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Noções de Direito Administrativo – INSS: Técnico do Seguro Social

Professor: André Barbieri

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Apresentação

Salve, Salve! Seja muito bem-vindo! Seja muito bem-vinda!

Meu nome é André Barbieri, sou professor de Direito Administrativo há mais de sete

anos, sempre na preparação daqueles que ontem eram concurseiros e, hoje, após

muita dedicação e perseverança são agentes públicos. Dessa forma, a busca pela

melhor preparação para você é uma meta diária! Minha formação acadêmica sempre

foi voltada para o Direito Público (três especializações e um mestrado), bem como

toda à atividade docente voltada para esse apaixonante ramo do Direito.

É com grande satisfação e felicidade que começamos os estudos para esse grande

concurso do INSS, tendo em vista a remuneração, o alto número de vagas, uma banca

examinadora que, tanto pode ser o CESPE/UNB quanto a FCC – tendo em vista os

últimos concursos – mas, de qualquer forma, podem ser perfeitamente mapeadas e

estudadas para uma otimização dos seus estudos pois, ao final, o que mais desejo é a

sua vitória! Lembre-se, há apenas uma forma de não conquistar sua aprovação no

concurso público...desistindo e, com toda sinceridade, nem cogito isso para você!

Quantos foram os objetivos já conquistados na sua vida?! Diversos! Então, esse será

mais um!

Para conquistarmos sua aprovação quero que saiba que as nossas aulas de Direito

Administrativo abordarão o edital de forma precisa, sempre tendo em vista o foco da

banca organizadora (CESPE/UNB ou FCC são as mais prováveis) que, nesse caso,

como você bem sabe, existem perguntas e “pegadinhas” peculiares, razão pela qual

os estudos serão acompanhados (sempre) da resolução dos exercícios. Somado ao

conteúdo doutrinário e aos exercícios teremos inúmeros macetinhos, esquemas e

resumos para otimizar seu estudo, reunindo sempre as informações essenciais

daquele ponto.

A partir do estudo das últimas provas, bem como da reunião de toda a estatística

prometo, de todo o meu coração: você terá o melhor curso preparatório para o INSS!!!

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Ah, por falar nisso, lembra da nossa primeira aula e o que combinamos?! Não pode

ficar com dúvida, seja ela qual for. Por isso, esteja à vontade para solucionar seus

questionamentos e, se preferir, poderemos utilizar do facebook, acesse minha página

(www.facebook.com/professorandrebarbieri), clique em curtir e, do que precisar, está

em casa!

Um grande abraço, ótimos estudos, sucesso em sua vida e fica com Deus!!!

Prof. Barbieri

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Assunto: Agentes Públicos

Tema: Agentes Públicos (Teoria Geral)

1. Conceito

Vamos lá! Primeiro de tudo, quem é considerado agente público?

Será agente público toda e qualquer pessoa que atue em nome do Estado. Em outras

palavras, a compreensão é ampla e, dessa forma, quer seja com aprovação prévia

em concurso público (ou não), de forma remunerada (ou não) e com vínculo duradouro

(ou não), aquele que prestar um serviço ou exercer uma função, em nome do Estado,

será considerado agente público.

Um bom artigo para realizar a leitura é o artigo 2º da Lei 8.429/92 (Lei da Improbidade

Administrativa):

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que

exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,

designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,

mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo

anterior.

Você deve perguntar: Barbieri, mas, como compreender esse tema tendo em vista um

conceito tão amplo?! Pois é, por isso precisamos estudar a classificação e todos os

seus desdobramentos.

2. Classificação

Dentro dos agentes públicos (gênero) temos três espécies (agentes políticos, agentes

administrativos e particulares em colaboração com o Estado).

Os Agentes Políticos são aqueles que exercem função política, ou seja, estão no

topo da estrutura do Estado, possuem competência constitucional ou legal e,

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geralmente, eleitos. Assim, serão considerados agentes políticos os eleitos, os

secretários de Estado, os Ministros de Estado, os membros do Ministério Público e

membros do Poder Judiciário

Cuidado: A súmula vinculante n.º 13 (que fala do nepotismo) não se aplica aos

agentes políticos, pois a nomeação, nesses casos, é um ato político. Lembra do

exemplo que falei em sala? Se eu for o Governador do Estado a Clara, minha filha,

pode sim ser nomeada para ser a Secretária de Estado.

Os Agentes Administrativos estão ligados com o Estado por um vínculo e,

justamente este vínculo é quem determina suas características. Assim, temos o

celetista, o estatutário e o temporário.

Celetista: O vínculo é contratual e os direitos e obrigações estão estabelecidos

no contrato de emprego que firmou com o Estado. Muito cuidado porque jamais

adquirem estabilidade. A súmula 390 do TST não é aplicada. O celetista é detentor

de EMPREGO PÚBLICO.

Estatutário: O vínculo é legal, uma vez que todos os direitos e obrigações

estão estabelecidos na lei contrato, mas na Lei. AO contrário do celetista, o estatutário

pode adquirir estabilidade. Mas, a parte ruim é que o estatutário não terá direito

adquirido, pois, mudou a lei mudou o vínculo com o Estado. Podem adquirir

estabilidade, mas cuidado que a estabilidade é somente para os detentores de cargos

efetivos, não em cargos em comissão. Uma vez estável poderá perder a estabilidade

por: PAD, avaliações periódicas de desempenho, sentença judicial transitada em

julgada e o corte de despesa pública (artigo 169, §4º, CF). O estatutário é detentor de

CARGO PÚBLICO.

Cuidado: Lembrar que a licença prêmio não existe mais na esfera federal.

Cuidado: o prazo de validade do concurso público é de ATÉ 2 anos, prorrogável uma

única vez, por igual período.

Temporários: contratados com base no artigo 37, IX, CF, sempre tendo em

vista uma serviço temporário, com interesse público e prestado em hipóteses

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excepcionais, ou seja, em momentos de anomalia. O temporário é detentor de

FUNÇÃO PÚBLICA.

Olha o que diz o artigo 37, inciso IX, da CF:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para

atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

Cuidado: Não pode contratar temporário no lugar da nomeação daquele aprovado

mediante concurso público para exercer o mesmo cargo/função.

Os Particulares em Colaboração com o Estado não possuem vínculo administrativo

com o Estado (uma vez que são particulares), mas são considerados agentes públicos

pois atuam em nome do Estado. Podem ser designados/honoríficos, voluntários,

credenciados e delegados.

3. Vitaliciedade e estabilidade

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores

nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de

lei complementar, assegurada ampla defesa.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos

em lei complementar.

(...)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,

durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em

comissão e funções de confiança;

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II - exoneração dos servidores não estáveis.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem

suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar

referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato

normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o

órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a

indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será

considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com

atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na

efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

A vitaliciedade é somente para os membros da Magistratura, Ministério Público e

Tribunal de Contas, tendo um prazo de estágio probatório de 2 anos. A vitaliciedade

somente será perdida por sentença judicial transitada em julgado.

Por sua vez, muito cuidado com a estabilidade, pois o prazo de estágio probatório

passa a ser de 3 anos. Para adquirir a estabilidade precisa somar: aprovação prévia

em concurso público (requisito óbvio) + 3 anos de exercício (estágio probatório) +

avaliação especial de desempenho.

Barbieri, quais são as hipóteses pelas quais se perde a estabilidade?

A estabilidade pode ser perdida por sentença judicial transitada em julgado, PAD,

avaliação periódica de desempenho e o corte de despesas públicas (artigo 169, §4º,

CF).

Cuidado: Existem duas avaliações de desempenho, quais sejam: a avaliação especial

de desempenho que concede a estabilidade e a avaliação periódica de desempenho

que, se reprovado, perderá a estabilidade.

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4. Direito de greve e sindicalização do servidor

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,

também, ao seguinte:

(...)

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei

específica;

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela

Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas

com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente

da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes

constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

(...)

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-

lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

(...)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

Tema fácil e muito importante.

Vale lembrar que o servidor público civil tem direito de greve e de sindicalização.

