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Modulo 3 Bem-vindos ao módulo “A carreira docente: procedimentos da ação pedagógica”. Neste módulo, vamos tratar de assuntos ligados ao cotidiano da escola, em especial, da sala de aula. Nesta semana de trabalho, vamos conversar e refletir sobra a prática docente: desafios da sala de aula e do fazer pedagógico, temas que envolvem também a organização de situações de aprendizagem. Esperamos que ao final dessas horas de estudo, trabalho e reflexão, você esteja mais próximo à sua prática no que se refere à gestão da sala de aula e às modalidades organizativas. Vamos começar? Você se lembra de seu primeiro dia de aula na 5ª série? Como era a sua classe? Você fez ginásio e colegial ou estudou no 1º e 2º graus? Como foi começar a ter vários professores? Quais são suas lembranças desse seu tempo de estudante? A seguir, selecionamos dois poemas do educador e poeta Moaci Carneiro . No livro A escola sem paredes , o autor fala do cotidiano escolar com muita poesia, pois para ele “uma boa escola é um sonho em construção”. O Professor e o Sonho Eu quero ser professor De uma escola que é arremesso Pois cada dia é um começo. Eu quero ser professor Com asas de autoestima Com lições de muitas rimas Pois a vida reprimida Parece, mas não é vida. [veja o poema na íntegra ] O outro eu da escola A escola não me recebeu Deixou entrar um outro Estranho, desconhecido Parecido comigo Mas bem distante de mim. Eu o entrevejo Nos registros da escola Nas atividades da escola Mas não o vejo em meus registros Nem o encontro em minha vida. [veja o poema na íntegra ] A escola das suas memórias é diferente da escola de hoje? Agora reflita sobre as questões propostas. A sua memória de escola se relaciona com algum dos poemas? Como? Como a escola é caracterizada em cada poema? De qual poema você mais gostou? Por quê? Essas reflexões poderão enriquecer suas participações no fórum, mais adiante. "A Qualidade da Educação sob o Olhar dos Professores" Para pensarmos na escola de ontem e de hoje, selecionamos alguns dados da pesquisa “A Qualidade da Educação sob Olhar dos Professores” realizada em 2008 pela Fundação SM em parceria com a Organização

Modulo 3

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Page 1: Modulo 3

Modulo 3 Bem-vindos ao módulo “A carreira docente: procedimentos da ação pedagógica”.

Neste módulo, vamos tratar de assuntos ligados ao cotidiano da escola, em especial, da sala de aula.

Nesta semana de trabalho, vamos conversar e refletir sobra a prática docente: desafios da sala de aula e do

fazer pedagógico, temas que envolvem também a organização de situações de aprendizagem.

Esperamos que ao final dessas horas de estudo, trabalho e reflexão, você esteja mais próximo à sua prática

no que se refere à gestão da sala de aula e às modalidades organizativas.

Vamos começar? Você se lembra de seu primeiro dia de aula na 5ª série? Como era a sua classe?

Você fez ginásio e colegial ou estudou no 1º e 2º graus? Como foi começar a ter vários professores?

Quais são suas lembranças desse seu tempo de estudante?

A seguir, selecionamos dois poemas do educador e poeta Moaci Carneiro. No livro A escola sem

paredes, o autor fala do cotidiano escolar com muita poesia, pois para ele “uma boa escola é um

sonho em construção”.

O Professor e o Sonho Eu quero ser professor

De uma escola que é arremesso

Pois cada dia é um começo.

Eu quero ser professor

Com asas de autoestima

Com lições de muitas rimas

Pois a vida reprimida

Parece, mas não é vida.

[veja o poema na íntegra ]

O outro eu da escola A escola não me recebeu

Deixou entrar um outro

Estranho, desconhecido

Parecido comigo

Mas bem distante de mim.

Eu o entrevejo

Nos registros da escola

Nas atividades da escola

Mas não o vejo em meus registros

Nem o encontro em minha vida.

[veja o poema na íntegra ]

A escola das suas memórias é diferente da escola de hoje? Agora reflita sobre as questões propostas.

A sua memória de escola se relaciona com algum dos poemas? Como?

Como a escola é caracterizada em cada poema?

De qual poema você mais gostou? Por quê?

Essas reflexões poderão enriquecer suas participações no fórum, mais adiante.

