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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 4.032
BELO HORIZONTE, 16 DE ABRIL DE 2019.
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“Empreendedorismo não é uma ciência, nem arte. É uma prática.”
Peter Drucker
TRIBUTAÇÃO DE 'STOCK OPTIONS' ................................................................................................................................ 2
POUCOS JUÍZES TÊM APLICADO REGRA DA REFORMA PARA EXTINÇÃO DE AÇÕES........................................................ 3
COMO RECOLHER IR DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA EM VENDA DE STOCK OPTIONS? .................................................... 5
A FORMIGA, A CIGARRA E A EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ............................................................................................ 6
E-SOCIAL COMEÇA A RECEBER INFORMAÇÕES DO MEI.................................................................................................. 8
NOVOS SERVIÇOS SÃO OFERTADOS POR MEIO DE ABERTURA DE DOSSIÊ DIGITAL DE ATENDIMENTO A DISTÂNCIA .... 9
PROPOSTA SIMPLIFICA SISTEMA TRIBUTÁRIO E UNIFICA TRIBUTOS SOBRE CONSUMO .............................................. 10
AUDITORES INDEPENDENTES: ÚLTIMOS DIAS PARA ENVIO DE DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE E INFORMAÇÕES
PERIÓDICAS ANUAIS .................................................................................................................................................... 12
IBRACON EMITE REVISÃO DE COMUNICADO TÉCNICO Nº 1/2017 (R1) ........................................................................ 13
NORMA COLETIVA QUE DISPENSA CONTROLE FORMAL DE HORÁRIO AFASTA PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS ........ 14
CRIMES TRIBUTÁRIOS E AS LIÇÕES NÃO APRENDIDAS ................................................................................................. 15
Sumário
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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 4.032
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TRIBUTAÇÃO DE 'STOCK OPTIONS'
Fonte: Por Dimas Siloé Tafelli e Talita Fernanda Ritz Santana para Valor Econômico. A grave crise
econômica que assola o país influenciou drasticamente na construção de um novo sistema de
remuneração de executivos, que cada vez mais aderem ao modelo de remuneração variável
em substituição ao de salário fixo.
Uma das possibilidades desse sistema é denominada de "stock option" e consiste na
expectativa do direito de comprar ações por um preço fixo dentro de um prazo determinado,
por meio de um plano previamente aprovado. A adoção desse sistema é cada vez mais
presente nas empresas brasileiras que, à mingua de legislação específica, ainda enfrentam o
desafio adicional de compatibilizar as regras locais às estratégias de governança, nos casos que
envolvem multinacionais.
A opção pode ser comprada ou vendida ("call option" ou "put option"), ou pode ser outorgada
por um indivíduo pela empresa ("employee stock option") ou, ainda, pode decorrer de um
contrato de natureza mercantil ("call option" or "put option").
O plano de stock options pode conter os seguintes elementos: preço de exercício - preço pelo
qual o empregado tem o direito de exercer sua opção (exercise price); prazo de carência -
regras ou condições para o exercício das opções (vesting) e termo de opção - prazo máximo
para o exercício da opção de compra da ação (expiration date): o preço de exercício é o preço
de mercado da ação na data da concessão da opção, sendo comum estabelecer-se um
desconto ou um prêmio sobre o valor do mercado.
Diante de todas estas novas possibilidades, ainda persiste a dúvida a respeito do tratamento
jurídico do stock option, já que pode assumir caráter salarial ou possuir natureza de
investimento, existindo atualmente decisões administrativas e judiciais que consideram a
respectiva natureza jurídica balizando as características específicas de cada plano e do caso
concreto avaliado.
A análise das decisões recentes da Justiça Federal e Trabalhista permite a identificação de que
a posição majoritária atual é no sentido de que a natureza jurídica do plano de stock option é
de contrato mercantil, desvinculado do contrato de trabalho, sendo que os eventuais ganhos
auferidos por empregados, quando da venda das ações adquiridas através do plano, não
teriam nenhuma implicação trabalhista, desde que observados alguns requisitos mínimos.
Dentre eles, podemos citar a necessidade do plano de stock option ser elaborado de acordo
com a legislação societária aplicável à empresa emissora das ações; que a implementação do
plano seja realizada em documentos apartados e desvinculados do contrato de trabalho a fim
de não pairar dúvidas sobre sua natureza mercantil e aleatória. Além de possuir o contrato de
stock option natureza onerosa, ou seja, o empregado deve desembolsar o valor da opção, não
devendo haver subsídios por parte da empresa. A diferença entre o valor de opção e o valor
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efetivo da ação no mercado deve ser relevante a fim de comprovar a existência efetiva de
risco com a flutuação do valor das ações no mercado de capitais. Por fim, a compra de ações
pelo empregado deve, sempre que possível, ser intermediada por profissionais competentes
(como corretor de valores mobiliários e advogado), respeitandose as normas que regulam a
compra e venda de valores mobiliários.
No entanto, tem-se que o próprio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) baliza
seu entendimento conforme as peculiaridades de cada caso, o que gera a necessidade das
empresas revisitarem seus planos de compra de ações, atualizando-os conforme decisões
atuais.