Cuidado: O militar não tem direito de greve e nem de sindicalização.

Porém, quanto o direito de greve do servidor público civil, tal direito é garantido

constitucionalmente, porém, até hoje não há norma que regulamente o exercício desse

direito. Sendo assim, o STF mandou aplicar a lei geral de greve do particular para o

servidor público civil, NAQUILO QUE FOR CABÍVEL!

Lembra da nossa aula?! O servidor público civil ligado na prestação de um serviço

público essencial não poderá paralisar a prestação desse serviço de forma completa.

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Ex: um hospital público não pode paralisar integralmente suas atividades, pois, as

cirurgias e atendimentos emergenciais deverão continuar.

Assunto: Agentes Públicos

Tema: Agentes Públicos (Lei 8.112/90)

Assim inicia o texto da Lei 8.112/90:

Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da

União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações

públicas federais.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em

cargo público.

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas

na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são

criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres

públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em

lei.

1. Quais são os requisitos para ser servidor público federal?

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos

estabelecidos em lei.

§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se

inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam

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compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão

reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais

poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros,

de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

Ser brasileiro (nato ou naturalizado) + 18 anos de idade + quitação militar e eleitoral +

gozo dos direitos políticos + nível de escolaridade para o cargo + aptidão física e

mental para o exercício do cargo

Cuidado: o estrangeiro pode ingressar na Administração a partir das Universidades

Públicas e Instituições de Pesquisas (Cientistas, Técnicos, Professores...), desde que

respeite os requisitos da lei.

Olha o que determina o artigo 37, Inciso I, da CF:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que

preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na

forma da lei.

2. Portadores de Deficiência (Necessidades Especiais)

O máximo de reserva de vagas para quem tem necessidade especial (portador de

deficiência) será de até 20 % das vagas. A lei 8.112/90 não fala do mínimo, por isso o

STJ estabeleceu que o mínimo será de5% das vagas para o cargo.

3. Provimentos

a) Originário: é o primeiro provimento na carreira, não no serviço público. O único

existente hoje no Brasil é a nomeação.

Cuidado: A investidura no cargo se dá com a posse.

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Cuidado: Uma vez nomeado tem o prazo máximo de 30 dias para tomar posse,

inclusive com procuração com poderes específicos. Tomou posse, então tem até 15

dias para entrar em exercício.

Barbieri, o que acontece se: o servidor foi nomeado e não tomou posse? E se o

servidor tomou posse, mas não entrou em exercício? No primeiro caso a

nomeação fica sem efeito, no segundo caso o servidor será exonerado! Não caia na

pegadinha que o servidor será “demitido”; lembre que a demissão (na Administração

Pública) tem conteúdo de sanção/punição.

b) Derivado: agora falamos da promoção, readaptação, reversão, reintegração,

recondução e aproveitamento.

Cuidado: A transferência e ascensão (acesso) foram declarados inconstitucionais.

Promoção: alternadamente por antiguidade e merecimento. É o chamado

provimento vertical. Precisa ter cargo vago.

Readaptação: é o provimento horizontal e ocorre quando o servidor sofrer

limitação na capacidade física ou mental. A readaptação não depende de cargo vago,

pois fica como excedente.

Reversão: é a volta do servidor aposentado. Quando não mais existir o motivo

para a aposentadoria ocorrerá a reversão. O máximo da reversão é a idade de 70

anos.

Reintegração (tem que ser estável): é o retorno do cargo público do servidor

em razão da anulação do ato de demissão. A reintegração, automaticamente, acarreta

o direito do recebimento da verba indenizatória.

Recondução (tem que ser estável): tanto pode acontecer quando estiver no

contexto da reintegração como, também, não for apto no estágio probatório de outro

cargo. Na recondução não existe indenização.

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Aproveitamento (tem que ser estável): é o retorno daquele que estava em

disponibilidade.

Cuidado: A disponibilidade é remunerada proporcionalmente ao tempo de serviço do

servidor.

4. Vacância

A promoção e a readaptação são hipóteses de vacância e, também, de provimento, as

demais são: falecimento, aposentadoria, promoção, readaptação, demissão,

exoneração e posse em outro cargo inacumulável.

5. Acumulação lícita/remunerada na Administração Pública

Vamos lembrar? A regra é que não pode acumular!

Mas, excepcionalmente, desde que tenha disponibilidade de horário e respeite o teto

remuneratório do STF é possível acumular nas seguintes hipóteses SOMENTE:

1º. 2 cargos de professor;

2º. 2 cargos da área da saúde, com profissão regulamentada;

3º. 1 cargo de professor com outro cargo de técnico/pesquisador;

4º 1 juiz + 1 professor

5º 1 promotor + 1 professor

6º 1 efetivo + 1 vereador

6. Exercício de mandato eletivo

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no

exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de

seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou

função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

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III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,

perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da

remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a

norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato

eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto

para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores

serão determinados como se no exercício estivesse.

Uma vez servidor e detentor de mandato eletivo a situação será assim:

Se o mandato for federal, estadual ou distrital o servidor deverá se afastar do cargo

e da respectiva remuneração e exercer o mandato.

Se o mandato for municipal pode ser para prefeito ou para vereador. Se prefeito

deverá se afastar do cargo e optar pela remuneração. Se vereador existirá um novo

desdobramento:

7. Remoção e redistribuição de cargos

A Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, desde que seja

dentro do mesmo Poder. A redistribuição ocorre sempre no interesse da Administração

Pública.

Cuidado: Não existe distribuição a pedido, pois o que se analisa é o cargo.

Na Remoção ocorre o deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de carreira,

podendo mudar de sede ou não. A remoção pode ser de ofício (no interesse da

Administração) ou a pedido (a critério da Administração, mas a pedido do servidor).

Cuidado: Como regra a remoção é sempre discricionária

Lembra das nossas aulas?! Se existe regra é porque existe exceção! No caso da

remoção existem 3 exceções, em outras palavras, o servidor vai pedir para ser

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removido e à Administração Pública deverá removê-lo. São essas as exceções

mencionadas:

1ª. Deslocamento do cônjuge do servidor que foi deslocado de ofício no

interesse da Administração (desde que tenha coabitação e os dois sejam servidores).

2ª. Por motivo de saúde do próprio servidor, do cônjuge ou de dependente

econômico dele.

3ª. Concurso de remoção (concurso interno realizado quando existem mais

interessados na vaga do que vagas disponíveis).

Vamos resolver questões... Olha como esse tema foi cobrado na prova de 2012

(CESPE/UNB)

01. Cargos públicos, segundo a Constituição Federal,

(A) são preenchidos apenas por candidatos aprovados em concurso público de provas

e títulos.

(B) podem ser acumulados, inclusive de forma remunerada, na hipótese de serem dois

cargos de professor com outro, técnico ou científico, desde que haja compatibilidade

de horários.

(C) impedem que o servidor público civil exerça o direito à livre associação sindical.

(D) em nenhuma hipótese são acessíveis a estrangeiros.

(E) proporcionam estabilidade ao servidor nomeado em caráter efetivo, após três anos

de efetivo exercício e mediante avaliação especial de desempenho por comissão

instituída para essa finalidade.

COMENTÁRIOS...

01. Letra B. Literalidade da Constituição Federal.... Artigo 37, inciso XVI, CF.

Agora, vamos resolver questões do CESPE/UNB e da FCC sobre os assuntos

estudados... Lembre-se: todas as questões são das provas desse ano (2014), ou

seja, temos aqui uma tendência de cobrança na sua prova do INSS!!!

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01. Acerca dos agentes públicos e do processo administrativo disciplinar, julgue o item

seguinte.

A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável incluem-se entre

os fatos que geram a situação de vacância do cargo público.

( ) Certo ( ) Errado

02. No que concerne ao regime jurídico do servidor público federal, julgue os próximos

itens.

A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia

habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em algumas

situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente.

( ) Certo ( ) Errado

03. Em relação ao regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue os itens

subsequentes.

