenos quânticos2. Princípios da mecânica quântica3. Sistemas quânticos simples: aplicações4. Emaranhamento5. Realismo, contextualidade e não-localidade6. Partículas idênticas7. Produto escalar, operadores, autovalores e autovetores8. Simetrias9. Posição e momentum10. Partícula em uma dimensão

Page 5: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 9

Charles Addams, New Yorker, 1940

Fenômenos Quânticos

Carlos
Charles Addams foi o autor da Família Addams.
Page 6: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 10

Um experimento com a luz

feixe luminoso pouco intenso

semiespelho (50-50%)

espelho

espelho

detetores de luz D1

D2

Carlos Eduardo
Os dois espelhos são desnecessários. Estão aí por causa da próxima montagem, o interferômetro.
Page 7: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 11

Resultado do experimento

• Os detetores nunca disparam ao mesmo tempo: apenas um, ou D1 ou D2, é ativado a cada vez.

D1

D2

D1

D2

ou

50% 50%probabilidade

Page 8: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 12

Se a luz fosse uma onda

... os detetores deveriam disparar ao mesmo tempo.

D1

D2

Page 9: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 13

Se a luz é composta por partículas

... ou D1 dispara, ou D2 dispara.

ou

D1

D2

D1

D2

Page 10: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 14

Conclusão

• A luz é composta por partículas: os fótons.

• O detetor que dispara aponta “qual caminho” o fóton tomou.

caminho 2

caminho 1

D2

D1

Page 11: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 15

O experimento de Grangier, Roger & Aspect

• Experimento realizado pela primeira vez em 1986 por Philippe Grangier, Gérard Roger e Alain Aspect.

• A fonte luminosa de “pouco intensa” usada no experimento não é fácil de construir.

ν1

ν2

átomo de cálcio τ = 4,7 ns

Page 12: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 16

O experimento de Grangier, Roger & Aspect

w = 9 ns

P. Grangier, G. Roger, A. Aspect, Experimental evidence for a photon anticorrelation effect on a beam splitter: A new light on single-photon interferences, Europhysics Letters 1, 173 (1986)

Page 13: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 17

Resultado do experimento de Grangier et al.

Carlos Eduardo
Px = Nx/N1, x=c,r,t alfa = Pc / (Pr*Pt)Se não há correlação entre os disparos dos detetores, Pc = Pr*Pc e alfa = 1Ver a ótima discussão em Greenstein e Zajonc, cap.2.
Page 14: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 18

Sobre o ensino do conceito de fóton

• Os experimentos de anticoincidência fornecem evidência simples e direta da natureza corpuscular da luz.

• Mais fácil de discutir (principalmente no ensino médio) que o efeito fotoelétrico.

• Ao contrário do que se lê em muitos livros-texto, o fóton não é necessário para explicar os efeitos fotoelétrico e Compton.– G. Beck, Zeitschrift für Physik 41, 443 (1927)– E. Schroedinger, Annalen der Physik 82, 257 (1927)

Page 15: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 19

Outro experimento com a luz

interferômetro de Mach-Zehnder

D2

D1

segundosemiespelho

feixe luminoso“fóton a fóton”

Carlos Eduardo
Não é mais possível determinar o caminho do fóton.
Page 16: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 20

Preliminares: um feixe bloqueado

1

2

50%

25%

25%

Carlos Eduardo
Os detetores nunca disparam em coincidência.
Page 17: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 21

O outro feixe bloqueado

1

2

50%

25%

25%

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 22

Resultado fácil de entender com partículas

= caminho do fóton

1

2

50%

25%

25%

Page 19: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 23

De volta ao interferômetro

D1

D2

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 24

Resultado do experimento:

0%

100%D1

D2

Carlos Eduardo
É sempre possível balancear o inteferômetro para que isso ocorra. O caso geral será tratado mais à frente.Enfatizar o 0% -- a abertura de um novo caminho diminui o número de partículas em D2.
Page 21: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 25

Difícil de entender se os fótons seguem caminhos definidos

caminho 1 caminho 2

1

25%

25%2

25%

25%

Se o fóton segue o caminho 1 (2) não deve fazer diferença se o caminho 2 (1) está aberto ou fechado, e portanto vale o resultado do experimento preliminar.

