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Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 1 - O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS/LIBRAS, MODALIDADE EAD, POR ALUNOS SURDOS Severina Batista de Farias Klimsa 1 (UFPE) Bernardo Luís Torres Klimsa 2 (IFPE) Resumo: O objeto de estudo de nosso trabalho é o processo de ensino-aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais, com a criação do curso de graduação em Letras/Libras, em 2006 pela UFSC. Inicialmente mapeamos a prática pedagógica dos professores no ambiente virtual moodle; discutimos questões didático/metodológicas e adequações em Libras para os AVA‘s. Participaram da pesquisa 28 alunos surdos, turma 2008 de licenciatura, pólo UFPE e 05 professores ministrantes das disciplinas de Libras I, II, III, IV, V e VI, sendo 03 ouvintes e 02 surdos. A partir dos resultados obtidos, observamos que os recursos tecnológicos como mediadores e/ou facilitadores, adaptados a realidade linguística dos sujeitos surdos proporcionaram melhores condições no ensino-aprendizagem da Língua de sinais pelos alunos. Palavras-chave: Libras, EAD, Ensino-Aprendizagem Abstract: The study object of our work is the process of teaching and learning of Brazilian Sign Language, with the creation of graduate courses in Letras/ Libras in 2006 by UFSC. Initially we mapped the pedagogical practice of teachers in the virtual environment moodle; discuss issues didactic/ methodological and adjustments in Libras for AVA's. Participants were 28 deaf students, class of 2008 graduate, pole UFPE ministering and 05 teachers in the disciplines of Libras I, II, III, IV, V and VI, being 03 listeners and 02 deaf. From the results obtained, we observed that the technological resources as mediators and/or facilitators adapted the linguistic reality of deaf subjects provided better teaching-learning Sign language students. Keywords: Libras, EAD, teaching and learning Introdução A sociedade vem se adequando, cada vez mais rapidamente, às potencialidades advindas da globalização e do acesso às tecnologias, por isso o conhecimento e o know-how já se tornaram mais valiosos do que os próprios

O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA BRASILEIRA DE … · organizados a partir de diferentes propostas e abordagens didáticas e pedagógicas com vistas à efetivação do processo de

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O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS/LIBRAS,

MODALIDADE EAD, POR ALUNOS SURDOS

Severina Batista de Farias Klimsa1 (UFPE) Bernardo Luís Torres Klimsa2 (IFPE)

Resumo: O objeto de estudo de nosso trabalho é o processo de ensino-aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais, com a criação do curso de graduação em Letras/Libras, em 2006 pela UFSC. Inicialmente mapeamos a prática pedagógica dos professores no ambiente virtual moodle; discutimos questões didático/metodológicas e adequações em Libras para os AVA‘s. Participaram da pesquisa 28 alunos surdos, turma 2008 de licenciatura, pólo UFPE e 05 professores ministrantes das disciplinas de Libras I, II, III, IV, V e VI, sendo 03 ouvintes e 02 surdos. A partir dos resultados obtidos,

observamos que os recursos tecnológicos como mediadores e/ou facilitadores, adaptados a realidade linguística dos sujeitos surdos proporcionaram melhores condições no ensino-aprendizagem da Língua de sinais pelos alunos. Palavras-chave: Libras, EAD, Ensino-Aprendizagem Abstract: The study object of our work is the process of teaching and learning of Brazilian Sign Language, with the creation of graduate courses in Letras/ Libras in 2006 by UFSC. Initially we mapped the pedagogical practice of teachers in the virtual environment moodle; discuss issues didactic/ methodological and adjustments in Libras for AVA's. Participants were 28 deaf students, class of 2008 graduate, pole UFPE ministering and 05 teachers in the disciplines of Libras I, II, III, IV, V and VI, being 03 listeners and 02 deaf. From the results obtained, we observed that the technological resources as mediators and/or facilitators adapted the

linguistic reality of deaf subjects provided better teaching-learning Sign language students. Keywords: Libras, EAD, teaching and learning

Introdução

A sociedade vem se adequando, cada vez mais rapidamente, às

potencialidades advindas da globalização e do acesso às tecnologias, por isso o

conhecimento e o know-how já se tornaram mais valiosos do que os próprios

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produtos em si. Assim, a Educação tem um papel essencial nesta sociedade, como

formadora de cidadãos éticos e pela responsabilidade de aprimoramento do

potencial criativo do ser humano. Nesse contexto, encontra-se a Educação

associada às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) voltadas ao

aprimoramento das ferramentas pedagógicas, cuja representação de maior

destaque é a Educação a distância (EAD) via internet.

