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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 45(2) :381·88, jul.!dez. 1988 NíVEIS DE FÓSFORO E SUA INFLUENCIA EM ALGUMAS CARACTER íSTICAS PRODUTIVAS DE AVESPOEDEIRAS (1) ( Inorganic phosphorus in rations for laying hens) ANTONIO GUILHERME MACHADO DE CASTRO (2), GILBERTO JOSÉ COSTA SILVA (3), PAULO CARLOS DA SILVA (4) RESUMO: Utilizaram·se 225 galinhas poedeiras leves com 26 semanas de idade. O perlodo experimental foi de 252 dias - nove sub-per íodos de 28 dias. O delineamento estatlstico foi o inteiramente casualizado com cinco repetições por tratamento. Foi utilizada uma ração tipo milho-soja com 16% de prote ma. e 2.700 kcal de energia metabolizável e 4% de cálcio. Os tratamentos consistiram de três ntveis de fósforo dispomvel na ração (F.D.) - 0,235%, 0,338% e 0,646%. Os ruveis de fósforo nãc influenciaram a espessura da casca e a taxa de sobrevivência. A produção de ovos foi melhor para o nível maior de fósforo (P < 0,05). O menor n (vel de fósforo produziu o ovo mais pesado e melhor conversão alimentar (P < 0,05). Observou-se um maior peso nas aves que receberam o nlvel intermediário (P < 0,05). A determinação do nível adequado de fósforo r~ alimentação de poedeiras comerciais, continua sendo de vital interesse para a indústria avícola. As exigências deste nutriente têm sido estudadas por muitos pesquisadores nos úl t irros 30 anos, tendo em vista que o fósforo além de sua importância CO!f() lN1RODUÇÃO constituinte dos ossos, dos principais componentes é elemento essencial de compostos orgânicos partlclpantes do metabolismo animal; sendo relativamente um dos nutrientes que rrBisonera o custo das rações e, consequentemente, a custo de produção. Os primeiros estudos sobre exigências de fósforo na alimentação de (1) Trabalho realizado na Faculdade de Alfenas em colaboração com o Instituto de Zootecnia. Recebido para publicação em janeiro de 1989. (2) Do Setor de Ornitopatologia do Instituto Biológico - Laboratório de Patologia Avícola de Descalvado - SP. (3) Da Faculdade de Veterinária de Alfenas, Bolsista do CNPq. (4) Da Seção de Avicultura, Divisão de Zootecnia Diversificada. Bolsista do CNPq. 381

NíVEIS DE FÓSFORO E SUA INFLUENCIA EM ALGUMAS … · TAYLOR (1965) e CMINGS et ali.i, (1977) verificaram uma diferença significativa na espessura da casca dos ovos quando as aves

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 45(2) :381·88, jul.!dez. 1988

NíVEIS DE FÓSFORO E SUA INFLUENCIA EM ALGUMAS CARACTER íSTICAS

PRODUTIVAS DE AVESPOEDEIRAS (1)

( Inorganic phosphorus in rations for laying hens)

ANTONIO GUILHERME MACHADO DE CASTRO (2), GILBERTO JOSÉ COSTA SILVA (3), PAULO CARLOSDA SILVA (4)

RESUMO: Utilizaram·se 225 galinhas poedeiras leves com 26 semanas de idade. Operlodo experimental foi de 252 dias - nove sub-per íodos de 28 dias. O delineamento

estatlstico foi o inteiramente casualizado com cinco repetições por tratamento. Foi

utilizada uma ração tipo milho-soja com 16% de prote ma. e 2.700 kcal de energia

metabolizável e 4% de cálcio. Os tratamentos consistiram de três ntveis de fósforo

dispomvel na ração (F.D.) - 0,235%, 0,338% e 0,646%. Os ruveis de fósforo nãcinfluenciaram a espessura da casca e a taxa de sobrevivência. A produção de ovos foi

melhor para o nível maior de fósforo (P < 0,05). O menor n (vel de fósforo produziu oovo mais pesado e melhor conversão alimentar (P < 0,05). Observou-se um maior peso

nas aves que receberam o nlvel intermediário (P < 0,05).

