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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.554 BELO HORIZONTE, 02 DE ABRIL DE 2017. www.bhauditores.com.br www.bornsolutions.com.br “Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei no meu caminho.” Alfred Tennyson OLHAR PARA ALÉM DA CRISE ........................................................................................................................................ 2 REFORMAS E JURO REAL................................................................................................................................................ 4 TAXA DE POUPANÇA É MAIS RELEVANTE QUE CÂMBIO PARA CRESCIMENTO, INDICA ESTUDO .................................... 6 ALCKMIN ANUNCIA RECUPERAÇÃO DE ICMS PARA IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS ............................................................ 7 BANDEIRA TARIFÁRIA DE ENERGIA SEGUE VERMELHA EM MAIO .................................................................................. 7 STF DÁ SUA CHANCELA AOS VENCIMENTOS ACIMA DO TETO ....................................................................................... 8 ESTUDO APONTA PREJUÍZO DE R$ 51 BI PARA UNIÃO COM DERROTA DO PIS/COFINS ................................................. 9 TUTELA DE EVIDÊNCIA E A FAZENDA PÚBLICA ............................................................................................................. 11 RECEITA FEDERAL MANTÉM ICMS NA BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES ............................................................ 13 ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – CEST – ALTERAÇÕES .......................................................................................... 14 CONFIRA O CALENDÁRIO DE RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2017 ................................................................... 15 INCIDE PIS E COFINS SOBRE O VALOR DO PERCENTUAL REPASSADO PELAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS ÀS EMPRESAS RODOVIÁRIAS ................................................................................................................ 16 EMPREGADO – DOAÇÃO, ADIANTAMENTO, EMPRÉSTIMO. ........................................................................................ 18 PIS/COFINS – ALÍQUOTA ZERO – CRÉDITOS ................................................................................................................. 18 PIS/COFINS – FORMA DE CONTABILIZAÇÃO DE CRÉDITOS ........................................................................................... 19 ACORDO DE CESSÃO DE DIREITOS NÃO PODE AFASTAR A TRIBUTAÇÃO NA FONTE DOS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS RELATIVOS AO PRECATÓRIO ........................................................................................................................................ 20 PIS/COFINS – SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA NO CASO DE VENDA DE DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS OU APARAS ................ 21 E-FINANCEIRA – ACORDO DE COOPERAÇÃO INTERGOVERNAMENTAL ........................................................................ 21 PIS/COFINS – CRÉDITOS – AQUISIÇÃO DE TELAS SERIGRÁFICAS – DESENVOLVIMENTO DE DESENHOS DECORATIVOS 22 Sumário

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.554

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“Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei no meu caminho.”

Alfred Tennyson

OLHAR PARA ALÉM DA CRISE ........................................................................................................................................ 2

REFORMAS E JURO REAL................................................................................................................................................ 4

TAXA DE POUPANÇA É MAIS RELEVANTE QUE CÂMBIO PARA CRESCIMENTO, INDICA ESTUDO .................................... 6

ALCKMIN ANUNCIA RECUPERAÇÃO DE ICMS PARA IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS ............................................................ 7

BANDEIRA TARIFÁRIA DE ENERGIA SEGUE VERMELHA EM MAIO .................................................................................. 7

STF DÁ SUA CHANCELA AOS VENCIMENTOS ACIMA DO TETO ....................................................................................... 8

ESTUDO APONTA PREJUÍZO DE R$ 51 BI PARA UNIÃO COM DERROTA DO PIS/COFINS ................................................. 9

TUTELA DE EVIDÊNCIA E A FAZENDA PÚBLICA ............................................................................................................. 11

RECEITA FEDERAL MANTÉM ICMS NA BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES ............................................................ 13

ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – CEST – ALTERAÇÕES .......................................................................................... 14

CONFIRA O CALENDÁRIO DE RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2017 ................................................................... 15

INCIDE PIS E COFINS SOBRE O VALOR DO PERCENTUAL REPASSADO PELAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE

PASSAGEIROS ÀS EMPRESAS RODOVIÁRIAS ................................................................................................................ 16

EMPREGADO – DOAÇÃO, ADIANTAMENTO, EMPRÉSTIMO. ........................................................................................ 18

PIS/COFINS – ALÍQUOTA ZERO – CRÉDITOS ................................................................................................................. 18

PIS/COFINS – FORMA DE CONTABILIZAÇÃO DE CRÉDITOS ........................................................................................... 19

ACORDO DE CESSÃO DE DIREITOS NÃO PODE AFASTAR A TRIBUTAÇÃO NA FONTE DOS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS

RELATIVOS AO PRECATÓRIO ........................................................................................................................................ 20

PIS/COFINS – SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA NO CASO DE VENDA DE DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS OU APARAS ................ 21

E-FINANCEIRA – ACORDO DE COOPERAÇÃO INTERGOVERNAMENTAL ........................................................................ 21

PIS/COFINS – CRÉDITOS – AQUISIÇÃO DE TELAS SERIGRÁFICAS – DESENVOLVIMENTO DE DESENHOS DECORATIVOS 22

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OLHAR PARA ALÉM DA CRISE

Fonte: Valor Econômico. As notícias são boas, mas não permitem enxergar longe. A economia

ensaia a recuperação, mas a geração de empregos vai demorar um pouco mais para acontecer.

A retomada da atividade é cíclica, oriunda da ampla capacidade ociosa acumulada pela maior

recessão de que se tem informações no país. Daí a se transformar em um ambiente onde os

investimentos serão os protagonistas do crescimento, vai uma distância considerável.

Para isso, será preciso vencer novos "rounds" de uma luta que apenas começou, com a

aprovação de reformas constitucionais. A que instituiu o teto para o aumento do gasto público

para os próximos vinte anos foi importantíssima, mas será letra morta se não for aprovada a PEC

da Previdência. A reforma da Previdência, porém, não é suficiente para restabelecer a política

de geração de superávits primários das contas públicas, sem o que não se garante a redução da

dívida bruta como proporção do PIB, que é o objetivo final da política fiscal.

O governo do presidente Michel Temer, reformista, termina no fim de 2018. Em outubro do

ano que vem o país vai eleger um novo mandatário. Quem for escolhido dará os contornos da

política econômica que será trilhada e disso dependerá um novo ciclo de crescimento e

desenvolvimento econômico.

Caminhos alternativos foram seguidos e levaram à desastrosa queda de cerca de 7% do PIB em

dois anos e à contração de mais de 9% do PIB per capita de 2014 para cá. Um retrocesso

irrecuperável. É hora de perseverar em uma agenda que desobstrua a livre iniciativa dos

embaraços macro e microeconômicos, oxigene a atividade produtiva com a concorrência e a

abertura comercial e dê horizonte de solvência ao endividamento público.

A devastação de biografias decorrente da operação Lava-Jato resultou em uma gama de

candidatos à Presidência da República "sub judice", abrindo a possibilidade de um temido roteiro

de aventuras políticas. Essa incógnita no quadro político pode gerar um outro complicador, se a

retomada dos investimentos for adiada para 2019, quando se saberá se o presidente eleito

levará adiante ou não um programa de reformas que eleve a produtividade da economia e

recoloque o país no rumo da prosperidade.

A sucessão presidencial é, hoje, uma grande incerteza para os investidores pelo receio de que

populistas de esquerda ou de direita possam ser vitoriosos.

É praticamente um consenso entre os economistas do governo e do setor privado de que

haverá, neste ano, crescimento ainda que modesto e uma performance um pouco mais

animadora em 2018. A expectativa é de que a retomada da atividade seja bastante gradual, mais

forte no segundo do que no primeiro semestre, chegando ao fim do exercício com uma taxa

anualizada de uns 2,5%. Para 2018, a expansão do PIB é estimada em algo em torno desse

mesmo patamar.

