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50 SETEMBRO/OUTUBRO 2013 ADERNO ESPECIAL C Networking: uma competência profissional chave O networking costumava ser visto com um skill de vendas ou de procura de emprego. Hoje é visto como uma com- petência profissional chave, necessária para quase todas as pessoas, em todos os níveis, em praticamente todas as funções. Assiste-se hoje a uma mudança na ges- tão das organizações, de modelos tradi- cionais, assentes num sistema que tem como foco o comando, o controlo e o alinhamento, para um modelo que dá melhores respostas aos desafios contem- porâneos: a gestão ágil. Este novo mode- lo de gestão coloca o seu foco em con- seguir rapidez de ação para servir os clientes. Neste último, a equipa de ges- tão deverá conseguir inspirar a criação de adaptabilidade, inovação e colaboração (Bersin by Deloitte, 2013). Para atingir estes objetivos, é neces- sário ter colaboradores orientados para as relações internas e externas. A este tipo de equipa, que potencia os objetivos organizacionais, tais como o desenvolvi- mento de negócio, a execução da estra- tégia, a inovação, a comunicação inter- na e a competitividade, nós chamamos uma NOW (Network Oriented Work- force©). Uma NOW é uma equipa organiza- cional, constituída por profissionais que, por sua livre iniciativa e intencional- mente, criam ligações estratégicas, têm conversas significativas e colaboram com os colegas, parceiros e restantes stake- holders. Estes comportamentos permi- tem-lhes identificar pontos e interesses em comum, bem como necessidades, per- mitindo-lhes trocar informações, recur- sos, apoios e acessos a comportamentos que criam valor para eles e para os outros, dentro e fora da sua organização. Vejamos algumas áreas onde os bene- fícios do networking interno e externo estão já identificados: Aprendizagem e conhecimento: vários autores defendem que cerca de 70% do que as pessoas sabem acerca do seu tra- balho aprendem-no através das intera- ções diárias com os colegas e outros profissionais. As relações são funda- mentais para a obtenção de informa- ção, resolução de problemas e apren- dizagem, porque «quem se conhece» acaba por ter um impacto significativo em «o que se sabe»; Produtividade: num mundo tão tecno- logicamente avançado, seríamos leva- dos a pensar que os relacionamentos face a face são opcionais; no entanto, os dados provam que não é assim. Num estudo recente do MIT − Massachu- setts Institute of Technology, aferiu-se que os colaboradores com as redes de contactos digitais mais extensas (fer- ramentas sociais da web 2.0) eram 7% mais produtivos. No entanto, na mes- ma organização, os colaboradores com redes de contactos físicas (face a face) mais coesas foram 30% mais produti- vos; Satisfação e retenção de colaborado- res: num estudo recente, 73% dos cola- boradores disseram consistentemen- te que uma das coisas que contribuiria para a sua satisfação e manutenção no trabalho atual e, portanto, que deseja- vam era as empresas lhes proporciona- rem a possibilidade de expandir a sua rede de contactos profissionais interna e externa. No entanto, só 35% disseram estar satisfeitos com o que as empresas faziam para isso; Melhor gestão: segundo o Academy of Management Journal, os gestores bem- -sucedidos fazem 70% mais network- ing do que os menos bem-sucedidos. Além dos anteriores, estão também já identificados outros benefícios da ges- tão das relações, em áreas como as ven- das, exportações, orientação e indução no posto de trabalho (acolhimento de novos colaboradores), integração e ges- tão da diversidade, inovação, criativida- de e recrutamento. A tarefa de capacitar as pessoas com as competências necessárias para criarem uma camada pessoal de confiança den- tro e fora das suas organizações e expan- dir fronteiras departamentais e organiza- cionais é um dos melhores investimentos nas pessoas que os gestores podem fazer. Falo em capacitar porque não basta gerar o contexto e a cultura corporativa para que isso aconteça (o que já não é um pequeno avanço), mas é também abso- lutamente imperativo dotar os colabora- dores das competências necessárias para poderem criar, cultivar e capitalizar as relações. Qualquer profissional pode aprender as competências de networking e é justa- mente essa facilitação que disponibiliza- mos aos nossos clientes. Até (desejavelmente) muito breve. Valter Alcoforado Barreira Executive director da Knowing Counts [email protected]

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50 SETEMBRO/OUTUBRO 2013

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ADERNO ESPECIALC

Networking: uma competência profissional chave O networking costumava ser visto com um skill de vendas ou de procura de emprego. Hoje é visto como uma com-petência profissional chave, necessária para quase todas as pessoas, em todos os níveis, em praticamente todas as funções.

