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Proteger o oceano: os pulmões azuis do nosso planeta Ambiente NOVEMBRO 2017 | N.° 64 Revista da Direção-Geral do Ambiente Ambiente para os Europeus

NOVEMBRO 2017 | N.° 64 Ambiente - European Commission · Quer saber o que é que a União Europeia está a fazer para proteger o meio ambiente, o que são políticas integradas de

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Proteger o oceano: os pulmões azuis do

nosso planeta

Ambiente

NOVEMBRO 2017 | N.° 64

Revista da Direção-Geral do Ambiente

Ambientepara os Europeus

Editorial

A subsistência de milhões de pessoas em todo o mundo depende diretamente dos oceanos. Mas, no final de contas, toda a humanidade precisa de oceanos saudáveis para combater as alterações climáticas, purificar o ar, regular as condições meteorológicas e assegurar a sua fonte essencial de alimento e água. A ação de proteção dos oceanos só pode ser eficaz através de uma forte cooperação a nível mundial, e a UE encontra-se na liderança dessa cooperação.

Nesta edição da Ambiente para os Europeus, acompanhamos a quarta conferência «O Nosso Oceano», que, este ano, foi organizada pela primeira vez pela UE em Malta, o país natal do comissário responsável pelo Ambiente, Karmenu Vella. O evento não só resultou em 437 compromissos tangíveis no domínio da proteção marinha e da pesca sustentável, como também quase duplicou os compromissos financeiros para 7,2 mil milhões de euros.

A redução do número de sacos de plástico abandonados no ambiente é uma forma eficaz de proteger os mares e os oceanos, bem como todo o espetro de plantas, peixes, aves, répteis e mamíferos que deles dependem. Um ano após a entrada em vigor das novas regras da UE relativas à redução do consumo de sacos de plástico leves, fazemos um balanço dos progressos alcançados. Analisamos também a necessidade de melhorar a qualidade do ar através da redução das emissões provenientes da agricultura, bem como dos esforços para reduzir a poluição sonora, que é a segunda maior ameaça ambiental para a saúde na Europa.

Um novo inquérito Eurobarómetro confirmou que as alterações climáticas estão entre as principais preocupações dos europeus. Os resultados revelam que 74 % dos cidadãos da UE consideram atualmente que as alterações climáticas são um problema muito grave e 79 % pensam que o combate às alterações climáticas e a melhoria da eficiência energética irão melhorar a economia e criar postos de trabalho. A UE continua a perseguir a sua «ambiciosa agenda política em matéria de clima e energia» para sensibilizar os seus cidadãos e avançar no sentido de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 80 % até 2050.

Uma outra batalha crucial para o bem-estar do nosso mundo natural consiste em acabar com o comércio ilegal de marfim e produtos de animais selvagens. Este verão, a UE deu mais um passo em frente para reforçar a regulamentação e bloquear efetivamente a exportação de marfim em bruto. Uma consulta em linha, aberta ao público até 8 de dezembro, irá agora recolher opiniões sobre que outras medidas a UE deve tomar para combater o tráfico de marfim.

Esperamos que encontre motivos de interesse e inspiração nas páginas que se seguem, e terminaremos com a habitual síntese de próximos eventos, atividades e publicações no domínio do ambiente.

ÍndiceAcabar com o hábito dos sacos 3

Um oceano de novos compromissos 4

A inovação é a fonte de novas ideias para a gestão da água na UE 6

A UE intensifica a luta contra o tráfico de marfim 7

O setor agrícola tem de reduzir as emissões e ajudar a combater a poluição atmosférica 8

Ruído, uma ameaça oculta para a saúde 9

Manter a dinâmica da transição para a economia circular 10

Unir forças para tornar o sistema fiscal mais verde 11

As medidas de combate às alterações climáticas são necessárias e vantajosas para as empresas, afirmam os cidadãos da UE 12

Peritos apresentam ideias para o Fundo de Inovação hipocarbónica da União Europeia 14

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Ambiente para os Europeusec.europa.eu/environment/news/efe/index_pt.htm

INFORMAÇÃO EDITORIALAmbiente para os Europeus é uma revista trimestralpublicada pela Direção-Geral do Ambiente da ComissãoEuropeia. Está disponível em alemão, búlgaro, checo,espanhol, estónio, francês, grego, inglês, italiano,lituano, polaco, português e romeno. Assinatura grátis.Pode assinar a revista em linha através do seguinteendereço:http://ec.europa.eu/environment/efe/subscribe_ptChefe de redação: Gilles LarocheCoordenador: Barbara SteffnerPara mais informações, contacte a Unidadede Comunicação:http://ec.europa.eu/environment/contact/form_en.htmInformação e documentos:http://ec.europa.eu/environment/contact/form_en.htmPágina Internet da revista Ambiente para os Europeus:http://ec.europa.eu/environment/news/efe/index_pt.htm

AMBIENTE EM LINHAQuer saber o que é que a União Europeia está a fazerpara proteger o meio ambiente, o que são políticasintegradas de produtos ou como obter o «rótuloecológico»? Descubra isto e muito mais na páginaInternet da DG Ambiente:http://ec.europa.eu/environment/index_en.htm

ADVERTÊNCIAA Comissão Europeia, ou qualquer pessoa agindo em seu nome, não pode ser responsabilizada pela utilização que possa ser dada às informações abaixo apresentadas

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2017

© União Europeia, 2017Reutilização autorizada mediante indicação da fonte.A política de reutilização de documentos da Comissão Europeia é regulamentada pela Decisão 2011/833/UE (JO L 330 de 14.12.2011, p. 39).É necessário obter autorização junto dos detentores dos direitos de autor para a utilização ou reprodução de fotografias ou outro material que não esteja protegido pelos direitos de autor da UE.

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Printed in Luxembourg by Imprimerie Centrale

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» RESÍDUOS

Acabar com o hábito dos sacos Na União Europeia (UE), utilizamos atualmente 100 mil milhões de sacos por ano, o que constitui um enorme desperdício, pois muito frequentemente apenas são utilizados uma vez. Muitos desses sacos acabam nos nossos oceanos e mares. A nova Diretiva «Sacos de plástico da UE» constitui uma medida recente para combater este desperdício de recursos e a produção de lixo. Obriga os Estados-Membros a reduzirem drasticamente a utilização de sacos de plástico leves. Como é que os Estados Membros estão a lidar com esta questão?

O número de sacos de plástico utilizados por pessoa diverge bastante consoante os Estados Membros. Alguns já alcan-çaram resultados impressionantes na redução da utilização de sacos de plástico. Graças às medidas adotadas nos últi-mos dois anos, na Dinamarca e na Finlândia, o consumo médio anual de sacos de plástico leves é de apenas qua-tro por pessoa. Na Irlanda, desde que foi introduzida uma taxa em 2002, o consumo de sacos de plástico de utilização única diminuiu de 328 unidades por pessoa por ano para apenas 18 – uma redução de quase 95 %.

No outro extremo da escala, encontram-se os países em que a utilização de sacos em 2010 era nitidamente superior à média – por exemplo, 269 sacos na Grécia e 421 na Bulgária.