Como confluência da necessidade cada vez maior de profissionais com alto

nível teórico-prático, o campo de EAD encontra-se em ascensão, e esse novo perfil

educacional traz mudanças na organização, no desenvolvimento e na distribuição

de materiais de aprendizagem e treinamento.

Segundo o inciso II do artigo nº 13 do Decreto nº. 5.622, os projetos

pedagógicos de cursos e programas na modalidade EAD deverão conter o

atendimento apropriado a estudantes com deficiências (BRASIL, 2005b, p.7). O

Decreto nº. 5.296 de 02 de dezembro de 2004, no seu artigo 24 enfatiza claramente

a acessibilidade ao afirmar,

[...] os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas

portadoras de deficiência [...] (BRASIL, 2004, p. 8).

Entretanto, observa-se que muitos estabelecimentos ainda não cumprem essas

leis em sua totalidade e por isso, os acadêmicos com deficiências ainda têm

dificuldades para ingressar nas Instituições de Ensino Superior (IES) regular, bem

como em cursos de graduação à distância (HANSEN, 2003).

Batista (2004, p.21) comenta que “uma das áreas que mais levanta polêmica

em debates sobre a educação inclusiva, especificamente no contexto do ensino

superior, é a que envolve alunos surdos” devido as especificidades linguísticas

desses sujeitos, usuários da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima-se que 10% da população do

mundo apresentam algum tipo de deficiência ou limitação, correspondendo a 500

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milhões de pessoas que se concentram em grande parte nos países pobres sendo

esses indivíduos desprovidos de atendimento especializado (NERI e SOARES, 2004).

Segundo o Censo Demográfico Brasileiro de 2000 do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, cerca de 24,5 milhões de brasileiros eram de pessoas com

alguma deficiência e desses, em torno de 166 mil eram surdos, porém cerca de 900

mil pessoas declararam possuir grande dificuldade permanente de ouvir (IBGE,

2008).

Bruno e Sá (2008, p. 415) enfatizam que devido aos problemas encontrados

durante a sua alfabetização no ensino fundamental e médio, “a maioria dos surdos

não consegue ter seu desenvolvimento linguístico assegurado”, visto que a

educação oferecida a estes sujeitos ter sido prejudicada pela inadequação das

aquisições “de aprendizagem e da organização do sistema de ensino”. Por isso, os

surdos têm dificuldades para compreender e se comunicar usando a língua

portuguesa, “pois as aulas são ministradas de forma oral, consequentemente, os

conteúdos trabalhados na sala nem sempre se tornam acessíveis para esses alunos”

sendo necessário um tratamento diferenciado a esses alunos como na elaboração

de material com conteúdos pedagógicos em Libras.

A proposta deste trabalho visa analisar como se deu o processo de ensino-

aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais durante os quatro anos do curso de

graduação em Letras/Libras.

Feita esta breve introdução, passemos, então, a fundamentação teórica deste

artigo em que é discutido como o fenômeno do ensino-aprendizagem se desenvolve

em ambientes virtuais (2.1); mostraremos, também, qual o ambiente virtual mais

utilizado atualmente na educação à distância e quais ferramentas são

disponibilizadas para serem utilizadas a favor da educação (2.2); faremos uma

breve descrição da organização didática do curso Letras/Libras (2.3). Em seguida, o

percurso metodológico é apresentado (3), para, então, vir a análise dos dados (4).

