O papel de Wundt no nascimento da psicologia como ciência

O papel de Wundt no nascimento da psicologia como ciência

Apresentação em 30 de agosto de 2010Grupo CONES – UFBAAutor: André Santana Mattos (bolsista PIBIC/CNPq)Orientadora: Profª Denise Coutinho

O papel de Wundt no nascimento da psicologia como ciência

• 1879 – fundação do primeiro laboratório de psicologia experimental, na Universidade de Leipzig, Alemanha

• a psicologia na filosofia• a fisiologia alemã

A psicologia na filosofia ea epistemologia psicológica

• Sócrates, Platão, Aristóteles• Descartes• Locke, Condillac, Hume• Kant• James Mill, John Stuart Mill

A psicologia no recurso aos vetos kantianos

• Immanuel Kant, fim do séc. XVIII• o mais notável dos críticos da psicologia• distinção entre ciência e metafísica• a psicologia estava relegada à metafísica• Kant, “Princípios metafísicos da ciência da

natureza” (1786) três exigências para a psicologia provar-se como ciência

Arthur Ferreira, 2006


• Kant, “Princípios metafísicos da ciência da natureza” (1786) três exigências para a psicologia provar-se como ciência

1) descobrir o seu elemento, assim como a química2) estudo objetivo, distinção entre sujeito e objeto3) matematização



1) descobrir o seu elemento, assim como a química Johannes Müller, fisiologia sensorial

2) estudo objetivo, distinção entre sujeito e objeto Hermann von Helmholtz

teoria das inferências inconscientes (síntese) método da introspecção experimental (análise)

3) matematização Lei Weber-Fechner

Gustav T. Fechner, sonho de 22 de outubro de 1850


• Johannes Müller (1801-1858)

• Ernst H. Weber (1795-1878)

• Gustav T. Fechner (1801-1887)

• Hermann von Helmholtz (1821-1894)

• Wilhelm M. Wundt (1832-1920)

Wilhelm Wundt (1832-1920)

1856 - forma-se em Medicina na Universidade de Heidelberg

1856 - breve passagem pelo instituto de fisiologia de Johannes Müller, em Berlin

1858-71 - trabalhou como assistente de Hermann von Helmholtz, no laboratório de Heidelberg

1873-74 - publica Princípios de psicologia fisiológica

1879 - fundação do laboratório de psicologia em Leipzig

1900 -1920 - publicação dos 10 volumes da Volkerpsychologie


• a relação entre a psicologia e a filosofia

• “De todas as disciplinas empíricas, Wundt considera que a psicologia é aquela cujos resultados mais contribuem para a investigação dos problemas gerais da teoria do conhecimento e da ética, os dois domínios filosóficos fundamentais para ele.” (Araújo, 2006, p. 96)

• necessidade de compreender o seu sistema filosófico

• Lógica (1880-83), Ética (1886), Sistema de filosofia (1889)


• “A psicologia é uma ciência empírica cujo objeto de estudo é a ciência imediata.” (Wundt, apud Araújo, 2006)

• experiência mediata x experiência imediata• método: observação e experimento• diferença metodológica entre a psicologia e as ciências

da natureza a psicologia estuda sempre processos, jamais objetos estáveis a psicologia não pode desconsiderar o sujeito da experiência

impossibilidade da auto-observação (introspecção)

• auto-observação x percepção interna


• “Uma das principais idéias psicológicas de Wundt é a de que a vida psíquica desenvolve-se gradual e continuamente do simples para o complexo [...]. Neste sentido, nossa experiência imediata só nos fornece conteúdos de natureza complexa, que resultam da ligação de vários elementos simples.” (Araújo, 2006, p. 98)

• elementos simples: sensações e sentimentos simples• formação de complexos psíquicos (psychische Gebilde)

representações, sentimentos compostos, afetos e processos volitivos


• os complexos psíquicos possuem características que não pertencem a nenhum de seus elementos em particular, é a ligação destes que produz as novas características

• É a fusão – que tem como resultado a síntese criadora – que liga os elementos e constitui os complexos psíquicos (Araújo, 2006, p. 99)

• a consciência se constitui pela conexão entre os complexos psíquicos

retirado de Araújo (2006)


• apercepção + atenção -> ponto focal• percepção -> campo visual

• causalidade psíquica, paralelismo psicofísico• devemos supor uma causalidade própria para o domínio

dos processos mentais• as causalidades psíquica e física são complementares e

não podem entrar em contradição


• Völkerpsychologie (psicologia dos povos)• 10 volumes, publicados entre 1900 e 1920

Linguagem (1 e 2) Arte (3) Mito e religião (4, 5 e 6) Sociedade (7 e 8) Direito (9) Cultura na história (10)

Principles of physiological psychology

Physiological psychology is, therefore, first of all psychology. It has in view the same principal object upon which all other forms of psychological exposition are directed: the investigation of conscious processes in the modes of connexion peculiar to them. It is not a province of physiology; nor does it attempt, as has been mistakenly asserted, to derive or explain the phenomena of the psychical from those of the physical life.


This division of vital processes into physical and psychical is useful and even necessary for the solution of scientific problems. We must, however, remember that the life of an organism is really one; complex, it is true, but still unitary. We can, therefore, no more separate the processes of bodily life from conscious processes


We may add that, fortunately for the science, there are other sources of objective psychological knowledge, which become accessible at the very point which the experimental method fails us. These are certain products of the common mental life, in which we may trace the operation of determinate psychical motives: chief among them are language, myth and custom. In part determined by historical conditions, they are also, in part dependent upon universal psychological laws; and the phenomena that are referable to these laws form the subject-matter of a special psychological discipline, ethnic psychology. The results of ethnic psychology constitute, at the same time, our chief source of information regarding the general psychology of the complex mental processes. In this way, experimental psychology and ethnic psychology form the two principal departments of scientific psychology at large.

Bibliografia

ARAÚJO, Saulo de F. Wilhelm Wundt e o estudo da experiência imediata. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (Orgs.). História da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2006. Cap. 5, p. 93-104.

BORING, Edwing. Wilhelm Wundt. In: _____. Historia de la psicología experimental. Mexico: Trillas, 1978. p. 338-369.

FERREIRA Arthur A. L. A psicologia no recurso aos vetos kantianos. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (Orgs.). História da psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2006. Cap. 4, p. 85-91.

FOULQUIÉ, Paul; DELEDALLE, Gérard. A psicologia experimental na Alemanha e na França. In: _____. A psicologia contemporânea. 3. ed. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1969. p. 23-42.

HEIDBREDER, Edna. Psicologias do século XX. 5. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.

WUNDT, Wilhelm. Principles of physiological psychology. Trad. Edward B. Titchener. 1902. Disponível em: <http://psychclassics.yorku.ca/Wundt/Physio/>.

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