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Energias de ordem mista: Fadiga. Doenças parasitárias. Sevícias (Sindrome da criança maltratada. Síndrome do ancião maltratado. Violência contra a mulher. Tortura) Conceito As energias de ordem mista, também conhecidas como energias de ordem bioquímica e biodinâmica, compreendem determinados grupos de ação produtores de lesões corporais ou de morte analisados na causalidade de dano. Além do seu interesse nas demandas criminais e civis, o tema desperta muito a atenção do capítulo das doenças profissionais e dos acidentes de trabalho. Nesta modalidade de energia, enquadram-se a fadiga, algumas doenças parasitárias e todas as formas de sevícias. Fadiga Duas são as formas de fadiga: a aguda e a crônica. A primeira é provocada pelo excesso de atividade física. Em pincípio, não se deve confundi-la com o simples cansaço. A segunda se caracteriza pelo esgotamento físico ou mental, permanentemente ou progressivo, conhecida também por estafa ou estresse. Fadiga aguda Se manifestam através de perturbações cardiovasculares taquicardia, palpitações e descompasso da pressão arterial; respiratórias polipnéia, respiração superficial e

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Energias de ordem mista: Fadiga. Doenças parasitárias. Sevícias (Sindrome da criança maltratada. Síndrome do ancião maltratado.

Violência contra a mulher. Tortura)

Conceito

As energias de ordem mista, também conhecidas como energias de ordem bioquímica e biodinâmica, compreendem determinados grupos de ação produtores de lesões corporais ou de morte analisados na causalidade de dano. Além do seu interesse nas demandas criminais e civis, o tema desperta muito a atenção do capítulo das doenças profissionais e dos acidentes de trabalho. Nesta modalidade de energia, enquadram-se a fadiga, algumas doenças parasitárias e todas as formas de sevícias.

Fadiga

Duas são as formas de fadiga: a aguda e a crônica. A primeira é provocada pelo excesso de atividade física. Em pincípio, não se deve confundi-la com o simples cansaço. A segunda se caracteriza pelo esgotamento físico ou mental, permanentemente ou progressivo, conhecida também por estafa ou estresse.

Fadiga aguda

Se manifestam através de perturbações cardiovasculares – taquicardia, palpitações e descompasso da pressão arterial; respiratórias – polipnéia, respiração superficial e modificações do ritmo respiratório; nervosas – esgotamento do sistema nervoso central.

Fadiga crônica

Na sua forma de estresse, “síndrome de esgotamento psicossomático”, é motivada pela soma de perturbações somáticas e psíquicas e provocada por diversos agentes agressivos ou opressores.

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A fadiga pode ser de caráter culposo, doloso ou acidental. Geralmente, o maior interesse reside nas questões de interesse trabalhista.

Há também a chamada “síndrome do burn-out” ou “síndrome do esgotamento profissional” que surge no final da vida profissional, principalmente das ocupações liberais, e se manifesta por depressão, apatia, esgotamento físico, retraimento, atitude negativa para si mesmo, cansaço emocional e falta de perspectiva que levam a uma perda de motivação e tendência de sentimentos de inadequação e fracasso. Caracteriza-se por três manifestações típicas: 1 – esgotamento emocional, 2 – despersonalização e 3 – sensação de fim da realização pessoal.

Doenças parasitárias

É irrefutável a nocividade de certas doenças parasitárias, principalmente no que atine á sua ação espoliativa e tóxica.

São os helmintos – tênias, bacteriocéfalos, áscaris, filarias, triquinas e tricocéfalos – os maiores responsáveis por esse tipo de energia. Responsáveis o são, também, algumas doenças produzidas por protozoários e bactérias. A diferença entre os parasitas e os germes da infecção prende-se ao fato de que os primeiros, embora espoliem o hospedeiro, tendem a poupá-lo; os segundos, todavia, são inteiramente perniciosos. As bactérias e os protozoários, em geral agridem violentamente o doente, além de apresentarem uma sintomatologia mais grave e mais gritante.

Sevícias

Em virtude das várias tipicidades de sevícias – mecânica, bioquímica ou biodinâmica, mais próprio é vê-las no âmbito das energias de ordem mista. Raramente as sevícias mostram apenas uma forma de energia: lesões corporais (mecânica); choque (biodinâmica); inanição (bioquímica). No entanto, mesmo isolando-se um tipo de ação, a vítima não deixa de apresentar grave comprometimento da emotividade, levada pelo terror, medo, revolta, ódio ou submissão. A perícia deve seguir o itinerário das alterações físicas e psíquicas, avaliando não só determinadas lesões isoladas, mas, sobretudo, suas repercussões na economia geral. A natureza jurídica das sevícias é de caráter exclusivamente doloso. Entre elas, destacam-se a síndrome da criança maltratada, a síndrome do ancião maltratado e a tortura.

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Síndrome da criança maltratada

Ultimamente, vêm-se tornando cada vez mais freqüentes a sevícia e os maus-tratos a crianças, que vão desde a prisão e o isolamento em ambientes insalubres até os espancamentos brutais seguidos de morte.

A experiência tem demonstrado que 80% desses menores maltratados têm menos de três anos e 40% deles são menores de seis meses, com ligeira predominância do sexo masculino, socialmente carentes e débeis ou retardados.

Perfil dos autores de maus-tratos

Os autores desses meios cruéis são geralmente padrastos, pais, jovens ou familiares diretos, com problemas de alcoolismo ou de drogas, desempregados, com desordens psico-afetivas, de baixo índice de escolaridade e quase sempre vítimas de maus-tratos na infância.

Síndrome do ancião maltratado

Na Inglaterra, aproximadamente em 1975, surgiu pela primeira vez o conceito de ancião maltratado, como uma síndrome de características da violência intrafamiliar. Na maioria das vezes é desconhecido, tornando difícil seu diagnóstico e sua distinção com os acidentes próprios da idade, a exemplo das fraturas, contusões e ferimentos outros, muitas vezes pelo temor de o ancião denunciar seus próprios filhos, parentes próximos e serviçais.

Violência contra a mulher

A violência doméstica representa não só a mais dolorosa ocorrência de ordem afetivo-sentimental, por atingir o âmago da estrutura familiar, senão também um assunto da mais alta complexidade sob o ponto de vista médico-pericial. Sem nenhuma dúvida, tem sido a mulher a maior vítima da violência no meio familiar.

Tortura

A lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, que regulamenta o inciso XLIII do artigo 5º da constituição do Brasil de 1988, define tortura como o sofrimento

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físico ou mental causado a alguém com emprego de violência ou grave ameaça, com o fim de obter informação, declaração ou confissão de vítima ou de terceira pessoa, outrossim, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa ou então em razão de discriminação racial ou religiosa. Por sua vez, a Declaração de Tóquio, aprovada pela Assembléia Geral da Associação Médica Mundial, em 10 de outubro de 1975, define como: “A imposição deliberada, sistemática e desconsiderada de sofrimento físico ou mental por parte de uma ou mais pessoas, atuando por própria conta ou seguindo ordens de qualquer tipo de poder, com o fim de forçar uma outra pessoa a dar informações, confessar, ou por outra razão qualquer.”