"A Qualidade da Educação sob o Olhar dos Professores" Para pensarmos na escola de ontem e de hoje, selecionamos alguns dados da pesquisa “A Qualidade da

Educação sob Olhar dos Professores” realizada em 2008 pela Fundação SM em parceria com a Organização

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dos Estados Ibero-americanos - OEI , com o objetivo de estimular a reflexão e o debate para o

desenvolvimento da educação.

Participaram da pesquisa mais de 8.700 professores de Educação Básica de todo o Brasil.

Leia com atenção as quatro perguntas a seguir e reflita sobre suas respostas. Depois, confira os resultados da

pesquisa nos gráficos correspondentes, publicados pela Fundação SM em parceria com a Organização dos

Estados Ibero-americanos (OEI).

Clique na alternativa que considerar correta.

Gestão da sala de aula A gestão de sala de aula refere-se às ações desenvolvidas pelos professores para criar as condições

adequadas ao ensino e à aprendizagem. Esse conceito abarca desde temas cotidianos como a necessidade da

lição de casa até a importância do planejamento escolar. Além

desses aspectos, trataremos também dos tempos escolares, da

organização do dia a dia e das formas de agrupamentos. Na

gestão da sala de aula o professor deve ter a percepção da

melhor organização de espaço, de tempo e da atividade a ser

desenvolvida, visando as melhores formas de aprendizagem

para aquele conteúdo e para aquela turma. Com isso, otimiza as

aprendizagens individuais ou em grupos.

O segundo tema deste módulo diz respeito à organização de

situações de aprendizagem, as “modalidades organizativas”,

estratégias fundamentais à ação pedagógica comprometida com

a construção de saberes significativos.

Há ainda outros temas que dizem respeito à gestão da sala de aula, mas serão abordados em outros módulos

do curso: Competências e Habilidades; Avaliação; Inclusão e Sistema de Ensino.

Sala de aula, que espaço é esse? Na sua opinião, como deve ser a sala de aula ideal?

Observe as fotos de salas de aula e reflita sobre as semelhanças e diferenças que essas salas têm com a

escola que você considera ideal.

Para você, qual é a definição de sala de aula?

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A sala de aula concretiza e centraliza a organização da prática pedagógica. Neste binômio, o mais

importante é a ideia de aula, pois o espaço “sala” pode ter diferentes configurações e características físicas,

pode inclusive acontecer a aula fora de uma sala convencional.

A sala de aula é um espaço no qual professor e alunos constroem e reconstroem uma „cultura de sala‟ a

partir de uma „cultura escolar‟ (Collins & Green,1992).

Sala tradicional vazia.

Espaço alternativo para a educação infantil

Jovens em aula de informática em escola do Estado de São Paulo.

(clique sobre a imagem para ampliar)

Planejamento Planejamento é uma palavra que faz parte da vida cotidiana. Planejamos as férias, uma viagem, uma

reforma, uma festa e até mesmo o fim de semana.

Na escola, o planejamento é um processo permanente que implica estudo e

reflexão, trabalho coletivo, conhecimento do contexto escolar e tem por

objetivo principal a construção de uma realidade, a realização de uma ação

num futuro próximo.

O documento que consolida essa construção coletiva pode ter vários nomes:

planejamento pedagógico, proposta pedagógica, projeto político-pedagógico,

projeto pedagógico ou plano da escola. Esse documento orienta o trabalho de

todos os envolvidos no processo educativo/pedagógico/escolar. Você,

professor(a) ingressante, precisa conhecer o planejamento anual, da escola e

da disciplina, para se interar das principais propostas da equipe da sua escola.

Esperamos que, em breve, você também faça parte da elaboração desse

documento.

Um plano de trabalho anual baseia-se no projeto pedagógico e nas orientações

curriculares da Secretaria da Educação e deve estar de acordo com as necessidades de

aprendizagem dos alunos da instituição.

Converse com os professores e/ou com o coordenador pedagógico de sua escola sobre o planejamento anual

de sua disciplina. Busque informações sobre a elaboração desse plano: quem participou, quais são as metas,

qual sua periodicidade etc.

Planejamento Você já observou como as pessoas reclamam da falta de tempo ou de como o tempo tem passado rápido

demais?

O tempo é uma dimensão significativa da experiência escolar, pois revela sua estruturação específica e a

valorização diferenciada das atividades pedagógicas. Há várias questões sobre o tempo escolar, algumas

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definidas na legislação e outras a serem definidas pela própria unidade escolar.