A posse do servidor público nomeado, que pode ocorrer mediante procuração

específica, deve acontecer no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de

provimento, sendo, ainda, conferidos ao servidor mais trinta dias para entrar em

exercício no cargo.

( ) Certo ( ) Errado

04. Claudio, servidor público federal ocupante de cargo efetivo, foi colocado em

disponibilidade em face da extinção do órgão no qual estava lotado. Posteriormente, o

Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinou o imediato provimento, por

Cláudio, de vaga aberta junto a outro órgão da Administração pública federal. De

acordo com as disposições da Lei no8.112/90, referida situação caracteriza

a) aproveitamento, cabível desde que se trate de cargo com vencimentos e atribuições

compatíveis com o anteriormente ocupado pelo servidor.

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b) recondução, obrigatória apenas se o servidor estiver em disponibilidade há menos

de 5 (cinco) anos.

c) reintegração, somente obrigatória em se tratando de órgão sucessor do extinto nas

respectivas atribuições.

d) reversão, facultativa para o servidor, que poderá optar por permanecer em

disponibilidade, recebendo 50% (cinquenta por cento) de seus vencimentos.

e) redistribuição, obrigatória para o servidor, independentemente dos vencimentos do

novo cargo.

COMENTÁRIOS...

01. Certo. Texto de lei da 8.112/90. Lembra que essa questão é sempre cobrada,

tanto pela CESPE quanto pela FCC.

02. Errado. Nomeação em cargo de provimento efetivo é sempre mediante aprovação

em concurso público.

03. Errado. Para entrar em exercício o prazo é de 15 dias.

04. Letra A. É o conceito de aproveitamento... Aquele que estava em disponibilidade e

foi chamado para retornar à prestação do serviço pela Administração Pública.

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Assunto: Agentes Públicos

Tema: Agentes Públicos (Lei 8.112/90 e o Regime Disciplinar)

1. Introdução

Vamos lá! Na Lei 8.112/90 é de fundamental importância compreender todos os

desdobramentos do Regime Disciplinar, ou seja, compreender o artigo 116 e

seguintes, bem como todos os seus reflexos. Não esqueça: os temas mais cobrados

da Lei 8.112/90 são: a parte inicial (vai até remoção e redistribuição) e a parte do

regime disciplinar (começa no artigo 116). Por já estudarmos a parte inicial, cumpre

iniciarmos o estudo do regime disciplinar. Para uma melhor compreensão faremos a

leitura da “Teoria Geral do Regime Disciplinar” para, posteriormente, compreender as

espécies sancionatórias.

2. Teoria Geral do Regime Disciplinar

a) Verdade Sabida: primeiramente, lembre-se: a verdade sabida é

INCONSTITUCIONAL!!! Como assim, Barbieri?

O Instituto da verdade sabida nada mais é do que, perante um flagrante da prática de

uma irregularidade pelo agente público, este seria automaticamente punido. Ou seja,

já que o agente foi flagrado praticando o ato irregular/ilícito, não haveria razão para ele

se defender no processo.

É facilmente perceptível que esse instituto ofende todas as garantias constitucionais e,

por isso, não é mais aplicado, tendo inclusive sendo declarado inconstitucional pelo

STF.

A conclusão imediata é: se o servidor for punido com a pena mais branda, qual seja,

advertência, ainda assim deverá ter a garantia do devido processo legal.

Cuidado: para toda e qualquer possível sanção a ser aplicada ao agente é,

obrigatória, a garantia prévia do devido processo legal, mesmo que seja para aplicar

uma pena branda ou que tenha sido o agente flagrado praticando o ato irregular/ilícito.

Qualquer pena aplicada sem o devido processo legal será uma sanção nula.

b) Devido processo legal: é a grande garantia/princípio processual, estando no artigo

5º, inciso LIV, da CF, bem como no artigo 2º da Lei 9.784/99.

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O devido processo legal determina que ninguém poderá perder seus bens ou ser

privado de sua liberdade sem antes ter a garantia da defesa e, claro, com todos os

meios legítimos para tal. Assim, junto com o devido processo legal temos os

desdobramentos no princípio do contraditório (também chamado de audiência

bilateral, pois, uma parte acusa e a outra tem o direito de defesa) e no princípio da

ampla defesa (dentro do processo deve a parte se defender com todos os meios de

prova permitidos: prova testemunhal, perícias, documentos, depoimento pessoal,

dentre outros).

A ampla defesa sofre um desdobramento, qual seja: autodefesa (é o direito daquele

que está sendo processado apresentar defesa antes da decisão final) e defesa técnica

(aquela realizada pelo advogado). É muito importante lembrar que o devido processo

legal é aplicado tanto no processo judicial quanto no processo administrativo, porém,

muito cuidado, pois a defesa técnica (aquela realizada pelo advogado), não é mais

obrigatória no processo administrativo.

Cuidado: a Súmula Vinculante n.º 05 garante que a ausência de defesa técnica no

processo administrativo disciplinar não ofende o texto constitucional. Em outras

palavras: na esfera administrativa o advogado é PRESCINDÍVEL (se quiser contratar

pode, mas, se não tiver advogado para realizar a defesa administrativa isso não

acarreta a nulidade do processo administrativo disciplinar.).

c) Sindicância x PAD: muito cuidado que a sindicância não se confunde com o

processo administrativo disciplinar. Vamos lá...

Uma vez instaurada a sindicância ela pode ter três resultados possíveis: 1º.

Arquivamento, pois não existiu qualquer irregularidade, uma vez que era apenas uma

fofoca; 2º. Aplicar a sanção de advertência ou suspensão. 3º. Para penas graves

(demissão, cassação de aposentadoria...) a sindicância deverá ser convertida em

PAD.

Cuidado: a suspensão do servidor público vai de 1 até 90 dias, se a sindicância

aplicar a suspensão será de, no máximo, 30 dias. Em outras palavras, a sindicância

pode, perfeitamente aplicar sanções, desde que seja advertência ou suspensão de até

30 dias.

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Barbieri, uma suspensão de 31 dias deve ser feita por...? PAD!!! Por sindicância

somente advertência ou suspensão de até 30 dias!

Porém, existe outra diferença entre a sindicância e o PAD? Sim, quanto ao prazo. A

sindicância deve durar até 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. Já, o

PAD deve durar até 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, além de mais

20 dias para à autoridade julgar. Enquanto a sindicância pode alcançar até 60 dias, o

PAD pode alcançar até 140 dias. Lembra, por favor, que o extrapolar desses prazos

não causa nulidade.

d) Revelia: muito cuidado...muito cuidado mesmo! A revelia deve sempre ser

analisada em duas partes: o instituto em si e os efeitos. Vamos por etapas... O instituto

da revelia determina que o servidor que responde ao processo e, regularmente citado,

não apresenta defesa, não mais será notificado ou informado de qualquer outro ato

processual... Ou seja, o processo administrativo caminhará sem a sua presença. Já,

quanto aos efeitos, aquele que não apresentar defesa terá contra si presunção de que

tudo aquilo pelo qual foi acusado será verdade. Vamos ao exemplo: imagine que um

servidor foi acusado da prática de corrupção. Instaurando o PAD ele foi regularmente

notificado, porém, não apresentou defesa e/ou compareceu para dar suas explicações.

O que acontecerá? Será aplicado o instituto da revelia, assim, o processo

administrativo caminhará sem que novas notificações sejam feitas ao investigado.

Porém, a grande pegadinha é quanto aos efeitos da revelia. Lembra: no PAD existe

sim o instituto da revelia, porém JAMAIS SERÃO APLICADOS OS EFEITOS DA

REVELIA! Como assim? Aquele servidor que não apresentou defesa será declarado

revel, contudo, à Administração Pública não presumirá que, de fato, ele é um corrupto.

