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Projeto Apoio ao Desenvolvimento de Sistemas Regionais de Atenção
Integrada à Saúde / Regiões de Saúde
Metodologias para Levantamento de
Necessidades Sociais em Saúde: Uma
Revisão Integrativa
Autores: Flávia Renata Fratezi
Melissa Messias Tatiana Yonekura
São Paulo
2013
2
SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
1.1 Conceito de necessidades sociais em saúde ............................................................. 6
1.2 Instrumentos de levantamento e monitoramento de necessidades ........................ 9
2.Objetivos ................................................................................................................................ 11
2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 11
2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 11
3. Finalidade .............................................................................................................................. 12
4. Procedimentos metodológicos ............................................................................................. 12
4.1 PICo ......................................................................................................................... 12
4.2 Critérios de inclusão ............................................................................................... 12
4.3 Critérios de exclusão ............................................................................................... 13
4.4 Estratégias de busca ............................................................................................... 13
4.5 Forma de descrição de dados ..................................................................................14
4.6 Forma de análise dos dados .................................................................................... 14
4.7 Instrumento de análise ........................................................................................... 14
5. Resultados ............................................................................................................................. 14
5.1 Síntese dos dados ................................................................................................... 15
5.1.1 Literatura Científica ..................................................................................15
5.1.2 Literatura Cinzenta .................................................................................. 29
5.1.2.1 Indicadores utilizados na Espanha para mensuração das
condições sociais e de saúde da população ........................................ 60
5.1.2.2 Experiência do Canadá para identificação de necessidades para
organização de serviços de saúde ....................................................... 76
5.1.2.3 Experiência da Austrália para identificação de necessidades
para organização de serviços de saúde ............................................... 79
Anexo 1 ..................................................................................................................................... 80
Apêndice 1 ................................................................................................................................. 82
Apêndice 2 ................................................................................................................................. 83
3
Metodologias para Levantamento de Necessidades Sociais em Saúde:
Uma Revisão Integrativa
1. Introdução
Partindo-se da compreensão de que a atenção à saúde é implementada para
atender necessidades de saúde de uma dada população, e do pressuposto de que, no
Brasil, sobretudo a partir de 1990, os serviços de saúde passaram por uma
reorganização do seu processo de produção para implementar as diretrizes e os
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), este estudo tem como objetivo analisar as
metodologias para levantamento de necessidades sociais em saúde que vem sendo
utilizadas pelos serviços de saúde para planejamento e programação de seus serviços.
Os princípios do SUS são a universalidade, integralidade e equidade. A
Universalidade diz respeito à saúde como um direito de todos, como afirma a
Constituição Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de
prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força da lei. A
Integralidade diz respeito à inclusão na atenção à saúde tanto dos meios curativos
quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as
necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração
mesmo que não sejam iguais às da maioria. A Equidade diz respeito à igualdade de
oportunidade em usar o sistema de saúde.
Na pesquisa bibliográfica desenvolvida por Campos e Bataiero (2007), das 73
publicações selecionadas, apenas sete (9,6%) faziam alguma referência ao conceito de
necessidades de saúde e dos 45 artigos selecionados que tratavam de oferta/demanda
de ações nos serviços de saúde, 100% referiam-se a necessidades de saúde
institucionalmente determinadas, que prescindem da leitura de necessidades dos
indivíduos que ocupam o território de abrangência dos serviços de saúde. Este
resultado evidencia que os serviços de saúde estão abordando necessidades como
sinônimo de necessidades de cuidado de agravos.
4
Considerando-se a circularidade entre necessidades e processos de trabalho, os
dados parecem indicar que as ações em saúde reiteram que necessidades de saúde
são respondidas com o consumo de um procedimento de saúde – majoritariamente, a
consulta médica (Campos, Bataieiro, 2007).
Se observarmos como os serviços de atenção a saúde do Sistema Único de
Saúde (SUS) se organizam perceberemos que os mesmos não levam em consideração
o conceito de necessidades sociais em saúde. Como exemplos, podemos citar a
Atenção Básica à Saúde (ABS), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU),
as Unidades de Pronto-Atendimento (UPA´S) e a Atenção Hospitalar.
A Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, que aprova a Política Nacional
de Atenção Básica (PNAB) e estabelece a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), define para Unidade Básica de Saúde (UBS)
sem Saúde da Família em grandes centros urbanos, o parâmetro de uma UBS para no
máximo 18 mil habitantes e para UBS com Saúde da Família em grandes centros
urbanos, o parâmetro de uma UBS para no máximo 12 mil habitantes.
O imperativo quantitativo está posto novamente no delineamento da
estruturação do serviço. É nítido que a necessidade de saúde de um centro urbano
localizado em uma área endêmica para um determinado tipo de doença não é a
mesma de um centro urbano afastado desta área.
Através da Portaria GM nº 1.864, de 29 de setembro de 2003, que instituiu o
componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por
intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em
municípios e regiões de todo o território brasileiro: Samu 192 resolveu através do
parágrafo 3º, artigo 3º, que as ambulâncias serão adquiridas na proporção de um
veículo de suporte básico à vida (SBV) para cada grupo de 100.000 a 150.000
habitantes, e de um veículo de suporte avançado à vida (SAV) para cada 400.000 a
450.000 por habitantes.
Fica claro que o modo de apreender necessidades sociais em saúde é
meramente quantitativo. Será que as necessidades de saúde da população de uma
região urbana é a mesma da população de uma região dispersa?
5
De acordo com a Portaria nº 2.648, de 7 de novembro de 2011, que redefine as
diretrizes para implantação do Componente Unidade de Pronto Atendimento (UPA
24h) e do conjunto de serviços de urgência 24 (vinte e quatro) horas da Rede de
Atenção às Urgências, em conformidade com a Política Nacional de Atenção às
Urgências, as UPA`s são classificadas como porte I, II e III, levando-se em consideração,
mais uma vez, entre outras coisas, a população da área de abrangência da UPA. Os
outros itens de definição são: área física mínima, número de atendimentos médicos
em 24 horas (expressos em número de pacientes), número mínimo de médicos por
plantão e número mínimo de leitos de observação.
Assim, para ser definida como UPA Porte I a população da área de abrangência
deve estar entre 50.000 a 100.000 habitantes, ter 700m2, até 150 atendimentos
médicos em 24 horas, 2 médicos no mínimo por plantão e no mínimo 7 leitos de
observação; UPA Porte II 100.001 a 200.000 habitantes, ter 1.000 m2, até 300
atendimentos médicos em 24 horas, 4 médicos no mínimo por plantão e no mínimo 11
leitos de observação e UPA Porte III 200.001 a 300.000 habitantes, ter 1.300 m2, até
450 atendimentos médicos em 24 horas, 6 médicos no mínimo por plantão e no
mínimo 15 leitos de observação.
Mais uma vez surge o questionamento: será que as necessidades sociais de
saúde de uma população de uma UPA localizada em uma região de extrema pobreza é
a mesma de uma UPA localizada em uma região de uma classe socialmente mais
favorecida?
Na atenção hospitalar fica evidente mais uma vez a desestruturação dos
serviços, ou seja, serviços organizando sua oferta pela demanda. Diariamente nos
deparamos com serviços de urgência superlotados, falta de leitos em Unidades de
Terapia Intensiva (UTI), tanto em hospitais do SUS como em hospitais particulares.
Claro que esta questão é multifatorial, mas, colabora também o fato de não se levar
em consideração na estruturação dos serviços e na elaboração de políticas de saúde as
necessidades sociais de saúde da população.
A Portaria nº 2.395, de 11 de outubro de 2011, que organiza o componente
hospitalar da Rede de Atenção às Urgências no âmbito do Sistema Único de Saúde,
6
classifica os hospitais em três tipos: hospital geral, hospital especializado tipo I e
hospital especializado tipo II.
O Hospital Geral é caracterizado como de referência para, no mínimo, uma
Região de Saúde, com cobertura populacional de até 200 mil habitantes. São
estabelecimentos que possuem estrutura para procedimentos de média
complexidade.
O Hospital Especializado Tipo I é caracterizado como de referência para uma ou
mais regiões de Saúde, com uma cobertura populacional de 201 mil a 500 mil
habitantes. Deve possuir, no mínimo, um serviço de referência, habilitado em alta
complexidade, para desempenhar seu papel como neurocirurgia e/ou traumato-
ortopedia e/ou cardiologia/cardiovascular ou como referência para pediatria.
O Hospital Especializado Tipo II é caracterizado como de referência, que atenda
no mínimo a uma macrorregião e deve ser referência para uma cobertura populacional
a partir de 501 mil habitantes. Deve possuir, no mínimo, dois serviços de referência,
habilitados em alta complexidade, para desempenhar seu papel como neurocirurgia,
traumato-ortopedia, cardiologia/cardiovascular, ou como referência para pediatria.
A Atenção Hospitalar estrutura seus serviços levando em consideração o
quantitativo populacional; os serviços de referência utilizados por esta estrutura são
previamente preestabelecidos não levando em consideração as necessidades sociais
de saúde da população da região atendida por aquela estrutura hospitalar.
1.1 Conceito de necessidades sociais em saúde
Nas sociedades primitivas, a interpretação do processo saúde-doença era
relacionada às forças sobrenaturais que, segundo se acreditava, dominavam a vida
social e o destino dos indivíduos. Nessa época, as práticas assistenciais possuíam um
caráter mágico-religioso (Burlatiski, 1987 apud Fonseca, Egry, Betolozzi, 2006).
Nesse cenário, a doença era entendida como a ação de forças alheias ao
organismo, que nele se introduziam, devido ao pecado ou por maldição,
representando um sinal de desobediência aos mandamentos divinos (Scliar, 2007).
Com o advento do modo de produção capitalista, as transformações sociais
levaram à interpretação racional dos fenômenos, surgindo o positivismo, em que as
7
concepções do processo saúde-doença aproximavam-se da interpretação dos
fenômenos físicos, químicos e mecânicos (Fonseca, Egry, Betolozzi, 2006).
Nesse contexto, a sociedade era concebida como uma máquina e os homens,
como suas engrenagens, com um funcionamento pré-determinado. O processo saúde-
doença refletia as condições de equilíbrio/desequilíbrio ou normalidade/anormalidade
dessa máquina. Idealmente, a saúde seria a ausência de doença, referindo-se a um
funcionamento perfeito do corpo humano nas suas dimensões biológica, física e
psíquica, adaptado às condições sociais existentes (Fonseca, Egry, Betolozzi, 2006).
Em oposição a essa visão tradicional (Hahn, Kosing, 1983 apud Fonseca, Egry,
Betolozzi, 2006), o marxismo entende que o processo saúde-doença não obedece a
padrões de normalidade pré-estabelecidos e não pode existir fora da sociedade, sendo
determinado historicamente pela forma de inserção social do homem e pelo modo
como ele se relaciona com os demais seres humanos e com a natureza. Nessa
perspectiva, o processo saúde-doença é um fenômeno complexo, determinado
socialmente e condicionado aos fatores biológicos, psicológicos, culturais, econômicos
e políticos (Nakamura et al., 2009).
A saúde foi definida pela Organização Mundial da Saúde como um completo
estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou
enfermidade (OMS, 1948). No entanto, tem-se discutido um conceito de saúde
relacionado à qualidade de vida (Hebling, Pereira, 2007), em que saúde é definida
como “experiência subjetiva de uma pessoa em relação ao seu bem-estar funcional,
social e psicológico” (Locker, 1997).
As necessidades em saúde da população tem sido objeto de estudo, debate e
políticas de saúde, por isso, diversos autores têm desenvolvido pesquisas para
responder à questão do atendimento das necessidades (Egry, 2008).
Marx e Engels (1993) conceituaram necessidade como o que precisa ser
satisfeito para a continuidade da vida, por isso, responder às necessidades de saúde
significa executar ações que recaiam sobre seus determinantes, e não apenas sobre a
doença (Campos, Bataiero, 2007).
Agnes Heller (1986) definiu necessidade como um
8
desejo consciente, aspiração, intenção dirigida a todo o momento para certo
objeto e que motiva a ação como tal. O objeto em questão é um produto
social, independentemente do fato de que se trate de mercadorias, de um
modo de vida ou de outro homem.
Para a autora, as necessidades de saúde são distinguidas como naturais,
necessárias e alienadas. As primeiras referem-se à conservação e perpetuação da vida,
incluindo necessidades de alimentação, abrigo, de contato social, sexual e de
cooperação. Já as necessidades necessárias envolvem a liberdade, a autorrealização, a
autonomia, a autodeterminação, a atividade moral e a reflexão. As necessidades
alienadas são próprias do capitalismo e estão relacionadas a dinheiro, poder e posse
de objetos. Heller destacou que todo trabalho humano tem como finalidade a
satisfação de necessidades (Heller, 1986).
As necessidades de saúde referem-se às diversas dimensões do real e se
relacionam à singularidade dos fenômenos de saúde ou doença que afetam as pessoas
e suas famílias, a peculiaridade dos processos de produção e reprodução dos
diferentes grupos sociais e aos processos mais gerais de estruturação da sociedade
(Laurell, 1983 apud Egry et al., 2008; Breilh, 1986 apud Egry et al., 2008). Dessa forma,
assim como as outras necessidades humanas, as de saúde são determinadas pelo
contexto social e histórico.
As necessidades de saúde não se limitam a necessidades médicas, de serviços
de saúde ou a problemas de saúde, mas se relacionam a carências ou vulnerabilidades.
Estas expressam identidades e modos de vida, explicitados na questão “o que é preciso
para ter saúde” e que envolvem as condições necessárias para o gozo da saúde (Paim,
2006; Nakamura et al.,2009).
Tradicionalmente, diagnósticos das condições de saúde e doença de grupos
populacionais tem se baseado apenas em indicadores numéricos, e a determinação
das necessidades de saúde apenas pelo aspecto normativo, desconsiderando os
aspectos sociocomportamentais relacionados às condições de saúde (Reis, Marcelo,
2006).
Os serviços de atenção à saúde tem associado as necessidades de saúde ao
consumo de determinado serviço, como por exemplo, uma consulta médica. No
entanto, a Constituição Federal Brasileira cita determinantes e condicionantes do
9
processo saúde-doença, reconhecendo que a saúde não se aprimora apenas com a
atenção à doença (Campos, Bataiero, 2007).
O cuidado, como prática social, pode ou não corresponder às necessidades dos
grupos sociais. Para que as necessidades de saúde possam ser operacionalizadas na
prática, Cecílio (2001) sugeriu quatro conjuntos de necessidades em saúde: 1)
necessidades de “boas condições de vida”; 2) necessidades de acesso a tecnologias de
saúde que possam melhorar/prolongar a vida; 3) necessidades de desenvolvimento de
vínculo afetivo entre equipes de saúde e usuários; e 4) necessidades de autonomia em
graus crescentes.
O reconhecimento e o enfrentamento das necessidades de saúde estão
vinculados aos princípios de SUS, especialmente, à integralidade e à equidade, na
medida em que esses princípios requerem um esforço das equipes de saúde para o
atendimento dessas necessidades (Cecílio, 2001).
Na prática, em geral, os modelos de serviços de saúde no SUS baseiam-se na
concepção positivista do processo saúde-doença e não respondem às necessidades
dos diferentes grupos sociais pertencentes às diversas regiões de saúde do Brasil, o
que evidencia que as práticas de saúde devem ser revistas à luz da concepção da
determinação social do processo saúde-doença (Brasil, 2006; Egry, Oliveira, 2008).
Apesar dos avanços alcançados pelo SUS nos últimos 20 anos, há muitas
questões que limitam a implantação das suas diretrizes e, consequentemente,
obstaculizam a operacionalização de um conceito de necessidades no cuidado à saúde.
A identificação, interpretação e resposta a essas necessidades exigem um conjunto de
ações articuladas e complementares por parte dos profissionais de saúde, da equipe e
da rede de serviços (Brasil, 2006; Egry, Oliveira, 2008).