Por fim, são tecidas algumas considerações finais (5) e apresentadas as referências

utilizadas no artigo (6).

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Fundamentação Teórica

Ambientes virtuais de ensino-aprendizagem – AVEAs

Os AVEAs consistem em mídias que utilizam o ciberespaço. Lévy (1999) define

ciberespaço como o espaço de comunicação aberto pela inter-conexão

mundial dos computadores e das memórias dos computadores) para

veicular conteúdo específico e permitir interação e colaboração no processo de

ensino-aprendizagem. A qualidade do processo educativo depende, evidentemente,

do envolvimento do aprendiz, da proposta pedagógica, dos materiais veiculados, da

estrutura e da qualidade de professores, tutores, monitores e equipe técnica, assim

como das ferramentas e recursos tecnológicas utilizados no ambiente. (PEREIRA et

al., 2007). Nessa perspectiva,

[...] os AVAs utilizam a Internet para possibilitar de maneira integrada e virtual (1) o acesso à informação por meio de materiais didáticos, assim como o armazenamento e disponibilização de documentos (arquivos); (2) a comunicação síncrona e assíncrona; (3) o gerenciamento dos processos administrativos e pedagógicos; (4) a produção de atividades individuais ou em grupo. [...] As múltiplas possibilidades dessa modalidade de educação estão diretamente relacionadas à flexibilidade que caracteriza os programas. (PEREIRA, 2007, p.8).

Existe um vasto número de recursos e ferramentas já desenvolvidos e em

desenvolvimento, para a educação baseada na web, o que tem incentivado a

utilização desses ambientes virtuais como apoio ao ensino presencial e como

modalidade única de ensino-aprendizagem. A melhor escolha de ferramentas e

serviços oferecidos pela internet deve ser realizada, evidentemente, em função das

necessidades do público-alvo e da proposta pedagógica do curso. (PEREIRA et al.,

2007).

Considera-se que, na EAD, o projeto do material acaba sendo um dos

aspectos mais relevantes para que o processo de aprendizagem se dê de modo

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eficaz, eficiente e, principalmente, de forma satisfatória. Nesse sentido, Pereira et

al. (2007) afirmam que, na educação a distância, o material tem papel central,

enquanto que na educação presencial pode ser considerado um recurso

suplementar à ação dos professores. Em virtude do distanciamento do papel do

professor, os alunos têm nos recursos mediadores o principal, senão o único,

elemento instigador de interações com os conteúdos veiculados. (PEREIRA et al.,

2007).

O uso de diferentes mídias, tais como vídeo, áudio, gráficos e textos,

segundo PEREIRA (2007), apresenta muitas vantagens; dentre elas, destacam-se o

desenvolvimento de habilidades e a formação de conceitos, a possibilidade de

múltiplas modalidades de aprendizagem, o aumento da interatividade e da

interação, a autogestão do tempo do estudante, e a melhor compreensão do

conteúdo por meio das palavras utilizadas, simultaneamente, com os gráficos.

O Moodle: Ambiente Virtual de Ensino-aprendizagem

Um ambiente virtual é um espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem, potencializando assim a construção de conhecimentos, logo a aprendizagem (SANTOS, 2003, p.223).

Com o computador – os diversos recursos multimídias e a Internet – o ensino a

distância passou a ser efetivado por meio da criação de AVEA’s, os quais se

apresentam como espaços de interação, com múltiplos recursos e tecnologias,

organizados a partir de diferentes propostas e abordagens didáticas e pedagógicas

com vistas à efetivação do processo de ensino-aprendizagem.

Assim, diversas ferramentas estão integradas nesses ambientes com o objetivo

de fomentar espaços coletivos, nos quais o processo de ensino-aprendizagem possa

ocorrer de forma colaborativa: uma educação em rede (BRUNO, 2007).