«Cerca de 80 % do lixo marinho vem da terra. Na maior parte dos casos são plásticos. Estamos a

encontrar sacos de plástico no estômago de aves marinhas

e de baleias encalhadas, pelo que é nitidamente chegado o momento de agir.»

Comissário europeu responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella

Reduzir o consumo

De acordo com a nova Diretiva «Sacos de plástico», os governos nacionais devem garantir que, até ao final de 2019, o consumo anual de sacos de plástico leves seja

limitado a 90 unidades por pessoa. Até ao final de 2025, este número deverá ser reduzido para 40 sacos por pes-soa. Para alcançar estes objetivos, os Estados-Membros podem aplicar diferentes medidas. Estas incluem taxas ou imposições, ou objetivos nacionais de redução. Os objetivos podem ser alcançados através de medidas ou acordos obri-gatórios com os setores económicos. É igualmente possível proibir os sacos, se tal proibição estiver alinhada com a legislação da UE. Os Estados-Membros tiveram de informar a Comissão, até novembro de 2016, acerca da forma como estão a aplicar as novas regras.

Alguns países optaram por taxas obrigatórias. Outros, como a Alemanha e a Áustria, optaram por acordos com o setor retalhista. Em alternativa, a França e a Itália proibiram todos os sacos de plástico, exceto os biodegradáveis e os compostáveis. O Reino Unido e os Países Baixos, por sua vez, optaram por cobrar pelos sacos. Na Estónia, os sacos também deixarão de ser disponibilizados gratuitamente.

A Comissão está a dar prioridade à aplicação da Diretiva «Sacos de plástico da UE» e, por conseguinte, já enviou car-tas de aviso aos Estados-Membros que não se pronunciaram dentro do prazo estabelecido.

No entanto, a redução da utilização de sacos de plástico constitui apenas um elemento da transição para um con-sumo mais sustentável e do objetivo de reduzir a infiltração de plásticos no ambiente.

No âmbito do plano de ação para a economia circular, a Comissão está a trabalhar numa nova estratégia relativa aos plásticos.

Karmenu Vella, comissário europeu responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, afirmou: «Temos de ter uma visão de uma economia de plásticos dife-rente, e queremos que os plásticos se tornem circulares na União Europeia. É por isso que, até ao final do ano, iremos publicar uma estratégia europeia para os plásticos na economia circular.»

Mais informações

» http://ec.europa.eu/environment/waste/plastic_waste.htm

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» ÁGUA, MEIO MARINHO E ZONAS COSTEIRAS

Um oceano de novos compromissosA edição de 2017 da conferência «O Nosso Ocea-no», organizada pela UE em Malta, gerou um nível de ambição sem precedentes. Agora que as ondas passaram, o que foi que se alcançou exatamente?

A conferência «O Nosso Oceano» sempre girou em torno de com-promissos – são a sua razão de ser. Contudo, a quarta edição, recentemente concluída em Malta, não produziu apenas com-promissos notáveis. Além disso, quase duplicou as promessas financeiras anteriores, avançando para domínios de ação novos.

As principais realizações da conferência incluem 437 compro-missos tangíveis e mensuráveis, 7,2 mil milhões de euros em compromissos financeiros e 2,5 milhões de quilómetros qua-drados de novas zonas protegidas marinhas (ZPM). As novas zonas equivalem a mais de metade do tamanho de toda a UE.

A última conferência foi a primeira a mobilizar a comunidade empresarial em grande escala, com mais de cem compro-missos dos principais intervenientes a nível mundial, como a Airbus, a Unilever, a PepsiCo, a AXA e a Sky.

Os 36 compromissos da UE ascenderam a mais de 550 milhões de euros e, juntamente com os Estados-Mem-bros e o Banco Europeu de Investimento, o compromisso total da UE excedeu os 2,8 mil milhões de euros. Outros países, ONG, fundações, institutos de investigação e organi-zações internacionais assumiram quase 300 compromissos numa demonstração global de determinação.

Com base no trabalho que a Europa já está a desenvolver para reunir os Estados-Membros, proteger o meio marinho e alcançar o «bom estado ambiental» definido na legislação

marinha da UE, «O Nosso Oceano» assistiu também a uma vaga de novos compromissos da UE.

Os 36 compromissos estão distribuídos pelos quatro temas da conferência – poluição marinha, alterações climáticas, proteção marinha e pesca sustentável – bem como pelos dois aspetos objeto de especial destaque no evento: a economia azul sustentável e a segurança marítima. Seguem-se os prin-cipais destaques (a lista completa está disponível em https://ourocean2017.org/our-ocean-commitments).

O meio marinho está sob pressão e a poluição marinha é um problema massivo, com 10 milhões de toneladas de lixo dei-tado ao mar todos os anos. Para fazer face a estes desa-fios, a UE lançou a WISE-Marine, um recurso de informação sobre questões relacionadas com a água, para promover a melhor governação dos oceanos e a gestão baseada nos ecossistemas. Serão disponibilizados 2 milhões de euros para apoiar a aplicação da Diretiva-Quadro Estratégia Marinha, 2,85 milhões de euros para projetos de prevenção da poluição marinha e preparação e 2,5 milhões de euros para ações de combate à poluição marinha.

Foram também anunciados projetos de medidas para reduzir o abandono de plásticos no ambiente para o final de 2017,

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no âmbito da próxima estratégia da UE para os plásticos, bem como medidas para reduzir as descargas no mar de resíduos produzidos pelos navios.

As alterações climáticas têm consequências diretas para os oceanos, sendo a subida dos níveis do mar e o aumento da acidificação duas das ameaças mais alarmantes. A nova ação da UE inclui um projeto de 10 milhões de euros com a Organi-zação Marítima Internacional sobre atenuação das alterações climáticas no setor do transporte marítimo, através de uma nova rede de Centros de Cooperação Tecnológica para ajudar a desenvolver transportes marítimos eficientes em termos energéticos. Serão utilizados cerca de 1,5 milhões de euros para reduzir as emissões de carbono negro no Ártico e foram reservados 600 000 euros para projetos integrados no Ártico.

Menos de 5 % das zonas marinhas e costeiras do mundo estão atualmente protegidas por lei, apesar do objetivo das Nações Unidas de 10 % de proteção até 2020. Trata-se de um domí-nio de ação que a UE leva muito a sério, pelo que «O Nosso Oceano» era o local ideal para anunciar o novo financiamento de 20 milhões de euros para apoiar as ZMP nos países de África, Caraíbas e Pacífico através do Programa de Gestão da Biodiver-sidade e das Zonas Protegidas. Será prestado mais apoio, em conjunto com a Alemanha, a uma nova plataforma multilateral intersetorial e transfronteiriça a ser criada em 2020.

Os compromissos no domínio da pesca sustentável incluem 15 milhões de euros ao abrigo do programa PESCAO para melhorar a governação regional das pescas na África Ocidental e 5,7 milhões de euros para ajudar a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e a Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo a melhorarem a sustentabilidade dos recursos haliêuticos, na sequência da Declaração MedFi-sh4Ever, um compromisso a dez anos assinado em março de 2017 para salvar as unidades populacionais de peixe do Mediterrâneo e proteger a riqueza ecológica da região.