1.2 Instrumentos de levantamento e monitoramento de necessidades
Considerando que os serviços de saúde devem responder às necessidades
sociais em saúde da população, é preciso identificar modelos ou metodologias de
operacionalização deste conceito na área da saúde.
Minayo et al (2003) relatam a dificuldade da aplicação dos conceitos das
Ciências Sociais na área da saúde, além de uma utilização muitas vezes incorreta, de
10
forma ideológica ou de senso comum desses conceitos. Na década de 70 e 80, as raras
aproximações das ciências sociais na área da saúde no Brasil utilizavam a teoria
marxista, com ênfase na aproximação mais positivista, como o althusseriano (Minayo
et al, 2003).
Muitos profissionais da área da saúde questionam a aplicação das Ciências
Sociais, devido ao alto nível de abstração dos conceitos e à dificuldade metodológica
de inclusão do conhecimento na prática, sem que haja o distanciamento dos
problemas e a ausência da perspectiva de ação. Entretanto, deve-se reconhecer o
papel fundamental das Ciências Sociais na apreensão de categorias e conceitos
centrais em suas especificidades históricas (Minayo et al, 2003).
Estruturar serviços de saúde a partir das necessidades sociais em saúde da
população requer o domínio de conceitos e instrumentos pra que não haja
reducionismos dos problemas de saúde e para que haja uma correta captação da
necessidade da população.
Segundo Nakamura et al (2008), os instrumentos de levantamento e
monitoramento de necessidades devem buscar identificar os determinantes do
processo saúde-doença. Estes instrumentos foram classificados em relação ao foco de
atenção (Nakamura et al, 2008):
1) identificar os mais necessitados ou o público-alvo para as políticas de saúde
pública, segundo critérios epidemiológicos;
2) garantir que os serviços de saúde possam responder da forma mais eficiente
às necessidades de saúde da população ou
3) independente da identificação de problemas, valorizar a abordagem
proativa, centrada na participação da população e na possibilidade de sua autonomia
na geração de recursos próprios de saúde.
Batistella (2007) também reforça a importância do serviço de saúde identificar
e compreender os determinantes e condicionantes sociais do processo saúde-doença.
Os problemas identificados muitas vezes não são doenças ou agravos, objetos típicos da ação no setor saúde, mas problemas ambientais, como a ausência de saneamento; sociais, como a deficiência da escola, a violência entre os jovens, a falta de emprego e alternativa de renda, a indisponibilidade de áreas de lazer e de acesso à cultura, o transporte insuficiente, as condições inadequadas de moradia; ou um contexto econômico-cultural de
11
vulnerabilidade, como o consumo excessivo de carboidratos e gorduras. Diversos e complexos problemas podem ser considerados determinantes ou condicionantes de variadas doenças e agravos (Batistella, 2007).
Silva, Batistella e Gomes (2007) propõem uma taxonomia das necessidades de
saúde organizada em quatro grandes categorias:
- Necessidade de boas condições de vida (considerando as desigualdades
sociais que determinam diferentes condições de vida e consequentemente diferentes
necessidades, além das relações sociais no espaço urbano);
- Necessidade de acesso a todas as tecnologias de atenção à saúde que
melhorem e prolonguem a vida (garantia de acesso e fluxo seguro a todos os serviços,
efetividade do sistema de referência e contra referência e relacionadas às tecnologias
leves, leve-duras e duras);
- Necessidade de ter vínculo com um profissional ou uma equipe de saúde
(sujeitos em relação) (“criação de vínculos e de responsabilização da equipe por
grupos populacionais bem definidos”);
- Necessidade de autonomia na construção do seu ‘modo de andar a vida’ (a
construção do sujeito) (ampliação da capacidade de autonomia das pessoas, incluindo
a luta pela satisfação de suas necessidades).
2. Objetivos
2.1 Objetivo geral
Analisar as metodologias para levantamento de necessidades sociais em saúde
para planejamento e programação de serviços.
2.2 Objetivos específicos
Identificar as metodologias para levantamento de necessidades sociais
em saúde.
12
Classificar os estudos por ano e país de publicação.
3. Finalidade
Identificar o modelo para levantamento de necessidades sociais em saúde mais
adequado à realidade brasileira, tendo em vista a estruturação da rede de atenção à
saúde.
4. Procedimentos metodológicos
Este é um projeto de revisão da literatura integrativa. Segundo Cooper (1982),
baseado em Taveggia (1974), a revisão integrativa é um recurso para sintetizar o
estado da arte relativo a um determinado tópico de interesse e ressaltar questões
importantes de pesquisa que ainda não estão devidamente esclarecidas.
Os procedimentos metodológicos foram realizados por três revisores de forma
independente. Em caso de dúvida, foram realizadas reuniões para o consenso final.
4.1 PICo
P – identificação das necessidades sociais em saúde
I – metodologias para organização de serviços
Co – rede de atenção à saúde
4.2 Critérios de inclusão
4.2.1 Tipos de estudo
Foram incluídos estudos teóricos, de opinião e da literatura cinzenta, sem
limitação de data de publicação e escritos nos idiomas inglês, espanhol ou português.
Foram consultados estudos quantitativos e qualitativos que utilizaram
modelos de levantamento de necessidades sociais de saúde, porém não foram
incluídos na revisão.
13
4.2.2 Tipos de participantes
Não se aplica.
4.2.3 Tipos de intervenção/fenômeno de interesse
Os fenômenos de interesse são as metodologias para levantamento de
necessidades sociais em saúde.
4.3 Critérios de exclusão
Estudos que não explicitaram a metodologia empregada.
4.4 Estratégia de busca
4.4.1 Bases de dados
A busca foi realizada nas seguintes bases de dados:
LILACS
Pubmed
A literatura cinza também foi consultada, através de sites
governamentais/institucionais e Google Scholar.
4.4.2 Descritores
Foram utilizados os seguintes descritores na estratégia de busca, a depender
das bases de dados:
Certificate of Need
Health Facility Planning
Health Maintenance Organizations
Health Plan Implementation
Health Services
Health Services Needs and Demand
Needs Assessment
Organizational Policy
Planning Techniques
14
4.5 Forma de descrição de dados
Foi desenvolvido um instrumento para descrição dos dados (Apêndice 1). A
partir deste instrumento foi construído um quadro analítico com a descrição de todos
as metodologias identificadas.
4.6 Forma de análise dos dados
A sistematização dos dados resultantes será quantitativa. Primeiramente,
os estudos serão classificados por ano, procedência dos autores, tema/objeto
específico analisado, natureza, tipo de estudo, resultados obtidos, país de publicação e
outras classificações que respondam aos objetivos específicos. Em seguida, os
conteúdos serão analisados de acordo com as metodologias identificadas, propostas
ou avaliadas.
4.7 Instrumento de análise
O instrumento de análise crítica dos estudos encontrados na revisão será o
NOTARI, desenvolvido pelo Instituto Joanna Briggs (Anexo 1).
5. Resultados
Cada estratégia de busca identificou um número de estudos nas 2 bases de
dados e literatura cinza. A descrição específica de cada base foi descrita no Apêndice 2.
Quadro 1 – Número de referências identificadas, selecionadas e incluídas por base de
dados. São Paulo, 2013.
Bases de
dados
Referências
Identificadas
Identificadas a
partir do ano
2008
Selecionadas
Incluídas
PubMed 7865 1965 56 5
LILACS 184 63 2 0
Total 8049 2028 58 5
15
Quadro 2 – Número de referências identificadas e selecionadas na literatura cinza. São
Paulo, 2013.
Literatura cinza Referências Selecionadas
Sites institucionais
Sites governamentais 14
Total -14
Os resultados desta primeira busca foram exportados para o programa Excel e
Word.
5.1 Síntese dos dados
5.1.1 Literatura Científica
Foram incluídas cinco referências, relacionadas a metodologias de
levantamento de necessidades, descritas no Quadro 3.
16
Quadro 3 - Descrição das referências incluídas, segundo título, ano de publicação, autor(es) e país do estudo.
Estudo Título Ano Autor (es) País
E1 Estimating and projecting subacute care demand: findings from a review
of international methods 2008
Andrew Gibbs ,E James Pearse, Jennifer A Sheehan, Kathleen T Meleady, Hirani Jayasinha, Neill Jones
Australia
E2 Using Geographic Information Systems to Match Local Health Needs
With Public Health Services and Programs
2011 Tamara Dubowitz, Malcolm Williams, Elizabeth D. Steiner, Margaret M. Weden, Lisa Miyashiro, Dawn Jacobson, Nicole Lurie
EUA
E3 Enfoque comunicativo del planeamiento estratégico situacional em el nivel local: salud y equidad em
Venezuela
2010 Martinez HLH Venezuela
E4 Using geographic information systems
(GIS) to undestand a commnuity´s primary care needs
2010 Dulin MF et al EUA
E5
How do you modernize a health service
2009 Greenhalgh T Inglaterra
17
As características metodológicas de cada estudo foram descritas no Quadro 4.
Quadro 4 – Descrição das referências incluídas, segundo objetivo, tipo de estudo, método de coleta de dados, metodologia utilizada, variáveis
utilizadas e tipo de serviço.
Estudo Objetivo do estudo Tipo de estudo
Método de coleta de dados
Metodologia utilizada
Variáveis utilizadas Tipo de serviço
E1 Estimar e projetar a
demanda por cuidados subagudos
Bibliográfico
Revisão de literatura de janeiro a fevereiro de 2006 (PubMed, Science-Direct,
Scopus, Google and Google Scholar e Grey Literature). Foram incluídos artigos a
partir de 1990.
Descrita Número de leitos/habitantes; Tempo
de permanência; Envelhecimento; Necessidade de cuidados paliativos
18
E2
Determinar como departamentos de saúde locais poderia melhorar
o planejamento e investimentos, utilizando metodologias baseadas
no GIS para alinhar necessidades da
comunidade e resultados de saúde com programa
de saúde pública.
Qualitativo
Entrevistas com experts em saúde pública e com
pessoal com expertise em tecnologia GIS.
Descrita
Definição de Prioridades (planejamento estratégico, avaliação
de saúde); Planejamento com foco geográfico;
Acesso aos dados geográficos disponíveis (mapear dados
sociodemográficos e fatores de saúde, bem como, a localização e o
alcance dos programas e serviços dos departamentos de saúde local). Ex.: expectativa de vida, distribuição de fatores de risco (pobreza, resíduos
perigosos) e distribuição dos serviços de saúde (hospitais, clínicas e
prestadores de serviços); Recursos e capacidade técnica (recursos para o mapeamento, recursos para análise, incluindo recursos humanos, financeiros e
tecnológicos - software); Estrutura Organizacional Responsiva
(capacidade de utilizar as informações geradas por meio de
análises do GIS ou mapeamento para melhorar a
prestação de serviços e os esforços do programa).
Departamentos de saúde
local
19
E3
Discute os resultados do PES adaptado ao nível local, considerando a dimensão da equidade.
Bibliográfico e
quantitativo
Adaptação do PES ao nível local através de revisão de literatura, Utilização do instrumento de identificação e representação das necessidades sociais, incorporação de elementos comunicativos, análise multivariada com um conjunto de variáveis epidemiológicas e socioeconômicas para criar um indicador de necessidade de saúde. Aplicação prática do PES em uma unidade geográfica
Adaptada
Taxa de mortalidade, porcentagem de analfabetos, porcentagem de domicílios sem abastecimento de água
20
E4
Examinar os atributos do GIS para identificar necessidades de cuidado primário e áreas para implantação de serviços de cuidado primário
Metodológico
Utiliza dois métodos - AHP - Analytic Hierarchy Process e MAAE - Multiple attribute assessment and evaluation
Criada
AHP é uma técnica para tomada de decisão complexa. Recomenda-se que a questão de pesquisa seja transformada em problemas hierárquicos (indicadores que influenciam o problema). MAAE é um método para analisar esses atributos. O peso dos atributos varia de 0 a 1, sendo 1 o atributo mais importante. Cria-se mapa para cada atributo. neste estudo utilizou-se status socioeconômico, densidade populacional, seguro de saúde, utilização de ED, utilização de clínica de cuidado primário. GIS analisa os dados e desenvolve um mapa composto com a definição de locais com a necessidade de serviço.
Atenção primária
E5 Descrever a modernização de um serviço de saúde
Qualitativo
Observação etnográfica, entrevista semi-estruturada e análise documental
Criada
Indicadores relevantes que impactam no serviço (distribuição geográfica de pacientes, tempo de espera, dados sobre hipertensos, e medidas de resultados da prática geral).
3 serviços - avc, rim e saúde sexual
21
A partir dos estudos incluídos foram identificadas variáveis para levantamento
de necessidades de saúde. A seguir, são apresentadas as definições destas variáveis e
indicadores relacionados.
1. EXPECTATIVA DE VIDA: Número médio de anos de vida esperados para um recém-
nascido, mantido o padrão de mortalidade existente, na população residente em
determinado espaço geográfico, no ano considerado (IBGE, 2003).
2. POBREZA: A pobreza absoluta é medida a partir de critérios definidos por
especialistas que analisam a capacidade de consumo das pessoas, sendo considerada
pobre aquela pessoa que não consegue ter acesso a uma cesta alimentar e de bens
mínimos necessários a sua sobrevivência (IBGE, 2003).
3. ENVELHECIMENTO: O envelhecimento é um processo de mudanças universais
pautados geneticamente para a espécie e para cada indivíduo, que se traduz em
diminuição da plasticidade comportamental, aumento da vulnerabilidade, acumulação
evolutiva e aumento do risco de morte. O ritmo, a duração e os efeitos desse processo
comportam diferenças individuais e de grupos etários, dependentes de eventos de
natureza genético-biológica, sócio-histórica e psicológica. O envelhecimento é um
processo natural e acompanhado por alterações biológicas, psicológicas e sociais. Por
envelhecimento biológico entende-se alteração na capacidade de manutenção da
homeostase perante situações de sobrecarga do organismo, além de alterações
celulares, funcionais e moleculares. O envelhecimento psicológico é acompanhado por
alteração nas capacidades de percepção, rapidez da aprendizagem e memória. Já o
envelhecimento social inclui mudanças nos papéis e comportamentos sociais. Assim, o
envelhecimento é um processo natural (comum a todos os seres humanos), dinâmico
(vem acompanhado de várias mudanças), progressivo (acontece constantemente),
irreversível (não sendo possível evitar) e heterogêneo (acontece de formas diferentes
para cada pessoa, dependendo dos contextos sociais e psicológicos) e envolve todas as
fases do ciclo vital (infância, puberdade, adulto jovem, meia idade e velhice). Portanto,
o processo de envelhecimento inicia-se desde a concepção do indivíduo e o
22
acompanha por todo o tempo de vida, terminando com a morte (Neri, 2005; Freitas et
al, 2006).
Indicadores e métodos de cálculo (valores totais e percentuais): 1) Proporção dos
idosos de 60 e 65 anos ou mais de idade no Brasil e por estados; 2) Crescimento
relativo da população de 60 anos ou mais de idade, total e por grupos de idade; 3)
Média de anos de estudos das pessoas de 60 anos ou mais de idade, segundo as
Grandes Regiões; 4) Proporção das pessoas de 18 anos ou mais de idade e pessoas de
referência, segundo os grupos de idade; 5) Proporção das pessoas de 65 anos ou mais
de idade, aposentadas e/ou pensionistas; 6) População residente total e de 60 anos ou
mais de idade, por grupos de idade, segundo as Grandes Regiões, Unidades da
Federação e Regiões Metropolitanas; 7) População residente de 60 anos ou mais de
idade, por situação de moradia, cor ou raça e sexo, segundo as Grandes
Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas; 8) Pessoas de 60 anos ou
mais de idade, total, média de anos de estudo e distribuição percentual, por grupos de
anos de estudo; 9) Pessoas de 60 anos ou mais de idade, residentes em domicílios
particulares, por classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita; 10)
Pessoas de 60 e 65 anos ou mais de idade, total e proporção de residentes em
domicílios particulares permanentes próprios; 11) Pessoas de 60 anos ou mais de
idade residentes em domicílios particulares, por tipo de arranjo domiciliar (sozinho,
casal sem filhos, morando sem filhos e com outros, morando com filhos e/ou com
outros; 12) Mulheres de 60 anos ou mais de idade, residente em domicílios
particulares, por tipo de convivência com os filhos; 13) Proporção das pessoas de 60,
65 e 70 anos ou mais de idade ocupadas, por sexo; 14) Índice de envelhecimento:
número de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, para cada 100 pessoas com
menos de 15 anos em uma população que reside em determinado espaço geográfico
em um período específico (IBGE, 2009).
