Monografia - Gestão Tributaria - Turma 25 - Monica - Ingles

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDESPS GRADUAO EM GESTO TRIBUTARIA

MONICA MARIA DE OLIVEIRA

LOCAO DE BENS MVEISINCIDENCIA OU NO IMPOSTOS SOBRE SERVIOS

Rio de Janeiro2013

MONICA MARIA DE OLIVEIRA

LOCAO DE BENS MVEISINCIDENCIA OU NO IMPOSTOS SOBRE SERVIOS

Trabalho de concluso de curso de ps-graduaolato sensuapresentado como requisito parcial para obtenodo ttulo de Especialista em MBA Gesto Tributria.Orientador da disciplina:Prof. Msc. Antonio Miguel Fernandes

Rio de Janeiro2013MONICA MARIA DE OLIVEIRA

LOCAO DE BENS MVEISINCIDENCIA OU NO IMPOSTOS SOBRE SERVIOS

Trabalho de concluso de curso de ps-graduaolato sensuapresentado como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista em MBA Gesto Tributaria.

Orientador da disciplina:Prof. Msc. Antonio Miguel Fernandes

COMISSO EXAMINADORA

____________________________Avaliador:Prof. Msc. Antonio Miguel Fernandes

_________________________

Rio de Janeiro2013

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao professor orientador Msc. Antonio Miguel na elaborao da presente monografia.

RESUMO

No presente trabalho ser abordada uma pequena amostra dos interesses conflitantes da sociedade, de um lado o poder pblico com a veracidade de arrecadar e do outro lado os contribuintes utilizando a eliso fiscal afim de diminuir sua carga tributaria. O tema especfico ser incidncia ou no de Impostos Sobre Servios de Qualquer Natureza (ISSQN) sobre locao de bens mveis. Esse tema ganhou notoriedade com a deciso do julgamento do Recurso Extraordinrio n 116.121-3/SP em outubro do ano 2000, que considerou inconstitucional a cobrana de ISSQN sobre locao de bens mveis e mais tarde no ano 2003 com o veto presidencial do item 3.01 da Lista de Servios da Lei Complementar 116 desse mesmo ano. No ano de 2010 foipublicado a Sumula Vinculante n 31, a fim de pacificar esse tema, ou seja, a no cobrana do imposto sobre locao de bens mveis, tendo em vista a no concordncia do poder publico municipal sobre a no cobrana desse imposto. Ainda hoje ainda se tem vrios questionamentos sobre o assunto em evidencia, tendo em vista que h divergncia na questo de locao de bens mveis pura e simples e quando a mesma acompanhada de prestao de servios.

Palavras-chave: locao, imposto, restituio, servios.

ABSTRACT

The present work will be on a small sample of company conflicting interests; on one side the public power willing to collect and on the other side, taxpayers using tax elision aiming to diminish the tax burden. The specificsubject will the incidence or not of the Tax on Services of any Nature (ISSQN) on the rental of real estates. This subject became notorious with the decision of the judgment of Extraordinary Appeal no. 116.121-3/SP, in October 2000, which considered the ISSQN charging on the rental of real estates unconstitutional, and later on, in the year of 2003, due to presidential veto on item 3.01 of the List of Services to Complementary Law 116, in the same year. In 2010 Binding Abridgment ws published to pacify thematter, i.e., the non applicability of tax on the rental of real estates, bearing in mind the municipality disagreement on the non-collection of the tax. Even today there are several queries on the simple rental of real estates and as to when the rental is added by the rendering of services.

Key words: location, tax, restitution, services.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADI - Ao Direta de InconstitucionalidadeAgRg.-- AgravoRegimental (STJ)CF - Constituioda Republica Federativa do BrasilCOFINS - Contribuio para o Financiamento da Seguridade SocialCTN - Cdigo Tributrio NacionalICMS - Imposto Sobre Circulao de MercadoriaISSQN - Impostos Sobre Servios de Qualquer NaturezaLC - Lei ComplementarPIS - Programa de Integrao SocialRE - Recurso ExtraordinrioSTF - Supremo Tribunal FederalSTJ - Superior Tribunal da JustiaSV - Smula VinculanteTJ - Tribunal da Justia

SUMRIO

Introduo ................................................................................................................................. 81 Sistema Tributrio Brasileiro Um BreveResumo ............................................................. 102 Definio Servios e Locao de Bens Mveis ................................................................... 133 Trajetria Judicial ................................................................................................................. 164 Smula Vinculante............................................................................................................... 214.1 Ao Direta de Inconstitucionalidades- Itens 3.04 e 3.05 Lista de Serviosda Lei 116/2003........................................................................................................... 325 Restituio de ISS Pago sobre Locao ............................................................................... 346 Locao e a Tributao de Pis e Cofins ............................................................................... 396.1 Regime Cumulativo e a Locao de Bens Mveis................................,............... 396.2 Regime Cumulativo e a Locao de Bens Mveis.............................................,.. 437 Concluso ........................................................................................................................... 478 Bibliografias ........................................................................................................................ 49

INTRODUO

Incidncia ou no de Impostos de Servios de Qualquer Natureza (ISSQN) sobre Locao de Bens Mveis? Hmuito se h discutido sobre esse tema, porm a notoriedade s foi alcanada com a deciso apertada da maioria de 6 votos a cinco do julgamento do Recurso Extraordinrio n 116.121-3/SP em outubro do ano 2000, onde foi considerado inconstitucional a cobrana de ISSQN sobre Locao de Bens Mveis. No inicio desse processo estava sendo somente questionado o tipo de servio e o local onde deveria ser recolhido o imposto. No decorrer do processo comeou a ser questionada a prpria cobrana do imposto. Com a deciso favorvel ao contribuinte, deu-se uma verdadeira avalanche de processos na justia questionando o imposto cobrado, deixando de recolher o tributo ou at mesmo fazendo o depsito em juzo. As divergncias de opinies sobre o tema centrado em duas correntes: uma que esta pautada somente nas definies utilizando nossa Carta Magna (art. 156 Inc. III) e de nosso Cdigo Civil (parte transcrita abaixo), ou seja, locao seria a obrigao de dar e no prestao de servio, assim sendo no seria cobrado o imposto.

a locao de coisas consiste na obrigao de uma parte ceder outra, por tempo determinado, ou no, o uso e o gozo de coisas no fungvel (sic) mediante certa remunerao (art. 565 do Cd. Civil)

Outra corrente afirma que a definio de serviosseria ampla, utilizando conceitos econmicos e que sim incluiria locao, portanto tributvel pelo ISSQN. De uma maneira simplista seria: no h transmisso de propriedade portanto no podemos falar de Imposto sobre Circulao de Mercadoria e Servios (ICMS) logo estaria esta no campo de incidncia de ISSQN.Depois de muita discurso nos tribunais sobre esse assunto, foi publicado em 2010 a Sumula Vinculante 31 considerando inconstitucional a cobrana de ISSQN sobre locao de bens moveis, dai surgiram outros questionamentos, tais como: duvidas sobre o enquadramento ou no, como locao, e principalmente quanto h locao vem acompanhada de servios.Hoje no pas locao no considerado servio, porm nas empresas tributadas pelo Lucro Real, quando nocalculo do Programa de Integrao Social (PIS) e da Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) so utilizados os benefcios concedidos a prestao de servios, pela Lei 10.637 de 30/12/2002. Hora utilizamos dois pesos e duas mediadas simplesmente para se pagar menos impostos. Esse procedimento seria uma eliso ouevaso fiscal? Conceitos devem ser utilizados por todos os tributos e no escolhidos a bel prazer.

1 SISTEMA TRIBUTARIOBRASILEIRO UM BREVE RESUMO

Nosso sistema tributrio atual resultante da Reforma Tributaria efetiva ocorrida entre os anos de 1965 e 1967. Comeado pela Emenda Constitucional nmero 18 de 01/12/1965, e foi reforada, pela Lei Complementar nmero 5.172de 25/10/1966 (que nosso Cdigo Tributrio Nacional - CTN), pela Constituio Federal (CF) de 1967, e mais tarde, modificado pela nossa atual Constituio Federal datada de 1988.O Brasil um republica federativa formada pela Unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal de acordo com art. 1 da Constituio Federa l. Os membros da Federao possuem relativa autonomia na questo de gerao de tributos. Veremos a seguir uma pequena amostra da competncia de tributar de acordo com a Constituio da Republica Federativa do Brasil (CF).O Sistema Tributrio Nacional compe-se de tributos e de acordo com nossa Constituio divido entre Impostos, taxas e contribuies de melhorias (art. 145 CF), e de acordo com esse mesmo artigo a Unio,os Estados e o Distrito federal, podero os instituir, mais detalhes da competncia tributaria pode ser obtida no art. 6 do CTN.

Impostos

TributosTaxas

Contribuies de Melhorias

Segue abaixo definio dos mesmos:Tributo (art. 3 do CTN) Toda prestao pecuniria compulsria em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa, permanente e vinculada.Imposto (art. 16do CTN) - Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte.Taxas (art. 77 do CTN) - As taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal oupelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio.Contribuies de Melhorias (art. 81) - A contribuio de melhoria cobrada pela Unio, pelosEstados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, instituda para fazer face ao custo de obras pblicas de quedecorra valorizao imobiliria, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de valor que da obra resultar para cada imvel beneficiado.Os impostos de competncia exclusiva da unio esto discriminados nos art. 153, art.154 (impostos extraordinrio) e art. l48 (emprstimo compulsrio), J os impostos de competncia dos Estados e do Distrito Federal esto previstos nos artigos 155 da CF. Os de competncia Municipais esto previstos no art. 156.A seguir, exemplos de impostos com suas respectivas unidades competncias:

UnioImpostode importao de produtos estrangeiros (II), art. 19 CTN.Imposto de renda e proventos de qualquer natureza (IR), artigos 43 e 45 do CTN;Imposto sobre produtos industrializados; (IPI), artigos 46 e 51 do CTN;Imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF), art. 63 do CTN;Imposto sobre propriedadeterritorial rural (ITR), artigos 29 e 31 do CTN.Imposto de exportao de produtos nacionais ou nacionalizados (IE), art. 23 CTN;Imposto sobre grandes fortunas (IGF), ainda no regulamentado em lei. (art. 153, inc. VII, CF).

Estados e Distrito FederalImposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestao Servios (ICMS), art. 155 II CF;Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA), art. 155 III CF;Imposto sobre Transmisso "Causa Mortis" e Doao(ITCD), art. 155e 156 CF

MunicpiosImposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), art. 156 I CFImposto Sobre a Transmisso "inter vivos" de Bens Imveis e de Direitos Reais Sobre Imveis (ITBI), art. 156 II CF;Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza (ISS), art. 156 III CF.

