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www.fab.mil.br Ano XXXIV Nº 3 Março, 2011 ISSN 1518-8558 Esquadrão de Santa Maria (RS) recebe novo helicóptero H-60(Pág 14) Carreira de Especialistas da Aeronáutica completa 70 anos “Capacetes Azuis” da Infantaria da FAB já atuam nas ruas do Haiti Experiência da Saúde ajuda a criar cartilha com dicas para voo seguro ESPECIAL 70 ANOS Anos 80 - A hora e a vez da indústria aeronáutica no Brasil Missões de patrulha, guarda e segurança e manutenção da lei e da e da ordem. Essa é a missão que vem sendo desempenhada pelo primeiro Pelotão da Aeronáuca enviado para parcipar de uma Força de Paz da ONU. (Pág. 11) O Conselho Federal de Medi- cina montou uma Câmara Técnica para debater o assunto com o envolvimento de médicos especia- lizados em Medicina Aeroespacial. O resultado desse trabalho deu origem a uma carlha (Pág. 12) Os projetos dos aviões C-95 Brasília, T-27 Tucano e A-1 (AMX) decolam, colocando o país no seleto grupo de vanguarda na indústria da aviação mundial. Os reflexos desse período influen- ciam o país até hoje. (Pág. 7 a 10) Tocha Olímpica dos Jogos Mundiais Militares chega ao Rio de Janeiro (Pág. 15) ACONTECE na FAB - Passagens de comando e aniversários (Pág. 13) Há exatas sete décadas, em março de 1941, nascia a Escola de Especialistas de Aeronáuca, sediada na Ponta do Galeão, na Ilha do Governador, no Rio de Ja- neiro. Era um dos vários esforços do recém-criado Ministério da Aeronáutica para reorganizar a aviação brasileira. A nova escola nasceu como ideia para unificar a formação de profissionais especia- listas, após a exnção das Escolas de Aviação Naval (Marinha) e de Aviação Militar (Exército). O cenário da aviação brasileira no início dos anos 40 era precário. Faltavam pilotos, aeronaves, pis- tas, equipamentos, mão-de-obra especializada, normas de segu- rança, indústrias e invesmentos. Conheça um pouco mais dessa história e dos militares que já vi- veram mais da metade desse pe- ríodo - NOTAER ouviu o graduado e o oficial especialista com mais tempo de serviço na ava. Dia 25 de março é uma data histórica a ser celebrada com esses profis- sionais. (Pág. 4 e 5) SGT Johnson / CECOMSAER

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Carreira de Especialistas da Aeronáutica completa 70 anos

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www.fab.mil.br Ano XXXIV Nº 3 Março, 2011 ISSN 1518-8558

Esquadrão de Santa Maria (RS) recebe novo helicóptero H-60(Pág 14)

Carreira de Especialistas da Aeronáutica completa 70 anos

“Capacetes Azuis” da Infantaria da FAB já atuam nas ruas do Haiti

Experiência da Saúde ajuda a criar cartilha com dicas para voo seguro

ESPECIAL 70 ANOSAnos 80 - A hora e a vez da indústria aeronáutica no Brasil

Missões de patrulha, guarda e segurança e manutenção da lei e da e da ordem. Essa é a missão que vem sendo desempenhada pelo primeiro Pelotão da Aeronáuti ca enviado para parti cipar de uma Força de Paz da ONU. (Pág. 11)

O Conselho Federal de Medi-cina montou uma Câmara Técnica para debater o assunto com o envolvimento de médicos especia-lizados em Medicina Aeroespacial. O resultado desse trabalho deu origem a uma carti lha (Pág. 12)

Os projetos dos aviões C-95 Brasília, T-27 Tucano e A-1 (AMX) decolam, colocando o país no seleto grupo de vanguarda na indústria da aviação mundial. Os reflexos desse período influen-ciam o país até hoje. (Pág. 7 a 10)

Tocha Olímpica dos Jogos Mundiais Militares chega ao Rio de Janeiro (Pág. 15)

ACONTECE na FAB - Passagens de comando e aniversários (Pág. 13)

Há exatas sete décadas, em março de 1941, nascia a Escola de Especialistas de Aeronáuti ca, sediada na Ponta do Galeão, na Ilha do Governador, no Rio de Ja-neiro. Era um dos vários esforços do recém-criado Ministério da Aeronáutica para reorganizar a aviação brasileira. A nova escola nasceu como ideia para unifi car a formação de profi ssionais especia-listas, após a exti nção das Escolas de Aviação Naval (Marinha) e de Aviação Militar (Exército).

O cenário da aviação brasileira no início dos anos 40 era precário. Faltavam pilotos, aeronaves, pis-tas, equipamentos, mão-de-obra especializada, normas de segu-rança, indústrias e investi mentos.

Conheça um pouco mais dessa história e dos militares que já vi-veram mais da metade desse pe-ríodo - NOTAER ouviu o graduado e o ofi cial especialista com mais tempo de serviço na ati va. Dia 25 de março é uma data histórica a ser celebrada com esses profi s-sionais. (Pág. 4 e 5)SG

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CARTA AO LEITOR

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

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O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáuti ca (CECOMSA-ER), voltado ao público interno.

Chefe-Interino do CECOMSAER: Coronel-Aviador Marcelo Kanitz Damasceno

Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Ale-xandre Emílio Spengler

Chefe da Divisão de Relações Pú-blicas: Coronel Marcos da Costa Trindade

Editores: Tenente Luiz Claudio Ferreira e Tenente Alessandro Silva

Repórteres: Tenente Luiz Claudio Ferreira, Tenente Alessandro Silva, Tenente Adriana Alvares, Tenente Marcia Silva, Tenente Flávio Hi-sakasu Nishimori e Tenente Carla Dieppe

Colaboradores: CIAER, COMAR I, COMAR II, COMAR III, COMAR VI, BAAF, COMARA, 1º/7º GAV, 5º/8º GAV e SISCOMSAE (textos enviados ao CECOMSAER, via Sistema Kata-ná, por diversas unidades)

Tiragem: 30.000 exemplares

Jornalista Responsável: Tenente Luiz Claudio Ferreira (MTB 2857 - PE)

Diagramação: Tenente Alessandro Silva, Sargento Rafael da Costa Lopes e Cabo Lucas Maurício Alves Zigunow

Revisão: Major Alexandre Daniel Pinheiro da Silva e Subofi cial Cláu-dio Bonfi m Ramos

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.

Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser en-viados para: [email protected]

ISSN 1518-8558

Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar CEP - 70045-900 - Brasília - DF

Impressão e acabamento:Aquarius Gráfi ca e Editora

Expediente

O nome por excelência

A importância da Contrainteligência no COMAER

A Ati vidade de Inteligência gera o conhecimento necessário à asses-soria das autoridades que conduzem uma organização em prol da execu-ção de suas variadas missões. Porém, tão importante quanto a produção do conhecimento é a proteção do conhecimento que já se detém ou daquele que se busca.

A Contrainteligência é o ramo da Inteligência que se ocupa da pro-teção do conhecimento de posse de uma organização.

A Contrainteligência é insepa-rável de toda e qualquer ati vidade de caráter sigiloso relacionada aos interesses do COMAER. Suas ações decorrem das necessidades esta-belecidas pela Inteligência, sendo efetivadas conforme decisão das autoridades competentes, em todos os níveis. Os principais ramos de atuação da Contrainteligência são: A Segurança Orgânica, a Contraespio-nagem e a Desinformação. No caso mais práti co, o da Segurança Orgâni-

ca, se foca a segurança fí sica das áre-as, instalações (barreiras, sensores, alarmes, cofres, prédios, sistemas de segurança etc), documentação (classifi cação de documentos, ma-nuseio conforme a classificação, trâmites sigilosos, desclassifi cação, destruição etc), TI (segurança lógica e fí sica, comparti mentação, cripto-grafia etc), comunicações (meios seguros de comunicação e criptogra-fi a) e, também, do pessoal (seleção, acompanhamento, desligamento, treinamento, capacitação etc).

É muito importante que todo o pessoal do COMAER sinta-se respon-sável pela integridade e preservação da segurança das áreas e instala-ções, materiais, documentação e meios de TI, pois não apenas o setor de contrainteligência é responsável por isso. Podemos exemplifi car: o cumprimento de todos os protocolos, normas e demais procedimentos relacionados com o acesso às orga-nizações, o envio e recebimento de

documentação e de mensagens (de quaisquer ti pos), aquilo que se fala, para quem se fala e onde se fala, os cuidados com senhas, códigos, iden-ti fi cações, cartões de acesso e etc.