Carlos Eduardo
O primeiro experimento "mostrou" que 50% dos fótons seguem o caminho 1 e 50% o caminho2.
Page 22: Mecânica  Quântica

26C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

)2(D

)1(DD nnn

PPP

probabilidade dodetetor Dn disparar apenas o caminho

1 aberto

apenas o caminho 2 aberto

Proposição*

Cada fóton segue ou o caminho 1 ou o caminho 2

consequência:

* The Feynman Lectures on Physics, v.3, p.1-5

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 27

Teste da Proposição

Experimentalmente:

)2(D

)1(DD nnn

PPP

%100P1D

%25P )1(D1

%25P )2(D1

%25P )1(D2

%0P2D

%25P )2(D2

a Proposição é falsa!

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 28

Repetindo:

A afirmativa

“o fóton segue ou pelo caminho 1 ou pelo caminho 2”

é falsa.

“… um fenômeno que é impossível, absolutamente impossível, de explicar em qualquer forma clássica, e que traz em si o coração da mecânica quântica.”

R. P. Feynman, The Feynman Lectures on Physics, v.3, p.1-1

Carlos Eduardo
… a phenomenon which is impossible, absolutely impossible, to explain in any classical way, and which has in it the heart of quantum mechanics.
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Por onde vai o fóton?

1 e 2

ou 1 ou 2

nem 1 nem 2

1 2

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Por onde vai o fóton?

• Experimentalmente, a opção “ou 1 ou 2” é falsa.

• Se os dois caminhos forem fechados, nenhum fóton chega aos detetores. Logo, “nem 1 nem 2” também não é aceitável.

• Parece restar apenas a opção “1 e 2”: o fóton segue os dois caminhos ao mesmo tempo.

Carlos
Passa pelas 2 fendas:- Bohm: a função de onda faz isso.- Everett: uma fenda em cada universo.
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Outra possibilidade...

• Não faz sentido falar sobre o caminho do fóton no interferômetro, pois a montagem experimental não permite distinguir as possibilidades 1 e 2.

• A pergunta “qual o caminho do fóton?” só faz sentido frente a um aparato capaz de produzir uma resposta.

Quando alguém deseja ser claro sobre o que quer dizer com as palavras “posição de um objeto”, por exemplo do elétron (em um sistema de referência), ele deve especificar experimentos determinados com os quais pretende medir tal posição; do contrário essas palavras não terão significado.

- W. Heisenberg, The physical content of quantum kinematics and mechanics (1927)

Carlos Eduardo
Ver a ótima discussão em:C. N. Villars, Observables, states and measurements in quantum physics, Eur. J. Phys. 5 (1984) 177A citação de Heisenberg é- W. Heisenberg (1927), The Physical Content of Quantum Kinematics and Mechanics, reimpresso em J.A. Wheeler e W.H. Zurek, Quantum Theory and Measurement, p.62
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Fácil de entender num modelo ondulatório

D1

D2

interferênciaconstrutiva

interferênciadestrutiva

Carlos Eduardo
A onda segue os dois caminhos.
Page 29: Mecânica  Quântica

33

Comprimentos variáveis

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

L1

L2

PD2

PD1

L1, L2 = comprimentos ajustáveis dos “braços” do interferômetro

Carlos Eduardo
É possível alternar interferência construtiva e destrutiva no mesmo detetor, mudando o comprimento dos braços do interferômetro.De maneira mais geral, pode-se mudar o caminho ótico.
Page 30: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 34

Resultado experimental:

• Padrão de interferência: é possível definir um comprimento de onda.

• Só há um fóton de cada vez no interferômetro: o fóton “interfere com ele mesmo”.

• Se cada fóton seguisse um único caminho (ou 1 ou 2), o comprimento do outro caminho não deveria influenciar o resultado.

L1 – L2

0

1PD1

L1 – L2

1

0

PD2

(linha tracejada: “ou 1 ou 2” ↔ PD(1) + PD

(2))

Carlos Eduardo
As probabilidades dependem apenas de L1-L2, não de L1+L2.Mais evidência de que o fóton não segue ou por 1 ou por 2.
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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 35

O experimento de Grangier, Roger & Aspect

P. Grangier, G. Roger, A. Aspect, Experimental evidence for a photon anticorrelation effect on a beam splitter: A new light on single-photon interferences, Europhysics Letters 1, 173 (1986)

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O experimento de Grangier, Roger & Aspect

L1 – L2 (λ/50) L1 – L2 (λ/50)

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Interferência de nêutrons

interferômetro de nêutrons

S. A. Werner, Neutron interferometry, Physics Today 33, 24 (dezembro1980)

Carlos Eduardo
Como o nêutron que segue o caminho II sabe a densidade do gás no caminho I ?
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Interferência de átomos

interferômetro de átomos

A. D. Cronin, J. Schmiedmayer, D. E. Pritchard, Optics and interferometry with atoms and molecules, Reviews of Modern Physics 81, 1051 (2009)

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Interferência de elétrons

A. Tonomura et al., Demonstration of single-electron build-up of an interference pattern, Am. J. Phys. 57, 117 (1989)

Carlos
The number of electron accumulated on the screen. (a) 8 electrons; (b) 270 electrons; (c) 2000 electrons; (d) 160,000. The total exponsure time from the beginning to the stage (d) is 20 min.
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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 40

E se o caminho for observado?