23
Indicadores selecionados sobre a condição de saúde dos idosos:
Morbidade e incapacidade funcional
Autoavaliação da saúde: importante preditor de sobrevivência entre idosos. Diferenças
de gênero e idade, na percepção da saúde, são importantes determinantes do
comportamento em relação à procura por atendimento de saúde. A percepção de um
estado de saúde ruim acarreta maior uso dos serviços de saúde entre os idosos.
Método de cálculo: Proporção de idosos que declararam sua saúde ruim e muito ruim,
por grupos de idade e por classes de rendimento médio mensal familiar per capita, em
salários-mínimos, segundo o sexo.
Doenças crônicas: Método de cálculo: Prevalência de doença crônica das pessoas de
60 anos ou mais de idade, por percentis de rendimento médio mensal familiar per
capita; proporção de idosos que declararam doença crônica; proporção de idosos com
múltiplas patologias entre aqueles que declararam alguma doença crônica.
Taxa de prevalência de incapacidade funcional em mobilidade física: Prevalência de
incapacidade funcional em mobilidade física das pessoas de 60 anos ou mais de idade,
segundo as mesorregiões de residência, segundo o rendimento médio mensal familiar
per capita, por sexo (RIPSA,2012).
Uso de serviços de saúde
Número de consultas médicas: Proporção de idosos que consultaram médico, no
último ano, por classes de rendimento médio mensal familiar per capita, por salários
mínimos.
Filiação a plano privado de saúde: Cobertura (%) dos planos de saúde dos idosos, por
classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita (possui ou não possui).
Taxas de hospitalizações no âmbito do SUS: Morbidade hospitalar de idosos no SUS,
segundo o sexo, os grupos de idade e as causas de internação.
Custo médio e por habitante das hospitalizações no âmbito do SUS: Custo médio da
hospitalização de todas as causas de internação, segundo os grupos de idade (0-14
anos; 15-59 anos; 60 anos ou mais); Custo da internação por habitante idoso, por
grupos de idade (60-69 anos; 70-79 anos; 80 anos ou mais) (RIPSA, 2012).
24
4. NÚMERO DE LEITOS POR HABITANTES: Número de leitos hospitalares existentes,
por mil habitantes residentes, em determinado espaço geográfico, no ano
considerado (CNES/MS).
Todos os dados abaixo foram extraídos do CNES/MS.
- Interpretação:
Mede a relação entre a oferta de leitos hospitalares conveniados ou contratados pelo
SUS e a população residente na mesma área geográfica. Não inclui os leitos privados
sem vínculo com o SUS.
É influenciado por fatores socioeconômicos, epidemiológicos e demográficos, tais
como nível de renda, composição etária, desenvolvimento tecnológico, oferta de
profissionais de saúde, políticas públicas assistenciais e preventivas, a exemplo das
de incentivo a cirurgias ambulatoriais, desospitalização na saúde mental e programas
de internação domiciliar. Em geral, a concentração de leitos está associada ao maior
poder aquisitivo da população e à demanda por serviços especializados, condições
que atraem investimentos do setor privado de saúde.
- Usos:
Analisar variações geográficas e temporais da oferta de leitos hospitalares pelo SUS,
segundo a esfera administrativa, identificando situações de desigualdade e
tendências que demandem ações e estudos específicos.
Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas
voltadas para a assistência médico-hospitalar de responsabilidade do SUS.
- Limitações:
Exclui os leitos existentes em hospitais privados sem vínculo com o SUS, embora o
indicador se refira à população total.
Inclui a demanda hospitalar por parte de pessoas não residentes, alterando a relação
de proporcionalidade dos leitos disponíveis para a população residente.
25
Inexistem padrões nacionais ou internacionais validados para análises comparativas,
pois o indicador expressa uma combinação de fatores inerentes a realidades
regionais ou locais distintas.
Até 2003, o indicador tinha como fonte os hospitais participantes do Sistema de
Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS); a partir de 2005, passa a ser utilizado o
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Esta mudança de fonte
pode ter introduzido descontinuidades nos valores dos indicadores.
Critérios administrativos, como a manutenção efetuada em 2002, eliminando do
cadastro hospitais que não mais apresentavam Autorizações de Internações
Hospitalares (AIH), podem provocar quebras na série histórica do indicador.
Até 2003, os hospitais com atividades de ensino e pesquisa eram classificados como
“universitários”, independentemente de sua vinculação ou não a universidades, não
discriminando se públicos ou privados. Com a implantação do CNES, esta categoria
foi extinta, sendo os hospitais universitários reclassificados como públicos ou
privados, também gerando descontinuidade no indicador.
- Método de Cálculo:
Média anual do número mensal de leitos hospitalares existentes x 1000
População total residente, ajustada para o meio do ano
- Categorias Sugeridas para Análise:
Unidade geográfica: Brasil, grandes regiões, estados, Distrito Federal, regiões
metropolitanas e municípios das capitais.
Tipo de leito: existentes SUS, existentes não-SUS, total.
Esfera administrativa: federal, estadual, municipal e privado.
Tipo de prestador: público, privado e filantrópico.
26
5. TEMPO DE PERMANÊNCIA: relação entre o total de pacientes-dia e o total de
pacientes que tiveram saída do hospital em determinado período, incluindo os óbitos.
Representa o tempo médio em dias que os pacientes ficaram internados no hospital1.
Fórmula=
nº. de paciente-dia, durante determinado período
nº. de pacientes saídos no mesmo período
6. PREVALÊNCIA: prevalecer significa ser mais, preponderar, predominar. A
prevalência indica qualidade do que prevalece, prevalência implica em acontecer e
permanecer existindo num momento considerado. Portanto, a prevalência é o número
total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período
(CVS,2007).
Coeficiente de Prevalência =
nºdecasos existentes (novos + ant.) em dado local/momento/período x 10n
População do mesmo local e período
O coeficiente de prevalência é mais utilizado para doenças crônicas de longa duração.
Ex: hanseníase, tuberculose, AIDS, tracoma ou diabetes. Casos prevalentes são os que
estão sendo tratados (casos antigos), mais aqueles que foram descobertos ou
diagnosticados (casos novos). A prevalência, como ideia de acúmulo, de estoque,
indica a força com que subsiste a doença na população.
A prevalência pode ser pontual ou no período (lápsica):
- Prevalência pontual (instantânea ou prevalência momentânea) é medida pela
frequência da doença ou pelo seu coeficiente em um ponto definido no tempo, seja o
dia, a semana, o mês ou o ano. No intervalo de tempo definido da prevalência pontual,
1 Ver em http://indicador-hospitalar.blogspot.com.br/2009/09/media-de-permanencia.html. Acesso em
17/05/2013.
27
os casos prevalentes excluem aqueles que evoluíram para cura, para óbito ou que
migraram.
- Prevalência num período de tempo ou lápsica abrange um lapso de tempo mais ou
menos longo e que não concentra a informação em um dado ponto desse intervalo. Na
prevalência lápsica estão incluídos todos os casos prevalentes, inclusive os que
curaram, morreram e emigraram.
7. INCIDÊNCIA: a incidência de uma doença, em um determinado local e período, é o
número de casos novos da doença que iniciaram no mesmo local e período. Traz a
ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a
frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população.
Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer (CVS, 2007).
Coeficiente de Incidência =
nºdecasosnovosde determinada doença em um dado local e período x 10n
População do mesmo local e período
8. MORTALIDADE: é a variável característica das comunidades de seres vivos; refere-se
ao conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo do tempo. Representa o
risco ou probabilidade que qualquer pessoa na população apresenta de poder vir a
morrer ou de morrer em decorrência de uma determinada doença. Diversas vezes é
preciso medir a ocorrência de doenças numa população através da contagem de óbito
e para estudá-las corretamente, estabelece-se uma relação com a população que está
envolvida. É calculada pelas taxas ou coeficientes de mortalidade. Representam o
“peso” que os óbitos apresentam numa certa população2.
Todos os indicadores abaixo foram extraídos do CVS/SP.
2 Ver em http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/epid_visa.pdf. Acesso em 16/05/2013.
28
Indicadores de Mortalidade: Calcula-se principalmente os coeficientes ou taxas de
mortalidade geral, mortalidade infantil, mortalidade por causa e a letalidade, apesar
de haver muitos outros coeficientes de mortalidade bastante usados.
Coeficiente de Mortalidade Geral: Número total de óbitos, no período x 1.000
População total, na metade do período.
É a relação entre o total de óbitos de um determinado local pela população exposta ao
risco de morrer. Apesar de não ser um bom indicador possibilita comparar uma série
de anos para o mesmo local.
Coeficiente de Mortalidade Infantil =
Nº óbitos em <1ano em determinada área e período x 1.000
Nº de nascidos vivos na mesma área e período
O coeficiente de mortalidade infantil mede a proporção de crianças que morrem antes
do primeiro ano de vida em relação aos nascidos vivos, em determinada área e
período, isto é, o risco dessa criança morrer.
Coeficiente de Mortalidade por Causa =
Nºdeóbitosp/determinadacausa (ou grupo de causas), no período x 100mil
População na metade do período
Permite conhecer os riscos de morrer por uma determinada causa e
consequentemente orientar sua prevenção específica. Nas doenças transmissíveis é
bom indicador para avaliar as ações de saneamento e a eficácia e o impacto de
medidas de prevenção e controle adotadas. Relaciona o número de óbitos por uma
determinada causa pela população exposta.
29
5.1.2 Literatura Cinzenta
De acordo com Solar e Irwin (2010), os Determinantes Sociais em Saúde são
importantes para a identificação das condições de vida e saúde das populações e
devem ser captadas pelos serviços para responder às necessidades de saúde
populacionais (Figura 1).
Figura 1: Marco conceitual dos determinantes sociais da saúde.
A seguir, são apresentadas as definições que compõem o “Marco Conceitual
dos Determinantes Sociais da Saúde.”
1. DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE: A saúde deficiente dos pobres, a gradação
social na saúde dentro dos países e as desigualdades profundas entre países são
provocadas pela distribuição desigual de poder, rendimentos, bens e serviços, nas
escalas nacionais e global e a consequente injustiça nas circunstâncias visíveis e
imediatas da população – o seu acesso a cuidados de saúde, escolas e educação, as
30
suas condições laborais e recreativas, os seus lares, comunidades, vilas e cidades – e as
suas hipóteses de usufruir de uma vida próspera. Esta distribuição desigual de
experiências potencialmente perigosas para a saúde não constitui, de modo algum, um
fenômeno “natural”, sendo antes o resultado de uma combinação tóxica de políticas
sociais e programas débeis, estruturas econômicas injustas e política de baixa
qualidade. Em conjunto, os determinantes estruturais e as condições de vida cotidiana
constituem os determinantes sociais da saúde e são responsáveis pela maior parte das
desigualdades na saúde dentro e entre países (CDSS,2010).
2. DESIGUALDADE SOCIAL EM SAÚDE: São produzidas pela inserção social desigual dos
indivíduos que gera diferentes repartições da propriedade e do poder. Na sociedade
capitalista, a desigualdade “é resultado da divisão da sociedade em classes, sendo
estas definidas, predominantemente, pelo tipo de relação de seus integrantes com os
meios de produção” (Breilh, 1989).
3. GOVERNANÇA: Sistema de valores, políticas e instituições pelas quais a sociedade
gere assuntos econômicos, políticos e sociais por meio de interações dentro e entre o
Estado, sociedade civil e setor privado. É a forma como a sociedade se organiza para
tomar e implementar decisões (SIS, 2008).
4. POLÍTICAS MACROECONÔMICAS: A política macroeconômica refere-se ao conjunto
de medidas adotadas pelo Governo visando afetar agregados econômicos, como
crescimento da economia, inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos e
distribuição de renda. Para a formulação e tomada de decisões de política econômica,
é fundamental a avaliação oportuna e consistente da evolução da economia e de
diferentes estratégias e alternativas de política3.
5. POLÍTICAS SOCIAIS: grupo de políticas públicas que respondem ao bem-estar dos
cidadãos, por meio do fornecimento de serviços ou recursos. Em sua natureza
3 Ver em Secretaria de Política Econômica – Ministério da Fazenda – Brasil. Ver em
http://www.fazenda.gov.br/spe/novo_site/home/index.html. Acesso em 18/05/2013.
31
intrínseca são instrumentos do Estado, eminentemente redistributivo da renda,
devendo cumprir uma função compensadora das desigualdades sociais e, em especial,
daquelas que são geradas pelo desenvolvimento da economia capitalista (SIS, 2008).
5.1 - Mercado de trabalho: o mercado de trabalho é composto pelas ofertas de
oportunidades de trabalho oferecidas pelas diversas empresas. o mercado de trabalho,
oferta e procura de profissionais em determinada região, influem na determinação do
valor da remuneração, dos benefícios e das condições de trabalho para cada tipo de
profissional. O mercado de trabalho é visto no aspecto da relação entre a oferta e a
procura de empregos em um determinado momento, influenciado por fatores
socioeconômicos-politicos. O mercado de trabalho é subdividido em dois grupos
distintos de trabalhadores segundo o seu grau de estruturação: de um lado, estariam
os trabalhadores envolvidos em relações de assalariamento legal, ou seja, os
trabalhadores (assalariados e domésticos) com registro em Carteira assinada mais os
funcionários públicos e militares; de outra parte, estão os trabalhadores classificados
como integrantes do conjunto de relações pouco estruturadas de trabalho, isto é, os
trabalhadores sem Carteira, os autônomos não-agrícolas, os trabalhadores não
remunerados e os na construção para uso próprio. Ao primeiro grupo chamamos de
“segmento estruturado” do mercado de trabalho, e ao segundo chamamos de
“segmento pouco estruturado”. O mercado de trabalho traz muitas questões e
desafios para os prestadores de cuidados à saúde, psicólogos organizacionais, pessoal
e gerentes seniores, empregadores e representantes sindicais e trabalhadores e suas
famílias. O desemprego, o trabalho informal e a exclusão do mercado de trabalho
estão associados a uma pior condição de saúde entre adultos brasileiros,
independentemente de características sociodemográficas como escolaridade, renda e
região de residência. A esses problemas se associam o deterioramento das condições
de trabalho e crescentes danos ambientais. Os acidentes de trabalho são um dos
subprodutos destas tendências, juntamente com uma grande carga de doenças
profissionais e doenças relacionadas ao trabalho, cujas consequências contribuem para
o agravamento dos problemas sociais que o país enfrenta (Chiavenato, 1999; WHO,
2010).
32
Indicadores importantes: número de acidentes de trabalho, mortalidade por acidente
de trabalho, proporção de pessoas portadoras de doenças ocupacionais (WHO,2010).
5.2 - Habitação: Aspectos da habitação têm impacto direto na saúde: estrutura
e condições internas, tais como umidade, contaminação e frio. Efeitos indiretos da
habitação relacionados com a posse da mesma, incluindo valor e localização são
considerados cada vez mais importantes.