Toda e qualquer atividade ou ocorrência suspeita que fi ra os pre-ceitos de conduta de sigilo da organi-zação, o acesso indevido aos diversos setores, o extravio de documentação ou de materiais, questi onamentos estranhos por parte de pessoas externas ao COMAER, entre outros, devem ser comunicados ao setor de segurança ou de inteligência de sua organização ou da organização mais próxima do COMAER.

Deve-se lembrar, constantemen-te, que por mais sofi sti cados, caros, estruturados e bem montados que sejam os sistemas de proteção dos conhecimentos eles serão tão fortes ou vulneráveis conforme o pessoal que os suporta.

(Arti go de autoria do Centro de Inteligência da Aeronáuti ca)

Ao ampliar o aumento da tiragem do Notaer para 30 mil exemplares, um dos principais ob-jeti vos foi o de fazer com que mais profi ssionais se “vissem” e avalias-sem como são indispensáveis para cada conquista da insti tuição. Esta edição homenageia, em especial, um grupo cuja história confunde-se com a própria história da FAB.

Chegamos ao terceiro Notaer com o foco voltado para um qua-dro consagrado. Um grande qua-dro, aliás, os especialistas. Nesta edição, em várias oportunidades o prezado leitor verá a palavra neste jornal e lembrará que, sob essa denominação, existe o conceito dos trabalhadores técnicos que

apoiam o voo. E isso não ocorre há pouco

tempo. Não é coincidência, por exemplo, o fato da Escola de Es-pecialistas ter nascido no mesmo ano do Ministério da Aeronáuti ca. Signifi cou que a insti tuição iniciou e evoluiu apoiada por profi ssio-nais que, em voo ou em terra, em centros urbanos ou em afastados rincões, denotariam a importân-cia de quem fez e faz tudo para que as missões ocorram.

Nestes 70 anos, diversas es-pecialidades surgiram para fazer frente aos desafi os. Atualmente são 27. Em diferentes organiza-ções, ostentando divisas nos bra-ços, nos ombros e nos corações.

Divisas que revelam a força do que sua farda disti ngue. Divisas que unem. Devem ser cumpri-mentados todos os dias. Mas dia 25 é um dia muito especial. Que o nosso Notaer chegue longe como faz cada um dos especialistas de Aeronáuti ca.

Marcelo Kanitz Damasceno Cel Av Chefe-Interino do CECOMSAER

SGT Johnson / CECOMSAER

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PALAVRAS DO COMANDANTE

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Inspiração de vida

Essa nossa carreira permite-nos adiantar e retroceder os olhares. Adianto quando revejo a turma enfileirada, de olhares jovens, cheio de expectati vas. Ao entoar dos gritos de seja bem-vindo, alude-nos a imagem futura, daqueles moços e moças pro-cedendo todo apoio ao voo. Ao adiantar o olhar, vibramos com a missão técnica, especial e abne-gada. Mas nosso coração também regressa ao ponto de onde parti -mos. Aproveito esta oportunidade no NOTAER para olhar, observar e voltar. Pessoalmente, a inspiração abrigada na própria história. Este comandante que se dirige a cada um de vocês era apenas um rapaz

curioso quando um sargento da Aeronáutica, amigo da família, chegou a minha casa, fardado. Admirei as divisas, o quepe e a postura daquele senhor. Foi um es-pecialista que me trouxe até aqui.

Perguntei a ele como poderia fazer para ingressar na FAB. Nas palavras imediatas e sábias do sargento, recomendou que eu estudasse muito e ti vesse persis-tência. Resolvi seguir a carreira da aviação e a cada passo relembrei das palavras certeiras e repletas de signifi cado. Certo, pois, é que aquilo que ouvi ele teria aprendido também. E esses ensinamentos aconteceram dia após dia.

Como piloto, convivi com es-Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito

Comandante da Aeronáuti ca

pecialistas que atuavam em várias áreas, todos companheiros em voo ou em solo determinantes para que cada missão fosse cum-prida. Recordo do verso iluminado do Hino dos Especialistas que exprime o senti mento de toda a Família Aeronáuti ca. “Nós senti -mos orgulho sem par”. É verdade! Orgulho e mais um sem-número de senti mentos de admiração que rebrilham a cada dia, emoldurado pelo respeito e a devoção que es-sas pessoas doam ao ofí cio.

Adianto o olhar, de vir o meni-no e a menina, e enxergar homens e mulheres. Do porvir de suas existências. Especialistas de Aero-náuti ca em 27 áreas profi ssionais.

Turmas com mais de mil novos militares se formam a cada ano. Como não olhar, cumprimentar, emocionar com seu juramento e não pensar no amanhã...

Imaginar cada um desses ho-mens e mulheres chegando à casa de um amigo, e um jovem estudante, admirado com suas divisas, perguntar como é possível ingressar na FAB. Assim como eu fi z. A farda azul, o quepe, a postu-ra e o amor também falam por si mesmos. Especialistas dirão que é preciso estudar muito. E para sem-pre serão inspirações inadiáveis.

Formatura de sargentos na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá, no interior de São Paulo

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PROFISSÃO MILITAR - Especialistas de Aeronáutica

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Carreira começou com a criação da Força Aérea

Avião, mecânico e piloto for-mam um triângulo profi ssional

perfeito na aviação civil e militar. Juntos, cumprem a missão. O racio-cínio ilustra a frase que abre o hino do Especialista de Aeronáuti ca e a importância dessa parceria: “Com os pilotos e asas, seremos um con-junto de todo efi caz”.

Os militares dessa área, hoje, não são apenas mecânicos. For-mam um grupo com mais de 24 mil especialistas – um terço do conti ngente total da Força Aérea Brasileira (FAB) –, entre graduados e ofi ciais, distribuídos em 27 dife-rentes áreas de atuação.

Há exatas sete décadas, em março de 1941, nascia a Escola de Especialistas de Aeronáuti ca, sediada na Ponta do Galeão, na Ilha do Governador, no Rio de Ja-neiro, dentro do esforço do recém-criado Ministério da Aeronáuti ca de reorganizar a aviação brasileira. A nova escola foi criada para uni-fi car a formação dos profi ssionais especialistas no país, após a exti n-ção das Escolas de Aviação Naval (Marinha) e de Aviação Militar (Exército). Até então, cada Força ti nha sua própria aviação.

O cenário da aviação no início dos anos 40 era precário: falta-vam pilotos, aeronaves, pistas, equipamentos, mão-de-obra es-pecializada, normas de segurança, indústrias e investi mentos.

Nas palavras do primeiro Minis-tro da Aeronáuti ca, Joaquim Pedro Salgado Filho, os desafios eram muitos. “A aviação civil, na época, era mais voltada para a área es-porti va em incipientes aeroclubes. Os pilotos comerciais recebiam treinamento dentro das próprias companhias que os empregavam.”

Os desafios não paravam por aí. Mesmo as escolas militares existentes apresentavam diver-gências quanto à formação. A

Escola de Aviação do Exército, por exemplo, recebeu em seus primórdios o modelo da Missão Militar Francesa, a partir do final de Primeira Guerra (1918). Já a escola de Aviação Naval recebia orientação tanto da aviação in-glesa quanto da aviação alemã. “Dar unidade à didática dessas duas escolas, tão diferentes em seus conceitos, era também ou-tro desafio”, afirmou o ministro Salgado Filho.

Em 1941, no primeiro concur-so de admissão, apenas 34 candi-datos passaram na prova, apesar das 200 vagas oferecidas. De lá para cá, a concorrência cresceu bastante, incentivada pela quali-dade do ensino oferecido e pelas oportunidades da profissão mili-tar: a relação candidato-vaga, em 2009, no Curso de Formação de Sargentos (CFS), chegou a 47,06 – mais do que o curso líder em

concorrência na Universidade de São Paulo no mesmo ano (publi-cidade – 40,66).

A entrada do Brasil na Segunda Guerra também foi decisiva para que o país ampliasse a frota de aeronaves, investi sse na prepara-ção de mão-de-obra qualifi cada, novos e modernos equipamentos. Nesse período, para ampliar a ca-pacidade de formação de técnicos para a aviação, o Brasil enviou pessoal para escolas no exterior.

Em 1950, o Ministério da Ae-ronáutica criou a Escola de Espe-cialistas de Aeronáutica (EEAR) em Guaratinguetá (SP), instalada na antiga Escola Prática de Agri-cultura e Pecuária. A unidade ocupa hoje uma área de 10 mi-lhões de metros quadrados, com uma área construída superior a 119 mil metros quadrados, con-tendo 93 prédios administrativos e três vilas militares residenciais.