Isso porque a posição da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(Carf), em sentindo contrário, em sessão de março de 2018, manteve a autuação lavrada em
face de instituição bancária, que exige contribuição previdência sobre valores de fevereiro,
março, abril, junho, setembro e dezembro de 2009, incidentes sobre as remunerações pagas a
alguns diretores por meio da outorga de opções de compra de ações (Proc. nº
16327.721357/2012-24, Acórdão 9202-006.628). A decisão, por voto de qualidade -
desempate do presidente - concluiu que a emissão da opção de compra de ações
transmutava-se em remuneração desde 1996, após análise de documentos enviados pelo
banco à Security Exchange (SEC).
Por outro lado, em dezembro de 2018, o próprio Carf entendeu que no contexto de operação
de mercado de oferta pública de ações, as vantagens diferenciadas colocadas à disposição dos
funcionários de outra instituição para aquisição de valores mobiliários não possuem caráter
remuneratório, mas sim a natureza de ganho eventual e, portanto, não sujeitas à incidência de
contribuições previdenciárias. (Proc. nº 10166.728875/201444, Acórdão 2202-004.844)
Diante do cenário de insegurança jurídica, com embates divergentes da esfera administrativa e
judiciária, é necessário que as empresas submetam seus planos de compra de ações às
parametrizações das decisões proferidas pelo Carf, as quais espelham as condutas que serão
adotadas pela fiscalização, para não serem surpreendidas com pesadas autuações.
POUCOS JUÍZES TÊM APLICADO REGRA DA REFORMA PARA EXTINÇÃO DE AÇÕES
Fonte: Valor Econômico. Prevista na reforma trabalhista, a possibilidade de extinção de
processos, na fase de pagamento (execução), por falta de movimentação ainda é pouco
utilizada pelos juízes. Em apenas dois casos, após a entrada em vigor da Lei nº 13.467, de
2017, foi aplicada a chamada prescrição intercorrente, segundo pesquisa realizada pelo Miceli
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Sociedade de Advogados. A medida pode ser adotada quando o autor de uma ação fica sem
movimentá-la por dois anos.
O escritório localizou apenas uma decisão no Rio de Janeiro e outra em Goiás. "O assunto é
muito novo e ainda está sendo pouco utilizado na Justiça do Trabalho", diz o advogado
trabalhista José Luiz Malta, do Miceli Sociedade de Advogados.
Outro motivo para a pouca adesão à prática, segundo advogados, seria a edição, pela
Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, da Recomendação nº 3 - que serve de orientação
para os juízes. O artigo 3º estabelece que essa prescrição só poderia começar a ser contada a
partir de 11 de novembro de 2017, dia em que a lei da reforma trabalhista entrou em vigor.
Ou seja, esse prazo de dois anos só venceria em novembro deste ano.
A prescrição intercorrente está prevista, de forma genérica, no artigo 11-A da Lei nº 13.467,
de 2017. Antes, não havia previsão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Existiam
apenas entendimentos divergentes sobre o tema. No Supremo Tribunal Federal (STF), a
Súmula nº 327, editada em 1963, admite a prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho.
Porém, em 1980, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) editou a Súmula nº 114, mantida em
2003, que afasta sua aplicação na Justiça do Trabalho.
A possibilidade, agora prevista na CLT, preocupa advogados de trabalhadores. Alegam que o
autor de um processo pode levar anos para ter direitos reconhecidos pela Justiça e ficar sem
receber nada se não movimentá-lo, após a decisão, em busca de bens do devedor. Já
advogados de empresas acreditam que a medida dá mais segurança porque há um prazo para
extinção da cobrança.
Atualmente, 42% dos processos julgados pela Justiça do Trabalho não são finalizados por falta
de pagamento ou localização de bens de devedores. A taxa de congestionamento consta do
relatório Justiça em Números 2017 (ano-base 2016), divulgado pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ).
A decisão do Rio de Janeiro foi dada pela juíza Cláudia Siqueira da Silva Lopes, da 59ª Vara do
Trabalho da capital. Ela decretou a prescrição intercorrente em um processo movido por uma
trabalhadora contra a Sanear Engenharia e Construção (processo nº 0001453-
78.2012.5.01.0059).
O processo foi arquivado definitivamente no dia 21 de fevereiro. No despacho, a juíza afirma
que, no dia 4 de setembro de 2015, a "parte autora foi notificada para vir com a liquidação,
sob pena de incidir a prescrição intercorrente". Como não houve manifestação, a juíza
declarou prescrito o processo.
O advogado trabalhista José Luiz Malta, que assessorou a Sanear Engenharia, afirma que a
trabalhadora foi intimada, por diversas vezes, a prestar a liquidação e prosseguir com a
execução, mas não o fez em mais de dois anos. "Assim requeremos que fosse decretada a
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prescrição intercorrente, com base no novo artigo 11-A da CLT, o que foi acolhido pela juíza",
diz.
A nova previsão de decretar a prescrição intercorrente nos processos trabalhistas, segundo
Malta, traz mais segurança jurídica para os empregadores. "Sem a prescrição intercorrente as
empresas ficam à mercê do reclamante mover a execução por tempo indeterminado. E nesse
tempo, ficam correndo juros e correção monetária pelo período que ficou inerte", afirma.
Em Goiás, a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 18ª Região também seguiu
esse caminho. Segundo o relator, desembargador Geraldo Rodrigues do Nascimento, a
aplicação da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho era polêmica antes da entrada em
vigor da Lei nº 13.467, com as súmulas divergentes no TST e Supremo.
