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INFORMATIVO DO PROJETO ASSENTAMENTOS SUSTENTÁVEIS NA AMAZÔNIA (PAS) NÚMERO 6 AGOSTO DE 2015 IPAM Qual a sua função no PNAE? NÁDIA Sou nutricionista. Atuo como agente do PNAE no Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal do Pará (CECANE). O CECANE/UFPA é uma unidade de referência e apoio para desenvolver ações de interesse e necessidade do PNAE no Estado do Pará. IPAM Resumidamente, o que é o PNAE? NÁDIA O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o programa mais antigo do governo federal brasileiro fun- damentado no direito dos escolares à alimentação saudável e adequada. Tem o objetivo de garantir as necessidades nu- tricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula de forma a contribuir para o crescimento, o desenvol- vimento, a aprendizagem, o rendimento escolar e formação de hábitos alimentares saudáveis dos estudantes. IPAM Em sua opinião, qual a importância do PNAE para a agricultura familiar? NÁDIA Os agricultores familiares devem compreender o programa de alimentação escolar como sendo uma pro- posta maior do que apenas uma expansão de mercado. Ao relacionar o produtor familiar com a preservação am- biental e evidenciar sua relação com a biodiversidade, Para esta edição do infoPAS, entrevistamos a nutricionista Nádia Alinne Fernandes Corrêa. Ela é agente do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) no Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição Escolar na Universidade Federal do Pará, e fala sobre o papel que a agricultura familiar pode exercer neste setor. o PNAE torna-se uma política pública importante para o desenvolvimento local sustentável. Para além do estímu- lo à economia local, este programa também promove a melhoria da saúde da população atendida, colocando a figura do agricultor como peça central na promoção da alimentação saudável. IPAM Qual a maior dificuldade que você identifica na participação de produtores familiares locais na merenda escolar? NÁDIA Há uma considerável ausência de agricultores fami- liares formalmente organizados nos municípios e, quando existe, há um desconhecimento dos objetivos do programa e da importância de integrarem ao PNAE. É perceptível um volume de ações sendo realizadas por diferentes segmen- tos no âmbito municipal, no entanto, elas estão em várias direções e nenhuma converge para a efetivação da compra da agricultura familiar. IPAM Quais seriam possíveis caminhos para fazer com que agricultores e prefeituras conseguissem incrementar a participação dos mesmos no PNAE? NÁDIA Por parte da agricultura familiar, há a necessidade de uma adequação técnico-gerencial às exigências das relações comerciais formais, onde emerge a importância dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, por exemplo. Por outro lado, na dimensão político-organizacional, a entidade executora precisa estabelecer mais articulação com os seto- res da agricultura familiar visando a novas formas de plane- jamento. A gestão deve priorizar cardápios que respeitem os hábitos regionais, observando as especificidades da região. É preciso ter em mente que o Estado do Pará se apresenta complexo quando pensamos nos agricultores, nas lógicas de produção e nas relações com o meio ambiente. Estabelecer projetos menos burocráticos, respeitando as especificidades locais a favor da garantia de acesso ao PNAE por este segmen- to social organizado, ainda é o nosso maior desafio. www.assentamentosustentavel.org.br CONVERSA COM Nádia A. Fernandes Corrêa

Nádia A. Fernandes Corrêa - assentamentosustentavel.org.brassentamentosustentavel.org.br/wp-content/uploads/2014/04/... · Sistemas semi-intensivos de criação de galinha caipira

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INFORMATIVO DO PROJETO ASSENTAMENTOS SUSTENTÁVEIS NA AMAZÔNIA (PAS)

NÚMERO 6AGOSTO DE 2015

IPAM Qual a sua função no PNAE?

NÁDIA Sou nutricionista. Atuo como agente do PNAE no Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal do Pará (CECANE). O CECANE/UFPA é uma unidade de referência e apoio para desenvolver ações de interesse e necessidade do PNAE no Estado do Pará.