Localizada no Vale do Paraíba, a 176 km de São Paulo, a Escola

de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) abre todos os anos 1,5 mil vagas para jovens que já possuem diploma de nível técnico ou que desejam cursar uma das especiali-dades oferecidas pela Força Aérea em 27 diferentes áreas profi ssio-nais (veja fotos na página 16).

Durante o curso, o aluno rece-be fardamento, assistência médica e odontológica, auxílio para mate-rial escolar e uma ajuda de custo mensal (soldo). Os estudantes passam a semana em regime de internato, com a expectati va de serem liberados às sextas-feiras ao fi nal da instrução diária.

A escola oferece dois ti pos de oportunidades para quem busca uma profi ssão na carreira militar: o Curso de Formação de Sargentos (CFS), com duração de quatro se-mestres leti vos e que corresponde ao ensino técnico; e o Estágio de Adaptação à Graduação de Sar-gento (EAGS), para quem já possui diploma de curso técnico, com duração de 24 semanas. O corpo docente da Escola de Especialistas é formado por 180 professores, entre civis e militares.

Estudo – Até o ano passado, a EEAR formou cerca de 64 mil sar-gentos especialistas para a Força Aérea Brasileira. A concorrência para uma dessas vagas não foi fácil. “É preciso ser persistente. Passei dois anos tentando con-creti zar esse sonho. Abri mão de muita coisa, mas valeu a pena”, afi rma a estudante Fernanda Gou-lart, primeira colocada no Curso de Formação de Sargentos de 2010.

Guaratinguetá abriga o maior complexo de ensino técnico da América Latina

Especialistas representam um terço do efetivo de militares da Força Aérea

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Um viu um anúncio no jornal. O outro ouviu um parente con-

tar sobre a carreira. Em comum, eram jovens com idade na faixa dos 17 anos. Buscavam uma pro-fi ssão e um futuro. Lá se vão mais de três décadas no serviço ati vo, dedicados à Força Aérea Brasileira e ao Brasil. Juntos, viram nascer o atual sistema integrado de con-trole de tráfego aéreo e a defesa aérea. Desbravaram o interior do país e ajudaram a escrever, ao lado de tantos outros, mais da metade da história da insti tuição que com-pletou 70 anos em janeiro.

“Sou grato pela carreira que escolhi. Realizado e reconhecido”, afi rma o Tenente-Coronel Controla-dor de Tráfego Aéreo Jari Carlos da Silva, o ofi cial especialista com mais tempo de serviço ativo da Força Aérea. São mais de 42 anos de tra-balho. Uma histórica que começou em 1968 a parti r de um anúncio no jornal O Dia, falando sobre um cur-sinho preparatório para a carreira. O estudante disputou uma das 550 vagas oferecidas naquele ano e, ao lado de 22 mil candidatos em todo o

Personagens

Os militares que viveram mais da metade da história da Força Aérea

país, garanti u a oportunidade com a 17ª melhor nota do concurso.

Na Escola de Especialistas de Aeronáuti ca, optou e foi escolhi-do para o curso de Controlador de Voo, nome dado à época aos Controladores de Tráfego Aéreo. Era uma época em que o país ti nha cobertura radar apenas nas regiões terminais de São Paulo e Rio de Janeiro. O controle do tráfego era feito de forma convencional, apoia-do em comunicações por rádio. Os atuais Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) ainda não existi am.

De São Paulo, o então Terceiro-Sargento Jari seguiu para o Desta-camento de Aeronáuti ca de Porto Nacional, hoje no Estado de Tocan-ti ns. Ali, conheceu a esposa, viu nascer o primeiro fi lho e a região central do país ser ocupada após a inauguração de Brasília. “Você não imagina o que era isso aqui naquela época. Era possível ver cobras atravessando a rua”, conta.

Nos anos 80, passou no concor-rido concurso para ofi cial especia-lista e, como aspirante, foi trabalhar

em Belém (PA). De lá, seguiu para o Serviço Regional de Proteção ao Voo de Brasília (SRPV), mais tarde absorvido pelo CINDACTA I. Hoje, o ofi cial trabalha na Subdivisão de Gerenciamento de Tráfego Aéreo do CINDACTA I, numa das regiões com maior volume de aeronaves no país.

“Valeu a pena. Tudo o que um graduado poderia ati ngir, eu con-segui”, afi rma o Subofi cial Marcos Antonio Bati sta Couti nho, que tem mais de 36 anos de serviço ati vo na Força Aérea. O terceiro de cinco fi lhos, ouviu de um cunhado as pri-meiras informações da carreira. Na época, um cabo recém-aprovado para o curso de sargento da Escola de Especialistas de Aeronáuti ca.

Da primeira vez que prestou a prova, o Subofi cial Couti nho foi aprovado, disputando um das va-gas oferecidas com mais de 20 mil candidatos de todo o país. “Comecei como radiotelegrafista de terra”, afi rma. Na época, esse profi ssional era o responsável pelo trâmite de informações entre as unidades mi-litares, cuidava ainda da confecção e difusão dos boleti ns meteorológi-

cos, da transmissão dos planos de voo, dentre outras funções. Hoje, essas ati vidades são apoiadas por modernos equipamentos.

Da Escola de Especialistas, em 1976, o jovem militar seguiu para o Comando de Defesa Aérea (COMDA). Lá, viu nascer a atual estrutura de defesa do país e tra-balhou ao lado de lendários “Dijon- Boys”, como ficaram conhecidos os militares que introduziram o primeiro caça supersônico da Força Aérea no país: o Mirage III.

Na carreira, o militar foi o pri-meiro graduado do recém-criado Destacamento da Chapada dos Guimarães, nos anos 80, e co-mandante do Destacamento de Cachimbo, no Pará, de onde saiu em 2005. O Subofi cial Couti nho passou a ainda pela Adidância do Brasil na França e trabalha hoje em dia no Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOM-SAER), em Brasília. “Acredito que o momento mais feliz da minha carreira foi o reconhecimento com a indicação para missão no exterior”, afi rma

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TECNOLOGIA E DEFESA

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Força Aérea participará de Feira de Defesa e Segurança no RJ

mostrará a uti lização do NSN (NATO STOCK NUMBER) como código internacional de identi fi cação de materiais nos processos logísti cos.

Na parte externa da feira, em uma área de 600 metros quadra-dos, a FAB terá uma unidade do RODOMAPRE, versão automoti va do Módulo de Alimentação a Pon-tos Remotos (MAPRE). A unidade foi uti lizada com sucesso na opera-ção de ajuda ao terremoto do Haiti , no ano passado, e como apoio no V Exercício Cruzeiro do Sul (Cruzex V), realizado na cidade de Natal em novembro de 2010. Também está prevista a exposição de uma unidade móvel odontológica.

A LAAD reúne bienalmente empresas brasileiras e internacio-nais especializadas no fornecimen-to de equipamentos e serviços para as três Forças Armadas, polí-cias, forças especiais, serviços de segurança, consultores e agências governamentais.

realizar as ati vidades necessárias à nacionalização do material ae-roespacial e bélico para assegurar a operação e o emprego das aero-naves da FAB, seus componentes, acessórios e equipamentos.

“Vamos apresentar cerca de uma centena de peças, entre elas partes de trens de pouso das ae-ronaves T-27 e do Bandeirante. O CELOG tem conseguido, no Brasil, juntamente com empresas priva-das, produzir itens de aviões que já não são encontrados no mercado, além de nacionalizar peças, uma solução para prolongar o tempo de atuação das aeronaves”, ressalta o Coronel-Aviador José Carlos Dias Rodrigues, chefe da divisão de nacionalização do CELOG.

O Centro de Catalogação da Aeronáutica (CECAT) apresenta aos visitantes o Sistema OTAN de Catalogação (SOC), ilustrando as vantagens desse sistema às empre-sas de defesa do Brasil. Além disso,

Sistema de defesa aérea, peças de aeronaves e tecnologias

de ponta desenvolvidas por suas unidades militares estão entre os itens a serem expostos pela Força Aérea Brasileira (FAB) na 8ª Edição da Latin America Aerospace & Defense (LAAD), feira de defesa e segurança, que acontece de 12 a 15 de abril, no Rio de Janeiro. O evento terá a presença de 55 delegações de 53 países e 350 expositores em uma área total de 45 mil metros quadrados.

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) vai apresentar uma maquete do foguete VSB-30, a exposição do míssil MAA-1B (ar-ar) de curto alcance de quarta geração, usado em combate do ti po “dog-fi ght”, com guiamento por infravermelho.