A economia azul – um novo domínio de ação para «O Nosso Oceano» – está já avaliada em 1,3 biliões de euros, um valor que deverá aumentar para o dobro até 2030. A UE acres-centou à conferência o tema da construção de pontes entre as soluções sustentáveis para os oceanos e o crescimento económico nas comunidades costeiras de todo o mundo.

Os novos compromissos da UE incluem 250 milhões de euros para financiar a investigação marinha e marítima em 2017, 12 milhões de euros para apoiar novos projetos de combate ao lixo marinho e 50 milhões de euros para a Iniciativa BlueMed, para cooperação científica e de investigação no Mediterrâneo.

A nível internacional, serão concedidos mais de 60 milhões de euros para reforçar a Aliança de Investigação sobre o Oceano Atlântico e para aprofundar a cooperação com o Brasil e a África do Sul sobre ciência, investigação e ino-vação marinhas. Até 2019, serão mais de 500 as equipas de investigação da UE a trabalhar em consórcios internacionais sobre os desafios que afetam o oceano Atlântico.

Uma iniciativa de 14,5 milhões de euros irá promover uma economia azul sustentável na UE, com novos fundos para projetos de elevado potencial em setores emergentes da economia azul. O programa Parceria Marinha Pacífico-União Europeia, no valor de 45 milhões de euros, irá apoiar a gestão

sustentável e o desenvolvimento da pesca para a segurança alimentar e o crescimento económico, abordando a capaci-dade de resistência às alterações climáticas e a conservação da biodiversidade marinha.

Quase 6 milhões de euros serão utilizados para ajudar os paí-ses da UE a cooperarem a nível transfronteiriço no domínio do ordenamento do espaço marítimo e será aumentado o apoio aos ensaios das primeiras implantações de equipamentos de energia das ondas e das marés na Europa.

Por todo o mundo, o comércio depende da segurança marítima – o segundo novo domínio de ação da conferência. Essa segurança está sob várias ameaças, incluindo catástro-fes naturais, pirataria, tráfico e conflitos armados. Para tornar os oceanos mais seguros, a UE anunciou uma dotação de 37,5 milhões de euros para combater a pirataria ao longo da costa sudeste de África e no Oceano Índico, um investimento de 4 milhões de euros no programa de vigilância por saté-lite Copernicus para monitorizar a poluição por hidrocarbo-netos e a pesca comercial em grande escala, apoio contínuo à segurança marítima no golfo da Guiné, 1 milhão de euros para atualizar os sistemas informáticos das autoridades marítimas da UE e o protótipo de um instrumento de vigilân-cia para revelar a dimensão das atividades humanas no mar.

«Esta conferência não se reduz aos compromissos

assumidos. Também diz respeito à execução. Vamos agora

controlar o cumprimento desses compromissos e acompanhar

os diversos fluxos de trabalho. A todo o vapor! »

Comissário da UE responsável pelo Ambiente, Karmenu Vella

Apesar dos seus numerosos êxitos, ninguém considera a confe-rência como um fim em si mesmo. «Esta conferência não se reduz aos compromissos assumidos», afirmou o comissário Karmenu Vella após o encerramento. «Também diz respeito à execução. Vamos agora controlar o cumprimento desses compromissos e acompanhar os diversos fluxos de trabalho. A todo o vapor!»

«O Nosso Oceano» continuará na Indonésia em 2018.

Mais informações

» https://ourocean2017.org/

MALTA, 5-6 OCTOBER 2017

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» ÁGUA, MEIO MARINHO E ZONAS COSTEIRAS

A inovação é a fonte de novas ideias para a gestão da água na UE

O reconhecimento crescente de que a água é um recurso finito e originou uma torrente de novas ideias e inovações para enfrentar os desafios de gestão da água, muitos deles pro-movidos pela Parceria Europeia de Inovação no domínio da água.

A mudança é fundamental no fornecimento e na preser-vação do caudal de água fresca no futuro, na Europa e no resto do mundo. A EIP Water deseja ser líder no desenvol-vimento de boas práticas, criando oportunidades de negó-cios e ultrapassando barreiras ligadas à regulamentação, financiamento ou implementação prática. Reúne os interve-nientes públicos e privados da UE, a nível nacional e regio-nal – tanto do lado da oferta como do da procura – sob os auspícios da União da Inovação 2020 da UE.

No fim de setembro, a cidade portuguesa do Porto será anfitriã da 4.ª conferência EIP Water, atraindo cerca de mil inovadores no domínio da água de toda a Europa, incluindo técnicos de serviços públicos, representantes da indústria e da agricultura, start-ups, PME e investidores. A conferência é um dos três prin-cipais eventos que constituem a Porto Water Innovation Week (PWIW) apoiada pela Comissão Europeia.

A Conferência Mayors & Water irá dar início à Urban Water Agenda 2030. Esta nova plataforma de colaboração ligada à Urban Agenda da UE irá ajudar as cidades a gerir a água de forma mais integrada e sustentável. Os estudantes e os jovens profissionais irão participar no Water Innovation Lab, destinado a criar futuros líderes no setor da água. Ao longo da semana, o programa «Water & People» irá tornar a ges-tão da água mais tangível para os cidadãos locais e envol-vê-los em «Água e Inovação» através de animação e rua e o AquaPorto – Festival da Água no Parque da Cidade.

«A criação de sistemas de água inovadores oferece

um potencial significativo para aumentar a competitividade e o crescimento do setor da

água europeu.»Comissário europeu responsável pelo Ambiente,

Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella

Proteger os recursos da água Sempre que a água é usada, pode ser reciclada ou libertada por um utilizador e usada por outro. O potencial de recicla-gem é enorme, em particular em indústrias de uso intensivo de água como aquelas em que se produz produtos alimentares, químicos e papel.

«Estamos determinados a avançar para uma economia mais circular e gerir os nossos recursos, incluindo a água, de forma mais sustentável e eficiente», disse o comissário europeu responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella. «A criação de sistemas de água inovadores oferece um potencial significativo para aumentar a compe-titividade e o crescimento do setor da água europeu, que já emprega cerca de um milhão de pessoas na Europa».

Um dos 29 grupos de ação ao abrigo da PIE é o City Blue-prints Water Action Group. Reúne mais de 40 cidades e regiões europeias para partilhar soluções inovadoras para os desafios urbanos que a água apresenta. Também está presente no recém-publicado Atlas Urbano da Água para a Europa, uma panorâmica completa da gestão da água nas cidades da Europa, com um indicador Cidades Azuis para medir o desempenho.

No entanto, a UE não trabalha apenas para proteger os recur-sos da água na Europa. A nível internacional, estabeleceu parcerias para a água com a China e a Índia, fortalecendo a cooperação no domínio da inovação e apoiando os Obje-tivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU relativos ao acesso a água e saneamento, e às cidades e comunidades sustentáveis.