O acesso à água quente e fria, aquecimento central, tapetes, uso exclusivo de
sanitários e banheiros e se estes são dentro ou fora de casa, geladeira, máquina de
lavar ou telefone são marcadores de circunstâncias materiais e podem também estar
associados a mecanismos específicos de doença. Por exemplo, a falta de água corrente
pode estar associada com o aumento do risco de infecção (WHO,2010).
5.3 - Propriedade de solo: Pode-se medir a prosperidade de um indivíduo ou de
um lar através da posse de bens materiais (como geladeira, rádio ou bicicleta) e
agrícolas (como gado ou terras) ou do acesso a serviços básicos (como água corrente,
banheiros, contas bancárias e instituições de saúde). Para a maioria dos pobres nos
países de rendimento baixo e médio, o solo é o principal meio de criação de riqueza.
As reformas distributivas do uso do solo têm impactos positivos na redução da pobreza
e no emprego. A legislação que prevê a atribuição e propriedade conjunta obrigatória
de lotes a casais e/ou que dê prioridade às mulheres como representantes familiares
ou a grupos específicos de mulheres constitui um avanço importante para a igualdade
de gênero em países como o Brasil, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana,
Guatemala, Honduras e Nicarágua. É imperativo que os governos nacionais e locais,
em colaboração com as agências internacionais, melhorem e implementem processos
de propriedade do solo e reivindicações de direitos de propriedade para comunidades
rurais, concentrando-se especialmente nos grupos marginalizados e sem terra
(OMS,2011; CNDSS,2008).
33
6. POLÍTICAS PÚBLICAS: Conjunto de iniciativas, decisões e ações do regime político
que pretende gerar o bem comum, seja por necessidade social, por interesse do grupo
político ou por sentido político. É uma das formas como o Estado se torna realidade e
incide no cotidiano da população, ou seja, é a concretização do Estado em ação política
e social (WHO, 2010).
As necessidades sociais estão na base das políticas públicas, uma vez que essas são a
resposta governamental às demandas sociais vinculadas a tais necessidades. Assim, o
Estado mediante diferentes iniciativas, decisões e ações, incide, direciona, busca
resolver ou transformar os problemas sociais (WHO, 2010).
6.1 - Educação: A educação é a principal janela de oportunidade existente nas
sociedades democráticas, sendo condição necessária para a inserção profissional e
principal mediadora na transmissão de status entre as gerações. Em outras palavras,
quanto maior for a capacidade de o sistema escolar democratizar o acesso à educação
de qualidade, independentemente das origens sociais dos estudantes, maior será a
igualdade de oportunidade educacional e, consequentemente, mais igualitária será a
chance de ascender às ocupações mais valorizadas. Além disso, a educação é um bem
coletivo em si mesmo, essencial para a promoção da cidadania, apresentando um
visível impacto nas condições gerais de vida da população, o que a torna cada vez mais
imprescindível para a inserção social plena. Nesse sentido, tanto melhorias no nível
geral de educação, isto é, melhorias absolutas, quanto melhorias relativas no acesso à
educação de qualidade devem ser almejadas pelo poder público. Entretanto, não se
pode perder de vista que, sem avanço nas condições de vida da população e redução
das desigualdades sociais, a educação dificilmente cumprirá seu papel de promotora
de igualdade de oportunidades, pois as características socioeconômicas das famílias
são os principais determinantes, tanto do desempenho escolar quanto das chances de
progressão ao longo da trajetória escolar, como indicam diversos estudos de
referência nacionais e internacionais (IBGE, 2012).
34
Todos os indicadores abaixo foram extraídos do IBGE (2003).
1) Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por situação
do domicílio e sexo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e
Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
2) Taxa de analfabetismo funcional das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por
situação do domicílio e sexo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da
Federação e Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
3) Taxa de frequência à escola ou creche da população residente, por situação do
domicílio e grupos de idade, segundo as Grandes Regiões, Unidades da
Federação e Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
4) Taxa de escolarização das pessoas de 7 a 14 anos idade, por quintos de
rendimento mensal familiar per capita, segundo as Grandes Regiões, Unidades
da Federação e Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
5) Taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos idade, por quintos de
rendimento mensal familiar per capita, segundo as Grandes Regiões, Unidades
da Federação e Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
6) Crianças de 0 a 6 anos de idade e taxa de frequência à escola ou creche, por
grupos de idade, segundo as Grandes Regiões (em porcentagem).
7) Taxa de frequência à escola ou creche das crianças de 0 a 6 anos de idade, por
quintos de rendimento mensal familiar per capita, segundo as grandes regiões
(em porcentagem).
8) Distribuição proporcional dos estudantes de 18 a 24 anos de idade, por nível
de ensino frequentado, segundo as Grandes Regiões (em porcentagem).
9) Taxa de escolarização de pessoas de 18 a 24 anos de idade, por quintos de
rendimento mensal familiar per capita, segundo as Grandes Regiões (em
porcentagem).
10) Taxa de defasagem idade/série dos estudantes de 7 a 14 anos de idade, por
idade, total e rede pública de ensino frequentada, segundo as Grandes Regiões,
Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
35
11) Média de anos de estudo da população de 7 anos ou mais de idade, por
grupos de idade, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e
Regiões Metropolitanas (em anos).
12) Média de anos de estudo da população de 10 anos ou mais de idade, total e
ocupada, por sexo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e
Regiões Metropolitanas (em anos).
13) Pessoas de 25 anos ou mais de idade, por grupos de anos de estudo, segundo
as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas (em
anos).
14) Média de anos de estudo da população de 25 anos ou mais de idade, por
quintos de rendimento mensal familiar per capita, segundo as Grandes Regiões,
Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas (em anos).
15) Distribuição dos estudantes do ensino médio e do ensino superior, por tipo de
rede frequentado e quintos de renda familiar per capita, segundo as Grandes
Regiões (em porcentagem).
Definições:
Taxa de analfabetismo: Porcentagem de pessoas analfabetas de um grupo etário em
relação ao total de pessoas do mesmo grupo etário. É considerada analfabeta a pessoa
que declara não saber ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece.
Aquela que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu, e a que apenas assina o próprio
nome é, também, considerada analfabeta.
Taxa de analfabetismo funcional: Porcentagem de pessoas de uma determinada faixa
etária que tem escolaridade de até 3 anos de estudo em relação ao total de pessoas na
mesma faixa etária.
Taxa de escolarização: Proporção de pessoas de uma determinada faixa etária que
frequenta escola em relação ao total de pessoas da mesma faixa etária.
36
Taxa de defasagem idade/série: Porcentagem de crianças frequentando uma
determinada série escolar com idade superior àquela pedagogicamente recomendada
para a referida série.
6.2 - Saúde: Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doença4. Em 1986, o conceito foi expandido e a saúde passou a
ser visualizada como um meio, um recurso para a vida das pessoas. Assim, saúde foi
definida como “a extensão em que um indivíduo ou grupo é, por um lado, capaz de
realizar as suas aspirações e satisfazer as suas necessidades e por outro lado, de
modificar ou lidar com o meio que o envolve”. A busca por saúde não envolve apenas
a cura, mas todos os processos que levam à melhoria na qualidade de vida. A saúde é
um dos maiores recursos para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, bem
como uma importante dimensão da qualidade de vida. As condições e requisitos para a
saúde incluem: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema estável,
recursos sustentáveis, justiça social e equidade.5
Indicadores:
1) Estimativa (%) de sub-registro de nascimentos, por grandes regiões
2) Total de nascidos vivos, segundo as grandes regiões
3) Percentual de nascidos vivos, segundo os grupos de idade da mãe
4) Taxa de fecundidade, segundo os grupos de idade da mãe
5) Percentual de nascidos vivos, segundo o número de consultas pré-natal
6) Percentual de nascidos vivos, por local de ocorrência do parto
7) Percentual de nascidos vivos por partos cesáreos
8) Peso ao nascer (sendo considerado baixo peso <2500gramas
9) Evolução da natalidade e da mortalidade (%)
10) Expectativa de vida ao nascer
11) Taxa de fecundidade (taxa de fecundidade total representa o número
médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final de seu período
4 Ver em: http://www.who.int/en/index.html. Acesso em: 18/05/2013.
5 Ver em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf. Acesso em: 18/05/2013.
37
reprodutivo, na população residente em determinado espaço geográfico. Esse
indicador é o principal determinante da dinâmica demográfica, não sendo afetado
pela estrutura etária da população. Expressa a situação reprodutiva de uma mulher
pertencente a uma coorte hipotética, sujeita às taxas específicas de fecundidade por
idade, observadas na população em estudo, supondo-se a ausência de mortalidade
nesta coorte)
12) Proporção (%) de crianças, jovens-adultos e de idosos em relação ao total
da população
13) Razão de Dependência da população: peso (% relativa) da população
considerada inativa (0 a 14 anos e 65 anos e mais de idade) sobre a população
potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade)
14) Proporção (%) de consultas de pré-natal, segundo as grandes regiões
15) Proporção (%) das principais causas de óbitos em menores de 1 ano,
segundo as grandes regiões
16) Mortalidade proporcional (%) da população de 60 anos ou mais de idade,
por grandes regiões, segundo algumas causas de morte
17) Proporção (%) dos óbitos por causas mal definidas, segundo as grandes
regiões
18) Proporção dos óbitos por causas mal definidas em relação ao total de
óbitos
19) Proporção das principais causas de morte, por Grandes Regiões, segundo as
principais causas de morte
20) Razão de mortalidade entre homens e mulheres
21) Proporção de óbitos, por causas externas (%)
22) Número de anos de vida perdidos e agregados, por sexo (expressa, com
base na idade esperada em que ocorreria o óbito, a quantidade de anos que se deixou
de viver)
23) Número de equipamentos de diagnóstico por imagem
24) Número de equipamentos privados de diagnóstico por imagem
selecionados, por disponibilidade ao SUS, segundo o tipo de equipamento
38
25) Taxa de oferta de equipamentos de diagnóstico por imagem selecionados,
com base nos parâmetros estabelecidos na Portaria nº 1.101/GM, e na clientela
26) Número de procedimentos ambulatoriais do SUS aprovados e variação no
período, por tipo de prestador, segundo os procedimentos selecionados
27) Porcentagem de famílias atendidas pelas equipes da ESF por Municípios
28) População, em milhões, atendida por equipes de Saúde Bucal
29) Principais gastos do Ministério da Saúde – em R$ bilhões – com
medicamentos
30) População, em milhões, coberta pelo SAMU
31) Proporção (%) da população que vive em situação de miséria no Brasil
32) Número de mães adolescentes no Brasil
33) Porcentagem de partos hospitalares nas regiões do Brasil
34) Porcentagem de pessoas que referem doença crônica
35) (%) Fatores de risco para homens e mulheres (excesso de peso, consumo de
carnes com gordura, sedentarismo, tabaco, álcool)
36) Percentual de homens e mulheres fumantes
37) Percentual de adultos que consumiram mais de quatro doses de bebida
alcóolica em um único dia, por sexo
38) Taxa de internação (por 10 mil habitantes) por acidente vascular cerebral
em maiores de 40 anos
39) Percentual de hipertensão referida
40) Percentual de hipertensão referida
41) Taxa de internação por complicação do diabetes, por região
42) Incidência e prevalência de doenças transmissíveis, como tuberculose,
malária, hanseníase, dengue, AIDS
43) Número de casos confirmados e óbitos de doenças imunopreveníveis no
Brasil
44) Porcentagem pessoas sexualmente ativas, entre 15 e 54 anos de idade,
segundo o uso do preservativo
45) Porcentagem de óbitos maternos decorrentes de aborto
39
6.3 - Proteção social: A proteção social a grupos vulneráveis é efetivamente um
componente decisivo para a diminuição de desigualdades sociais e em saúde. A
Proteção Social Básica tem como objetivo prevenir situações de risco por meio do
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de
vulnerabilidade social decorrente de pobreza, privação (ausência de renda, precário ou
nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e/ ou, fragilização de vínculos
afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de
gênero ou por deficiência, dentre outras). A Proteção Social Especial é a modalidade de
atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em
situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos
e/ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras
(PNAS,2004).
7. CULTURA E VALORES SOCIAIS: Cultura está relacionada a práticas e ações sociais
que seguem um padrão determinado de um grupo no espaço/tempo. Está relacionado
a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam a
sociedade, bem como costumes, rituais, culinária, entre outros. Valor é algo
significativo importante para um indivíduo ou grupo social. Pode estar relacionado
com objetos, ações, ideias, pessoas, entre outros. São atribuições dadas a algo ou
alguma coisa por um indivíduo ou uma sociedade. (Lartaia, 2001; Viana, 2007).
8. POSIÇÃO SOCIOECONÔMICA: Posição socialmente determinada que um indivíduo
ocupa com direitos e deveres específicos (Witt,1967).
9. POSIÇÃO SOCIAL: Define as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos
(CNDSS, 2008).
40
10. CLASSE SOCIAL: O conceito sociológico de classe social se expressa em diferentes
níveis e recortes da realidade, além de ser compreendido como um elemento
interpretativo. A classe social dentro do marxismo é definida a partir da relação com os
meios de produção. Assim, a classe não é uma mera classificação baseada em uma
determinada característica como faixa de renda ou ocupação, e sim na relação capital-
trabalho, com a análise dos modos de produção e divisão social do trabalho. As classes,
sendo grupos formados por indivíduos com posições sociais hierárquicas diferenciadas
também apresentam posições diferentes entre si, o que não quer dizer que uma é
superior à outra. Parecem inconvenientes as denominações classe alta, média e baixa,
que dão ideia de juízos de valor (Marx, 1985; Poulantzas, 1975).
Variáveis: Existem inúmeras formas de operacionalização do conceito de classe social.
Barros (1986) sugere a seguinte classificação.
- Burguesia empresarial
- Pequena burguesia
- Burguesia gerencial
- Proletariado
- Subproletariado
11. GÊNERO: Diferenças entre homens e mulheres não apenas de ordem física e
biológica. Deve-se considerar as construções socioculturais em que estes estão
inseridos (Nogueira, Felipe, Teruya, 2008).
Variáveis:
- Feminino
- Masculino
12. RAÇA/ETNIA: O termo raça tem uma conotação política e é utilizado com
frequência nas relações sociais, para informar como determinadas características
físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam, interferem e até
mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da sociedade
brasileira. O termo étnico é fundamental para demarcar que um indivíduo pode ter a
mesma cor da pele que o outro, mesmo tipo de cabelo e traços culturais e sociais, no
41
entanto podem pertencer a etnias diferentes (Nogueira, Felipe, Teruya, 2008; IBGE,
2011).
Variáveis:
-Branca - para a pessoa que se declarou branca;
-Preta - para a pessoa que se declarou preta;
-Amarela - para a pessoa que se declarou de cor amarela (de origem oriental:
japonesa, chinesa, coreana, etc.);
-Parda - para a pessoa que se declarou parda; e
-Indígena - para a pessoa que se declarou indígena ou índia. Esta classificação se aplica
tanto aos indígenas que vivem em terras indígenas como aos que vivem fora delas.
13. OCUPAÇÃO: Atividades exercidas pelo cidadão em um emprego ou outro tipo de
relação de trabalho (autônomo, por exemplo). Ocupação é a agregação de empregos
ou situações de trabalho similares quanto às atividades realizadas.