O Centro Logísti co da Aero-náutica (CELOG) também fará parte da exposição. A organização militar tem entre suas atribuições

O evento deste ano contará com a participação de 53 países. A expectativa dos organizadores é receber 21 mil visitantes.

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“Dentre os inúmeros desafi os que o Brasil terá pela frente, des-tacam-se aqueles nas áreas de de-fesa e segurança. As descobertas do pré-sal e necessidade de pro-teger nossas fronteiras terrestres e maríti mas exigirão a aplicação de recursos na ampliação e mo-dernização das Forças Armadas. O combate à criminalidade e a realização de importantes eventos esporti vos no Brasil como Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpi-cos exigirão um salto na qualidade na infra-estrutura e nas ati vidades de segurança pública e privada, com conseqüentes investi mentos em pessoal e meios”, explica Ser-gio Jardim, Diretor da LAAD.

Este ano, a Feira contará com novos setores em exposição. O “Space Zone”, alinhada com a Estratégia Nacional de Defesa, reunirá a indústria espacial e os órgãos governamentais do setor. Outra novidade será a presença de autoridades de segurança de cada um dos países da América Lati na. Haverá ainda um pavilhão de Treinamento e Simulação. Na programação estão previstos sim-pósios e seminários abordando temas como Defesa, Segurança e Logísti ca Militar.

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Anos 80

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ESPECIAL FAB 70 ANOS

O que há em comum nas Forças Aéreas do Brasil,

Irã, Reino Unido, Egito, Argen-tina, França, Kuwait, Angola, Venezuela e muitas outras de

A hora e a vez da indústria aeronáutica brasileiravários continentes? A presença de aeronaves desenvolvidas no Brasil pela EMBRAER. Fundada em 1969, a empresa iniciou suas atividades com a produção do

turboélice Bandeirante. Mas a década de 80 pode ser lembrada como aquela em que a empresa brasileira alcançou sucesso com projetos como o Brasília, o Tuca-

no e o AMX. Conheça um pouco desses aviões que marcam a história da indústria nacional e da Força Aérea Brasileira, que conduziu esse processo.

A aeronave de transporte Brasília, na Força Aérea batizada de C-97, é apresentada em evento para a imprensa nacional e internacional

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T-27 TUCANO - Um treinador pioneiro e de sucesso

AMX - O caça brasileiro que nasceu como “avião-computador”

O primeiro fato histórico daque-la década foi a apresentação,

no dia 19 de agosto de 1980, do YT-27. O protóti po do treinador tinha desenho avançado para a época e várias características inovadoras que acabaram por se tornar padrão mundial para ae-ronaves de treinamento básico. O avião, por exemplo, foi o primeiro do gênero a vir equipado com assentos ejetáveis. Além disso, os dois tripulantes não sentavam na clássica posição “lado-a-lado”, e sim em “tandem”, com o piloto à frente, como nas mais avançadas aeronaves de caça.

Em 1981, em um concurso re-alizado com os cadetes da Acade-mia da Força Aérea (AFA), a nova aeronave foi bati zada de Tucano. Foi ali, em Pirassununga (SP), no dia 29 de setembro de 1983, que os primeiros T-27 da FAB foram re-cebidos para voarem com as cores do Esquadrão de Demonstração

Aérea (EDA), a “Esquadrilha da Fu-maça”. A AFA também recebeu o Tucano para a função de instrução intermediária.

Além das característi cas ino-vadoras, o Tucano também se revelou estável e manobrável em

baixas velocidades. Essas carac-terísti cas, além do baixo custo de operação se comparado a outros treinadores, logo garantiram as primeiras encomendas interna-cionais. Em 1984, apenas um ano após a entrada em serviço na FAB,

Os primeiros T-27 entregues à FAB foram para a Esquadrilha da Fumaça

O aprendizado com o projeto AMX revolucionou a indústria brasileira

a EMBRAER já exportava o avião para Honduras.

O treinador da EMBRAER en-trou para a história, no entanto, quando em 1985 foi escolhido pelo Reino Unido para se tornar o treinador básico da Real Força Aérea (RAF). A versão produzida localmente pela British Short Brothers foi equipada com um motor mais potente, entre outras modifi cações, e também foi expor-tado para o Quênia e o Kuwait. O Tucano também foi fabricado sob licença pela Helwan, empresa egípcia que fez entregas para as Forças Aéreas do Egito e do Iraque.

Além de cumprir o papel de treinador, o Tucano também pos-sui sob as asas quatro pontos duros para receber cargas exter-nas, como bombas e casulos de metralhadoras, e assim poder voar missões de treinamento armado, apoio aéreo, ataque ao solo e de-fesa do espaço aéreo.

Head Up Display (HUD), Chaff , Hands on Trott le and Sti cks

(HOTAS), Flare, Conti nuosly Com-puted Initial Point (CCIP), Mul-ti functi on Display (MFD), Radar Warning Receiver (RWR). Estas e outras tecnologias deram ao caça A-1 o apelido de “O avião compu-tador” quando foi recebido pelo Esquadrão Adelphi em 1989. A aeronave trouxe para a Força Aé-rea Brasileira uma nova visão para a aviação de combate.

Inicialmente chamado de AMX, o A-1 foi projetado pela EMBRAER em parceria com as empresas ita-lianas Aermacchi e Aeritalia. Em 27 de março de 1981, os governos do Brasil e da Itália assinaram um acordo para estudar os requisitos da aeronave, e quatro meses de-pois as três empresas recebiam o contrato de desenvolvimento.

O programa contaria com a

construção de seis protótipos, dois deles no Brasil. A EMBRAER fi cou responsável pelo projeto e produção das asas, profundores, tomadas de ar, pilones, trens de pouso, tanques de combustí vel, equipamentos para missões de re-conhecimento e instalação dos ca-nhões DEFA, de 30mm, que seriam uti lizados na versão brasileira.

Em 15 de maio de 1984, o pri-meiro protóti po voou na Itália. Em 16 de outubro de 1985, o primeiro AMX produzido no Brasil, designa-do YA-1, decolou com a matrícula FAB 4200. Em 16 de dezembro do ano seguinte, o YA-1 4201 também fez o primeiro voo.

Criado para missões de ata-que, o AMX se destaca ainda hoje pelo raio de alcance, robustez e confiabilidade nos sistemas eletrônicos. Entre os principais recursos tecnológicos estão

os sistemas de mira computa-dorizada (CCIP) e o alerta de emissões de radar (RWR), que avisa o piloto quando o A-1 é “iluminado” pelos inimigos. A cabine do caça também segue o conceito HOTAS, em que o piloto pode controlar toda a aeronave

com comandos nas pontas dos dedos. O HUD também permite visualizar todas as informações da missão sem precisar retirar os olhos da arena de combate.

Em 17 de outubro de 1990, a Força Aérea Brasileira recebeu seu primeiro A-1.

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Lançamento do foguete VLS no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão

PROGRAMA ESPACIAL - Alcântara, no Maranhão, é escolhida para ser o “trampolim” para o espaço

A conquista do espaço requer investi mento, tecnologia, pro-

jetos fi nanceiramente viáveis e, se possível, uma localização geográ-fi ca privilegiada. E o Brasil possui este lugar. Situado no pequeno município de Alcântara (MA), separado por 10 km de faixa de mar da ilha de São Luís, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) foi criado pelo Ministério da Aero-náuti ca nos anos 80 para assumir a responsabilidade de ser a principal base da então Missão Espacial Completa Brasileira (MECB).

Localizado a pouco mais de dois graus da linha do Equador, o CLA se destaca por possibilitar lan-çamentos de foguetes com menor consumo de combustí vel, ou com maior capacidade de carga. Isto é, se um foguete for lançado no CLA, o artefato poderá levar satélites até

31% mais pesados que outro seme-lhante que saiu de bases de outros países. Foi por este moti vo, e ainda pelo clima favorável, facilidade logísti ca e estabilidade geológica, que em 1982 foi criado o Grupo para Implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (GICLA).

Transformar o litoral mara-nhense em uma moderna base do programa espacial signifi cou investi mentos em equipamentos como plataformas de lançamen-to, radares de acompanhamento, sistemas de telemetria, centrais de meteorologia, edifí cios para preparo de satélites e propulso-res, depósitos de combustí veis, pista de pouso e toda a infraes-trutura necessária para apoiar os militares e civis que trabalhariam ali. Para tornar o projeto real, foi ati vado em 1° de março de 1983

o Núcleo do CLA. Outra preocupa-ção foi o cuidado com as famílias que moravam na área, pois, entre instalações e áreas de segurança, a nova base ocuparia 620 km qua-drados de área.