Então, na prática, como faz? Será nomeado um outro servidor para defender os

interesses daquele que está sendo processado e, ao final, poderá ser condenado ou

não. Barbieri, e na hora da prova, como faço para lembrar? Muito fácil!!! Na esfera

administrativa existe o instituto da revelia, mas NÃO EXISTE OS EFEITOS DA

REVELIA! Pronto!

e) Prescrição: por mais culpado que alguém seja, o Estado tem um prazo para

processar e, se for o caso, punir esse indivíduo. Assim, de forma bem simples, o prazo

prescricional é o intervalo de tempo que à Administração Pública tem para processar e

julgar o servidor que praticou um ato irregular/ilícito. Porém, a pergunta na prova será

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outra: quando é que começa a contar o prazo prescricional? Começa no momento em

que o ato foi praticado? Começa no momento em que à Administração Pública tomou

conhecimento? E agora, José?! Olha que fácil... Na esfera administrativa o prazo

prescricional sempre será contado do momento em que à Administração Pública

tomou conhecimento! Vamos ao exemplo: imagina que o Zezinho, servidor público,

praticou improbidade administrativa no ano de 2012. Porém, à Administração Pública

tomou conhecimento somente em março de 2014. Pergunta: quando começou a

contar o prazo prescricional para o Zezinho ser processado e demitido? Em março de

2014, pois foi a data em que à Administração Pública tomou conhecimento do ato

ilícito.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,

cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em

comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se

tornou conhecido.

§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações

disciplinares capituladas também como crime.

§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar

interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir

do dia em que cessar a interrupção.

f) Reformatio in pejus: já ouviu falar num cara chamado Murphy? Isso mesmo, o

responsável pela famosa Lei de Murphy: “se alguma coisa pode dar errado, dará.”.

Então, a reformatio in pejus é a lei de Murphy aplicada no processo administrativo,

pois aquilo que já estava ruim...ficará pior! Tenha cuidado com o comparativo entre o

processo judicial e o processo administrativo. A reformatio in pejus existe no processo

administrativo, mas NÃO EXISTE NO PROCESSO JUDICIAL. Assim, imagine que o

servidor foi punido, no PAD, com uma pena de 35 dias de suspensão. Inconformado

ele recorreu e, adivinha?! A pena passou de 35 dias para 55 dias de suspensão! Essa

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é a reforma para piorar, ou seja, a reformatio in pejus. Sobre o outro desdobramento

da reformatio in pejus verifique o item abaixo.

g) Recurso administrativo x Revisão do processo administrativo: agora sim!

Pensa uma questão que, quando cobrada, derruba quase todo mundo! Fica esperto...

Lembra da reformatio in pejus? Então, ela existe somente no recurso administrativo.

Assim, lembre-se: NÃO EXISTE REFORMATIO IN PEJUS NA REVISÃO DO

PROCESSO ADMINISTRATIVO. Porém, quais são as reais características e

distinções entre o recurso e a revisão. Vamos lá... O recurso administrativo é utilizado

contra uma decisão, uma vez que o processo administrativo está em curso, enquanto

que a revisão do processo administrativo, como o próprio nome diz, revisa o processo

em si, pois ele já encerrou. Para recorrer basta uma contrariedade, para revisar

precisa do fato novo, ou seja, aquela circunstância que, não apreciada no processo,

pode influenciar em nova decisão. Para recorrer tem prazo, para revisão não tem

prazo e, mesmo depois do falecimento do servidor apenado, poderá, por exemplo, a

viúva ingressar com a revisão, desde que exista um fato novo. A decisão do recurso

administrativo pode ter três possíveis desfechos: 1ª. Manutenção da decisão recorrida;

2ª. A decisão recorrida foi modificada a favor do servidor; 3ª. A decisão recorrida foi

modificada contrariamente aos interesses do servidor, ou seja, o que estava ruim ficou

pior (é a reformatio in pejus!). Já, a decisão da revisão do processo administrativo

pode ter dois possíveis desfechos: 1ª. Manutenção da decisão revisada; 2ª. A decisão

revisada foi modificada a favor do servidor. Ou seja, na revisão do processo

administrativo NÃO EXISTE A REFORMATIO IN PEJUS.

h) Proibição de prova ilícita: tanto no processo administrativo quanto no processo

judicial as provas ilícitas NÃO PODEM SER UTILIZADAS!!! Se o tema for cobrado na

sua prova pode ter certeza que a banca examinadora vai tentar lhe induzir ao erro com

algum tipo de exceção! Lembre-se: PROVAS ILÍCITAS SÃO PROIBIDAS!!!

i) Duração razoável do processo: o mesmo raciocínio do item acima vale para esse,

porém, invertido. Agora, a duração razoável do processo é aplicada tanto ao processo

administrativo quanto ao processo judicial! Barbieri, tá bom, mas, na prática, qual é o

tempo da duração razoável do processo? Adivinha? Não tem! Então, para a prova,

você precisa lembrar que a duração razoável é aplicada...

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j) Comissão do PAD: a comissão do processo administrativo disciplinar deve ser

formada por 3 servidores estáveis (se for PAD sumário bastam dois servidores

estáveis). A estabilidade dos membros da comissão é uma garantia de quem estiver

sendo processado, pois, dessa forma, não serão influenciados ou direcionados para

decidir de uma certa forma. Lembre-se: se na comissão do PAD existir algum servidor

que não tenha estabilidade a decisão será nula! Então, cuidado se a comissão do PAD

tiver um servidor em cargo em comissão ou um servidor em estágio probatório, ok?!

k) Esferas sancionatórias: quando o agente público praticar um ato irregular/ilícito

poderá responder em três esferas sancionatórias. Dessa forma, poderá receber uma

sanção civil, uma sanção penal e uma sanção administrativa. Eis que você pode me

perguntar: Barbieri, essas três esferas devem, necessariamente, serem aplicadas em

conjunto? Não. Deve ser visualizado o caso concreto, uma vez que pode ser aplicada

uma sanção, duas ou, até mesmo, as três sanções de forma cumulativa. Daí, você me

faz a segunda pergunta: Barbieri, mas se mais de uma sanção for aplicada para o

mesmo ato irregular/ilícito existirá bis in idem (quando alguém é punido duas vezes

pelo mesmo fato)? Não! Sendo assim, se o servidor for punido nas três esferas, sendo

legítimas as punições, não há que se falar em bis in idem. Então, é importante lembrar

que a regra é que as esferas sancionatórias são autônomas (cada uma caminha por si

só) e independentes (o resultado de uma não interfere no resultado da outra). Porém,

quando existe regra é porque também existirá a exceção... Nesse caso, a exceção fica

por conta da esfera penal que, a depender do caso, pode vincular a esfera

administrativa. Quando isso acontecerá? Quando ocorrer uma absolvição na esfera

penal por inexistência de materialidade (absolvido porque não existiu o crime) ou

negativa de autoria (absolvido porque não foi o autor do crime, mesmo que o crime

tenha ocorrido) esse resultado vinculará a esfera administrativa e somente a esfera

administrativa (a esfera civil não sofre qualquer vinculação!). Muito importante lembrar

que não é toda e qualquer absolvição na esfera penal que vincula a esfera

administrativa, mas, tão somente as absolvições ditas acima! Sendo assim, se o

servidor for absolvido por ausência de provas (in dubio pro reo) ou por prescrição, isso

em nada vincula a esfera administrativa!

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo

exercício irregular de suas atribuições.

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Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,

doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente

será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que

assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor

perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra

eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções

imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou

comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,

sendo independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no

caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou

administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver

suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração

de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha

conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou

função pública

2. Dos Deveres e das Proibições

Muito cuidado com os artigos 116 (deveres) E 117 (proibições) da Lei 8.112/90.

Lembre-se que que o artigo 116 fafla dos deveres genéricos e, sendo assim, cuidado

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com o inciso IV, porque o servidor deve obedecer as ordens do superior hierárquico,

salvo quando elas forem manifestamente ilegais.

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas

as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou

esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao

conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de

envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para

apuração;

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será

encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela

contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Já, no artigo 117 temos as infrações e, assim, a ofensa a qualquer desses incisos

acarretará em sanção. A Lei 8.112/90 expressamente definiu quais são as sanções

aplicadas a cada conduta, são elas:

Art. 117. Ao servidor é proibido:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do

chefe imediato;

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II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer

documento ou objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo

ou execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da

repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em

lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu

subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação

profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,

cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em

detrimento da dignidade da função pública;

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada,

personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de

acionista, cotista ou comanditário;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,

salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes

até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer

espécie, em razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou

atividades particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,

exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o

exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

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Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo

não se aplica nos seguintes casos:

I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou

entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no

capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a

seus membros; e

II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art.