P. Bertet et al., A complementarity experiment with an interferometer at the quantum-classical boundary, Nature 411, 166 (2001)

diferença de “caminhos” (ajustável)

interferênciadesaparece !

Page 37: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 42

P. Bertet et al., A complementarity experiment with an interferometer at the quantum-classical boundary, Nature 411, 166 (2001)

E se o caminho for observado?

N Massa

• Massa = 0• caminho

identificado• não há padrão de

interferência

• Massa ∞• caminho não

identificado• padrão de

interferência

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P. Bertet et al., A complementarity experiment with an interferometer at the quantum-classical boundary, Nature 411, 166 (2001)

E se a informação sobre o caminho for apagada?

impossível determinar o caminho

interferência

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 44

Quando há interferência?

Resultado pode ser obtido de duas maneiras alternativas, indistinguíveis experimentalmente

interferência(“1 e 2”)

Resultado pode ser obtido de duas maneiras alternativas, distinguíveis experimentalmente

(“ou 1 ou 2”)

não há interferência

Carlos Eduardo
Algo pode acontecer de 2 maneiras e o experimento não permite determinar qual delas ocorreu.Segundo Heisenberg e Bohr, nesse caso não faz sentido se dizer que uma delas ocorreu.O que interfere? Veremos ao discutir amplitudes de probabilidade.
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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 45

Princípios da Mecânica Quântica

Carlos Eduardo
A mecânica quântica não é estranha e pouco intuitiva por opção de seus criadores.A natureza é que estranha e pouco intuitiva, como mostraram os experimentos anteriores.
Page 41: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 46

Princípios da Mecânica Quântica

• Vetores de estado e o princípio da superposição

• A regra de Born

• Complementaridade e o princípio da incerteza

• Colapso do vetor de estado

• A equação de Schroedinger

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 47

Vetores de Estado e o

Princípio da Superposição

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 48

Sistemas de dois estados

• esquerda / direita

• horizontal / vertical

• para cima / para baixo

• sim / não

• 0 / 1

Carlos Eduardo
O sistema mais simples possível, sem ser trivial.Vários prêmios Nobel dados ao estudo de sistemas desse tipo.Informação sobre o estado ocupa 1 bit.
Page 44: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 49

Sistemas de dois estados

cara coroa

fóton refletido

fóton transmitido

Carlos Eduardo
Clássico (moeda): ou 1 ou 2Quântico (fóton): pode ser 1 e 2
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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 50

Sistemas de dois estados

A = ? a2a1

2

1

aa

Agrandeza física observável:

a2a1

a2a1medidor de “A”

ou

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 51

Sistemas clássicos

• Sistema clássico de dois estados, A = a1 e A = a2.

• Representação dos estados: pontos no “eixo A”

Aa1 a2

Page 47: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 52

Sistemas quânticos: vetores de estado

• Sistema quântico de dois estados, A = a1 e A = a2.

• Representação dos estados: vetores ortogonais em um espaço de duas dimensões

1a

2a

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 53

A notação de Dirac

vetor ↔

identificação

21 aa

direitaesquerda

10

exemplos:

Carlos Eduardo
O colchete |> tem papel semelhante à seta na notação vetorial usual.Dirac chamou esses vetores de ket.Existem também os vetores bra.
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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 54

O que muda?

Passar de dois pontos em uma reta para dois vetores perpendiculares não parece ser mais do mudar o sistema de “etiquetagem” dos estados.

1a

2a

Aa1 a2

O que muda é o seguinte:

?

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 55

O Princípio da Superposição

Qualquer combinação linear dos vetores |a1ñ e |a2ñ representa um estado físico do sistema.