Finalmente, em dezembro de 1989, a Operação Pioneira efeti -vamente inaugurou o CLA. Quinze foguetes SBAT-70 e dois SBAT-152 foram lançados para os primeiros testes. Dois meses depois, seria a vez de um foguete Sonda-2, em uma sequência de operações que teriam como destaque o lançamento de 83 foguetes em parceria com a NASA, em 1994, do VS-30 e dos testes com o Veí-culo Lançador de Satélites (VLS).

Em 2010 foi assinado ainda o acordo de cooperaçao com a Ucrânia para que o CLA também possa servir como base para os foguetes Cyclone-4, capazes de transportar satélites de até 5,3 toneladas para uma órbita baixa.

O CLA está preparado para o futuro, com destaque para as operações de lançamento e de rastreio de foguetes. O lançamen-to de foguetes de treinamento, desenvolvidos pelo Comando da Aeronáuti ca em parceria com a Agência Espacial Brasileira e a in-dústria nacional, fecha-se o ciclo de capacitação dos profi ssionais, garanti ndo o sucesso das opera-ções no horizonte da área espacial.

Outro destaque é a constante modernização dos equipamentos do CLA, como a construção de uma nova torre de lançamento, sala de controle, casamata, torres de inte-gração, radares e sistemas de tele-metria. O intuito é o de comportar novos síti os de lançamento para os mais diversos ti pos de veículos suborbitais e orbitais, tais como o VLS e o Cyclone 4.

TRANSPORTE - Brasília conquista as linhas regionais

Antes mesmo de ser entregue, o EMBRAER 120 Brasília já

era o avião líder da sua categoria na aviação regional. Este sucesso remonta a 1974, quando começa-ram os estudos de uma aeronave pressurizada para substituir o Bandeirante. O primeiro protóti po foi apresentado 1983, quando fez o seu primeiro voo.

Com capacidade para 30 pas-sageiros, o Brasília foi o primeiro avião da EMBRAER projetado com o auxílio de computadores. Capaz de superar os 580 km/h e com um nível de ruído baixo se comparado aos seus concorrentes, o avião brasileiro foi desenvolvido com um sistema de programação e controle de voo digitalizado, um dos mais avançados da época.

No ano seguinte, a aeronave entrou em produção e, curio-samente, teve como primeiro operador uma companhia aérea estrangeira, a norte-americana Atlantic Southeast Airlines. Em setembro daquele ano, o Brasília fez seu primeiro voo em operação regular, ligando as cidades de Gai-nesville e Atlanta, nos Estados Uni-dos. A brasileira Rio-Sul recebeu suas primeiras unidades em 1988. Foram produzidas ainda versões de longo alcance (EMB120ER) e para transporte de carga. Ao todo, 352 aviões foram entregues para 33 operadores em vários países.

A Força Aérea Brasileira re-cebeu seus primeiros EMB 120, designados C-97, ainda nos anos 80. Quatro aeronaves passaram a ser operadas pelo 6° Esquadrão de Transporte Aéreo, cumprindo missões de transporte a parti r da Base Aérea de Brasília. Um dos protóti pos foi incorporado pelo então Centro Técnico Aeroespacial (CTA). A parti r dos anos 90, mais unidades foram adquiridas para outros esquadrões de transporte.

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Guerra das Malvinas: a defesa aérea brasileira é testadaEpisódio 1 - Abril de 1982,

feriado de Sexta-feira Santa. Uma tempestade desaba sobre o Pla-nalto Central. Na Base Aérea de Anápolis (BAAN), o 1° Grupo de Defesa Aérea mantém caças F-103 Mirage e tripulações em alerta, prontas para decolar. Passava das 8 horas da noite, quando o Co-mando de Defesa Aérea acionou a unidade. De acordo com as primei-ras informações, uma aeronave sobrevoava o território brasileiro e a tripulação se negava a prestar qualquer esclarecimento. A noite era tomada por uma grossa cama-da de nuvens, com raios e trovões. Apesar do tempo adverso, dois pilotos da Força Aérea decolam.

Com o uso dos pós-combusto-res, os dois Mirage sobem rapida-mente e, em poucos minutos, o Jaguar Negro Um aproximava-se do alvo a 1,15 vezes a velocidade do som. As nuvens manchavam a ima-gem do radar, mas os caçadores lo-calizam e identi fi cam o alvo: Ilyushin 62 da empresa estatal Cubana. De fabricação soviéti ca, a aeronave de transporte podia atingir até 900 km/h e 13 mil metros de alti tude.

Seguindo as orientações do controle em terra, os Mirage se posicionaram ao lado da cabine do avião de transporte, e, quando os pilotos cubanos se negaram mais uma vez a atenderem os chama-dos do CINDACTA I, o Major José Orlando Bellon afi rmou em inglês pelo rádio: “Você foi interceptado. Há duas aeronaves de combate ao seu lado. A ordem é pousar em Bra-sília imediatamente”. A tripulação cubana avistou os caças brasileiros e, em seguida, fi zeram contato soli-citando informações para o pouso.

O Ilyushin 62 tentava cruzar todo o território brasileiro para seguir diretamente para a Argen-tina. Entre os passageiros, um diplomata cubano. A aeronave foi liberada apenas no dia seguinte.

Episódio 2 - Junho de 1982. Pouco antes das 11 horas, o Capitão

Raul Dias se preparava para mais uma missão de treinamento com o seu F-5 do Esquadrão “Pif-Paf”, do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA). Pouco antes da decola-gem, viu um mecânico correr para o caça e preparar os canhões de 20 mm. Sem entender a situação, ligou o rádio e ouviu o código “Rojão de Fogo” - indicação de que aquela havia se tornado uma missão real de interceptação.

Com o Capitão Marco Au-rélio Coelho na ala, o Capitão Dias acionou o pós-combustor e rasgou o céu do Rio Janeiro em busca do alvo detectado pelos radares do Primeiro Centro Inte-grado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I). Aparentemente em emergência, uma aeronave vinha em direção à capital fl uminense e se anunciava como um quadrimotor.

“Tivemos um tempo de reação muito rápido, naquelas condições de acionamento. Os minutos que consumimos para decolar, após o

primeiro entoar da sirene, não ca-bem em todos os dedos das mãos”, contou em entrevista recente o Major-Brigadeiro R1 Raul Dias.

Com a localização do alvo, a verdade: um bombardeiro britâni-co Avro Vulcan (foto). Com mais de 30 metros de uma ponta à outra da asa em delta, o quadrimotor parti cipava da missão Blackbuck Six, uma das voadas pela Royal Air Force (RAF) entre a ilha de As-cenção e as Malvinas. Para atacar alvos no arquipélago disputado com a Argenti na, as aeronaves da RAF ti nham de voar 15 mil quilô-metros em até 16 horas.

Na Blackbuck Six, a sonda de reabastecimento em voo do Vulcan com matrícula XM 597 quebrou durante um dos procedi-mentos com um jato Page Victor. Sem combustí vel para prosseguir, a aeronave foi obrigada a seguir para o Rio de Janeiro, único local onde teria chances de pousar. Para complicar, um míssil AGM-45 Shrike falhou durante o ataque e

conti nuava preso à asa do Vulcan. Criada para detectar emissões de radar, a arma poderia ser aciona-da quando detectasse o sistema brasileiro de defesa aérea.

Foi nesta situação, sem com-bustí vel, com problemas no arma-mento, que o piloto inglês seguiu para o Rio de Janeiro, sem respon-der aos contatos da defesa áerea. As manobras dos F-5 haviam dei-xado os brasileiros exatamente atrás e à esquerda do Vulcan. No diálogo, a tripulação do Vulcan deixou claro que não seria possível seguir para a Base Aérea de Santa Cruz (BASC), e que o pouso no Galeão era a única chance. Os F-5 da Força Aérea acompanharam o alvo até o pouso.

Na Guerra das Malvinas, uma aeronave inglesa Vulcan foi interceptada

Fontes consultadas:- “Blackbuck 6”. Revista Força

Aérea N° 49 (jan 2008)- “Interceptado!”. Revista Força

Aérea N° 18 (abr 2000)- ”Um Vulcan inglês apanhado na

rede do Cindacta”, Veja (jun 1982.)