Mais informações

» http://ec.europa.eu/environment/water/innovationpartnership/

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» QUESTÕES INTERNACIONAIS

A UE intensifica a luta contra o tráfico de marfimEm julho, a Comissão Europeia intensificou a sua luta contra o tráfico de marfim e a caça furtiva de elefantes, com regras novas e mais rigorosas relativas à exportação de marfim em bruto da Europa. Neste momento, está em curso uma consulta a indivíduos e organizações que procura saber as suas opiniões sobre que outras medidas a UE deverá adotar para combater o tráfico de marfim.

Cerca de 30 000 elefantes africanos são brutalmente abati-dos todos os anos pelas suas presas, sobretudo para satis-fazer um mercado crescente de produtos de marfim na Ásia. Em consequência disso, o número de elefantes tem vindo a descer drasticamente, anulando o crescimento observado no final da década de 1990.

O comércio internacional de marfim foi proibido, com a exceção de objetos de marfim antigos da década de 1970, altura em que os elefantes receberam proteção ao abrigo da CITES, o quadro global de combate ao tráfico de animais selvagens. Como resul-tado, antes dessa data era legalmente possível exportar estes objetos de marfim antigos da UE. A exportação de antigas pre-sas de marfim da UE para a Ásia aumentara de forma contínua desde 2012, um forte indicador de que esta exceção poderia estar a alimentar a procura a nível mundial de marfim, ou de que serviria para encobrir o comércio ilegal de marfim.

Agora, a Comissão colmatou esta possível lacuna emitindo uma nova orientação para impedir efetivamente a exporta-ção de marfim em bruto. Esta medida dá cumprimento ao compromisso assumido pela UE em 2016 no seu Plano de Ação contra o Tráfico de Animais Selvagens.

«O combate ao tráfico internacional de marfim é uma

batalha que não podemos perder.»

Comissário da UE responsável pelo Ambiente, Karmenu Vella

Ir mais longeA situação dos elefantes em África é motivo de grande preocu-pação pública. O Parlamento Europeu apelou à proibição total do comércio de marfim na UE. Os EUA, a China e outros países decidiram, recentemente, adotar novas medidas para restringir

o seu comércio interno de marfim. A Comissão Europeia está agora a consultar os europeus sobre o que mais deverá fazer para combater o tráfico ilegal de marfim. A consulta em linha está aberta até 8 de dezembro. A Comissão publicará um rela-tório com o resumo dos resultados em linha, tendo em conta as opiniões do público para orientar as políticas futuras.

A UE lançou também várias iniciativas contra o tráfico inter-nacional de marfim. É o doador que mais apoia os países africanos e as agências internacionais responsáveis pela aplicação da lei na intensificação dos seus esforços con-tra estas atividades criminosas. Além disso, a Comissão disponibilizou 2,25 milhões de euros para ajudar os países em desenvolvimento a aplicar a CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Sel-vagens Ameaçadas de Extinção. Através da CITES, a UE tem insistido na adoção de recomendações específicas, incluindo sanções comerciais, contra os países de origem, de trânsito ou de destino final do tráfico de marfim.

«O combate ao tráfico internacional de marfim é uma bata-lha que não podemos perder», afirmou o comissário da UE responsável pelo Ambiente, Karmenu Vella. «O nosso apoio financeiro aos países em desenvolvimento irá reforçar a sua capacidade para aplicar a Convenção CITES, o que é essencial para fazer progressos no combate à caça furtiva».

Mais informações

» Consulta pública: https://ec.europa.eu/info/consultations/public-consultation-ivory-trade-eu_en

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» AR

O setor agrícola tem de reduzir as emissões e ajudar a com-bater a poluição atmosférica

A qualidade do ar na Europa melhorou, mas é necessário fazer mais para reduzir as emissões de amoníaco, 95 % das quais são provenientes da agricultura. Para atingir os objetivos estabele-cidos pela nova Diretiva Valores-Limite Nacionais de Emissão, o setor agrícola deve utilizar formas comprovadamente eficazes em termos de custos para reduzir as emissões de amoníaco, em par-ticular no que se refere às grandes explorações agrícolas industriais.

A luta por um ar mais limpo tem sido uma das principais preocupações da política ambiental da UE desde o final da década de 1970. Nas últimas três décadas, estas políticas conseguiram reduzir as emissões de poluentes atmos-féricos e melhorar a qualidade do ar em toda a Europa. No entanto, as emissões provenientes da agricultura, que representam 95 % do total das emissões de amoníaco na UE, foram as que registaram a menor redução.

Apesar do baixo nível de conhecimento público acerca dos seus efeitos, existem provas convincentes de que as emis-sões de amoníaco constituem uma ameaça grave para a saúde. O amoníaco contribui para a formação de partí-culas secundárias, que podem causar ou agravar doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, ataques cardíacos, arritmias e cancro. As partículas podem também afetar o sistema nervoso central e o sistema reprodutor.

Quando os níveis de poluição atmosférica de Paris atingiram um pico na primavera de 2014, cerca de 62 % das partícu-las finas na atmosfera eram provenientes do amoníaco, de acordo com o Centro Nacional de Investigação Científica

francês (CNRS). As emissões de amoníaco são também a principal causa da eutrofização dos lagos, rios e oceanos.

«Quando os níveis de poluição atmosférica de Paris atingiram um pico na primavera

de 2014, cerca de 62 % das partículas finas na atmosfera eram provenientes do amoníaco.»

Impulso político O setor agrícola terá de envidar esforços consideráveis para cumprir os compromissos de redução dos níveis de amo-níaco estabelecidos na nova legislação relativa à redução das emissões nacionais de determinados poluentes atmos-féricos (Diretiva VNE), que entrou em vigor no final de 2016. As medidas destinadas a reduzir as emissões de amoníaco, incluindo investimentos de baixo teor tecnológico e alte-rações nas práticas agrícolas, são aplicáveis sobretudo às grandes explorações industriais, que são responsáveis por 80 % das emissões de amoníaco.

Os Estados-Membros têm até 30 de junho de 2018 para transpor estas regras para a sua legislação. Além disso, devem elaborar, até 2019, programas nacionais de controlo da polui-ção atmosférica, estabelecendo medidas destinadas a reduzir as emissões dos cinco poluentes atmosféricos principais – par-tículas finas (PM2,5), dióxido de enxofre, óxidos de azoto, com-postos orgânicos voláteis não metânicos e amoníaco – com vista a alcançar os objetivos acordados para 2020 e 2030.

A par do impulso político, as emissões provenientes da agricul-tura são um tema central do Fórum Ar Limpo, que se realizará em Paris em 16 e 17 de novembro – outro sinal de que é che-gado o momento de o setor agrícola se associar à luta contra a poluição atmosférica na Europa.

Mais informações

» Relatório da Agência Europeia do Ambiente sobre a qualidade do ar na UE em 2017: https://www.eea.europa.eu/publications/air-quality-in-europe-2017

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» RUÍDO E SAÚDE NOS MEIOS URBANOS

Ruído, uma ameaça oculta para a saúdeO ruído é a segunda maior ameaça ambiental para a saúde na Europa, de acordo com a Orga-nização Mundial de Saúde. Embora a legislação da UE em vigor nesta matéria seja amplamente «adequada à sua finalidade», os Estados-Mem-bros não estão a envidar esforços suficientes para a aplicar. As medidas de redução do ruído são eficazes em termos de custos, mas a consciência sobre o problema e a aplicação das soluções continuam a constituir um desafio.