IPAM Resumidamente, o que é o PNAE?

NÁDIA O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o programa mais antigo do governo federal brasileiro fun-damentado no direito dos escolares à alimentação saudável e adequada. Tem o objetivo de garantir as necessidades nu-tricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula de forma a contribuir para o crescimento, o desenvol-vimento, a aprendizagem, o rendimento escolar e formação de hábitos alimentares saudáveis dos estudantes.

IPAM Em sua opinião, qual a importância do PNAE para a agricultura familiar?

NÁDIA Os agricultores familiares devem compreender o programa de alimentação escolar como sendo uma pro-posta maior do que apenas uma expansão de mercado. Ao relacionar o produtor familiar com a preservação am-biental e evidenciar sua relação com a biodiversidade,

Para esta edição do infoPAS, entrevistamos a nutricionista Nádia Alinne Fernandes Corrêa. Ela é agente do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) no Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição Escolar na Universidade Federal do Pará, e fala sobre o papel que a agricultura familiar pode exercer neste setor.

o PNAE torna-se uma política pública importante para o desenvolvimento local sustentável. Para além do estímu-lo à economia local, este programa também promove a melhoria da saúde da população atendida, colocando a �gura do agricultor como peça central na promoção da alimentação saudável.

IPAM Qual a maior di�culdade que você identi�ca na participação de produtores familiares locais na merenda escolar?

NÁDIA Há uma considerável ausência de agricultores fami-liares formalmente organizados nos municípios e, quando existe, há um desconhecimento dos objetivos do programa e da importância de integrarem ao PNAE. É perceptível um volume de ações sendo realizadas por diferentes segmen-tos no âmbito municipal, no entanto, elas estão em várias direções e nenhuma converge para a efetivação da compra da agricultura familiar.

IPAM Quais seriam possíveis caminhos para fazer com que agricultores e prefeituras conseguissem incrementar a participação dos mesmos no PNAE?

NÁDIA Por parte da agricultura familiar, há a necessidade de uma adequação técnico-gerencial às exigências das relações comerciais formais, onde emerge a importância dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, por exemplo. Por outro lado, na dimensão político-organizacional, a entidade executora precisa estabelecer mais articulação com os seto-res da agricultura familiar visando a novas formas de plane-jamento. A gestão deve priorizar cardápios que respeitem os hábitos regionais, observando as especi�cidades da região. É preciso ter em mente que o Estado do Pará se apresenta complexo quando pensamos nos agricultores, nas lógicas de produção e nas relações com o meio ambiente. Estabelecer projetos menos burocráticos, respeitando as especi�cidades locais a favor da garantia de acesso ao PNAE por este segmen-to social organizado, ainda é o nosso maior desa�o.

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CONVERSA COMNádia A. Fernandes Corrêa

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PA MOJU I & II • REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS

Desa�os da agricultura familiar sustentável1. O DESAFIO DA TRANSIÇÃO PRODUTIVA NO PA MOJU I E II

O PA Moju I e II é um dos maiores assentamentos tradicionais na região Oeste do Pará, com mais de

140.000 ha e uma capacidade para assentar 1.590 famí-lias. Nesse universo, 151 famílias participam do Projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia. No PA Moju I e II esse trabalho ocorre por um processo de assistên-cia técnica que o IPAM desenvolve em parceria com as organizações locais do assentamento, o INCRA/SR-30, o IDEFLOR, dentre outros.

Um dos esforços feitos são os investimentos em boas práticas para o cultivo da pimenta-do-reino em siste-mas consorciados e solteiros. Dentre as boas práticas, está a produção de mudas sadias utilizando a ponteira

da pimenteira, cujo processo de enraizamento é feito em pequenas estufas que o produtor mesmo confeccio-na em seu lote. Com orientação do senhor Mitinory, do Município de Tomé Açu, novas técnicas na produção e na condução dos pimentais foram introduzidas, apre-sentando bons resultados até o momento. O desa�o agora é superar as di�culdades impostas pelo El Niño, cuja estiagem prolongada afeta não somente a produ-ção de excedente produtivo para comercialização mas também a segurança alimentar das famílias.