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Vencida a recessão, a inflação tende a ficar bem comportada nos próximos anos. As expectativas

do mercado, registradas na pesquisa Focus do Banco Central, estão abaixo da meta de 4,5%

para este ano (4,04%) e para 2018 (4,32%) e ancoradas na meta até o ano de 2021. O governo

deve, inclusive, reduzir a meta de inflação a partir de 2019, retomando o processo de

desinflação paralisado desde 2005.

Os juros básicos da economia (Selic) podem, finalmente, cair para a casa dos 8,5% este ano,

levando as taxas reais para níveis bem mais módicos de forma sustentável. E há a expectativa

de que o Comitê de Política Monetária (Copom) acelere os cortes de juros na reunião de maio.

Para os 14,2 milhões de brasileiros desempregados durante a severa recessão, essas são notícias

positivas, mas que ainda não lhes darão conforto. É sabido que o mercado de trabalho é o último

a se deteriorar em um processo recessivo e é, também, o último a melhorar na retomada da

economia. Duas reformas recém aprovadas, a que regula a terceirização e a trabalhista, devem

reduzir o custo do emprego para as empresas, mas isso não significa que elas vão voltar a

contratar no curto prazo. Uma questão importante que emerge nesse cenário é sobre se os

empregos voltarão antes das eleições presidenciais de 2018. Isso fará toda a diferença na

campanha sucessória.

Conta-se, também, com a possibilidade de uma modesta recuperação do consumo das famílias,

até agora retraídas pelo elevado endividamento e pelo receio do desemprego. Mesmo quem

não ficou desempregado teve medo de gastar e, com os primeiros indícios de que há uma

recuperação em curso, esse temor deve se dissipar. Ademais, a queda acelerada da inflação nos

últimos meses está produzindo uma recuperação real de salários que pode embalar um aumento

das vendas de bens e serviços.

O crédito, que desabou nos últimos anos - de 54% do PIB em dezembro de 2015 para 48,6%

do PIB em março último - começa a dar sinais de vida com a redução da taxa de juros e do

endividamento das famílias. Os indicadores são incipientes, mas os sinais são positivos. Em

março o estoque de empréstimos e financiamentos cresceu 0,2% se comparado a fevereiro. Os

juros médios do crédito livre e os spreads bancários tiveram uma leve queda, em um primeiro

movimento de alívio desde que a taxa Selic começou a cair, em outubro de 2016. Mesmo assim,

não se espera incentivos à atividade pela expansão do crédito, que deverá crescer este ano bem

abaixo da inflação.

Se a desalavancagem das famílias está em estágio avançado, o mesmo não se pode dizer sobre

o endividamento das empresas. Foram várias renegociações de dívidas bancárias e, como disse

uma fonte oficial, "a cobra ainda vai ter que digerir o mamute". Isso, associado à queda da

rentabilidade por conta dos aumentos reais de salários bem acima dos ganhos de produtividade,

também pode atrasar a expansão dos investimentos.

O impulso de crescimento, portanto, tende a vir do afrouxamento monetário, da aprovação de

ajustes e reformas e do progresso nas concessões de obras de infraestrutura.

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O reequilíbrio das contas públicas será o grande desafio para os próximos anos. A dívida pública

bruta prossegue em trajetória ascendente. Bateu recorde de 71,6% do PIB em março e deverá

crescer para 72,4% em abril. Esse, que é o principal indicador de solvência do país, vai demorar

um par de anos para bater no teto e começar a cair. Projeções oficiais indicam que em 2019 a

dívida estará próxima a 80% do PIB.

Reverter esse sinal exige a recuperação da política de superávits primários e, para isso, o governo

terá que cortar despesas hoje obrigatórias e, dependendo do comportamento das receitas

tributárias, elevar impostos.

Do lado das contas externas, a situação é confortável. O superávit comercial garantiu um déficit

de apenas 1,1% do PIB em doze meses até março. A taxa de câmbio flutua ao redor de R$ 3,10

e deve permanecer valorizada ao longo do ano.

REFORMAS E JURO REAL

Fonte: Valor Econômico. Lentamente, cristalizou-se a ideia de que os efeitos da política

monetária dependem: 1) da possibilidade de manipulação das expectativas inflacionárias do

setor privado; 2) da clareza e firmeza da resposta do Banco Central (a sua função de reação); 3)

da convergência entre as expectativas da autoridade monetária e as do setor privado para evitar

"surpresas" desruptivas para o mercado financeiro e 4) da capacidade de comunicação do Banco

Central, que reforça a sua "credibilidade".

O problema é que a resposta do Banco Central aos frequentes choques conjunturais (a sua

função de reação) depende, além de um parâmetro fixado politicamente, a "meta de inflação",

de dois outros (variáveis no tempo), que intuitivamente devem existir, mas são difíceis de

estimar: o PIB potencial e a taxa de juro real de "equilíbrio", aquela que estabilizaria a taxa de

inflação no pleno emprego. Como é evidente, a convergência entre as "crenças" do setor privado

e do Banco Central só não produzirá "surpresas" quando elas coincidirem na estimação desses

parâmetros. Isso produz uma poderosa âncora para as expectativas inflacionárias,

condição necessária, mas não suficiente, para a estabilização da taxa de inflação em torno da

"meta" politicamente estabelecida. Em poucas palavras, o sucesso da política monetária (que

depende, necessariamente, de políticas fiscal e trabalhista adequadas) exige um Banco Central

capaz de responder com rapidez aos "choques", de acordo com regras estabelecidas. Isso reduz

a probabilidade de "choques de segunda ordem" produzidos por "surpresas" nos mercados em

respostas a eventuais "novidades" inesperadas.

Com todas as incertezas que cercam as estimativas do PIB "potencial" e da taxa de juro real de

equilíbrio, a política monetária é, na melhor hipótese, 50% de conhecimento objetivo e 50% de

arte e intuição! É uma atividade onde o "sucesso" deve ser buscado por tentativa e erro, numa

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aproximação assintótica aos dois resultados mensuráveis: a estabilização da taxa de inflação e a

economia próxima ao nível de pleno emprego. É por isso que exige competência e paciência. A

política monetária por si só, não tem a capacidade de aumentar a produtividade do trabalho, isto

é, o crescimento do Produto Interno Bruto, mas experiências mal sucedidas têm enorme

capacidade de inibi-lo. Um exemplo frequente é quando ela não é acompanhada por uma política

cambial inadequada.

O Banco Central, sob o comando do competente economista Ilan Goldfajn, tem sabido utilizar

a plena autonomia operacional que lhe conferiu o governo Temer. Soube esperar: 1) a absorção

dos efeitos dos controles de preços anteriores; 2) a resposta dos preços acumulados dos

serviços que respondem devagar àquela dos juros e 3) aproveitou o "vento de cauda" da

passagem de uma safra agrícola pobre para uma abundante. Aproveitou, sem alarde, a

rapidíssima queda da taxa de inflação acumulada em 12 meses, de 9% em maio de 2016, para

cerca de 4,5% em março de 2017, para reduzir sem precipitação a taxa de juros. Isso depõe a

favor da credibilidade do portador da mensagem transmitida pelo Banco Central.

Esses fatos revelam aspectos muito importantes. Ninguém (nem o Banco Central) sabe qual é o

PIB potencial e qual é a taxa de juros real neutra (a chamada taxa estrutural), que são

fundamentais para calibrar a taxa de juro nominal pela política monetária (a Selic). Ele está

tentando estimá-las na prática pelo resultado da sua política. Se ele soubesse qual é a taxa real

de equilíbrio, digamos, 4%, e tivesse a absoluta convicção ("estamos mais confortáveis, mas

precisamos olhar se a desinflação é perene", disse Ilan numa entrevista à revista "Conjuntura

Econômica", março 2017), ele poderia reduzir, num único movimento, a Selic para 9%,

como sugerem alguns afoitos, mas não sem graves "surpresas" para o mercado financeiro, o que

poderia aumentar nossas dificuldades.