Um em cada quatro europeus está sujeito a níveis sono-ros potencialmente nocivos. A perda de sono, a falta de concentração e os elevados níveis de stresse são queixas clássicas destas pessoas. Contudo, a poluição sonora pode também causar diabetes, AVC e ataques cardíacos.

As pessoas sempre souberam que o ruído faz mal à saúde, afirmou o comissário Karmenu Vella numa conferência subor-dinada ao tema «Ruído na Europa», no início deste ano. Expli-cou, em seguida, que a Diretiva Ruído Ambiente é amplamente adequada à sua finalidade de identificar e reduzir o ruído nas zonas onde as pessoas vivem, trabalham e brincam. Contudo, a diretiva ainda não foi explorada em todo o seu potencial. Os Estados-Membros têm de se esforçar mais para a apli-car na íntegra, em consonância com os objetivos do Sétimo Programa de Ação em matéria de Ambiente, e de integrar o princípio do poluidor-pagador para garantir condições de igualdade entre os vários intervenientes.

«O Sétimo Programa de Ação em matéria de Ambiente contém

o objetivo claro de reduzir signi-ficativamente a poluição sonora,

aproximando-a gradualmente dos níveis recomendados.»

Comissário da UE responsável pelo Ambiente, Karmenu Vella

Embora as medidas de redução do ruído sejam eficazes em termos de custos, a consciência sobre o problema e a aplicação das soluções continuam a constituir um desafio. «A única esperança de combate ao problema do ruído dos transportes reside na construção de um maior entendi-mento e consciência para este problema, com ênfase nos projetos certos, e com o apoio da legislação», acrescentou

a comissária dos Transportes, Violeta Bulc. O tráfego rodo-viário é a principal fonte de poluição sonora na Europa, de acordo com a Agência Europeia do Ambiente.

Obter apoioO reexame da aplicação da política ambiental da Comis-são pode ajudar os Estados Membros a identificar even-tuais lacunas na sua aplicação do direito da UE, bem como a encontrar e partilhar soluções inovadoras para as colma-tar. Projetos tangíveis como o NEREiDE e o ENOVAL estão a promover uma nova reflexão sobre estratégias para redu-zir o ruído prejudicial. As soluções propostas variam entre superfícies rodoviárias amortecidas por borracha e motores de aeronaves de grandes dimensões, mas não poluentes e silenciosos, a um urbanismo alternativo que procure reduzir o ruído dos transportes.

As autoridades locais, sobretudo nas zonas urbanas, preci-sam de apoio suplementar. Neste domínio, iniciativas como a Parceria Europeia de Inovação «Cidades e Comunidades Inteligentes» e a Agenda Urbana da UE estão a ajudar a sensibilizar o público e a combater os efeitos mais nocivos do ruído para os europeus.

Mais informações

» Diretiva Ruído Ambiente: http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PL/TXT/PDF/?uri=CELEX:32002L0049&from=EN

» Ruído do tráfego rodoviário (valores mais recentes, AEA): https://www.eea.europa.eu/highlights/road-traffic-remains-biggest-source

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» ECONOMIA, ESTRATÉGIA E INFORMACÃO

Manter a dinâmica da transição para a economia circular

Dezoito meses após a adoção do Pacote «Economia Circular», a sua execução está bem encaminhada. Com o objetivo de reunir todas as partes interessadas, a nova plataforma de partes interessadas para a economia circular na Europa constituirá uma «rede de redes» de apoio ao progresso em todos os setores.

A adoção do Pacote «Economia Circular» criou uma dinâmica forte de apoio à transição para uma economia circular. Para con-tinuar a avançar, é necessário fazer circular a informação e esta-belecer ligações entre os diversos grupos de partes interessadas. «Vejo a plataforma

como o espaço ideal para o conhe-cimento sobre a economia circular

e para o diálogo entre as partes interessadas. A economia circu-

lar merece a melhor plataforma. Não podemos contentar-nos com

menos do que isso!»Daniel Calleja Crespo, diretor-geral do Ambiente,

Comissão Europeia

Várias plataformas, como a plataforma de apoio financeiro à economia circular (janeiro de 2017) ou a plataforma da UE sobre perda e desperdício de alimentos (novembro de 2016), promovem o diálogo e o intercâmbio no domínio da economia circular e reforçam as sinergias entre as partes interessadas. Em conjunto, enfrentam os desafios da transição para a eco-nomia circular e do progresso da UE no sentido da consecução deste objetivo.

A plataforma de partes interessadas para a economia circular na Europa baseia-se neste objetivo e vai além das redes seto-riais. Configurada como uma «rede de redes», a plataforma

de destaque das oportunidades intersetoriais irá tornar-se um centro que reúne conhecimentos sobre a economia circular e um espaço de diálogo entre as partes interessadas.

Lançada conjuntamente pela Comissão e pelo Comité Eco-nómico e Social Europeu (CESE), a plataforma (#CEStakehol-derEU) será um espaço aberto e virtual destinado a reforçar a cooperação entre as redes de partes interessadas e facilitar a partilha de conhecimentos especializados e de boas práticas sobre a economia circular. O sítio da plataforma, disponível no outono, permite que as partes interessadas procurem conteú-dos relacionados com a economia circular e tenham acesso às notícias e informações mais recentes sobre os eventos.

Algumas outras plataformas já estão a funcionar desta forma. Em 31 de maio de 2017, a BusinessEurope lançou a plataforma da economia circular para a indústria na Europa (www.circulary.eu) com o objetivo de mostrar o trabalho desenvolvido pelas pequenas e médias empresas (PME) e pela indústria no âmbito da economia circular, bem como os desafios que enfrentam.

Outro exemplo é a plataforma para a contratação sustentável, gerida pelo ICLEI (International Council for Local Environmental Initiatives), uma associação de governos locais em prol da sus-tentabilidade. Esta plataforma disponibiliza, nomeadamente, notícias, estudos de caso e informações sobre a contratação sustentável a nível mundial.

Para se associarem à plataforma (#CEStakeholderEU), as partes interessadas podem participar na conferência anual e, através da interação no sítio, entrar em contacto com outras partes inte-ressadas e partilhar boas práticas e eventos. Estejam atentos!

Mais informações

» Perguntas frequentes sobre a plataforma de partes interessadas para a economia circular na Europa: http://ec.europa.eu/environment/circular-economy/pdf/FAQ.pdf

» Plataforma da economia circular para a indústria da BusinessEurope: http://www.circulary.eu/

» Plataforma para a contratação sustentável do ICLEI: http://www.sustainable-procurement.org/

European Circular Economy Stakeholder PlatformA joint initiative by the European Commission and the European Economic and Social Committee

#CEstakeholderEU

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 64 11

» ECONOMIA, ESTRATÉGIA E INFORMACÃO

Unir forças para tornar o sistema fiscal mais verde Os impostos ambientais podem contribuir para um planeta e pessoas mais saudáveis e encora-jar um comportamento ambiental mais res-ponsável entre os cidadãos. Podem, além disso, estimular o emprego e o crescimento. As organi-zações da sociedade civil têm um papel a de-sempenhar na garantia do funcionamento dos impostos ambientais, de acordo com um novo estudo encomendado pela DG Ambiente.