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INTERNACIONAL - HAITI

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Infantaria da Aeronáutica inicia missão histórica no Haiti

Missões de patrulha, guarda e segurança e manutenção

da lei da e da ordem. Essa é a missão que vem sendo desempe-nhada pelo primeiro Pelotão da Aeronáuti ca a parti cipar de uma Força de Paz. Vinte e sete militares integram desde 10 de fevereiro a Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

“Eles atuarão como as demais frações de nível pelotão, enqua-drados por uma subunidade, que é a nossa Terceira Companhia de Fuzileiros de Força de Paz. Ela tem uma área de responsabilidade e, dentro dela, a missão básica de contribuir com a MINUSTAH para a manutenção de um ambiente seguro e estável”, destaca o co-mandante do Conti ngente Bra-sileiro, Coronel Willian Georges Felipe Abrahão (Exército).

Transportados por um KC-137 do Segundo Esquadrão do Segun-do Grupo de Transporte (2º/2º GT), os militares da FAB desem-barcaram em Porto Príncipe. Do aeroporto da capital haitiana, seguiram com militares do Exército até a Base General Bacellar. Duran-te o trajeto, ti veram as primeiras impressões do país.

“Conhecer o Haiti in loco é di-ferente de ver em mapas e cartas como fi zemos no treinamento. A tropa está toda ansiosa para fazer o reconhecimento e ver como será a nossa roti na aqui. A ansiedade está superando a saudade nesse momento”, destaca o comandante do pelotão, Tenente de Infantaria Marcos Vinícius de Oliveira Pereira.

“Estamos aqui para manter um ambiente seguro e estável a um país que vendo sendo assolado por catástrofes e epidemias. Vamos nos empenhar ao máximo para dar o nosso melhor e contribuir para a melhoria do país”, afi rma o Soldado Diego José Cursino da Mota.

Antes do embarque, os mili-tares parti ciparam de duas sole-nidades, receberam o disti nti vo

de mantenedores da Paz da ONU e puderam se despedir de seus familiares. A esposa do Segundo-Sargento Gustavo César Lima de Freitas, Michele Regina Santos de Freitas, descobriu dias antes que estava grávida. “O mais difí cil na missão será a ausência fí sica, mas vamos conseguir superar”, diz o militar. “Nós dois, eu e o bebê, estaremos esperando por ele. Eles irão levar a paz e também voltarão em paz”, afi rma Michele.

O Cabo Felipe Queiroz Torres despediu-se da esposa e das duas fi lhas. “Elas precisam de mim, mas o povo haiti ano, neste momento,

também está precisando”, desta-ca. “Sei que para ele, profi ssional-mente, é uma óti ma oportunidade e tenho certeza que vão cumprir o que foi determinado”, afirma a esposa dele, Cláudia Fernanda Thomas Maya Tabosa.

Para integrar a MINUSTAH, o grupo passou por um treinamento de oito meses. Receberam instru-ções no Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Recife (BINFAE-RF) e no 14º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército. Foram ministradas instruções que simulavam situações reais, que poderiam ser enfrentadas no Haiti .

Os integrantes do Pelotão ser-vem em unidades pertencentes aos Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), sendo que 22 integram o efeti vo do BINFAE-RF. Os outros estão lotados nas Bases Aéreas de Natal e Fortaleza e no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno.

“Estou certo que irão honrar a Força Aérea Brasileira, o nosso país e, sobretudo, irão mostrar mais uma vez a capacidade do nordesti -no de vencer quaisquer barreiras, por mais penosas e difíceis que possam parecer”, diz o comandan-te do II COMAR, Major-Brigadeiro-do-Ar Hélio Paes de Barros Júnior.

Militares de Infantaria da Força Aérea no dia do embarque, em Recife, com destino a Porto Príncipe, no Haiti

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SAÚDE

Experiência da Força Aérea auxilia cartilha sobre voo seguroRecomendações foram formuladas pelo Conselho Federal de Medicina para auxiliar profissionais de saúde e passageiros do transporte aéreo; cartilha está disponível no portal da entidade na internet

A parti r de quantos meses de gravidez não se deve viajar?

Pacientes pós-operados podem voar sem restrições? Para respon-der a essas e outras perguntas, o Conselho Federal de Medicina montou uma Câmara Técnica para debater o assunto com o envol-vimento de médicos especializa-dos em Medicina Aeroespacial. A Força Aérea Brasileira (FAB) parti cipou desse trabalho com o conhecimento que possui na área.

“Não diria que há desconheci-mento, mas sim um conhecimento lacunar do assunto entre os profi s-sionais de saúde por se tratar de uma área muito específi ca. Diante da necessidade de haver uma in-formação básica mais apropriada sobre o tema, o Conselho Federal de Medicina está trabalhando para produzir documentação técnica adequada para a disseminação no meio profi ssional”, explica o Brigadeiro-Médico Flávio José Morici de Paula Xavier, diretor do Hospital de Aeronáuti ca do Galeão (HFAG), e integrante da Câmara que estudou o assunto.

“O objeti vo era que essas re-comendações fossem bastante genéricas para dar uma noção ao profi ssional da aérea, e também ao público, de que há necessidade, em certas situações, de que um médico seja consultado para proporcionar um transporte aéreo seguro”, ex-plica o ofi cial-general.

A Força Aérea Brasileira possui dois centros de referência em me-dicina aeroespacial. Um deles é Centro de Medicina Aeroespacial (CEMAL), que faz a avaliação médi-ca de aeronavegantes. O outro é o Insti tuto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE), unidade voltada à pesquisa e informação sobre o preparo do

aeronavegante, incluindo treina-mento fi siológico.

Veja abaixo, algumas das reco-mendações da carti lha:Gestantes- Visite o médico antes de viajar;- A parti r da 36ª semana, a gestan-te necessita de uma declaração do seu médico permiti ndo o voo. Em gestações múlti plas, a declaração deve ser feita após a 32ª semana. Já a parti r da 38ª semana, a ges-tante só pode embarcar acompa-nhada de médicos responsáveis;- Não há restrições de voo para a mãe no pós-parto normal; - As mulheres com dores ou san-gramentos não devem embarcar;- No caso de um recém-nascido, é prudente que se espere pelo me-nos uma ou duas semanas de vida até a viagem. Isso ajuda a determi-nar, com maior certeza, a ausência de doenças, congênitas ou não, que podem ser prejudiciais.Medicação - O passageiro que precisar inge-rir remédios no voo deve levar a medicação prescrita pelo médico em quanti dade sufi ciente para ser uti lizada durante toda a viagem.Enjoos- Evite a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, con-dimentos e refrigerantes no voo;- Uti lize assentos próximos às asas do avião por ser o local menos turbulento e menos propenso a induzir náuseas e vômitos;- Procure assistência ou orientação médica antes do voo, caso apre-sente febre alta, tremores, sangue ou muco nas fezes e vômitos que impeçam a ingestão de líquidos. Doenças respiratórias - Viagens aéreas são contra-indi-cadas para pessoas com infecções ati vas (pneumonia e sinusite); - Pessoas com bronquite crônica

e enfi sema pulmonar apresentam reduzida capacidade de oxigenar o sangue, o que pode descom-pensar os sintomas da doença durante o voo. Os viajantes devem buscar orientação médica antes de embarcarem para que seja de-terminado se há necessidade de suporte de oxigênio. Doenças Cardiovasculares- Pacientes e tripulantes acome-ti dos de complicações cardiovas-culares devem ser orientados a adiar os voos durante o período de estabilização e recuperação;- Quem teve infarto não complica-do, por exemplo, deve aguardar de duas a três semanas para viajar; - Nos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), deve-se levar em consideração o estado geral do passageiro e a extensão da doença. A quem sofreu um AVC isquêmico pequeno aconselha-se observar o prazo de recuperação de quatro a cinco dias antes do embarque. Não há restrições quanto a marcapassos e desfi bri-

ladores implantáveis.Pós-operatório - Após trauma crânio-encefálico ou qualquer procedimento neuro-curúrgico, pode ocorrer aumento da pressão intracraniana durante o voo. É preciso aguardar o tempo necessário até a confi rmação da melhora do referido quadro com-pressivo por tomografi a de crânio;- Para quem realizou uma cirurgia abdominal é contra-indicado o voo por duas semanas, em média. O voo também pode causar dor de cabeça severa até sete dias após a anestesia raquidural. Não há contra-indicação ao paciente que tomou uma anestesia geral desde que ele tenha se recuperado; - Fraturas instáveis ou não tratadas também são contra-indicações para voo. Considerando que uma pequena quanti dade de ar poderá fi car reti da no gesso, aqueles fei-tos entre 24 e 48 horas antes da viagem devem ser bi-valvulados. (Saiba mais: htt p://portal.cfm.org.br – buscar pela palavra “carti lha”)

Recomendações são úteis para passageiros e profi ssionais de saúde

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ACONTECE na Força Aérea (passagens de comando e aniversários de unidades)

Saiba Mais - A diferença entre notícia e “agenda”

Por que uma notí cia é divulgada na internet e outras são apro-

veitadas apenas na intraer? Esse é o questi onamento mais comum em relação ao aproveitamento de textos e fotos enviados ao Centro de Comunicação Social da Aero-náuti ca (CECOMSAER). A resposta é que determinados textos são notí cias e outros, agendas.