Sistemas semi-intensivos de criação de galinha caipira são desenvolvidos com 35 famílias, visando à segurança alimentar e à geração de renda com o exce-dente produtivo. Da mesma forma, a ovinocultura tes-tada em projetos demonstrativos, com duas famílias,

Produtor Jarbas Batista e sua esposa Francineide Viana, PA Moju

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PA MOJU I & II • REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS

3. O DESAFIO DE USO SUSTENTÁVEL DA FLORESTANo PA Moju I e II, como na maioria dos assentamentos

na Amazônia, a �oresta sofre pressão de diferentes inter-venções e interesses, como a atividade agrícola, interesse madeireiro e outros que ocorrem na região.

A falta de ações para o uso sustentável da �oresta cria o risco de ela ser suprimida na unidade produtiva. Nesse sentido, visando trabalhar ações a�rmativas de uso sustentável da �oresta, o PAS desenvolve no PA Moju I e II uma estratégia que envolve uma série de ações para a implementação de projetos demonstrati-vos de manejo �orestal comunitário (MFC).

O projeto demonstrativo mais avançado de manejo �orestal comunitário é desenvolvido na comunidade São Miguel. É uma experiência desa�adora para as famílias envolvidas e serve de parâmetro para a implementação em outras áreas de assentamentos na Amazônia. É um trabalho que tem o desa�o de superar as relações corren-tes entre empresa e comunidade nos diversos dilemas, dentre eles a falta de protagonismo e conhecimento para os assentados realizarem os processos de manejo para utilização racional da �oresta em seus lotes.

Outro desa�o é o aprendizado que possibilite às famílias fazerem a gestão �orestal para a geração pre-sente e futura. Por �m é necessário que a �oresta faça parte da estratégia da unidade familiar como um com-ponente econômico, ambiental e social, buscando a sustentabilidade.

Produção de mudas de pimenta do reino em estufa, PA Moju

já apresentam bom resultados e podem ser replicados para outras famílias.

Outro desa�o da agricultura familiar no PA Moju I e II é a recuperação de áreas degradadas para �ns econômi-cos. Esse processo ocorre com a implantação de sistemas agro�orestais (SAFs) com arranjos que envolvem o culti-vo de frutas regionais como o açaí, cupuaçu e o cacau, além das essências �orestais. No total já foram implanta-dos 19,75 hectares de SAFs visando à recuperação de área degradada com uso alternativo do solo, reserva legal e área de preservação permanente.

2. O DESAFIO DA COGESTÃOA cogestão não é um mecanismo inerente aos pro-

jetos de assentamento tradicionais da Reforma Agrária na Amazônia (PA). É uma proposta nova em teste pelo PAS nos assentamentos de referência na região Oeste do Pará dentre eles o PA Moju I e II. A estrutura de coges-tão do PA Moju I e II envolve três espaços de discussão dos processos de desenvolvimento do assentamento: as associações comunitárias, a central de associações e o grupo de sustentação.

O processo de cogestão em curso no PA Moju I e II tem o desa�o de promover o fortalecimento das organi-zações associativas, da central que integra as associa-ções da área e o grupo de sustentação, que é uma ins-tância colegiadas de participação das lideranças para a discussão de processos efetivos de ações e estratégias de desenvolvimento do território como um todo.

OUTRO DESAFIO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO PA MOJU I E II É A RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PARA FINS ECONÔMICOS. ESSE PROCESSO VEM OCORRENDO ATRAVÉS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFS) COM ARRANJOS QUE ENVOLVEM O CULTIVO DE FRUTAS REGIONAIS

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PA BOM JARDIM E FAMÍLIAS DO PSA

Mercados institucionais, um caminho para a agricultura familiar1. REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL E ORDENAMENTO TERRITORIAL

O trabalho de revisão do Plano de Recuperação do Assentamento (PRA) Bom Jardim começou após o protocolo da sua primeira versão no INCRA. Foram realizados o retorno dos dados as lideranças do PA e realização de 179 novos diagnósticos socioambien-tais, para um levantamento completo da situação do assentamento.