A determinação do nível adequado defósforo r~ alimentação de poedeirascomerciais, continua sendo de vitalinteresse para a indústria avícola.

As exigências deste nutriente têmsido estudadas por muitos pesquisadoresnos úl t irros 30 anos, tendo em vista que ofósforo além de sua importância CO!f()

lN1RODUÇÃO

constituintedos ossos,

dos principais componentesé elemento essencial de

compostos orgânicos partlclpantes dometabolismo animal; sendo relativamente umdos nutrientes que rrBisonera o custo dasrações e, consequentemente, a custo deprodução.

Os primeiros estudos sobreexigências de fósforo na alimentação de

(1) Trabalho realizado na Faculdade de Alfenas em colaboração com o Instituto de Zootecnia. Recebido para

publicação em janeiro de 1989.(2) Do Setor de Ornitopatologia do Instituto Biológico - Laboratório de Patologia Avícola de Descalvado - SP.

(3) Da Faculdade de Veterinária de Alfenas, Bolsista do CNPq.

(4) Da Seção de Avicultura, Divisão de Zootecnia Diversificada. Bolsista do CNPq.

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poedeiras cooerciais foram conduzidos háaproximadamente cinco décadas por CCMru(1932), porém, estas pesquisas sãodifíceis de serem avaliadas tendo em vistaas possíveis complicações por deficiênciasde outros nutrientes nas rações, causandobaixas taxas de produção e baixaeficiência alimentar.

Sabe-se que a exploração depoedeiras comerc~a~s objetiva atingirníveis altos de produção, aliados a umacasca de boa espessura e resistente, defonna a manter a integridade de produto,conservando a qualidade interna por longotempo de estocagem até chegar aoconsumidor.

Apesar dos níveis de fósforoatualmente utilizados apresentarempercentuais inferiores aos de décadas, asconsequências têm sido favoráveis sobre aprodução de ovos, sendo comprovados pelaspesquisas de MILLER & SUNDE (1975); EVANSet alii (1944); O'ROURKE et alii (1955) eCRrnLEY et alii (1961), os quaisutilizaram dietas tipo milho e soja comníveis de fósforo total variando entre0,4% e 0,8%. Resultados diferentes foramobtidos por WALTER & AITKEN (1962).

HUNT & CHANCEY (1970), ao utilizartrês níveis de fósforo total (0,36%, 0,66%e 0,96%), não verificaram diferençassignificativas para a qualidade interna doovo durante 8 períodos experimentais de 28dias cada.

CHARLES et alii (1978) verificando aqualidade da casca através de "índice dacasca" concluíram que não houve diferençassignificativas entre os níveis de 0,38~~até 0,78~~de fósforo total.

SINGSEN et alii (1962) observaramque entre os valores de 0,2% até 0,7% defósforo total na dieta houve diferenças

significacivas para a espessura da casca,quando as aves foram criadas em gaiolas;contudo em um segundo experimento aocomparar os níveis para as aves alojadasem "cama" ou "gaiolas", verificaram queacima do nível de 0,4~~ de fósforo totalpara as aves criadas em "cama" havia imatendência de redução de espessura dacasca, certamente pela reciclagem dosresíduos, o que não aconteceu com avescriadas em gaiolas.

TAYLOR (1965) e CMINGS et ali.i,(1977) verificaram uma diferençasignificativa na espessura da casca dosovos quando as aves receberam dietas baixaou alta em fósforo total (0,46~~e 1,O~~),favorecendo aquelas poedeiras quereceberam níveis baixos de fósforo.

CMINGS et alii (1977) verificaramque níveis de 0,3% de fósforo total (0,10%de fósforo disponível eram insuficientespara produzir uma qualidade de cascarazoável, contudo 0,39 de PT (0,19 de PD)produziu t.nnaespessura de casca superior ade níveis supenores de fósforo.Analogamente, CHARLES et alii (1978),utilizando níveis de 0,55% e 0,8% defósforo total (0,34 e 0,59 de fósforodisponível), não observaram diferençassignificativas entre eles1 resultados quecontrariam afinnações de OUSTERHour (1980)ao trabalhar com teores de 0,35% defósforo disponível na dieta de poedeiras,a qual verificou que a qualidade da cascaera inversamente relacionada com o aumentode nível de fósforo da dieta.