2211 acac

1a

2a

Carlos Eduardo
Qualquer vetor do plano varrido por |a1> e |a2> representa um estado físico do sistema.Estado físico quer dizer um estado que pode ser preparado por um dado aparato experimental.
Page 51: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 56

Significado de |ñ

• A = a1 e A = a2 ?• esquerda e direita?• horizontal e vertical?• sim e não?• 0 e 1?1a

2a

Page 52: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 57

Alguns detalhes ‘técnicos’

• As constantes c1 e c2 podem ser números complexos.

• O espaço de estados é um espaço vetorial complexo.

• Os vetores |a1ñ e |a2ñ são uma base do espaço (bidimensional) de estados.

Page 53: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 58

O espaço de estados é grande

• Um sistema quântico de dois estados tem muito mais que dois estados, tem infinitos estados.

1a

2a

Page 54: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 59

Princípio da Superposição: formulação geral

Se |ñ e |ñ são vetores de estado, qualquer combinação linear deles representa um estado físico do

sistema.

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 60

A Regra de Born

Page 56: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 61

A Regra de Born

2211 acac

1a

2a

c2

c1

A probabilidade de uma medida da grandeza física A resultar em A = an é

22

21

2n

ncc

c)a(P

(n = 1, 2)

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C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 62

A Regra de Born

2211 acac

|ñ a2a1

a2a1

a2a1

medidor de “A”

22

21

21

1cc

c)a(P

22

21

22

2cc

c)a(P

Carlos Eduardo
Impossível prever o resultado de uma única medida.Podemos prever apenas a probabilidade de dado valor de A ser encontrado.
Page 58: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 63

Probabilidade total

Só há dois resultados possíveis, ou a1 ou a2.

1cc

ccc

c)a(P)a(P 2

22

1

22

22

21

21

21

A probabilidade da medida resultar ou em a1 ou em a2 é 1 (100%)

Page 59: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 64

Normalização do vetor de estado

1aa 21

22

21 cc

Norma de |ñ:

1a

2a

c2

c1

(tamanho do vetor |ñ)

Com essa definição:

Page 60: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 65

Normalização do vetor de estado

2211 acac 2211 acac

|ñ e |ñ têm normas diferentes mas representam o mesmo estado físico!

)a(Pcc

ccc

c)a(P n2

22

1

2n

22

21

2n

n

Page 61: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 66

Normalização do vetor de estado

Todos os vetores ao longo de uma dada direção representam o mesmo

estado físico.

Podemos trabalhar apenas com vetores “normalizados”:

1

1cc,acac 22

212211 ou seja,

Page 62: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 67

2nn c)a(P

Vetores normalizados: a Regra de Born

2211 acac

a2a1

a2a1

a2a1

medidor de “A”

211 c)a(P

222 c)a(P

(normalizado)

Page 63: Mecânica  Quântica

68

Amplitude de probabilidade

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

cn amplitude de probabilidade

probabilidade = |amplitude de probabilidade|2

nn c)a( “função de onda”:

2nn )a()a(P

Page 64: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 69

Valor médio

N medidas de A (N )

N1 a1 , N2 a2

valor médio de A no estado |ñ

NaNaNA 2211

a2a1

a2a1

a2a1

Page 65: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 70

Valor médio

2211 acac

21112211 a)a(Pa)a(P

NaNaNA

22

212

1 acacA

probabilidades:NN)a(P 1

1

NN)a(P 2

2

Page 66: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 71

Incerteza

2211 acac

possível prever o resultado(probabilidade = 100%):

valor de A “bem definido”

1a

2a

c2

c1

c1, c2 0

impossível prever o resultado de uma medida

0c,1ca 211 ouSe

1c,0ca 212

Page 67: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 72

Incerteza

2211 acac

A = incerteza de A no estado |ñ

2222 AAAA)A(

1aou

2aA = 0

Carlos Eduardo
Desvio padrão das medidas.
Carlos Eduardo
Demonstração:Delta_A = |c1| |c2| |a1-a2|
Page 68: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 73

Complementaridade e o

Princípio da Incerteza

Page 69: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 74

Complementaridade

a2a1

B

A

b2b1

1a

2a

2b

1b

duas grandezasfísicas: A e B

Page 70: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 75

Grandezas compatíveis e incompatíveis

1a

2a

1b

2b

2b

1b

2a

1a

A e B compatíveis

A e B incompatíveis

A e B complementares: incompatibilidade “máxima”

Carlos Eduardo
Estados degenerados complicam essa caracterização de (in)compatibilidade.
Page 71: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 76

O Princípio da Incerteza

2b

1b

2a

1a

A e B incertos ( A 0, B 0)