2. VALORIZAÇÃO ECONÔMICA DA FLORESTAA produção de mudas foi ampliada, envolvendo

68 novas famílias, totalizando assim 145 famílias pro-

duzindo mudas de cacau, açaí e essências florestais em viveiros individuais. As sementes utilizadas nes-tes viveiros foram fornecidas por instituições parcei-ras como IDEFLOR, EMBRAPA e CEPLAC.

Dando continuidade ao Programa de Pagamen-to por Serviços Ambientais, foi realizada a primeira etapa do processo de monitoramento contrato de PSA firmado entre o IPAM e as famílias. Os dados do monitoramento de PSA serão discutidos no Grupo de Sustentação do projeto e os próximos pagamentos se-rão realizados nos valores ajustados, de acordo com os resultados do monitoramento.

Seminário em Mercados Institucionais

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PA BOM JARDIM E FAMÍLIAS DO PSA

3. AUMENTO DA PRODUTIVIDADE NAS ÁREAS JÁ ABERTAS

Nas atividades de recuperação de áreas alteradas para utilização com �ns econômicos, destacaram-se ro-ças mecanizadas, recuperação de pastagens com o uso de mecanização e aplicação de herbicidas, construção de cercas elétricas e convencionais para manejo da pas-tagem, construção de aviário para criação de galinhas, plantio e recuperação de culturas perenes como cacau, maracujá e açaí e construção de tanque de piscicultura.

O apoio para as atividades é realizado por meio do fornecimento de equipamentos e insumos bem como horas-máquinas e assistência técnica.

Foram ainda realizadas novas coletas de solos para a orientação das práticas de calagem e adubação de di-versas atividades produtivas.

Também foi ampliado o número de bolsistas, in-cluindo alunos da Casa Familiar Rural de Senador José Porfírio, inaugurada no �nal de ano de 2014 e novos bolsistas foram selecionados e inseridos no PAS. Com isso, houve um aumento no número de bolsas de 12 para 16 alunos, sendo cinco estudantes em Senador José Porfírio, cinco em Pacajá e seis em Anapu.

4. AGREGAÇÃO DE VALOR NAS CADEIAS PRODUTIVAS DOS ASSENTAMENTOS

Buscando fortalecer o debate sobre o processo de comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar, foram realizados três seminários municipais sobre mercados institucionais nos municípios de Paca-já, Anapu e Senador José Porfírio, nos dias 15, 16 e 17 de setembro, respectivamente.

5. FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE GESTÃO DOS ASSENTAMENTOS

No contexto de fortalecimento da capacidade de gestão dos assentamentos, foram realizadas reuniões com as entidades parceiras do PAS, como a FVPP, FE-TAGRI Transamazônica, STTRs, entre outros. Dentre elas, foram realizadas duas reuniões com as lideran-ças do PA Bom Jardim para discutir o andamento das atividades.

Foi ainda realizada uma reunião do grupo de sus-tentação e mais três reuniões em cada município sobre o andamento do projeto até aquele momento:

• Senador José Profírio – Reunião com as famí-lias de PSA dos grupos Tarumã, Arapari e Canoé em 18 de março de 2015;

• Pacajá – Reunião com as famílias de PSA nos grupos São Vicente, Aparecida, Terra Pica, Paca-já, km 338 e Bom Jardim em 19 de março de 2015;

• Anapu – Reunião com as famílias dos grupos Pilão Poente, Nova Canaã e Surubim em 20 de março de 2015.

No período também foi firmada parceria com o SE-BRAE, que realizou 13 oficinas sobre como liderar no campo e como controlar o dinheiro capacitando 149 famílias.