As limitaes do poder de tributar so estabelecidas pelos princpios constitucionais, eo principio fundamental o principio da legalidade, ou seja, a previso de cobrana do tributo tem de ser previsto na lei.Nosso objeto de estudo o ISSQN, tributo municipal responsvel pelos maiores percentuais de arrecadaes dos municpios, para ser mais especifico apresentaremos discurses sobre a cobrana ou no de ISSQN sobre locao de bens mveis

2 DEFINIO DE SERVIOS E LOCAES DE BENS MVEIS

Em Direito Tributrio a conceituao de extrema importncia, para entendimento das normas hierrquicas, e consequentemente garantir a supremacia de nossa Carta Magna. Nesse capitulotrabalharemos com a conceituao de locao de bens mveis e de servios, abordando as diferentes ticas da cobrana ou no do ISSQN sobre locao de bens moveis.O art. 156 inciso III da Constituio Federal de 1988 estabelece a competncia dos municpiospara tributar servios de qualquer natureza. O que seria esses servios de qualquer natureza passveis de tributao pelo municpio? Basicamente temos duas correntes para definirmos servios, uma que se utiliza o conceito puro e simples do Direito Civile outro leva em considerao o aspecto econmico.Para Bernardo Ribeiro de Moraes, a expresso servios na Constituio Federal abrangente, configurasse no s direito de fazer mas tambm o aspecto econmico .O conceito econmico de prestao de servios (fornecimento de bem imaterial) no seno se confunde e nem se equipara ao conceito de prestao de servios do direito civil, que conceituado como fornecimento apenas de trabalho (prestao de servios o fornecimento, mediante remunerao, de trabalho a terceiros). O conceito econmico, no se apresentando acanhado, abrange tanto o simples fornecimento de trabalho (prestao de servios do direito civil) como outras atividades, v.g., locao de bens mveis, transporte, publicidade, hospedagem, diverses pblicas, cesso de direitos, execuo de obrigaes de no fazer etc. (vendas de bens imateriais).

Essa viso econmica do ISS vem de longa data, tendo em vista que o mesmo foi criado em 1965, pela Emenda Constitucional nmero 18, resultadoda substituio de trs outros impostos existentes, Impostos de Transaes (que era um imposto estadual), que incidia sobre algumas prestaes de servios, locao de bens mveis, Imposto de Indstrias e Profisses e Imposto de Diverses Publicas (ambos municipais). Noprprio Cdigo Tributrio Nacional no art. 71, 1, com redao original e modificaes doAto Complementar n 27, de 1966e doDecreto-Lei n 28, de 1966, considerava, para fins de tributao, locao debens mveis.O Decreto-Lei 406 de 31/12/1968, tambm considerou locao como fato gerador do ISS.

Aps muitos anos de coerncia conforme demonstrado anteriormente o Sistema Tributrio Federal (STF), modificou o entendimento utilizando o conceito privado de contrato de prestao servios. Toda essa mudana foi em consequncia do julgamento doRecursoExtraordinrio n 116.121-3/SP em outubro do ano 2000, que considerou inconstitucional a cobrana de ISSQN sobre locao de bens mveis e abriu novas discurses polemicas sobre o assunto. Segue deciso ementada.Tributo Figurino Constitucional. A supremacia da Carta Federal conducente a glosar-se a cobrana de tributo discrepante daqueles nela previstos.Imposto Sobre Servios Contrato de Locao. A terminologia constitucional do Imposto sobre Servios revela o objeto da tributao. Conflita com a lei maior dispositivo que imponha o tributo considerado contrato de locao de bem mvel. Em Direito, os institutos, as expresses e os vocbulos tm sentido prprio, descabendo confundir a locao de servios com a de mveis, prtica diversas regidas pelo Cdigo Civil, cujas definies so de observncia inafastvel artigo 110 do Cdigo Tributrio Nacional.(fontehttp://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/778845/recurso-extraordinario-re-116121-sp, em 12/11/2013).

A partir desse ponto o conceito de servios (obrigao de fazer) e locao (obrigao de dar) foram desmembrados para o direito tributrio, obedecendo a preceitos do Direito Civil. Essa viso rege que a legislao tributaria deve ser interpretada utilizando a rigor os princpios e conceitos definidos no direito privado, conforme artigo 110, do Cdigo Tributrio Nacional. O objetivo desse artigo controlar a atividade estatal, resguardando o principio da legalidade, assim temos que entender servio descrito no art. 156, da Constituio Federal, de modo literal e no fazer acrscimo no mesmo, inclusive econmico, a fim de aumentar o campo de incidncia de impostos.Artigo 110. A lei tributria no pode alterar a definio, o contedo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituio Federal, pelas Constituies dos Estados, ou pelas Leis Orgnicas do Distrito Federal ou dos Municpios, para definir ou limitar competncias tributrias.

Locao est bem definida em nosso Cdigo Civil, nos artigos 565 e 566. Segundo esses artigos na locao de coisas, uma parte se obriga aceder outra, por tempo determinado ou no, o uso e gozo de coisa no fungvel, mediante certa retribuio (pagamento), obrigando o locador a entregar ao locatrio a coisa alugada,com suas pertenas, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mant-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo clusula expressa em contrrio e a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacfico da coisa. Para ratificar trazemos a definio da Maria Helena Diniz (1996, p. 210), a caracterstica principal da locao de coisa a concesso do uso de um bem ou o gozo de um direito, mediante remunerao em dinheiro, com o compromisso da restituio do mesmo objeto locado. E certo que locao a obrigao de dar.

No Vocabulrio Jurdico de De Plcido eSilva, temos a seguinte definio, queexemplifica bem a obrigao de fazer:SERVIO. Do latim servitium (condio de escravo), exprime, gramaticalmente, o estado de que servo, encontrando-se no dever de servir, ou de trabalhar para o amo. Extensivamente, porm, a expresso designa hoje o prprio trabalho a ser executado, ou que se executou, definindo obra, o exerccio do ofcio, o expediente, o mister, a tarefa, a ocupao, ou a funo.Por essa forma, constitui servio no somente o desempenho da atividade ou de trabalho intelectual, como a execuo de trabalho, ou de obra material.Onde quer que haja um encargo a cumprir, obra a fazer, trabalho a realizar, empreendimento a executar, ou cumprido, feito, realizado, ou executado, h um servio a fazer, ouque fez.

Outra definio de servios interessante do professor Aires F. Barreto:

S surge a obrigao tributria de recolher o ISS ao Municpio diante de fato concretamente ocorrido. O imposto de que se cuida no pode incidir sobre servio potencial. Alis, isso rigorosamente, nem precisaria ser consignado, dado que envolve visvel redundncia. Se o ISS imposto exigvel pela ocorrncia do fato (prestar servio), no h sentido em falar de fato potencial, porque nessa expresso h visvel contradio nos termos: sendo fato, jamais poderia ser potencial; potencial vocbulo incompatvel com fato; visto da perspectiva inversa: se for potencial, nunca se tratar de fato. Potencial equivale a virtual e contrape-se a real, caracterstica prpria do fato.

Locao de bens mveis configura pelo direito de dar e no de fazer que configura servios, assim sendo, no pode ser objeto de cobrana de ISS sobre a mesma. O Decreto-Lei 406/68 foi revogado pela Lei Complementar 116 de 31 de julho de 2003. A princpio a mesma considerava locao no campo de incidncia ISS, porm com a precedncia criada pelo STF sobre a inconstitucionalidade da cobrana de ISS sobre locao, esse item foi vetado. Segue abaixo o veto.O STF concluiu julgamento de recurso extraordinrio interposto por empresa de locao de guindastes, em que se discutia a constitucionalidade da cobrana do ISS sobre a locao de bens mveis, decidindo que a expresso "locao de bens mveis" constante do item 79 da lista de servios a que se refere oDecreto-Lei no406, de 31 de dezembro de 1968, com a redao da Lei Complementar no56, de 15 de dezembro de 1987, inconstitucional (noticiado no Informativo do STF no207). O Recurso Extraordinrio 116.121/SP, votado unanimemente pelo Tribunal Pleno, em11 de outubro de 2000, contm linha interpretativa no mesmo sentido, pois a "terminologia constitucional do imposto sobre servios revela o objeto da tributao. Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo a contrato de locao de bem mvel. Em direito, os institutos, as expresses e os vocbulos tm sentido prprios, descabendo confundir a locao de servios com a de mveis, prticas diversas regidas pelo Cdigo Civil, cujas definies so de observncia inafastvel." Em assim sendo, o item 3.01 da Lista de servios anexa ao projeto de lei complementar ora analisado, fica prejudicado, pois veicula indevida (porque inconstitucional) incidncia do imposto sob locao de bens mveis.(fonte:http://www2.camara.leg.br/legin/fed/leicom/2003/leicomplementar-116-31-julho-2003-492028-veto-13883-pl.html, em 12/11/2013).

3 TRAJETRIA JUDICIAL

Conforme dito anteriormente ojulgamento do Recurso Extraordinrio n 116.121-3/SP, decido pelo Plenrio do Supremo Tribunal Federal em 2000, cuja deciso foi: a no incidncia de ISS sobre locao de bens mveis (considerou se inconstitucional a cobrana) criou se precedentes para queas empresas do setor de locao entrassem em juzo, a fim de garantir o mesmo direito (beneficio), ou seja, desonerar tributariamente, do referido tributo. A votao desse recurso foi apertada, a deciso vigorou por 6 votos a 5, os Ministros Octvio Gallotti , Carlos Velloso, Nelson Jobim, Ilmar Galvo e Maurcio Corra julgaram legtima a incidncia do tributo, enquanto os Ministros Marco Aurlio (Relator para o acrdo), Celso de Mello, Seplveda Pertence, Moreira Alves, Sydney Sanches e Nri da Silveira entenderam ser inconstitucional o tributo. Vamos utilizar como exemplo um voto de cada corrente, primeiro do Ministro Nelson Jobim, a favor do ISS sobre locao de bens mveis, e aps o voto do Ministro Marco Aurlio de opinio contraria."conceito econmico de prestao de servios o que foi adotado pelo texto constitucional, luz do direito comparado e dos objetos do novo imposto que veio substituir o antigo imposto de indstrias e profisses que incidia sobre atividades semelhantes. Tanto assim que o imposto recai, no sobre a prestao de servios mas sobre servios de qualquer natureza. O uso dessa expresso deixa claro que a inteno da Carta Magna no socorrer-se de definio do direito civil, mas utilizar-se do conceito de servio. E dentrodesse conceito esta compreendida a locao de bens mveis.Nelson Jobim (fonte:http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=206139&pgI=1&pgF=100000, dia 20/11/2013)

Em sntese, h de prevalecer a definio de cada instituto, e somente a prestao de servios, envolvido na via direta o esforo humano, fato gerador do tributo em comento. Prevalece a ordem natural das coisas cuja fora surge insuplantvel; prevalecem as balizas constitucionais, a conferirem segurana s relaes Estado-contribuinte; prevalece, alfim, a organicidade do prprio Direito, sem a qual tudo ser possvel no agasalho de interesses do Estado, embora noenquadrveis como primrios." Voto Marco Aurlio (fonte:http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=206139&pgI=1&pgF=100000, dia 20/11/2013)