A bem definido, B incerto( A = 0, B 0)

B bem definido, A incerto( B = 0, A 0)

Page 72: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 77

O Princípio da Incerteza

2b

1b

2a

1a

A e B incompatíveis nenhum estado |ñ com A = 0 e B = 0

Page 73: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 78

Exemplo: posição e momentum

Xx1 x2

duas posições: |x1ñ, |x2ñ (“aqui”, “ali”)

dois estados de movimento: |p1ñ, |p2ñ (“repouso”, “movimento”)

2p 1p2x

1x

impossível ter um estado com posição e momentum bem definidos

Carlos Eduardo
X e P são complementares.Demonstração: P é o gerador das translações em X.Uma extensão dessa definição de complementaridade: a dualidade onda-partícula. É impossível realizar um experimento onde aspectos ondulatórios e corpusculares são ambos observados.
Page 74: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 79

Resumo dos princípios já discutidos

estado físico vetor no espaço de estados

grandeza físicasistema de “eixos” no

espaço de estados

Page 75: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 80

Resumo dos princípios já discutidos

probabilidade de uma medida da grandeza A resultar em A = a1

ou A = a2

grandezas físicasincompatíveis

(complementares)

diferentes sistemas de eixos no espaço

de estados

2a

1a

projeção do vetor de estado no eixo |anñ

probabilidade damedida resultar

em A = an

Page 76: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 81

Até agora: cinemática quântica.

E a dinâmica quântica?Como o vetor de estado muda

com o tempo?

Page 77: Mecânica  Quântica

Colapso do Vetor de Estado

Page 78: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 83

Colapso do vetor de estado

a2a1

a2a1 2a

antes damedida

depois damedida

Page 79: Mecânica  Quântica

84C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

Colapso do vetor de estado

1a

2a

resultadoA = a2

resultadoA = a1

medida de A resulta em an logo após a medida o vetor de estado do sistema é |anñ

Carlos Eduardo
Postulado
Page 80: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 85

Colapso do vetor de estado

• Se fazemos uma medida, encontrando A = an, e imediatamente a repetimos, temos que encontrar A = an novamente, com 100% de probabilidade.

• Sem a reprodutibilidade de medidas sucessivas, o próprio conceito de medida fica comprometido.

• Portanto, após a medida o vetor de estado do sistema tem que ser | an ñ, o único estado em que uma nova medida resultará em A = an com 100% de probabilidade.

• |ñ |anñ: a medida causa uma alteração imprevisível e incontrolável do estado quântico; versão moderna do “salto quântico”.

Page 81: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 86

Medidas simultâneas de duas grandezas

a2a1

b2b1

(A, B)

( A 0, B 0) ( A = 0, B = 0)

Se A e B são incompatíveis (complementares), não existe estado |ñ com A = 0 e B = 0.

É impossível realizar um experimento no qual A e B são medidos simultaneamente (de forma reprodutível).

Carlos Eduardo
Ver D. Gillespie, A Quantum Mechanics Primer, p.62 (The compatibility theorem) para uma definição operacional de compatibilidade (ou melhor, de mensurabilidade simultânea).É claro que é sempre possível medir A e B simultaneamente, mas a medida não será reprodutível, ou não será exata.Dualidade onda-partícula: experimentos incompatíveis.
Page 82: Mecânica  Quântica

A Equação de Schroedinger

Page 83: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 88

A equação de Schroedinger

• Evolução temporal do vetor de estado:|(0)ñ |(t)ñ

• Dinâmica quântica: determinada pela energia do sistema (o conceito de força é pouco relevante).

Page 84: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 89

A (solução da) equação de Schroedinger

2E

1E

Sistema de dois estados

Dois níveis de energia: E1, E2

2211 EcEc)0t(

2/tEi

21/tEi

1 EecEec)t( 21

Page 85: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 90

• ћ = constante de Planck ( 2) 110-34 Js

• Números complexos são inevitáveis. Mesmo que as componentes do vetor de estado sejam reais em t = 0, para t 0 elas serão complexas:

• A evolução |(0)ñ |(t)ñ ditada pela equação de Schroedinger é contínua (sem ‘saltos quânticos’) e determinista (sem elementos probabilísticos).