O estudo investiga o papel da sociedade civil no desenvolvi-mento de impostos eficazes para reduzir a poluição e gerir os recursos naturais. Abrange questões como a poluição atmosférica, a pressão sobre os recursos hídricos, o desper-dício, os recursos e a economia circular, a qualidade da água e o lixo marinho, a biodiversidade e o uso do solo.

As ONG, os grupos de reflexão e o meio académico podem desempenhar um papel importante na reforma dos impostos ambientais, tal como ilustrado pelos diferentes estudos de caso. O seu envolvimento vai desde a identificação inicial do problema e a introdução das questões na agenda política até à execução, o acompanhamento e a avaliação das políticas.

Por exemplo, a ONG húngara Clean Air Action Group deu iní-cio a uma série de discussões a respeito de uma taxa sobre a poluição atmosférica que, mais tarde, foi adotada. A pres-são do público e das ONG levou à introdução do imposto austríaco sobre os aterros, enquanto académicos, cientistas e ONG serviram de inspiração para transferências fiscais ecológicas em Portugal e para regimes de compensação da biodiversidade na Alemanha.

Impulsionar a aceitaçãoAs partes interessadas também têm uma importante contri-buição a fazer no que diz respeito à introdução e à aceita-ção dos novos impostos. Por exemplo, a licença de pesca do salmão na Irlanda foi o resultado de reuniões com 46 agên-cias, organizações e partes interessadas diferentes, que levaram à perceção de uma repartição justa dos encargos entre os pescadores recreativos e os pescadores comerciais. A realização de consultas formais relativas aos impostos suecos sobre a poluição atmosférica, à taxa irlandesa sobre os sacos de plástico e à lei florestal da Eslovénia ajudou a garantir a aceitação e eficácia de todos os instrumentos.

Olhando para o futuro, os autores do estudo, Emma Watkins e Patrick ten Brink, do grupo de reflexão para a sustentabi-lidade do Instituto para uma Política Europeia do Ambiente

(IPEA), afirmaram o seguinte: «Os governos nacionais devem interagir mais com as organizações da sociedade civil de forma a promover mudanças que tenham um amplo apoio da população. Os governos servem o interesse público e as organizações da sociedade civil mantêm-se sempre a par dos acontecimentos e dão uma voz ao público».

«É necessária uma coopera-ção natural para alcançar objeti-

vos comuns – um ambiente limpo e a proteção dos recursos para as gerações atuais e futuras.»

Semestre Europeu Os impostos verdes e a eliminação progressiva dos sub-sídios nocivos para o ambiente são uma forma eficaz e eficiente de alcançar os objetivos da política ambiental. Embora caiba aos Estados-Membros instituir os seus pró-prios sistemas de tributação, a Comissão está a explo-rar o potencial dos impostos ambientais no contexto do Semestre Europeu. Com 40 estudos de caso, este novo rela-tório oferece um contributo valioso para este processo, ao apresentar os ensinamentos retirados até hoje da utilização bem-sucedida de instrumentos baseados no mercado.

Mais informações

» https://ieep.eu/publications/new-suite-of-40-case-studies-on-environmental-fiscal-reform

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» AÇÃO CLIMÁTICA

As medidas de combate às alte-rações climáticas são necessárias e vantajosas para as empresas, afirmam os cidadãos da UEDe acordo com um novo inquérito, os europeus estão cada vez mais preocupados com as altera-ções climáticas e apoiam a adoção de medidas políticas, e a esmagadora maioria acredita que o combate às alterações climáticas irá beneficiar a economia da UE e gerar emprego e crescimento.

Os resultados do último inquérito Eurobarómetro sobre as alterações climáticas revelam que 74 % dos cidadãos da UE consideram, atualmente, as alterações climáticas como um problema grave e quase 80 % acreditam que a adoção de medidas políticas em matéria de clima e energia, a par do aumento da eficiência energética, seria vantajosa para a economia europeia.

O inquérito surge após a histórica Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP 21), realizada em dezembro de 2015 em Paris, onde 195 países acorda-ram no primeiro plano de ação universal de combate às alterações climáticas mantendo o aumento da temperatura média mundial «bem abaixo» dos 2 °C.

Consenso em matéria de ambição Com 27 901 cidadãos da UE entrevistados no início deste ano, os resultados do inquérito revelam um aumento da preocupação dos cidadãos com as alterações climáticas, com o número de inquiridos que consideram as altera-ções climáticas como um problema muito grave (74 %) a aumentar cinco pontos percentuais em relação ao último inquérito em 2015 (69 %). As diferenças entre os grupos sociodemográficos também diminuíram, apontando para um consenso crescente a favor da adoção de medidas para combater as alterações climáticas.

O comissário europeu responsável pela Ação Climática e pela Energia, Miguel Arias Cañete, afirmou o seguinte: «Esta sondagem de opinião revela que a nossa ambiciosa agenda política em matéria de clima e energia tem o apoio mais importante de todos: o dos nossos cidadãos. Revela tam-bém que uma clara maioria dos europeus espera que os seus políticos abordem o grave problema das alterações climáticas agora, como uma ferramenta essencial para um crescimento económico sustentável e para a criação de

emprego. Representa, além disso, uma motivação para que nós, na Comissão Europeia, continuemos a lutar por uma ação climática ambiciosa em toda a Europa».

Vantagens para as empresasAlém dos níveis mais elevados de preocupação relativa-mente às alterações climáticas, uma maioria significativa de cidadãos em todos os Estados-Membros acredita que a adoção de medidas de combate às alterações climáticas e a otimização da utilização da energia levarão à criação de emprego e ao crescimento económico na Europa. Mais de quatro em cada dez inquiridos (43 %) consideram que os governos nacionais são responsáveis pelo combate às alterações climáticas, enquanto pouco menos de quatro em cada dez consideram que a UE (39 %) e as empresas e a indústria (38 %) têm responsabilidade nesta matéria.

Mais de três quartos (77 %) concordam que a promoção de conhecimentos especializados da UE no domínio das novas tecnologias limpas junto de países terceiros será vanta-josa para as empresas europeias.

O papel das políticas é visto de forma positiva: uma clara maioria (79 %) afirma que deve ser dado um maior apoio financeiro público à transição para as energias limpas, mesmo que isso implique uma redução dos subsídios aos combustíveis fósseis. Quase nove em cada dez consideram

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 64 13

também importante que os seus governos nacionais definam metas para o aumento da utilização de energias renováveis até 2030 (89 %) e prestem apoio para o melhoramento da eficiência energética até à mesma data (88 %).