Ora os pareceres (voto) no julgamento desse recurso especial no foram uniformes, assim no primeiro momento a questo ainda no estava definida, ou seja, no tinha sido pacificada. Melhor dizendo acrdos a favor e contra a incidncia do ISS sobre locaes eram comum, utilizando como justificativa principal a definio de servios econmica (abrangente) ou servios como simplesmenteobrigao de fazer, essa restritiva, como j vimos no Capitulo 2.Mesmo com o veto de locao de bens mveisna LC 116/03, os municpios no modificaram sua legislao interna, continuando a tributar locao de bens mveis. Esse procedimento dos municpios s fez aumentar a quantidade de processo no sistema jurdico brasileiro, o Rio deJaneiro foi uma das Cidades a adotar esse procedimento, o que um contrassenso, pois com a nossa estrutura hierrquica das normas jurdicas brasileira, os municpio no tero xito nos tribunais.Aps a promulgao da Emenda Constitucional 45 de 30 de dezembro de 2004, art. 102 2 e 3, transcrito abaixo, houve uma tendncia uniformizao dos julgamentos, porm ainda no era unanime a opinio dos juzes. 2As decises definitivas demrito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas aes diretas de inconstitucionalidade e nas aes declaratrias de constitucionalidade produziro eficcia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 3No recurso extraordinrio o recorrente dever demonstrar a repercusso geraldas questes constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admisso do recurso, somente podendo recus-lo pela manifestao de dois teros de seus membros." (NR)Em 2006 ainda h uma tentativa do Ministro Francisco Falco relator RE 845.009-DF de pacificar a matria, porm a expresso locao pura dificultou a pacificao total da matria, outro ponto abordado foi a concluso do voto com a seguinte frase: descabe a esta Corte examinar a questo, porquanto reverter o julgado significaria usurpar competncia que, por expressa determinao da Carta Maior, pertence ao Colendo STF, isto o prprio STJ argumenta que no sua rea discutir a matria, e sim caberia o legislativo tendo em vista que a matria eminentemente constitucional.Em 2007 comea a se definir a no cobrana do ISSQN sobre locao de bens moveis quando considerada atividade principal, nos julgamentos, porm a instabilidade de nosso sistema judicirio continua, ainda no estavam sacramentados osentendimentos. No ano de 2008, esse cenrio ainda no sofre modificao.Em 2009 as decises sobre a no incidncia de ISS sobre locao de bens mveis pura e simples j esta consolidada de modo uniforme, visto que logo no inicio do ano de 2010, dado umainterpretao pacifica sobre o tema pelo Supremo Tribunal Federal, atravs da Sumula Vinculante 31.A partir desse perodo comea a discusso agora nas atividades, cuja visualizao de prestar servio ou fornecer o bem no de fcil distino, discute tambm quando a locao acompanhada de prestao de servio. No capitulo sobre Sumula Vinculante 31 esses casos so levantados com maiores detalhes. Outro assunto abordado a partir desse perodo a restituio do ISS recolhido, que ser apreciado nos captulos posteriores.No ano de 2011, mesmo aps a publicao a SV 31, a Cidade do Rio de Janeiro, no estava considerando locao, sem incidncia de ISS, foi necessrio que varias empresas locadoras entrassem com liminares, para o Municpio deixar de exigir opagamento do ISS. O Tribunal de Justia do Rio de Janeiro concedeu liminar e varias empresas do municpio foram beneficiadas. O argumento do municpio era que o Supremo s teria considerado inconstitucional o item 3.1 da Lei complementar 116/03, ou seja, somente ISS sobre locao de bens moveis, e no o item 3 que tratada cobrana do ISS sobre os servios prestados mediante locao, inclusive essa argumentao encontra se no Parecer PG/PTR nmero 002/10 GGVO, (fonte:http://www.conjur.com.br/dl/parecer-iss.pdf) . Essa argumentao no foi acatada pela Desembargadora Patricia Serra, da 17 Cmara Cvel do Rio de Janeiro, alegando que o municpio no justificou em primeira analise argumentos para derrubar a liminar concedida na primeira instncia, opinio vem de encontro a sumula vinculante 31, ora at mesmo no contrato social da empresa em questo o objeto era claramente o de locao de veculos. A deciso da mesma "A locao de bem mvel no tem qualificao jurdica de prestao de servio, eis que constitui a entrega de bem mvel a terceiro para seu uso e gozo mediante remunerao".Somente em 12 de janeiro de 2012 a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro apresentou a Instruo Normativa nmero 15, orientando a aplicao do enunciado da Sumula Vinculante 31, at essa data ainda era cobrado pela prefeitura nota fiscal carioca para locao, ou seja, apesar de no ter a obrigao principal, os contribuintes ainda eram obrigados obrigao assessoria.Com a oferta e demanda de servios tem aumentado substancialmente todos os anos, seja pelas mudanas tecnolgicas ou mesmo por mudana de comportamento empresarial, hoje as empresas terceirizam a grande parte de suas necessidades (por exemplo: limpeza,segurana), para focar somente na sua atividade principal, consequentemente a tributao do setor tercirio tem aumentado todos os anos, segunda a Receita Federal do Brasil, o que contribui para o aumento da importncia ISSQN. Esse hoje um dos mais importantes tributos de arrecadao dos municpios, dai a grande litgio jurdico contribuintes x municpio.

Acrdos Desfavorveis incidncia do ISS sobre locaes, alegando a inconstitucionalidade do ISS cobrado sobre locao.

TJ-MG : 101450100126670011 MG 1.0145.01.001266-7/001(1)EmentaISS - INCIDNCIA SOBRE LOCAO DE BENS - INCONSTITUCIONALIDADE.Tendo o Supremo Tribunal Federal reconhecido a inconstitucionalidade do item 79 do Decreto Lei406/68, com a redao dada pela LC56/87, a questo deve ser vista em consonncia com tal entendimento.Acordo NEGARAM PROVIMENTOISS - INCIDNCIA SOBRE LOCAO DE BENS - INCONSTITUCIONALIDADE. Tendo o Supremo Tribunal Federal reconhecido a inconstitucionalidade do item 79 do Decreto Lei 406/68, com a redao dada pela LC 56/87, a questo deve ser vista em consonncia com tal entendimento.(TJ-MG 101450100126670011 MG 1.0145.01.001266-7/001(1), Relator: WANDER MAROTTA, Data de Julgamento: 26/10/2004, Data de Publicao: 15/12/2004)(fonte:http://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/5833160/101450100126670011-mg-1014501001266-7-001-1, dia 20/11/2013).

TJ-SC - Apelao Cvel em Mandado de Segurana : MS 304789 SC 2003.030478-9

Processo:MS 304789 SC 2003.030478-9Relator(a):Francisco Oliveira FilhoJulgamento:24/03/2004

EmentaMANDADO DE SEGURANA - TRIBUTRIO - ISS - LOCAODE BENS MVEIS - NO INCIDNCIA - DECLARAO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE REALIZADA PELO PLENRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - EXEGESE DO PARGRAFO NICO DO ART. 481 DOCNONE PROCESSUAL - DESPROVIMENTO DO APELO E DO REEXAME NECESSRIO.O imposto sobre servios de qualquer natureza, (art.156,III, daCarta Magna) como a prpria nomenclatura revela, subentende a prestao de servios e no o contrato de locao, como decidiu o plenrio do excelso Pretriono RE n. 116.121-3/SP. Para efeitos constitucionais, a locao de bens mveis no se identifica nem se qualifica como servio, uma vez que pressupe apenas uma obrigao de dar e no de fazer. Ex vi do pargrafo nico do art. 481 do Cnone Processual, "osrgo fracionrios dos tribunais no submetero ao plenrio, ou ao rgo especial, a argio de inconstitucionalidade, quando j houver pronunciamento destes ou do plenrio do Supremo Tribunal Federal sobre a questo".MANDADO DE SEGURANA - TRIBUTRIO -ISS - LOCAO DE BENS MVEIS - NO INCIDNCIA - DECLARAO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE REALIZADA PELO PLENRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - EXEGESE DO PARGRAFO NICO DO ART. 481 DO CNONE PROCESSUAL - DESPROVIMENTO DO APELO E DO REEXAME NECESSRIO. O imposto sobre servios de qualquer natureza, (art. 156, III, da Carta Magna) como a prpria nomenclatura revela, subentende a prestao de servios e no o contrato de locao, como decidiu o plenrio do excelso Pretrio no RE n. 116.121-3/SP. Para efeitos constitucionais, a locao de bens mveis no se identifica nem se qualifica como servio, uma vez que pressupe apenas uma obrigao de dar e no de fazer. Ex vi do pargrafo nico do art. 481 do Cnone Processual, "os rgo fracionrios dos tribunais no submetero ao plenrio, ou ao rgo especial, a argio de inconstitucionalidade, quando j houver pronunciamento destes ou do plenrio do Supremo Tribunal Federal sobre a questo".(TJ-SC - MS: 304789 SC 2003.030478-9, Relator: Francisco OliveiraFilho, Data de Julgamento: 24/03/2004, Segunda Cmara de Direito Pblico, Data de Publicao: Apelao cvel em mandado de segurana n. 03.030478-9, de Itaja.)(fonte:http://tj-sc.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/5192427/apelacao-civel-em-mandado-de-seguranca-ms-304789-sc-2003030478-9, dia 20/11/2013).

Um exemplo de acrdos favorveis incidncia do ISS sobrelocaes, o RE 845.009(transcrito a seguir), esse julgamento abriu novo precedente, desmembrando locao pura e simples (locao desacompanhada de prestao de servios) e locao com prestao de servio, o referido recurso foi negado em virtude de a locao estar agregado ao servio na opinio do Ministro Francisco Falco, esse entendimento influenciou julgamentos futuros, mesmo depois de publicada a SV 31, como veremos ao decorrer do trabalho.

STJVoto do Ministro Francisco Falco no RE 845.009-DFDatado Julgamento: 17.10.2006Ementa ISS. INCIDNCIA. LOCAO DE BENS MVEIS. CLUSULA CONTRATUAL. SMULA5/STJ. MATRIA CONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. I - Ao decidir que apenas no haver incidncia de ISS nos casos de locao pura, o acrdo recorrido se baseou no entendimento do eg. STF e, ainda, nos termos das clusulas contratuais para se verificar o real objeto do contrato, no sendo possvel a esta eg. Corte de Justia discutir a controvrsia na via do especial, por se cuidar de matria de ndole constitucional, e em razo do bice contido na Smula 5/STJ.Ao definir cuidar-se de matria que envolve discusso sobre matria de ndole constitucional e deliberao acerca de clusulas contratuais, a deciso que ora se ataca foi bem clara, no merecendoqualquer censura, quando assim estabeleceu, in verbis : "Ao analisar o teor do DL n 406/68 e da lista anexa de servios, bem como a legislao pertinente, o Tribunal a quo pautou-se pela orientao adotada pelo STF e baseou-se em fundamento constitucional, e tambm considerou clusulas contratuais para assim concluir: "No julgamento do RE 116.121-3, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da incidncia do ISS sobre a locao de bens mveis, sob o fundamento de que, na locao pura, noh prestao de qualquer servio, pois no h prtica de atos que consubstanciem um praestare ou um facere. Conforme se verifica, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, apenas no haver ISS nos casos de locao pura. Se houver a prestao de servio,acompanhando a locao, haver incidncia do referido imposto" (fl. 229). (...) omissis. Fixada essa premissa, cabe perquirir se o contrato em tela expressa locao pura ou se misto - locao de bens mveis acompanhada da prestao de servio. (fl. 230.)(fonte:http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/9047185/agravo-regimental-nos-embargos-de-declaracao-no-recurso-especial-agrg-nos-edcl-no-resp-845009-df-2006-0092869-3, dia 13/11/2013).