A principal caracterização de um ambiente virtual de ensino-aprendizagem é

a possibilidade de interação, síncrona (comunicação e interação simultâneas) e

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assíncrona (comunicação e interação em tempos diferentes), entre os participantes

do ambiente. Nesse sentido, com base em Belloni (2001), é importante diferenciar

interação e interatividade, visto que a interação diz respeito à ação recíproca

entre dois ou mais atores (pessoa-pessoa), a qual pode ser mediada por uma

tecnologia, e a interatividade à ação da pessoa sobre a máquina, recebendo assim

uma reação da máquina (pessoa-máquina).

Segundo Lévy (2000, p.96), “por intermédio de mundos virtuais, podemos não

só trocar informações, mas verdadeiramente pensar juntos, pôr em comum nossas

memórias e projetos para produzir um cérebro cooperativo”. Para tanto, conteúdos

e informações, em diversas mídias e linguagens, são disponibilizados nos AVEA’s,

tornando-se, assim, acessíveis por meio da Internet. Os AVEA’s são integrados por

diversas ferramentas, bem como por textos, imagens e vídeos. Atualmente,

existem diversos AVEA’s, tais como Moodle, iTutor, SOLAR, TelEduc, Amadeus,

eProInfo, etc.

O Moodle permite a interação por meio de diálogos e ações, sendo um

ambiente colaborativo, informativo, comunicacional e, até mesmo, investigativo.

Ele é um ambiente virtual, no qual os recursos e ferramentas podem ser

adicionados de acordo com a demanda dos professores, tutores, monitores e

alunos, inclusive durante o curso. Podem-se encontrar no Moodle diversas

ferramentas e recursos que permitem que se empreguem e explorem várias

possibilidades por meio de diário, lições, tarefas, wikis, glossários, mensagens, e-

mails, fóruns, chats, calendário, mural, etc.

No Brasil, o Moodle foi adotado pelo MEC como a plataforma para a EAD nas

Instituições Federais de Ensino Superior, tornando-se, portanto, o AVEA de cursos e

disciplinas à distância. O AVEA – Moodle – é um espaço de interação, síncrona e

assíncrona, usado na realização de cursos a distância via web. O Moodle (Modular

Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é “um software livre, de apoio à

aprendizagem, executado num ambiente virtual. A expressão designa ainda o

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Learning Management System (Sistema de gestão da aprendizagem) em trabalho

colaborativo baseado nesse programa”.

A organização do Curso Letras/Libras na modalidade EAD

O Curso de Graduação de Licenciatura em Letras, com habilitação em Língua

Brasileira de Sinais, realizado na modalidade à distância, foi idealizado pela

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com a participação de nove

instituições: Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), Universidade de

Brasília (UNB), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Amazonas

(UFAM), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal da Bahia

(UFBA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEFET de Goiás e a própria

UFSC.

A titulação do curso ficou sob a responsabilidade da UFSC e a implementação

orientou-se pela sua Secretaria de Educação à Distância e pelo Centro de

Comunicação e Expressão (CCE), em parceria com o Centro de Educação (CED) da

universidade.

O Curso desenvolveu-se em forma de rede, sob a coordenação geral da UFSC e

das coordenações locais nos pólos.

Para atender a este curso as instituições participantes receberam

equipamentos para a infra-estrutura de comunicação, na forma de rede por

videoconferência interativa, e microcomputadores para a montagem de infra-

estrutura a ser disponibilizada aos alunos, conforme estabelecido no convênio.

Na modalidade à distância, o curso integra as políticas de inclusão social e de

diversidade da UFSC. Responde ao reconhecimento da cultura surda respaldada na

Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada em 22 de dezembro de 2005 e

foi implementado pela Secretaria de Educação à Distância juntamente com o

Centro de Comunicação Expressão, tendo também como parceiro o Centro de

Ciências da Educação.

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A proposta pedagógica do curso ancora-se em três importantes princípios para

a formação na modalidade à distância: a interação, a cooperação e a autonomia. A

idéia é de que tais princípios sejam considerados como meta para orientar o

percurso teórico-metodológico do curso. Estes princípios demarcaram o referencial

conceitual para a estruturação dos objetivos, a escolha dos conteúdos, a elabora-

ção dos passos metodológicos das disciplinas e a construção dos instrumentos de

avaliação. Além de nortear a organização, o desenvolvimento e a avaliação do

processo ensino-aprendizagem, é o referencial básico para toda a equipe

multidisciplinar, envolvida na construção dos materiais didáticos.