91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.

Cuidado: Para uma melhor visualização das sanções que resultarão da inobservância

das proibições acima, segue uma tabelinha:

Do inciso I ao VIII resulta em advertência.

Do inciso IX ao XVI resulta na demissão (+ artigo 132)

Do inciso XVII ao XVIII resulta em suspensão.

Inciso XIX resulta advertência

3. Espécies sancionatórias

Art. 127. São penalidades disciplinares:

I - advertência;

II - suspensão;

III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V - destituição de cargo em comissão;

VI - destituição de função comissionada.

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a

gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço

público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes

funcionais.

Demissão: a competência para demitir o servidor é do chefe do poder ao qual o

servidor está vinculado. Tenha muito cuidado porque essa competência é delegável,

ou seja, é perfeitamente possível que o Presidente da República delegue ao Ministro

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(da respectiva pasta) a competência para demitir o servidor. Ex: O Presidente delega

ao Ministro da Justiça a competência para assinar o ato demissional do agente da

Polícia Federal. A prescrição é de 5 anos.

Cuidado: tanto o abandono de cargo quanto à inassiduidade habitual acarretam a

demissão, porém, no abandono é preciso ter + de 30 faltas consecutivas

(injustificadas) e na inassiduidade é preciso ter 60 faltas interpoladas (durante 12

meses).

Cassação de aposentadoria/disponibilidade: ocorrerá a cassação da aposentadoria

sempre que o servidor aposentado tiver praticado, na ativa, falta punível com

demissão. O mesmo vale para o servidor que está em disponibilidade (o cargo foi

extinto e o servidor está em disponibilidade, por exemplo). Além disso, seguem as

mesmas regras válidas para a pena de demissão.

Destituição de Cargo em Comissão e de Função de Confiança: não confuda

destituição (que tem caráter de pena) com a exoneração (que não possui caráter de

pena). A exoneração é sempre livre, mas a destituição é penalidade e, assim, depende

de processo.

Será destituído o servidor que praticar qualquer conduta apenada com demissão ou

suspensão.

Cuidado: não existe suspensa do servidor que ocupa cargo em comissão.

A prescrição é de 5 anos e será competente para aplicar a pena à autoridade que

nomeou.

Suspensão: o prazo máximo de suspensão é de 90 dias.

Cuidado: pode à Administração Pública substituir a penalidade da suspensão por 50%

da remuneração do servidor.

Cuidado: a reincidencia na advertencia gera a suspensão, porém, a reincidência na

suspensão não gera demissão automática.

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Cuidado: o servidor que não se submeter a inspeção médica será suspensão por 15

dias.

A prescrição na suspensão ocorre em 2 anos e a competência para aplicar a

pensalidade vai depender do tempo de sanção: para suspensão de até 30 dias basta o

chefe da repartição aplicar a sanção; para supensão de 31 dias até 90 dias será de

competência da autoridade imediatamente inferior daquela que aplica demissão.

Exemplo: na esfera do Poder Executivo Federal quem aplica a demissão é o

Presidente da República, logo, quem suspenderia o servidor por mais de 30 dias seria

o Ministro.

Cuidado: a suspensão por até 30 dias do servidor pode ser por sindicância, contudo,

se a suspensão for de 31 dias até 90 dias, somente por PAD.

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas

com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração

sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.

§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,

injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada

pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez

cumprida a determinação.

§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de

suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por

cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a

permanecer em serviço.

Advertência: é cabível para as irrgularidas brandas. O prazo prescricional é de 180

dias e a competencia para aplicar a penalidade é do próprio chefe da repartição.

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de

proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de

dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não

justifique imposição de penalidade mais grave.

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Vamos treinar com as questões do CESPE/UNB e FCC

01. Determinado servidor público federal, que responde a processo administrativo

disciplinar, requereu sua aposentadoria voluntária, e a administração pública indeferiu-

lhe o pedido. Nessa situação, o indeferimento do pleito está de acordo com a

legislação de regência, pois o servidor que responde a processo disciplinar somente

poderá ser aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o

cumprimento da penalidade eventualmente aplicada.

( ) Certo ( ) Errado

02. Acerca dos agentes públicos e do processo administrativo disciplinar, julgue o item

seguinte.

A instauração de processo administrativo disciplinar é obrigatória para a aplicação das

penas de suspensão por mais de trinta dias, demissão, cassação de aposentadoria ou

disponibilidade e destituição de cargo em comissão

( ) Certo ( ) Errado

03. Em relação ao controle e à responsabilidade civil da administração, julgue os itens

subsequentes.

Uma infração administrativa de impontualidade de um servidor causa a sua

responsabilidade administrativa e também acarreta sua responsabilidade penal.

( ) Certo ( ) Errado

04. Com referência aos agentes administrativos, julgue os itens subsequentes.

Um dos fundamentos aptos a ensejar a revisão do processo disciplinar é a alegação e

a demonstração da injustiça na aplicação da pena.

( ) Certo ( ) Errado

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05. Mediante portaria ministerial, um ministro de Estado determinou a demissão de um

funcionário do cargo de servidor público, com restrição do seu retorno ao serviço

público federal, devido ao fato de este ter praticado ato de improbidade administrativa

e ter-se valido do cargo para lograr proveito pessoal.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

Não gera nulidade do ato administrativo o fato de o servidor processado, apesar de

intimado, não se fazer acompanhar por advogado no momento do seu interrogatório.

( ) Certo ( ) Errado

COMENTÁRIOS...

01. Certo. Artigo 172, da Lei 8.112/90

02. Certo. Artigo 146, da Lei 8.112/90

03. Errado. Chegar atrasado não é crime.

04. Errado. Artigos 174 e 176, da Lei 8.112/90

05. Certo. Súmula Vinculante n.º 05, STF.

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Assunto: Princípios do Direito Administrativo

Tema: Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais

1. Introdução

SALVE, SALVE FUTURO APROVADO NO INSS!!! Vamos lá!

Compreender os Princípios do Direito Administrativo é tema de fundamental

importância por, no mínimo, duas razões: primeiro, porque podem surgir perguntas

específicas sobre o tema, segundo, porque a partir da compreensão desse assunto

poderemos resolver questões das mais diversas na prova, pois todo o sistema do

Direito Administrativo já foi entendido.

2. Princípios Constitucionais

Assim determina o artigo 37, “caput”, da CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,

também, ao seguinte:

a) Legalidade: a legalidade pública é sempre restritiva, ou seja, o administrador só

pode fazer o que a lei permitir, aquilo que a lei determinar. Assim, o administrador está

subordinado à lei, somente podendo atuar nos termos da lei e conforme a lei. Sendo

assim, administrar é aplicar a lei de ofício. Lembre-se: se a lei nada afirmar o

administrador não pode atuar.

Pergunta: Barbieri, legalidade se confunde com reserva de lei? Não! Quando a

Constituição Federal determina que um assunto x seja abordado por lei complementar

isso é a reserva de lei. Ex: no artigo 37, inciso XIX, da CF, a lei complementar é a

responsável por definir o campo de atuação da fundação pública.

b) Impessoalidade: esse princípio se desdobra em três reflexos, quais sejam: 1º.

Garantia da Sociedade; 2º. Artigo 37, §1º, CF e, 3º. Garantia do Agente Público. No

primeiro caso o administrador não pode discriminar, nem privilegiar ninguém, ou seja,

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todos devem ser tratados com isonomia/igualdade. No segundo caso é proibido ao

agente público se autopromover com a coisa pública. No terceiro caso, agora uma

garantia do agente público, pois, quando ele atuar exercendo a função e causar um

dano ao particular deverá o Estado responder.