O Manual de Redação e de

Assessoria de Imprensa da Força Aérea Brasileira (www.cecomsa-er.intraer) traz em seu primeiro capítulo um guia para ajudar a identi fi car o que é notí cia e como ela deve ser tratada para divul-gação. A regra geral é avaliar o público que mais se interessa pelo assunto, dentre outras coisas. A internet, por exemplo, recebe um fl uxo considerável de acessos

de público externo, enquanto a intraer só atende ao público inter-no. Todos os textos enviados pelo Sistema Kataná passam por tria-gem e são aproveitados ou não para divulgação segundo os crité-rios do Manual de Redação.Saiba mais sobre o assunto consultando a publicação ou entre em contato os jornalistas da Agência Força Aérea: (61) 3966-9685.

Adidância no Uruguai - O Coronel-Aviador Robson Roger Garcia Tavares de Melo assumiu o cargo de Adido Aeronáuti co subs-ti tuindo o Coronel-Aviador Carlos José Rodrigues de Alencastro.

Batalhão de Infantaria de Aeronáuti ca Especial do Rio de Janeiro – O Tenente-Coronel-Infantaria Almir Pinto de Lima pas-sou o Comando do BINFAE-RJ ao Tenente-Coronel-Infantaria José Ramos de Queirós Junior.

Base Aérea do Galeão - O Coronel-Aviador Saulo Valadares do Amaral entregou o cargo de Comandante da BAGL ao Tenente-Coronel-Aviador José Madureira Junior.

Campo de Provas Brigadeiro Velloso - O Tenente-Coronel-Avia-dor Sandro Francalacci de Castro Faria é o novo diretor do CPBV, substi tuindo o Tenente-Coronel-Aviador Jorge José Carmo.

Central de Produção do Ga-leão – A unidade tornou-se o primeiro Serviço de Subsistência das Forças Armadas a receber a Certi fi cação ISO 22000. A Central é responsável pela alimentação de quatro organizações militares no Rio de Janeiro.

Centro de Medicina Aeroes-pacial – O CEMAL completou, no dia 13/02, 76 anos de sua criação.

Esquadrão Gordo - O 1º/1º GT completou, no dia 18/02, 46 anos de sua criação.

Esquadrão Grifo - O Tenente-

Coronel-Aviador Ricardo de Lima e Souza assumiu o Comando do 2º/3º GAV, substituindo o Tenente-Coronel-Aviador Carlos Alberto Gonçalves.

Esquadrão Flecha - No dia 11/02, o 3º/3º GAV comemorou sete anos de existência.

Esquadrão Pampa - O Tenen-te-Coronel-Aviador Alexandre Rocha Alves é o novo Comandan-te do 1º/14º GAV em substitui-ção ao Tenente-Coronel-Aviador Sergio Barros de Oliveira.

Esquadrão Phoenix - No dia 18/02, o 2º/7º GAV comemorou vinte nove anos de sua criação.

Instituto de Logística da Ae-ronáutica - o Coronel-Intendente Adílio Martins de Moura Filho assumiu a Direção do ILA, subs-tituindo o Coronel Intendente Carlos Alberto Dias Martins.

Laboratório Químico-Far-macêutico da Aeronáutica - O Coronel Farmacêutico Jorge Luiz Petry recebeu a direção do LAQFA, substituindo o Coronel-Farmacêutico Paulo José Camilo Antunes. A unidade produz me-dicamentos para a Força Aérea.

Centro de Catalogação da Ae-ronáuti ca - O Coronel-Intendente Ulisses Dias da Mota assumiu o cargo de Chefe do CECAT, em substi tuição ao Tenente-Coronel Intendente Nelson Kengi Missano.

Corpo de Alunos da Escola de Especialistas de Aeronáuti ca – O Coronel-Aviador Jayme Ferreira Junior assumiu o Comando do Corpo de Alunos da EEAR, subs-ti tuindo o Coronel-Aviador Ivan Camarão Telles Ribeiro.

Depósito de Aeronáuti ca do Rio de Janeiro - O Coronel-In-tendente Sérgio Lins de Castro passou o comando da unidade ao Coronel-Intendente Marco Antô-nio de Oliveira Monteiro.

Esquadrão Adelphi - O Major-Aviador Denison José Leite Ferrei-ra assumiu o Comando do 1º/16º GAV substituindo o Tenente-Coronel-Aviador Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Junior.

Esquadrão Apolo - O Major-Aviador Afonso Henrique Jun-queira de Andrade Júnior, passou o cargo de Comandante do 2º EIA para o Major-Aviador Altamir Pe-reira do Rosário Júnior.

Esquadrão Centauro - O Te-nente-Coronel-Aviador David Almeida Alcoforado passou a liderança do 3º/10º GAV ao Major-Aviador Rodrigo Alvim de Oliveira.

Prefeitura de Aeronáutica de Curiti ba - O Tenente-Coronel-Intendente Samuel de Mattos Barroso Júnior passou o cargo de Prefeito ao Tenente-Coronel-Intendente José Lopes Fernandes.

Primeiro Grupo de Aviação de Caça - O Tenente-Coronel-Aviador Marco Antonio Fazio assumiu o Comando do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), subs-ti tuindo o Tenente-Coronel-Avia-dor Rodrigo Fernandes Santos.

Primeiro Serviço Regional de Investi gação e Prevenção de Aci-dentes Aeronáuti cos - O SERIPA I (Belém-PA) comemorou em janei-ro seu 4º ano de ati vação.

Odontoclínica de Aeronáuti ca de Recife - O Tenente-Coronel-Den-ti sta César Junqueira passou o cargo da unidade para o Tenente-Coronel-Denti sta Jorge Alberto Farinassi.

Terceiro Comando Aéreo Re-gional - O Coronel-Aviador Fabio Rogério Dutra Sucena passou passou a Chefi a do Estado-Maior do III COMAR ao Coronel-Aviador Gilvan Chaves Coelho.

Sexto Serviço Regional de Investi gação e Prevenção de Aci-dentes Aeronáuti cos - O Tenente-Coronel Aviador Roberto Fer-nandez Alves passou a Chefi a do SERIPA VI para o Tenente-Coronel Aviador Valter Barreto Silva.

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Reaparelhamento

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Helicópteros H-60 BlackHawk serão usados no Sul do país

Esquadrão Orungan inicia recebimento das aeronaves de patrulha P-3AM na Espanha

Os dos dois primeiros helicóp-teros H-60 BlackHawk, os famo-sos “Falcões Negros”, chegaram ao Esquadrão Pantera, o Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAV), sediado na Base Aérea de Santa Maria (RS). A cerimônia de incorporação das novas aeronaves será realizada neste mês na unidade.

A chegada das aeronaves faz parte do programa de moderniza-ção da Força Aérea Brasileira (FAB) e irá elevar a capacidade operacio-nal da aviação de asas rotati vas na região sul do Brasil.

O novo modelo, que já é uti li-zado no Esquadrão Harpia (7º/8º

GAV), na região Amazônica, e pelo Exército Brasileiro, substi tuirá os anti gos H-1H que voam no país há mais de três décadas.

No mês passado, um grupo de militares da FAB, liderados pelo Tenente-Coronel-Aviador Luiz Marques de Lima, comandante do Esquadrão Pantera, parti u da cidade de Emira, Nova Iorque, nos Estados Unidos. No total, as equipes percorreram 11.200 km, em cerca de 50 horas de voo.

Os H-60 da FAB já foram em-pregados em importantes mis-sões, no Brasil e no exterior, como na Operação Santa Catarina e no terremoto no Chile.

Integrantes do Primeiro Esqua-drão do Séti mo Grupo de Aviação (1º/7º GAV), Esquadrão Orungan, iniciaram o recebimento da aero-nave de patrulha P-3AM, no mês passado, na Fábrica da Airbus Military em Sevilha, na Espanha.

Além dos técnicos do esqua-drão, parti cipam representantes do Grupo de Acompanhamento e Controle na Empresa EADS-CASA (GAC-CASA), do Grupo Especial de Ensaios de Voo (GEEV) e do Insti tuto de Estudos Avançados (IEAv), os quais, juntos, vão avaliar a adequabilidade do projeto aos requisitos e especifi cações con-tratuais fi rmados com a empresa.