4 SMULA VINCULANTE 31

Foi criado em 2004 pela emenda constitucional 45 o mecanismo - sumula vinculante que obriga todos ostribunais a seguirem o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre determinado assunto com jurisprudncia consolidada, ou seja, para que todas as decises de aes de igual teor tenha o mesmo tratamento jurdico, a Smula tem fora de lei e no pode sercontrariada.Ocaput doartigo103-A da Emenda Constitucional 45 define esse mecanismo:

OSupremoTribunal Federal poder, deofcioou por provocao, mediante decisode dois teros dos seus membros, depois de reiteradas decises sobre matria constitucional, aprovar smulaque, a partir de sua publicaona imprensaoficial, ter efeitovinculanteem relaoaos demais rgos doPoder Judicirioe administraopblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem comoproceder sua revisoou cancelamento, na forma estabelecida em lei".

Trataremos da Sumula Vinculante 31, de 2010, com a seguinte redao:

TF Smula Vinculante n 31- PSV 35 - DJe n 40/2010 - Tribunal Pleno de 04/02/2010 - DJe n 28, p. 1, em 17/02/2010- DOU de 17/02/2010, p. 1Constitucionalidade - Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS - Locao de Bens Mveis inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS sobre operaes de locao de bens mveis.

Essa smula foi criada a fim de pacificar o tema de locao sobre bens mveis, porm o intendo s foi conseguido quando a locao for pura. Nos casos que a mesma vem acompanhada de servios ainda est longe de soluo, como demonstraremos no decorrer do captulo.A Smula vinculante no fez nenhum comentrio a cerca de locao com prestao de servio, e essa omisso est ocasionando conflitos tributrios. De modo geral o que est sendo decido nos tribunais a no incidncia sobre locao, e a cobrana de ISSsobre a prestao de servio, porm ainda no regra, conformeReclamao nmero 14.290, com maiores detalhes posteriores. Traremos esse e outros exemplos de julgamentos de locao mista, isto com fornecimento de servio. Dentro do primeiro acordoinclusive est divergncia na votao da sumula 31, uma corrente dizendo mesmo que a locao seria acompanhada de prestao de servio no incidiria ISS na sua totalidade (pois seria atividade meio para atingir atividade fim, ou seja, o objeto do contrato) a pesar da petio, foi negado provimento, por no separar o valor da locao e o valor do servio. Algumas atividades geram incertezas em sua essncia, locao ou servio, ou at mesmo se incidiria ISS no valor total ou parcial. OMinistro JoaquimBarbosa props um complemento que acabou sendo reprovado, que eram de criar excees no caso da inconstitucionalidade (validar a cobrana do ISS), aquelasoperaes de locaes de bens mveis, quando dissociadas a servios.

Casos locao com prestao de servios.

Conforme observado no AgRg no RE n 656.709 (a seguir) a 2 Turma do STF, julgado em 14/02/2012, relator Ministro Joaquim Barbosa, analisou um outro caso envolvendo essa atividade que compreende a locao de bens mveis e a prestao deservio. Observa-se que essa deciso admite possibilidade de se dividir a atividade em duas, isto , uma locao de bens mveis e uma prestao de servios. O ISS no incidiria sobre a locao de bens mveis, mas apenas sobre a prestao de servio. O que no pode haver a simulao de dois contratos, quando, na verdade, apenas um nico. Foi utilizado como defesa somente uma parte da fala do Ministro Cezar Peluzo durante os debates que antecederam a sumula vinculante 31 e no todo o contexto do trabalho, conforme posteriormente demonstrado, no prprio processo, buscando estender uma orientao no condizente com o caso. Acreditamos que nos prximos anos ser discutida adequao da base de calculo do ISS quando o contrato foi locao e prestao de servios em conjunto, para encerramos uma vez por toda a discurso sobre o tema do presente trabalho. No incidnciado ISS sobre a locao de bens mveis, ainda concomitantemente a uma prestao de servio, porm preciso que haja, efetivamente, dois contratos distintos, duas atividades diferentes. Havendo simulao, o ISS incidir, e sobre o valor total (servio + locao). Muitos contribuintes j tentaram mascarar de locao prestao de servio, um exemplo a locao de maquinrio e o operador do mesmo,o Ministro Joaquim Barbosa j deixou claro em seu entendimento que essa hiptese a cobrana de ISS ser sobre o valor total.

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO COM AGRAVO 656.709 RIOGRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) :ALBERTO PASQUALINI- REFAP S/AADV.(A/S) :CANDICE VANESSA FATTORI DE ALMEIDAAGDO.(A/S) :MUNICPIO DE CANOASADV.(A/S) :ADRIANA DEL CUETO CORNELIUSADV.(A/S) :MISAEL ALBERTO COSSIO ORIHUELAR E L A T R I OO SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA (RELATOR):Trata-se de agravo regimental interposto da seguinte deciso: DECISO : Trata-se de agravo contra deciso que inadmitiu recurso extraordinrio (art. 102, III, a e c , da Constituio federal) interposto de acrdo, prolatado por Tribunal de Justia estadual, cuja ementa possui o seguinte teor: APELAO CVEL. TRIBUTRIO. ISS. AO ANULATRIA DE DBITO FISCAL. LOCAO DE BENS MVEIS. CONTRATAO DE EQUIPAMENTO COM OPERADOR. PRESTAO DESERVIOS CARACTERIZADA. INCIDNCIA DO IMPOSTO. O ISS, de competncia municipal, incide nas operaes de locao de bens mveis quando envolva tambm prestao de servios. Ou seja, apenas naquelas operaes exclusivamente de locao, nas quais no h umfacere, mas um praestare no h incidncia do ISS. A locao de bens mveis genuna configura verdadeira obrigao de dar, como definida no artigo 1.188, do Cdigo Civil, e no uma obrigao de fazer, em que poderia ser enquadrada como uma prestao de servio. APELAO DESPROVIDA. (fls. 186) Alega-se violao do disposto no art. 156, III, da Constituio federal. O recurso no merece seguimento. Esta Corte editou a Smula Vinculante 31, cujo enunciado afirma ser inconstitucional a incidncia do imposto sore servios de qualquer natureza - ISSQN sobre operaes de locao de bens mveis. Na hiptesedos autos, no entanto, o Tribunal de origem entendeu que no haveria tributao sobre locao de bens mveis, mas sobre prestao de servios. Transcrevo: A apelante, como se v, expressamente admite que a exigncia do imposto no se refere locao, masa atividades outras nas quais incide o ISS. O fornecimento de guindaste da forma como admite a autora, com operador, utilizado como meio, instrumento ou ferramenta do servio a ser prestado, permanecendo o uso do bem, assim, com o prestador do servio. (fls. 189)Concluir diversamente do acrdo recorrido demandario prvio exame do quadro ftico-probatrio, o que vedado navia estreita do recurso extraordinrio (Smula 279/STF). Do exposto, nego seguimento ao presente agravo. Publique-se. (fls. 303-304). Em sntese, a parte-agravante afirma que as operaes de prestao de servios associadas locao de bens mveis esto livres do ISS. Para tanto, a agravante aponta manifestao do Ministro Cezar Peluso, por ocasio dos debates que motivaram a adoodo enunciado. Ademais, a agravante lembra que oleading caseque justifica a SV tratava de hiptese idntica, ou seja, a locao de guindaste com operador. o relatrio.14/02/2012 SEGUNDA TURMAV O T OEmenta: TRIBUTRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIOS DEQUALQUER NATUREZA.LOCAO DE BENS MVEISASSOCIADA A PRESTAO DE SERVIOS. LOCAO DE GUINDASTE E APRESENTAO DO RESPECTIVO OPERADOR.INCIDNCIA DO ISS SOBRE A PRESTAO DE SERVIO. NO INCIDNCIA SOBRE A LOCAO DE BENS MVEIS.SMULA VINCULANTE 31.AGRAVO REGIMENTAL.1. A Smula Vinculante 31 no exonera a prestao de servios concomitante locao de bens mveis do pagamento do ISS.2. Se houver ao mesmo tempo locao de bem mvel e prestao de servios, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir oprimeiro.3. O que a agravante poderia ter discutido, mas no o fez, a necessidade de adequao da base de clculo do tributo para refletir o vulto econmico da prestao de servio, sem a incluso dos valores relacionados locao.Agravo regimental ao qual se nega provimento.O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA (RELATOR):Sem razo aparte-agravante. Segundo entende a parte-agravante, os debates que levaram aprovao da Smula Vinculante 31 comprovam que a locao de bem mvel juntamente com a prestao de servios no deve sofrer incidncia do ISS.No caso em exame, a agravante reconhece expressamente que o fatogerador consistiu na locao de guindastes com operador (fls. 324) e que: Logo, extremamente clara a Smula Vinculante n 31que considera inconstitucional a incidncia de ISS sobre locao quando h e quando no h prestao de servio conjuntamente (fls. 325).Para justificar esse entendimento, o agravante retira do contexto uma nica fala, do Ministro Cezar Peluso, durante os debates que antecederam a aprovao da smula:O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO [] Veja bem: estamos afirmando que inconstitucional quando incide sobre locao de mveis, mas s quando dissociada da operao de servio. Quando for associada, cabe imposto? No. Ento, areferncia a dissociada desnecessria, porque, quando associada, tambm no incide.[sic] (Fls. 324).Embora a Corte tenha optado por suprimir a expresso quando dissociada da prestao de servio do texto da smula, essa supresso foi motivada pela presuno de que ela seria redundante, pois serviria apenas para reforar o bvio: o tributo incide sobre a prestao de servios, independentemente dos esforos para escamote-lo em contratos de locao. Nesse sentido so os seguintes trechos dos debates, omitidos das razes de agravo regimental: O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Eu no vejo prejuzo na supresso dessa expresso. A minhapreocupao foi em relao quelas situaes em que a prestao de servio vem escamoteada sob a forma de locao. Porexemplo: locao de maquinrio, e vem o seu operador. Nessa hiptese, muito comum. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Ento, esse caso a a prestao de servio tpica, no a locao de mvel como tal.O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Pois , mas a prestao escamoteada a. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Sim, mas a pergunta a seguinte: existem, neste caso, locao de mvel e prestao de servio, OU EXISTEM AMBAS? O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - TEM AS DUAS COISAS, mas o que aparece s a locao de mveis. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Ento a locao de mvel no tem incidncia, MAS A PRESTAO DE SERVIO TEM. ARE 656.709 AGR / RSO SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas, como eu disse, no vejo essas questes perifricas que podem surgir a, podem ser resolvidas em reclamao e em outros procedimentos. No vejo nenhum problema. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - O meu receio exatamente que se raciocine nestes termos: quando associadas, elas ficam sujeitas a imposto? No ficam. A SENHORAMINISTRA CRMEN LCIA - O que o Ministro Peluso aponta srio. Ns temos que dar uma redao que no gere dvida, porque, poder resolver por reclamao, , de incio, j acentuarmos que poder haver dvida. O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA Que haver reclamao, no tenho a menor dvida. Reclamao virou a panaceia. A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - Ento, eu acho que, se Vossa Excelncia, que props, atentando inclusive aos precedentes, entender que realmente a proposta do Ministro Peluso cobre aquiloque discutimos e que foi consolidado como a matria solucionada pelo Tribunal, melhor que se d adeso proposta e se elimine a parte final. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES(PRESIDENTE E RELATOR) - Portanto: inconstitucional a incidncia do Imposto SobreServio de qualquer natureza sobre operaes de locao de bens mveis. O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO Presidente com isso ficamos fiis ao que assentado pela Corte, j que, quando da formalizao do leading case , no houve o exame da matria quanto conjugao "locao de bem mvel e servio". Deve-se esperar, portanto, reiterados pronunciamentos do Tribunal sobre possvel controvrsia, envolvida a juno, para posteriormente editar-se um verbete (grifei). Alis, a prpria sequncia da frase pinadapelo agravante, mas ausente de sua transcrio, revela o alcance do precedente: O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - [...] Veja bem: estamos afirmando que inconstitucional quando incide sobre locao de mveis, mas s quando dissociada da operao de servio. Quando for associada, cabe imposto? No. Ento, a referncia a dissociada desnecessria, porque, quando associada, tambm no incide.Quando h contrato de locao de mveis e, ao mesmo tempo, prestao de servio, a locao de mveis continua nosuportando o imposto; O SERVIO, SIM.Se no tiver nenhuma ligao com prestao de servio, tambm continua no suportando; no h incidncia. Noutras palavras, o dissociada a realmente intil e pode gerar dvida. E, quando for associada, est sujeitaao imposto sobre prestao de servio?A meu ver, com o devido respeito, no h prejuzo algum ao sentido das inmeras decises, se for cortada a expresso final "dissociada da prestao de servio". inconstitucional a incidncia sobre locao de mveis,s. Portanto, o que o agravante poderia ter discutido, mas no o fez, a necessidade de adequao da base de clculo do ISS para refletir apenas o vulto econmico da prestao de servios, sem a parcela de retribuio relativa locao de bem mvel. Emsentido diverso, com base em uma nica fala tirada de contexto, incompleta, o agravante busca estender uma orientao evidentemente inaplicvel ao caso. Ante o exposto,nego provimento ao agravo regimental. como voto.Deciso:negado provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Deciso unnime. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello.2 Turma, 14.02.2012. Presidncia do Senhor Ministro Ayres Britto. Presentes sesso os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello. Subprocurador-Geral da Repblica, Dr. Mrio Jos Gisi.Karima Batista Kassab (fonte:http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1801906, dia 16/11/2013).