6. DISSEMINAÇÃOO projeto intensi�cou as atividades de capacitação.

Ao total foram realizadas 19 capacitações, entre cur-sos, o�cinas e dias de campo, preparando mais de 350 famílias de produtores nos temas: Enxertia de frutífe-ras, horticultura, cultivo de açaí, produção de bovinos de corte e leite, criação de peixes, produção em áreas mecanizadas, cultivo de pimenta-do-reino e manejo de cacau. Os eventos contaram com a participação de agricultores, membros de suas famílias, estudantes bol-sistas das Casas Familiares Rurais e técnicos do IPAM. Também foi realizada uma o�cina sobre crédito rural no PA Bom Jardim.

7. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOSDe 28 de setembro a 1o de outubro, quatro agriculto-

res da região participaram do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado em Belém-PA, representan-do o Projeto Assentamentos Sustentáveis.

A PRODUÇÃO DE MUDAS FOI AMPLIADA, ENVOLVENDO 68 NOVAS, TOTALIZANDO ASSIM 145 FAMÍLIAS PRODUZINDO MUDAS DE CACAU, AÇAÍ E ESSÊNCIAS FLORESTAIS EM VIVEIROS INDIVIDUAIS.

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Participação de assentados do PA Cristalino II no intercâmbio no 7º Festival do Cacau

PA CRISTALINO II • TERRITÓRIO BR 163

Ater, capacitações e gestão compartilhada: o PA Cristalino II rumo ao desenvolvimento sustentável

O Projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia (PAS) viabilizou no período de março a setembro

de 2015 ações que contribuem para uma re�exão dos as-sentados sobre os desa�os e as possibilidades de tornar o Projeto de Assentamento Cristalino II uma referência de boas práticas produtivas e sociais.

1. CURSO DE CAPACITAÇÃO EM GESTÃO DE ASSOCIAÇÕES

Em junho de 2015 foi realizado na comunidade Goiabal o Curso de Capacitação em Gestão de Associações do PA Cristalino II. O evento contou com a participação de mem-bros das diretorias e sócios de associações, entidades par-ceiras e equipe técnica, totalizando 31 pessoas.

2. OFICINA SOBRE ELABORAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS

A o�cina sobre elaboração e gestão de projetos foi realizada na comunidade Santa Inês, no PA Cristalino II, também em junho de 2015, em função de demandas das associações para elaboração de projetos. Um exem-plo foi a oportunidade de apresentação de propostas para Edital de Seleção Pública no 2015/008 – Juventude Rural: Seleção Pública de Projetos Visando ao Fortaleci-mento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural de Base Familiar, lançado pela Fundação Banco do Brasil - FBB em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, bem como para o Edital Fundo DEMA.

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PA CRISTALINO II • TERRITÓRIO BR 163

A o�cina contou com a participação de jovens agri-cultores familiares e lideranças do PA Cristalino II e foi realizada em parceria com SINTTRAF Alto Tapajós.

3. INTERCÂMBIO NO 7º VICINAL DO CACAUAssentados do PA Cristalino II participaram de um

intercâmbio durante o 7o Festival do Cacau da Comu-nidade Monte Dourado, em Itaituba, que ocorreu em agosto de 2015. A região conhecida como Vicinal do Ca-cau, onde é realizado o festival todos os anos, possui mais de 600 mil pés de cacaueiros plantados por meio de sistemas agro�orestais, dos quais mais 160 mil estão em produção. Os assentados do PA Cristalino II partici-param em dois momentos. O primeiro foi uma visita à propriedade do casal sr. Francisco e sra. Inete de Lima, que tem como base produtiva o cacau e o açaí. O segun-do ocorreu no espaço onde o festival acontece: os as-sentados do PA Cristalino II conheceram a diversidade de produção, as formas de organização de um festival, conversaram com lideranças sobre as etapas e os desa-�os de realização de um evento desse porte.