Porém, acrescenta o desembargador na decisão, o TRT de Goiás também havia pacificado seu
entendimento sobre o tema com a Súmula nº 33, editada em 2015 e mantida em 2017, que
admite a prescrição intercorrente, inclusive de ofício.
O processo foi movido por um trabalhador contra o açougue Buriti American Beef. Na
decisão, o magistrado afirma que a execução estava parada por inércia do credor desde 2010.
Em abril de 2018, o juiz de primeira instância declarou a prescrição intercorrente. Então, o
trabalhador recorreu contra a medida, o que foi negado pelo TRT, ao decidir que estava
prescrito ao não ter movimentação processual por oito anos.
Segundo a advogada Juliana Bracks, do escritório Bracks Advogados Associados, antes da
reforma, alguns juízes trabalhistas vinham aplicando a prescrição intercorrente, mesmo com a
súmula contrária do TST. Mas agora não há dúvida de que ela pode ser utilizada. Porém, essa
prescrição declarada antes de 11 novembro de 2019 pode ser questionada, acrescenta a
advogada, uma vez que o artigo 3º da Recomendação nº 3, do TST, trata da data da reforma
como marco para contagem do prazo de prescrição.
COMO RECOLHER IR DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA EM VENDA DE STOCK OPTIONS?
Fonte: Valor Econômico. Pergunta: Minha dúvida é referente ao recebimento de um valor em
2018 oriundo de uma transferência internacional fruto de stock options (bônus anual). Vendi
as ações em dólar, fechei câmbio com meu banco e trouxe o recurso para o Brasil. Neste
momento não paguei nenhuma Darf com 15% ou 27,5%. Gostaria de saber como devo
declarar isso no imposto de renda. Se pago o imposto na declaração ou com alguma Darf
retroativa.
Questão enviada por Leandro Rodrigo
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Resposta de Antonio Gil, sócio de impostos da EY: Se o senhor não era residente fiscal no
Brasil na data de recebimento desse rendimento, ele é isento de tributação. Caso contrário, é
necessário observar a natureza do plano de stock options, pois existem dois tratamentos
distintos. Se as características desse plano tiverem viés para ser considerado um investimento,
a tributação passa a ser de 15%.
Contudo, se as características de remuneração estiverem mais presentes, a tributação seguirá
a tabela progressiva vigente, até 27,5%. Em ambos os casos, o recolhimento do imposto deve
ser feito até o último dia útil do mês subsequente ao recebimento e os valores das ações
devem ser reportados na Declaração de Ajuste Anual.
Os critérios que mais impactam a caracterização do plano para considerá-lo como
investimento ou remuneração estão relacionados ao fator de atribuição de custo da aquisição,
risco envolvido no processo e o fator temporal entre a expectativa de direito e a efetiva
disponibilidade das ações.
Cabe observar que esses são fatores meramente exemplificativos, sendo necessária uma
análise mais profunda para confirmar a forma da tributação.
A FORMIGA, A CIGARRA E A EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Fonte: Por Simone Monteiro para Valor Econômico. Como convencer pessoas jovens e cheias de
vontade de aproveitar a vida de que é preciso poupar para garantir uma renda futura, quando
trabalhar não for mais uma realidade em suas vidas? Seja porque já não querem ou não podem
mais ou simplesmente porque o mercado de trabalho as rejeita?
Essa é uma pergunta constante para quem trabalha com previdência complementar,
principalmente no que diz respeito aos planos de contribuição definida (CD) e de contribuição
variável (CV), em que cabe a cada associado fazer a cogestão do seu plano, escolhendo perfis
de investimentos e aportando recursos próprios sempre que o orçamento permitir.
Para uma geração que parece até mesmo desconhecer o significado da palavra aposentadoria,
pelo menos da forma como seus pais e avós experimentaram, e que muitas vezes mantém
uma relação fugaz com a empresa na qual trabalha, pensar em fazer aportes sistemáticos,
acompanhar rentabilidades e pensar em ciclos de vida soa como algo desnecessário no curto
prazo. A questão é que o longo prazo, por mais longo que seja, sempre chega.
A experiência da Previ com o seu plano de benefícios CV - o Previ Futuro - mostra que é
preciso focar esforços na comunicação integrada em prol da educação previdenciária.
Comunicações cada vez mais customizadas aos associados do plano, que aproveitem todas as
possibilidades que o meio digital oferece, e sem desperdiçar qualquer oportunidade de
contato com esse público são fundamentais.
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Para isso, o investimento em comunicação tem sido muito forte. Campanhas sucessivas,
distribuídas em todos os veículos de comunicação disponíveis como o site da Previ, a intranet
do patrocinador Banco do Brasil, revista digital, e-mail marketing, SMS, canal no YouTube,
além de encontros presenciais nos principais centros urbanos em que haja maior concentração
de funcionários do BB, vem sendo usados como âncoras de planos de comunicação integrados
para falar de perfis de investimentos, contribuições esporádicas, tributação e incentivos fiscais,
e vários outros conteúdos necessários para garantir a educação previdenciária dos
funcionários que se encontram em fase de acumulação do saldo que irá garantir um salário de
benefício futuro condizente com a expectativa dessas pessoas.