Um bom exemplo de debate o caso doRecurso Especial 1.194.999-RJ, pelos debates no julgamento desse recurso, podemos verificar que a corte ainda no tem uma definio sobre locao em conjunto com prestao de servio. Esse processo ainda se encontra em andamento.

STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1194999 RJ 2010/0090823-5Relator (a) Ministra ELIANA CALMONJulgamento: 26/08/2010Recorrente: Xerox Comercio e Indstria Ltda.

Cuida-se, originariamente, de mandado de segurana impetrado pela Xerox Comrcio e Indstria, objetivando o afastamento da incidncia de ISS sobre locao de bens mveis. O Tribunal de origem confirmou a sentena, pela denegao da ordem, sob o fundamento de que no se trata de simples locao, mas sim de atividade que engloba servios como a manuteno da mquina.Nas razes do recurso especial, a empresa, preliminarmente, aponta omisso no acrdo recorrido "em relao inexistncia de remuneraopelo suposto 'servio presado', j que o contrato de fls. 62/65, que deu supedneo ao equivocado entendimento desafiado pelo presente recurso, dispe clara e expressamente que o cumprimento de tais obrigaes se perfaz sem quaisquer nus para o Contratante/Locatrio" (fl. 784, e-STJ).No mrito, afirma que o aresto combatido contraria jurisprudncia do STF.Em detida anlise dos autos, verifico que a instncia ordinria, de fato, no fez distino entre o servio de locao de bem mvel e a assistncia tcnica prestada pela empresa, pois, no seu entender, a simples presena deste ltimo servio j tornaria obrigatria a exao sobre o valor total da operao.Apenas a ttulo exemplificativo, colaciono trecho do voto-condutor proferido por ocasio do julgamento dos embargos de declarao opostos pela empresa (fl. 770, e-STJ):O contrato firmado entre a empresa Xerox e o Municpio de Itatiaia, como se v s fls. 63, traz em seu bojo uma clusula (quinta) onde a empresa locadora se obriga a atender chamadosde emergncia, de conservao tcnica e reparo do equipamento, substituindo as peas que se fizerem necessrias em 48 horas. O pargrafo primeiro da referida clusula traz em seu bojo a obrigao da locadora em efetiva treinamento especfico em servidoresdesignados pelo Municpio, em local indicado pela locadora.Assim, entendo que o contrato em questo, como dito no acrdo recorrido, um pacto de natureza cumulativa, englobando locao e prestao de servios, desnaturando o contra que no pode ser entendido como de locao pura. A deciso do Egrgio STF, cuja cpia foi carreada aos autos pela empresa, se coaduna com este entendimento, pois, como j referido pelo ilustre representante do MP de primeiro grau, s fls. 186/188, qualquer contrato, como o firmado entre as partes, que faa incidir uma prestao de servios deve sofrer a incidncia do tributo do ISS.Ocorre que o Supremo Tribunal Federal j firmou entendimento de que inconstitucional a incidncia de ISS sobre locao de bens mveis, tendo,inclusive editado smula vinculante (Smula Vinculante 31: " inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS sobre operaes de locao de bens mveis"). A questo que se faz a seguinte: as operaes de locao de bens mveis conjugadas com prestao de outros servios torna vlida a exao sobre o valor total da transao? O problema no de simples soluo.O Pretrio Excelso, quando da aprovao do referido enunciado vinculante, tratou, ainda queen passant,sobre essa discusso. Na assentada de 4.2.2010, o Ministro Joaquim Barbosa encaminhou ao Plenrio proposta de smula vinculante com a seguinte redao: " inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS sobre operaes delocao de bens mveisdissociadas daprestao de servios" (grifei).Em razo de manifestao do Ministro Cezar Peluso, modificou-se a redao, para suprimir a expresso final "dissociadas da prestao de servios".Para que se entenda as razes, parece-me oportuno trazer parte das discusses travadas na referida sesso plenria:O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Senhor Presidente se Vossa Excelncia me permite, acho que o que o eminente advogado props tem certa razo de ser. Veja bem: estamos afirmando que inconstitucional quando incide sobre locao de mveis, mas s quando dissociada da operao de servio. Quando for associada cabe imposto? No. Ento, a referncia a "dissociada" desnecessria, porque, quando associada, tambm no incide.Quando h contrato de locao de mveis e, ao mesmo tempo, prestao de servio, a locao de mveis continua no suportando o imposto; o servio, sim. Se no tiver nenhuma ligao com prestao de servio, tambm continua no suportando; no h incidncia.Noutras palavras, o "dissociada" a realmente intil e pode gerar dvida. E, quando for associada, est sujeita ao imposto sobre prestao de servio? A meu ver, com o devido respeito, no h prejuzo algum ao sentido das inmeras decises, se for cortada a expresso final "dissociada da prestao de servio". inconstitucional a incidncia sobre locao de mveis s.O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Eu no vejo prejuzo na supresso dessa expresso. A minha preocupao foi em relao quelas situaes em que a prestao de servio vem escamoteada sob a forma de locao. Por exemplo: locao de maquinrio, e vem o seu operador. Nessa hiptese, muito comum.O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Ento, esse caso a a prestao de servio tpica, no a locao de mvel como tal.O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Pois , mas a prestao escamoteada a.O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Sim, mas a pergunta a seguinte: existem, neste caso, locao de mvel e prestao de servio, ou existem ambas?OSENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Tem as duas coisas, mas o que aparece s a locao de mveis.O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO -Ento a locao de mvel no tem incidncia, mas a prestao de servio tem.O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas, comoeu disse, no vejo essas questes perifricas que podem surgir a, podem ser resolvidas em relao e em outros procedimentos. No vejo nenhum problema.O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - O meu receio exatamente que se raciocine nestes termos: quando associadas, elas ficam sujeitas a imposto? No ficam. (...)O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (PRESIDENTE E RELATOR) - Portanto: inconstitucional a incidncia do Imposto Sobre Servio de qualquer natureza sobre operaes de locao de bens mveis.O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO -Presidente, com isso ficamos fiis ao que assentado pela Corte, j que, quando da formalizao doleading case, no houve o exame da matria quanto conjugao "locao de bem mvel e servio".Deve-se esperar, portanto, reiteradospronunciamentos do Tribunal sobre possvel controvrsia envolvida a juno, para posteriormente editar-se um verbete.Fica evidente, especialmente, pela ltima declarao do Ministro Marco Aurlio, que a questo envolvendo a conjugao de locao bem mvel e servio ainda no foi definitivamente apreciada pela Corte Constitucional.Contudo, possvel, desde j, estabelecer alguns pontos incontroversos:- inconstitucional a incidncia do ISS sobre operaes de locao de bens mveis (por expressa disposio da Smula Vinculante 31); e,- vlida a tributao de ISS sobre os servios de manuteno e de assistncia tcnica, em razo de expressa previso na lista anexa Lei Complementar 116/2003 (item que 14.02 - "assistncia tcnica").A dvida persiste nos casos em que no se individualiza oquantumremuneratrio para cada atividade, ou seja, no se delimita o valor da operao relativa locao e a quantia devida a ttulo de servios de manuteno.A propsito, frise-se que essa circunstncia encontra-se presente na maioria doscontratos de locao de bens mveis, em que se garante a prestao de assistncia tcnica do bem locado. Afinal, ao se atribuir um valor global ao contrato de locao, raramente se discrimina a parcela devida pela locao purae pelos servios de manuteno.Conforme j dito, o STF ainda no tem uma soluo definitiva para as situaes de conjugao de locao de bens mveis e servios, contudo, entendo que, a partir das teses j estabelecidas, possvel dirimir a controvrsia no presente caso. Vejamos. fato incontroverso que h Contrato de Locao de Bens Mveis (mquinas copiadoras, impressoras e outros equipamentos) firmado pela Xerox Comrcio e Indstria Ltda e o ente municipal. Ora, a partir da disposio da SmulaVinculante 31, inconstitucional a cobrana de ISS pelo Fisco sobre a totalidade do contrato de locao bens mveis.Ocorre que, em anlise do contrato em questo, o Tribunal de origem verificou tambm a existncia de prestao de servio de assistnciatcnica.Entretanto, tal circunstncia no justifica a incidncia do ISS sobre a parcela referente operao de locao "pura" de bem mvel, apenas permite a tributao sobre os servios em questo.Ao que parece, a instncia ordinria adotou critrio da preponderncia do servio prestado, que no mais se aplica para fins de definio da exao devida.Ressalto que no estou analisando clusula contratual o que obstado pela Smula 5/STJ. Limito a anlise aos dados apreciados pela instncia ordinriae constantes das decises por ela proferidas.Assim, constato que h inconstitucionalidade na autuao fiscal da autoridade municipal e que, por conseguinte, as decises proferidas pela instncia ordinria afrontam a jurisprudncia constitucional sobre otema, merecendo reforma, sob pena de ofensa direta ao referido enunciado vinculante.Ressalva-se, todavia, que a autoridade fiscal proceda a apurao doquantumdevido apenas a ttulo dos servios de assistncia tcnica prestados, por meio do procedimento administrativo prprio.Com essas consideraes, dou provimento ao recurso especial.A deciso restou assim ementada:TRIBUTRIO IMPOSTO SOBRE SERVIO DE QUALQUER NATUREZA LOCAO DE BENS MVEIS SMULA VINCULANTE 31/STF CONTRATO DE LOCAO CONJUGADO COM PRESTAO DE SERVIO DE ASSISTNCIA TCNICA. 1. Segundo a Smula Vinculante 31/STJ," inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS sobre operaes de locao de bens mveis". 2. vlida a tributao de ISS sobre os servios de manuteno e de assistncia tcnica, em razo de expressa previso na lista anexa Lei Complementar 116/2003 (item que 14.02 - "assistncia tcnica"). 3. O STF ainda no tratou definitivamente da questo envolvendo a conjugao de locao bem mvel e servios acessrios, como o prestao de assistncia tcnica. 4.A existncia de prestao de servio de assistncia tcnica, em carter acessrio ao contrato de locao de bem mvel, no justifica a incidncia do ISS sobre o valor totalda operao, sob pena de ofensa Smula Vinculante 31/STF.5. Recurso especial provido. (REsp 1194999/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/08/2010, DJe 22/09/2010)(fonte:http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/16642624/recurso-especial-resp-1194999-rj-2010-0090823-5/inteiro-teor-16642625, dia 16/11/2013).