4. GESTÃO COMPARTILHADAA cogestão no PA Cristalino II foi liderada no perío-

do de março a setembro de 2015 pelo Grupo de Susten-tação do assentamento, que realizou diversas reuniões, visando acelerar seu processo de desenvolvimento.

Dentre as ações vale destacar:

• Reunião de nivelamento entre INCRA, CON-SULTE, IPAM E GRUPO DE SUSTENTAÇÃO para de�nir uma estratégia de ATER no PA Cristali-no II, tendo em vista a contratação da empresa CONSULTE no âmbito da chamada pública da SR (30) /STM nº 01/2014, sendo esta a vencedora do lote III para prestar ATER no PA Cristalino II e mais três assentamentos do entorno;

• Deliberação e escolha do o agente mobilizador do PA Cristalino II;

• Entidades internas do PA e IPAM realizaram uma reunião de planejamento das associações e dis-cutiram pontos de interesse dos assentados e das entidades como: i) situação do crédito inicial para famílias que entraram em RB; ii) realização do curso sobre gestão das associações; iii) infraestru-tura do mobilizador; iv) apoio à infraestrutura da

ADESAF; v) situação documental e funcional das associações e vi) estratégia de implementação dos sistemas de abastecimento de água individuais;

• O GS reuniu-se com o objetivo de nivelar as ações desenvolvidas no âmbito dos projetos PAS e Nossa Água no PA Cristalino II, avaliar a atu-ação do Grupo de Sustentação e de�nir agenda até o �nal do ano de 2015;

• No dia 3 de setembro de 2015, uma comissão do GS se reuniu em Itaituba para propor uma mi-nuta de Regimento Interno do Grupo de Susten-tação do PA Cristalino II. Foi proposto pela co-missão que O GRUPO DE SUSTENTAÇÃO DO PA CRISTALINO II “é a instância de Controle Social do Projeto de Assentamento Cristalino II, sendo responsável por demandar, coordenar, executar e monitorar as políticas públicas, projetos, pro-gramas e ações de desenvolvimento sócio, eco-nômico e ambiental a serem implementadas no referido Projeto de Assentamento”;

• A associação ADESAF recebeu um conjunto de itens de escritório como mesa, cadeiras, armá-rios e computador.

5. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL 42 famílias receberam ATER. No total foram reali-

zadas 135 visitas aos lotes das famílias assentadas no PA Cristalino II. Nas visitas, a equipe técnica do PAS aborda aspectos relacionados aos sistemas produtivos priorizados no PA Cristalino, conforme os critérios e prioridades estabelecidas no plano de uso (PU) de cada família. No período, a equipe prestou ATER acerca dos seguintes sistemas produtivos: avicultura (galinha cai-pira); intensi�cação da pecuária; sistemas agro�ores-tais – SAFs; cultura da mandioca (instalação de casas de farinha); horta e pimenta-do-reino.

6. CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR) – PA CRISTALINO II

Após os resultados da revisão ocupacional do PA Cris-talino II, 18 famílias foram recomendadas para serem inseridas como bene�ciárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) pelos servidores responsáveis pela vistoria realizada no assentamento. Dessas, 15 foram inseridas no PAS, totalizando 57 CARs emitidos pelo pro-jeto no PA Cristalino II.