Foram definidas oito categorias de posição na ocupação6:
- Empregado - Pessoa que trabalhava para um empregador (pessoa física ou jurídica),
geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo
em contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios
(moradia, comida, roupas, etc.). Nesta categoria incluiu-se a pessoa que prestava
serviço militar obrigatório e, também, o sacerdote, ministro de igreja, pastor, rabino,
frade, freira e outros clérigos;
- Trabalhador doméstico - Pessoa que trabalhava prestando serviço doméstico
remunerado em dinheiro ou benefícios, em uma ou mais unidades domiciliares;
- Conta-própria - Pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento,
sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a ajuda de
trabalhador não remunerado;
- Empregador - Pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento,
com pelo menos um empregado;
6 Ver em http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/legislacao.jsf. Acesso em: 17/05/2013.
42
- Trabalhador não remunerado membro da unidade domiciliar - Pessoa que trabalhava
sem remuneração, durante pelo menos uma hora na semana, em ajuda a membro da
unidade domiciliar que era: empregado na produção de bens primários (que
compreende as atividades da agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal ou
mineral, caça, pesca e piscicultura), conta-própria ou empregador;
- Outro trabalhador não remunerado - Pessoa que trabalhava sem remuneração,
durante pelo menos uma hora na semana, como aprendiz ou estagiário ou em ajuda a
instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo;
- Trabalhador na produção para o próprio consumo - Pessoa que trabalhava, durante
pelo menos uma hora na semana, na produção de bens do ramo que compreende as
atividades da agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal, pesca e piscicultura,
para a própria alimentação de pelo menos um membro da unidade domiciliar;
- Trabalhador na construção para o próprio uso - Pessoa que trabalhava, durante pelo
menos uma hora na semana, na construção de edificações, estradas privativas, poços e
outras benfeitorias (exceto as obras destinadas unicamente à reforma) para o próprio
uso de pelo menos um membro da unidade domiciliar.
Para efeito de divulgação, em todas as tabelas que apresentam a classificação por
posição na ocupação, as categorias trabalhador não remunerado membro da unidade
domiciliar e outro trabalhador não remunerado foram reunidas em uma única, que
recebeu a denominação de não remunerado.
14. RENDA: Recebe uma renda (que pode ser remuneração, rendimento, salário) pela
venda da sua força de trabalho ou venda de seus produtos e serviços RENDA: todo tipo
de renda – do trabalho, do capital (produtivo e financeiro); Exemplo: Renda per capita:
divisão da renda total de um país pelo número de habitantes. “Mede o
desenvolvimento do país”. Renda e proventos de qualquer natureza, para fins de
incidência do imposto, são a disponibilidade econômica originada do produto do
capital ou do trabalho, ou da combinação de ambos, ou da existência de proventos,
que se consubstanciem em riqueza nova efetivamente incorporada ao patrimônio
global, assim considerado, dentro de um lapso temporal determinado, ainda que esta
riqueza provenha de ato ilícito (Lopes Filho, 2009).
43
Indicadores:
1) Distribuição percentual do rendimento familiar per capita, por quintos de
rendimento.
2) Distribuição percentual dos rendimentos, por origem dos rendimentos,
segundo as classes de rendimento familiar per capita.
3) Distribuição percentual da população residente, por cor ou raça, segundo os
décimos de rendimento mensal familiar per capita.
4) Distribuição do rendimento familiar per capita das pessoas de 10 anos ou mais
de idade, com rendimento, entre os 10% mais pobres e o 1% mais rico, em
relação ao total de pessoas, por cor ou raça.
5) Distribuição dos arranjos familiares, por percentual do rendimento familiar per
capita nas Regiões, Nordeste e Sudeste.
6) Proporção de pessoas, segundo carências sociais e características de
rendimento.
7) Distribuição percentual, por grupos de vulnerabilidades, segundo as Grandes
Regiões.
8) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por classes de rendimento mensal familiar per capita,
segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões
Metropolitanas.
9) Pessoas residentes em domicílios particulares, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de rendimento mensal familiar per capita, segundo as
Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
10) Número médio de pessoas nos arranjos familiares residentes em domicílios
particulares, por classes de rendimento mensal familiar per capita, segundo as
Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
11) Rendimento médio mensal familiar per capita das famílias com rendimento, em
reais e em salários mínimos, dos 20% mais pobres e dos 20% mais ricos, e
relação entre os rendimentos médios, segundo as Grandes Regiões, as
Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
44
12) Distribuição percentual dos arranjos familiares unipessoais residentes em
domicílios particulares, por classes de rendimento mensal, segundo as Grandes
Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
13) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos
de arranjos e o sexo da pessoa de referência.
14) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos
de arranjos e o sexo da pessoa de referência - Região Nordeste.
15) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos
de arranjos e o sexo da pessoa de referência - Região Sudeste.
16) Distribuição percentual do rendimento dos arranjos familiares residentes em
domicílios particulares, por rendimento familiar per capita e origem do
rendimento, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as
Regiões Metropolitanas.
17) Distribuição percentual do total do rendimento familiar per capita dos arranjos
familiares residentes em domicílios particulares, por quintos do rendimento
familiar per capita, segundo as Grandes Regiões.
18) Rendimento mensal familiar per capita, médio e mediano, dos arranjos
familiares residentes em domicílios particulares, segundo as Grandes Regiões.
19) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos
de arranjos e o sexo da pessoa de referência – Brasil.
20) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos
de arranjos e o sexo da pessoa de referência - Região Nordeste.
21) Arranjos familiares residentes em domicílios particulares, total e respectiva
distribuição percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos
de arranjos e o sexo da pessoa de referência - Região Sudeste.
45
22) Pessoas residentes em domicílios particulares, total e respectiva distribuição
percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos de arranjos e
o sexo da pessoa de referência – Brasil.
23) Pessoas residentes em domicílios particulares, total e respectiva distribuição
percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos de arranjos e
o sexo da pessoa de referência - Região Nordeste.
24) Pessoas residentes em domicílios particulares, total e respectiva distribuição
percentual, por rendimento familiar per capita, segundo os tipos de arranjos e
o sexo da pessoa de referência - Região Sudeste.
25) Média de anos de estudo e rendimento médio mensal de todos os trabalhos,
das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência,
com rendimento de trabalho, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, as
Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
26) Distribuição do rendimento mensal familiar per capita das pessoas de 10 anos
ou mais de idade, com rendimento de trabalho, entre os 10% mais pobres e o
1% mais rico, em relação ao total de pessoas, por cor ou raça, segundo as
Grandes Regiões.
27) População residente, total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça,
segundo os décimos de rendimento mensal familiar per capita – Brasil. Pessoas
de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, total e
respectiva distribuição percentual, por cor ou raça e posição na ocupação,
segundo as Grandes Regiões.
28) Pessoas residentes em domicílios particulares permanentes, total e proporção
de pessoas com carências sociais, por tipo, e proporção de pessoas com
rendimento domiciliar per capita inferior a 60% da mediana, segundo as
Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
29) Pessoas residentes em domicílios particulares permanentes, total e distribuição
percentual por grupos de vulnerabilidade, segundo as Grandes Regiões, as
Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
46
Obs:. No conjunto de indicadores de renda, por exemplo, pode ser incluído um
índice de “pobreza”. A variável fundamental para se medir pobreza é a renda
familiar per capita.
15. COESÃO SOCIAL: A coesão social é definida como a dialética entre mecanismos
instituídos de inclusão e exclusão social e as respostas, percepções e disposições dos
cidadãos diante do modo como tais mecanismos funcionam. A coesão social refere-se
tanto à eficácia dos mecanismos instituídos de inclusão social como aos
comportamentos e apreciações de parte dos sujeitos que compõem a sociedade. Esses
mecanismos incluem, entre outros, o emprego, os sistemas educacionais, a
titularidade de direitos e as políticas que fomentam a equidade, o bem-estar e a
proteção social. Já os comportamentos e as apreciações de parte dos sujeitos
abrangem âmbitos tão diversos quanto a confiança nas instituições, o capital social, o
sentido de pertencimento e solidariedade, a aceitação de normas de convivência e a
disposição para participar em espaços de deliberação e em projetos coletivos. Os
problemas de coesão social são multifacetados e exigem a aplicação de um enfoque
sistêmico direcionado, entre outras coisas, para a inclusão socioeconômica, o
reconhecimento da diversidade, o aperfeiçoamento das instituições de sanção e
fiscalização e o reforço da cultura cívica e da solidariedade. A debilidade dos laços de
coesão social, ocasionada pelas iniquidades de renda, corresponde a baixos níveis de
capital social e de participação política. Países com grandes iniquidades de renda,
escassos níveis de coesão social e baixa participação política são os que menos
investem em capital humano e em redes de apoio social, que são fundamentais para a
promoção e proteção da saúde individual e coletiva (ONU, 2007).
Indicadores: Há 21 indicadores de coesão social, sendo 12 primários e 9 secundários.
Os indicadores primários são: taxa de renda baixa depois das transferências (limiar
fixado em 60% da renda média); taxa de renda baixa depois do recebimento de
transferências (valores ilustrativos); distribuição da renda (quintil 5/ quintil 1);
persistência de renda baixa; lacuna da renda baixa média; coesão regional (dispersão
das taxas regionais de emprego; taxa de desemprego prolongada; número de pessoas
que vivem em unidades familiares nas quais nenhum dos membros trabalha; número
47
de pessoas que abandonam prematuramente a escola e não buscam nenhum tipo de
educação ou formação; estudantes de 15 anos de idade, com baixo rendimento nas
provas de leitura; esperança de vida ao nascer e lacuna de emprego dos imigrantes.
São indicadores secundários: dispersão em torno do limiar de renda baixa; taxa de
renda baixa em determinado momento; taxa de renda baixa antes das transferências;
coeficiente de Gini; persistência de renda baixa (tomando por base 50% da renda
média); trabalhadores em risco de ingresso na pobreza; proporção do desemprego
prolongado; taxa de desemprego muito prolongado e pessoas com baixos níveis
educacionais (ONU, 2007).
16. CAPITAL SOCIAL: Conjunto de relações entre indivíduos ou grupos que promove
cooperação, solidariedade e confiança e leva à obtenção de benefícios mútuos, sejam
eles econômicos, pessoais ou sociais. Capital social refere-se à coesão social que
resulta de uma comunidade participativa, que reduz a exclusão social e promove
reações individuais e coletivas em direção a uma sociedade mais saudável. É
reconhecido como um importante elemento para o desempenho político e o
funcionamento da democracia, por aumentar o poder comunitário e, dessa maneira,
facilitar ações coordenadas que irão influenciar a saúde da população. O capital social
é um processo que decorre do estabelecimento de redes sociais (MS, 2012).
48
17. CIRCUNSTÂNCIAS MATERIAIS:
17.1 - Condições de Moradia e Trabalho: apresenta as relações entre situação
de saúde e condições de vida, ambiente e trabalho, com ênfase nas relações entre
saneamento, alimentação, habitação, ambiente de trabalho, poluição, acesso à
informação e serviços de saúde e seu impacto nas condições de saúde dos diversos
grupos da população (CNDSS, 2008).
17.1.1 Saneamento Básico
Saneamento básico: É caracterizado através dos seguintes indicadores:
abastecimento de água, esgotamento sanitário, filtro de água, uso de instalação
sanitária e destino do lixo.
Os indicadores de saneamento básico (abastecimento de água, canalização do
esgoto, coleta de lixo) são a condição mínima necessária para a qualificação da
moradia urbana como adequada. Este indicador, combinado com outros
indicadores de condição de ocupação do domicílio (moradia alugada, própria,
cedida), qualidade do material utilizado na cobertura, piso, teto; propriedade
do terreno onde o mesmo se encontra, e acesso à energia elétrica e aos canais
de comunicação (correio, telefone fixo e celular, internet, dentre outros),
expressam o padrão de vida da população pela ótica da habitação (IBGE, 2002).
17.1.1.1 Abastecimento de água- Existência de água canalizada
nos domicílios particulares permanentes e a sua proveniência. Quanto a
existência de água canalizada, os domicílios são classificados em: com
canalização interna (domicílio com água canalizada para, pelo menos, um
cômodo) e sem canalização interna (domicílio sem água canalizada para
nenhum cômodo). A proveniência da água utilizada nos domicílios foi
classificada em: rede geral (domicílio servido por água proveniente de uma
rede geral de distribuição, canalizada para o domicílio ou, pelo menos, para o
terreno ou propriedade onde se situa) ou outra forma (domicílio servido por
49
água proveniente de poço ou nascente, reservatório abastecido por carro-pipa,
coleta de chuva ou outra procedência).
Métodos de cálculo: 1) número/porcentagem de municípios com
abastecimento de água por rede geral de distribuição em pelo menos um
distrito ou parte dele; 2) número de ligações de água, total e com hidrômetro, e
taxa de crescimento das economias ativas abastecidas residenciais; 3)
Percentual de municípios do País, total de domicílios, economias residenciais e
economias abastecidas em relação ao número de domicílios; 4) Porcentagem
de domicílios abastecidos de água por rede geral; 5) Porcentagem de
municípios que possuem formas alternativas de abastecimento de água (IBGE,
2002).
17.1.1.2 Esgotamento sanitário - Acesso de moradores de
domicílios particulares permanentes ao esgotamento sanitário.
É a parcela da população atendida por sistema de esgotamento
sanitário. São duas as variáveis utilizadas: a população total residente em
domicílios particulares permanentes e os moradores dos domicílios particulares
permanentes com algum tipo de esgotamento sanitário: rede coletora, fossa
séptica e outros tipos.
O indicador é a razão, expressa em percentual, entre os
moradores de domicílios particulares permanentes com acesso a esgotamento
sanitário e o total da população, subdividida nos segmentos urbano e rural (IBGE,
2002).
17.1.1.3 Filtro de água - Nos domicílios particulares
permanentes, investigou-se a existência de filtro de água ou de aparelho para
filtrar ou purificar a água (PNAD, 2009).
- Método de Cálculo: números absolutos (mil domicílios)
números relativos (porcentagens)
50
17.1.1.4 Uso de instalação sanitária- Instalação sanitária é o local
destinado ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas
de excreção.
Métodos de cálculo: 1) Porcentagem de municípios com
instalação sanitária de uso exclusivo; 2) Porcentagem de domicílios com
instalação sanitária comum a mais de um município; 3) Porcentagem de
municípios sem instalação sanitária (IBGE, 2002).
17.1.1.5 Destino do lixo: local de destino do lixo domiciliar7.
Variáveis:
1 - Lixo Coletado diretamente: lixo coletado diretamente por serviço ou empresa
(pública ou particular) de limpeza que atenda ao local onde se situa o domicílio;
2 - Coletado indiretamente: lixo depositado em caçamba, tanque ou depósito de
serviço ou empresa (pública ou particular) de limpeza que, posteriormente, o recolhe;
3 - Coletado, sem especificação: tipo de coleta de lixo não especificado;
4 - Queimado ou enterrado na propriedade: lixo queimado ou enterrado no terreno ou
propriedade onde se localiza o domicílio;
5 - Jogado em terreno baldio ou logradouro: lixo jogado, queimado ou enterrado em
terreno baldio ou logradouro;
6 - Jogado em rio, lago ou mar: lixo jogado nas águas ou margens de rio, lago ou mar;
7 - Outro destino: qualquer outro destino dado ao lixo, não enquadrado nas categorias
anteriores.
17.1.2 Habitação
7 Ver em http://dados.gov.br/dataset/destinacao-do-lixo-domiciliar. Acesso em 18/05/2013.
51
17.1.2.1 Condição de ocupação do domicílio -
Domicílio: é a unidade amostral da pesquisa, consistindo também em
importante unidade de investigação e análise para caracterização das condições
de moradia das famílias.
É a moradia estruturalmente separada e independente, constituída por
um ou mais cômodos, sendo que as condições de separação e independência de
acesso devem ser satisfeitas.
A condição de separação é atendida quando o local de moradia é
limitado por paredes, muros, cercas e outros, quando é coberto por um teto e
permite que seus moradores se isolem, arcando com parte ou todas as suas
despesas de alimentação ou moradia.
A independência é atendida quando o local de moradia tem acesso
direto, permitindo que seus moradores possam entrar e sair sem passar por local
de moradia de outras pessoas (IBGE, 2010).
Domicílio particular permanente: Destina-se à habitação de uma ou mais
pessoas, ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de
convivência, sendo todo ou parte destinado exclusivamente à moradia (IBGE,
2010).