Este trabalho teve como finalidadecomparar o efeito de três níveis defósforo disponível em rações de poedeirascomerc~a~s atraves do desempenho produtivodas aves.

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MA'IERIAL E MÉTOOOS

Este exper irrento foi conduzido naFaculdade de Al.fenas , M.G., no periodo de

17 de abril de 1983 a 26 de janeiro de1984, sendo ut.í.Lizadas 225 aves de urnalinhagem corercí.al leve, HY-Line, as quais

foram alojadas às 20 semanas de idade emumgalpão covencional comoito fileiras degaiolas de arane , rredíndo 3Ox4Ox45an.,

com três por gaiola.

o delinearrento experÍIrental foi ointeirarrente casualizado com c~ncorepetições. Cada parcela continha 15 aves.

o experÍIrento teve inicio quando asaves canpletaram 26 semanas de idade, eforam assDn definidos:

Os t.ratanentos , em marero de três,diferiram sorrente quanto a porcentagem defósforo disponível nas dietasexper ínentai.s , com segue:

Tratarrento A - 0,235Tratarrento B - 0,338Tratarrento C - 0,646

A disponibilidade do fãsforo deorigem vegetal foi calculada em 30%.

As dietas exper ínentai.s (quadro 1)

foram isocalãricas e isoprotéicas,contendo 16%de proteina e 2.700 kcal deenergia rretabolizável (E.M.) porquilograma; sendo o nivel de cálcio de 4%.As aves tiveram acesso a 100 gramas deração por dia.

Quadro 1. Composição percentual das rações com diferentes níveis de f6sforo

TratamentosIngredientes

A BMllho 61,34 61,13Farelo de soja 21,65 21,58Farelo de trigo 6,62 6,60Sal comum 0,32 0,32Premix* 0,27 0,27Fosfato bicálcio 0,55 1,10Calcáreo calcítico 9,25 g,OO

Total 100,00 100,00

C60,8121,50

6,400,320,272,757,95

100,00

* Produto comercialComposição em cada k9 do produto:Vitamina A estabiliza 1.600.000 UI; Vitamina O estabilizada 400.000 UI; Vitamina k

3 3estabilizada 600 mg; Vitamina B Tiamina 400 mg; Vitamina B Riboflavina 800 mg;1 2Vitamina B Piridoxina 700 mg; Vitamina B Cianocobalamina 0,03 mg; BiofinaO,3mg;

Á8 • 12 .,cido Pantotênico 2.400 mg; Aeido Nicotínico 5.000 mg; Acido Folico 100 mg; Colina

50.000 mg; Metionina 80.000 mg';Manganês 10 s: Ferro 10 g; Cobre 2,4 g; Zinco 12 g;Selênio 0,03 g; Iôdo 0,066 g; Veiculo 1.000 g.

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As variáveis adotadas para coapararos tratanentos entre si foram: produçãonédia de ovos (galinha/dia), peso médiodos ovos, espessura da casca, peso nédiocorporal, conversão al irrentar eporcentagem de sobrevivência. O períodoexperÍllental abrangeu nove sub-períodos de

28 dias. Os dados obtidos foraminterpretados pela análise de variânciaconforrre SNEDECOR& COCHRAN(1972). Emcaso de significância entre diferenças dasnédias dos tratamentos foi utilizado oteste de Tukey.

RESULTADOSE DISCUSSÃO

Produção de ovos

Os resultados da percentagem rrédi.ade postura durante os 252 dias deexperimento, são apresentados no quadro 2.As aves que receberam ração com nível de0,235~~ de fósforo disponível (F .D.),apresentaram maior produção em comparação

com aves que receberam as rações. comníveis de 0,338%, contudo esta diferençanão foi significativa estatisticamente.Entretanto, as aves que receberam raçõesde fósforo disponível de 0,646, tiveramprodução maior que as demais.