Resumo: A impessoalidade acaba por impor três reflexos, quais sejam: não privilegiar

ou prejudicar ninguém, não se autopromover com a utilização da coisa pública e, na

responsabilidade civil, o dano praticado pelo agente público, no exercício da função,

acarreta a responsabilidade do Estado, não do agente, no primeiro momento.

Pergunta: Barbieri, a Súmula Vinculante 13 se aplica a todos os agentes públicos?

Não! Não se aplica aos agentes políticos e nem ao grau de parentesco de primo.

c) Moralidade: é a probidade, a honestidade, a boa-fé, ou seja, não desejamos o

corrupto. Muito cuidado que não se confunde com a moralidade social.

Pergunta: uma saia curta ou um decote ofende a moralidade pública? Não. A

moralidade comum/social não se confunde com a moralidade pública.

d) Publicidade: é sempre a regra na Administração Pública, ou seja, o Estado tem o

dever de revestir seus atos com a publicidade. Em outras palavras, como regra,

afastamos os atos secretos. Porém, como exceção, temos: a segurança do Estado, a

segurança da Sociedade e a intimidade/privacidade dos indivíduos. A publicidade não

se confunde com a publicação, pois esta é espécie da qual aquela é o gênero. Assim,

a publicidade exterioriza alguns efeitos clássicos: i) contagem do prazo; ii) controle da

legalidade e iii) exigibilidade da conduta.

Pergunta: Publicidade é sinônimo de publicação? Não! O primeiro é gênero e o

segundo é espécie.

e) Eficiência: passou a ser expressamente contido na Constituição Federal com a

Emenda Constitucional n.º 19/98. Assim, eficiência será sempre o alcance do máximo

de resultado com o menor custo possível. Importante lembrar que a eficiência não

requer, para sua aplicação, a existência de lei, pois possui aplicação imediata,

irradiando-se como regra para o Estado e para todos os agentes públicos.

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Pergunta: A avaliação especial de desempenho para adquirir ou perder a garantia da

estabilidade.

Lembrete: O atual modelo de administração pública brasileira é o modelo gerencial.

3. Princípios infraconstitucionais

Sobre os princípios infraconstitucionais é de fundamental importância compreender o

artigo 2º, da Lei 9.784/99.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da

legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,

ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros,

os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de

poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção

pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo

previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições

e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento

do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a

decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos

administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de

certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

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X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à

produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam

resultar sanções e nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas

em lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação

dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o

atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova

interpretação.

a) Supremacia do interesse público sobre o privado: O Estado pode restringir

direitos individuais em benefício da coletividade. Assim, o Estado possui prerrogativas

que não são estendidas ao particular. Ex: desapropriação, requisição, tombamento,

dentre outas.

Pergunta: Todo interesse público será sempre supremo em face do interesse do

particular? Não! Somente o Interesse público primário prepondera ao interesse do

particular. Lembre-se que o interesse público não prepondera contra o particular.

b) Indisponibilidade do interesse público: o limite da supremacia do interesse

público é encontrado na indisponibilidade do interesse público, assim, enquanto

aquele concede prerrogativas, este impõe limitações à atuação estatal. Assim, o

administrador não pode abrir mão do interesse público para buscar o interesse do

particular.

Cuidado: A supremacia do interesse público e a indisponibilidade são considerados

os dois grandes princípios do Direito Administrativo, razão pela qual são

complementares.

Lembrete: Se o Estado for condenado ao pagamento de R$ 100,00 (cem reais) de

indenização ao particular, DEVERÁ ingressar com à ação regressiva contra o agente

público causador do dano.

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c) Devido processo legal: O devido processo legal determina que ninguém poderá

perder os seus bens ou sua liberdade sem a garantia do devido processo legal. Assim,

mesmo que esteja na Constituição Federal (artigo 5º, inciso LIV), a cobrança acaba

por recair nos aspectos infraconstitucionais. O devido processo legal se desdobra em:

contraditório e ampla defesa. O contraditório é à audiência bilateral, onde uma parte

acusa e a outra rebate, uma afirma e a outra se defende. Já, para a ampla defesa todo

e qualquer meio de defesa (legítimo) pode ser utilizado no processo, tais quais: provas

documentais, provas periciais, testemunhas...A ampla defesa, por sua vez, se

manifesta como o direito de defesa prévia/autodefesa, ou seja, o particular tem direito

de se manifestar anteriormente à uma decisão que o imponha uma lesão. A defesa

técnica também faz parte da ampla defesa, porém, no processo administrativo, a

ausência do advogado não viola tal princípio, pois, com a súmula vinculante n.º 05 a

figura do advogado passou a ser prescindível.

e) Proporcionalidade: meios e fins

d) Razoabilidade: é a noção de equilíbrio, ou seja, toda e qualquer decisão

extremada deverá ser afastada. Cuidado, na prova pode ser cobrada uma distinção

entre razoabilidade e proporcionalidade.

Lembrete: a razoabilidade é sempre a noção do equilíbrio.

e) Proporcionalidade: é a relação entre meios e fins, ou seja, o meio escolhido deve

ser adequado ao fim pretendido.

f) isonomia: devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na

exata medida da desigualdade. Assim, a depender do caso concreto, os editais de

concursos públicos podem discriminar sim, desde que a discriminação seja

proporcional, ou seja, compatível com a prestação do serviço. Ex: forças de segurança

limitam o acesso quanto ao critério da idade. Claro, como regra, se o exercício da

atividade for comum, não poderá o edital do concurso restringir o acesso de homens

ou mulheres.

g) Impulso Oficial/Oficialidade: à Administração Pública pode atuar de ofício, assim

como também pode atuar por provocação do interessado. Porém, quando

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comparamos com o Poder Judiciário, este somente pode atuar por provocação do

interessado, pois a jurisdição é inerte.

h) Gratuidade: os atos da Administração Pública devem ser gratuitos, nos termos da

Súmula Vinculante n.º 21, pois não podemos admitir a cobrança de custas, por

exemplo, para à admissibilidade do recurso administrativo.

i) Segurança Jurídica: novas interpretações por parte da Administração Pública não

podem retroagir, ou seja, não podem ir ao passado.

Lembrete: a ofensa a qualquer princípio da Administração Pública gera a

possibilidade de responder por ato de improbidade administrativa - Lei de Improbidade

Administrativa – artigo 11.

Vamos treinar com as questões já cobradas nas provas do INSS

01. Em relação à organização administrativa do estado brasileiro e aos princípios

administrativos, julgue os itens a seguir

Dado o princípio da legalidade, os agentes públicos devem, além de observar os

preceitos contidos nas leis em sentido estrito, atuar em conformidade com outros

instrumentos normativos existentes no ordenamento jurídico nacional.

( ) Certo ( ) Errado

02. Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que amparam a

administração pública, julgue os itens seguintes.

O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a atuação de servidor

público em desconformidade com a regra legal, desde que haja a comprovação do

atingimento da eficácia na prestação do serviço público correspondente.

( ) Certo ( ) Errado

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03. No que se refere aos poderes e princípios da administração pública, assinale:

a) O estágio probatório configura exemplo de instituto relacionado ao princípio da

eficiência, norteador da atuação administrativa.

b) O princípio da moralidade administrativa não exige do agente público a obediência a

padrões éticos específicos no exercício de suas atribuições, basta que atenda à moral

comum vigente na sociedade.

c) O STF entende, com base no princípio da ampla defesa, que, em processo

administrativo disciplinar, é obrigatório que a defesa técnica seja promovida por

advogado.

d) Em razão do princípio da publicidade, que rege a administração pública, todos têm

direito de obter dos órgãos públicos, desde que mediante o pagamento de taxa,

certidões para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

04. Com referência aos princípios do direito administrativo e aos poderes da

administração, julgue os próximos itens.

O princípio da moralidade administrativa torna jurídica a exigência de atuação ética

dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos administrativos.

( ) Certo ( ) Errado

COMENTÁRIOS...

01. Certo. A legalidade é sempre restritiva e se desdobra no dever de cumprir as leis e

regulamentos.