Indicadores:
1) População residente (%), por situação do domicílio (urbana/rural),
segundo as grandes regiões - Brasil (em porcentagem).
2) Proporção (%) de famílias residentes em domicílios particulares, por
classes de rendimento mensal familiar domiciliar, segundo situação do
domicílio (urbana/rural) e região.
3) População residente, por situação do domicílio (urbana/rural) e sexo,
segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões
Metropolitanas (1000 pessoas).
52
4) Pessoas de 0 a 14 anos de idade, residentes em domicílios particulares,
total e respectiva distribuição percentual, por quintos de rendimento
mensal familiar per capita, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da
Federação e as Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
5) Pessoas de 15 a 24 anos de idade, residentes em domicílios
particulares, total e respectiva distribuição percentual, por quintos de
rendimento mensal familiar per capita, segundo as Grandes Regiões, as
Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas (em porcentagem).
6) Pessoas de 60 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuição
percentual, por situação do domicílio (urbana/rural) e sexo, segundo as
Grandes Regiões (em porcentagem).
7) Pessoas de 60 anos ou mais de idade, residentes em domicílios
particulares, total e respectiva distribuição percentual, por condição no
domicílio (pessoa de referência, cônjuge ou outra condição), segundo as
Grandes Regiões (em porcentagem).
17.1.2.2 Qualidade do material utilizado na cobertura, piso e
teto- Método de cálculo para a cobertura: 1) número de domicílios com material
durável/não durável utilizado na cobertura; 2) Porcentagem dos domicílios por
tipo de cobertura: telha, laje de concreto, madeira aparelhada, zinco, madeira
aproveitada, palha, taipa, sapé ou outro material
Método de cálculo para o piso: porcentagem dos domicílios por tipo de
piso: madeira, cimento, ladrilho, mosaico, terra batida
Método de cálculo para o teto: porcentagem dos domicílios por tipo de
teto: telha de barro, telha de amianto, palha, zinco, lona e mista8.
17.1.2.3 Propriedade do terreno onde o mesmo se encontra:
Propriedade do terreno onde se localiza o domicílio, de um ou mais moradores,
total ou parcial, ainda que não esteja totalmente pago.
8 Ver em http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=PD209. Acesso em
18/05/2013.
53
Variáveis:
Próprio, cedido, outra condição9.
Variáveis:
1 - Tem: quando o terreno onde se localiza o domicílio for de
propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores, ainda que não esteja
totalmente pago;
2 - Não tem: quando o terreno onde se localiza o domicílio não
for de propriedade, total ou parcial, de qualquer dos moradores10.
17.1.2.4 Acesso a energia elétrica
1) Domicílios particulares permanentes urbanos, total, distribuição
percentual e razão entre os domicílios com e sem acesso simultâneo aos
serviços de saneamento e iluminação elétrica, e proporção de
domicílios particulares urbanos sem acesso simultâneo aos serviços de
saneamento e iluminação elétrica por tipo de serviço, segundo as
Grandes Regiões, as Unidades da Federação e as Regiões
Metropolitanas.
2) Domicílios particulares permanentes urbanos, total e proporção com
acesso simultâneo ao serviço de iluminação elétrica e posse de bens
duráveis e proporção de domicílios sem computador ou acesso à
Internet em relação aos domicílios sem acesso simultâneo ao serviço de
iluminação elétrica e bens duráveis, segundo as Grandes Regiões, as
Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas.
9 Ver em http://www1.ibge.gov.br/censo/questionarios.shtm. Acesso em 17/05/2013.
10 Ver em http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=PD223. Acesso em
17/05/2013.
54
3) Domicílios particulares permanentes urbanos com rendimento médio
mensal domiciliar per capita de até 1/2 salário mínimo, total e
proporção com acesso simultâneo ao serviço de iluminação e posse de
bens duráveis e proporção de domicílios sem computador ou acesso à
Internet em relação aos domicílios sem acesso simultâneo ao serviço de
iluminação elétrica e bens duráveis, segundo as Grandes Regiões, as
Unidades da Federação e as Regiões Metropolitanas (PNAD, 2009).
17.1.2.5 Acesso aos canais de comunicação- Proporção (%) de
domicílios com alguns bens e serviços de informação e comunicação no total de
domicílios particulares permanentes (rádio, TV, telefone, telefone celular,
computador, e computador com acesso à internet)11
17.1.3 Ambiente de Trabalho: O meio ambiente do trabalho é composto
pela estrutura onde é realizado o trabalho e pelos elementos que estão dentro
dele, isto é, as pessoas, os objetos, as máquinas, entre outras coisas
(Nascimento, 2005).
17.1.4 Poluição
Poluição do ar: O impacto da poluição do ar na saúde, no Brasil, tem sido
amplamente documentado na literatura. Vários estudos enfocam os efeitos de
curto prazo provocados pela poluição do ar, embora esse fenômeno possa
também provocar danos à saúde a médio e a longo prazos. Os estudos
epidemiológicos utilizados na maioria das pesquisas sobre a relação
“exposição-efeito da poluição do ar” fazem uso de dados secundários, tais
como o número de óbitos, internações hospitalares por problemas
respiratórios, atendimentos realizados na rede básica de saúde, admissões em
serviços de urgência por diversas causas, uso de medicamentos, procedimentos
11 Ver em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=PD209. Acesso em
17/05/2013.
55
específicos, como a nebulização, dentre outros indicadores de saúde
escolhidos, que podem ser apresentados de forma diária, semanal ou mensal.
Os estudos têm mostrado que aumentos nos níveis de poluentes do ar se
associam a aumentos na mortalidade e na morbidade, tanto por problemas
respiratórios como cardiovasculares, em especial entre idosos e crianças.
Outros efeitos referem-se a perdas econômicas, aumento no absenteísmo
escolar, dias de trabalho perdidos, asma e nebulizações.
Os atendimentos de pronto-socorro e as internações hospitalares por doenças
respiratórias são bons indicadores dos efeitos da poluição do ar na saúde
(CNDSS, 2008).
Poluição da água:
Poluição ou contaminação na captação de água: Classificação das causas de
poluição ou contaminação na captação de água em: recebimento de esgoto
sanitário – quando a área de captação é utilizada, também, como corpo
receptor de esgoto sanitário, no caso de mananciais superficiais, ou quando há
disposição de esgotos no solo, em distância inferior a 30m, no caso de
mananciais subterrâneos (poços tubulares rasos ou profundos); recebimento
de despejo industrial – quando a área de captação é utilizada, também, como
corpo receptor de águas despejadas por indústrias, no caso de mananciais
superficiais, ou quando há disposição de esgotos no solo, em distância inferior
a 30m, no caso de mananciais subterrâneos (poços tubulares rasos ou
profundos); destinação inadequada de lixo – quando, nas proximidades da área
de captação, é depositado lixo proveniente de diferentes atividades humanas,
tais como: lixos residencial, industrial, hospitalar etc.; atividade mineradora –
quando, na área de captação, constata-se poluição causada pelo lançamento
de produtos químicos utilizados na atividade mineradora que venham a
contaminar o lençol freático ou o espelho d’água na superfície, como no caso,
por exemplo, do lançamento de mercúrio nos rios, em zona de garimpo de
ouro etc.; ou resíduos agrotóxicos – quando, na área de captação, há a
56
presença de resíduos de atividades agrícolas provenientes da lavagem de
equipamentos em rios, córregos, lagos etc., bem como de produtos químicos
lançados na lavoura e que são carreados aos corpos d’água pela ação das
chuvas. Caso os poços tubulares utilizados no sistema de abastecimento de
água estejam localizados em áreas rurais onde ocorra produção agrícola com
uso de agrotóxicos, a causa da poluição também pode ser caracterizada como
de resíduos agrotóxicos ((CNDSS, 2008).
1) Municípios, total e com captação superficial de água, por existência e tipo
de poluição ou contaminação na captação, segundo as Grandes Regiões e as
Unidades da Federação (número absoluto).
2) Municípios, total e com captação de água em poço raso, por existência e
tipo de poluição ou contaminação na captação, segundo as Grandes Regiões e
as Unidades da Federação (número absoluto).
3) Municípios, total e com captação de água em poço profundo, por existência
e tipo de poluição ou contaminação na captação, segundo as Grandes Regiões
e as Unidades da Federação (número absoluto).
17.1.5 Acesso a Informação - não foram identificados os métodos de
cálculo. Informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para
produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte
ou formato.12
17.1.6 Acesso aos Serviços de Saúde - Acesso é um conceito complexo,
muitas vezes empregado de forma imprecisa, e pouco claro na sua relação com
o uso de serviços de saúde. Quanto à terminologia, a acessibilidade é uma
característica da oferta de serviços de saúde ou do ajuste entre a oferta e a
população, seja esta uma característica geral, seja restrita à acessibilidade
geográfica. Donabedian (1973 apud Travassos, Martins, 2004) define
acessibilidade como um dos aspectos do serviço relativo à capacidade de
12
Ver em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=PD209. Acesso em 17/05/2013.
57
responder às necessidades de saúde de uma determinada população. O termo
acesso, em geral, centra-se na entrada inicial dos serviços de saúde. É uma
dimensão do desempenho dos sistemas de saúde associada à oferta. Quanto à
abrangência do conceito, observa-se uma tendência de ampliação do escopo,
com deslocamento do seu eixo da entrada nos serviços para os resultados dos
cuidados recebidos. Não obstante a tendência recente de empregar-se o
conceito baseado em resultados argumenta-se sobre a importância de
manterem-se as distinções entre acesso e uso de serviços de saúde; acesso e
continuidade do cuidado; e acesso de efetividade dos cuidados prestados. A
principal razão é que cada um destes processos corresponde a um modelo
explicativo distinto (Travassos, Martins, 2004).
17.2 Disponibilidade de Alimento: O Programa Nacional de Alimentação e
Nutrição (PNAN) assegura para todos os cidadãos todas as condições necessárias de
acesso permanente a quantidades suficientes de alimentos básicos de qualidade, sem
comprometer o acesso a outras necessidades básicas. Fonte: Redução das
desigualdades no período (IBGE, 2012).
Método de cálculo: 1) Proporção de pessoas com déficit de altura e peso;
excesso de peso e obesidade (POF, PENSE -IBGE); 2) Participação relativa de
alimentos e grupos de alimentos no total de calorias determinado pela
aquisição alimentar domiciliar, por situação do domicílio (urbano/rural) e por
grandes regiões; 3) - Participação relativa de macronutrientes no total de
calorias determinado pela aquisição alimentar domiciliar, por situação do
domicílio e por grandes regiões; 4) Participação relativa de alimentos e grupos
de alimentos no total de calorias determinado pela aquisição alimentar
domiciliar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal
familiar; 5) Participação relativa de macronutrientes no total de calorias
determinado pela aquisição alimentar domiciliar, por classes de rendimento
total e variação patrimonial mensal familiar
58
18. FATORES COMPORTAMENTAIS E BIOLÓGICOS: Parte do conceito base de que as
percepções e as experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e
prejuízos à saúde (Buss, Pellegrini, 2007).
19. FATORES PSICOSSOCIAIS: Fatores psicossociais na geração de problemas de saúde
podem ser considerados como a percepção das pessoas sobre sua posição em
sociedades desiguais. Fatores psicossociais estão associados com a visão de que a
percepção das pessoas e a experiência do status pessoal em sociedades desiguais leva
ao estresse e a problemas de saúde. O estresse do ambiente social altera a
susceptibilidade do indivíduo, afetando sua função neuroendócrina, de modo a
aumentar a vulnerabilidade à doença. Há uma relação entre os padrões
neuroendócrinos alterados, uma capacidade comprometida das pessoas de
perceberem sua saúde e a experiência da sua posição na hierarquia social. A
experiência de viver em ambientes sociais de iniquidade força as pessoas a
constantemente comparar seu status, posses e circunstâncias de vida com os de outras
pessoas, gerando sentimentos de vergonha e inutilidade nos desfavorecidos,
juntamente com o estresse crônico que prejudica a saúde. Fatores psicossociais
relevantes incluem estressores (por exemplo, eventos de vida negativos),
circunstâncias de vida estressantes e falta de apoio social. Desigualdades
socioeconômicas na morbidade e mortalidade não podem ser inteiramente explicadas
pelos fatores comportamentais ou pelos fatores de risco materiais da doença. Por
exemplo, na evolução das doenças cardiovasculares, fatores de risco como o
tabagismo, colesterol elevado e pressão sanguínea podem explicar menos da metade
do gradiente socioeconômico na mortalidade (CNDSS, 2008; WHO, 2010).
20. DETERMINANTES ESTRUTURAIS: Os mecanismos de estratificação socioeconômica
são os denominados determinantes estruturais de iniquidade em saúde, segundo
diferenças em vulnerabilidades, exposições a agentes e acesso a serviços básicos. Isto
é, a diferença da posição socioeconômica do indivíduo sobre a saúde não é direta, mas
produto da ação de fatores intermediários: condições materiais, tais como qualidade
de moradia, a quantidade e tipo de alimento, entre outras (WHO, 2010).
59
21. DETERMINANTES INTERMEDIÁRIOS: Os determinantes intermediários são aqueles
que medeiam o efeito da posição socioeconômica sobre a saúde, como fumar ou
condições de trabalho. As intervenções a este nível objetivam alterar a distribuição de
tais determinantes em todos os grupos socioeconômicos, por exemplo, através da
redução do número de fumantes em grupos socioeconômicos mais baixos, ou a
melhoria das condições de trabalho de pessoas em empregos de menor status. As
principais categorias de determinantes intermediários de saúde são: condições
materiais, circunstâncias psicossociais, fatores comportamentais e/ou biológicas e o
próprio sistema de saúde. Os determinantes estruturais operam através dos
determinantes intermediários. os determinantes sociais de inequidade em saúde são
causalmente antecendentes aos determinantes intermediários, os quais estão ligados
a um conjunto de influências a nível individual, incluindo comportamentos
relacionados à saúde e comportamentos fifiológicos. os determinantes intermediários
determinam as diferenças de exposição e vulnerabilidade a condições que
comprometem a saúde. O contexto socioeconômico-político afeta diretamente a
fatores intermediários, por tipo, magnitude e disponibilidade. Para a população, o
caminho mais importante de influência é através da posição socioeconômica, que
influencia a saúde por meio de determinantes intermediários mais específicos (por
exemplo, condições materiais, como o bairro, o trabalho e as condições de habitação;
circunstâncias psicossociais e fatores comportamentais e biológicos). Os membros de
grupos socioeconômicos mais baixos vivem em circunstâncias materiais menos
favoráveis do que os grupos socioeconômicos mais elevados, e as pessoas mais
próximas ao fundo da escala social se envolvem mais freqüentemente em
comportamentos prejudiciais à saúde e menos a comportamentos de promoção da
saúde do que fazem o grupo mais privilegiado. A distribuição desigual desses fatores
intermediários constitui o principal mecanismo através do qual a posição
socioeconômica gera desigualdade na saúde. O sistema de saúde, como um
determinante social da saúde, indica a capacidade do setor de saúde de influenciar o
processo, agindo sobre: diferenças na exposição, as diferenças na vulnerabilidade e
60
diferenças nas consequências da doença para a saúde das pessoas e suas
circunstâncias sociais e econômicas (WHO, 2010).
22. EQUIDADE: Conceito que considera as desigualdades sociais como injustas e
evitáveis, implicando na adoção de ações governamentais para atender às diferentes
necessidades da população. A equidade em saúde cria oportunidades iguais para que
todos tenham acesso à saúde, o que está intimamente relacionado com os
determinantes sociais. Na atenção à saúde, o conceito envolve duas dimensões
importantes: a equidade horizontal – tratamento igual aos indivíduos que se
encontram em situação igual de saúde – e a equidade vertical – tratamento
apropriadamente desigual aos indivíduos em situações distintas de saúde. Para
promover a equidade, é preciso que existam ambientes favoráveis e acesso à
informação, a experiências, a habilidades e a oportunidades que permitam fazer
escolhas por uma vida mais saudável (MS, 2012).