Os testes fazem parte da pri-meira etapa do recebimento e começam com as primeiras provas de funcionalidades em solo da aeronave. Também serão verifi cadas as funcionalidades e performances dos equipamentos modernizados e performance em voo, com operação real de lança-

Helicóptero H-60 BlackHawk fotografado durante a viagem para o Brasil

Helicóptero H-1H da Força Aé-rea parti cipou de operação para o combate ao planti o de maconha no Sertão Nordesti no, nos Estados de Pernambuco e Bahia, em apoio à Polícia Federal.

Na operação, foram destruídas 294 mil mudas da planta e derru-bados 394 mil pés da droga, ti ran-do de circulação aproximadamen-te 117 toneladas de entorpecente.

Os helicópteros transportaram policiais federais de diversos Esta-dos para desmantelar o planti o e produção da droga na região.

Na primeira etapa, nos muni-cípios de Carnaubeira da Penha, Cabrobó, Betânia, Belém do São Francisco, Orocó, Santa Maria da Boa Vista, Floresta, Salgueiro e ilhas do rio São Francisco, foram alvo da operação. Na etapa seguin-te, já no Estado da Bahia, os mu-nicípios de Sobradinho, Casanova e Juazeiro. A operação teve ampla repercussão na imprensa nacional após a conclusão dos trabalhos.

Helicópteros da FAB participam de operação de combate ao tráfico de

drogas no Nordeste

mento de sonobóias, avaliação dos sistemas RADAR, FLIR, MAD, ESM, ACÚSTICO, incluindo transmissão de dados em voo.

Os voos fi nais de recebimento estão previstos para ocorrer neste mês e, depois de concluída, as

tripulações cumprirão os voos de integração para avaliar o sensores.

No cronograma atual, o tras-lado da primeira aeronave de patrulha para Salvador (BA) tem previsão de ocorrer a partir do fi nal de abril deste ano.

Esquadrão de Patrulha inicia recebimento de aeronave na Espanha

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ESPORTEA FAB EM AÇÕES SOCIAIS

Chegada da tocha olímpica e Corrida da Paz dão início aos V Jogos Mundiais Militares

A cidade do Rio de Janeiro deu a largada, no dia 20 de fevereiro,

para os V Jogos Mundiais Militares com a chegada da tocha olímpica e a realização da CISM Day Run – a Corrida da Paz. O fogo olímpico chegou ao Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR) e foi recebido pelo Coordenador Geral do Comitê de Planejamento Operacional dos Jogos (CPO), General de Brigada Jamil Megid Júnior.

O Fogo Simbólico dos Jogos Mundiais Militares foi entregue ao Brasil após o término da úl-ti ma edição dos Jogos Mundiais Militares na Índia. Cinco atletas militares conduziram a tocha até o Monumento dos Pracinhas, entre eles o Tenente Ribamar Bandeira, quatro vezes campeão mundial no Pentatlo Militar, que teve a honra de acender a pira dos Jogos Rio 2011 ao lado da atleta militar MN Ana Paula Carvalho, do atleti smo.

A largada da Corrida da Paz no Rio de Janeiro começou a sequên-cia, a parti r do Monumento dos Pracinhas e reuniu atletas civis e militares. Com percurso de 10 Km, os corredores passaram pelo Aterro do Flamengo, na Zona Sul carioca. Mais de oito mil pessoas parti-ciparam do evento, segundo os organizadores. Além do Rio de Ja-neiro, outras 21 cidades brasileiras realizaram a Corrida da Paz, evento que se repeti u em 133 países.

Em Brasília, militares das três Forças, famílias, jovens, crianças e adultos percorreram os 5 km de caminhada ou corrida no Eixão Norte. O evento também contou com a presença da mascote dos V Jogos Mundiais Militares, Arion.

“Eu vim aqui participar por causa do tema dos Jogos. Eu não tenho o costume de correr na rua. Meus fi lhos correm com o pai, mas vou tentar correr tudo”, afi rmou

EDUCAÇÃO - O Programa So-cioeducativo Colibri (PROSEC), desenvolvido pela Base Aérea dos Afonsos, atendeu, no ano passado, a 60 alunos em dois turnos, com aulas de segunda a sábado. A ação socioeducati va aprovou 54 alunos em concursos públicos de ensino médio, com destaque para o Colé-gio Pedro II e Colégio Naval, dentre outros.O programa começou em 1991 com o objeti vo de oferecer aos dependentes dos militares e dos civis cursos pré-profi ssionalizantes. Atualmente o PROSEC, além do público-alvo supracitado, também atende alunos da rede pública mu-nicipal do entorno da unidade.

DOAÇÃO - A Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) doou um ônibus para a Prefeitura de São Gabriel da Ca-choeira (AM), cidade com cerca de 40 mil habitantes. O veículo com capacidade para 44 passageiros havia sido descarregado do ma-terial permanente da COMARA no ano passado. Após passar por uma revisão completa, o ônibus foi entregue ao distrito de Yauaretê, onde, atualmente, a COMARA tra-balha na ampliação e recuperação da pista de pouso e decolagem que atende à população local.

ATENDIMENTO - O Sexto Co-mando Aéreo Regional (VI CO-MAR) inaugurou (16/02) o seu Núcleo de Serviço Social (NUSE-SO). O novo setor tem como fi na-lidade a centralização, unifi cação e ampliação do atendimento sócio-assistencial, bem como o desenvolvimento das ati vidades previstas nos programas de ações sociais integradas do Comando da Aeronáuti ca, em proveito dos militares, dependentes, inati vos e pensionistas. Estão sediados nas instalações do NUSESO os serviços de identi fi cação, material bélico e de assistência aos militares e civis inati vos e pensionistas.

Gabriela Vasquez, que parti cipou do evento com a família.

Corrida da Paz - Acontece simultaneamente em diversas cidades do mundo desde 2006 e comemora o aniversário do Con-selho Internacional do Esporte Militar (CISM). O evento tem como objeti vo promover a inte-gração das Forças Armadas com a sociedade civil por intermédio do esporte, além de divulgar os 5º Jogos Mundiais Militares de 2011.

“Este evento foi criado para divulgar a amizade através do esporte e, também, para come-morar o aniversário do Conselho Internacional de Esportes Militar. O grande objetivo é integrar a sociedade civil e militar. Não há

competi ção entre os parti cipantes, o clima é de congraçamento entre eles”, explicou o gerente esporti vo da Comissão Desporti va Militar do Brasil, Capitão-de-Mar-e-Guerra Luiz Carlos Pinheiro Serrano.

Chegada da Tocha Olímpica ao Monumento dos Pracinhas, no Rio de Janeiro

A Tocha Olímpica foi transportada em aeronave da Força Aérea Brasileira

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Page 16: Notaer - Edição de Março

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25 de MarçoDia do Especialista

IMAGENS DA FAB

Administração - Gerenciando tarefas administrativas

Eletricidade e Instrumento - Mantendo instrumento de voo

Cartografi a - Efetuando levantamentos cartográfi cos

Comunicações - Transmit indo e recebendo mensagens

Desenho - Executando desenhos de plantas e projetos

E l e t r ô n i c a - D i s p o n i b i l i z a n d o equipamentos eletrônicos

Eletricidade - Mantendo as redes elétricas

Informações Aeronáuticas - Provendo informações aeronáuticas

Enfermagem - Preservando a saúde e a vida

Laboratório - Executando serviços laboratoriais na área de saúde

Obras - Supervisionando obras e instalações prediais

Suprimento - Controlando e provendo o suprimento

Pavimentação - Operacionalizando técnicas de pavimentação

Sistema de informação - Gerenciando sistema de informática

Topografia - Efetuando levantamento topográfi co

Radiologia - Operando equipamentos de Raio-X

Metereologia - Realizando previsões metereológicas

Músico - Estimulando as atividades castrenses

Eletromecânica - Mantendo e conduzindo viaturas

Metalurgia - Produzindo e usinando peças

Controle de Tráfego Aéreo - Controlando aeronaves civis e militares

Equipamento de Voo - Gerenciando equipamentos de segurança, salvamento e sobrevivência

Fo to in te l i gênc ia - Rea l i zando sensoriamento remoto

Mecânica de Aeronaves - Realizando a manutenção de aeronaves

Estrutura e Pintura - Recuperando estruturas de aeronaves

Guarda e Segurança - Zelando pela segurança das organizações militares

Material Bélico - Disponibilizando itens bélicos em voo e em terra

Fotos: SGT Johnson, SGT Rezende e S2 Sérgio / CECOMSAER