O índice de adesão ao Previ Futuro é altíssimo: 94% dos funcionários do Banco do Brasil com
direito ao plano optaram por se filiar. Até porque partir de uma rentabilidade de 100% de
largada não é algo para se jogar fora visto que, para cada um real de contribuição, o
patrocinador acompanha o aporte até o limite previsto. Nosso desafio está em garantir que ao
longo de suas carreiras, essas pessoas sejam convencidas da importância de priorizar a
poupança mesmo que em detrimento de prazeres mais imediatos. Que ajam enquanto há
tempo.
O meio digital é um grande aliado da educação previdenciária e a comunicação da Previ vem
usando e abusando dele para garantir a disseminação de conteúdos de forma prática e
eficiente, além de oferecer serviços como calculadoras e simuladores que ajudam os
associados a, não só planejar, como também gerir o próprio benefício futuro.
Há cerca de um ano, o aplicativo da Previ foi lançado com o objetivo de levar para a palma da
mão dos associados da entidade toda a informação necessária para a tomada de decisão sobre
os planos de benefícios. De forma ágil e interativa, ele foi concebido para ser um novo canal
de comunicação e interação com o participante. Ao longo do tempo, as possibilidades
cresceram e seu direcionamento foi além ao incorporar os serviços de autoatendimento.
Desde a sua estreia, o App Previ foi evoluindo para ajudar o associado nas tomadas de decisão
que poderão influenciar no seu benefício futuro e auxiliálo sobre a importância da educação
previdenciária, com serviços como um simulador em que os participantes do Previ Futuro
podem escolher um benefício-alvo e comparar até três cenários de planejamento de
aposentadoria.
O aplicativo permite ficar mais próximo do associado, prestando contas do dinheiro confiado à
Previ e levando informações que auxiliem no planejamento do futuro.
Em um ambiente corporativo no qual funcionários que possuem um plano CV, como é o caso
daqueles que ingressaram no Banco do Brasil a partir de 1998, convivem com um contingente
residual de funcionários na ativa que ainda foram contemplados com um plano BD, fechado
desde 1997, a percepção sobre o modelo de aposentadoria que os aguarda no futuro pode
ser comprometida. No caso do plano CV, a cogestão e o protagonismo do participante são
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fundamentais para a construção de um benefício futuro que possa atender as necessidades
desses colaboradores.
Pesquisas realizadas anualmente pela Previ apontam para alguns perfis em relação ao processo
de comunicação, que podem ir desde de um perfil "interessado proativo" ao total
"desconectado". Com exceção do primeiro grupamento, os demais representam um desafio e
tanto para o processo de educação previdenciária e é aí que reside a importância da
comunicação integrada como ferramenta estratégica.
Sabemos que algumas cigarras vão acabar ficando pelo caminho, mas o contingente de
formigas tem que ser maior.
E-SOCIAL COMEÇA A RECEBER INFORMAÇÕES DO MEI
Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. Cadastro facultativo começa no dia 16, mas será
obrigatório apenas a partir de outubro
A partir desta terça-feira (16), estará disponível para o Microempreendedor Individual (MEI) o
acesso ao módulo simplificado do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Nesta primeira etapa, que é facultativa, somente
estarão disponíveis os formulários para cadastramento dos dados do MEI e do empregado. A
partir de julho, ainda de forma facultativa, os empreendedores poderão cadastrar também
informações das folhas de pagamento. O cadastro de informações somente passará a ser
obrigatório para o MEI em outubro.
Atualmente, existem 8 milhões de Microempreendedores Individuais formalizados. Desses,
cerca de 150 mil possuem empregado formalizado. “Muitos empreendedores não contratam
por esbarrar nas barreiras da burocracia. Com a simplificação dos registros de pagamento, o
eSocial sinaliza o potencial de geração de mais de 7 milhões de empregos por parte do MEI,
que pode contratar um empregado e terá condições de gerir a folha de pagamento de forma
simplificada, assim como já ocorre com o empregador doméstico”, ressalta o auditor-fiscal
Altemir Linhares de Melo, Titular da Receita Federal no Comitê Gestor do eSocial.
Desde o dia 10 de abril, os integrantes do terceiro grupo do eSocial, composto por
empregadores optantes pelo Simples Nacional, empregadores pessoa física (exceto
doméstico), produtor rural PF e entidades sem fins lucrativos iniciaram a fase de
cadastramento que consiste no envio dos chamados eventos não periódicos, os quais
compreendem informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos trabalhistas, como
admissões, afastamentos e desligamentos. Essa fase terá duração de 90 dias para que os
empregadores do grupo três possam se organizar e enviar os dados solicitados de forma
compassada e efetiva.
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O eSocial já conta com 30 milhões de trabalhadores cadastr
ados. Com a efetivação do cadastro dos 16 milhões de trabalhadores esperados nessa fase do
cronograma de implantação do Sistema, o eSocial abrangerá o total de 46 milhões de
trabalhadores registrados em sua base de dados. O sistema tem como objetivos simplificar
processos, garantir maior segurança jurídica e maximizar o tempo dos empregadores, ao
reduzir a entrega de diversas obrigações por apenas uma operação.
Tira-dúvidas:
1. Todo MEI precisa aderir ao eSocial?
Não. Apenas os Microempreendedores Individuais que tiverem empregados ou queiram
empregar um funcionário.