Não sabemos se a taxa de juro real neutra é, neste momento, de 3%, 4% ou 5%. Mesmo não

sabendo qual ela é, se acreditarmos na sua existência, podemos intuir que ela depende do estado

da "conjuntura". No nosso caso particular, do sucesso das reformas que estão sendo propostas

pelo governo, especialmente a da previdência (para devolver a possibilidade da volta do

equilíbrio fiscal num horizonte aceitável) e a trabalhista, que somada a outras medidas

microeconômicas, criarão as condições para um aumento da produtividade do trabalho com

ajustes de preços e não de quantidade do emprego, o que acelerará o crescimento econômico.

A taxa de juro nominal fixada pelo Banco Central é a soma da taxa de juro real de equilíbrio,

com a expectativa inflacionária. Esta parece bem ancorada em 4,5%. Parece-me uma afoiteza

reduzi-la para fazer concessão ao marketing. Isso nos deixa com uma só conclusão: se queremos

reduzir a taxa de juro real, fundamental para a volta do crescimento, apressemo-nos a aprovar

as reformas propostas por Temer.

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TAXA DE POUPANÇA É MAIS RELEVANTE QUE CÂMBIO PARA CRESCIMENTO, INDICA ESTUDO

Fonte: Valor Econômico. A relação entre taxa de câmbio e crescimento é lugar comum nas

discussões econômicas e desperta acalorado debate na academia e fora dela há anos. De um

lado prevalece a tese de que a moeda desvalorizada é um motor do crescimento, e que o

governo deveria atuar nesse sentido.

No outro lado do debate, a taxa de câmbio é apenas mais um preço da economia, determinado

por percepção de risco, termos de troca, juros nacionais e internacionais e demais vetores que

ficam fora do controle pleno de qualquer nação.

Dois professores da USP acabam de lançar um estudo trazendo nova contribuição ao debate,

questionando a avaliação dessa parte da academia que advoga que a moeda desvalorizada

invariavelmente impulsiona o crescimento. Segundo os autores, a taxa de poupança é uma

variável muito mais relevante do que o patamar da taxa de câmbio real para o desempenho do

Produto Interno Bruto (PIB).

O estudo "Exchange Rate Misalignment and Growth: A Myth?", feito pelos professores Carlos

Eduardo Gonçalves e Mauro Rodrigues revistou 64 anos de dados e fez uma releitura de

estimações anteriores, com foco no trabalho do economista Dani Rodrik, que teriam mostrado

a forte correlação entre câmbio desvalorizado e crescimento.

De fato, essa relação sozinha mostra que a moda desvalorizada estimula o crescimento, mas ao

colocar na equação a taxa de poupança dos países estudados, o efeito câmbio praticamente

desaparece e fica ressaltada a importância da elevação na taxa de poupança para o bom

desempenho da economia. Isso se mostrou verdade tanto para os países desenvolvidos quanto

para países emergentes.

Nas estimativas feitas pelos autores, para cada aumento de um ponto percentual na taxa de

poupança há um impacto positivo de 0,1 ponto na taxa média de crescimento.

Segundo os professores, em um mundo com mercados de capitais imperfeitos, a taxa interna

de poupança dos países tem importância para o crescimento. Os autores apontam que

poupança doméstica eleva a atratividade de Investimento Direto no País (IDP), que por sua vez

impulsiona o crescimento.

Ao mesmo tempo, maior poupança é associada a menor déficit em conta corrente e

consequentemente com taxas de câmbio menos depreciadas. "Isso sugere que uma associação

positiva entre desalinhamento cambial e crescimento pode simplesmente refletir a correlação

dessas duas variáveis com a taxa de poupança", afirma o estudo dos professores da USP.

"Não encontramos evidência de que moeda desvalorizada está relacionada a maior crescimento.

No nosso painel completo, que inclui países desenvolvidos e emergentes, o efeito da

desvalorização sobre o crescimento é positivo, mas se torna estatisticamente insignificante e

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sua magnitude reduzida uma vez que utilizamos a poupança como variável de controle. Mais

importante, não encontramos evidência de que efeito do câmbio desvalorizado é mais forte para

países emergentes, ao contrário dos achados de Rodrik", diz o texto.

A base para as estimativas feitas é a "Penn World Table", repositório de informações sobre

contas nacionais de diversos países do mundo. Os dados considerados vão de 1950 a 2014 e

foram analisados em intervalos de cinco anos.

ALCKMIN ANUNCIA RECUPERAÇÃO DE ICMS PARA IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

Fonte: Valor Econômico. RIBEIRÃO PRETO (SP) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,

assinou hoje na abertura da 24ª feira Agrishow, em Ribeirão Preto, um decreto estadual que

permite aos fabricantes de implementos agrícolas utilizarem créditos do imposto ICMS com mais

facilidade, segundo ele.

Alckmin também explicou que por meio do mesmo decreto produtores rurais pessoa física

também poderão recuperar mais créditos de ICMS na compra de caminhões, furgões e

carroceria.

BANDEIRA TARIFÁRIA DE ENERGIA SEGUE VERMELHA EM MAIO

Fonte: Valor Econômico. SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO - A Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel) informou que a bandeira tarifária de maio vai permanecer vermelha no patamar

1, refletindo a previsão de aumento de consumo e continuação das chuvas abaixo da média

histórica. Nesse nível, a bandeira acrescenta R$ 3,00 para cada 100 quilowatts-hora (KWh)

consumidos.

A definição da bandeira tarifária depende do custo variável unitário (CVU) da última termelétrica

despachada no sistema.

A bandeira vermelha no seu primeiro patamar, que está vigente no mês de abril, é acionada

sempre que o CVU da última térmica despachada for igual ou superior a R$ 422,56/MWh e

inferior a R$ 610/MWh.

Acima de R$ 610/MWh, é acionado o patamar 2 da bandeira vermelha, que acrescenta R$ 3,50

a cada 100 KWh consumidos.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que as chuvas nos reservatórios das

hidrelétricas permaneçam abaixo da média durante todo o mês de maio e em todo o país. Em

relação ao consumo de energia, a expectativa é que chegue a 64.195 megawatts (MW) médios

em maio, alta de 2,3% ante igual período do ano passado.

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STF DÁ SUA CHANCELA AOS VENCIMENTOS ACIMA DO TETO

Fonte: Valor Econômico. No fim de março, o Brasil tinha 14,2 milhões de pessoas sem emprego.

Mas havia felizardos com dois empregos no serviço público, um ambiente à prova de demissões

e, em um caso que não é singular, um deles conseguiu com esse acúmulo dois proventos. Pode-

se imaginar que a dupla jornada se deva à escassa remuneração de ambas as funções, mas não

eram dois salários de fome - somados, eles ultrapassaram R$ 33,7 mil, o teto dos vencimentos

dos servidores e remuneração do presidente da República. Engana-se quem acredita que isso é

uma ilegalidade. O Supremo Tribunal Federal reconheceu o direito de um funcionário público

de Mato Grosso ganhar mais que o presidente do país, por uma espantosa margem de 10 votos

favoráveis e um contra, o do ministro Edson Fachin.