Quadro 2. Resultados de percentagem de produção média de ovos e peso mé-dio dos ovos

Níveis de f6sforodisponível

Produção deovos/galinha

dia*

Peso deovo*

% ga a0,235 56,73 55,25a b0,338 56,56 53,35b bc0.646 57,72 53,60

* Letras diferentes na mesma coluna são estatisticamente significativas(P < 0,05)

Por sua vez, WALTER& AITKEN(1962)utilizando níveis crescentes de fósforo,verificaram que o nível de 0,4% de fõsforototal (F. T.), apresentou uma produçãoinferior aos níveis de 0,6 ou 0,7% de F.T.; provavelrrente a composição da raçãobásica e o tipo de linhagem, tenham

contribuido para tal. Em contraste,CRClVLEYet alii (1961) não observaramdiferenças significativas entre os níveisaltos estudados (0,68; 0,57; 0,47; 0,39;0,27 e 0,19% F.T.), concluindo que o nívelde 0, 19~~de fósforo foi suficiente paramanter uma produção média de 56%.

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Tendo em vista a literaturaconsultada observa-se que existe uma certatendência de redução das taxas de produçãode ovos, quando as aves recebem teoressuperiores a 0,4% de fósforo disponívelnas rações o que pode ser verificado nostrabalhos de HARMS et alii (1965); HUNI'&CHANCEY (1970); GARLICH et alii (1975);SUMMERS et alii (1976); REICHMANN & CONNOR(1977) e CHARLES et alii (1978).Entretanto ocorreu um incremento naprodução de ovos quando aumentou-se onível de fósforo, após 0,2% de F.D. naração, segundo MILLER & SUNDE (1975),provavelmente por estar associado esteaumento a uma melhor relação cálcio efósforo nas dietas.

Peso médio do ovo

Pode-se observar os resultados dopeso médio do ovo, quadro 2.

Ao analisar os resultados destavariável, verifica-se que o nível maisbaixo de fósforo promoveu um maior peso do

ovo, sendo a diferença significativa (p~0,05), mas entre os níveis de 0,338 e0,646 de F. D. na dieta não houvediferenças significativas. Estesresultados concordam com os ANDERSON(1966) ao verificar que os melhores pesosdos ovos situaram-se quando a raçãocontinha níveis próxirros de 0,5~~ defósforo total nas rações.

Na literatura consultada, porém, amaioria dos trabalhos nâo indicaramdiferenças significativas para estavariável SINC',sENet alii (1962 e 1969);WALTER & AITKEN (1962); CRCNJLEY et alii(1961) e CHARLES et alii (1978).

Espessura da casca

Pelos níveis obtidos em mi.l írret.ros

para a espessura da casca (quadro 3),verifica-se que os resultados foram bempróxirros entre os três níveis, semdiferenças significativas, aSSDn

Quadro 3. Resultados médios de espessura da casca, peso da ave e taxa desobrevivência

Níveis de fósforo Espessura dadisponível casca*

% mma0,235 0,485a0,338 0,495a0,646 0,495

Peso/ave Conver s ão

alimentarTaxa de

sobrevivênciag

a a a1.520 1.626 90,07c b a1.590 1.646 92,70b a a1.560 1.634 93,00

nível* Letras desiguais na mesma coluna diferem significativamente ao(P < 0,05)** kg/dQzia de ovos

de

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aurrentando-se O nível de fósforodisponível não contribui para aunentar a

espessura da casca, resultados queconcordam com os de GILLSet alii (1954),CRCMTLEYet alii (1961), S~NGSENet al i.i '

(1962), WAL'IER& AI1KEN(1962) e CHARLESet alii (1978).

Em contraste com estes achados,outros autores encontraram urna melhorqualidade da casca ao utilizar níveis maisbaixos de fósforo (TAYLOR(1965). SANFORD& ALDER(1969) i HUNT& CHANCEY(1970) eCMINGSet alii (1977).