23. INEQUIDADE: Desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de
sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desnecessárias (MS, 2012).
Foram buscadas experiências internacionais na utilização de indicadores sociais
e da saúde para a organização de serviços de saúde e experiências para identificação
de necessidades para organização de serviços de saúde.
5.1.2.1 Indicadores utilizados na Espanha para mensuração das condições sociais e
de saúde da população
Foram encontrados indicadores de mensuração das condições sociais e de
saúde da população, porém, não encontramos como estes indicadores são utilizados
para a organização de serviços.
61
Indicadores chave do sistema nacional de saúde – Espanha 13
Indicadores do nível de saúde
Orientar sobre os principais problemas de saúde e a prevalência de fatores
determinantes do estado de saúde, assim como identificar desigualdades no mesmo.
Indicadores estruturais
Fornece informações de referência para a análise da oferta e distribuição de recursos.
Indicadores de utilização do sistema de saúde
Informar sobre o atendimento da população, as taxas de utilização de determinados
procedimentos e/ou tecnologias e aproximar o conhecimento do consumo de recursos
de saúde.
Indicadores de acessibilidade ao sistema
Possibilitar a identificação da existência de problemas no acesso aos serviços de saúde.
Indicadores de gastos
Informar sobre os recursos econômicos utilizados e sobre as contas oficiais.
Indicadores de qualidade de atenção no SNS
13
Ver em http://www.msc.es/estadEstudios/estadisticas/sisInfSanSNS/inclasSNS_DB.htm Acesso em 20/05/2013
62
Informar sobre a prestação de serviços de saúde eficazes e de qualidade, e, portanto,
colaborar para orientar a existência de problemas e variabilidade na prestação de
serviços de saúde.
Indicadores:
População
População total (em milhões)
População de 0-4 anos
População de 5-9 anos
População de 10-14 anos
População de 15-19 anos
População de 20-24 anos
População de 25-29 anos
População de 30-34 anos
População de 35-39 anos
População de 40-44 anos
População de 45-49 anos
População de 50-54 anos
População de 55-59 anos
População de 60-64 anos
População de 65-69 anos
População de 70-74 anos
População de 75-79 anos
População de 80-84 anos
População de 85 anos ou mais
Taxa de natalidade por 1000 habitantes
Idade média materna
Incidência de interrupções voluntárias da gravidez por 1000 mulheres de 15 a
49 anos
63
Nascidos de mães menores de 20 anos por cada 100 nascimentos
Crescimento vegetativo por 100 habitantes
% de variação interanual de população estrangeira
% de variação interanual de população total
% da população com nível de estudos de primeiro grau ou inferior
% da população com nível de estudos de segundo grau
% da população com nível de estudos de terceiro grau
% de pessoas que pertencem à classe social alta (níveis I-II)
% de pessoas que pertencem à classe social média (nível III)
% de pessoas que pertencem à classe social baixa (níveis IV-V)
Taxa de doadores de órgãos por 1.000.000 de habitantes
Estado de Saúde
Esperança de vida ao nascer
Esperança de vida aos 65 anos
Esperança de vida em boa saúde ao nascer
Esperança de vida em boa saúde aos 65 anos
Índice de risco de problemas de saúde mental na população adulta
Índice médio de qualidade de vida infantil relacionado com a saúde
Esperança de vida livre de incapacidade ao nascer
Esperança de vida livre de incapacidade aos 65 anos
Índice de dependência
% de pessoas com avaliação negativa do seu estado de saúde
% de pessoas maiores de 65 anos com avaliação negativa do seu estado de
saúde
Número de mortes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por 100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por doença isquêmica do coração por
100.000 habitantes
64
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por doença cerebrovascular do
coração por 100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por câncer por 100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por doença pulmonar obstrutiva
crônica por 100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por pneumonia e influenza por
100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por doença crônica do fígado por
100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por diabetes mellitus por 100.000
habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por acidentes não intencionais por
100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por suicídio por 100.000 habitantes
Taxa de mortalidade ajustada por idade, por Doença de Alzheimer por 100.000
habitantes
Taxa de mortalidade perinatal por cada 1.000 nascidos vivos
Mortalidade prematura por câncer por 100.000 habitantes, menores de 75
anos
Mortalidade prematura por cardiopatia isquêmica por 100.000 habitantes,
menores de 75 anos
Mortalidade prematura por diabetes mellitus por 100.000 habitantes, menores
de 75 anos
Mortalidade prematura por doença vascular cerebral por 100.000 habitantes,
menores de 75 anos
Taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos
Prevalência de problemas bucais por 100 habitantes maiores de 15 anos
Incidência de tuberculose por 100.000 habitantes
Incidência de SIDA por 1.000.000 habitantes
Taxa de hospitalização por infarto agudo do miocárdio por 100.000 habitantes
Prevalência de diabetes mellitus por 100 habitantes maiores de 15 anos
65
Prevalência de transtornos mentais por 100 habitantes maiores de 15 anos
Determinantes
Recém-nascidos com baixo peso por cada 100 nascidos vivos
Prevalência de consumo de tabaco por 100 habitantes maiores de 15 anos
Taxa de abandono do hábito de fumar
Porcentagem de consumidores de risco de álcool
Proporção de consumidores de maconha entre a população de 15 a 64 anos
Proporção de consumidores de ecstasy entre a população de 15 a 64 anos
Proporção de consumidores de alucinógenos entre a população de 15 a 64 anos
Proporção de consumidores de anfetaminas entre a população de 15 a 64 anos
Proporção de consumidores de cocaína entre a população de 15 a 64 anos
Proporção de consumidores de heroína entre a população de 15 a 64 anos
Proporção de consumidores de maconha em escolares adolescentes de 14 a 18
anos
Proporção de consumidores de ecstasy em escolares adolescentes de 14 a 18
anos
Proporção de consumidores de alucinógenos em escolares adolescentes de 14
a 18 anos
Proporção de consumidores de anfetaminas em escolares adolescentes de 14 a
18 anos
Proporção de consumidores de cocaína em escolares adolescentes de 14 a 18
anos
Proporção de consumidores de heroína em escolares adolescentes de 14 a 18
anos
Prevalência de sobrepeso por 100 habitantes de 18 anos ou mais
Prevalência de sobrepeso por 100 habitantes de 2 a 17 anos
Prevalência de obesidade por 100 habitantes em população de 18 anos ou mais
Prevalência de obesidade por 100 habitantes de 2 a 17 anos
66
Prevalência de sedentarismo por 100 habitantes maiores de 15 anos
Número total de vítimas de acidentes de trânsito
Incidência de acidentes de trabalho por 100.000 afiliados à Seguridade Social
Índice de frequência de acidentes de trabalho por 1.000.000 de horas
trabalhadas
Promoção, Proteção e Prevenção
Cobertura (%) vacinal contra a difteria-tétano-coqueluche (primeira vacinação
0-1 ano)
Cobertura (%) vacinal contra a difteria-tétano-coqueluche (reforço 1-2 anos)
Cobertura (%) vacinal contra a difteria-tétano-coqueluche (reforço 4-6 anos)
Cobertura (%) de pessoas maiores de 65 anos vacinadas contra a gripe
Cobertura (%) de vacinação contra haemophilus influenza b (primeira vacinação
0-1 ano)
Cobertura (%) de vacinação contra haemophilus influenza b (reforço 1-2 anos)
Cobertura (%) de vacinação contra a hepatite b (0-1 ano)
Cobertura (%) de vacinação contra a meningite c (primeira vacinação 0-1 ano)
Cobertura (%) de vacinação contra a meningite c (reforço 1-2 anos)
Cobertura (%) de vacinação contra a poliomielite (primeira vacinação 0-1 ano)
Cobertura (%) de vacinação contra a poliomielite (reforço 1-2 anos)
Cobertura (%) de vacinação contra sarampo-rubéola-caxumba (primeira
vacinação 0-1 ano)
Cobertura (%) de vacinação contra sarampo-rubéola-caxumba (reforç0 3-6
anos)
Porcentagem de mulheres com mamografia realizada
Recursos Sanitários
Profissionais graduados em medicina por 1.000 habitantes
Profissionais graduados em odontologia e estomatologia por 1.000 habitantes
67
Profissionais graduados em farmácia por 1.000 habitantes
Profissionais graduados em veterinária por 1.000 habitantes
Profissionais graduados em medicina por 1.000 habitantes
Profissionais graduados em enfermagem por 1.000 habitantes
Pessoal médico na atenção especializada por 1.000 habitantes
Pessoal médico na atenção primária por 1.000 cartões de saúde
Pessoal de enfermagem (graduado) na atenção especializada por 1.000
habitantes
Pessoal de enfermagem na atenção primária por 1.000 cartões de saúde
Leitos hospitalares em funcionamento por 1.000 habitantes
Hospitais-dia por 1.000 habitantes
Aparelhos de tomografia axial computadorizada em funcionamento por
100.000 habitantes
Aparelhos de ressonância nuclear magnética por 100.000 habitantes
Equipamentos de hemodiálise em funcionamento por 100.000 habitantes
Equipamentos de hemodinâmica em funcionamento por 100.000 habitantes
Utilização da Atenção Sanitária
Admissão (registrada) em medicina de atenção primária por pessoa/ano
Admissão (registrada) em enfermagem de atenção primária por pessoa/ano
Admissão (registrada) em consultas externas de atenção especializada por
1.000 habitantes/ano
Admissão (registrada) em internações hospitalares por 1.000 habitantes/ano
Taxas de intervenção cirúrgica por 1.000 habitantes/ano
Taxas de uso de tomografia axial computadorizada por 1.000 habitantes/ano
Taxas de uso de ressonância nuclear magnética por 1.000 habitantes/ano
Taxas de uso de hemodiálise por 1.000 habitantes/ano
Taxas de uso de hemodinâmica por 1.000 habitantes/ano
Taxa de transplante de coração por 1.000.000 habitantes
68
Taxa de transplante de fígado por 1.000.000 habitantes
Taxa de transplante de intestino por 1.000.000 habitantes
Taxa de transplante de pâncreas por 1.000.000 habitantes
Taxa de transplante de rim por 1.000.000 habitantes
Admissão declarada à atenção primária por habitante/ano
Admissão declarada a consultas especializadas por habitante/ano
Admissão declarada à internação hospitalar por 1.000 habitante/ano
Admissão declarada à urgência por 1.000 habitante/ano
Tempo médio de permanência
Tempo médio de permanência ajustado por casuística
Índice de complexidade
Índice de permanência média ajustada
% de casos com tempo de permanência extremo
% global de realização de procedimentos cirúrgicos via ambulatorial no Sistema
Nacional de Saúde
% de cirurgia ambulatorial para liberação do túnel do carpo
% de cirurgia ambulatorial de procedimentos no cristalino
% de cirurgia ambulatorial de procedimentos extraoculares em maiores de 17
anos
% de cirurgia ambulatorial de hérnia inguinal e femoral em maiores de 17 anos
% de cirurgia ambulatorial de procedimentos na pele
% de cirurgia ambulatorial de mão e punho
% de cirurgia ambulatorial para enxertos de pele, desbridamentos
% de cirurgia ambulatorial de procedimentos no útero e anexos
Gastos
Gasto com saúde por habitante
Gasto com saúde pública por habitante
Gasto com saúde pública territorializada por habitante
69
% de gasto do serviço primário de saúde
% de gasto do serviço de atenção especializada
% de gasto em farmácia
% de gasto em remuneração de pessoal
% de gastos dedicados a concertos
% de gasto de saúde destinado à formação de residentes
% de gasto em consumos intermediários
Qualidade e resultados
% global de readmissões
Taxa de colecistectomia por 10.000 habitantes
% de cirurgia conservadora em câncer de mama em relação ao total de cirurgia
por câncer de mama
% de cesáreas em relação ao total de partos (vaginais mais cesáreas)
% de histerectomia em mulheres menores de 35 anos em relação ao total de
histerectomias realizadas
Notificação de reações adversas a medicamentos a cada 1.000 habitantes
Taxa de infecção hospitalar (nosocomial) a cada 100 altas hospitalares
Taxa de reação transfusional a cada 1.000 altas hospitalares
Taxa de úlceras por pressão a cada 1.000 altas hospitalares
Taxa de fratura de quadril em pacientes admitidos a cada 100 altas hospitalares
Incidência de tétano a cada 100.000 habitantes
Incidência de coqueluche a cada 100.000 habitantes
Incidência de gripe a cada 100.000 habitantes
Incidência de hepatite B a cada 100.000 habitantes
Incidência de meningite a cada 100.000 habitantes
Incidência de sarampo a cada 100.000 habitantes
Incidência de rubéola a cada 100.000 habitantes
Incidência de caxumba a cada 100.000 habitantes
70
Incidência de varicela a cada 100.000 habitantes
Incidência de rubéola congênita a cada 100.000 habitantes
Taxa de amputação em membros inferiores a cada 1.000 pessoas diabéticas
Mortalidade intra-hospitalar global a cada 100 altas hospitalares
Mortalidade intra-hospitalar após intervenção cirúrgica a cada 100 altas
cirúrgicas
Mortalidade intra-hospitalar após angioplastia coronária a cada 100 altas com
este procedimento
Mortalidade intra-hospitalar após fratura de quadril a cada 100 altas com este
diagnóstico
Mortalidade intra-hospitalar pós-infarto a cada 100 altas por infarto
Mortalidade intra-hospitalar de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva
(ICC) a cada 100 altas por ICC
Mortalidade intra-hospitalar de pacientes com hemorragia intestinal a cada 100
altas com este diagnóstico
Mortalidade intra-hospitalar de pacientes com pneumonia a cada 100 altas por
pneumonia
% de pessoas satisfeitas com a atenção recebida na consulta de medicina de
família
% de pessoas satisfeitas com a atenção recebida na consulta do médico
especialista
% de pessoas satisfeitas com a atenção recebida nos serviços de urgências
% de pessoas satisfeitas com a atenção recebida na hospitalização
Satisfação com o conhecimento da história e seguimento de seus problemas de
saúde no centro de atenção primária
Satisfação com a informação recebida sobre seu problema de saúde na
consulta da atenção especializada
Número de pacientes com insuficiência renal crônica com transplante renal
funcionante por 1.000.000 habitantes
Sobrevivência funcional do transplante de fígado, ao ano, a cada 100
transplantados
71
Oferta de Serviços e Acessibilidade
Pacientes em espera para intervenções cirúrgicas não urgentes por 1.000
habitantes
Pacientes em espera para consultas especializadas por 1.000 habitantes
Tempos de espera para intervenções cirúrgicas não urgentes
Tempos de espera para consultas especializadas
O quadro metodológico de referência para estes indicadores são o sistema ISCE
(Indicadores de Saúde da Comunidade Europeia) e do projeto Echim (European
Community Health Indicators Monitoring) da Comissão Europeia 14.
Indicadores do Projeto ECHIM – European Community Health Indicators Monitoring
(Indicadores Europeus de Monitoramento Comunitário de Saúde)
Demography and socio-economic situation (Situação demográfica e
socioeconômica)
1. Population by sex/age – População por sexo/idade
2. Birth rate, crude – Taxa de natalidade, bruta
3. Mother's age distribution – Distribuição por idade da mãe
4. Total fertility rate – Taxa total de fertilidade
5. Population projections - Projeções de população
6. Population by education – População por educação
7. Population by occupation – População por ocupação
8. Total unemployment - Desemprego total
9. Population below poverty line and income inequality - População abaixo da linha de
pobreza e desigualdade de renda
14
Ver em http://www.healthindicators.eu/healthindicators/object_document/o5873n28314.html. Acesso em 21/05/2013
72
Health Status (Estado de saúde)
10. Life expectancy – Expectativa de vida
11. Infant mortality – Mortalidade infantil
12. Perinatal mortality – Mortalidade perinatal
13. Disease-specific mortality – Mortalidade por doença específica
14. Drug-related deaths – Mortes relacionadas às drogas
15. Smoking-related deaths - Mortes relacionadas ao tabagismo
16. Alcohol-related deaths - Mortes relacionadas ao álcool
17. Excess mortality by extreme temperatures - Excesso de mortalidade por
temperaturas extremas
18. Selected communicable diseases - Doenças transmissíveis selecionadas
19. HIV/AIDS - HIV/AIDS
20. Cancer incidence – Incidência de câncer
21(a). Diabetes: self-reported prevalence – Diabetes: prevalência auto relatada
21(b). Diabetes: register-based prevalence - Diabetes: prevalência baseada no registro
23(a). Depression: self-reported prevalence – Depressão: prevalência auto relatada
23(b). Depression: register-based prevalence - Depressão: prevalência baseada no
registro
24. Acute myocardial infarction (AMI) – Infarto agudo do miocárdio
25. Stroke – Acidente vascular encefálico
26(a). Asthma: self-reported prevalence – Asma: prevalência auto relatada
26(b). Asthma: register-based prevalence - Asma: prevalência baseada no registro
27(a). Chronic obstructive pulmonary disease (COPD): self-reported prevalence –
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): prevalência auto relatada
27(b). Chronic obstructive pulmonary disease (COPD): register-based prevalence –
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): prevalência baseada no registro
28. (Low) birth weight – Baixo peso ao nascer
29(a). Injuries: home, leisure, school: self-reported incidence – Lesões: casa, lazer,
73
escola: incidência auto relatada
29(b). Injuries: home, leisure, school: register-based incidence - Lesões: casa, lazer,
escolar: incidência baseda no registro
30(a). Injuries: road traffic: self-reported incidence - Lesões: trânsito: incidência auto
relatada
30(b). Injuries: road traffic: register-based incidence - Lesões: trânsito: incidência
basedada no registro
31. Injuries: workplace - Lesões: local de trabalho
32. Suicide attempt - Tentativa de suicídio
33. Self-perceived health – Autopercepção de saúde
34. Self-reported chronic morbidity - Morbidade crônica auto relatada
35. Long-term activity limitations - Limitações da atividade de longo prazo
36. Physical and sensory functional limitations - Limitações funcionais, físicas e
sensoriais
37. General musculoskeletal pain - Dor musculoesquelética geral
38. Psychological distress - Sofrimento psicológico
39. Psychological well-being – Bem-estar psicológico
40. Health expectancy: Healthy Life Years (HLY) - Expectativa de Saúde: Anos de Vida
Saudável
41. Health expectancy, others - Expectativa de Saúde: outros
Determinants of health (Determinantes de saúde)
42. Body mass index – Índice de massa corporal
43. Blood pressure - Pressão arterial
44. Regular smokers – Fumantes regulares
45. Pregnant women smoking – Mulheres grávidas fumantes
46. Total alcohol consumption – Consumo total de álcool
47. Hazardous alcohol consumption - Consumo perigoso de álcool
74
48. Use of illicit drugs - Uso de drogas ilícitas
49. Consumption of fruit - Consumo de frutas
50. Consumption of vegetables - Consumo de vegetais
51. Breastfeeding - Amamentação
52. Physical activity - Atividade física
53. Work-related health risks - Riscos para a saúde relacionados com o trabalho
54. Social support - Suporte social
Health interventions: health services (Intervenções de saúde: serviços de
saúde)
55. Vaccination coverage in children - Cobertura vacinal em crianças
56. Influenza vaccination rate in elderly – Taxa de vacinação contra a gripe em idosos
57. Breast cancer screening – Rastreio do câncer de mama
58. Cervical cancer screening - Rastreio do câncer do colo do útero
59. Colon cancer screening - Rastreio do câncer de cólon
60. Timing of first antenatal visit among pregnant women - Momento da primeira
consulta pré-natal entre mulheres grávidas
61. Hospital beds - Leitos hospitalares
62. Practising physicians – Clínico geral
63. Practising nurses – Enfermeiros
64. Mobility of professionals - Mobilidade dos profissionais
65. Medical technologies: MRI units and CT scans - Tecnologias médicas: unidades de
ressonância magnética e tomografia computadorizada
66. Hospital in-patient discharges, selected diagnosis – Alta de pacientes internados,
diagnostic selecionado
67. Hospital day-cases, selected diagnosis – Diagnósticos selecionados de hospital-dia
68. Hospital day-cases as percentage of total patient population, selected diagnoses -
Diagnósticos selecionados de hospital-dia como porcentagem do total de pacientes da
população
75
69. Average length of stay (ALOS), limited diagnoses - Tempo médio de permanência,
diagnósticos limitados
70(a). General practitioner (GP) utilisation; self-reported visits – Utilização do médico
clínico geral; visitas auto relatadas
70(b). General practitioner (GP) utilisation; registered visits - Utilização do médico
clínico geral; visitas registradas
71(a). Selected outpatient visits: self-reported visits – Consultas ambulatoriais
selecionadas: visitas auto relatadas
71(b). Selected outpatient visits: registered visits - Consultas ambulatoriais
selecionadas: visitas registradas
72. Selected surgeries – Cirurgias selecionadas
73. Medicine use, selected groups - Uso de medicamentos, grupos selecionados
74. Patient mobility - Mobilidade dos pacientes
75. Insurance coverage - Cobertura de seguro
76. Expenditures on health - Gastos com saúde
77. Survival rates cancer - Taxas de sobrevivência ao câncer
78. 30-day in-hospital case-fatality of AMI and ischemic stroke – Letalidade de 30 dias
no hospital do IAM e AVE isquêmico
79. Equity of access to health care services - Equidade no acesso aos serviços de saúde
80. Waiting times for elective surgeries - Tempos de espera para cirurgias eletivas
81. Surgical wound infections - Infecções de feridas cirúrgicas
82. Cancer treatment delay - Atraso no tratamento do câncer
83. Diabetes control - Controle do Diabetes
Health interventions: health promotion (Intervenções de saúde: promoção de
saúde)
84. Policies on environmental tobacco smoke (ETS) exposure - Políticas ambientais de
exposição à fumaça do tabaco
85. Policies on healthy nutrition - Políticas de alimentação saudável
76
88. Policies and practices on healthy lifestyles - Políticas e práticas sobre estilos de vida
saudáveis
87. Integrated programmes in setting, including workplace, schools, hospital -
Programas integrados em ambientes, incluindo locais de trabalho, escolas, hospital
5.1.2.2 Experiência do Canadá para identificação de necessidades para organização
de serviços de saúde
A avaliação de necessidade de saúde auxilia o processo de planejamento de
serviços de saúde. Segundo Feather et al (1994), não há consenso sobre as
metodologias mais adequadas para avaliação de necessidades, entretanto o processo
requer planejamento e tomada de decisões. Algumas questões auxiliam o
desenvolvimento do projeto sobre o tema:
- Quais as definições de avaliação de necessidades de saúde, necessidade e
avaliação e saúde?
- Por que fazer uma avaliação das necessidades?
- O que é preciso conhecer?
- Quem deve ser envolvido?
- Quando a avaliação das necessidades é apropriada?
- Como podemos realizá-la?
Uma proposta canadense sugere nove etapas (HSIP, 2006):
1. Decisão sobre informações necessárias
2. Revisão da informação de saúde existente
3. Coleta de informação
4. Análise da informação para identificar necessidades de saúde da comunidade
5. Avaliação da necessidade e possíveis soluções
6. Seleção de prioridades sobre as necessidades identificadas
7. Checagem na realidade com os membros da comunidade
8. Integração com o plano regional de saúde
77
9. Plano de monitoramento e avaliação
As etapas são aninhadas dentro de cinco atividades iniciais que indicam como
as etapas serão aplicadas:
1. Determinar o propósito da avaliação das necessidades de saúde
2. Determinar a área geografia a ser coberta pela avaliação
3. Determinar a população de interesse a ser abrangida pela avaliação
4. Determinar as partes interessadas que devem estar envolvidos na avaliação
5. Estabelecer um processo para se conectar e gerenciar estas quatro atividades e as
nove etapas centrais.
Qualquer avaliação das necessidades de saúde deve estabelecer um processo
para garantir a realização dentro do tempo e recursos disponíveis. Em relação às
atividades, sugere-se:
1. Determinar o propósito da avaliação das necessidades de saúde
O objetivo da avaliação das necessidades de saúde deve ser claro e os métodos
utilizados devem ser embasados em conceitos teóricos e devem embasar questões
práticas, éticas e políticas que podem ser controversas entre as partes interessadas.
Deste modo, é útil constituir uma equipe para supervisão do desenvolvimento do
projeto, para permitir que diferentes perspectivas sejam discutidas e analisadas. Este
grupo pode, então, tornar-se o corpo que supervisiona toda a avaliação e/ou analisa os
progressos e resultados e postos-chave durante a avaliação.
2. Determinar a área geografia a ser coberta pela avaliação
Pode ser realizada em diferentes níveis: internacional, nacional, provincial,
regional, por instituição ou serviço, bairro e individual. A definição deve estar
relacionada com o objetivo do projeto e “fazer sentido” para o planejamento em
saúde.
Por exemplo, as fronteiras geográficas apropriadas para o planejamento de
cuidados primários de base comunitária diferem daquelas para atendimento terciário.
78
No entanto, é importante identificar questões relacionadas à integração de serviços:
qual deve ser a relação entre os serviços da área geográfica imediata com aqueles com
de âmbito nacional ou internacional?
3. Determinar a população de interesse a ser abrangida pela avaliação
Podem ser identificadas através das seguintes categorias ou combinação das
mesmas:
• uma localização geográfica - que vivem em uma região, bairro ou área de influência;
• um cenário - escola, trabalho, prisão ou hospital;
• uma categoria social - idade, etnia, falta de moradia;
• uma condição de saúde - uma doença, uma doença mental, uma deficiência física ou
de desenvolvimento, ou um fator de risco.
4. Determinar as partes interessadas que devem estar envolvidos na avaliação
Duas dimensões são importantes para avaliação das necessidades de saúde:
1. Decidir quem precisa ser envolvido no projeto, gestão e supervisão da avaliação.
2. Determinar quem precisa ser envolvido como partes interessadas para troca de
conhecimentos, discussão de opiniões e ideias como matéria-prima para a avaliação. A
avaliação das necessidades de saúde é um subsídio para a tomada de decisão,
considerando que pode haver múltiplas demandas e sem resposta obviamente clara e
certa a priori.
Nove tipos de indicadores são descritos para utilização na avaliação de
necessidades de saúde.
1. Utilização de serviços de saúde
2. Medidas de mortalidade
3. Medidas ajustadas de saúde (morbidade, deficiência e auto-avaliação da saúde)
4. Fatores de risco
5. Impacto econômico da doença
6. Privação
7. Demografia
79
8. Percepções das partes interessadas
9. Indicadores da comunidade
5.1.2.3 Experiência da Austrália para identificação de necessidades para organização
de serviços de saúde
Não foram identificadas metodologias de levantamento de necessidades para a
organização de serviços de saúde.
80
Anexo 1: NOTARI
81
82
Apêndice 1
Instrumento para descrição dos dados dos estudos incluídos
N Título Ano Autor(es) Afiliação
dos autores
País do
estudo Idioma
Objetivo do
estudo
Tipo de
estudo
Método de coleta de dados
Resumo Metodologia
utilizada Variáveis utilizadas
População estudada
Tipo de
serviço Outras Incluído/excluído
Motivo da
exclusão
83
Apêndice 2
Estratégia de busca por base de dados
Bases de dados Estratégia
PubMed
((((((("Health Services Needs and Demand"[Mesh] OR
(Needs and Demand, Health Services) OR (Needs) OR
(Health Services Needs) OR (Health Services Need) OR
(Need, Health Services) OR (Needs, Health Services))) OR
("Certificate of Need"[Mesh] OR (Need Certificate) OR
(Need Certificates) OR (Need Certification, Health Care)))
OR ("Needs Assessment"[Mesh] OR (Needs Assessments)
OR (Determination of Health Care Needs) OR
(Determination of Healthcare Needs) OR (Assessment of
Healthcare Needs) OR (Needs Assessment, Healthcare)
OR (Needs Assessments, Healthcare) OR (Assessment of
Health Care Needs) OR (Social Needs) OR (Social Need)
OR (Population Needs) OR (Population Need) OR (Health
Needs) OR (Health Need) OR (Population Health Needs))))
AND (((((("Planning Techniques"[Mesh] OR (Planning
Technique) OR (Technique, Planning) OR (Techniques,
Planning) OR (Planning Technic) OR (Planning Technics)
OR (Technic, Planning) OR (Technics, Planning) OR
(Methodology, Planning) OR (Methodologies, Planning)
OR (Planning Methodologies) OR (Planning Methodology)
OR (Planning Theories) OR (Planning Theory) OR
(Theories, Planning) OR (Theory, Planning))) OR ("Health
Plan Implementation"[Mesh] OR (Health Plan
Implementations) OR (Implementation, Health Plan) OR
(Implementations, Health Plan) OR (Plan Implementation,
Health) OR (Plan Implementations, Health))) OR ("Health
Maintenance Organizations"[Mesh] OR (Prepaid Group
84
Health Organizations) OR (Organizations, Health
Maintenance) OR (Group Health Organizations, Prepaid)
OR (Health Maintenance Organization) OR (Organization,
Health Maintenance))) OR ("Health Facility
Planning"[Mesh] OR (Planning, Health Facility) OR (Facility
Planning, Health) OR (Facility Plannings, Health) OR
(Health Facility Plannings) OR (Plannings, Health Facility)))
OR ("Organizational Policy"[Mesh] OR (Policies,
Organizational) OR (Policy, Organizational) OR
(Organizational Policies) OR (Institutional Policy) OR
(Policies, Institutional) OR (Policy, Institutional) OR
(Institutional Policies)))) AND ("Health Services"[Mesh]
OR (Services, Health) OR (Health Service) OR (Service,
Health))) AND ("humans"[MeSH Terms] AND (Practice
Guideline[ptyp] OR Review[ptyp] OR systematic[sb] OR
Case Reports[ptyp] OR Classical Article[ptyp] OR
Comment[ptyp] OR Comparative Study[ptyp] OR
Congresses[ptyp] OR Consensus Development
Conference[ptyp] OR Consensus Development
Conference, NIH[ptyp] OR Corrected and Republished
Article[ptyp] OR Directory[ptyp] OR Duplicate
Publication[ptyp] OR Editorial[ptyp] OR Electronic
Supplementary Materials[ptyp] OR English Abstract[ptyp]
OR Evaluation Studies[ptyp] OR Festschrift[ptyp] OR
Government Publications[ptyp] OR Guideline[ptyp] OR
Historical Article[ptyp] OR Interactive Tutorial[ptyp] OR
Interview[ptyp] OR Introductory Journal Article[ptyp] OR
Journal Article[ptyp] OR Lectures[ptyp] OR
Legislation[ptyp] OR Letter[ptyp] OR Multicenter
Study[ptyp] OR News[ptyp] OR Newspaper Article[ptyp]
OR Overall[ptyp] OR Patient Education Handout[ptyp] OR
85
Periodical Index[ptyp] OR Portraits[ptyp] OR Published
Erratum[ptyp] OR Retracted Publication[ptyp] OR
Retraction of Publication[ptyp] OR Scientific Integrity
Review[ptyp] OR Technical Report[ptyp] OR Twin
Study[ptyp]) AND (English[lang] OR French[lang] OR
Portuguese[lang] OR Spanish[lang]))
LILACS Needs Assessment [Palavras]