/tEinn

nec)t(c

A (solução da) equação de Schroedinger

Carlos Eduardo
Primeira aparição da constante de Planck.Dinâmica: tempo, energia (grandezas dimensionais)[h] = Joule x segundoA constante de Planck separa sistemas quânticos de clássicos.
Page 86: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 91

Propriedades da equação de Schroedinger

• Linearidade:

)t()0(

)t()0(

bb

aa

)0()0()0( ba

)t()t()t( ba

t = 0 t 0

Page 87: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 92

Propriedades da equação de Schroedinger

• Conserva a norma do vetor de estado:

)0()t( )t(

)0(

• Conserva o “ângulo” entre vetores:

tamanho não muda

)0(

)t(

)0()t(

dois vetores perpendicularescontinuam perpendiculares

Page 88: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 93

• Determinismo• Continuidade• Linearidade• Conservação da norma• Conservação de ângulos

Propriedades da equação de Schroedinger

“evolução unitária”

Carlos Eduardo
Implementada matemáticamente por matrizes unitárias.
Page 89: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 94

Estados estacionários

• |(t)ñ e |(t)ñ representam o mesmo estado físico.

• Estados de energia bem definida são “estacionários”.

nE)0( n/tEi Ee)t( n

mesma “direção” que |Enñ

• Estado de energia bem definida En:

Page 90: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 95

Conservação da energia

2/tEi

21/tEi

1 EecEec)t( 21

2n

2/tEinn cec)t,E(P n

)0()t(EE

)0t,E(P)t,E(P nn

Page 91: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 96

Eq. de Schroedinger x Processos de medida

• Equação de Schroedinger:– contínua– determinista– válida enquanto não se faz uma medida

• Colapso do vetor de estado:– descontínuo– probabilístico– ocorre durante a medida

Carlos Eduardo
Eq. de Schroedinger: só vale quando não se está olhando.Reversível X irreversível.
Page 92: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 97

Eq. de Schroedinger x Processos de medida

Duas dinâmicas?• Equação de Schroedinger:

– interação do sistema quântico com outros sistemas quânticos.

– A = a1 e A = a2

• Colapso do vetor de estado: – interação do sistema quântico com um aparato

clássico, o aparelho de medida (o “observador”).– A = a1 ou A = a2

Carlos Eduardo
Aparelhos de medida não têm superposições quânticas.
Page 93: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 98

O “problema da medida”Por que o aparelho de medida não é regido pela eq. de Schroedinger?

a2a1 a2a1 a2a1

Descrição quântica do aparelho de medida:

| ñ| ñ | ñ

22 aa

11 aa 22112211 acacacac

equação de Schroedinger:

o ponteiro aponta em duas direções ao mesmo tempo !

aparelho de medida:

Carlos Eduardo
Se o aparato é um bom aparelho de medida, o lado esquerdo deve ocorrer.Se ele é regido pela eq. de Schroedinger, o lado direito também ocorre.
Carlos Eduardo
O ponteiro nunca é encontrado nessas superposições.Sistema "clássico".
Page 94: Mecânica  Quântica

99

O “problema da medida”

• Porque as superposições quânticas não são encontradas no mundo macroscópico?– Jamais se observou um ponteiro macroscópico apontando em

duas direções ao mesmo tempo.– Um gato não pode estar simultaneamente vivo e morto.

• Como conciliar o espaço quântico de infinitos estados com a observação de apenas alguns poucos estados macroscópicos?

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

Uma descrição do processo de medida baseada na equação de Schroedinger deve dar respostas a essas questões.

Page 95: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 101

Física quântica x física clássica

físicaquântica

físicaclássica

…a mecânica quântica ocupa um lugar muito incomum entre as teorias físicas: ela contém a mecânica clássica como um caso limite, mas ao mesmo tempo requer esse caso limite para sua própria formulação...

- L. Landau & E. Lifshitz, Quantum Mechanics

Page 96: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 102

Sistemas de N Estados

Você está emtodo lugar

Carlos Eduardo
Onipresença quântica
Page 97: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 103

Sistemas de N estados

2a

1a

3a

2a

1a

3aNa...