Clique no botão abaixo para ler um texto sobre o assunto.

Ampliando: Clique aqui e leia o texto “Por que o tempo parece acelerar?” de

Airton Luiz Mendonça.

A Organização Tempo/Espaço no Cotidiano da Sala de Aula

Evelise Maria Labatut Portilho

Liliamar Hoça

O ensino organizado em ciclos pressupõe modificações no tempo/espaço escolar em função do processo de

aprendizagem dos alunos. Este trabalho analisa os procedimentos utilizados pelos educadores em escolas

organizadas em ciclos, com relação à integração tempo/espaço e aprendizagem no cotidiano da sala de aula.

É uma pesquisa de abordagem qualitativa, na qual se realizaram entrevistas com 11 profissionais, sendo

quatro pedagogas e sete professoras da 1ª etapa do Ciclo I, de duas escolas públicas da cidade de

Curitiba.Foi possível observar que os procedimentos utilizados pelos educadores, tanto em sala de aula

como fora dela, são atividades pontuais e partem das dificuldades que as professoras observam em relação

ao processo de aprendizagem dos alunos. As colocações realizadas pelas profissionais e a literatura

consultada demonstram que as discussões sobre a concepção de ciclo e a questão do tempo/espaço escolar

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como período de formação e a aprendizagem necessitam ser retomadas para que se alcance o objetivo da

formação integral dos alunos.

Trabalho apresentado na ANPED SUL em Itajaí, junho/2008, disponível em:

http://www.metacognicao.com.br/textos/elementos%20tempo%20espaco.pdf .

A importância da rotina para a aprendizagem O trabalho do professor deve apoiar-se em algumas ações de extrema relevância para a

condução de suas aulas. Começando, é claro, pelo planejamento, mas não o planejamento

anual, aquele documento escolar, e sim o plano de aula, que o ajudará a perceber as melhores

escolhas didáticas para desenvolvimento da aprendizagem. Ao elaborar seu plano de aulas,

leve em consideração os seguintes aspectos. Clique em Saiba Mais para ler o artigo de

Fernando José de Almeida.

Clique aqui para ver as instruções do exercício.

Page 6: Modulo 3

Retome o excerto do texto já lido: “Eles (os gregos) distinguiam dois tipos de tempo: o cronos e o cairós. O primeiro é o tempo efetivamente medido, aquele do relógio e da rotina. O segundo é o tempo vivido, que, diferentemente do cronos, não se mede pelo tamanho, mas pela intensidade” (Fernando José de Almeida, Na escola tudo tem seu tempo) O plano de aula elaborado pelo professor é um recurso em que cronos e cairós estão presentes. Para você, como esse plano, que se coloca no tempo, mas que também busca intensidade no fazer pedagógico, pode ser desenvolvido em sala de aula, tomando como certas as diferenças que existem entre os alunos e a forma como aprendem?

O que a lição de casa significa para você? Você se lembra de como era sua relação com a lição de casa, quando era estudante do Ensino Fundamental?

E do Médio? Ao longo da sua escolaridade, essa relação sofreu alterações?

E hoje? O que você observa sobre a maneira como a lição de casa é vista por alunos, pais e professores?

Associe as duas colunas para ver como muitos alunos veem a lição de casa.

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Associe e numere os itens apresentados na segunda coluna de acordo com a primeira coluna. Ao final clique

em Conferir.

A lição de casa é uma proposta pedagógica A lição de casa deve ser entendida como uma proposta pedagógica e, portanto, deve fazer parte da rotina e

do contrato didático. Os objetivos da lição de casa, bem como os compromissos de professores e alunos,

devem ser explicitados por e para ambas as partes. Além disso, a família também tem papel fundamental na

realização da lição de casa, por isso, precisa ser bem orientada.

E a parte da família?

Como os professores, a família também tem muitas dúvidas em como orientar os alunos na hora do dever de

casa.

É comum familiares perguntarem a professores e coordenadores pedagógicos:

É para ajudar?

Posso corrigir?

Posso ensinar?

Quando eu quero ensinar ele diz que eu não sei.

O que devo fazer? Devo obrigá-lo a fazer?

Posso deixar de castigo?

Será que não é muita/pouca lição?

Cabe ao professor orientar a família quanto à melhor forma de proceder na colaboração da lição de casa.

Para tanto, ele precisa estar seguro dos objetivos que pretende atingir e do papel da lição de casa no processo

de aprendizagem. A família é responsável por prover ambiente propício à execução da lição de casa, e esta

deve ser dimensionada de maneira que o aluno possa executá-la sozinho.

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O que a lição de casa significa para os alunos? Você faz ideia de como os alunos se relacionam com a lição de casa e quais são suas principais queixas em

relação a essa estratégia pedagógica?

Observe que Calvin (na tira), em sua ingênua malandragem, se julga esperto ao “matar” uma pegadinha da

lição de casa. Para ele, nas lições há sempre uma tentativa da professora de ludibriá-lo.

Será que nossos alunos também pensam que, em algumas lições de casa, os professores têm por objetivo

penalizá-los?

Ou ainda, a lição é para o aluno ou para o pai realizar?

Pense rápido

Clique na alternativa que considerar correta e clique em Conferir.

Os desafios do trabalho em grupo

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Na sua vida de estudante, certamente, você viveu situações de trabalho em grupo. Algumas, foram

produtivas e possibilitaram aprendizagens, outras talvez tenham sido frustrantes. Hoje, o que você pensa

sobre o trabalho em grupo? Quais são suas ideias a respeito dessa prática pedagógica tão utilizada?

Clique no botão abaixo e leia o texto de Luis Carlos de Menezes.

PARA REFLETIR Converse com estudantes do convívio pessoal (familiares, vizinhos, filhos de amigos, colegas dos seus

filhos) a respeito de trabalhos escolares feitos em grupo, dentro ou fora da escola. Observe o que eles

contam sobre:

O que faz o trabalho em grupo dar certo? (características que possibilitam o sucesso da empreitada)

Quais são os problemas em torno da realização do trabalho em grupo? (o que dificulta, atrapalha,

impede o bom aproveitamento por parte de todos?)

10 dicas sobre trabalho em grupo O trabalho em grupo deve ser proposto como um diferencial na dinâmica de aula, pois esse recurso é

extremamente eficiente para ajudar o aluno a desenvolver competências sociais. Para tanto, é necessário que

o professor fique atento às diversas situações que a proposta pode gerar, uma vez que o trabalho em grupo,

quando mal planejado, pode se tornar uma fonte de frustrações para todos os envolvidos.

Dica 1

Montagem dos grupos O professor deve escolher os grupos de trabalho com critérios bastante relevantes, não deve se

utilizar apenas de sorteios ou se pautar em afinidades, e sim, estar atento à produtividade do grupo

como um todo. Caso ele tenha evidências de que o grupo não esteja produzindo com qualidade e

distribuindo tarefas, é seu papel mediar novas configurações para o grupo.

Dica 2

Plano de trabalho/distribuição de tarefas Antes de propor um trabalho em grupo, o professor deve ter muita clareza em relação aos seus

objetivos. Deve organizar um roteiro e apresentá-lo aos alunos, para que os grupos possam distribuir

as tarefas. Deve também deixar claro que o trabalho em grupo não significa reunir um “amontoado

de trabalhos individuais”, onde cada um faz um “pedacinho”. É importante garantir que a coleta de

informações seja compartilhada, reelaborada coletivamente e definida da mesma forma.

Dica 3

Elaboração dos critérios avaliativos O professor deve apresentar aos alunos os critérios de avaliação de cada etapa do trabalho e dos

encontros do grupo. Assim, os alunos saberão os parâmetros pelos quais serão avaliados, tanto por

seus colegas como pelo professor.

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Dica 4

Compartilhamento dos critérios avaliativos É necessário considerar, no tempo de trabalho, um período para que o grupo pare e analise a

participação de cada componente. A partir dessa análise, é possível aos componentes sugerir

alterações em sua atuação.

Dica 5

Criação de critérios pelo grupo de trabalho Uma proposta interessante é deixar que o próprio grupo acrescente seus critérios na ficha de

avaliação; assim, o professor pode verificar a percepção dos alunos sobre o trabalho que realizaram.

É comum os alunos serem muito rigorosos entre si, por isso, o professor deve fazer a mediação e

analisar a relevância dos critérios sugeridos.

Dica 6

Seleção de informação, articulação, desenvolvimento e

conclusão O professor deve sempre fazer uma pesquisa sobre a temática proposta aos alunos a fim de indicar

fontes (livros, sites, instituições etc.) no plano de trabalho. Também deve acompanhar como os

alunos estão realizando a coleta de dados, como estão selecionando as informações e articulando-as à

questão principal do roteiro. Tal acompanhamento trará, ao professor, evidências sobre os caminhos

escolhidos pelo grupo.

Dica 7

Formas de apresentação Os alunos deverão receber as orientações sobre como apresentar o trabalho. É necessário que o aluno

tenha liberdade para escolher pelo menos entre duas formas de apresentação.

Dica 8

Critérios de apresentação Os critérios de avaliação da apresentação, oral e/ou escrita, devem ser esclarecidos aos alunos, para

que eles possam se preparar e saber como serão avaliados. A clareza em relação aos critérios orienta

os procedimentos a serem desenvolvidos pelos alunos, auxilia-os no desempenho e facilita a

autoavaliação.

Dica 9

Análise dos trabalhos apresentados A apresentação de trabalhos em grupo pode ser enriquecida pela avaliação dos alunos que assistem à

apresentação dos colegas. Após observar outro grupo, o aluno pode ser convidado a descrever e

analisar o desempenho dos colegas e a sugerir diferentes procedimentos. O objetivo dessa avaliação

compartilhada é o aprimoramento do trabalho de todos; o professor pode, inclusive, incorporar as

sugestões à avaliação dos demais grupos.

Dica 10

Reflexão coletiva A conclusão, o fechamento de uma proposta de trabalho em grupo só acontece quando o professor

faz a devolutiva ao grupo, retomando o processo pautado no roteiro de trabalho e nos critérios de

avaliação. Esta devolutiva pode ser feita na presença de todos os alunos, para que a turma aproveite

os comentários do professor. O grupo precisa receber um retrato de sua evolução frente ao desafio

proposto no trabalho. Ao término de todas as apresentações, o professor pode convidar os alunos

para uma reflexão sobre os avanços do grupo-classe após a realização da proposta.

Page 11: Modulo 3

Modalidades organizativas PARA REFLETIR

Qual é o humor ou a crítica do cartum, ao lado?

Que prática pedagógica você reconhece na cena?

Quais são os interesses da professora? E do grupo de alunos?

O que eles têm em comum?

Outro grande desafio da gestão da sala de aula é a criação de um

ambiente que propicie aprendizagens significativas. Nesse sentido, o

professor deve contar com um conjunto de ações didáticas que,

articuladas aos objetivos, possibilitam um ambiente rico e

desafiador.

Atividades como observação, experimentação, entrevista, visitas

com roteiro, trabalho em grupo, seminário, exposição oral, painel e

outras são estratégias que podem tornar a aula mais dinâmica e

produtiva, auxiliando o professor na difícil tarefa de atrair e manter

o interesse dos alunos.

A charge acima mostra que as formas tradicionais de ensino nem sempre são as melhores.

(clique sobre a imagem para ampliar)

Dentre as diversas atividades, chamamos a atenção para as modalidades organizativas da aprendizagem.

Situações de aprendizagem ou modalidades organizativas "O quebra-cabeça das modalidades organizativas". Integrar atividades permanentes, sequências didáticas e

projetos de ensino requer planejamento e conhecimento claro dos conteúdos.

Leia o texto a seguir e, nas lacunas apresentadas, clique em Escolha uma alternativa e selecione o termo

que completará adequadamente o texto. Observe que a atividade está dividida em duas etapas. Ao final,

clique em Conferir.

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Ampliando

“Gestão do tempo, apresentação dos conteúdos e organização das

atividades”

Trecho retirado do artigo “É possível ler na escola”, de D. Lerner, publicado originalmente na revista

Lectura y Vida, ano 17, nº 1, Buenos Aires, mar. 1996. Tradução para o português de Daniel Revah, Maíra

Libertad Soligo Takemoto, Rosangela Moreira Veliago e Suzana Mesquita Moreira. Revisão de Heloisa

Cerri Ramos.

Page 13: Modulo 3

Por que pedagogia de projetos? PARA REFLETIR

O jovem olha para o papel, para a lousa, para o professor e não se sente conectado ao universo escolar. O

resultado? Desinteresse. Esse foi o maior motivo de abandono dos bancos escolares segundo a pesquisa

„Motivos da evasão escolar‟, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada em abril de 2009.

A falta de interesse representou 40,3% das justificativas dadas pelos

jovens, entre 15 e 17 anos, para deixar de lado os estudos, ficando à frente

até mesmo da necessidade de trabalhar para ajudar a família (que foi de

27,1%). O estudo cruzou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (Pnad) de 2004 a 2006, além de mencionar também

informações da Pesquisa Mensal do Emprego. (BONINO, R. “Escola,

uma questão de desejo?” In: revista Educação. São Paulo, ano 12, n. 146,

jun. 2009. p. 49.)