A decisão do STF ocorreu quase que simultaneamente a fatos que revelam que o corporativismo

da Justiça, onde estão os funcionários mais bem remunerados do Estado, se exerce sem

disfarces em um mundo completamente à parte do Brasil. No mesmo dia, quinta-feira, o governo

central registrou seu maior déficit para um mês de março nos últimos dez anos. Está a caminho

uma reforma da Previdência que obrigará a esmagadora maioria dos brasileiros a trabalhar mais

para receber a mesma coisa ou menos quando se aposentar. E, na mesma semana da decisão

do STF, foi aprovada na Câmara uma reforma trabalhista que modifica direitos e

retira proteções, várias delas de fato indevidas, dos trabalhadores. O Judiciário não só passa ao

largo do espírito das reformas, como reafirma, quase como escárnio, seus privilégios.

O STF apenas deu guarida, com base em um inciso do artigo 37 da Constituição, à farra de

vencimentos de desembargadores, procuradores e juízes, que há muito embolsam mais que o

teto, por cujo cumprimento o Supremo deveria zelar. Recentemente, os magistrados do Paraná

investiram sua fúria contra o jornal "Gazeta do Povo", obrigando-o a responder a dezenas de

processos em muitas cidades do Estado por ter simplesmente divulgado os salários que

constavam do site oficial do Judiciário - havia não poucos vencimentos acima de R$ 50 mil e

não era raro os que extrapolavam R$ 100 mil. Essa tem sido a regra, e não a exceção,

pelos sucessivos relatos da imprensa ao longo dos anos. O Judiciário considera isso um direito

legítimo e o STF é o guardião maior das leis, logo assim será.

Procuradores do Ministério Público, inclusive os que estão na linha de frente da luta contra a

corrupção, fazem parte dessa elite bem remunerada. Nada menos de 97% dos procuradores

paulistas têm remuneração acima do teto, ao adicionar a seu salário, que já é muito superior à

média do próprio serviço público, gratificações, indenizações e auxílios de toda a espécie ("Folha

de S. Paulo", 28 de abril). No Estado do Rio, não à toa falido, magistrados e procuradores têm

direito a mais de uma dezena desses penduricalhos, que se tornam ainda mais escandalosos

diante da penúria dos Estados e do déficit público em ascensão, que ameaça a solvência da

União.

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Em vez de exibir um bom índice de produtividade, que ao menos desse um laivo de justificativa

para os salários elevados, o Judiciário se notabiliza pela lentidão que, na prática, significa a

denegação de Justiça. Mas, com ou sem ela, está entre os mais custosos do mundo. No caso

dos procuradores paulistas, a remuneração embolsada equivale a mais que o dobro da recebida

pelos seus congêneres suecos, a praticamente o dobro da dos alemães e maior que a de

portugueses e espanhóis.

O serviço público brasileiro é avesso à meritocracia e, em sua bagunça salarial, sequer preza a

hierarquia. Não há argumento, lógico ou jurídico, que justifique que um servidor do Mato Grosso

receba mais que um presidente da República, cujas responsabilidades são infinitamente maiores.

No caso da decisão do STF, buscou-se o inciso XVI, que garante acumulação remunerada de

cargos para professores e profissionais da saúde, ou de professor com outro cargo técnico e

científico - onde entram os magistrados, procuradores e suas aulas em instituições públicas. Mas

quanto à remuneração, o inciso IX é claro. Remuneração, subsídio, "proventos, pensões ou outra

espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas vantagens pessoais ou de

outra natureza" não poderão exceder o teto. Ao dar a interpretação mais vantajosa para seus

pares, o STF ratifica, em um momento sumamente impróprio, a insensibilidade social do

Judiciário.

ESTUDO APONTA PREJUÍZO DE R$ 51 BI PARA UNIÃO COM DERROTA DO PIS/COFINS

Fonte: Valor Econômico. A exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, autorizada

em março pelo Supremo Tribunal Federal (STF), representará uma perda de R$ 51 bilhões para

a União caso seja condenada a devolver aos contribuintes os valores já pagos nos últimos cinco

anos, podendo alcançar R$ 80 bilhões com novas ações. Os valores, menores do que os R$ 100

bilhões divulgados pela Fazenda, fazem parte de um estudo inédito realizado para o Valor pelo

Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

O levantamento mostra ainda que o prejuízo anual de arrecadação, gerado pelo revés do Fisco

na disputa, será de R$ 25,30 bilhões. A União trabalha com uma estimativa de R$ 20 bilhões.

Já em relação à discussão sobre a exclusão do ISS do cálculo das contribuições sociais, tese

muito semelhante a do ICMS, o prejuízo seria de R$ 2,4 bilhões por ano em uma eventual

derrota da Fazenda no Supremo. As ações ajuizadas até agora representariam uma perda de R$

120 milhões com uma eventual devolução do que foi pago, podendo atingir R$ 1 bilhão com

novas demandas. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), o entendimento dos ministros sobre a

tese é contrária ao contribuinte.

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O julgamento da exclusão do ICMS foi finalizado em meados de março pelo Supremo após

quase 20 anos de discussão entre contribuintes e União. O resultado foi favorável às empresas,

mas ainda não se sabe se quem contestou a cobrança no Judiciário conseguirá receber os

valores já recolhidos. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pedirá que o STF

module os efeitos de sua decisão, o que poderá representar o perdão da dívida passada e a

validade do entendimento apenas para o futuro.

Independentemente do que ocorrer, a conclusão dos ministros de que o ICMS é uma receita do

Estado e não deveria estar no cálculo das contribuições pode ter um efeito cascata sobre

disputas semelhantes e sobre a arrecadação dos entes públicos.

De acordo com coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, hoje há diversas

outras teses que pedem a exclusão de tributos do cálculo do PIS e da Cofins. Para essas

situações, que ele exemplifica com o IOF, Previdência, FGTS, taxas e outras contribuições, o

impacto poderia ser de R$ 10,8 bilhões por ano se o governo perdesse todas essas ações na

Justiça. "A lógica é excluir outros tributos da base de cálculo das contribuições e é isso que

argumentam as novas teses", afirma.

Além disso, ele acredita que haverá reflexos na arrecadação do ICMS e ISS para Estados e

municípios, respectivamente, uma vez que o PIS e a Cofins fazem parte do cálculo desses

tributos. Por essa lógica, conforme o estudo, a estimativa de queda na arrecadação seria de R$

30 bilhões anuais.

Para Amaral, o resultado do julgamento pode "precipitar" uma reforma tributária, pois a perda

de arrecadação será grande e neste momento aumentar tributos seria complicado.

Fábio Martins de Andrade, sócio do Andrade Advogados Associados e advogado que participou

da defesa oral dos contribuintes no julgamento da exclusão em março no Supremo, diz ser

lamentável o governo não aproveitar a oportunidade desse julgamento para começar uma

efetiva reforma tributária no país.

Segundo Andrade, o governo concentrou muito sua arrecadação no PIS e na Cofins e criou,

como consequência, uma série de distorções ao longo do tempo, da qual seria a própria vítima

– a inclusão do ICMS nas contribuições sociais seria uma delas.

Para a professora de direito tributário da FGV Direito SP, Tathiane Piscitelli, diante das perdas

que terá, o governo será obrigado a buscar compensações. O que poderá ocorrer por meio de

cortes ou aumento de tributos. O mais provável em seu entendimento será o reflexo sobre a

tributação. "Não acredito, porém, que ocorrerá uma reforma para melhorar o sistema", diz.

Quanto às demais teses, a professora diz que para o ISS, em tese, o raciocínio poderia ser o

mesmo, pois há o repasse do custo do tributo. Mas para as outras teses citadas no estudo

acredita que seria ir além do entendimento do STF.