Nos processos de ensino-aprendizagem os participantes (alunos e professores)

desenvolvem habilidades e conhecimento compartilhadamente, uns com os outros,

superando suas limitações e dificuldades coletivamente. Nessas situações, operam

com os objetos de conhecimentos e com ferramentas e podem, além de observar os

efeitos de suas interações, compartilharem o processo, os resultados e as

dificuldades. Ou seja, os estudantes precisam ser ativos, criativos e participativos.

Serem capazes de estudar sozinhos, mas também de estudar em pequenos e

grandes grupos.

Nessa abordagem, os professores autores e assistentes podem organizar e,

com as equipes multidisciplinares disponibilizar, em diversos meios de

comunicação, diferentes tipos de atividades que propiciem aos alunos espaços de

cooperação, tais como: seminários, formulação e discussão de questões sobre o

capítulo que está sendo estudado, trabalho em grupos, estudo de casos, consulta a

especialistas de artigos e de projetos de pesquisa.

Portanto a organização curricular compreende os seguintes eixos:

Conhecimentos básicos da área: articulam os conhecimentos fundamentais para

os estudos linguísticos, bem como os de natureza específica da visão histórica e

humanística da organização escolar;

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Conhecimentos específicos: envolvem conhecimentos de Libras. Compreendem o

conjunto de disciplinas que possibilitam a construção do perfil do profissional da

área de letras – LIBRAS. Constituem o núcleo responsável pelo desenvolvimento de

competências e habilidades próprias do professor de primeira e de segunda língua.

Exploração de tecnologias de comunicação.

Conhecimentos pedagógicos: constituem o núcleo de disciplinas responsáveis pela

construção do perfil para a docência e que possibilitam o desenvolvimento de com-

petências e habilidades que garantam o desempenho profissional em sala de aula e

no ambiente escolar. Neste núcleo, promove-se a discussão de políticas de ensino,

estratégias de planejamento do ensino e da avaliação, a organização dos sistemas

de ensino e a preparação para inserção do acadêmico no contexto escolar,

preparando-o para o manejo das questões pedagógicas, bem como para as relações

interpessoais.

Atividades acadêmico-científico-culturais: compreendem atividades acadêmicas

de livre escolha do aluno que têm como objetivo desenvolver posturas de

cooperação, comunicação, liderança e aprofundamentos, visando garantir o

desenvolvimento de competências que transversalizam a organização curricular.

Essas atividades configuram-se em torno de disciplinas optativas, de participação

em seminários, de palestras, de atividades de iniciação científica, de projetos

multidisciplinares, de monitorias, de publicações de trabalhos de natureza

científica na área de formação, de participação em eventos de natureza acadêmica

e de atividades de extensão.

Em 2008, o curso foi ampliado, totalizando 15 pólos conveniados e novas

instituições participantes, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Instituto

Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Universidade Federal da Grande Dourados

(UFGD), Universidade de Campinas (UNICAMP), Instituto Federal de Minas Gerais

(CEFET-MG), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Federal

do Paraná (UFPR). Nesta nova versão o curso foi reformulado para criação de uma

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nova modalidade, o bacharelado com o objetivo de formar tradutores e intérpretes

de Língua Brasileira de Sinais.

Metodologia

Segundo Silverman (1993 apud MARCUSCHI, 2001, p.27), o dilema não é

escolher a perspectiva quantitativa ou qualitativa da pesquisa: o problema é saber

o que se pretende investigar e, consequentemente, quais os melhores caminhos a

serem traçados.

O presente artigo constitui-se de um fragmento de uma pesquisa realizada

pelos autores durante os quatro anos da graduação (de junho/2008 a junho/2012)

em Letras /Libras, curso de licenciatura, modalidade de educação à distância,

semipresencial, com pólo na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, onde

aturam na equipe de ensino.