2. Se a folha de pagamento só pode ser cadastrada em julho, que informações devem ser
inseridas no sistema a partir do dia 16?
Até julho, o eSocial receberá os dados cadastrais do empregador (MEI) e do empregado.
3. A partir de outubro, o que acontece com o MEI que tem empregado e não aderir ao eSocial? Deverá enviar os registros de pagamento da GFIT e FGTS pelos respectivos sistemas.
NOVOS SERVIÇOS SÃO OFERTADOS POR MEIO DE ABERTURA DE DOSSIÊ DIGITAL DE ATENDIMENTO A DISTÂNCIA
Fonte: Receita Federal do Brasil – RFB. A partir de hoje, 15/04, novos serviços já podem ser
realizados através desta ferramenta, propiciando, além do serviço inicialmente previsto,
entrega de formulários, comunicados, requerimentos, recursos e outros documentos
relacionados ao Repetro; entrega do requerimento do registro especial a que estão sujeitos os
produtores, engarrafadores, cooperativas de produtores, estabelecimentos comerciais
atacadistas e importadores de bebidas alcoólicas; entrega do Termo de Opção pelo Regime
Especial de Tributação – RET, e do termo de constituição de patrimônio de afetação da
incorporação, aplicável às incorporações imobiliárias; entrega de Requerimento de Admissão
Temporária – RAT; apresentação de requerimento de certificado como Operador Econômico
Autorizado – OEA; entre outros.Os demais serviços disponíveis podem ser consultados no
Centro Virtual de Atendimento – e-CAC.
Outra novidade da ferramenta é a implantação da possibilidade do solidário/subsidiário
arrolado em auto de infração poder interagir no processo administrativo via e-CAC.
A entrega de documentos em formato digital, por meio do Portal e-CAC, é obrigatória para
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado. Para os demais
contribuintes ou no caso de indisponibilidade dos sistemas informatizados da RFB que impeça
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a transmissão dos documentos por meio do e-CAC, a entrega será feita mediante atendimento
presencial, em unidade da RFB.
A Receita Federal informa que apenas no primeiro mês de funcionamento já foram realizados
mais de 7.100 atendimentos com a utilização da abertura DDA a distância.
A medida dispensa a necessidade de agendamento prévio ou deslocamento a uma unidade de
atendimento presencial e retrata o esforço da Instituição na busca por soluções que
simplifiquem a vida do contribuinte.
Na primeira etapa da nova funcionalidade, anunciada em 14/03, permitiu-se a disponibilização
do serviço de Certidão Negativa de Débitos (Certidão Conjunta) prestado a Pessoas Jurídicas
e Físicas que possuem certificação digital.
PROPOSTA SIMPLIFICA SISTEMA TRIBUTÁRIO E UNIFICA TRIBUTOS SOBRE CONSUMO
Fonte: Agência Câmara Notícias. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19,
apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), simplifica o sistema tributário nacional pela
unificação de tributos sobre o consumo.
O texto extingue três tributos federais (IPI, PIS e Cofins), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal),
todos incidentes sobre o consumo. No lugar deles, serão criados um imposto sobre o valor
agregado, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) – de competência
dos três entes federativos –, e outro, sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), de
competência federal.
A proposta, segundo Rossi, busca simplificar o sistema tributário, sem reduzir a autonomia de
estados e municípios, que poderiam alterar a alíquota do IBS. “Os efeitos esperados são
extremamente relevantes, com uma simplificação do sistema tributário brasileiro e um
aumento da produtividade e do PIB [Produto Interno Bruto] potencial do Brasil”, disse.
Para Rossi, a proposta eliminará a “guerra fiscal fratricida” entre estados e entre municípios,
sem reduzir a autonomia dos entes federativos na gestão de suas receitas.
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IBS
O IBS será regulado por lei complementar e composto por três alíquotas – federal, estadual e
municipal. “Para o contribuinte, será um único imposto, mas para os entes é como se cada um
tivesse o seu próprio imposto, pois terão autonomia na fixação da alíquota”, afirmou Baleia
Rossi. Nas transações interestaduais e intermunicipais deve ser aplicada a alíquota do estado e
do município de destino.
Essas alíquotas serão calculadas pelo Tribunal de Contas da União e aprovadas pelo Senado
Federal para repor perda dos tributos substituídos pelo IBS. A União, os estados e os
municípios poderão fixar sua alíquota do IBS em valor diferente por lei ordinária. Essa alíquota
deverá valer para quaisquer bens, serviços ou direitos. Assim, se alíquota estadual de
referência do IBS for 10%, o Espírito Santo poderá reduzi-la para 9% ou aumentá-la para 11%,
mas para todas as operações e não uma específica para brinquedos ou arroz.
Empresas que fazem parte do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar 123/06,
podem manter o sistema atual, sem apropriação ou transferência de créditos, ou então optar
pela adesão total ao IBS, com redução da alíquota do Simples correspondente aos cinco
tributos substituídos pelo IBS.
Devolução tributária
O texto propõe que parte do imposto pago por famílias mais pobres seja devolvido através de
mecanismos de transferência de renda. Para a transferência é feito o cruzamento do CPF dos
consumidores, informado a cada aquisição de bem ou serviço, com o cadastro único dos
programas sociais. “Trata-se de um mecanismo muito menos custoso e mais eficiente que o
modelo de desoneração da cesta básica de alimentos”, disse Rossi.