Outro caso interessante para analise o, Agravo de Instrumento n 736.189, o relator Ministro Joaquim Barbosa, julgado em 06/03/2012, entendeu que o mesmo no era locao e sim prestao de servio. O STF decidiu pela validade do ISS sobre filmagem e sonorizao (subitem 13.02 da Lista de Servios da LC 116/2003), no havendo a existncia de locao dos equipamentos de udio e vdeo. No voto do ministro relator, acatou-se o seguinteargumento consignado no acrdo recorrido (do TJ/SP): Na questo da incidncia ou no do imposto, est sendo levado em conta o nus da prova. Segundo entendimento do Ministro Joaquim Barbosa, isso significa que o contribuinte no pode justificar a existncia de locao de bens moveis somente com base no seu contrato social, necessrio outros documentos, essa foi a concluso do Tribunal da Justia de So Paulo e da 2 Turma do STF.STF - AGRAVO DE INSTRUMENTO : AI 736189 SPRelator (a) MinistroJOAQUIM BARBOSAJulgamento: 06/03/2012Ao sustentar que loca servio de udio e vdeo, obrigatoriamente,denota-se, em consequncia, que presta servios de sonorizao, filmagem e exibio de imagens, servios estes nos quais se utiliza dos respectivos equipamentos de sua propriedade (vdeo e udio): mencionada ao no se confunde, por evidente, com a locao de bens mveisa previso da atividade no contrato social representa um indcio importante, mas no absoluto, dos atos praticados pela pessoa jurdica. Essa relatividade decorre da potencialidade do objeto social, que pode no correspondernecessariamente aos atos efetivamente praticados. (fonte:http://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STF/IT/AI_736189_SP_1332280637479.pdf?Signature=dqWg2rim83ni%2B70skXwb1HnYmjI%3D&Expires=1384640523&AWSAccessKeyId=AKIAIPM2XEMZACAXCMBA&response-content-type=application/pdf, dia 16/11/2013).Outro caso de ganho ao Fisco Municipal pode ser verificado no AgRg no Agravo nmero 41.328, julgado em 06/03/2012, relator Ministro Humberto Martins, segue abaixo trecho do voto do desembargador do Tribunal de Justia de Minas Gerais, o motivo principal foi que o contribuinte no conseguiu comprovar documentalmente sua reclamao.

Verifica-se que, embora haja previso, no contrato social da 2. apelante, do exerccio da locao de equipamentos, tal objetivo social est associado a outros, tais como conservao e montagem de instalao de gases. Na verdade, no est claro se a atividade da 2. apelante de simples locao, ou de fornecimento de equipamento, cumulado com sua instalao, acompanhamento de funcionamento, manuteno, etc. Alis, na contestao, o Municpio de Juiz de Fora impugnou as alegaes da autora, alegando que os contratos de locao firmados por ela envolviam a cesso dos cilindros de gs juntamente com o fornecimento de mo de obra especializada para instalao e manuteno dos mesmos (fl. 144). Nesse ponto, ressalto que a 2. apelante no juntou sequer um contrato que indicasse a prtica de locao pura e simples de bem mvel. O fato que, nos termos do artigo 333, I, do Cdigo de Processo Civil, cabia autora comprovar quesua atividade de locao est restrita cesso de equipamentos a terceiros. Importante ressaltar que, embora a autora/2. Apelante tenha sido intimada para especificar provas (fl. 165v), permaneceu silente. Dessa forma, ao contrrio do que pretende, noh como aplicar a regra do artigo 130 do Cdigo de Processo Civil, porque a oportunidade de produo de prova est preclusa. Enfim, ausente a prova de que a autora/2. apelante exerce, de fato, atividade de locao pura e simples de equipamentos, a improcedncia da ao medida que se impe (fontehttp://www.jusbrasil.com.br/diarios/30914730/pg-1412-superior-tribunal-de-justica-stj-de-27-09-2011, dia 16/11/2013).