3 estados N estadosimpossível desenhar N eixos perpendiculares

Page 98: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 104

Sistemas de N estados

• N pode ser infinito:

N

1nnn ac

1n

nn ac

• N pode ser infinito e os an contínuos:

a)a(cda

a)a(cdaacn

nn

ou ainda,

Carlos Eduardo
P(an) = |cn|^2
Page 99: Mecânica  Quântica

105

Aplicações a sistemas simples

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

Instituto de Física Quântica

Vocêestá

aqui e aqui

Carlos Eduardo
Aplicações a sistemas de 2 estados.
Page 100: Mecânica  Quântica

106

Informação quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

Carlos Eduardo
Aplicação à segurança contra incêndios.
Page 101: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 107

O interferômetro de Mach-Zehnder

0%

100%D1

D2

interferênciaconstrutiva

interferênciadestrutiva

“ondas”

Carlos Eduardo
Impossível de entender com partículas.
Page 102: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 108

O interferômetro de Mach-Zehnder

D1 e D2 nunca disparam em coincidência “partículas”

1

2

50%

25%

25%

Carlos Eduardo
Os detetores nunca disparam em coincidência.Impossível de entender com ondas.
Page 103: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 109

Descrição quântica do interferômetro

1

2

(caminho 1)

(caminho 2)

Page 104: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 110

Espaço de estados

2c1c 21

222

211

cPcP

probabilidades:

2

1

Page 105: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 111

Semiespelho

22

112

11

22

112

12

1 1

2

1

2

2

probabilidade de reflexão = probabilidade de transmissão = 1/2

evoluçãounitária

Carlos Eduardo
Eq. de Schroedinger = evolução unitária."Semiespelho de Hadamard":U = matriz de Hadamard = HEvolução "temporal" (t=0 ->1):U(t) = [raiz(1-f^2) I - i f H] exp(i pi/2 g)f(0), g(0) = 0f(1), g(1) = 1
Page 106: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 112

Semiespelho

22

112

1

22

112

1

2

1 sinal negativo: evolução unitária conserva a

ortogonalidade

Page 107: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 113

Interferômetro

D1

D2

1

2

1

Carlos Eduardo
Apenas D1 registra luz.
Page 108: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 114

Interferômetro

Primeiro semiespelho: 22

112

11

Estado inicial: 1

Page 109: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 115

InterferômetroSegundo semiespelho:

ou seja, o estado final é

2

211

21

212

211

21

212

211

21

1221

211

21

21

interferência destrutiva

interferência construtiva

P1 = 100%P2 = 0%

Carlos Eduardo
Duas maneiras de chegar nos estados 1 e 2.
Page 110: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 116

O que interfere?

221

211

21

21

(1-1-1) (1-2-1) (1-1-2) (1-2-2)

1

1

1

2

1 1

22

soma das amplitudes de probabilidade associadas a caminhos alternativos indistinguíveis

Carlos Eduardo
interferência na função de onda
Page 111: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 117

Caminho bloqueado

1

2

D2

D1

Page 112: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 118

Caminho bloqueado

Primeiro semiespelho: 22

112

11

Estado inicial: 1

Bloqueio: 2

112

122

112

1

fóton bloqueado

Page 113: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 119

Caminho bloqueado

Segundo semiespelho:

ou seja, o estado final é

212

211

21

21

211

21

2

12211

21 P1 = 25%

P2 = 25%P = 50%

Page 114: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 120

Por que não há interferência?

(1-1-1) (1-1-2)

não há caminhos alternativos para cada um dos estados finais não há interferência

1

1

1

2

12211

21

(1-2-)

1 1

2

1

2

Carlos Eduardo
comportamento corpuscular = trajetórias únicas
Page 115: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 121

Caminhos alternativos distinguíveis

D1

D2

mola

Page 116: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 122

Caminhos alternativos distinguíveis

Primeiro semiespelho: M22

1R12

1R1

Estado inicial: R1

• 1, 2: caminho do fóton• R: espelho em repouso• M: espelho em movimento

M2,M1,R2,R1

Page 117: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 123

Caminhos alternativos distinguíveis

Segundo semiespelho:

ou seja, o estado final é

M2

21M1

21

21R2

21R1

21

21M2

21R1

21

M221R2

21M1

21R1

21

P1 = P(1, R) + P(1, M) = 50%

P2 = P(2, R) + P(2, M) = 50%

soma de probabilidades,não de amplitudes

Page 118: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 124

Apagando a informação sobre o caminho

D1 100%

D2 0%

mola

Page 119: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 125

Apagando a informação sobre o caminho

Segundo semiespelho:

ou seja, o estado final é

M2

21R1

21

21M2

21R1

21

21M2

21R1

21

R1

a informação sobre o caminho foi apagada e a interferência restabelecida

Carlos Eduardo
O que destrói a coerência não é a "perturbação incontrolável" da medida, mas a informação adquirida.
Page 120: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 126

O palito de fósforo quântico

Page 121: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 127

O palito de fósforo quântico

fóton

fóton

• fósforo “bom”

• fósforo “ruim”

Page 122: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 128

O palito de fósforo quântico

palitos bons e ruins misturados

Problema: como encher uma caixa de fósforos apenas com palitos bons?