Comitê gestor
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A arrecadação do IBS e a distribuição da receita entre os entes serão feitas por um comitê
gestor nacional, com representantes da União, dos estados e dos municípios. O comitê gestor
será responsável por regular o imposto. A fiscalização será feita pelos fiscos das três esferas
de governo, a partir de definição do comitê.
Transição
A proposta estabelece duas regras de transição: uma sobre a substituição dos tributos e outra
focada na repartição de receitas entre os entes federativos.
A substituição dos tributos atuais pelo IBS está prevista para ocorrer em dez anos. Os dois
primeiros são um período de teste do novo imposto, cobrado a uma alíquota de 1%, reduzida
da Cofins para não haver aumento da carga e prejudicar estados e municípios. Nos oito anos
seguintes as alíquotas de todos os tributos serão reduzidas progressivamente e o IBS
aumentado na mesma proporção.
Já para a repartição de receitas do IBS entre estados e municípios a transição prevista é de 50
anos. Nos primeiros 20 anos seria mantida a receita atual, corrigida pela inflação, com a
parcela referente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tributada pelo destino. Nos
30 anos seguintes a tributação de todo o IBS convergiria para o destino gradualmente.
Mudanças
Uma das inovações da proposta é a criação de um imposto sobre bens e serviços específicos
(Imposto Seletivo), de competência federal. O tributo vai taxar produtos com tributação maior
para desestimular o consumo, como cigarro e bebidas alcoólicas. Sobre os demais produtos
incidirá o IBS, a versão brasileira do imposto sobre o valor agregado comum na Europa e
Estados Unidos.
As mudanças têm como referência a proposta de reforma tributária desenvolvida pelo Centro
de Cidadania Fiscal(CCiF), liderado pelo economista Bernard Appy e outros três especialistas.
Proposta semelhante chegou a ser apresentada como emenda ao projeto de reforma tributária
aprovado em comissão especial no final de 2018.
Tramitação
A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ)
quanto à admissibilidade. Se aprovada, será examinada por uma comissão especial criada
especialmente para essa finalidade. Em seguida, será votada em dois turnos pelo Plenário.
AUDITORES INDEPENDENTES: ÚLTIMOS DIAS PARA ENVIO DE DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE E INFORMAÇÕES PERIÓDICAS ANUAIS
Fonte: Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Emissão da declaração e envio das informações
devem ocorrer até 30/4
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A Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria (SNC) alerta sobre o envio da
Declaração Eletrônica de Conformidade e das Informações Periódicas Anuais, que deverá ser
feito até 30/4/2019.
Os documentos devem ser encaminhados por meio do sistema CVMWeb, disponível no site
da Autarquia, utilizando a opção Declaração Eletrônica de Conformidade, em Atualização
Cadastral, e a opção Informe Anual de Auditor em Envio de Documentos.
A confirmação cadastral e a apresentação das informações periódicas, por meio desse canal, é
obrigatória para todos os Auditores Independentes, pessoas físicas ou jurídicas, cujos registros
estejam em situação ativa.
Atenção
A Declaração de Conformidade, prevista no art. 1°, inciso II, da ICVM 510, e a Informação
Periódica Anual, prevista no art. 16 da ICVM 308/99, deverão ser encaminhadas pelos
auditores independentes mesmo que não estejam exercendo as atividades e que os dados
cadastrais não tenham sido alterados ou não estejam sujeitos a mudanças.
E, caso o prazo não seja cumprido, poderá ser aplicada multa cominatória diária de R$ 100,00
(para pessoas físicas) e R$ 200,00 (para pessoas jurídicas), no caso da Declaração de
Conformidade, e multa cominatória diária de R$ 100,00 no caso de Informações Periódicas
Anuais, com limite de 60 dias de atraso, nos termos do art. 14 da Instrução CVM 452.
IBRACON EMITE REVISÃO DE COMUNICADO TÉCNICO Nº 1/2017 (R1)
Fonte: Resenha de Notícias Fiscais. O Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
publicou na tarde desta sexta-feira, 12, a revisão do Comunicado Técnico (CT) 1/2017 (R1),
em relação à emissão do seu relatório sobre as demonstrações contábeis referentes aos
exercícios ou períodos que se findam em, ou após, 31 de dezembro de 2016.
Para ter acesso ao CT nº 1/2017 (R1), clique aqui.
Plenário aprova revisão de Comunicado Técnico do Auditor
A primeira revisão (R1) do Comunicado Técnico do Auditor (CTA) 25, que dispõe sobre
orientação para a emissão do novo modelo de relatório do auditor independente, foi aprovada
pelo Plenário do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), nesta quinta-feira (11). O CTA, que
é uma modalidade de Norma Brasileira de Contabilidade (NBC), foi editado em função da
revisão, ocorrida em 2016, das NBCs TA 700, 705, 706, 710 e 720 e da edição da NBC TA
701, que criou os Principais Assuntos de Auditoria (PAAs). Passados dois anos, houve a
necessidade de serem implementados pequenos ajustes e atualização.