Assiste-se hoje a uma mudança na ges-tão das organizações, de modelos tradi-cionais, assentes num sistema que tem como foco o comando, o controlo e o alinhamento, para um modelo que dá melhores respostas aos desafios contem-porâneos: a gestão ágil. Este novo mode-lo de gestão coloca o seu foco em con-seguir rapidez de ação para servir os clientes. Neste último, a equipa de ges-tão deverá conseguir inspirar a criação de adaptabilidade, inovação e colaboração (Bersin by Deloitte, 2013).

Para atingir estes objetivos, é neces-sário ter colaboradores orientados para as relações internas e externas. A este tipo de equipa, que potencia os objetivos organizacionais, tais como o desenvolvi-mento de negócio, a execução da estra-tégia, a inovação, a comunicação inter-na e a competitividade, nós chamamos uma NOW (Network Oriented Work-force©).

Uma NOW é uma equipa organiza-cional, constituída por profissionais que, por sua livre iniciativa e intencional-mente, criam ligações estratégicas, têm

conversas significativas e colaboram com os colegas, parceiros e restantes stake-holders. Estes comportamentos permi-tem-lhes identificar pontos e interesses em comum, bem como necessidades, per-mitindo-lhes trocar informações, recur-sos, apoios e acessos a comportamentos que criam valor para eles e para os outros, dentro e fora da sua organização.

Vejamos algumas áreas onde os bene-fícios do networking interno e externo estão já identificados:• Aprendizagem e conhecimento: vários

autores defendem que cerca de 70% do que as pessoas sabem acerca do seu tra-balho aprendem-no através das intera-ções diárias com os colegas e outros profissionais. As relações são funda-mentais para a obtenção de informa-ção, resolução de problemas e apren-dizagem, porque «quem se conhece» acaba por ter um impacto significativo em «o que se sabe»;

• Produtividade: num mundo tão tecno-logicamente avançado, seríamos leva-dos a pensar que os relacionamentos face a face são opcionais; no entanto, os dados provam que não é assim. Num estudo recente do MIT − Massachu-setts Institute of Technology, aferiu-se que os colaboradores com as redes de contactos digitais mais extensas (fer-ramentas sociais da web 2.0) eram 7% mais produtivos. No entanto, na mes-ma organização, os colaboradores com redes de contactos físicas (face a face) mais coesas foram 30% mais produti-vos;

• Satisfação e retenção de colaborado-res: num estudo recente, 73% dos cola-boradores disseram consistentemen-te que uma das coisas que contribuiria para a sua satisfação e manutenção no

trabalho atual e, portanto, que deseja-vam era as empresas lhes proporciona-rem a possibilidade de expandir a sua rede de contactos profissionais interna e externa. No entanto, só 35% disseram estar satisfeitos com o que as empresas faziam para isso;

• Melhor gestão: segundo o Academy of Management Journal, os gestores bem--sucedidos fazem 70% mais network-ing do que os menos bem-sucedidos.Além dos anteriores, estão também já

identificados outros benefícios da ges-tão das relações, em áreas como as ven-das, exportações, orientação e indução no posto de trabalho (acolhimento de novos colaboradores), integração e ges-tão da diversidade, inovação, criativida-de e recrutamento.

A tarefa de capacitar as pessoas com as competências necessárias para criarem uma camada pessoal de confiança den-tro e fora das suas organizações e expan-dir fronteiras departamentais e organiza-cionais é um dos melhores investimentos nas pessoas que os gestores podem fazer. Falo em capacitar porque não basta gerar o contexto e a cultura corporativa para que isso aconteça (o que já não é um pequeno avanço), mas é também abso-lutamente imperativo dotar os colabora-dores das competências necessárias para poderem criar, cultivar e capitalizar as relações.

Qualquer profissional pode aprender as competências de networking e é justa-mente essa facilitação que disponibiliza-mos aos nossos clientes.

Até (desejavelmente) muito breve.

Valter Alcoforado BarreiraExecutive director da Knowing [email protected]