No conjunto dos Estados-Membros, 43 % consideram que as alterações climáticas são dos problemas mais graves que o mundo enfrenta atualmente. Os inquiridos classificam as alterações climáticas como o terceiro problema mundial mais grave a seguir à pobreza, fome e falta de água potável (o primeiro) e ao terrorismo internacional (o segundo).

Os sentimentos dos cidadãos relativamente às alterações cli-máticas variam entre os Estados-Membros – na Suécia (38 %) e na Dinamarca (29 %), este é classificado como o desafio mais importante a nível mundial. A percentagem de inquiridos que consideram as alterações climáticas como o problema mais grave a nível mundial aumentou desde 2015 em seis Estados-Membros, de forma mais notória nos Países Baixos, em Espanha e na Estónia. No entanto, as alterações climáti-cas constituem uma prioridade inferior para os cidadãos de vários países do sul e do leste da Europa, onde menos de um em cada dez inquiridos o consideram como o problema mais importante a nível mundial.

«Isto revela que a nossa ambiciosa agenda política em

matéria de clima e energia tem o apoio mais importante de todos:

o dos nossos cidadãos.»

Comissário europeu responsável pela Ação Climática e pela Energia, Miguel Arias Cañete

Tomar medidas O aumento da sensibilização está a traduzir-se também num comportamento mais responsável por parte dos cida-dãos. Embora apenas cerca de metade dos inquiridos tenha afirmado que toma, pessoalmente, medidas de combate às alterações climáticas (49 %), nove em cada dez (90 %) tinham tomado recentemente pelo menos uma das medidas pes-soais enumeradas pelo entrevistador – nomeadamente, reduzir e reciclar resíduos (71 % dos inquiridos) e diminuir a utilização de artigos descartáveis, tais como sacos de plástico e embalagens excessivas (56 %).

Com base nas metas em matéria de clima e energia para 2020, a UE chegou a acordo quanto a metas ambiciosas em matéria de redução das emissões de gases com efeito de estufa para 2030, encontrando-se atualmente em fase de negociação pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho legis-lação que visa aplicar as metas para 2030. A Comissão Euro-peia lançou também um «roteiro» que visa o alcance de novas reduções das emissões da UE até 2050.

Mais informações

» Saiba mais sobre as atitudes face às alterações climáticas nas fichas informativas do inquérito relativas a cada Estado-Membro: https://ec.europa.eu/clima/citizens/support_pt

» Leia o Relatório Especial Eurobarómetro 459 sobre as alterações climáticas: https://ec.europa.eu/clima/sites/clima/files/support/docs/report_2017_en.pdf

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» AÇÃO CLIMÁTICA

Peritos apresentam ideias para o Fundo de Inovação hipocarbónica da União Europeia

As instituições europeias decidiram criar um novo Fundo de Inovação para o período pós-2020, a ser financiado através do regime de comércio de licenças de emissão da União Europeia (UE). Antes de uma consulta pública, mais de 250 peritos da indústria apresentaram os seus pontos de vista sobre o modo como este fundo poderá apoiar soluções inovadoras hipocarbónicas em matéria de energia.

A proposta legislativa de revisão do regime de comércio de licenças de emissão da UE (RCLE-UE) inclui a criação de um novo Fundo de Inovação para apoiar projetos de demons-tração no domínio das energias renováveis, da captação e armazenamento de carbono e da inovação hipocarbónica em indústrias com utilização intensiva de energia. Um dos prin-cipais desafios consistirá em garantir a utilização eficaz dos fundos disponíveis – que deverão ascender a vários milhares de milhões de euros – e em dar resposta às necessidades específicas do mercado.

Consequentemente, durante o primeiro semestre de 2017, a Comissão Europeia consultou um conjunto de peritos de indús-trias com utilização intensiva de energia e dos setores da energia e das finanças. Esta consulta visava recolher os seus pontos de vista sobre a conceção do Fundo de Inovação proposto, incluindo tecnologias elegíveis e modalidades financeiras. Os resultados são apresentados num relatório de síntese, publicado antes do lançamento de uma consulta pública sobre o fundo.

Prioridades de financiamentoO relatório sublinha as principais mensagens das consultas de peritos: em primeiro lugar, que existe uma abundância de tecnolo-gias e soluções hipocarbónicas e altamente inovadoras que pode-riam ser demonstradas na próxima década. Estas variam entre tecnologias revolucionárias e novos modelos de negócio, e os peritos recomendaram que as soluções com grande potencial de descarbonização tenham prioridade na obtenção de investimento.

Em segundo lugar, a experiência torna evidente que os mer-cados, as tecnologias e os investimentos mudam e evoluem rapidamente. O Fundo de Inovação deve prestar especial

atenção à definição de tecnologias elegíveis e permitir a con-corrência, assegurando, ao mesmo tempo, a comparabilidade e a solidez.

Em terceiro lugar, é consensual que a cooperação interseto-rial pode desbloquear novas cadeias de valor e trazer van-tagens económicas para as empresas envolvidas, sobretudo no que diz respeito às infraestruturas de captação e arma-zenamento de carbono, ao hidrogénio, ao armazenamento de energia e à integração das energias renováveis.

Uma quarta mensagem fundamental é que o apoio finan-ceiro deve estar ligado a um perfil de risco do projeto. Uma vez que o panorama de investimento é heterogéneo e dinâ-mico, a flexibilidade também deve ser uma característica importante do Fundo de Inovação.

Além disso, os peritos concordam que o momento do apoio prestado pelo fundo deve ser alinhado com as necessidades financeiras à medida que o projeto evolui, e que o desembolso deve ter por base os marcos do projeto. Tal permitiria redirecio-nar o financiamento de projetos com mau desempenho para projetos mais bem-sucedidos.

Por último, muitos peritos apelaram a que o Fundo de Inova-ção seja uma espécie de «balcão único» para garantir a com-plementaridade entre este e outros instrumentos financeiros da UE e nacionais no domínio da inovação hipocarbónica. «O regime de comércio de licenças

de emissão da UE é um pilar da política cli-mática da UE e o seu principal instrumento

para a redução rentável das emissões de gases com efeito de estufa. A criação de um Fundo de Inovação ajudar-nos-á

a implementar, em larga escala, tecnolo-gias hipocarbónicas inovadoras nos setores

da energia e industrial, o que contribuirá para alcançarmos os nossos objetivos em

matéria de clima e energia.»Miguel Arias Cañete, comissário da UE responsável

pela Ação Climática e pela Energia

Mais informações

» O relatório de síntese está disponível em: https://ec.europa.eu/clima/events/articles/0115_pt

Agenda

Cop 23 6 a 17 de novembro

A 23.ª sessão da Conferência das Partes (COP 23) na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC) terá lugar na sede do Secretariado da CQNUAC, em Bona, Alemanha. O pavilhão da UE irá acolher vários eventos paralelos para estimular o debate em áreas temáticas fundamentais entre os delegados das partes e as partes interessadas. » http://www.cop-23.org/