Peso médio do corpo

o peso rredio das aves de acordo comos níveis de fósforo utilizados nas dietasexperimentais, estão no quadro 3.

Ao utilizar o nível de 0,235~~ defósforo disponível na ração encontrou-seurna redução significativa do peso dasaves, sendo que o ní ve1 médio de 0,338 dePD tendeu a incrementar esta var i.áve l ,voltando . a ocorrer urna depressãosignificativa do peso das mesmas com autilização do nível máxino de 0,646;~ de

fósforo.Estes resultados concordam com os de

SINGSENet alii (1969), que verificaramurna redução do peso das aves ao utilizar onível de o,n de fósforo e com ANDERSON(1966) ao verificar que o nível máximoexperimental (0,8;~ de F.T.) promoveu umaurrent;o do peso das aves. Com rações aníveis de 0, 15~~ de FD, Sill1iv1ERSet alii( 1976) também observaram urna redução dopeso corporal das poedeiras e umincremento com o nível de 0,55% de fósforodisponível na dieta.

Outros trabalhos não observaramdiferenças significativas para os níveisde fósforo utilizados, cornoos de WALTER&

AITKEN ( 1962) ; CRCMLEYet alii ( 1961) ;'=::HARLESet alii (1978), quando analisaramo peso corporal das aves.

Conversão alimentar

Os resultados da conversão alimentarpara os níveis de fósforo utilizados estãono quadro 3. Pode-se verificar, que nãoocorreu diferença significativa para osníveis de fósforo de 0,235 e 0,646 queapresentaram melhores conversões que aobtida com o nível de 0,338, sobre aeficiência de utilização das dietasexperimentais, entretanto o nível mínimode FD utilizado promoveu urna ligeiramelhora na conversão alimentar, resultadosque concordam com os de WAL'IER& AI1KEN(1962) e SANFORD& ALDER(1969), quandocompararam níveis baixos e altos defósforo, assim corno os de GARLICHet alii(1975).

Taxa de sobrevivência

Os resultados para a taxa desobrevivência estão no quadro 3.

Através destas observações,verifica-se que nâo ocorreu diferençassignificativas para a taxa desobrevivência das poedeiras quando dautilização dos diversos níveis de fósforo,podendo ainda observar que. a mortalidadefoi semelhante para todos os tratamentos.Estes resultados concordan com os deCRCMEYet alii (1963) e SINGSENet alii(1969) e CHARLESet alii (1978) quetrabalharam com níveis semelhantes defósforo di.sponível . Em contraste, HUNT&

CHANCEY(1970) verificaram que os níveismai,s altos de fósforo (0,66~~ PT),promoveram significativamente urna malormortalidade das aves, quando comparadoscom níveis mais baixos (0,36~O associadoscom 2,5 ou 3,0% de cálcio.

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cmCWSÕES

Baseado nos resultados deste estudo,pode-se concluir que:

1. O nível de 0,235% de fósforodisponível é suficiente para maxmuzar opeso do ovo e a conversão alimentar.

2. Os níveis de fósforo utilizadosnão afetam a espessura da casca e nem ataxa de sobrevivência da ave.

3. O nível de 0,338% de fósforodisponível proporciona um maior peso dasgalinhas em ccxnparação con os níveismenores e rmiores utilizados.

4. Para uma rmlhor produção de ovoso nível rmis alto (0,646%) é o rmisindicado.

SUMMA RY: The purpose of this paper was to study the posslbllitv of the use avalablephosphorus levels in rations for laying hens below the ones usually recommend. Threelevels of phosphorus were used - 0.235; 0.338 and 0.646% in rations containing 16%protein and 2,700 kcal M.E. The experimental period was 252 davs. The phosphoruslevels did not influence shell thickness and livability. A better egg production wasobserved for the highest phosphorus leveI. Egg weight and feed conversion were betterwhen the lowest phosphorus levei was used. Higher bird live weight was observed withthe intermediary phosphorus leveI.

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