O professor de direito tributário da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Edmundo Medeiros,

avalia que a queda de arrecadação de Estados e municípios talvez não seja significativa. Ele diz

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que mesmo tirando as contribuições da base de cálculo do ICMS e ISS, muitas empresas

manterão os preços praticados antes da exclusão e seria necessário ocorrer uma queda no

consumo das mercadorias.

TUTELA DE EVIDÊNCIA E A FAZENDA PÚBLICA

Fonte: Valor Econômico. Bastante comemorada como um dos grandes instrumentos do Código

de Processo Civil (CPC) de 2015, a tutela de evidência parece permanecer uma figura estranha

aos magistrados após um ano de sua entrada em vigor

A tutela de evidência, como o próprio nome sugere, refere-se aos direitos evidentes, muito bem

definidos por Luiz Fux como aqueles nos quais há mais do que o "fumus boni iuris", mas

verdadeira probabilidade de certeza do direito alegado.

Justamente pelo fato de a tutela de evidência pressupor algo mais sólido do que a "fumaça do

bom direito", para sua concessão é dispensada a verificação de risco iminente de dano

(periculum in mora).

A Fazenda Pública não pode ser imune aos institutos legais existentes, sob pena de violação ao

princípio da isonomia

Tal dispensa está expressa no próprio caput do artigo 311 do CPC e é fruto do entendimento

de que a resposta do Poder Judiciário, para que seja efetiva, deve ser rápida também quando

for evidente o direito que se busca ver reconhecido, e não apenas quando há perigo de dano

ou de risco ao resultado útil do processo.

São quatro as hipóteses que fundamentam a concessão de tutela de evidência, segundo o CPC:

I – abuso do direito de defesa ou manifesto protelatório da parte; II – tese firmada em

julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, cujas alegações de fato possam ser

documentalmente comprovadas; III – pedido reipersecutório fundado em prova documental

adequada do contrato de depósito; IV – existência de prova documental suficiente dos fatos, a

que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

O parágrafo único do artigo 311 dispõe que, nas hipóteses II e III, o juiz poderá conceder a

tutela de evidência liminarmente, ou seja, antes de manifestação do réu. Além disso, fica clara a

importância da comprovação documental para a caracterização do direito evidente. O juiz

precisa ser capaz de aduzir os fatos narrados e comprovados documentalmente ao direito

evidente em discussão.

No âmbito do direito tributário, a prática tem revelado que, mesmo quando presente um dos

requisitos, os magistrados têm sido reticentes na aplicação do instituto. Nessa prática, os pleitos

por concessão de tutela de evidência estão, normalmente, fundamentados no inciso II

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(existência de súmula vinculante ou julgamento em sede de repetitivo pelos tribunais

superiores).

Neste primeiro ano de vigência do CPC, não tem sido incomum decisões proferidas no sentido

de indeferir pedidos de antecipação dos efeitos da tutela fundamentados em evidência com

base no entendimento de não estar presente periculum in mora a justificar o provimento. Quer

parecer que essas decisões estão sendo proferidas sem que seja dada a devida atenção ao caput

do artigo 311 do CPC.

A nosso ver, o argumento de que o prejuízo financeiro não pode ser considerado como

periculum in mora, bastante recorrente nos casos de indeferimento de tutela provisória em face

da Fazenda Pública, já não pode mais ser utilizado como razão de decidir quando o pedido de

tutela se fundamenta em evidência. Até mesmo porque o CPC trouxe toda uma nova

perspectiva sobre efetiva fundamentação das decisões judiciais (especialmente, artigo 489,

parágrafo 1º), de modo que o pedido de tutela feito com base em evidência deve, ao menos,

ser devidamente enfrentado.

É preciso que se internalize nas mentes dos advogados e julgadores que o artigo 311, II, do CPC

exige apenas dois requisitos para a concessão da tutela por evidência (requerida com base em

precedentes já firmados sobre o assunto em discussão), quais sejam: que a matéria tenha sido

firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; e que as alegações de

fato sejam comprovadas documentalmente, não sendo necessária a comprovação do periculum

in mora como antecipado. Nada mais.

Sabe-se que a Fazenda Pública goza de diversas prerrogativas em juízo, o que, sem dúvida, tem

toda uma lógica social que não se pretende questionar. Entretanto, entendemos que a Fazenda

Pública não pode ser imune aos institutos legais existentes, sob pena de violação ao princípio

da isonomia.

No mais, a tutela provisória produz efeitos imediatos, ao passo que a sentença está, em regra,

sujeita ao duplo grau obrigatório de jurisdição. Há, pois, algum risco de que a sentença favorável

de declaração de inexistência de relação jurídico tributária, envolvendo direito evidente apenas

produza efeitos a partir do trânsito em julgado.

A tutela de evidência veio para dar mais efetividade ao processo, no bojo de diversas outras

disposições do CPC que visam assegurar que litigantes com o mesmo direito não se encontrem

em situações diferentes (a própria demora em se obter um provimento judicial já representa um

dano ao litigante). Definitivamente, o instituto merece mais atenção e prestígio por parte dos

magistrados que enfrentam questões tributárias.

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RECEITA FEDERAL MANTÉM ICMS NA BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES

Fonte: Valor Econômico. Depois de quase 20 anos e dois julgamentos no Supremo Tribunal

Federal (STF) – o último deles com repercussão geral -, os contribuintes ainda têm que incluir o

ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. A Receita Federal manterá a cobrança considerada

inconstitucional até ser esgotada a possibilidade de recurso, o que deverá acontecer só depois

de julgado o pedido de modulação que será apresentado por meio de embargos de declaração.

Por enquanto, a orientação é que Receita e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)

continuem insistindo na tese, seja nas autuações ou em recursos em processos que não estão

sobrestados. Ambas dependem de procedimentos burocráticos para alterarem a forma como é

feita a cobrança e, para isso, precisam que a repercussão geral tenha transitado em julgado,

segundo Rogério Campos, titular da Coordenação-Geral da Representação Judicial da Fazenda

Nacional (CRJ).

Desde o julgamento do Supremo, em março, foram ajuizadas cerca de mil novas ações sobre o

tema. De acordo com Campos, sem a limitação temporal da decisão, surgiu uma nova onda de

demandas de contribuintes que querem aproveitar o julgamento caso os ministros fixem como

prazo a data do trânsito em julgado.

Se a decisão for confirmada sem modulação, acrescenta Campos, os lançamentos posteriores

poderão ser cancelados. Assim, não haveria prejuízo para os contribuintes. “Na prática, hoje o

cenário é de mais insegurança do que antes do julgamento”, afirma o procurador.

Uma solução de consulta, publicada no começo de abril, reforça o entendimento de que, até a

conclusão do julgamento, nada muda. O texto da resposta (nº 6.012) não trata diretamente da

análise da repercussão geral – refere-se ao ICMS Importação -, mas chamou a atenção de

tributaristas por tratar da aplicação de outro precedente à tese e ter sido publicado pouco

depois da decisão do Supremo.

Não há, porém, um prazo para o julgamento ser finalizado. O Supremo tem 60 dias para publicar

o acórdão da decisão tomada em março e a Fazenda Nacional, com o texto em mãos, terá dez

dias úteis para apresentar os embargos de declaração. Depois disso, não há prazo para que o

processo seja pautado e volte a ser julgado pelo Plenário.

A falta de acórdão, no entanto, não foi um empecilho para a 1ª Turma do Superior Tribunal de

Justiça. Ainda no início de abril, os ministros começaram a aplicar a decisão. Por maioria,

resolveram seguir a repercussão geral, deixando de lado um repetitivo com entendimento

contrário. Para o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, a repercussão geral teria validade a partir

de sua proclamação e já poderia ser aplicada aos demais processos. A PGFN afirmou na ocasião

que recorreria.

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Apesar de reconhecerem o trâmite burocrático a que a Receita Federal está sujeita, no cenário

atual de crise, advogados consideram que, ao manter o ICMS na base do PIS e da Cofins, o

governo está “cobrando errado”.

A advogada Daniella Zagari, do escritório Machado Meyer, afirma que, na solução de consulta,

mesmo tratando de outro julgamento, está indicado que, enquanto a PGFN não editar ato

declaratório, a Receita Federal não está vinculada à decisão em repercussão geral. “Os

contribuintes se questionam se já podem tirar o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, o

que depende de cada caso”, diz.

Para o advogado Fábio Calcini, do escritório Brasil Salomão & Matthes Advocacia, a decisão do

STF produz efeitos desde a publicação da ata – no dia 17 de março, dois dias após a sessão.

Portanto, os contribuintes já poderiam seguir o posicionamento e excluir o ICMS do cálculo.

O advogado destaca que a jurisprudência do Supremo é contrária à modulação para o futuro,

especialmente em matéria tributária. De acordo com ele, a solução de consulta gerou certo

medo entre os clientes. “Alguns estão se convencendo agora a excluir o ICMS”, diz. Mas,

acrescenta Calcini, até a publicação do acórdão há uma situação de insegurança.

ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – CEST – ALTERAÇÕES

Fonte: Centro de Orientação Fiscal. Foi publicado no DOU de 28/04/2017 o Convênio ICMS

nº 52/17, que dispõe sobre as normas gerais a serem aplicadas aos regimes de substituição

tributária e de antecipação do ICMS com encerramento de tributação, relativos às operações

subsequentes, instituídos por convênios ou protocolos firmados entre os Estados e o Distrito

Federal.

Referido Convênio determina que as Unidades Federadas revisarão os convênios e protocolos

que tratam do regime de substituição tributária do ICMS relativo às operações subsequentes,

vigentes na data de publicação deste convênio, para reduzir o número de acordos por segmento,

observado o cronograma a seguir:

Cigarros e outros produtos derivados do fumo; cimentos; sorvetes e

preparados para fabricação de sorvetes em máquinas; rações para animais

domésticos; bebidas alcoólicas, exceto cerveja e chope; cervejas, chopes,

refrigerantes, águas e outras bebidas; pneumáticos, câmaras de ar e

protetores de borracha; veículos automotores; veículos de duas e três

rodas motorizados; autopeças

até

30/06/2017

Materiais de construção e congêneres; materiais elétricos; lâmpadas,

reatores e starter; ferramentas; tintas e vernizes; produtos eletrônicos,

até

31/08/2017

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eletroeletrônicos e eletrodomésticos; materiais de limpeza; papéis,

plásticos, produtos cerâmicos e vidros; produtos de papelaria; produtos

alimentícios

Medicamentos de uso humano e outros produtos farmacêuticos para uso

humano ou veterinário; produtos de perfumaria e de higiene pessoal e

cosméticos

até

30/09/2017

Importante observar que o Convênio ICMS nº 52/17 revogou os Convênios ICMS nºs:

– 81/93, que estabelece normas gerais a serem aplicadas a regimes de substituição tributária,

instituídos por Convênios ou Protocolos firmados entre os Estados e o Distrito Federal;

– 70/97, que dispõe sobre a margem de valor agregado na fixação da base de cálculo do ICMS

para efeito de determinação do imposto devido por substituição tributária nas operações

subsequentes;

– 35/11, que dispõe sobre a aplicação da MVA ST original nas operações interestaduais por

contribuinte que recolhe o ICMS nos termos da Lei Complementar nº 123/06;

– 92/15, que estabelece a sistemática de uniformização e identificação das mercadorias e bens

passíveis de sujeição aos regimes de substituição tributária e de antecipação de recolhimento

do ICMS com o encerramento de tributação, relativos às operações subsequentes; e

– 149/15, que dispõe sobre a não aplicabilidade do regime de substituição tributária aos

produtos fabricados por contribuinte industrial em escala não relevante, conforme previsto

no art. 13, § 8º, da Lei Complementar nº 123/06.

O Convênio ICMS nº 52/17 entra em vigor em 28/04/2017, produzindo efeitos:

a) a partir de 01/05/2017, relativamente à cláusula trigésima quarta (revisão dos acordos

interestaduais);

b) a partir de 01/07/2017, relativamente ao disposto no inciso I do caput da cláusula vigésima

primeira (indicação do CEST no documento fiscal);

c) a partir de 01/10/2017, relativamente aos demais dispositivos (revogações e demais

alterações).

CONFIRA O CALENDÁRIO DE RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2017

Fonte: Agência Brasil. De acordo com o calendário divulgado pela Receita Federal, o pagamento

do primeiro lote de restituição do Imposto de Renda 2017 será feito no dia 16 de junho. Ao

todo, serão sete lotes de restituição, sendo o primeiro em junho e os outros em meados de cada

mês, até dezembro.

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O valor da restituição ficará à disposição do contribuinte na agência bancária indicada na

declaração. A Secretaria da Receita Federal informou o calendário por meio de publicação

no Diário Oficial da União.

Idosos, portadores de doença grave e deficientes físicos ou mentais têm prioridade no

recebimento. Depois, as restituições serão pagas pela ordem de entrega da declaração do

Imposto de Renda.

Os valores das restituições do Imposto de Renda são corrigidos pela variação dos juros básicos

da economia, atualmente em 13% ao ano.

Veja abaixo o cronograma de restituições do Imposto de Renda 2017:

1º lote: 16 de junho

2º lote: 17 de julho

3º lote: 15 de agosto

4º lote: 15 de setembro

5º lote: 16 de outubro

6º lote: 16 de novembro

7º lote: 15 de dezembro

INCIDE PIS E COFINS SOBRE O VALOR DO PERCENTUAL REPASSADO PELAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS ÀS EMPRESAS RODOVIÁRIAS

Fonte: Superior Tribunal de Justiça.

PROCESSO REsp 1.441.457-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por

unanimidade, julgado em 16/3/2017, DJe 22/3/2017.

RAMO DO

DIREITO

DIREITO TRIBUTÁRIO

TEMA

Contribuição ao PIS e COFINS.. Valores pagos pelas empresas de

transportes às empresas rodoviárias que são retidos por estas quando da

venda de passagens aos usuários dos serviços de transportes. Conceito

de faturamento. Art. 3º da lei n. 9.718/98. Incidência.

DESTAQUE

Incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual repassado pelas

empresas de transporte de passageiros às empresas rodoviárias.

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR

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O caso refere-se à incidência das contribuições ao PIS e COFINS sobre os valores pagos

pelas empresas de transportes às empresas rodoviárias que são retidos por estas quando da

venda de passagens aos usuários dos serviços de transportes. No julgamento do RE

585.235-MG (DJe 27/11/2008), o Supremo Tribunal Federal apreciou o recurso

extraordinário submetido a repercussão geral e definiu que a noção de faturamento deve

ser compreendida no sentido estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da

prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, a soma das receitas oriundas do

exercício das atividades empresariais consoante interpretação dada pelo RE n. 371.258 AgR

(Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 03.10.2006) e pelo RE n. 400.479-

8/RJ (Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 10.10.2006). Quando a empresa

é prestadora de serviços de transporte intermunicipal de passageiros que vende suas

passagens por meio de empresa rodoviária para a qual destina um percentual de 11% (onze

por cento) desta receita que é retido pela própria empresa rodoviária no momento em que

vende as passagens aos usuários dos serviços de transporte, evidenciam-se duas relações

contratuais Na primeira, ela figura como contratada pelo usuário dos serviços de transporte

e, na segunda, ela figura como contratante da empresa rodoviária para efetuar a venda das

passagens. Sendo assim, seu faturamento é composto pelo valor integral da venda das

passagens, que é a paga pelo primeiro contrato, nele incluído o valor correspondente ao

retido pela empresa rodoviária (receita proveniente da prestação de serviços de transporte).

O STJ já julgou, por dois recursos representativos da controvérsia e pela Corte Especial, ser

ilegítima a supressão de etapa econômica, mediante contrato, como forma de

descaracterizar a obtenção de faturamento, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP

e COFINS. Seguem os precedentes: REsp. n. 1.141.065-SC, Primeira Seção; REsp. n.

1.339.767-SP, Primeira Seção; AgRg nos EREsp. n. 529.034-RS, Corte Especial. O

fundamento determinante de todos esses precedentes vinculantes é o de que os contratos

firmados pelas pessoas jurídicas contribuintes não podem retirar da base de cálculo das

contribuições ao PIS/PASEP e COFINS parcela de seu faturamento ou receita a pretexto de

haver retenção desses valores pela outra parte contratante antes do seu ingresso no caixa

da empresa contribuinte. Para haver essa exclusão é preciso lei federal específica. Por

oportuno, cabe observar que o CPC/2015 estabelece em seu art. 926 que é dever dos

tribunais uniformizar a sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. A

integridade e coerência da jurisprudência exigem que os efeitos vinculante e persuasivo dos

fundamentos determinantes (arts. 489, §1º, V; 927, §1º; 979, §2º; 1.038, §3º) sejam

empregados para além dos processos que enfrentam a mesma questão, abarcando também

processos que enfrentam questões outras, mas onde os mesmos fundamentos

determinantes possam ser aplicados.

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EMPREGADO – DOAÇÃO, ADIANTAMENTO, EMPRÉSTIMO.

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 203 Cosit

DOU de 02/05/2017

ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário

EMENTA: EMPREGADO. DOAÇÃO. ADIANTAMENTO. EMPRÉSTIMO.

A operação através da qual o empregador efetua doações em nome do empregado, para ser

posteriormente por ele ressarcido, poderá se revestir de duas formas, conforme exista ou não

previsão cumulativa de cobrança de encargos, prazo e forma de pagamento: (i) operação de

empréstimo, sujeita à incidência do IOF; (ii) adiantamento de salário, sujeito à tributação pelo

imposto sobre a renda na fonte e na declaração de ajuste anual. Em qualquer dessas hipóteses,

não há incidência de contribuição previdenciária e a devolução do principal não constitui receita

para a pessoa jurídica empregadora. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de

2002, art. 586; Lei nº 8.212, 24 de julho de 1991, art. 28, inciso I; Decreto nº 3.000, de 26 de

março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 621; Decreto nº

6.306, de 14 de dezembro de 2007, arts. 3º, 7º e 8º.

PIS/COFINS – ALÍQUOTA ZERO – CRÉDITOS

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 206 Cosit

DOU de 02/05/2017

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS

EMENTA: COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. ALÍQUOTA ZERO. CRÉDITOS.

A aquisição de peixes classificados nos códigos 03.02 (exceto 0302.90.00), 03.03 e 03.04 da

TIPI sujeitos à alíquota zero da Cofins não permite o desconto de créditos básicos da

contribuição em apreço, tendo em vista o disposto no art. 3º, §2º, II, da Lei nº 10.833, de 2003;

Todavia, o fato de a receita da venda de tais peixes estar sujeita à alíquota zero da Cofins não

constitui impeditivo ao aproveitamento, nos termos da legislação de regência, de créditos

básicos vinculados a essa receita decorrentes da aquisição de bens e serviços sujeitos ao

pagamento da contribuição, tendo em vista o disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º; Lei nº 11.033, de 2004, art. 17; Lei nº

12.839, de 09 de julho de 2013; Lei nº 10.925, de 2004, art. 1º, inc. XX (introduzido pelo art.

1º da Lei nº 12.839, de 2013).

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP

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EMENTA: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. ALÍQUOTA ZERO.

CRÉDITOS.

A aquisição de peixes classificados nos códigos 03.02 (exceto 0302.90.00), 03.03 e 03.04 da

TIPI sujeitos à alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep não permite o desconto de

créditos básicos da contribuição em apreço, tendo em vista o disposto no art. 3º, §2º, II, da Lei

nº 10.833, de 2003; Todavia, o fato de a receita da venda de tais peixes estar sujeita à alíquota

zero da Contribuição para o PIS/Pasep não constitui impeditivo ao aproveitamento, nos termos

da legislação de regência, de créditos básicos vinculados a essa receita decorrentes da aquisição

de bens e serviços sujeitos ao pagamento da contribuição, tendo em vista o disposto no art. 17

da Lei nº 11.033, de 2004. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º; Lei nº

11.033, de 2004, art. 17; Lei nº 10.925, de 2004, art. 1º, inc. XX (introduzido pelo art. 1º da Lei

nº 12.839, de 2013).

PIS/COFINS – FORMA DE CONTABILIZAÇÃO DE CRÉDITOS

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 207 Cosit

DOU de 02/05/2017

ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins

EMENTA: LEI Nº 10.147, DE 2000. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE VINCULADOS

A MEDICAMENTOS. FORMA DE CONTABILIZAÇÃO. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E DA

CSLL.

A partir de 1º de março de 2015 é permitida a utilização para compensação com outros tributos

ou ressarcimento em espécie dos créditos da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº

10.833, de 2003, referentes a custos, despesas e encargos vinculados a receitas decorrentes

da venda dos produtos referidos no caput do art. 3º da Lei nº 10.147, de 2000. A forma de

contabilização dos créditos da não cumulatividade da Cofins está detalhada no Ato Declaratório

Interpretativo SRF nº 3, de 29 de março de 2007. Conforme consta do citado Ato Declaratório

Interpretativo, é facultado ao sujeito passivo tributário a adoção de procedimento técnico

contábil diverso do recomendável (qual seja o registro dos referidos créditos como ativo fiscal),

desde que não afete o resultado fiscal, inclusive no que se refere à postergação do recolhimento

do IRPJ e da CSLL. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.147, de 2000, arts. 1º a 3º; Lei nº 10.833,

de 2003, arts. 3º; ADI SRF nº 3, de 2007, IN RFB nº 1.300, de 2012, art. 27, IV e § 8º, art. 49,

V e § 17.

ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep

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EMENTA: LEI Nº 10.147, DE 2000. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE VINCULADOS

A MEDICAMENTOS. FORMA DE CONTABILIZAÇÃO. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E DA

CSLL.

A partir de 1º de março de 2015 é permitida a utilização para compensação com outros tributos

ou ressarcimento em espécie dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep apurados na forma

do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, referentes a custos, despesas e encargos vinculados a

receitas decorrentes da venda dos produtos referidos no caput do art. 3º da Lei nº 10.147, de

2000. A forma de contabilização dos créditos da não cumulatividade da Contribuição para o

PIS/Pasep está detalhada no Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 3, de 29 de março de 2007.

Conforme consta do citado Ato Declaratório Interpretativo, é facultado ao sujeito passivo

tributário a adoção de procedimento técnico contábil diverso do recomendável (qual seja o

registro dos referidos créditos como ativo fiscal), desde que não afete o resultado fiscal, inclusive

no que se refere à postergação do recolhimento do IRPJ e da CSLL. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei

nº 10.147, de 2000, arts. 1º a 3º; Lei nº 10.637, de 2002, arts. 3º; ADI SRF nº 3, de 2007, IN

RFB nº 1.300, de 2012, art. 27, IV e § 8º, art. 49, V e § 17.

ACORDO DE CESSÃO DE DIREITOS NÃO PODE AFASTAR A TRIBUTAÇÃO NA FONTE DOS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS RELATIVOS AO PRECATÓRIO

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 208 Cosit 02/05/2017

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE – IRRF

EMENTA: PRECATÓRIO. CESSÃO DE DIREITOS. IMPOSTO SOBRE A RENDA. INCIDÊNCIA.

O acordo de cessão de direitos não pode afastar a tributação na fonte dos rendimentos

tributáveis relativos ao precatório no momento em que for quitado pela União, pelos estados,

pelo Distrito Federal ou pelos municípios, sendo o cedente o beneficiário de tais rendimentos,

devendo assim ser informado na Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf)

da fonte pagadora, o seu nome e não o do cessionário. Em função da natureza jurídica do crédito

cedido, ocorrerá a incidência de imposto sobre a renda retido na fonte, quando cabível, no

momento do pagamento do precatório, considerando-se como tal, quando ocorrer a

homologação da compensação do precatório com débitos de natureza tributária do cessionário

para com a União, os estados, o Distrito Federal ou os municípios. SOLUÇÃO DE CONSULTA

PARCIALMENTE VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 19, DE 25 DE

FEVEREIRO DE 2015. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, arts. 32

e 37, §§ 1º e 3º, alínea “c”; Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 2º; Lei nº 7.450, de

23 de dezembro de 1985, art. 55; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento

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do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 943, § 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20

de novembro de 2012, art. 11; Parecer Cosit nº 26, de 29 de junho de 2000; Perguntas e

Respostas IRPF 2014, Pergunta nº 551.

PIS/COFINS – SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA NO CASO DE VENDA DE DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS OU APARAS

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 210 Cosit 02/05/2017

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP

EMENTA: SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. VENDAS DE DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS OU

APARAS. NÃO EXIGÊNCIA DE ATIVIDADE ECONÔMICA ESPECÍFICA.

A aplicação da suspensão da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep no caso de venda de

desperdícios, resíduos ou aparas especificados no art. 47 da Lei nº 11.196, de 2005, para pessoa

jurídica que apure o imposto de renda com base no lucro real, prevista no art. 48 dessa Lei,

independe da atividade econômica da pessoa jurídica vendedora ou compradora.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 11.196, de 2005, arts. 47 e 48.

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS

EMENTA: SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. VENDAS DE DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS OU

APARAS. NÃO EXIGÊNCIA DE ATIVIDADE ECONÔMICA ESPECÍFICA.

A aplicação da suspensão da incidência da Cofins no caso de venda de desperdícios, resíduos

ou aparas especificados no art. 47 da Lei nº 11.196, de 2005, para pessoa jurídica que apure o

imposto de renda com base no lucro real, prevista no art. 48 dessa Lei, independe da atividade

econômica da pessoa jurídica vendedora ou compradora. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 11.196,

de 2005, arts. 47 e 48.

E-FINANCEIRA – ACORDO DE COOPERAÇÃO INTERGOVERNAMENTAL

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 211 Cosit 02/05/2017

ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

EMENTA: E-FINANCEIRA. ANO-CALENDÁRIO DE 2014. EXCEPCIONALIDADE.

Embora as informações a serem prestadas por intermédio da e-Financeira se refiram a

operações realizadas por todas as pessoas físicas e jurídicas brasileiras ou estrangeiras usuárias

dos serviços das entidades de que trata o art. 4º da IN RFB 1.571/2015, excepcionalmente para

fatos referentes aos meses de julho a dezembro do ano-calendário de 2014 o módulo de

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operações financeiras da e-Financeira é obrigatório apenas para informações e pessoas

definidas pelo Acordo de Cooperação Intergovernamental firmado entre os governos brasileiro

e norte-americano. ACORDO BRASIL/ESTADOS UNIDOS PARA MELHORIA DA

OBSERVÂNCIA TRIBUTÁRIA INTERNACIONAL E IMPLEMENTAÇÃO DO FATCA.

DEFINIÇÕES. As definições estabelecidas no item B, do inciso VI, do Anexo I, do Acordo de

Cooperação Intergovernamental, dentre elas as definições de NFFE e NFFE Ativa, não devem

ser utilizadas para fins de subsunção de determinada instituição como “Instituição Financeira”,

“Instituição Financeira Brasileira” ou “Instituição Financeira Brasileira Informante” ou “Não

Informante”. Para esses casos, prevalecem as definições elencadas no artigo 1º do Acordo, em

especial aquelas descritas no parágrafo 1º (q) e (o). DISPOSITIVOS LEGAIS: IN RFB 1.571/2015,

art. 4º, I, “c” e art. 11, caput e § 2º, Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil

e o Governo dos Estados Unidos da América para Melhoria da Observância Tributária

Internacional e Implementação do FATCA, artigo 1º, 1, (z), (3), (cc) e 1 (g) e (l), artigo 2º, 2, (a) e

Anexo I, IV (D) (2) (b) e VI, (B) (2) e (4).

PIS/COFINS – CRÉDITOS – AQUISIÇÃO DE TELAS SERIGRÁFICAS – DESENVOLVIMENTO DE DESENHOS DECORATIVOS

Fonte: Receita Federal do Brasil.

Solução de Consulta 99055 Cosit

DOU de 02/05/2017

ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. AQUISIÇÃO DE TELAS

SERIGRÁFICAS. SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE DESENHOS DECORATIVOS.

No caso de pessoa jurídica que exerce atividade industrial: a) a contratação de serviços de

desenvolvimento de produtos (desenvolvimento do desenho do produto e do esmalte adequado

ao desenho) não permite a apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep na forma do

inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, pois tais serviços são aplicados em etapa

anterior (preparatória) à produção de bens destinados à venda; b) a aquisição de telas

serigráficas que não devem ser incorporadas ao ativo imobilizado da pessoa jurídica e que são

diretamente utilizadas na produção de produtos destinados à venda, sofrendo inclusive desgaste

físico em função da ação exercida sobre o produto em elaboração, permite a apuração de

créditos da Contribuição para o PIS/Pasep na forma do inciso II do caput do art. 3º da Lei nº

10.637, de 2002. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3o, II; Lei nº 10.833, de

2003, art. 3o, VI, c/c art. 15, II; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99), art. 346, § 1º; IN SRF nº

404, de 2004, art. 8o, § 4o, I. (VINCULADA À SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 7, DE

NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.554

BELO HORIZONTE, 02 DE ABRIL DE 2017.

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23 DE AGOSTO DE 2016, PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 11 DE OUTUBRO

DE 2016.)

ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins

EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. AQUISIÇÃO DE TELAS

SERIGRÁFICAS. SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE DESENHOS DECORATIVOS.

No caso de pessoa jurídica que exerce atividade industrial: a) a contratação de serviços de

desenvolvimento de produtos (desenvolvimento do desenho do produto e do esmalte adequado

ao desenho) não permite a apuração de créditos da Cofins na forma do inciso II do caput do art.

3º da Lei nº 10.833, de 2003, pois tais serviços são aplicados em etapa anterior (preparatória)

à produção de bens destinados à venda; b) a aquisição de telas serigráficas que não devem ser

incorporadas ao ativo imobilizado da pessoa jurídica e que são diretamente utilizadas na

produção de produtos destinados à venda, sofrendo inclusive desgaste físico em função da ação

exercida sobre o produto em elaboração, permite a apuração de créditos da Cofins na forma do

inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833,

de 2003, art. 3o, II e VI; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99), art. 346, § 1º; IN SRF nº 404, de

2004, art. 8o, § 4o, I. (VINCULADA À SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 7, DE 23 DE

AGOSTO DE 2016, PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 11 DE OUTUBRO DE

2016.)

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