Para constituição deste trabalho realizamos um estudo de caráter

observacional com abordagem qualitativa, paradigma de pesquisa que trabalha com

o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que

corresponde a um universo mais profundo de relações, dos processos e dos

fenômenos que não supõem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (Minayo,

1993).

Desse modo, desenvolvemos uma leitura da realidade, tendo em vista que os

fenômenos apreendidos por esta pesquisa se situam num dado momento histórico e

são influenciados pelo campo econômico, político e social de forma mais ampla.

Marcamos, assim, nosso fundamento epistemológico, baseado no pensamento

de Morin (2000, p. 26) que não vê o conhecimento de forma estática. Diz ele:

(...) Se antes as ciências se baseavam na experiência, na observação e na razão, ou seja, no procedimento empírico racional para chegar a um fundamento científico capaz de ser o espelho da realidade e do mundo (...) hoje, somos obrigados a nos situar, reconhecer-nos a nós mesmos para falar da sociedade da qual fazemos parte.

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Sendo assim, o ato de produzir conhecimentos deve se constituir num

exercício de reflexão que busque caminhar na direção de uma construção de

conhecimentos que não esteja embasado num pensamento simplificador. É

necessário, como afirma Morin (op. Cit., p. 30), pensar complexo, entendendo que

“o conhecimento navega em um mar de incertezas, por entre arquipélagos de

certezas”.

Como objetivo, nossa proposta buscou analisar o desenvolvimento do processo

de ensino-aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais no curso de licenciatura em

Letras/Libras, modalidade de educação à distância, mediado pelos recursos

tecnológicos disponíveis nos AVEA’s.

O instrumento utilizado foi observações de situações de ensino-aprendizagem

da Libras durante as aulas presenciais da disciplina e da análise do material

didático disponível no AVEA.

Um dos pontos positivos de utilização desta técnica, como observa Richardson

(1999), é a possibilidade de obter a informação no momento em que acontece o

fato, o que possibilita a verificação detalhada da situação que, se passado algum

tempo, poderia ser esquecido pelos elementos que observaram ou vivenciaram o

acontecimento.

Participaram do estudos 28 alunos surdos, todos usuários de Língua Brasileira

de Sinais, 05 professores das disciplinas de Libras, I, II, III, IV, V e VI, sendo 03

ouvintes e 02 surdos.

O corpus constituiu-se a partir do mapeamento da prática pedagógica dos

professores ministrantes das disciplinas citadas e do material didático disponível

pela o ensino-aprendizagem da Libras no AVEA do curso.

Análises dos dados

A concepção da estrutura do AVEA foi feita visando a adequação ao público

alvo. Todo o desenvolvimento do curso foi fruto de um trabalho multidisciplinar

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pedagógico e tecnológico. O planejamento iniciou pela arquitetura pedagógica do

ambiente virtual, considerando principalmente o perfil dos usuários e do projeto

pedagógico. Esse último, guiou o desenvolvimento dos materiais didáticos. O AVEA

pode ser visto como uma bóia ao redor da qual todas as ferramentas de

aprendizagem são planejadas.

O ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem foi customizado e adaptado para

incorporar tanto em sua interface gráfica quanto em sua estrutura de

funcionamento características que refletissem a Cultura Surda e as especificidades

do curso. Desta forma, o AVEA Letras/Libras possibilita o uso de uma série de

recursos inerentes a forma de comunicação dos surdos, incluindo:

meios para compartilhamento de videos em chats;

a gravação on-line de videos para responder às atividades propostas;

o uso intenso de ícones em escrita de sinais que reflete um diferencial que o

curso traz em introduzir a escrita de sinais além do estudo dos movimentos de

sinais;

criação de espaços colaborativos para trabalho de equipes específicas: a equipe

pedagógica e de hipermídia, a equipe de ensino, a equipe de coordenadores,

etc.;

Núcleos Virtuais para Estudos Colaborativos (NUVECs) para elaboração das

disciplinas previamente a sua disponibilização aos alunos.