Em 13 de setembro de 2012, foi julgada a Reclamao nmero 14.290, na qual o contribuinte(uma empresa de construo e transporte)alegadescumprimento da Sumula Vinculante 31, por parte Municpio de Parauapebas, conforme abaixo, reclamao no acatada, sob alegao, quando haver locao de bem (no caso mquina), com operador, h incidncia do imposto, por se tratar de prestao de servio. Essa deciso difere da deciso doAgRg no RE n 656.709 pois nessa o ISS s incidira na parte referente a servio. Na reclamao no foi feita essa ressalva.
Deciso:1. Trata-se de reclamao constitucional ajuizada por Construtora e Transportadora Carvalho Ltda., com fundamento no artigo 103-A, 3, daConstituioda Repblica, contra ato imputado ao Secretrio Municipal de Fazenda do Municpio de Parauapebas/PA, que indeferiu pedido de restituio de indbito do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS, relativo a contrato de locao de bens mveis, em alegado descumprimento ao enunciado da Smula Vinculante 31. A reclamante celebrou com o Municpio contrato de locao de bens mveis veculos e equipamentos abrangente do fornecimento de operadores para as mquinas e os equipamentos locados. Ao cobrar o ISS, o reclamadoconsiderou o contrato na sua inteireza fazendo-o incidir tanto sobre a locao quanto sobre a prestao de servio (pet. inicial, fl. 2). Sustenta ter requerido administrativamente a repetio do indbito com fundamento na SV 31. Entretanto, o pleito foi indeferido pela primeira instncia da Secretaria da Fazenda Municipal com fundamento no Parecer Jurdico Fiscal 88/2012, apresentado pela Procuradoria Fiscal do Municpio, no sentido de que: havendo a locao de bem (no caso mquina) com operador, no paira dvidas da incidncia do referido imposto, por tratar-se de efetiva prestao de servios em que o bem objeto da locao , na verdade, apenas utilizado pelo prestador do servio como instrumento de seu trabalho (fl. 03). Essa deciso seria equivocada por ir de encontro ao aludido verbete sumular, que assenta: inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza ISS sobre operaes de locao de bens mveis. Segundo aponta, a coordenao do uso dos equipamentos da Prefeitura, no se trata de construo civil, mas sim de locao de mquinas e equipamentos, conforme bem delimitou a Licitao (fl. 3), matria j discutida, pacificada e sumulada na Suprema Corte. Ressalta a desnecessidade de ajuizar demanda judicial porquea Administrao tambm se submete citada smula vinculante. Consigna, outrossim, ter deixado de interpor recurso administrativo por reput-lo desnecessrio, haja vista o posicionamento do Municpio j estar fixado pela Procuradora Fiscal, o que minariaa insurgncia. Aponta a pertinncia do ato reclamado objeto da presente reclamao com o texto da SV 31 e com a discusso do respectivo PSV 35. Ressalta que a discusso se cinge negativa do Municpio em autorizar administrativamente a restituio de ISSincidente sobre a locao de bens mveis (90% do contrato) quando associado prestao de servio (10% do contrato de fornecimento de operador para as mquina locadas) (fl. 07). Segundo alega, o STF j exauriu a matria no aludido verbete sumular que impede a incidncia de ISS sobre a locao de bens mveis, mesmo quando acompanhado do fornecimento de operador/motorista (fl. 11). Tambm, consoante afirma, j foi rechaada pela Suprema Corte a incidncia do ISS decorrente de locao de bens mveis,mesmo concomitante ao fornecimento de operadores de mquinas. Portanto, a posio de que no deve incidir ISS sobre a parte locatcia dos contratos de locao mistos (locao + operao) a adotada pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal (fl.14). Requer, nos termos do art. 161, pargrafo nico, do RISTF, o julgamento monocrtico do feito, por se tratar de matria consolidada em smula vinculante, e que seja julgada procedente a presente reclamao para anular a deciso administrativa que afrontou a SV 31, de modo a ratificar a assertiva de que no incide ISS sobre a locao de bens mveis, mesmo nos contratos em que h prestao de servio de fornecimento de mo de obra em conjunto com a locao; incidindo ISS somente sobre a prestao de servio de fornecimento de operador da mquina ou equipamento locado e no sobre a locao (fl. 16). o relatrio. 2. Passo a decidir. O instrumento jurdico-constitucional da reclamao destina-se a preservar a competncia e a autoridade das decises do Supremo Tribunal Federal (art.102,I,l, daCF) e do Superior Tribunal de Justia (art.105,I,f, daCF). A reclamao constitucional cabvel quando ocorrer usurpao da competncia originria doSTF ou quando decises judiciais ou atos administrativos contrariarem: i) deciso da Corte proferida em sede de controle concentrado de constitucionalidade, que produz efeito vinculante (art.102, 2, daCF); ii) ou smula vinculante, negando-lhe aplicao ou aplicando-a indevidamente (art. 103-A, 3, daConstituio Federal). Na presente reclamao, no se verifica a ocorrncia de qualquer uma destas hipteses, em especial no detecto a alegada ofensa Smula Vinculante 31. Da leitura do Parecer Jurdico Fiscal n 108/2012, elaborado pela Procuradora-Chefe da Procuradoria Fiscal do Municpio de Parauapebas/PA, constata-se que, ao contrrio do afirmado pela reclamante, houve estrita observncia da Smula Vinculante 31 (doc. 6, fls. 71-3), verbis: 2. ANLISE JURDICA 2.1. Da incidncia do imposto sobre servios sob locao mquinas com operador. Alocao de imveis, locao de carros, mquinas e outros bens, sem motorista ou operador, no tm a incidncia do ISS por no se caracterizar prestao de servio e no ter previso de incidncia em Lei Complr. Com efeito, na simples locao (cesso de uso) de bens no ocorre a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza (ISS), por ausente prestao de servio, segundo mansa e pacfica orientao do plenrio do Supremo Tribunal Federal (RE n 116121/SP, julgado em 11/10/2000). Neste sentido, foi editada a Smula n 31 no STF: " inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza (ISS) sobre operaes de locao de bens mveis" Contudo, havendo a locao de bem (no caso, mquina) com operador, no paira dvidas da incidncia do referido imposto, por tratar-se de efetiva prestao de servios, em que o bem objeto da locao , na verdade, apenas utilizado pelo prestador do servio como instrumento de seu trabalho. De fato, quando a atividade de locao fornecer mo-de-obra especializada para operar os equipamentos locados, tal servio ser caracterizado como auxiliar construo civil, devendo ser enquadrado no item 7.02 da lista de servios constante do Anexo II da Lei municipal n4.296/05 e na lista anexa Lei Complementar n116/03. Veja-se: 7.02 - Execuo, por administrao, empreitada ou subempreitada, de obras de construo civil, hidrulica ou eltrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfurao de poos, escavao, drenagem e irrigao, terraplanagem, pavimentao, concretagem e a instalao e montagem de produtos, peas e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de servios fora do local da prestao dos servios, que fica sujeito ao ICMS). Em muitos casos a designao contratual do objeto do negcio jurdico est restringida a "locao de bens mveis", mesmo que se tenha na realidade um negcio jurdico complexo, com a locao e, tambm, uma prestao de servio, sendo legal, nestes casos, a incidncia doImposto Sobre Servios - ISS, independentemente da denominao contratual. Nestes casos, o Fisco municipal poder se utilizar o disposto nopargrafo nicodo art.116doCdigo Tributrio Nacional, o qual dispe que: Autoridade administrativa poder desconsiderar atos ou negcios jurdicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrncia do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigao tributria, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinria. Com efeito, no se deve considerar simplesmente o nomem juris do contrato ou de seus termos, de forma. a deixar detributar equivocadamente aqueles que, na tentativa de evadir-se do pagamento do tributo, utilizam meios de escamotear a prestao de servio conjugado com a locao de bens mveis. Note-se, todavia, que no caso em apreo o Municpio o prprio tomador deservios, atravs de contrato precedido do devido procedimento licitatrio, e assim, logicamente, tem inequvoco conhecimento dos servios que lhe so prestados pela contribuinte Construtora e Transportadora Carvalho Ltda. Da anlise do Processo Administrativo que gerou a contratao, verifica-se estar consignado que "os serviossero sempre efetuados exclusivamente por empregado habilitado pela empresa vencedora" (fl. 89, Prego Presencial n 9/2010-008SEMOB), bem assim, que a contratada "responsabiliza-se pelos encargos sociais e trabalhistas, fiscais e comerciais resultantes da execuo do contrato, bem como motorista, combustvel e qualquer manuteno" (fl. 88). Ademais, restou registrado naquele procedimento que nos preos da locao das mquinas estavam inclusos operador e suas despesas com transporte, refeies e alojamento (fl. 87) (suprimi os grifos do original, transcrito ipsis litteris). Com efeito, o Plenrio do STF, nos debates travados no PSV 35, suscitou dvidas quanto situao em que a locao de bens mveis est associada prestao de servios. Concluiu pela excluso do termo dissociadas da prestao de servios, dado a Corte no ter examinado a questo relativa aos contratos mistos. Assim, aprovou a proposta de edio da SV 31, nos seguintes termos: inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza (ISS) sobre operaes de locao de bens mveis.Resta evidente inexistir contrariedade ao enunciado da SV 31, que no diz respeito a contratos de locao mista locao de bens mveis acompanhada da prestao de servios. Assinalo, outrossim, que, contrariamente ao exposto na inicial, sequer h contrariedade deciso proferida, pela 2 Turma desta Corte, no ARE 656.709 AgR. Malgrado a necessidade de adequaoda base de clculo do ISS nos contratos mistos tenha sido consignada na ementa do julgado, a deciso foi desfavorvel empresa contribuinte, haja vista no ter veiculado tal pretenso. No s, houve, no voto do relator, extensa anlise do processo que levou edio da SV 31, a fim de demonstrar a sua inaplicabilidade hiptese de conjugao da locao de bens mveis com a prestao de servios. Transcrevo o voto do relator, Ministro Joaquim Barbosa, a cujos fundamentos me reporto para elucidar os debates que levaram redao final da SV 31: Segundo entende a parte-agravante, os debates que levaram aprovao da Smula Vinculante 31 comprovam que a locao de bem mvel juntamente com a prestao de servios no deve sofrer a incidncia do ISS. No casoem exame, a agravante reconhece expressamente que o fato gerador consistiu na locao de guindastes com operador (fls. 324) e que: Logo, extremamente clara a Smula Vinculante n 31 que considera inconstitucional a incidncia de ISS sobre locao quandoh e quando no h prestao de servio conjuntamente (fls. 325). Para justificar esse entendimento, o agravante retira do contexto uma nica fala, do Ministro Cezar Peluso, durante os debates que antecederam a aprovao da smula: O SENHOR MINISTRO CEZARPELUSO [] Veja bem: estamos afirmando que inconstitucional quando incide sobre locao de mveis, mas s quando dissociada da operao de servio. Quando for associada, cabe imposto? No. Ento, a referncia a dissociada desnecessria, porque, quando associada, tambm no incide.[sic] (Fls. 324). Embora a Corte tenha optado por suprimir a expresso quando dissociada da prestao de servio do texto da smula, essa supresso foi motivada pela presuno de que ela seria redundante, pois serviria apenaspara reforar o bvio: o tributo incide sobre a prestao de servios, independentemente dos esforos para escamote-lo em contratos de locao. Nesse sentido so os seguintes trechos dos debates, omitidos das razes de agravo regimental: O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Eu no vejo prejuzo na supresso dessa expresso. A minha preocupao foi em relao quelas situaes em que a prestao de servio vem escamoteada sob a forma de locao. Por exemplo: locao de maquinrio, e vem o seu operador. Nessa hiptese, muito comum. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Ento, esse caso a a prestao de servio tpica, no a locao de mvel como tal. O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Pois , mas a prestao escamoteada a. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO -Sim, mas a pergunta a seguinte: existem, neste caso, locao de mvel e prestao de servio, ou existem ambas ? O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Tem as duas coisas, mas o que aparece s a locao de mveis. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - Ento alocao de mvel no tem incidncia, mas a prestao de servio tem. O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Mas, como eu disse, no vejo essas questes perifricas que podem surgir a, podem ser resolvidas em reclamao e em outros procedimentos. No vejo nenhum problema. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - O meu receio exatamente que se raciocine nestes termos: quando associadas, elas ficam sujeitas a imposto? No ficam. A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - O que o Ministro Peluso aponta srio. Ns temos que dar uma redao que no geredvida, porque, poder resolver por reclamao, , de incio, j acentuarmos que poder haver dvida. O SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - Que haver reclamao, no tenho a menor dvida. Reclamao virou a panaceia. A SENHORA MINISTRA CRMEN LCIA - Ento, eu acho que, se Vossa Excelncia, que props, atentando inclusive aos precedentes, entender que realmente a proposta do Ministro Peluso cobre aquilo que discutimos e que foi consolidado como a matria solucionada pelo Tribunal,melhor que se d adeso proposta e se elimine a parte final. O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (PRESIDENTE E RELATOR) - Portanto: inconstitucional a incidncia do Imposto Sobre Servio de qualquer natureza sobre operaes de locao de bens mveis. O SENHOR MINISTRO MARO AURLIO - Presidente, com isso ficamos fiis ao que assentado pela Corte, j que, quando da formalizao do leading case , no houve o exame da matria quanto conjugao "locao de bem mvel e servio". Deve-se esperar, portanto, reiterados pronunciamentos do Tribunal sobre possvel controvrsia, envolvida a juno, para posteriormente editar-se um verbete (grifei). Alis, a prpria sequncia da frase pinada pelo agravante, mas ausente de sua transcrio, revela o alcance do precedente: O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO - [...] Veja bem: estamos afirmando que inconstitucional quando incide sobre locao de mveis, mas s quando dissociada da operao de servio. Quando for associada, cabe imposto? No. Ento, a referncia a dissociada desnecessria, porque, quando associada, tambm no incide. Quando h contrato de locao de mveis e, ao mesmo tempo, prestao de servio, a locao de mveis continua no suportando o imposto; o servio, sim. Se no tiver nenhuma ligao com prestao de servio, tambm continua no suportando; no h incidncia. Noutras palavras, o dissociada a realmente intil e pode gerar dvida. E, quando for associada, est sujeita ao imposto sobre prestao de servio? A meu ver, com o devido respeito, no hprejuzo algum ao sentido das inmeras decises, se for cortada a expresso final "dissociada da prestao de servio". inconstitucional a incidncia sobre locao de mveis, s. Portanto, o que o agravante poderia ter discutido, mas no o fez, a necessidade de adequao da base de clculo do ISS para refletir apenas o vulto econmico da prestao de servios, sem a parcela de retribuio relativa locao de bem mvel. Em sentido diverso, com base em uma nica fala tirada de contexto, incompleta, o agravante busca estender uma orientao evidentemente inaplicvel ao caso. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. (ARE 656709 AgR, 2 Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 14/02/2012) Com essas ponderaes, no estou a defender a impossibilidade de adequao da base de clculo do ISS para dela excluir o valor relativo locao do bem mvel, quando passvel de delimitao. Estou simplesmente consignando que nada colhe a ao de reclamao constitucional para tal desiderato, falta dejurisprudncia consolidada nesse sentido. A matria de fundo, trazida pela reclamante, comporta exame nas vias ordinrias, de resto mais apropriadas para o debate acerca da devida qualificao da relao contratual estabelecida entre as partes. 3. Pelo exposto, nego seguimento presente reclamao (RISTF, art. 21, 1). Publique-se. Braslia, 13 de setembro de 2012.Ministra Rosa Weber Relatora. Grife nosso. (fonte http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22406066/reclamacao-rcl-14290-df-, dia 16/11/2013).