02. Errado. Ser eficiente é um dever, mas não autoriza a cometer condutas ilícitas.

Assim, a eficiência não pode ser um pretexto para o Estado descumprir a lei.

03.

a) Correto. É um dos reflexos da eficiência.

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b) Errado. É exatamente o contrário, a moralidade pública exige um comportamento

honesto, probo do agente público.

c) Errado. A defesa técnica não mais é obrigatória no processo administrativo

disciplinar. Ver súmula vinculante 05, STF.

d) Errado. O artigo 5º, inciso XXXIV, afasta o pagamento de taxa.

04. Correto. O agir com probidade é um dever do Estado e do Agente Público.

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Assunto: Agentes Públicos

Tema: Improbidade Administrativa

1. Introdução

SALVE, SALVE FUTURO APROVADO NO INSS!!! Vamos lá! Compreender

Improbidade Administrativa é tema de fundamental importância uma vez que está no

contexto dos agentes públicos e, inevitavelmente, é um tema sempre presente nas

provas.

2. Fundamentos e Natureza Jurídica

O fundamento constitucional está no art. 37, §4º, da CF, uma vez que determinou o

constituinte:

Art. 37: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão

dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o

ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da

ação penal cabível.

Pergunta: Qual é a pena, qual é a sanção que não está no art. 37, §4º? Cuidado que

é pegadinha!!! Não tem pena de prisão, bem como não existe a cassação dos direitos

políticos.

Cuidado!!! Não existe cassação de direitos políticos, porque existe a suspensão de

direitos políticos.

Pergunta: Qual foi o princípio concretizado pela Lei 8.429/92? Foi o princípio da

moralidade administrativa.

Agora, veja lá... Por um único ato de improbidade administrativa poderá o agente

responder em três esferas sancionatórias, quais sejam: esfera civil, esfera criminal e

esfera administrativa. Sendo assim, pergunta-se: qual é a natureza jurídica do ato de

improbidade administrativa?

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Para facilitar, a natureza jurídica é uma ação civil. E sendo uma ação civil, o STF e

STJ pacificaram o entendimento em que não se aplica a prerrogativa de foro/

prerrogativa de função, pois são institutos das ações penais, além de iniciar na vara

cível, deve ser proposta perante o juiz singular.

Cuidado: Nos termos do art. 29, X, da CF, quando se fala sobre o julgamento do

prefeito e a prerrogativa de função

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o

interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da

Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos

nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes

preceitos:

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

Esse julgamento não está atrelado à ação de improbidade, pois é um julgamento

criminal. Lembra que a natureza jurídica da ação de improbidade é uma ação civil,

assim não falamos de prerrogativa de foro, de prerrogativa de função ou até aquela

expressão de foro privilegiado porque tudo isso está atrelado às ações penais, e, aqui,

falo de uma ação civil.

Além de ser uma ação civil, você vai lembrar que ela corre em primeiro grau, vai

tramitar inicialmente em primeiro grau de jurisdição.

3. Princípio da insignificância ou bagatela

São aqueles casos em que terá no desdobramento a atipicidade da conduta. Logo a

conduta será atípica porque o grau de reprovabilidade é pequeno, a lesão é ínfima,

não há violência ou grave ameaça à pessoa, então você entende que aquilo foi

insignificante.

Pergunta: Aplico o princípio da insignificância dentro do contexto da lei de

improbidade administrativa? Não, porque o STF assim decidiu: se a improbidade

administrativa veio para concretizar a moralidade administrativa, e aqui falo de

honestidade, probidade, não é possível admitir que tenha uma conduta mais ou menos

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desonesta. Então o princípio da insignificância, em que a conduta será atípica e não

vai receber sanção, não se aplica na LIA.

Pergunta: Existe relação de exclusão ou de inclusão entre as sanções do art. 37, §4º,

da CF com as sanções do art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa? Em outras

palavras, tenho sanções no art. 37, §4º da Constituição que não estão

necessariamente repetidas no art. 12 da LIA e vice versa. Aqui o que você tem que

entender: será que isso faz com que exista uma relação de exclusão, daí somente as

penas na Constituição seriam admitidas, ou será que as penas do art. 37, §4º da

Constituição complementam o art. 12 da lei de improbidade administrativa?

O que a doutrina e a jurisprudência afirmaram é que o art. 37, §4º juntamente com o

art. 12 da LIA são complementares.

4. Quem pode ser réu na ação de improbidade perante a LIA?

Deve-se tomar cuidado porque dentro do agente público existe o agente político. Por

qual razão? Se a Lei de Improbidade Administrativa não admite foro privilegiado, não

admite prerrogativa de função, ela vai iniciar em primeiro grau. Se ela inicia em

primeiro grau você vai ter que dividir esses agentes porque uma parte dos agente

políticos responde por crime de responsabilidade e a outra parte responde por

improbidade administrativa.

Crime de responsabilidade.

Agentes políticos:

LIA

Dentro do crime de responsabilidade nós falamos da improbidade administrativa,

porém, tenho uma lei própria. Aqui temos o Presidente da República, os Governadores

e Secretários de Estado, Ministros do STF, autoridades que responderão por crime de

responsabilidade.

Todavia, outra parcela dos agentes políticos responderão pela LIA, tais quais:

vereadores e prefeitos, dentre outros.

Cuidado: Nem todos agentes políticos responderão pela LIA e nem todos agentes

políticos responderão pela Lei dos Crimes de Responsabilidade. No fundo teremos

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sanções por improbidade administrativa nas duas legislações, mas há essa divisão

técnica.

Outro ponto importante é sobre o particular: pode ele responder pela LIA?

Quando falo dos réus na improbidade, primeiro deve-se analisar o art. 2º:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que

exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,

designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,

mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo

anterior.

Então, a LIA, como regra, está voltada para os agentes públicos nos termos do art. 2º;

só que tenho também o particular e quero que você analise o art. 3º:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,

mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de

improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Por particular entenda aquele que mesmo não sendo agente público vai induzir ou

concorrer para a prática do ato de improbidade.

Cuidado: O particular pode estar acompanhado do agente público ou o particular

pode estar só? Se estiver acompanhado do agente público, tenho a possibilidade de

ele ser réu e responder nos termos da Lei 8429/92. Agora, se o particular estiver

sozinho irá responder por alguma conduta tipificada no Código Penal.

Logo é possível que o particular responda pela Lei 8429/92 desde que ele esteja

acompanhado do agente público e induza ou concorra para a prática do ato de

improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Dica!!! Na hora da prova imagina que eu particular tenho que estar de mão dada com

o agente público. Particular sozinho não responde por improbidade.

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5. Por outro lado quem pode ser autor, quem pode promover a ação de

improbidade administrativa?

Muito cuidado!!! Apenas a pessoa jurídica lesada ou o Ministério Público poderão

promover à ação de improbidade administrativa.

Cuidado com a pegadinha que está no art. 1º, você deve verificar a parte que fala:

mais e menos de 50 % do capital estatal.

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,

servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,

dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio

público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do

patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os

atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que

receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão

público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do

patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a

sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição

dos cofres públicos.

Assim, tanto com mais ou com menos de 50 % teremos a aplicação da lei de

improbidade administrativa.

Cuidado: A participação do Ministério Público é obrigatória, quer seja como autor da

ação ou como fiscal da lei.

Dica!!! Por isso você tem que lembrar que se o Ministério Público não participar do

processo será causa de nulidade.

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6. Grupos da Improbidade Administrativa

Logo de cara você tem que lembrar que: i) só existe improbidade a partir da

responsabilidade subjetiva do agente e, ainda, ii) o rol das condutas é sempre

exemplificativa. O resumo dos grupos é:

Grupo 1: Enriquecimento ilícito. (art. 9º): DOLO. Sanção grave.

Grupo 2: Dano ao erário. (art. 10): CULPA. Sanção Média.

Grupo 3: Ofensa aos princípios da administração pública. (art. 11): DOLO.

Sanção leve.

Macete: Deus CULPA o Desonesto.