De acordo com o vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, foram incluídos, no CTA 25
(R1), dois novos modelos de relatório, contendo opinião sobre o balanço patrimonial e
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abstenção de opinião sobre o desempenho das operações e fluxos de caixa; e outro para
entidade não listada com valores mobiliários emitidos com esforços restritos, nos termos da
Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (ICVM) nº 476/2009.
Além disso, ele explica que foram acrescentados esclarecimentos sobre os PAAs (itens 9 e 10);
sobre duas estruturas de relatório financeiro (itens 16 e 17); sobre a Demonstração do Valor
Adicionado (DVA), quando o auditor expressar opinião modificada, abstenção de opinião ou
opinião adversa (item 19); quando o auditor pode reportar outras informações que não são
exigidas (itens 27 a 29); e sobre abstenção de opinião (item 31).
O vice-presidente informa ainda que foram feitos também outros ajustes. “Ficou explícito que
deve ser colocado junto com o número do registro no Conselho Regional de Contabilidade
(CRC), sua categoria profissional de contador”, afirma Idésio Coelho. CTA 25 (R1)
O objetivo deste Comunicado Técnico, conforme consta na Norma, é orientar os auditores
independentes na emissão do relatório sobre as demonstrações contábeis referentes aos
exercícios ou períodos que se findam em – ou após – 31 de dezembro de 2016.
O CTA 25 foi elaborado em decorrência do processo de adoção do novo modelo de relatório
do auditor independente. Entre julho e setembro de 2016, o CFC publicou um conjunto de
normas de auditoria revisadas e convergentes com as International Standards on Auditing
(ISAs), emitidas pelo International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB).
A revisão do CTA 25 (R1) será publicada no Diário Oficial da União na próxima semana.
NORMA COLETIVA QUE DISPENSA CONTROLE FORMAL DE HORÁRIO AFASTA PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho – TST. Para a Quarta Turma, a norma coletiva é válida.
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho julgou improcedente o pedido de
condenação da Bull Ltda., de São Paulo, ao pagamento de horas extras a um especialista de
suporte, diante da existência de norma coletiva que autorizava o registro de ponto por
exceção. Nesse sistema, não há controle formal dos horários de entrada e e saída dos
empregados e são registradas apenas as exceções à jornada ordinária. Horário flexível
O empregado foi contratado em 2000 em São Paulo (SP) e prestou serviços ao Bradesco em
Belém (PA) e Belo Horizonte (MG). Na reclamação trabalhista, ajuizada após a dispensa, em
2014, ele sustentou que cumpria jornada de dez horas por dia, de segunda a sexta-feira. Uma
testemunha confirmou a jornada.
A empresa, em sua defesa, disse que a norma coletiva em vigor estabelecia horário de trabalho
flexível e dispensava os empregados da marcação de ponto, ao prever apenas o registro das
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possíveis alterações, como horas extras e sobreavisos. Segundo a Bull, esse controle informal
havia sido adotado porque não possuía base operacional nas cidades em que o especialista
havia trabalhado. “Em geral, o empregado permanecia em sua residência, aguardando
um chamado, momento que deveria prestar o atendimento dentro da jornada contratada”,
afirmou. Comprovação
O juízo da 76ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP) condenou a empresa ao pagamento das
horas extras, por entender que cabe ao empregador apresentar os controles de frequência
exigidos pelo artigo 74, parágrafo 2º, da CLT. Para o juízo, a falta dos registros gera presunção
relativa de veracidade da jornada informada pelo empregado. O Tribunal Regional do Trabalho
da 2ª Região (SP) manteve a sentença. Concessões recíprocas
O relator do recurso de revista da Bull, ministro Alexandre Luiz Ramos, assinalou que a
Constituição da República reconhece a validade da negociação coletiva como modelo de
normatização autônoma, em respeito ao princípio da autonomia coletiva privada dos
sindicatos. Esses dispositivos, a seu ver, são autoaplicáveis e não dependem de
regulamentação específica.
Para concluir pela validade da norma, o relator aplicou a chamada teoria do conglobamento,
segundo a qual o acordo e a convenção coletiva são resultado de concessões mútuas. Assim,
ao afastar algum direito assegurado pela CLT, são concedidas outras vantagens a fim de
compensar essa supressão. Por isso, não é possível anular apenas uma cláusula, em desfavor
de um dos acordantes.
“As cláusulas decorrentes da negociação coletiva não podem ser analisadas de forma
atomizada, pois cada uma se vincula ao equilíbrio da negociação coletiva”, observou o ministro,
ao concluir que o entendimento adotado pelas instâncias anteriores violou o artigo 7º, inciso
XXVI, da Constituição. O relator destacou ainda que o artigo 611-A, inciso X, da CLT, inserido
pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), dispõe que as normas coletivas prevalecerão
sobre o disposto em lei quando tratarem, entre outros, da modalidade de registro de jornada
de trabalho.
A decisão foi unânime.
(LT/CF)
Processo: RR-1001704-59.2016.5.02.0076
CRIMES TRIBUTÁRIOS E AS LIÇÕES NÃO APRENDIDAS
Fonte: Por Edson Luz Knippel para Estadão. A Lei 8137, de 27 de dezembro de 1990, define os
crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo.