4.1 Ao Direta de Inconstitucionalidades- Itens 3.04 e 3.05 Lista de Servios da Lei 116/2003

Seguindo a mesma analogia de inconstitucionalidade conseguida para o item 3.01 da Lei Complementar 116/03, est aguardando julgamento as Aes Diretas deInconstitucionalidades (instrumento cujo objetivo declarar que parte ou todo de uma lei inconstitucional,regulamentado pela Lei 9.868/99)nmeros 3142 e 3287, questionando a constitucionalidade do subitem 3.04 (Locao, sublocao, arrendamento, direitode passagem ou permisso de uso,compartilhado ou no, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza) e 3.05 (Cesso de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporrio), respectivamente, da LC 116/03. Abaixo transcrevemos somente a ADI 3287.STF - AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE : ADI 3287 DFRelator Ministro Marco Aurlio AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LIMINAR - JULGAMENTO DEFINITIVO. 1. Esta ao direta de inconstitucionalidade tem comoobjeto o item 3.05 da Lista de servios anexa Lei Complr n 116, de 31 de julho de 2003. A racionalidade prpria ao Direito direciona no sentido de aguardar-se o julgamento definitivo. 2. Aciono o disposto no artigo12da Lei n9.868/99. Providenciem-se as informaes, a manifestao do Advogado-Geral da Unio e o parecer do Procurador-Geral da Repblica. 3. Publique-se. Braslia, 18 de agosto de 2004.Ministro MARO AURLIO Relator(fonte:http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14797761/acao-direta-de-inconstitucionalidade-adi-3287-df-stf, dia 17/11/2013.

NoDecreto-lei 406/68, constava em sua lista de servios tributveis o item 79, com a seguinte redao:locao de bens mveis, inclusive arrendamento mercantil, ora esse item como j vimos foi considerado inconstitucional no prprio veto presidencial do item 3.01 da LC 116/03. Isso acarretou a invalidao de todo o grupo 3 (Servios prestados mediante locao, cesso de direito de uso e congneres), pois todo ele desmembramento do item 79 da antiga lei. Esse lapso causou no somente no somente os ADI acima, mas tambm a entrada de inmeros processos na justia para esse preito.NaApelao Cvel N 70041842980, julgada em 28/04/2011, o Tribunal da Justia do Estado do Rio Grande de Sul considerou a cobrana de ISS sobre locao de andaime inconstitucional, como podemos ver abaixo:A ementa foi assim redigida:"1. Os documentos acostados e a prova pericial coligida se afiguram bastantes para comprovar que as atividades realizadas pela empresa autora abrangem tanto a locao pura e simples de equipamentos,sem prestao de servios (sobre as quais no incide o imposto em questo, porquanto equivalente locao de coisa mvel), como, tambm, montagem, desmontagem ou conserto do equipamento (prestao de servios propriamente dita), que com aquela no se confundem. 2. inconstitucional a cobrana do ISS sobre a locao de bens mveis. Smula vinculante n31 do STF. 3. O ISS somente adquire a qualidade de tributo indireto quando seu encargo repassado a terceiros. Incidncia do art. 166 do CTN. 4. A repetio do indbito somente pode ser feita a quem prove ter suportado financeiramente o pagamento do tributo ou esteja por ele autorizado a receb-la. 5. Caso concreto em que a empresa autora preenche os requisitos para pleitear a repetio do indbito, porquanto suportou financeiramente os encargos do tributo". Particularmente, concordo plenamente com esse julgado, ou seja, a simples locao dos andaimes (ou de qualquer outro bem) no tipifica fato gerador do ISS. Apenas a locao acompanhada de um servio gerao ISS. A propsito, com relao ao subitem 3.05 da Lista de Servios do ISS, entendo que o artigo 3, inciso II, da Lei Complementar n 116/2003ratifica esse entendimento ao prescrever que, na hipetse dessa atividade elencada no subitem 3.05 ("cesso daandaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporrio"),o ISS devido no local da "INSTALAOdos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas", numaclara referncia a essa atividade de "instalao". Sem instalao por parte do prestador ("locador"), no haver fato gerador do ISS. Enfim, o artigo 3 auxilia na comprenso exata da extenso do fato gerador tipificado na lista anexa LC 116/2003.Segue, abaixo, inteiro teor do julgado, que cita outros precedentes do prprio TJRS (fonte:http://www.tributomunicipal.com.br/site/index.php/menuiss/artigos/414-tjrs-nao-incide-iss-sobre-a-mera-locacao-de-andaimes?format=pdf, dia 17/11/2013)5 RESTITUIO DO ISS COBRADO SOBRE LOCAO

Quando o Supremo Tribunal Federal se posicionou sobre o a cobrana de ISS sobre locao de bens mveis considerando a mesma indevida, foram geradas outras polemicassobre esse mesmo assunto, dentre elas, como seria restitudo o valor pago aos cofres pblicos. Quem seria realmente dono desse direito? A empresa que locou o bem? Ou o locatrio que assumiu esse nus? Como o ISS considerado imposto indireto e o imposto repassado ao tomador do servio, a restituio do valor cobrado seria para esse, ou seja, o tomador de servio que arcou com o nus. As empresas para serem beneficiadas por essas restituies tm de provar que no repassou o ISS ao preo da locao. A sumula 546, de 03 de dezembro de 1969 do STF deixa claro quanto restituio: "cabe a restituio do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por deciso, que o contribuinte "de jure "no recuperou do contribuinte" de facto o quantum "respectivo."Segue abaixo alguns exemplos de casos julgados, com o entendimento descrito acima.Processo: AC 406674 SC 2007.040667-4Julgamento: 28/07/2011Orgo Julgador: Quarta Cmara de Direito PblicoPublicao: Apelao Civil, BlumenauRelator: Juiz Rodrigo CollaoTRIBUTRIO. APELAO CVEL. AO DE REPETIO DE INDBITO. INDEVIDA COBRANA DE ISS INCIDENTE SOBRE LOCAO DE BENS MVEIS (ANDAIMES). ITEM 79 DA LISTA ANEXA AO DECRETO-LEI N.406/1968. INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSO "LOCAO DE BENS MVEIS" RECONHECIDA PELO STF. INCIDNCIA DA SMULA VINCULANTE N. 31 DA CORTE SUPREMA. REPETIO DO INDBITO. POSSIBILIDADE. TRIBUTO INDIRETO.AUTORIZAO EXPRESSA DO CONTRIBUINTE DE FATO PARA QUE O CONTRIBUINTE DE DIREITO PLEITEIE A RESTITUIO. SENTENA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. " inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza - ISS sobre operaes de locao de bens mveis" (Smula Vinculante n. 31, STF). 2. ""A cesso (locao) de andaimes, elevadores de obra, compressores e outros equipamentos de uso temporrio, quando no for acompanhada da prestao de servios, configura obrigao de dar e no de fazer, da porque sobre tal atividade no pode incidir Imposto sobre Servio"[...]. (AC n. , de Blumenau)" (AC n. , rel. Des. Rui Fortes, j. 17.2.2009). Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelao Cvel n. , da Comarca de Blumenau (Vara da Fazenda Pblica), em que apelante Municpio de Blumenau, e apelada IME Indstria de Mquinas e Equipamentos Ltda.: ACORDAM, em Quarta Cmara de Direito Pblico, por votao unnime, desprover o recurso. Custas legais.RELATRIOTrata-se de apelao cvel, semreexame de ofcio, interposta pelo Municpio de Blumenau sentena que julgou procedentes os pleitos autorais que objetivavam a declarao da inconstitucionalidade da exigncia do ISS sobre a locao de bens mveis - andaimes - efetivada pela demandante/apelada, bem como o seu direito restituio domontanteequivalente ao efetivamente pago nos dez anos anteriores propositura da ao. Sustenta a municipalidade apelante, em sntese, a regularidade da cobrana do ISS, dado que "a locao de bem mvel servio, configurando-se como obrigao de fazer e, como tal, merece a tributao do imposto municipal. O servio que o locador presta se consubstancia no ato de praticar a locao, pois da mesma decorre a remunerao, mediante diria, comisso, aluguel, etc., sendo sobre esta que recai o tributo denominado Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza."Aduz, ainda, que o prazoprescricional para o pedido de restituio dos tributos lanados por homologao de cinco anos, nos termos do art.168, inc.I, doCdigo Tributrio Nacional, bem como que os documentos juntados pela apelada para comprovar suapretenso no prestam a tal fim, dado que no discriminam quais servios foram efetivamente realizados (fls. 307/316). Contrarrazes recursais s fl. 326/340. O representante da douta Procuradoria-Geral de Justia deixou de manifestar-se quanto ao mrito recursal, ante a ausncia de interesse tutelvel pelo Ministrio Pblico (fls. 348/350). VOTO Cuida-se de apelao cvel contra deciso que reconheceu a inexigibilidade do ISS sobre a atividade de locao de bens mveis desenvolvida pela apelante, bem comoo seu direito restituio do montante equivalente ao efetivamente pago nos dez anos anteriores propositura da ao. Observa-se, primeiramente, que a teor da disposio normativa contida no art.475, 3, doCdigo de Processo Civil, a sentena prolatada nestes autos nose submete ao duplo grau de jurisdio. No que pertine ao reconhecimento da inexigibilidade do ISS sobre a atividade de locao de bens mveis, tem-se que a sentena revisanda encontra-se em total consonncia com entendimento consolidado nos Tribunais Superiores, tanto que, no mbito do Supremo Tribunal Federal, editou-se a Smula Vinculante n. 31, cujo enunciado vem expresso nos seguintes termos: " inconstitucional a incidncia do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza - ISS sobre operaes de locao de bens mveis." O precedente (leading case) que sustenta o verbete remonta ao julgamento do Recurso Extraordinrio n. 116.121/SP, em que foi reconhecida, incidentalmente, pelo plenrio da Corte Superior, a inconstitucionalidade da expresso "locaode bens mveis", contida no item 79 da Lista de Servios Gerais anexa ao Decreto-lei n.406/68, com as alteraes decorrentes da Lei Complementar n.56/87. Veja-se a ementa: "TRIBUTO - FIGURINO CONSTITUCIONAL. A supremacia daCarta Federal conducente a glosar-se a cobrana de tributo discrepante daqueles nela previstos. IMPOSTO SOBRE SERVIOS - CONTRATO DE LOCAO. A terminologia constitucional do Imposto sobre Servios revela o objeto da tributao. Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo considerado contrato de locao de bem mvel. Em Direito, os institutos, as expresses e os vocbulos tm sentido prprio, descabendo confundir a locao de servios com a de mveis, prticas diversas regidas peloCdigo Civil, cujas definies so de observncia inafastvel - artigo 110 do Cdigo Tributrio Nacional"(RE 1.161.21/SP, rel. Min. Octavio Gallotti, j. 11.10.2000). Pronunciando-se expressamente sobre a atividade desenvolvida pela demandante e objeto da declarao da inexigibilidade do ISS, qual seja, a locao de andaimes e a necessidade de se diferenciar, para efeito da configurao da hiptese de incidncia do imposto, as obrigaes derivadas da locao de bens mveis daquela prestao de servios tributvel, assim se pronunciou a Terceira Cmara de Direito Pblico desta Corte: "APELAO CVEL - AO ORDINRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA - TRIBUTRIO - ISS - LOCAO DE BENS MVEIS (ANDAIMES) - OBRIGAO DE DAR E NO DE FAZER- ITEM 79 DO DECRETO-LEI N.406/68 - INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA P