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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID LETRAS PROJETO: Clic CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR PROFESSORES: FLÁVIA KELLYANE MEDEIROS DA SILVA GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES MÓDULO 05: cordel

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBAPRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIAPIBID LETRAS

PROJETO:

Clic

CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR

PROFESSORES:

FLÁVIA KELLYANE MEDEIROS DA SILVA

GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA

PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES

MÓDULO 05: cordel

ALUNO:___________________________________________________wwwprojetoclicraul.blogspot.com

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♪♪O Meu País♪♪

Zé Ramalho

Tô vendo tudo, tô vendo tudoMas, bico calado, faz de conta

que sou mudo

Um país que crianças eliminaQue não ouve o clamor dos

esquecidosOnde nunca os humildes são

ouvidosE uma elite sem deus é quem

dominaQue permite um estupro em

cada esquina E a certeza da dúvida infeliz 

Onde quem tem razão baixa a cerviz 

E massacram - se o negro e a mulher 

Pode ser o país de quem quiser Mas não é, com certeza, o meu

país

Um país onde as leis são descartáveis 

Por ausência de códigos corretos 

Com quarenta milhões de analfabetos 

E maior multidão de miseráveis Um país onde os homens

confiáveis Não têm voz, não têm vez, nem

diretrizMas corruptos têm voz e vez e

bis E o respaldo de estímulo

incomum Pode ser o país de qualquer um 

Mas não é com certeza o meu país

Um país que perdeu a identidade 

Sepultou o idioma português Aprendeu a falar pornofonês 

Aderindo à global vulgaridade Um país que não tem

capacidade De saber o que pensa e o que

diz Que não pode esconder a

cicatriz De um povo de bem que vive

mal Pode ser o país do carnaval 

Mas não é com certeza o meu país

Um país que seus índios discrimina 

E as ciências e as artes não respeita 

Um país que ainda morre de maleita 

Por atraso geral da medicina Um país onde escola não

ensina E hospital não dispõe de raio -

x Onde a gente dos morros é

feliz Se tem água de chuva e luz do

sol Pode ser o país do futebol 

Mas não é com certeza o meu país

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Tô vendo tudo, tô vendo tudo Mas, bico calado, faz de conta

que sou mudo

Um país que é doente e não se cura 

Quer ficar sempre no terceiro mundo 

Que do poço fatal chegou ao fundo 

Sem saber emergir da noite escura 

Um país que engoliu a compostura 

Atendendo a políticos sutis Que dividem o brasil em mil

brasis Pra melhor assaltar de ponta a

ponta Pode ser o país do faz-de-conta Mas não é com certeza o meu

país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo Mas, bico calado, faz de conta

que sou mudo

Fonte: juanitobserver.blogspot.com

O Bicho

Fonte: literaturaemcontagotas.wordpress.co

m.br

Vi ontem um bichoNa imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

Eu Quero

Patativa de Assaré/ Antônio Gonçalves da Silva

Quero um chefe brasileiro Fiel, firme e justiceiro Capaz de nos proteger

Que do campo até à rua O povo todo possua

O direito de viver

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Quero paz e liberdade Sossego e fraternidade Na nossa pátria natal

Desde a cidade ao deserto Quero o operário liberto Da exploração patronal

Quero ver do Sul ao Norte O nosso caboclo forte Trocar a casa de palha Por confortável guarida Quero a terra dividida

Para quem nela trabalha

Eu quero o agregado isento Do terrível sofrimento Do maldito cativeiro

Quero ver o meu país

Rico, ditoso e feliz Livre do jugo estrangeiro

A bem do nosso progresso Quero o apoio do Congresso Sobre uma reforma agrária

Que venha por sua vez Libertar o camponês Da situação precária

Finalmemte, meus senhores, Quero ouvir entre os primores

Debaixo do céu de anil As mais sonoras notas

Dos cantos dos patriotas Cantando a paz do Brasil

“VOCÊ SABIA?”

CANGAÇO

Banditismo no sertão nordestino

Antonio Carlos Olivieri*

Corisco e Dadá, sua mulher

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Entre os séculos 19 e meados do 20, um tipo específico de banditismo se desenvolveu no sertão nordestino: o cangaço. Os cangaceiros - bandos de malfeitores, ladrões, assassinos, bem armados, conhecedores da região - saqueavam fazendas, povoados e cidades, impunemente, ou, pior, impondo sua própria lei à região em que atuavam.

Para isso, contavam com o isolamento do sertão, com o tradicional descaso e a incompetência das autoridades constituídas, bem como com a conivência ou proteção de vários chefes políticos locais, os grandes proprietários rurais, conhecidos como "coronéis".

História do cangaço

O cangaceiro - um deles, em especial, Lampião - tornou-se personagem do imaginário nacional, ora caracterizado como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma figura pré-revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época e região.

Nesse sentido - heróico/mitológico - o cangaço é precursor do banditismo que ocorre atualmente nos morros do Rio de Janeiro ou na periferia de São Paulo, onde chefes de quadrilhas também são considerados muitas vezes benfeitores das comunidades carentes.

O cangaço existiu a partir do século 19, mas atingiu o auge entre o início do século 20, marcado pela ação do bando de Antonio Silvino, e a década de 1940, quando foi morto o cangaceiro Corisco, no interior da Bahia. Entre a atuação dos dois, destacou-se aquele que tornou-se a personificação do cangaço, por ser o líder de uma quadrilha que atuou por quase duas décadas em diversos estados do Nordeste: Virgulino Ferreira da Silva, o célebre Lampião.

Contribuíram para sua fama a violência e a ousadia, que o levaram a empreender ataques até a cidades relativamente grandes do sertão, como Mossoró (RN), em 13 de junho de 1927. Nesse caso, em especial, o ataque fracassou, pois a população local se entrincheirou na cidade e repeliu o ataque. O mesmo não aconteceu em Limoeiro do Norte (CE) ou Queimadas (BA), que o bando de Lampião tomou por alguns dias saqueando, matando indiscriminadamente, e impondo a sua vontade pelo tempo que ali permaneceu.

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As volantes

O agravamento do problema do cangaço levou as polícias estaduais a criar forças especiais para combatê-lo, as chamadas "volantes", comandadas por policiais de carreira, mas formadas por "soldados" temporários e cujos métodos de atuação - em especial em relação à população pobre - não era muito diferente daqueles dos próprios cangaceiros. Quanto ao governo federal, seu descaso pelo cangaço foi sempre o mesmo manifestado pelo semi-árido de um modo geral.

De qualquer modo, em 1938, o governo de Alagoas se empenhou na captura de Lampião. Uma volante comandada por João Bezerra conseguiu cercá-lo na fazenda de Angicos, um refúgio no Estado de Sergipe. Depois de vinte minutos de tiroteio, cerca de 40 cangaceiros conseguiram escapar, mas onze foram mortos, entre eles o líder do bando e sua mulher, conhecida como Maria Bonita.

Para se ter uma ideia do caráter violento da sociedade em que isso aconteceu, vale mencionar que os onze mortos foram decapitados e suas cabeças, levadas para Salvador (BA), ficaram expostas no museu Nina Rodrigues até 1968 - quando foram finalmente sepultadas.

As cabeças dos cangaceiros expostas no museu Nina Rodrigues

O fim do cangaço

Lugar-tenente de Lampião, o cangaceiro Corisco jurou vingança e continuou a atuar até maio de 1940, quando também foi morto num cerco policial. Na década de 40, o Brasil passava por grandes transformações econômicas e sociais, promovidas pela industrialização.

A evolução dos meios de transporte e comunicação integravam pouco

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a pouco o sertão ao resto do país. De resto, a necessidade de mão de obra nas fábricas do Rio de Janeiro e de São Paulo passaram a atrair a população do semi-árido. Assim, as diversas circunstâncias que originaram o cangaço desapareceram junto com ele.

*Antonio Carlos Olivieri é escritor, jornalista e diretor da Página 3 Pedagogia & Comunicação.

Literatura de Cordel

Fonte: tonymacedo.blogspot.com

Literatura de Cordel é uma das formas de poesia advinda do Nordeste do Brasil, que já foi muito desvalorizada, mas hoje em dia vem sendo aceita e respeitada tendo até mesmo uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar mais despojado, regionalizado e informal utilizado para a composição deste tipo de texto, essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada e houve quem acreditasse no fim do cordel, mas ainda não foi dessa vez.

Vemos a cada dia que o cordel vem sendo mais valorizado por todo o Brasil e pelo mundo. Os textos são publicados em livretos fabricados praticamente de forma manual pelo próprio autor, eles têm geralmente 8 páginas mas podem ter mais, variando entre 8 e 32. As páginas medem 11x16cm e são comercializadas pelos próprios autores. Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde são dois dentre os primeiros poetas e estes já possuem livretos publicados por editoras, sendo vendidos e reeditados constantemente.

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Assim como muitos itens dos que compõem a nossa cultura, a literatura de cordel tem origem em Portugal. Os autores das poesias se denominam trovadores e geralmente quando as declamam são acompanhados por uma viola, que eles mesmos tocam. Este tipo de literatura marcou também a cultura francesa, espanhola e portuguesa, através dos trovadores. Estes eram artistas populares que compunham e apresentavam poesias acompanhadas de viola e muitas vezes com melodia. Se apresentavam para o povo e falavam da cultura popular da localidade, dos acontecimentos mais falados nas redondezas, de amor, etc. Assim como no trovadorismo, movimento literário que abriga essa prática, hoje é a literatura de cordel. Até mesmo as competições entre dois trovadores, com suas violas, é presenciada hoje por nós e já foi muito praticada nos três países citados, especialmente em Portugal.

No Brasil prevalece a produção poética, mas em outros locais nota-se a forte presença da prosa. A forma mais freqüentemente utilizada é a redondilha maior, ou seja, o verso de sete sílabas poéticas. A estrofe mais comum é a de seis versos, chamada sextilha. E o esquema de rimas mais comum é ABCBDB.

Os temas são os mais variados, indo desde narrativas tradicionais transmitidas pelo povo oralmente até aventuras, histórias de amor, humor, ficção, e o folheto de caráter jornalístico, que conta um fato isolado, muitas vezes um boato, modificando-o para torná-lo divertido. Ao mesmo tempo que falam de temas religiosos, também falam de temas profanos. Escrevem de maneira jocosa, mas por vezes retratam realidades desesperadoras. Uma outra característica é o uso de recursos textuais como o exagero, os mitos, as lendas, e atualmente o uso de ironia ou sarcasmo para fazer críticas sociais ou políticas. Usar uma imagem estereotipada como personagem também é muito comum, às vezes criticando a exclusão social e o preconceito, às vezes fazendo uso dos mesmos através do humor sarcástico. Além dos temas “engajados”, se assim podemos chamá-los, há também cordéis que falam de amor, relacionamentos pessoais, profissionais, cotidiano, personalidades públicas, empresas, cidades, regiões, etc.

Uma das características desse tipo de produção é a manifestação da opinião do autor a respeito de algo dentro da sua sociedade. Os cordéis não tem a característica de serem impessoais ou imparciais, pelo contrário, na maioria das vezes usam várias técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a idéia proposta.

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Xilogravura popular brasileira

A xilogravura popular é uma permanência do traço medieval da cultura portuguesa transplantada para o Brasil e que se desenvolveu na literatura de cordel. Quase todos os xilogravadores populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país, provêm do cordel.

Xilogravura é a técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução de imagens e textos sobre papel ou outro suporte adequado. É um processo inversamente parecido com um carimbo já que o papel é prensado com as mãos sobre a matriz.

A técnica exige que se entalhe na madeira, com ajuda de instrumento cortante, a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir. Em seguida usa-se um rolo de borracha embebecida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe.

O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Entre as suas variações do suporte pode-se gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana. Além de variações dentro da técnica, como a xilogravura de topo.

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ATIVIDADE

- Em grupo, observe as Charges e de acordo com a leitura e interpretação (uma delas), construam um diálogo em que cada um dos participantes da equipe será um personagem (ex: defensor, acusador, vítima e testemunha) que tratam sobre a temática proposta na charge. O diálogo será apresentado para a turma.

1)

Fonte: professorandregeografia.blogspot.com

2) Fonte: www. charge -o- matic.blogger.com.br

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RAMALHO, Zé. O meu país. Disponível em: http://letras.mus.br/ze-ramalho/400344/. Acesso em: 15 de Julho de 2012.

BANDEIRA, Manoel. O bicho. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira03.html. Acesso em: 15 de Julho de 2012.

ASSARÉ, P; SILVA, A. G. Eu quero. Disponível em: www.fisica.ufpb.br. Acesso em: 30/07/2012.

OLIVIERI, A. C. O cangaço: O banditismo no Sertão. Disponível em: educação.uol.com.br. Acesso em: 20/07/2012.

Literatura de cordel. Disponível em: www.suapesquisa.com/ cordel / . Acesso em: 02/08/2012.

Xilogravura Popular Brasileira. Disponível em: www.flickr.com. Acesso em: 02/08/2012.

Dinâmica dos Passos. Disponível em: http://espacodinamicolinguaeliteratura.blogspot.com.br/p/dinamicas-para-aulas-de-lingua.html. Acesso em: 03/08/2012.

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