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Sua criação se deu no início da redemocratização, no primeiro ano de mandato de um
presidente eleito pelo povo. Momento esse no qual a hiperinflação legislativa no âmbito penal
começava a dar os seus primeiros passos, com a crença de que o endurecimento do sistema
punitivo traria como consequência natural e automática a diminuição da prática de crimes e da
violência.
Mais adiante, no ano de 2000, foram criados os delitos de apropriação indébita previdenciária
e sonegação de contribuição previdenciária (Lei 9983/2000).
O maior exemplo dessa política criminal, chamada de law and order, foi a criação da Lei dos
Crimes Hediondos, também em 1990, no mês de julho (Lei 8072/90).
E de lá para cá diversas outras normas foram criadas e foi possível constatar que o simples
agravamento de penas e criação de novos crimes não surtiu o efeito desejado. Pesquisas
científicas realizadas e o próprio sentimento da sociedade demonstravam isso.
Diante desse quadro, era de se esperar que os erros do passado não se repetissem e que
novas práticas fossem adotadas com a intenção de prevenir e reprimir a criminalidade.
Quem pretende praticar crimes, como é de conhecimento público e notório, não consulta a
legislação penal para verificar qual é a pena aplicada, ou a qual regime de cumprimento de
pena estará sujeito.
Portanto não basta elevar penas e criar figuras penais se o destinatário das normas continuar
acreditando que sairá impune.
Apostar na inteligência policial, permitindo investigações de qualidade; dotar o Poder
Judiciário de infraestrutura adequada, acarretando maior celeridade no julgamento e tornar
certa a punição, após regular processo, com a observância de todos os direitos e garantias
individuais e reformar a legislação penal, mantendo como criminosas as condutas que de fato
merecem reprovação penal, parece mais adequado.
Não devemos esquecer que o mais importante será, em qualquer caso, a prevenção, com a
previsão e aplicação efetiva de políticas públicas e sociais relacionadas a direitos básicos do
cidadão, conferindo a ele dignidade e oportunidades.
Mas, voltando aos crimes contra a ordem tributárias, tem-se que desde 1990 se discute a
efetividade de seus dispositivos penais.
Isso porque diversos outros meios alternativos – mais aptos do que o direito penal – poderiam
ser utilizados para dirimir os conflitos tributários, tais como conciliação, arbitragem, transação
e acordos. Sem desconsiderar que o Estado já dispõe de meios coercitivos para buscar a
cobrança, na via fiscal.
É o direito penal que desde então passa a ser utilizado pelo Estado como uma espécie de
cobrador de dívida tributária e previdenciária, que aliás nem sempre é legal ou devida.
Formalmente existe a tipificação de conduta criminosa, acompanhada da respectiva pena, que
pode chegar a cinco anos de reclusão, no pior dos cenários.
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Acontece que o objetivo real é pressionar o contribuinte para que pague o tributo nem
sempre devido e, com isso, evite os conhecidos dissabores de ser investigado, acusado ou
condenado na seara criminal. Isso porque o pagamento integral do tributo faz com que seja
extinta a punibilidade. A adesão a programas de parcelamento suspende a punibilidade, bem
como a prescrição, sendo que a efetiva extinção dependerá da quitação da última parcela.
Fato é que a economia brasileira está em crise e que inúmeros contribuintes, destacando-se
aqui empresários, não conseguem mais arcar com a carga tributária altíssima. Muitas vezes se
veem na situação de optar entre continuar a sua atividade, com o pagamento da folha de
funcionários ao final do mês, ou quitar os tributos e encerrar a sua atividade.
Logo, a reforma tributária poderia ser uma boa aposta. Novos programas de parcelamento
poderiam ser oferecidos, com mais atrativos. Outras medidas poderiam ser adotadas para que
a exação fosse mais eficaz.
O que vimos, no entanto, na última semana, foi um novo caminho sendo apontado, com as
propostas de emendas ao projeto anticrime, a fim de que se alcance um agravamento dos
delitos contra a ordem tributária.
O pacote, cuja síntese é o recrudescimento do sistema punitivo, não trazia em sua versão
original qualquer menção às infrações dessa natureza.
A partir das emendas apresentadas, voltadas aos crimes tributários e previdenciários, caberá
ao Congresso Nacional discutir sobre a revogação da extinção de punibilidade decorrente da
quitação integral do tributo, bem como o aumento substancial das penas previstas, fazendo
com que o máximo, também na pior das hipóteses, chegue a 12 anos.
No texto do projeto, o pagamento integral trará como consequência a diminuição da pena,
variando entre ¼ e ½, a depender do momento processual no qual ocorrerá.
Dessa forma, o direito penal deixa de ser um cobrador de dívida para se tornar uma impiedosa
criatura a ameaçar constantemente o contribuinte e quem busca empreender em gravíssima
crise econômica.
A conjuntura é ainda mais sombria tomando por base o que já decidiram e o que ainda
decidirão os Tribunais Superiores acerca de demandas relacionadas ao tema. O STJ já se
entendeu que é crime tributário o não recolhimento de ICMS cobrado do consumidor.
O STF debaterá em breve a questão. De toda sorte, a Procuradoria Regional da República
sustentou entendimento de que nessa situação haveria crime contra a ordem tributária.
Neste contexto, o conteúdo das emendas apresentadas preocupa, assim como desola que
erros cometidos em passado próximo não tenham servido de lição.
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