Fórum Ar Limpo16 e 17 de novembro

Este ano, o fórum será realizado em Paris, França, e centrar-se-á em três temas: a qualidade do ar nas cidades; a agricultura e a qualidade do ar; e as oportunidades de negócio no domínio do ar limpo. Especialistas, partes interessadas e decisores políticos irão participar em diálogos estruturados e partilhar conhecimentos e boas práticas sobre políticas, projetos e programas, com o objetivo de resolver os problemas da poluição atmosférica e da qualidade do ar. » https://www.euconf.eu/clean-air/

Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente4 a 6 de dezembro

Os membros do órgão decisor das Nações Unidas em matéria de ambiente irão reunir-se em Nairóbi, no Quénia, para discutir o tema geral da poluição. Pretendem assumir compromissos tangíveis para acabar com a poluição do ar, do solo, dos cursos de água e dos oceanos, e para garantir uma gestão segura dos produtos químicos e dos resíduos. » http://www.unep.org/environmentassembly/

un-environment-assembly

Publicações

Plano de ação da UE para a natureza, a população e a economiaApós o balanço de qualidade da Comissão Europeia sobre as Dire-tivas Aves e Habitats da UE, que desempenharam um papel fun-damental na proteção da natureza da Europa nos últimos 25 anos, um extenso exercício de recolha de dados revelou que a sua apli-cação poderia ser melhorada. Consequentemente, em abril de 2017, a Comissão adotou um plano de ação de amplo alcance que define um ambicioso programa de trabalho para aproximar a UE dos objetivos da sua Estratégia de Biodiversidade para 2020.

Disponível em linha em todas as línguas da UE

» https://publications.europa.eu/pt/publication-detail/-/publication/58d58aa7-5c78-11e7-954d-01aa75ed71a1

Essen: Capital Verde da Europa 2017 Ao longo dos anos, Essen sofreu uma mudança profunda, pas-sando de uma cidade industrial do carvão e do aço para «a ter-ceira cidade mais verde da Alemanha». A sua visão para o futuro – uma cidade sustentável, resistente às alterações climáticas, com um ambiente saudável, uma economia verde inovadora, uma educação integradora e uma mobilidade orientada para o futuro – revela apenas algumas das razões pelas quais Essen recebeu o prémio de Capital Verde da Europa 2017.

Disponível em inglês e alemão

» http://ec.europa.eu/environment/europeangreencapital/wp-content/uploads/2013/02/Essen_EGCA2017_BrochureRD.pdf

Paisagens em transição Dados recolhidos ao longo de 25 anos (até 2012) apresentam um panorama pormenorizado das alterações na ocupação do solo em toda a Europa. A paisagem é um dos bens mais preciosos que contribuem para o património cultural da Europa. O relatório analisa as principais tendências nas alterações da ocupação do solo, incluindo a conversão de terras agrícolas em zonas urbanas e infraestruturas e a intensificação do uso florestal, permitindo compreender de que forma o uso do solo molda o nosso ambiente, tanto de forma positiva como negativa.

Disponível em EN

» https://www.eea.europa.eu/publications/landscapes-in-transition

European Green Capital 2017ESSEN

An initiative of

EEA Report No 10/2017

Landscapes in transition An account of 25 years of land cover change in Europe

ISSN 1977‑8449

Environment

The EU Habitats and Birds Directives

An Action Plan for nature, people and the economy

REVISTA DA DIREÇÃO-GERAL DO AMBIENTE | N.° 64 15

Salvo indicação em contrário, as publicações podem ser obtidas gratuitamente na EU Bookshop em https://bookshop.europa.eu

Breves

Uma estratégia melhor para os plásticos

Uma recente conferência de partes interessadas, organizada pela Comissão Europeia em Bruxelas, propôs abordar os desafios e as oportunidades que os plásticos apresentam, bem como o seu lugar na economia circular. Com mais de 1,4 milhões de trabalhadores, a indústria europeia do plástico tem um valor superior a 350 mil milhões de euros por ano. No entanto, o seu crescimento está a ser limitado pelos baixos níveis de reciclagem e pela elevada dependência das matérias--primas. A conferência explorou também as questões do lixo marinho, incluindo os microplásticos, e da proteção da saúde dos cidadãos da UE. O resultado das discussões das partes interessadas sobre a durabilidade, a reciclagem, a eliminação de substâncias perigosas, a triagem, a rastreabili-dade e a biodegradabilidade, entre outros assuntos de relevo, será tido em conta na elaboração da nova Estratégia para os Plásticos que a Comissão irá apresentar no final deste ano.

» Ler aqui um resumo dos resultados: http://bit.ly/2xBbgsW

A UE e a China unem forças para proteger os recursos hídricos mundiais

No âmbito da cooperação estratégica da UE com a China, foi criada a Plataforma China-Europa para a Água (CEWP) para promover o diálogo político, a investigação conjunta e o desenvolvi-mento empresarial no setor dos recursos hídricos. As suas atividades centram-se em quatro domínios principais: água e alimentos – desafios hídricos no plano rural; água e urbanização; água e energia; e gestão das bacias hidrográficas e das cheias. No diálogo de alto nível e con-ferência empresarial anual realizado em setembro em Turku, na Finlândia, a UE e a China assinaram um memorando de entendimento. Este memorando irá estabelecer um diálogo no domínio da política da água, que abrangerá legislação de proteção da água, a gestão integrada de recursos hídricos, as catástrofes aquáticas, a adaptação às alterações climáticas e a melhoria da cooperação em assuntos internacionais relacionados com a água.

O comissário do Ambiente, Karmenu Vella, afirmou o seguinte: «Estamos a demonstrar o nosso empenho em abordar conjuntamente os desafios comuns relacionados com a água. A água é a fonte da vida. As alterações climáticas, a poluição, o aumento da procura e o lixo têm vindo a exercer sobre a água uma pressão nunca antes vista. Queremos demonstrar que um problema à escala mundial requer ação à escala mundial». Em outubro do ano passado, durante uma visita à Índia, o comissário também assinou um memorando de entendimento com este país, que prevê uma troca de experiências sobre legislação e governação no domínio da água.

FactosDurante o período de financiamento de 2014-2020, o programa LIFE irá contribuir com aproximadamente 3,4 mil milhões de euros para ajudar a Europa a fazer a transição para um futuro mais sustentável e hipocarbónico. Este ano, a UE irá investir 222 milhões de euros para apoiar 139 novos projetos em 20 Estados-Membros, selecionados a partir do convite à apresentação de propostas de 2016:

▶ 181,9 milhões de euros para projetos nos domínios do ambiente e eficiência na utilização dos recursos, natureza e biodiversidade, e governação e informação em matéria de ambiente:• 59 projetos LIFE sobre ambiente e eficiência na utilização dos recursos,• 39 projetos LIFE sobre natureza e biodiversidade,• 14 projetos LIFE sobre governação e informação em matéria de ambiente;

▶ 40,2 milhões de euros para projetos sobre adaptação às alterações climáticas, atenuação das alterações climáticas e governação e informação em matéria de ambiente:• 12 projetos LIFE sobre adaptação às alterações climáticas,• 9 projetos LIFE sobre atenuação das alterações climáticas,• 6 projetos LIFE sobre governação e informação em matéria de ambiente.

KH-AD

-17-064-PT-N