Cuidado: Você estudou comigo lá em responsabilidade civil do Estado que nos

termos do art. 37, VI da CF, todo e qualquer ato que for imputado ao agente público, a

responsabilidade deste agente é sempre subjetiva. E aqui a lei não disse isso. Assim,

o STF e STJ tiveram que se reunir e chegaram à conclusão pacífica (nos dois

Tribunais) de que enriquecimento ilícito, dano ao erário e ofensa aos princípios incide

nas sanções da improbidade pública, porém para que o agente seja sancionado não

pode ser sobre a ótica da responsabilidade objetiva, mas da responsabilidade

subjetiva.

Quando existe dolo e quando existe culpa? Como raciocinar?

Essa é a redação dos artigos 9º, 10 e 11, da LIA:

Artigo 9º. Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento

ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do

exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades

mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente. Verifique que não fala de

culpa, o que aconteceu? Os tribunais superiores entenderam que para haver

enriquecimento ilícito precisa de dolo, não se tem sanção por improbidade

administrativa a partir somente da culpa, preciso da existência do dolo.

Artigo 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário

qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,

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desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das

entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente. O STF e o STJ falaram

que basta a culpa. E aí você vai lembrar culpa enquanto negligência,

imprudência ou imperícia.

Artigo 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os

princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os

deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e

notadamente. Aqui volto a falar e existir o dolo.

Dentro do art. 9, 10 e 11 enumera algumas condutas, quero pedir para você

sempre ler o rol dessas condutas porque cai muito em prova.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento

ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do

exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades

mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou

qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,

percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou

indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente

das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a

aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de

serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de

mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a

alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por

ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,

equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição

de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o

trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas

entidades;

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V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,

para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de

narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou

aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,

para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou

qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou

característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,

emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja

desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou

assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de

ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do

agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou

aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou

indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja

obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas

ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.

1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes

do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao

erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda

patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou

haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao

patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou

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valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º

desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize

bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou

regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,

ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do

patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem

observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante

do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a

prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço

por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e

regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das

formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou

regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no

que diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes

ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça

ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,

máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à

disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem

como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por

essas entidades.

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XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a

prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as

formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e

prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da

Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os

princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os

deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e

notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso

daquele previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das

atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da

respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de

afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Dica!!! A leitura desses incisos é de extrema importância para a prova.

Bem, vou lhe dar 3 casos concretos e você vai me falar se houve ou não improbidade

administrativa:

Caso 1 – Caixa da administração pública recebe o pagamento, conta de forma

equivocada devolve um troco a menor. Devolve sem nenhuma intenção, não teve dolo,

apenas cometeu um erro na hora de contar. Teve dolo? Não. Teve enriquecimento

ilícito? Não para improbidade administrativa.

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Caso 2 – Eu, contador, fiz o balanço de forma errada na administração pública e

quando ela pagou, efetuou o pagamento de cem mil reais a mais. Pergunto a você,

tem dando ao erário? Sim, porque eu, enquanto contador, fui imperito. Teve

improbidade administrativa? Teve. Mas ele não quis, não precisa querer, não precisa

dolo, basta a culpa.

Caso 3 – Caso de 1994, casal de namorados, ambos funcionário público no bate papo

interno da repartição pública, conversaram sobre todo Kama Sutra. A menina era

responsável pela diagramação do Diário da União e, adivinha, ela deu um control c

numa lei e control v no Diário Oficial, control c na conversa e control v no Diário

Oficial.... Rodou o Diário Oficial da União e foi publicada toda a conversa “amorosa” do

casal. Pergunto: teve improbidade administrativa? Não, porque não houve dolo.

Leitura de alguns casos concretos julgados pelo STJ...

Vereador coloca a própria foto impressa no carnê de IPTU, recebeu condenação por

improbidade, por praticar um ato com impessoalidade. Ofensa aos princípios da

administração;

Prefeito distribuiu latas de tinta na cor de seu partido e avisou quem quisesse poderia

pintar a fachada da casa naquela cor, também foi condenado por improbidade

administrativa;

Médico da administração pública o consultou, sendo médico e paciente ao mesmo

tempo, e emitiu um atestado dizendo que ficaria tantos dias de repouso. Foi

sancionado também por improbidade administrativa.

Dica!!! Dentro da improbidade administrativa, os grupos são todos exemplificativos, as

condutas descritas - em cada uma desses grupos - são abertas, o rol é exemplificativo.

Dica!!! Na aplicação das penalidades existe uma gradação das sanções. O individuo

que praticou uma conduta que ofenda tanto o grupo 1 e o grupo 3, responderá apenas

pelo grupo 1 porque a sanção é mais grave, ou seja, os atos que importam

enriquecimento ilícito preferem os demais na aplicação das sanções.

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Cuidado: Nem todo sanção por improbidade administrativa começa automaticamente.

Lembre-se: a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública somente

ocorrem com o trânsito em julgado da condenatória.

Dica!!! Antes da prova, lembre-se de fazer a leitura de todo o texto da LIA, pois,

com certeza, encontrará uma pergunta sobre esse tema.

Vamos treinar com as questões do CESPE/UNB...

PARTE I – Questões do CESPE/UNB cobradas nas provas de 2013/2014

(tendência de cobrança)

01. Considere a seguinte situação hipotética.

Após investigação, constatou-se que determinado servidor público adquiriu, em curto

período de tempo, uma lancha, uma casa luxuosa e um carro importado avaliado em

cem mil reais, configurando um crescimento patrimonial incompatível com sua renda.

Apesar de a investigação não ter apontado a origem ilícita dos recursos financeiros, o

referido servidor foi condenado à perda dos bens acrescidos ao seu patrimônio, à

demissão, à suspensão dos direitos políticos e ao pagamento de multa.

Nessa situação hipotética, o servidor foi indevidamente condenado por improbidade

administrativa, haja vista não ter ficado comprovada ilicitude na aquisição dos bens.

( ) Certo ( ) Errado

02. A aplicação das penas de perda da função pública e de ressarcimento integral do

dano em virtude da prática de ato de improbidade administrativa situa-se no âmbito do

poder disciplinar da administração pública.

( ) Certo ( ) Errado

03. Com relação à disciplina jurídica dos serviços públicos e do controle legislativo,

julgue os próximos itens.

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Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social

Considere que uma pessoa ocupante de cargo em comissão em determinada

fundação pública tenha sido presa em flagrante, durante operação da polícia federal,

por desvio de dinheiro público. Nessa situação, essa pessoa responderá

criminalmente por esse ato e poderá ser destituída do cargo. Entretanto, ela estará

isenta das sanções decorrentes do ato de improbidade administrativa, as quais são

aplicadas somente aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo.

( ) Certo ( ) Errado

04. Considerando a disciplina constitucional relativa à administração pública,

julgue os itens subsequentes.

A CF expressamente dispõe que, independentemente das sanções penais, civis e

administrativas previstas na legislação específica, o responsável pelo ato de

improbidade terá obrigatoriamente decretada a suspensão dos seus direitos políticos

pelo período de oito a dez anos.

( ) Certo ( ) Errado

05. No que tange às disposições da Lei n.º 8.429/1992, julgue os itens

subsequentes.

Considere que, alegando direito à privacidade, determinado servidor, ao tomar posse

em cargo público, tenha negado entregar a devida declaração dos bens e valores que

compõem o seu patrimônio privado. Nessa situação, persistindo a recusa, o servidor

poderá ser demitido a bem do serviço público.

( ) Certo ( ) Errado

COMENTÁRIOS...

01. Errado. Configurou nítido enriquecimento ilícito (artigo 9º, da LIA).

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02. Errado. A sanção está na Lei 8.429/92 e a natureza da ação é civil, tanto que tais

sanções somente ocorrerão com o transito em julgado da sentença condenatória.

Nada se falando de poder disciplinar.

03. Errado. Basta a simples leitura dos artigos 2º e 3º da LIA.

04. Errado. Não existe disposição expressa, nesse sentido, na CF.

05. Certo. Literalidade do artigo 13, §3º, da LIA.