Page 123: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 129

Teste clássico

palito ruim

palito bomqueimado

Page 124: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 130

Teste quântico

D1

D2

Page 125: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 131

Palito ruim

D1 100%

D2 0%

transparente

palito ruim D2 nunca dispara

Page 126: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 132

Palito bom

D2 25%

D1 25%50%

palito bom D2 dispara em 25% das vezes, e o fósforo permanece intacto

Page 127: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 133

Teste quântico

• D2 fósforo bom intacto

• D1 fósforo bom intacto ou fósforo ruim

• Fósforo acende fósforo bom queimado

Dos fósforos bons:• 25% estão identificados e intactos• 50% foram queimados• 25% em dúvida

Retestando os casos duvidosos é possível identificar 1/3 dos fósforos bons.

Carlos Eduardo
f = x+x^2+x^3+...= x/(1-x)x = 1/4 -> f = 1/3
Page 128: Mecânica  Quântica

134

Defasagem

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013

L1 – L2 (λ/50)

As probabilidades P1 e P2 dependem de diferenças entre os dois caminhos.

distânciapercorrida

densidade do material atravessado

Page 129: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 135

Defasagem

características do caminho percorrido “fase”

1

1e 1i1

2

2e 2i2

Carlos Eduardo
fase = n k Ln = índice de refração == 1 + 2pi/k^2 * f(0) * densidade de partículasEm baixas energias: f(0) = -a + i k a^2a = scattering length
Page 130: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 136

Defasagem

D1

D2

1

2

Page 131: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 137

Defasagem

Primeiro semiespelho: 22

112

11

Estado inicial: 1

Defasadores:

2e2

11e2

122

112

121 ii

Page 132: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 138

Defasagem

Segundo semiespelho:

ou seja,

22

112

12

e22

112

12

e22

e12

e 2121 iiii

22

ee12

ee22

e12

e 212121 iiiiii

Page 133: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 139

Defasagem

2c1c 21 • Após o segundo semiespelho:

2eec

21 ii

1

2

eec21 ii

2

• Probabilidades:

212

11 cos121cP )cos(1

21cP 21

222

1 – 2

0

1P1

1 – 2

1

0

P2

Page 134: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 140

Defasagem

L1 – L2 (λ/50)

nnn LkL2

após uma distância “extra” x: nen xki

Carlos Eduardo
Definindo o momentum como o gerador das translações exp(iPx/hcortado), temos a relação de de Brogliep = hcortado x k = h/lambda
Page 135: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 141

O problema de Deutsch

Como saber se uma moeda é honesta ou viciada?

1ª lado 2ª lado

moeda honesta

1ª lado 2ª lado

moeda viciada

Page 136: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 142

O problema de Deutsch

Resposta “clássica”: olhando os dois lados

1ª lado 2ª lado

4 possibilidades

honesta

viciada

Page 137: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 143

O problema de Deutsch

Podemos espiar os dois lados da moeda com um único fóton?

Aparentemente, não!

Page 138: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 144

Vendo os dois lados da moeda com um único fóton

2

1

cara: = 0 coroa: =

D1

D2

2

1

Page 139: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 145

Vendo os dois lados da moeda com um único fóton

cara: = 0 coroa: = D1

D2

2

11

2

Page 140: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 146

Vendo os dois lados da moeda com um único fóton

D1

D2

2

11

2

moeda honesta:1 2

1 2

fóton em D2

moeda viciada:1 2

1 2 0

fóton em D1

212

11 cos121cP

)cos(121cP 21

222

Page 141: Mecânica  Quântica

C.E. Aguiar / Mecânica Quântica / 2013 147

O início da computação quântica

• D. Deutsch, Quantum theory, the Church-Turing principle and the universal quantum computer, Proceedings of the Royal Society A 400, p. 97-117 (1985).

• D. Deutsch, R. Jozsa. Rapid solutions of problems by quantum computation, Proceedings of the Royal Society of London A 439, p. 553-558 (1992).

• R. Cleve, A. Ekert, C. Macchiavello, M. Mosca, Quantum algorithms revisited, Proceedings of the Royal Society of London A 454, p. 339-354 (1998).

x = 0 x = 1f1 0 0

f2 1 1

f3 0 1

f4 1 0

f constante

f “balanceada”

}1,0{}1,0{:f

É possível descobrir se a função é constante com um único cálculo de f ?