O INSTITUTO DE PESQUISA AMBIENTAL DA AMAZÔNIA (IPAM) é uma organização de pesquisa científica, não-governamental e sem fins lucrativos que, há 17 anos, trabalha por um desenvolvimento sustentável da Amazônia que seja pautado pelo crescimento econômico, justiça social e proteção da integridade funcional dos ecossistemas da região.ENDEREÇOS – Anapu: Rua 5, s/n, Bairro Paraná, Anapu (PA), CEP: 70.300-902. Email: [email protected]. Belém (Sede): Trav. Mau-riti, 3398, Altos, Bairro Marco, Belém (PA), CEP: 66093-180. Tel.: (91) 3239-6500. Altamira: Rua Floriano Peixoto, 3338, Bairro Esplanada do Xingu, Altamira (PA), CEP: 68.372-862. Tel.: (93) 3515-3510. Bra-sília: SHIN CA 5, Bloco J2, Sala 309, Bairro Lago Norte, Brasília (DF), CEP: 71503-505. Tel.: (61) 3468-2206 / 2109-4150. Canarana: Rua Horizontina, 104, Bairro Centro, Canarana (MT), CEP: 78640-000. Tel.: (66) 3478-3631. Cuiabá: Avenida Historiador Rubens de Men-donça, 990, Sala 902, Bairro Baú, Cuiabá (MT), CEP: 78.008-900. Tel.: (65) 3621-3109. Itaituba: Rua Lázaro de Almeida Baima, 791 (2ª Rua), Jardim das Araras, Itaituba (PA), CEP: 68.180-110. Tel.: (93) 3518-1688. Rio Branco: Rua Alvorada, 211, 1º Piso, sala 101, Bairro Bosque, Rio Branco (AC), CEP: 69915-002. Tel.: (68) 3224-8316. San-tarém: Av. Rui Barbosa, 136, Bairro Prainha, Santarém (PA), CEP: 68005-080. Tel.: (93) 3522-5538 / 3522-5285

A FUNDAÇÃO VIVER PRODUZIR E PRESERVAR (FVPP) é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1991 por iniciativa de agricultores familiares e movimentos populares da região da Transamazônica e Xingu no oeste do Pará . Desde a sua fundação, se mantém articulada com os movimentos sociais da Amazônia e do país, na proposição e execução de projetos identificados com uma visão sustentável de desenvolvimento. ENDEREÇO: Rua Anchieta, 2092, Altamira (PA). CEP: 68.371-272. Tel: (93) 3515-2406

O INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA (INCRA) é uma autarquia federal criada pelo Decreto nº 1.110, de 9 de julho de 1970, com a missão prioritária de realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União. ENDEREÇO: SBN Qd. 01, Bloco D, Edifício Palácio do Desenvolvimento, Brasília (DF). CEP: 70.057-900. Tel: (61) 3411-7474

O Projeto Assentamentos Sus tentáveis na Amazônia conta com três grupos de sustentação, situados um em cada território de abran-gência do projeto. Esses grupos são compostos por sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais e associações de produtores, entre outras entidades que representam as famílias assentadas e demais atores envolvidos nas atividades. Tem como objetivo contribuir para o processo de gestão do desenvolvimento dos assentamentos.

Projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia

ESSE PROJETO RECEBE RECURSOS DO APOIO

PARCEIROS EM ALTAMIRA

PARCEIROS EM ITAITUBA

PARCEIROS EM SANTARÉM

ASCRAN (ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA RURAL ANAPUENSE)

IDEFLOR (INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO FLORETAL

DO ESTADO DO PARÁ)

STTR AVEIRO (SINDICATO DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS

RURAIS DE AVEIRO)

APRUC II (ASSOCIAÇÃO DOS PEQUENOS E MÉDIOS PRODUTORES

RURAIS DO CRISTALINO II)

ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES FAMILIARES DA COMUNIDADE SANTA

INEZ PA CRISTALINO II – ASSOCIAÇÃO SANTA INEZ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANAPU

PREFEITURA MUNICIPAL DE PACAJÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE SENADOR JOSÉ PORFÍRIO

AGRIFCC (ASSOCIAÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DO CANOÉ E CUTIÃO)

CIDS (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

DA TRANSAMAZÔNIA E XINGU)

STTR SANTARÉM (SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

RURAIS DE SANTARÉM):

STTR MOJUI DOS CAMPOS (SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

RURAIS DE MOJUI DOS CAMPOS):

STTR BELTERRRA (SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

RURAIS DE BELTERRA):

REALIZAÇÃO PARCERIA