Surge, assim, a urgência de ressignificar o espaço escolar com seus

tempos, rituais, rotinas e processos, de modo que ele possa, efetivamente,

voltar-se para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, críticos, atuantes e

participativos, indispensáveis para a sociedade atual.

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Por que pedagogia de projetos? A Pedagogia de Projetos visa à ressignificação do espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de

interações, aberto a múltiplas dimensões. O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para

entendermos o processo de ensino e de aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de

memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos. Nessa postura, todo conhecimento é

construído em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar

os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. A formação dos alunos não pode ser

pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer e intervir

no contexto não se encontram dissociados. "Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando

atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só

pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela

ação desencadeada."

Pedagogia de Projetos

Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de

construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva,

apenas um “aprendiz do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está

desenvolvendo uma atividade complexa e que nesse processo está se apropriando, ao mesmo tempo, de um

determinado objeto de conhecimento cultural e se formando como sujeito cultural” (Leite, 2007). Isso

significa que é impossível homogeneizar os alunos, é impossível desconsiderar sua história de vida, seus

modos de viver, suas experiências culturais, e dar um caráter de neutralidade aos conteúdos, desvinculando-

os do contexto sócio-histórico que os gestou.

Por que pedagogia de projetos? Abrantes (1995:62) aponta algumas características fundamentais do trabalho com projetos:

Por que pedagogia de projetos?

Page 15: Modulo 3

Quais são as condições que por si só não definem o que é um projeto? Antes de acessar as explicações,

reflita sobre cada um dos momentos listados a seguir.

Depois, clique nos itens para acessar o texto.

Page 16: Modulo 3

Encerrando o módulo

Lembre-se

Somos muitos professores no mundo: 50 milhões. Somos organizados e alguma coisa podemos fazer para

mudar a ordem das coisas. Segundo a Unesco, a profissão de professor é uma das mais fortemente

organizadas do mundo e as organizações de professores podem desempenhar e desempenham um papel

muito influente em vários domínios. A maior parte dos cerca de 50 milhões de professores que há no mundo

estão sindicalizados ou julgam-se representados por sindicatos. (Moacir Gadoti, no livro “Boniteza de um

sonho”.)

Referências bibliográficas ALMEIDA, F. J. de Na escola, tudo tem seu tempo. In: revista Nova Escola. São Paulo, ano XXIV,

n. 223, p.112-113, jun/jul. 2009.

BONINO, R. Escola, uma questão de desejo? In: revista Educação. São Paulo, ano 12, n. 146, jun.

2009. p. 49.

CARNEIRO, M. A. (Coord. Editorial Nilson José Machado) A escola sem paredes. São Paulo:

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COLLINS, Elaine & GREEN, Judith (1992). Learning in classroom settings: making or breaking a

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GADOTTI, M. Boniteza de um sonho ensinar e aprender com sentidos. Campinas. Papirus, 1992.

IDEA. Instituto de Evaluación y Asesoramiento Educativo (Grupo SM, Espanha). A formação e a

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IDEA. Instituto de Evaluación y Asesoramiento Educativo (Grupo SM, Espanha). A Qualidade da

Educação sob Olhar dos Professores. Seminário de Educação para a Cidadania. Consultoria Maria

Malta Campos (Fundação Carlos Chagas) com a colaboração de Miriam Bizzocchi. São Paulo, 25 de

setembro de 2008.

MENDONÇA, A. L. Por que o tempo parece acelerar? Disponível em:

http://www.tribunadopovo.com/index.php?conteudo=noticias&id=723. Último acesso: 23/08/2010.

MENEZES, L. C. de. O aprendizado do trabalho em grupo. Revista Nova Escola Edição 222, maio

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Page 17: Modulo 3

Portal Ensinando. Pedagogia de Projetos: interação no processo ensino-aprendizagem. Disponível

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Cotidiano da Sala de Aula. Trabalho apresentado na ANPED SUL em Itajaí, junho/2008. Disponível

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RESENDE, T. F. Dever de casa: Questões em torno de um consenso. Disponível em:

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TARDIF, M.; LESSARD, C. A escola como organização do trabalho docente, in: O trabalho

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