Visando atender esses objetivos foram realizadas uma série de

desenvolvimentos no AVEA. Inicialmente, foi planejado um site aberto, uma

espécie de pré-login, que inicia com uma animação representando a abertura de

uma cortina, resgantando a idéia de uma celebração (Figura 01).

O desenvolvimento de um site aberto para conter e transmitir informações

relacionadas ao curso Letras-LIBRAS tornou-se importante. Apartir deste site, o

estudante acessa a área restrita do curso por meio de login e senha.

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Assim que a animação termina, o site pré-login aparece trazendo três

diferentes formas de comunicar as informações do curso: em Libras, em escrita de

sinais e em Português escrito.

Utilizou-se como ícones a própria escrita de sinais devido ao seu aspecto

visual e também como forma de divulgar esta nova forma de comunicação (Figura

01). Este site está baseado em HTML, PHP e Flash.

Figura 01: página de abertura do Letras/Libras

Fonte: www.libras.ufsc.br

Uma importante adaptação realizada no AVEA foi guiada pela forma de

desenvolvimento das disciplinas. Como meio de potencializar o trabalho

colaborativo entre as diferentes equipes.

As disciplinas são planejadas e seus materiais são criados em Núcleos de

Estudos Colaborativos, chamados NUVECs. Nestes núcleos somente os

desenvolvedores (designers de hipermídia e instrucionais) fazem parte juntamente

com os professores autores. No momento em que as disciplinas estão

completamente planejadas e implementadas nos NUVECs, estas são replicadas para

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o espaço das disciplinas reais, onde são acessadas pelos estudantes, professores

tutores e monitores. Desta forma, mantêm-se as disciplinas mestres que podem ser

replicadas, fazendo-se as modificações necessárias, a cada nova edição do curso.

Os NUVECs permitem, também a avaliação dos formatos de disponibilizar o

conteúdo durante o processo de implementação.

As disciplinas de Libras I, II, III, IV, V e VI do curso de Letras/Libras objetivam

proporcionar aos discentes, conhecimentos específicos sobre os aspectos

gramaticais e práticos da Língua Brasileira de Sinais, tornando-os aptos ao exercício

do magistério, de acordo com os princípios da educação inclusiva e legislação

vigente para a formação docente.

A disciplina se vale de diversos materiais e estratégias em sua organização:

textos, imagens, vídeos, chats, wikis, glossário, fóruns, tarefas, etc, todos com

acessibilidade para os alunos surdos, visto que todo material disponível para estudo

está traduzido em Libras.

Figura 02: Organização didática das disciplinas de Libras no AVEA

Fonte: www.libras.ufsc.br

As Unidades de Aprendizagem (UA) contêm a formalização do planejamento

didático-pedagógico, disponibilizando os conteúdos sistematizados, as atividades e

fóruns para dúvidas. As UAs possuem:

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Formato de cartões selecionados por abas, o que diminui a informação

exibida ao aluno em cada etapa de seu estudo, e consequentemente sua

carga cognitiva;

A ferramenta Hiperlivro que foi criada para veicular os conteúdos didáticos

sistematizados. Esta possibilita a criação colaborativa, em formato

hipermídia, de várias páginas, links, glossários e listas de referências

bibliográficas, comentários contextuais além de permitir a criação de vários

caminhos de visualização do conteúdo permitindo a flexibilidade didática.

Esta ferramenta permite que os professores e designer instrucionais

interajam com os designers de hipermídia e mantenham controle do

desenvolvimento do material.

Uma nova ferramenta denominada de “hiperlivro”, foi desenvolvida apartir de

modificações do módulo livro do MOODLE original. Esta ferramenta permite o

desenvolvimento e edição colaborativa de hipermídias de conteúdo didático,

possibilitando a criação, em formato hipermídia, de várias páginas, links, glossários

e listas de referências bibliograficas, além de permitir a criação de vários caminhos

de visualização do conteúdo (Figura 03).

Figura 03: Materiais traduzidos em Libras nas hipermídias: o hiperlivro

Fonte: www.libras.ufsc.br

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Todo esse processo garante aos alunos surdos a acessibilidade aos materiais.

potencializando o ensino e a aprendizagem à distância. Neste curso, o AVEA é

utilizado em todo o seu potencial: como processo de comunicação em tempo e

espaço contínuos ou não, e também como forma de disponibilizar os conteúdos,

informação e documentação, como meio de gerenciamento e como meio de

produção.

A combinação diversificada das tecnologias e das mídias visa ao alcance dos

objetivos educacionais esperados pelo processo de ensino-aprendizagem. Essa

integração de recursos midiáticos, fundamentada pela Libras, favorece a

flexibilidade e variedade didático-pedagógica das disciplinas, contribuindo, assim,

com o seu desenvolvimento e com a participação dos alunos.

Assim, com estas adaptações e modificações, o AVEA do curso Letras/Libras

reflete as características necessárias para permitir a interação e ensino-

aprendizagem da Libras por seu público-alvo, os surdos.

Considerações Finais

O aspecto característico da Libras é sua modalidade espaço-visual, nesse

sentido a inserção da Libras no AVEA, por exemplo, demonstra o esforço em se

desenvolver um aparato técnico que compreende aspectos da tecnologia visual

relacionada às línguas de sinais e aos processos de organização do conhecimento

em Língua de Sinais. Vale dizer, portanto, que uma língua espaço-visual oportuniza

o trabalho diferenciado com a tecnologia e com os sistemas de comunicação,

viabilizando novos olhares e perspectivas de exploração de vários recursos para a

interação no AVEA. A disciplina demonstra a necessidade de um desenho específico

e a importância da exploração de diversos recursos visuais e atividades capazes de

promover o contato com a Libras de forma dinâmica e interativa.

Pela primeira vez no Brasil, as especificidades linguísticas dos surdos são

considerada e tornan-se importantes. A iniciativa deste curso é nova no país e

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

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mostra um certo grau de pionerismo. A fortificação da Língua Brasileira de Sinais

com a identificação de diferenças regionais é vista como um dos resultados deste

curso. O processo de design de um AVEA apropriado para os público surdo revela a

importância da participação de surdos no planejamento e desenvolvimento deste.

Um grupo multidisciplinar de trabalho também revela-se importante e positivo para

o êxito de todo o processo de design do Ambiente Virtual de Esino Aprendizagem do

curso Letras/Libras.

Este curso tem sido um grande sucesso e possibilitou o reconhecimento do

MEC que agora apóia sua expansão para uma segunda edição através de um novo

vestibular. Esta nova edição deve abranger mais pólos, possibilitando novas áreas

do Brasil terem a mesma oportunidade.

Para Belloni (2001, p.74) uma das mudanças proporcionadas pela EAD é a

transformação do professor de uma entidade individual para um entidade coletiva.

Na EAD não há um único professor, mas equipes responsáveis pelo planejamento e

pela operacionalização da disciplina. No caso da disciplina de Libras, contou-se

com o apoio de um grupo de tutores (surdos e ouvintes), profissionais para a

produção dos vídeos e surdos, professores de Libras. Considerou-se que as

atividades precisam explorar a interatividade, assim como viabilizar elementos

para a interação dos alunos com o professor e o tutor.

Vale destacar que o uso das tecnologias da comunicação e da informação no

ensino de uma língua espaço-visual, como segunda língua, favorece a interação e,

consequentemente, o aprendizado e o desenvolvimento nessa língua. Nesse

sentido, a construção da disciplina no AVEA contribuí com o processo de ensino-

aprendizagem da Libras no Ensino Superior Brasileiro, avançando em relação às

práticas tradicionalmente construídas.

Referências

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

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1 Severina Batista de Farias KLIMSA, (Profª Asiistente do CE/UFPE. Doutoranda em Linguística – PROLING/UFPB)

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) E-mail: [email protected]

2 Bernardo Luís Torres KLIMSA, (Prof. do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da IFPE. Mestrando em Ciências da

Linguagem – UNICAP/PE) Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) E-mail: [email protected]